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Esclarecendo o Venerável recém eleito

Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos!

O Mestre Instalado é o mais importante de todos os Maçons e de todos os Graus. Na Sessão


de Instalação de um Mestre, só entra Mestre Instalado. Nenhum Maçom que não seja
Mestre Instalado poderá assistir; participar de uma Sessão de Instalação de Mestre. O
Templo será coberto a ele. Daí se concluir que não existe nada além do Mestre Instalado,
nenhum Grau, nem Cargo, nem Título. O que precisa é nossos Mestres Instalados se
conscientizarem disso e fazer valer, perante a Maçonaria, essa especial condição.

Instalação, rigorosamente, significa posse. Desta maneira, qualquer pessoa que toma posse
de um Cargo está Instalada nesse Cargo. Nos círculos maçônicos deveria, também,
prevalecer tal definição, principalmente em relação ao Obreiro eleito para o veneralato de
uma Loja, o qual, a partir do momento em que é empossado no Cargo, torna-se Venerável
Mestre Instalado. E, isso, sem necessidade de qualquer Cerimônia Litúrgica específica,
bastando o simples ato administrativo, com a transmissão do Cargo, realizada pelo seu
ocupante anterior. Todavia, em nosso caso, foi introduzida uma Ritualística específica para a
posse: RITUAL DE INSTALAÇÃO E POSSE DE VENERÁVEIS E OFICIAIS DAS LOJAS SIMBÓLICAS,
onde é desenvolvido um amplo e complexo enredo, envolvendo a época da construção do
primeiro Templo de Jerusalém, o de Salomão (986 a.C.), onde os personagens principais são
o próprio rei Salomão, o lendário arquiteto do Templo, o Mestre Hiram Abi, a rainha de
Sabá, em visita à corte do rei hebreu.

Votação Simbólica é uma votação descoberta, na qual a aprovação é feita pelo levantamento
do braço e antebraço direitos até a posição horizontal, a reprovação é feita com o Obreiro
permanecendo como está, sem qualquer manifestação, e a abstenção é feita com o Obreiro
colocando-se de pé e à ordem;

O uso das Luvas Brancas ; em Maçonaria Simbólica ; simboliza as mãos limpas e imaculadas,
o que, figuradamente, significa a retidão e a pureza de caráter. O seu uso faz parte do
próprio vestuário de um Maçom; nas cerimônias ou em procissões, ele deverá ser sempre
conservado. Em várias Lojas bem organizadas, os membros são regularmente revestidos
com suas luvas brancas. Já o Venerável Mestre, como supremo mandatário da Loja, deve
sempre usar suas Luvas;

Malhete – O instrumento de trabalho do Venerável, assim como o dos Vigilantes, indica


direção, poder e autoridade.É também símbolo da vontade, da força, do trabalho e da lógica.
É o Malhete, que deve ser empunhado por ele, até quando circula, pois é o símbolo da
autoridade. Com certeza será nas mãos do Irmão o símbolo da vontade ativa, da energia
posta a serviço da inteligência esclarecida pelo coração. Quando tiver que sair de seu lugar,
ao Altar, o Venerável Mestre conduzirá o Malhete, em posição ereta, na mão direita,
conservando o braço e o antebraço em esquadria, junto ao lado direito do tronco, ou sobre o
lado esquerdo do peito. Isso evidentemente, não é um sinal, pois o Maçom não faz Sinal de
ordem ao circular;

Veneralato ; o termo correto para designar o Cargo de Venerável, é VENERALATO, e não


venerança, ou ; pior ainda ; R20;venerância;, como a maioria diz;

Hora do início dos trabalhos ; A hora em que os Maçons começam os seus Trabalhos é a do
Meio-Dia, pois esse momento do dia tem um grande significado simbólico para a Maçonaria:
é a hora do sol a pino, quando os objetos não fazem sombra: assim, é o momento da mais
absoluta igualdade, pois ninguém faz sombra a ninguém;

