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XIII ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA


INFORMAÇÃO - XIII ENANCIB 2012
GT9: MUSEU, PATRIMÔNIO E INFORMAÇÃO

COMUNICAÇÃO ORAL
ELIZABETE DE CASTRO MENDONÇA - UFS
ufs.elizabetemendonca@gmail.com

A MUSEALIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO EM


SERGIPE: UM ESTUDO SOBRE ENDOSSO INSTITUCIONAL E
GESTÃO DE ACERVOS COLETADOS

Modalidade de apresentação: Comunicação oral


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Resumo

Os problemas de gestão dos acervos arqueológicos permeiam os atuais debates no âmbito da


Musealização do Patrimônio Arqueológico. Neste contexto reflexivo, surgiu a proposta deste
estudo que se baseia na hipótese de que os profissionais dos museus que gerenciam
instituições que endossaram as solicitações de permissão ou autorização de pesquisas
arqueológicas realizadas no estado de Sergipe, no período de 1970 a 2010, desconhecem os
procedimentos legais mínimos necessários para a preservação de material arqueológico. Seu
objetivo é analisar como este desconhecimento resulta na ausência de diretrizes institucionais
que auxiliem na gestão das informações relativas aos acervos. Para um recorte conceitual e
metodológico optou-se por trabalhar a gestão da informação relativa aos acervos com a
Documentação Museológica, considerando que a aplicação da mesma tem potencial para
alimentar os demais procedimentos da cadeia operatória da musealização (pesquisa,
conservação e comunicação em museus). A pertinência justifica-se pela urgência em
diagnosticar as causas do desconhecimento dos procedimentos legais mínimos necessários
para a preservação de material arqueológico, por parte das instituições museológicas que
concederam endossos a projetos e tornam-se responsáveis pela guarda dos objetos coletados
no estado de Sergipe, para elaboração de uma proposta conceitual e metodológica que auxilie
as instituições no processo de potencialização de seus acervos como fontes informacionais,
bem como no desenvolvimento de ações que visem a socialização destes bens culturais.

Palavras-chave:
Musealização; Patrimônio arqueológico; Endosso institucional; Gestão de acervos
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Abstract

The problems with management of archaeological collections pervade the current debates
within the Musealization of Archaeological Heritage. It is in this reflective context that the
proposal for this study emerges, based on the assumption that professionals from museums in
charge of institutions that have endorsed the requests for permission or authorization for
archaeological research conducted in the state of Sergipe, in the period from 1970 to 2010, are
unaware of the minimum legal procedures necessary for the preservation of archaeological
material. The goal of this paper is to analyze how this lack of awareness lead to lack of
institutional guidelines to assist the management of information on collections. For a better
conceptual and methodological picture, we decided to work on the management of
information on collections taking into account Museum Documentation, whereas the use of
these documents could contribute to other procedures of musealization operation chain
(research, conservation and communication in museums). The relevance thereof is justified by
the urgency to pinpoint the causes for the lack of minimum legal procedures required for the
preservation of archaeological material, by museum institutions that authorized projects and
became responsible for the custody of objects collected in the state of Sergipe, to develop a
conceptual and methodological proposal to assist institutions improve their collections as
information sources, as well as develop actions aimed at the socialization of this heritage.

Keywords:
Musealization; Archaeological heritage; Institutional endorsement; Management of
collections
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INTRODUÇÃO

Este artigo é fruto de um projeto de pesquisa em desenvolvimento1 que visa abordar os


problemas sobre gestão de informações referente ao patrimônio arqueológico de Sergipe. Este
tratará especificamente o patrimônio arqueológico móvel musealizado porque temos ciência
de que a noção de patrimônio arqueológico é ampla e relacionada “aquela parte do material
arqueológico a partir da qual os métodos arqueológicos proporcionam informação primária”,
compreendendo assim “todos os vestígios da existência humana e consiste em sítios
relacionados com todas as manifestações da actividade humana, estruturas abandonadas, e
vestígios de todos os tipos (incluindo sítios subterrâneos e subaquáticos), bem como todos os
materiais culturais transportáveis que lhes estão associados” (ICOMOS: 1990, p. 3).
A relação entre esta tipologia de patrimônio e museus é histórica. Os vestígios
arqueológicos estiveram associados ao colecionismo, aos gabinetes de curiosidade e aos
primeiros museus de arte e de história natural. Lima (2007, p. 5) os inclui nos conjuntos do
que considera “a ‘proto-história’ dos componentes de coleções/acervos museológicos”.
Dentro dos espaços museológicos a Arqueologia ganhou espaço como ciência,
primeiramente vinculada a Antropologia. Este percurso não foi diferente no Brasil. Os
primeiros museus (Museu Nacional -1818, Museu Paraense Emílio Goeldi - 1866, Museu
Paranaense - 1876, Museu Botânico do Amazonas - 1894 e Museu Paulista - 1895)
apresentavam artefatos arqueológicas no bojo de suas coleções iniciais (Lopes 1997,
Nascimento 2009, Moraes-Wichers 2011). Os museus realizavam não apenas a organização e
exibição dos artefatos, mas também as pesquisas arqueológicas no país. Tais pesquisas

