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SUMÁRIO
Rito Adonhiramita 02
Rito Brasileiro 08
Rito Escocês Antigo e Aceito 34
Rito Moderno 69
Rito Schröder 130
Rito York (Emulação) 179
Rito Escocês Retificado 210
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INTRODUÇÃO
AS LUVAS BRANCAS
A representação simbólica do uso das Luvas Brancas está contida nas palavras do
Mestre-de-Cerimônias ao fazer o convite para os Obreiros ingressarem no Templo para o início
dos trabalhos, quando diz: "Se desde a Meia-Noite, quando se encerraram nossos últimos
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trabalhos, conservastes as mãos limpas, calçai as vossas luvas". Esta sentença nos remete ao ato
praticado pelos Mestres Eleitos na lenda da construção do Templo de Salomão, quando os
mesmos calçaram luvas de pele brancas, para demonstrar que suas mãos estavam limpas e
puras, ou que eram inocentes do fato ocor- rido na lenda. Esta simbologia também é
apresentada nas Cerimônias de Iniciação, quando é feita a entrega das Luvas Brancas aos novos
Neófitos, e Ihes é dito para nun- ca manchar a sua brilhante alvura nas águas lodosas do vício,
por elas representarem a candura que deve reinar na alma do homem de bem e a pureza de
nossas ações.
AS GRAVATAS BRANCAS
A representação simbólica, do uso das gravatas brancas, também nos reporta à lenda
da construção do Templo de Salomão, quando do súbito desaparecimento do Mestre Arquiteto,
quando o Adonhiramita não apresenta o sentimento exterior de luto, mas sim a nossa alegria e
júbilo ao recebermos o novo Mestre Maçom, quando este se levanta do túmulo simbólico e
aclamamos Vivat, Vivat, Vivat, (pronuncia-se vivá) acreditando-se que este novo Mestre
Simbólico recebe verdadeiramente o Espírito Maçônico, espírito de tolerância e amor fraterno,
tornando aquela situação triste em situação festiva, estan- do, portanto, o uso da gravata
branca, simbolicamente, associado a um ato de alegria pela presença da Luz na vida maçônica
do novo Mestre Iniciado.
OS AVENTAIS
O CHAPÉU
O uso do Chapéu na Maçonaria é bem antigo; estes, conforme nos narra a história,
surgiram para substituir as antigas carapuças usadas na Idade Média. Os Chapéus foram
primeiro usados pelos egípcios na Antigüidade e posteriormente pelos gregos que usavam um
chapéu de palha de fundo pontudo que era denominado de "THOLIA", e só se tem conhecimento
do seu uso na Europa após o século XVII. Na Maçonaria, o Chapéu passou a ser usado a partir
do século XVIII como símbolo hierárquico e esotérico. Naquela época, em Lojas de Aprendiz e
Companheiro, só o Venerável tinha o privilégio de usar o Chapéu dentro da Oficina. Este
procedimento até hoje é observado pelo REAA, praticado pelas Grandes Lojas. Esta
prática era realizada como Símbolo de superioridade do Venerável sobre os demais Obreiros,
porém, em Sessão de Câmara do Meio, todos os Mestres permaneciam com o Chapéu na cabeça
como Sinal de Igualdade. O costume de somente o Venerável usar o Chapéu em Loja nos Graus
inferiores, deve ter tido origem no Cerimonial das Cortes daquela época, onde estando o rei
presente, somente ele tinha o direito de estar coberto, pois o Chapéu era o emblema de
soberania. Como o Venerável representa o rei Salomão, só ele tinha o direito de usar o Chapéu
nos Graus inferiores. Na Câmara do Meio, porém, o Venerável é apenas o presidente de uma
assembléia de pares, igualando-se a todos os presentes. Esotericamente, o Chapéu destina-se a
cobrir os cabelos dos Obreiros em Loja, por estes serem receptores de vibrações sutis; e,
cobrindo a cabeça, o Mestre se protege e demonstra que nada mais tem a receber, isto é, que
chegou à plenitude maçônica ou à verdadeira iniciação simbólica. Esta prática é observada nas
mais diversas filosofias religiosas ou não, quando seus líderes usam uma cobertura sobre a
cabeça ou até mesmo raspam a cabeça para não sofrerem influências externas, fato este que
observamos nas filosofias orientais, no judaísmo, no islamismo e nas igrejas católicas e
ortodoxas, nos cultos afro-brasileiros e em diversas seitas, onde são usados turbantes, solidéus,
tiaras, mitras, etc. Atualmente, os Mestres só se cobrem nas Sessões de Câmara do Meio, exceto
no Rito Schröder em que todos os Obreiros se cobrem desde Aprendiz. E no Rito Adonhiramita,
onde todos os Mestres usam o Chapéu em todas as Sessões de Graus Simbólicos, afirmando
assim que são ca pazes de segurar o primeiro Malhete da Loja e de comportarem-se, quando for
o caso, como dignos soberanos Iniciados. É importante relembrar que devemos nos descobrir
toda vez que seja feita menção ao GA D U em Loja, na abertura e fechamento do Livro
da Lei e em sinal cívi- co e de respeito nas execuções do hino nacional e da bandeira.
CERIMÔNIA DE INCENSAÇÃO
O uso de incenso é inteiramente científico, pois sabemos que não há matéria morta
porque todos os seres e todas as coisas da natureza possuem e irradiam suas vibrações e
combinações de vibrações. O Cerimonial visa então tornar o ambiente em Loja calmo e
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CERIMONIAL DO FOGO
Este Cerimonial na realidade tem seu início antes da abertura da Loja, quando a Chama
Sagrada que irá presidir os trabalhos é reanimada pelos quatro Irmãos, que simbolicamente
representam os quatro pontos cardeais, que adentram o Templo antecipadamente para este
fim.
das referidas frases. O mesmo procedimento deve ser observado por ocasião do
adormecimento do fogo quando é invocado "Que a luz da sua beleza continue flamejante em
nossos corações", pelo Segundo Vigilante, "Que a luz da sua força permaneça atuante em nossos
corações", pelo Primeiro Vigilante, e "Que a luz da sua sabedoria habite em nossos corações"
pelo Venerável Mestre, sendo o Cerimonial totalmente concluído ao ser adormecida a Chama
Sagrada, após a saída de todos os Irmãos do Templo, pelos mesmos Irmãos que realizaram o seu
avivamento no início dos trabalhos.
Sabemos que igualmente ao Sol que derrama incessantemente sua luz e calor
indistintamente sobre toda a humanidade, o Grande Arquiteto do Universo emite
continuamente suas energias, e a nós compete abrir o canal para es- tas energias e a realização
do seu serviço. Observamos que estas Cerimônias são executadas exatas e de maneira brilhante,
mas vários Irmãos não percebem a importância do pensamento nele con- centrado e a
compreensão de todo o seu alcance e significado. Devemos pois trabalhar com amor e
abnegação, rogando as bênçãos do Grande Arquiteto do Universo para que alcancemos a
verdadeira iluminação.
colocados os Aprendizes, considerando que estes receberam uma luz muito fraca não estando
em condições de receber maior claridade. Nesta coluna está colocado o Segundo Vigilante,
responsável de transmitir as instruções aos Irmãos Aprendizes. Na coluna do Sul está colocado
o Primeiro Vigilante, responsável pelas instruções dos Irmãos Companheiros.
O local dos Altares do Venerável Mestre e dos Vigilantes forma um triângulo isósceles,
com o vértice principal para cima, que simbolicamente representa os três atributos da Divindade
ou Tríade Superior que são a Sabedoria, a Força e a Beleza. Outro triângulo isósceles com o
vértice principal para baixo, também é formado pela disposição dos Altares do Orador e do
Secretário e o local do Cobridor Interno, que deve se situar na linha imaginária que divide o
Norte e o Sul ficando em frente ao Venerável Mestre no eixo Oriente/Ocidente, este triângulo
representa a Personalidade ou a Tríade Inferior, que são o corpo mental inferior, o corpo astral
ou emocional e o corpo físico, que são representados pelos ocupantes dos cargos acima citados.
império da Razão que, no contexto do mercado livre, pode ser ferramenta para a divisão
harmoniosa dos recursos e das riquezas. Isso realizaria a justiça social perpétua e
dissiparia os temores de catastrófico neo-maltusianismo.
“12. Considerando que a Maçonaria, sem perder esse caráter principal, intrínseco e
característico de Instituição Iniciática de formação moral e filosófica, deve, entretanto,
está presente ao estudo dos problemas da civilização contemporânea e neles intervir
superlativamente, para que a Humanidade possa encaminhar-se, sobre o suporte da
Fraternidade, a um mundo de Justiça, Liberdade e Paz, porque não há antagonismo
entre a Verdade e a Vida”.
- Já em fins dos anos 60, quando começavam os estudos para implantar a Nova Ordem
Mundial, o neoliberalismo, o Supremo Conclave estava consciente de que se esgotara o
período iniciado em 1717; era preciso dar início ao quarto período da Maçonaria. Muitas
barreiras foram ultrapassadas.
• O Rito Brasileiro concilia a Tradição com a Evolução, para que, assim, a Maçonaria não
se torne uma força esgotada.
Fala-se que o Rito Brasileiro teria tido uma origem aparentemente romântica
em Pernambuco, quando o comerciante e maçom José Firmo Xavier pertencente à
Grande Loja Provincial de Pernambuco, provavelmente pertencente ao Grande Oriente
do Passeio, no século XVIII, segundo alguns autores em 1878 e segundo outros em data
muito anterior ou seja mais ou menos em 1848, o qual com um contingente além dele
e mais 837 maçons, elaboraram uma Constituição Especial do Rito Brasileiro, colocando
o mesmo sob a tutela de D. Pedro II e do Papa. Existem depositados na Biblioteca
Nacional no Rio de Janeiro, dois documentos que pertenceram à D. Pedro II que nos dão
informações sobre esta entidade e que tem o seguinte enunciado:
Entretanto, a D.Pedro II que nunca foi maçom, José Firmo Xavier lhe outorgou
o grau 23º, e o considerava o Grande Chefe Protetor, quanto a si, auto-intitulou-se
Grande Chefe Propagador “ad vitam” sendo que, no caso de seu falecimento seria
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substituído por um Grande Chefe Conservador. Senão estranho, todavia, muito curioso
e interessante.
Aquele Rito, naquela ocasião não vingou, porque, entre outras contradições,
não aceitava que fossem iniciadas pessoas que não fossem nascidas no Brasil,
mostrando um nacionalismo inconseqüente e além do mais, D. Pedro II não estava
muito interessado em Maçonaria, apesar de seu pai ter sido maçom. Assim como, não
teria lógica um rito maçônico se colocar sob a tutela do Imperador e do Papa.
Estamos mencionando este fato mais como uma citação, diga-se de passagem, porém
sem considerá-lo como um movimento maçônico propriamente dito, e sim como uma
sociedade secreta nos moldes da Maçonaria para se colocar a serviço do Imperador e
da religião Católica, talvez até com fins políticos, ou ainda para obter as benesses do
governo imperial.
Esta história caiu no esquecimento e este “Rito” que pretendiam fundar não
deu certo. Mas, após iniciada a Primeira Grande Guerra Mundial em 1914, o Grão-
Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil, o Soberano Irmão Lauro Sodré (Lauro Nina
Sodré e Silva, nascido em 17.10.1858 em Belém do Pará e falecido no Rio de Janeiro em
16.06.1944 – Iniciado na Loja “Harmonia” de Belém PA em 01.08.1888), através do
Decreto n.º 500 datado de 23.12.1914, determina, e, em reunião de 21.12.1914, o
Ilustre Conselho Geral da Ordem aprovou o reconhecimento e incorporação do Rito
Brasileiro entre os que compõem o Grande Oriente do Brasil, com os mesmos ônus e
direitos, regido liturgicamente pela sua Constituição particular.
Existem autores que ligam este fato à militares nacionalistas. Não nos parece
provável. Poderia até existirem militares ligados à fundação do Rito, como sempre eles
estiveram presentes no GOB em toda a sua existência, não tanto por sua posição de
militar, mas como verdadeiros maçons e idealistas da Ordem. Este é um fato inconteste
que não se pode negar. Entretanto, o Rito não progrediu naquela época, mesmo
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Fala-se que em 1919 o então Grão-Mestre Geral, o Irmão Nilo Peçanha (Iniciado
na Loja “Ganganelli do Rio” em 11.10.1901, tomou posse em 21.07.1917,como Grão-
Mestre Geral do GOB. Havia sido Vice-Presidente da República gestão 1906/1910,
quando substituiu o Presidente da República Afonso Pena, por falecimento deste, no
período de 14.06.1909 a 25.11.1910. Depois Senador em 1912 e Governador do Estado
do Rio de Janeiro) teria assinado a 1ª Constituição do Rito Brasileiro, definida como
tendo o Rito 33 graus. Entretanto, não se confirma esta informação, pois lendo-se todos
os Boletins do Grande Oriente do Brasil daquele ano, não existem quaisquer referências
ou publicações a respeito. Imaginamos que uma decisão como esta teria que constar no
Boletim Oficial daquela Potência quer como Ato ou Decreto.
impropriamente de “Rito de York Inglês”) com algumas adaptações, com o nome de Rito
Brasileiro.
Neste período esta Loja não pertencia ao GOB, porque, segundo consta, teria
havido fraude eleitoral no Poder Central, e o Grande Oriente Estadual de São Paulo
sentindo-se lesado, em vista de tal problema, tornou-se dissidente, desligando-se do
GOB e, uma vez independente, levou 62 (sessenta e duas) Lojas consigo nessa
dissidência.
Em verdade, até 1921, não existiam Rituais do Rito Brasileiro, sendo que, para
se compilar os três primeiros graus usou-se como base o Ritual de Emulação traduzido
do inglês por J.T. Sadler, em 1920 e impresso pelo Grande Oriente do Brasil. Estes Rituais
foram adotados e aprovados com algumas modificações, pelo Grande Oriente
Independente de São Paulo em 26.08.1921, como sendo do Rito Brasileiro. Não se
cogitou, nesta ocasião, dos graus superiores.
Foram fundadas algumas Lojas, além de outras que passaram a adotar o Rito,
estabeleceram insígnias, colares dos cargos, criaram os aventais, medalhas e usaram
aquele já citado Ritual de 1921. Era o novo Rito apesar das dificuldades, se impondo aos
poucos, tal qual uma criança que está crescendo.
• Ainda em 1941 foi publicada uma Constituição contendo 19 artigos. O Ritual era uma
cópia do Rito de York, acrescentando a Palavra de Passe para “Cruzeiro do Sul” e o
Rito era então composto de três graus: Aprendiz Companheiro e Mestre e mais quatro
títulos de Honra: 4º) Cavaleiro do Rito; 5º) Paladino do Dever; 6º) Apóstolo do Bem
Público; 7º) Servidor da Ordem, da Pátria e da Humanidade
Foi determinado que estes títulos seriam equivalentes para os visitantes a
saber; Cavaleiro do Rito - 4º - seria equivalente ao grau 18; Paladino do Dever - 5º -
seria equivalente ao grau 30; Apóstolo do Bem Público - 6º - seria equivalente ao grau
31; Servidor da Ordem da Pátria, e da Humanidade - 7º - seria equivalente ao grau 33.
Em Sessão de Emergência, havida no Rio de Janeiro, dia 18.09.1942, na Loja “Brasil”,
Rito Brasileiro, foi iniciado sendo imediatamente elevado ao grau 03, por motivos
políticos evidentemente, o Coronel Manoel Viriato Dornelles Vargas, irmão carnal do
ditador Getúlio Vargas, o qual tinha um outro Irmão também maçom o Cel. Protásio
Vargas.
Convém frisar que o Rito Brasileiro é patriótico sem, contudo, ser nacionalista.
Tanto é verdade que ele prega que “Constitui um dos altos objetivos do Rito o incentivo
e a prática do Civismo em cada Pátria”. Desde que adaptado, poderá ser praticado como
sendo o Rito de qualquer país que o recepcione. Os graus superiores do Rito são
transparentes, modernos, objetivos, fluentes e de belíssima liturgia. Além de seu
desenrolar ser escrito em linguagem moderna e bastante compreensível.
É um Rito Teísta e a sua concepção de Deus é que ele seja o Supremo Arquiteto
do Universo, e não Grande Arquiteto do Universo, pois “grande” não define bem e com
profundidade a idéia de Deus, uma vez que “grande” é um epíteto muito usado
freqüentemente para definir coisas imensas. Porém, se respeita as concepções de
outros Ritos sem quaisquer restrições. O Rito Brasileiro é hoje uma realidade, e, apesar
de todos os seus percalços, ele está aí, ele existe e sempre existirá, e vai continuar
crescendo dentro de seu espaço, sem molestar ou interferir na prática dos outros Ritos,
os quais respeita, sem contestá-los.
GRAUS SIMBÓLICOS
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1. Aprendiz
2. Companheiro
3. Mestre
• GRAUS FILOSÓFICOS
4. Mestre da Discrição
5. Mestre da Lealdade
6. Mestre da Franqueza
7. Mestre da Verdade
8. Mestre da Coragem
9. Mestre da Justiça
Distribuição de Graus
1 - TRAJE
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Para circular em Loja há regras básicas essenciais que devem ser adotadas em
todos os graus simbólicos, ressalvados os procedimentos próprios dos mesmos.
Quando o Irmão entrar ou sair do Oriente faz a saudação (para entrar faz-se o
sinal em baixo antes de começar a subir os degraus e para sair no alinhamento da
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balaustrada, de frente para o Venerável) quando não estiver com nenhum instrumento
de trabalho nas mãos; se estiver carregando algum objeto saúda o Venerável com uma
respeitosa inflexão da cabeça.
Antes das sessões, todas as luzes do Templo devem ser acesas, permanecendo
apagadas somente por expressam disposição em contrário, no Ritual.
OBS.: Todo Ir que estiver circulando carregando algum objeto ou instrumento, fará
saudação, com respeitosa inflexão de cabeça.
É feita com toda a formalidade que exige a ritualística. Começa pelo Oriente:
primeiro, o Venerável ou autoridade que presida a sessão; depois, as autoridades que
estão com o Venerável no Altar; a seguir faz o giro dextrógiro (pela direita) completo no
Oriente, sem a preocupação de hierarquia. Concluída a coleta no Oriente, o Hospitaleiro
desce ao Ocidente (ao descer saúda o Venerável, com respeitosa inflexão de cabeça).
Dirige-se ao 1º Vigilante; deste prossegue coletando toda a Coluna do Norte, lembrando
que o Ir Cobridor Int faz parte da Coluna do Norte e deve se recolher o seu óbolo,
pois no final ele só segura para que o Hospitaleiro contribua com a Beneficência, sem a
preocupação de hierarquia ou Grau, cumprido o trajeto normal. Concluída a Coluna do
Norte, vai ao 2º Vigilante, e faz a coleta da Coluna do Sul, também sem a preocupação
de hierarquia, ou grau, embora seja obrigado a fazer dois giros nesta Coluna devido à
posição do Segundo Vigilante, na parte média da Coluna, e a obrigatoriedade da
circulação dextrógiro. Para concluir, o Hospitaleiro faz seu próprio depósito com o
auxílio do Irmão Cobridor. Concluído o trabalho, encaminha-se diretamente ao
tesoureiro.
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Nas sessões do Rito Brasileiro, após o anúncio: "Em Loja meus Irmãos!", até a
declaração: "Está encerrada a Sessão. Retiremo-nos em paz!", toda movimentação será
feita obedecendo-se o sentido dextrógiro e todos os Irmãos, sem exceção, ao entrar ou
sair do Oriente, ou ao transpor o eixo norte-sul do Templo, junto a Balaustrada de frente
para o Venerável Mestre, fará a saudação.
• Estiver de pé e parado, pois não se anda em Loja com o sinal bem como não se faz
sinal estando sentado;
Ao fazer uso da palavra, o Maçom deve ser objetivo, falar alto e claro,
pouco e corretamente, contando e medindo suas palavras, empregando
sempre expressões comedidas, evitando discursos intermináveis, prolixos e repletos de
lirismo.
1. PREPARAÇÃO
INGRESSO NO TEMPLO
OBS: Antes de retomar a S dos PP PP, convém ao Mestre de CCer solicitar que
os IIr do Oriente se voltem para o Altar e os do Ocidente para o
Oriente para dar entrada ao cortejo das Dignidades.
Verificações Iniciais
O Ven Mestre manda certificar se o Templo está Coberto. Caso o Ir Cob
Extesteja em posição, o Cob Int bate regularmente na porta pelo lado de dentro
e, estando a Loja coberta, o Cob Ext responde pela mesma bateria regular. Se o
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Cob Ext não estiver em posição, o próprio CobInt (sem bateria) vai à S dos
PP PP deixando a porta encostada, faz a inspeção e retoma ao Templo, fechando a
porta.
OBS.: Não é necessária a bateria regular quando não se usa o Cob Ext, pois a idéia
da mesma é que o Cob Ext responda ao Cob Int que está tudo bem sem a
necessidade de se abrir à porta do Templo.
No diálogo inicial de abertura dos trabalhos, além da fala do Ven, dos VVig,
e do Orad, ocorre a participação do Chanceler ficando os mesmos sentados quando
interrogados.
(No Altar do JJur, que tem forma triangular, devem estar preparados três círios: um
branco, no ângulo oriental do Altar, suscitando Sabedoria; outro Vermelho, no ângulo
Norte, promovendo Força; e o terceiro Azul, no ângulo Sul do altar, projetando Beleza.
O Ven e os VVig devem estar preparados para, cada um em sua vez, acender o círio
correspondente e depois pronunciar a invocação).
7 – EXPEDIENTE
9 - ORDEM DO DIA
10 - ESCRUTÍNIO SECRETO
11 . TEMPO DE INSTRUÇÃO
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OBS.: o tempo de instrução poderá ser usado pelo Ven M ou por outro Ir
designado.
12 . TRONCO DE SOLIDARIEDADE
Reinando silêncio nas CCol e não havendo, também no Or, quem mais peça
a palavra, o Ven passa a palavra ao Oradpara as conclusões finais e saudação aos
visitantes. A seguir o Ven M tece suas próprias palavras finais. Após o Ven M,
falam apenas os Grão-Mestres.
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15. ENCERRAMENTO
PROCEDIMENTOS PREPARATÓRIOS
O Ven recebe o abafador do 1° Vig e amortiza a vela de seu castiçal, faz seu
pronunciamento e retoma ao Altar, diretamente, sem dar volta em torno do Altar do
Juramentos. Após o Ven ter chegado no seu lugar, os VVig retomam a seus
Pedestais; o 2° Vig à frente.
CONCLUSÃO
OBS.: No Rito Brasileiro existe uma "Adenda" para Suspensão e Reabertura dos
Trabalhos após Sessão Aberta, caso os trabalhos hajam sido interrompidos e depois
reencetados.
CADEIA DE UNIÃO
PROCEDIMENTO BÁSICO:
1. Os Irmãos formam lado a lado. O Ven (de costas para o Oriente) terá, à direita,
sucessivamente, o 1° Vigilante e o Orador, e, à esquerda, sucessivamente, o 2° Vigilante
e o Secretário, seguindo-se os demais- Irmãos, de cada lado, em uma ordem formal. O
Mestre de Cerimônias se postará em posição diametral a do Venerável.
Exemplo: "Possa esta Loja, formada com tanta união e concórdia, durar por muito
tempo".
O Rito Escocês Antigo e Aceito, nasceu na Franca, como "o rito dos Stuart, da Inglaterra
e da Escócia" tendo sido a primeira manifestação maçônica em território francês (1649),
antes mesmo da fundação da Grande Loja de Londres (1717).
Desde a criação da Grande Loja de Londres em 1717, apareceram na França dois ramos
distintos da Maçonaria. Um dependente da Grande Loja de Londres e outro (escocês)
autônomo que não estava ligado a nenhum sistema obediencial.Viviam sob o antigo
preceito maçônico de que os maçons tinham o direito de constituir lojas sem prestar
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contas de seus atos a uma autoridade ou poder supremo ("O Maçom Livre na Loja
Livre").
As Lojas Escocesas eram maioria, na França. Até 1766, somente três Lojas, entre as 487
Lojas existentes, tinham patente da Grande Loja de Londres.
Os principais pontos da Doutrina do Rito Escocês Antigo e Aceito estão contidos nas
instruções dos três Graus Simbólicos.
Embora existam variações de Obediência para Obediência e de país para país, as linhas
mestras de doutrina estão sempre presentes e podem servir para os ensinamentos em
qualquer parte do mundo. São elas:
· Tratar todos os seres humanos como seus iguais irmãos, sem distinção de sexo,
raça, nacionalidade e classe social.
Esses deveres são cumpridos, porque o Maçom deve ter fé, que lhe dá a
Coragem, a Perseverança, que vence os obstáculos, e o Devotamento , que o leva
a praticar o Bem, mesmo com o risco de sua vida e sem esperar nenhuma outra
recompensa além da tranqüilidade de consciência.
6. O candidato deve ser recebido numa Loja justa, perfeita e regular. Para que
uma Loja seja Justa e Perfeita, é preciso que três a governem, cinco a
componham e sete a completem. Existe outro conceito: Uma Loja é justa quando
estão presentes, no mínimo, sete Obreiros, e é perfeita quando o Livro da Lei
está aberto sobre o Altar dos Juramentos. Loja regular é aquela que pertence a
uma Obediência Maçônica regular e reconhecida.
11. A Espada Flamejante é o símbolo da Justiça, que deve punir todos os que se
afastarem do caminho do Bem; mostra, também, com sua forma estilizada de
um raio, que a justiça deve ser pronta e rápida, como um raio.
12. O Esquadro,como jóia do Venerável Mestre, mostra que o dirigente de uma
Oficina deve, sempre, pautar os seus atos pela mais absoluta retidão de caráter.
O Nível, jóia do Primeiro Vigilante, simboliza a igualdade social, que é a base do
direito natural. O Prumo, jóia do Segundo Vigilante, mostra que o Maçom deve
ser reto em seus julgamentos, sem ser influenciado por interesses pessoais, ou
pelos seus próprios sentimentos. O Nível e o Prumo, separados, nada valem
numa construção; ambos, todavia, completam-se, mostrando-se, que o Maçom
deve cultuar a Igualdade, nivelando todos os seres humanos, e a Retidão, que
não o deixará pender, para qualquer dos lados, pela amizade, ou pelo interesse.
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16. A Solidariedade, que deve existir entre os Maçons, é a mais pura e fraternal,
mas deve ser restrita aos que praticam o bem e sofrem os espinhos da vida; aos
que, nos trabalhos lícitos e honrados, são infelizes; aos que embora com fortuna,
sentem, na alma, o amargor das desgraças. Onde houver uma causa justa, aí
deverá se fazer sentir a solidariedade maçônica. Quando, entretanto, um Maçom
, olvidando os princípios da Ordem, desvia-se da moral, tornando-se um mau
cidadão, um mau pai, uma má mãe, um mau filho, uma má filha, um mau marido,
uma má esposa, um mau irmão, uma má irmã, um mau amigo e uma má amiga;
quando, cego pelo ódio ou pela ambição, pratica atos considerados indignos de
um Maçom, ele rompe o compromisso de solidariedade que não mais poderá
existir, pois, se ela fosse mantida, haveria a conivência com atos degradantes.
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Assim, o Maçom que procede mal, perde todo o direito ao auxílio material e,
principalmente, ao amparo moral de seus Irmãos.
19. O sábio humilha-se, sempre, quando em presença de uma verdade que ele
reconhece superior à sua compreensão, esquiva-se, assim, de ser o instrutor das
multidões, porque, conscientemente, jamais poderia satisfazer-lhes a justa
curiosidade e, na impossibilidade de fazê-las compreender o erro e de conduzi-
las ao real caminho da Verdade, abandona-as às suas grosseiras fantasias. O
verdadeiro Iniciado, todavia, tem o dever de acudir em auxílio a todos os que ele
julgar iniciáveis, daquele que, independentes, revoltam-se contra as tiranias e as
arbitrariedades, pois estes merecem ser ensinados a procurar os níveis, daquele
que, independentes, revoltam-se contra as tiranias e as arbitrariedades, pois
estes merecem ser ensinados a procurar o Real, o Verdadeiro, sem a
preocupação, nem a esperança de triunfo, que só é alcançado pelo repouso de
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por toda parte passagem e proteção, ela espera, também, o seu esforço
contínuo, o seu trabalho ininterrupto, em favor da libertação das inteligências
oprimidas, e a sua coragem, a toda prova, quando precisar se arriscar para salvar
os seus Irmãos. O Mestre deve irradiar, por toda a parte a luz que recebeu; deve
procurar, na sociedade profana, os corações bem formados, as inteligências
livres, os espíritos elevados, que fugindo dos preconceitos e da vida fácil, buscam
uma vida nova e podem se tornar elementos úteis e poderosos para a difusão
dos princípios maçônicos; deve aprender a dominar-se e fugir de todo
sectarismo. Sendo amigo sa Sabedoria, deve guardar sempre, o equilíbrio
mental, que caracteriza o ser são de espírito. Não se constrói um edifício,
apoiando-o sobre uma única coluna; assim, o Mestre deve saber, no seu trabalho
de construção moral e intelectual, equilibrar, sempre, os ensinamentos da razão
com os sentimentos do coração. Deve recordar que a Maçonaria vai sempre, em
auxílio dos desgraçados, quaisquer que sejam suas opiniões; que, em sua ação
social, ela liberta as consciências e reaviva a coragem daqueles que nada mais
esperam. Deve saber, enfim, o Mestre, que, se como um novo Hiram Abi, ele
estiver a ponto de receber um golpe fatal, vibrado por inconscientes e
revoltados, todos os seus Irmãos saberão defendê-lo e que, se sucumbir
gloriosamente, no cumprimento do dever, todos os Mestres dedicados
procurarão, mais tarde, os vestígios de suas obras, porquanto o ramo de acácia
servirá para que reconheçam os esforços que ele fez, em benefício do
desenvolvimento da Sublime Ordem.
