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O que a Umbanda ensina meus irmãos de fé ?

Exu ensina que se eu desejo algo, eu tenho que conquistar


Os Baianos ensinam que a felicidade é uma permissão que temos que nos dar
irmãos de fé
Os Marinheiros ensinam que mesmo que a vida balance, o naufrágio só acontece
se não nos mantivermos firmes
Os Boiadeiros ensinam que só os verdadeiros amigos permanecem ao nosso lado
As Pretas e Pretos Velhos irmãos ensinam que arrogância não nos leva a caminho
nenhum que seja bom
Os Ibejis ensinam que a fé é o único sentimento puro que existe
Pai Omulu irmãos ensina que não existe sofrimento em recomeçar tudo outra vez
Ogum ensina que não se vence batalhas com a guerra
Iansã ensina que se vence as tempestades da vida com a cabeça erguida
Oxum ensina que o amor vale mais que o ouro
Xangô ensina a confiar na justiça divina e não na nossa errante
Iemanjá ensina a acolher as pessoas, e não a fugir delas
Oxossi ensina que a nossa coragem é o suficiente para realizar nossos sonhos
Nanã ensina que a paciência nos faz chegar mais rápido e com mais certeza em
nossos objetivos
Oxalá ensina que pra ser bom não se precisa de ser santo, mas que não se faça
nada que vá contra uma outra pessoa
Deus ensina que ele não tira nada de nós, nem mesmo se for pra nos dar algo
melhor
Olorum ensina que o que conquistamos é mérito nosso, fazer permanecer
connosco é outro mérito E que se for por nosso merecimento Ele nos dará muitas
coisas sem tirar nada do que já possuímos Axé.
Texto de nossa Irmã de Fé
Jacke Godoy
AS QUATRO LEIS DA ESPIRITUALIDADE
A primeira lei diz:
"A pessoa que vem até você é a pessoa certa."
Ninguém entra em nossas vidas por acaso... Todas as pessoas ao nosso redor, interagindo
com a gente, tem algo para nos fazer aprender e avançar em cada situação.
A segunda lei diz:
"Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido."
Nada, nada, absolutamente nada do que acontece em nossas vidas poderia ter sido de outra
forma, mesmo o menor detalhe... Não há nenhum: "Se eu tivesse feito tal coisa." Ou:
"Aconteceu que um outro..." Não! O que aconteceu foi tudo que poderia ter acontecido, e
foi para aprendermos a lição e seguirmos em frente. Todas e cada uma das situações que
acontecem em nossas vidas são perfeitas!
A terceira lei diz:
"Toda vez que você iniciar é o momento certo."
Tudo começa na hora certa, nem antes, nem depois. Quando estamos prontos para iniciar
algo em nossas vidas é que as coisas acontecem.
E a quarta e última afirma:
"Quando algo termina, ele termina."
Simplesmente assim! Se algo acabou em nossas vidas, é para nossa evolução. Por isso, é
melhor sair, ir em frente e se enriquecer com a experiência.
Não é por acaso que estamos lendo este texto agora. Se ele vem à nossa vida hoje é porquê
estamos preparados para entender que nenhum floco de neve cai no lugar errado."
Texto de nossa Irmã de Fé
Jacke Godoy

Quanto tempo leva o desenvolvimento?


Desenvolvimento Mediúnico
O desenvolvimento é diferente para cada pessoa. O ritmo e o tempo não são o mesmo.
Ninguém sente e vive a mediunidade da mesma forma que o outro. Por este motivo, não é
possível dar um número exato de quanto tempo levará o desenvolvimento mediúnico. Mas
entenda que é um processo personalizado.
Em geral, o desenvolvimento é lento e exige muita paciência. É importante que seja assim,
visto que o atendimento ao público é uma enorme responsabilidade. Pessoas com os mais
diferentes problemas passam pelas entidades, algumas situações muito graves, e uma
orientação incorreta pode ser nefasta.
O médium em desenvolvimento deve procurar manter uma postura de humildade.
Infelizmente, muitos permitem a arrogância crescer no coração, clamando aos quatro ventos
que já estão “prontos” e desenvolvidos. E quando o dirigente ou guia espiritual pede para
aguardar mais um pouco, ele sai em busca de um novo terreiro, onde permite os médiuns
darem consulta sem muito critério.
Não se deve buscar acelerar o desenvolvimento. Os mais novos precisam aprender a deixar
as coisas acontecerem naturalmente. Lamentavelmente, vemos muitos, movidos pela pressa
e ansiedade, buscarem fora do terreiro práticas cada vez mais estranhas. Mas vou deixar
algo bem claro: não existe banho, firmeza, trabalho, meditação, técnica ou magia que faça
alguma etapa ser pulada. Repetimos: siga o seu ritmo natural, e tenha paciência.
E há também o outro lado da moeda. Médiuns que estão há anos e anos no
desenvolvimento, e que já possuem a autorização para participar do atendimento, mas
devido insegurança e outras razões insistem em permanecer no desenvolvimento. Lembrem-
se que a mediunidade é um compromisso sério. Não se incorpora apenas para sentir uma
energia diferente e agradável, entidade não é sabão para você deixar vir só para te limpar.
Se o Pai de Santo disse que você já está pronto para dar consultas, confie. Tenha fé nos seus
guias e na sua própria capacidade.
O tempo é importante para que o médium possa trabalhar, dentro de si, outros assuntos não
resolvidos. O desenvolvimento mediúnico é, antes de tudo, um desenvolvimento interno. É
um mergulho profundo na sua alma, conhecendo as emoções, memórias, pensamentos e
sentimentos que ali habitam. E, é claro, purificando e curando tudo o que ali encontra. Nem
sempre este processo é fácil, o que pedirá muita paciência do médium iniciante.
Não fique opinando sobre a mediunidade alheia, nem pressionando ninguém da casa para ir
para o atendimento ou iniciar seu desenvolvimento. Isso somente cria mais ansiedade no
médium novato. Deixe cada um levar o seu tempo natural. Cabe somente ao Pai de Santo ou
o guia chefe da casa determinar quando alguém está pronto para dar consultas.
Por fim, lembre-se de que o desenvolvimento nunca para de fato. Mesmo que esteja na
Umbanda desde criança, mesmo que trabalhe com seus guias há mais de 50 anos, ainda
assim há bastante para aprender. Muitas coisas o médium novo somente irá compreender
quando passar para o atendimento. E outras lições os médiuns experimentados descobrirão
apenas nas próximas vidas. Por este motivo, humildade sempre. Diante dos guias e da
espiritualidade superior, somos todos aprendizes.
Saravá a todos!
Pai
Adalberto Umbtradicionalesagrada
SERIA A UMBANDA UMA RELIGIÃO CRISTÃ?
Esta é uma questão assaz complexa, o qual não é possível bem responder com um simples
“sim" ou “não”. Para entendê-la, é necessário esmiuçar os detalhes e características de
nossa religião. É o que intencionamos realizar neste presente texto.
É inegável que a influência cristã está presente em algum grau. Adotamos, como princípio
norteador, a caridade. Os guias, com frequência, benzem e abençoam em nome de Jesus.
Realizamos o batismo, o casamento, as cerimônias fúnebres. Fazemos firmezas nos
cruzeiros, cultuamos anjo da guarda, comemoramos os Orixás em datas de Santos. E em
muitos terreiros ainda permanecem as imagens sincretizadas.
O terreiro é expressa, em seus ritos, o princípio cristão do amor ao próximo. Nossas
atividades têm como objetivo a caridade, sem nenhum interesse por recompensas,
reconhecimento ou qualquer tipo de benefício. A humildade, outro ensinamento do Cristo, é
um valor supremo na Umbanda. Ela acolhe a todos, sem distinção alguma.
Por outro lado, não nos orientamos pela bíblia cristã. Podemos até aproveitar alguns
ensinamentos, mas não fundamentamos nossos rituais neste livro. Não cremos em juízo
final, apocalipse, Adão e Eva, muito menos na figura do diabo. Para nós, não existe o
inferno e nem o paraíso. As almas não são condenadas ao eterno sofrimento, porém
participam de um constante ciclo de encarnações sucessivas, em que somente poderão se
libertar com a evolução espiritual.
Mais importante ainda, a Umbanda não dissemina a ideia de pecado. Nosso objetivo não é
estimular o sentimento de culpa e nem o medo no pós morte. Compreendemos Deus não
como um ser que pune conscientemente os seres humanos, mas que nos dotou de livre
arbítrio. O sofrimento é consequência do mau uso dele.
O nosso modo de atuação é outro. Por meio dos passes, aconselhamentos, banhos, firmezas,
entre outros preceitos, a Umbanda promove o fortalecimento espiritual do consulente. O
contato regular com as vibrações elevadas dos guias e Orixás provoca sua harmonização e
equilíbrio interno. Gradualmente, sua mente se desassocia de fixações doentias e
sentimentos destrutivos. Dessa maneira, ele alcança a tão falada reforma íntima.
Portanto, se nos for perguntado se nossa religião é cristã, podemos responder que os
ensinamentos do mestre Jesus são encontrados em nossa doutrina, em especial suas lições
morais. No entanto, o cristianismo é mais uma influência entre outras que a Umbanda
recebeu, como o culto bantu aos ancestrais, o Candomblé, o espiritismo, o xamanismo
indígena e o esoterismo. Entretanto, ela não é uma simples mistura desses cultos: a
Umbanda possui o seu próprio fundamento, e toma ela mesma como referência para suas
práticas.
O nosso templo religioso atua como um pronto socorro espiritual. São realizados, em suas
dependências, descarregos, quebra de demandas, desobsessões, curas, aberturas de caminho,
desenvolvimento espiritual, aconselhamento entra tantas outras bênçãos da espiritualidade.
Nele, o Espírito Santo se faz presente por meios dos guias e protetores. Afinal, o que são os
caboclos, preto velhos, crianças, exus e pombagiras senão santas almas que por amor a
todos nós se manifestam para nos auxiliar?
Saravá a todos!
Pai
Adalberto Umbtradicionalesagrada

