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AVALIAÇÃO– 2º TRIMESTRE
Disciplina: Literatura Professor: Jorge Alessandro Data: Prova: 02 – 2º Trimestre
Tema: Modernismo no Brasil – Fase heroica Valor: Turma: 2º Ano
Nome:_______________________________________________________________ Nota:
Orientações:
O preenchimento da prova deverá ser feito à CANETA esferográfica na cor AZUL ou PRETA.
Não é permitido o uso de equipamentos eletrônicos durante a realização da prova, como: celulares, tablet, fones de ouvido, etc.
Não é permitida a comunicação entre alunos durante a realização da prova, podendo caracterizar como cola.
O aluno que for surpreendido colando terá sua prova confiscada e será atribuída nota ZERO.
Essa estranha figura é o Abaporu, o mais importante quadro já produzido no Brasil. Tarsila do
Amaral pintou-o como presente de aniversário a Oswald de Andrade, seu marido na época.
Quando ele viu a tela, assustou-se e chamou o amigo Raul Bopp para tentar decifrá-la.
Intrigados, concordaram em que representava algo excepcional. Tarsila, apelando para os
rudimentos de tupi-guarani que conhecia, batizou-a de abaporu – “aba”, homem, índio; “poru”,
comedor de carne humana, antropófago, canibal.
O quadro inspirou a criativa cabeça de Oswald, levando-o a escrever seu “Manifesto
Antropofágico”, berço de um movimento que, segundo ele, “deglutiria” a cultura europeia,
transformando-a em algo bem brasileiro. Embora radical, a nova corrente teve sua importância
pelo que representava em termos de exacerbado nacionalismo. A tela é, até hoje, a mais cara já
vendida no Brasil (US$ 1,5 milhão), e foi comprada por um colecionador argentino.
(Márcio Cotrim* Fonte: http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=12132 em 25/2/12 )
01. O texto propõe uma reflexão acerca do vocábulo Abaporu, ressaltando para o leitor
(A) a capacidade intelectual de Tarsila de construir uma pintura genuinamente brasileira.
(B) a acuidade de Oswald em transformar o Abaporu em símbolo do Modernismo.
(C) a importância do tupi-guarani na composição da identidade linguística nacional.
(D) a participação dos indígenas no movimento modernista brasileiro.
(E) a relação entre pintura e linguagem na literatura de 30.
A Semana de 22 não foi um fato isolado e sem origens. As discussões em torno da necessidade de renovação das artes surgem em meados
da década de 1910 em textos de revistas e em exposições, como a de Anita Malfatti em 1917. Em 1921 já existe, por parte de intelectuais
como Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia, a intenção de transformar as comemorações do centenário em momento de emancipação
artística. (...) Disponível em: www.itaucultural.org.br.
02. Em geral, os artistas participantes da Semana de Arte Moderna propunham
(A) que a arte, especialmente a literatura, abandonasse as preocupações com os destinos brasileiros e se voltasse para o
princípio da arte pela arte.
(B) a rejeição ao conservadorismo presente na produção artística brasileira, defendendo novas estéticas e temáticas, como a
discussão sobre as questões brasileiras.
(C) que os artistas estabelecessem vínculos com correntes filosóficas, mas não com projetos políticos e ideológicos, fossem
estes progressistas ou conservadores.
(D) o reconhecimento da superioridade da arte europeia e da importância da civilização portuguesa no notável desenvolvimento
cultural brasileiro.
(E) que apenas as artes plásticas, com destaque para a pintura, poderiam representar avanços revolucionários em direção a
uma arte de fato inovadora.
02. Em dezembro de 1917, Anita Malfatti realizou em São Paulo uma exposição de arte com
cinqüenta e dois trabalhos que apresentavam forte tendência expressionista, dentre os quais “A
estudante russa”. Sobre a obra, é correto afirmar:
(A) O tratamento realista que recebeu tornou-a alvo de críticas mordazes dos modernistas
durante a exposição de 1917.
(B) Revela o principal objetivo dos artistas vanguardistas: a elaboração de obras de difícil
compreensão para o público.
