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QUESTÃO 01
Sobre a Segunda Geração do Modernismo, é correto afirmar:
1. Foi caracterizada, no campo da poesia, pelo amadurecimento e pela ampliação das conquistas dos primeiros
modernistas;
2. Valorização de uma linguagem rebuscada e metalinguística;
3. Os poetas do período tinham liberdade para escolher formas como o soneto ou o madrigal, sem que isso significasse
uma volta a estéticas do passado, como o Parnasianismo;
4. Valorização do conteúdo sonoro e visual, disposição assimétrica dos versos no papel, possibilidade de diversas
leituras através de diferentes ângulos;
5. No plano temático, a abordagem do cotidiano continuou sendo explorada, mas os poetas voltaram-se também para
problemas sociais e históricos, além de manifestarem inquietações existenciais e religiosas que ampliaram as
proposições da fase anterior.
Mário Quintana ficou conhecido por seus “quintanares”, nome que o poeta Manuel Bandeira deu a esses quartetos
com pequenas observações sobre a vida. Nessa perspectiva, os versos do poema Da humana condição ressaltam
A) um olhar objetivo sobre as diferenças sociais.
B) uma visão irônica das diferenças de classe.
C) a falta de sentido da existência humana.
D) a desvalorização da cultura popular.
E) a irreverência diante das crenças do povo.
QUESTÃO 04 O romance “Vidas Secas” , 1938, do escritor, jornalista e político, natural de Alagoas, Graciliano Ramos
(1892-1953), encerra uma severa crítica social, característica do Movimento Modernista, na sua segunda fase
literária, denominada:
A) Nacionalista.
B) Regionalista.
C) Culturalista.
D) Revisionista.
E) Socialista.
QUESTÃO 05 Leia o fragmento abaixo transcrito da obra Vidas Secas e responda a questão a seguir:
Vivia longe dos homens, só se dava bem com animais. Os seus pés duros quebravam espinhos e não sentiam a
quentura da terra. Montado confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma linguagem cantada,
monossilábica e gutural, que o companheiro entendia. A pé, não se agüentava bem. Pendia para um lado, para o outro
lado, cambaio, torto e feio.
Às vezes, utilizava nas relações com as pessoas a mesma língua com que se dirigia aos brutos – exclamações,
onomatopéias. Na verdade falava pouco. Admira as palavras compridas e difíceis da gente da cidade, tentava
reproduzir algumas em vão, mas sabia que elas eram inúteis e talvez perigosas. (Graciliano Ramos)
QUESTÃO 06 Sobre a obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos, todas as alternativas estão corretas, EXCETO:
A) o romance focaliza uma família de retirantes, que vive numa espécie de mudez introspectiva, em precárias
condições físicas e num degradante estado de condição humana
B) o relato dos fatos e a análise psicológica dos personagens articulam-se com grande coesão ao longo da obra,
colocando o narrador como decifrador dos comportamentos animalescos dos personagens
C) o ambiente seco e retorcido da caatinga é como um personagem presente em todos os momentos, agindo de forma
contínua sobre os seres vivos
D) a narrativa faz-se em capítulos curtos, quase totalmente independentes e sem ligação cronológica e o narrador é
incisivo, direto, coerente com a realidade que fixou
E) o narrador preocupa-se exclusivamente com a tragédia natural (a seca) e a descrição do espaço não é minuciosa;
pelo contrário, revela o espírito de síntese do autor
QUESTÃO 07 A partir de nossos estudos sobre a prosa modernista da segunda fase, e a obra Vidas Secas, relativas
às concepções artísticas do romance social de 1930, avalie as seguintes afirmativas.
I- O pobre, antes tratado de forma exótica e folclórica pelo regionalismo pitoresco, transforma-se em protagonista
privilegiado do romance social de 30.
II- A incorporação do pobre e de outros marginalizados indica a tendência da ficção brasileira da década de 30 de
tentar superar a grande distância entre o intelectual e as camadas populares.
III- Graciliano Ramos e os demais autores da década de 30 conseguiram, com suas obras, modificar a posição social
do sertanejo na realidade nacional.
QUESTÃO 08 (UNICAMP 2008) Leia o seguinte trecho do capítulo “Contas”, de Vidas Secas.
Tinha a obrigação de trabalhar para os outros, naturalmente, conhecia do seu lugar. Bem. Nascera com esse destino,
ninguém tinha culpa de ele haver nascido com um destino ruim. Que fazer? Podia mudar a sorte? Se lhe dissessem que
era possível melhorar de situação, espantar-se-ia. (...) Era a sina. O pai vivera assim, o avô também. E para trás não
existia família. Cortar
mandacaru, ensebar látegos – aquilo estava no sangue. Conformava-se, não pretendia mais nada. Se lhe dessem o que
era dele, estava certo. Não davam. Era um desgraçado, era como um cachorro, só recebia ossos. Por que seria que os
homens ricos ainda lhe tomavam uma parte dos ossos? Fazia até nojo pessoas importantes se ocuparem com
semelhantes porcarias.
(Graciliano Ramos, Vidas Secas. 103ª. ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2007, p.97.)
Que visão Fabiano tem de sua própria condição? Justifique.