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GABARITO
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2)
Nessa tirinha, Calvin faz uso de uma linguagem coloquial, empregando os pronomes em desacordo
com a prescrição da norma gramatical. Essa construção sintática é considerada inadequada ao
padrão culto da língua, porque os pronomes
a) oblíquos não devem ser usados na função de sujeito.
b) possessivos não podem ser pospostos a verbos.
c) relativos não devem ser usados na função de sujeito.
d) retos não podem exercer função sintática de complemento.
e) indefinidos não podem exercer função sintática de objeto direto.
4) (Enem)
Do pedacinho de papel ao livro impresso vai uma longa distância. Mas o que o escritor quer,
mesmo, é isso: ver o seu texto em letra de forma. A gaveta é ótima para aplacar a fúria criativa; ela faz
amadurecer o texto da mesma forma que a adega faz amadurecer o vinho. Em certos casos, a cesta de
papel é melhor ainda.
O período de maturação na gaveta é necessário, mas não deve se prolongar muito. ‘Textos
guardados acabam cheirando mal’, disse Silvia Plath, (…) que, com esta frase, deu testemunho das
dúvidas que atormentam o escritor: publicar ou não publicar? guardar ou jogar fora?
(Moacyr Scliar. “O escritor e seus desafios”.)
Nesse texto, o escritor Moacyr Scliar usa imagens para refletir sobre uma etapa da criação
literária. A ideia de que o processo de maturação do texto nem sempre é o que garante bons
resultados está sugerida na seguinte frase:
a) “A gaveta é ótima para aplacar a fúria criativa.”
b) “Em certos casos, a cesta de papel é melhor ainda.”
c) “O período de maturação na gaveta é necessário, (…).”
d) “Mas o que o escritor quer, mesmo, é isso: ver o seu texto em letra de forma.”
e) “ela (a gaveta) faz amadurecer o texto da mesma forma que a adega faz amadurecer o vinho.”
6) (Ufscar)
Soneto de fidelidade
7) Leia e responda:
Soneto de devoção
8) UFPR – 2008
“(...) As palavras me antecedem e ultrapassam, elas me tentam e me modificam, e se não tomo cuidado
será tarde demais: as coisas serão ditas sem eu as ter dito. Ou, pelo menos, não era apenas isso. Meu
enleio vem de que um tapete é feito de tantos fios que posso me resignar a seguir um fio só; meu
enredamento vem de que uma história é feita de muitas histórias. (...)”
(de “Os desastres de Sofia”)
(...) Na verdade era uma vida de sonho. Às vezes, quando falavam de alguém excêntrico, diziam com a
benevolência que uma classe tem por outra: “Ah, esse leva uma vida de poeta”. Pode-se talvez dizer,
aproveitando as poucas palavras que se conheceram do casal, pode-se dizer que ambos levavam, menos a
extravagância, uma vida de mau poeta: vida de sonho. Não, não era verdade. Não era uma vida de sonho,
pois este jamais os orientara. Mas de irrealidade. (...)”
(de “Os obedientes”)
Com base nos fragmentos acima transcritos, extraídos de contos do livro Felicidade clandestina, de
Clarice Lispector, considere as seguintes afirmativas:
I. Narrar ou deixar de narrar, avaliar de diferentes maneiras um mesmo fato narrado são hesitações
frequentes dos narradores de Clarice Lispector. Como nos fragmentos acima, também em outros contos
prioriza-se a abordagem da vida interior, própria ou alheia, revelando sutis alternâncias de percepção da
realidade.
II. O aspecto metalinguístico está presente no primeiro fragmento.
III. Na ficção de Clarice Lispector, as diferenças entre a percepção masculina e a feminina não são
tematizadas, pois o ser humano está sempre condenado a viver num mundo incompreensível.
IV. Na ficção de Clarice Lispector, apenas as personagens adultas têm consciência de seus processos
interiores. As crianças e adolescentes sofrem o impacto de novas descobertas, mas sua inocência os afasta
de qualquer comportamento perverso e os protege dos riscos de viver mais intensamente.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 3, 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
10) (ENEM/2015)
Famigerado
“Com arranco, [o sertanejo] calou-se. Como arrependido de ter começado assim, de evidente.
Contra que aí estava com o fígado em más margens; pensava, pensava. Cabismeditado. Do que, se
resolveu. Levantou as feições. Se é que se riu: aquela crueldade de dentes. Encarar, não me encarava, só
se fito à meia esguelha. Latejava-lhe um orgulho indeciso. Redigiu seu monologar.
O que frouxo falava: de outras, diversas pessoas e coisas, da Serra, do São Ão, travados assuntos,
insequentes, como dificultação. A conversa era para teias de aranha. Eu tinha de entender-lhe as mínimas
entonações, seguir seus propósitos e silêncios. Assim no fechar-se com o jogo, sonso, no me iludir, ele
enigmava. E, pá:
— Vosmecê agora me faça a boa obra de querer me ensinar o que é mesmo que é:
fasmisgerado… faz-me-gerado… falmisgeraldo… familhas-gerado…?”
ROSA, J. G. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988
A linguagem peculiar é um dos aspectos que conferem a Guimarães Rosa um lugar de
destaque na literatura brasileira. No fragmento lido, a tensão entre a personagem e o narrador se
estabelece porque
A) o narrador se cala, pensa e monologa, tentando assim evitar a perigosa pergunta de seu interlocutor.
B) o sertanejo emprega um discurso cifrado, com enigmas, como se vê em “a conversa era para teias de
aranhas".
C) entre os dois homens cria-se uma comunicação impossível, decorrente de suas diferenças
socioculturais.
D) a fala do sertanejo é interrompida pelo gesto de impaciência do narrador, decidido a mudar o assunto
da conversa.
E) a palavra desconhecida adquire o poder de gerar conflito e separar as personagens em planos
incomunicáveis.
BOA SORTE!!!