Você está na página 1de 15

EEMTI PROF.

CLODOALDO PINTO – CAMPANHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA E COMBATE AO RACISMO - 2022

PERSONALIDADES NEGRAS BRASILEIRAS QUE INSPIRAM

Machado de Assis (1839-1908)

Considerado por muitos como o maior escritor


brasileiro de todos os tempos, e um dos maiores
da literatura de língua portuguesa, Joaquim
Maria Machado de Assis teve uma origem
difícil.

Nascido no berço de uma família pobre carioca,


o futuro grande escritor precisou trabalhar cedo e
foi um autodidata. Um dos seus primeiros
empregos foi como aprendiz de tipógrafo. Depois
de publicar o seu primeiro conto - aos 16 anos -
não parou mais de escrever tendo criado romances, crônicas, poemas, textos dos mais variados gêneros.

Atuando também como tradutor e jornalista, Machado deixou um legado ímpar na nossa literatura. Ativista,
o intelectual foi também o fundador (e primeiro presidente) da Academia Brasileira de Letras.

Milton Santos (1926-2001)


O maior geógrafo do Brasil ficou conhecido
internacionalmente tendo chegado a dar aulas em uma
série de universidades estrangeiras.

Milton Santos nasceu na Bahia e, como era filho de


professores, começou a dar aulas desde cedo, ainda
com 13 anos. Depois de se formar em direito, foi fazer
um doutorado na área que sempre despertou a sua
paixão: a geografia.

Durante a ditadura militar foi perseguido no Brasil e


se exilou na França. Reconhecido pelo seu trabalho, Milton Santos recebeu o título de doutor honoris causa
por mais de 20 instituições no Brasil e no exterior. Ele foi também o único brasileiro a receber o prêmio
Vautrin Lud (o Nobel da Geografia), em 1994.
EEMTI PROF. CLODOALDO PINTO – CAMPANHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA E COMBATE AO RACISMO - 2022

PERSONALIDADES NEGRAS BRASILEIRAS QUE INSPIRAM

Lima Barreto

O escritor morreu aos 41 anos deixando uma extensa obra de 17 volumes,


entre contos, memórias, ensaios, crônicas e críticas literárias. Foi em
1911, que Lima Barreto (1881 - 1922) publicou um de seus livros mais
renomados: "Triste Fim de Policarpo Quaresma". Quatro anos depois, foi
a vez de lançar a crítica política "Numa e a Ninfa". Mestiço, o escritor e
jornalista fez questão de se manifestar e militar a respeito dos
preconceitos sociais e raciais, dos quais ele mesmo era vítima

Pixinguinha (1897-1973)

Mestre do choro, o carioca Alfredo da Rocha


Vianna Filho, conhecido como Pixinguinha, era um
músico de mãos cheias. É dele a música Carinhoso,
que permanece no imaginário do brasileiro até os
dias de hoje.

Filho de um flautista, começou a compor com


apenas treze anos. Aos quinze já era membro da
orquestra do Teatro Rio Branco. Pixinguinha tocava
flauta, cavaquinho, saxofone e uma série de
instrumentos.

Além de ter feito sucesso no Brasil, o músico fez uma série de turnês no exterior.
EEMTI PROF. CLODOALDO PINTO – CAMPANHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA E COMBATE AO RACISMO - 2022

PERSONALIDADES NEGRAS BRASILEIRAS QUE INSPIRAM

Aleijadinho (1738-1814)
Escultor, entalhador e arquiteto, Aleijadinho
foi um dos maiores criadores do Brasil
colonial. As suas obras podem ser admiradas
até os dias de hoje nas cidades mineiras de
Ouro Preto, Mariana, São João del Rei e
arredores.

Filho bastardo de pai escultor e carpinteiro,


Aleijadinho aprendeu o ofício em casa ao ver
o pai trabalhando especialmente na madeira e
com figuras religiosas. O seu pai, Manuel
Francisco Lisboa, teve Aleijadinho da relação
que manteve com a escrava que possuía, Isabel.

