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AVALIAÇÃO– 1º TRIMESTRE
Disciplina: Literatura Professor: Jorge Alessandro Data: Prova: Recuperação – 2º Trimestre
Tema: Pré-modernismo e Modernismo Valor: Turma: 3º Ano

Nome:_______________________________________________________________ Nota:

Orientações:
 O preenchimento da prova deverá ser feito à CANETA esferográfica na cor AZUL ou PRETA.
 Não é permitido o uso de equipamentos eletrônicos durante a realização da prova, como: celulares, tablet, fones de ouvido, etc.
 Não é permitida a comunicação entre alunos durante a realização da prova, podendo caracterizar como cola.
 O aluno que for surpreendido colando terá sua prova confiscada e será atribuída nota ZERO.

01. Os quadros acima tratam do mesmo tema, embora pertençam a dois momentos distintos da história da arte. O confronto entre as imagens
revela um traço fundamental da pintura moderna, que se caracteriza pela:
a) tentativa de compor o espaço pictórico com base nas figuras naturais.
b) ruptura com o princípio de imitação característico das artes visuais no Ocidente.
c) continuidade da preocupação com a nitidez das figuras representadas.
d) secularização dos temas e dos objetos figurados com base na assimilação de técnicas do Oriente.
e) busca em fundar a representação na evidência dos objetos.

02. Compare o poema narrativo de Jorge de Lima, O grande desastre aéreo de ontem, com o quadro Guernica, de Pablo Picasso.
Vejo sangue no ar, vejo o piloto que levava uma flor para a noiva, abraçado com a hélice. E o violinista, em que a morte acentuou
a palidez, despenhar-se com sua cabeleira negra e seu estradivárius. Há mãos e pernas de dançarinas arremessadas na explosão.
Corpos irreconhecíveis identificados pelo Grande Reconhecedor.
Vejo a nadadora belíssima, no seu último salto de banhista, mais rápida porque vem sem vida. Vejo três meninas aindo rápidas,
enfunadas, como se dançassem ainda.
(...) Ó amigos, o paralítico vem com extrema rapidez, vem como uma estrela cadente, vem com as pernas do vento. Chove
sangue sobre as nuvens de Deus. E há poetas míopes que pensam que Deus é o arrebol.
LIMA, Jorge de. Poesia. Nossos Clássicos 26. Rio de Janeiro: Agir, 1963. p. 64-65
Assinale a alternativa correta:
a) Tanto o poeta quanto o pintor acalentam esperanças ingênuas quanto à superação das tragédias do cotidiano no mundo
moderno.
b) Ambos os artistas revelam conformismo diante dos acontecimentos trágicos, representados pelo desastre aéreo e pela guerra.
c) A quebra das figuras no quadro e a enumeração rápida das figuras no poema evidenciam uma opção estética que se pauta pela
harmonia figurativa na pintura e pela linearidade discursiva no texto literário.
d) Em ambas as obras os artistas abdicam de uma ótica subjetiva, apresentando de maneira racional e neutra as tragédias do
mundo moderno.
e) Cada uma das duas obras retrata, com linguagem distinta, o assombro dos artistas diante de realidades trágicas do mundo
moderno.

03. O poema de Oswald de Andrade remonta à ideia de que a brasilidade está relacionada ao futebol. Quanto à
questão da identidade nacional, as anotações em torno dos versos constituem
a) direcionamentos possíveis para uma leitura crítica de dados histórico-culturais.
b) forma clássica da construção poética brasileira.
c) rejeição à ideia do Brasil como país do futebol.
d) intervenções de um leitor estrangeiro no exercício de leitura poética.
e) lembretes de palavras tipicamente brasileiras substitutivas das originais.

Satélite
Manuel Bandeira

Fim de tarde.
No céu plúmbeo
A Lua baça
Paira
Muito cosmograficamente
Satélite.
Desmetaforizada,
Desmitificada,
Despojada do velho segredo de melancolia,
Não é agora o golfão de cismas,
O astro dos loucos e dos enamorados.
Mas tão-somente
Satélite.
Ah Lua deste fim de tarde,
Demissionária de atribuições românticas,
Sem show para as disponibilidades sentimentais!
Fatigado de mais-valia,
Gosto de ti assim:
Coisa em si,
- Satélite.

