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Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC

Centro de Ciências Humanas e da Educação – FAED

PLANO DE ENSINO

DEPARTAMENTO: História ANO/SEMESTRE: 2017/2


CURSO: História (Licenciatura/Bacharelado) FASE: 6ª.
DISCIPLINA: Prática Curricular: Patrimônio Cultural II TURNO: Noturno
CARGA HORÁRIA: 72 h/a CRÉDITOS: 4
PROFESSOR(A): Janice Gonçalves (janice.gnclvs@gmail.com)

1. EMENTA
A constituição do patrimônio cultural como campo disciplinar e profissional. Ações e instituições de
preservação do patrimônio cultural no Brasil. Recomendações internacionais e legislação nacional: a
abrangência do conceito de patrimônio cultural e a importância atribuída às ações para sua difusão. Projetos
culturais e conhecimento histórico. Ensino de História e patrimônio cultural: estudos de caso. Oficinas
temáticas e experiências práticas de ações de educação para o patrimônio.

2. HORÁRIO DAS AULAS


DIAS DA SEMANA HORÁRIO CRÉDITOS
Segundas-feiras 20h às 21h40min 2
Quintas-feiras 18h10min às 19h50min 2

3. OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Criar condições para que os/as futuros/as profissionais de História possam desenvolver, em suas
atividades, articulações entre o conhecimento histórico e as questões relacionadas ao campo do patrimônio
cultural, em especial aquelas relacionadas à constituição do campo patrimonial, às normas e dispositivos
legais que o regem e aos procedimentos usualmente adotados para sua difusão, de modo a oferecer
contribuições específicas, como historiadores/as.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


- Introduzir os/as discentes a questões fundamentais do campo do patrimônio cultural, de modo a discutir
sua historicidade, a instituição de suas agências e de seus agentes bem como de suas normas,
procedimentos e principais práticas;
- Apresentar os mecanismos atualmente existentes, no Brasil, para apoio a realização de projetos voltados
para o patrimônio cultural;
- Situar os/as discentes nos debates do campo do patrimônio cultural relativos à difusão de acervos
patrimoniais (arquivísticos, museológicos, edificados, arqueológicos etc.) e às relações com a educação e o
ensino;
- Abordar, mais detidamente (tendo também em vista os temas que são privilegiados na disciplina de
Prática Curricular: Patrimônio Cultural I), aspectos do campo do patrimônio cultural relacionados ao
patrimônio edificado e ao chamado patrimônio imaterial;
- Discutir experiências de ensino em instituições vinculadas ao campo do patrimônio cultural e relacioná-las
ao ensino de História/à produção do conhecimento histórico;
- Possibilitar aos/às discentes, por meio de oficinas e trabalhos de campo, a aprendizagem significativa das
questões tratadas na disciplina, em especial por meio da elaboração de propostas de ações de educação para
o patrimônio.
4. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
INTRODUÇÃO - História, patrimônio cultural e difusão cultural.
UNIDADE 1 – A construção do campo do patrimônio cultural.
(Dos monumentos ao patrimônio. A estruturação do campo no pós-1945. As cartas de preservação. O campo
do patrimônio no Brasil: os debates da década de 1920 e a criação do IPHAN. A atuação federal e a articulação
com os estados. O caso de Santa Catarina. A legislação brasileira atual relativa ao patrimônio cultural).
UNIDADE 2 – Difusão cultural e educação para o patrimônio: debates, propostas e experiências.
(Educação patrimonial, educação para o patrimônio, educação e patrimônio: o debate brasileiro. Ações
educativas em arquivos e museus. A educação no campo do patrimônio a céu aberto: sítios arqueológicos e
itinerários culturais com foco no patrimônio edificado).
UNIDADE 3 – História e patrimônio cultural em Santa Catarina: propostas de ações de difusão.
Obs.: Haverá participação, nas aulas, do mestrando do PPGH Lucas Kammer Orsi (estágio de docência).