1
O projeto que fundamenta este artigo é intitulado com o mesmo nome deste e é financiado com recursos da
Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe - FAPITEC/SE, relativos à linha
de pesquisa “Levantamentos de informações e indicadores para criação do Sistema Estadual de Informações e
Indicadores Culturais” do Edital FAPITEC/SE/FUNTEC Nº 13/2011. Ele está vinculado ao Grupo de Estudos e
Pesquisas em Museologia, Comunicação, Conhecimentos Tradicionais e Ação Social (GEMCCTAS). Conta com
uma equipe multidisciplinar formada pelos pesquisadores Elizabete Mendonça (coordenadora), Albérico
Queiroz, Márcia Barbosa e Ângela Ferreira e cinco estudantes (quatro bolsistas de iniciação científica e uma
voluntária), a saber: Marina Castro Novena (PIIC-UFS/2011-2012), Mariana Bispo da Rocha (PIBIC-
FAPITEC/2012, PICVOL/2012-2013), Rodrigo Gomes Cordério (PIBIC-FAPITEC/2012-2013), Gerlandia Dias
dos Santos (PIBIC-FAPITEC/2012-2013) e Rosely Fernandes Bezerra (voluntária).
Para a análise específica da Documentação Museológica no Museu de Arqueologia de Xingó utilizaremos dados
resultantes do projeto de pesquisa “A musealização do patrimônio arqueológico em Sergipe: estudo de caso
sobre os processos de documentação no Museu de Arqueologia de Xingó” e de seu subprojeto de extensão
“Arrolamento dos achados arqueológicos que constituem a coleção do Museu de Arqueologia de Xingó”. O
primeiro contou com a participação da Bolsista de Iniciação Científica/FAPITEC Heide Roviene Santana dos
Santos. O segundo conta com uma equipe multidisciplinar formada pelos pesquisadores Elizabete Mendonça
(coordenadora), Albérico Queiroz, Olivia Alexandre de Carvalho e cinco bolsistas de extensão: Avilane Santos
Cruz, Laelze Oliveira, Marina Castro Novena, Tuanny Meira Dias e Vitória Bispo Carvalho.
5

inicialmente eram baseadas em uma perspectiva colecionista e colonialista e posteriormente


nacionalista (Moraes-Wichers 2011, Ferreira 2010, Ribeiro 2011).
Os séculos XX e XXI foram marcados pelo aumento do número de instituições
museológicas e consequentemente as que abrigam acervos arqueológicos. É no âmbito desse
crescimento que, em meados do século XX, a interação deixa de ser apenas entre “patrimônio
arqueológico e museu” ou entre “Arqueologia e museu” e passa a enfrentar novos desafios na
interação entre “Arqueologia e Museologia”, já que ambas enquanto áreas de conhecimento se
solidificam em termos teórico-metodológicos. A reflexão sobre a última interação2 citada
(arqueologia e Museologia) é primordial, já que ambas focam suas preocupações na
preservação do objeto e na relação que este teve e terá com a sociedade como fonte de
informação e conhecimento. Tais áreas de conhecimento direcionam suas reflexões sobre
como o objeto arqueológico deve ser trabalhado/estudado, o cuidado necessário ao recolher o
material durante as escavações, os procedimentos realizados em laboratórios de pesquisa e
reservas técnicas, além da divulgação dos achados arqueológicos e dos conhecimentos
associados. Ambas também pautam suas ações no fato desses bens patrimoniais serem
reconhecidos juridicamente como patrimônio da União, conforme artigo 175 da Constituição
Federal Brasileira e Lei n° 3.494 de 26 de Julho de 1961. Segundo Ribeiro (2011, p. 7)

A relação entre Arqueologia e Museu, que outrora era apenas do ponto de vista da
organização e exibição de acervos, ganha novos contornos a partir do instante que
novos paradigmas emergem e quando as áreas [Museologia e Arqueologia]
incorporam a dimensão humana e social, em detrimento do olhar civilizatório e
taxonômico. No que se refere aos Museus, podemos afirmar que é nesse momento
que a relação entre as áreas começa a ser de fato interdisciplinar, visto que a
Museologia inicia o seu processo de reflexão epistemológica. [...] os Museus deixam
de ser coadjuvantes e passam a ser atores principais dos processos de gerenciamento
do patrimônio arqueológico.

