Você está na página 1de 3

AS

COLUNAS SAGRADAS DA IGUALDADE MAÇÔNICA


O templo maçônico tem, em sua entrada, duas colunas sagradas. As colunas são adornadas de
símbolos e letras. Essas colunas são representatividades das colunas do templo de Salomão e,
embora neste fossem na parte externa do templo, na loja se encontram internas ao mesmo. Sua
manutenção interna ao templo se dá, basicamente, pela discrição de seu significado durante as
sessões maçônicas. Garantindo a reserva e o sigilo das mesmas.

O simbolismo dos ornamentos das colunas reflete significativa importância no que tange às
romãs, aos lírios e aos globos. As romãs são colocadas em cada capitel das colunas em conjuntos
de três, representando as Lojas, seus graus funcionais e a união da família maçônica, como um
exemplo de fraternidade que deve servir a toda a humanidade. Romãs eram frutas repartidas
durante as ceias com símbolo de unificação e união. Os lírios sugerem a pureza da alma, a
sinceridade e a boa-fé com que os maços devem se manifestar seguindo a regra de abrir o coração,
sem reserva mental. Os globos terrestre e celeste são criações puramente maçônicas,
posicionam-se sobre os capitéis e seguem orientação do Rito, com a esfera terrestre do lado dos
Aprendizes e a Celeste do lado dos Companheiros.

Os nomes das colunas maçônicas, por estarem claramente na Bíblia, não são, inicialmente,
secretos, e ambos, respectivamente, são marcadas pelas iniciais das palavras Boaz (B) e Jaquim (J),
porém seu segredo não está nos nomes das colunas em si, mas no modo como estes são
transmitidos. As colunas, historicamente, erguiam-se fora do conjunto arquitetônico, sendo que
aquela colocada a direita de quem entra era chamada Jaquim, enquanto que a outra, à esquerda,
era chamada Boaz.

Esses nomes formam, lidos da direita para a esquerda de quem entra no templo (escrita hebraica)
uma frase lógica; Jaquim é formada pela apócope de Javé (pronúncia aproximada do nome
hebraico de Deus) e pela palavra achin (do verbo estabelecer, firmar), enquanto que Booz (Boaz)
significa força, solidez. Assim, a frase toda seria, praticamente, uma oração: “Deus erigiu esse
Templo solidamente”.

Booz deriva de Boaz, nome do patriarca hebreu que fundou a dinastia do rei Davi. Casado com a
moabita Rute, Boaz foi pai de Obed, que por sua vez gerou a Isaí, ou Jessé ou Jaquim, que foi pai do
rei Davi. Na tradição hebraica, portanto, Boaz foi aquele que fundou a família que iria, mais tarde,
estabelecer o reino de Israel.

Boaz foi um rico dono de terras na cidade de Belém; homem de fé, sábio, justo, piedoso, valente e
poderoso, cumpridor fiel das leis dos juízes de Israel. Onde havia uma provisão legal dava aos
pobres o direito de ir aos campos no momento da colheita e recolherem o necessário para
passarem o dia.
Jaquim, o belemita (nascido em Belém), foi um homem de vida simples, agricultor e pastor de
ovelhas. Foi também um homem bom, solidário e piedoso, pai de família exemplar, sendo ungido
por Deus através do profeta Samuel em razão de seu extraordinário caráter.

O que nos chama atenção na vida desses dois homens são suas ações em favor de seus
semelhantes, dos mais humildes e menos favorecidos, mesmo sendo homens de estruturas
socioeconômicas diferentes.

A lição de que podemos aprender com os nossos Irmãos do passado é exatamente através do que
eles tinham em comum, não obstante um ser muito rico e poderoso, e o outro de classe média
simples. O que os igualava era o CARÁTER, a DIGNIDADE, a SOLIDARIEDADE, a
VOLUNTARIEDADE, a PRONTIDÃO e os VALORES MORAIS E FAMILIARES, tudo o que se prega
e busca em um MAÇOM. Eles, como todos os maçons devem ter, se exaltavam na vontade de fazer
a diferença no mundo de sua época, combatendo a injustiça e a carência.

É dito por estudiosos que Salomão, para homenagear esses dignos e respeitados parentes,
mandou gravar as iniciais de seus nomes nas colunas do templo, e com isso nos dá, com sabedoria,
o exemplo de aprendizado, um dos mais altivos reis da história, homenageando seus parentes de
forma humilde e grandiosa.

