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CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES

REITORIA
COORDENAÇÃO DE PESQUISA, PÓS GRADUAÇÃO E EXTENSÃO

FORMULÁRIO APRESENTAÇÃO DE RELATÓRIO PARCIAL INICIAÇÃO CIENTÍFICA


MODALIDADE E VINCULAÇÃO
INICIAÇÃO CIENTÍFICA - RELATÓRIO PARCIAL
VIGÊNCIA DA BOLSA: 02 /2016 a 02 /2017
IDENTIFICAR O PROGRAMA ABAIXO.

( x ) PROVIC ( ) PROBIC ( ) PROBIC/FAPEAL

PERÍODO DE EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES  _____/2016 ATÉ ______/2016

1 - ORIENTADORA
NOME: Flávia Campos Cerullo
TEL: (82) 99925-1973 E-MAIL : flaviacerullo@gmail.com
CURSO: Arquitetura e Urbanismo

2 – ALUNA VOLUNTÁRIA

NOME: Helena dos Santos Souza


TEL: (82) 99350-0878 E-MAIL: lenass27@hotmail.com
CURSO: Psicologia MATRÍCULA: 2141523456
3 – ALUNA VOLUNTÁRIA

NOME: Ingrid Maria Lima Tavares


TEL: (82) 99951-2188 E-MAIL: ingrid_tavares@live.com
CURSO: Arquitetura e Urbanismo MATRÍCULA: 2141502254

4 - TÍTULO DO PROJETO

Mirar a cidade: estudo da percepção da paisagem urbana do litoral norte de Maceió a partir das relações
constituídas no mirante de Ipioca.
ÁREA DO CONHECIMENTO: 6.00.00.00-7 Ciências Sociais Aplicadas

5- DESCRIÇÃO DETALHADA

I. INTRODUÇÃO (caracterizar a estrutura do projeto, o desenvolvimento em relação aos objetivos que


nortearam sua realização/ objetivos atingidos e as etapas do cronograma - identificando aquelas
efetivamente realizadas e as etapas não realizadas)

O trabalho científico utiliza como objeto de estudo o Mirante Marechal Floriano Peixoto do bairro
de Ipioca que guarda em sua estrutura memorias e apropriações seculares da paisagem com
necessidade de entender as relações subjetivas que esse espaço urbano possui, as
consequências os avanços das intervenções contemporâneas em sua região e o entendimento
da perspectiva do morador que torna o lugar parte do seu cotidiano.
Para o desenvolvimento da pesquisa a dividimos em dez etapas que foram: visita de
reconhecimento, produção de diário de bordo, revisão bibliográfica, revisão iconográfica, leituras
dirigidas, organização e análise dos textos, organização e análise da iconografia, visita de
aprofundamento, produção de diário de bordo, sistematização dos dados coletados, produção de
relatório e catálogo fotográfico e produção de artigo científico. As etapas concluídas em primeiro
momento foram as visita de reconhecimento, produção de diário de bordo, revisão bibliográfica e
revisão iconográfica. Alguns contratempos como o clima e choques nos horários alteraram a
ordem do cronograma, que contou ainda com o acréscimo de visitas para mapeamento dos
demais mirantes da cidade de Maceió.
Por meio de pesquisas bibliográficas e iconográficas realizadas através dos acervos de
plataformas virtuais, em museus da cidade, arquivos da prefeitura e bibliotecas públicas
municipais e universitárias, em paralelo a visitas de campo de ordem etnográfica, que vêm sendo
realizadas pretende-se realizar uma sistematização de ideias para melhor compreensão acerca
do ambiente do mirante de Ipioca.

II. METODOLOGIA (descrever a metodologia utilizada durante a execução das atividades e as


atividades executadas pelo aluno).

