Nasceu em São Paulo, em 1902. Era filho de Cristóvão Buarque de Hollanda
Cavalcanti, farmacêutico e professor universitário, e Heloísa Gonçalves Moreira Buarque de Hollanda, dona de casa. Seu pai era pernambucano, e sua mãe, fluminense. Nascido em uma família de classe média, Sérgio Buarque estudou nas melhores escolas de São Paulo, desfrutando de uma formação abrangente e humanista. Aos 18 anos começou a escrever para o Correio Paulistano. Nesse período, participou do movimento modernista e aproximou-se de figuras centrais nesse movimento, como Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Em 1921 mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde cursou Direito na Universidade do Brasil (1925). Continuou em contato com o movimento modernista, atuando na revista Klaxon e na revista Estética. Seguiu trabalhando como jornalista, crítico literário e editor." "Em 1929 mudou-se para Berlim como enviado especial d’O Jornal, para cobrir o desenrolar dos fatos na Alemanha, Polônia e União Soviética. Nessa época aprofundou seus estudos em História e Ciências Sociais, bem como na leitura de autores alemães. Traduziu filmes alemães para o português e escreveu para a Revista Duco, publicação brasileira vinculada à Câmara de Comércio Brasil- Alemanha.
No contexto de ascensão do nazismo, retornou ao Brasil em 1931, com uma
grande bagagem intelectual e com reflexões manuscritas que seriam a base de seu principal projeto historiográfico, o livro Raízes do Brasil. Em 1936 assumiu a vaga de professor de História da América e Cultura Luso-Brasileira na Universidade do Rio de Janeiro, que era a capital do Brasil." Colaborou como crítico literário para diversos jornais e revistas, como o Estado de S. Paulo, e cooperou com a fundação da Associação Brasileira de Escritores, em 1942, da qual, posteriormente, foi presidente. Também nesse período trabalhou no Instituto Nacional do Livro e na Biblioteca Nacional. Em 1946, a família retornou para São Paulo e Sérgio Buarque passou a lecionar na Escola Paulista de Sociologia e Política, bem como passou a dirigir o Museu Paulista. No início dos anos 50, foi professor de Estudos Brasileiros na Universidade de Roma, permanecendo por dois anos na Itália. Em 1957, após apresentação da sua segunda obra de maior relevância, Visão do Paraíso, assumiu a cátedra de História da Civilização Brasileira na Universidade de São Paulo (USP), onde criou o Instituto de Estudos Brasileiros (IMB), em 1962, e permaneceu até 1969, quando se desligou em protesto ao Ato Institucional nº 5, que havia cassado alguns dos seus colegas professores. Participou do Centro Brasil Democrático, grupo opositor à ditadura militar. Aposentado, continuou atuando como tradutor, articulista de jornais, ensaísta, coordenador de uma série de livros sobre a história da civilização brasileira. Foi também professor convidado em universidades estrangeiras, como a Universidade de Nova York (1965), Universidade de Columbia (1965), Universidade de Yale (1966) e Harvard (1966). Ao final da década de 70, atuou na fundação do Partido dos Trabalhadores (PT). Sérgio Buarque de Holanda faleceu em 1982, aos setenta e nove anos. Foi um dos maiores pensadores brasileiros do século XX, reconhecido e prestigiado nacional e internacionalmente."