Bandeira Nacional ; De maneira alguma se aplaude a Bandeira Nacional. Ela deve ser
recebida dentro de um silêncio respeitoso, como manda a lei referente aos símbolos
nacionais brasileiros. Em todo o trajeto, até ao Oriente, a Bandeira deverá ser acompanhada
pelo olhar de todos os presentes, até ser colocada em seu lugar;

R20;Cobrir o Templo; ; Muitos Rituais dizem, textualmente: R20; Ir.: 1º Vigilante, fazei os
Aprendizes cobrirem o Templo;. Um Ir.: que se retira tem o Templo coberto, e quem cobre o
Templo ao Ir.:, evidentemente, é o Guarda do Templo (Cobridor). Cobrir o Templo a alguém
significa fazer com que esse alguém saia. O certo, então, é o 1° Vig.: fazer, através do
Guarda do Templo, com que seja coberto o Templo aos Aprendizes; ( Obs. – na Sessão de
Posse, antes de mandar cobrir o Templo, tanto aos Aprendizes, como aos Companheiros e,
posteriormente aos Mestres Maçons (mandar cobrir a eles e não fazê-los cobrir o Templo), o
Mestre Instalador poderá dar uma ligeira explicação aos Irmãos que terão o Templo coberto,
comunicando-lhes que, sendo, o núcleo central da Sessão, restrito aos Mestres Instalados,
eles deverão sair por algum tempo, mas não deverão se retirar definitivamente, pois serão,
posteriormente, readmitidos (terão o Templo descoberto), para participar, normalmente, do
restante da Sessão de Posse);

Tronco de Solidariedade ; O Venerável Mestre não pode a pretexto de ganho de tempo,


conceder a palavra a Bem da Ordem e do Quadro enquanto é feita a circulação do Tronco de
Solidariedade, pois isso, além de irregular, tumultua a Sessão. A quantia arrecadada pelo
Tronco ficará em poder da Tesouraria, mas, sempre, à disposição da Hospitalaria que
receberá, em todas as Sessões, uma nota de depósito emitida pelo Tesoureiro, o qual
deverá, inclusive, manter um Livro-Caixa da Hospitalaria, que estará sempre à disposição do
Hospitaleiro e da Oficina e que também fará parte dos balancetes trimestrais e dos balanços
anuais da Loja. O Hospitaleiro não poderá em hipótese alguma, manter metais do Tronco em
seu poder, pois a guarda deles é atribuição exclusiva do Tesoureiro, que só os entregará à
Hospitalaria, para um fim determinado, a critério dos Irmãos do Quadro. Vale acrescentar
duas observações importantes: 1) Não é permitida a circulação de outros Troncos, com
finalidades que não sejam as de beneficência; 2°) Tanto os metais do Tronco, como todos os
outros metais da Loja, só poderão ser aplicados, para auferir rendimentos, com a aprovação
da maioria dos membros do Quadro ( Mestres, em Sessão específica de finanças), não sendo
admitido que um Venerável o faça, sem essa aprovação, sob pena de ser processado por
apropriação indébita;

O uso da palavra – Normalmente, os Irmãos das Colunas pedem a palavra da seguinte


maneira: Batem, uma vez, com a palma da mão, levantando, depois, o braço direito, para
chamar a atenção do Vigilante de sua Coluna; a seguir, aguardam, sentados, que o Vigilante
comunique o pedido ao Venerável e que este autorize o uso da palavra. Só depois disso é
que ficarão em pé e à ordem, falarão e farão, ao final de sua exposição, o Sinal Gutural
(saudação). Quando vários Irmãos pedirem a palavra, ao mesmo tempo, o Vigilante, não
podendo utilizar um critério ordenado de precedência, solicitará que os pedidos sejam feitos
um de cada vez, para que não sejam tumultuados os Trabalhos.

Só o Venerável poderá autorizar o Obreiro a descarregar o Sinal e falar à vontade; nesse


caso, o Irmão deverá manter uma postura correta, como cruzar as mãos às costas, ou sobre
o Avental, não se admitindo posturas relaxadas e displicentes, mas admitindo-se,
evidentemente, a gesticulação, que, muitas vezes, dá mais ênfase à oratória.

