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AVALIAÇÃO – 2º TRIMESTRE
Disciplina: Literatura Professor: Jorge Alessandro Data: Prova: Segunda chamada
Tema: Literatura Barroca Valor: Turma: 1º Ano

Nome:_______________________________________________________________ Nota:

Orientações:
 O preenchimento da prova deverá ser feito à CANETA esferográfica na cor AZUL ou PRETA.
 Não é permitido o uso de equipamentos eletrônicos durante a realização da prova, como: celulares, tablet, fones de ouvido, etc.
 Não é permitida a comunicação entre alunos durante a realização da prova, podendo caracterizar como cola.
 O aluno que for surpreendido colando terá sua prova confiscada e será atribuída nota ZERO.
 Questões de múltipla escolha que forem rasuradas serão anuladas.

01. A pintura barroca é uma pintura realista, concentrada nos retratos no interior das casas, nas paisagens e nas
naturezas mortas. Por outro lado, a expansão e o fortalecimento do protestantismo fizeram com que os católicos
utilizassem a pintura como um instrumento de divulgação da sua doutrina. Tomando como referência o quadro A
Coroação de Cristo, identifica-se que, nas artes plásticas,

A última ceia (1592-1594), de Tintoretto, é um exemplo de pintura do barroco italiano

a) A luz aparece por um meio natural, projetada para guiar o olhar do observador até o acontecimento principal da
obra.
b) O acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos) - era um recurso que visava a intensificar a
sensação de profundidade.
c) A composição simétrica, em diagonal - que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo a
unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista.
d) A escolha de cenas no seu momento de menor intensidade dramática.
e) Os artistas eram então convocados a transformar as Escrituras em realidade perceptível aos fiéis. O conteúdo
emocional intensificado e a falta de realismo do barroco eram meios ideais para que se atingisse esse objetivo.
Leia os versos:
"Nasce o Sol, e não dura mais que um dia.
Depois da luz, se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria."
Na estrofe acima, de um soneto de Gregório de Matos Guerra, a principal característica Barroca é:
a) o uso de aliterações
b) o culto a Natureza
c) a utilização de rimas alternadas
d) a forte presença de antíteses
e) o culto do amor cortês

Leia os versos de Gregório de Matos Guerra:


Que és terra, homem, e em terra hás de tornar-te,
Te lembra hoje Deus por sua Igreja;
De pó te fez espelho, em que se veja
A vil matéria, de que quis formar-te.
02. Conforme sugere o excerto acima, o poeta barroco não raro expressa
a) a revolta corta os aspectos fatais que os deuses imprimem a seu destino e à vida na Terra.
b) o medo de ser infeliz, uma intensa angústia em face da vida, a que não consegue dar sentido; a desilusão diante da
falência de valores terrenos e divinos.
c) a consciência de que o mundo terreno é efêmero e vão; o sentimento de nulidade diante de poder divino.
d) a percepção de que não há saídas para o homem; a certeza de que o aguardam o inferno e a desgraça espiritual.
e) a necessidade de ser piedoso e caritativo, paralela à vontade de fruir até as últimas conseqüências o lado material
da vida.

Leia o texto abaixo, À Cidade da Bahia, de Gregório de Matos.


Triste Bahia! ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mim empenhado,
Rica te vi eu já, tu a mim abundante.
A ti trocou-te a máquina mercante.
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando, e tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.
Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz Brichote.
Oh! se quisera Deus, que de repente
Um dia amanheceras tão sisuda
Que fora de algodão o teu capote!

03. Assinale a alternativa correta em relação a esse soneto.


a) O poema constrói, através de imagens elaboradas, uma crítica à exploração econômica que sofreu a Bahia no
período colonial.
b) pela forma de soneto e pelo tom satírico, o poema À Cidade da Bahia antecipa o parnasianismo na poesia brasileira.
c) Gregório optou, no seu poema, pelo tom satírico para melhor expressar sua crítica ao poder do clero.
d) A Bahia é representada através de sua tristeza e antigüidade, enquanto o estrangeiro colonizador é valorizado por
suas negociatas e seu vestuário.
e) O poema não dá referências sobre os meios de produção da época, limitando-se a expressar a tristeza do poeta pelo
seu empobrecimento.
Leia o trecho de um sermão, do Padre Antônio Vieira:
Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos um estilo tão empeçado, um estilo tão dificultoso, um
estilo tão afetado, um estilo tão encontrado a toda parte e a toda a natureza? O estilo há de ser muito fácil e muito
natural. Compara Cristo o pregar e o semear, porque o semear é uma parte que tem mais de natureza que de arte.

