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AVALIAÇÃO– 1º TRIMESTRE
Disciplina: Literatura Professor: Jorge Alessandro Data: Prova: Recuperação
Tema: Barroco e Arcadismo Valor: Turma: 1º Ano

Nome:_______________________________________________________________ Nota:

Orientações:
 O preenchimento da prova deverá ser feito à CANETA esferográfica na cor AZUL ou PRETA.
 Não é permitido o uso de equipamentos eletrônicos durante a realização da prova, como: celulares, tablet, fones de ouvido, etc.
 Não é permitida a comunicação entre alunos durante a realização da prova, podendo caracterizar como cola.
 O aluno que for surpreendido colando terá sua prova confiscada e será atribuída nota ZERO.

“Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos um estilo tão empeçado, um estilo tão dificultoso, um estilo tão
afetado, um estilo tão encontrado a toda parte e a toda a natureza? O estilo há de ser muito fácil e muito natural.
Compara Cristo o pregar e o semear, porque o semear é uma arte que tem mais de natureza que de arte.” (Padre
Antônio Vieira)

01. O objetivo do autor é:


a) destacar que a naturalidade – propriedade da natureza – pode tornar mais claro o estilo das pregações religiosas.
b) salientar que o estilo usado na igreja, naquela época, não era afetado nem dificultoso.
c) argumentar que a lição de Cristo é desnecessária para os objetivos de pregação religiosa.
d) lamentar o fato de os sermões serem dirigidos dos púlpitos, excluindo da audiência as pessoas que ficavam fora da
igreja.
e) mostrar que, segundo o exemplo de Cristo, pregar e semear afetam o estilo, porque são práticas inconciliáveis.

À INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO Como o gosto da pena assim se fia?


Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura, Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Em tristes sombras morre a formosura, Na formosura não se dê constância,
Em contínuas tristezas a alegria. E na alegria sinta-se tristeza.

Porém se acaba o Sol, por que nascia? Começa o mundo enfim pela ignorância,
Se formosa a Luz é, por que não dura? E tem qualquer dos bens por natureza
Como a beleza assim se transfigura? A firmeza somente na inconstância
. (Gregório de Matos Guerra)
02. Sobre o tema central do soneto acima é correto dizer:
a) o eu-lírico aborda a superficialidade sobre as aparências.
b) há uma visão dicotômica entre a grandeza divina e a pequenez do homem.
c) há a preocupação com a efemeridade da vida.
d) o eu-lírico expõe sobre o sofrimento amoroso em função do sentimento de culpa.
e) o eu lírico expõe a dualidade dos sentimentos do homem barroco.

Olha, Marília, as flautas dos pastores As vagas borboletas de mil cores.


Olha, Marília, as flautas dos pastores
Que bem que soam, como estão cadentes! Naquele arbusto o rouxinol suspira,
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes Ora nas folhas a abelhinha para,
Os Zéfiros brincar por entre as flores? Ora nos ares sussurrando gira.

Vê como ali beijando-se os Amores Que alegre campo! Que manhã tão clara!
Incitam nossos ósculos ardentes! Mas ah! Tudo o que vês, se eu não te vira,
Ei-las de planta em planta as inocentes, Mais tristeza que a noite me causara.
Disponível em: <http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/porugues/literatura>. Acesso em 18 mar. 2014
03. No Arcadismo, os sentimentos do eu lírico na poesia estão relacionados à
a) ausência da sua amada, que é compensada pela chegada da clara manhã.
b) beleza do campo, que alivia a possível ausência de Marília, sua inspiradora.
c) constatação da beleza natural, que está condicionada à presença da amada.
d) presença dos zéfiros, que prenuncia a noite, causa da ausência de Marília.
e) afeição pela pastora, que tem menor importância diante da paisagem do Tejo.

Torno a ver-vos, ó montes; o destino


Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino.

No século XVIII, emergiu nas Minas Gerais uma pequena elite, culta e letrada, que se ocupava de tarefas
burocráticas e administrativas e se dedicava às artes e à literatura.
Atraída pelo ideal iluminista, essa elite foi protagonista de um surto literário inédito no Brasil, produzindo obras
de natureza poética. Os poetas líricos Tomás Antonio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa exaltavam a vida bucólica e
os amores tranquilos, seguindo a tradição dos modelos clássicos, em um movimento literário que ficou conhecido como
Arcadismo. Formados em Coimbra, Portugal, ambos ocupavam cargos públicos nas Minas Gerais e, em 1789,
protagonizaram uma das primeiras conspirações separatistas na colônia: a Conjuração Mineira.
(NAPOLITANO, Marcos; VILLAÇA, Mariana. História para o ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 293)

04. Deve-se associar ao Arcadismo, no Brasil, não apenas a paisagem bucólica e idealizada nos versos dos
poetas, mas também
a) o amadurecimento do sentimento nacionalista e dos ideais abolicionistas.
b) a propagação de ideais políticos progressistas, como os que abraçaram os inconfidentes.
c) a descrição dos novos espaços urbanos, dentro dos quais se louvava a vida da burguesia.
d) a monumentalidade das paisagens tropicais, contraposta aos acanhados redutos da velha Arcádia.
e) a natureza indômita do país, tomada como símbolo de resistência aos valores europeus.