Os Vigilantes poderão falar depois que nenhum Ir.: mais, de sua respectiva Col.:, pedir a
palavra. Para que eles a solicitem, ao Vem.:, não há necessidade de nenhum pedido oral,
bastando que dêem uma simples pancada de Malhete; a concordância do Venerável também
será feita por uma simples pancada de Malhete, sem necessidade de confirmação oral.

Ainda em relação ao pedido da palavra, é preciso que se esclareça que, se um Vig.:,


arbitrariamente, negar-se a conceder a palavra a um Ir.: de sua Coluna (negando-se a
solicitá-la ao Vem.:) este poderá ficar entre Colunas, solicitando a palavra diretamente ao
Vem.:Nessas condições, estando o Irmão entre Colunas, a palavra não lhe poderá ser
cassada, a não ser que falte com o decoro exigível (a palavra, evidentemente, em qualquer
situação, só poderá ser cassada pelo Venerável).

Os Irmãos com assento no Oriente têm o direito de falar sentado e só ficarão em pé se o


desejarem, como uma deferência aos demais Irmãos. É conveniente lembrar que só têm
assento no Oriente as Dignidades do Simbolismo, visitantes distintos, Mestres Instalados e
os portadores de cargos cujos lugares sejam no Oriente: Orador Secretário, 1° Diácono,
Porta-Bandeira, Porta-Estandarte e Porta-Espada;

Acesso ao Oriente ; é preciso que se esclareça, aqui, que os Aprendizes e Companheiros não
podem ter acesso no Oriente e, muito menos, assento nele, da mesma maneira, os
Aprendizes não podem ter acesso à Coluna dos Companheiros, nem assento nela. Isso
acontece porque, iniciaticamente, a trajetória maçônica começa no Ocidente, onde reinam
as trevas, passa pelo Norte, pelo Sul, até chegar ao Oriente, onde reina a Luz, e isso acontece
no Grau de Mestre Maçom. Assim, se um Aprendiz, ou um Companheiro, tiver que
apresentar qualquer trabalho, deverá fazê-lo de sua respectiva Coluna e não indo ao
Oriente, como mandam alguns Veneráveis.

Apagamento de velas ; Em qualquer Cerimônia Maçônica em que sejam usadas velas, elas
deverão, sempre ser apagadas com o abafador, e não soprando a chama;

Irmãos Visitantes ; quando estiverem presentes à Sessão, Irmãos Visitantes, o Chanceler


citará os seus nomes e o de suas Lojas, quando a palavra passar pela sua Coluna, cabendo ao
Orador, simplesmente, quando de suas conclusões finais, agradecer essas presenças, sem
voltar a citar nomes.

Colunetas – pequenas colunas para representar o efetivo exercício da autoridade. A Coluna


jônica, que fica sobre o pedestal do Venerável Mestre, fica sempre em pé, só sendo
movimentadas aquelas que se encontram sobre os pedestais dos Vigilantes (Coluna Dórica,
para o 1° Vig.: e Coluna Corintia, para o 2°). Ao final dos Trabalhos, ocorre fato inverso ao
do início: enquanto o 2° Vigilante levanta sua Coluna, o 1° Vigilante baixa a sua. Isso ocorre,
também, se houver interrupção da Sessão (chamada para o descanso) e, ao haver o
reatamento da mesma (chamada para o trabalho), volta-se à posição primitiva (o 1° Vig.:
levanta sua Coluna Dórica e o 2° Vig.: abaixa sua Coluna Corintia.

Finalizamos com nossos votos sinceros de que o Grande Arquiteto do Universo esteja com o
caríssimo Irmão em todos os momentos do seu Veneralato, para que realize um bom
trabalho mantendo aceso o desejo constante de fazer sempre o melhor.

Valdemar Sansão – vsansao@uol.com.br

1) Nota ; Este ensaio foi desenvolvido para os Obreiros das Lojas de Rito Escocês Antigo
e Aceito.