(C) É resultado da busca de padrões acadêmicos europeus para a reprodução da natureza com
o máximo de objetividade e beleza.
(D) Marca o rompimento com o belo natural, refletindo a liberdade do artista na interpretação do
mundo.
(E) É um exemplo do esforço dos vanguardistas brasileiros em produzir uma arte
convencional e compreensível a todos.
03. Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a cultura nacional do início do século XX.
Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras
críticas de Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita Malfatti e outros artistas
modernistas
(A) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, a originalidade e os ternas
nacionais.
(B) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetando a criação artística nacional.
(C) representaram a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como finalidade a prática educativa.
(D) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma liberdade artística ligada à tradição acadêmica.
(E) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas abordados.
04. O texto apresenta uma versão humorística da formação do Brasil, mostrando-a como uma junção de elementos diferentes.
Considerando-se esse aspecto, é correto afirmar que a visão apresentada é
(A) ambígua, pois tanto aponta o caráter desconjuntado da formação nacional, quanto parece sugerir que esse processo, apesar
de tudo, acaba bem.
(B) inovadora, pois mostra que as três raças formadoras – portugueses, negros e índios – pouco contribuíram para a formação da
identidade brasileira.
(C) moralizante, na medida em que aponta a precariedade da formação cristã do Brasil como causa da predominância de
elementos primitivos e pagãos.
(D) preconceituosa, pois critica tanto índios quanto negros, representando de modo positivo apenas o elemento europeu, vindo
com as caravelas.
(E) negativa, pois retrata a formação do Brasil como incoerente e defeituosa, resultando em anarquia e falta de seriedade.
Infância
O camisolão
O jarro
O passarinho
O oceano
A visita na casa que a gente sentava no sofá (Oswald de Andrade)
05. No poema de Oswald de Andrade, a função do título é
(A) estabelecer contraste com os versos formados de expressões soltas.
(B) conferir coerência aos versos constituídos de palavras aparentemente soltas, enfeixando-os numa unidade textual.
(C) acrescentar um sentido inesperado ao último verso, que se constitui como fecho de ouro do poema memorialístico.
(D) relacionar os versos à infância do poeta, marcada por acontecimentos trágicos e grandiosos.
(E) Criar uma atmosfera de saudosismo, num resgate de temáticas típicas do romantismo.
06. A paródia da canção do exílio feita pelo poeta modernista mineiro Murilo Mendes evidencia:
(A) um lirismo que exalta o multiculturalismo brasileiro.
(B) alusão à influência de modismos literários em nossa cultura artística.
(C) a valorização da arte brasileira dentre os próprios brasileiros.
(D) a aversão do “eu” a outras terras que não seja o Brasil.
(E) a exaltação à flora brasileira (flores e frutos) e o bom aproveitamento dela entre os brasileiros.
I - Minha terra tem palmares II - Quando o português chegou III - Não bebo pinga
Onde gorjeia o mar Debaixo duma bruta chuva Não bebo nada
Os passarinhos daqui Vestiu o índio Bebo sereno da noite
Não cantam como os de lá Que pena! Orvaio da madrugada!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
09. Sobre os três trechos, afirma-se que pertencem a um mesmo poeta brasileiro, exceto:
(A) da primeira geração modernista, que denuncia satiricamente mazelas brasileiras.
(B) que brinca com experimentos lingüísticos e é receptivo às vanguardas européias.
(C) que utiliza uma língua coloquial solta, com objetivos satíricos.
(D) que subverte a ideologia da seriedade, como está demonstrado desde a paródia do texto I .
(E) autor do MANIFESTO ANTROPÓFAGO, cuja frase - Contra as elites vegetais. Em comunicação com o solo - contradiz os
valores veiculados por esses mesmos textos.
Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem-comportado
Do lirismo funcionário público com livro de
[ponto expediente protocolo
[e manifestações de apreço ao sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai
[averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos
[universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes
[de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
[...]
— Não quero mais saber do lirismo que não
[é libertação.
(Fragmento de Poética, do livro Libertinagem, de Manuel Bandeira.)