Mestres, pois só eles sabem manejá-lo com precisão, medindo todas as coisas,
levando, porém, em consideração a sua relatividade. A razão do Mestre, fixa
como a cabeça do compasso, julga os acontecimentos de acordo com as causas
ocasionais; o seu julgamento inspira-se não nas rígidas graduações da Régua,
mas num discernimento, baseado na adaptação rigorosa da lógica à realidade.
O nome Rito Escocês Antigo e Aceito foi anunciado para o mundo maçônico após a
criação do primeiro Supremo Conselho em Charleston, Estados Unidos, em 31 de maio
de 1801.
Antes de 1801, fora fundado pelo Conde de Grasse-Tilly, um Supremo Conselho nas
Índias Ocidentais Francesas, com 33 graus. Entretanto, esse Supremo Conselho foi
ignorado e abafado pelo Supremo Conselho norte-americano, que conseguiu fazer-se
constar como o Supremo Conselho-Mãe do Mundo.
Nos três primeiros anos de vida do Supremo Conselho norte americano, o Rito Escocês
Antigo e Aceito permaneceu sem ritual próprio. Os Altos Graus funcionaram com os
Graus de Perfeição do Rito de Heredom, acrescentados dos oito novos graus que
totalizavam os 33. Os novos graus não eram Iniciáticos e ganharam conteúdo mais
administrativo que litúrgico. Os Graus Simbólicos, na época conhecidos como Maçonaria
Azul, foram os da ritualística norte americana.
O segundo Supremo Conselho criado foi o de France, em 1804, quando também foi
confeccionado o primeiro ritual dos graus simbólicos do Rito, o “Guide des Maçons
Écossais”. Foi idealizado pelos maçons franceses, apelidados de “escoceses”, que
fundaram nesse mesmo ano, 1804, uma nova Obediência Maçônica em Paris: a “Grande
Loja Geral Escocesa”, mais uma Loja-Mãe do Rito Antigo Aceito, um modelo ritualístico
recebido dos maçons integrantes da Grande Loja dos “Antigos” de Londres. A Grande
Loja Geral Escocesa de Paris uniu particularidades do Rito Antigo Aceito, de origem
operativa, praticado na Escócia, com a natureza hebraica do Rito de Perfeição e
organizou um ritual para os graus ditos simbólicos do Rito Escocês Antigo e Aceito.
42
Assim como no presente se associa naturalmente Supremo Conselho com Rito Escocês
Antigo e Aceito, pode-se considerar a mesma associação no passado entre maçonaria
azul e as Lojas-Mãe Escocesas. Na França, a primeira Loja-Mãe Escocesa foi a de
Marselha, criada em 1751, coincidindo com a fundação da segunda Grande Loja em
Londres, que se declarou dos “Antigos Maçons”. A segunda Loja-Mãe na França foi a de
Avinhão e a terceira, a Grande Loja Geral Escocesa, já referida, criada em Paris, em 1804,
para organizar o ritual que serviu para os três graus básicos dos 33 da vertente latina do
Rito Escocês Antigo e Aceito.
O Supremo Conselho fundado em 1801, nos Estados Unidos, veio para organizar a
maçonaria praticada nos chamados Altos Graus, entre os quais estavam os do Rito de
Heredom, criado a partir de 1758 e usado como referência para a criação do Rito Escocês
Antigo e Aceito. O novo Rito se constituiu literalmente de 33 graus. Na prática, dos 33
graus, o Supremo Conselho de Charleston interessou-se em comandar do 4 ao 33, não
se envolvendo com os três primeiros para evitar conflito com a maçonaria norte
americana das Lojas Azuis. Desistiu de qualquer tipo de ingerência nos graus de
Aprendiz, Companheiro e Mestre do Rito Escocês Antigo e Aceito. E com essa mesma
concepção, o Rito chegou na França, em 1804, através do Supremo Conselho fundado
em Paris, dentro do Grande Oriente de France, que tinha o Rito Moderno, ou Francês,
como oficial. Inicialmente, o Supremo Conselho de France manteve o mesmo modelo
de seu precursor americano: deixou os graus simbólicos para a Grande Loja Geral
Escocesa, criada também em 1804, para organizar os graus simbólicos do Rito Escocês
Antigo e Aceito, que funcionou, ao exemplo do Supremo Conselho, dentro do Grande
Oriente de France. A partir de 1816, com o desaparecimento da Grande Loja Geral
Escocesa, o Grande Oriente assumiu as atribuições do simbolismo escocês antigo na
França e, ao faze-lo, diminuiu a autoridade do Supremo Conselho sobre o número de
graus, criando, sob sua jurisdição, as Lojas Capitulares, que trabalham dos graus 1º ao
18º do Rito Escocês Antigo e Aceito. Nessa ocasião, lançou um novo ritual para as Lojas
Capitulares, em 1820, implantando diversas alterações no ritual de 1804.
O Oriente, com sua largura igual ao seu comprimento, tem a forma de um quadrado
perfeito; o Ocidente tem o seu comprimento uma vez e meia maior que a sua largura;
enquanto que o Átrio tem o seu comprimento igual à metade de sua largura.
Sendo possível, a largura do Templo deve ser igual à sua altura e a parede de fundo
semicircular.
O Pavimento Mosaico
45
O soalho do Ocidente não deve ser composto por "losangos alternadamente brancos e
pretos", como preceituava o Ritual de 1928 (1o Grau, pág. 11). Como se sabe, o losango
é um quadrilátero plano que tem os lados iguais, e dois ângulos agudos e dois obtusos,
enquanto que o quadrado é um quadrilátero cujos lados são iguais entre si e cujos
ângulos são retos.
Os ladrilhos devem ser de tamanho que proporcione a medida dos passos regulares da
Maçonaria que, no Rito Escocês Antigo e Aceito, são seguidos com os pés em esquadria,
abertos para frente.
O Pavimento Mosaico extensivo ao soalho do Ocidente foi a norma nas Grandes Lojas
do Brasil até 1942, quando, a partir de então, por iniciativa do Irmão General Joaquim
Moreira Sampaio, sucessor do Irmão Mário Behring, ficou restrito ao centro do Templo,
com o formato de um tabuleiro de xadrez circundado por uma orla dentada, sobre o
qual era proibido pisar, salvo nas passagens ritualísticas previstas.
Alguns ritualistas defendem a tese de que o Pavimento Mosaico deve revestir todo o
soalho do Templo, inclusive o Átrio. Esses mesmos ritualistas, no entanto, incluem em
suas obras planos de Templos Maçônicos com o Pavimento Mosaico revestindo apenas
o Ocidente.
Daí porque o Projeto de Ritual do 1o Grau que integra esta proposta de revisão ritual
acolhe a recomendação de que o Pavimento Mosaico deva revestir apenas o Ocidente.
A Orla Denteada
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Quando não for possível tal disposição, a Orla Dentada deve figurar no alto das paredes,
à altura da Corda de 81 Nós.
A decoração do Templo
Conquanto o vermelho seja a cor do Rito Escocês Antigo e Aceito, como já reconhecia o
Ritual de 1928 (1o Grau, pág. 8), o mais comumente encontrado é a recomendação para
que as paredes e o teto do Templo sejam pintados em azul-celeste.
A Corda de 81 Nós
No alto das paredes do Templo, entre as Colunas Zodiacais e a Abóbada Celeste, coloca-
se a Corda de 81 Nós.
Esta proposta corrige o equívoco do Ritual de 1928 (1o Grau, págs. 11 e 13) ao
determinar que se colocasse uma corda de 81 nós no soalho do Ocidente, cercando o
pavimento mosaico, juntamente com a orla dentada, e, logo mais adiante (pág. 13), que
fosse colocada uma outra corda de 81 nós em volta das paredes do Templo, "cujas
pontas penderão aos lados da entrada principal". Com isso, teríamos, na decoração da
Loja duas cordas de 81 nós, o que é inadmissível.
O Portal
47
A comunicação com o exterior é feita por uma única porta, de duas folhas, situada no
Ocidente, a meio da parede que faz frente com o Oriente, e de amplitude proporcional
à largura do Templo. É necessário que a porta do Templo seja de duas folhas que se
abrem para o Átrio.
Alguns ritualistas preconizam que a porta do Templo deva ter um postigo que permitiria
ao Guarda do Templo (Cobridor Interno) verificar quem bate pedindo ingresso.
O Templo não deve ter janelas ou outras aberturas a não ser que por elas nada se posa
ver do exterior. Esta regra deve ser observada para que não tenhamos, mais e mais,
Lojas que enfileiram janelas nas paredes Norte e Sul dos seus Templos. Nesses casos a
cobertura dos trabalhos é mera filigrana. Em lugar de abrir janelas, as Lojas deveriam
dotar seus Templos de bons sistemas de circulação de ar.
Não há obrigatoriedade que o acesso ao Oriente seja feito por quatro degraus, como é
construída a maioria dos nossos Templos. Exige-se, apenas, que o Oriente esteja em um
plano mais elevado que o Ocidente. Isso pode ser feito por apenas um degrau.
A propósito, veja-se o que determina o Ritual de 1898 (1o Grau, pág. 3), no que se refere
aos degraus de acesso ao Oriente: "A parte do fundo, para a qual se sobre por um
degrau (ou por três pequenos degraus, si a altura da sala o permitir), chama-se
Oriente; é separado, à direita e à esquerda, por uma balaustrada".
Brasil, em nota de rodapé lançada à página 12, onde é ensinado ser necessário subir sete
degraus para se chegar ao Trono, por quatro, de acesso ao Oriente, e mais três, de
acesso ao Trono, ao tempo em que se lhes dá os nomes de Força, Trabalho, Ciência e
Virtude.
Nesta mesma nota de rodapé, o Ritual supracitado ao afirmar que para "chegar ao solio,
onde fica o Throno do Ven.: M.: é necessário subir Sete (7) degráos, por Quatro (4) e
Tres (3)", comete os seguintes equívocos: a) o Trono do Venerável Mestre não fica no
sólio, pois o trono é o próprio sólio, uma vez que sinônimos; são a mesma coisa,
portanto; b) confunde o Altar com o Trono do Venerável Mestre, ao mandar que sobre
este repousem "uma espada desembainhada, um malhete, objectos de ecripta e um
candelabro de tres luzes"; e c) os degraus pelos quais se chega ao Trono, se
corretamente interpretados, são: 1 (um) do estrado do Altar do 1o Vigilante, mais 2
(dois) do estrado do Altar do 2o Vigilante, mais 1 (um) de acesso ao Oriente e mais 3
(três) do estrado do Trono, perfazendo, assim, um total de 7 (sete) degraus (1+2+1+3=7).
A subida e descida desses quatro degraus, quando existentes, não devem ser feitos um
a um, formando esquadria a cada passo. Esta prática é inexistente no verdadeiro Rito
Escocês Antigo e Aceito e, de resto, nos demais ritos maçônicos. Esses degraus devem
ser ascendidos e descendidos, um a um, por passos normais, alternando-se os pés em
cada degrau.
As Colunas do Pórtico
Essas colunas podem, ainda, ser encimadas, cada uma, por uma esfera representando o
Globo Terrestre (Coluna B) e o Globo Celeste (Coluna J).
Admite-se, no entanto, que estejam no interior do Templo, desde que junto à parede
do Ocidente, ladeando a porta de entrada; o portal. Neste caso, o Guarda do Templo
(Cobridor Interno) sentaria à esquerda da Coluna J e o Cobridor Externo à direita da
Coluna B.
As Colunas Zodiacais
Observe-se, por fim, que as Colunas Zodiacais devem estar dispostas tão somente nas
paredes Norte e Sul do Ocidente. No Oriente, nem, também, na parede do Ocidente,
não deve ser colocada nenhuma Coluna Zodiacal.
do Venerável Mestre, ladeado por, apenas, duas outras cátedras de espaldar um pouco
mais baixo.
Entre o Trono e a parede de fundo não deve haver espaço livre para circulação, pois não
é permitido passar por trás do Trono e à frente do Delta Sagrado. Defendem os melhores
ritualistas que que a passagem por trás do Trono implica passar na frente do Delta
Sagrado, por cima do estrado, o que, além de ser um erro é uma prática proibida, pois
o Delta Sagrado tem que ser, sempre, visível a todos aqueles que estão no Templo, não
podendo, a sua visão, ser obstruída por pessoas, ou por objetos (bastão), porque nos
ritos teístas, como o Rito Escocês Antigo e Aceito, ele representa a presença de Deus,
devendo, sempre estar à vista de todos.
O Dossel deve ser confeccionado em tecido carmim (cor vermelha muito viva), pois o
vermelho é a cor do Rito Escocês Antigo e Aceito, como já reconhecia o Ritual de 1928
(1o Grau, pág. 8).
Alguns rituais editados no Brasil mandam que se coloque, pendente do centro da face
anterior do Dossel, um triângulo eqüilátero tendo ao centro, suspensa por elemento
invisível, a letra hebraica IÔD. Outros, mandam que na parte frontal do Dossel devem
figurar o Compasso e o Esquadro cruzados em torno da letra G. Outros, ainda, que o
Compasso e o Esquadro cruzados sejam substituídos pela Estrela Flamejante, quando
não for possível a sua colocação no alto e no meio do Templo, entre o Sol do Oriente e
a Lua do Ocidente. E, por fim, outros rituais nada mandam colocar na face anterior do
Dossel.
Entendemos que mandar colocar "um triângulo eqüilátero tendo ao centro a letra IÔD"
é repetir um símbolo já inserido no Painel do Oriente, ou seja, o Delta Sagrado.
Por outro lado, a Estrela Flamejante deve figurar no teto do Templo, por sobre o Altar
do 2o Vigilante, e nada há que justifique a sua ausência nessa posição. Por outro lado, o
Esquadro e o Compasso já figuram, juntamente com o Livro da Lei sobre o Altar dos
Juramentos, como Paramentos da Loja.
Entendemos, ainda, que, se algo tivesse que ser colocado à frente do Dossel seria a
Estrela Hexagonal, também conhecido como Estrela de Davi ou Signo de Salomão, ou,
ainda, Selo de Salomão. Veja-se, ainda, por necessário, que o Compasso e o Esquadro
cruzados compõem uma estrela de cinco pontas.
O Projeto de Ritual do 1o Grau que integra esta proposta de revisão ritual contempla a
Estrela Hexagonal como símbolo ostentado na face anterior do Dossel, em
correspondência ao Trono de Salomão, conquanto se saiba que este, na verdade,
somente existe na cerimônia de Instalação do Venerável Mestre.
Convém não confundir a Prancheta da Loja com a Prancheta utilizada por engenheiros,
arquitetos e desenhistas, vista em algumas Lojas e sobre a qual comumente são
dispostos os utensílios maçônicos exigidos pelos Rituais de Iniciação, Elevação e
Regularização, tais como o maço, cinzel, alavanca, esquadro, compasso, régua, cordel,
lápis, etc.
Registre-se, para que não se repita o erro, o fato de que a maioria dos rituais estudados
confunde, absurdamente, Trono com Altar, chegando o Ritual de 1928 (1o Grau, pág. 12)
ao cúmulo de recomendar que o Trono deve ser de forma triangular e sobre o qual
devem estar "uma espada desembainhada, um malhete, objetos de escripta e um
candelabro de três luzes".
Entende-se quão imaginoso seria uma cadeira de formato triangular; uma cadeira de
três pernas. Mais difícil, ainda, é imaginar o Venerável Mestre sentado sobre uma
espada e um candelabro, pois, como se sabe, trono é assento e não mesa, e colocar
52
espada e candelabro sobre este é querer trespassar o Venerável Mestre com arma
branca ou queimá-lo vivo.
Imagine-se, também, como seria dificultoso montar um Dossel (e não Docel, como
grafado em muitos rituais) de formato triangular sobre uma armação em forma de arco,
como recomenda o Ritual de 1928 (1o Grau, pág. 12).
O correto é Pedra Cúbica e não Pedra Polida como dito no Ritual de 1928 (1o Grau, pág.
14), pois, como se sabe o trabalho do Aprendiz consiste em desbastar a Pedra Bruta,
transformando-a num cubo que é um sólido geométrico perfeito, que se encaixa
perfeitamente nas edificações, sem deixar espaços vazios. Assim a pedra pode ser
polida, sem ter o formato cúbico exigido para o uso nas construções, uma vez que pode
ter outros formatos geométricos.
O Ritual de 1928 (1o Grau, pág. 14) é, também, impreciso no que se refere ao lugar do
1o Vigilante, ao determinar seu assento à esquerda da Coluna do Norte, quando este, na
realidade, tem assento no Ocidente.
Os degraus de acesso aos Altares dos Vigilantes devem ser, igualmente, semicirculares,
e os estrados que os suportam convenientemente dispostos, de modo a permitir livre
circulação.
Os Altares das Luzes da Loja, todos de formato retangular, terão as faces frontal e
laterais fechadas por painéis de madeira e serão revestidos de cortinado carmim orlado
com franjas douradas, devendo o Altar do Venerável Mestre se sobressair em majestade
53
sobre os demais e ter o seu terço médio construído em plano mais elevado que os seus
terços laterais.
No centro das faces frontais de cada Altar deverá figurar a jóia representativa do
respectivo cargo.
Em correspondência com que é adotado por boa parte das Grandes Lojas do Brasil, esta
proposta de revisão ritual acolhe o formato retangular para os altares das Luzes, uma
vez que no verdadeiro Rito Escocês Antigo e Aceito não existem altares ou mesas
triangulares, pois, na verdade, o único triângulo que existe em Loja é o Delta Sagrado.
E, ademais, há que se convir que os altares e mesas em forma de triângulo são até
desconfortáveis, pois são incômodos, para se colocar objetos sobre elas. No Rito
Moderno é que as mesas das Luzes e Oficiais são chamadas de triângulos, por terem,
obviamente, este formato.
À esquerda desses Altares, conquanto não seja de uso obrigatório, costuma-se colocar,
sobre pequenos pedestais, as estátuas de Júpiter ou Minerva (Venerável Mestre), Marte
ou Hércules (1o Vigilante) e Afrodite ou Vênus (2o Vigilante). Sobre os Altares das Luzes
da Loja pode haver uma base percussora sobre a qual serão dados os golpes de malhete.
As jóias fixas de uma Loja são: a Prancheta da Loja, a Pedra Cúbica e a Pedra Bruta que
correspondem, respectivamente, ao Mestre, ao Companheiro e ao Aprendiz.
O Ritual de 1928 (1o Grau, pág. 14) manda que sobre o Altar do 1o Vigilante seja colocada
uma Pedra Bruta, e sobre o Altar do 2o Vigilante uma Pedra Polida, para, em seguida,
contradizer-se, ao indicar que essas pedras devem ser colocadas junto às Colunas B
(Pedra Bruta) e J (Pedra Polida), conforme se prova do Plano do Templo (pág. 15),
posição esta que pode ser considerada correta pela correspondência simbólica das
colunas. Com isto, comete os seguintes equívocos:
O fato dos Aprendizes estarem na Coluna do Norte, portanto, não impede que seja
obedecida a norma tradicional segundo a qual o 2o Vigilante é o instrutor e mentor deles.
Considera-se, pois, inaceitável o argumento de que a Pedra Cúbica deve ser colocada
junto ao Altar do 2o Vigilante porque este dá as ordens na Coluna do Sul, onde têm
assento os Companheiros, e que a Pedra Bruta deve ser colocada junto ao Altar do 1o
Vigilante porque este dá as ordens na Coluna do Norte, onde têm assento os Aprendizes.
Na verdade, o 1o Vigilante não tem assento na Coluna do Norte, mas sim no Ocidente,
e, na qualidade de segunda Luz da Loja cabe-lhe instruir os Companheiros Se aceito fosse
esse argumento, os Mestres deveriam, então, ter assento no Oriente, já que instruídos
pelo Venerável Mestre que tem a Prancheta da Loja exposta junto ao seu Altar. Em
decorrência desse argumento vesgo e por mais incrível que possa parecer, há Irmãos
que chegam, inclusive, a cometer o absurdo de afirmar, com "alardeada sabedoria e
experiência", que os Aprendizes têm assento na Coluna do Norte, os Companheiros na
Coluna do Sul e os Mestres na Câmara do Meio. Estes, com certeza, ignoram que Câmara
do Meio é o nome que se dá à Loja do terceiro grau do simbolismo maçônico.
Além disso, como já se viu, a cada uma das três Jóias Fixas, inerentes, cada uma delas, a
um dos três Graus Simbólicos, corresponde uma das Luzes: Pedra Bruta, ao 2o Vigilante,
Pedra Cúbica, ao 1o Vigilante, e Prancheta, ou Tábua de Delinear, ao Venerável Mestre.
Como esta última fica no Oriente, à frente do Altar da Sabedoria, as outras duas,
logicamente, deverão estar junto à Dignidade a que correspondem.
1. O dirigente de toda Loja é o Venerável Mestre, que dirige as Colunas através dos
Vigilantes;
2. O 1o Vigilante é o dirigente de ambas as Colunas, do Ocidente, mas a Coluna do Sul
ele dirige através do 2o Vigilante;
3. O 2o Vigilante dirige a Coluna do Sul, prestando contas ao 1o Vigilante, que as presta
ao Venerável Mestre, instruindo os Aprendizes, por delegação de ambos.
Note-se, por fim, que tanto no Painel Simbólico da Loja de Aprendiz quanto no Painel
Simbólico da Loja de Companheiro a Pedra Bruta está em correspondência com o Prumo
(Jóia do 2o Vigilante) e a Pedra Cúbica em correspondência com o Nível (Jóia do 1o
Vigilante).
Portanto, entende-se que a Pedra Cúbica deva ser colocada ao lado do Altar do 1o
Vigilante e a Pedra Bruta junto ao Altar do 2o Vigilante. Este equívoco quer vem de muito
longe decorre da confusão que se faz, até hoje, das diversas aplicações da expressão
"colunas" em maçonaria. Assim, dentre estas, teríamos:
Nota-se, por necessário, que a determinação para que as mesas das Dignidades e Oficiais
tenham a forma retangular não se trata de nenhuma invenção ou inovação pretendida
por esta proposta de revisão ritual, é correção, uma vez que tal determinação já estava
contida no Ritual de 1928 (1o Grau, págs. 12 e 13).
Observa-se, também, que esta proposta de revisão ritual não se refere às mesas do
Orador, Secretário, Tesoureiro e Chanceler como Altares, pois, a rigor, dentre as mesas
das Luzes, Dignidades e Oficiais, a do Venerável Mestre é a única que deveria ser, assim,
denominada, reconhecendo-se, portanto, condescendência em se manter esta
denominação para as mesas dos Vigilantes.
À direita dos assentos do Mestre de Cerimônias e dos Diáconos deve haver um suporte
para os respectivos bastões.
Ressalta-se, em princípio, o fato de que o Ritual de 1928 (1o Grau) é omisso quanto ao
Painel do Oriente, o que é inadmissível.
HÉ –, ou, ainda, pelo menos, a primeira letra deste nome – IÔD –, tendo à sua direita o
Sol, em todo o seu esplendor radiante, e, à sua esquerda a Lua, em quarto crescente.
É conveniente observar que o Delta Sagrado deve ficar a uma altura tal que jamais seja
encoberto pelo Venerável Mestre quando de pé e que, entre o Retábulo e a parede de
fundo do Oriente, não deve existir espaço para circulação, como se vê em alguns
Templos, inclusive de Grandes Lojas.
É importante observar, ainda, que o Sol deve estar, sempre, no lado em que se
encontra o Orador, pois este, na correspondência cósmica e mitológica simboliza o Sol,
ou o deus grego Apolo, enquanto que a Lua estará no lado em que se encontra o
Secretário, que, na correspondência cósmica e mitológica, representa a Lua, ou a deusa
grega Ártemis (Diana, dos romanos), deusa da Lua, da caça e das flores.
Essa posição do Sol e da Lua nada tem a ver com o fato de que no hemisfério Norte,
berço da Maçonaria, o Sul é mais iluminado do que o Norte, o que faz com que algumas
Lojas invertam as posições do Sol e da Lua, colocando o primeiro em correspondência
com o Secretário e esta última em correspondência com o Orador, o que é errado. Por
uma questão de padronização ritual mundial, deve-se admitir, também, aqui no
hemisfério Sul, o Norte como a região menos iluminada. A posição do Sol e da Lua no
Retábulo, portanto, não tem a ver com o lugar onde têm assento os Aprendizes e
Companheiros, como apregoado por alguns.
Convém, também, lembrar que, ao contrário do que querem alguns, não existe o Norte
do Oriente nem o Sul do Oriente; Oriente é Oriente e ponto final.
Em defesa da forma do Altar dos Juramentos, invoca-se a passagem bíblica que relata a
feitura do altar do holocausto, determinada por Deus a Moisés: "Fez também o altar
59
Em Loja aberta o Compasso terá, sempre, as hastes voltadas para o Ocidente, enquanto
que o Esquadro terá seus ramos voltados para o Oriente.
É importante observar que, ao contrário do que manda o Ritual de 1928 (1 o Grau, pág.
13), nos Graus Simbólicos do Rito Escocês Antigo e Aceito o Compasso deve ter uma
abertura de 45º e não de 60º. No Rito Escocês Antigo e Aceito, o Compasso tem uma
abertura de 60º na jóia do 5º Grau e uma abertura de 90º nas jóias dos Graus 14º e 18º.
O Altar dos Juramentos terá gravado, em sua face oriental, um círculo com um ponto no
centro, limitado, ao Norte e ao Sul, por duas linhas paralelas. Próximos a este Altar
poderão ser colocados três castiçais, medindo 1 metro e 12 centímetros de altura e
encimados por uma vela de cera amarela, dispostos no centro das faces oriental, norte
e sul, formando um triângulo entre si.
Segundo o entendimento dos melhores ritualistas, constitui erro crasso ornar o Altar
dos Juramentos com chifres ou chamas, sendo este apenas uma peça do mobiliário do
Templo e, na verdade, um complemento do Altar do Venerável Mestre. Entendem,
também, esses ritualistas que o Altar dos Juramentos deve ser colocado no Oriente e
não no Ocidente.
O Altar dos Perfumes deve ser colocado próximo ao centro da Grande do Oriente, de
modo a permitir espaço suficiente para que em caso de acesso ao Oriente ou saída deste
se possa parar e fazer a saudação ao Delta Sagrado.
A propósito, é difícil compreender como colocar uma trípode (peça de três pés) sobre o
Altar dos Perfumes, como manda o Ritual de 1928 (1 o Grau, pág. 13). Na verdade, como
já se disse, o Altar dos Perfumes tem por base uma coluna torsa (torcida) apoiada sobre
uma trípode e não uma trípode colocada sobre ele.
Conquanto alguns ritualistas afirmem que esse Altar não existe no original Rito Escocês
Antigo e Aceito, outros admitem sua existência. A respeito, assim se pronuncia o Irmão
Boanerges Barbosa de Castro: "O Altar dos Juramentos, que antes era fora do pórtico,
absorveu o Altar dos Perfumers ou afastou este último para o Oriente ocupando o seu
lugar no centro da Loja, sobre o Pavimento de Mosaicos".
O Mar de Bronze
61
A expressão Altar das Oblações, como consta do Ritual de 1928 (1o Grau, pág. 12)), é
imprópria, uma vez que oblação – do latim oblatione – significa "ação pela qual se
oferece qualquer coisa a Deus ou aos santos; oferenda feita a Deus ou aos santos;
oblata; oferecimento a Deus do pão e do vinho, feito pelo sacerdote; qualquer oferta
ou oferecimento". O termo oblação, como se pode ver, em nada espelha a utilidade de
tal utensílio na liturgia maçônica.
A expressão correta é Altar das Abluções, pois, como se sabe ablução – do latim
ablutione – significa lavagem ou Ritual de Purificação por meio da água, praticado em
várias religiões. Aí, sim, com significado correspondente à terceira prova e segunda
viagem do Ritual de Iniciação.
Segundo o Ritual de 1928 (1o Grau, pág. 12), o Altar das Abluções, sobre o qual descansa
o Mar de Bronze, deve estar colocado entre a porta de entrada e o Sul, ou seja, junto à
parede ocidental, a meio caminho entre a Coluna J e a Coluna de Harmonia. Outros
Rituais mandam que o Mar de Bronze seja colocado na região sudoeste do Templo.
Outros, ainda, são incisivos: o Mar de Bronze deve ser colocado no ângulo sudoeste do
Templo.
No que diz respeito à colocação do mar de bronze, deve-se, por necessário, dedicar
especial atenção aos textos bíblicos concernentes à construção do Templo de Salomão.
