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1.

(ITA)
"O Engenheiro
A luz, o sol, o ar livre
envolvem o sonho do engenheiro.
O engenheiro sonha coisas claras:
superfícies, tênis, um copo de água.
O lápis, o esquadro, o papel;
o desenho, o projeto, o número;
o engenheiro pensa o mundo justo,
mundo que nenhum véu encobre."
Sempre guiado pela razão, sua poesia jamais é sentimental ou melosa. Criou
um estilo seu: estilo seco e despojado de verbalismo. O racionalismo é a marca
principal de sua obra.
As estrofes acima são extraídas de um de seus poemas. Seu autor é:
a) Cassiano Ricardo
b) Cecília Meirelles
c) João Cabral de Melo Neto
d) Jorge de Lima.

2. (PUCC-SP) João Cabral de Melo Neto é o poeta do Modernismo que se


salienta por um constante combate ao sentimentalismo. "É o engenheiro da
poesia." Busca concisão e precisão nos seus poemas. No entanto, num terreno
oposto, faz poesia de participação. Um seu poema, divulgado como peça
teatral, justamente realiza uma análise social do homem nordestino, porém
sem arroubos sentimentais.
O poema em causa é:
a) "Invenção de Orfeu". Murilo Mendes
b) "Morte e vida severina".
c) "Jeremias sem chorar". Cassiano Ricardo
d) "Brejo das almas". Carlos Drummond de Andrade
e) n.d.a.

3. (UFOP-MG) Assinale a alternativa que apresenta João Cabral de melo Neto


como "um poeta cuja poesia versa constantemente sobre o próprio fazer
poético".

a) "A luta branca sobre o papel


     que o poeta evita,
     luta branca onde corre o sangue
     de suas veias de água salgada".
b) "Nas praias do Nordeste, tudo padece
      com a ponta de finíssimas agulhas:
      primeiro com as agulhas de luz."
c) "O que o mar não aprende do Canavial:
      a veemência passional da preamar;
      a mão-de-pilão das ondas na areia,
      moída e miúda, pilada do que pilar."
d) "(O sol em Pernambuco leva dois sóis,
      sol de dois canos, de tiro repetido;
      o primeiro dos dois, o fuzil de fogo,
      incendeia a terra: tiro de inimigo.)"
e) "Os rios, de tudo o que existe vivo,
     vivem a vida mais definida e clara.”

4. (PUC-RS)
"Entre a paisagem
o rio fluía
como uma espada de líquido espesso:
como um cão
humilde e espesso.
Entre a paisagem
(fluía)
de homens plantados na lama;
de casas de lama
plantadas em ilhas
coaguladas na lama;
paisagens de anfíbios
de lama e lama."
Como demonstram as estrofes acima, é no livro O cão sem plumas que João
Cabral de melo Neto inicia a temática centrada no:
a) social.
b) eu.
c) poético.
d) objeto.
e) despojamento.

5. (UEL-PR) No poema Morte e vida severina, podem-se reconhecer as


seguintes características da poesia de João Cabral de Melo Neto:
a) sátira aos coronéis do Nordeste e versos inflamados.
b) experimentalismo concretista e temática urbana.
c) memorialismo nostálgico e estilo oral.
d) personagens da seca e linguagem disciplinada.
e) descrição da paisagem e intenso subjetivismo.

6. (Unitau-SP) Nesse poeta se reconhece grande apuro formal; é o autor de "A


educação pela pedra", "Uma faca só lâmina", "Morte e vida severina". É seu o
poema "Tecendo a manhã".
Trata-se de:
a) Vinícius de Moraes.
b) João Cabral de Melo Neto.
c) Cassiano Ricardo.
d) Oswald de Andrade.
e) Guilherme de Almeida