O MÉDIUM NÃO É UM SIMPLES APARELHO


O ritual de Umbanda tem como um dos seus eixos principais o exercício da mediunidade.
Nos terreiros, sua expressão mais comum é por meio da incorporação. Por ela, somos
presenteados pela incrível oportunidade de conversarmos diretamente com os mentores das
elevadas esferas espirituais, receber conselhos e orientações, além de todo trabalho
energético através do passe e descarrego.
No entanto, mais do que se costuma admitir, os médiuns possuem uma larga influência no
trabalho das entidades, a variar dependendo do seu preparo e concentração. Toda
mensagem, invariavelmente, passa por ele antes de ser expresso aos consulentes. Isto
implica, antes de tudo, sua enorme responsabilidade frente ao compromisso que assumiu.
E isto é válido mesmo para os que se dizem inconscientes – se é que realmente ainda
existam tais médiuns -, uma vez que não se lembrar de nada não significa que não possa de
alguma forma ter influenciado o atendimento.
O médium não é um simples aparelho capaz de reproduzir mecanicamente as mensagens
que vêm do alto. Ele tem a sua história, visão de mundo, valores, conhecimentos e doutrinas
particulares. E quando o guia transmite suas ideias em seus atendimentos, ela assume as
formas mentais que encontra no seu “cavalo".
Com o desenvolvimento, o tempo e a experiência, o médium aprende a tornar-se passivo.
Silenciando e aquietando o seu interior, ele permite que o guia assuma à frente. É um longo
exercício e intensa batalha interna, até que chega o dia em que ele entende que precisa
simplesmente confiar e se entregar. No entanto, o médium nunca se anula complemente. Ele
sempre está lá, presente, dando forma às palavras que são transmitidas.
É preciso reforçar constantemente isso. São muitos os médiuns que se desesperam com a
ilusão de que haverá o momento em que suas mentes sofrerão um apagão e depois disso não
existirá mais nada a se preocupar. Vou repetir: durante a incorporação, o médium nunca
deixa de estar presente. E, por esta razão, exige-se dele preparo e responsabilidade.
Os guias são forças sutis. Mesmo os Exus e Pombagiras, que costumamos dizer que
apresentam energias mais densas, estão em um nível vibratório muito maior que o nosso.
Segue-se que, para que haja um acoplamento mediúnico, é preciso que o próprio médium
busque elevar sua vibração e tornar sua energia mais sutil.
A mediunidade exige alguns sacrifícios pessoais. Mais vale, em algumas situações, calar-se
diante do convite ao conflito do que perder a firme sintonia com seus guias e protetores.
Eliminar as brigas, discussões, pensamentos negativos, rancores, palavras de baixa
vibração. Todas essas práticas nos afastam da espiritualidade e, tenha certeza, interferem no
seu processo de incorporação.
Lembre-se de que através de sua mediunidade, virão pessoas se consultar com todos os
tipos de problemas, alguns, muito graves. É uma enorme responsabilidade. Se você assumiu
este compromisso, tem o dever de estar o mais preparado possível no dia da gira. Esta é a
sua única tarefa, uma vez que quem exerce a caridade é o guia e não médium.
Acima de tudo, o médium deve buscar o seu desenvolvimento moral. O coração que vibra
amor impulsiona a todos para mais próximo do Pai Maior. E essa é a nossa missão. Quanto
mais elevados os pensamentos, e mais puros os sentimentos e tanto mais compromissado
nos colocamos com a prática da Umbanda, mais perfeita é a sintonia para com nossos guias
e protetores.
Saravá a todos!

Adalberto Umbtradicionalesagrada
SURRA DOS GUIAS??
Muitos são os mitos que surgem dentro da Umbanda e a “SURRA” dos Guias é um deles.
Infelizmente esse mito insiste em perdurar no meio umbandista.
Várias são as pessoas que nos procuram porque “alguém” disse que sua vida não está
correndo bem (falta de trabalho, saúde, relacionamento, clientes, etc.) porque os Guias estão
lhe dando uma surra pelos mais variados motivos: não fez sua obrigação, não desenvolveu
sua mediunidade, etc.
Bom, vamos entender isso: os Guias de Lei da Umbanda, tanto os de Direita como os da
Esquerda são espíritos altamente evoluídos, são espíritos de Luz a serviço da Luz.
Possuem um grau de compreensão e conhecimento muito acima do nosso, por isso tem a
missão de nos guiar, conduzir, nos ensinar, nos amparar e nos fortalecer para que possamos
fazer nossa caminhada.
Isso quer dizer que ninguém pode caminhar e evoluir por nós.
Se essa não for á ação do “Guia” que você esteja se aconselhando, que esteja te
acompanhando, preste atenção!
Muitas vezes, os Guias nos cobram atitudes e padrões de comportamento que deveríamos
tomar para o nosso crescimento e desenvolvimento, e automaticamente para melhoria de
nossa qualidade de vida. Pois muitas vezes nós nos acomodamos a processos internos ou
externos e estagnamos em nossa jornada.
Mas NUNCA um Guia irá criar problemas na vida de alguém que esteja querendo melhorar,
crescer, aprender e evoluir. Ele está lá para nos ajudar e nos orientar, não para decidir por
nós e de forma nenhuma serem causadores de intrigas, confusões e discórdias.
Se essa não for á ação do espírito que você esteja se aconselhando ou que esteja te
acompanhando, preste atenção!
Acontece que muitos médiuns por falta de conhecimento, vaidade, orgulho, presunção,
etc… Se desvirtuam em seus padrões de comportamento, tanto espiritual como material.
Com isso começa a negativar seu campo vibratório e mediúnico e começam a perder o
amparo e a proteção espiritual dos Guias de Luz. Não porque eles (Guias) se afastam, mas
sim por não conseguirem manter uma linha de ressonância e afinidade com seus tutelados.
Quando isso começa a acontecer os Guias muitas vezes nos chamam a luz da razão, nos
alertando para o nosso comportamento. Mas se são ignorados, pois temos o direito livre de
escolha, tentam nos mostrar de outra forma que nossas atitudes não são ou não estão
coerentes.
Mas, se mesmo assim teimamos em não perceber, OS GUIAS NOS PERMITEM FICAR A
MERCÊ DAS CONSEQUÊNCIAS DE NOSSAS PRÓPRIAS AÇÕES.
Entendam, não são os Guias que se afastam de nós, somos nós que nos afastamos deles!
Com isso, podemos criar uma linha de afinidade com espíritos negativos que se afinizam
com nosso padrão espiritual, consciencial e energético negativado.
Muitas vezes esses espíritos, se aproveitam da leviandade, do orgulho e vaidade dos
médiuns e se fazem passar por seus Guias, criando muitas vezes grandes confusões na vida
tanto do próprio médium como daqueles que se “aconselham” com ele.
Porém isso nada mais é do que conseqüências de uma postura leviana do médium, nunca
um castigo ou surra dos Guias.
A cada um sua obra, já dizia o Divino Mestre.
Sabemos que toda a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.
Caso você esteja tendo algum problema de ordem espiritual ou mediúnica, procure ajuda e
esclarecimento, mas SAIBA QUE A CAUSA muitas vezes PODE ESTAR NUMA
ATITUDE QUE VOCÊ INSISTE EM NÃO QUERER MUDAR.