Em Reis I, 7:39, vamos encontrar a seguinte disposição: "E, das dez bases, pôs cinco na
parte direita do templo, e cinco na esquerda; e pôs o mar na parte direita do templo,
entre o oriente e o meio-dia". Já em Crônicas II, 4:10, temos: "E colocou o mar ao lado
direito contra o oriente, ao meio-dia". Portanto, segundo o 1o Livro dos Reis I (Reis III,
na bíblia católica) o mar de bronze seria colocado a SUDESTE, enquanto que segundo o
2o Livro das Crônicas (Paralipômenos II, na bíblia católica) sua colocação pode ser
interpretada como sendo a SUDOESTE, uma vez que a expressão "contra o oriente"
pode ser entendida como "em direção oposta ao oriente", ou seja "na direção do
ocidente". Com efeito, sabendo-se que a expressão meio-dia corresponde ao ponto
cardeal sul e que o ocidente corresponde ao ponto cardeal oeste, a porção do hemisfério
terrestre compreendido entre o sul e o leste é o sudoeste.
de Bronze deve ser colocado a SUDOESTE – no canto formado pelas paredes sul e
ocidental. O que não se pode admitir, sob hipótese alguma, é que se mande colocar o
Mar de Bronze "entre a entrada principal e o Norte" ou a "Noroeste", pois isso é
aberração litúrgica.
Esta proposta de revisão ritual coloca, pois, o ALTAR DAS ABLUÇÕES no ângulo sudoeste
do Templo, o qual pode ter a superfície triangular, embasada sobre uma coluna torsa
apoiada sobre uma trípode.
Alguns Rituais mandam que entre a entrada principal e o Norte seja colocado o Altar
das Abluções, sobre o qual descansa o Mar de Bronze, e ao Sul a PIRA DO FOGO
SAGRADO.
Esses mesmos Rituais não dão qualquer pista sobre o que seria essa tal PIRA DO FOGO
SAGRADO. E, assim fazem, porque a tal pira é ornamento estranho ao Rito Escocês
Antigo e Aceito.
Se a explicação fosse que a tal pira representaria a presença de Deus, a exemplo do que
acontece nos templos católicos, lembra-se que tal simbolismo, no Rito Escocês Antigo e
Aceito, é próprio e particular do Delta Sagrado.
Face a este argumento é, também, ornamento estranho ao Rito Escocês Antigo e Aceito
a lâmpada acesa no interior de um recipiente de cristal de cor rubi que se vê pendente
do teto sobre o centro do Oriente em alguns Templos. Tal ornamento é próprio dos
templos católicos, onde arde perpetuamente como simbolizo do reflexo da Divindade.
Convém ilustrar que no Rito Adoniramita existe, junto ao Altar, a Chama Eterna, usada
para acender as chamas dos Altares do Venerável Mestre e dos Vigilantes, concretizando
o simbolismo da iluminação do Templo, não tendo, no entanto, nada a ver com a tal
"Pira do Fogo Sagrado".
Já no Rito de Schroeder existe algo parecido com o preconizado na proposição: uma vela
fixa, chamada "A Luz do Mestre", colocada sobre o Altar do Venerável Mestre, a partir
da qual são acesas as velas dos Altares ou mesas dos Vigilantes e as velas das colunas
dos ângulos nordeste, noroeste e sudoeste do Tapete.
O que se encontra em alguns Rituais do Rito Escocês Antigo e Aceito é o ALTAR DO FOGO
DA PURIFICAÇÃO, o qual, colocado a noroeste do Templo, em posição oposta ao Altar
das Abluções, é, por ocasião das iniciações, levado ao eixo longitudinal no momento
oportuno. Este altares pode ter o mesmo formato que o Altar das Abluções.
63
O Pavilhão Nacional
Entende-se que o Pavilhão Nacional deverá ser exposto em suporte próprio para tal fim
e colocado no Oriente, sobre o estrado, à direita do assento que ladeia o Trono.
Assim, nos Templos Maçônicos do Rito Escocês Antigo e Aceito a Bandeira Nacional
deverá ficar hasteada em suporte próprio posto sobre o estrado, à direita do Trono,
imediatamente após os assentos que o ladeiam, como já se disse.
O Estandarte da Loja
O Estandarte da Loja, em Loja Aberta, deverá ser exposto em suporte próprio colocado
nas proximidades do extremo Sul da passagem da Grade do Oriente, à frente e à
esquerda do assento do Porta-Estandarte.
O Átrio
O Teto do Templo
A decoração estelar dos tetos dos Templos Maçônicos, conquanto não seja obrigatória,
é habitual no Rito Escocês Antigo e Aceito, dentre aqueles reconhecidos pelas Grandes
Lojas do Brasil.
O teto do Templo representa, pois, a Abóbada Celeste com as nuanças de cor (do
vermelho ao alaranjado, ao amarelo, ao azul e ao negro), mostrando a transição do dia,
ou da Luz (Oriente), para a noite, ou para as trevas (Ocidente).
No Oriente, um pouco à frente do dossel, o Sol, com raios dourados; sobre o Altar do 1o
Vigilante, a Lua, e, sobre o Altar do 2o Vigilante, uma estrela, prateada, de cinco pontas,
cercada por flamas ígneas – a Estrela Flamejante – ostentando ao centro a letra G.
Saturno, sob a forma de um disco amarelo-limão com seus anéis concêntricos e seus dez
satélites.
As estrelas são amarelas, exceto Arturus, que é vermelha. As estrelas principais são as
de Órion, as Híades, as da Ursa Maior e as Plêiades. Aldebaran, Arturus, Régulus, Antares
e Fomalhaut são maiores que as demais por serem consideradas estrelas reais.
Contígua ao Átrio deve existir uma ante-sala tão confortável quanto possível, para a
recepção dos visitantes e permanência dos Obreiros antes do início dos trabalhos, a qual
recebe a denominação de Sala dos Passos Perdidos, cujo mobiliário será adequado às
posses da Loja, devendo apresentar quadros alegóricos, estátuas, quadro de avisos,
retratos de personalidades maçônicas ou históricas, poltronas e uma pequena mesa
com cadeira, sobre a qual descansam os Livros de Presenças onde todo Obreiro, do
Quadro ou visitante, deve lançar o seu ne varietur.
Conquanto alguns ritualistas digam que o Templo Maçônico guarda relação direta com
o Templo de Salomão e que o Parlamento Inglês copiou a disposição dos altares e
lugares que os Irmãos ocupam em Loja, considera-se que tal afirmação carece de
fundamento histórico.
Como se sabe, o Parlamento Inglês foi criado no século XIII, no ano de 1297, durante o
reinado de Eduardo I, filho de Henrique III, Por outro lado, somente no dia 1o de maio
de 1775 é que a Grande Loja de Londres fez lançamento da pedra fundamental daquele
que seria o primeiro Templo Maçônico, inaugurado e consagrado a 23 de maio de 1776.
Assim, a Sala dos Passos Perdidos não é uma invenção da Maçonaria, mas uma cópia do
Parlamento Inglês.
66
A Câmara de Reflexão
Suas paredes devem ser de pedra ou, pelo menos, imitação de pedra, não podendo
receber qualquer luz do exterior.
Sabe-se hoje, que ser de todo preferível a expressão Câmara de Reflexão em lugar de
Câmara das Reflexões, termo mais apropriado, considerando-se reflexão no sentido de
meditação, recolhimento.
Câmara de Reflexões, termo usado no Ritual de 1928 (1o Grau, pág. 17) e, também, nos
seus sucedâneos, é mais compatível com uma "câmara onde sejam estudados
fenômenos físicos de reflexão (do som, da luz, etc.)". Além disso, é desnecessário, no
caso, o plural para as palavras meditação e recolhimento.
É inaceitável que a Câmara de Reflexão tenha comunicação direta com o Templo, como
determina o Ritual de 1928 (1o Grau, pág. 17). Nada há no desenvolvimento do Ritual de
Iniciação que autorize tal disposição. A comunicação da Câmara de Reflexão deve ser,
única e exclusivamente, com o Átrio.
Bibliografia:
67
ABRINES, Frau e ARDERIU, Arus. Diccionário Enciclopédico dela Masonería. Kier S/A,
Buenos Aires, Argentina, 1962.
GOULD, Robert Freke. The History of Freemasonry. Thomas C. Jack, London, 1887.
GRANDE ORIENTE DE FRANCE. Prólogo do Ritual Rite Écossais Ancien & Accepté. Paris,
2000.
HORNE, Alex. O Templo do Rei Salomão na Tradição Maçônica. Pensamento, São Paulo,
1999.
NAUDON, P. Histoire, Rituels et Tuiler des Hauts Grades Maçonniques. Dervy Livres,
Paris, 1984.
PROBER, Kurt. História do Supremo Conselho do Grau 33º do Brasil. Livraria Kosmos
Editora, Rio de Janeiro, 1981.
O RITO MODERNO
68
O Rito Moderno ou Francês, segundo rito a ser praticado no Brasil (a partir de 1821),foi
criado em 1761, segundo consta, com a finalidade de se libertar das influências da
Maçonaria Inglêsa que predominava na França, naquela época. Foi reconhecido e
adotado pelo Grande Oriente da França em 24 de dezembro de 1761, mas sua
implantação definitiva só se deu em 09 de março de 1773, pelo então Grão-Mestre
Duque de Cartres, Felipe de Orleans.
Aprendiz;
Companheiro;
Mestre;
1ª Ordem - os Eleitos;
2ª Ordem - Escocês;
4ª Ordem - Rosa-Cruz.
Para se falar das origens do Rito Moderno, deve-se começar pelas origens da Maçonaria
na França.
Em 1517, foi fundado em Paris o “Colégio Francês”. Os membros originais deste colégio
vinham da Península Itálica onde faziam parte de instituições conhecidas como
“academias”, que tinhan pessoas do porte de Leonardo da Vinci, entre outros, como
seus membros. As características destes membros era serem contra os dogmas do
69
Em 1649 houve uma guerra civil na Inglaterra, que culminou com a decapitação do Rei
Carlos I, da dinastia Stuart, e a adoção temporária de um modelo republicano por parte
da Inglaterra. Exilados políticos que eram partidários dos Stuarts se refugiaram na
França e abriram lojas maçônicas. Estas lojas passaram a ser chamadas de lojas
“escocesas”, porque os partidários dos Stuarts eram escoceses.
A república inglesa, se podemos chamar assim, dura até 1660, quando a monarquia é
restaurada e os partidários desta efêmera república são obrigados a se exilar na
Holanda. Levavam consigo a experiência inédita de poderem ter julgado e sentenciado
um rei que julgaram desleal ao país e aos seus súditos, e de terem abolido o poder da
Igreja, confiscando seus bens – ou seja, conseguiram contestar o absoluto poder vigente,
dando um exemplo de liberdade. Na Holanda, gravitando em torno das lojas maçônicas
de lá, lançam as sementes do que depois foi conhecido como Iluminismo. Este
movimento passa, por volta de 1715, também para a França, através das idéias de John
Toland.
Em 1738, é fundada a Grande Loja da França, fazendo com que a Maçonaria francesa
passasse para a mão dos próprios franceses, já que até então eram os escoceses e
ingleses que a dominavam. Os grãos-mestres passam a ser franceses e esta Grande Loja
da França sofre grande resistência da Grande Loja de Londres, que queria manter a
maçonaria francesa sob sua tutela.
70
Em 1772, a Grande Loja da França foi extinta, e no seu lugar foi criado o Grande Oriente
da França, o primeiro Grande Oriente do mundo. Foi este Grande Oriente que criou o
que é chamado de “democracia maçônica”, onde há um poder central assessorado e
vigiado por um corpo legislativo formado por deputados de todas as lojas (deputados
estaduais, para os Grandes Orientes estaduais, e federais para os Grandes Orientes
nacionais).
Antes disso, em 1761, o Rito Moderno, ou Francês, já havia sido criado. O motivo da sua
criação foi colocar ordem na anarquia então reinante, onde havia diversos ritos com
inúmeros graus, criados muitas vezes com o objetivo de vender paramentos, jóias e
títulos. O Rito foi criado originalmente com apenas os 3 graus simbólicos – aprendiz,
companheiro e mestre – o que causou reclamação, pois havia maçons que queriam
enveredar pelo filosofismo. Então, em 1782, o Grande Oriente da França criou uma
Comissão, chamada de Câmara dos Ritos, para dotar o Rito com a essência dos graus
filosóficos o que culminou, após acalorados debates, em 1786, com a adoção de mais 4
graus filosóficos – Eleito, Eleito Escocês, Cavaleiro do Oriente ou da Espada e Cavaleiro
Rosa Cruz. Uma das características deste novo rito foi se manter fiel às Constituições de
Anderson, de 1723, e de ter retirado de seus ensinamentos coisas que não eram
originais da Maçonaria. Os escocesistas, descendentes da maçonaria trazida pelos
Stuarts, reagiram à esta redução dos altos graus, pois queriam ir justamente em sentido
contrário, aumentando o número de graus, e criaram o que hoje conhecemos como
R.E.A.A que, portanto, não é escocês quanto à origem, mas também francês e com
posteriores influências norte-americanas.
O Rito Moderno continuou conforme foi criado até 1877, quando o Grande Oriente da
França lhe fez uma reforma, que aboliu a exigência da crença em Deus e na imortalidade
da alma. Isto gerou forte reação por parte da Grande Loja da Inglaterra, que decretou o
Grande Oriente da França como irregular, acusando-o de ateísmo e materialismo. Essa
acusação acabou caindo, por extensão, ao Rito Moderno, que é muitas vezes julgado
como um rito ateu e materialista por quem não o conhece com a mínima profundidade.
Basta, paraisso, verificarmos que o 18º grau do R.E.A.A, que é considerado o grau mais
espiritualista do escocesismo, nada mais é do que o 7º grau do Rito Moderno. Desta
forma, como chamar o Rito Moderno de materialista ?
No caso do Grande Oriente do Brasil, que é reconhecido como regular e legítimo pela
Grande Loja da Inglaterra de acordo com os termos de um tratado de 1935, a exigência
da crença em Deus continua, apesar de, fiel ao laicismo, não existir invocação ao Grande
Arquiteto do Universo nas sessões do Rito Moderno feitas nas lojas do GOB. Apesar de
ser, atualmente, minoritário no Brasil, o Rito Moderno é o 2ª Rito mais praticado no
mundo; e é também, ou deveria ser, o Rito oficial de todos os Grandes Orientes do
mundo, inclusive o do Brasil – ou seja, as cerimônias e sessões oficiais dos Grandes
Orientes devem ser todas realizadas no Rito Moderno.
Quanto ao Brasil, não se sabe exatamente quando este Rito chegou aqui, e ainda há
controvérsias se realmente teria sido o primeiro rito a chegar, pois há quem afirme ter
sido o Rito Adonhiramita. De qualquer maneira, os dois ritos existiam em Portugal e na
França, e como era para um destes dois países que os jovens das classes mais abastadas
iam estudar, lá acabavam sendo iniciados na Maçonaria e, ao retornarem ao Brasil,
abriam ou se filiavam a lojas de um dos dois ritos.
Segundo o Ir.’. Alexandre Magno Carvalho, autor do livro “O Aprendiz no Rito Moderno”,
ultimamente tem havido um ressurgimento do Rito Moderno no Brasil, com a abertura
de novas lojas ou com a vinda de Irs.’. de outros ritos, já que por ser um rito laico, não
gera constrangimentos de ordem religiosa.
72
Bibliografia:
CAPÍTULO I
73
A primacial controvérsia que atinge o citado Rito é devida à inexistência, nas sucessivas
edições de seus Rituais, do Juramento e de quaisquer outras menções ao Grande
Arquiteto do Universo, depois da reforma feita pelo referido Grande Capítulo, na
histórica Sessão de 23 de junho de 1892, noticiada pelo Grande Oriente do Brasil,
conforme o surpreendente Decreto nº 109, de 30 de julho daquele ano, assinado pelo
então Grão-Mestre Geral Ir Antônio Joaquim de Macedo Soares, imitando a reforma
ocorrida no Grand Orient de France, em 10 de setembro de 1877. Desde aquele tempo,
o Rito Moderno passou a ser elogiado por uns, que o qualificam, orgulhosamente, de
adogmático e de agnóstico, mas tisnado por outros, que o acoimam de ateísmo! Essas
duas antagônicas posições (nunca vistas nas análises feitas em outros Ritos) estão muito
mal construídas sobre os frágeis alicerces de equívocos, e estes precisam ser desfeitos.
Definir é quase sempre muito difícil, mesmo que esteja em foco uma simples régua
escolar de uso infantil. A dificuldade aumenta, quando buscamos definições pertinentes
aos esfíngicos domínios das chamadas ciências especulativas, suscitadoras de
infindáveis controvérsias. Todavia, este articulista, não podendo ficar silente, ousa
enfrentar o desafio, afirmando que Dogma é uma proposição doutrinária, que seus
seguidores consideram fundamental, imutável e indiscutível. Agnosticismo é uma
corrente filosófica, dentro da qual só é aceito o que tiver evidência, de tal modo que,
automaticamente, fica rejeitada toda a metafísica. O vocábulo foi criado, com
indisfarçável ironia, pelo evolucionista inglês Thomaz Henry Huxley (1825/1895),
contrapondo-se, assim, aos antigos gnósticos, místicos persas, que se consideravam
conhecedores de uma sabedoria espiritual, só a eles revelada por uma Força Superior.
Ora, dizer que o Rito Moderno é adogmático configura um enorme truísmo, pois todos
os Ritos do Grande Oriente do Brasil são adogmáticos, e não só o Rito Moderno,
conforme preceitua, de modo límpido, a Constituição do referido Grande Oriente,
elucidando, nos termos da cabeça de seu artigo 10, que a Maçonaria (e não
74
Todavia, o próprio Grand Orient de France havia estatuído, em 5 de junho de 1865, que
a Maçonaria, e não só a referida Potência Maçônica francesa, tem por princípio básico
a crença em Deus. Mas, sobreveio a já focalizada reforma de 10 de setembro de 1877,
que derrogou aquele entendimento, projetando consectários no Rito Moderno do
Grande Oriente do Brasil, a partir da já mencionada histórica Sessão do respectivo
Grande Capítulo, realizada em 23 de junho de 1892.
O primeiro Ritual usado pelo Grande Oriente do Brasil, logo no ano de sua fundação
(1822), quando ainda era Grande Oriente Brasiliano (primeira Ata), Grande Oriente
Brasileiro (segunda Ata, mas não façamos confusão com o homônimo, que seria mais
conhecido por "Grande Oriente do Passeio" e Grande Oriente Brasílico (quinta Ata), e
que só viria a ter sua denominação atual ao ser reinstalado (1831), era do Rito Moderno.
Cedera-o a Loja "Commércio & Artes", do Rio de Janeiro, que o recebera do Grande
Oriente Lusitano. Foi impresso em Lisboa, em tipografia e data ignoradas, especialmente
para aquela Potência Maçônica portuguesa. Lá está escrito que o Candidato jurava
perante o Grande Arquiteto do Universo (página 18).
75
Igualmente, o primeiro Ritual próprio (isto é, não cedido, ou seja, o primeiro Ritual feito
especialmente para a referida Potência Maçônica brasileira) era do Rito Moderno. Foi
impresso na "Typographia Austral", do Beco dos Quartéis, nº 21, Rio de Janeiro, onde
está escrito, em considerações introdutórias, que o Grande Arquiteto do Universo é
Deus (página 7). Outrossim, constava Seu nome em outros quatro momentos, a saber:
quando o Candidato prestava a imprescindível Obrigação (página 24); quando o
Candidato era recebido Aprendiz Maçom (página 25); quando o Filiando ratificava o
Compromisso (página 40), e, finalmente, quando era prestada a "Sétima Saúde", na
parte denominada "Mesa de Banquete" (página 38). Ao comentar o Ritual ora em foco,
no livro "Rituais Maçônicos Brasileiros", da Editora Maçônica "A TROLHA" Ltda.,
Londrina, Paraná, ano de 1996, página 31, este articulista acentuou: "O mencionado
Ritual é o mais completo de todos os que, até hoje, foram impressos no Brasil. Não existe
um, que se lhe possa comparar". Diante de tal relevância, é evidente que ele será
analisado ao longo desta série, mediante o indispensável método comparativo.
Mesmo sem ser movido pelo mesmo talento dos eruditos, este articulista assinala,
respeitosamente, que tentará clarificar os mais contraditórios aspectos do assunto a ser
tratado pela série que agora tem início.
CAPÍTULO II
No anterior Capítulo, vimos que, no Grande Oriente do Brasil, por força do límpido
preceito contido na cabeça do artigo 1°, de sua Constituição, todos os Ritos são
adogmáticos, e não só o Rito Moderno. Vimos, também, que, em consonância com o
inciso I do artigo 2°, daquela referida Carta Magna, o Grande Arquiteto do Universo é o
primeiro dos postulados universais da Instituição Maçônica, onde, indubitavelmente,
está incluído o mencionado Rito. Infere-se, pois, que, para a citada Potência Maçônica,
em consonância com o seu expresso mandamento constitucional, uma instituição que
76
não tenha aquele primeiro postulado não será maçônica, tanto quanto não serão
maçônicos os Ritos que ela abrigar. Sob a luz dessa lógica irrefragável, quem brandir
evasivas em sentido contrário cairá pelo resvaladouro dos mais flagrantes sofismas.
É bem verdade que, atingidos pelo amargor das decepções, Obreiros do Rito Moderno,
Rito que, sem a mínima dúvida, congrega expressivos intelectuais, não se conformam,
quando visitam algumas (ou serão muitas?) Lojas do Rito Escocês Antigo e Aceito e
presenciam cerimônias e pronunciamentos aberratórios, que mais se assemelham à
apologia da superstição. Todavia, aquelas cerimônias e aqueles pronunciamentos, que
baixam às obscuras crenças jacentes em remotíssimos tempos, não constam dos Rituais
do segundo mencionado Rito. São extravagâncias debitadas à conta dos que,
deploravelmente, ousam praticá-Las dentro de Templos Maçônicos!
Ainda estão lendo almanaques garatujados por leigos, onde a lógica não encontra
guarida.
Quando, no citado livro, foram dirigidas acusações aos ocultistas, um Respeitável Irmão
Leitor, que é um verdadeiro estudioso da Arte Real, manifestou, pela via epistolar, de
maneira discreta e elevada, sua divergência, não quanto ao conteúdo da crítica, e sim
quanto à forma agressiva de apresentá-la, argumentando que este articulista sempre
mantivera uma linha de equilíbrio, então quebrada pela veemência dos vocábulos
usados. A manifestação mereceu uma resposta, remetida também pela via epistolar, e,
igualmente, de maneira discreta e elevada, tão elevada, que os justificativos pontos
culminantes foram as oportunas transcrições de três irretocáveis ensinamentos
ministrados por Ruy Barbosa, que, na condição de Paraninfo, apresentou notável
pronunciamento (lido pelo Professor Reynaldo Porchat, porque o renomado Autor não
77
pôde comparecer, por estar com problemas de saúde) aos Acadêmicos de Direito do
Largo de São Francisco, Turma de 1920, pronunciamento esse que, depois, viria a
receber o significativo título de "Oração aos Moços":
2°) "Nem toda a ira, pois, é maldade, se, as mais das vezes, rebenta agressiva e daninha,
muitas outras, oportuna e necessária, constitui o específico da cura."
3°) "Quando um braveja contra o bem que não entende, ou que o contraria, é ódio iroso,
ou ira odienta. Quando verbera o escândalo, a brutalidade ou o orgulho, não é agrestia
rude, mas exaltação virtuosa, não é soberba que explode, mas indignação que ilumina:
não é raiva desaçaimada, mas correção fraterna. Então não somente não peca o que se
irar, mas pecara não se irando."
Em síntese, à vista do exposto, segundo a lição de Ruy Barbosa, este articulista não peca,
ao se irar ante as extravagâncias dos ocultistas, mas pe- caria não se irando.
Ainda com referência ao Rito Escocês Antigo e Aceito, é indispensável que sejam
apresentadas mais algumas observações. Por um lado (negativo) clama por condenação
o uso das crendices que não estão escritas no Ritual, e, por outro lado (positivo)
merecem louvores os sábios textos nele contidos. Especificamente dentro do Grande
Oriente do Brasil, no mencionado Rito, em seu Ritual de Aprendiz, está escrito que o
Segundo Vigilante fala ao Candidato sobre a libertação referente à ignorância, à
superstição e ao erro, antes de o Primeiro Vigilante mencionar a repulsa a todo o
despotismo e o mais fervoroso amor às instituições livres, cabendo ao Venerável Mestre
finalizar as explicações, afirmando que não somos contra os governos ou autoridades,
se justos, deixando implícito que somos contra os governos e contra as autoridades,
quando injustos. Será que algum Obreiro, de quaisquer outros Ritos, conseguiria negar
essas três enormes provas de adogmatismo, apresentadas pelo Rito Escocês Antigo e
Aceito, do Grande Oriente do Brasil?
A digressão, agora concluída, é apenas aparente. Ela possui pertinência, pois comprovou
que não é correto atribuir só ao Rito Moderno, unicamente ao Rito Moderno, a adoção
de louváveis normas da grandiosidade do pensamento.
o primeiro dos postulados da Instituição Maçônica, e que todos os Ritos praticados pela
citada Potência são adogmáticos (e não só o Moderno.
CAPÍTULO III
No Capítulo I da presente série, houve referência ao primeiro Ritual usado pelo Grande
Oriente do Brasil (que só passou a usar essa atual denominação a partir de 23 de
novembro de 1831). Ficou esclarecido, também, que o mencionado Ritual era do Rito
Moderno, e que pertencia ao Grande Oriente Lusitano.
Aquele citado Ritual preceituava que as paredes tinham a cor azul. A mesa do Venerável
Mestre estava em cima de três degraus. Era triangular. Sobre ela, havia um Esquadro,
um Compasso, um Malhete, uma Bíblia (Bíblia mesmo, sem as expressões Livro Sagrado
ou Livro da Lei) e uma luz. Não há qualquer esclarecimento sobre essa luz. É possível
que fosse um candeeiro (lembremo-nos de que a luz elétrica só foi concretizada,
comercialmente, em 1879, graças à lâmpada com filamento incandescente, inventada
por Thomaz Alva Edson, e a iluminação elétrica nas artérias públicas é posterior, pois
adveio dos testes com a corrente alternada, feitos em 1888 pelo cientista austríaco
Nicolau Testa). Por cima do Trono (a Cadeira) do Venerável Mestre, sob o Dossel,
estavam as duas luminárias, com o Sol à esquerda, e a Lua à direita, considerando-se a
posição de quem entra no Templo e olha para o Oriente. Entre ambas as referidas
luminárias, estava o Delta Místico (triângulo com o olho de Hórus).
O Primeiro Vigilante ficava junto à Coluna "B", à direita de quem entra no Templo. O
Segundo Vigilante ficava junto à Coluna “J". Essas posições estavam invertidas
(contrariando os textos bíblicos atinentes ao Templo de Salomão, ou seja, o Templo de
Jerusalém em sua primeira fase) e invertidas permanecem (estamos focalizando o Rito
Moderno).
Aos Respeitáveis Irmãos Leitores que não tenham maiores informações sobre as
referidas Colunas, sob o ângulo histórico, não maçônico, este articulista recomenda,
com a devida vênia, dois magistrais livros pertinentes ao assunto:
Dois eram os Cobridores, que, todavia, não tinham essa denominação, e sim as
denominações de Guarda Interno e de Guarda Externo. O primeiro ficava junto à porta.
O segundo ficava na en- tão denominada "Câmara dos Passos Perdidos", à semelhança
de sentinela, rigorosamente sem assistir aos Trabalhos.
O ato imediatamente posterior consistia na leitura da Ata, sobre cuja redação era
concedida a palavra, para as eventuais correções. Quem as quisesse fazer, pedia
permissão e, ao obtê-la, do Venerável Mestre, falaria de pé e à ordem. Havendo ou não
havendo correção a ser feita, e desde que não existissem dúvidas ou desde que as
eventuais dúvidas existentes fossem resolvidas, não se verificava, nunca, um
procedimento informal. Ao contrário disso, os Irmãos ficavam de pé e à ordem, unidos
ao Venerável Mestre, mediante aplausos, comprobatórios de aprovação.
CAPÍTULO IV
No final do anterior Capítulo, vimos que, no primitivo Ritual usado pelo Grande Oriente
do Brasil, ou seja, o Ritual português, do Rito Moderno, do Grande Oriente Lusitano
(hoje uma peça verdadeiramente raríssima!), havia formalidade na aprovação da Ata.
Só após a referida aprovação, entravam, com ortodoxia, os Visitantes (o focalizado Ritual
usa o vocábulo Visitadores, que é tão correto quanto Visitantes).
Dadas as respostas, o Candidato entregava os metais, que eram recebidos pelo Mestre-
de-Cerimônias e entregues ao Venerável Mestre. Depois, ele era vendado. O braço
esquerdo, o peito esquerdo e o joelho direito ficavam descobertos. No pé esquerdo
levava chinelo. Após as batidas irregulares, a identificação e as tradicionais perguntas e
respostas, eram abertas as portas, e o Primeiro Vigilante fazia ao Venerável Mestre a
apresentação daquele que pedia para ser recebido Maçom.
