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exijam intervenções tanto em cotas positivas quanto em negativas.

Para tanto, gostaríamos de

l da
Universidade Federal do Vale do São Francisco durante o semestre letivo de 2015.2. Esta
disciplina buscou fornecer aos estudantes a prática de escavação e registro arqueológico em
ambiente controlado que simulava os contextos arqueológicos encontrados em sítios
históricos. Para tanto, as atividades de escavação e registro foram realizadas nas dependências
do campus Serra da Capivara, onde também foi erguida uma pequena estrutura para a
/as discentes foram
estimulados a refletir e problematizar os diferentes procedimentos necessários ao
planejamento e execução das intervenções arqueológicas. E, além disso, realizaram a
delimitação e escavação de duas áreas (com o emprego tanto da técnica de decapagem por

destas atividades (registro fotográfico, croqui, caderno de campo, fichas de campo). Tanto os
trabalhos de escavação quanto de registro foram pautados nos princípios da estratigrafia

relatório. De modo geral, esta experiência teve diversos aspectos positivos, visto que os(as)
alunos(as) tiveram não apenas a oportunidade de empregar diversos métodos e técnicas de
campo; como também puderam assumir o planejamento e execução das atividades, sem
contudo gerar qualquer dano ao patrimônio arqueológico.
O Ensino de Preservação Patrimonial na Universidade Federal do Vale do São Francisco:
Estratégias e Perspectivas | LEANDRO ELIAS CANAAN MAGESTE (UNIVASF)
O objetivo do presente trabalho é o de apresentar para reflexão, as estratégias didáticas
empregadas no âmbito do curso de Arqueologia e Preservação Patrimonial da Universidade
Federal do Vale do São Francisco. Especificamente, o foco no momento recaíra sobre as
atividades desenvolvidas no âmbito da disciplina de Preservação Patrimonial IV, abarcando
nosso período de atuação como docente responsável, desde 2014. Para fins de
contextualização, de acordo com o Projeto Pedagógico da graduação, insere-se no escopo do
curso, as especificidades do patrimônio arqueológico frente discussões patrimoniais mais
amplas, considerando as estratégias necessárias para sua proteção. A partir dessa provocação,
a disciplina foi estruturada para abordar de forma dialógica e prática os dispositivos jurídicos
que regem a preservação do patrimônio arqueológico; o desenvolvimento e operacionalização
dos aportes fundamentais relacionados a preservação, conservação e gestão; questões éticas
referente a práxis arqueológica e que se encontram atreladas aos procedimentos de gestão; e
finalmente, debates e trabalhos envolvendo a construção de perspectivas comunitárias e
fruições multivocais. Tais movimentos suscitaram a oferta de disciplinas correlatas, como
Introdução a Museologia e Arqueologia de Contrato; além de fomentar ações extensionistas
comprometidas em estabelecer pontes de comunicação entre Universidade e sociedade
envolvente.
Percebendo o sambaqui: simetria aplicada à gestão do patrimônio arqueológico em
Joinville/SC | BEATRIZ RAMOS DA COSTA (Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville)
Por meio da aplicação de conceitos da teoria simétrica de Ingold foi realizado um esforço de
compreender e sugerir soluções para a contínua depredação do espaço e das benfeitorias
instaladas sobre o Sambaqui Morro do Ouro, aberto à visitação em 2012 por meio da
instalação do conjunto de praças chamado Parque da Cidade. O processo de implantação do
Parque foi acompanhado pela equipe do MASJ em uma ação da Prefeitura Municipal e alguns
trabalhos de comunicação, reflexão e resultados de análises das intervenções realizadas
durante o monitoramento arqueológico das obras foram apresentadas anteriormente. Para o

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presente propósito foram aplicados questionários em diferentes grupos pré-selecionados
entre gestores responsáveis pela implantação do Parque e visitantes localizados em diferentes
pontos do Parque. Constavam 20 perguntas sobre a relação da pessoa com o Parque (se já foi
ao Parque, com que frequência vai até lá, com que objetivo, área preferida, o que mais se
destaca), sobre a relação da pessoa diretamente com o Mirante e a área do sítio arqueológico
(se já foi até lá, o que mais se destacou, se leu as placas informativas) e sobre a relação com a
arqueologia (se sabe o que é um sambaqui e quantos sítios há na cidade, como entrou em
contato com a informação e como gostaria de vê-la divulgada). As respostas apontam para
diferenças entre discursos, expectativas e comportamentos de gestores e frequentadores. O
principal fator identificado para compreender essas distinções foi o grau de escolaridade que
deve ser entendido a partir da relação com a linguagem escrita. Aqueles com escolaridade
compatível com nível superior ou mais, tem cerca de 15 anos de relacionamento estreito com
a linguagem escrita. Tendo sido treinadas ao longo desse tempo a decodificar diferentes
formas de linguagem escrita e a acreditar que o conteúdo dessas mensagens é relevante e
deve ser lido, essas pessoas rapidamente identificam na paisagem esses elementos e os
consomem.
Quem escolhe o que merece ser preservado no Brasil? | LUANA CRISTINA DA SILVA
CAMPOS (PEP/MP/IPHAN), CRISTIANE DE ANDRADE BUCO
Na apresentação da Revista do Patrimônio Histórico e Artísitico Nacional nº 33, Tania Andrade

Quem deve atribuir valor aos bens arqueológicos? Quem escolhe o que merece ser
preservado? Em última instância, de quem é o pa
são certamente as perguntas mais pertinentes no campo da preservação e neste artigo

de que permeiam esta questão em particular.


Na apresentação da Revista do Patrimônio Histórico e Artísitico Nacional nº 33, Tania Andrade

do patrimônio arqueológico. S
Quem deve atribuir valor aos bens arqueológicos? Quem escolhe o que merece ser

são certamente as perguntas mais pertinentes no campo da preservação e neste artigo

O Estado contra o Patrimônio - uma perspectiva arqueológica | FLÁVIA CRISTINA COSTA


VIEIRA (UFMG)
O trabalho consiste no estudo de três casos à luz da legislação patrimonial brasileira,
demonstrando como o Estado, muitas vezes, age contra a determinação de salvaguardar o
patrimônio arqueológico brasileiro. O primeiro caso apresenta o ocorrido com os vestígios
arqueológicos encontrados durante a realização de obras pelo Departamento de Estradas e
Rodagens, DER, para abertura de uma rodovia no Distrito de Alto Maranhão, em Congonhas,
MG. O segundo descreve a situação dos vestígios arqueológicos identificados na região do
empreendimento Condomínio Residencial Goiabeiras, por ocasião de sua implantação, no
município de Congonhas, MG. E o terceiro trata do conjunto de armas descobertas durante as
obras de restauração e adequação do antigo edifício da Secretaria de Segurança Pública, atual
Centro Cultural Banco do Brasil, em Belo Horizonte, MG. A discussão é balizada pela análise da
trajetória do IEPHA e do IPHAN - escolhidos, respectivamente, em virtude dos casos estudados
estarem todos localizados no estado de Minas Gerais e pela responsabilidade de análise dos
processos de arqueologia de todo o país. Ademais, proponho uma crítica ao modelo de

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