2)Fontes de consultas:

– Manual do Mestre Instalado ; Castellani, José ( Editora ;A TROLHA;);

– Manual Prático do Venerável ; V.Sansão (aguardando publicação).


Tudo isso, todavia, só se realizará com sucesso, se a Loja Maçônica tiver o seu ambiente
preservado de quaisquer frivolidades e tendências para subordinar tudo ao espírito de
interesse, às vantagens pessoais, de intrigas e personalismo; se ali se cultivar a conversação
sadia e edificante; se naquele local se praticar a verdadeira Maçonaria e estudo sério; se
trabalhar pela felicidade do Gênero Humano e onde as principais metas sejam estudar,
esclarecer, ajudar e amar o próximo.

CHAVE DOS VENERÁVEIS

“Para que tenhamos menos discrepâncias ritualísticas, menos “achismos” e acima de tudo
mais respeito aos legados históricos e normas que regem a nossa Sublime Ordem” (ir.:Mário
Natali) .

A Maçonaria mantém a divisa – Liberdade, Igualdade e Fraternidade – sustentando como seu


princípio cardeal a mais completa liberdade de consciência, pela prática inflexível da
tolerância que se traduz no respeito à Razão e às convicções de cada Maçom, reconhecendo
a este o direito de manifestar sua opinião sobre questões maçônicas de ordem geral.

Todos os Maçons consideram-se entre si iguais e Irmãos, só havendo entre eles as


diferenças que decorrem da prática da virtude e da prestação de serviços à Ordem, que
determinam a distinção de graus e títulos, significativos de honras e acarretando maior
responsabilidade correlativa.

A Maçonaria, contudo, não pretende despojar ninguém das honrarias que gozava antes de
se tornar maçom, até pelo contrário, aumenta estas honrarias para o engrandecimento do
homem como gênero humano, honrando aqueles que merecem e condenando os maus
costumes.

Como irmãos, devem-se os Maçons mútuo auxílio e socorro, com risco mesmo de qualquer
perigo e da própria vida.

Dentro do acima exposto, nos limites de nossos conhecimentos, objetivamos compilar as


normas que reputamos essenciais ao conhecimento dos que atingem o Veneralato, tendo
em vista, sobretudo, o que se observa na prática nas Lojas que adotam o Rito Escocês Antigo
e Aceito.
Grande Loja – É o corpo superior, independente, soberano e diretor da Ordem perante as
Oficinas de sua jurisdição. Não presta conta de seus atos a qualquer outra entidade
maçônica dentro ou fora do país.

A Assembléia da Grande Loja reúne de três em três meses, com a presença dos Veneráveis
das Lojas que a constituem, para conhecer dos seus interesses e adotar medidas necessárias
ao desenvolvimento da Instituição. Funciona, se preciso, durante alguns dias, decidindo com
urgência os assuntos submetidos ao seu exame. Todas as suas leis, inclusive a orçamentária
e os recursos administrativos e judiciários, são discutidos pelos responsáveis da direção das
Lojas, o que importa serem estas consultadas e opinarem antes da adoção final de qualquer
providência. O poder executivo é exercido por um Grão-mestre, eleito dentre os Irmãos
ativos de qualquer das Oficinas do círculo. O sistema de Grandes Lojas é o mais adotado no
mundo inteiro, por corresponder à organização primitiva da Maçonaria. As Grandes Lojas e
Grandes Orientes Regulares são denominados Potências Maçônicas e, como tal, permutam
Grandes Representantes ou Garantes de Amizade, cujas atribuições são idênticas às dos
Embaixadores no mundo profano.

Regulamento ou Regimento Particular – toda Loja tem o direito de organizar o seu


Regulamento Particular, baseado na Constituição e no Regulamento Geral da Ordem. Nesse
Regulamento deve estabelecer prescrições relativas às suas finanças, sessões e disciplina
interior, fixando as distinções entre os diversos membros, constituindo-os em categorias
diversas e detalhando o modo de passar de uma à outra.