A pesquisa pauta-se, inicialmente, em pesquisas bibliográficas e iconográficas nos arquivos


locais e em portais virtuais de periódicos de instituições científicas, a fim de encontrar referências
acerca da formação do bairro de Ipioca e de seu mirante. Para isso buscamos nos mais diversos
meios de informação materiais referentes a história de Alagoas que pudessem conter referências
à formação histórica e cultural da cidade de Maceió. Entre os acervos que foram consultados
estão a Biblioteca Pública Municipal, o Arquivo Público de Alagoas, as bibliotecas da
Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e dos Centros Universitários Tiradentes (UNIT) e
CESMAC, Museu a Imagem e Som de Alagoas (MISA), Museu Theo Brandão, Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas
(IHGAL) Memorial à República e Museu de História Natural, Pinacoteca Universitária, Museu da
2ª Guerra, Palácio Marechal Floriano Peixoto. Além disso, revisamos leituras que nos
possibilitassem o embasamento e entendimento acerca de temas que serão explorados nessa
pesquisa, como paisagem cultural e patrimônio urbano, buscando sempre a observação de
forma multidisciplinar acerca de tais assuntos.
Tudo isso se deu de forma gradual em paralelo a desconstrução de pré-noções do estudo a
partir de visitas de campo de ordem etnográfica não só ao mirante estudado, como também os
demais mirantes da cidade, que foram mapeados em um infográfico para melhor compreensão
de seus significados. Os mirantes visitados foram: Mirante São Gonçalo, Mirante Dom Ranulpho,
Mirante Santa Terezinha, Mirante Ambrósio de Lira, Mirante do cortiço, Mirante Kátia Assunção,
Mirante da Ponta Verde, Mirante do Bem, Mirante da Sereia e o Mirante Floriano Peixoto. Esses
se encontram localizados não só na parte alta da cidade, como na parte baixa, próximos a praia.

III. ADEQUAÇÕES OCORRIDAS (indicar se houve alteração no desenvolvimento das atividades


previstas no projeto inicial).
Por conta de alguns imprevistos climáticos, de horário e períodos de prova foi necessário que
ocorressem adequação as datas do cronograma. Além disso, acrescentamos os demais
mirantes da cidade a nossas visitas como forma de criar panoramas comparativos para melhor
compreensão do significado do mirante para Maceió. Assim como também acrescentamos a
nossas visitas outros lugares que pudessem dispor de acervo documental e artístico acerca da
cidade e sua formação.

IV. CONDIÇÕES FAVORÁVEIS OU DESFAVORÁVEIS (apresentar em relação ao


desenvolvimento do projeto).

Alguns fatores, como a ausência de recursos (fotográficos, transporte, alimentação, etc.) também
contribuíram para que a execução não se desse em total concordância com o cronograma
estipulado anteriormente. Esses recursos são imprescindíveis para realização de determinadas
etapas da pesquisa que exigem nosso deslocamento e permanência por muito tempo em alguns
lugares, para que possamos apreender tudo que por ali passa, além de ser necessário
documentar e organizar tudo que foi visto.
Os ambientes de pesquisa bibliográfica que visitamos muitas vezes encontravam-se
indisponíveis para pesquisa devido ao tempo em que se encontrava em desuso por reformas ou
desorganização da instituição, fatores que dificultaram a busca pelos materiais desejados. Já os
mirantes, muitas vezes marginalizados, contavam ainda com o clima desfavorável para visitas
em determinados dias, já que com a chuva a dinâmica do local é alterada.

V. RESULTADOS (descrever os resultados obtidos durante o período de execução - Fev/2016


até Julho/2016 – de acordo com as atividades previstas ao desenvolvimento da pesquisa,
explicitando o avanço teórico, experimental ou prático. Apresentar dados, tabelas, gráficos,
devidamente atualizados)

