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BARROCO

1. (F. C. Chagas-BA) Assinale o texto que, pela linguagem e pelas ideias, pode ser
considerado como representante da corrente barroca:

a) “Brando e meigo sorriso se deslizava em seus lábios; os negros caracóis de suas belas
madeixas brincavam, mercê do zéfiro, sobre suas faces... e ela também suspirava.”
b) “Estiadas amáveis iluminavam instantes de céus sobre ruas molhadas de pipilos nos
arbustos dos squares. Mas a abóbada de garoa desabava os quarteirões.”
c) “Os sinos repicavam numa impaciência alegre. Padre Antônio continuou a caminhar
lentamente, pensando que cem vezes estivera a cair, cedendo à fatalidade da herança e à
influência do meio que o arrastavam para o pecado.
d) “De súbito, porém, as lancinantes incertezas, as brumosas noites pesadas de tanta
agonia, de tanto pavor de morte, desfaziam-se, desapareciam completamente como os
tênues vapores de um letargo...”
e) “Ah! Peixes, quantas invejas vos tenho a essa natural irregularidade! A vossa bruteza
é melhor que o meu alvedrio. Eu falo, mas vós não ofendeis a Deus com as palavras: eu
lembro-me, mas vós não ofendeis a Deus com a memória: eu discorro mas vós não
ofendeis a Deus com o entendimento: eu quero, mas vós não ofendeis a Deus com a
vontade.”

2. (Positivo-PR) Preencha as lacunas com a alternativa que completa adequadamente o


texto:

“O_______________, formalismo que se distingue pelo jogo de palavras, de


construções e de imagens; e o _____________ em que a temática se torna sutil pelo
jogo das ideias e dos conceitos dão origem ao chamado______________.”

a) universalismo – individualismo – classicismo.


b) cultismo – conceptismo – barroco.
c) cultismo – conceptismo – romantismo.
d) objetivismo – universalismo – realismo.
e) idealismo – pragmatismo – simbolismo.

3. (UF-RO) O Barroco foi o primeiro estilo literário do ocidente a romper, de certa


forma, com o padrão clássico na literatura ocidental. Assinale a alternativa que só
contém características desse estilo de época.

a) Jogos de palavras e ideias, deformação e contraste.


b) Fusionismo, convencionalismo clássico, o equilíbrio.
c) Individualismo, jogos de palavras e culto da liberdade.
d) Deformação, racionalismo e equilíbrio.
e) Mistura do sagrado e do profano, fusionismo e culto à natureza.

4. (UF-RS) Com relação ao Barroco brasileiro, assinale a alternativa INCORRETA.

a) Os Sermões, do padre Antônio Vieira, elaborados numa linguagem conceptista,


refletiram as preocupações do autor com problemas brasileiros da época, por exemplo, a
escravidão.
b) Os conflitos éticos vividos pelo homem do Barroco corresponderam, na forma
literária, ao uso exagerado de paradoxos e inversões sintáticas.
c) A poesia barroca foi a confirmação, no plano estético, dos preceitos renascentistas de
harmonia e equilíbrio, vigentes na Europa no século XVI, que chegaram ao Brasil no
século XVII, adaptados, então, à realidade nacional.
d) Um dos temas principais do Barroco é a efemeridade da vida, questão que foi tratada
no dilema de viver o momento presente e, ao mesmo tempo, preocupar-se com a vida
eterna.
e) A escultura barroca teve no Brasil o nome de Antônio Francisco Lisboa, o
Aleijadinho, que, no século XVIII, elaborou uma arte de tema religioso com traços
nacionais e populares, numa meseta representativa do Barroco.

5. (Centec-BA) Não é característica do Barroco a:

a) preferência pelos aspectos científicos da vida.


b) tentativa de reunir, num todo, realidades contraditórias.
c) angústia diante da transitoriedade da vida.
d) preferência pelos aspectos cruéis, dolorosos e sangrentos do mundo, numa tentativa
de mostrar ao homem a sua miséria.
e) intenção de exprimir intensamente o sentido da existência, expressa no abuso da
hipérbole.

6. (FCMSC-SP) A preocupação com a brevidade da vida induz o poeta barroco a


assumir uma atitude que:

a) descrê da misericórdia divina e contesta os valores da religião.


b) desiste de lutar contra o tempo, menosprezando a mocidade e a beleza.
c) se deixa subjugar pelo desânimo e pela apatia do céticos.
d) se revolta contra os insondáveis desígnios de Deus.
e) quer gozar ao máximo seus dias, enquanto a mocidade dure.

7. (FUVEST-SP)
“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia.
Depois da luz, se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.”

Na estrofe acima, de um soneto de Gregório de Matos Guerra, a principal característica


do Barroco é:

a) o culto da Natureza.
b) a utilização de rimas alternadas.
c) a forte presença de antíteses.
d) o culto do amor cortês.
e) o uso de aliterações.

