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Escola Estadual "Ademar de Melo" Visto do Supervisor


Avaliação de Língua Portuguesa - 3º bimestre
Aluno(a):
  Nº: Turma: 3º
Professor: Nelson G. Dihlmann Data: ___/____/ 2019 Valor: 8 Prova A
Assinatura dos pais ou responsáveis: Nota: Pontos:

GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

QUESTÕES SUBJETIVAS (ABERTAS)


QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS OBRAS DE CLARICE LISPECTOR?
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EXPLIQUE QUAIS AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE UM TEXTO DISSERTATIVO-


ARGUMENTATIVO.
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QUESTÕES OBJETIVAS ( DE MARCAR/ FECHADAS)


1) (ENEM-2001) Oxímoro (ou paradoxo) é uma construção textual que agrupa significados que se
excluem mutuamente. Para Garfield, a frase de saudação de Jon (tirinha abaixo) expressa o maior
de todos os oxímoros.

Folha de S. Paulo. 31 de julho de 2000.


Nas alternativas abaixo, estão transcritos versos retirados do poema “O operário em construção”.
Pode-se afirmar que ocorre um oxímoro em:
a) “Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.”
b) “… a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.”
c) “Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.”
d) “… o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.”
e) “Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.”

2)

Nessa tirinha, Calvin faz uso de uma linguagem coloquial, empregando os pronomes em desacordo
com a prescrição da norma gramatical. Essa construção sintática é considerada inadequada ao
padrão culto da língua, porque os pronomes
a) oblíquos não devem ser usados na função de sujeito.
b) possessivos não podem ser pospostos a verbos.
c) relativos não devem ser usados na função de sujeito.
d) retos não podem exercer função sintática de complemento.
e) indefinidos não podem exercer função sintática de objeto direto.

3) ENEM 2013 QUESTÃO 131

CURY, C. Disponível em: http://tirasnacionais.blogspot.com. Acesso em: 13 nov. 2011. (Foto:


Reprodução)
A tirinha denota a postura assumida por seu produtor frente ao uso social da tecnologia para fins
de interação e de informação. Tal posicionamento é expresso, de forma argumentativa, por meio de
uma atitude
A) crítica, expressa pelas ironias.
B) resignada, expressa pelas enumerações.
C) indignada, expressa pelos discursos diretos.
D) agressiva, expressa pela contra-argumentação.
E) alienada, expressa pela negação da realidade.

4) (Enem)
Do pedacinho de papel ao livro impresso vai uma longa distância. Mas o que o escritor quer,
mesmo, é isso: ver o seu texto em letra de forma. A gaveta é ótima para aplacar a fúria criativa; ela faz
amadurecer o texto da mesma forma que a adega faz amadurecer o vinho. Em certos casos, a cesta de
papel é melhor ainda.
O período de maturação na gaveta é necessário, mas não deve se prolongar muito. ‘Textos
guardados acabam cheirando mal’, disse Silvia Plath, (…) que, com esta frase, deu testemunho das
dúvidas que atormentam o escritor: publicar ou não publicar? guardar ou jogar fora?
(Moacyr Scliar. “O escritor e seus desafios”.)
Nesse texto, o escritor Moacyr Scliar usa imagens para refletir sobre uma etapa da criação
literária. A ideia de que o processo de maturação do texto nem sempre é o que garante bons
resultados está sugerida na seguinte frase:
a) “A gaveta é ótima para aplacar a fúria criativa.”
b) “Em certos casos, a cesta de papel é melhor ainda.”
c) “O período de maturação na gaveta é necessário, (…).”
d) “Mas o que o escritor quer, mesmo, é isso: ver o seu texto em letra de forma.”
e) “ela (a gaveta) faz amadurecer o texto da mesma forma que a adega faz amadurecer o vinho.”

5) Leia com atenção o poema a seguir e marque a opção correta.


À INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,


Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Porém se acaba o Sol, por que nascia?


Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,


Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,


E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
(Gregório de Matos Guerra)
Sobre o tema central do soneto acima é correto dizer:
a) o eu-lírico aborda a superficialidade sobre as aparências.
b) há uma visão dicotômica entre a grandeza divina e a pequenez do homem.
c) há a preocupação com a efemeridade da vida.
d) o eu-lírico expõe sobre o sofrimento amoroso em função do sentimento de culpa.
e) o eu lírico expõe a dualidade dos sentimentos do homem barroco.

6) (Ufscar)
Soneto de fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento


Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento


E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure


Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):


Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
(Vinicius de Moraes)
Nos dois primeiros quartetos do soneto de Vinicius de Moraes, delineia-se a ideia de que o poeta
a) não acredita no amor como entrega total entre duas pessoas.
b) acredita que, mesmo amando muito uma pessoa, é possível apaixonar-se por outra e trocar de amor.
c) entende que somente a morte é capaz de findar com o amor de duas pessoas.
d) concebe o amor como um sentimento intenso a ser compartilhado, tanto na alegria quanto na tristeza.
e) vê, na angústia causada pela ideia da morte, o impedimento para as pessoas se entregarem ao amor.

7) Leia e responda:

Soneto de devoção

Essa mulher que se arremessa, fria


E lúbrica em meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.

Essa mulher, flor de melancolia


Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.

Essa mulher que a cada amor proclama


A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.