7. (FUVEST-SP) É correto afirmar que no poema dramático Morte e vida


severina, de João Cabral de Melo Neto:
a) a sucessão de frustrações vividas por Severino faz dele um exemplo típico
de herói moderno, cuja tragicidade se expressa na rejeição à cultura a que
pertence.
b) a cena inicial e a final dialogam de modo a indicar que, no retorno à terra de
origem, o retirante estará munido das convicções religiosas que adquiriu com o
mestre carpina.
c) o destino que as ciganas prevêem para o recém-nascido é o mesmo que
Severino já cumprira ao longo de sua vida, marcada pela seca, pela falta de
trabalho e pela retirada.
d) o poeta buscou exprimir um aspecto da vida nordestina no estilo dos autos
medievais, valendo-se da retórica e da moralidade religiosa que os
caracterizavam.
e) o "auto de natal" acaba por definir-se não exatamente num sentido religioso,
mas enquanto reconhecimento da força afirmativa e renovadora que está na
própria natureza.

8. (PUC-SP) "Entre a paisagem/ (fluía)/ de homens plantados na lama;/ de


casas de lama/ plantadas em ilhas/ coaguladas na lama/ paisagem de anfíbios/
de lama e lama./ Como o rio,/ aqueles homens/ são como cães sem plumas./
Um cão sem plumas/ é mais/ que um cão saqueado;/ é mais que um cão
assassinado."
As estrofes acima são exemplos do traço de ____________ e de ___________
que existe no poema de João Cabral de Melo Neto.
a) rebeldia, ódio pela sociedade
b) melancolia, indiferença pelo mundo
c) ternura, paixão pela existência
d) compaixão, solidariedade ao homem
e) saudade, medo do quotidiano

9. (ITA-SP) "A preocupação com a construção da poesia, encarada como fruto


do trabalho paciente e lúcido, é uma constante em sua obra, que também trata,
com raro senso de equilíbrio, de problemas sociais. Em uma delas,
enveredando pela poesia de fundo histórico, trata do destino trágico de frei
Caneca, condenado à morte em 1825 por sua participação na Confederação do
Equador."
As informações acima referem-se a:
a) Tomás Antônio Gonzaga.
b) Jorge de Lima.
c) Cláudio Manuel da Costa.
d) Cecília Meireles.
e) João Cabral de Melo Neto.

10. (PUC-RS)
"O lápis, o esquadro, o papel;
o desenho, o projeto, o número:
o engenheiro pensa o mundo justo,
mundo que nenhum véu encobre."
A estrofe acima ilustra a assertiva de que a poesia de João Cabral de Melo
Neto revela um rigor ____________ e a preocupação com o _____________.
a) técnico – problema social
b) semântico – fazer poético
c) estilístico – ambiente regional
d) formal – momento político
e) métrico – conflito estético

11. (UFMG) Sobre o adjetivo severina, da expressão Morte e vida severina que


intitula a peça de João Cabral de Melo Neto, todas as afirmativas estão certas,
exceto:
a) Refere-se aos migrantes nordestinos que, revoltados, lutam contra o sistema
latifundiário que oprime o camponês.
b) Pode ser sinônimo de vida árida, estéril, carente de bens materiais e de
afetividade.
c) Designa a vida e a morte dos retirantes que a seca escorraça do sertão e o
latifúndio escorraça da terra.
d) Qualifica a existência negada, a vida daqueles seres marginalizados
determinada pela morte.
e) Dá nome à vida de homens anônimos, que se repetem física e
espiritualmente, sem condições concretas de mudança.

12. (VUNESP)
"Por que é então que este livro
tão longamente é enviado
a quem faz uma poesia
de distinta liga de aço?
Envio-o ao leitor malgrado
e intolerante, o que Pound
diz de todos o mais grato;
àquele que me sabendo
não poder ser de seu lado,
soube ler com acuidade
poetas revolucionados."
O trecho faz parte do poema-dedicatória "A Augusto de Campos" (Agrestes,
1985). O poeta, autor também de Auto do frade, Museu de tudo, A escola das
facas, A educação pela pedra, etc., refere-se a Augusto de Campos como leitor
ideal e alude à corrente poética a que este pertence. O autor do trecho e a
corrente poética desse virtual leitor são, respectivamente:
a) Ferreira Gullar e Concretismo.
b) Haroldo de Campos e neoconcretismo.
c) Caetano Veloso e Tropicalismo.
d) João Cabral de melo Neto e Concretismo.
e) Carlos Drummond de Andrade e "geração de 45".

