UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS – UNEAL

CURSO DE LICENCIATURA INTERCULTURAL INDÍGENA EM LETRAS

ADRIANA MARIA DOS SANTOS

ANALICE DA SILVA SANTOS
ELIZABETE GERCINA DA SILVA MARTINS
ITAMIRES OLIVEIRA DOS SANTOS
VÂNIA GOMES LIMA DE FREITAS

GÊNEROS TEXTUAIS:
POEMAS, TOADAS, LENDAS, RECEITAS, RELATO DE EXPERIÊNCIA,
BIOGRAFIA

Joaquim Gomes, AL
2023
 ADRIANA MARIA DOS SANTOS
ANALICE DA SILVA SANTOS
ELIZABETE GERCINA DA SILVA MARTINS
ITAMIRES OLIVEIRA DOS SANTOS
VÂNIA GOMES LIMA DE FREITAS

Trabalho de campo de pesquisa apresentado

ao Curso de Licenciatura Intercultural
Indígena em Letras-Português e suas
Literaturas, polo Wassu-Cocal, como
requisito parcial para aprovação no presente
trabalho na disciplina de Linguística II tendo
como tema: Gêneros Textuais. Sob
orientação da Prof.ª Ahiranie Sales dos
Santos Manzoni.

Joaquim Gomes, AL
2023

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POEMA
Poema é definido como um gênero textual e literário que tem como finalidade expressar
sentimentos, emoções e pensamentos de quem escreve. A estrutura básica de um poema
contém versos, estrofes, rimas e ritmo.
Tipologia: é um gênero textual relacionado com os gêneros literários. Narrativa/
Descritiva.

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TOADAS INDÍGENAS (CANÇÃO)

O gênero textual canção faz parte do escopo dos textos líricos, tal como a ode, o hino e
a poesia, entre outros. Os textos foram classificados, por meio da definição de
Aristóteles, como épico, ou narrativo; lírico e dramático.
Tipologia: Narrativa/ Descritiva

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LENDAS

As lendas são narrativas de origem popular, criadas e transmitidas

oralmente. São produções que nascem da imaginação coletiva de um grupo
de pessoas ou de um povo. Por meio destas histórias, expressam-se
fantasias, medos, dúvidas e incompreensões.
Tipologia: Em resumo, as lendas são narrativas fantasiosas sobre fatos
reais. Ou de um modo mais completo, podemos afirmar que as lendas têm
um caráter fantástico e misturam fatos reais e históricos com fatos irreais
que são meramente produtos da imaginação aventuresca humana.

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RECEITAS
Explica a realização como proceder para fazer algo detalhado passo a passo o que deve
fazer para obter o resultado esperado.
Sua Tipologia= Texto instrucional São textos pautados na explicação e no método para
concretização de uma ação.

Comida Típica da Aldeia

Jaca cozinhada com sardinha salgada
Ingredientes: Jaca verde, sal, colorau, temperos a gosto, e sardinha salgada.
Modo de Preparo: Desbaga a jaca e cozinha com os temperos e ao término reserva e
deixa esfriar, e depois se servir com sardinha assada na brasa.