Para facilitar o deslocamento entre os diversos meios de pesquisa, dividimos a cidade em


setores nos quais localizamos as instituições a serem visitadas. No primeiro momento visitamos
os espaços localizados no centro (setor 1), como o IHGAL, onde encontramos rico acervo
historiográfico acerca da história de Alagoas e Maceió, assim como na Biblioteca Municipal de
Maceió, que possui grande variedade bibliográfica acerca da história de Maceió, com livros que
contém somente imagens e referências iconográficas, como também os de literatura e
documentais. Ainda que não fosse de difícil acesso os livros encontram-se dispostos de maneira
arbitrária e desorganizados. Em alguns desses livros pudemos perceber pequenas referências
ao bairro de Ipioca, principalmente em forma de imagens. Os livros sobre a história de Maceió
nos foram muito úteis para compreender o processo de formação da cidade e as constantes
modificações que a perpassa.
Visitamos também o Palácio Marechal Floriano Peixoto, que por levar o nome do Alagoano,
nascido em ipioca, e primeiro vice presidente da republica não trouxe contribuições a pesquisa.
Acreditávamos que teríamos acesso a uma grande gama de informações, mas na verdade esse
ambiente possui aberto para pesquisa e para o público em geral um espaço de visitação com
obras de Rosalvo Ribeiro, visita guiada pelos salões do palácio que abrigava a sede do governo
do estado e exposições sobre Lêdo Ivo e Aurélio Buarque. Assim como o Museu da 2ª Guerra, a
Pinacoteca Universitária e o Museu de História Natural que dispõe de materiais que não nos
foram uteis.
No setor 2, encontramos os locais que estão alocados no bairro de Jaraguá, como o Memorial à
República, o qual possui em seu interior uma exposição permanente referente a formação do
Brasil República, apresentando-a de maneira superficial, além disso não possui material para
pesquisa. Muitos dos locais desse setor encontravam-se em situação parecida, como o IPHAN,
que apesar de possuir um acervo extremamente rico de pesquisas e materiais sobre a cidade de
Maceió, inclusive comunidades de Ipioca, não dispõe seus materiais para pesquisa. Além do
Museu Théo Brandão, o qual não tivemos acesso pois encontrava-se fechado para reforma.
Já no setor 3, o qual encontramos os locais na parte alta da cidade, visitamos as bibliotecas do
Centro Acadêmico Cesmac e da Universidade Federal de Alagoas, onde nos deparamos com
alguns livros acerca da história de Alagoas e da formação de Maceió, e também com alguns
trabalhos de conclusão de curso (principalmente de geografia, arquitetura e ciências sociais) que
citavam os mirantes da cidade de Maceió ou o bairro de Ipioca. Assim como também na
biblioteca do Centro Universitário Tiradentes – Unit-Al – localizada no setor 4, litoral norte.
A divisão da cidade em setores não só serviu para facilitar a visita aos locais, por facilitar a
percepção de suas distribuições pela cidade, como também nos dá um panorama da divisão real
que existe na cidade, perpassando fatores históricos e sociais. Assim esta divisão foi utilizada
ainda para nossas visitas aos mirantes.
Nas vistias aos acervos públicos e virtuais disponíveis para a população de Maceió sobre sua
formação histórica e que contemplasse informações referentes à formação dos bairros da capital,
dando ênfase ao bairro de Ipioca, encontramos uma barreira informativa constante. As
informações, em sua maioria, quando acessíveis foram antigas de livros de historia antigos nos
quais a historia de alagoas e sua capital é contada com influencia politica restringindo
informações importantes, tornando assim referencias vazias e sem contribuição real a pesquisa.
Acerca do bairro de Ipioca as informações mais facilmente encontradas nos diziam respeito a
sua localização e a seu aspecto turístico. Localizado na Zona Norte da capital alagoana, constitui
