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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO PROFISSIONAL EM HISTÓRIA

DISCIPLINA: HISTORIOGRAFIA E ENSINO DE HISTÓRIA

Carga Horária: 45h / Créditos: 3

Profª Drª Eliana Rela

Ementa: Reflexões sobre conceito de historiografia, a trajetória do ensino de História


na escola básica no Brasil considerando as relações entre o ensino de História e a
produção historiográfica. Ênfase na articulação entre saber acadêmico e saber escolar
ressaltando o caráter político e cultural que envolve as opções conceituais e
metodológicas das abordagens históricas no currículo escolar.

Objetivos:

a) Estudar o conceito de historiografia e vertentes importantes da produção


historiográfica.
b) Contextualizar a produção historiográfica nacional considerando a constituição
do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o elogio da colonização brasileira
em Varnhagem e Gilberto Freyre.
c) Contextualizar a historiografia nacional a partir da criação do povo brasileiro e
da superação das raízes ibéricas: Capistrano de Abreu e Sérgio Buarque de
Holanda.
d) Contextualizar a historiografia nacional a partir das interpretações marxistas
nos anos 1950-60: Nelson Werneck Sodré e Caio Prado Jr.
e) Contextualizar a historiografia nacional a partir das interpretações marxistas
nos anos 1960-70: Florestan Fernandes e Fernando Henrique Cardoso com
interpretações à dependência do capital internacional e possibilidade para
emancipação.
f) Compreender a renovação historiográfica proposta pelos Annales e o debate
contemporâneo
g) Refletir sobre a história brasileira que aprendemos e a relação com as matrizes

1
históricas, a fim de identificar as tensões e paradoxos.
h) Compreender o conceito de patrimônio diante das diferentes narrativas da(s)
História(s) de um local.

PROGRAMA:

1. Conceito de historiografia e vertentes importantes da produção historiográfica


2. Produção historiográfica nacional considerando a constituição do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro, o elogio da colonização brasileira em
Varnhagem e Gilberto Freyre.
3. Historiografia nacional a partir da criação do povo brasileiro e da superação
das raízes ibéricas: Capistrano de Abreu e Sérgio Buarque de Holanda.
4. Historiografia nacional a partir das interpretações marxistas nos anos 1950-60:
Nelson Werneck Sodré e Caio Prado Jr.
5. Historiografia nacional a partir das interpretações marxistas nos anos 1960-70:
Florestan Fernandes e Fernando Henrique Cardoso com interpretações à
dependência do capital internacional e possibilidade para emancipação.
6. Renovação historiográfica proposta pelos Annales e o debate contemporâneo
i) O que nos ensinaram sobre História no Brasil e a relação com as matrizes
históricas.
j) Impactos ao patrimônio diante das diferentes narrativas da(s) História(s) de um
local.

METODOLOGIA:

A condução dos trabalhos será por meio de seminários.

SEMINÁRIOS: Ao longo da disciplina serão realizados seminários com as leituras


indicadas para cada grupo temático. Serão combinadas atividades de campo,
especialmente para a operação historiográfica com novas fontes e com diferentes
narrativas no campo do patrimônio cultural.

AVALIAÇÃO:

2
A avaliação dos mestrandos será permanente quanto ao empenho nas leituras, a
exposição e participação nos debates em aula e apresentação dos seminários.
Modalidade de trabalho final: portfólio ou texto dissertativo

Data de entrega

Indicadores: Clareza e coerência na apresentação dos textos; domínio da temática na


apresentação; aprofundamento teórico; elaboração de sínteses
• Participação em todas as atividades propostas pela disciplina: presença efetiva
no ambiente presencial.
• Pontualidade: estar atento/a para o horário de início e término das atividades
da disciplina, para a data de entrega dos trabalhos solicitados e para as demais
atividades que fazem parte.
• Comprometimento: demonstrar responsabilidade individual e coletiva, trazer
contribuições ao grupo.
• Postura investigativa: evidenciada através da condição de diagnosticar
situações-problema durante a imersão ao campo e buscando possíveis interpretações
para as mesmas, com auxílio da fundamentação teórica em estudo.
• Consistência teórica: coesão, coerência e clareza nas contribuições.
• Atuação participativa, cooperativa, autônoma e crítica.
• Atualização constante: evidenciada por leituras e outras fontes de informação.