Após lhe fazer perguntas e apresentar objeções às suas respostas (se fosse o caso, é
óbvio), o Venerável Mestre explicava ao Candidato que este passaria por "experiências
indispensáveis", que necessitavam de coragem, e se lhe viesse a faltar aquele atributo,
ele poderia retirar-se. Na hipótese de haver o prosseguimento da Cerimônia, se o então
ouvinte estivesse mesmo atento às palavras a ele dirigidas, não deixaria que ficasse em
branco a expressão "estas provas são todas mysteriosas e emblemáticas ("mysteriosas",
com "y", conforme a grafia original).
Na Primeira Viagem, o Primeiro Experto (andando para trás) pegava nas duas mãos do
Candidato, fazendo-o caminhar (a partir do Ocidente, pela Coluna do Norte) ao Oriente,
retomando, pela Coluna do Sul, ao ponto inicial. Durante o percurso, o Ar era agitado
com um leque ou objeto outro, para que produzisse vento. Ao ouvir do Segundo
Vigilante (só do Segundo Vigilante) que estava terminada aquela Viagem, o Venerável
Mestre pedia ao Candidato que apresentasse considerações sobre o que havia notado.
Quaisquer que fossem as considerações, o Venerável Mestre dizia que aquela Viagem
(muita atenção, meus Respeitáveis Irmãos Leitores, porque vereis que, sem o
conhecimento do ora focalizado Ritual, do Rito Moderno, não conseguiríamos saber
qual a verdadeira origem de várias passagens, que vemos no Rito Escocês Antigo e
Aceito, seja o do Grande Oriente do Brasil, seja o das Grandes Lojas Estaduais(!), no Rito
Adonhiramita e no Rito Brasileiro) era o "emblema da vida humana: o tumulto das
paixões, o choque dos diversos interesses, a dificuldade das empresas, os obstáculos
que multiplicam sobre vossos passos concorrentes empenhados em vosso desgostar,
tudo isto é figurado pelo ruído e fragor que ferirão vossos ouvidos, pela desigualdade
82
da estrada que passaste". ("difficuldade", com "fI", "emprezas", com "z", e "multiplicão",
em lugar de "multiplicam", tudo segundo a grafia original)
(agora, ambos os Vigilantes) anunciarem que aquela Viagem havia sido feita. O
Venerável Mestre repetia a pergunta da Primeira Viagem, e, novamente, qualquer que
fosse a resposta dada, afirmava (muita atenção, mais uma vez, meus Respeitáveis
Irmãos Leitores, pelo mesmo apontado motivo):
"Estes tinnidos d’armas que vós ouvistes no curso desta viagem, figurão os combates
que o homem virtuoso deve estar de contínuo obrigado a sustentar para triunfar dos
ataques do vício". (novamente, conforme a grafia original)
Este articulista abrirá o próximo Capítulo descrevendo a Terceira e última Viagem. Sim,
a última Viagem, porém do ora descrito Ritual, pois a série prosseguirá, mediante
comentários sobre outros Rituais, sempre do Rito Moderno (o de 1837, o de 1892 e o
vigente) com algumas surpresas, exigindo a constante atenção dos Respeitáveis Irmãos
Leitores.
CAPÍTULO V
Tanto quanto nas anteriores Viagens, era o Primeiro Experto quem, por ordem do
Venerável Mestre, conduzia o Candidato durante a Terceira (e última). Mas, nesta, os
passos eram mais livres, à semelhança da marcha de um passeio. Agitavam-se chamas
provenientes de uma tacha. Quando o Candidato retomava ao Oriente, os Vigilantes
anunciavam o término da citada Viagem. Em seguida, o Venerável Mestre elucidava que
as re- feridas chamas representavam o complemento da purificação. Sim, a purificação
pelo Fogo.
Acertadamente, concluída cada uma das Viagens, antes de apresentar suas elucidativas
palavras, o Venerável Mestre pedia o pronunciamento do Candidato.
Mais tarde, o vocábulo Juramento foi substituído por Obrigação e por Compromisso.
Todavia, quaisquer que fossem os vocábulos adotados, nunca deixou de ser uma solene
promessa, que, durante vários anos, continuou a ser prestada no Altar (mais tarde,
passou a ser denominado Mesa, unicamente Mesa) do Venerável Mestre.
84
Ao longo de quarenta e quatro anos (especialmente nos últimos trinta e oito), este
articulista vem examinando muitos Rituais, sempre com o critério que os estudos
exigem. Aqui, só para o caso concreto, foram reexaminados os de 1833 ("Typographia
de Seignot-Plancher & Cia", Rua do Ouvidor, nº 95, Rio de Janeiro); 1834 (mesma
referida tipografia); 1837 ("Typographia Austral", Beco dos Quartéis, nº 21, Rio de
Janeiro); 1869 (Typographia Universal de Laemert", Rua dos Inválidos, nº 63-B, Rio de
Janeiro); 1892 ("Imprensa Nacional"; não consta o endereço); 1924 ("Typ. Paulista", Rua
da Assembléia, cuja grafia era, então, Assemblea, nºs 56 e 58, São Paulo - SP); 1927
("Egibsa", Rua Sacadura Cabral, nº 63, Rio de Janei- ro); 1937 ("Typ. da Casa Vallelle",
Rua do Carmo, nº 65, Rio de Janeiro); 1949 ("Tipografia e Papelaria Cerbino", Rua
Visconde do Uruguai, nº 394, Niterói, Rio de Janeiro); 1952 ("Papelaria e Tipografia
Vallelle", Rua do Carmo, nº 63, Rio de Janeiro); 1962 (não há referência à tipografia, pelo
menos na edição que este articulista possui); 1967 ("Editora Sousa Marques Ltda." , Rua
Nerval de Gouveia, nº 401-409, Rio de Janeiro) e 1970 ("Companhia Editora Americana"
, Rua Visconde de Maranguape, nº 15, Rio de Janeiro), e em todos eles (os citados) a
focalizada promessa continuou a ser prestada no Altar (depois denominado Mesa,
unicamente Mesa conforme já foi visto) do Venerável Mestre.
Entretanto, o Ritual de 1983 ("Editora Gráfica Grande Oriente do Brasil" , sem declaração
de endereço) deter- minava que a promessa, denominada Obrigação, fosse prestada no
Altar dos Compromissos, portanto não mais na Mesa do Venerável Mestre. Altar? No
Rito Moderno? Quase cem anos após a reforma de 1892? Sim, Altar! Na parte referente
à descrição do Templo, estava escrito que sobre aquele Altar (um móvel que não existia
nos outros aqui citados Rituais) estavam as Três Grandes Luzes da Maçonaria: o Livro da
Lei, o Compasso e o Esquadro (na posição do Grau). Em nota de rodapé, proveniente de
um asterisco, constava que o Livro da Lei era a Bíblia (afirmação muito estranha,
realmente muito estranha, em um Ritual do Rito Moderno, editado em 1983!) e que o
mencionado Livro deveria estar sobre o Altar dos Compromissos. Entre parênteses, o
texto mostrava que a diretriz era uma exigência feita pelo Capítulo II, inciso III, letra "h",
da Constituição do Grande Oriente do Brasil. Todavia, aquela nota de rodapé distorcia a
verdade! Estava em vigor, no Grande Oriente do Brasil, a Carta Magna de 1981, que, na
parte denominada "Dos Princípios Normativos do Grande Oriente do Brasil", Capítulo II,
inciso III, letra "h", não estabelecia que o Livro da Lei fos- se a Bíblia, nem usava da
expressão Altar dos Compromissos. É certo que fazia menção ao Livro da Lei, mas sem
conceituá-lo. Quanto ao móvel no qual o Candidato apresentava sua promessa, o
aludido texto constitucional usava da expressão Altar dos Juramentos, sobre o qual
deveriam estar as já referidas Três Grandes Luzes da Maçonaria.
85
CAPÍTULO VI
Concluído o ato, o novo Maçom, depois de recolocar seu traje completo, recebia do
Mestre-de-Cerimônias a lição referente aos passos de Aprendiz, com os quais era
conduzido, outra vez, ao Oriente, para receber, do Venerável Mestre, o Avental, símbolo
do trabalho, e um par de luvas. Tanto quanto continua a ser afirmado hoje, as luvas
eram destinadas à mulher que o Neófito mais estimasse. Sempre com o devido respeito
às possíveis opiniões divergentes, este articulista entende que o texto não tem a
necessária clareza. Se todos os Neófitos sempre fossem solteiros; sempre tivessem mãe
86
viva; nunca tivessem irmãs, a entrega das luvas seria óbvia. Mas, nos casos em que o
Neófito for casado; viver em perfeita harmonia com a dedicada esposa; receber o
ilimitado amor de sua mãe; tiver o afeto de suas irmãs e de suas filhas, ficaria prejudica-
do o uso do vocábulo mais, e seriam necessários vários pares de luvas! Esse texto é
bastante antigo. Não há certeza do ano em que ele foi redigido. Sabe- mos, porém, que
já existia em 1817, pelo menos. Portanto, no mínimo, ele já completou cento e oitenta
e sete anos (estamos em 2004). Não teria chegado o momento de modificá-lo?
Após transmitir o Sinal, o Toque, a Palavra de passe e a Palavra anual (sim, era anual) ao
novo Maçom, o Venerável Mestre determinava ao Mestre-de- Cerimônias que
conduzisse o primeiro ao Ocidente, para ensiná-lo a trabalhar na pedra bruta. Os
ocultistas, com o anacronismo de suas superstições, pretendem tisnar a magnífica
Simbologia de nossa Ordem, usando, invariavelmente, o ferrete dos ignaros, em
detrimento do hialino cristal das lentes dos autênticos exegetas. Por isso, com os olhos
fixos em suas miragens, eles, os ocultistas, nunca dissertam sobre a grandiosidade
caracterizadora do trabalho a ser feito naquela pedra. É assunto que lhes não interessa.
Jamais o mencionam. Trata-se, porém, de um simbolismo, que, pela sua relevância,
exige ininterrupta ênfase. Se o Iniciado for pessoa que não esteja, previamente,
agrilhoada pelas crendices do ocultismo, receberá o fulgor da Luz Maçônica e, com esse
recebimento, poderá ver, sem qualquer turvação, que a Maçonaria tem uma Simbologia
própria. Assim, ele terá condições de entender quão importante é a alegoria contida
naquele trabalho, permitindo-lhe desbastar, conscientemente, as saliências da
mencionada pedra, para que esta, mais tarde, possua a simetria de um cubo e o brilho
de uma jóia lapidada.
Na última parte do Ritual, havia uma instrução, em três páginas, com perguntas e com
as respectivas repostas já pron- tas. Não está explicado quem fazia as perguntas nem
quem dava as respostas. Só existiam as letras P. (referente à pergunta) e R. (referente à
87
resposta). Era dessa maneira, sem explicações outras, que o Ritual descrevia o
encerramento da referida Sessão.
CAPÍTULO VII
Entretanto, estando aberto o assunto, este articulista pede a devida vênia aos
Respeitáveis Irmãos Leitores para fazer "uma digressão, pois crê ser oportuno assinalar
que, antes de o Grande Oriente do Brasil possuir aquele mencionado Ritual, já existiam
cinco (5) Rituais impressos em nossa Pátria, todos eles pela "Typographia Seignot-
Plancher & Cia.", situada na Rua do Ouvidor, nº 95, Rio de Janeiro.
O quarto também é de 1834 e também do Rito Escocês Antigo e Aceito, talvez por
encomenda feita pelo chamado "Supremo Conselho de Montezuma" (que teve muitas
denominações oficiais, desde sua fundação oficial até hoje).
O quinto também é do Rito Escocês Antigo e Aceito, por encomenda do Grande Oriente
Brasileiro, que era mais conhecido por "Grande Oriente de Santo Antônio",
primeiramente, e por "Grande Oriente do Passeio" (não o confundamos com o Grande
Oriente do Brasil). Santo Antônio e Passeio eram nomes de artérias públicas onde aquela
Potência Maçônica esteve localizada.
Existe menção ao Átrio e à Sala dos Passos Perdidos (alguns Respeitáveis Irmãos mais
novos imaginam que ambos os locais sejam um mesmo e único).
As paredes do Templo tinham cortinas azuis. Sobre o Altar do Venerável Mestre havia
um Compasso, sem referência ao Esquadro, uma Espada, os Estatutos da Ordem (?) e
um Maço. Sim, está escrito Altar, e não Mesa, porque a reforma do Rito Moderno só
viria a ocorrer em 23 de junho de 1892 e confirmada pelo Decreto nº 109-GOB, de 30
daquele mês. O Altar e o Trono (sabemos que o Trono é só a Cadeira do Venerável
Mestre) estavam situados em um estrado, ao qual se subia por três degraus. Existia o
Dossel, que era azul, com franjas prateadas. Ao fundo, na parede do Oriente, estava o
Sol (à direita de quem olhava, portanto à esquerda do Venerável Mestre) e estava a Lua,
em sentido oposto. Essas posições ficavam exatamente ao contrário das existentes no
anterior Ritual do Grande Oriente Lusitano. Entre o Sol e a Lua ficava o Delta Radiante.
As Colunas Gêmeas, da ordem arquitetônica Coríntia (a mais bela de todas, com suas
ornamentadoras folhas de acanto, a simbolizar a Beleza) não seguiam as posições vistas
89
no texto bí- blico, pois estavam invertidas, tanto quanto nos Rituais posteriores, até o
vigente. Era já assim, erroneamente, no Ritual do Grande Oriente Lusitano. No fuste da
Coluna da direita de quem, da Entrada, olhava para o Oriente, estava a letra "B". Ao seu
lado havia um cubo de pedra lavrada. No fuste da Coluna da esquerda estava a letra 'T'.
Ao seu lado havia uma pedra tosca.
Quanto à designação das Jóias e dos assentos, no Oriente ficava o Venerável Mestre
(um Compasso aberto, em noventa graus, entrelaçado com um Esquadro). Também no
Oriente, à direita, seguindo-se o já exposto critério visto no parágrafo anterior, ou seja,
à esquerda do Venerável Mestre, ficava o Orador (um Círculo). Ainda no Oriente, do
lado esquerdo, ou seja, à direita do Venerável Mestre, ficava o Secretário (duas penas
em aspas).
Junto à Coluna "B" ficava o Primeiro Vigilante (um Nível). Ao lado, à sua direita, ficava o
Arquiteto (uma colher de pedreiro) e à sua esquerda ficavam o Primeiro Experto (uma
Espada) e, um pouco depois, mas, ainda, à esquerda do Primeiro Vigilante, o Mestre-
de-Banquetes (um semicírculo).
Junto à Coluna “J” ficava o Segundo Vigilante (um Prumo). Do seu lado direito ficava o
Segundo Experto (também uma Espada, o mesmo símbolo do Primeiro Experto) e de
seu lado esquerdo ficava o Terceiro Experto (também uma Espada, o mesmo Símbolo
dos outros dois Expertos).
CAPÍTULO VIII
Após o texto concernente à Abertura dos Trabalhos, constava o modo pelo qual era
apresentado um Candidato, de cuja proposta deveriam estar seu nome completo, sua
residência, seu local de nascimento, sua idade e sua profissão. O Venerável Mestre fazia
a leitura da proposta, sem indicar o nome do Candidato. Depois, escolhia três
comissários (três sindicantes, diríamos hoje) que não fossem Aprendizes nem
Companheiros, para a coleta de informações. Cumprida a missão dos comissários, que
não tinham seus nomes revelados.
No momento de sair da citada Câmara, o Candidato ficava com os olhos cobertos com
uma tarja. Ficavam descobertos a cabeça, o peito do lado esquerdo, o braço esquerdo,
e o joelho direito. O pé esquerdo ficava sem sapato, substituído por chinelo.
Despojavam- no de todas as peças que fossem de metal. Era dessa maneira que
ocorriam sua condução à porta do Templo, seu ingresso e o desenvolvimento cênico da
Iniciação, até que a Luz lhe fosse concedida. No ínterim, o Venerável Mestre lhe fazia
algumas perguntas, ao final das quais o advertia de que seria submetido a provas
indispensáveis e o tornava sabedor de que, se lhe faltasse coragem suficiente para
suportá-las, lhe seria lícito retirar-se. Em seguida, o Venerável Mestre elucidava que as
provas eram misteriosas e emblemáticas, exortando o Candidato a prestar-lhes toda a
atenção que lhe fosse possível. Indubitavelmente, aquela exortação será sempre atual,
sempre imprescindível e sempre merecedora da nossa infindável análise, por maior que
seja o nosso discernimento e por mais alto que seja o estágio maçônico ao qual já
tenhamos chegado.
91
CAPÍTULO IX
A última Viagem, na qual não havia o tinir de Espadas, era feita com passos largos, mas
sem precipitação. Uma tocha era agitada diante do Candidato. Vendado como estava,
ele não podia vê-la (obviamente!) mas lhe sentia a presença, em face do notório calor
que as labaredas produziam. Concluído o percurso, era o Segundo Vigilante quem, com
um golpe de Malhete, fazia o respectivo anúncio. O Venerável Mestre elucidava que o
fogo, complemento da purificação, deveria acender o amor diante dos semelhantes e
que o Candidato nunca se deveria esquecer da moral contida no preceito de que não se
deve fazer a outrem o que não desejamos que nos seja feito. Considerando que só
estavam terminadas as Viagens e que ainda havia muito para terminar a Cerimônia, o
pronunciamento que dimanava do Trono da Sabedoria era por este mesmo
interrompido, com uma clássica pergunta:
No ato subseqüente, o Venerável Mestre asseverava ao Candidato que uma das virtudes
que os Maçons mais prezavam era a beneficência.
Sem dúvida, a caridade, a terceira das denominadas virtudes teologais, é uma evidente
prova de sensibilidade. Mas, deixemos o ano de 1837, ainda que seja por um momento,
e voltemos ao presente, para que examinemos a atual (estamos em outubro de 2004)
Constituição do Grande Oriente do Brasil, cujo artigo 1º, "caput", preceitua que a
Maçonaria possui quatro escopos, e um deles é filantrópico. Porém, nas ações
caritativas, é imperiosa a existência de cautela, para que solertes aproveitadores não
ludibriem aqueles que são movidos pelo nobre sentimento de ajudar o próximo.
Existiam e continuam a existir os que colaboram com instituições e os que preferem
atos individuais. Há Maçons e Profanos que, isoladamente, prestam inestimáveis
auxílios àqueles que são materialmente desfavorecidos. Há Lojas e associações
filantrópicas que se dedicam com notável ardor a esse mister. Porém, reconheçamos
que ao tempo em que o mencionado Ritual foi impresso, em 1837 (repita-se), era mais
fácil (ou menos difícil) realizar caridade. Nos dias atuais, a denominada explosão
demográfica gerou múltiplos óbices, fazendo com que o empirismo, outrora aceitável
no âmbito da filantropia, hoje esteja a exigir, quando os atos caritativos forem
prestados de maneira não individual, técnica administrativa muito bem coordenada,
sob pena de protetores e protegidos trilharem as labirínticas veredas do malogro. O
assunto é inesgotável e suscetível de infindáveis controvérsias. No entanto,
regressemos àquele pretérito Ritual. Quando o Candidato era indagado sobre sua
disposição de praticar a caridade, o objetivo da indagação era o de perquirir se ele
possuía o alto sentimento da solidariedade humana.
92
O ora focalizado Ritual do Rito Moderno, de 1837, do Grande Oriente do Brasil, copiou,
quase inteiramente, o de 1834, do Grande Oriente Brasileiro (que viria a ser mais
conhecido por "Grande Oriente do Passeio", e os Respeitáveis Irmãos Leitores já
tomaram conhecimento, nesta mesma série, do porquê dessa denominação), também
do Rito Moderno, e este, o segundo citado Ritual, ou seja, o do Grande Oriente
Brasileiro, de 1834, era uma cópia do Ritual do Grande Oriente Lusitano, igualmente do
Rito Moderno, já objeto de explanação nesta mesma série, em consonância com os
Capítulos III (janeiro de 2004, páginas 20/21, IV (fevereiro de 2004, páginas 20/21), V
(março de 2004, páginas 18/19) e VI (abril de 2004, páginas 17/18). Todavia,
propositadamente, este articulista não mencionou, deixando para agora, uma
importante observação:
CAPÍTULO X
Que nos chamemos de Irmãos, é significativo, mas não basta, se assim não nos
sentirmos. É deplorável que alguns Maçons (só alguns, a minoria, felizmente!) não
consigam entender a grandiosidade caracterizadora do amor fraternal.
Indubitavelmente, conquanto devamos repelir subserviências, conservando intacta
nossa personalidade (e nossas idéias, salvo se formos convencidos da existência de
equívocos nossos, é claro), aquele amor deve ser cultivado e cultuado por todos. Este
articulista pode apresentar o seu próprio depoimento, pois já foi agraciado com
alentadoras provas de verdadeira fraternidade. Mas, em sentido contrário, ainda que
pareça inconcebível, já teve o constrangimento de enfrentar inconformismo e rancor,
só pelo fato de ser proprietário de um valiosíssimo documento maçônico (o
inconformismo e o rancor seriam decuplicados, se o rancoroso e inconformado
conhecesse a extensão do acervo documental maçônico, particular, deste articulista!)
Ainda sobre o assunto, exsurge uma pergunta: não será a ausência de amor fraternal a
geradora de potências dissidentes?
Porém, deixemos o hibridismo da Psicologia, com seu fascínio e com suas decepções.
Voltemos ao nosso tema.
O Neófito (já Neófito, e não mais Candidato), depois de recolocar o seu traje completo
era apresentado, pelo Mestre-de-Cerimônias, por ordem do Venerável Mestre, ao
Primeiro Vigilante (agora a referência é mesmo ao Primeiro Vigilante) para que lhe
ensinasse os passos de Aprendiz. Em seguida, ia ao Oriente para receber, do Venerável
Mestre (na reforma de 1892, a entrega coube ao Mestre-de-Cerimônias, porém, mais
tarde e até hoje, passou a ser feita pelo Primeiro Experto) o Avental e dois pares de
luvas, sendo um par masculino e um par feminino (a reforma de 1892 suprimiu o par
masculino, e sua entrega passou a ser feita pelo Mestre-de-Cerimônias, até hoje),
juntamente com as explicações provenientes do Trono da Sabedoria, explicações essas
que são as vistas no anterior Ritual do Rito Moderno, do Grande Oriente Lusitano
(conforme Capítulo VI desta mesma série) e permanecem as mesmas. Posteriormente
àquelas explicações, o Venerável Mestre ensinava o Sinal de Ordem, o Toque, a Palavra
Sagrada, a Palavra de Passe (também aqui, não houve alteração no conteúdo, mas o
ensinamento passou a ser feito pelo Primeiro Experto, a partir da reforma de 1892, até
hoje), prometendo a transmissão da palavra semestral, que lhe seria dada
oportunamente (o Neófito ainda não conhecia a Cadeia de União). A Constituição do
Grande Oriente do Brasil, então em vigor, era a de 1885, impressa na "Typographia de
Pereira Braga & Cia", Rua do Ouvidor, nº 29 e 29-A, Rio de Janeiro. Não consta, do
focalizado Ritual de 1873, que ela fosse entregue ao novo Maçom.
CAPÍTULO XI
este articulista, cujo nome consta, sim, daquele trabalho dúbio, mas de modo sibilino,
com uma certa distância do texto específico. Isto posto, com o objetivo de evitar que
se cristalizem dúvidas, consigne-se que é deste articulista, unicamente deste articulista,
a autoria da elucidação do fato de o IrBarão Théodore Henry de Tschoudy, escritor,
em 1766, na França, de "L'Estoile Flamboyante" ("A Estrela Flamejante", diríamos no
idioma português) e o Irm:. Louis Guillemain de Saint-Victor, escritor, entre 1781 e 1782,
também na França, de "Recuei Precieux de La Maçonnerie Adonhiramite" ("Coleção
Preciosa da Maçonaria Adoniramita" ou "Adonhiramita", com "h" intermediário, se
aceitarmos o galicismo usado pela Maçonaria em nosso País), serem duas pessoas, de
modo que não estará certo quem expuser que se trate de uma só, e que a denominação
Barão de Tschoudy, pertencente ao primeiro citado, seria apenas o título nobiliárquico
pertencente ao outro.
pelo "Grand Orient de France" em 10 de setembro de 1877. Porém, não foram essas as
únicas modificações.
Os RResp IIrm que estão dando os primeiros passos nos arcanos da Maçonaria, e
até mesmo os mais antigos, que não tiveram acesso às respectivas fontes históricas,
poderão imaginar que o Rito Moderno possui gênese diversa da constante de outros
Ritos, por não acolher o Grande Arquiteto do Universo e demais assuntos a Ele
relacionados, direta ou indiretamente. Mas, todos os interessados em Ritualística e que
estão acompanhando esta série já viram que o Rito Moderno, proveniente da França,
nasceu jungido à espiritualidade (muito cuidado com este discutível vocábulo, que
derivou do hebraico (este adjetivo não leva acento) "ruach", originalmente significando
"sopro", que deu origem ao grego "pneuma", que deu origem ao latino "spiritus").
Quem está acompanhando esta série já viu que a invocação ao Grande Arquiteto do
Universo, depois de haver sido confirmada pelo "Grand Orient de France", em 5 de
junho de 1865, recebeu a rejeição determinada por aquela mesma Potência Maçônica,
mediante a reforma de 10 de setembro de 1877, e que, em nosso País, tal reforma
ocorreu (mas, só ocorreu no Rito Moderno) por força do Decreto nº 109, de 30 de julho
de 1892, do Grande Oriente do Brasil (assinado pelo Grão-Mestre e Soberano Grande
Comendador, então interino, Ir Antônio Joaquim de Macedo Soares, que viria a ser
eleito em 30 de agosto e empossado em 12 de setembro de 1892, e que, no
denominado mundo profano, era Ministro do Supremo Tribunal Federal), aprovando o
Ritual impresso naquele ano, em trabalho gráfico da "Imprensa Nacional" (sim,
"Imprensa Nacional", apesar de ser muito estranho!).
Quanto à invertida posição das Colunas Gêmeas, já vimos que o erro permanece até
hoje, no Rito Moderno (e já vimos que, igualmente, esse erro é adotado pelos Ritos
Adonhiramita e Brasileiro). Só houve mudança nos capitéis (do Rito Moderno) que
passaram ao estilo egípcio-babilônico. Que estilo egípcio-babilônico? Nas
reconstituições do Templo de Salomão, feitas, no denominado mundo profano, por
abalizados pesquisadores, tais capitéis possuem o estilo proto-jônico ou fenício-
cipriota.
Para que estes Comentários não sejam feitos de maneira pressurosa, é necessário
apontar que, no vigente Ritual (ou seja, no Ritual de 1999 do Rito Moderno), antes da
parte concernente à descrição do Templo, há algumas considerações sobre as quais não
é possível ficar em silêncio, sob pena de censurável omissão. No entanto, este espaço
gráfico chegou ao fim, forçando o adiamento da opinião deste articulista, sobre aquelas
considerações, para a abertura do próximo Capítulo.
CAPÍTULO XII
Ao analisar aquela introdução, verifica-se que é hialino o seu escopo de colocar o Rito
Moderno acima dos outros Ri tos, cujos Maçons não teriam o atributo de pensar
livremente, e a Maçonaria seria considerada, por aqueles outros Ritos, uma Ordem
Mística (segundo o desacertado conceito visto em tal introdução). Depois, está escrito
100
Em verdade, todos os Ritos do Grande Oriente do Brasil (entre os quais está incluído
o Rito Moderno) devem respeito à sua Constituição, em cujo artigo 2º, inciso I, está
escrito que é postulado universal da Instituição Maçônica (uma evidente referência à
Maçonaria Universal, e não só à citada Potência Maçônica brasileira) "a existência de
um princípio criador: o Grande Arquiteto do Universo". (E na cabeça do artigo 1º, entre
considerações outras, está escrito que a Maçonaria "Proclama a prevalência do espírito
sobre a matéria".)
Um Rito que faça a apologia do agnosticismo (quando não do ateísmo velado) não
cabe no Grande Oriente do Brasil, e só poderia caber se a referida Potência reformasse
a sua Constituição, expungisse as suas louváveis tradições e abrisse as suas rutilantes
portas, permitindo que seus Templos fossem tisnados pela nódoa da irregularidade
maçônica.
CAPÍTULO XIII
obstante, de agora em diante, não por uma questão de estilística, mas para que seja
alargada a compreensão de cada tópico, com escopo didático, melhor será que a análise
dos quatro Rituais escolhidos por este articulista (o do Grande Oriente Lusitano e os do
Grande Oriente do Brasil, estes de 1837, 1892 e 1999, todos do Rito Moderno) seja feita
isoladamente, isto é, de um por um, mesmo que lhes intercalemos algumas remissões,
quando indispensáveis. Primeiramente, só faremos o descrição do Templo. Após, com o
mesmo critério, reiniciaremos a análise, examinando os três Viagens pertinentes à
Iniciação. Poderíamos dizer que os doze anteriores Capítulos foram uma preparação
imprescindível e que a partir do presente e mais os quatro posteriores, isto é, os quatro
últimos Capítulos, faremos uma análise direta.