8. (UF-RS) Considere as afirmações abaixo.

I - A obra de Gregório de Matos centrava-se em dois polos temáticos, a religião e a vida


amorosa, que se concretizam, na sua poesia, no conflito entre o pecado e o prazer.
II - Para concretizar esses conflitos, Gregório de Matos fez uso frequente de figuras
retóricas como antíteses e paradoxos.
III - A crítica social que se pode encontrar nos poemas de Gregório de Matos dirige-se
principalmente aos homens públicos da Bahia do século XVII.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.

9. (UF-PA)
A vós correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos.
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados.

A vós, divinos olhos, eclipsados


De tanto sangue e lágrimas cobertos,
Pois, para perdoar-me, estais despertos,
E, por não condenar-me, estais fechados.

A vós, pregados pés, por não deixar-me,


A vós, sangue vertido, para ungir-me,
A vós, cabeça baixa, para chamar-me.

A vós, lado patente, quero unir-me,


A vós, cravos precisos, quero atar-me,
Para ficar unido, atado e firme.

Os dois últimos versos do segundo quarteto expressam o (a)

a) rebuscamento de linguagem próprio da época a que pertence o texto.


b) simplicidade do estilo do autor.
c) estado de espírito de equilíbrio e harmonia do estilo seiscentista.
d) ausência de conflito Deus-Homem.
e) influência dos ideais da Revolução Francesa.

10. (PUC/Campinas-SP) Observe os dois textos abaixo.:

A.
Ofendi-vos, meu Deus, bem é verdade,
É verdade, Senhor, que hei delinquido,
Delinquido vos tenho, e ofendido,
Ofendido vos tem minha maldade.

B.
A cada canto um grande conselheiro
Que nos quer governar cabana e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.

Estes dois textos pertencem ao mesmo poeta e identificam:

a) texto A: gênero lírico-sacro; texto B: gênero satírico. São versos de Tomás Antônio
Gonzaga, escritor barroco do século XVIII.
b) texto A: gênero lírico-religioso; texto B: gênero satírico. São versos de Santa Rita
Durão, poeta lírico do Neoclassicismo.
c) Texto A: poesia de caráter religioso; texto B: poesia de caráter social. São versos de
Castro Alves, autor da segunda metade do século XIX, época do Ultrarromantismo.
d) texto A: poesia que reconhece a condição pecadora do homem; texto B: versos
satíricos. São versos de Gregório de Matos, autor da época barroca.
e) texto A: poesia do arrependimento; texto B: poesia satírica. São versos de José de
Anchieta, na época do Quinhentismo.

11. (PUCC-SP)
“Que falta nesta cidade? Verdade
Que mais por sua desonra? Honra.
Falta mais que se lhe ponha? Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha,”

Pode-se reconhecer nos versos acima, de Gregório de Matos:

a) o caráter de jogo verbal próprio do estilo barroco, a serviço de uma crítica, em tom de
sátira, do perfil moral da cidade da Bahia.
b) o caráter de jogo verbal próprio da poesia religiosa do século XVI, sustentando
piedosa lamentação pela falta de fé do gentio.
c) o estilo pedagógico da poesia neoclássica, por meio da qual o poeta se investe das
funções de um autêntico moralizador.
d) o caráter de jogo verbal próprio do estilo barroco, a serviço da expressão lírica do
arrependimento do poeta pecador.
e) o estilo pedagógico da poesia neoclássica, sustentando em tom lírico as reflexões do
poeta sobre o perfil moral da cidade da Bahia.

12. (DRHU-SP)
“Triste Bahia! ó quão desemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Rica te vi eu já, tu a mi abundante.

A ti trocou-te a máquina mercante,


Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando, e tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.”
Nestas estrofes, Gregório de Matos dirige-se à “cidade da Bahia” e considera os efeitos
da passagem do tempo na relação entre ambos. No presente, tal relação é expressa por
uma:

a) identidade de estados, como consequência da exploração econômica sofrida tanto no


plano coletivo quanto no individual.
b) identidade de estados, como consequência de um processo de transações econômicas
que acabaram por beneficiar tanto a cidade quanto o poeta.
c) dessemelhança de estados, resultante da incompatibilidade de interesses entre os
negócios do poeta, no plano particular, e os da economia colonialista, no plano geral.
d) dessemelhança de estados, resultante das trocas comerciais que degradaram o nível
de vida da cidade sem ter afetado a condição social do poeta.
e) oposição de estados, já que os negócios levaram o poeta à abastança ao mesmo tempo
em que a vida empobrecia pela ação da “máquina mercante”.

13. (FUVEST-SP) A respeito do Padre Antônio Vieira, pode-se afirmar:

a) Embora vivesse no Brasil, por sua formação lusitana, não se ocupou de problemas
locais.
b) Procurava adequar os textos bíblicos às realidades de que tratava.
c) Dada sua espiritualidade, demonstrava desinteresse por assuntos mundanos.
d) Em função de seu zelo para com Deus, utilizava-O para justificar todos os
acontecimentos políticos e sociais.
e) Mostrou-se tímido diante dos interesses dos poderosos.

