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Proposta 1
Textos de apoio
A coletânea de recortes de textos abaixo, retirados de fontes variadas,
aborda a temática Vício na internet. Tendo-a como apoio, redija os
gêneros textuais solicitados. Quando se fala em vício, logo pensamos em
drogas, cigarro, álcool, jogatina, entre outros. Porém, o vício está ligado a
uma questão mais ampla, ou seja, não se restringe a um ou dois
aspectos, mas sim a diversos. Há o vício em internet, diagnosticado
quando as pessoas têm sua vida pessoal, profissional e sentimental
afetada pela permanência exagerada na internet. (Texto adaptado de
http://www.brasilescola.com/informatica/ciberviciado.htm)
Vício em internet é doença, defende psiquiatra
Em editorial no American Journal of Psychiatry, Jerald Block, da Universidade
de Saúde e Ciência de Oregon, alega que o vício hoje é tão comum que
deveria entrar na lista contida no Manual de Estatística e Diagnóstico de
Distúrbios Mentais – o principal livro de referência da Associação Americana de
Psiquiatria para categorizar e diagnosticar doenças mentais. Segundo o
especialista, o vício em internet tem quatro comportamentos principais: uso
excessivo, frequentemente associado à perda da noção do tempo ou
negligência de impulsos básicos; sentimentos de irritação, tensão ou depressão
caso o computador esteja inacessível; necessidade de computadores
melhores, mais software ou mais horas de uso; e reações negativas como
brigas, isolamento social e fadiga ligadas ao uso do computador.
(http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI2704377-EI4802,00.html)
A juventude em rede generalização, deve ser olhada com
cuidado. Mas quem sabe ela possa
Anna Paula Buchalla
subsidiar pais angustiados (e
Como pensam e se comportam os
adolescentes de hoje: filhos da
irritados) com moças e rapazes para
revolução tecnológica, eles vivem no quem, de uma hora para outra, eles,
mundo digital, são pragmáticos, pouco antes tão adorados, se tornaram
idealistas e estão mais desorientados “ridículos”. (...)
do que
Eis algumas conclusões: os
nunca. meninos e meninas que nasceram a
partir de 1990 não almejam fazer
VEJA foi a campo tentar descobrir
nenhum tipo de revolução – nem
como os adolescentes atuais
sexual nem política, como
poderiam ser identificados se
sonhavam os jovens dos anos 60 e
tomados como um todo. Sim, é uma
70. Mudar o mundo não é com eles.
generalização, e como toda
O que querem mesmo é ganhar um
bom dinheiro com seu trabalho. São interrogações, como se a vida fosse
também mais conservadores em um eterno teste de múltipla escolha.
relação aos valores familiares Plugados ao mundo, aos sites de
(embora os pais, relacionamentos como Orkut e aos
lógico, sejam “ridículos”), de acordo serviços de mensagens
com o maior estudo de hábitos e instantâneas, eles movemse em
atitudes da população adolescente rede e estão menos divididos em
brasileira, conduzido pela empresa tribos. E é justamente isso que os
de consultoria Research faz menos preconceituosos com as
International. Fruto da revolução diferenças: 44% dos participantes
tecnológica e da globalização, eles da pesquisa da Research
formam, ainda, a geração do “tudo- International têm amigos próximos
ao-mesmotempo-e-agora” (uma das com uma orientação sexual
inúmeras expressões com as quais diferente da sua. É um dos
os especialistas tentam defini-los). melhores aspectos do lado bom.
São capazes de realizar várias O frenesi da era digital ajuda a
atividades ao mesmo tempo (as de empurrar esses adolescentes a
estudo, nem sempre a contento), trocar de amores, amizades, cursos
porque celular, iPod, computador e e aspirações como quem troca de
videogame praticamente viraram tênis. “É uma sucessão de reinícios,
uma extensão do corpo e dos com finais rápidos e indolores”,
sentidos. É, enfim, uma juventude define o sociólogo polonês Zygmunt
que vive em rede, com tudo de bom Bauman. Mas, como não é possível
e de ruim que isso significa. Afirma recusar sempre a vivência da dor, a
Felipe Mendes, diretor-geral da contrapartida pode ser o aumento
Research International: “O que da ansiedade em relação a
preocupa nesta geração é que eles relacionamentos pessoais e opções
são concretos em relação a dinheiro profissionais.
e trabalho, mas muito básicos em
“Você quer tudo e, ao mesmo
seus sonhos e impessoais e virtuais
tempo, não sabe o que quer”, diz
nos prazeres que deveriam ser
Marcela Lucato, de 16 anos. A frase
reais”.
