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2ª Série do Ensino Médio Prova da 1a etapa Data: / / 2023

NOME: Turma:
Disciplina: Literatura Professor: Carmem/ Fernanda Valor da Prova: 4,0 Valor Obtido:

INSTRUÇÕES:

Esta prova possui 10 (dez) questões objetivas. Caso não esteja completa chame o(a) professor(a).

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 Só serão consideradas as respostas colocadas nos lugares a elas destinados.
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 Antes de entregar a prova, revise todas as respostas.
Boa Avaliação!

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Assinatura do aluno

1ª Questão (0,4 ponto).

A ambição do grupo [modernista] era grande: educar o Brasil, curá-lo do analfabetismo letrado, e, sobretudo, pesquisar
uma maneira nova de expressão, compatível com o tempo do cinema, do telégrafo sem fio, das travessias aéreas
intercontinentais.

BOAVENTURA, Maria Eugênia. A Semana de Arte Moderna e a crítica contemporânea: vanguarda e modernidade nas artes brasileiras. Conferência
– EL-Unicamp, 2005, p. 5-6. Disponível em: http://www.iar.unicamp.br/dap/vanguarda/artigos.html. Acesso em: 8 nov. 2016.

Conforme o trecho anterior, os conhecimentos sobre a Semana de Arte Moderna de 1922 e o Modernismo brasileiro
subsequente, é correto afirmar que

a) a Semana de 22 marcou o Modernismo inspirado em vanguardas europeias, buscando uma nova arte com uma
identidade brasileira experimental, miscigenada, antropofágica e cosmopolita. O movimento celebrava o progresso da
nação, simbolizado pelo desenvolvimento da cidade de São Paulo.
b) a Semana foi o grande marco da arte moderna brasileira, caracterizando-se pela busca por uma imitação do
Surrealismo e do Cubismo, realizada por acadêmicos em constante contato com os artistas europeus.
c) a Semana de 22 somou-se ao regionalismo nordestino para mostrar as raízes da cultura brasileira, recusando
qualquer interferência da arte estrangeira. Os modernistas fizeram, com isso, uma forte crítica à modernização e à
alfabetização brasileira.
d) Monteiro Lobato e Mário de Andrade lideraram a Semana de 22, que teve o intuito de aliar as produções mais
recentes no campo da música, da literatura e das artes plásticas futuristas com as obras tradicionalistas da arte
brasileira.
e) os modernistas passaram a se organizar, depois da Semana de 22, para efetivar uma arte revolucionária nos moldes
do Realismo soviético, pois acreditavam na conscientização da população para uma mudança no poder.

2ª Questão (0,4 ponto).


O Modernismo teve início com a Semana de Arte Moderna, realizada no Theatro Municipal de São Paulo, em
fevereiro de 1922. Idealizada por um grupo de artistas, pretendia colocar a cultura brasileira a par das correntes de
vanguarda do pensamento europeu, bem como promover a tomada de consciência da realidade brasileira. A propósito
desse movimento, leia um resumo das atividades da Semana, por Mário da Silva Brito, e analise as afirmações a
seguir.
A grande noite da Semana foi a segunda. Como era previsto, a pateada perturbou o sarau, especialmente à
hora das “ilustrações”, ou seja, o momento em que, apresentados por Menotti Del Picchia, eram reveladas a prosa e a
poesia modernas, declamadas ou lidas pelos seus autores. Mário de Andrade confessa que não sabe como teve
coragem para dizer versos diante de uma vaia tão bulhenta que não escutava, no palco, o que Paulo Prado lhe gritava
da primeira fila das poltronas. O poema “Os sapos”, de Manuel Bandeira, que ridiculariza o Parnasianismo, foi
declamado por Ronald de Carvalho sob os apupos, os assobios, a gritaria da maioria do público. Sérgio Milliet falou
sob o acompanhamento de relinchos e miados.

Mário da Silva Brito


Analise as sentenças:

( ) A recepção negativa da Semana de Arte Moderna mostra o quanto o público brasileiro estava despreparado para
compreender as novas propostas dos artistas.
( ) A Semana de 22 foi um “acontecimento” justamente porque contrariou profundamente as expectativas da plateia.

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( ) Os modernistas atingiram plenamente os seus objetivos, produzindo poemas de péssima qualidade apenas para
causar no público uma reação violenta.
( ) Os modernistas brasileiros não tinham outros objetivos além de chocar e humilhar o público, a fim de ganhar
fama.
( )Com o tempo, o público foi aceitando as novas propostas da arte e incorporando as mudanças, ao ponto de a arte
moderna não surtir mais o mesmo impacto na atualidade.