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 Relato de Experiência do Sr. Ailton Gomes de Freitas
Tipologia: Relato de experiência nada mais é do que a descrição das experiências
vividas em determinada área de atuação, por determinado profissional.
Bom dia! Vou dar aqui uma entrevista sobre a minha vida, do tempo que eu nasci até
chegar aonde eu estou, primeiro meu nome é Ailton Gomes de Freitas nascido da Aldeia
Wassu Cocal a minha área se chama área Itabira, é aonde eu nasci e me criei, então me
criei sem pai, não tive oportunidade de estudar Isso era um bom caminho para mim mas
naquele tempo a minha mãe não tinha salário a gente vivia assim e procurando o meio
de sobreviver. E minha mãe pescava bastante eu comi muita banana verde com peixe
desse Rio, é o rio Camaragibe então a Itabira é o meu fundamento é um pedacinho da
nossa aldeia e assim eu fui levando, vou completar 70 anos de idade. Eu tive muita
dificuldade, eu fui forçado a trabalhar como escravidão e na época eu não podia
trabalhar no campo Botaram eu para carregar leite, eu andava 4 km de ida e volta dava 8
km e assim eu fui levando até chegar o tempo de eu poder trabalhar, quando eu pude
pegar uma enxada de 3 libras e meia fui para o campo cavar suco, muitos não sabe o
que é suco, mas o suco é um é um Rêgo que se cava na terra para se plantar a cana e aí
eu fui desenvolvendo nesse período a gente trabalhava e ganhava um salário Tudo bem
por dia mas só que na época não tinha dinheiro, a gente quando ia receber nós conseguia
receber 10% 15 por semana e esse dinheiro não dava para a gente ir numa cidade fazer
uma feira por outro lado, a gente ia para o barracão da usina que hoje é uma venda
muita gente não sabe nem o que é um barracão mas era a venda que a gente ia comprar
sardinha para sobreviver porque eles enganava a gente de toda maneira inclusivamente
quem trabalhava aqui Eles foram os escravos e ao passar do tempo eu corri da Usina, eu
fui morar com o meu sogro, Na época eu era solteiro Isso foi na época de 70 mais ou
menos nesse tempo houve uma crise com a gente todo mundo passou fome Paulinha ela
é uma menina nova mas ela conta um pouco dessa história, ninguém passou bem, nós
passamos muita fome, eu vivia chupando cana para sobreviver à noite, não dormia
Porque quem tem fome não dorme por um outro lado essa fome Ela traz uma grande
miséria a gente pode até procurar um caminho de roubar e de matar. Porque a fome
procura esse destino mas graças a Deus eu tenho uma mente muito boa, muito seguro eu
consegui vencer tudo, daqui da Itabira eu fui embora partir daqui em 74 foi para um
lugar chamado é São João esse pedacinho de chão ele é pegado com a fazenda imbiriba
que faz distrito com Matriz de Camaragibe lá eu vivi um pouco dos meus tempos e mim
casei, quando eu me casei lá aí eu parti também de lá fui embora para São Paulo.
Em São Paulo eu vivi um bocado de tempo, mais ou menos uns 8 anos desse tempo
apareceu mais uma família lá daqui eu levei dois lá arrumei mais dois trouxe para aqui
que é Vânia e Aline e graças a Deus voltei bem mas só que antes de eu ir o Ibis me
procurou para a gente abrir aqui a Itabira, como eu tinha comprado uma passagem para
São Paulo na época eu falei para o Ibis eu tenho vontade de ver São Paulo eu vou a São
Paulo quando eu vim aí a gente resolve isso aí pode ser que ele disse pode, vá mas volte
logo, tá certo nesse período eu passei 8 anos lá. Quando eu volto e chego aqui procuro
Ibis e ele não era mais vivo lá eu não sabia que estava morto, mas eu procuro assim que
Severino, eu para a gente decidir parada sobre aí Itabira. Minha vida foi desse jeito
graças a Deus com peleja com luta até chegar aonde eu estou e foi assim que eu me criei
e vivo muito bem dentro da Itabira um pedacinho da nossa aldeia eu adoro estar aqui e
agradeço muito a Deus por isso então Severino Cacique que me ajudou e todos que me
deram a oportunidade e assim eu levei minha vida até hoje graças a Deus.

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 Biografia da Srª Rosineide dos Santos Silva
Tipologia: A biografia apresenta predominância do tipo textual narrativo, pois é um
discurso que relata acontecimentos vividos pelo biografado. Entretanto, é possível que
outros tipos também se façam presentes, como o descritivo, explicativo e até o
argumentativo.
Eu sou Rosineide dos Santos Silva Sou professora, estou na gestão da escola de uma das
escolas daqui da Aldeia, sou filha natural de Piaçabuçu, nasci no dia 26/03/1961, tive
uma infância muito complicada meus pais faleceram muito cedo os dois deixou sete
filhos um homem e seis mulheres, a infância não foi fácil né eu e a maioria das minhas
irmãs foram, fomos todos para casa de parentas e mais nenhuma delas teve interesse
para estudar só eu. E mesmo estando nas casas das parentas trabalhando servindo a elas
meu intuito era estudar, estudei em Palmeira dos Índios ainda cheguei a estudar em
Maceió, estudei antes em Piaçabuçu um tempo bom né e hoje estou aqui esse estudo e o
conhecimento me fez chegar onde eu estou hoje, que foi na Aldeia Wassu Cocal,
chegando aqui na aldeia eu tive o apoio da família do Cacique Jeová que sempre me deu
o apoio e sempre me considerou como uma família e com o estudo que eu tinha tive a
oportunidade de ter um trabalho e além desse trabalho eu também continuei meus
estudos hoje sou uma pedagoga, sou pós-graduada né fui professora, coordenadora, fui
gestora por muito tempo e ainda estou né e hoje eu me sinto gratificada por Deus ter me
colocado né colocado no meu caminho essas pessoas né que me abriu as portas que me
abriu caminhos e foi luz na minha vida né porque não é fácil a gente ser criado sem pai
e sem mãe desde criança, então eu só tenho agradecer e muito essa comunidade as
pessoas que me abraçaram e as pessoas que me consideram até hoje.

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