14. (OSEC) Música do Parnaso, de Manuel Botelho de Oliveira, publicada em 1705,


apresenta:

a) poemas escritos em três línguas.


b) poemas carregados de erotismo.
c) poemas Iírico-amorosos de cunho platônico.
d) cantos de fundo religioso.
e) novelas exóticas.

15. (OSEC) A “Silva Descritiva da Ilha da Maré” do mesmo Manuel Botelho é notável:

a) pelo nacionalismo marcante.


b) por seu cunho nativista.
c) por seu valor pré-arcádico.
d) pelas notas românticas.
e) por ser o primeiro poema em versos livres.

16. (UF-SE) “Primeiramente só Cristo amou, porque amou sabendo. Para inteligência
desta amorosa verdade, havemos de supor outra não menos certa, e é que, no mundo e
entre os homens, isto que vulgarmente se chama amor não é amor, é ignorância.
Pintaram os Antigos ao amor menino. E a razão, dizia eu o ano passado, que era porque
nenhum amor dura tanto que chegue a ser velho”. O texto exemplifica

a) a prosa conceptista do Padre Antônio Vieira.


b) a forma cultista do Barroco.
c) o exagero do estilo barroco, conhecido por Barroquismo.
d) a obra religiosa de Gregório de Matos.
e) o cultismo de Bento Teixeira.

Leia o poema “Buscando a Cristo”, de Gregório de Matos.

A vós correndo vou, braços sagrados,


Nessa cruz sacrossanta descobertos,
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados.

A vós, divinos olhos, eclipsados


De tanto sangue e lágrimas abertos,
Pois, para perdoar-me, estais despertos,
E, por não condenar-me, estais fechados.

A vós, pregados pés, por não deixar-me,


A vós, sangue vertido, para ungir-me,
A vós, cabeça baixa, p’ra chamar-me.

A vós, lado patente, quero unir-me,


A vós, cravos preciosos, quero atar-me,
Para ficar unido, atado e firme.
(MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos. São Paulo: Cultrix, 1997. p. 300.)

17. Assinale a alternativa correta em relação ao poema.

a) Apresenta uma forma regular, o soneto, característica exclusiva da poesia barroca.


b) A imagem dos braços “abertos” e “cravados” reforça o temor a Deus, manifestado
pelo sujeito poético.
c) O uso de imagens opostas ilustra uma das características típicas do estilo árcade.
d) O eu lírico expressa um sentimento de repulsa em relação à divindade.
e) Pelo uso de metonímias, o poema remete à imagem do Cristo crucificado.

Os versos de Gregório de Matos são base para responder às questões:

Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:


Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
Com sua língua ao nobre o vil decepa:
O Velhaco maior sempre tem capa.

18. Nos versos, o eu lírico deixa evidente que

a) uma pessoa se torna desprezível pela ação do nobre.


b) o honesto é quem mais aparenta ser desonesto.
c) geralmente a riqueza decorre de ações ilícitas.
d) as injúrias, em geral, eliminam as injustiças.
e) o vil e o rico são vítimas de severas injustiças.
19. Levando em consideração que, em sua produção literária, Gregório de Matos
dedicou-se também à sátira irreverente, pode-se afirmar que os versos se marcam

a) pelo sentimentalismo, fruto da sintonia do eu lírico com a sociedade.


b) pela indiferença, decorrente da omissão do eu lírico com a sociedade.
c) pelo negativismo, pois o eu lírico condena a sociedade pelo viés da religião.
d) pela indignação, advinda de um ideal moralizante expresso pelo eu lírico.
e) pela ironia, já que o eu lírico supõe que todas as pessoas são desonestas.

Leia o texto a seguir e responda às questões:

1 Triste Bahia! Oh quão dessemelhante


2 Estás, e estou do nosso antigo estado!
3 Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
4 Rica te vejo eu já, tu a mi abundante.

5 A ti trocou-te a máquina mercante,


6 Que em tua larga barra tem entrado,
7 A mim foi-me trocando, e tem trocado
8 Tanto negócio, e tanto negociante.

9 Deste em dar tanto açúcar excelente


10 Pelas drogas inúteis, que abelhuda
11 Simples aceitas do sagaz Brichote.

12 Oh se quisera Deus, que de repente


13 Um dia amanheceras tão sisuda
14 Que fora de algodão o teu capote!

(MATOS, Gregório de. Poesias selecionadas. 3. ed. São Paulo: FTD, 1998. p. 141.)

