ESCOLA DE KUNDALINI YOGA E

DESENVOLVIMENTO INTEGRAL
DESDE 1998
 Estamos muito felizes de contar com sua presença neste início
de jornada rumo à descoberta do seu verdadeiro ser!

Que este (per)curso seja uma experiência de mergulho nos profundos

ensinamentos ancestrais do Yoga, para que você possa conhecer,
praticar e aprender a mestria desta ferramenta capaz de transformar
a sua vida e a vida de todos os que cruzarem o seu caminho a partir
de agora. Um caminho de consciência que abrirá em você novas
dimensões de energia, saúde, conexão com o Infinito
e verdadeira felicidade.

Conte conosco e com toda a equipe do Nanak para te apoiar

neste processo. Estamos juntos, somos UM, Wahe Guru!
 SUMÁRIO

Uma família humana 5

A Atualidade do Yoga 6

Yoga 9

Conceitos Fundamentais da Filosofia Yogi 10

Visão Geral dos Caminhos do Yoga 14

Kundalini Yoga e a Era de Aquário 31

Anatomia Energética 43

Numerologia Tântrica e Jogos Mentais 57

Estrutura da Aula e o Papel do Professor 87

Kriya 99

Pranayama 129

Meditação 139

A mente 151

Mantra, Shabad e Naad Yoga 179

Humanologia e Relacionamentos 195

Alimentação para a Saúde do Corpo, da Mente e da Alma 217

Equilíbrio Endócrino e a Saúde Bio Psico-Espiritual 229

O Professor Espiritual 239

 “Eu te dou um
mandamento hoje:
Observe! Deus está em nós,
permita-se sentir Sua presença,
é só isso. Simples. Sinta,
pratique e viva Sua presença.
Deus viverá através de você,
eu posso atestar isso”.

