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REFORMA ÍNTIMA NA UMBANDA

“Umbanda tem fundamento, é preciso preparar”


“Trabalhador pronto o trabalho aparece...”

Pelo tempo que praticamos nossa mediunidade, não podemos deixar de


perceber
como nossa personalidade vem sendo moldada com a prática das
incorporações,
como sutilmente sofremos modificações internas à nossa personalidade.
Muitos
já me perguntaram porque na umbanda não tem um trabalho de preparo
íntimo
para os médiuns ?, ou então o grande Chavão: “Vamos realizar no ano que
vem,
um trabalho de reforma íntima ” Esta é a forma como algumas casas tratam
do
assunto ainda nos dias de hoje. Assim, arrisco dizer que poucas casas tem
médiuns como esta, se propondo a estudar, apresentando sugestões e a
praticar a caridade . Entretanto, a reforma íntima do médium acontece em
especial, àquelas pessoas de muita fé e convicção em seu caminho, que
utilizam o bom senso, do pensar antes de agir, mas para isso, não basta
conversar com uma entidade ou outra, é necessário sair à busca de
conhecimentos, traçar um plano de vida , estabelecer metas e cumpri-las,
deixarmos para traz os vícios , os maus exemplos, a inveja, nossa conduta
como médium não poderá mostrar dualidade em nossa personalidade,
Ex.:aqui
dentro sermos uma pessoa séria, e lá fora aproveitarmos de situações para
tirar vantagens de outras pessoas, como tantas outras pessoas o fazem.

Como podemos passar uma palavra de conforto e esperança ao próximo, se


não
tivermos exemplos a dar? Não se intitule um médium se você possuir tais
requisitos, não se intitule um médium se você pratica os mesmos vícios da
massa.Temos que começar com a consciência limpa, para adquirirmos a
tranqüilidade em nossa alma para podermos realizar a comunhão e a
fraternidade, esta é a missão do médium, seu esforço pela sua reforma
íntima
a constante, pois a evolução é um processo contínuo, não existem paradas
neste caminho , pois na escalada para a espiritualidade um degrau vem após
o
outro, e só o conquistamos com nossa própria caminhada e merecimento.

Quando abordamos o assunto mediunidade, temos que ter em mente que


devemos
estar prontos para encarar uma missão nesta vida e não apenas para
preencher
nosso tempo entre uma aula de ginástica ou um cinema. Diante de tantos
problemas sociais e tantos avisos que recebemos de nossa mãe natureza e
nossos Orixás, não entender nossa trajetória neste mundo como uma missão

espiritual, seria renegar a nossa própria existência como ser humano em


evolução, porém quando encaramos esta tarefa com inteligência,
procurando
ajudar e entender o próximo, algo de interessante acontece , alguma coisa
nos toca, alguma coisa fala em nossos corações e nos conforta, nos traz
alegria , nos estimula no caminho, nos completa, e podemos sentir neste
momento, o que é felicidade..., o limiar entre a razão e a emoção nos
mostra
o *“Truque da Vida”*.

Um truque onde saímos ganhando sempre, pois ao realizarmos nossas


atividades
com seriedade, percebemos que paralelamente, um trabalho de
reconhecimento é
realizado de forma silenciosa pelos nossos guias espirituais, pois diante de
nossas provações podemos avaliar se naqueles momentos difíceis
estávamos
sozinhos ou não, se a parceria deu certo..?, e sempre dá.

A partir da ciência de sua mediunidade e do compromisso de colocá-la a


serviço da espiritualidade, o médium deverá conscientizar-se da própria
necessidade de melhorar comportamentos e atitudes no dia-dia, que
automaticamente refletirão de modo positivo nos trabalhos que realizará no
Templo e em sua vida como um todo.
Quando alguém assume o grau de médium, dele também é exigido que
purifique seu íntimo, que reformule seus antigos conceitos a respeito da
religiosidade e que se porte dignamente, de acordo com o que dele esperam
os orixás sagrados, que o ampararão daí em diante.