Aleijadinho viveu durante um período de ouro da região de Minas Gerais.

Com muitas obras - principalmente religiosas - o seu trabalho como entalhador e projetista foi encomendado
com bastante frequência. O estilo de Aleijadinho era principalmente o rococó e o barroco.

Escultor, entalhador e arquiteto, Aleijadinho foi um dos maiores criadores do Brasil colonial. As suas obras
podem ser admiradas até os dias de hoje nas cidades mineiras de Ouro Preto, Mariana, São João del Rei e
arredores.

Grande Otelo (1915-1993)


O ator Grande Otelo foi um dos maiores das
artes cênicas brasileira no século XX. Os
seus trabalhos, especialmente com Oscarito,
fizeram muito sucesso no cinema.

Sebastião Bernardes de Souza Prata nasceu


em Minas Gerais e começou a representar
nas festas populares. Quando tinha sete anos
participou de uma apresentação do circo e
ganhou de vez o gosto pela atuação.

Depois de ter ficado órfão de pai se mudou


para São Paulo e entrou na Companhia de
Teatro Mambembe. A partir de então não
parou mais de trabalhar: atuou nas grandes
estações de rádio e nos principais canais de
televisão do país além de ter protagonizado
uma série de filmes.

Grande Otelo protagonizou um marco importante: os negros não podiam entrar pela porta da frente nos
cassinos, esse evento só foi superado depois que Grande Otelo foi contratado para atuar em um deles.

EEMTI PROF. CLODOALDO PINTO – CAMPANHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA E COMBATE AO RACISMO - 2022
PERSONALIDADES NEGRAS BRASILEIRAS QUE INSPIRAM

Maria Firmino dos Reis (1825-1917)


A primeira romancista brasileira nasceu em
São Luís do Maranhão, da união entre um pai
negro e uma mãe branca.

Criada por uma tia, teve acesso à educação


formal e quando tinha 25 anos passou num
concurso e se tornou professora primária.

Aos 34 anos publicou a sua primeira obra,


chamada Úrsula (1859). Esse foi o primeiro
romance lançado por uma mulher no nosso
país e teve a particularidade de ser também o
primeiro livro antiescravagista publicado em
solo brasileiro.

Além desse romance, lançou uma série de


contos e um livro de poemas. Maria Firmino
continuou dando aulas enquanto trabalhava como professora.

André Rebouças (1838-1898)


André Rebouças fez história ao se tornar o
primeiro negro formado pela Escola Militar. Filho
de um advogado mulato que se tornou deputado
pela Bahia, André e o irmão eram ótimos alunos
e ganharam uma bolsa de estudos na Europa.

Ambos estudam engenharia civil tanto na França


e na Inglaterra. De volta ao Brasil, em 1863, os
irmãos são convidados pelo então ministro da
Guerra para vistoriarem as fortificações do litoral
sul. André começa a fazer carreira no exército.

Com bastante fama, é convidado em 1866 para


dirigir a construção da obra das docas do Rio de
Janeiro. Foi ele que planejou as docas da Alfândega e da Gamboa. André também deu aulas na Escola
Politécnica.

EEMTI PROF. CLODOALDO PINTO – CAMPANHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA E COMBATE AO RACISMO - 2022
PERSONALIDADES NEGRAS BRASILEIRAS QUE INSPIRAM

João da Cruz e Sousa (1861-1898)


O poeta mais importante do simbolismo brasileiro nasceu filho de
escravos alforriados, e portanto, veio ao mundo já com a condição de
livre. O rapaz foi adotado por um marechal e pela sua esposa e, ainda aos
sete anos, começou a escrever poemas.

Em 1877 começou a publicar em jornais locais e desde cedo foi um


personagem importante na campanha abolicionista. Escreveu durante
muitos anos para o Jornal Tribuna Popular.

Por ser negro, sofreu um enorme preconceito social. Em 1885 lançou a


sua primeira obra literária e assumiu a direção do jornal O moleque.