20. No que diz respeito à relação entre o eu-lírico e a Bahia, considere as afirmativas a
seguir.

I. Na primeira estrofe, o eu-lírico identifica-se com a Bahia, pois ambos sofrem a perda
de um antigo estado.
II. Na primeira estrofe, a Bahia aparece personificada, fato confirmado no momento em
que ela e o eu-lírico se olham.
III. Na terceira estrofe, constata-se que a Bahia não está isenta da culpa pela perda de
seu antigo estado.
IV. Na quarta estrofe, o eu-lírico conclui que a lamentável situação da Bahia está em
conformidade com a vontade divina.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.


b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.
21. Sobre figuras de linguagem no poema, considere as afirmativas a seguir.

I. A descrição do eu-lírico e da Bahia configura uma antítese entre o estado antigo e o


atual de ambos.
II. A antítese é verificada na oposição entre as expressões “máquina mercante” e
“drogas inúteis”, embora ambas se refiram à Bahia.
III. Os versos 3 e 4 são exemplos do papel relevante da gradação no conjunto do poema,
pois enumeram estados de espírito do eu-lírico.
IV. Os versos “Um dia amanheceras tão sisuda / Que fora de algodão o teu capote!”
configuram exemplos de personificação e metáfora, respectivamente.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e IV são corretas.


b) Somente as afirmativas II e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.

22. (PSC-2013) Assinale a opção cujo enunciado se refere corretamente ao barroco


brasileiro:

a) Constitui-se, basicamente, de obras que visitantes e missionários colheram sobre a


geografia e o homem nativo, com o objetivo de informar a Coroa Portuguesa.
b) Na poesia do período, encontra-se um labirinto de significantes, mediante o uso
abusivo de jogos de palavras, trocadilhos e enigmas.
c) Encontram-se traços pré-românticos nas obras poéticas, traços que, por serem poucos,
não conseguem romper com o arraigado Neoclassicismo do período.
d) Gregório de Matos, o principal poeta desse momento, distingue-se, como acabado
neoclássico, pela sobriedade do caráter e a contenção das emoções.
e) A prática da poesia bucólica tem como fundamento o mito do homem natural, em
oposição ao homem urbano, cheio de vícios e prazeres desregrados.

23. (PSC-2014) Leia o soneto “À instabilidade das cousas do mundo”, de autoria do


poeta barroco Gregório de Matos:

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,


Depois da luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Porém, se acaba o Sol, por que nascia?


Se formosa a luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na luz, falta a firmeza;


Na formosura, não se dê constância:
E na alegria, sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
Pois tem qualquer dos bens por natureza,
A firmeza somente na inconstância.
O texto acima:

a) expressa o conflito existencial do homem no século XVI, dividido entre o espírito


cristão e o espírito laico ou secular.
b) situa-se na fronteira conflituosa entre o eu e o mundo, expressando o dualismo do
homem, ao mesmo tempo santo e pecador.
c) apresenta conceptismo, pois se apoia em um discurso sutil, graças à correspondência
que elabora entre algumas situações.
d) ilustra com perfeição o estilo barroco, pela abundância de variações, com elevado
senso do meramente decorativo.
e) mostra a preferência do eu lírico por aspectos cruéis e sangrentos, caracterizando suas
impressões através do culto ao contraste.

24. (PSC-2014) Leia as afirmativas abaixo, feitas sobre o Barroco:

I. Opondo-se à religiosidade e instabilidade do estilo anterior, tem na razão um de seus


fundamentos; além disso, recupera a simplicidade e a pureza das formas clássicas.
II. Em Portugal acontece, em grande parte, no período em que esse país foi anexado à
Espanha; no Brasil, é o início efetivo de nossa literatura, graças ao despontar de uma
poesia de feição brasileira.
III. É um estilo que apresenta, graças às tendências iluministas, críticas à sociedade da
época, como se observa, por exemplo, em textos satíricos do baiano Gregório de Matos.
IV. Teve como sustentáculo ideológico a Contrarreforma, tentativa da Igreja Católica de
reencontrar a tradição cristã, fato ao qual se alia a expansão do mercantilismo
capitalista.
V. É um estilo literário eminentemente normativo, que estabeleceu que a arte é imitação
da natureza, tal como Aristóteles já propusera na Antiguidade Clássica.

Assinale a alternativa correta:

a) Somente as afirmativas I e III estão corretas


b) Somente as afirmativas I e IV estão corretas
c) Somente as afirmativas II e V estão corretas
d) Somente as afirmativas II e IV estão corretas
e) Somente as afirmativas III e V estão corretas

25. (PSC-2014) Assinale a alternativa correta sobre Manuel Botelho de Oliveira:

a) “Música do Parnaso”, seu principal livro, é um poema camoniano que busca louvar
Jorge de Albuquerque Coelho, donatário da capitania de Pernambuco.
b) Escreveu o documento mais representativo do período de informação, no caso, os
“Diálogos das grandezas do Brasil”.
c) É autor de “À Ilha de Maré”, poemeto em que descreve, pela primeira vez, a natureza
tropical, com suas frutas, peixes e legumes.
d) Integra, junto com José de Anchieta, a chamada literatura jesuítica, tendo escrito o
“Diálogo sobre a conversão do gentio”.
e) Sua principal obra trata da guerra que portugueses e espanhóis moveram contra
índios e jesuítas em Sete Povos das Missões do Uraguai.

