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REFLEXÕES Nº 2.

104
12ABR2023

Adm: VM Edson Carlos Boni


Comissão de Ritualística e Desenvolvimento de Estudos e Pesquisas Maçônicas
GOB-SP – Oriente de Sorocaba – ARLS Cavaleiros da Luz, 4048

ESTUDO SOBRE OS TRÊS PONTOS MAÇÔNICOS


ORIGEM DO SINAL
17 jan. 2019

As abreviaturas eram tão comuns na Idade Antiga e Média, apareciam em


todos os manuscritos e se multiplicavam de maneira extraordinária.

Os três pontos usados pelos Maçons em seus do-


cumentos e impressos têm, portanto, a sua origem nas
abreviaturas, tradição antiguíssima que a Maçonaria
trouxe até nós.

Entretanto, posteriormente os três pontos foram relacionados com outros


símbolos Maçônicos, recebendo interpretações simbólicas e esotéricas e foram
usadas na assinatura dos maçons. Mas, esta é
uma prática que não foi adotada pela Maçonaria Inglesa.

Origem dos Três Pontos na Maçonaria

O uso dos três pontos teve início na França, onde foram utilizados como
abreviaturas em documentos maçônicos, e o costume foi geralmente adotado,
espalhando-se, gradativamente, em muitos países, inclusive nos Estados Unidos.

Os três pontos foram utilizados pela primeira vez na Circular de 12 de


agosto de 1772, onde se lia “G∴O∴ de France”, o “Grande Oriente de França”
informava às Lojas de sua jurisdição que transferira sua sede (Ragon).
Todavia, uma corrente defendida por Chapuis contesta Ragon, afirmando
que, dez anos antes, ao serem mencionadas eleições de 03 de dezembro de
1764, já estavam dispostas nos documentos de quatro maneiras diferentes:

1º - Triângulo repousando sobre a base (∴)

2º - Em ângulo reto: dois pontos sobre outro (:.)

3º - Em triângulo cujo vértice ficava à direita (.:)

4º - Em forma de reticências (...)

Há quem supõe que os três pontos também tenham sido uma herança
deixada à Maçonaria pelos Rosa-Cruzes do século XVII. Nada, porém, apoia esta
suposição.

A transformação da abreviatura em símbolo

Embora os três pontos fossem, no início, uma simples forma de abreviatu-


ra, não tardaram os simbolistas a se apoderarem deles, transformando-os em
símbolo, ao qual foi dado as mais variadas interpretações.

Inicialmente, o emprego da abreviatura dos documentos Maçônicos deve


ter sido sugerido pela preocupação do segredo.

Os três pontos tornaram-se, pois, um símbolo, o símbolo da discrição, o


que constantemente é trazido à lembrança dos Maçons no momento em que o
integram às suas assinaturas. Acredita-se, entretanto, que a ideia de transformar
os três pontos em símbolo foi, provavelmente, sugerido pelo caráter sagrado
com o número três, e foi revestido em todos os tempos.

Mas, os três pontos, na forma do triângulo equilátero, geralmente, usado


pelos maçons nas abreviaturas, unido às li-
nhas produzem o triângulo, a primeira figura
das superfícies geométricas e origem da tri-
gonometria, base de todas as medidas.
A origem do ternário tem seu início a partir do binário. Este, por sua vez,
constitui uma manifestação do princípio da Unidade, do todo, segundo os anti-
gos "O Uno é o Todo". O Todo é Uno em sua realidade, em sua essência e subs-
tância, tudo vem da Unidade, que está contido e é sustentado por si mesmo.

Sua representação é o ponto, origem da linha reta, do círculo. Deste círcu-


lo, parte a linha reta, cuja representação é a força que im-
põem direção rumo ao progresso retilíneo, como resultado
de uma força individual centrada no ponto ou centro de nos-
so ser. Como manifestação humana podemos traduzi-la pelo
desenvolvimento progressivo e progressista das potencialidades latentes nas
virtudes ou poderes ativos.

O Triângulo

Daniel Ramée, antes da obra “História Geral da Maçonaria”, refere:

O triângulo composto de três linhas e três ângulos, forma um todo com-


pleto e indivisível.

Todos os outros polígonos se subdividem em triângulos e estes por sua


vez são compostos de triângulos. Este é, pois, o tipo primitivo que serve de base
à construção de todas as superfícies, é por esta razão ainda que a figura do tri-
ângulo é o símbolo da existência da divindade, bem como da sua potência pro-
dutiva e da evolução.

Por isto o triângulo, um dos mais antigos símbolos da


humanidade, figurava para os antigos a ideia de geração, de
criação.

Os símbolos davam ao triângulo a ideia de eternidade


ou Deus eterno. Os três ângulos significam: Sabedoria, Força e
Beleza, tributos de Deus e representam também, o Enxofre, o Mercúrio e o Sal,
segundo os hermetistas os princípios da obra de Deus. Os três ângulos represen-
tam ainda os reinos da Natureza (animal, vegetal e mineral) e
as três fases da revolução perpétua (nascimento, vida e morte).

Interpretação Simbólica dos Três Pontos

Sendo o triângulo a mais simples das figuras geométricas, tornou-se a re-


presentação gráfica da ideia ternária à qual foi ligado como também os três pon-
tos: pai, mãe e filho; dia, noite e aurora; doce, amargo e neutro; quente, frio e
morno; sentir, pensar e agir; vontade, sabedoria e inteligência.

Para muitos, os três pontos representam a divisão Maçônica: Liberdade,


Igualdade, Fraternidade. Para Ragon, um dos grandes mestres do simbolismo, os
três pontos representam e significam: Passado, Presente e Porvir.

Os três pontos são uma imagem que evoca a ideia de ponderação e con-
sequentemente de tolerância; representa de fato os dois extremos e o justo
meio. E este é o símbolo correspondente realmente às ideias maçônicas.

Alguns comentários sobre os três pontos

A obra de Octaviano de Menezes Bastos tece o seguinte comentário:

“Estes três pontos, como o Delta Luminoso e Sa-


grado, são um dos nossos emblemas mais respeitáveis.
Eles representam os ternários conhecidos e especialmen-
te as três qualidades indispensáveis do maçom: Vontade,
Amor (Sabedoria), Inteligência”.

Vê-se, pois, que todo o maçom que quiser ser digno desse nome deve cul-
tivar essas três qualidades, representadas pelos pontos que apõe ao seu nome,
quais as três estrelas que brilham no Oriente da Loja.

Conclusão aos Aprendizes


O número três acha-se intimamente ligado ao Aprendiz, através do simbo-
lismo das Viagens, da Marcha, da Idade etc. Ao induzir a colocar os três pontos
após o nome, a Maçonaria pretende relembrar-lhes os compromissos assumidos
no dia da Iniciação e, particularmente, guardar segredo sobre tudo que visse ou
ouvisse.

Aos Mestres

A função dos símbolos maçônicos é adestrar e disciplinar. O maçom deve


estudar com interesse a aplicação, pois nele encontrará inesgotável fonte de en-
sinamentos que servirão no constante aperfeiçoamento moral, e, ao mesmo
tempo, exercerão influência genética na vida social e sobretudo na vida espiritu-
al. É um constante aprendizado.

* As imagens não fazem parte do artigo original, foram inseridas para faci-
litar seu estudo e compreensão.

Artigo disponível em: http://iblanchier3.blogspot.com/2019/01/estudo-


sobre-os-tres-pontos-maconicos.html#more

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