Yogi Bhajan
 UMA FAMÍLIA HUMANA
TRECHO DE UMA PALESTRA OFERECIDA
POR YOGI BHAJAN EM 20/05/95
“Vamos entender hoje que viemos aqui com um
propósito: para limpar, para mudar o padrão e
recomeçar. Assim, podemos viver com coração
aberto, mente aberta, com amor e carinho. Esse é
o propósito da vida humana. Se puxar para
baixo, fechar-nos e começar a julgar, punir e
estabelecer regras sobre o outro, tudo que
criamos é medo. Nós só podemos vencer pelo
amor. O amor não tem lado. O amor não é uma
caixa. O amor não significa que você ama alguém
e você pode colocar esse alguém em uma caixa e
fechar a tampa. O amor é a abertura do coração,
a vastidão da mente e o brilho da alma.
Há cinco tattvas e você tem setenta e dois centros
nervosos. Então, quando você recita o mantra,
você se torna um instrumento de setenta e duas
cordas e você vibra. Quando entoamos um
mantra, nosso ser se torna um instrumento de
setenta e dois mil nervos, os cinco elementos do
cosmos na micro-consciência se relacionam com
a macro-consciência e criamos um uníssono,
uma unicidade de você e Deus dentro de você.
A vida é para ser feliz. Ser feliz é nosso direito de
nascença, porque Deus é uma totalidade, Deus é
uma felicidade. Não causemos dor uns aos outros
por nossa superficialidade, pela nossa dualidade,
5
por nossa pequenice. Vamos nos tornar tão
vastos como Deus e abraçar uns aos outros, amar
uns aos outros. Afinal é nesse coração comum
onde todos nós vivemos. A batida do coração é o
que é comum entre nós. É o sopro da vida o que
é comum entre nós. É o Criador em nós que é
comum entre nós. Então, somos todos um,
como um sol, nós somos os raios.
Sejamos quentes e brilhantes, belos e radiantes.
Não percamos nosso tempo com ódio, puxando
o outro para baixo e tentando controlar. Se eu
quiser dar algo a alguém, que seja perdão. O
perdão é o maior presente que você pode dar a si
mesmo e aos outros. Esse é o caminho a percor-
rer. Por favor, entenda que nós somos todos um
por um Deus, numa argila de cinco elementos.
Nossa existência é para a unidade, na dualidade
perdemos tudo; em unidade, encontramos a
realidade.
Nós somos apenas uma família de um só Deus.
Quer isso seja bom ou ruim é apenas um julga-
mento. Isso é o que Sócrates disse, como não há
nenhuma realidade, bom e ruim é meu julga-
mento momentâneo, e no momento em que o
momento passa, o bom pode se transformar em
ruim, o ruim pode mudar para bom. Então, tudo
é não-realidade. A única coisa que é real é que
nós somos um, Deus é um e nós somos uma
família humana”.
 A ATUALIDADE DO YOGA
AKAL MURET SINGH
Um dos traços essenciais, típicos da sociedade
contemporânea é o esquecimento de si mesmo,
o esquecimento do ser que se é. Ser que apare-
ce como existência em todas as suas faces:
profissional, familiar, social, religiosa, mas que
antes de tudo é si mesmo. O esquecimento de
si é sustentado por essas múltiplas ocupações e
ao mesmo tempo o vazio que decorre do
esquecimento busca ser preenchido com as
múltiplas ocupações.
O esquecimento do ser que se é, é o terreno fértil
onde florescem muitos aspectos, considerados
problemas característicos da nossa cultura. Uma
condição problemática, por exemplo, é a ausên-
cia de um sentido de identidade bem estruturada
psicologicamente dentro do universo das
relações; e também a ausência de conexão com
um nível de identidade incondicionado, que se
autossustente. Isso deixa o ente humano em uma
luta para afirmar a si mesmo no plano social,
familiar e profissional, construindo relações onde
há uma patológica dependência da opinião e da
aprovação dos outros.
O modelo de identidade que se forma no contex-
to descrito é determinado pela mentalidade
social dominante. A escolha de uma profissão, o
estilo de vida, os valores, são todos determinados
de fora para dentro. Mesmo a subjetividade é
constituída de condicionamentos e padrões
culturais. A tendência é se formar um humano
completamente de segunda mão; que vendeu sua
6
alma. Nunca atendeu ao que seu próprio ser lhe