Ao longo da vida trabalhou como jornalista e arquivista. Em termos


literários teve um papel importantíssimo porque rompeu com o
parnasianismo e inaugurou o movimento simbolista no Brasil.

Mãe Menininha do Gantois (1894- 1986)


Nascida em Salvador, descendente direta de
escravos libertos, Mãe Menininha assumiu
pela primeira vez o Terreiro do Gantois
quando tinha 28 anos. Os seus antepassados
fundaram o primeiro terreno Nagô do Brasil
no ano de 1849.

Maria Júlia da Conceição Nazareth foi a


primeira mãe-de-santo famosa no nosso país
e era a avó de Mãe Menininha.

Mãe Menininha foi fundamental na luta da


aceitação e divulgação do candomblé no Brasil e convidou brancos e católicos para conhecerem o terreiro.

A religiosa ajudou a queda da Lei de Jogos e Costumes (de 1930), que proibia rituais de acontecerem depois
das 22 horas.

EEMTI PROF. CLODOALDO PINTO – CAMPANHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA E COMBATE AO RACISMO - 2022
PERSONALIDADES NEGRAS BRASILEIRAS QUE INSPIRAM

Gilberto Gil (1942)


Cantor, músico, instrumentista e ministro da cultura,
Gilberto Gil foi importante de muitas formas para o
Brasil.

A música entrou desde cedo na vida do artista - já


com nove anos, Gil começou a estudar música na
Academia Regina. Em 1963 conheceu outros jovens
talentosos: Caetano Veloso, Maria Bethânia, Tom
Zé e Gal Costa. Juntos, revolucionários, criaram o
Movimento Tropicalista.

Gilberto Gil participou dos históricos Festivais da


Canção e foi um contestador dentro da sua geração.

Com a ditadura, em 1969, foi obrigado a se exilar e


só retornou ao Brasil em 1972.

Na política, Gil trabalhou como vereador na Câmara Municipal de Salvador (1989-1992) e em 2003 foi
nomeado para Ministro da Cultura (2003-2008).

Conceição Evaristo (1946)


A escritora e professora Conceição Evaristo é um dos
maiores nomes da literatura brasileira
contemporânea e é uma das grandes ativistas do
movimento negro.

As suas publicações vão desde poemas, ensaios e até


mesmo ficção. A moça teve uma origem dura -
Conceição é filha de uma lavadeira e não teve
contato com o pai, tendo sido criada pelo padrasto,
que era pedreiro.

A escritora começou a trabalhar como empregada


doméstica aos oito anos de idade. Formada em
Letras, Conceição fez Mestrado e Doutorado e deu
aulas em escolas e na Universidade. Em 2018 ganhou o Prêmio de Literatura do Governo de Minas Gerais.

EEMTI PROF. CLODOALDO PINTO – CAMPANHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA E COMBATE AO RACISMO - 2022
PERSONALIDADES NEGRAS BRASILEIRAS QUE INSPIRAM

Djamila Ribeiro (1980)


Nascida em Santos, Djamila atua como jornalista e é
ativista do movimento negro, dos direitos humanos e
feminista.

Com graduação e mestrado em filosofia política, a


veia politizada e intelectual Djamila herdou do pai,
que, apesar de ter pouco estudo, era um militante
comunista e levava os três filhos desde pequeno para
os atos políticos.

Além de ativista e pensadora, Djamila tem uma


atuação bastante prática: a jovem já ocupou cargos públicos e foi secretária-adjunta da Secretaria de Direitos
Humanos e Cidadania de São Paulo.

Sueli Carneiro (1950)


Sueli Carneiro é uma das intelectuais e ativistas
contemporâneas mais importantes do país. Nascida em
São Paulo, Sueli fez o doutorado em Educação pela
USP e fundou o Geledés Instituto da Mulher Negra.

A frente da instituição que milita pela consciência


racial no Brasil, Sueli tem feito fortes contribuições
sociais. Ela também escreve regularmente livros e
artigos: a autora já tem mais de 150 artigos publicados
além de 17 livros lançados pensando a situação dos
negros no país.