5. METODOLOGIA
Aulas expositivas dialogadas, tendo como referência estudos sobre os temas abordados na disciplina;
oficinas.
No decorrer das aulas serão utilizados equipamentos de apoio como microcomputador e projetor (datashow).
Caso haja possibilidade de participação de toda a turma, será realizado ao menos um trabalho de campo
(caminhada no centro da cidade, provavelmente em um sábado).

6. CRONOGRAMA DAS AULAS


MÊS DIAS
Agosto 3, 7, 10, 14, 17, 21, 24, 28, 31
Setembro 4, [7], 11, [14], 18, 21, 25, 28
Outubro 2*, 5*, 9, [12], 16, 19, 23, 26*, 30
Novembro [2], 6, 9, 13, 16, 20, 23, 27, 30
Dezembro 4, 7
- Nos dias indicados entre colchetes não serão ministradas aulas da disciplina, em decorrência de feriados nacionais
(7 de setembro, 12 de outubro e 2 de novembro) e de participação da docente em evento acadêmico fora de
Florianópolis (14 de setembro). As aulas não ministradas serão repostas ao longo do semestre do ano letivo, em
datas e horários acordados com a turma.
* Aulas integradas à VIII Semana Acadêmica de História da UDESC (2 e 5 de outubro) e ao III Seminário
Internacional História do Tempo Presente (26 de outubro).
** No quadro acima não há indicação da(s) saída(s) de campo, cuja data será acertada com a turma.

7. AVALIAÇÃO
ATIVIDADE CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PESO
Presença nas oficinas 1) Presença efetiva, ao longo das duas aulas de realização de 20%
cada oficina; 2) Participação efetiva na discussão e
Como se trata de uma disciplina com
realização da oficina, em colaboração com os colegas.
componentes práticos obrigatórios,
uma parte substancial das aulas será
realizada na forma de oficinas. Estão
previstas 20 (vinte) oficinas, de 2 h/a
cada, a partir de setembro.
Elaboração de projeto de ação 1) Pertinência do projeto frente às discussões da disciplina; 40%
educativa com foco no patrimônio 2) Mobilização de conhecimento histórico na elaboração da
cultural. proposta; 3) Adequação da proposta ao público-alvo; 4)
Precisão da redação e consistência da argumentação; 5)
A ser elaborado em grupo.
Apresentação de uma estrutura que contemple: título;
Data prevista de entrega: descrição da proposta; objetivos; procedimentos
19 de outubro. metodológicos; equipe envolvida; cronograma; orçamento;
referências bibliográficas. Mesmas especificações formais do
comentário, com mínimo de 5 (cinco) páginas e máximo de 10
(dez).
Elaboração de ação educativa de 1) Pertinência da ação proposta frente às discussões da 40%
difusão do patrimônio cultural de disciplina; 2) Adequação do conhecimento histórico
Santa Catarina: roteiro de visitação mobilizado na elaboração do roteiro, tendo também em
a um município ou região vista o público-alvo; 3) Precisão da redação; 4) Consistência
catarinense da argumentação e das informações contidas no roteiro; 5)
Apresentação de uma estrutura que contemple, no mínimo:
A ser elaborado individualmente.
título; identificação do local ou da região a visitar; aspectos
Tomará como base os dados
históricos a explorar na visita, com base em bens culturais
disponíveis no sítio eletrônico do
patrimonializados selecionados; mapa de localização dos
projeto Rede SPECULA.
pontos do roteiro; breve descrição de cada ponto. Mesmas
Data de entrega: 30 de novembro. especificações formais do comentário, com mínimo de 5
(cinco) páginas e máximo de 10 (dez).

Obs.: As datas de realização das atividades de avaliação poderão ser alteradas, bem como as características das
avaliações, desde que isso seja devidamente discutido e formalizado por docente e discentes.