04. O objetivo do autor é


a) mostrar que, segundo o exemplo de Cristo, pregar e semear afetam o estilo, porque são prática inconciliáveis.
b) destacar que a naturalidade - propriedade da natureza - pode tornar mais claro o estilo das pregações religiosas.
c) salientar que o estilo usado na igreja, naquela época, não era afetado em dificultoso.
d) argumentar que o estilo usado na igreja, naquela época, não era afetado nem dificultoso.
e) argumentar que a lição de Cristo é desnecessária para os objetivos da pregação religiosa.

Por isto são maus ouvintes os de entendimentos agudos. Mas os de vontades endurecidas ainda são piores, porque um
entendimento agudo pode-se ferir pelos mesmos fios e vencer-se uma agudeza com outra maior; mas contra vontades
endurecidas nenhuma coisa aproveita a agudeza, antes dana mais, porque quando as setas são mais agudas, tanto
mais facilmente se despontam na pedra. Oh! Deus nos livre de vontades endurecidas, que ainda são piores que as
pedras. (Sermão da Sexagésima, de Pe. Antônio Vieira.)

05. Pelo trecho reproduzido, pode-se concluir que o Sermão da Sexagésima trata da
a) condenação aos governantes locais que desobedeciam os princípios do mercantilismo seiscentista.
b) problemática da pregação religiosa, considerando as figuras dos pregadores e dos fiéis.
c) necessidade do engajamento dos fiéis nas batalhas contra os holandeses.
d) perseguição sofrida pelo pregador em função do apoio que emprestava a índios e negros.
e) exortação que o pregador fazia em favor de seu projeto de criar a Campanha das Índias Ocidentais.

... os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos
e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e
despojam os povos. — Os outros ladrões roubam um homem: estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo
do seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam.

06. Sobre esse fragmento do Sermão do bom ladrão, de Padre Antônio Vieira, pode-se reconhecer
a) a presença do cultismo, tendo em vista a sofisticação e extravagância dos termos utilizados.
b) a ausência de cuidado com a linguagem, com a utilização de repetições indevidas que apenas tornam cansativo o
texto.
c) o conceptismo que, por meio do predomínio da lógica das ideias, é praticado como recurso à crítica contra as
injustiças.
d) o uso fantasioso de antíteses e paradoxos que, tornando complexo o pensamento, filiam-se ao estilo de Gôngora.
e) a subjetividade que marca o estilo barroco do autor, preocupado em defender os poderosos.

Analise este poema de Gregório de Matos:


A vós correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos, A vós, pregados pés, por não deixar-me,
Que, para receber-me, estais abertos, A vós, sangue vertido, para ungir-me,
E, por não castigar-me, estais cravados. A vós, cabeça baixa, pra chamar-me.

A vós, divinos olhos, eclipsados A vós, lado patente, quero unir-me,


De tanto sangue e lágrimas cobertos, A vós, cravos preciosos, quero atar-me,
Pois, para perdoar-me, estais despertos, Para ficar unido, atado e firme.
E, por não condenar-me, estais fechados.