Sueli Carneiro é uma referência de militância política do movimento negro.

EEMTI PROF. CLODOALDO PINTO – CAMPANHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA E COMBATE AO RACISMO - 2022
PERSONALIDADES NEGRAS BRASILEIRAS QUE INSPIRAM

Elisa Lucinda (1958)

Atriz, poeta, cantora, jornalista: Elisa


Lucinda tem muitas facetas. Nascida em
Vitória, a artista se mudou para o Rio de
Janeiro para trabalhar como atriz em 1986 e
se estabeleceu de vez na cidade.

O primeiro livro publicado, O semelhante


(1994), virou peça de teatro onde declamava
os seus poemas. O mesmo se passou com
várias outras publicações literárias de Elisa
Lucinda que foram adaptadas para os palcos.

A artista, multifacetada, mantém também uma associação no Rio de Janeiro que promove saraus e estimula a
declamação de poesias.

Abdias Nascimento (1914-2011)

Nascido no interior de São Paulo, Abdias foi


professor, poeta, político, escritor e ator. Ao longo
de toda a vida procurou implementar políticas de
afirmação do negro, tendo militado já na década de
quarenta no Movimento Negro Brasileiro.

Durante a ditadura foi obrigado a se exilar nos


Estados Unidos onde deu aulas no ensino superior.
Quando regressou ao Brasil se elegeu deputado
federal e senador.

O seu legado ficou não só da memória daqueles que


conviveram com Abdias como também nos mais de vinte livros que o autor deixou publicados.

EEMTI PROF. CLODOALDO PINTO – CAMPANHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA E COMBATE AO RACISMO - 2022
PERSONALIDADES NEGRAS BRASILEIRAS QUE INSPIRAM

Milton Nascimento (1942)


Cantor e compositor, Milton Nascimento é dos
nomes mais importantes da MPB. Nascido no
Rio de Janeiro, depois de perder a mãe foi viver
com a avó em Minas Gerais, onde foi criado.

Quanto tinha 13 anos começou a tocar violão,


aos 15 criou um grupo com amigos e passaram
a se apresentar em bailes da região.

Em 1966 teve a sua primeira música gravada por


Elis Regina. No ano a seguir, três das suas
criações foram classificadas para o Festival
Internacional da Canção.

Milton seguiu fazendo sucesso numa série de festivais e passou a ter uma forte carreira nacional e
internacional.

Reconhecido no Brasil e no exterior, Milton chegou a ganhar quatro Grammys.

Marina Silva (1958)


Marina Silva é uma importante política e ambientalista do
norte do Brasil, que chegou a receber o prêmio Champions
of the Earth, o maior prêmio da ONU pela sua luta em
defesa da Amazônia. Marina levou para casa também o
prêmio da Fundação Norueguesa Sophie e a Medalha
Duque de Edimburgo.

Nascida no seringal, Marina passou enorme dificuldade e


só aprendeu a ler e a escrever aos 16 anos.

Na política, ingressou em 1984, ao lado de Chico Mendes,


com quem fundou a CUT (Central Única dos
Trabalhadores).

Marina Silva foi vereadora, deputada estadual, senadora, Ministra do Meio Ambiente. Tentou se eleger
presidente nos anos de 2011, 2014 e 2018, mas perdeu todas as campanhas presidenciais.

EEMTI PROF. CLODOALDO PINTO – CAMPANHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA E COMBATE AO RACISMO - 2022
PERSONALIDADES NEGRAS BRASILEIRAS QUE INSPIRAM

Glória Maria
A reconhecida jornalista Glória Maria nasceu no Rio de
Janeiro, filha de um alfaiate com uma dona de casa. Para se
formar em jornalismo, precisou conciliar o seu horário na
universidade com o emprego de telefonista na Embratel.

Na televisão o seu primeiro grande trabalho foi como


repórter na cobertura do desabamento do Elevado Paulo de
Frontin, em 1971, no Rio de Janeiro.