Adalberto Umbtradicionalesagrada
PORQUE FICAMOS DESCALÇOS NO TERREIRO
Todo Umbandista já deve ter ouvido a frase:
“Umbanda é pé no chão”.
Mas será que todos sabem o porque de ficarmos descalços em nossos terreiros?
São três motivos principais.
O primeiro é que o solo representa a morada dos nossos antepassados e quando estamos
descalços tocando com os pés no chão estamos entrando em contato com estes
ancestrais e, consequentemente, com todo o conhecimento e a sabedoria que esse
passado guarda.
O segundo motivo pelo qual tiramos os calçados é o respeito ao solo sagrado do terreiro.
Imagine que vir da rua com os sapatos sujos e entrar com eles onde nossos trabalhos
espirituais são realizados seria como alguém entrar em nossa casa carregando uma
montanha de lixo que vai caindo e se espalhando por todos os cantos.
Diante desta situação você diria o quê?
No mínimo que essa tal pessoa não tem respeito por você ou pela sua casa.
O terceiro motivo é o fato de que naturalmente nós atuamos como “para-raios” e ao
recebermos qualquer energia mais forte, se estivermos descalços sem nenhum material
isolante entre nosso corpo e o chão, ela automaticamente se dissipa no solo.
É uma forma de garantir a segurança do médium para que não acumule ou leve
determinadas energias consigo.
Além de tudo isso podemos dizer também que realizar nossos trabalhos espirituais
descalços é uma forma de representar a humildade e a simplicidade do Rito
Umbandista.
Vale lembrar que no início este costume, nos cultos de origem africana, tinha outro
significado.
Os pés descalços eram um símbolo da condição de escravo, de coisa,uma vez que o
escravo não era considerado um cidadão e estava, por exemplo, na mesma categoria do
gado bovino das fazendas.
Quando liberto a primeira coisa que o negro procurava fazer era comprar sapatos que
eram o símbolo de sua liberdade e, de certa forma, faziam com que ele fosse incluso na
sociedade formal.
O significado da “conquista” dos sapatos era tão profundo que muitas vezes eles eram
colocados em lugar de destaque na casa para que todos os vissem.
No entanto, ao chegar ao terreiro, espaço que havia sido transformado magisticamente
em solo africano, os sapatos tornavam-se novamente apenas um símbolo de valores da
sociedade branca e eram deixados do lado de fora.
Ali os negros sentiam-se de novo na África e podiam retornar à sua condição de
guerreiros, sacerdotes, príncipes, caçadores, etc.
Tenho certeza que agora entrar descalço no terreiro terá um outro valor.

Adalberto Umbtradicionalesagrada

NINGUÉM É INSUBSTITUÍVEL NO TERREIRO


.
Mais humildade, meu irmão. Se você acredita que o terreiro não é capaz de sobreviver sem
sua presença, está muito enganado. Ali, ninguém é indispensável. Até mesmo os Pais-de-
Santo, eventualmente, podem mudar.
Em vez de ficar reclamando, criticando, e ameaçando sair da casa, procure ser útil. A
espiritualidade te colocou nela por um bom motivo. Todos podem contribuir, e também
todos podem aprender qualquer tarefa.
Se houver necessidade, o sagrado saberá encaminhar a pessoa certa para o terreiro. E da
mesma forma, quando alguém está desarmonizando a casa, se este não ouvir os bons
conselhos, uma hora vai embora.
A entrada e saída de pessoas de uma casa é um processo natural. Sempre acontecerá. No
entanto, infelizmente, muitos não sabem desligar-se de forma tranquila e respeitosa. Não
basta se afastarem, querem levar o máximo consigo e deixar o terreiro em uma situação
complicada.
Isto revela desonestidade e mau caráter. Esquecem-se de que o objetivo maior dali é a
prática do culto aos Orixás e a evolução espiritual de cada um. O terreiro é sagrado. Se a
pessoa vai parar em outra casa ou abrir a sua própria, o antigo local não torna-se seu
concorrente, mas um companheiro e colaborador na obra do bem. Acima de tudo, somos
todos filhos do Sagrado.
“O escândalo é necessário, mas ai daquele que escandalizar". Se está insatisfeito na casa
que pertence, converse com o dirigente. Se optar pela saída do terreiro, agradeça e respeite.
Não fale mal, não esqueça de todas as graças que você conquistou neste local.
Não queira, também, que o terreiro dependa de você. Se houver ali alguma atividade que
somente você saiba realizar, ensine aos mais novos. Isto também é forma de honrar os
ancestrais. Da mesma forma que você aprendeu, outros também podem e os conhecimentos
da religião se prolongam no tempo. Porém, caso você se recuse a passar o saber adiante,
tenha certeza que a espiritualidade encontrará uma maneira de preparar os próximos.
Não estamos dizendo que você não possui nenhum valor no terreiro. Para a espiritualidade,
todos são importantes e podem contribuir no seu trabalho. O egoísmo, no entanto, tornou-se
estrutural. Muitos sentem, no íntimo do seus corações, que para receberem alguma estima,
outros precisam receber menos. É a constante necessidade de diferenciar-se, de ter
privilégios, de tratamento especial.
Para mudarmos isso, é preciso reeducar as emoções. Fazê-las compreender o poder da
colaboração.
Quando um cresce, todos evoluem com ele. Se alguém cai, o restante sustenta e coloca-o de
pé. Esta é a força da religião. Não somos mais do que um elo nesta longa rede que une
encarnados e desencarnados. Quando estamos firmes em torno de um objetivo maior,
tornamo-nos capazes de transformar vidas, curar pessoas, abrir caminhos, libertar almas e
avançarmos juntos!!!

COMO OUVIR AS ENTIDADES NO SEU DIA-A-DIA


Nunca estamos realmente só. Por onde quer que nossos caminhos nos levem, os guias estão
sempre a nos zelar. Diariamente, suas companhias são uma constante em nossa vida. E nos
momentos importantes, orientam-nos em nossos passos. Por esta razão, é fundamental
aprender a ouvir suas mensagens.
O bom médium deve aprender a conversar com as entidades mesmo quando não estiver
incorporado. Não podemos depender deste mecanismo e nem das giras para se conectar
com o Alto. E qualquer pessoa pode promover este contato, desde que se empenhe para
isso.
A principal forma de comunicação com a espiritualidade é a intuição. Ela é mais elevada e o
mais universal tipo de mediunidade, a qual está disponível para todos. Trata-se de uma
transmissão direta de informação de um espírito para outro. É instantânea, e com frequência
você receberá apenas a ideia pura, sem palavras, que posteriormente será revestida pelo seu
vocabulário e processada pela sua mente.
Entretanto, para que você escute com clareza as mensagens, é preciso desenvolver sua
atenção para com ela. Exercitar essa faculdade. É como se fosse um músculo, quanto mais
você o usa, mais forte se torna.
Imagine que você se encontre no centro de uma movimentada cidade. Há vendedores
ambulantes anunciando seus produtos. Veículos passando, buzinas, motoristas nervosos.
Muitas pessoas em circulação. O ruído é imenso, e no meio desse turbilhão de sons, uma
pessoa calma ao seu lado diz suavemente o melhor conselho da sua vida. Ele não grita.
Assim são os pensamentos de sua mente.
Desse modo, a fim de que você consiga ouvir seus guias no dia-a-dia, cultive o silêncio
mental. Claro que você não vai calá-la totalmente; contudo, quanto mais tranquilo o seu
interior, mais fácil é a comunicação.
Recomendamos, para isso, o exercício da meditação. Ela potencializará todo esse processo.
É simples: basta sentar-se confortavelmente num local livre de ruídos e interrupções.
Depois, preste atenção nos seus pensamentos. Em algum momento, sua mente divagará.
Tudo bem, é natural. Quando perceber que o aconteceu, retorne sua atenção para os
pensamentos. Comece praticando apenas 5 minutos por dia e, gradualmente, vá aumentando
este período para 15 minutos.
De início, terá dificuldade em discernir o que é seu e o que é das entidades. Não se
preocupe, isto é normal. Realmente ainda não conseguirá diferenciar. O mais importante, no
momento, será avaliar se a mensagem é boa ou não. Tudo o que vem da espiritualidade
estimula bons pensamentos, paz, harmonia, coragem, fé, atitudes corretas. Se a orientação
recebida caminha nesse sentido, siga-a de coração.
Saravá a todos!