Os Expertos (não há esclarecimento sobre quantos eles eram) ficavam "ao pé dos
VVig". O Orador, o Tesoureiro, o Secretário e o Chanceler ficavam no Oriente. Os dois
primeiros ficavam ao norte. Os dois últimos ao sul. Não há outros esclarecimentos sobre
eles. Presume-se, todavia, que cada um possuísse mesa.
Oriente ou mais perto dos Vigilantes ou no centro do pavimento? Aliás, esta última
denominação, isto é, pavimento, nem consta do Ritual ora em pauta, na descrição do
Templo (páginas 1 e 2). Mas, na parte atinente à Iniciação, está escrito que, após o
recebimento da Luz, o Segundo Vigilante acompanhava o Neófito "ao pé do Painel que
estava no chão, e com a ponta da Espada lhe indica as figuras cujo emblema o Ven lhe
vai explicar." (página 23). Portanto, ficamos sabendo que, sobre o pavimento, havia o
Painel de Aprendiz, porém ignoramos sua configuração, contudo há bastante lógica em
nossa conjectura de que poderia ser o Painel estampado posteriormente, em 1834, na
página I, volume li, da obra portuguesa "Bibliotheca Maçônica ou Instrucção Completa
do Franc-Maçon" (impressa na França, no idioma português, por "J. P. Aillaud", empresa
gráfica situada em Quai Voltaire, nº 11, Paris), em quatro volumes, de autoria do Ir
Miguel Antônio Dias, e em várias outras publicações, algumas atuais,
exemplificativamente em 1986, na página 4 da obra francesa (desconhecida no Brasil)
"La Symbolique ou Grade d'Aprenti", volume único, do Ir Raoul Berteaux, impressa em
"Éditions Édimaf", em Paris (não consta o endereço).
Acrescente-se que aquela mesma observação deve ser feita quanto à pedra bruta,
que é omitida na descrição do Templo (páginas 1 e 2, conforme já foi esclarecido), mas
consta da parte atinente à Iniciação (um pouco antes da mencionada passagem
referente ao Painel), no momento em que o Venerável Mestre diz: "Ir Mestr de
Cer conduzi o Ir ao Oc para que elle aprenda a trabalhar na pedra bruta ... " (página
22) e quanto ao coxim, que é, igualmente, omitido na descrição do Templo (páginas já
referidas), mas consta da parte atinente à Iniciação, no momento em que o Candidato
prestava o Juramento: "O Ir Mestr de Cer conduz o Candidato ao altar, faz-lhe pôr
o joelho direito sobre um coxim ... " (página 18).
No Oriente, estava o Trono (isto é, a cadeira do Venerável Mestre) e diante dele uma
"pequena mesa triangular" (portanto, as mesas do Venerável Mestre e dos Vigilantes
eram iguais, diversamente do que vemos hoje, pois a mesa do Venerável Mestre é
retangular, pelo menos desde 1892, porque o Ritual de 1837, que começaremos o
analisar, em seguida, é omisso, nesse ponto). Sobre a citada mesa estavam "uma luz,
um Compasso, um Es- quadro, uma bíblia e um Malhete". Observe-se que, na descrição
do Templo, lia-se o vocábulo mesa (do Venerável Mestre), diversamente do que se lia
na parte cor- respondente à Iniciação, onde já vimos o vocábulo altar (aí se encontra
uma das infindáveis provas de que o pesquisador precisa ser muito cuidadoso). Acima
do Trono (a cadeira do Venerável Mestre, reitera-se) estavam a representação do Sol,
do lado norte, e a representação da Lua, do lado oposto (não havia explicação se a Lua
estava em fase crescente, minguante ou cheia). Entre ambos estava "o Olho Vigilante".
Há uma breve referência ao Dossel, que ficava "por cima da Cadeira do Ven" e que
deveria ser azul, supõe-se (por extensão interpretativa), pois o Templo tinha essa cor.
Eram omitidos a Câmara de Reflexão e o Átrio. Já vimos o nome dado então à Sala
dos Passos Perdidos. Outras omissões, relativamente a Rituais posteriores, os próprios
Respeitáveis Irmãos Leitores irão notando à medida que (ou na medida em que, pois
ambas as construções são vernáculas) forem acompanhando o desenrolar dos
comentários.
105
Sobre a inversão das Colunas, com "B", à direita de quem entra, isto é, no lado sul, e
"J" do lado oposto, fica reiterado o que já foi visto no outro Ritual, o do Grande Oriente
Lusitano. No entanto, no ora em análise, ou seja, no Ritual de 1837, do Grande Oriente
do Brasil, está escrito que aquelas Colunas possuíam capitéis da ordem coríntia, sobre
os quais estavam três romãs entreabertas. Esses mesmos erros (ordem coríntia e três
romãs entreabertas), vêm sendo argüidos em alguns dos Trabalhos deste articulista,
elucidando que a ordem coríntia foi usa- da pela primeira vez no Templo de Lisícrates,
em Atenas, uns seiscentos anos depois de ser edificado o Templo de Salomão, e que as
romãs eram duzentas e não estavam sobre os capitéis, mas sim em cornijas enfileiradas,
com enfeites retorcidos em correntes e folhas de lis (ou de anêmona), tudo a simbolizar
a força (correntes) e a beleza da união fraternal (romãs com sementes entreabertas).
Talvez, segundo ponderam abalizados pesquisadores, o estilo dos capitéis fosse
grego-cipriota / proto-jônico.
CAPÍTULO XIV
No Oriente, sob um Dossel azul, com franjas prateadas, ficavam o Trono e o Altar do
Venerável Mestre. Note-se, todavia, que, diversamente do Ritual do Grande Oriente
Lusitano (comentado no Capítulo anterior), o Altar do Venerável Mestre passou a ter
essa denominação no ora focalizado Ritual de 1837, deixando, pois, de ser mesa
(entretanto, no Ritual de 1892, voltaria a ser mesa, assim permanecendo até hoje),
vocábulo que, todavia, continuou a ser aplicado às respectivas peças dos Vigilantes, isto
é, mesas (nunca percamos de vista que esta série é pertinente ao Rito Moderno). Em
cima do mencionado Altar estavam um Compasso (sem menção ao Esquadro), uma
Espada, "os Estatutos da Ordem" e um Maço. Que Estatutos seriam aqueles? Desde
106
1832, estava em vigor, no Grande Oriente do Brasil, sua primeira Constituição, hoje
desaparecida. Frustraram-se os esforços deste articulista para localizá-la (ao contrário
do êxito obtido na obtenção de todas as demais Cartas Magnas da referida Potência
Maçônica, a partir da segunda, promulgada em 1º de setembro de 1839, impressa na
"Typographia Nicteroy de S. M. Rego" da "Praça Municipal, sem número, Nicteroy, Rio
de Janeiro").
Subia-se ao mencionado Altar por meio de três degraus, em um dos quais, do lado
norte, estava um coxim, contendo "bordada ou traçada uma esquadria". Tanto quanto
no Ritual do Grande Oriente Lusitano, era em um coxim que se ajoelhava o Candidato,
após as Viagens, ao prestar Juramento "à glória do Gr Arch do Universo" (não nos
esqueçamos de que, em nosso País, a reforma do Rito Moderno só viria a ocorrer em
1892). Sob o Dossel e um pouco acima do conjunto Altar/Trono do Venerável Mestre,
estavam o Sol e a Lua, sem constar se a fase era crescente ou minguante ou cheia
(portanto, com o mesmo laconismo do Ritual português, consoante já vimos no anterior
Capítulo). O Sol ficava do lado norte e a Lua, do lado sul (ao contrário do que estava no
citado Ritual d'além mar, de acordo com o que também já vimos no anterior Capítulo, e
ao contrário do que está no Ritual de 1999). Entre ambos, havia uma figura triangular,
que este articulista associa ao denominado Delta Místico ou Delta Rutilante ou Delta
Luminoso ou Triângulo Radiante (esta última expressão é a adotada pelo Ritual de 1999)
"tudo em campo azul, semeado de estrellas dispostas em triângulos".
O Templo era forrado de azul. Existiam três grandes luzes, uma no Oriente e duas no
Ocidente, uma destas duas ficava do lado norte e outra, do lado sul (em alguns casos,
quando o texto permite, este articulista, por uma questão de estilo literário, gosta de
suprimir o verbo, substituindo-o por vírgula, graças ao oportuno recurso ao zeugma).
Aquelas luzes talvez fossem tocheiros, pois luz elétrica, no ano de 1837, em artérias
públicas, ainda não existia (de acordo com elucidação alinhada no anterior Capítulo).
Tão simples quanto a do Átrio, era a definição da Sala dos Passos Perdidos, "que
precede ao Átrio do Templo; nella se detém os IIr Visitantes em quanto lhes não he
dado o ingresso no Templo.Convém que seja mobiliada" (aqui, outra vez, encontramos
o verbo preceder).
admite a transcrição dos ss, dos tt e das pp, tanto quanto não se admitem
quaisquer transcrições ritualísticas acima do Grau de Aprendiz).
O Ritual subseqüente (do Rito Moderno, do Grande Oriente do Brasil) foi impresso
em 1869. No Capítulo I, vimos que o trabalho gráfico foi elaborado pela "Typographia
Universal de Laemmert", Rua dos Inválidos, nº 63-B, Rio de Janeiro. Deixaremos de
analisá-lo, pois ele é uma cópia do Ritual de 1837, razão pela qual passaremos ao Ritual
de 1891 também do Rito Moderno e do Grande Oriente do Brasil. Descumprindo o
compromisso de que não mais mencionaria empresas gráficas e respectivos endereços,
este articulista informa, repetindo esclarecimento que fez no Capítulo XI, que o Ritual
de 1892 foi editado pela "Imprensa Nacional", no Rio de Janeiro (não consta o nome da
correspondente artéria pública). No Capítulo anterior, ficou esclarecido que, nesta série,
só analisaremos quatro Rituais: o do Grande Oriente Lusitano e três do Grande Oriente
do Brasil, estes de 1837, 1892 e 1999, todos do Rito Moderno, fazendo-o sob dois
ângulos: o primeiro sobre a descrição do Templo e o segundo sobre as três Viagens
pertinentes à Iniciação. Sob o primeiro ângulo (só sob o primeiro ângulo) já analisamos
os dois primeiros Rituais em dois Capítulos: no anterior (XIII) foi analisado o Ritual
português e foi iniciada a análise do Ritual de 1837, que concluímos no presente Capítulo
(XIV). No próximo (XV) analisaremos (ainda só sob o primeiro ângulo) o Ritual de 1892,
que, entre modificações outras, foi o primeiro, no Brasil, a suprimir o Grande Arquiteto
do Universo.
CAPÍTULO XV
Na frisa havia um cordão com nós de distância em distância. Não havia referência ao
número de nós. Esse cordão terminava (ou começava?) nas Colunas, com uma borla em
cada extremidade. O teto era azulado. Eram várias as estrelas. O Sol estava no Oriente;
a Lua, no Ocidente (já vimos que essas duas figuras não constavam dos lados do
"triângulo luminoso", mas estamos vendo, agora, que elas constavam do teto). Não
havia referência ao pavimento, ao Painel do Grau, às pedras, ao Átrio e à Sala dos Passos
Perdidos. Os ocupantes de cargos que não foram aqui mencionados não estavam
previstos na descrição do Templo.
escrito: "Em todas as sessões, o Livro da Lei - a Bíblia - deverá estar sobre o Altar dos
Compromissos" (Capítulo II, inciso III, letra "h", da Constituição do Grande Oriente do
Brasil)". Realmente, o texto está no mencionado Ritual do Rito Moderno, editado em
1983. A referência que ele faz à Constituição do Grande Oriente do Brasil é sobre a Carta
Magna de 8 de agosto de 1981, que usava a expressão “Altar dos Juramentos", mas não
“Altar dos Compromissos". Ainda mais e sem dúvida, os Respeitáveis Irmãos Leitores já
observaram que aquele Ritual, o de 1983, mesmo sem usar o vocábulo Juramentos,
escrito na Constituição de 1981, usava a expressão Altar.
CAPÍTULO XVI
De acordo com o Ritual ora em exame, não há uma decoração especial para o Teto.
Mas, se houver, ele deverá simbolizar uma abóbada azulada, com a tonalidade mais
clara no Oriente, onde, um pouco à frente do Triângulo (isto é, a mesa triangular) do
Venerável Mestre, está o Sol. A tonalidade irá ficando cada vez mais escura quanto mais
se aproximar do Ocidente. Sobre os triângulos (isto é, as mesas triangulares) do Primeiro
e do Segundo Vigilantes ficam, respectivamente, a Estrela de Cinco Pontas e a Lua.
organizado pelo inesquecível filólogo Professor Antônio Houaiss (1915/ 1999), depois
de apresentar oitenta e duas linhas sobre abóbada, incluindo etimologia, também
apresenta abóboda, mas com a ressalva de que é forma não preferencial ("s.m. f. menos
pref."), edição de 2004, página 21. Portanto, ao usar abóboda, o Ritual de 1999 na citada
página 17 usa a forma não preferencial.
No Ritual de 1999, o Primeiro Experto retira a tarja negra dos olhos do Candidato,
que preencherá o seu "testamento filosófico e moral", constante de quatro perguntas
sobre quatro deveres. São exatamente as mesmas quatro perguntas do Ritual de 1892.
Mas, no Ritual de 1837 (o de 1837, note-se), as perguntas eram apenas três. A então
primeira era igual à última de 1999. A então segunda era semelhante (quase igual) à
primeira de 1999. A então terceira era igual à segunda de 1999.
Esse procedimento era já mais ou menos assim, desde o Ritual de 1892. Uma das
diferenças estava no fato de o Experto (podia ser qualquer um dos Expertos, e não
necessariamente o Primeiro) portar Espada, quando ia retirar o Candidato, e estar
revestido de suas insígnias. No Ritual de 1999, o Primeiro Experto, com capuz e sem
insígnias, leva o Candidato à Câmara de Reflexões, e não consta que ele, ao retomar
àquela Câmara, para retirar o Candidato, esteja com insígnias, com Espada e sem capuz.
Há outra diferença. Está escrito, no Ritual de 1892, que era entregue ao Candidato um
impresso no qual estavam os Títulos I e II da então vigente Constituição do Grande
Oriente do Brasil (este articulista esclarece que aquela Constituição era a de 28 de
janeiro de 1892, impressa na "Typographia da Papelaria Ribeiro", situada na Rua da
Quitanda, nº 79-B, Rio de Janeiro, e aqueles Títulos tratavam "Da Maçonaria e seus
Princípios". Uma grande diferença estava no Ritual de 1837, porque, antes de levar o
Candidato à porta do Templo, o "Irmão Preparador" (é assim que está escrito no citado
Ritual) fazia com que o braço esquerdo, o peito, do lado esquerdo, e o joelho direito do
Candidato ficassem descobertos, que seu sapato esquerdo estivesse achinelado e que
ele fosse despojado de todos os metais (no sentido literal, ou seja, no sentido profano
do vocábulo).
CAPÍTULO XVII
trás, conduzia o Candidato às vezes em zigue-zague e fazendo com que ele se abaixasse,
para imaginar que estava percorrendo um terreno cheio de obstáculos. Ao retomar ao
Oriente, o Candidato sentia uma corrente de ar, provocada por um leque ou por alguma
outra peça que produzisse o mesmo efeito. Em seguida, o Segundo Vigilante anunciava
o término de tal Viagem ao Primeiro Vigilante, e este fazia a transmissão ao Venerável
Mestre, que, depois de perguntar ao Candidato e de lhe ouvir a resposta (fosse qual
fosse) sobre o que havia notado no percurso, afirmava que a referida Viagem era o
emblema da vida humana, o tumulto das paixões, o choque dos diversos interesses, as
dificuldades das empresas, os obstáculos que dificultam os passos, tudo figurado pelo
ruído que o Candidato ouvira no final daquela Viagem e pela desigualdade do caminho
que ele percorrera. No Ritual de 1999, essa interpretação é a mesma que está na última
parte da focalizada Viagem. Porém, não tenhamos pressa, porque ainda iremos
descrever o citado Ritual, de 1999, tanto quanto os de 1837 e de 1891.
A segunda Viagem era feita com passos menos lentos. Havia o tinir de Espadas
(possivelmente, os Respeitáveis Irmãos Leitores, de outros Ritos, que não o Moderno,
estarão, desde já, por conta própria, antecipando as mencionadas comparações).
Quando o Candidato retomava ao ponto de partida, no Ocidente, seu braço esquerdo
(isto é, aquele que estava descoberto) era mergulhado, pelo Mestre-de-Cerimônias, em
um vaso cheio de água. O Venerável Mestre não mais perguntava o que o Candidato
havia notado, mas perguntava que reflexões lhe suscitara aquela outra Viagem. Depois
de ouvir a resposta (fosse qual fosse, conforme já acontecera na anterior indagação), o
Venerável Mestre esclarecia que o caminho da virtude torna-se mais suave, quanto mais
nele nós avançamos e que o tinido das Espadas representa os combates que o homem
virtuoso é obrigado a sustentar, sempre, para triunfar sobre os ataques do vício. O
pronunciamento terminava com a afirmação de que o Candidato estava purificado pela
água.A terceira Viagem fazia-se com grandes passos. Durante o percurso, era sacudida
uma tocha. Quando o Candidato voltava ao ponto de partida, após sentir a presença do
fogo produzido pela mencionada tocha, dizia-lhe o Venerável Mestre, sem formular
qualquer pergunta, haver ele, o Candidato, passado pelo complemento da purificação,
representada pelas chamas, que lhe deveriam acender, no coração, para sempre, o
amor aos seus semelhantes. Na Maçonaria (e em instituições outras), de nada valerá
conhecer e memorizar as exortações positivas, se não houver a sincera intenção de
atendê-las.
propunha um conceito diferente, mais elevado, segundo o qual existiria o Infinito, uma
substância não gerada e sim geradora e imperecível. Todos aqueles filósofos eram da
escola jônia ou jônica. Acrescente-se que os jônios eram considera- dos os mais sábios
de todos os gregos. Por isso, em nossa Ordem, a coluna jônica simboliza a sabedoria, e
é atinente ao Venerável Mestre. Mais ou menos entre os anos 440 e 441 antes da citada
Era, outro filósofo grego, Empédodes de Agrigento, defendeu quatro princípios básicos:
terra, água, ar e fogo.
Oficial" (não consta o nome da artéria pública, só constando Rio de Janeiro), ambos do
Rito Moderno e do Grande Oriente do Brasil, veremos que a pergunta e a resposta
passaram a ser atribuições do Primeiro Vigilante, assim continuando no Ritual de 1999.
CAPÍTULO XVIII
Cncluindo, neste Capítulo, a descrição iniciada no an- terior, cabe elucidar que, após
receber a Luz produzida por "cachimbos compostos com resina" (sabemos, de sobejo,
que ainda não havia iluminação elétrica), o Candidato ratificava o Juramento. Em
seguida, era recebido e constituído Maçam. Naquele momento, o Venerável Mestre
dava três pancadas sobre a lâmina da Espada que colocava sobre a cabeça do primeiro,
que recebia o beijo fraternal do segundo, "pelo número misterioso de três". Logo depois,
aprendia a dar os passos de Aprendiz, recebia o Avental, símbolo do trabalho, e recebia
pares de Luvas, um para si mesmo e outro a ser entregue à mulher que desfrutasse de
sua maior estima (esse procedimento não passava, e continua não passando, de um
meio sutil de obter as simpatias femininas, porque as mulheres não faziam parte da
Maçonaria regular, e continuam não fazendo). Em nossa Ordem, as Luvas simbolizam
pureza (mas, no denominado mundo profano, elas podem ser representativas de
fidalguia).
Os Respeitáveis Irmãos Leitores, pelo menos aqueles que estão acompanhando esta
série, já sabem que o citado Ritual do Rito Moderno, do Grande Oriente Lusitano, foi o
primeiro de todos os usados pelo Grande Oriente do Brasil e sa- bem, igualmente, que
ele era já usado (ignora-se desde que ano, mas foi antes de 1822) pela sua Loja nº 1, a
"Commércio & Artes", cuja fundação ocorreu em 24 de junho de 1815.
Apesar de esta série ser restrita ao Rito Moderno, e não possuir o escopo de fazer
comparações com outros Ritos, salvo em casos excepcionais (como está acontecendo
agora), não pode ser omitido o fato de que a passagem ritualística da entrega das Luvas
e muitas outras passagens daquele Ritual (do Grande Oriente Lusitano e do citado Rito,
não nos esqueçamos) foram copiadas por velhos Rituais do Rito Escocês Antigo e Aceito
impressos no Brasil, exemplificativamente o primeiro de todos, denominado "Guia dos
Maçons Escoceses ou Reguladores dos Três Gráos Symbólicos do Rito Antigo e Aceito",
impresso em 1834 pela "Typ. Imp. e Const. de Seignot-Plancher & Cia.", da Rua do
118
Ouvidor, nº 95, Rio de Janeiro, por iniciativa particular da própria empresa gráfica (que,
no mesmo ano, tirou uma cópia para o Grande Oriente Brasileiro, que viria a ser mais
conhecido por "Grande Oriente do Passeio", que não pode ser confundido com o Grande
Oriente do Brasil) e outra para o Supremo Conselho, ou seja, "Supr Cons para o
Império do Brasil". Nove anos depois, isto é, em 1845, o citado "Grande Oriente do
Passeio" providenciou outra impressão, sem modificações, com o mesmo título usado
em 1834 (que já vimos), incumbindo o trabalho gráfico à "Typographia Bintot", da Rua
do Sabão, nº 70, Rio de Janeiro. Só em 1857 o Grande Oriente do Brasil teve o seu
primeiro Ritual do Rito Escocês Antigo e Aceito, impresso na "Typographia Menezes",
da Rua do Cano (antigo nome da Rua Sete de Setembro), nº 165, Rio de Janeiro, também
mantendo o mesmo nome dos já mencionados Rituais alheios. Um era cópia do outro,
e, posteriormente, ao longo dos anos, muitas passagens usadas nos vigentes Rituais do
Rito Escocês Antigo e Aceito, seja o do Grande Oriente do Brasil, sejam os usados pelas
Grandes Lojas Estaduais (que não praticam o Rito Moderno) foram mantidas, não
obstante sejam provenientes de um Ritual do Rito Moderno, ou seja, o Ritual do Grande
Oriente Lusitano.
Igualmente, não pode ser omitido o fato de que a seqüência ritualística do genuíno
"Scottish Rite" norte-americano ("Scottish Rite of the Ancient and Accepted Scottish Rite
of Freemasonry, prepared for the Supreme Council for the Southern Jurisdiction of the
United States"), edição de 1919, impressa por "L. H. Jenkkins, lnc. ", de Richmond (todos
os estudiosos sabem que os dois mais antigos Supremos Conselhos do Rito Escocês
Antigo e Aceito são dos Estados Unidos da América, o único país que pode ter dois
Supremos Conselhos internacionalmente reconhecidos), páginas 1 até 21, dedicadas ao
Grau de Aprendiz, é muitíssimo diferente do Rito Escocês Antigo e Aceito praticado em
nossa Pátria.
Diante do exposto, fica evidente que de pouco valerá (e, às vezes, de nada mesmo
valerá) o eventual discernimento dos exegetas (ou pseudo-exegetas), se não possuírem
fontes primárias, porque intuição e pretensões adivinhatórias não têm qualquer valor,
quando se ingressa na esfera do passado histórico-ritualístico, sem documentos, à
procura dos necessários liames elucidativos.
O citado Ritual de 1837 possuía conteúdo bem maior do que o apresentado pelo
anterior Ritual do Grande Oriente Lusitano. Aquele, o de 1837, era enriquecido com um
Calendário muito interessante, ensinava um misterioso Alfabeto, elucidava o modo de
119
entrar no Templo, descrevia a Recepção aos Visitantes, mos- trava de que modo eram
usadas as Estrelas, de que modo eram batidos os Malhetes, de que modo eram feitos os
Aplausos e os Agradecimentos, fazia a explicação dos Termos e Significados, de que
modo era formada a Cadeia de União, de que modo era instalada a Loja de Banquetes e
de que modo eram feitas suas Sete Saúdes.
Mas, na descrição das Viagens o Ritual de 1837 do Grande Oriente do Brasil seguia,
quase vocábulo por vocábulo, o Ritual do Grande Oriente Lusitano. Três diferenças,
pequenas, estavam na parte final, isto é, após o recebimento da Luz. É evidente que o
Venerável Mestre, ao receber o Candidato e constituí-lo Maçom, não o fazia em nome
do Grande Oriente Lusitano, e sim em nome do Grande Oriente do Brasil. A expressão
"cachimbos compostos com resina" foi substituída por "tochas". O beijo fraternal "pelo
número misterioso de três" deixou de existir. É indispensável a observação de que a p
s e a p de p eram as mesmas usadas hoje pelo Rito em foco e, também, pelo Rito
Adonhiramita.
CAPÍTULO XIX
Os Respeitáveis Irmãos Leitores que acompanham esta série já sabem que o Ritual
do Rito Moderno, de 1892, do Grande Oriente do Brasil (aprovado pelo Decreto nº 109-
GOB, de 30 de julho do citado ano), cujo trabalho gráfico foi elaborado na Imprensa
Nacional (não consta seu endereço), deixou de incluir menções ao Grande Arquiteto do
Universo, sob a indisfarçável influência da reforma efetuada no Grand Orient de France,
em 10 de setembro de 1877. Essa abolição foi mantida e prevalece até hoje (este
Capítulo começou a ser escrito em maio de 2005), conforme Ritual aprovado pelo
Decreto nº 252-GOB, de 12 de maio de 1999. Em nossa Pátria, o mentor intelectual da
introdução da citada reforma foi o Ir Henrique Valadares (ele nasceu em 15 de março
de 1852 e faleceu em 9 de novembro de 1903; foi, no Grande Oriente do Brasil, Grande
Secretário Geral, quando houve tal reforma, apesar de, estando ele viajando, o cargo
ser então ocupado, interinamente, pelo Ir Olympio de Souza Pitanga; por haver sido o
mentor intelectual daquela reforma, reitera-se, o Ir Henrique Valadares recebeu um
voto de louvor do Grande Capítulo do Rito Moderno, em Sessão realizada em 23 de
120
junho de 1892; mais tarde, a partir de 21 de junho de 1901 até seu falecimento, ele se
tornou Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente do Brasil e, automaticamente, Lugar-
Tenente Grande Comendador do Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito;
oficial do Exército, atingiu o Generalato e obteve reforma no posto de Marechal; era
muito influente, dentro e fora de nossa Ordem; manteve amizade pessoal com o
Marechal Floriano Vieira Peixoto).
conheço"(errado). "Não o (a) conheço" (certo). Por outro lado, lembremo-nos de que
são corretas as expressões: "Não lhe vi as virtudes" e "Não lhe conheço os métodos".
A primeira Viagem passou a ser, a partir do citado Ritual do Rito Moderno do Grande
Oriente do Brasil, de 1892 (e continua sendo) concernente à Infância e à Família. O 1º
Experto e outro Irmão seguravam o Candidato, que era impelido (“para a frente",
conforme estava escrito naquele Ritual, e assim continuou e continua, até hoje) por
aqueles dois Irmãos, que o haviam segurado por um dos braços e posto a outra mão
sobre o ombro. Dizia o referido Experto: "Meu filho, vinde comigo". Essa parte não foi
modificada. Todavia, o Ritual de 1999 explica que, se forem vários os Candidatos,
intervirão o 2° e o 3° Expertos e tantos outros Irmãos. Falando ao Candidato, quando
concluída a Viagem, o Venerável Mestre ensinava, em síntese, que ela simbolizava a
Infância, porque a criança, ao vir ao mundo, está nua, é fraca e sem condições de prover
às suas necessidades, cabendo ao homem e à mulher, que lhe proporcionaram a vida, o
"dever de dar satisfação ao seu direito". Continuando, o Venerável Mestre ensinava ao
Candidato que este, sem luz, incapaz de, sozinho, dar os primeiros passos, era
sustentado pelos dois Maçons que representavam os pais e que os três, juntos,
representavam a Família. Durante o percurso não havia qualquer obstáculo.
O próximo Capítulo talvez seja o penúltimo desta série. Dependerá do espaço gráfico
dedicado às outras Viagens (faltam duas) dos Rituais de 1892 e de 1999, porque
abordagens inevitáveis suscitarão novas digressões, que poderão torná-lo o
antepenúltimo. Por exemplo, este articulista não omitirá, no próximo Capítulo, a
influência do Ritual do Rito Moderno de 1892 sobre uma parte da simbologia da
primeira e da segunda Viagens pratica- das no Rito Escocês Antigo e Aceito das Grandes
Lojas Estaduais (assunto inédito!).