Na rede Globo participou de vários programas jornalísticos:


Jornal Hoje, Bom Dia Rio, RJTV, Jornal Nacional. Também
integrou a equipe do Fantástico trabalhando como
apresentadora e fazendo matérias especiais.

Mestre Valentim (1745-1813) - paisagista e arquiteto


Mestre Valentim da Fonseca

Valentim da Fonseca e Silva, mais conhecido como Mestre


Valentim, era filho de um contratador de diamantes e uma
negra. Nasceu em Serro, Minas Gerais e, mais tarde,
Valentim foi levado para o pai a Lisboa onde estudou.

No Brasil, estabeleceu-se no Rio de Janeiro, então capital da


colônia. Prestou serviço para as grandes ordens religiosas e
realizou trabalhos para o Mosteiro de São Bento, para Igreja
de Santa Cruz dos Militares e a Igreja de São Pedro Clérigos
(já demolida).

Chamado de "Aleijadinho carioca" pelo seu talento foi


também o autor do traçado original do Passeio Público e do
Chafariz das Marrecas, ambos no Rio de Janeiro.

No entanto, sua obra mais conhecida é chafariz localizado na


atual Praça Quinze, onde centenas de escravos recolhiam água para abastecer as casas.

EEMTI PROF. CLODOALDO PINTO – CAMPANHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA E COMBATE AO RACISMO - 2022
PERSONALIDADES NEGRAS BRASILEIRAS QUE INSPIRAM

Padre José Maurício (1767-1830) - músico e compositor


Padre José Maurício

Nascido no Rio de Janeiro, de pais libertos, José Maurício


Nunes Garcia seguiu a carreira eclesiástica a fim de ter uma
educação formal. Além disso, estudou música, composição e
regência, sendo exímio organista.

Com a vinda da Família Real ao Brasil, em 1808, a vida


cultural do Rio de Janeiro sofreu um incremento
considerável.

O príncipe-regente Dom João, grande admirador da música,


nomeou-lhe Mestre de Capela e o fez cavaleiro da Ordem de
Cristo, uma das mais tradicionais ordens portuguesas.

Compôs, sobretudo, música religiosa que refletem exatamente a transição do barroco para o classicismo pela
qual passava a música europeia.

Com as comemorações do bicentenário da Família Real em 2008, a obra de José Maurício Nunes Garcia foi
redescoberta. Assim surgiram várias gravações de orquestras brasileiras e internacionais que permitiram sua
divulgação às novas gerações.

Maria Firmina do Reis (1822-1917) - escritora e professora


Maria Firmina

Nascida no Maranhão, Maria Firmina dos Reis pode ser


considerada uma pioneira em vários campos.

Foi a primeira mulher a passar para o concurso público como


professora, a fundar uma escola mista e a escrever um
romance "Úrsula" . Este livro anteciparia o gênero de
literatura abolicionista que seria moda com "Escrava Isaura",
de Bernado Guimarães (1825-1884).

Publicaria em 1871 um conto com a mesma temática "A


Escrava" e reuniria seus poemas na coletânea "Cantos à
beira-mar".

Maria Firmina foi completamente esquecida e silenciada da História do Brasil, mas pesquisas recentes tem
trazido luz sobre sua obra e vida.

EEMTI PROF. CLODOALDO PINTO – CAMPANHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA E COMBATE AO RACISMO - 2022
PERSONALIDADES NEGRAS BRASILEIRAS QUE INSPIRAM

Luís Gama (1830-1882) - escritor e ativista político


Luís Gama

Nascido na Bahia de uma liberta e de um português


empobrecido, Luís Gama nasceu livre, mas foi vendido como
escravo pelo pai que estava endividado.

Foi para São Paulo aos 10 anos e trabalhou como escravo


doméstico. Aprendeu a ler aos 17 e, nesta época, conseguiu
provar junto aos tribunais que era mantido como escravo
injustamente e que, portanto, deveria ser posto em liberdade.