Adalberto Umbtradicionalesagrada

AS QUATRO LEIS DA ESPIRITUALIDADE


A primeira lei diz:
"A pessoa que vem até você é a pessoa certa."
Ninguém entra em nossas vidas por acaso... Todas as pessoas ao nosso redor, interagindo com a gente, tem algo para
nos fazer aprender e avançar em cada situação.
A segunda lei diz:
"Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido."
Nada, nada, absolutamente nada do que acontece em nossas vidas poderia ter sido de outra forma, mesmo o menor
detalhe... Não há nenhum: "Se eu tivesse feito tal coisa." Ou: "Aconteceu que um outro..." Não! O que aconteceu foi
tudo que poderia ter acontecido, e foi para aprendermos a lição e seguirmos em frente. Todas e cada uma das
situações que acontecem em nossas vidas são perfeitas!
A terceira lei diz:
"Toda vez que você iniciar é o momento certo."
Tudo começa na hora certa, nem antes, nem depois. Quando estamos prontos para iniciar algo em nossas vidas é que
as coisas acontecem.
E a quarta e última afirma:
"Quando algo termina, ele termina."
Simplesmente assim! Se algo acabou em nossas vidas, é para nossa evolução. Por isso, é melhor sair, ir em frente e se
enriquecer com a experiência.
Não é por acaso que estamos lendo este texto agora. Se ele vem à nossa vida hoje é porquê estamos preparados para
entender que nenhum floco de neve cai no lugar errado."
Texto de nossa Irmã de Fé
Jacke Godoy
Sete linhas
As sete linhas de Umbanda são os Tronos de Deus, cada linha corresponde a dois Orixas
um positivo e um negativo, o qual trabalha sobre a influência desses pais e mães Orixás,
os Guias e mentores, pretos velhos, caboclos, baianos, malandros, crianças, marinheiros,
ciganos, boiadeiros, exus, pomba giras e exu mirins, etc.
As Sete Linhas de Umbanda subdividem em sentido, consciência e essência são:
· Trono da Fé, da Religiosidade e Cristalino;
· Trono do Amor, da Concepção e Mineral;
· Trono do Conhecimento, do Raciocínio e Vegetal;
· Trono da Justiça, da Razão e fogo;
· Trono da Lei, do Equilibrio e ar;
· Trono da Evolução, do Saber e terra;
· Trono da Geração, da Vida e Aquático.
Cada Trono de Deus é regido por um pai e uma mãe Orixá, sendo um
Universal(positivo) e o outro Cósmico(negativo), são eles:
· Trono da Fé : Oxalá e Logunam;
· Trono do Amor: Oxum e Oxumaré;
· Trono do Conhecimento: Oxossi e Obá;
· Trono da Lei: Ogum e Yansã;
· Trono da Justiça: Xango e Egunitá;
· Trono da Evolução: Obaluae e Nanã;
· Trono da Geração: Yemanjá e Omulu.
Pai Oxalá ( Trono Fé Positivo)
“ Quem tiver a fé do tamanho de um grão de mostarda removerá montanhas”
Jesus Cristo
A fé é o atributo principal de nosso Pai Oxalá. A fé não se ensina, ela é buscada ou
fortalecida no intimo da cada um. Não é fanatismo e não é apenas um sentimento; é um
estado mental consciente e racional; é o reconhecimento do ser como criatura divina; é o
elo com o divino criador. Nosso amado Pai Oxalá é, em si mesmo, essa qualidade
Divina da Fé.
A fé é a consciência das faculdades que trazemos adormecidas em nosso intimo, que
precisam germinar e crescer. Ela é a principal via evolutiva, pela qual trazemos o céu
para a terra, sem precisar aguardar a morte do corpo físico para chegar até Deus. Com
Fé temos Ele vivo, atuante, vibrante e gratificante em nós mesmos.
A fé se fundamenta em três pilares essenciais, que fortalecem o ser para que tenha bom
êxito naquilo que quer, precisa ou pelo qual luta: crença, confiança e certeza. Na fé não
existe duvida, ou se crê ou não se crê. Se confiarmos em Deus, positivamente e com
otimismo, atraímos forças criadoras do Universo. Com a sólida certeza de que Deus está
em tudo, presente na nossa vida.
A sintonia com o Altíssimo pela fé, gera um campo magnético de proteção, força
interior, paz e equilíbrio, fazendo com que a força mental e espiritual se manifeste e se
realize. Essa sintonia necessita de corações limpos, simples, corajosos e repletos de fé
no divino criador Olorum. Os mecanismos da fé são ativados a partir do intimo de cada
um ou se seu exterior. Ela se fundamenta com atitudes para conosco e para com nossos
semelhantes.
Pai Oxalá é um Orixá celeste, sua essência e vibração faz parte da coroa divina
sustentadora do planeta, portanto é um orixá irradiante, ou seja Pai Oxalá irradia fé o
tempo todo.
O Trono masculino da fé, Oxalá, é facilmente encontrado em várias culturas, na
umbanda foi sincretizado com Jesus Cristo, símbolo da fé viva e encarnada. Na Grécia
ele é Apolo, na Índia é Brahma, no Hinduismo é Varuna e no Egito é Rá.
Mãe Oyá Tempo (Trono Fé Negativo)
“É na eternidade do Tempo e na infinidade de Deus que todas as evoluções acontecem”
Rubens Saraceni
Oyá é a Orixá regente do Tempo e seu campo de atuação é a religiosidade. Mãe Oya, tal
com seu par Pai Oxalá, atua pela fé e está em tudo, em todos os lugares e todos os seres.
Ela é em si mesma a religiosidade dos seres e é ordenadora do caos religioso.
Tempo é a cronologia Divina, é o meio onde tudo se realiza, pois na fica fora dele. Mãe
Oyá atua no passado, presente e futuro, é a espiral sem fim que gira em duplo sentido e
um dos seus atributos é a Lei do Carma. O giro no sentido horário cria uma ação
positiva e ordenadora; no sentido anti-horário é esgotador, divisor, desmagnetizador. Na
umbanda Mãe Oyá foi diferenciada de Mãe Iansã. Mãe Oyá atua exclusivamente no
campo religioso e da religiosidade dos seres, enquanto Mãe Iansã, atua em todos os
campos, na ordenação, aplicando a lei, envolvendo todos os sentidos.
Mãe Oyá e Pai Oxalá dão suporte a todas as manifestações de fé. Enquanto Pai Oxalá é
irradiante, Mãe Oyá é orixá cósmico e absorvente.
A atuação da mãe Oyá nos seres é simples, quando alguém pratica uma fé desvirtuada
ou emocionada ela paralisa e desmagnetiza a fé ou a religiosidade. Caso a fé esteja
apática, sem sentido, ela atua ativando a fé dos seres.
O trono feminino da fé, Mãe Oyá, é encontrada em varias culturas, na umbanda é
sincretizada com Santa Clara, na Grécia é Éos ou Andrômeda, no hinduismo é Tara, no
Egito é Nut , etc.
Mamãe Oxum ( Trono Amor Positivo)
“ Ainda que eu falasse a língua dos homens, e que eu falasse a língua dos anjos, sem
amor eu nada seria”
Jesus Cristo - carta aos Corintios Cap.13 vs 1
Mamãe Oxum é considerada a mãe do amor, da concepção, da afetividade, do carinho e
da comunhão.É por ela que flui o Amor de Pai Olorum.Além de ser o orixá do amor,
mamãe Oxum agrega e dá inicio ás coisas na vida dos seres. É Oxum quem mostra
como tudo tem inicio no universo, é através do seu fator agregador que átomos e
moléculas se juntam (agregam) dando origem a tudo que nos rodeia. A energia de
Mamãe Oxum está presente em todos os seres e em toda a criação.
Mamãe Oxum simboliza o amor que gera, concebe, cria e inova as perspectivas dos
seres. Sua irradiações estão presentes também na fertilidade e na fecundidade, que dão
continuidade a vida dos seres.
O amor é uma conquista pessoal, como o amor fraterno, o amor por outra pessoa, pela
religião, etc. É vencer egos, conceitos e preconceitos. Uma vez conquistado, nenhuma
força negativa conseguirá tirar ou fazer-nos perder esse sentimento. Mas para que isso
se intensifique e se fortifique em nós, devemos sempre estar em sintonia e afinidade
com Mamãe Oxum. Essa sintonia irradia uma camada vibracional, que estruturará em
nós sentimentos puros, determinação, paz interior, equilíbrio e principalmente força de
vontade para entender e perdoar o próximo. Fortalecerá o mental e a espiritualidade de
cada um, criando a nossa volta um escudo protetor, fazendo com que o amor se
manifeste e se realize, gerando a fraternidade. O amor sempre esteve presente em nossas
vidas, mesmo que nunca tenhamos percebido. Voltemo-nos de frente a mamãe Oxum e
recebamos, a partir de hoje, toda a sua irradiação de amor e comecemos a amar a toda a
criação, a nossa família, as pessoas que fazem parte de nossas vidas, os lugares que
freqüentamos e, principalmente nossa religião que é a Divina Umbanda Sagrada. Vamos
lembrar que mamãe Oxum é conhecida também como a Dona do Ouro, uma vez que o
verdadeiro ouro da espiritualidade é o amor e através dele atraímos toda prosperidade,
tanto para a materia quanto para o espírito.
O Trono Feminino do Amor, mamãe Oxum, é encontrada em varias culturas, na
Umbanda é sincretizada com Nossa Sra da Concepção ou Nossa Senhora Aparecida. Na
Grécia ela é Afrodite, no Egito é Isis.
Pai Oxumaré ( Trono Amor Negativo )
Renovar significa tornar novo, modificar, recomeçar, brotar. A renovação dos seres é o
campo de atuação de Pai Oxumaré, que é representado pelo arco-íris. Pai Oxumaré é a
renovação continua, em todos os sentidos na vida de um ser.
Pai Oxumaré é um orixá cósmico, atua também diluindo energias, sentimentos,
pensamentos negativos. Pai Oxumaré tem grande poder na diluição e anulação de vícios
em todos os sentidos (vícios de bebida, drogas, sexualidade, etc.), por isso é um orixá
absorvedor, retirando da vida dos seres todo tipo de interferência ou conduta negativa.
Absorvendo e diluindo todas as formas de negativismo os seres ficam prontos para a
renovação, para o recomeçar, e livres de seus vícios e negativismos torna-se apto a
receber as irradiações dos outros tronos de Deus, ai a simbologia do arco-íris quer dizer
que pai Oxumaré renova os seres trazendo para a vida deles as sete irradiações divinas
(fé, amor, conhecimento, razão, lei, evolução e geração).
O Trono Masculino do Amor, Pai Oxumaré é encontrado em varias culturas, na
Umbanda é sincretizado com São Bartolomeu, que aparece enrolado em uma cobra até a
cintura. Na Grécia ele é Eros , para os Romanos é o Cúpido e no hinduismo é
Kâma.doce (bicas, minas, etc)
Pai Oxossi ( Trono Conhecimento Positivo )
“Deus não impôs aos ignorantes a obrigação de aprender, sem antes ter tomado dos que
sabem o juramento de ensinar”
O conhecimento é um dos alicerces básicos para continuarmos ou começarmos a nossa
evolução, seja material ou espiritual. Nós o adquirimos com os fatos que acontecem em
nossa vida, segundo o nosso grau de merecimento e o nosso grau de evolução. Olorum,
conhece a todos os seres e criaturas da sua criação se manifesta no conhecimento, por
intermédio Do orixá Oxossi. Muitas vezes sentimos um vazio dentro de nós e nada que
procuramos adianta para preenche-lo. Mas, se nos depararmos com uma religião
completa em si mesma, como é a Umbanda, se nosso interesse é despertado começamos
a estuda-la profundamente, abre-se para nós um leque tão grande de conhecimentos
acerca de toda a criação, que em pouco tempo estaremos incorporados a essa nova
realidade e aquele vazio será preenchido. Mas, se usarmos esse conhecimento para o
lado errado das coisas seremos paralisados em nossa evolução e bloqueados para
aprender novas coisas.
Pai Oxossi é mesmo o conhecimento divino que ensina todas as pessoas a se
conhecerem. É o orixá que irradia essa qualidade o tempo todo. O orixá Oxossi é o