tenha dito, porque sempre esteve surdo para si
mesmo. O resultado disso é desastroso. Uma
comunidade de entes atormentados, em busca de
pequenas alegrias, mendigando da existência
mesmo que seus cofres estejam cheios.
Ausência de valores humanos fundamentais
capazes de gerar respeito aos demais seres do
planeta. Violência, corrupção, drogas. Estresse,
depressão e outras disfunções de saúde; desequilí-
brio social, desastres ecológicos. Todos proble-
mas que sempre existiram em alguma escala e
que nas condições doentias atuais se agravam,
ganham proporções quase alarmantes. E a mentali-
dade geradora dessa situação, que existe há muito
tempo, não é capaz de responder adequadamente a
isso. Nunca foi e o é muito menos agora.
O que seria necessário para que surjam as condi-
ções onde uma resposta adequada seria possível?
É preciso um salto quântico de consciência. Uma
revolução da percepção. Um novo modo de ver o
mundo. E isso implica uma outra dimensão do
ser. É preciso perguntar então: de que modo o
Yoga se insere nesse contexto histórico? O Yoga
faz algum sentido hoje? O Yoga é capaz de abrir
novos espaços de percepção e possibilidades de
compreender a realidade de forma mais ampla?
Ou é puro modismo que se transformou em mais
um das dezenas de sistemas para alinhamento
corporal e existencialmente continuaremos os
mesmos de sempre?
 UM OLHAR QUE
VISLUMBRA O NOVO
O ente humano, em geral se acha identificado
com os papéis, profissional, familiar, social e
religioso. A noção de si mesmo se estrutura nos
conteúdos temporais oriundos desses papéis.
Quando, por alguma razão, acontece um olhar
que percebe fora desses papéis, se revela o vazio
existencial seguido muitas vezes de crise. Esse
olhar não vislumbra, em um primeiro momen-
to, o ser que ele essencialmente é. Vê apenas a
falta de sentido dos papéis que ocupa nas
relações, e se depara com a ausência de sentido
do seu próprio mundo.
Essa situação cria um assombro que inquieta, e
muitas vezes assusta. Esse susto, quando afeta
patologicamente, pode gerar enfermidades como
ansiedade, depressão, pânico, diversos tipos de
neurose e suas compensações. Pode também
estimular uma atividade desenfreada, e muitas
vezes até desesperada de busca de sentido para a
vida e levar à outras formas de desequilíbrio.
Uma disfunção muito comum se expressa no
esforço para manter, pela rigidez e o conservado-
rismo, um sentido artificial e até moralista dos
valores e costumes que nutriam os papéis nas
relações até então. E mesmo não fazendo mais
sentido, são cultuados, por não se saber o que
pensar e o que fazer. O receio de mudanças refor-
ça o apego ao velho.
Outro modo de expressão desse mesmo desequi-
líbrio aparece nas atitudes contestadoras que
buscam quebrar regras e convenções, cultuar
originalismos e transgressões, mas que no fundo
ainda fazem parte da mesma velha estrutura.
Ainda é a vigência do esquecimento do ser.
O Yoga convoca a um olhar para fora dos papéis
sociais e familiares, com os quais ainda permanece a
identificação, mesmo que, como já foi dito, já não
façam mais sentido; e convida à iluminação do
horizonte onde se vislumbra o ser que se é.
O sentido do Yoga como o vislumbre do ser para
além dos papéis, só é possível, no entanto,
quando esse olhar já se deu para o vazio desses
7
mesmos papéis. É preciso já ter olhado para fora
dos pressupostos vigentes, para saber que eles são
insuficientes. Daí surge a crise e com ela o convi-
te para a redescoberta de si mesmo. É preciso
então a disposição adequada para o ver que apre-
ende o ser em si mesmo e em todas as coisas, e
que pode acessar uma nova dimensão de consci-
ência e uma nova maneira de viver.
O Yoga, para quem viu a insuficiência daquilo
que constitui a identidade vigente, é o percurso
do desvelamento do ser que se é. É o caminho de
plenificação de si mesmo. As práticas do Yoga
trabalham a partir e sobre a estrutura energética,
corporal e psíquica estabelecida em cada ente
humano. Essa estrutura humana carrega em si, o