Um vez livre, Gama passou a atuar como rábula, um advogado


sem diploma que pleiteava causas específicas. No seu caso, Luís
Gama conseguiu libertar mais de 500 escravos alegando que
todo negro chegado ao Brasil após 1831 deveria ser livre, tal
como dizia a Lei Feijó.

Escritor abolicionista, o enterro de Luís Gama foi um verdadeiro


acontecimento em São Paulo acompanhado por 4000 pessoas.

Em 2015, a OAB - Ordem de Advogados do Brasil, lhe concedeu postumamente o título oficial de advogado.

DRAGÃO DO MAR - Francisco José do Nascimento (1839-1914) -


marinheiro e ativista político
Francisco José do Nascimento, o Dragão do Mar

Natural do Ceará, filho de pescadores, desde cedo


aprendeu o ofício do mar e exerceu de prático-mor. O
abolicionismo se espalhava pelo país e no Ceará contou
com o apoio decisivo dos jangadeiros.

Em 1881, os jangadeiros, liderados por Francisco do


Nascimento, se recusam a transportar os escravos para
o sul do país. Desta forma, o comércio ficou paralisado.

O ato do jangadeiro correu por todo país e foi saudado


pelos abolicionistas como um gesto heroico. A partir de
então, sua alcunha seria "Dragão do Mar" e entraria
para história do estado e do país.

O Ceará foi a primeira província do Brasil a abolir a


escravidão em 1884.

EEMTI PROF. CLODOALDO PINTO – CAMPANHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA E COMBATE AO RACISMO - 2022
PERSONALIDADES NEGRAS BRASILEIRAS QUE INSPIRAM

Estêvão Silva (1845-1891) - pintor, desenhista e professor


Estêvão da Silva

Nascido no Rio de Janeiro, Estêvão formou-se


como pintor na Academia Imperial de Belas Artes.
A Academia recebia um grande número de negros e
filhos de alforriados e Estêvão Silva é considerado
o maior de todos eles.

Especializou-se na pintura de naturezas-mortas, e o


crítico Gonzaga Duque observou que "ninguém era
capaz de pintá-las tão bem quanto Estêvão Silva".
Igualmente, retratou paisagens e figuras religiosas.

Apesar de esquecido pela historiografia brasileira,


Estêvão Silva participou do Grupo Grimm, que
renovou o paisagismo brasileiro no século XIX.

Na praia da Boa Viagem, em Niterói (RJ), os


membros pintavam sob orientação do alemão Georg Grimm. Faziam parte artistas como Antônio Parreiras e
França Júnior, entre outros.

O Museu Afro Brasil, em São Paulo, realizou uma exposição para resgatar a figura deste importante
personagem.

José do Patrocínio (1853-1905) - farmacêutico e ativista político


José do Patrocínio

Nascido em Campo dos Goytacazes (RJ), José do Patrocínio


foi para a capital do Império para estudar Farmácia enquanto
trabalhava na Santa Casa de Misericórdia.

No entanto, cedo trocou o laboratório pela redação de jornais


onde defendia ardorosamente o fim da escravidão.

Com Joaquim Nabuco, em 1880, fundou Sociedade Brasileira


Contra a Escravidão. Além de comícios políticos, a
organização arrecadava dinheiro para alforrias e facilitava
fugas de escravos. Do mesmo modo, concorreu e ganhou a
eleição para vereador do Rio de Janeiro em 1886.

Assinada a Lei Áurea, em 1888, Patrocínio vai a Paris, de


onde volta com o primeiro automóvel da cidade do Rio de
Janeiro. Igualmente, investe suas economias na fabricação de
dirigíveis. Falece de tuberculose aos 51 anos de idade.

EEMTI PROF. CLODOALDO PINTO – CAMPANHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA E COMBATE AO RACISMO - 2022
PERSONALIDADES NEGRAS BRASILEIRAS QUE INSPIRAM

Antonieta de Barros (1901-1952) - professora, jornalista e deputada


Antonieta de Barros

Natural de Santa Catarina, Antonieta de Barros foi professora e


dedicou toda sua vida ao ensino.