A transformação interior é o caminho correto da vida, o caminho da


retidão, o caminho da fé e da vontade, o caminho da luz. Em nossa mente e
em nosso coração não deve haver separação entre mundo material e
espiritual; não à um tempo para a matéria e um tempo para o espírito, pois
o valor da vida está na eternidade. A qualidade de tudo é universo de Deus.

A prática religiosa deve ser um ato sagrado o tempo todo, levando a


simplicidade da vida para dentro do nosso coração e tornando sagrado o
nosso mundo, as nossas ações, os nossos momentos. Não é preciso
“arranjarmos tempo” para praticar a religião, o necessário é transformarmo-
nos interiormente, buscando nossa verdadeira essência, nossa verdadeira
natureza e identidade, cada momento, expressando isso na criação de um
mundo melhor. É preciso purificar o corpo físico e coração.

A purificação do corpo implica comportamento limpo, claro, e aberto, dar


carinho e servir os outros, fazendo de nós um modelo a ser seguido.
Significa não ir à busca do prazer e da gula, não falar palavras fúteis;
desrespeitosas ou sobre os erros dos outros; não promover discórdias; mas
sim, incentivar as pessoas a fazer as coisas certas; falar palavras
reconciliadoras; ser educado, amoroso,suave, dedicado, afável e
benevolente; não falar alto e grosseiramente. Implica ainda, o consumo de
alimentos depurativos do sangue e curativos e a superação de vícios e maus
hábitos.

Nos dias de trabalho estamos para Deus. Certos cuidados são exigidos: não
ter relação sexual pelo menos por 24hs. antes; não ingerir bebida alcoólica
e/ou outras drogas e substâncias prejudiciais à saúde, sejam elas legais ou
ilegais; não ingerir carne de espécie alguma. Alimentação deve ser leve,
pois refeições pesadas ou picantes demais trazem distúrbios orgânicos e
energéticos que desvirtuam o trabalho do médium, interferem na
concentração e despertam emoções mais densas.

O excesso de alimentação produz odores desagradáveis pelos poros, pela


saída dos pulmões e do estômago. O álcool e outras substâncias tóxicas
conturbam os centros nervosos, entorpecendo a mente, anulando a
percepção extra-sensorial e alterando certas funções psíquicas. Também
abrem o campo mediúnico às vibrações negativas e estimulam o emocional
dos médiuns.
Os procedimentos de resguardo visam desobstruir os pontos de captação de
energias e afinizar a vibração do médium em seu padrão pessoal. Quanto
mais puro em suas energias, mais facilmente o médium sintonizará,
vibratoriamente, as irradiações dos orixás e isto, se feito continuamente, se
expressará na saúde do médium, tornando-o menos suscetível à as doenças.

A purificação do coração, enquanto fonte da consciência do ser humano,


ocorre com a preservação do pensamento limpo e sem defeito. Para isso,
devemos desenvolver a sinceridade, o respeito, a humildade, a gratidão, a
harmonia, o contentamento, a misericórdia, a compaixão, a abnegação e o
perdão, no entanto sem aplacar o sentimento de revolta contra as injustiças
e miséria.

Este mundo transitório da matéria deve ser entendido como uma dádiva,
para podermos enxergar nossa verdadeira dimensão e caminhar para a
comunhão com a consciência divina. Em nossa prática do dia-dia, temos
descer, nós mesmos, uma fonte de luz.

O ciclo reencarnacionista é uma das vias de evolução, sobre a irradiação


dos sagrados orixás, na qual, todo e qualquer espírito tenha a possibilidade
de percorrer um caminho de infinito aperfeiçoamento, tanto no plano
material quanto no plano espiritual.

O sentido da vida está em ajudarmos no equilíbrio de nossos semelhantes.