8. BIBLIOGRAFIA
8.1. BIBLIOGRAFIA BÁSICA
Textos de referência das aulas (para leitura e discussão em sala):
1. MENESES, U. T. B. de. O campo do patrimônio cultural: uma revisão de premissas. In: IPHAN. Anais
do I Fórum Nacional do Patrimônio Cultural. Brasília: IPHAN, 2012. v.1, p. 24-39.
2. RUBINO, S. O mapa do Brasil passado. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Rio
de Janeiro, n. 24, p. 97-105, 1996. [Disponível na Internet]
3. SANTOS, M. V. M. Nasce a Academia SPHAN. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, Rio de Janeiro, n. 24, p. 77-95, 1996. [Disponível na Internet]
4. CHUVA, M. Por uma história da noção de patrimônio cultural no Brasil. Revista do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, Rio de Janeiro, n. 34, p. 147-165, 2012. [Disponível na Internet]
5. GONÇALVES, J. Figuras de valor: patrimônio cultural em Santa Catarina. Itajaí, SC: Casa Aberta,
2016. p. 9-181.
6. HORTA, M. de L. P., GRUNBERG, E., MONTEIRO, A.Q. 3 ed. Guia básico de educação patrimonial.
Brasília: IPHAN, Rio de Janeiro: Museu Imperial, 2006.
7. FLORÊNCIO, S. et al. (Orgs.). Educação patrimonial: histórico, conceitos e processos. Brasília:
IPHAN, 2014.
8. MATOZZI, I. Currículo de História e Educação para o Patrimônio. Educação em Revista, Belo
Horizonte, n. 47, p. 135-155, 2008.
9. GALZERANI, M. C. B. Práticas de ensino em projeto de educação patrimonial: a produção de saberes
educacionais. Pro-Posições, v. 24, n. 1(70), p. 93-107, jan-abr.2013.
10. GONÇALVES, J. Da educação do público à participação cidadã: sobre ações educativas e patrimônio
cultural. Mouseion, Canoas, RS, n.19, p. 83-97, dez. 2014.
11. RAMOS, F R L. A danação do objeto: o museu no ensino de História. Chapecó (SC): Argos, 2004.
p. 19-81.
12. KOYAMA, A. C. Aproximações entre arquivos e educação: sujeitos e discursos. Arquivos online:
cenários de práticas. In: ___. Arquivos online: ação educativa no universo virtual. São Paulo: ARQ-
SP, 2015. p.37-101.
13. GOODEY, B. Olhar múltiplo na interpretação de lugares; A interpretação do sítio turístico: desenho e
sequência. MURTA, S.M., ALBANO, C. (Orgs.). Interpretar o patrimônio: um exercício do olhar.
Belo Horizonte: Ed. UFMG, Território Brasilis, 2002. p. 75-94 e 109-119.