04. Um aspecto em que se manifesta a filiação desse poema de Bandeira à mentalidade propriamente moderna
é
a) o fato de realizar uma reflexão de caráter cosmológico.
b) o emprego sistemático de antíteses e paradoxos.
c) o uso imoderado e extensivo de citações de épocas longínquas.
d) o reconhecimento do desencantamento do mundo.
e) a liquidação da instância do sujeito individual ou reflexivo.

O trovador
Sentimentos em mim do asperamente
dos homens das primeiras eras ...
As primaveras de sarcasmo
intermitentemente no meu coração arlequinal ...
Intermitentemente ...
Outras vezes é um doente, um frio
na minha alma doente como um longo som redondo ...
Cantabona! Cantabona!
Dlorom ...
Sou um tupi tangendo um alaúde!
ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias completas de Mário de Andrade. Belo Horizonte: Itatiais, 2005.

05. Cara ao Modernismo, a questão da identidade nacional é recorrente na prosa e na poesia de Mário de
Andrade. Em O trovador, esse aspecto é
a) abordado subliminarmente, por meio de expressões como “coração arlequinal” que, evocando o carnaval, remete à
brasilidade.
b) verificado já no título, que remete aos repentistas nordestinos, estudados por Mário de Andrade em suas viagens e
pesquisas folclóricas.
c) lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões como “Sentimentos em mim do asperamente” (v. 1), “frio” (v. 6),
“alma doente” (v. 7), como pelo som triste do alaúde “Dlorom” (v. 9).
d) problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde (civilizado), apontando a síntese nacional que seria proposta
no Manifesto Antropófago, de Oswaldo de Andrade.
e) exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos homens das primeiras eras” para mostrar o orgulho brasileiro
por suas raízes indígenas.

“Todas as manhãs quando acordo, experimento um prazer supremo: o de ser Salvador Dali.” Assim escreveu o pintor
dos “relógios moles” e das “girafas em chamas” em 1931. Esse artista excêntrico deu apoio ao general Franco durante
a Guerra Civil Espanhola e, por esse motivo, foi afastado do movimento surrealista por seu líder, André Breton. Dessa
forma, Dalí criou seu próprio estilo, baseado na interpretação dos sonhos e nos estudos de Sigmund Freud,
denominado “método de interpretação paranoico”.

06. Esse método era constituído por textos visuais que demonstram imagens
a) do fantástico, impregnado de civismo pelo governo espanhol, em que a busca pela emoção e pela dramaticidade
desenvolveram um estilo incomparável.
b) do onírico, que misturava sonho com realidade e interagia refletindo a unidade entre o consciente e o inconsciente
como um universo único ou pessoal.
c) da linha inflexível da razão, dando vazão a uma forma de produção despojada no traço, na temática e nas formas
vinculadas ao real.
d) do reflexo que, apesar do termo "paranoico", possui sobriedade e elegância advindas de uma técnica de cores
discretas e desenhos precisos.
e) da expressão e intensidade entre o consciente e a liberdade, declarando o amor pela forma de conduzir o enredo
histórico dos personagens retratados

Quando o português chegou


Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
ANDRADE, Oswald. Obras completas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.

07. No poema, o autor faz uma crítica à visão eurocêntrica de mundo. Tal afirmativa parte da ideia de que
A) o autor ironiza a chegada dos portugueses ao Brasil, já que satiriza as vestimentas usadas pelos europeus.
B) o eu lírico expressa um sentimento de descontentamento com a chegada dos portugueses ao Brasil, questionando o
conceito de civilização a partir da vestimenta e da nudez.
C) o poema percorre o caminho inverso do que é usual na sociedade dita “civilizada”, uma vez que destaca o valor dos
índios na sociedade brasileira.
D) os índios detinham cultura suficiente para expulsar os portugueses de suas terras, revertendo a relação de
dominados e dominadores.
E) os leitores constatam que as condições climáticas na época do Descobrimento contribuíram para que os
portugueses dominassem os indígenas de maneira mais violenta.