ARCADISMO

1. (UF-RO) O período literário que se seguiu ao Barroco apresentou três tendências


paralelas e complementares entre si. Juntas, essas tendências formam a essência do
movimento aludido. Essas tendências são:

a) Neoclassicismo, Egocentrismo, Exotismo.


b) Subjetivismo, Perfeição Formal, Musicalidade.
c) Iluminismo, Arcadismo e Neoclassicismo.
d) Arcadismo, Protesto Social, Literatura-Documento.
e) Determinismo, Musicalidade, Culto da Liberdade.

2. (Positivo-PR) “Magnífica idéia de banir da poesia o inútil adorno das palavras


empoladas, conceitos estudados, frequentes antíteses, metáforas exorbitantes e
hipérboles sem modo, introduzindo em nossos versos o delicioso e apetecido ar de
simplicidade.”

Este excerto pode muito bem representar um resumo das intenções do:

a) Modernismo.
b) Barroco.
c) Simbolismo.
d) Arcadismo.
e) Romantismo.

3. (Mackenzie-SP) Aponte a alternativa cujo conteúdo não se aplica ao Arcadismo:

a) Desenvolvimento do gênero épico, registrando o início da corrente indianista na


poesia brasileira.
b) Presença da mitologia grega na poesia de alguns poetas desse período.
c) Propagação do gênero lírico em que os poetas assumem a postura de pastores e
transformam a realidade num quadro idealizado.
d) Circulação de manuscritos anônimos de teor satírico e conteúdo político.
e) Penetração da tendência mística e religiosa, vinculada à expressão de ter ou não ter
fé.

4. (FUVEST-SP) “Por fim, acentua o polimorfismo cultural dessa época o fato de se


desenrolarem acontecimentos historicamente relevantes, como a Inconfidência Mineira
e a transladação da Corte de D. João VI para o Rio de Janeiro.” (Massaud Moisés)

A época histórica a que se refere o crítico é a do:

a) Simbolismo.
b) Arcadismo.
c) Parnasianismo.
d) Realismo.
e) Romantismo.

5. (FATEC-SP) Sobre o Arcadismo brasileiro só não se pode afirmar que:

a) tem suas fontes nos antigos grandes autores gregos e latinos, dos quais imita os
motivos e as formas.
b) teve em Cláudio Manuel da Costa o representante que, de forma original, recusou a
motivação bucólica e os modelos camonianos da lírica amorosa.
c) nos legou os poemas de feição épica Caramuru (de Frei José de Santa Rita Durão) e
O Uraguai (de Basílio da Gama), no qual se reconhece qualidade literária destacada em
relação ao primeiro.
d) norteou, em termos dos valores estéticos básicos, a produção dos versos de Marília de
Dirceu, obra que celebrizou Tomás Antônio Gonzaga e que destaca a originalidade de
estilo e de tratamento local dos temas pelo autor.
e) apresentou uma corrente de conotação ideológica, envolvida com as questões sociais
do seu tempo, com a crítica aos abusos de poder da Coroa Portuguesa.

6. (UF-PE) “Tanto a busca da simplicidade formal, quanto a da clareza e eficácia das


ideias, se ligam ao grande valor dado à natureza, como base da harmonia e da sabedoria.
Daí o apreço pela convenção pastoral, isto é, pelos gêneros bucólicos que visam
representar a inocência e a sadia rusticidade pelos costumes rurais, sobretudo dos
pastores.” (A. Cândido e J. A. Castello)

Esse excerto relaciona-se a um determinado estilo Iiterário. Assinale, então, o autor que
não pertence ao estilo em questão:

a) Tomás Antônio Gonzaga.


b) Cláudio Manuel da Costa.
c) Santa Rita Durão.
d) Manuel Botelho de Oliveira.
e) Basílio da Gama.

7. (FMTM/MG)

Enquanto pasta alegre o manso gado,


minha bela Marília, nos sentemos
à sombra deste cedro levantado.
Um pouco meditemos
na regular beleza,
que em tudo quanto vive nos descobre
a sábia Natureza.

Como sugerem os versos acima, a celebração da vida campestre e o culto à Natureza são
próprios da estética:

a) arcádica.
b) romântica.
c) parnasiana.
d) simbolista.
e) modernista.

8. (FFCL/BA) Todas as características abaixo pertencem ao Arcadismo, exceto:

a) “lnutilia truncat”.
b) despersonalização do lirismo.
c) delegação poética.
d) razão maior que emoção.
e) fusionismo.

9. No primeiro quarteto de um soneto de CIáudio Manuel da Costa lê-se:

“Fatigado de calma se acolhia


Junto o rebanho à sombra dos salgueiros;
E o sol, queimando os ásperos oiteiros,
Com violência maior no campo ardia”.