Instrumentos:
1. Seminário- apresentação
2. Seminário- compartilhamento coerente das leituras solicitadas
3. Produção final: será disponibilizada duas opções conforme descrição a seguir
3.1 PORTFÓLIO
3.2 TEXTO DISSERTATIVO ARGUMENTATIVO

1- O QUE É O PORTFÓLIO?

Reúne uma seleção de observações, informações, conceitos, imagens e construções dos


caminhos realizados ao longo do período de estudos. Pode ser utilizado como
instrumento para identificar o desenvolvimento das competências, quando se trabalha
com adultos.

3
Para Rangel (2003, p.152) a implementação do uso do portfólio “é uma ruptura do
modelo técnico e quantitativo de avaliação para um processo multidimensional”. É,
portanto, um instrumento capaz de reorganizar o processo de aprendizagem e, no
contexto de nossa disciplina, tem como objetivo organizar o conhecimento proposto
no período de estudos, a fim de verificar suas percepções individuais sobre as tarefas
realizadas nos seminários, nas atividades de campo, nas atividades culturais. Serão
desafiados a organizar os materiais coletados durante as atividades na
organização/criação de um produto envolvendo as construções de conhecimento
realizadas.

Sugestão para registro cotidiano e posterior organização do conteúdo no formato de


portfólio. Uma opção pode ser a compilação dos itens apresentados a seguir

DISCIPLINA HISTORIOGRAFIA E ENSINO DE HISTÓRIA


Produto Final - Portfólio
Nome: ______________________ Turma Campina Grande
DATA
O QUE FIZEMOS?
CONCEITOS ESTUDADOS?
Quais referências teóricas foram abordadas?

Dados coletados na atividade em campo:

Possíveis conclusões, entrelaçando fundamentação teórica e dados coletados em


campo:

Registros importantes/Reflexões sobre o que construí hoje/como esse conhecimento


contribui na construção da competência da pesquisa?

MATERIAIS SELECIONADOS: Os relatos podem ser documentados

Caso o mestrando opte por esse produto final, lembre de fazer um breve texto de
conclusão com análise sobre o trabalho desenvolvido na semana, destacando
acontecimentos (falas, atividades, produções, concepções, intervenções entre outras)
que merecem reflexão.

4
Lembre-se que o portfólio não é apenas sobre seu trabalho. Apresente também a pessoa
que o está produzindo. Para isso, crie uma seção do portfólio acadêmico sobre você:
conte um pouco sobre sua trajetória acadêmica e, de forma especial, dê indícios sobre as
contribuições do mestrado em História nessa trajetória.

2- TEXTO DISSERTATIVO ARGUMENTATIVO

Esse gênero de texto pressupõe que o autor faça uma exposição acompanhada de
reflexão.
É organizado com: título, autor, resumo, palavras-chaves, introdução,
desenvolvimento, conclusão e referências.
Obedece às orientações especificas de citações.
Obedece às orientações científicas de referências bibliográficas.
O texto evidencia articulação, coerência entre conceitos e ideias trabalhadas ao longo
da semana.
A introdução anunciará o contexto vivenciado justificando a importância das
experiências.
Desenvolvimento apresentar a dimensão descritiva e reflexiva sobre os estudos
científicos realizados.
Na conclusão apresentar as evidências dos conhecimentos construídos.

O texto deverá ser apresentado de forma acadêmica, isto é, seguindo normas ABNT.

DATA FINAL PARA ENTREGA DA PRODUÇÃO: 31/03/3023

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARVALHO, José Murilo de. O motivo edênico no imaginário social brasileiro.


REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS SOCIAIS - VOL. 13 Nº38

5
COSTA, Aryana Lima. A Escola Uspiana de História: panorama das contribuições da história da
historiografia para um tema clássico.
Revista Brasileira de História. São Paulo, v.40, nº 85, 2020
https://www.scielo.br/j/rbh/a/9J3HryV4VL9jcvnWjCJvhZF/?lang=pt

JOSÉ CÁSSIO MÁSCULO. A coleção Sérgio Buarque de Hollanda: livros didáticos e ensino de História
Leitura: capítulos 3 (3.1 a 3.4) e cap. 4

MICELI, Paulo. Sobre história, Braudel, e os vagalumes. A Escola dos Analles e o Brasil (ou vice-versa).