13. (U.F. Ouro Preto) Sobre Morte e vida Severina é incorreto afirmar:


a) O auto utiliza-se de uma linguagem grandiosa, de tom eufórico, para exaltar
a capacidade de resistência do nordestino que a todas as privações resiste
sem sucumbir. O nordestino é visto aqui sobretudo como um forte e é
justamente esta sua qualidade que o texto de João Cabral celebra.
b) Severino retirante, em sua viagem, encontra sempre à morte, até que, já em
Recife, chega-lhe a notícia do nascimento de um menino, signo de que ainda
resiste à constante negação da existência "severina".
c) Os versos breves e concisos de Morte e vida Severina acentuam o que
tematicamente o poema enfoca: o sufocamento das "vidas severinas",
confinadas no horizonte estreito da vivência nordestina.
d) O auto realiza uma personalização dramática de um sujeito coletivo: os
"severinos" que a seca escorraça do sertão e que o latifúndio escorraça da
terra.
e) Pela fala final do mestre carpina, Seu José, o auto parece sugerir que a
"severinidade" não é condição, mas estado, não é permanente nem intrínseca
ao sujeito e, portanto, pode ser transformada.

14. (U.E. LONDRINA)


"Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na da folha de papel;
e depois, joga-se o que boiar."
Os versos acima exemplificam as seguintes características da poesia de João
Cabral de Melo Neto:
a) extrema economia verbal; concepção da criação poética como sinônimo de
delírio; subjetivismo exagerado.
b) contenção do subjetivismo; poesia eminentemente descritiva; incorporação
de vozes e ritmos da linguagem afro-nordestina.
c) poesia mística; linguagem a serviço da emoção intensificada; quebra da
sintaxe poética tradicional.
d) descrição impessoalizadora; presença de elementos exóticos da paisagem
nordestina; reflexão acerca da própria poesia.
e) acentuada tendência para uma linguagem concisa, elíptica; metalinguagem;
ausência de subjetivismo. 

15. (UEL-PR) Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, identifica-


se como:
a) uma obra que, refletindo inovações e experimentações linguísticas do autor,
torna tênues as barreiras entre a prosa e poesia.
b) um auto que explora a temática do nascimento como signo do ressurgir da
esperança.
c) um auto de Natal que rememora a visita dos reis Magos e pastores ao Deus
Menino.
d) um poema que encerra uma síntese das propostas vanguardistas contidas
na obra geral do autor.
e) um conto cujo interesse se centraliza na preocupação do autor como
problema da seca no Nordeste.

16. (ENEM - 1999) Leia o que disse João Cabral de Melo Neto, poeta
pernambucano, sobre a função de seus textos:
"Falo somente com o que falo: a linguagem enxuta, contato denso; Falo
somente do que falo: a vida seca, áspera e clara do sertão; Falo somente por
quem falo: o homem sertanejo sobrevivendo na adversidade e na míngua. Falo
somente para quem falo: para os que precisam ser alertados para a situação
da miséria no Nordeste."
Para João Cabral de Melo Neto, no texto literário,
a) A linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do autor deve denunciar o
fato social para determinados leitores.
b) A linguagem do texto não deve ter relação com o tema, e o autor deve ser
imparcial para que seu texto seja lido.
c) O escritor deve saber separar a linguagem do tema e a perspectiva pessoal
da perspectiva do leitor.
d) A linguagem pode ser separada do tema, e o escritor deve ser o delator do
fato social para todos os leitores.
e) A linguagem está além do tema, e o fato social deve ser a proposta do
escritor para convencer o leitor.

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