Conforme as escrituras:

( ... ) Depois levantou as colunas do pórtico de templo; e, levantando a coluna direita, pôs-se-
lhe o nome de Jaquim; e, levantando a coluna esquerda, pôs-se-lhe o nome de Boaz (... )

I Reis 7 : 21

As Colunas B e J representavam para os ocultistas, que impregnaram a Maçonaria com as suas


doutrinas, os princípios masculino e feminino, considerados base da criação. Em seu “Livre Du
Compagnon”, Oswald Wirth escreveu o seguinte parágrafo:

“Nunca houve contestações sobre o sexo simbólico dessas duas colunas, a primeira sendo
suficientemente caracterizada como masculina pelo Iod inicial que a designa habitualmente. Este
caráter hebraico corresponde, com efeito, à masculinidade por excelência, Beth, a segunda letra do
alfabeto hebraico, é considerada, por outro lado, como essencialmente feminina, visto que o seu nome
significa casa, habitação, de onde surge a ideia de receptáculo, de caverna, de útero etc. A Coluna J é,
portanto masculina-ativa e a Coluna B feminina-passiva...”

Uma das versões para a inversão das letras B e J nas colunas no Rito Brasileiro, seria a forma da
leitura, no ocidente, ser da esquerda pra direita. Contudo, isso não justificaria a posição J e B nos
demais ritos ocidentais. Outra versão, mais aceita, consiste no fato de ser o Rito Brasileiro
genuinamente criado no hemisfério sul, adotando posição contrária aos demais Ritos devido ao
seu próprio arcabouço doutrinário, cuja consideração é a de que o Sul é mais escuro que o Norte
(simbolicamente), que segue a evolução da Natureza, porém baseada no sul do Planeta, onde as
estações do ano ocorrem contrárias às do hemisfério norte.

Do ponto de vista do hemisfério sul, no inverno o sol se desloca para o norte o que caracteriza
uma ideia pela qual o norte é o meio-dia, ou mais iluminado. Assim, para o Rito Brasileiro, essa é a
visão adequada, o que, astronomicamente, para o hemisfério sul está correto.

Nesse sentido é que os Aprendizes, no rito brasileiro sentam-se na Coluna do Sul, enquanto que os
Companheiros, na do Norte. Obviamente isso não acontece com os outros ritos, porquanto a seu
embasamento Setentrional.

A Maçonaria seguiu esta linha de respeito para si, tendo suas Colunas inspiradas na descrição do
Grande Templo de Salomão, contidas nas Sagradas Escrituras. As colunas gêmeas significam
então, na tradução latina, “Ele firmará a força”; esse dualismo tem significado muito esotérico,
sendo destinada a acompanhar aquele que receberia de Jeová, ou Javé, a consagração. Para a
maçonaria Javé é o S:.A:.D:.U:. (Supremo Arquiteto Do Universo). Na liturgia Hebraica,
representavam a dualidade do universo, onde uma coisa só existe em função de outra, seria algo
como a noite e o dia, o homem e a mulher, o bem e o mal, a ordem e o caos. Representariam as
Colunas modernas ainda, a sexualidade, a Coluna B, junto à Coluna do 2º Vigilante significa o
feminino, é denominada de Coluna da Força; e a Coluna J, junto à coluna do 1º Vigilante, o
masculino, é a coluna da Beleza. Pode parecer invertido, mas acredita-se que, neste caso, refere-se
à Força da Vida (a Mãe) e à Beleza do Caráter (o Pai).

Enquanto companheiros, ainda estamos em aprendizado contínuo, e nossos trabalhos não estão
plenamente conscientes e abrangentes, sendo mais trabalhos materiais e construtivos. Buscamos
a beleza do saber, da construção do caráter. No entanto, ainda ignoramos os princípios filosóficos
da Ordem, continuamos a desbastar a Pedra Bruta interior, permitindo que os sublimes ideais da
Maçonaria penetrem no íntimo, purificando nossos pensamentos, afastando os defeitos de nossa
educação profana, permitindo-nos assim, compreender toda a pureza dos ideais Maçônicos.

Combatemos, em nós mesmos, a ignorância, a superstição e a vaidade.

A maior lição que aqui tiramos é a de que todos os maçons são irmãos, iguais, independentes de
sua origem social, tendo como parâmetros seu próprio mérito e a prática da fraternidade dentro
da Maçonaria. Todos nós começamos pelo mesmo caminho, com as mesmas lutas e deveres. Cada
aumento de salário, refere-se a um reconhecimento do valor maçônico de um irmão, mas jamais
deverá ser visto como uma depreciação do valor de um irmão perante outro. A Maçonaria é única
e verdadeiramente uma entidade viva, com valores atualizados, mas embasamento antigo e
verdadeiro no que tem de mais íntegro e valoroso na tradição da sociedade humana.

Erivelto Luís de Souza

C:.M:. – CIM: 21063

Loja Maçônica Caminhos da Liberdade – 263 – Or:. Conselheiro Lafaiete, MG (GOMG)













Baseado nos textos de:
Ir:. Maurilio Humberto, M:.M:. – A:.R:.L:.S:. Astro Do Oriente, O:. Pirassununga, SP
Ir:. Paulo Roberto M:.I:. – A:.R:.L:.S:. Loja Rei David no. 58 (GLSC) – Florianópolis, SC

Você também pode gostar