NETO, Regina B. Guimarães. Historiografia & narrativa: do arquivo ao texto.


https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaclio/article/view/24245

RANGEL, J. N. M. O Portfolio e a avaliação no Ensino Superior. Estudos em Avaliação Educacional,


Fundação Carlos Chagas, 2003 jul-dez.

REIS, José Carlos. O desafio historiográfico. Rio de Janeiro. Ed. FGV, 2010. Pág. 22-89
REIS, José Carlos. O ?descobrimento do Brasil?. In: As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC ? RJ:
Editora FGV, 2007

Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional nº 34 / 2012 ARTIGOS:

SANTOS, Elisângela da Silva. Monteiro Lobato e suas seis personagens em busca da


nação. Dissertação de Mestrado desenvolvida junto ao Programa de pós-graduação
em Ciências Sociais da Universidade Estadual Paulista. 2008.
TOLEDO, Maria Aparecida Leopoldino Tursi. História local, historiografia e ensino: sobre as relações
entre teoria e metodologia no ensino de história . Antíteses, vol. 3, n. 6, jul.-dez. de 2010, pp. 743-758
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses

CRONOGRAMA

data Tópico de conhecimento Leitura/ atividade de campo/ativ. cultural Grupo


responsável

7/02
Manhã Apresentação do projeto para
a disciplina
8:30-11:30
Conceito de historiografia e REIS, José Carlos. O desafio historiográfico. Rio de Leitura para
vertentes importantes da Janeiro. Ed. FGV, 2010. Pág. 22-89 Todos
produção historiográfica Disponível no drive da turma realizarem
Ensino de História e https://drive.google.com/file/d/1slbN-
concepções historiográficas v2X8VICSH97BX2WxoPKR_2iH3w3/view?

6
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Visita ao Campus sede UCS


Tarde Acolhida reitoria (a combinar)
14-16h
Intervalo no Café da Livraria
16-16:30
Vesp Leitura 1:
SEMINÁRIO 1 CARVALHO, José Murilo de. O motivo edênico no Rafael,
17- 19:30 Produção historiográfica imaginário social brasileiro. Ariane e
nacional considerando a Disponível no drive da turma Fábio;
constituição do Instituto https://drive.google.com/file/d/1mCN4zqefmoDWKGtB
Histórico e Geográfico msG92pJ-xKyzb-vr/view?usp=share_link
Brasileiro, o elogio da
colonização brasileira em Leitura 2
Varnhagem e Gilberto Freyre REIS, José Carlos. Anos 1850: Varnhagen, o elogio da
colonização portuguesa. In: REIS, José Carlos. As
identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC RJ: Editora
FGV, 2007 pp 23 -82
https://drive.google.com/file/d/
1IqKSvXkK4mtaO64efk1d6XhqUYwWxi-0/view?
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Jantar RESTAURANTE ALVORADA

8/02
Manhã SEMINÁRIO 2 Leitura SEMINÁRIO 2
Augusto,
REIS, José Carlos. O redescobrimento do Brasil. In: As
8:30-11:30 Capistrano de Abreu identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC ? RJ: Editora Débora,
Sergio Buarque de Holanda FGV, 2007 pp 85 – 143 Getúlio
Disponível no drive da turma
https://drive.google.com/file/d/
16OYWgcly2c5D9JtMug8vTbfHumV9i_51/view?
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SEMINÁRIO 3
Leitura SEMINÁRIO 3
Seminário 3
A coleção didática de Sérgio JOSÉ CÁSSIO MÁSCULO. A coleção Sérgio Buarque de Ana
Buarque de Holanda e o Hollanda: livros didáticos e ensino de História Angélica,
rompimento com paradigma Leitura: capítulos 3 (3.1 a 3.4) e cap. 4
tradicional Disponível no drive da turma Idésio e
Whashington
https://drive.google.com/file/d/
1PXwUSLiOGLtxBkQnc9_1YPLRRC9gYOXJ/view?
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TARDE E VESPERTINO – ATIVIDADE DE CAMPO NO MUSEU MUNICIPAL E PRÉDIO EBERLE
HISTORIOGRAFIA & NETO, Regina B. Guimarães. Historiografia & narrativa: Leitura para
Tarde NARRATIVA: do arquivo ao texto Todos
Disponível no drive da turma realizarem
14-16h Museu Municipal https://drive.google.com/file/d/
1EbDsYHHr4Pp7Zgy6NmdFggAHuDfxyZIj/view?