mistérios doutrinador por excelência e faz com que busquemos a compreensão e fixação
do saber. OXO significa caçador, e OSSI significa noturno, logo Oxossi significa
caçador noturno. É o Orixá caçador, que caça e busca o conhecimento, que leva as
pessoas o saber ordenado e sem desvirtuamento das doutrina divinas. Ele é o orixá que
traz o alimento da fé e do saber religioso, tanto para os espíritos menos iluminados,
quanto para os iluminados. Quando Oxossi atira a sua flecha, ele não erra o alvo e traz
na ponta dela o conhecimento doutrinário para não haver estagnação mental das
pessoas. Oxossi irradia duas linhas de ação: uma estimula o ser a buscar o conhecimento
e a outra a usar o conhecimento em beneficio das pessoas. Oxossi também irradia as
vibrações de cura e também é conhecido como grande cultivador e semeador, trazendo
assim a fartura para a vida dos seres.
O trono masculino do conhecimento, ou Pai Oxossi, é encontrado em varias culturas, na
Umbanda ele é sincretizado com São Sebastião, na Grécia é Quiron, das divindades
romanas é fauno, no Egito é o deus Thoth o senhor da sabedoria.
Mãe Obá ( Trono Conhecimento Negativo )
“A verdade vos libertará”
Jesus Cristo
Mãe Oba é uma divindade gerada em Deus na sua qualidade concentradora, que dá
consistência e firmeza a tudo que cria. Ela é o elemento terra que dá sustentação e
germina as sementes do conhecimento. Nossa amada Mãe Oba atua como concentradora
do raciocínio dos seres e atua sobre a vida de todos os que dão mau uso ao dom do
raciocínio e os conhecimentos que adquiriram. Ela é a qualidade divina que esgota os
seres cujo raciocínio se desvirtuou, gerando falsos conceitos religiosos paralizadores da
evolução e desequilibradores da fé. Como orixá cósmico ela atua sempre que é preciso
acelerar a paralização de um ser que, com seus conhecimentos, está prejudicando muitas
pessoas e atrapalhando suas evoluções, seguindo uma direção contraria a que a Lei
Maior lhes reservou. Mãe Oba pune com rigor os sarcásticos, os sátiros que brincam
com as coisas sagradas.
Ela nos livra da confusão, das duvidas, da má compreensão e dos erros.
Ajuda a manter firmes nossos objetivos, o raciocínio e a determinação.
O trono feminino do conhecimento, Mãe Obá, é encontrada em varias culturas, na
Umbanda é sincretizada com Santa Joana D’arc, embora pela historia também podemos
relaciona-la com Iansã ou Oya, porém o sincretismo de Mãe Oba com Santa Joana
D’arc se dá pelo fato de Oba ser uma divindade guerreira. Na Grécia é Demeter a deusa
das colheitas, como deusa romana é Minerva que rege a sabedoria, para os Incas é
Pachamama que é a mãe da terra.
Pai Xangô ( Trono Justiça Positivo )
“ Semeai para vós a justiça, ceifai segundo a misericórdia” Jer. 4:3
Pai Xangô é o orixá da justiça e seu campo de atuação é a razão, despertando nos seres
o senso de equilíbrio e racionalidade, pois só conscientizado e despertado para os
valores reais da vida a evolução pode fluir continuamente.
A irradiação da Justiça Divina é uma onda que nasce em Deus e alcança tudo e todos.
Pai Xangô é o pólo positivo desta onda que equilibra tudo desde a criação do universo
até os sentimentos dos seres. Ele é irradiação continua e chega a todos, não deixa nada
nem ninguém sem o amparo da Justiça Divina. Ele gera e irradia a chama da Justiça
Divina que aquece o racional dos seres e abrasa os sentimentos íntimos relacionados
com as coisas da justiça e da razão.
Pai Xangô atua através do mental e zela pela harmonia e pelo equilíbrio na caminhada
evolutiva dos seres. É fundamental para a nossa evolução o desenvolvimento do senso
de justiça , da razão, do equilíbrio, do juízo e de posturas sensatas, deixando um pouco
de lado a emotividade e o instinto. Quem absorve a qualidade de Pai Xangô, torna-se
racional, ajuizado, ótimo equilibrador do meio e dos que vivem a sua volta. A escolha
racional nos leva ao equilíbrio da alma, pelo conhecimento da Lei que nos rege e nos
diz o que é certo ou errado na vida. Se trilharmos nosso caminho no equilíbrio da Lei e
da Razão iremos adquirir uma fé inabalável e nada do que realizarmos em nossa vida
terá sido em vão, pois aqueles que se tornam conhecedores da Lei e da Razão não se
incomodam em beneficiar seus semelhantes sem esperara nada em troca, a servir sua
família e seu circulo de amizades, servir a sua comunidade religiosa e principalmente
servir a Deus.
O trono masculino da justiça, Pai Xangô é encontrado nas diversas culturas universais,
na Umbanda é sincretizado com São Geronimo. Na Grécia é Zeus, deus dos raios e
trovões, no Egito é Horus, no Hinduismo é Shiva o deus que forma a terceira pessoa a
trindade hindu (Brahma, Vishnu e Shiva), conhecido também como divindade nódica
Thor representando o trovão e a justiça.
Mãe Egunitá ( Trono Justiça Negativo )
“Não há no mundo outro agente de purificação igual a chama da verdade espiritual.”
Bhagavad Gitã
Mãe Egunitá é a regente do fogo e da justiça divina, purifica os excessos emocionais
dos seres desequilibrados, desvirtuados e viciados. Ela é uma divindade de natureza
justiceira. O fogo de Mãe Egunitá, consumidor dos vícios e dos negativismos é
temidissimo pelos seres que habitam as faixas vibratórias negativas. Esse fogo consome
as energias dos seres negativados e desequilibrados, reduzindo a chama interior de cada
um (energia ígnea) a níveis baixos, paralizando-os e anulando seus vícios emocionais e
desequilíbrios mentais. Além de purificar os vícios, negativismos e desequilíbrios, ela
purifica também os ambientes religiosos e residenciais, alem de purificar o intimo dos
seres. Para essa mãe atuar em nossa vida basta que nos tornemos irracionais ou
desequilibrados. O fogo é um elemento temido. Mãe Egunitá, no hinduismo é conhecida
como a deusa Kali, divindade temida por aueles que desconheciam os mistérios e o
poder do fogo. As energias de Mãe Egunitá propagam-se em forma de fagulhas ígneas
que começam a imantar tudo o que está desequilibrado, até que se forme uma grande
condensação magnética ígnea (como lava de vulcão), ai surgem as labaredas cósmicas
que consomem os desequilíbrios, anulando sua causa e paralizando quem estava
desequilibrado. Esse fogo purificador de Egunitá tem poder de purificar, de consumir
tudo onde se condensou e, em certos casos fica apenas um vazio cósmico onde o fogo
atuou.
O trono Feminino da Justiça, Mãe Egunitá é encontrada em diversas culturas universais,
na Umbanda é sincretizada com Santa Sarah também padroeira dos Ciganos. Na Grécia
é a deusa Hestia, no Hinduismo é Kali divindade da purificação, como divindade celta é
conhecida como Brighid deusa do fogo.
Pai Ogum ( Trono da Lei Positivo )
“Deus é a lei e a lei nos guia”
A Lei Maior é o campo de atuação de Pai Ogum, que ordena os procedimentos, os
processos e as normas ditadas pelo Divino Criador. A Lei da Umbanda é essa Lei de
Deus, justa e poderosa. As outras Leis estão dentro dela: carma, reencarnação, causa e
efeito, afinidades, todas regidas por Pai Ogum.
Pai Ogum é a divindade que aplica a Lei Maior em tudo e em todos; ele é o comandante
das batalhas celestes, sempre vigilante e imparcial pronto a agir, anulando tudo que for
contra ela.
Pai Ogum é o senhor do movimento, o senhor dos caminhos, o senhor das estradas, o
senhor que quebra as demandas, que arrebenta as amarras e nos liberta. Ele faz nossa
vida se movimentar e, como bom ordenador, coloca as prioridades na frente, na hora
certa. Ele ordena a fé, o amor, o conhecimento, a razão, a evolução e a geração, assim
está atuante em todas as qualidades divinas.
Pai Ogum é o guardião do ponto de força que mantem o equilíbrio entre o alto e o
embaixo.
Os caminhos são o seu ponto de força. Pai Ogum é o vigilante do caminho daqueles que
dedicam sua vida para o bem, mas vigia, tanto os caminhos para cima como para baixo.
Ele é o escudo protetor e luta para não deixar cair quem ele está protejendo.
O trono masculino da Lei, Pai Ogum, é encontrado em diversas culturas universais, na
umbanda é sincretizado com S. Jorge. Na Grécia é Ares, filho de Zeus, deus da guerra.
No Hinduismo é Vishnu, a segunda pessoa da trindade Hindu.
Mãe Iansã ( Trono da Lei Negativo )
“As preces direcionadas a Olorum nas são ouvidas e nos colocam em sintonia direta
com as divindades encarregadas de executar a Sua vontade”
O direcionamento é uma das qualidades de Deus, presente e ativo em tudo o que ele cria
e gera, tanto animado quanto inanimado. Mãe Iansã é em si mesma essa qualidade do
Divino Criador, ela é o próprio sentido de direção da Lei. É a aplicadora da Lei e
ordenadora dos seres emocionados, esgotando seus desequilíbrios e vícios,
direcionando-os e abrindo-lhes novos campos, por onde evoluirão de forma menos
emocional.
Mãe Iansã é a divindade da lei cuja natureza é eólica, daí ser chamada de senhora dos
ventos e das tempestades. Ela é o vendaval que desaba e a ventania que tudo faz
balançar. Ela é o próprio sentido da direção da Lei e atua na vida do ser quando a
direção que ele este esteja dando a sua evolução e a sua religiosidade não siga a linha
reta traçada pela Lei Maior. Ela é o ar que areja o nosso emocional e proporciona um
novo sentido da vida e uma nova direção ou meio de vida, renovando a fé na mente e no
coração dos seres.
A essa mãe devemos pedir o nosso encaminhamento correto no encontro de novos
empreendimentos,conhecimentos, religião, novas condições de vida, etc. como guardiã
dos mistérios de Deus, ela anula as injustiças e dilui os acúmulos emocionais. Como
divindade cósmica, ela tem como atribuição atrair magneticamente os espíritos
negativos, recolhe-los em seus domínios e rete-los, até que esgotem seus negativismos,
para só devolve-los as faixas neutras, de onde serão redirecionados para a luz ou para a
reencarnação.
O trono feminino da lei, Mãe Iansã, é encontrada nas varias culturas universais, na
umbanda é sincretizada com Santa Barbara. Na Grécia é Themis, guardiã da justiça.
Pai Obaluaiê ( Trono da Evolução Positivo )
“Evolução é a única razão básica da existência do ser. Existimos para evoluir”
Pai Obaluaiê é o orixá que atua na evolução dos seres. Pai Olurum cria e tudo gera,
criou qualidades de estabilidade e evolução. Sem estabilidade nada se sustenta e sem
transmutação tudo fuça parado.
Evoluir significa crescer, aprimorara, lapidar, transformar, crescer mentalmente, passar
de um estagio para outro, reposição constante de valores, deixando para trás
conhecimentos ultrapassados, hábitos e costumes inadequados, atitudes e posturas
velhas e decadentes. Pai Obaluaiê é o orixá que desperta em cada um de nós a vontade
irresistível de seguir adiante, de alcançar um nível de vida superior, para chegar mais
perto de Deus. Ele é o orixá do bem-estar, da busca de melhores dias, de melhores
condições de vida, de sabedoria e razão.