um povoado rico em cultura, historia e belezas naturais, tendo como grande atração turística
suas belas praias, e monumentos como a Igreja de Nossa Senhora do Ó que foi tombada em
âmbito estadual e municipal. O bairro é conhecido também por ter sido o berço do segundo
presidente da republica Floriano Peixoto, militar que governou o país em 1891. Além disso,
encontramos estudos referentes a rica bioesfera existente no local e as produtoras e vendedoras
de doce de caju.
Objetivando assim o entendimento do processo de desenvolvimento da cidade e do bairro de
Ipioca, mas também a compreensão dessa produção enquanto visões da cidade nos momentos
em que foram escritos. Em paralelo as pesquisas documentais, houve a realização de visitas ao
objeto de estudo (Mirante Marechal Floriano Peixoto) e os outros mirantes da cidade de Maceió,
realizando uma sistematização de ideias, causando o entendimento de como esses agentes
impactam e funcionam em seu entorno, nosso ambiente. Para isso fizemos um mapeamento
dos mirantes de acordo com a divisão de setores anteriormente estabelecida, realizando
intervenções sobre o mapa da cidade de Maceió para localiza-los se utilizando então de um
infográfico.
Na região do farol encontramos primeiramente os Mirantes Santa Terezinha, Ambrósio de Lira e
do Cortiço, que por se encontrarem muito próximos um dos outros possuem uma utilização,
conservação e vista de paisagem muito parecida. No início da manha o sol anuncia o nascer
próximo a praia que se mostra timidamente dali, onde a vista se derrama mesmo é no fim de
tarde quando o sol se deita sobre a lagoa, permitindo com que as cores que explodem por trás
dos prédios anunciem um degrade no céu. Vista inicialmente como uma cidade lagunar, Maceió
abrigava em alguns de seus lugares de apreciação a vista de uma de suas grandes lagoas, que
hoje se vê escondida pelos muros de uma política elitista e segregadora. Talvez por isso,
mesmo que muito bem localizados, próximos ao Centro Universitário CESMAC, pequeno
comercio local e residências, estes espaços são pouco utilizados por aqueles que por ali
passam, tornando-se quase que espaços mortos, frente a inutilidade em se dizer somente
espaço que existe e não lugar que abriga vida.
Ainda no farol encontramos o mais dois mirantes, localizados também um próximo ao outro, o
Mirante São Gonçalo e o Mirante Dom Ranulfo. O primeiro fica numa área residencial entre
edifícios de alto luxo que abrigam políticos e empresários da cidade, esse além de bem cuidado
encontra-se no roteiro turístico da cidade, que leva os visitantes de Maceió para ver a vista
panorâmica das praias de Ponta Verde, Pajuçara e da Avenida, contemplando principalmente
toda a extensão da costa que vai até o Pontal da Barra.
Do lado periférico da cidade, escondido nas sombras por se dizer negro, o bairro que leva o
nome no diminutivo de um dos grandes heróis do estado, Jacintinho abriga um dos maiores
mirantes da cidade, o Mirante Kátia Assunção. Próximo a áreas residências e a casa de direitos
de Maceió, o lugar que foi recentemente reformado e da vista a orla de Jatiúca e Ponta Verde,
ferve durante o dia com a falta de vegetação e durante muitas noites com sua ocupação para
festivais culturais realizados pela cena independente local, que recentemente tem ganhado
visibilidade e apoio estatal e municipal. Frequentado em maior peso pelos moradores do
entorno do bairro que já não parecem estranhar quando alguém de fora resolve adentrá-lo.
Mais acima e no lado oposto da cidade, o bairro de bebedouro, tão igualmente ignorado por
parte da população, que talvez jamais tenha ido até lá, guarda no Mirante Senador Rui Palmeira
a mais completa vista da Lagoa Mundaú, que resguarda e faz permanecer a sua beira a
comunidade que vive, ou sobrevive, do sururu, patrimônio imaterial do estado, até que chegue
