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À Glória do Gr.’. Arq.’.

do Universo

Num dia qualquer de nossas vidas cotidianas, no meio de nossos afazeres e do convívio
familiar interpessoal, no trabalho ou num momento de lazer percebemos que estávamos
sendo observados.

Alguém, sem ao menos levantar suspeita, vinha acompanhando o nosso proceder, a forma de
agir a determinadas situações, nossos princípios, nosso caráter então, com alguma surpresa,
nos vemos sendo convidados para ingressar na Maçonaria. Uma instituição discreta, envolta
em mistérios e segredos tidos como invioláveis.

Este convite costuma aguçar uma certa curiosidade salutar para entender o que aquele amigo,
colega, parente ou pessoa próxima observou de qualidades para que viesse fazer tal convite.

Mas o que seria Maçonaria? O que se faz nas suas reuniões? Qual a finalidade desta misteriosa
instituição? O que se exige de quem dela participa? Qual o proveito de estar lá dentro? Por
que eu e não outros? Uma série de indagações que poderão ser esclarecidas por uma boa e
instrutiva conversa. Quem nos convida nos esclarece inicialmente a importância da ordem,
porém sem maiores detalhes.

Nos dias de hoje em que temos acesso facilitado à informação, por intermédio da internet a
curiosidade despertada pode levar o candidato a buscar por essas informações. No entanto
sem o filtro adequado e direcionamento correto, tais leituras de nada valem ou muito pouco.
Podem até iludir o profano com promessas falsas de vantagens ou enriquecimento financeiro.
A Riqueza da Maçonaria é outra não representada pelos metais ou favorecimentos pessoais.

Eis que chega o dia da Cerimônia de Iniciação. Somos informados que passaremos por um
ritual, sem que sejam revelados muitos detalhes.

Após cordial recepção na Loja Maçônica, acompanhados do amigo que nos convidou, nos
vemos numa situação peculiar em que o candidato é despido de sua vaidade, seus metais, seus
valores mundanos e submetido a provas que o fazem perceber suas limitações físicas e
psíquicas. Sua dependência ao ser privado de um dos sentidos mais importantes. Na iniciação
o inusitado acontece vertiginosamente. Trata se do ingresso em um novo estado de
consciência.

Após a série de eventos decorridos na cerimônia de iniciação e todas as provas pelo que
passou, o iniciado dá os primeiros passos de uma caminhada infinda Em busca da perfeição.

A Maçonaria possibilita ao aprendiz acesso a instruções que reforçam diversos conceitos,


como o aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade. A retidão no
cumprimento do dever, na prática desinteressada da Beneficência e da investigação constante
da verdade. O respeito à religião, as convicções e a dignidade de cada um. A fraternidade que
deve existir entre os irmãos, a discrição e o sigilo, o uso moderado e proveitoso da palavra,
além da importância do silêncio. Saber falar e saber calar.

A oportunidade de participar dos trabalhos de uma Augusta e Respeitável Loja Simbólica


Regular gradativamente vai imbuindo no coração do iniciado um sentimento de
responsabilidade e compromisso com a Ordem e consigo mesmo, pois nesse trabalho
simbólico do aprendiz ele é ao mesmo tempo obreiro, matéria prima e instrumento.
O uso dos instrumentos necessários ao desbastar da Pedra Bruta das imperfeições mundanas
tem repercussão no corpo, na alma e no espírito. Edificando o templo da virtude e cavando
masmorras ao vício. O vício que degrada o corpo. o vício que corrompe a alma e afasta o
espírito do criador.

O trabalho do maçom é coroado de êxito quando, ao desbastar suas asperezas e imperfeições


vê repercutir em seus pensamentos, palavras e ações o resultado desses esforços. pois toda
ação humana se inicia na alma, na inteligência! A palavra e a ação são resultados. O homem
Maçom deve orientar seus pensamentos para aquilo que for bom, belo e verdadeiro.

Todo maçom tem deveres: consigo mesmo, com a loja, a família, a sociedade e o Criador.

Não se faz Maçonaria sem compromisso, sem zelo, dedicação e disciplina. Não se faz
Maçonaria sem ritual, estudo, trabalho e principalmente, sem fé. Fé no desenvolvimento
humano.

Quando o homem maçom assume o compromisso consigo mesmo, deixa os dissabores e


aflições do mundo profano para trás e penetra no templo da virtude, do bem maior, do amor
cordial. Deixa também suas dores para trás, pois no Templo de Dentro acaba por encontrar a
cura, ou pelo menos o alento, o alívio para as suas mazelas físicas e espirituais. Ao afastar-se
do vício o Maçom respeita seu Corpo, que é sua morada, sua Alma que rege sua consciência e
inteligência, conduzidas pelo Espírito que vem de Deus, que o deu.

Os bons pensamentos conduzem à sabedoria, comedimento e prudência no uso da palavra e


equilíbrio nas ações.

Quando o maçom dirige seus esforços para o templo interior, nas profundezas da sua alma ele
encontrará a Luz, que o guia e ilumina a consciência, o Espírito de Deus. Neste mister terá o
privilégio de cooperar para a Grande Obra. O Bem e o Progresso do mundo, à Glória do Gr.’.
Arq.’. do Universo.

Silvio Dias

M.’. M.’.

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