Essa mulher é um mundo! - uma cadela


Talvez... - mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!
(Vinicius de Moraes)
Sobre o poema de Vinicius de Moraes é correto afirmar:
a) Predominância de elementos místicos e religiosos, características da primeira fase da poesia de
Vinicius de Moraes.
b) Presença do erotismo, recriado a partir de uma forma clássica e de uma linguagem crua e direta.
c) Emprego de uma linguagem direta e quase didática para manifestar solidariedade às classes oprimidas
e também à mulher.
d) Apresenta elementos que revelam grande preocupação com a condição humana e o desejo de superar,
através da transcendência mística, as sensações de culpa do pecado do amor carnal.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.

8) UFPR – 2008
“(...) As palavras me antecedem e ultrapassam, elas me tentam e me modificam, e se não tomo cuidado
será tarde demais: as coisas serão ditas sem eu as ter dito. Ou, pelo menos, não era apenas isso. Meu
enleio vem de que um tapete é feito de tantos fios que posso me resignar a seguir um fio só; meu
enredamento vem de que uma história é feita de muitas histórias. (...)”
(de “Os desastres de Sofia”)
(...) Na verdade era uma vida de sonho. Às vezes, quando falavam de alguém excêntrico, diziam com a
benevolência que uma classe tem por outra: “Ah, esse leva uma vida de poeta”. Pode-se talvez dizer,
aproveitando as poucas palavras que se conheceram do casal, pode-se dizer que ambos levavam, menos a
extravagância, uma vida de mau poeta: vida de sonho. Não, não era verdade. Não era uma vida de sonho,
pois este jamais os orientara. Mas de irrealidade. (...)”
(de “Os obedientes”)
Com base nos fragmentos acima transcritos, extraídos de contos do livro Felicidade clandestina, de
Clarice Lispector, considere as seguintes afirmativas:
I. Narrar ou deixar de narrar, avaliar de diferentes maneiras um mesmo fato narrado são hesitações
frequentes dos narradores de Clarice Lispector. Como nos fragmentos acima, também em outros contos
prioriza-se a abordagem da vida interior, própria ou alheia, revelando sutis alternâncias de percepção da
realidade.
II. O aspecto metalinguístico está presente no primeiro fragmento.
III. Na ficção de Clarice Lispector, as diferenças entre a percepção masculina e a feminina não são
tematizadas, pois o ser humano está sempre condenado a viver num mundo incompreensível.
IV. Na ficção de Clarice Lispector, apenas as personagens adultas têm consciência de seus processos
interiores. As crianças e adolescentes sofrem o impacto de novas descobertas, mas sua inocência os afasta
de qualquer comportamento perverso e os protege dos riscos de viver mais intensamente.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 3, 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.

9) Leia o texto e responda:


Tudo o que aqui escrevo é forjado no meu silêncio e na penumbra. Vejo pouco, ouço quase nada.
Mergulho enfim em mim até o nascedouro do espírito que me habita. Minha nascente é obscura. Estou
escrevendo porque não sei o que fazer de mim. Quer dizer: não sei o que fazer com meu espírito. O corpo
informa muito. Mas eu desconheço as leis do espírito: ele vagueia. Meu pensamento, com a enunciação
das palavras mentalmente brotando, sem depois eu falar ou escrever – esse meu pensamento de palavras é
precedido por uma instantânea visão sem palavras, do pensamento – palavra que se seguirá, quase
imediatamente – diferença espacial de menos de um milímetro. Antes de pensar, pois, eu já pensei.
(Clarice Lispector. Um sopro de vida.)
Assinale a opção que corresponde, no trecho, ao pensamento de Clarice Lispector sobre a criação
literária.
a) A obra em si mesma é tudo: se te agradar, fino leitor, pago-me da tarefa; se te não agradar, pago-te com
um piparote e adeus.
b) Não colhas no chão o poema que se perdeu.
c) Vozes da infância, contai a história da vida boa que nunca veio.
d) Pensar é a concretização, materialização do que se pré-pensou.
e) O poeta é um fingidor. Finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente.

10) (ENEM/2015)
Famigerado

“Com arranco, [o sertanejo] calou-se. Como arrependido de ter começado assim, de evidente.
Contra que aí estava com o fígado em más margens; pensava, pensava. Cabismeditado. Do que, se
resolveu. Levantou as feições. Se é que se riu: aquela crueldade de dentes. Encarar, não me encarava, só
se fito à meia esguelha. Latejava-lhe um orgulho indeciso. Redigiu seu monologar.
O que frouxo falava: de outras, diversas pessoas e coisas, da Serra, do São Ão, travados assuntos,
insequentes, como dificultação. A conversa era para teias de aranha. Eu tinha de entender-lhe as mínimas
entonações, seguir seus propósitos e silêncios. Assim no fechar-se com o jogo, sonso, no me iludir, ele
enigmava. E, pá:
— Vosmecê agora me faça a boa obra de querer me ensinar o que é mesmo que é:
fasmisgerado… faz-me-gerado… falmisgeraldo… familhas-gerado…?”
ROSA, J. G. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988
A linguagem peculiar é um dos aspectos que conferem a Guimarães Rosa um lugar de
destaque na literatura brasileira. No fragmento lido, a tensão entre a personagem e o narrador se
estabelece porque
A) o narrador se cala, pensa e monologa, tentando assim evitar a perigosa pergunta de seu interlocutor.
B) o sertanejo emprega um discurso cifrado, com enigmas, como se vê em “a conversa era para teias de
aranhas".
C) entre os dois homens cria-se uma comunicação impossível, decorrente de suas diferenças
socioculturais.
D) a fala do sertanejo é interrompida pelo gesto de impaciência do narrador, decidido a mudar o assunto
da conversa.
E) a palavra desconhecida adquire o poder de gerar conflito e separar as personagens em planos
incomunicáveis.
BOA SORTE!!!

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