8.2. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

ABREU, R.; CHAGAS, M. (orgs.). Memória e patrimônio: ensaios contemporâneos. Rio d Janeiro: DP&A,
2003.
ALBERCH i FUGUERAS, R. et al. (Orgs.). Archivos y cultura: manual de dinamización. Gijón (España):
TREA, 2001.
ANDRIEUX, J-Y. Patrimoine & Histoire. Paris: Belin, 1997.
APPADURAI, A. (org.) A vida social das coisas: as mercadorias sob uma perspectiva cultural. Niterói,
RJ: Ed. da UFF, 2008.
ASSMANN, A. Espaços da recordação: formas e transformações da memória cultural. Campinas (SP):
UNICAMP, 2011.
BANN, S. As invenções da História: ensaios sobre a representação do passado. São Paulo: Ed. da
UNESP, 1994.
BELLOTTO, Heloísa L. Política de ação cultural e educativa nos arquivos municipais. Registro,
Indaiatuba (SP), n.1, jul.2002, p.14-27.
CARRETERO, M. Documentos de identidad: La construcción de la memória histórica en un mundo
global. Buenos Aires: Paidós, 2007.
CARRETERO, M. et al. Ensino de História e memória coletiva. Porto Alegre: ArtMed, 2007.
CERQUEIRA, F.V. et al. (Orgs.). Educação patrimonial: perspectivas multidisciplinares. Pelotas: UFPel,
IP, 2008.
CHOAY, F. A alegoria do patrimônio. S.Paulo: Ed. da UNESP, Estação Liberdade, 2001.
CHUVA, M. Os arquitetos da memória: sociogênese das práticas de preservação do patrimônio
cultural no Brasil (anos 1930-1940). Rio de Janeiro: Ed. da UFRJ, 2009.
CONNERTON, P. How societies remember. Cambridge: Cambridge University Press, 1992.
DAVIES, S. História e Patrimônio. In: LAMBERT, Peter; SCHOFIELD, Phillipp (orgs.). História:
introdução ao ensino e á prática. Porto Alegre: Penso, 2011.p.319-329.
DICKINSON, G. et al. Places of public memory: the rhetoric of museums and memorials. Tuscaloosa:
The University of Alabama Press, 2010.
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Rio de Janeiro: UFRJ, IPHAN, 1997.
FRAGA, H. J. et al. (Orgs.). Experimentações em lugares de memória: ações educativas e patrimônios.
Porto Alegre/RS: Selbach & Autores Associados, 2015.
GILLMANN, D. The idea of cultural heritage. Rev. ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.
GONÇALVES, J. Figuras de valor: patrimônio cultural em Santa Catarina. Itajaí, SC: Casa Aberta, 2016.
GONÇALVES, J.R.S. A retórica da perda: os discursos do patrimônio cultural no Brasil. Rio de Janeiro:
Ed.da UFRJ, MinC/IPHAN, 1996.
GONÇALVES, J.R.S. et al. A alma das coisas: patrimônios, materialidade e ressonância. Rio de Janeiro:
Maud, FAPERJ, 2013.
GRANDJEAN, G. et al. La concurrence mémorielle. Paris: Armand Colin, 2011.
HUYSSEN, A. Seduzidos pela memória. Rio de Janeiro: Aeroplano, Universidade Cândido Mendes,
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 2000.
INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Anais da I Oficina de Pesquisa: a
pesquisa histórica no IPHAN. Rio de Janeiro: COPEDOC, 2008. (Patrimônio: Práticas e Reflexões, 2)
INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Cartas patrimoniais. Brasília:
Ministério da Cultura, IPHAN, 1995. (Caderno de Documentos, 3)
INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Coletânea de Leis sobre
Preservação do Patrimônio. Rio de Janeiro: IPHAN, 2006.
INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Anais da I Oficina de Pesquisa: a
pesquisa histórica no IPHAN. Rio de Janeiro: COPEDOC, 2008. (Patrimônio: Práticas e Reflexões, 2)
INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Anais do I Fórum Nacional do
Patrimônio Cultural – Sistema nacional de Patrimônio Cultural – desafios, estratégias e
experiências para uma nova gestão, Ouro Preto, MG, 2009. Brasília: IPHAN, 2012. 2v.
JEUDY, H.-P. Espelho das cidades. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2005.
LACERDA, A.D. et al. (Orgs.). Patrimônio cultural em oficinas: atividades em contextos escolares.
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LOWENTHAL, D. Como conhecemos o passado. Projeto História, São Paulo, n.17, p.63-201, nov.1998.
LOWENTHAL, D. The past is a foreign country. Cambridge: Cambridge University Press, 1985.
MACHADO, G. et al. (Orgs.). Educação patrimonial e arqueologia pública: experiências e desafios.
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MAGALHÃES, L.H.et all. Educação patrimonial: da teoria à prática. Londrina: Ed.UniFil, 2009.
MURTA, S.M., ALBANO, C. (Orgs.). Interpretar o patrimônio: um exercício do olhar. Belo Horizonte:
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ZANOTTO, G. et al. Momento patrimônio – v. III. Erechim: Graffoluz, 2015.

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