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COLÉGIO SÃO FRANCISCO – COC

Bilingual School
Trabalho de Recuperação – LITERATURA
Ensino Médio FG
Professor: Kele Lima Data de Entrega: / /2023 – 1º Bimestre
Estudante: ________________________________________________________
Turma: 1ª série ( ) GZ ( ) GY do Ensino Médio Valor: 6,0 pontos Nota: ______

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

A história do cavaleiro enluarado com a donzela das terras de bem amar.

Donzela:
Cavaleiro Enluarado,
De onde vens que não se chega?
De que terras traz, partida,
Coração sujo de estrada?
Vem clareia nos meus braços
Que quero sonhar contigo.
Me dizes qual o teu nome
E serei de ti amada.

Cavaleiro:
Donzela, sou a lua nova
No sertão a clarear.
Sou pó, poeira, estrada.
Sou nuvem de ver passar.
Sou fogo de terra ardendo,
sereno cor de cantar.
Quando ando sou Tirana.
Quando amo sou luar.

Donzela:
E que queres, cavaleiro,
Em terras de Bem Amar?

Cavaleiro:
Ando atrás de ti, donzela,
A mando do meu sonhar.

Donzela:
Anda. Conta-me as caídas
Que encontrou no caminhar.

Cavaleiro:
São bem poucas pra quem ama.
Não merece nem contar.

Donzela:
Meu reino é bem guardado

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Por caminhos de adivinhar.
Quero só, de ti, saber:
Como conseguiste entrar?

Cavaleiro:
Foi o vento do querer
Que me deu a montaria
E que me trouxe a teu morar.

Donzela:
Então venceste o meu encanto
E, de ti, serei amada.
Pois amor pra ser verdade
Tem que ter muito lutar.

Cavaleiro:
Que seja como a madrugada,
Que pra cada cavaleiro
Dá uma estrela de guiar.

PITTA, Carlos. A história do cavaleiro enluarado com a donzela das terras de bem amar.

1- Após a leitura, responda às questões.

a) Que personagens dialogam no texto? Como é possível caracterizá-los?

b) Que elementos presentes no texto remetem ao universo medieval?

2 – Ainda sobre o poema, a noção de sonho está presente tanto na fala da donzela como na fala do
cavaleiro. De que modo ela interfere na composição da atmosfera do texto? Explique.

3. Leia com atenção as cantigas a seguir e depois responda às questões propostas.

Texto 1

Original
Quant'a, senhor, que m'eu de vos parti
2
atan muyt'a que nunca vi prazer,
nen pesar, e quero-vos eu dizer
como prazer, nen pesar non er vi:
perdi o sen e non poss'estremar
o ben do mal, nen prazer do pesar.

Tradução
Senhora, desde o dia em que parti
não tive um só momento de prazer
ou de pesar e quero-vos dizer
por que em tal estado então me vi:
louco de amor, não sei diferençar
o bem do mal, o prazer do pesar.

D. DINIS. In: BERARDINELLI. Cleonice. Cantigas de trovadores medievais em português moderno. Rio de
Janeiro: Organização Simões, 1953. p. 97. Fragmento.

Texto 2

Ondas do mar de Vigo,


se vistes meu amigo?
E ai Deus, se verrá cedo!

Ondas do mar levado,


se vistes meu amado?
E ai Deus, se verrá cedo!
Se vistes meu amigo,
o por que eu sospiro?
E ai Deus, se verrá cedo!

Se vistes meu amado,


por que ei gran coidado?
E ai Deus, se verrá cedo!

CODAX. Martim. In: Antologia da poesia portuguesa (séc. XII-séc. XX). Porto: Lello & Irmãos Editores.
1977, p. 155.

E ai Deus, se verrá cedo! = Queira Deus que ele venha cedo

a) Como pode ser classificada a cantiga apresentada no fragmento 1? Explique sua resposta.

b) O texto 2 é uma cantiga de que tipo? Em que você se baseou para classificá-la?

4 - Após observar a imagem abaixo, associe-a ao conceito de arte, que engloba um fazer, um
conhecimento e um exprimir. A partir daí, defina a criação artística do período em questão.

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Metáfora
Uma lata existe para conter algo
Mas quando o poeta diz: "Lata"
Pode estar querendo dizer o incontível
Uma meta existe para ser um alvo
Mas quando o poeta diz: "Meta"
Pode estar querendo dizer o inatingível
Por isso, não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata
Na lata do poeta tudo nada cabe
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabível
Deixe a meta do poeta, não discuta
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora
Gilberto Gil
Composição: Gilberto Gil – 1982

5 -Levando-se em consideração os sentidos expressos pela linguagem, comente acerca do discurso


presente na criação de Gilberto Gil.

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6. Leia o texto abaixo e identifique o gênero literário ao qual pertence.

Língua portuguesa
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura.


Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma


De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

em que da voz materna ouvi: "meu filho!",


E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
Olavo Bilac

7 – Sobre o texto anterior, comente a metalinguagem presente nele por meio de exemplos.

8 - O gênero narrativo, na maioria das vezes, é expresso pela:


a) Poesia.
b) Show.
c) Jornal.
d) Romance.
e) Ode.

9 - O soneto é uma das formas mais tradicionais e, na maioria das vezes, tem conteúdo:
a) lírico.
b) cronístico.
c) épico.
d) dramático.
e) satírico.

10 - Assinale a afirmativa correta:


a) Aristóteles afirma que os textos épicos apresentam uma narrativa e sempre terão um narrador-
personagem.
b) A tragédia é um gênero literário.
c) O gênero lírico é um texto de caráter emocional, porém, as emoções expressas nesse gênero não
representam a
subjetividade do autor; é apenas ficção.
d) O gênero dramático apresenta esta estrutura: apresentação e desfecho.
e) Os elementos essenciais de uma narrativa são: narrador, enredo, personagens, tempo e espaço.

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