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“Não gosto de trabalhar, não fumo, durmo com muitos sonos e já escrevi 11
romances. Se chove, tenho saudades do sol; se faz calor, tenho saudades da
chuva. Temo os poderes de Deus, e fui devoto de Nossa Senhora da
Conceição. Enfim, literato da cabeça aos pés, amigo dos meus amigos e capaz
de tudo se me pisarem nos calos. Perco então a cabeça e fico ridículo. Afinal
de contas, sou um homem como os outros e Deus permita que assim
continue.” Esta é a auto-descrição de José Lins do Rego, considerado um dos
maiores ficcionistas da língua portuguesa.
José Lins do Rego Cavalcanti era filho de fazendeiros. Com a morte da mãe,
passou a ser criado pelo avô, num engenho de açúcar. Aos oito anos ingressou
no Internato Nossa Senhora do Carmo, onde estudou durante três anos. Em
1912 passou a estudar em João Pessoa. Nesse mesmo ano, publicou seu
primeiro artigo em jornal. Três anos depois mudou-se para o Recife, onde
concluiu seus estudos secundários.
Em 1919 ingressou na faculdade de direito do Recife. No ano seguinte, passou
a escrever uma coluna literária para o jornal “Diário do Estado da Paraíba”. Em
1924 formou-se e, no ano seguinte, casou-se com Filomena Masa Lins do
Rego, com quem teve três filhas. Em 1925, Lins do Rego assumiu o posto de
promotor público na cidade de Manhuaçu, em Minas Gerais, mas no ano
seguinte mudou-se para Maceió, onde começou a trabalhar como fiscal de
bancos, cargo que ocupou até 1930.
Passou a publicar um romance por ano: em 1934, “Bangüê”; em 1935, “O
Moleque Ricardo”; em 1936, “Usina”; em 1937, “Pureza”; em 1938, “Pedra
Bonita”; e em 1939, “Riacho Doce”,1936, “Histórias da Velha Totonha”, “Fogo
Morto”, O autor consagrou-se como mestre do regionalismo. Seu último
romance, “Cangaceiros”, foi publicado em 1953.
Paulo Freire
(Educador brasileiro)
19/9/1921, Recife (PE)
02/05/1997, São Paulo (SP)
Por seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire tornou-se uma
inspiração para gerações de professores, especialmente na América Latina e
na África. Pelo mesmo motivo, sofreu a perseguição do regime militar no Brasil
(1964-1985), sendo preso e forçado ao exílio.
O educador apresentou uma síntese inovadora das mais importantes correntes
do pensamento filosófico de sua época, como o existencialismo cristão, a
fenomenologia, a dialética hegeliana e o materialismo histórico. Essa visão foi
aliada ao talento como escritor que o ajudou a conquistar um amplo público de
pedagogos, cientistas sociais, teólogos e militantes políticos.
A partir de suas primeiras experiências no Rio Grande do Norte, em 1963,
quando ensinou 300 adultos a ler e a escrever em 45 dias, Paulo Freire
desenvolveu um método inovador de alfabetização, adotado primeiramente em
Pernambuco. Seu projeto educacional estava vinculado ao nacionalismo
desenvolvimentista do governo João Goulart.
A carreira no Brasil foi interrompida pelo golpe militar de 31 de março de 1964.
Acusado de subversão, ele passou 72 dias na prisão e, em seguida, partiu para
o exílio. No Chile, trabalhou por cinco anos no Instituto Chileno para a Reforma
Agrária (ICIRA). Nesse período, escreveu o seu principal livro: Pedagogia do
Oprimido (1968).
Em 1980, depois de 16 anos de exílio, retornou ao Brasil, onde escreveu dois
livros tidos como fundamentais em sua obra: Pedagogia da Esperança (1992) e
À Sombra desta Mangueira (1995). Lecionou na Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-
SP). Em 1989, foi secretário de Educação no Município de São Paulo, sob a
prefeitura de Luíza Erundina.
Doutor Honoris Causa por 27 universidades, Freire recebeu prêmios como:
Educação para a Paz (das Nações Unidas, 1986) e Educador dos Continentes
(da Organização dos Estados Americanos, 1992).
Rachel de Queiroz
Os papéis sociais no cangaço eram bem definidos: ao homem cabia zelar pela
segurança e sustento dos bandos. À mulher, ser esposa e companheira.
Durante a gestação elas ficavam escondidas. Depois do nascimento do bebê,
eram obrigadas a entregar a criança a amigos e retornar ao cangaço. Maria
Bonita teve três filhos durante esse período.