Encontra-se no texto as seguintes características do poeta:

a) Artificialismo, uso da mitologia greco-romana, natureza adormecida.


b) Contrastes, bucolismo, existência de pastores.
c) Simplicidade de forma, contato com a natureza, bucolismo.
d) Natureza adormecida, liberdade formal, idealização da realidade.
e) Simplicidade de forma, presença de pastores, mitologia greco-latina.

10. (UNIFOR-CE) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase


apresentada.

Texto I
“É a vaidade, Fábio, nesta vida
Rosa que, da manhã lisonjeada,
Púrpuras mil, com ambição dourada,
Airosa rompe, arrasta presumida.”

Texto II
“Fatigado de calma se acolhia
Junto o rebanho à sombra dos salgueiros,
E o sol, queimando os ásperos oiteiros,
Com violência maior no campo ardia.”

A natureza, para os poetas_________, era fonte de símbolos (rosa, cristal, água), que
transcendiam do material para o espiritual (Texto I); para os poetas___________, era
sobretudo o cenário idealizado, dentro do qual se podia ser feliz (Texto II).

a) românticos – parnasianos.
b) parnasianos – simbolistas.
c) árcades – românticos.
d) simbolistas – barrocos.
e) barrocos – árcades.
11. (UFMS) No prefácio de suas Obras, escreveu Cláudio Manuel da Costa:

“Não são estas as venturosas praias da Arcádia, onde o som das águas inspirava a
harmonia dos versos. Turva e feia, a corrente destes ribeiros, primeiro que arrebate as
ideias de um Poeta, deixa ponderar a ambiciosa fadiga de minerar a terra, que Ihes tem
pervertido as cores.”

Afirma o poeta, portanto, que

a) a natureza de sua região natal guarda harmoniosa correspondência com a da Arcádia.


b) a inspiração, que brota harmoniosa da natureza arcádica, é perturbada pela realidade
das águas turvas dos rios em mineração.
c) a harmonia dos versos arcádicos é embalada pelo som dos ribeiros de sua terra,
graças à mineração que Ihes turva as águas.
d) é preciso esquecer a harmonia dos versos arcádicos, em vista da beleza maior dos
inspiradores rios de mineração.
e) a beleza natural dos rios da Arcádia e dos de sua terra é afetada pela ambição
econômica, que perverte a uns e a outros.

12. (CESCEM) O URAGUAI e CARAMURU, poemas de caráter épico do arcadismo,


são, respectivamente, obras de:

a) Basílio da Gama e Santa Rita Durão.


b) Cláudio Manuel da Costa e Basílio da Gama.
c) Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa.
d) Basílio da Gama e Cláudio Manuel da Costa.
e) Santa Rita Durão e Basílio da Gama.

13. (UNESP) “Quem vê girar a serpe da irmã no casto seio,


Pasma, e de ira e temor ao mesmo tempo cheio
Resolve, espera, teme, vacila, gela e cora,
Consulta o seu amor e o seu dever ignora.
Voa a frapada seta da mão, que não se engana;
Mais ai, que já não vives, ó mísera indiana!”

Nestes versos de Silva Alvarenga, poeta árcade e ilustrado, faz-se alusão ao episódio de
uma obra em que a heroína morre.

Assinale a alternativa correta em que se mencionam o nome da heroína (I), o título da


obra (2) e o nome do autor (3):

a) (I) Moema; (2) Caramuru; (3) Santa Rita Durão.


b) (I) Marabá; (2) Marabá; (3) Gonçalves Dias.
c) (I) Lindoia; (2) O Uraguai; (3) Basílio da Gama.
d) (I) Iracema; (2) lracema; (3) José de Alencar.
e) (I) Marília; (2) Marilia de Dirceu; (3) Tomás A. Gonzaga.

14. (UM-SP) Sobre o poema O Uraguai, é correto afirmar que:


a) o herói do poema é Diogo Álvares, responsável pela primeira ação colonizadora da
Bahia.
b) o índio Cacambo, ao saber da morte de sua amada, Lindoia,
suicida-se.
c) escrito em plena vigência do Barroco, filiou-se à corrente cultista.
d) os jesuítas aparecem como vilões, enganadores dos índios.
e) segue a estrutura épica camoniana, com versos decassílabos e estrofes em oitava
rima.

15. (ESAN-SP) Assinale a alternativa correta quanto a autores e obras neoclássicas e


arcádicas:

a) Vila Rica, poema épico que trata da descoberta do ouro em Minas Gerais e a
fundação de Vila Rica. Autoria: Cláudio Manuel da Costa.
b) “Minha bela Marília, tudo passa;
A sorte deste mundo é mal segura;
Se vem depois dos males a ventura,
Vem depois dos prazeres a desgraça.”
(Fragmentos de Marília de Dirceu. Autoria: Tomás Antônio Gonzaga.)
c) Frei Santa Rita Durão, a exemplo de Os Lusíadas, de Camões, compõe Caramuru,
em dez cantos, em oitava rima, observando as unidades tradicionais: proposição,
invocação, dedicatória, narrativa e epílogo.
d) O Uraguai é poema épico escrito por Basílio da Gama. Rompe o modelo camoniano,
pois está dividido em cinco cantos, com estrofação livre e versos brancos.
e) todas são corretas.