No caso brasileiro, a existência de legislação e portarias do Instituto do Patrimônio Histórico


Artístico Nacional (IPHAN) para regular pesquisa, coleta e destino institucional destes bens
também auxiliaram os museus a se tornarem atores principais no processo de gerenciamento
do patrimônio arqueológico.
O IPHAN é o principal órgão federal de proteção ao patrimônio cultural e, no que
tange a gestão do patrimônio arqueológico, diferencia a concessão de direito de pesquisa em

2
Destaca-se que a proposta deste trabalho não é criar uma ideia de que a interação entre estas áreas tenha sido
historicamente harmônica. Elas viveram momentos de confluências e outros de distanciamento e todos
influenciaram diretamente a forma de gestão dos acervos arqueológicos. Porém, apenas este tema daria ensejo a
um artigo próprio, por isso não será extensamente tratado aqui. Informamos que esta temática tem sido estudada
por museólogos e arqueólogos, alguns deles citados nas referências. Cristina Bruno é o principal nome a tratar a
Musealização do Patrimônio Arqueológico no Brasil.
6

decorrência da instituição de guarda. Segundo Costa (2011, p. 4), com base nos capítulos II e
III da Lei Federal nº 3.924 de 1961 e nos artigos 2º e 3º da Portaria nº 07 /1988 do Serviço do
Patrimônio Histórico Artístico Nacional (SPHAN, atual IPHAN), a instituição concede “[...]
de duas maneiras o direito à pesquisa a esta parcela específica dos bens da União: a permissão
para as entidades particulares e a autorização para as públicas”.
De acordo com o inciso VII do artigo 5º. da Portaria 230/2002, para solicitação de
permissão ou autorização é necessário um “Plano de trabalho científico” no qual em caso de
coleta de acervo deve constar declaração de endosso institucional fornecida pela
instituição científica que proverá a guarda. Como demonstra a pesquisa realizada por
Moraes (2011), em inúmeros casos são instituições museológicas que concedem o endosso,
isto é, a menção assinada por seu dirigente assumindo – junto ao IPHAN – a tutela do
material coletado por projetos de cunho arqueológico.
Na prática os museus que assinam a tutela dos materiais arqueológicos, “embora
tenham o ônus permanente de guarda, assumem papel indireto e passivo nas tramitações para
concessão da portaria” (COSTA, 2011, p. 5). Na maioria dos casos, a instituição responsável
pela guarda dos materiais “não tem a dimensão de como funcionam os procedimentos legais
mínimos necessários para a guarda de materiais arqueológicos ou, o que é pior, sequer
conhecem os projetos aos quais conferem endosso” (COSTA, 2011, p. 5), aparecendo
pontualmente no processo de solicitação de permissão ou autorização de pesquisa
arqueológica para conferir o endosso institucional. Percebe-se, portanto, que não é possível
pensar em gestão de acervos arqueológicos apenas pela perspectiva de sua inclusão nas
instituições museológicas, já que conforme indica Bruno (1995, p. 6) tais instituições são na
cadeia operatória da geração de acervos arqueológico o elo mais fraco e desprotegido nas
questões de guarda destes materiais. Esta fragilidade deve-se ao fato dos museus normalmente
atuarem no fim da referida cadeia, tendo apenas a obrigação permanente de guarda.
Entretanto, frente à quantidade de licenciamentos ambientais que são autorizados por ano (em
especial, depois da Política de Aceleração do Crescimento – PAC – do governo federal), a
geração de acervos arqueológicos tornou-se ainda mais intensa (BRUNO; ZANETTINI,
2007)3, ampliando a urgência de debates com o intuito de definir novos patamares de gestão
pública desse tipo de acervo caracterizados como bens da Federação.
Neste contexto reflexivo, surgiu a proposta da pesquisa que orienta este trabalho cuja
hipótese é: os profissionais de museus que respondem pelas instituições museológicas que

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Reforçando esta estimativa Costa (2008) diz “que nenhum acervo material, em território nacional, cresce de
maneira tão rápida quanto o arqueológico”.
7

endossaram as solicitações de permissão ou autorização de pesquisas arqueológicas no estado