Aqueles que se tornaram conhecedores da Lei e já conquistaram seu
equilíbrio buscam a essência do criador nas coisas mais simples;
sacrificam-se pelos semelhantes sem nada esperar em troca; preocupam-se
em não depredar a natureza; integram-se por inteiro ao ancestral místico,
sabendo que tudo é parte do mesmo corpo de Olorum. O I Ching alerta para
não se anular para servir ao outro, pois se diminuindo muito não se poderá
prestar ou servir para nada.

A nós, umbandistas, cabe purificar nosso íntimo, renovar a religiosidade e a


fé nos sagrados orixás, no nosso meio humano, sofrido e desencantado com
tantas injustiças sociais e religiões comprometidas com esse estado de
coisas. Temos que lidar, simultaneamente, com nosso íntimo e com nosso
meio, sem nos dissociarmos de nada ou de ninguém à nossa volta. É
fundamental que conquistemos os dons, as virtudes e a harmonia para
nosso planeta, retornando à simplicidade de cultuar Deus, de sermos
responsáveis pela vida e auxiliares do nosso Divino Criador. Se essa for a
prática cotidiana na vida do médium, torná-lo-á inacessível aos espíritos
trevosos e às vibrações negativas.
CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL NA
UMBANDA

QUEM AMA A UMBANDA NÃO SUJA E NÃO POLUI.


A mudança que você quer fazer fora começa sempre dentro, ou seja, no seu
interior.

A UMBANDA é uma religião natural, ela entende a natureza física como


pontos de força, santuário natural, sítio sagrado ou mesmo casa dos
ORIXÁS.

Na pratica litúrgica da UMBANDA a oferenda é um dos atos mais


sagrados de conexão entre fiel e divindade.

Encontramos variadas formas de oferenda, tem oferenda para tudo,


energização, descarrego, abertura de caminhos, agradecimento,
prosperidade, etc...

O fato é que a oferenda esta presente no dia a dia do umbandista.

Já que é tão comum o ato ofertatório e principalmente porque é depositado


na natureza, fica a pergunta:

O umbandista está preparado e tem uma consciência ambiental?

Oferendar também é uma forma de presentear, todos gostamos de receber


presentes, porém a embalagem é descartada no lugar correto e ficamos
apenas com o usual do presente, na oferenda não é diferente, a garrafa,
copos plásticos e demais descartáveis não são oferendas, oferenda são as
flores, frutos, comida, etc...

Se, a UMBANDA vê a natureza como sagrado, logo deve preservá-la.


Todo cidadão precisa de uma consciência ecológica para o exercício da
cidadania, mas, para o Umbandista essa consciência é fundamental,
ecologia é preceito religioso.

Além de cuidar do meio ambiente precisamos zelar pela boa imagem da


religião, essa consciência precisa estar implícita em cada umbandista.

Pois, para as pessoas que não são adeptas da nossa religião, quando chegam
em locais e encontram restos da nossa oferenda criam uma imagem
distorcida do real significado dela.

Já foram criados locais adequados onde o umbandista tem toda a liberdade


e privacidade para a realização de seus cultos e oferendas como Santuário
Nacional da Umbanda e o Vale dos Orixás, pois lá existem funcionários
para a coleta seletiva, o que é reciclado tem destino certo e o que orgânico
vira adubo.

De forma geral os umbandistas se utilizam de espaços públicos sem


infraestrutura para limpeza, portanto todos nós podemos adotar atitudes
simples que resultam em grande impacto.

Quando chegar no ponto de força da natureza e definir onde será sua


oferenda, acenda suas velas com o cuidado de não encostá-la em troncos de
arvores para queimá-la, limpando o local dos gravetos e folhas secas para
evitar fogo, priorize forrar o chão com as folhagens do ambiente para
colocar os elementos e comidas sobre as folhas, dispense os pratos.

