Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Essas palavras, proferidas com uma franqueza por tantos motivos autorizada, calaram no ânimo do bacharel.
Intimamente ele estimava que o velho amigo de seu pai o dissuadisse de requestar a moça, não pelas
consequências morais do casamento, mas pela obrigação, que este lhe impunha, de satisfazer uma dívida de
vinte contos de réis, quando, apesar de todos os seus esforços, não conseguira até então pôr de parte nem o
terço daquela quantia.
1)O texto, publicado no fim do século XIX, traz à tona representações sociais da sociedade brasileira da época.
Em consonância com a estética realista, traços da visão crítica do narrador manifestam-se na
b) Idealização do herói; amor visto como redenção; oposição aos valores sociais.
e) Espírito de aventura; narrativa lenta; impasse amoroso solucionado pelo final feliz.
b) A apresentação do homem como um ser dominado pelos instintos, taras, pela carga hereditária, em
detrimento da razão.
c) A preocupação em retratar a realidade como ela é, sem transformá-la. O autor, ao relatar, deverá estar
baseado na documentação e observação da realidade.
d) amor é visto unicamente sob o aspecto da sexualidade e apresentado como uma mera satisfação de
instintos animais.
e) Aspectos descritivos e minuciosos, sempre que possível, baseados na observação da realidade e do
subjetivismo e sentimentalismo do autor.
Casinha branca
(Roberta Campos)
4)Na canção “Casinha branca”, o eu lírico revela o desejo de fuga para uma realidade diferente da vivida no
presente. Considerando uma das temáticas do Arcadismo; o fugere urbam, explicite a relação que a canção
estabelece com esse tema.
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
Marília de Dirceu
PARTE I
Lira I
5)Obra essencial do arcadismo brasileiro, o extenso poema autobiográfico Marília de Dirceu foi composto pelo
poeta luso-brasileiro Tomás Antônio Gonzaga. Nos versos, nota-se a idealização da mulher, característica
presente na produção árcade. Comente de que forma ocorre essa poetização.
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
TEXTO I
Exagerado
(Cazuza)
Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado
Eu nunca mais vou respirar
Se você não me notar
Eu posso até morrer de fome
Se você não me amar
TEXTO II
(Álvares de Azevedo)
Analisando os textos anteriores, assinale a alternativa que corrobora com a afirmativa a seguir:
6)A ficção romântica é repleta de sentimentalismos, inquietações, amor como única possibilidade de
realização, personagens burgueses idealizados, culminando sempre com o habitual “… e foram felizes para
sempre”.
O texto I reforça a ideia de inquietação e culto a melancolia, característica própria da segunda geração do
Romantismo, assim como o texto II revela sentimentalismo exacerbado, condição da geração conhecida como
“mal do século”.
O texto II assemelha-se ao estilo Barroco, tendo em vista a dualidade e a hipérbole, já o texto I, reforça a
idealização exagerada, característica da terceira geração do Romantismo.
O texto II explicita a visão ultrarromântica do Barroco, já o texto I reforça características da segunda geração
do Romantismo.
O Navio Negreiro
a) Na primeira parte do poema, o eu-lírico canta as belezas do mar, fazendo uma descrição do movimento das
velas ao toque do vento, da fusão do céu e do mar, do brilho da lua e dos astros, da música criada pela brisa
b) Castro Alves pertence a geração romântica conhecida como Condoreira, que possuía como característica o
comprometimento social, a luta a favor dos escravos e a influência de um sentimento de liberdade
c) No poema, Castro Alves usa muitas figuras de linguagem para proporcionar diferentes interpretações ao
leitor e também trazer sonoridade ao texto
d) Castro Alves pertence a geração do Romantismo que valorizava o tema da morte, demonstrando uma visão
negativa do mundo e da sociedade, pessimista e com sentimento de inadequação à realidade.
O Jornal do Commércio deu um brado esta semana contra as casas que vendem drogas para curar a gente,
acusando-as de as vender para outros fins menos humanos. Citou os envenenamentos que tem havido na
cidade, mas esqueceu de dizer, ou não acentuou bem, que são produzidos por engano das pessoas que
manipulam os remédios. Um pouco mais de cuidado, um pouco menos de distração ou de ignorância, evitarão
males futuros. Mas todo ofício tem uma aprendizagem, e não há benefício humano que não custe mais ou
menos duras agonias. Cães, coelhos e outros animais são vítimas de estudos que lhes não aproveitam, e sim
aos homens; por que não serão alguns destes, vítimas do que há de aproveitar aos contemporâneos e
vindouros? Há um argumento que desfaz em parte todos esses ataques às boticas; é que o homem é em si
mesmo um laboratório. Que fundamento jurídico haverá para impedir que eu manipule e venda duas drogas
perigosas? Se elas matarem, o prejudicado que exija de mim a indenização que entender; se não matarem,
nem curarem, é um acidente e um bom acidente, porque a vida fica.
8) No gênero crônica, Machado de Assis legou inestimável contribuição para o conhecimento do contexto
social de seu tempo e seus hábitos culturais. O fragmento destacado comprova que o escritor avalia o(a)
No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de época: o
romantismo.
“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa
raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as
mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às
sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era
bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a
outro indivíduo, para os fins secretos da criação.”
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson, 1957.
9)A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está transcrita na alternativa:
[...] Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, [...]
[...] Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos [...]
O nascimento da crônica
Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se
isto, agitando as pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca.
Resvala-se do calor aos fenômenos atmosféricos, fazem-se algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras
sobre a febre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e La glace est rompue; está começada a crônica.
Mas, leitor amigo, esse meio é mais velho ainda do que as crônicas, que apenas datam de Esdras. Antes de
Esdras, antes de Moisés, antes de Abraão, Isaque e Jacó, antes mesmo de Noé, houve calor e crônicas. No
paraíso é provável, é certo que o calor era mediano, e não é prova do contrário o fato de Adão andar nu. Adão
andava nu por duas razões, uma capital e outra provincial. A primeira é que não havia alfaiates, não havia
sequer casimiras; a segunda é que, ainda havendo-os, Adão andava baldo ao naipe. Digo que esta razão é
provincial, porque as nossas províncias estão nas circunstâncias do primeiro homem.
(ASSIS, M. In: SANTOS, J .F. As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007)
10)Um dos traços fundamentais da vasta obra literária de Machado de Assis reside na preocupação com a
expressão e com a técnica de composição. Em O nascimento da crônica, Machado permite ao leitor entrever
um escritor ciente das características da crônica, como: