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3 Essa metodologia é baseada nos estudos desenvolvidos por Samuel Alberti (2005) e Igor
Kopytoff (2008).
4 Nessa época o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) vivia uma crise
institucional, visto que o modelo de gestão do patrimônio representado por ele vinha enfraque-
cendo, focando suas atividades no tombamento do patrimônio arquitetônico nacional.
5 De acordo com Lia Calabre, o conceito de “política cultural como uma ação global e organiza-
da” surge no período pós-guerra, de modo que “(...) até então, o que se verificava eram relações,
de tensão ou não, entre o campo do político e o da cultura e da arte em geral, gerando atos iso-
lados. A institucionalização da política cultural é uma característica dos tempos atuais”. (CALABRE,
2007: p.1).
6 A institucionalização do patrimônio cultural no Brasil ocorreu a partir da segunda década do
século XX, consolidando-se em 1937 com a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (SPHAN) durante o Estado Novo (1937 - 1945) no governo de Getúlio Vargas.
Foram (...) feitas três sugestões. Que o CNPq adotasse uma política abrangente de
recuperação e preservação do acervo histórico da cultura científica nacional; que o
GMA fosse dotado de condições adequadas para ampliar seus trabalhos, possibili-
tando a criação de um museu de ciência no prédio principal do ON; e que o CNPq,
por intermédio de um grupo de trabalho constituído para esse fim, promovesse
gestões competentes para o tombamento do campus do ON, da biblioteca e dos
instrumentos científicos. (CAZELLI, 1992: p 73)
Ainda de acordo com Sibele Cazelli (1992), nesse período, houve uma apro-
ximação com outros museus e a elaboração de uma exposição no campus do ON
comemorativa do centenário da passagem de Vênus (1882 - 1982), primeiro evento
científico internacional com a participação do Brasil. A mostra teve sucesso de pú-
blico e movimentou as colunas dos principais jornais do país, que faziam a divulga-
ção da exposição. Nessa época o campus do ON havia sido aberto para a visitação,
com o recebimento do público nos pavilhões para observação do céu, fato que se
mostrou eficaz na aproximação da população (em sua maioria de estudantes) com
a astronomia. Tudo isso só confirmou a necessidade de um museu de ciências.
A partir dessa série de eventos, Marcio Rangel (2011) nos aponta, portanto,
que “a criação e a trajetória do Museu de Astronomia e Ciências Afins está rela-
cionada ao desejo/discurso de preservação de “um patrimônio” em risco. Neste
sentido o processo de criação do MAST é o resultado direto do medo da perda.”
(RANGEL, 2011: p. 152). Entendemos esta afirmação como fundamental para a
estruturação do MAST e para as atividades que esta instituição vem desempe-
De fato, havia consciência por parte do CNPq, de que era necessária uma
intervenção do órgão na preservação do acervo de suas unidades de pesquisa.
O artigo continua dizendo que “o programa de apoio a essas instituições teve ori-
gem quando o CNPq constatou que a problemática de preservação – a pesquisa
e a avaliação do patrimônio natural e cultural dos brasileiros – era muito gran-
de” (CIÊNCIA E CULTURA, 1982) e reconhecia a situação precária em que se en-
contravam os museus brasileiros. Foi direcionado ao programa um montante de
Cr$ 45 milhões10, com recursos próprios do CNPq, no ano de 1983.
Referências bibliográficas
ALBERTI, Samuel J. M. M. Objects and the museum. Isis, v. 96, p. 559-571, 2005.
ANDRADE, Ana Maria R. e CAZELLI, Sibele. MAST, um projeto precursor. In: MAT-
SUURA, T (Org.). História da Astronomia no Brasil (2013). vol. 1. Cepe Editora,
Recife. 2014. p. 359 - 374.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Bra-
sília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
BRENNI, Paolo. Trinta anos de atividades. Instrumentos científicos de interesse his-
tórico. In: ANDRADE, A.M.R. (Org.) Caminho para as estrelas: reflexões em um
museu. Rio de Janeiro: MAST, 2007. p. 162 - 179.