Não há resultados em oferendas feitas as pressas, lembre-se, que é um ato


sagrado e com carinho e dedicação deve ser ministrado, faça suas preces,
evocação, cante os Pontos, faça seus pedidos com muita tranqüilidade,
reflita, agradeça, Orixá esta presente, é o tempo suficiente de suas velas
terminaram de queimar, então, peça licença e recolha a borra das velas,
copos descartáveis ou vidro, garrafas, etc... certifique-se que ficará apenas
material não poluente, não deixe nenhuma marca do tipo “ por aqui passou
um umbandista e deixou toda essa sujeira “

Acender uma vela sem a preocupação devida poderá gerar uma queimada
de grandes proporções, destruindo os animais silvestres e as plantas em
toda a sua diversidade.

Sem natureza, sem religião de Umbanda, é de nossa responsabilidade,


dever, interesse e obrigação lutarmos para zelar e preservar a mãe natureza,
pois nossos pontos de força estão na natureza.
Cada um de nós é uma célula de todo o contexto, é importante assumirmos
uma postura coerente e responsável nessa missão, ainda é tempo, temos de
nos engajarmos nessa luta, mobilizando o povo da umbanda, fazer pensar,
esclarecer, ensinar, preparar, conscientizar.

Cada umbandista tem a obrigação de ser um guardião, estar comprometido


e compromissado com a preservação.

A tampa de plástico da PET que você deixou jogada na praia ou mesmo por
aí pode rolar na enxurrada, ir para um rio e terminar no estomago de um
animal marinho (golfinho ou tartaruga) pois eles não tem discernimento
para se alimentar e acabam morrendo com o lixo que você gerou
irresponsavelmente.

Festa de Iemanjá -1

Milhares de Umbandistas descem para a praia em Dezembro para


homenagear a Mamãe Iemanjá - Grande maioria fazem firmezas na descida
da serra todo ano aparecem vários focos de incêndio. Responsabilidade??
Os Umbandistas, povinho atrasado, imagem negativa para nossa religião.

Festa Iemanjá - 2

Segunda-feira de manhã, a praia esta impraticável, suja, muito lixo,


(garrafas de champanhe, barquinhos de isopor, vidros de perfume,
recipientes de talco, galhos de rosas com espinhos, velas inacabadas, vasos
de plásticos, sacos plásticos, pratos e todo tipo de lixo)
Responsabilidade????? Os Umbandistas, povinho atrasado, não tem
consciência ambiental, por onde passam sujam tudo, vieram trabalhar na
praia, um absurdo!!!! Imagem negativa para nossa religião.

Será que nossa mãe Iemanjá fica feliz com toda essa sujeira?? Com todo
esse lixo que deixamos na sua casa??

Como proceder???

Como exigimos limpeza e respeito na nossa casa, vamos respeitar a casa


que nos acolhe.

Após os trabalhos - Recolher toda a sujeira, inclusive a borra das velas em


sacos plásticos após a homenagem, devemos deixar o local absolutamente
limpo como encontramos.
Só aceitando como oferenda - flores sem vasos plásticos com terra,
champanhe apenas o liquido, perfume apenas o liquido, talco sem o
invólucro, pétalas de rosas. Todos os filhos da casa e assistentes sendo
previamente orientados.

Sua colaboração:

Importante despertar nas pessoas o interesse pela sustentabilidade, para


mudar o mundo e contribuir, é preciso primeiro mudar a atitude das
pessoas.

É preciso que todo o mundo comece a fazer algo pelo futuro do nosso
planeta, pelo nosso futuro e dos nossos filhos e netos.

Não será fácil, ninguém se livra da febre quebrando o termômetro, é


preciso lidar com os obstáculos primeiro.

Nós Umbandistas precisamos decidir se desejamos uma melhora


simplesmente incremental, medíocre ou um salto transformador, vamos
aproveitar esse marco do Centenário da Umbanda para repensar, reagir e
lutarmos pela nossa causa.

Não precisamos de palavras para mudar a “cara” da UMBANDA,


precisamos sim, de atitude, coragem e sabedoria. Pensem nisso.

CAVALEIROS DA JUREMA – SANTA CRUZ DO SUL E AGUDO – RS

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