Pai Obaluaiê é o pai que, junto com Nana Buruquê sinaliza as passagens de um estagio
de evolução para o outro.
Pai Obaluaiê é o senhor das passagens de um plano para o outro, de uma dimensão para
a outra e vice-versa. É o orixá da cura, material e espiritual.
Na Umbanda Pai Obauaiê é conhecido como o senhor das almas, dos meios
aceleradores de sua evolução. Quando Pai Obaluaiê incorpora em um médium e gira no
Templo todos sentem uma serenidade e um bem estar intenso, pois ele traz a
estabilidade, a calmaria e a vontade de avançar para mais perto de Deus. Esse Pai rege a
linha das almas ou corrente dos Pretos- velhos, que traz sua essência medicinal. Muitas
pessoas se curam através das energias e irradiações de Pai Obaluaiê. O ponto de força
de Pai Obaluaiê é o cemitério ou campo santo, uma vez que esses são os pontos de
transição do espírito quando ele deixa a matéria e passa para o plano espiritual.
O trono masculino da evolução, Pai Obaluaiê, está presente nas diversas culturas
universais, na Umbanda é sincretizado com São Lazaro. No Egito é Osíris divindade
que vivencia o mundo dos mortos.
Mãe Nana Buruquê ( Trono da Evolução Negativo )
“A sabedoria nos acomoda e revela os mistérios ocultos e sagrados”
A divindade que acompanha o nosso fim na carne, assim como nossa estrada, em
espírito ,no mundo astral é Mãe Nana. Nessa porta de passagem, ela atua sobre o nosso
carma, conduzindo esta transição com calma e serenidade. Mãe Nana é a calma
absoluta, é a maleabilidade e a decantação. Essa calma de Mãe Nana exige silencio, ela
descarrega e magnetiza o campo vibratório das pessoas, que se modificam, passando a
agir com mais ponderação, equilíbrio e maturidade. Maturidade é sinônimo de
sabedoria.
Ela age sobre os espíritos decantando-os de seus vícios e desequilíbrios mentais
preparando-os para uma nova vida, mais equilibrada. Ela paralisa o ser, decanta-o de
todo o seu negativismo, afixa-o no seu barro, deixando-o pronto para atuação de Pai
Obaluaiê, que o colocará em uma nova etapa evolutiva. Ela é a divindade que atua sobre
todos os espíritos que vão reencarnar, pois decanta todos os seus sentimentos, magoas e
conceitos e os adormece, para que Obaluaiê reduza-os ao tamanho de um feto no útero
da mãe que os reconduzirá a carne. Mãe Nana envolve o espírito que irá reencarnar, em
uma irradiação que dilui os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória,
preparando-o para uma nova vida na carne, na qual não se lembrará de nada do que já
vivenciou, por isso ela é associada a velhice, que é o estagio da vinda onde as pessoas
começam a esquecer de muitas coisas associadas a vida carnal. Ela atua na memória,
adormece os conhecimentos do espírito, para que eles não interfiram no destino traçado
para sua nova encarnação.
Mãe Nana Buruquê é um dos Orixá mais respeitados na Umbanda, por se mostrar como
uma vovó amorosa, sempre paciente com nossas imperfeições como espíritos
encarnados tentando trilhar a senda da luz.
O Trono Feminino da Evolução, Mãe Nana, está presente nas diversas culturas
universais, na Umbanda é sincretizada com Nossa Sra Santana. No Hinduismo é Shitala
deusa da cura. Na Grécia é Hecate deusa dos mortos e da noite.
Mãe Iemanjá ( Trno da Geração Positivo )
“Que a luz da vida os abençoe e ampare enquanto viverem no meio carnal, pois assim
poderão amparar a muitos que estão a sua volta”
A Mãe da Vida – criativa e geradora- é a Mãe Iemanjá, criada e gerada pelo Divino
Criador, Olorum, para ser um principio doador e amparador da vida. Ela atua com
intensidade na geração dos seres, das criaturas e das espécies. As características
marcantes da Mãe Iemanjá são o amor maternal, a criatividade e a geração. Ela
simboliza o amparo, a maternidade, amparando-os, encaminhando-os, protegendo-os até
que tenham suas consciências despertadas e estejam aptos a prosseguir. A criatividade
de Mãe Iemanjá torna os seres, criaturas e espécies capazes de se adaptarem as
condições e meios diversos. A geração irradia essa qualidade a tudo e a todos,
concedendo-lhes a condição de se fundirem, para se multiplicar e se repetir. Iemanjá é a
amada Mãe da Vida, pois gera vida em si mesma e sustenta o nascimento. Ela é a água
que reaviva os sentimentos e umidifica os seres, tornando-os fecundos na criatividade.
Ela rege o mar, que é um santuário natural, um altar aberto a todos. Por isso, é chamada
de Rainha do Mar, para onde tudo é levado, para ser purificado e depois devolvido.
Água é vida. A energia salina das Sete Águas Divinas de Mãe Iemanjá cura as
enfermidades do espírito, queima larvas astrais resistentes e irradia energias
purificadoras para o nosso organismo. O mar é alimentador da vida e irradiador de
energias que purificam o planeta e o mantém imantado. Ao mar, se dirigem milhares de
espíritos após o desencarne, a procura de paz. Lá encontram um campo vasto para viver
em paz.
O trono feminino da geração, Mãe Iemanjá, está presente nas varias culturas universais,
na Umbanda é sincretizada com Nossa senhora dos Navegantes. Na Grécia é Tétis deusa
do oceano.
Pai Omulu ( Trono da Geração Negativo )
“A morte é um ato da Vida”
Na umbanda, Pai Omulu é o orixá que tem o recurso de paralisar todo o processo
criativo ou gerativo que se desvirtuar, se degenerar, se desequilibrar, se emocionar e se
negativar. Deus tanto gera quanto paralisa a criação que não mais atende aos seus
desígnios e suas vontades. Pai Omulu nos paralisa nos atos geradores desvirtuados, das
idéias, doutrinas, projetos, desejos, faculdades sexuais, princípios, leis, etc. os atributos
de Omulu são telúricos, pois é através da essência telúrica que suas irradiações nos
chegam, imantando-nos e despertando em nosso intimo os virtuosos sentimentos de
preservação de tudo que foi gerado pelo divino criador. Pai Omulu é o orixá que rege a
morte, ou seja, o desencarne, o instante da passagem do plano material para o plano
espiritual, conduzindo cada um ao seu devido lugar. Omulu é a energia que se condensa
em torno do fio de prata, que une o espírito ao seu corpo físico, e o dissolve no
momento do desencarne ou da passagem de um plano para o outro. Essa energia que
rompe o fio pode tanto parti-lo rapidamente (quando a morte é natural e fulminante)
como pode ir se condensando em torno dele envolvendo-o todo até alcançar o
perispirito que já entrou em desarmonia vibratória (porque a passagem deve ser lenta),
induzindo o ser a aceitar o seu desencarne de forma passiva. Omulu é o executor das
almas que caíram e tem de purgar os seus erros no astral inferior, também conhecido
como umbral. Podemos orar a Pai Omulu para a cura das enfermidades. Ele atuará no
nosso magnetismo, no nosso corpo energético, no nosso campo vibratório e no nosso
corpo carnal, curando-nos ou possibilitando o encaminhamento ao médico que fará isso.
O trono masculino da geração, Pai Omulu, está presente nas varias culturas universais,
na Umbanda é sincretizado com São Roque. Na Grécia é Hades, no Hinduismo é Yama
divindade da morte, no Egito é Anúbis – o grande juiz dos mortos.
Pai
Adalberto Umbtradicionalesagrada
Casa de Umbanda Tradicional e Sagrada 07 Linhas.
Colabore com a sua casa
Desde o momento que você entrar no terreiro, procure ser útil. Não tome a postura
arrogante de achar que faz muito por incorporar. Trabalho ali é o que não falta. Nem que
seja molhar uma planta. Você não está lá à toa. Seja disciplinado. E trabalhe, trabalhe,
trabalhe.
O espaço físico precisa ser preparado não somente espiritualmente, mas também
materialmente. Se você não contribuir com sua manutenção, outra pessoa terá que fazer no
seu lugar. Do que adianta encher a boca de vaidade se você chega em cima da hora de
iniciar os trabalhos? Não tem coragem nem de passar uma vassoura para ajudar.
Isto também é fazer caridade. E tenha certeza que a espiritualidade vê tudo. Lembre-se de
quando você incorpora, quem faz toda as atividades é o guia, e não você. Sua tarefa é
apenas estar preparado e concentrado para atuação da entidade. Mas quando você se dispõe
a colaborar na limpeza do seu terreiro, ou prestar ali qualquer outra atividade de cunho mais
material, é você diretamente quem exerce essa caridade.
Há muitas maneiras de ser útil. Vai de acordo com o terreiro precisa e das suas habilidades.
Só não existem justificativas para nada contribuir.
Este é também um excelente método para você exercitar sua humildade, que é a maior
proteção que uma médium pode ter. Não importa o cargo que possui no terreiro, disponha-
se a se doar um pouco pela casa que diz tanto amar. Isto fará um bem enorme para sua alma.
Saravá a todos
Pai
Adalberto Umbtradicionalesagrada
O SACERDÓCIO NA UMBANDA
Não é qualquer indivíduo que pode se candidatar a ser Pai ou Mãe de Santo. É necessário,
primeiramente, receber o chamado para tal. Porém, nem mesmo isso é suficiente. A enorme
responsabilidade do cargo exige muita experiência e conhecimento sobre a religião. É
lamentável observamos pessoas novíssimas na Umbanda abrindo terreiros sem o mínimo
pré-requisito.
O sacerdócio é uma vocação. É uma atividade a qual você precisa dedicar sua vida.
Compreenda, você estará lidando com os caminhos de muitos filhos de fé. E será cobrado
por qualquer mal resultante de suas ações. O peso de sua missão é farto. Por este motivo,
não monte uma casa na banalidade. Esteja ciente do preparo que ela pede. Questione-se,
com sinceridade, se é o momento certo.
Fique claro que, a partir do momento que assumir esta tarefa, sua vida não será mais
somente sua. Passará a dividir o seu tempo e energia com a espiritualidade e todo aquele
que buscar seu auxílio. Suas necessidades individuais não serão a prioridade, mas sim
àquelas da comunidade que você é responsável. E jamais poderá negar socorro
injustificadamente.
O objetivo do sacerdócio não é inflar o ego. Inconscientemente, muitos montam terreiros
simplesmente porque querem um espaço ondem podem mandar e desmandar ao seu
capricho. São tantos que, por não aceitar uma regra ou fundamento da casa que trabalham,
já decidem sair e levar junto metade da corrente. Porém, isto não é nada saudável. Terreiro é
algo sério e deve criado por motivações elevadas.
Não se engane, o Pai/Mãe de Santo não é um ser evoluído, moralmente superior aos demais.
Em geral, é um espírito bastante endividado que encontra na prática espiritual uma maneira
de se acertar com o Astral. No passado, levou muitos a caminhos desvirtuosos. Hoje,
possuem a oportunidade de assistir grandes coletividades.
O sacerdócio na Umbanda exige imenso amor ao próximo. É preciso estar disposto a se
sacrificar pela religião. O fardo é pesado, porém é nele que o Pai/Mãe de Santo coloca seu
coração. O terreiro é sua verdadeira casa. E apesar de todas as dificuldades, ele jamais
abriria mão desta honrada tarefa. Ele descobriu nesta missão profunda felicidade e
realização.
Saravá a todos!
Pai
Adalberto Umbtradicionalesagrada