Quanto às finanças, estabelecerá a contribuição mensal dos obreiros e a tabela de


emolumentos de admissão aos graus simbólicos, as jóias de remissão, benemerência e
outras. Regulará também o modo de conceder beneficências, socorros e pensões.

Em relação às sessões, deverá designar a época em que terão lugar as de eleição, finanças,
instrução e outras, e o modo de regular os trabalhos de cada uma.

Tratamento Fraterno – O tratamento fraterno de “você” é geralmente adotado pelos


Maçons.

O tratamento cerimonioso do mundo profano levanta uma barreira entre os homens e


também entre os Irmãos. O ideal seria a introdução obrigatória do tratamento coloquial na
Loja, porque isso garante a igualdade de todos os Irmãos e permite o nascimento de um
verdadeiro sentimento de irmandade. Se uma pessoa julgou-se digna de ser recebida como
franco-maçom, ela é igualmente digna de ser colocada em pé de igualdade com todos os
seus Irmãos. Se ela se mostra indigna dessa familiaridade, é igualmente indigna de
permanecer na Loja. Aquele que se nega a ser chamado de você dá provas de uma vaidade
deveras deslocada em nosso meio. Para a Maçonaria o maior será sempre aquele que mais
disposto estiver a servir, o que mais se dedique ao bem comum.

Vocabulário Maçônico – há alguns vocábulos que não podemos deixar de aqui referir: –
neófito – o que recebe a iniciação;- recipiendário – o que vai passar por provas; – postulante
ou candidato – o que é proposto e aprovado;- submetido ao malhete – em discussão;- sob
malhete – aguardando discussão. Iniciações (precauções) –

a) É um péssimo costume, pois não é regular, iniciar mais do que um profano numa
mesma Sessão. Em ocasiões excepcionais, todavia, poderão ser iniciados, no
máximo, três candidatos, não se podendo, jamais, chegar às absurdas Iniciações
grupais, verdadeiras iniciações “a granel” que muitas Lojas fazem, num acinte aos
costumes maçônicos e transformando a seriedade e a austeridade da Sessão, num
buliçoso festival de admissões;

b) Se houver mais de um candidato (e no máximo três), as provas deverão ser feitas


com cada um, separadamente, as sagrações serão individuais e, principalmente, as
perguntas serão feitas a cada candidato, isoladamente, ou serão salteadas, para
evitar repetições de respostas;

c) Nenhuma Loja poderá iniciar um candidato sem que tenha sido expedido o placet
(pronuncia-se placê) pela Obediência: se isso acontecer, estará configurado um crime
maçônico pelo qual serão responsabilizados o Venerável e o Orador;

d) Se o Tesoureiro declarar que “está satisfeito”, ele se tornará responsável pelos


metais referentes à taxa de iniciação do candidato, mesmo que não os tenha
recebido. É lógico que isso significa que o Tes.: deve receber os metais antes da
iniciação, não devendo dizer que “está satisfeito”, apenas para atender a um pedido
do padrinho do candidato, no sentido de que a taxa seja paga posteriormente, coisa
que acontece muitas vezes, sendo que nem sempre o compromisso é saldado,
trazendo prejuízo para a Loja;

e) Cumprindo o simbolismo maçônico à risca, o pé direito do candidato deve estar,


realmente, descalço (o uso de alpargata, ou chinelo, sob o pretexto de comodidade,
não deve prevalecer, pois a marcha claudicante do candidato com um pé calçado e
outro descalço, simboliza, inclusive, o árduo caminhar de quem busca a Luz;
;f) O nome mais apropriado é, realmente, Câmera de Reflexão, tomada, a palavra reflexão,
no sentido de meditação, recolhimento. Câmara das Reflexões, que é o termo que,
geralmente, é usado, fica mais de acordo com uma câmara onde sejam estudados
fenômenos físicos de reflexão (do som, da luz etc.); além disso, é desnecessário o plural para
as palavras meditação e recolhimento, no caso.