16. (Enem)

Torno a ver-vos, ó montes; o destino


Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino.

Aqui estou entre Almendro, entre Corino,


Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.

Se o bem desta choupana pode tanto,


Que chega a ter mais preço, e mais valia
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,

Aqui descanse a louca fantasia,


E o que até agora se tornava em pranto
Se converta em afetos de alegria.

Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio
de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.
Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos
do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o
momento histórico de sua produção.

a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens


relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e
fino”.
b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma
contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da
Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia.
c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que
evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista
da vida nacional.
d) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é
formulação literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da
Colônia sobre a Metrópole.
e) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada
esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em
alegria.

17. (Enem) Assinale a opção que apresenta um verso do soneto de Cláudio Manoel da
Costa em que o poeta se dirige ao seu interlocutor.

a) “Torno a ver-vos, ó montes; o destino” (v.1)


b) “Aqui estou entre Almendro, entre Corino,” (v.5)
c) “Os meus fiéis, meus doces companheiros,” (v.6)
d) “Vendo correr os míseros vaqueiros” (v.7)
e) “Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,” (v.11)

18. (UFV-2007) Considere as afirmativas abaixo, referentes ao Arcadismo brasileiro:

I. A natureza adquire um sentido de simplicidade, verdade e harmonia, impondo-se


como modelo para a realização do ser humano.
II. A vinculação ao mundo natural se dá através de uma poesia de caráter pastoril.
III. Defende-se a imitação da simplicidade dos autores clássicos, que produziram suas
obras na Antiguidade greco-romana e no Barroco.
IV. Há uma forte ligação com a Inconfidência Mineira, pelo fato de poetas como
Cláudio Manuel da Costa e Tomás António Gonzaga terem se envolvido na rebelião
contra a metrópole.
V. Os poetas enfatizam a subjetividade, pois estavam convencidos de que deviam
expressar em seus textos sentimentos intensos, passionais e impulsivos.

Está CORRETO o que se afirma em:

a) I e III, apenas.
b) I, III, IV e V, apenas.
c) II e V, apenas.
d) I, II e IV, apenas.
e) I, II, III, IV e V
19. (CESCEA) (Nele) “a poesia parece fenômeno mais vico e autêntico (...) por ter
brotado de experiência humanas palpitantes”. (Ele) “é dos raros poetas brasileiros,
certamente o único entre os árcades, cuja vida amorosa importa para a compreensão da
obra”. “O lírico ouvidor soltava os seus amores em liras apaixonadas, que tinham,
naquele ambiente de Vila Rica, um sabor novo e raro”.

Assim a crítica literária tem-se manifestado sobre o poeta:

a) Cláudio Manuel da Costa.


b) Tomás Antônio Gonzaga.
c) Alvarenga Peixoto.
d) Gonçalves de Magalhães.
e) Basílio da Gama.

20. (UF-PA)
Lerás em alta voz, a imagem bela;
eu, vendo que lhe dás o justo apreço,
gostoso tornarei a ler de novo
o cansado processo.
Se encontrares louvada uma beleza,
Marília, não lhe invejes a ventura,
Que tens quem leve à mais remota idade
a tua formosura.

Sobre o autor do texto anterior é incorreto afirmar que

a) sua obra inspira-se na relação amorosa entre o poeta e sua noiva.


b) em linhas gerais, obedeceu aos princípios do estilo árcade.
c) seus poemas traduzem uma linguagem clara, simples e objetiva.
d) sua principal obra é Marília de Dirceu.
e) o domínio do racionalismo setencentista impediu qualquer manifestação dos
sentimentos do autor.

21. (PSC-2013) Leia os versos a seguir e assinale os que foram escritos por Tomás
Antônio Gonzaga:

a) Pastores, que levais ao monte o gado,


Vede lá como andais por essa serra;
Que para dar contágio a toda terra,
Basta ver o meu rosto magoado.

b) Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,


Que viva de guardar alheio gado,
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelos e dos sóis queimado.

c) Nise? Nise? Onde estás? Aonde espera


Achar-te uma alma que por ti suspira,
Se quanto a vista se dilata e gira,
Tanto mais de encontrar-te desespera!
d) Formosa é Daliana; o seu cabelo,
A testa, a sobrancelha é peregrina;
Mas nada tem que ver co’a bela Eulina
Que é todo o meu amor, o meu desvelo.

e) Não vês, Lise, brincar esse menino


Com aquela avezinha? Estende o braço;
Deixa-a fugir; mas, apertando o laço,
A condena outra vez ao seu destino?