As três fases do médium novo


no terreiro
Eu já assisti esta história muitas e muitas vezes. Alertei tantos, mas poucos
escutaram. Espero que, com o presente texto, algumas pessoas possam
compreender o processo natural que ocorre. Infelizmente, observamos os
novatos desistirem do maravilhoso caminho que é a mediunidade
prematuramente. Nem mesmo aguardam o momento em que possam entender
o que é de fato esse carregar esse dom.

Quando ele inicia na Umbanda, tudo para ele é maravilhoso. Acredita que o
terreiro é perfeito, todos ali são pessoas maduras, evoluídas e que se dão
muito bem uns com os outros. Para ele, os médiuns são infalíveis e o Pai/Mãe
de Santo, inquestionável, quase um deus.

A religião se torna o assunto principal de suas conversas. Onde vai ele dá um


jeito do papo ir para este lado. Na sua ânsia de conhecimento, consome os
diversos livros, vídeos, textos, lives. Se olhar os grupos de whats app, metade
é de Umbanda. Isso sem contar os grupos do facebook, blogs, páginas.

Não vê a hora do dia da gira. Já planeja tudo o que perguntar para o guia.
Questiona-se a cada passe: será que é hoje que vou incorporar? Ou então: será
o guia vai rodar ou bradar? Porém, a sua maior expectativa é descobrir o nome
deles e de seus Pais de cabeça.

Assim é a fase inicial do médium: ansioso, faminto por conhecimento,


deslumbrado, ingênuo. E apesar disso, ainda não têm noção do quanto
precisam aprender e quão longa é a caminhada. Como ensina Pai Guiné “este
mundo é grande, meu filho. Ainda tem muito caminhador para fazer”.
No entanto, o tempo passa e o médium novo no terreiro começa a perceber
que as coisas não são tão boas como pensava. Nota os grupos de fofoca, as
panelinhas, os desentendimentos entre os irmãos. As palavras das entidades já
não lhe soa tão verdadeiras, procura, a cada consulta, encontrar indícios de
animismo. Reconhece que o/a dirigentes não são intocáveis. Se pudesse, ele
mudaria muito do que acontece ali dentro. Essa é a segunda fase.