A estrada
Esta estrada onde moro, entre duas voltas do caminho,
Interessa mais que uma avenida urbana.
Nas cidades todas as pessoas se parecem.
Todo o mundo é igual. Todo o mundo é toda a gente.
Aqui, não: sente-se bem que cada um traz a sua alma.
Cada criatura é única.
Até os cães.
Estes cães da roça parecem homens de negócios:
Andam sempre preocupados.
E quanta gente vem e vai!
E tudo tem aquele caráter impressivo que faz meditar:
Enterro a pé ou a carrocinha de leite puxada por um
[bodezinho manhoso.

Nem falta o murmúrio da água, para sugerir, pela voz dos símbolos,

Que a vida passa! que a vida passa!


E que a mocidade vai acabar.
(Manuel Bandeira, Estrela da vida inteira, 2009.)

08. O poema se desenvolve em acordo com uma característica típica da poesia de Manuel Bandeira:
a) a reflexão sobre questões abrangentes, por vezes abstratas, a partir de elementos pontuais, simples e cotidianos.
b) o elogio à contenção das emoções e ao regramento, o que é adequado a uma vida disciplinada, sem lugar para
ações intempestivas.
c) a defesa de uma atitude humana libertária em face das questões do mundo, o que tem paralelo na utilização de
métrica variada e versos livres.
d) a visão positiva a respeito dos homens, como indivíduos, e de suas organizações sociais.
e) a crítica aos avanços da modernidade em uma visão saudosista que se consolida na recuperação dos formatos
clássicos da poesia.
09. As crianças do interior do Brasil se vestem de anjos para comparecer às procissões e às festas da Igreja
Católica.
A pintora Tarsila do Amaral reproduz, no quadro Anjos, uma dessas cenas, onde se veem rostos amorenados,
representando, com isso, a:
a) pobreza do mundo religioso.
b) tristeza do povo religioso.
c) mistura de povos no Brasil.
d) variedade de crenças no Brasil.
e) pouca religiosidade do povo brasileiro.

"O fazendeiro criara filhos


Escravos escravas
Nos terreiros de pitangas e jabuticabas
Mas um dia trocou
O ouro da carne preta e musculosa
As gabirobas e os coqueiros
Os monjolos e os bois
Por terras imaginárias
Onde nasceria a lavoura verde do café.”

10. Este poema de Oswald de Andrade exemplifica o movimento nativista ..... . O poeta, através de uma poesia
reduzida ao ....., buscou uma interpretação de seu país.
a) Antropófago — visual
b) Verde-Amarelo — simbólico
c) Terra Roxa e Outras Terras — discursivo
d) Anta — concreto
e) Pau-Brasil — essencial

11. O Modernismo brasileiro preocupava-se em criar uma arte essencialmente brasileira. Entretanto, alguns
dos primeiros escritores desse movimento estético, no Brasil, sofreram influências:
a) do Futurismo.
b) do Concretismo.
c) do Hiper-realismo.
d) da arte popular.
e) da arte cinética.

12. O término da Primeira Guerra Mundial em 1918 originou um processo histórico que pôs fim à República
Velha (1889-1930). Nesse sentido, ocorreram profundas mudanças no campo social e cultural, ocasionando
rupturas que foram manifestadas, também, no campo literário, como a Semana de Arte Moderna (1922). Sobre
ela, é correto afirmar:

I. O movimento modernista trouxe à Literatura Brasileira moldes estéticos europeus, através das correntes de
vanguarda, tais como o Expressionismo, Futurismo e Dadaísmo.

II. A descontração foi uma grande marca da literatura feita no primeiro tempo modernista: muita ironia e sarcasmo
caracterizam os poemas-piadas.