de Sergipe, no período de 1970 a 2010, desconhecem os procedimentos legais mínimos
necessários para a preservação de material arqueológico. Seu objetivo é analisar como este
desconhecimento, por parte das instituições museais de Sergipe, que se tornaram responsáveis
pela guarda dos objetos, resulta numa ausência de diretrizes institucionais que auxiliem na
gestão das informações relativas aos acervos coletados. Tal reflexão propiciará a elaboração
de uma proposta conceitual e metodológica que auxilie as instituições no processo de
potencialização de seus acervos como fontes de informação, bem como no desenvolvimento
de ações que visem a socialização destes bens culturais4.
O delineamento da pesquisa foi definido por meio de pesquisa bibliográfica,
documental e de campo. O campo determinado como a instituição que concede permissão e
autorização para pesquisa arqueológica no Estado (Superintendência Regional do IPHAN) e
as instituições museológicas que são responsáveis pela guarda do patrimônio coletado. Até o
momento foi realizada coleta e analise bibliográfica e levantamentos sobre as portarias de
autorizações/permissões no Diário Oficial da União. Para um recorte metodológico optou-se
por trabalhar a gestão da informação fazendo uso da Documentação Museológica, levando em
consideração que a aplicação da mesma tem potencial para alimentar os demais
procedimentos da cadeia operatória da musealização (pesquisa, conservação e comunicação
em museus). Por ser uma pesquisa em andamento, neste artigo, analisaremos a Documentação
Museológica em apenas um dos museus pesquisados do estado de Sergipe – o Museu de
Arqueologia de Xingó (MAX) e restringiremos o escopo de análise apenas a sua relação com
o Projeto Arqueológico de Xingó (PAX). Esta escolha deve-se ao fato do MAX ser o único
museu específico de Arqueologia no Estado e derivar de um projeto de licenciamento
ambiental.

Patrimônio arqueológico musealizado: Musealização como instrumento de


Patrimonialização

Antes de ganhar os espaços das instituições museológicas os vestígios arqueológicos


já estão caracterizados como patrimônio cultural. Isto se deve ao fato de, no processo de
pesquisa arqueológica, terem sido selecionados e institucionalizados como documentos,

4
Este artigo não apresentará a proposta conceitual e metodológica para a potencialização de acervos como fontes
informacionais, pois esta é uma das metas do projeto em andamento.
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tornando-se instrumentos de interpretação sobre um dado grupo cultural dentro de


determinado contexto.
Este patrimônio ao ganhar a tutela do museu passa pelo processo de musealização.
Desvallées e Mairesse (2010, p 51) informam que a musealização começa pela separação ou
deslocamento do objeto de seu contexto original para ser estudado como documento
representativo de realidade construída. Os autores caracterizam o termo como processo
científico que abarca um conjunto de procedimentos vinculados à seleção, aquisição,
pesquisa, conservação, documentação e comunicação e tem o objetivo de atribuir ao objeto
função de documento.
Lima (2012), assim como Desvallées e Mairesse (2010, p 51), estabelece paralelos
entre Patrimonialização e Musealização. Segundo a autora os procedimentos e as finalidades
que caracterizam os dois processos de institucionalização de bens culturais são comuns,
porém ressalta que a Patrimonialização não se dá exclusivamente no âmbito da perspectiva
museológica.
No entanto, tais práticas sociais não são aleatórias. Os processos de Patrimonialização
e de Musealização compreendem a valorização seletiva do objeto e caracterizam-se como
práticas excludentes e de poder por escolherem e atribuírem valor a uma referência cultural5
em detrimento de outra. Este ponto é relevante porque está associado à forma de construção
de narrativas sobre determinados grupos e temáticas, o patrimônio e os objetos musealizados
por muito tempo foram suporte de “verdade e autenticidade” para a criação de discursos que
reforçaram diferenças sociais e culturais6.
Mas se Patrimonialização e Musealização são caracterizados por procedimentos e
finalidades comuns, por que musealizar o patrimônio arqueológico? Porque o ato de
musealizar o patrimônio arqueológico historicamente tornou-se uma ferramenta auxiliadora e
fomentadora do processo de Patrimonialização. Até o terceiro quartel do século XX os
museus eram espaços de geração do conhecimento arqueológico, organização e exibição dos
artefatos. Estas perspectivas continuaram, mas foram inseridas em debates acadêmicos e
políticos no último quartel. Devido a mudanças paradigmáticas na área de Museologia e

5
Segundo Arantes (2001), o termo referência designa a realidade em relação à qual se identifica, baliza ou
esclarece algo. No caso do processo cultural, referências são práticas e os objetos por meio dos quais os grupos
representam, realimentam a sua territoriedade. São referências os marcos e monumentos edificados ou naturais,
assim como as artes, ofícios, festas, lugares a que a vida social atribui reiteradamente sentido diferenciado e
especial: são aqueles considerados os mais belos, os mais lembrados, etc. Sendo, portanto,sentidos atribuídos a
suportes tangíveis ou não. Podendo está em objetos ou práticas, espaços físicos ou lugares socialmente
construídos. São com referências que se constrói tanto proximidade quanto distância social, a continuidade da
tradição assim como a ruptura com uma condição passada ou a diferença em relação a outrem.
6
Uma abordagem sobre tal questão restrita ao patrimônio arqueológico é tratada por Bruno (1995).
9

Arqueologia, os trabalhos relativos à valorização do patrimônio nos museus passaram a visar


o desenvolvimento cultural e socioeconômico, a participação das comunidades, a promoção
da cidadania e a valorização da diversidade cultural.