Assinale a alternativa que completa as lacunas de cima para baixo corretamente:

a) V, F, V, V, F
b) V, V, V, V, V
c) F, F, V, V, F
d) F, F, F, F, F
e) V, V, F, F, V

3ª Questão (0,4 ponto).


O Modernismo brasileiro, por meio de seus autores mais representativos, na Semana de Arte Moderna, propôs:

a) o apego às normas clássicas oriundas do Neoclassicismo mineiro.


b) a ruptura com as vanguardas europeias, tais como o Futurismo e o Dadaísmo.
c) uma literatura que investisse na idealização da figura indígena como ancestral do brasileiro.
d) a focalização do mundo em uma perspectiva apenas psicanalítica.
e) a literatura como espaço privilegiado para a expressão dos falares brasileiros.

4ª Questão (0,4 ponto).


Leia este poema presente no paradidático estudado nesta 1ª etapa:

Ode ao burguês

Eu insulto o burguês! O burguês-níquel, 


o burguês-burguês! 
A digestão bem-feita de São Paulo! 
O homem-curva! O homem-nádegas! 
O homem que, sendo francês, brasileiro, italiano, 
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!
Eu insulto as aristocracias cautelosas! 
Os barões lampiões! Os condes Joões! Os duques zurros! 
Que vivem dentro de muros sem pulos; 
e gemem sangues de alguns mil-réis fracos 
para dizerem que as filhas da senhora falam o francês 
e tocam os “Printemps” com as unhas!
Eu insulto o burguês-funesto! 
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!
Fora os que algarismam os amanhãs! 
Olha a vida dos nossos setembros! 
Fará Sol? Choverá? Arlequinal! 
Mas à chuva dos rosais 
o êxtase fará sempre Sol!
(...)
ANDRADE, Mário de. Poesias completas. Belo Horizonte: Villa Rica, 1993. p. 88.

A leitura do fragmento do poema “Ode ao Burguês”, de Mário de Andrade, permite inferir que o:

a) exalta os valores de uma nova burguesia.


b) contém uma forte crítica à burguesia.
c) critica apenas a visão política da burguesia paulista.
d) confronta o pensamento antigo e o atual da burguesia paulista.
e) propõe um novo modelo de poesia.

5ª Questão (0,4 ponto).

A exaltação da máquina e da "beleza da velocidade", associada ao elogio da técnica e da ciência, tornam-se


emblemática da nova atitude estética e política. Essa temática é defendida na pintura e na literatura pelo seguinte
movimento de vanguarda

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a) Cubismo
b) Futurismo
c) Surrealismo
d) Dadaísmo
e) Expressionismo

6ª Questão (0,4 ponto)


Leia este poema presente no paradidático estudado nesta 1ª etapa:

O trovador

Sentimentos em mim do asperamente 


dos homens das primeiras eras... 
As primaveras de sarcasmo 
intermitentemente no meu coração arlequinal... 
Intermitentemente... 
Outras vezes é um doente, um frio 
na minha alma doente como um longo som
redondo... 
Cantabona! Cantabona! 
Dlorom... 
Sou um tupi tangendo um alaúde! 
ANDRADE, Mário de. Poesias completas. Belo Horizonte: Villa Rica, 1993. p. 58.

Analise as sentenças sobre o poema:


I. Apresenta versos livres.
II. Apresenta versos brancos.
III. Possui forte preocupação formal.
IV. É um soneto.

Está CORRETO o que se afirma em:


a) I e II.
b) I e III.
c) I, II e IV.
d) II e IV.
e) III e IV.

7ª Questão (0,4 ponto)


1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e da temeridade.
2. A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos essenciais de nossa poesia.
3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o movimento agressivo,
a insônia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco.
4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um
automóvel de corrida com seu cofre enfeitado com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um
automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.
5. Nós queremos entoar hinos ao homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada também
numa corrida sobre o circuito da sua órbita.
6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, fausto e munificiência, para aumentar o entusiástico fervor dos
elementos primordiais.

MARINETTI, F. T. Manifesto futurista. In: TELES, G. M. Vanguardas europeias e Modernismo brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1985.