Assinale com V as afirmativas verdadeiras e com F as falsas, referentes ao poema acima:


(__) Integra o conjunto de poesias religiosas e demonstra que o temperamento combativo característico de tantos
outros textos seus perde a rudeza, ganhando espaço uma ternura que sugere confiança e sinceridade.
(__) O eu lírico procura criar uma identificação com Cristo, assumindo uma posição humilde diante da grandeza divina,
reconhecendo-se como pecador.
(__) Embora não fique evidente no poema o senso do pecado, o eu lírico expressa com veemência o seu desejo de ser
perdoado.
(__) A contradição própria do homem barroco, que vivia com o espírito dilacerado devido ao significado da religião em
sua existência e à vivência dos apelos mundanos, que o faziam pecar, fica clara pelo jogo de antíteses presente na
estrutura do soneto. A presença dessa figura revela o refinamento da ideia predominante no poema.
(__) O eu lírico sente-se merecedor de estar intimamente unido a Cristo. Esse sentimento faz com que ele não
expresse angústia e outros conflitos interiores ao se dirigir à divindade.

07. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:


a) F-F-V-F-F
b) V-V-F-V-F
c) V-F-F-F-V
d) F-V-V-F-V
e) V-F-F-V-V

AS COUSAS DO MUNDO
Neste mundo é mais rico o que mais rapa: A flor baixa se inculca por tulipa;
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa; Bengala hoje na mão, ontem garlopa.
Com sua língua, ao nobre o vil decepa: Mais isento se mostra o que mais chupa.
O velhaco maior sempre tem capa.
Para a tropa do trapo vazo a tripa
Mostra o patife da nobreza o mapa: E mais não igo, porque a Musa topa
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa; Em apa, epa, ipa, opa, upa.
Quem menos falar pode, mais increpa; (Gregório de Matos Guerra, Seleção de Obras
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa. Poéticas.)

08. Fica claro, no poema acima, que a principal crítica do autor à sociedade de sua época é feita por meio da:
e) caracterização de comportamentos que, embora sejam moralmente condenáveis, são dissimulados em seus
opostos.
a) denúncia da proteção que o mundo de então dava àqueles que agiam de modo condenável, embora sob a capa das
leis da Igreja.
b) enumeração de certos tipos que, por seus comportamentos, revelam um roteiro que identifica e recomenda a
ascensão social.
c) elaboração de uma lista de atitudes que deviam ser evitadas, por não condizerem com as práticas morais
encontradas na alta sociedade.
d) comparação de valores e comportamentos da faixa mais humilde daquela sociedade com os da faixa mais nobre e
aristocrática.

Senhor Antão de Sousa Meneses, A fortunilha autora de entremezes


Quem sobe a alto lugar, que não merece, Transpõe em burro o herói, que indigno cresce:
Homem sobe, asno vai, burro parece, Desanda a roda, e logo o homem desce,
Que o subir é desgraça muitas vezes. Que é discreta a fortuna em seus reveses.

MATOS, Gregório de. Soneto. Poemas escolhidos. São Paulo: Círculo do Livro, s.d. p. 93.

09. Os versos de Gregório de Matos — poeta baiano do século XVII — buscam


a) Advertir os que querem viver na Bahia para os riscos que correm aqueles que desejam prestígio social.
b) Mostrar a doutrina do bem viver seguida pelos políticos.
c) Sinalizar os vícios em que a cidade da Bahia estava mergulhada.
d) Criticar a ambição desenfreada dos homens, geradora de injustiça social.
e) Satirizar um indivíduo que alcança posição social elevada sem ter mérito para isso.

10. A veia lírico-amorosa do poeta barroco Gregório de Matos (1636-1696) está bem exemplificada em:
A. “Ofendi-vos, meu Deus, é bem verdade,
É verdade, Senhor, que hei delinquido,
Delinquido vos tenho, e ofendido,
Ofendido vos tem minha maldade.”

B. “Que és terra, homem, e em terra hás de tornar-te,


Te lembra hoje Deus por sua Igreja;
De pó te faz espelho, em que se veja
A vil matéria, de que quis formar-te.”

C. “Aquele não sei quê, que, Inês, te assiste


No gentil corpo, e na graciosa face,
Não sei donde te nasce, ou não te nasce,
Não sei onde consiste, ou não consiste.”

D. “A cada canto um grande conselheiro,


Que nos quer governar cabana e vinha;
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.”

E. “Senhor Antão de Sousa de Meneses,


Quem sobe a alto lugar, que não merece,
Homem sobe, asno vai, burro parece,
Que o subir é desgraça muitas vezes.”

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