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia.


Depois da luz, se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a noite escura,
Em contínuas tristezas, a alegria.

05. A estrofe transcrita exemplifica


a) gênero dramático - metáforas.
b) gênero lírico - antíteses.
c) gênero narrativo - gradação.
d) gênero lírico - onomatopeia.
e) gênero dramático - metáforas.

06. Assinale a alternativa incorreta:


O Barroco surgiu como reação aos ideais da Idade Média e à valorização demasiada da Antiguidade clássica,
apresentando:
a) a fusão do teocentrismo com o antropocentrismo.
b) predomínio do equilíbrio em todas as formas artísticas.
c) estilo rebuscado como manifestação de angústia.
d) predomínio de forma, cor e riqueza, em detrimento do conteúdo.
e) a fusão do pecado com o perdão.

"Tu não verás, Marília, cem cativos


tirarem os cascalho e a rica terra.
ou dos cercos dos rios caudalosos,
ou da minada serra.
Não será separar ao hábil negro
do pesado esmeril a grossa areia,
e já brilharem os grãos de oiro no fundo da bateia"
07. No trecho de Marília de Dirceu, expressões como "cem cativos", "rios caudalosos" e "grandes de oiro"
remetem para
a) a profissão de minerador exercida por Dirceu.
b) uma atividade econômica exercida na época.
c) o desagrado de Dirceu em relação à atividade do pai.
d) preocupações de Dirceu relativas à poluição dos rios.
e) a prosperidade em, que vivia o povo brasileiro.

Em tristes sombras morre a formosura,


em contínuas tristezas a alegria

08. Nos versos citados acima, Gregório de Matos empregou uma figura de linguagem que consiste em
aproximar termos de significados opostos, como “tristezas” e “alegria”. O nome desta figura de linguagem é:
a) metáfora
b) aliteração
c) eufemismo
d) antítese
e) sinédoque

Quando Deus redimiu da tirania


Da mão do Faraó endurecido
O Povo Hebreu amado, e esclarecido,
Páscoa ficou da redenção do dia.

Páscoa de flores, dia de alegria


Àquele povo foi tão afligido
O dia, em que por Deus foi redimido;
Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia.

Pois mandado pela alta Majestade


Nos remiu de tão triste cativeiro,
Nos livrou de tão vil calamidade.

Quem pode ser senão um verdadeiro


Deus, que veio estirpar desta cidade
O Faraó do povo brasileiro.
DAMASCENO, D. (Org.). Melhores poemas: Gregório de Matos. São Paulo: Globo, 2006.

09. Com uma elaboração de linguagem e uma visão de mundo que apresentam princípios barrocos, o soneto
de Gregório de Matos apresenta temática expressa por
a) visão cética sobre as relações sociais.
b) preocupação com a identidade brasileira.
c) crítica velada à forma de governo vigente.
d) reflexão sobre os dogmas do cristianismo.
e) questionamento das práticas pagãs na Bahia.

Não há trabalho, nem gênero de vida no mundo mais parecido à cruz e à paixão de Cristo, que o vosso em um destes
engenhos [...]. A paixão de Cristo parte foi de noite sem dormir, parte foi de dia sem descansar, e tais são as vossas
noites e os vossos dias. Cristo despido, e vós despidos; Cristo sem comer, e vós famintos; Cristo em tudo maltratado, e
vós maltratados em tudo. Os ferros, as prisões, os açoites, as chagas, os nomes afrontosos, de tudo isto se compõe a
vossa imitação, que, se for acompanhada de paciência, também terá merecimento e martírio [...]. De todos os mistérios
da vida, morte e ressurreição de Cristo, os que pertencem por condição aos pretos, e como por herança, são os mais
dolorosos.
P. Antônio Vieira, Sermão décimo quarto. In: I. Inácio & T. Lucca (orgs.). Documentos do Brasil colonial. São
Paulo: Ática, 1993, p. 73-75.