Bolsa de Propostas e Informações – tem duas finalidades:

A primeira, prática, destina-se a receber proposições ou quaisquer outras informações dos


Obreiros; a segunda, esotérica, destina-se a captar fluídos positivos ou energias positivas, ou
força-idéia produzidas por todos os Obreiros do Quadro. Os Irmãos levam a mão sobre o
coração, desejam fortemente votos de Paz, Saúde, Prosperidade e União a todos os Irmãos
(votos de realização espiritual), fecham a mão, introduzem-na fechada dentro da Bolsa,
abrem-na lá dentro e aí, então, retiram-na.

Tem sido prática comum, porém totalmente condenável, a determinação de que as Bolsas
circulem sem formalidades. A Ritualística foi criada para ser integralmente cumprida e não
existe nenhuma razão mais forte do que as prescrições da liturgia para que essa formalidade
seja abreviada, principalmente se o motivo aludido for o adiantado da hora.

OBSERVAÇÃO – Ainda que a Bolsa não colha nenhuma Coluna gravada, como os Irmãos
podem ver, ela colherá sempre energias positivas, que o Venerável Mestre deve distribuir a
todos os Irmãos. Por isso ele comete um equívoco lamentável quando diz que nesta
condição a Bolsa de Proposta e Informações nada recolheu.

Saudação à Bandeira – culto coletivo em torno do auriverde pendão que recolhe as últimas
palavras das nossas cerimônias cívicas. Instante de fé e exaltação! Ministério sagrado! Ritual
de uma devoção suprema e excelsa!

Saudação redigida pelo notável escritor maçônico Ir.: Otaviano Bastos: “ BANDEIRA DO
BRASIL, que acabastes de assistir os nossos augustos trabalhos,como prova do respeito à
tradicional regra que nos impõe o dever de amar e defender o teu solo; inspira com a tua
divisa “ORDEM E PROGRESSO” a disciplina que assegura a Fraternidade e a Evolução, como
lei básica da perfectibilidade; lábaro deste Brasil fecundo e prodigioso; símbolo deste Brasil
que sentimos como parte do nosso ser, de nossa vida; “auriverde pendão” desta grande
Pátria – nós te saudamos, nós te veneramos, nós te defenderemos! A Ordem Maçônica do
Brasil te glorifica!”

Dirigindo sua Loja, o Venerável Mestre sobe ao mais alto ponto e pode ver o mundo todo
que o cerca. Enquanto estiver ali, ele pode ver mais do que consegue dizer, e compreender
mais do que é capaz de exprimir. Se, entretanto, tivesse que definir melhor o que são os
momentos ali sentidos, diria: “visto daqui, tudo – Luzes, Irmãos, abóbada do Templo com os
corpos celestes figurados, colunas, símbolos, tudo – parecem uma coisa só e uma incrível
sensação de Fraternidade. E a Loja parece uma espécie de rampa onde se ganha força à
medida que se sobe e meu coração se enche de alegria, … porque ele é parte de tudo aquilo.
Quando então alcança a significação, o sentido, a idéia disso, mesmo sozinho no centro do
altar, entende que está junto de todas as coisas da Terra, sendo colaborador do Grande
Arquiteto do Universo em Seu magno plano de evolução da humanidade”.

Valdemar Sansão

vsansao@uol.com.br

Obs: Ensaio colhido da Obra do autor aguardando publicação “Manual Prático do


Venerável”.

10:17 19/3/2007

QUESTIONAMENTOS DO VENERÁVEL ELEITO

Sem o estudo e a prática dos princípios doutrinários, dos postulados maçônicos, não há
caminho seguro que garantam o sucesso de seu Veneralato.

O Amor é a lei máxima da vida. Diante dele empalidecem todas as demais virtudes, pois que
se possuem estas e não o Amor serão todas elas, ainda que belas, como inúteis são as flores
sem perfume das matas silvestres. Assim, todos os nossos pensamentos, sentimentos e
ações terão que se inspirar na fonte inesgotável do Amor, que é o próprio Deus
manifestado.

