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COLÉGIO NOSSA SENHORA DA MISERICÓRDIA

SEGMENTO: Ensino Médio


ÁREAS DO CONHECIMENTO: Literaturas
TURMA: 2ª série
PROFESSORA: BÁRBARA MAGALHÃES

NOME:_____________________________________________________
DATA: _____________________________________________________
“Preparados para um novo futuro. A Educação que vem do coração” 

Exercícios de fixação

O texto a seguir refere-se às questões de 1 a 4.

LIRA XIX
        Preso, o eu lírico encontra conforto no seu amor por Marília e nas lembranças que guarda
da amada.

Nesta triste masmorra, Não sei se vivo ou morto.


De um semivivo corpo sepultura, Enternece-se Amor de estrago tanto;
Inda, Marília, adoro Reclina-me no peito, e com mão terna
A tua formosura. Me limpa os olhos do salgado pranto.
Amor a minha ideia te retrata;
Busca, extremoso, que eu assim resista Depois que represento
Por largo espaço a imagem de um defunto,
À dor imensa, que me cerca e mata. Movo os membros, suspiro,
Quando em meu mal pondero, E onde estou pergunto.
Então mais vivamente te diviso: Conheço então que Amor me tem consigo;
Vejo o teu rosto e escuto Ergo a cabeça, que inda mal sustento,
A tua voz e riso. E com doente voz assim lhe digo:
Movo ligeiro para o vulto os passos:
Eu beijo a tíbia luz em vez de face, Se queres ser piedoso,
E aperto sobre o peito em vão os braços. Procura o sítio em que Marília mora,
Pinta-lhe o meu estrago,
Conheço a ilusão minha; E vê, Amor, se chora.
A violência da mágoa não suporto; Uma delas me traze sobre as penas,
Foge-me a vista e caio E para alívio meu só isto basta.
                   Gonzaga, Tomás Antônio. Marília de Dirceu. In: Proença Filho, Domício (Org.). A poesia dos
inconfidentes. Rio de Janeiro: Aguilar, 1996. p. 651-652. (Fragmento).
01 – Qual é o assunto desenvolvido na lira apresentada?

a)   As situações poéticas apresentadas em Marília de Dirceu guardam estreita relação com
episódios da vida de Tomás Antônio Gonzaga. Que semelhança existe entre a situação em
que se encontra o pastor Dirceu e a vida do poeta?

02 – Quais são os dois interlocutores a quem o eu lírico se dirige no poema?

a)   O que ele diz a cada um deles?

b)   Explique de que maneira o diálogo estabelecido com esses interlocutores indica a


retomada de características da poesia de Camões.

03 Releia:
        “Busca, extremoso, que eu assim resista
         À dor imensa, que me cerca e mata.
         [...]
         A violência da mágoa não suporto;”

a)   O que esses versos sugerem sobre o estado de espírito do eu lírico?

b)   Os sentimentos expressos condizem com as características normalmente encontradas


na poesia árcade? Por quê?

c)   Que outros elementos apresentados no poema rompem com o convencionalismo


árcade? Explique.

04 Observe a linguagem utilizada no poema. Que elementos caracterizam a simplicidade


formal pretendida pelos poetas árcades?

O texto a seguir refere-se às questão de 5 a 10

Destes penhascos fez a natureza

 Nestes versos, a paisagem de Minas Gerais desempenha papel muito importante no


desenvolvimento do soneto.
Que não me foi bastante a fortaleza.
Destes penhascos fez a natureza
O berço em que nasci: oh! quem cuidara Por mais que eu mesmo conhecesse o dano,
Que entre penhas tão duras se criara A que dava ocasião minha brandura,
Uma alma terna, um peito sem dureza. Nunca pude fugir ao cego engano:

Amor, que vence os tigres, por empresa Vós, que ostentais a condição mais dura,
Tomou logo render-me; ele declara Temei, penhas, temei, que Amor tirano,
Contra o meu coração guerra tão rara, Onde há mais resistência, mais se apura.

           Costa, Cláudio Manuel da. In: Proença Filho, Domício (Org.).


      A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Aguilar, 1996. p. 95.

5- Qual é a causa da perplexidade do sujeito lírico, expressa na primeira estrofe?

6- Na segunda estrofe, ocorre uma personificação do Amor. Como ele é apresentado?

a) Qual é a imagem utilizada na terceira estrofe pelo eu lírico para se referir a esse
Amor? Explique o uso dessa imagem.

7- Quem é o interlocutor a quem o eu lírico se dirige na última estrofe? O que o eu lírico lhe
diz?

8- No soneto transcrito, o poeta evidencia uma forte característica de sua obra: a


incorporação de elementos da paisagem local ao cenário árcade. Qual é o elemento local
presente no texto?

a) Que relação, o eu lírico estabelece, na primeira estrofe, entre esse cenário e si


mesmo? Explique.

9- A apresentação do cenário é importante para o desenvolvimento do tema do soneto.


Explique de que maneira o eu lírico relaciona o cenário em que nasceu a esse tema.

10- Cláudio utilizou os elementos convencionais da paisagem neoclássica (locus amoenus)?


Justifique sua resposta.

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