ao mar, passando pelos bairros que só parecem ser transpassados pelo resto da cidade, que
prefere alimentar o desconhecer de si mesma.
Segundo dicionário Aurélio, Mirante é o “local, em ponto elevado, donde se apreciam vistas
panorâmicas, e que pode ter muretas, ou constituir um pavilhão, bancos, etc.”, a partir disso
poderíamos presumir que todos os mirantes de Maceió seriam no alto, mas ao visitar os setores
que apreendiam a parte da orla marítima da cidade, nos deparamos com um formato que não
consta nos dicionários. Do litoral norte ao sul da cidade que pretende se dizer turística e por isso
até do alto só se valoriza ao que se mira a praia, pudemos encontrar mirantes que compõem o
calçadão do areal.
Começando pelo bairro de ponta verde, como forma de se distanciar ao máximo do bairro que
limita a cidade ao norte, ipioca, o Mirante da Ponta Verde que fica localizado na praia de sete
coqueiros próximo ao Alagoinhas, hoje é um ponto turístico e amplamente frequentado pelos
moradores da cidade que regem seu movimento. Os passantes fazem do um lugar de ponto de
apoio para atividades físicas, a brisa do mar e a proximidade da praia ao mirante torna o lugar
um espaço agradável de passar o tempo, contemplar a vista e trocar conversas e não só ser
tratado como um lugar de passagem.
Mais adiante, a caminho do litoral norte, no bairro de cruz das almas, o Mirante do Bem fica
próximo à faixa de areia em meio ao calçadão reformado e próximo a AL-101 recentemente
expandida. Diferencia-se do mirante da ponta verde, devido a seu tamanho reduzido, estrutura
mais simples com todos elementos de cimento pintando e potencial turístico ainda inexplorado.
Costuma ser frequentado em sua maioria por moradores da região ou surfistas.
Continuando a seguir a rota única a caminho da praia, encontramos o Mirante da Sereia, no
bairro de Riacho Doce, rota turística de boa parte dos visitantes do estado de Alagoas, esse
mirante recebe muitos visitantes. Boa parte do seu fluxo instaura-se também devido a sua
proximidade com a rodovia, que possui um ponto de ônibus quase que em frente a sua
localidade.
Alguns desses mirantes já foram alvos de intervenções sociais e culturais a fim de torná-los
visíveis e utilizáveis, conseguindo atingir os olhos do Estado que efetuou reformas em seus
espaços, mas não possibilitou políticas públicas efetivas para sua utilização, fazendo com que a
degradação voltasse a ser evidente pra quem passa. Além disso, o significado político que se
atribui a cada um dos espaços visitados transcende qualquer beleza geográfica e significado
historiográfico que eles possam possuir.
Por fim, o Mirante Marechal Floriano Peixoto foi visitado para além da imaginação. O lugar que
fica próximo à praça do alto de Ipioca e a Igreja Nossa Senhora do Ó que foi recentemente
restaurada, funciona como área de convivência comum da população, onde crianças se divertem
nas mais diversas brincadeiras que se pode imaginar adaptando-se ao lugar e grupos de idosos
procuram sombras para conversar. Com o passar do dia a praça, que mesmo em pleno dia se
veste de sombras e não deixa o exaustivo calor de Maceió se exalar, vai sendo preenchida.
Nesse primeiro momento realizamos a visita para reconhecimento da área a fim de apreender a
dinâmica de relacionamentos intersubjetivos entre o mirante e os habitantes de seu entorno
através da observação sensorial e afetiva do espaço. Procuramos assim entender os significados
e significantes estabelecidos e relacionados a esse ambiente. Sua estrutura física buscou ser
compreendida de acordo com as necessidades e visões da população, mas dando ênfase
também a percepção dos observadores. A partir disso foram desenvolvidas fotografias do
ambiente, assim como desenhos, relatos e poesias acerca do que este espaço representa.