Logo após vem a Verdade, pois, como já disse alguém, “fora da Verdade não há salvação” e
“só ela nos libertará”. A Verdade deve ser a luz de nossa alma, a estrela cintilante a iluminar
nossos passos internos e externos pela imensa estrada da vida, em busca da perfeição. Ela é
indefinível, pois que deve ser sentida no coração de cada indivíduo, e por isso o Mestre dos
Mestres não a definiu quando Pilatos lhe perguntou: “Que é a verdade?” A resposta d’ELE
foi o silêncio, porque é no silêncio da meditação que deve ser procurada, e não na balbúrdia
das definições e discussões, que só servem para limitá-la e deturpá-la. E no entanto o
mesmo Cristo pôde antes dizer: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida…”, e disse-o muito
sabiamente, pois cada um deve ser de si mesmo o Caminho, a Verdade e a Vida, que se
encontram dentro dele próprio e não fora. Se não os sentiu ainda dentro de si; outro não foi
o significado do silêncio do Grande Mestre, que foi uma perfeita encarnação do Caminho, da
Verdade e da Vida.

Afinal vem a Justiça, que significa equilíbrio, retidão, correção e dever, a manter-se consigo e
com os demais.

Como vê, caríssimo Irmão Venerável Mestre recém-eleito, dentro de nossa Ordem se
encontra, pois, a feliz solução de nossos problemas individuais e coletivos, e no dia em o
lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade constituir a base fundamental de conduta louvada
no Amor, Verdade e Justiça, atingiremos o Justo e Perfeito, tanto em nós como nos demais.
Seja este o nosso objetivo agora e sempre.

Questionando o Venerável recém-eleito:

Perante o Grande Arquiteto do Universo, são iguais todos os homens?

– Sim, todos tendem para o mesmo fim e Deus fez suas leis para todos. “O sol brilha para
todos’. Todos os homens estão submetidos às mesmas leis da Natureza. Deus a nenhum
homem concedeu superioridade natural, nem pelo nascimento, nem pela morte: todos, aos
Seus olhos, são iguais.

A 4ª Instrução do Grau de Aprendiz nos ensina: “…Honrar e venerar o G.:A.:D.:U.:, a quem


agradece sempre, as boas ações que pratica para com o próximo e os bens, que lhe
couberem em partilha; tratar todos os homens, sem distinção de classe e de raça como seus
iguais e irmãos”.

Qual a razão dos Aprendizes e Companheiros não terem acesso ao Oriente?

– Devemos observar que de maneira alguma os AApr.:e CComp.:podem ter acesso ao Or.:,
pois o direito de acesso e assento no Or.: é privativo aos Mestres Oficiais, Mestres Instalados
e Autoridades Maçônicas. A explicação simbólica (e mística) para esta prática encontra-se no
Mito Solar, surgido na Mesopotâmia e presente na vida religiosa de todos os povos da
Antigüidade (e até da atualidade, sob forma Simbólica), adquire a Maçonaria, fundamental
importância na mística utilizada para armar sua Doutrina Moral, Espiritual e Filosófica, já
que a caminhada do Iniciado representa uma marcha em direção à Luz, meta transcendental
dos povos antigos.
O Venerável pode cassar a palavra dos Vigilantes e do Orador?

– O Venerável pode cassar a palavra dos Vigilantes, caso a justificativa para isso seja válida
(comportamento inadequado, rebeldia, insubmissão, rebelião contra ordens etc.). No caso
do Orador o processo já é mais delicado, pois quando este Oficial fala como representante
do Ministério Público (ou Promotoria da Oficina) e Guardião da Lei, analisando proposições
ou atos administrativos, não poderá ter a palavra cassada, mesmo que o alvo seja o
Venerável Mestre, criticado por algum ato ilegítimo; mas, ao falar como um Obreiro do
Quadro e não no desempenho de suas funções regulamentares, ele poderá ter a palavra
cassada, desde que haja justificativa, como no caso dos Vigilantes. Vale, também, esclarecer
que o Orador, no exercício de suas funções, pode interromper o Venerável, impedindo-o de
usar a palavra, no caso dele persistir algum ato ilegal, contra o parecer da Oratória. Nesse
caso, o Orador deverá, posteriormente, levar o caso aos poderes competentes, assumindo
plena responsabilidade pela sua atitude como defensor da lei.