III. Em geral, no movimento modernista, a reflexão crítica e a experimentação da linguagem não se fizeram presentes.

Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas I e II.
c) I, II e III.
d) apenas II.
e) apenas III.

Mudança
Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro,
estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio
seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros
apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala.
Arrastaram-se para lá, devagar, sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça,
Fabiano sombrio, cambaio. As manchas dos juazeiros tornaram a aparecer, Fabiano aligeirou o passo, esqueceu a
fome, a canseira e os ferimentos. Deixaram a margem do rio, acompanharam a cerca, subiram uma ladeira, chegaram
aos juazeiros. Fazia tempo que não viam sombra.
(RAMOS, G. Vidas secas. Rio de Janeiro: Record, 2008)

13. Valendo-se de uma narrativa que mantém o distanciamento na abordagem da realidade social em questão, o
texto expõe a condição de extrema carência dos personagens acuados pela miséria. O recurso utilizado na
construção dessa passagem, o qual comprova a postura distanciada do narrador, é a:
A) metaforização do espaço sertanejo, alinhada com o projeto de crítica social.
B) caricatura dos personagens, compatível com o aspecto degradado que apresentam.
C) descrição equilibrada entre os referentes físicos e psicológicos dos personagens.
D) narração marcada pela sobriedade lexical e sequência temporal linear.
E) caracterização pitoresca da paisagem natural.

Ai, palavras, ai, palavras


que estranha potência a vossa!
Todo o sentido da vida
principia a vossa porta:
o mel do amor cristaliza
seu perfume em vossa rosa;
sois o sonho e sois a audácia,
calúnia, fúria, derrota...
A liberdade das almas,
ai! Com letras se elabora...
E dos venenos humanos
sois a mais fina retorta:
frágil, frágil, como o vidro
e mais que o aço poderosa!
Reis, impérios, povos, tempos,
pelo vosso impulso rodam...
(MEIRELES, C. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985)

14. O fragmento destacado foi transcrito do Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles. Centralizada no
episódio histórico da Inconfidência Mineira, a obra, no entanto, elabora uma reflexão mais ampla sobre a seguinte
relação entre o homem e a linguagem:
A) A força e a resistência humanas superam os danos provocados pelo poder corrosivo das palavras.
B) As relações humanas, em suas múltiplas esferas, têm seu equilíbrio vinculado ao significado das palavras.
C) O significado dos nomes não expressa de forma justa e completa a grandeza da luta do homem pela vida.
D) Renovando o significado das palavras, o tempo permite às gerações perpetuar seus valores e suas crenças.
E) Como produto da criatividade humana, a linguagem tem seu alcance limitado pelas intenções e gestos.

Anoitecer
A Dolores
É a hora em que o sino toca,
mas aqui não há sinos;
há somente buzinas,
sirenes roucas, apitos
aflitos, pungentes, trágicos,
uivando escuro segredo;
desta hora tenho medo.
[...]
É a hora do descanso,
mas o descanso vem tarde,
o corpo não pede sono,
depois de tanto rodar;
pede paz – morte – mergulho
no poço mais ermo e quedo;
desta hora tenho medo.
Hora de delicadeza,
agasalho, sombra, silêncio.
Haverá disso no mundo?
É antes a hora dos corvos,
bicando em mim, meu passado,
meu futuro, meu degredo;
desta hora, sim, tenho medo.
(ANDRADE, C. D. A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record, 2005)

15. Com base no contexto da Segunda Guerra Mundial, o livro A rosa do povo revela desdobramentos da visão
poética. No fragmento, a expressividade lírica demonstra um(a):
A) defesa da esperança como forma de superação das atrocidades da guerra.
B) desejo de resistência às formas de opressão e medo produzidas pela guerra.
C) olhar pessimista das instituições humanas e sociais submetidas ao conflito armado.
D) exortação à solidariedade para a reconstrução dos espaços urbanos bombardeados.
E) espírito de contestação capaz de subverter a condição de vítima dos povos afetados.

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