Gestão de acervos arqueológicos

Os problemas de gestão dos acervos arqueológicos permeiam os atuais debates no


âmbito da Musealização do Patrimônio Arqueológico. Maria Cristina Oliveira Bruno (1995),
em seu trabalho intitulado Musealização da Arqueologia: um estudo de modelos para o
Projeto Paranapanema, afirma que:

Os procedimentos de documentação, assim como os de pesquisa, conservação e de


comunicação integram a cadeia operatória que caracteriza o processo de
musealização. Este processo em última instância visa o gerenciamento e a
preservação das referências culturais/bens patrimoniais, a geração e a difusão do
conhecimento, por meio de exercícios participativos e críticos, e a potencialização
das noções de identidade e pertencimento. (BRUNO, 1995 p. 123)

Existe outra questão levantada no texto acima citado de Cristina Bruno que deve ser
referendada, a saber: como garantir que o patrimônio cultural sob a guarda da instituição
museológica saia do “abandono” e assim torne-se propagador de memória? Esta questão é
central neste projeto que estuda um patrimônio federal sob tutela de museus e a
Documentação Museológica como instrumento sistêmico de gestão de informação.
Segundo Ladkin (2004, p. 17) se a gestão do museu tem importância vital para o
desenvolvimento e organização de cada instituição, a “gestão do acervo é vital para o
desenvolvimento, organização e preservação do acervo que cada museu alberga”. Para o
mesmo autor o termo gestão do acervo é

aplicado aos vários métodos legais, éticos, técnicos e práticos pelos quais as
colecções do museu são formadas, organizadas, recolhidas, interpretadas e
preservadas. A gestão do acervo foca-se na preservação das colecções, preocupando-
se pelo seu bem-estar físico e segurança, a longo prazo. Preocupa-se com a
preservação e a utilização do acervo, e registo de dados, e em que medida o acervo
apoia a missão e propósito do museu (LADKIN, 2004, p. 17).
10

Roberts (2004, p. 42), em artigo sobre Inventário e Documentação, afirma que um dos
recursos essenciais para gestão do acervo é a existência de uma documentação precisa e
acessível.
Como demonstram Bruno e Zanettini (2007) no artigo O futuro dos acervos, o cenário
brasileiro apresenta o seguinte quadro: um quantitativo de objetos arqueológicos
musealizados cada vez mais extenso, em contraponto a um gerenciamento das informações e
possibilidades de pesquisas limitados. Tais problemas contribuem para o acervo ser
incompreendido em sua totalidade, negando a população conhecer processos culturais de
determinados grupos sociais, consequentemente, fragilizando a preservação dos objetos que
representam uma identidade cultural. Lima e Rabello (2007) reforçam esta análise ao apontar
para um fator capital dentro do contexto de crescimento do quantitativo de acervos. Segundo
as autoras, além das formas tradicionais de ameaça ao patrimônio – agricultura intensiva e
extensiva, a expansão urbana, a industrialização maciça, os empreendimentos
desenvolvimentistas – existe uma outra forma de depredação, silenciosa e pouco visível, do
patrimônio arqueológico: as más condições de documentação e conservação preventiva das
coleções sob tutela de museus e instituições congêneres.
Restringindo nossa análise a este ponto, nossa pesquisa seguiu a premissa de que “a
informação arqueológica é valiosa e mal utilizada” (DE BLASIS, 1992, p. 65). Alguns
autores, como Renfrew, Bahn, Shanks e Tilley, sustentam que apesar da Museologia ter se
estabelecido como área de conhecimento reconhecida existem entraves em sua relação com a
Arqueologia. Renfrew e Bahn (2004) afirmam que os museus, em geral, tratam os artefatos
arqueológicos como objetos de arte, o que contribui para sua descontextualização histórica e
étnica. Shanks e Tilley (1992) alegam que os museus podem gerar interpretações deturpadas
sobre o passado, criando sua própria narrativa, a partir dos processos de seleção e
classificação.
Porém, Ferrez (1991) explica que a documentação museológica é um mecanismo
capaz de transformar o acervo de museus de fontes de informação em fontes de pesquisa
científica, permitindo levantamento e acesso às informações das quais os objetos/documentos
são suportes. Com isso ela relata um pouco da sua preocupação com o uso dado as coleções
quando chegam aos museus, se ocorrerá à documentação do acervo e se esse será realmente
musealizado – ganhando uma nova “vida social”. Neste âmbito, também, pode-se citar Carlos
Costa (2008) que, ao abordar especificamente a Documentação Museológica de materiais
arqueológicos, trata a função que uma documentação pode assumir, os cuidados com a
identificação documental e as características das coleções estudadas.
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No caso em questão podemos dizer que quando os objetos foram criados tinham uma
serventia – um uso sociocultural; porém nos processos de coleta, de pesquisa arqueológica e
de musealização são redescobertos e cobertos de um novo significado e de uma nova
trajetória – iniciando uma nova etapa na sua “vida social” (APPADURAI, 2008). Saladino
(2010, p. 2) ao tratar das questões do patrimônio cultural arqueológico, ressalta que este
“relaciona-se ao processo de transmissão, seja da materialidade dos objetos, seja da
subjetividade das representações e valores ressignificáveis em distintos contextos e
temporalidades” e completa “ainda que transformado em mais um produto no mercado
[cultural], os bens patrimoniais são bens cujo valor simbólico não é completamente esvaziado,
tem potencia em transmutar-se em elemento aglutinante, fator de coesão social – gerado pela
vontade de memória e de legitimar um passado compartilhado”. Portanto é único, precisa ser
evidenciado e cumprir com a sua nova missão de legar para as pessoas informações sobre um
determinado grupo em uma determinada época.
Baseados nessas enuncias, podemos dizer que é preciso tratar o objeto arqueológico
musealizado como fonte de informação e articular conhecimentos destas áreas afins,
evidenciando o cuidado com o bem patrimonial por meio da interdisciplinaridade, com a
finalidade de diminuir a possibilidade de interpretação equivocada, potencializando o acervo
como indicador de memória. Um acervo deve gerar informação e, consequentemente,
proporcionar uma melhor interação entre instituição, seus profissionais, pesquisadores e
visitantes.