Mirante de Ipioca I:.


Traz consigo o gosto de cidade do interior
A paz fora do caos urbano
O afeto dos moradores uns com os outros
Foi... Sentada no banquinho eu vi

O sol que eu fujo dentro do ônibus


Aqui o mesmo sol te invade e faz o olho fechar
E chega ser impossível não soltar um sorriso
Foi... Sentada no banquinho eu vi

A brisa pondo pra dormir


A sombra dando morada
A conversa ritmando o dia
Foi... Sentada no banquinho eu senti.

Ingrid Tavares

A partir disso pudemos perceber que o Mirante Floriano Peixoto carrega em si uma rica historicidade
além de uma cultura marcante que dialoga com o ambiente em que se encontra, com o
pertencimento ao bairro de Ipioca. Apresentado como ponto turístico da cidade de Maceió, ainda
que não tão visitado quanto suas praias, o mirante se caracteriza mesmo é como ponto de encontro
dos moradores da vila a que pertence. Antes e após o trabalho ou a escola, no iniciar do manhã ou
findar da tarde, o mirante que leva o nome de um Marechal se borda da vida simplória que o cerca.
Os afetos produzidos por e com ele tornam o aconchego ponto quase que principal de atração ao
lugar. A vista da grande faixa de coqueirais é apenas um complemento a toda vida que por ali é
exalada.
O modo como os demais mirantes da cidade de Maceió da mesma topografia que o de Ipioca tem
sido utilizados revelam que nesse lugar a proposta de expansão, urbanização e turistização pode
por em risco as dinâmicas afetivas atualmente existentes nesse bairro que resiste sem nem saber
ao caos que Maceió grita no não ceder de tempo a experienciar dos ambientes ou a
impossibilidade de sequer chegar a eles.

VI. PERSPECTIVA DE CONTINUIDADE OU DESDOBRAMENTOS DA PESQUISA (descrever a


perspectiva para o desenvolvimento das próximas etapas)

Para as próximas etapas da pesquisa nos utilizaremos desses dados recolhidos para
continuarmos as visitas de campo inicialmente de forma etnográfica. Pois entendemos a
etnográfica como melhor meio para promover o entendimento acerca do mundo cultural que
existe naquele ambiente. Neste momento será necessário o deslocamento do lugar de si para
compreensão do lugar do outro, dizendo respeito, sobretudo, a deixar seu conforto para conhecer
o que conforta e desconforta o outro, o olhar etnográfico propõe o entendimento da complexidade
das relações que formam suas subjetividades.
A partir dessa descentralização do olhar para entendimento do outro, se torna possível a
compreensão de que há a existência de um mundo racional e cultural visto sobre outras óticas, a
de quem o vive. Isso nos permite iniciar a desnaturalização dos fenômenos, que consiste na
percepção de que há uma construção sócio-historica por trás de cada acontecimento dotado de
significados e regras, que nos proporcionará a aproximação para apreensão dos valores,
conceitos, práticas e representações que perpassam os símbolos que enxergamos de fora. Essa
percepção de particularidades e diferenças é interessante ainda por nos permitir assumir as
diversidades que nos circundam.
Junto à observação e pesquisa etnográfica utilizaremos ainda produções visuais para
continuidade da pesquisa, pretendendo explorar principalmente materiais fotográficos e
desenhos, que deverão ser elaborados pelas alunas durante as visitas ao Mirante Floriano
Peixoto e ao bairro de Ipioca. Todas essas visitas e produções se darão em conjunto a
continuidade dos estudos acerca da memória, do corpo e dos interrelacionamentos, atentando
para as demandas da contemporaneidade, como forma de facilitar a relação entre as vivências e
percepções.
Por fim pretendemos elaborar um trabalho científico interdisciplinar, no qual as experiências
adquiridas serão transmitidas como forma de conhecimento. Todos os produtos dessa pesquisa
serão submetidos a publicações e apresentações em anais de congresso, seminários e simpósios,
visando ainda a extensão da pesquisa a outros mirantes da capital alagoana.

VII. CARACTERIZAÇÃO DA APRENDIZAGEM DOS ALUNOS (caracterizar a formação resultante das


condições proporcionadas pela participação no desenvolvimento da pesquisa e em outras atividades
orientadas).

VIII. PARTICIPAÇÃO DOS ALUNOS EM DIVULGAÇÕES CIENTÍFICAS (relacionar as participações em


congressos, seminários, encontros etc. e as publicações em periódicos ou anais de congresso -
anexar cópias dos artigos já publicados).