traço do discurso vigente, em forma de valores,
crenças, padrões de reação emocional e mental,
condição do fluxo energético nos meridianos e
chakras, padrões respiratórios, hábitos posturais
e condição de tensões musculares e emocionais
crônicas, que sustentam e são sustentadas pelo
falso ego, o eu temporal.
O Yoga promove uma intervenção deliberada e
precisa sobre essas estruturas, e provoca com isso
significativas mudanças que repercutem na visão
de mundo e de si mesmo que até então vigorava.
Com isso se torna possível um olhar para além do
já pensado, e se pode vislumbrar a falência do
conhecido na tarefa de dizer o que as coisas são.
Esta ação do Yoga, desestabilizando a estrutura
da mentalidade vigente, manifesta sua face
Shivaista de destruição do mundo já feito,
liberando a possibilidade de recriação de sentido.
Essa recriação de sentido ocorre pelo acesso à
unidade, a origem instauradora do real, e mani-
festa a função Brahmânica de criação do mundo.
Assim o Yoga aparece em duas forças essenciais:
destruição e criação! Morte e renascimento!
Uma vez instaurada a criação, age a força de
preservação, Vishnu! Brahma, Vishnu e Shiva
precisam atuar em sincronia perfeita para que a
vigência do mundo seja sempre com sentido. A
constante criação, preservação e destruição ocor-
rendo no seu momento apropriado resultam em
uma articulação sempre viva do real. O Yoga
pode, portanto, abrir ao olhar humano o espaço
onde o ser habita e é. Nessa apreensão do ser, o
ente humano acessa a dimensão originária de si mente na quietude desse escutar e ocupa o espaço
mesmo, e se torna a própria totalidade da vida. da identidade do ser.
Vive a partir do que é. É autônomo e livre. Reali-
zou, e sempre de novo se põe a caminho da pleni- Quando se pensa que sabe já se deixou de saber.
ficação de si mesmo. O Yoga é vivo e sua fonte é infinitamente criati-
va. É sempre novo e atual ao ser disponibilizado
O YOGA VIVO por quem o apreende desde a origem. E é
sempre outro, ainda que seja sempre ele mesmo!
Esta é a eterna atualidade do Yoga. O estado de
O Yoga é o que fazemos dele. Em si mesmo abso-
Yoga, ele mesmo, não está a disposição de todos
lutamente é transcendental. Inacessível a tudo o
de qualquer maneira. É necessário um alinha-
que se possa pensar ou fazer. Ao ser pensado, e
mento adequado de intenção, de foco, de dispo-
dito desde esse pensar, já não é o Yoga mesmo.
nibilidade.
Ele aparece na articulação decorrente da sua
apreensão. O Yoga aparece na linguagem, desde
Na disposição adequada o Yoga se mostra plena-
uma apreensão que ocorre naturalmente pela
mente, pois já está sempre aí. Mas é preciso com-
aproximação e acesso de quem o articula e diz.
pleta abertura e vulnerabilidade para que ele
Como ocorre esse acesso e apreensão vai determi-
possa afetar, transformar, provocar a morte e o
nar a forma que o Yoga tomará e a sua legitimida-
renascimento do sentido de si mesmo e do
de ou não. Se a apreensão ocorre no vazio lumi-
mundo. A Tradição Yogi pode assim realizar
noso da ausência de tempo e de ego, ele aparece
aquilo que é o seu propósito fundamental: o
vivo, sendo ele mesmo. Isto só acontece no silên-
desvelamento do Si mesmo. O acesso humano ao
cio que nenhum pensamento pode produzir. Só
sagrado! O humano é Divino!
ocorre na escuta atenta que caracteriza a Medita-
ção. Por isso Shri Patanjali diz “Yoga é a parada
das ondas mentais”. E pode-se acrescentar, é a Aham Brahmasmi!
ausência do si mesmo baseado no tempo. Shivo Ham! Sat Nam!
Quando a apreensão ocorre a partir do que
outros já disseram que ele é, e a partir de um eu
já completamente comprometido com seus
próprios conteúdos condicionados, o que surge é
um Yoga de segunda mão. Um pseudo Yoga;
mumificado. O Yoga vivo só aparece quando o
acesso ocorre desde a ausência do eu. Quando a
fonte originária do Yoga, ela mesma, surge no
espaço luminoso e infinito que se abre com a
dissolução da identidade temporal. Então é
possível compreender que quando existe alguém
praticando não existe Yoga!