Levantamento e sistematização autorizações/permissões sobre pesquisas, escavações e


endossos institucionais (1998-2010)

Como resultados parciais da pesquisa foram levantados e sistematizados


autorizações/permissões sobre pesquisas, escavações e endossos institucionais relativas ao
patrimônio arqueológico de Sergipe, referentes ao período de 1998 a 2010, no site o Diário
Oficial da União (DOU). Atualmente está em andamento a complementação dos dados desse
período com os documentos encaminhados pelos coordenadores das ações e hoje localizados
na sede da Superintendência do IPHAN, bem como levantamentos de dados do período de
1970 a 1997.
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No DOU foram localizados quarenta e cinco endossos institucionais. Com esse


levantamento já podemos verificar que os endossos foram concedidos não apenas para as
instituições do Estado de Sergipe7. Dentro do Estado de Sergipe localizamos a Universidade
Federal de Sergipe (citada nos documentos como a própria instituição, o Campus de
Laranjeiras, o Núcleo de Arqueologia, o Laboratório de Arqueologia de Ambientes
Aquáticos, o Museu de Arqueologia de Xingó e o Museu do Homem Sergipano), a
Superintendência Regional do IPHAN em Sergipe, a Secretaria de Cultura da Prefeitura
Municipal de Laranjeiras e por fim o Museu Histórico de Sergipe. Com base em
levantamentos feitos junto aos museus do Estado, obteve-se a informação de existência de
acervos arqueológicos também sob a guarda do Museu Galdino Bicho (vinculado ao Instituto
Histórico e Geográfico de Sergipe) e o Memorial de Sergipe (vinculado à Universidade
Tiradentes).
No entanto, é fundamental destacar algumas particularidades sobre o material
endossado pela UFS: 1. O material destinado ao Campus de Laranjeiras, Núcleo de
Arqueologia e Laboratório de Arqueologia de Ambientes Aquáticos está ou estará diretamente
sob a guarda do Laboratório do Núcleo de Arqueologia. Os endossos mais antigo, décadas de
1980 e 1990, foram relativos aos vestígios coletados no período do Projeto Arqueológico de
Xingó – que resultou na criação do Museu de Arqueologia de Xingó (MAX). Resultante do
PAX, alguns poucos vestígios estão sob a guarda do Museu do Homem Sergipano e a grande
maioria está sob a tutela do Museu de Arqueologia de Xingó. Frente a esta configuração, de
forma pragmática, oito instituições no estado respondem juridicamente pelo patrimônio
arqueológico, destas cinco são instituições museológicas. Este número equivale a 62,5% das
instituições identificadas até o momento, porém se pensarmos no quantitativo de material
arqueológico este percentual sobe consideravelmente porque se estima entre 50 e 60 mil
objetos exclusivamente sob a tutela do MAX.
Com base nessas informações e no trabalho de inventário que estamos realizando no
MAX, faremos no tópico seguinte uma análise parcial sobre o que determinamos com recorte
conceitual e metodológico – a Documentação Museológica. Porém, frente aos números
apresentados cabem alguns questionamentos sobre a situação pelo qual o acervo arqueológico