IX. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ALMEIDA, E.F.; NUNES, J. R. S. Educação ambiental e eco turismo em área natural : um estudo
de caso no mirante camping e lazer no município de Tangará da Serra – MT. UNICiências, v.14,
n.2, 2010.
ANDRADE, FERNANDO A. GOMES DE A.O livro Memória das Alagoas do IGHAL – Editora de
comunicação Ltda.
ANDRADE, E. J. O. Os mirantes da ilha de Santa Catarina – Patrimônio Paisagistico de
Florianópolis. UFSC – Programa de pós-graduação em Urbanismo, história e arquitetura da cidade.
Florianópolis, 2008.
ATHAYDE, Celso. “Periferia: favela, beco, viela”. In: Botelho, A. Schwarcz, L (org) Agenda
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BOSI, Ecléa. O tempo vivo da memória. Ensaios de Psicologia Social. São Paulo, Ateliê Editorial,
2003, pp.13-35.
CABRAL, L.O. A paisagem enquanto fenômeno vivido. Biblioteca Digital de GeoCiências, IELUSC.
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CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro. “Cultura e saber do povo: uma perspectiva
antropológica”. In: LONDRES, Cecília (org). Revista Tempo Brasileiro. Patrimônio Imaterial. Out-
Dez, n °147. pp. 69-78.Rio de Janeiro, 2001.
DE CERTEAU, Michel; JULIA, Dominique. “A beleza do morto: o conceito de cultura popular”. In:
FERREIRA, P. E. A. Apropriação do espaço urbano e as políticas de intervenção urbana e
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FONSECA, Maria Cecilia Londres. “Referências culturais: base para novas políticas de patrimônio”.
Em: Manual de Aplicação do INRC. Brasília, Iphan/DID , 2000.
GONÇALVES, José Reginaldo. “Culturas populares: patrimônio e autenticidade”. In: Botelho, A.
Schwarcz, L (org) Agenda Brasileira: temas de uma sociedade em mudança. Cia. das Letras. São
Paulo, 2011, pp. 134-141.
GONÇALVES, José Reginaldo. “Ressonância, materialidade e subjetividade: as culturas como
patrimônio”. Horizontes antropológicos, vol. 11, n. 23, Porto Alegre, ano 11, n. 23, 2005.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Centauro, 2004, pp.29-94. Memória e
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Aeroplano, 2000, pp.09-40.
JEUDY, Henri Pierre. Memórias do social. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1990, pp.05-46.
ORTIGOZA, S. A. G. Paisagem: síntese das heranças da sociedade com o espaço. In: Analúcia
Bueno dos Reis Giometti. (Org.). Caderno de Formação: formação de professores didática dos
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SANTOS, A. I. Plano Diretor da cidade de Maceió - Gestão de 2008.
VIEIRA, D. S. L. Paisagem e Imaginário: Contribuições teóricas para uma história cultural do olhar.
Recife, Revista fênix - Revista de história e Estudos Culturais, Vol. 3, Ano III, Nº3. 2006. ISSN
1807-6971
WÄCHTER, Adriane Schrage. A percepção da paisagem.

6- CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DO ALUNO BOLSISTA/RESPONSÁVEL


DE ACORDO COM O PROJETO INICIAL: ( x ) SIM ( ) NÃO. JUSTIFIQUE:

7- CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DO ALUNO VOLUNTÁRIO (Quando for o caso)


DE ACORDO COM O PROJETO INICIAL: ( x ) SIM ( ) NÃO. JUSTIFIQUE:

8- ANEXAR (quando houver):


 Comprovante da produção científico-tecnológica do bolsista e orientador: cópia de artigos
científicos publicados e dos encaminhamentos para publicação;
 Comprovação da participação do bolsista em eventos.
Importante:
O relatório deve ser entregue em uma via impressa, assinada pelo orientador e pelos alunos e esta
mesma via digitalizada em CD.
Não serão recebidos relatórios incompletos ou apresentados em apenas um dos formatos.
9 – DATA E ASSINATURAS

MACEIÓ, _______ de __________________ de __________ .


ASSINATURA DO ALUNO BOLSISTA/RESPONSÁVEL

MACEIÓ, _______ de __________________ de __________ .


ASSINATURA DO ALUNO VOLUNTÁRIO

MACEIÓ, _______ de __________________ de __________ .


ORIENTADOR DO PROJETO

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