O documento de Marinetti, de 1909, propõe os referenciais estéticos do Futurismo, que valorizam a


a) composição estática.
b) inovação tecnológica.
c) suspensão do tempo.
d) retomada do helenismo.
e) manutenção das tradições.

8ª Questão (0,4 ponto)


As Vanguardas europeias são movimentos artísticos e culturais, com repercussão em muitas escolas literárias
brasileiras. Pode-se, inclusive, afirmar que elementos constitutivos das Vanguardas estão presentes em autores e
obras da estética literária modernista. Sendo assim, diante dessa afirmativa, assinale a alternativa CORRETA.

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a) As chamadas Vanguardas europeias foram importantes para os movimentos culturais do início do século XX. No
entanto, no Brasil, há um consenso entre os estudiosos da literatura que essas Vanguardas em nada nos
influenciaram.
b) O Dadaísmo, uma das chamadas Vanguardas europeias, defendia que somente a associação entre todas as
tendências vanguardistas poderia resultar em avanços importantes para as artes e para a cultura de um modo geral.
c) Temáticas oriundas dos estudos freudianos como fantasia, sonho, ilusão, loucura estão presentes em obras
surrealistas. Nas artes plásticas, Salvador Dali (1904/1989) é um dos principais representantes dessa Vanguarda.
d) Mário de Andrade e Oswald de Andrade, participantes da Semana de Arte Moderna, em muitas ocasiões, negaram a
relação existente entre as Vanguardas europeias e os valores e as motivações das obras modernistas brasileiras.
e) Há uma relação intensa entre Futurismo e Cubismo. Tanto uma quanto a outra têm os mesmos interesses e
objetivos e em nada se diferenciam, exceto quando se relacionam com a arte literária.

9ª Questão (0,4 ponto)

As vanguardas europeias trouxeram novas perspectivas para as artes plásticas brasileiras. Na obra O mamoeiro, a
pintora Tarsila do Amaral valoriza

a) a representação de trabalhadores do campo.


b) as retas em detrimento dos círculos.
c) os padrões tradicionais nacionalistas.
d) a representação por formas geométricas.
e) os padrões e objetos mecânicos.

10ª Questão (0,4 ponto)


Manuel Bandeira é um poeta exemplar para nos mostrar até onde as possibilidades da poesia podem chegar. Leia um
excerto do poema Evocação do Recife e, em seguida, assinale a alternativa CORRETA.

Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritsstad dos armadores das Índias Ocidentais
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois
- Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância
A rua da União onde eu brincava de chicote-queimado
e partia as vidraças da casa de dona Aninha Viegas
Totônio Rodrigues era muito velho e botava o pincenê
na ponta do nariz
Depois do jantar as famílias tomavam a calçada com cadeiras
mexericos namoros risadas
A gente brincava no meio da rua
Os meninos gritavam:
Coelho sai!

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Não sai!
[...]
BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993, p. 133-134.
a) Bandeira foi precursor do Movimento Modernista, o qual visava uma união do primitivo ao moderno. Influenciado
pelas vanguardas europeias, tal movimento, embora se preocupasse em representar o cenário atual, o fazia de modo
tradicionalista, isto é, valorizando a linguagem e os temas que, paulatinamente, tornaram-se clássicos da literatura
mundial.
b) Assim como em outras poesias do autor, Evocação do Recife revela uma grande proximidade do poeta com a capital
pernambucana. Nesse poema, especialmente, o poeta apresenta um Recife de todos, glorificado, coletivo e distante,
portanto, de suas memórias e recordações íntimas.
c) No terceiro verso, Manuel Bandeira faz referência à Mauritsstad, que é o nome dado por Maurício de Nassau ao
Recife durante o domínio holandês. A partir daí, compreende-se o título dado ao poema: evoca-se um Recife enquanto
metrópole internacional, a cidade que ganhou o título de Veneza americana.
d) O poema nos permite perceber que o uso da linguagem cotidiana se tornou, em Bandeira, matéria literária. Essa
nova perspectiva alarga o conceito de literatura: trata-se de uma ruptura com as convenções anteriores, responsáveis
por classificações rígidas relativas à linguagem e aos temas considerados poéticos e não poéticos.
e) Há uma profunda distância entre o poeta e os fatos expostos no poema. Tal afirmação é comprovada pela escolha
de um eu lírico que se expressa por meio da 3ª pessoa e pela universalidade dos fatos apresentados. Não há, pois, o
registro de particularidades, de recordações nem de impressões pessoais.

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