7
Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia da Fundação Cultural do Maranhão, Acervo Centro de
Referência em Patrimônio e Pesquisa (Bahia), Programa de Pós-Graduação em Arqueologia da Universidade
Federal de Pernambuco, Centro de Arqueologia e Antropologia de Paulo Afonso – UNEB, Centro de Referência
em Patrimônio e Pesquisa de Porto Seguro, no Estado da Bahia, Laboratório de Arqueologia – UFPE e Núcleo
de Estudos e Pesquisas Arqueológicas da Universidade Estadual de Santa Cruz (Bahia). A concessão de endosso
por instituições de outros estados gera um outro ponto de reflexão sobre o distanciamento do patrimônio e as
comunidades diretamente ligadas a eles. Porém, não entraremos neste assunto aqui.
13

de Sergipe tem sido tratado e como é concedido os endossos neste momento de valorização da
Arqueologia de Contrato para viabilizar as obras do PAC a partir de meados da primeira
década do século XXI. Em relação a concessão de endosso constata-se ainda uma ação
expoente da Universidade Federal de Sergipe. Porém, nem todas as autorizações, nem dentro
da própria UFS, está direcionadas as instituições museológicas o que nos causa a seguinte
indagação: será que todas estas instituições na qual foi concedido o endosso esta realizando a
socialização das informações? Este material ficará restrito a pesquisa e divulgação por meio
de artigos/teses, ou ele vai ser passível de ações patrimoniais já que se caracteriza como tal?
Como está documentado e conservado esse acervo? A instituição tem noção da origem e
processo de coleta desse acervo? Estas indagações tornam-se mais veementes quando
pensamos nas demais instituições levantadas a exemplo da Secretaria de Cultura da Prefeitura
Municipal de Laranjeiras que não apresentam a função social dos museus.

O caso do Museu de Arqueologia de Xingó

Priorizando uma breve reflexão sobre o MAX, não podemos dizer que os dirigentes
institucionais não conheciam o Projeto de Salvamento Arqueológico de Xingó entre as
décadas de 1980 e 1990, pois: 1) a proposta de criação do museu é derivada desse projeto e
elaborada posteriormente ao endosso do projeto dado pela UFS; 2) o projeto foi idealizado
por profissionais da instituição e uma parte da equipe que realizou os trabalhos desenvolvendo
atividades no museu. Porém, não basta conhecer o projeto. É preciso conhecer as
responsabilidades legais assumidas ao conceder endosso a projetos arqueológicos, já que o
desconhecimento ocasiona uma ausência de diretrizes institucionais que auxiliem na gestão
das informações relativas aos acervos e consequentemente à preservação dos bens.
Inaugurado em 2000, desde 2010 o museu passa por um processo de reformulação.
Este dado está diretamente relacionado à temática do nosso projeto porque, apesar de ser um
museu de referência no cenário nacional como indicaremos abaixo, a ausência de ações
diretas de salvaguarda (documentação e conservação) do acervo resultou em um Inquérito
Civil Público (ICP) movido pelo Ministério Público de Sergipe (MP-SE) contra a UFS e a
Eletrobras Chesf. A Universidade por ter concedido o endosso e hoje responder pela tutela do
patrimônio e a Chesf pelo fato do material ser resultante de impactos ambientais causados
pela empresa. O MP cobra ações diretas em reserva técnica que possibilitem a documentação
14

e conservação do patrimônio. Para este artigo restringiremos nossa análise à responsabilidade


da UFS.
A análise se baseará em dados disponibilizados pelo dirigente institucional,
observações realizadas no âmbito dos projetos (de pesquisa e de extensão) coordenados
diretamente por mim no museu e documentos oficiais da instituição que apresentaram o
descompasso referente à quantidade de objetos.
O MAX foi criado tendo como instituidores a UFS, a Companhia Hidroelétrica do São
Francisco (CHESF) e a Companhia de Petróleo Brasileira (PETROBRAS). Seu acervo é
constituído por cerâmicas, líticos, faunísticos, esqueletos, casulos com esqueletos, sedimentos
e material associado (restos alimentares, adornos).
Conforme descrito em seu Regimento Interno (parágrafo 2º, alíneas II e III, da
Resolução 08/2006/UFS/CONSU), duas de suas finalidades são “zelar pelo patrimônio
arqueológico do Baixo São Francisco” e “dar adequada curadoria aos vestígios arqueológicos
coletados na área e posto sob a guarda da Universidade Federal de Sergipe". Sua organização
estrutural é constituída pela Administração Central, situada no Campus Central da UFS em
São Cristóvão, pelos Laboratórios de Pesquisa Arqueológica e pela Unidade de Exposições,
que estão situados em Xingó, no município de Canindé do São Francisco-SE. A última dá
corpo e sentido à instituição, pois constitui o veículo de contato mais próximo, tanto com os
resultados das investigações arqueológicas, quanto com a comunidade local e regional.
Desde sua origem, o museu procurou estabelecer metodologias para prospecção e
resgate do patrimônio arqueológico regional, bem como priorizou ações de divulgação dos
resultados de pesquisas institucionais e de difusão do conhecimento sobre arqueologia.
Considerado de referência no cenário brasileiro, é reconhecido pela sua produção científica na
área de arqueologia e pelo processo de comunicação em museu (exposições permanentes e
temporárias, publicações e ação educativa). Este museu anualmente recebe cerca de 25.000
pessoas, tendo em 2010 recebido mais de 29 mil visitantes, além de pesquisadores. Porém,
mesmo diante de todas as realizações científicas, educativas e pedagógicas até então
desenvolvidas, no que tange os procedimentos de salvaguarda – em especial documentação e
conservação - o museu ainda tem uma atuação limitada.
Um dado alarmante é que documentos oficiais do MAX/UFS informam um
quantitativo de cerca de 50 mil objetos, outros indicam 60 mil. Esta divergência acentuada de
aproximadamente 10 mil objetos demonstra um desconhecimento do próprio acervo
institucional. Este desconhecimento ocorrer por ausência de investimentos em procedimentos
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de documentação ou de um mínimo inventário do acervo. No que tange ao reconhecimento do