Um Irmão visitante pode se intrometer nos assuntos da Loja visitada?

– Os assuntos internos de uma Loja só interessam aos obreiros de seu Quadro. Assim sendo,
é evidente que um visitante não pode se intrometer neles, sob pena de ter o templo coberto
pelo Venerável. Tradicionalmente, o único assunto do qual um visitante pode participar é da
discussão sobre o ingresso de um candidato à Iniciação, caso ele vá apresentar uma objeção
fundamentada; poderá também participar do escrutínio sobre o candidato, pois se considera
que a aquisição de um novo membro para a Instituição interessa a toda ela e não apenas à
Loja interessada. Embora a prática seja tradicional, existem Obediências que não o
permitem. O único visitante que pode participar dos assuntos internos da Oficina é o Grão-
mestre, que é o presidente nato de todas as lojas de sua jurisdição. Esse direito, entretanto,
deve ser exercido com a mais absoluta isenção, para não configurar um abuso de poder.

Como o Maçom deve se sentar em Loja, ou seja, como é a postura geral?

– A única coisa que se exige é que o Maçom não assuma uma postura relaxada, tanto
sentada quanto em pé. Existem obreiros, por exemplo, que, quando sentados, quase se
deitam na cadeira, esticando as pernas para frente; outros, quando em pé, chegam a falar
com a mão no bolso, o que é uma displicência.

Os Mestres Instalados podem ser suspensos da Loja, sem terem o direito de defender-se?

– Mestre Instalado não é Grau e nem representa qualquer posição hierárquica; designa,
simplesmente, o Maçom que foi empossado no cargo de Venerável de uma Loja. Por isso, a
resposta tem que ser mais abrangente: NENHUM MAÇOM PODE SER SUSPENSO SEM
DIREITO DE DEFESA. Essa é uma regra básica em qualquer sociedade que se diz democrática,
e a Maçonaria moderna, até pelos motivos que lhe deram origem, é fundamentalmente
liberal, libertária e essencialmente democrática.

Pode-se instalar um relógio na parte interna do Templo?

– A decoração de um Templo Maçônico está perfeitamente descrita no Ritual do Aprendiz.


Convém lembrar que todos os Símbolos e Alegorias ali descritos são utilizados para que a
Maçonaria transmita aos Obreiros, seus ensinamentos, princípios e filosofia. Não
encontramos em lugar algum do Ritual a citação de um relógio, devendo então o Venerável
que quiser controlar o tempo decorrido nas diversas fases de uma Sessão, colocar seu
relógio a sua frente sobre o Altar.

Não devemos permitir que se coloque ou utilize qualquer objeto ou pintura na decoração de
um Templo Maçônico, que não conste em nossos Rituais, pois eles poderão sugerir
ensinamentos e interpretações que certamente haverão de interferir em nosso aprendizado,
de forma não prevista para o nosso desenvolvimento maçônico.

O Templo Maçônico tem a forma de um retângulo, e seu comprimento vai desde e porta do
Templo até a parede atrás do dossel do Venerável, portanto tudo e todos os que se
encontrarem nesse espaço estão dentro do Templo.

Aprendamos sempre, mesmo diante das situações mais difíceis, das discordâncias, das
angústias e amarguras. Diante delas façamos o questionamento necessário, buscando
serenidade para transformarmos sombra em luz, dor em redenção e assim nos tornarmos
merecedores da felicidade à qual estamos destinados.

Ao Sublime Grande Criador do Universo agradeçamos a assistência que nunca há de faltar


durante o seu Veneralato, e rogamos que ELE continue a assistir a todos nós, para que
possamos realizar mais amplamente no futuro.

Valdemar Sansão

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