resume bem o porquê de eles
O fato de estarem sempre nunca se mostrarem completamente
conectados os leva a ter interesse satisfeitos. (...) O excesso de
por mais assuntos e a ser mais bem excesso de exposição dos
informados de maneira geral. O lado adolescentes em sites de
ruim é que raramente tentam relacionamentos é, sim, motivo de
aprofundar-se em algum tema. preocupação. A agenda trancada a
Mudam de opinião com rapidez e chave do passado deu lugar a
frequência proporcionais ao liga- trocas de mensagens apaixonadas
desliga do computador. ou comentários sobre a vida própria
e alheia para todo mundo ler. Lá
Mais do que ocorria nas gerações
estão também fotos da família, dos
de jovens anteriores, suas decisões
amigos, do namorado, da “ficante” e
costumam estar envoltas em
por aí vai. “A privacidade não existe
mais para eles”, diz Claudia Xavier que pode acarretar, dificulta o
da Costa Souza, coordenadora do desenvolvimento da capacidade de
centro pedagógico do
autorreflexão e introspecção, o que
Colégio Porto Seguro. Expõem-se é essencial para o crescimento”, diz
tanto a ponto de já terem sido a psicóloga Ceres Alves de Araujo.
chamados de a geração look at me
Excerto do texto da Revista Veja,
(“olhe para mim”). “Esse fato, para
18/02/2009, p. 84-90
além dos problemas circunstanciais
GÊNERO TEXTUAL 1
Redija, em até 15 linhas, uma resposta argumentativa à pergunta “A internet é
nociva?”. Sua resposta pode apoiar-se na coletânea de textos, mas não deve
apresentar cópias da mesma.
Proposta 2
Manual da convivência urbana professora da PUC-SP Marlise
Bassani, especialista em psicologia
Quando a convivência na metrópole
se torna difícil, adotar regras de ambiental e qualidade de vida. Em
civilidade melhora a vida de todos maio, o governo do Estado de São
Paulo aderiu ao programa “Conte
Letícia Mori
Até 10”, criado no ano passado pelo
É difícil encontrar uma pessoa que Ministério Público.
ande de metrô e nunca tenha vivido
O objetivo da campanha é
uma cena de empurra-empurra com
justamente evitar crimes cometidos
quem entra ou sai do vagão. Ou
por impulso e impedir que atritos do
quem ande na rua e não tenha visto
cotidiano se transformem em
alguém jogar lixo no chão, ou parar
tragédias. Na semana passada, por
no meio de uma calçada
exemplo, um empresário matou os
movimentada para atender o
vizinhos por causa de constantes
celular. Em São Paulo, onde até as
brigas por barulho em Tamboré,
regras mais simples e lógicas de
cidade da Grande São Paulo.
convivência, como deixar as
pessoas saírem antes de entrar, são Segundo o antropólogo José
constantemente ignoradas, é fácil Guilherme Cantor Magnani,
estampar no paulistano os rótulos coordenador do NAU (Núcleo de
de rude e de apressado. Antropologia Urbana da USP), a
cidade precisa de eventos como a
Trânsito caótico, problemas no
Virada Cultural e a bicicletada: “Não
condomínio e no trabalho são
quer dizer que não haja conflito,
fatores de estresse para qualquer
mas é ali que a convivência se dá.
pessoa.
Esses eventos ajudam as pessoas a
“É normal ter raiva. Mas é preciso
se acostumarem com a vida
treinar para responder de maneira
pública”. Para Magnani, portanto,
menos agressiva”, afi rma a
reocupar o espaço público ajuda a
aumentar as boas práticas urbanas,
que são aquelas da troca, do A seta é uma orientação também
contato, da para pedestres e ciclistas. Não
custa nada e evita atropelamentos.
verdadeira convivência – que
permite dar, receber e retribuir. Um sujeito está ouvindo música
alta no ônibus.
VEJA ALGUMAS DAS
PRINCIPAIS SAIAS JUSTAS DO Peça educadamente para ele
CONVÍVIO NA CIDADE. desligar o som e lembre-o de que
aparelhos sonoros são proibidos na
Posso deixar o celular em cima
condução.
da mesa numencontro?
Vou sair do ônibus lotado e estou
Só se quiser deixar claro que um
longe da porta.
amigo, seu chefe, um desconhecido
que está ligando por engano ou Já que esbarrar nas pessoas é
qualquer um que tente contatá-lo inevitável, peça licença e desculpas
são mais importantes do que a durante todo o caminho.
pessoa que está na sua frente.
Fui fechado no trânsito.
Devo chamar a atenção de quem
Respire fundo e conte até dez. O
joga lixo na rua?
segundo de distração em que você
Se faça de desentendido e coloca a cabeça pra fora do carro
pergunte: “Você deixou cair uma para xingar pode resultar em
coisa sua aqui. Quer que eu pegue acidente.
pra você?”
Texto adaptado de Folha de S. Paulo.