7
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Faremos o percurso do Museu até o prédio Eberle a pé, a


fim de observar elementos da narrativa predominante na
cidade
Vesp
Aula no prédio histórico da
17- 19:30 metalúrgica
Eberle/Relógio/Pátio

9/02
Manhã SEMINÁRIO 4 Leitura SEMINÁRIO 4: REIS, José Carlos. A Frederico,
reconstrução crítica do sonho de em=========ancipação e Fernando e
Considerações acerca do autonomia nacional. In: As identidades do Brasil: de Thanyson;
Marxismo na História. Varnhagen a FHC ? RJ: Editora FGV, 2007 pp 173 - 201
Historiografia nacional a partir https://drive.google.com/file/d/
das interpretações marxistas 1FbDk958ToqeXBhj9WhPyqFvzVTm8zHMM/view?
nos anos 1950-60: Caio Prado usp=share_link
Jr.

SEMINÁRIO 5
Historiografia nacional a partir
das interpretações marxistas Kilma,
nos anos 1960-70: Florestan Leitura SEMINÁRIO 5: REIS, José Carlos. As Raquel e
Fernandes e Fernando identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. RJ: Editora Yelva;
Henrique Cardoso com FGV, 2007 pp 203- 267
interpretações à dependência
do capital internacional e https://drive.google.com/file/d/
possibilidade para 18S5KmKyFnsA5AEtqVcUSkVyFwpiBRN8B/view?
emancipação usp=share_link

Tarde ATIVIDADE DE CAMPO no


IMHC- Instituto de Memória,
História e Cultura da UCS com
especial atenção aos acervos
do Judiciário e da Polícia Civil
Vesp
Piquenique no Lago ou no
gramado do CETEL. Durante a
atividade faremos a análise
das novas perspectivas
historiográficas e acervos

10/02
Manhã SEMINÁRIO 6 Isailma,
Márcia Chuva. Por uma história da noção de patrimônio
Hugo e

8
cultural no Brasil
Mariane;

Sandra Jatahy Pesavento. História, literatura e cidades


diferentes narrativas para o campo do patrimônio

Jaelson Bitran Trindade. Patrimônio e história a


abordagem territorial

Revista está disponível na íntegra no drive da turma

https://drive.google.com/file/d/1x5Way_cWtlw5z09plL-
g6ghUtNU5nV9C/view?usp=share_link

Arquivo Histórico Municipal NO ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL


Tarde
Vesp/noite Encontro festivo Galpão UCS ???
Convidar todos professores
11/02
Manhã Atividade de Campo:
Galópolis e a narrativa do
patrimônio de território local
Almoço Casas Bonet (Terceira
Tarde Légua)
Colheita da uva na
propriedade
Vesp

Ianni, O.. (1996). A Sociologia de Florestan Fernandes. Estudos Avançados, 10(26), 25–
33. https://doi.org/10.1590/S0103-40141996000100006

Espaço é um conceito histórico que nos da uma representação onde os fatos aconteceram, Este
pode se definir como a porção do planeta onde se desenvolvem as atividades do homem no seu
cotidiano. Inserido no conjunto das suas atividades ao longo de um período de tempo maior ou
menor, ganha a dimensão histórica, não apenas de forma isolada, mas também em relação com
outras áreas. Preconizador do conceito espacial no seio da História, Fernand Braudel defendia
que a História se define não só pela relação entre diversos espaços como pelas características
dos mesmos, que variam consoante os homens que os estruturam e neles vivem.

Sujeitos da história

9
10

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