22. (PSC-2014) Leia o soneto de no. LXXI, de Cláudio Manuel da Costa:

Este é o rio, a montanha é esta,


Estes os troncos, estes os rochedos;
São estes inda os mesmos arvoredos;
Esta é a mesma rústica floresta.

Tudo cheio de horror se manifesta,


Rio, montanha, troncos e penedos;
Que de amor nos suavíssimos enredos
Foi cena alegre, e urna é já funesta.

Oh quão lembrado estou de haver subido


Aquele monte, e as vezes que, baixando,
Deixei do pranto o vale umedecido!

Tudo me está a memória retratando;


Que da mesma saudade o infame ruído
Vem as mortas espécies despertando.

Assinale a característica do Arcadismo presente no poema:

a) Preocupação com o embelezamento da possível feiura da realidade.


b) Idealização da vida no campo, como condição ideal para o homem.
c) Defesa de uma função social e ética para a literatura.
d) Apresentação de uma natureza genérica, que nos remete à Grécia.
e) Tendência para retratar situações e não emoções.

23. (PSC-2014) Leia os versos abaixo, de autoria de Tomás Antônio Gonzaga:

Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,


Que viva de guardar alheio gado,
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelos e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto:
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha estrela!

Assinale a alternativa que contém um verso decassílabo sáfico:

a) “Das brancas ovelhinhas tiro o leite”


b) “Eu, Marília, não sou algum vaqueiro”
c) “De tosco trato, de expressões grosseiro”
d) “Dá-me vinho, legume, fruta, azeite”
e) “E mais as finas lãs, de que me visto”

24. (PSC-2014) Leia os trechos abaixo, pertencentes à Lira 31, de Tomás Antônio
Gonzaga, indicado como leitura obrigatória:

Vou retratar a Marília,


A Marília, meus amores,
Porém como, se eu não vejo
Quem me empreste as finas cores?
Dar-mas a terra não pode;
Não, que a sua cor mimosa
Vence o lírio, vence a rosa,
O jasmim e as outras flores.

Ah! Socorre, Amor, socorre


Ao mais grato empenho meu!
Voa sobre os astros, voa,
Traze-me as tintas do céu.
............................
Entremos, Amor, entremos,
Entremos, na mesma esfera;
Venha Palas, venha Juno,
Venha a deusa de Citera.
Porém, não, que se Marília
No certame antigo entrasse,
Bem que a Páris não peitasse,
A todas as três vencera.

Vai-te, Amor, em vão socorres


Ao mais grato empenho meu:
Para formar-lhe o retrato
Não bastam as tintas do céu.

Sobre os trechos acima e sobre o poema em sua totalidade, fazem-se as seguintes


afirmativas:

I. Os versos estão feitos em redondilha maior


II. Existem versos brancos, prática não incomum no Arcadismo
III. O vocábulo “Amor”, com maiúscula, indica referência ao deus Eros
IV. Palas, Juno e a deusa de Citera (Vênus) são divindades da mitologia grega que
disputaram um concurso de beleza
V. O verso “Bem que a Páris não peitasse” indica referência ao suborno que se tentou
fazer ao juiz do concurso.
VI. O eu lírico conclui que é impossível retratar Marília, pois ela é mais bonita que
qualquer coisa que exista na terra ou no céu.

Assinale a alternativa correta:

a) Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas


b) Somente as afirmativas I, II e V estão corretas
c) Somente as afirmativas II, IV e VI estão corretas
d) Somente as afirmativas III, V e VI estão corretas
e) Todas as afirmativas estão corretas

25. (SIS-2014) Examine a tela do pintor Alvan Fisher (1792-1863).

É possível relacionar essa tela

a) às cantigas trovadorescas de amigo, cujo tema principal é o deleite que as pessoas


experimentam no campo.
b) ao ideal de distanciar-se das cidades – Fugere urbem −, típico das sátiras de Gregório
de Matos.
c) aos sermões de Antonio Vieira, em que ele nega o acesso ao paraíso aos indivíduos
que optam por viver isolados do convívio social.
d) ao Arcadismo, que valoriza a vida simples e a proximidade entre homem e natureza.
e) à tranquilidade dos cenários nas peças moralizantes de Gil Vicente, como O auto da
barca do inferno.

GABARITO

BARROCO

1. E
2. B
3. A
4. C
5. A
6. E
7. C
8. B
9. A
10. D
11. A
12. A
13. B
14. A
15. B
16. A
17. E
18. C
19. D
20. D
21. A
22. B
23. C
24. D
25. C

ARCADISMO

1. A
2. D
3. E
4. B
5. B
6. D
7. A
8. E
9. C
10. E
11. B
12. A
13. C
14. D
15. E
16. B
17. A
18. D
19. B
20. E
21. B
22. D
23. A
24. E
25. D

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