10. A partir da leitura do texto acima, escrito pelo padre jesuíta Antônio Vieira em 1633, pode-se afirmar,
corretamente, que, nas terras portuguesas da América
a) a Igreja Católica defendia os escravos dos excessos cometidos pelos seus senhores e os incitava a se revoltar.
b) as formas de escravidão nos engenhos eram mais brandas do que em outros setores econômicos, pois ali vigorava
uma ética religiosa inspirada na Bíblia.
c) a Igreja Católica apoiava, com a maioria de seus membros, a escravidão dos africanos, tratando, portanto, de
justificá-la com base na Bíblia.
d) clérigos, como P. Vieira, se mostravam indecisos quanto às atitudes que deveriam tomar em relação à escravidão
negra, pois a própria igreja se mantinha neutra na questão.
e) havia formas de discriminação religiosa que se sobrepunham às formas de discriminação religiosa que se
sobrepunham às formas de discriminação racial, sendo estas, assim, pouco significativas.

BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989. (Foto:
Reprodução/Enem)

11. Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e nas feições, a escultura barroca no Brasil
tem forte influência do rococó europeu e está representada aqui por um dos profetas do pátio do Santuário do
Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em pedra-sabão por Aleijadinho. Profundamente
religiosa, sua obra revela
a) liberdade, representando a vida de mineiros à procura da salvação.
b) credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de Minas Gerais
c) simplicidade, demonstrando compromisso com a contemplação do divino.
d) personalidade, modelando uma imagem sacra com feições populares.
e) singularidade, esculpindo personalidades do reinado nas obras divinas.

Se das flores a bela contextura


Esmalta o campo na melhor fragrância,
Para dar uma idéia da ventura;
Como, ó Céus, para os ver terei constância,
Se cada flor me lembra a formosura
Da bela causadora de minha ânsia?
(Cláudio Manuel da Costa)

12. Nos versos anteriores, componentes de um soneto, o eu lírico


a) associa imagens provenientes de sensações distintas para cantar a beleza da Natureza, tema principal dos tercetos.
b) faz uso de uma estrutura lógica cuja conclusão nega a proposição inicial acerca da Natureza, manifesta no primeiro
terceto.
c) levanta uma hipótese acerca do espaço que o cerca para exaltar as qualidades superiores da Natureza em relação a
qualquer outro ser.
d) confessa sua incapacidade de ser fiel a qualquer amor possível, dada a exuberância com que a Natureza concede
formosura às mais variadas mulheres.
e) confessa desgosto por não usufruir em plenitude a harmonia da Natureza, cuja imagem ele associa à da amada
distante.

13. Considere as afirmações abaixo

I - A obra de Gregório de Matos centrava-se em dois polos temáticos, a religião e a vida amorosa, que se concretizam,
na sua poesia, no conflito entre o pecado e o prazer.
II - Para concretizar esses conflitos, Gregório de Matos fez uso frequente de figuras retóricas como antíteses e
paradoxos.
III - A crítica social que se pode encontrar nos poemas de Gregório de Matos dirige-se principalmente aos homens
públicos da Bahia ao século XVII.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II.
e) I, II e III.

Por isto são maus ouvintes os de entendimentos agudos. Mas os de vontades endurecidas ainda são
piores, porque um entendimento agudo pode-se ferir pelos mesmos fios e vencer-se uma agudeza com
outra maior; mas contra vontades endurecidas nenhuma coisa aproveita a agudeza, antes dana mais,
porque quando as setas são mais agudas, tanto mais facilmente se despontam na pedra. Oh! Deus nos livre
de vontades endurecidas, que ainda são piores que as pedras. (Sermão da Sexagésima, de Pe. Antônio
Vieira.)

14. Pelo trecho reproduzido, pode-se concluir que o Sermão da Sexagésima trata da
a) problemática da pregação religiosa, considerando as figuras dos pregadores e dos fiéis.
b) necessidade do engajamento dos fiéis nas batalhas contra os holandeses.
c) perseguição sofrida pelo pregador em função do apoio que emprestava a índios e negros.
d) exortação que o pregador fazia em favor de seu projeto de criar a Campanha das Índias Ocidentais.
e) condenação aos governantes locais que desobedeciam aos princípios do mercantilismo seiscentista.

... os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam
os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com
manha, já com força, roubam e despojam os povos. — Os outros ladrões roubam um homem: estes roubam
cidades e reinos; os outros furtam debaixo do seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam,
são enforcados: estes furtam e enforcam.

15. Sobre esse fragmento do Sermão do bom ladrão, de Padre Antônio Vieira, pode-se reconhecer
a) a presença do cultismo, tendo em vista a sofisticação e extravagância dos termos utilizados.
b) a ausência de cuidado com a linguagem, com a utilização de repetições indevidas que apenas tornam
cansativo o texto.
c) o conceptismo que, por meio do predomínio da lógica das ideias, é praticado como recurso à crítica
contra as injustiças.
d) o uso fantasioso de antíteses e paradoxos que, tornando complexo o pensamento, filiam-se ao estilo de
gôngora.
e) a subjetividade que marca o estilo barroco do autor, preocupado em defender os poderosos.

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