acervo pode-se dizer que o quadro encontrado foi preocupante já que:

• não foi encontrada uma perspectiva quantitativa de subdivisão do acervo por


tipologia;
• não se tem conhecimento de livro de tombo ou listagem de inventário de todo o
acervo;

• grande parte não foi sequer classificado;

• não existe planilhas ou fichas indicativas das localizações do acervo em


reserva, exposição ou empréstimo;

• ausência de documentação escrita – os dados encontrados na instituição são


pequenos, restringem-se as cadernetas de campo de topografia, plantas dos
sítios arqueológicos escavados, fotografias de artefatos.

• falta padronização de numeração e alguns artefatos não apresentam numeração.

No caso do acervo do MAX é latente a necessidade de ações diretamente ligadas à


documentação. Pois o número expressivo de achados (cerca de 50.000) ainda não
documentados gera uma preocupação sobre os meios possíveis de oferecer informações de
qualidade científica por meio da catalogação do acervo e diminuir o latente descompasso
entre o quantum de informação produzido no cenário científico da arqueologia e o
conhecimento em potência que está sendo oferecido à comunidade sergipana e aos
pesquisadores de outros estados e países que pesquisam o acervo em reserva.
Este desconhecimento fere os princípios legais mínimos que regem a preservação de
acervo arqueológico8 – já que apesar dos objetos em questão terem sido coletados, em sua
maioria, por projetos vinculados a UFS muito pouco se tem sobre informações básicas
produzidas no âmbito da coleta e pesquisa, tornando um desafio o acesso, a sistematização
das informações e, consequentemente, a gestão do acervo. O museu hoje vive um desafio ao
propor um inventário do acervo em questão para tentar amenizar a falta de informações e

8
Tanto que o Ministério Público de Sergipe tem cobrado da Universidade e da Companhia Hidro-Elétrica do São
Francisco (CHESF) ações de salvaguarda do acervo sob a guarda do MAX. A CHESF é arrolada porque também
tem responsabilidade ad eternum com o acervo, já que o mesmo foi coletado para a construção de uma de suas
represas.
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assim poder alimentar outras ações que caracterizam a cadeia operatória dos procedimentos
de musealização e alcançar a socialização do patrimônio arqueológico.

Consideração

O intuito do artigo foi apresentar dados para estimular uma reflexão sobre o papel
político e social do museu no ato de concessão de endosso institucional para projetos
arqueológicos. O museu, ao fazer tal concessão, assume legalmente o papel de tutor do
material coletado e, consequentemente, de sua preservação. Porém, como explicitado no caso
do MAX, um museu recente com apenas 12 anos, não adianta nem mesmo ser uma instituição
criada com a finalidade específica de musealização do patrimônio arqueológico. O exemplo
deste museu em Sergipe serve para refletirmos sobre a urgência de uma proposta de diretrizes
conceituais e metodológicos para auxiliar as instituições a determinarem um protocolo
mínimo ao concederem endosso de forma a garantir a potencialização de seus acervos como
fontes informacionais, bem como no desenvolvimento de ações que visem a socialização
destes bens culturais.
Este protocolo deve tratar as informações básicas que devem ser entregues junto com
o acervo no momento da destinação do mesmo para a instituição museal, assim como indicar
um recurso mínimo para atividade de salvaguarda a ser custeado pelo projeto endossado – já
que hoje a maioria dos projetos de arqueologia recebe recursos para os trabalhos de
prospecção e de pesquisa. Desta forma, o museu não ficará apenas com o ônus do endosso,
como hoje ocorre em muitos casos, mas também poderão ser beneficiado no âmbito das
políticas governamentais que indiretamente propiciam a coleta de acervo arqueológico – a
exemplo do PAC.
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