Com ela, vem a dúvida, o desânimo, o desejo de desistir da Umbanda. Em


tudo ele vê defeito e sabe o que cada um deveria fazer. Já não sabe se ali é o
seu lugar, se escolheu o caminho correto. Indaga-se se este não é o motivo
pelos problemas que enfrenta. Passa a frequentar outros lugares: talvez
encontre alguém que realmente possa satisfazer os seus anseios.

É neste momento que médium precisa entender que nenhum terreiro é


perfeito, nenhuma pessoa é à prova de falhas. Os templos são feitas de
pessoas, com suas qualidades e defeitos. Estamos aqui todos em evolução, em
contínuo aprendizado. Você pode até mudar de casa, ir para outra religião,
mas também encontrará o que discorda, o que desagrada. Portanto, se não há
alguma atitude que fuja aos princípios éticos e morais, é melhor que você
persista. Desta maneira, alcançará o estágio seguinte.

A terceira fase é a aceitação. É quando o médium iniciante, que já não é mais


tão novo, compreende que ele não está no terreiro pelas pessoas, e sim para
servir à espiritualidade que ali habita. Ele não se preocupa em agradar ou
desagradar ninguém, não participa dos grupos de afinidade, não se interessa
pela últimas fofocas. Sabe que seu foco está na relação entre ele e os guias e
Orixás. Seu papel é praticar a caridade, e nada mais.

Com este ideal em mente, ele se reveste com uma imensa força. Nada abala
seu propósito, nenhuma intriga ou melindre é capaz de desviá-lo de sua
missão. Embora entenda que o terreiro não é perfeito, assim como ele mesmo,
tolera o que não pode mudar. Seu guia é voz que toca seu coração, não as
palavras venenosas de alguns. Por esta razão, ele pode repousar
tranquilamente, uma vez que cumpre os ensinamentos transmitidos pelo Alto.
O uso dos elementos materiais
na Umbanda
A magia está presente na Umbanda. Grandes conhecedores dos processos
energéticos, os guias sabem muito bem como manipular as diferentes
vibrações em nosso benefício e do próximo. Por este motivo, em muitas
situações, é utilizado o apoio material de alguns elementos, como fumos,
bebidas, velas, frutas, folhas, flores, pedras, alimentos em específicos. Neste
texto, vamos buscar compreender melhor o uso deles.

Antes de tudo, deixemos claro que os guias e os Orixás não comem, não
bebem, não fumam, não precisam de nenhum elemento material. A
necessidade, na verdade, é nossa. O que é usado, em cada caso, é a energia do
que foi ofertado, aquilo que se encontra no plano astral, e que chamamos de
contraparte etérica. E esta mesma energia é utilizada para nós, não para eles.
As entidades já superaram as necessidades materiais há muito tempo.

As oferendas, firmezas, “agrados” são pontos de apoio à atividade dos guias.


Por meio daqueles, são potencializadas a proteção, firmeza, cura, abertura de
caminhos, desobsessão, entre outras ações realizadas por estes. É como se
fosse disponibilizado um arsenal de diferentes energias para as diversas
necessidades dos filhos de fé.

É possível praticar a Umbanda sem estes elementos? Com toda a certeza, e


acontece com muita frequência. Eles não são uma limitação do trabalho da
espiritualidade, e sim um facilitador, uma ferramenta de atuação. Você
consegue cavar um buraco tanto com as mãos quanto com uma pá, porém qual
é a forma mais fácil? É melhor ir para a batalha com o corpo desnudo ou
vestindo uma armadura?

Eles são importantes. O uso deles está entre as características principais da


Umbanda. Quando a sessão espírita estava prestes a se iniciar, Zélio
interrompeu os trabalhos, afirmando que faltava uma flor. Foi até o jardim
mais próximo, colheu uma rosa branca e a depositou sobre a mesa. Neste
momento, estava simbolizado os fundamentos da Umbanda. Nós temos
rituais, imagens, símbolos, música, e nos servimos dos diferentes elementos
materiais.

Feitos estas considerações, é importante falarmos do outro lado da moeda.


Lamentavelmente, observamos muitos terem se “viciado” em oferendas. Se
não firmou alguma coisa, não consegue se conectar com os guias e Orixás.
Há, ainda, aqueles que buscam luxos e extravagâncias em suas ofertas.
Assenta-se o exagero, em lugar da fé. Uma vez que nossa religião está
fundamentada na humildade e simplicidade, é perceptível que estas práticas
destoam de sua essência.

A Umbanda jamais exigirá a presença de algum elemento que esteja fora das
condições econômicas de um filho. É triste ouvir histórias daqueles que
criaram grandes dívidas para adquirir certos materiais. Ou, ainda que
tivessem, tiraram os recursos financeiros de onde não deveriam. Nossos cultos
sagrados não precisam disso. E sim, de nossa fé, dedicação, integridade e
amor.

Esta divina religião, a qual os elevados guias se manifestam, atende a todos.


Seu direcionador é prática da caridade. Os elementos materiais são utilizados
como apoio energéticos, que são manipulados pelas entidades em benefício
dos presentes. Firmeza é algo sagrado, nunca uma maneira de ostentação.
Quantidade não mudará o merecimento de cada um. As entidades não
barganham. A melhor oferenda e a melhor proteção sempre será o bom
coração.

Adalberto
Os tipos de mediunidade

Engana-se quem acredita que na Umbanda somente se usa da incorporação.


Nela, todos podem contribuir, independente de quais dons possuem. Existem
muitos e muitos tipos de mediunidade, mas falaremos neste texto apenas dos
mais comuns.
A -> Intuição. É a forma de mediunidade mais universal, presente em todos os
seres humanos. Trata-se da comunicação direta de espírito para espírito, sem a
intermediação de palavras ou imagens.
B -> Audiência. Capacidade de ouvir os outros planos e os seres que neles
habitam. É importante compreender que ela existe um graus variados. Há
quem escute a comunicação como se fosse um ruído externo, e os outros que a
mensagem é “ouvida” na mente.
C -> Vidência. Capacidade de ver os outros planos e os seres que neles
habitam. Da mesma forma que a audiência, existe em vários graus. Há quem
veja os espíritos e não consegue distingui-los das pessoas encarnadas. Outros
vêem vultos ou não reconhecem os detalhes. E existe quem receba apenas
imagens mentais.
D -> Psicografia. Capacidade de permitir que os espíritos escrevam com suas
mãos e braços. Está classificada em três grupos. Os mecânicos, que sentem as
mãos e braços se moverem independente de sua vontade, podendo até mesmo
reproduzir a caligrafia do espírito. Os intuitivos, em que as palavras são
ditadas em sua mente e o médium escreve com sua própria vontade. E os
semi-mecânicos, em que têm suas mãos movidas independentes de sua
vontade, ao mesmo tempo que ouvem as palavras em suas mentes.
E –> Psicofonia. Capacidade de emprestar sua voz ao espírito. É diferente da
incorporação, uma vez que na psicofonia somente a voz é manipulada pela
entidade.
F -> Incorporação. Trata-se de um acoplamento de chacras, em que o corpo
como um todo é mediunizado. É a forma de mediunidade mais comum na
Umbanda. Ela permite não somente que o espírito transmite sua mensagem,
como faça uso livremente de movimentos corporais e doe e manipule fluídos
espirituais/energéticos.
G -> Mediunidade de cura. Capacidade de doar fluídos magnéticos salutares
que promovem curas e alívio de enfermidades.
H -> Médium de transporte. É aquele que é capaz de manifestar obsessores de
outras pessoas, bem como “puxar” para si cargas pesadas, realizando profundo
descarrego.

Adalberto

A minha Umbanda é simples..


A minha Umbanda é simples
E nela me apoio
Não preciso de muito para crer
Basta apenas um abraço de um nego velho
O brado de um caboclo
A risada de um Exu
O conselho de uma pombagira
A alegria de uma criança
O gingado de um malandro
A dedicação de um baiano
A firmeza dos boiadeiros
O canto de uma sereia

A minha Umbanda é simples


Sinto-a com todo meu coração
Foi amor à primeira vista
Já não sei mais viver sem ela
A gira é a minha paixão
E dedico minha vida a este axé
Na natureza encontro Deus
Em todas as suas manifestações
Louvo os Orixás na água que me banha
No ar que respiro
No alimento que me nutre
No céu que me inspira
Nas rochas que me sustentam
E no aço que me defende

Eu reverencio a vida
Agradeço o movimento
Protejo a inocência
Pois sei que debaixo de cada ser
Habita a luz de Oxalá

Salve a Umbanda
Salve a todos os Orixás
Salve a todos os guias e protetores
Salve toda criação

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