Por que dar seta se não há Caderno Cotidiano. C5. domingo, 2 de
nenhum carro atrás do meu? junho de 2013.
Proposta 3
TEXTO 1
Proposta 4
Tendo todos esses textos como apoio, redija os gêneros textuais solicitados.
PROJETO DE LEI
Altera a Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança
e do Adolescente (...)
Art. 1.º A Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990, passa a vigorar acrescida dos
seguintes artigos:
Art. 17-A. A criança e o adolescente têm o direito de serem educados e cuidados pelos
pais, pelos integrantes da família
ampliada, pelos responsáveis ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar, tratar,
educar ou vigiar, sem o uso de castigo
corporal ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina,
educação, ou qualquer outro pretexto.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I – castigo corporal: ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física
que resulte em dor ou lesão à criança ou
adolescente.
II – tratamento cruel ou degradante: conduta que humilhe, ameace gravemente ou
ridicularize a criança ou o adolescente.
Tapinha dói
Rosely Sayão
Muitas mães pensam que um Por que ainda se bate em criança?
tapinha dado no filho, com amor e Há quem acredite que o
boa intenção, não dói. Dói sim, e ironicamente chamado “tapa
como dói! E não apenas no corpo. pedagógico” tenha efeito educativo.
Claro, este padece nessa hora, mas Não tem, e isso pode ser
a criança fica principalmente constatado no próprio convívio com
magoada com aquele adulto de crianças que levam castigos físicos
quem espera proteção, amor e quando cometem alguma
cuidado, e não agressão. transgressão. Crianças de todas as
Resultado: o vínculo de confiança classes sociais, desde bem
que deveria haver entre eles pode pequenas, apanham porque não
ser afetado, prejudicado. conseguem ainda se controlar e
fazem o que os adultos esperam
que já saibam que não poderiam ou espancamento e demais agressões
deveriam fazer. Mas voltam a físicas.
cometer a mesma falta. E apanham
Nada tampouco me convence de
novamente.
que o Estado deve interferir neste
(...) nível na vida privada, na maneira
como cada um educa seus filhos.
Sempre é bom lembrar que educar
(...) Um dos argumentos em defesa
uma criança é socializá-la, ou seja,
da nova lei é a de que as pessoas
introduzi-la no mundo do convívio
não saberiam a diferença entre uma
civilizado. Bater em uma criança
palmada e um espancamento.
para ensinar a ela que é preciso
saber esperar, mostrar respeito ao Acredito que a maioria das pessoas
outro, relacionar-se com boas sabe muito bem a diferença entre
maneiras e aceitar alguns dar um tapa na bunda de uma
impedimentos na vida não faz o criança e espancar uma criança. (...)
menor sentido, portanto. É Espancamento, ouso dizer que a
contraditório. maioria de nós não experimentou.
Mas palmadas quase todos
Isso posto, não há como defender o
conhecem na pele. Eu nunca fui
uso de castigos físicos em nome de
espancada pelos meus pais, mas
uma boa educação. É possível,
recebi várias palmadas. E todas
quando necessário, aplicar sanções
elas, na minha percepção, foram
na criança ou ao jovem que não são
atos de amor e de educação. Eu
humilhantes ou violentas, tanto sob
nunca espanquei minha filha, mas
o aspecto físico quanto moral.
dei várias palmadas nela. E também
Texto adaptado da Folha de S. Paulo. foram atos de amor e de educação.
São Paulo, 27 jul. 2010. Equilíbrio
Disponível em: (...) Não estou fazendo aqui nesta
<http://portal.mj.gov.br/sedh/bata.pdf>. coluna uma apologia da palmada.
Acesso em: 21 set. 2010. Há pais que educam sem bater – e
conheço alguns. Há outros que
educam dando palmadas quando
Ao propor a proibição da outras tentativas se esgotam. Os
palmada, o Estado infantiliza os que não batem não são melhores
pais pais porque não batem – e vice-
versa. (...) Não tenho dúvida de que
Eliane Brum os autores e apoiadores da lei são
Será que palmada é crime e eu não bem intencionados. Mas acho que
estou percebendo algo importante? se equivocaram e erraram o alvo.
Antes de seguir quero deixar muito Uma lei como esta desautoriza os
claro que, obviamente, pais – e o faz numa época em que
espancamento é crime. Seja dos eles mesmos, por diversas razões,
pais ou de quem for. Palmada não. já desautorizam a si mesmos. Ao
E nada me convence de que exercer sua autoridade de forma
precisamos de mais uma lei, já que abusiva, o Estado esvazia de
a legislação existente pune o
autoridade e infantiliza seus
cidadãos. Isto é grave.
Texto adaptado. Disponível em: . Acesso
em: 21 set. 2010.