122
CAPÍTULO XX (PENÚLTIMO)
No citado Ritual de 1892 (diante do que já ficou bem esclarecido, é claro que estamos
tratando daquele elaborado pela Imprensa Nacional), terminado o segundo
interrogatório, começava a segunda Viagem, mais lenta do que a primeira. O Candidato
era conduzido por um dos Expertos (presume-se que fosse o Primeiro, apesar de não
estar escrito na segunda Viagem, mas estava escrito na primeira e na terceira), que lhe
dizia: "Meu discípulo, segui-me". Terminado o percurso, o Venerável Mestre perguntava
ao Candidato quais as suas impressões sobre o ato. Se fosse preciso (é assim que estava
escrito no Ritual), o Venerável Mestre, ajudando, estabelecia um paralelo entre aquela
Viagem e o binômio A Juventude - O Mestre, fazendo alusão ao "Mestre ou Professor",
em auxílio do pai e da mãe, que nem sempre estariam em condições de conseguir dar
ao adolescente e, "mais tarde ao mancebo", o conjunto de ensinamentos concernentes
à instrução geral. A intervenção constituiria uma segunda manifestação da solidariedade
humana. Concluindo, o Venerável Mestre dizia que o Maçom condutor do Candidato
estava representando o Mestre. Se este não interviesse, aquele teria seus passos
perdidos sem direção e sem fito.
deve ser dito sobre a segunda Viagem, porque, de um modo geral, foram igualmente
mantidas, em Rituais posteriores, as inovações trazidas pelo Ritual de 1892. No entanto,
apesar dessa manutenção, houve um acréscimo em sua parte final, igualmente com
base no respectivo texto do Ritual do Grande Oriente Lusitano, de modo que naquela
Viagem, feita com "menos dificuldades e embaraços do que na primeira", passaram a
existir, em sucessivos Rituais (todos posteriores a 1892), tinidos de armas (provocados
pelo "contínuo tinir de espadas"), simbolizando os combates para vencer a luta contra
o vício. Na falível opinião deste articulista, que não é psicólogo, só luta contra o vício
quem se vê ameaçado por ele.
Por cautela, para que não chegue a ser estabelecida a mínima dúvida, é oportuno
elucidar que as citadas cópias, provenientes do Ritual de 1892, do Rito Moderno do
Grande Oriente do Brasil, usadas em 1928 pelo Ir Mário Marinho de Carvalho Behring,
constituíam (e continuam a constituir) apenas uma parte do simbolismo da primeira
Viagem e uma parte do simbolismo da segunda Viagem, praticadas pelas Grandes Lojas
Estaduais. Porém, na maioria das considerações descritivas e simbólicas (essa maioria
124
abrange as três Viagens), o citado líder maçônico não copiou do Ritual do Rito Moderno
de 1892, mas, sim, do Ritual do Rito Escocês Antigo e Aceito, do Grande Oriente do
Brasil, impresso em 1922 na "Oficina da Escola Profissional Maçônica José Bonifácio",
Rua Paraguai, nº 72, Rio de Janeiro. O mencionado Ritual de 1922 era baseado no de
1857, igualmente do Rito Escocês Antigo e Aceito e do Grande Oriente do Brasil,
impresso em 1857 na "Tipographia Menezes", Rua do Cano (depois denominada Rua
Sete de Setembro), nº 165, Rio de Janeiro (obviamente, os Respeitáveis Irmãos Leitores
sabem que, em várias oportunidades, este articulista prefere manter a grafia original,
por exemplo: "Typographia", "Symbólica", "Escosseza" e "Ofjicina").
No próximo Capítulo (o último desta série, conforme já foi afirmado), será descrita a
terceira Viagem, de acordo com os Rituais do Rito Moderno de 1892 e de 1999, com
algumas considerações sobre o recebimento da Luz.
No Ritual de 1892, com a necessária clareza, está escrito: "Faz então dar três passos
para a frente, para o Oriente, depois, voltando à esquerda, seguem pelo Norte,
Occidente e Meio-dia, indo até o Oriente, d'onde o candidato volta a seu lugar, dando
para isso três passos e senta-se".
Porém, mais tarde, o texto foi modificado, e essa modificação continua no Ritual de
1999: "O (cada) Expfaráo candidato dar três passos para a frente, para o Or; depois,
voltando à esq, seguem pelo N; regressam ao Ocid e retoma seu lugar". Sim, todos
125
"seguem pelo N:." e todos "regressam ao Ocid ", mas quem "retoma seu lugar" é só o
"Candidato". Entre as expressões "regressam ao Ocid" e "retoma seu lugar", faltou a
expressão "O Candidato", que não aparece na regência do verbo "retomar". Não se diga
que estamos diante de "elipse do sujeito".
Terminada a focalizada Viagem, conforme anúncio que, no Ritual de 1892, era feito
pelo Primeiro Experto (e que assim continua no Ritual de 1999), o Venerável Mestre
determinava (nas Viagens anteriores ele perguntava, sem determinar) ao Candidato que
explicasse o simbolismo respectivo. No Ritual de 1999, não há essa determinação. O
Candidato permanece em silêncio, pois o Venerável Mestre, diretamente, lhe dá as
explicações. Entretanto, no Ritual de 1892, "sendo preciso", o Venerável Mestre
apresentava seu auxílio, explicando, em síntese, que aquela Viagem simbolizava a idade
madura, na qual, mesmo assim, continuava a ser necessário o socorro dos mais
enérgicos, mais sábios e mais instruídos, porque o homem, isolado, não poderia ter êxito
em nenhuma empresa importante; se oprimido pela injustiça ou vítima de um acidente
ou na indigência ou enfermo, necessitaria de socorro, sendo-lhe indispensáveis
conselhos e animações. No final das considerações, ficava esclarecido que elas
significavam a direção e o apoio proporcionados pelo homem (no caso, o Primeiro
Experto) que havia conduzido o Candidato naquela Viagem. Tais conceitos, com algumas
indisfarçáveis obviedades e, também, com algumas assertivas discutíveis, continuam
quase as mesmas no Ritual de 1999. Uma diferença está no fato (já vimos) de que o
Candidato não mais apresenta qualquer interpretação (e isso até já antes de 1999).
Outra diferença veremos a seguir:
significados semelhantes, estão ambos no singular e são pospostos ao verbo, que, por
essas razões, permanece no singular (quem sente atração pelos estudos literários,
especificamente no campo da arte poética, sabe que, se o incomparável bardo lusitano
usasse o verbo "ajudar" no plural, quebraria a métrica e estariam desfigurados os versos
decassílabos de sua referida e imorredoura obra).
Sendo oportuno este momento gráfico, merece um breve destaque o Ritual de 1983,
apesar de que ele não está englobado na presente série. Tal destaque é devido ao fato
de que, mesmo pertencendo ao Rito Moderno, aquele Ritual, na página 7, em nota de
rodapé, com um antecedente asterisco, estabelecia: “Em todas as sessões, o Livro da Lei
- a Bíblia - deverá estar sobre o Altar dos Compromissos (Capítulo lI, inciso III, letra 'h',
da Constituição do Grande Oriente do Brasil)". Não é surpreendente? No entanto, a
Constituição em referência, de 8 de agosto de 1981, não previa “Altar dos
Compromissos", mas sim “Altar dos Juramentos". Antes de mencionar o "Capítulo II", o
rodapé deveria ter esclarecido tratar-se do "Título I". Note-se, outrossim, que a
denominação de "Altar" era dada ao dos Compromissos (já vimos) e à Mesa do
Venerável Mestre.
Muitas vezes ao conversar com amigos mais próximos e os mesmo descobrirem que sou maçom,
querendo dar uma de entendidos, logo perguntam: "E você já é grau 33? Porque eu conheço
fulano que é grau 33 da maçonaria" . Porém quando falamos de maçonaria não podemos
generalizar o grau 33 para todos os Ritos praticados reconhecidos pelo GOB (Grande Oriente
do Brasil - Potência Maçônica Regular mais antiga e reconhecida do Brasil) este é o caso do Rito
Moderno, que é composto de 9 graus. Na realidade a forma mais correta é: 3 graus simbólicos e
5 ordens filosóficas.
Para ilustrar a minha explicação utilizarei figuras dos paramentos retirada do site do Atelier
Maçonico Triângulo da cidade de Balneário Camboriu - SC que você pode visitar clicando aqui.
Por fim após muito mais trabalho e estudo temos a honra de ser exaltados a MESTRE MAÇOM
(Este o Terceiro Grau)
129
Com isto atingimos os três graus simbólicos da Maçonaria - Estes três graus são os mesmo para
todos os Ritos, e são os três graus geridos e orientados por rituais expedidos pelos Grandes
Orientes.
A partir do 4o Grau os maçons do Rito Moderno operam geridos e orientados pelo Supremo
Conselho do Rito Moderno, representado atualmente pelo Soberno Grande Inspetor Geral do
Rito Moderno Ir:. José Maria Bonachi Batalla.
No Rito Moderno a expressão correta para os demais graus como mencionei são Ordens. Os
maçons então Trabalham nos Sublimes Capítulos (da primeira a quarta ordem), no Grandes
Conselhos (na quinta ordem - que tem jurisdição estadual) e no Supremo Conselho (tambem na
quinta ordem - que tem jurisdição Nacional e Internacional no caso do Brasil que é considerado
o Supremo Máter e divide com a França a presidência alternadamente de 3 em 3 anos).
RITO SCHRÖDER
IIrWerner Rinkus
Ubyrajara de Souza Filho
Os Rituais foram elaborados por uma Comissão presidida pelo Irmão FRIEDRICH
LUDWIG SCHRÖDER, nascido em 3 de novembro de 1744 e falecido em 3 de setembro
de 1816. Iniciado em 1774 no Rito da Estrita Observância, em 1785 foi eleito V.M. de
sua Loja Mãe, a "Emanuel Zur Maienblume", ficando no cargo até 1799. Entre 1794 e
1814 foi Deputado do Grão-Mestre (Grão-Mestre Adjunto) e, de 1814 a 1816, Grão-
Mestre da Grande Loja de Hamburgo e da Baixa Saxônia (naquela época a Alemanha
ainda não fora unificada).
O Ir∴ Schröder gozava de grande prestígio como Maçom e como profano (foi
considerado na época, "o maior ator que a Alemanha já teve") e era reconhecido como
um profundo conhecedor da História e dos Antigos Rituais da Maçonaria. Estudou
principalmente os livros "As Três Batidas Diferentes na Porta da Mais Antiga Franco-
Maçonaria – The Three Distinct Knocks at the Door of the Most Ancient Free-Masonry",
de autor desconhecido, sem dúvida o mais antigo ritual maçônico impresso; e
134
O Ir∴ Schröder entendia a Maçonaria como uma união de virtudes e não, uma
sociedade esotérica. Por isso, enfatizou no seu Ritual o ensinamento dos valores morais
e a difusão do puro espírito humanístico, dentro do verdadeiro amor fraternal.
Preservando a importância dos símbolos e resgatando o princípio que afirma ser "a
verdadeira Maçonaria a dos Três Graus de São João".
Pelo seu trabalho e exemplo, o Ir∴ Schröder é venerado e respeitado hoje, como no
passado, sendo homenageado pelas antigas Lojas alemãs e por Lojas e Irmãos de todo
o mundo.
• Todos os Irmãos usam chapéu ou cartola ("cilindro alto") e luvas brancas nas Sessões;
• O V.M., em visita a outras Lojas, usa na lapela esquerda, presa a uma fita azul, uma
comenda com um pequeno Esquadro;
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• Os Ex-Veneráveis, chamados Past Masters, usam na lapela esquerda, presa a uma fita
azul, uma comenda com a representação gráfica do 47° Problema de Euclides pendurada
a um pequeno Esquadro;
• Adota-se a "Noite dos Convidados", que é uma Sessão Branca Especial "a campo" (fora
do Templo e sem ritualística) para apresentar candidatos à Loja.
• Piso em um único nível (sem degraus) para Oriente e Ocidente (algumas Lojas –
inclusive a ABSALOM - adotam dois degraus para o Oriente e um terceiro degrau para o
Altar do V.M.);
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• A decoração do Templo pode ser simples, com teto e paredes na cor azul variando
apenas na tonalidade (pode-se também utilizar formas artísticas e arquitetônicas para
embelezar o Templo);
• Três Colunas (que podem ser das ordens Jônica, Dórica e Coríntia) encimadas por "Três
Grandes Velas" circundam o Tapete (algumas Lojas adotam três grandes castiçais);
• O Livro da Lei sobre o Altar (que é a própria a mesa do V.M.) permanece fechado;
• Na abertura da Loja, Compasso e Esquadro são armados pelo V.M. de acordo com o
Grau dos Trabalhos e colocados sobre o Livro da Lei;
• Ao lado e abaixo do Altar fica uma cadeira, a direita do V.M., para o G.M. ou seu
Deputado;
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• Ao lado e abaixo do Altar fica uma cadeira, a esquerda do V.M. , para o V.M. Adjunto
(Ex-V.M. mais moderno);
• Os Past Masters (Ex-Veneráveis Mestres, pois o Rito não usa a expressão M.I.) sentam-
se no fundo do Oriente, de frente para o Ocidente.
Algumas diferenças com o Rito Escocês Antigo e Aceito, pois o Rito Schröder NÃO utiliza:
• Colunas Zodiacais;
• Olho que Tudo Vê (substituído por um Triângulo com a letra G no centro, ou pelo
Compasso e Esquadro também com a letra G em seu centro);
• Estrela Flamígera;
• Corda de 81 Nós;
• Espadas;
• Espada Flamejante;
• Mar de Bronze;
Algumas diferenças com o Rito de York (Emulation Rite), pois o Rito Schröder NÃO
utiliza:
Os Rituais foram traduzidos dos originais revisados pela Loja ABSALOM DAS TRÊS
URTIGAS N.º 1 em 1960. Esta Oficina fundada em 1737, uma das mais antigas do mundo,
é jurisdicionada a Grande Loja dos Maçons Antigos, Livres e Aceitos da Alemanha.
142
Na Grande Loja dos Maçons Antigos Livres e Aceitos (que é uma das mais importantes
componentes da Potência Maçônica denominada Grandes Lojas Unidas da Alemanha)
estão em uso dois rituais oficiais e o uso de mais dois é permitido. A maioria das Lojas
trabalham no Rito Schröder na versão realizada em 1960.
A Grande Loja também publicou um ritual da Arte Real baseado na tradição Francesa,
com ambos os vigilantes colocados no Oeste e com a Acácia figurando no grau de
Mestre. As Lojas que pertenciam a hoje extinta Grande Loja Royal York, foram
autorizadas a trabalhar com seus antigos rituais baseados no texto reformado por
Fessler. Algumas Lojas da igualmente extinta Grande Loja "Zur Sonne" (traduzido: "Ao
Sol") continuam trabalhando pelos seus velhos rituais.
A cerimonia "Passing the Chair" (Passando pela Cadeira) nunca foi introduzida e nem
o "Real Arco" tem-lhe dado apoio. A Grande Loja Nacional dos Maçons da Alemanha
(outra componente da Grandes Lojas Unidas da Alemanha) ainda trabalha pelo sistema
Sueco, que consiste de 10 (dez) graus com um fundo pronunciadamente Cristão.
O Rito York Americano, trabalhado principalmente pelas Lojas Militares (Na Grandes
Lojas Unidas da Alemanha existem ainda uma Grande Loja Américo-Canadense e uma
Grande Loja dos Maçons Ingleses, cujos componentes em quase sua totalidade são
membros das tropas militares estacionadas na Alemanha) introduziu na Alemanha os
graus Crypticos e Templários. O Supremo Conselho do 33º para a Alemanha, trabalha
pelo Rito Antigo e Aceito, usualmente conhecido como Rito Escocês, parecido com o
Rito Escocês Retificado na França, que está se tornando popular de novo.
143
l.º) Restaurar a verdadeira e antiga Maçonaria, como nos foi trazida pelos nossos
antepassados e espalhada daqui por quase toda Alemanha, e que existiu em Hamburgo
até a reforma de 1765. Esforçar-se zelosamente para elevar seus propósitos a um nível
mais alto e fazer com que cada um dos seus ramos sejam mais úteis; isto deverá ser
alcançado, com amor pela pesquisa da Verdade, seguindo com a máxima sinceridade os
ensinamentos da sagrada religião Cristã e pondo fielmente em prática seus deveres.
144
2º) Melhorar a harmonia entre os Irmãos, procurando concentrar as quatro Lojas unidas
em duas, sendo uma Loja Alemã e outra Francesa, e permitir a seus membros elegerem
seus Mestres no Festival de São João.
3º) Trabalhar nos três graus da Arte Real de acordo com o Antigo Ritual Escocês dos
nossos antepassados, até que os Rituais organizados na Convenção Geral nos sejam
comunicados.
Para se ter uma idéia dos problemas que envolviam uma tal decisão, aqui estão
alguns exemplos das dificuldades com o Ritual que existiu em Hamburgo e em outras
partes. Estes eram tirados na sua maior parte da primeira edição do livro "Materialien
zur Geschichte der Freimaurerei" (Matéria para a Historia da Franco-Maçonaria), um
tratado composto do 1.400 páginas. Este trabalho é ainda uma mina de informações
para o historiador principalmente por causa dos documentos mencionados e cujos
originais agora não são mais acessíveis.
Schröder relata, por exemplo, sobre uma Loja da cidade de Dresden que se
compunha de membros da alta aristocracia, mas, entre os oficiais da Loja havia um
"cozinheiro-chefe" e um "Porta Caneco" e em 1743 bebidas eram servidas enquanto a
Loja estava aberta. Em 1744 dois Diáconos foram nomeados pela primeira vez na Loja
"Absalom" em Hamburgo, presumivelmente por causa das exposições que haviam
aparecido na Inglaterra e na França.
Era naquela época ainda costume de pagar ao Secretário um salário especial pelos
seus discursos, que apareciam depois impressos. O oficio de Orador veio para a
Alemanha da França. Naquele tempo, o primeiro e o segundo grau não eram mais
conferidos juntos em Hamburgo, por causa dos regulamentos que requeriam um
período entre eles de nove meses.
O compromisso de Aprendiz incluía a seguinte exigência: "Que ele devia amar seus
Irmãos e ainda promover seus melhores interesses por todos os modos". Esta frase
podia muito bem ter sido idealizada pela própria Loja; e se acha no Ritual até hoje.
A publicação da exposição "L' Ordre des Franc Maçons Trahi" (1745), fez a Loja "Aos
três Globos", trabalhando num Ritual Francês, introduzir uma mudança que não foi
145
Havia uma completa incerteza acerca da colocação da venda nos olhos. O candidato
geralmente era trazido para o interior da Loja com os seus olhos não vendados; o
procedimento correto aprenderam de Londres somente em 1763. Além do mais,
ninguém estava certo se as espadas eram para ser usadas dentro da Loja. (na França elas
eram consideradas como um símbolo de igualdade) ou se "fogo" deveria ser dado nos
banquetes. O processo de escrutínio também não era compreendido. Foi somente em
l763 que a Grande Loja Provincial de Hamburgo decidiu que cada Irmão que colocasse
uma bola preta na caixa do escrutínio, devia informar o Mestre dos motivos de assim ter
procedido, no prazo de 3 (três) dias. Isto é habitual na Alemanha, até hoje se até 3 (três)
bolas pretas aparecerem. Painéis da Loja desenhados em oleados somente apareceram
no fim do século 18; em 1765 o Cobridor ou um Irmão servente ainda tinha de fazer o
desenho com giz no chão. Um Diretor de Cerimônias foi pela primeira vez nomeado em
1774, embora na Alemanha e na França o seu titulo era de "Mestre de Cerimônias. Mais
ou menos nesta época os Diáconos foram renomeados de "Stewards".
Schröder fez uma observação ao pé da página: isto se refere ao Ritual usado antes de
1765, isto é, antes da introdução da Estrita Observância. Entretanto como não havia
então Ritual escrito, tornava-se impossível relembra-lo depois de 17 anos. De qualquer
maneira aquele Ritual não seria apropriado para o fim atual. Os balaustres da Loja
"Absalom" mostram que o Ritual inglês não era acuradamente conhecido mesmo antes
146
Uma vez que Schröder tomou as rédeas em suas mãos esta situação mudou
imediatamente. De agosto de 1786 em diante, a Grande Loja Provincial de Hamburgo
enviou regularmente os balaústres de suas reuniões para Londres. A intervenção do
Irmão, von Gräfe certamente tinha sido de grande ajuda nesta mudança. (UGL
Ms.26/B/B/7-27). Ele tinha ditado o Ritual Inglês para o Grande Secretário Provincial,
Irmão Beckmann. Em seu comentário, Schröder, faz a seguinte anotação:
....e assim temos agora um antigo Ritual comunicado para nós – exceto por algumas
alterações introduzidas pelo tempo e o desejo de melhorar. De acordo com este texto,
o 2ª Vigilante tem seu lugar no Sul; não havia nenhuma Estrela Flamígera e nem mais
espadas dentro da Loja. O Diretor Regional, von Exter, pois ele ainda detinha este cargo
na Estrita Observância, não trabalharia se as duas Colunas (Vigilantes) no Ocidente, sem
a Estrela Flamígera, sem o monte de terra e o galho de Acácia, sem as alusões e
promessas de uma Luz Superior e sem os vinte e mais itens muito preciosos para ele.
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Assim veio a Luz um Ritual até mesmo mais místico e mais pomposo do que esse da
Estrita Observância.
Estas observações contém uma importante indicação. O texto Gräfe não era bem
o mesmo, como o bem conhecido texto do Prichard que havia sido publicado em uma
edição Alemã em 1736 e que foi largamente utilizado pelas Lojas Alemãs e na França
pela versão Francesa. O Irmão N. B. Spencer já apontou isto no volume Ars Quatuor
Coronatorum nº 74: "O aparecimento regular de traduções de uma ou de outras
exposições bem conhecidas em Alemão ou Francês, encadernadas, com quase todas as
cópias dos livros Alemães da Constituição do Século 18, sugere de uma maneira taxativa,
que os Alemães estavam usando-os como guia para as suas cerimônias, assim como nos
usamos um moderno Ritual ou Monitor".
"Eu estou surpreso que você não achou nenhuma Loja em Londres na qual o 2º Vigilante
senta-se no Sul ou a tal conhecida Loja dos Antigos. Durante este ano já tivemos quatro
Irmãos de tais Lojas como visitantes."
Pelo amor de Deus, "Three Distinct Knocks (Jachim e Boaz é só uma reimpressão da
anterior) não deve se tornar conhecida porque o nosso ritual está baseado nele.
Portanto eu removi estes dois livros do catálogo de nossa biblioteca. È muito raro na
Alemanha e provavelmente na Inglaterra também.
Mas seu amigo sabia melhor; "Jachim e Boaz" é sempre reimpresso sem alteração, ele
tinha uma edição de 1800. No prefacio da edição de 1815 do seu livro "Materialien zur
Geschichte der Freimaurerei" (Materiais para a Historia da Franco-Maçonaria), Schröder
aponta que "Three Distinct Knocks" é o ritual que é trabalhado até hoje em dia por todas
as velhas Lojas Inglesas na Grã Bretanha, Ásia, África e América. Acerca de Prichard ele
diz que este foi o primeiro desvio do mais velho, isto é do "Three Distinct Knocks" mas
que tinha sido usado pela maioria das Lojas Alemãs. Os Rituais Franceses a maior parte
deles baseados em Prichard, foram as fontes dos Rituais de Zinnendorf e Sueco, cujos
sistemas haviam aceitado os "Altos Graus" da França, também eram conhecidos por
Schröder. Os "Altos Graus" reproduzidos nesta coleção, não são de nenhum interesse
aqui, mas deve-se dizer que o trabalho total é até hoje uma rara fonte de pesquisa
ritualística. Como este trabalho foi destinado somente aos membros do "Circulo
Interno", a edição não podia consistir de mais de cem cópias e por isto é que se trata de
uma Obra rara e que não foi totalmente registrada por Taute e Wolfstieg que
produziram uma Bibliografia Maçônica. Assim há muita razão em ser grato a Grande Loja
Nacional da Dinamarca por ter liberado sua cópia para fazer-se uma reprodução
fotográfica em 1976, que foi limitada a uma edição de trezentas cópias e não está
149
Ele sentia profundamente que princípios éticos e morais eram a essência da Maçonaria
e ele os formulava com grande cuidado e em colaboração com os mais educados Maçons
do seu tempo. Isto dá ao seu Ritual um caráter particular próprio, expressando as
tendências espirituais da Alemanha por volta do século 18. A tendência para a
Maçonaria Cavalheiresca ou Templária, com um forte conteúdo Cristão e até mesmo
Católico Romano, tinha desaparecido. Fortaleceu-se a tendência de que, moral elevada
e princípios éticos, deveriam ser as essenciais caraterísticas da Arte Real.
Schröder, bem conhecido e respeitado como era, tanto profissionalmente como Diretor
de um teatro de alta reputação e, também como Maçom, estava em contato com Irmãos
proeminentes e os familiarizava com os seus planos. Sua correspondência com seus
"Muitos confiantes Irmãos" por todo o norte da Alemanha. era parcialmente escrita em
um código que foi tirado da Estrita Observância e usado com sua própria frase chave, a
qual foi descoberta recentemente. Os princípios básicos seguidos pelos dois
reformadores da Arte Real na Alemanha, por uma iniciativa paralela, foram lançados por
Fessler em Berlim e sua linha de ação será mencionada mais tarde - pode melhor ser
compreendida estudando-se a introdução do "COMPACT" da Grande Associação
Maçônica de 1801 entre a Grande Loja Provincial de Hamburgo e a Grande Loja Royal
York de Berlim a qual Fessler pertencia. Embora este texto tenha sido traçado por Fessler
e não por Schröder, o conteúdo reflete fielmente as idéias do último:
150
3º) As Grandes Lojas Provinciais Unidas não reconhecem na Fraternidade Maçônica o tal
chamado propósito ou desígnio secreto que se diz possuir e além dos três graus de São
João. Para elas o objetivo da Fraternidade Maçônica é o mesmo: prática, manutenção e
crescimento comum da Arte; tudo isto visto pela luz de sua pura tendência moral. Isto
os mais esclarecido Irmãos tem em todos os tempos reconhecido.
4º) Como não mais se pode deixar aos caprichos de Maçons isolados ou Lojas em
particular, a decisão e definição da natureza e tendência da Maçonaria, as Grandes Lojas
Provinciais Unidas estão convencidas de que o mais velho Ritual Inglês dos três graus é
o único em que podemos confiar como fonte histórica e para compreensão da natureza
e evolução da Franco-Maçonaria.
Pode nesta conjuntura ser de interesse mencionar uma opinião não favorável a
Schröder; é a de um Pastor Protestante ortodoxo e ex-membro da Loja de Leipzig. De
acordo com Taute este ex-Irmão, Professor Lindner deixou a Loja por causa de sua
ambição não satisfeita e publicou um trabalho no qual apresentava Maçonaria e Religião
num falso relacionamento ainda que um pouco melhor do que fez o Reverendo Walton
Hannah em nosso dias. Assim o Professor e ex-Irmão Lindner escreve:
151
Eu tenho ... impressão que o melhor do "Iluminati" foi aceito em sua (de Schröder) forma
de Maçonaria, mas é ainda necessário mostrar-se que a forma de Schröder não se
enquadra na dominante cultura do tempo atual, embora seja mais profunda que outras.
Ele nos mostra uma espécie de ecletismo enfeitado com alguma filosofia de Kant, mas
não há realmente nada de original ou genuíno. Sua secretividade sobre assuntos
publicamente conhecidos é bem desorientadora. Tudo isto se pode chamar uma
filosofia de rigorismo moral, tendo nela disseminado algumas demonstrações de
caridade.
Uma importante contribuição para o trabalho de Schröder, veio de seu amigo de longos
anos, Professor Friedrich Ludwig Wilhelm Meyer (1759-1840). Ele era um gentil-homem
de vida independente tendo muito viajado por toda Europa e Inglaterra. Na
Universidade de Göttingen ele foi tutor dos Duques de Sussex, Cumberland e
Cambridge. Existem evidências de que seus talentos e habilidades lingüísticas foram
usados muitas vezes pelo Rei da Prússia e seus ministros, que o empregaram como
agente político secreto. Meyer era Franco-Maçom e foi membro da Loja "Pilgrim" em
Londres de 1789 a 1791. Felizmente pode ser consultada sua enorme correspondência,
particularmente essa com Schröder. Quando ele não estava viajando vivia numa
pequena cidade na então parte dinamarquesa de Holsatia e só recentemente cerca de
152
700 cartas foram descobertas nos arquivos do Estado de Hamburgo. Destas, agora
sabemos que Meyer traduziu a maior parte dos textos Ingleses e Franceses que seu
amigo Schröder usou. Schröder aceitava os argumentos e sugestões de Meyer de bom
grado.