De igual maneira, fundou jornais onde defendia ideias feministas.


Na década de 30, entrou na política e foi a primeira deputada
estadual negra do país e primeira deputada mulher do estado de
Santa Catarina.

Igualmente, foi eleita em 1934, pelo Partido Liberal Catarinense,


para a assembleia que redigiria a nova Constituição. Esteve nas
comissões que relatariam os capítulos Educação e Cultura e
Funcionalismo.

Integrou a assembleia legislativa catarinense até 1937, quando teve


início a ditadura do Estado Novo. Posteriormente, voltaria a se
dedicar ao magistério ocupando cargos de direção em diversas
escolas.

Em 1947, voltaria a ser deputada estadual no seu estado e seria autora da lei que transformava o dia 15 de
outubro em "Dia dos Professores" em Santa Catarina (Lei nº 145, de 12 de outubro de 1948).

Laudelina de Campos Melo (1904-1991) - empregada doméstica e


ativista política
Laudelina de Campos Melo

Nascida em Poços de Caldas (MG), desde cedo auxiliava sua mãe


com trabalhos domésticos fazendo doces para ajudar o sustento da
casa. Mesmo assim, participava de associações culturais e se filiou ao
PCB na década de 30.

Laudelina fundou a primeira Associação de Trabalhadores


Domésticos do Brasil, posteriormente fechada pelo Estado Novo.

Com a volta da democracia, Laudelina continuou a lutar pela


valorização da cultura negra e do trabalho doméstico. Para isso,
auxiliava a fundar associações de cunho político e cultural.

Também organizava manifestações e abaixo-assinados com o


propósito de pressionar os legisladores a promulgarem leis favoráveis
ao trabalhador doméstico.

Deixou sua casa em testamento para a Associação que ajudara a criar.

EEMTI PROF. CLODOALDO PINTO – CAMPANHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA E COMBATE AO RACISMO - 2022
PERSONALIDADES NEGRAS BRASILEIRAS QUE INSPIRAM

Carolina de Jesus (1914-1977) - escritora


Carolina de Jesus

Nascida na cidade de Sacramento (MG), Carolina Maria


de Jesus frequentou a escola somente por dois anos.

Em busca de uma vida melhor, foi para São Paulo onde


viveu na favela de Canindé e sustentava os três filhos
vendendo papel e ferro.

Na década de 60, a favela seria deslocada por conta da


especulação imobiliária e Carolina narra o cotidiano do
lugar num diário. Ali conta as mazelas e a luta pela
sobrevivência numa linguagem crua, mas poética.

O jornalista Audálio Dantas, da Folha da Noite, que cobria


a ação do governo, ajuda Carolina a publicar suas
anotações. O livro seria lançado com o título “Quarto de Despejo”.

A publicação torna-se um sucesso imediato e é traduzida para 29 idiomas. Seguiriam a continuação, onde ela
descreve o lugar da mulher negra dentro da sociedade brasileira, e “Provérbios”. Sua biografia seria publicada
postumamente, em 1986, como “Diário de Bitita”.

Ruth de Souza (1921-2019) - atriz


Ruth de Souza

Natural do Rio de Janeiro, Ruth perdeu o pai aos nove anos


e a mãe trabalhou como lavadeira para criar os três filhos.
Cedo se interessa pelo teatro e ingressa no Teatro
Experimental do Negro, de Abdias de Nascimento. Também
gostava muito de ir ao cinema e escutar ópera junto com sua
mãe.

Através do crítico Paschoal Carlos Magno, consegue uma


bolsa para estudar atuação nos Estados Unidos.

Ruth de Souza foi a primeira atriz negra a atuar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Igualmente, foi a primeira a atriz negra a receber uma indicação de melhor atriz com seu papel no filme "Sinhá
Moça". Isto ocorreu no Festival de Internacional de Veneza, em 1954.

Por isso, é chamada de primeira-dama negra da dramaturgia brasileira. Construiu uma exitosa carreira no
teatro, cinema e televisão.

Você também pode gostar