Levaria muito tempo para examinar mais de perto o relacionamento entre Schröder e o
Irmão Ignaz Aurelius Fessler (1756-1839). Fessler nascera na Hungria. Educado pelos
Dominicanos ele tornou-se professor de Historia e Línguas antigas, o que lhe deu grande
reputação. Em seguida a uma crise pessoal e espiritual na meia idade, tornou-se Franco-
Maçom, converteu-se ao protestantismo e morreu velho como Chefe da Igreja
Protestante Russa. Durante sua estada em Berlim, empreendeu a Reforma dos Rituais
da Grande Loja Royal York de forma a restabelecer a pura Arte Maçônica ou pelo menos
separa-la dos "Altos Graus". Neste contexto deve ser lembrado que os sistemas então
existentes eram baseados nos sistemas hierárquicos; as Lojas eram totalmente
subservientes a um corpo mais alto e não tinham autonomia, nem ao menos para a
eleição de seus oficiais. Fessler estava muito bem informado sobre os diferentes
sistemas, porquanto ele tinha, ao contrario de Schröder, sido admitido a maior parte
dos "Altos Graus". Numa carta a um amigo ele declara que possuía uma tradução do
"Three Distinct Knocks" que ele pensava que era o Ritual de velha Loja Inglesa em York;
esta confusão entre os Antigos e a efêmera Grande Loja de York é freqüentemente
encontrada na Literatura Maçônica Alemã do período de Fessler. Entretanto, ele não
usou este texto para os seus Rituais reformados, mas baseou seu trabalho parcialmente
sobre o tal chamado "Ritual de Praga", verificando que sua origem vinha dos textos
Franceses baseados em Prichard. Como este Ritual desempenhou um importante papel
na reforma da Arte Maçônica Alemã, vale a pena considera-lo rapidamente. Seus
integrantes eram membros de uma Loja de Praga chamada "Zur Wahrheit und Einigkeit
zu den drei gekrönten Säulen" (A Verdade e União das três Colunas coroadas) fundada
ao redor de 1784 da fusão de duas Lojas mais antigas como o nome indica. Em 1794, a
Loja publicou um Livro contendo a Constituição e os Rituais da Arte um volume de mais
de 400 páginas que não faz referencia a Constituição Inglesa, mas a concepção dela, da
própria Loja. De início é afirmado que a Loja é uma "Republica Democrática". A conexão
com eventos na França é óbvio (1794), mas é surpreendente que este livro foi impresso
na Áustria Imperial e não na França. O Ritual introduzido em 1788 está baseado no
sistema Zinnendorf (Sueco), mas com mudanças nas explanações morais dos símbolos
numa linguagem mais concisa. Não era para haver nenhuma influência, ou seja lá o que
for, dos tais chamados "Altos Graus" nas Lojas da Arte e o "Iluminati" é apontado como
sendo totalmente uma organização Antí-Maçônica. "De tempo imemorial" é dito que os
"não Cristãos" não poderiam ser admitidos, mas uma interessante exceção foi feita no
caso de membros da "Seita Sociniana" que foram exilados da Polônia. Esta seita era
153
Não deveria ele (Fessler) e seu tão meticuloso amigo Mossdorf, saber que o lugar
Essinger não existe? Somente uma coisa em todo o livro me chamou atenção – The Old
Charges da Constituição de York. Seu estilo e conteúdo são obviamente mais novos que
o texto de Anderson, que por si é mais novo que aquele publicado por Preston na sua
"Ilustrations".
Havia ainda um outro eminente Franco-Maçom com quem Schröder mantinha contato
e cujos conselhos freqüentemente seguia. Este era Johann Gottfried Herder (l744-1803)
cujas correspondências com Schröder dos anos de 1799 a 1802 estão parcialmente
acessíveis em uma publicação do Irmão Wiebe de Hamburgo e em um certo numero de
cartas não publicadas existentes nos arquivos do Estado da Prússia em Berlim. Quando
o exercito Francês ocupou Hamburgo no ano de 1808, Schröder infelizmente destruiu a
maior parte de seus papeis. Sabe-se, por intermedio de outras fontes, que a primeira
versão do Ritual de Schröder introduzido em 1801, continha um certo número de
canções escritas ou pelo menos trabalhadas por Herder. A maior parte delas não foram
incluídas na versão de 1816, pois que a prática de cantar em Loja havia se tornado menos
popular. Os textos disponíveis de hoje são em prosa somente, mas eles tem o espirito
do gênio de Herder.
154
Schröder e Fessler trocaram cópias de seus Rituais, porém o último comentou, que os
Irmãos de Berlim acostumados ao Ritual Francês não apreciariam a simplicidade do
texto de Schröder. Ambas as versões foram enviadas por Schröder aos seus outros
amigos e conselheiros e os mesmos preferiram o seu (de Schröder). Depois de certas
pequenas modificações, Schröder submeteu seu texto aos Mestres de Hamburgo em 29
de junho de 1801 que o adotaram por unanimidade. Depois de mais uma revisão de
certas passagens, que não tinham concordância com a cerimonia, foi impressa uma
edição limitada para as Lojas de Hamburgo e uma edição, maior foi editada em 1816
para todas as Lojas Alemãs. Desta edição existe somente uma cópia pertencente a uma
Loja na cidade de Celle, cujo exemplar felizmente tem sido possível estudar. Este texto
não contém nada de místico ou oculto, mas retém a simplicidade do original Inglês.
Incluído o pensamento alemão da época expressa um texto de alto fervor moral aliado
a um generoso espírito de princípios Humanitários.
Do que esta acima escrito, podemos concluir de que o texto revisado do Rito da Estrita
Observância - que era ainda o oficial - estava agora em concordância com a usança
Inglesa.
A linha de ação de Schröder estava encerrada consigo mesmo. Mas, ele tinha de
conseguir a aprovação, primeiro da Comissão de Elaboração e depois das Lojas da
Jurisdição de Hamburgo. Isto não foi obtido sem dificuldade. O Irmão Sieveking, um
155
cidadão respeitável e Venerável da Loja "São Jorge" declarou em seu discurso inaugural
em 1789, que as usanças, símbolos e obrigações eram uma farsa e que nenhuma pessoa
sensata deveria dar qualquer valor a elas. Ele somente seria Venerável da Loja, se tudo
isso fosse mudado e o Ritual como conhecemos fosse abandonado. Schröder ficou muito
chocado com essa atitude e quatro semanas após, num discurso enérgico aos Irmãos de
Hamburgo disse:
Acabar com os símbolos significa acabar com a Maçonaria. ... É legal tirar conclusões
adversas dos abusos, contra o todo? Aquele que olha para os hieróglifos como uma
farsa, tem primeiro que nos convencer, em termos não incertos. Meus Irmãos,
considerem antes de tudo, as primeiras lições tiradas das vidas virtuosas de homens
sábios, de estabilidade, de prudência e de sigilo e que nos foram ensinados no primeiro
grau. Pensem nestes grandes preceitos e nos subsequentes modelos! Tudo isto é
baseado na farsa? Mesmos se os velhos costumes não tem mais valor que as práticas
das Guildas dos Maçons trabalhadores da Pedra, mesmo se a interpretação delas é
inteiramente inútil .... é o bastante, elas são a base material da qual a grande corrente
da Fraternidade foi formada e enquanto não permitirmos mudanças maiores, enquanto
permanecermos com o sistema Inglês, por todo este tempo, nossas reuniões estarão
absolutamente livres da intromissão do misticismo, Iluminati e de outros sonhadores.
Não antes de 1791 foi possível se livrar dos Corpos governantes dos "Altos Graus",
introduzidos pelo Rito da Estrita Observância, e do qual os Irmãos estavam ficando cada
vez mais cansados. Seu dirigente era o Irmão, von Exter, que ao mesmo tempo era Grão-
Mestre Provincial sob a Constituição Inglesa. Havia também problemas financeiros para
serem resolvidos porquanto estes Corpos eram responsáveis pela administração das
Lojas da Arte. Ao final, aos "Old Scots", aos "velhos Escoceses", como eles se intitulavam,
foi pago uma certa soma em dinheiro tirado do Fundo Geral.
Desde o começo, Schröder, não se tinha restringido a organizar um novo Ritual, somente
para Hamburgo; ele sempre teve em mente que o mesmo servisse todas as Lojas de
língua Alemã. Algo como um vácuo havia surgido com o colapso do Rito da Estrita
Observância e nesta oportunidade o sistema Sueco do Irmão Zinnendorf, tentou se
introduzir. Nesse tempo houve somente uma outra Grande Loja Provincial sob a
Constituição Ing1esa, era em Frankfurt, trabalhando do mesmo modo que Schröder; Os
Graus simbólicos tinham que concordar com a usança inglesa, mas cada Loja estava livre
para trabalhar qualquer dos "Altos Graus" e isto levou naturalmente, exatamente para
aquelas dificuldades que Schröder conseguiu evitar em Hamburgo. Tem que se salientar
156
que ele de modo nenhum desejou criar um novo sistema próprio. Assim ele se
manifestou em uma carta a Meyer:
É verdade que eu firmemente acredito que uma Loja de acordo com a antiga usança
maçônica não precise de uma Constituição para sua legal existência. Como as coisas
estão, entretanto, eu concordo com você de que é aconselhável ter uma Carta
Constitutiva de uma fonte de Franco-Maçonaria mais nova, e eu estou convencido que
– se tal coisa for negligenciada – estaríamos abertos para toda a sorte de tapeações e
farsas.
Agora deixemos Schröder com suas viagens, durante as quais ele apresentou seu novo
Ritual com sucesso em muitas Lojas sob a Constituição de Hamburgo, ou na sua casa de
campo estudando o material que ele tinha colecionado. Em seguida examinaremos as
fontes de onde ele tirou o material.
A primeira Grande Loja da Inglaterra nunca tinha publicado um Ritual autorizado, pois
era um dos princípios básicos que os trabalhos das cerimonias devem ser apresentados
de cor. O rápido crescimento da Maçonaria, no Continente Europeu de 1730 em diante,
propiciou inevitavelmente a publicação das tais chamadas "exposições" que alegavam
ser textos "autênticos" das cerimonias. Como muitos trabalhos foram publicados sobre
este assunto, é desnecessário tratarmos desta matéria. Qual foi o problema que
Schröder teve que superar, não tendo a possibilidade de trabalhar com um genuíno e
autentico texto?
157
Uma pergunta imediatamente surge: Porque ele mesmo não foi a Londres? Como
homem de trinta ou mais anos de experiência teatral, não deveria haver nenhum
problema para ele memorizar todos os textos de que necessitasse. Ele se apresentaria
aos "Modernos" de onde Hamburgo tinha uma Carta Constitutiva. Mas é bem possível
que ele poderia ter caído nas mãos de Preston ou Dermott. Sabemos que ele havia
planejado uma viagem a Londres levando consigo o amigo Meyer, porque ele falava
apenas pouco inglês, mas tudo acabou em nada. Uma outra pergunta é: porque ele não
pediu a para outro Irmão, que iria a Londres a negócios, para obter as informações que
ele necessitava? Porque ele também não pediu a um dos Irmãos Ingleses que eram
visitantes? Não há resposta, mas é conhecido que ele possuía todas as exposições
existentes, tanto Inglesas como Francesas, que ele estava intrigado pelas publicações de
Preston e que ele estava ciente da existência de duas Grandes Lojas rivais. Entretanto,
ele não sabia, como a maior parte do povo do seu tempo, a real origem dos "Antigos" e
ele parece ter acreditado que eles usavam um sistema de trabalho mais antigo que
aquele dos "Modernos".
Deve ter sido desconcertante para Schröder, achando seu caminho através dos textos a
sua disposição, notar a posição dos Vigilantes, a inversão das Colunas "J" e "B" e, entre
muitas outras diferenças entre "Prichard" e "Three Distinct Knocks". É interessante
notar que depois da União na Inglaterra, nenhuma mudança foi feita no Ritual de
Schröder. Quando seu sucessor como Grão-Mestre Provincial comunicou a Londres a
notícia da morte de Schröder, numa carta datada de 08 de outubro 1816, ele fez um
certo destaque dizendo:
Ele considerou o livro Inglês da Constituição e o velho Ritual Inglês, como as únicas
fontes do fim e da essência da Maçonaria. Ele informou as Lojas sob a nossa jurisdição
e muitas outras sobre isto e em 1801, ele as induziu a adotarem o velho Ritual. Este
texto entretanto foi modificado de forma a reduzir tanto quanto possível as
discrepâncias com aqueles de outras Lojas. Nós, portanto, mantivemos as palavras da
Maçonaria mais moderna, por serem de usança comum no Continente e mais alguns
detalhes. Hoje, trinta Lojas na Alemanha, e seis na Rússia, trabalham com este Ritual,
preferindo o velho Ritual a todos os outros. Schröder muito se lastimou, que as palavras
que haviam sido mudadas no seu Ritual de forma a concordar com a usança Continental,
foram agora restauradas para a velha forma na Inglaterra, conduzindo à situação
desafortunada, que outras palavras, a maior parte desconhecidas no Continente, estão
agora sendo usadas na Inglaterra.
158
Bem, se em todas as velhas Lojas Inglesas, mesmo naquelas trabalhando como na versão
de Prichard, o Aprendiz recebe o seu salário na coluna "J" e o Companheiro na "B",
porque Bode não interpreta "J" e "B" como "Ignatius Benedictus" que estaria mais de
acordo com sua teoria?
Neste contexto, um breve comentário sobre este problema particular pode ser útil. No
tempo de Schröder, depois da dissolução da Sociedade de Jesus em 1773, uma reação
muito forte contra este Corpo Religioso tinha se espalhado por todo o Continente
Europeu e não somente pelos Países Protestantes. Seus membros foram acusados de
tentarem se infiltrar na Franco-Maçonaria, principalmente com o graus Cavalheirescos
e Templários. Schröder e muitos de seus amigos foram influenciados por esta reação e
muitos panfletos foram editados atacando ex-membros da Sociedade com grande
violência. Muitos eminentes contemporâneos como Lessing, Barão Knigge, Biester e
Nicolai na Alemanha, De Bonneville, Ragon e Rebold na França e Capitão Smith na
Inglaterra, tomaram parte nesta campanha anti-Jesuítica. Um dos principais argumentos
foi, que a Franco-Maçonaria havia sido organizada na Inglaterra pelos Jesuítas, como um
movimento anti-Protestante da Igreja Católica Romana. De Bonnevilie, por exemplo,
acreditou que a exposição de Prichard era de origem Jesuítica, assim como também o
Irmão Bode, conforme explicou num longo memorando ao Duque de Brunswick,
Soberano do Rito da Estrita Observância. Ele, tentou provar que cada simples elemento
ritualístico continha uma alusão a Roma, a Becket ou aos Jacobitas. Suas referencias
eram dos Rituais baseados em Prichard. Quando Schröder chamou sua atenção ao
"Three Distinct Knocks", Bode respondeu:
Eu mesmo tenho "Three Distinct Knocks" mas não o acho muita coisa. Acredite na minha
palavra, na realidade os rufiões são nem mais nem menos que os Reformadores do
século 16 e que H. A. não é mais que a hierarquia Romana.
Schröder, como um homem equilibrado, não seguia seus amigos até este ponto; ele
lembrou a Bode que nas antigas Lojas não havia Altar, mas apenas uma simples mesa
159
para colocar o Livro da S.L. De qualquer maneira Schröder decidiu usar o "Three Distinct
Knocks" como material básico do seu trabalho. Ele tinha um grande numero de Rituais
e Catecismos impressos de origem Inglesa, Francesa e Alemã a sua disposição, pois todas
as Lojas Continentais trabalhavam com o texto impresso e ainda hoje assim o fazem.
Teria sido interessante se tivesse sido possível apresentar o texto do "Three Distinct
Knocks" junto com o texto final de Schröder de 1816 na forma de um resumo. De
qualquer modo, como este texto representa, com algumas adaptações de linguagem, o
Ritual usado hoje pela maioria das Lojas de língua Alemã, incluindo a Loja "Pilgrim" de
Londres, seria impróprio assim fazer. O Irmão Milborne em seu importante trabalho
apresentado no Livro "Ars Quatuor Coronatorum" nº 78, publicou um resumo, mas,
ambos seus documentos básicos eram exposições, enquanto neste caso, uma exposição
havia sido transformado em um autentico Ritual. Contudo esta bem claro nos
comentários feitos por Schröder, que ele tinha idéias próprias e uma concepção clara do
que ele deveria inserir na estrutura do "Three Distinct Knocks", e portanto, estes
comentários serão dentro do possível dados em extenso. Aqueles que gostariam de
fazer um estudo mais minucioso devem ter como referencia uma cópia do Ritual de
Schröder do ano de 1816. As idéias de Schröder se tornam obvias pela leitura atenta do
seu próprio texto. As citações são da edição de 1815 do seu "Materialien zur Geschichte
der Freimaurerei (Matéria para a Historia da Franco-Maçonaria), e que daremos a baixo:
Eu espero que o Ritual completo explanará melhor minha própria opinião, do que os
fragmentos dos primeiros parágrafos. Não deve ser esquecido que eu de modo algum,
considero que este ritual ("Three Distinct Knocks") seja o original. Talvez se tenha
desenvolvido gradualmente a uma certa perfeição, pois deve ter sofrido mudanças, pelo
menos quando a Igreja Protestante tornou-se dominante. As Lojas Unidas (isto é,
aquelas de Hamburgo e Berlim) já conhecem este Ritual de uma coleção de textos, mas
as observações neles servem somente para mostrar a diferença entre a velha e a nova
Franco-Maçonaria e eu não podia levantar todo o véu. Portanto, eu agora apresento
para os meus leitores uma tradução consciente, para que se faça um exame
conveniente. O pequeno livro abriu os meus olhos e faz as minhas afirmações altamente
prováveis é chamado: "Three Distinct Knocks at the Door of the most Ancient
Freemasonry" (As Três Batidas Diferentes na Porta da mais Antiga Franco-Maçonaria".
Damos abaixo o prefacio do "Three Distinct Knocks" que é importante porque conclui
assim no fim:
160
Depois eu fui convidado para ir a uma Loja Irlandesa que se denominavam os mais
antigos Maçons e que mantém sua Grande Loja na Taverna dos Cinco Sinos no Strand e
que é todo o assunto deste livro, e não o outro, porque já há um livro publicado chamado
"Masonry Dissected (Maçonaria Dissecada) que foi publicado no ano de 1700 (sic) e eu
acredito que era toda Maçonaria que se fazia usar naquele tempo; mas não é nem a
metade do que é usado agora, embora seja o melhor que já foi escrito sobre o assunto
antes disso.
Antes dele dizer alguma coisa, ele tinha de ser instruído. Parece que ele tinha estado
ajoelhado até então. Diversas razões me levam a duvidar, que nesse original arranjo,
nenhuma palavra foi dita sobre o Templo Salomônico. Como é que neste Ritual e no
Catecismo de Prichard, "B" vem antes de "J"? "B" era sênior e "J" júnior e na Bíblia
também a ordem é "J" e "B". Dr. Kause corretamente diz que deve ser "J" porque "ele
será elevado". Pose-se suspeitar que a mudança na Ordem começou, senão no começo,
então depois de 1725, quando o primeiro e o segundo grau eram dados juntos; a
verdade pode-se encontrar nos documentos na Primeira Grande Loja da Inglaterra antes
de 1725.
Alguns anos antes, quando todos esses problemas já se achavam em sua mente,
Schröder havia escrito uma longa carta ao Grande Secretário, Irmão White, em Londres,
solicitando detalhes ritualísticos. Esta carta, prova, que embora ele estava ciente sobre
a existência das duas Grandes Lojas, ele não sabia as causas do surgimento dos
"Antigos". O rascunho foi enviado a Meyer para traduzir; Meyer devolveu com este
comentário: "White certamente fará o melhor possível para ser explicito na sua
resposta, mas se ele é forçado a ficar calado, isto é, confessar sua ignorância, então
sabemos pelo menos que não podemos esperar muito de lá".
Era somente natural, que nenhuma resposta se recebeu de Londres. A Grande Loja,
naturalmente, declinaria de discutir assuntos concernentes ao Corpo rival e de qualquer
modo, não estaria de acordo com o hábito inglês de discutir questões do Ritual por
escrito e muito menos com um Irmão desconhecido.
Toda esta aparelhagem não é bem adequada para um homem educado. Poderia ter sido
inventada somente para as classes baixas e a resposta do Aprendiz confirma isto sem
dúvida. Por outro lado, nenhum Construtor ou Mestre de Obras poderiam ter inventado
isto, teriam eles tratado ou punido seus vigorosos trabalhadores desse modo.
162
Aqui vemos a influência de Herder bem clara. Num memorando para o rascunho de
Schröder, ele escreveu:
Não pode ser negado, que o todo das cerimônias dos Maçons Operativos, são para nós
estranhas e fora de moda e não contém nada de inspirador. Já no fim do século (17) isto
foi sentido mesmo na Inglaterra onde as tradições das várias Artes eram tidas em alta
estima. Portanto os símbolos mais finos de, por ex. Arquitetura, foram adicionados aos
símbolos da pura Arte Operativa. Tomando isto em consideração, devemos evitar
qualquer coisa grosseira; mesmo as perambulações não devem ser chamadas de provas
perigosas e escabrosas .... Somente com muita cautela podemos preservar essas velhas
usanças que ficaram para trás.
No "Three Distinct Knocks" ao joelho nu e uma explicação que até mesmo o autor
anônimo acha uma "tolice". Schröder comenta que a resposta não é uma sensível
espiritualização particular".
Durante o tempo em que analisava os textos que tinha em sua frente, Schröder nunca
deixou de pedir conselho a Meyer. Por exemplo, quando ele procurou explanações do
Compasso sobre o volume da Sagrada Lei. Meyer sentiu que a tradução das palavras
"para nos conservar", em alemão só podia significar "para todos os homens e
especialmente a um Irmão". Em outras palavras as Três Grandes Luzes são símbolos de
nosso dever para com Deus, para nós mesmos e para com nosso próximo. O símbolo de
163
união com os nossos Irmãos, e a forma da própria Loja, um retângulo. De acordo com o
velho Ritual, o Compasso não e para desenhar, nem para unir, mas, para medir e
determinar limites. Para nos conservar sujeitos, nada mais significa que preservarmo-
nos dentro de limites. O Esquadro determina a precisão dos nossos passos para com nós
mesmos. Assim o Volume da Sagrada Lei, deve simbolizar uma crença num Ser Superior,
numa ordem do mundo mais elevada porque seria supérfluo deixá-lo simbolizar moral,
porquanto o Esquadro e Compasso estão lá para esse fim.
BIBLIOGRAFIA:
Revista Theorema, Ano 4, N.º 19, da Loja Pitágoras II, Or de Brasília, DF
Rituais do Rito de Sschröeder editados pela Grande Loja do Estado do Espírito Santo
O Rito Schröder
Ir Ari de Sousa Lima (*)
O Rito Schröder nasceu no século XVIII o “Século das Luzes”, auge do Iluminismo,
quando pensadores como Schröder, Goethe, Herder, Schiller, Voltaire e o Imperador
Frederico II, semearam os conceitos de Igualdade e Fraternidade entre todos os homens,
independente de nacionalidade, raça, credo ou posição social.
164
Privava desde a mais tenra idade com a nobreza germânica e, depois, com os mais
proeminentes homens do seu tempo: Herder, Lessing, Goethe, Fessler, Schiller, e era por
todos admirado e respeitado.
Iniciado aos 29 anos na Loja “Emanuel” do Rito Estrita Observância, dominante na época,
num período em que o caráter da Franco-Maçonaria Inglesa como originalmente
introduzida em Hamburgo tinha se perdido. Lojas dominadas pelo misticismo, alquimia,
Rosa-Cruzes e Iluminados e este, introduziu formas de cavalheirismo e "Altos Graus"
importados da França. Este, de forma sintética, o quadro caótico da Maçonaria Alemã na
época.
O Ir. Schröder acreditava que a Caridade era a manifestação concreta do ideal maçônico.
Era humanitário por excelência e para tal, criou um consórcio para o bem geral (modelo
165
de cooperativa), pesquisas maçônicas e administração das Lojas que, entre outras obras,
financiou a construção do Hospital Maçônico de Hamburgo e da Fundação Pró-criança
(ainda existentes) e de uma caixa de pensão para atores, esta constituída com uma parcela
de sua fortuna pessoal.
O TEMPLO
Todos os Irmãos se apresentam em Loja em traje social, com luvas brancas e cartola.
Em Loja nenhum Irmão tira a cartola como um sinal de respeito. A espada e o punhal não
são usados em Loja. Se alguém comparecer com arma, esta é recolhida e entregue após o
trabalho.
Todo o membro da Loja porta o seu distintivo de membro preso a uma fita na cor azul-
claro no lado esquerdo do peito.
Sobre o Altar, encontra-se a Bíblia fechada, sobre ela o Esquadro com o vértice voltado
para o Ocidente, e o Compasso, aberto em ângulo reto, cujas pontas apontam para o
Ocidente e ficam encobertas pelo Esquadro; o Ritual, o Malhete e uma vela pequena, com
a qual, posteriormente, são acesas as velas sobre as mesas dos Vigilantes. Na Iniciação, é
colocado diante do Altar um banquinho para o Compromisso.
Cada um dos Vigilantes senta-se junto à sua coluna à orla do Tapete, numa mesa,
guarnecida com Malhete, ritual e uma vela, onde é acesa a vela grande. O 1o Vigilante,
junto à Coluna Noroeste e o
Sobre a mesa do Tesoureiro ao Nordeste, estão: uma vela e a esmoleira. Nas votações
secretas aí fica a caixa do escrutínio que é de responsabilidade do Primeiro Diácono. Na
iniciação, aí também fica o avental, o distintivo da Loja para o novo Irmão e as luvas
brancas femininas.
Cada Diácono porta um bastão branco de dois metros na condução dos Irmãos.
PLANTA DO TEMPLO
Legenda
1 - Venerável Mestre
2 - 1o Vigilante
3 - 2o Vigilante
4 - 1o Diácono
5 - 2o Diácono
6 - Secretário
7 - Tesoureiro
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8 - Orador
9 - Guarda do Templo
10 - Preparador
A - Altar
B - Banquinho
C - Coluna do Nordeste
D - Coluna do Sul
E - Coluna do Noroeste
F - Mesa do Tesoureiro
G - Mesa do Secretário
H - Mesa do 1o Vigilante
I - Mesa do 2o Vigilante
J - Grupos de Irmãos
L - Tapete
M - Pavilhão Nacional
Observações:
1. – O Templo é, em princípio, num só plano.
5. – O Mestre de Harmonia fica em local onde possa exercer melhor sua função.
8. – Aos lados do Altar, com a frente para o Ocidente, ficam os Grandes Oficiais,
Veneráveis Mestres e Mestres Instalados visitantes.
9. – Não havendo lugar no Oriente, a primeira fileira do lado Sul é reservada como lugares
de Honra.
10. – Os Oficiais da Loja ficam fora do Oriente e na frente dos grupos de Irmãos.
A ABERTURA DA LOJA
O Venerável Mestre deve estar no Templo, em regra, uma hora antes do início do
Trabalho para poder despachar com seus Oficiais sobre os assuntos de sua agenda para o
Trabalho e para contatar com os Irmãos que desejarem apresentar algum trabalho, pois
ninguém pode se manifestar sem o seu conhecimento prévio e autorização.
A coisa mais desagradável que existe é constatar, durante a abertura da Loja, a falta de
cadeiras para autoridades e convidados, falta de instrumentos de trabalho, Oficiais sem
os colares, cargos não preenchidos, entre outros. Aí começa o corre-corre, o improviso, a
procura desenfreada por objetos faltantes. Tudo isso, desarmoniza a Loja, prejudica o
início dos trabalhos e, além de comprometer o seu desenvolvimento, revela incúria por
parte dos responsáveis por estas tarefas.
Estando a Loja devidamente preparada, o Venerável Mestre convida para que todos os
Oficiais assumam os seus devidos lugares. Em seguida todos ficam de pé e o Venerável
Mestre determina a introdução dos Irmãos do quadro e Visitantes por intermédio do 1º
Diácono.
de Entrada
No ritual original não existia o cortejo os Irmãos adentravam no Templo sem qualquer
cerimônia e “quando estiver reunido um número legal de Irmãos, os locais dos Oficiais
estiverem ocupados, e tiver passado um quarto de hora depois da hora marcada, o
Venerável Mestre dá uma batida, que é repetida pelo segundo e primeiro Vigilantes, após
o qual todos os Irmãos seguem aos seus lugares”.
Abertura do Trabalho
Catecismo Funcional é realizado para que cada Oficial esteja consciente de suas
competências. A cada pergunta do Venerável Mestre, o oficial dá a sua posição e
atribuições. Também nós em nosso dia-a-dia, devemos estar conscientes de nossas
atribuições no cumprimento de nossas funções para que possamos realizar um trabalho
com êxito.
Na Declaração de Abertura dos Trabalhos o VM diz: “A Loja está aberta. Que cada
um esteja consciente do seu dever, e que esta hora seja abençoada”. Nós devemos em
nossas atividades diárias estar conscientes de nossas obrigações e sentirmos que estamos
realizando uma atividade abençoada, e, abençoado será também o produto de nossas
atividades.
A Loja está Aberta. Este é o período que o VM coloca em execução a agenda que ele
preparou. Ele pode iniciar com a saudação aos visitantes, a leitura da ata os demais
assuntos agendados. Por exemplo: Leitura do expediente do Venerável Mestre, Leitura
do expediente da secretária, Leitura de atos oficiais, Escrutínio Secreto, Apresentação de
Trabalhos, Palestra, Instrução, Deliberação sobre assuntos pendentes, Filiação,
Regularização, Iniciação e outros assuntos. Nada acontecerá sem que ele já tenha
conhecimento. O Irmão que desejar fazer qualquer apresentação deverá ter sido
autorizado com antecedência pelo VM. Tudo o que for discutido deverá ter o parecer da
Comissão respectiva. O Venerável Mestre deve apresentar em cada sessão algo de
aproveitamento aos Irmãos (espiritual, moral, ético e etc.). Para isto ele conta com o Irmão
Orador. O êxito da Sessão (Trabalho) dependerá da boa preparação do primeiro malhete.
172
Visitantes não tomam parte nos debates e votações de assuntos internos da Loja.
Assim a introdução dos Irmãos do quadro é feita sem eles. Após a Loja decidir os seus
assuntos internos, ocorrerá o ingresso dos visitantes que será do mesmo modo do cortejo:
O Venerável Mestre determina que o 1ºDiácono introduza os Irmãos visitantes.
Todos devem estar de pé durante a introdução dos visitantes. Comandar a ordem fica
a critério do Venerável Mestre. Atenção: Se os visitantes forem introduzidos e tendo
matéria interna a serem resolvidas, eles participarão delas, pois, lhes foi concedida
autorização para tal. Não deve ser vedada aos visitantes a participação em assuntos
internos da Loja se lhes for permitido o ingresso antecipadamente.
A INICIAÇÃO
PREPARAÇÃO DO CANDIDATO
O que o Preparador tem que dizer ao Candidato, nunca deve ser lido, mas dito
livremente.
1) buscais admissão em nosso meio por vossa livre vontade ou se foi por uma
persuasão, que poderia ser considerada como uma interferência em vossas convicções?
DECLARAÇÃO
ENTREGA DA CARTOLA
CÂMARA ESCURA
RELATÓRIO DO PREPARADOR
LEITURA DO TESTAMENTO
VESTIMENTA DO INICIANDO
Todos os metais e objetos de valor são colocados numa caixinha, que é fechada pelo
Adjunto.
Preparador faz com que o Candidato dispa o paletó, retire a gravata borboleta e abra os
botões superiores da camisa, de modo que o peito fique descoberto; levante a perna da
calça acima do joelho esquerdo, descalce o sapato direito e calce o chinelo.
Dentro da Loja: Após as três batidas fortes na porta, todos os Irmãos levantam-se de
seus acentos, sem se colocarem no Sinal. Os Oficiais colocam suas mesas e cadeiras numa
posição que não dificulte a circulação. A movimentação das mesas é necessária porque
hoje as viagens são feitas pela frente dos Oficiais.
Perguntas:
ENTRADA DO CANDIDATO
O Venerável Mestre pergunta se ele deseja se unir a uma Fraternidade que procura,
zelosamente, tudo o que é verdadeiro, bom e belo e se está decidido a submeter-se aos
antigos costumes dos Maçons quando da Iniciação.
VIAGENS
As viagens são feitas pelo sul para seguir a doutrina de São João. Busca-se a luz
caminhando na luz.1
Cada vez que o Candidato passa pela frente do Venerável Mestre todos completam o
sinal de ordem, batendo com força no lado da coxa.
COMPROMISSO
O Candidato é conduzido pelas mãos dos Vigilantes ao Altar, passando sobre o Tapete.
ORAÇÃO
OBRIGAÇÕES
3ª. Auxiliar os Irmãos, segundo as vossas forças, com conselhos e atitudes, excetuando
nos casos que contrariem a honra, os bons costumes, as normas de vossa comunidade e
do país.
4ª. Honrar a promessa sob a “Palavra de Maçom” tão conscienciosa, como o mais
sagrado juramento.
176
5ª. Seguir, com rigor, as Leis de vossa Loja, promovendo o seu progresso conforme
vossas forças.
6ª. Nunca propor para a Maçonaria alguém que não conhece, com toda consciência,
como homem honesto.
7ª. Não requerer filiação em outra Loja, nem romper unilateralmente o relacionamento
com a mesma sem antes ter requerido afastamento, tê-lo recebido. Muito menos se
desligar da Loja ou da Fraternidade sem um motivo relevante.
8ª. Reconhecer como Potência Maçônica regular, legal e legítima, o Grande Oriente do
Brasil, ao qual prestará inteira obediência.
SAGRAÇÃO
A CADEIA DE UNIÃO
O DESCANSO
O Descanso tem como objetivo a recuperação dos Obreiros. O novo Irmão recompõe
o seu traje. Normalmente, a Loja oferece um pequeno lanche aos presentes, representando
a alimentação que os pedreiros faziam no seu período de descanso, quando o sol alcançava
o meridiano.
RETORNO AO TRABALHO
O 1º Vigilante ensina os passos fora do Tapete e o novo Irmão repete sobre o Tapete.
3) avental do Aprendiz;
6) distintivo da Loja
O 1° Diácono conduz o novo Irmão pelo Sul ao lado direito do 2º Vigilante, depois ao
lado direito do 1° Vigilante. Os Irmãos Vigilantes se dirigem a ele, de maneira inteligível
a todos. Os Vigilantes lhe ensinam a resposta. (aqui o novo Irmão deve repetir o que os
vigilantes ensinam)
Explanação da Iniciação
Catecismo do Aprendiz
Perguntas ao 2ºDiácono;
Perguntas ao 1º Diácono;
Perguntas ao 2º Vigilante;
Perguntas ao 1º Vigilante;
178
ENCERRAMENTO DA LOJA
Após a conclusão dos Trabalhos o VM desejando fechar a Loja, dá uma batida com o
malhete que será repetido pelos Vigilantes e tem início a Palavra à bem da Loja e da
Fraternidade.
Ela é a parte final, onde os Obreiros poderão ainda falar sobre algo de interesse
para a Loja e para a Fraternidade, pois o rito Schröder não se considera uma
Ordem. É o momento em que devem ser feitas comunicações à Loja que não
possam motivar discussões ou de contestações. As propostas e informações que
são motivos de discussões devem ser feitas por escrito ao Venerável Mestre e após
o parecer da Comissão respectiva que será parte da agenda do Trabalho. As
justificativas de faltas também são por escrito, pois depende o parecer da
Comissão.
Nesta ocasião, são feitas saudações por aniversários ou outro qualquer acontecimento
social de um dos Irmãos presentes. Nas iniciações é o momento em que os visitantes têm
para fazer os seus cumprimentos, contudo lembrar aos Irmãos do quadro da Loja que esta
é uma obrigação do Venerável Mestre ou ao Orador da Loja. Os discursos devem ser
curtos e objetivos.
Quem quiser falar, fica de pé e faz-se notar levantando a mão direita; em seguida, o
2º Vigilante dá conhecimento do pedido ao Venerável Mestre. Concedida à palavra a um
Irmão, este se coloca no Sinal e diz: “Venerável Mestre e meus Irmãos!” Completa
o Sinal antes de iniciar a fala. Ao terminar a fala, senta-se.
Quando o número dos presentes for elevado, o 1ºDiácono ajuda com mais uma
esmoleira. No caso de uma reunião muito concorrida a coleta poderá ser feita junto à
porta, no momento que os Irmãos saírem do Templo.
Se for necessário, após a coleta, o Venerável Mestre poderá mandar ler a ata do
trabalho. Não havendo restrições a ata, esta será assinada pelo Venerável Mestre.
Terminada a Ata, o 1º Diácono a leva ao Venerável Mestre e, depois da assinatura devolve
ao Secretário.
Vigilante, após fechar a Loja, determina que seja dobrado o Tapete. Então, os Diáconos
dobram o Tapete, do Oriente para o Ocidente, simbolizando os últimos raios do sol
incidindo sobre ele.
Em seguida é formada a Cadeia de União por todos os Irmãos. Para formar a Cadeia,
cada Irmão segura com a mão direita a mão esquerda do Irmão que está à direita e, com
a mão esquerda a mão direita do Irmão que está à sua esquerda. O VM sempre fica no seu
lugar atrás do Altar. Durante a Cadeia é feita a Oração (momento espiritual) pelo
Venerável Mestre. Ela, sendo uma particularidade do rito, é formada por todos os
presentes com as mãos dadas não havendo necessidade de cruzar os braços sobre o peito,
que simboliza os nós do amor, uma vez que ele não faz parte do sistema. Ela simboliza a
Fraternidade e a união que deve sempre existir entre os Irmãos. Ela deve ser formada em
todas a sessões.
Havendo a necessidade de transmitir a palavra semestral deve ser feita outra Cadeia
sem a presença dos visitantes. A Cadeia também é formada no momento da Luz na
iniciação.
Para desfazer a Cadeia, basta largar as mãos. Contudo existem Lojas que soltam a
mãos após o toque do grau.
A saída do Templo se faz pelo cortejo de saída. O 1º Diácono conduz os Irmãos para
fora do Templo, na mesma ordem da entrada. Inicia com a saída do Grão-Mestre, se ele
tiver presente. Segue-se a saída dos Grandes Oficiais, dos Veneráveis Mestres, dos
Mestres Instalados, dos Mestres, dos Companheiros e dos Aprendizes e, finalmente a
saída dos Oficiais da Loja.
É bom costume que os Oficiais, quando todos Irmãos deixaram a sala da Loja, dêem
as mãos e agradeçam pelo bom trabalho. Crítica, mesmo que se torne apropriada ou
necessária, não deve ser realizada imediatamente após do Trabalho de Templo.
Conclusão
Para uma corrente o ser humano tem sua origem apenas no Logos (Sabedoria, Força e
Beleza) enquanto que outra corrente afirma que o ser humano foi criado a partir dos
elementos (terra, ar, água e fogo).
Enquanto um Rito fala apenas na criação do ser humano e a sua formação, outro Rito
além de falar no ser humano trata também da formação da sociedade e de seus governos.
Tudo se cria através da Sabedoria, Força e Beleza, porque a Sabedoria projeta, a Força
executa e a Beleza adorna. Assim, nada de proveitoso existe que não tenha passado pela
Sabedoria, Força e Beleza. Então, o Ritual afirma na origem do ser humano na vida
180
terrena: “Ignorante e fraco, o homem inicia o curso da Vida. Somente aos poucos, a luz
da razão se expande, vagarosamente a força amadurece”.
Sobre a Sociedade diz o Ritual: “Os Maçons formam uma Fraternidade difundida entre
todos os povos, países e classes, cujo fim consiste em promover o legítimo humanitarismo
no espírito do verdadeiro amor fraterno, isto é, ajudar a implantar o domínio dos puros
princípios morais em todos os círculos e empregar suas atividades em boas obras”.
Os demais são os Rituais Especiais da Obediência a qual a Loja está vinculada. São
Rituais próprios para suas atividades, tais como:
Quem tem autoridade para autorizar estas adaptações é o Grão-Mestre. Assim devem ser
obedecidas as suas normas, com as devidas adaptações devido a maior influência de
determinados Ritos nos Rituais da Obediência. Estes Rituais serão todos da Obediência
onde as Lojas do Rito Schröder estão filiadas. Assim como na Alemanha, no Brasil,
devemos usar os Rituais da Obediência a que a Loja estiver vinculada, devidamente
adaptados ao Rito Schröder. Importante ressaltar que adaptar não é reduzir ou modificar
o que está previsto, mas colocar no ritual apenas o que é exigido pelo rito Schröder.
Concluindo, (..) Apesar de amar o Rito Schröder e trabalhar pela sua consolidação e
crescimento em todas as Potências Regulares do Brasil, devo enfatizar minha convicção
de que não há e nem poderia haver, supremacia de um Rito sobre os demais. Os Ritos
maçônicos Regulares devem ser venerados e estudados por todos os maçons, pois tem
suas próprias origens históricas e filosóficas e são métodos de ensino que retratam uma
época e uma ideologia. Quem considera seu Rito, sua Grande Loja, Grande Oriente, ou
sua Loja superior aos demais, ainda não compreendeu o verdadeiro significado de "ser
maçom". Ir. Rui Jung.
181
Fontes:
Ritual do Grau de Aprendiz, segundo Friedrich Ludwig Schröder;
Colégio de Estudos do Rito Schröder;
Trabalhos dos Irmãos Antonio Gouveia Medeiros e Rui Jung Neto;
Seminários do Rito Schröder (2007/2008, SC e RS);
Os primeiros Passos do Aprendiz Maçom – Rito Schröder – Ir. Francisco Bento de Almeida – 1ª edição –
1999.
RITUALISTICA
INICIAÇÃO
RITO DE YORK
Até 1717 as lojas maçônicas eram livres, isto é, não havia uma
obediência que as aglutinassem. Com a fundação da Grande Loja de
Londres algumas lojas inglesas passam a se subordinar a uma
obediência central. Na cidade de York as lojas maçônicas continuaram
independentes até 1751, quando surge uma Grande Loja rival
denominada Grande Loja da Inglaterra ou Grande Loja de York.
Por Anatoli Oliynik Gr. Sec. Geral Adj. para o Rito de York do G.O.B.
Portanto, por força do Act of Union firmado pelas duas Grandes Lojas
rivais, a denominação Rito de York deixa de existir, pelo menos
formalmente. A nova denominação foi adotada para que não ficasse
caracterizado que a Grande Loja de Londres submeteu-se a Grande
Loja de York cujo rito, até a época da união, denominava-se "Rito de
York". Atualmente, há 157 Grandes Lojas no mundo, das quais a
Grande Loja Unida da Inglaterra reconhece 107. Isso não implica dizer
que as 50 Grandes Lojas não reconhecidas, sejam consideradas
espúrias ou irregulares - simplesmente, não são reconhecidas. É difícil
precisar, exatamente, o número de lojas maçônicas no mundo.
Autoridade Nº de Vezes
A LOJA
ADMINISTRAÇÃO DA LOJA
REUNIÕES DA LOJA
A REUNIÃO
O COMPORTAMENTO EM LOJA
A FRATERNIDADE.
Em l75l foi fundada uma Grande Loja dos Antigos, formada de maçons
irlandeses que haviam sido impedidos de pertencer às lojas inglesas.
O maçom que mais se bateu contra os Modernos foi o irlandês
194
A última Loja, a sétima, foi fundada para que se pudesse criar o Grande
Capítulo, ou Grande Conselho. Outras Lojas vieram a fazer parte deste
Corpo, como a "Campos Salles Lodge";nº966 em São Paulo -Sp.;
"Lodge of Friendship" nº.975 em Niterói- RJ; " Centenary Lodge"
nº.986 em São Paulo -SP.; "Royal Edward Lodge" nº 1.096 no Rio de
Janeiro.
ESQUADRAMENTO
Nos Rituais ingleses existe o termo W.M. que significa Worshipul Master
que é mais um tratamento especial ou seja, Honorável ou Venerável
Mestre, porem a sua função em Loja é Mestre da Loja, mas, com o
tratamento ritualístico de Venerável Mestre pelo menos é a tradição na
Inglaterra.
c) de Instrução.
Não existe Bateria com as mãos. Existe o bater dos malhetes, cujas
batidas serão específicas para cada grau. Chama-se batida de malhetes
e não bateria.
Não existem Graus Superiores. Existe o Santo Arco Real, que é uma
espécie de extensão do Terceiro Grau, que não é considerado como um
grau, apesar de possuir um ritual especial, cuja ritualística trabalha
com os verdadeiros segredos do Terceiro Grau, sendo que no Terceiro
Grau comum, estes segredos são substituídos.
Não existe o giro da palavra pelas colunas. A palavra é solicitada
diretamente ao Venerável Mestre.(Mestre da Loja).
Não existe a prova dos quatro elementos. Terra, Ar, Água e Fogo.
Não existe a Sala dos Passos Perdidos. O local que precede a Loja,
chama-se ante-sala.
207
OFICIAIS DA LOJA
Secretário
1º Diácono
2º Diácono
Guarda Interno
Guarda Externo
Capelão
Diretor de Cerimonial
Esmoler (*)
Organista (*)
Mordomo (*)
Administrador de Caridade(*)
Assistente de Secretário(*)
Assistente de Diretor de Cerimonial.(*)
BIBLIOGRAFIA
LIVROS
O Rito de York ( Emulation Rite) Anatoli Oliynik Curitiba l997.
Rito & Rituais (Volume 1) Francisco de Assis Carvalho –
Editora " A Trolha" Ltda –Londrina -1993
ARTIGOS EM REVISTAS
210
RITUAIS
Emulation Ritual
Referências Bibliográficas:
Este cobridor de todos os ritos destina-se a orientar os Irmãos que ocupam cargo cuja
responsabilidade é certificar a condição de regularidade do visitante. A verificação de
regularidade é uma das mais importantes funções relativa à segurança do trabalho.
O Encarregado da função deve ser um Mestre experiente (um Mestre Instalado), uma vez
que já é versado na arte da direção da Loja. Toda vez que receber o visitante deve orientá-lo no
tocante ao cobridor do rito adotado na Loja, para evitar constrangimentos. Cada ritual
determina qual oficial deve exercer esta função.
O item XVII do Art. 24 da Constituição do Grande Oriente do Brasil prevê como dever da
Loja “identificar os visitantes pelo exame de praxe ou pela apresentação de suas credenciais
maçônicas, salvo se apresentados por membro de seu Quadro”;
Cada rito estabelece em seus rituais o momento de introdução dos visitantes e a modo
como acontece.
227
Rito Adonhiramita:
Todo Irmão regular tem o direito de comparecer às sessões das Lojas da Obediência e às
das Potências da Amizade do GOB, sujeitando-se, entretanto, se não for conhecido dos Irmãos
do Quadro, à fórmula de reconhecimento denominada Telhamento e, também, deve atender às
disposições disciplinares estabelecidas pela Loja visitada. Desta forma, chegando à Loja em
visita, o Irmão apresenta-se ao Cobridor Externo, na Sala dos Passos Perdida, o qual será
encaminhado ao 1° Experto que se encontra no Átrio.
Preliminarmente, o Irmão 1º Experto indaga ao Irmão Visitante qual o Rito praticado pela
Loja que ele pertence, para que realize o Telhamento com base no respectivo Ritual, evitando-
se, assim, qualquer constrangimento ao Irmão Visitante, tendo em vista a diversidade de Ritos
existentes, os quais possuem Sinais, Toques e Palavras próprios.
Rito Brasileiro:
É facultado ao Venerável permitir que o Irmão visitante, se for pessoa conhecida da Oficina,
ingresse no Templo em família, participando do cortejo da abertura. Qualquer outro
visitante será submetido ao procedimento regulamentar.
Se o visitante não for conhecido, antes do início da Sessão, deve ter verificada sua dignidade
maçônica pelo 1º Experto e gravar seu nome no livro próprio. Seus documentos serão examinados pelo
Orador da Loja. Não havendo impedimentos, o Venerável determina o ingresso, sem levantar a Loja. O
visitante é introduzido pelo Mestre de Cerimônias.
Os Irmãos Visitantes sem representação especial, membros de qualquer Loja regular, têm o
direito de visitar qualquer co-Irmã regular, sujeitando-se ao telhamento, se não forem conhecidos,
e gravando o nome no Livro de Visitantes.
Rito Moderno:
Nas Sessões Magnas é sempre recomendável que os visitantes entrem por ocasião da
Ordem do Dia, no entanto, tem sido praxe, principalmente nas Sessões comuns, os Irmãos
visitantes entrarem junto com os Irmãos da Loja, o que nada impede que seja feito. A entrada
pode acontecer após a ordem do dia houver assunto administrativo a ser tratado.
Os visitantes profanos, nas Sessões em que for permitido o seu ingresso, deverão entrar
sempre na Ordem do Dia.
Em virtude do fato da maioria das Lojas não terem salão próprio para recepção e festas,
estas são feitas no Templo Maçônico, que neste momento não deve ter as características
simbólicas de um Templo.
Rito Schröder:
O Exame é feito pelo Irmão 1º Diácono na ante-sala, no caso do Irmão visitante não tiver
sido apresentado por um Irmão da Loja. O exame será feito antes de o Irmão visitante fazer
parte do cortejo de entrada. Caso o Venerável Mestre tenha alguma comunicação a fazer em
Loja Aberta aos Irmãos de sua Oficina, durante a qual ele não deseja a presença de visitantes, é
facultado introduzi-los depois de feitas às comunicações.
Rito York:
Os Visitantes são identificados na Sala dos Passos Perdidos e com todos os Irmãos do
quadro adentram a Loja e aguardam de modo informal, mas respeitosamente, a entrada dos
Principais Oficiais.
COBRIDOR DO 1GRAU
RITO ADONHIRAMITA
Sinal de Ordem – Estando de pé, com o Sinal do Grau, unir os pés formando uma esquadria,
com o pé direito voltado para frente. O Sinal de Ordem, como vemos, consta de três
esquadrias; a primeira com o polegar e os dedos da mão direita, a segunda com o braço
direito e o corpo e a terceira com os pés.
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Sinal do Grau ou Gutural - Estando de pé, unir os quatro dedos da mão direita, de modo
a formarem uma esquadria com o polegar e levar a mão direita à base do pescoço, com o
braço na horizontal, formando uma esquadria com o corpo. O braço esquerdo caído
naturalmente ao longo do corpo. O Sinal do Grau, como se vê, consta de duas esquadrias:
a primeira com o polegar e os dedos da mão direita e a segunda com o braço e o corpo.
Sinal de Saudação – feito o Sinal de Ordem, levar, rapidamente e com energia, a mão
direita horizontalmente ao ombro direito, formando uma linha reta e, depois, deixá-la cair
ao longo do corpo, de modo a traçar, assim, uma esquadria, voltando ao Sinal de Ordem.
Toque - Tomar a mão direita do Irmão com a própria mão direita e tocar levemente com a
extremidade do polegar a primeira falange do dedo indicador do outro, dando três toques
no ritmo da bateria do grau.
O Experto deverá pedi-la, antes de admitir visitantes, e se estes não a derem deverão
receber desculpas, mas não deverão ser admitidos.
Marcha - Estando à ordem, com os pés em esquadria, dar três passos morosos para a frente,
avançando o pé direito e unindo-lhe o calcanhar do pé esquerdo, sempre recompondo a
esquadria, sem bater os calcanhares. A seguir, fazer saudação encarando o Oriente;
repetir a saudação voltando a cabeça (só a cabeça e não o corpo) energicamente para a
direita; repetir a saudação, voltando a cabeça energicamente para a esquerda.
Bateria - 00-0
Aclamação - A aclamação faz-se dando um estalo com os dedos polegares e médio da mão
direita, primeiro à altura do ombro direito e, finalmente, acima da cabeça, na linha média
da face, formando, assim, um triângulo e dizendo a cada estalo: – VIVAT! – VIVAT! –
VIVAT!
RITO BRASILEIRO
Sinal de Ordem - Mão direita ao pescoço com os dedos unidos e estendidos e o polegar
separado em esquadria. Palmapara baixo
Sinal de Obediência - Colocar a mão direita aberta por cima da esquerda sobre o avental.
Sinal do Rito - Levar naturalmente a mão direita ao ombro esquerdo, depois ao ombro
direito e estender o braço à frente, formando esquadria com a palma da mão direita para
cima
Sinal de Costume - (Para aprovação) O braço direito estendido para frente, com a palma
da mão direita voltada para baixo e os dedos unidos; caso não faça o sinal representa
desaprovação.
231
Toque - Tomar a mão direita a do Irmão colocando o polegar sobre a primeira falange do dedo
anular (indicador), e dar com o mesmo dedo, por um leve movimento, três pancadas, por
uma e duas. 0-00.
Bateria - 0-00.
Marcha - 3 passos para frente com o pé esquerdo; a cada passo, juntar o calcanhar direito ao
calcanhar esquerdo formando esquadria.
Sinal e Contra Sinal - O Sinal de Obediência e o Sinal do Rito valem como Sinal e Contra
Sinal de reconhecimento no mundo profano. Se, fora do Templo, virmos alguém com o
Sinal de Obediência, somos obrigados a responder, fazendo discretamente a terceira parte
do Sinal do Rito. Se a pessoa logo se dirigir a nós, é, sem dúvida, Maçom. Se, porém,
permanecer sem entender, é profano que, por acaso, fizera o Sinal.
Sinal de Ordem - Estando de pé, com os pés em esquadria, colocar a mão direita aberta
com a palma para baixo, sobre a garganta, tendo os quatros dedos unidos e estendidos e
o polegar separado, formando esquadria.
Toque - Tomar com a mão direita a do Irmão, e tocar levemente com o polegar a primeira
falange do dedo indicador, três vezes, igualmente espaçadas.
232
Marcha - Estando à Ordem, dar três passos para frente, começando com o pé esquerdo e
unindo o pé direito em esquadria a cada passo, de maneira a ter os calcanhares unidos a
cada passo, depois fazer o sinal gutural em cumprimento às Luzes.
Bateria - 0-0-0.
Aplauso ou Bateria - Batem-se três vezes a palma da mão direita na palma da mão
esquerda (que fica parada).
RITO MODERNO
Sinal de Ordem - Estando de pé, com os pés formando uma esquadria, unir os quatro dedos
da mão direita, de modo que formem uma esquadria com o polegar, e levar a mão direita
ao pescoço com o braço na horizontal, de modo que forme uma esquerda com o corpo.
Consta, pois, de três esquadrias, a saber: polegar e dedos da mão direita, braço e corpo e
pés.
Toque - Tomar a mão direita do Irmão com a própria mão direita e pressionar, levemente,
com a extremidade a primeira falange do dedo indicador do outro, dando três toques,
sendo os dois primeiros seguidos e o último espaçado.
Palavra Sagrada – NIKAJ - Pede-se, dizendo: “Dai-me a Palavra Sagrada” ou, após o toque,
pressionando ligeiramente a unha do polegar direito no dedo indicador do interrogado. A
resposta é a seguinte: - “Não vo-la poso dar se não soletrada. Dai-me a primeira letra e eu
vos darei a segunda”. Alternam então, quem pediu e quem a dá. Começando quem pediu,
com a letra J; dada a última letra pelo interrogante, o interrogado pronuncia a primeira
silaba e o interrogante a última.
233
Marcha - Estando à ordem com os pés em esquerda, o pé direita dirigido para a frente, dar
três pés firmes para a frente, sempre recompondo a esquerda e sem bater os calcanhar.
A seguir, saúda-se o Venerável e os Vigilantes, isto é, após a saudação feita ao Oriente
volta-se a cabeça energicamente para a direita (sem virar o corpo), e repete-se o gesto:
novamente volta-se a cabeça agora para a esquerda e saúda-se, restabelecendo, depois
o sinal de ordem.
Bateria - 00-0.
RITO SCHRÖDER
Sinal de Ordem - Estando de pé, com os pés em esquadria, colocar a mão direita, com a
palma para baixo, na garganta, tendo os quatro dedos unidos e estendidos e o polegar
formando uma esquadria. Para completar o Sinal, levar a mão direita ao lado direito do
ombro e depois baixá-la ao lado do corpo.
Toque - Tomar com a mão direita a mão direita do Irmão, dando, suavemente, com a
extremidade do polegar as três batidas do grau na primeira falange do dedo indicador.
pés formam um ângulo reto. Esta marcha sobre o Tapete só é realizada durante a
Iniciação e sem o Sinal.
Batida – Dar três pancadas, sendo duas primeiras rápidas e a última mais espaçada.
RITO YORK
Sinal de Ordem: Colocar a mão direita no pescoço espalmada com o polegar estendido na
forma de um Esquadro, do lado esquerdo da garganta; um pouco abaixo da orelha esquerda.
Sinal Penal: Levando a mão deita na forma acima, e num movimento constante e firme para
o outro lado da garganta até o ombro direito, baixando-a perpendicularmente ao corpo,
formando assim uma esquadria.
Sinal de Fidelidade: Com a mão direita espalmada, formando com o polegar em esquadro,
levar a mão ao lado esquerdo do peito. (ao final dos trabalhos do Grau 1) com este sinal,
pronunciar a palavra Fidelidade, por três vezes, batendo no peito no lado esquerdo.
Sinal de Reverência: Com todos os dedos unidos, colocar a mão ao lado esquerdo do
peito.
Saudar ou Aplaudir: - Bater com mão direita sobre a aba do avental. (sobre a coxa.)
Toque ou Senha - Permanecendo ereto e com os pés formando uma esquadria com o
calcanhar direito, na concha do pé esquerdo, pegar com a mão direita, a mão direita do Irmão,
e dar um Toque ou Senha, por uma pancada simples do polegar sobre a primeira falange do
dedo indicador, que é respondido da mesma forma.
Palavra Sagrada. – ZAOB (Nunca dar por extenso, sempre por letras ou sílabas).
Pé
Rompimento da Marcha Pé esquerdo Pé
Pé direito Pé direito esquerdo Pé esquerdo
esquerdo
Posição das Colunas no J-Norte, B- J-Norte, B-
B-Norte, J-Sul (**)
Templo J-Norte, B-Sul Sul Sul J-Norte, B-Sul
Palavra Sagrada (1° grau) J J B J B B
Aclamação LIF
VIVAT Huzzé Não há Não há Glória
Leitura do Livro Sagrado Salmo 133
(1° grau) S. João V, 6-9 Não há (todo) Não há Não há Salmo 133 (v. 1°)
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(*) Trabalho elaborado pelo SerIr JOSÉ ROBSON GOUVEIA FREIRE, MI, Gr 33, Delegado Litúrgico do Rito
Brasileiro no DF e Secretário de Relações Públicas do Grande Oriente do Distrito Federal.
(**)Tais Colunas, no Rito Schröder, fazem parte, apenas, da instrução ministrada pelo Venerável
Mestre por ocasião das iniciações e promoções, mas não se constituem em símbolos instalados na Sala
da Loja. Integram, portanto, a alegoria para identificar as PPal SSagr dos respectivos graus.
Fonte de consulta – Boletim Especial – Relatório Anual/2010 – pág. 37 - do Grande Oriente do Brasil
PS: Toda redação contida no presente trabalho, acha-se vazada com base em legislação e ortografia
vigentes em época pretérita.