Se a formulação dada ao Yoga causa estranheza e

nos coloca diante do fato de que então não sabe-
mos o que é Yoga, é quando esse dizer cumpriu
plenamente a sua função. Pois assim não pensa-
mos já saber. E é nessa disposição que podemos
perguntar “O que é isto, Yoga?”. E nos colocar-
mos então à escuta, silenciosamente, esvaziando-
-nos de nós mesmos, para deixar o Yoga ser o que
ele é onde antes havia o “nós”. Ele surge precisa-

8
 YOGA
“Yoga é a ciência que une o finito com o Infinito
e a arte da experiência do Infinito no finito.”

Yogi Bhajan

9
 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
DA FILOSOFIA YOGI
AKAL MURET SINGH
HIPÓTESE DAS RAÇAS RAÍZES
1. Raça Adâmica - Só possuíam corpos astrais,
devido às condições da Terra naquele momento.
2. Raça Hiperbórea - Habitavam corpos etéri-
cos.
3. Raça Lemuriana - Habitava o continente da
Lemúria. Se desenvolveu no decorrer das suas 07
sub raças até chegar aos tipos completamente
“humanos”. A diferença entre um animal e um
humano reside na relação do corpo etérico com o
corpo físico. No animal o corpo etérico estende-se
muito para o exterior, especialmente a cabeça,
sendo, portanto, inspirado desde o exterior por um
espírito coletivo animal; enquanto que no ser
humano o corpo etérico e o físico integraram-se de
modo que o homem só pode ser inspirado desde
dentro, e o espírito individualizado pode habitar
dentro. Isso ocorreu a partir da raça lemuriana.
4. Raça Atlante - Habitavam o continente da
Atlântida. Sua função era desenvolver o corpo
astral e integra-lo com os demais. Criaram uma
grande civilização, mas abusaram dos seus
conhecimentos e poderes astrais e psíquicos e
criaram um desequilíbrio tal nas condições
planetárias que culminou na submersão do
continente.Supõe-se que a história de Noé e a
Arca descreve acontecimentos relacionados ao
que aconteceu com a Atlântida. Os atlantes
fundaram a a cultura egípcia, peruana, druídica.
Tártaros, mongóis e chineses são da última sub
raça atlante. Essa raça raíz teve a tarefa de desen-
10
volver o corpo astral e integrar com os dois
corpos anteriores. Traços tipicamente atlantes são
excessivo domínio das emoções, excitáveis, supersti-
ciosos e ainda não determinados pela mente.
5. Raça Ariana - Tarefa principal desenvolvi-
mento do corpo mental. Ao realizarem totalmen-
te isto serão dominados por um tempo por esse
corpo. Toda raça raiz vive uma idade do ouro.
Esta será para os arianos a era de aquário.
6. Sexta Raça - Domínio do corpo Alma.
DADOS HISTÓRICOS
O povo da quinta sub-raça atlante, os semitas,
segundo dados da “tradição esotérica”, foram a
semente da quinta raça raiz, a ariana. Esse povo
teria saído a salvo da Atlântida e dirigiu-se para a
Ásia Central, passando pela Europa. Essa emigra-
ção ocorreu em ondas sucessivas e levou milhares
de anos. Alguns ficaram pelo caminho e foram os
ancestrais dos druidas. Estabeleceram-se às mar-
gens do lago Gobi (hoje o deserto). Segundo
essas informações, por volta do ano 9.000 a.C.,
desceram para o local onde hoje é a Índia. Foi
assim, nas margens do lago Gobi, que nasceu a
quinta raça raiz, a ariana, da qual os “indianos
arianos” são a primeira sub-raça.
Esse povo que, de certa forma, invadiu essa
região da atual Índia, trazia consigo uma baga-
gem enorme de conhecimentos, todo um conte-
údo cultural, cheio de religiosidade e filosofia,
apesar de ser um povo considerado “guerreiro”.
Segundo muitos autores, quando os arianos che-
garam à Índia, já traziam consigo, compilados
por Vyasa Deva, os 04 vedas, Rig, Yajur, Sama e
Atharva Veda. Ao chegarem, encontraram alguns
povos amarelos descendentes dos atlantes e
lemurianos de pele escura, os dravidianos. Há
indícios de que Shiva era cultuado pelos pré-aria-
nos, e com a chegada dos arianos for absorvido e
colocado como a terceira pessoa da Trimurti. Os
arianos, temendo a miscigenação, que colocava
em risco a conservação de sua raça e tradição
teriam tomado essa atitude, além de fortalecer o
regime de castas, colocando os nativos lemuria-
nos como os parias, os sudras; depois os merca-
dores e agricultores de pele trigueira e amarelada,
os vaisias; depois vinham os kshatryas, guerreiros
e administradores, de sangue levemente mistura-
do, e finalmente os brahmanes de puro sangue
ariano, os sacerdotes e educadores.
Um fato interessante é que o termo “hindu” não
existe em sânscrito, portanto esse povo não se
autodenominou hindu, mas foi chamado assim
pelos muçulmanos. A origem desse termo vem da
palavra sânscrita “sindhu”, que referia-se ao rio. Os
muçulmanos, devido a dificuldade de pronúncia
de sindhu, acabaram por criar a expressão “Indu”,
que por extensão passou a designar aquela socieda-
de que principiou as margens do rio Sindhu ou
Indus. Daí a origem do termo Hinduísmo, para
designar toda uma cultura que ali floresceu.
ESCRITURAS HINDUS
Pode-se dividir em 2 partes ou 2 momentos.
Segundo a procedência, a fonte de onde emanou:
1. SHRUTI
“Aquilo que é ouvido”, intuitivo, inspiração
Divina. Vedas são quatro: Rig Veda, Yajur Veda,
Sama Veda e Atharva Veda. Os Vedas se com-
põem de:
a) Hinos ou mantras;
b) Aranyakas (dedicado àqueles que se retiravam
para as florestas);
c) Brahmanas (referem-se aos cultos e rituais);
d) Upanishads (abordam as questões místico/fi-
losóficas);
11
Existem ainda upanishads que surgiram após o
período védico, ou seja, os upanishads continua-
ram sendo compilados mesmo depois de escritos
os 04 Vedas. Upanishad significa: “conversa aos
pés de um mestre”.
2. SMRITI
“Memória”, parte intelectual, interpretativa,
surgida depois dos Vedas. Fazem parte da tradi-
ção Smriti:
a) Smriti códigos de lei relativos ao “direito” civil
e religioso, proporcionam um quadro muito
completo da sociedade Hindu, das classes e
castas, englobando regras religiosas e familiares.
Importância principalmente histórica. Entre eles
estão os Dharma Shastras (ensino sobre a lei) de
Manu, Yajnavalkya e Parashara.
b) Itihasas épicos. Reúne 2 textos, de caráter
religioso e histórico onde se fala de Rama e da
grande batalha entre os irmãos Pandavas, orien-
tados por Krishna e os seus primos. São os textos
Mahabharata (do qual o sexto livro é o Bhagavad
Gita) e Ramayana (o caminho de Rama).
c) Puranas são instrumentos de educação popu-
lar, consistem de crônicas, lendas, genealogias de
reis, contendo assim, material histórico e
também imaginativo. A finalidade era imprimir
na mente popular, por meio de exemplos concre-
tos, os ensinamentos védicos, especialmente o
poder e a bondade divinos. Existe um numero
aproximado de 18 puranas.
d) Agamas também populares, essas escrituras
lidam com o culto de um aspecto particular de
Deus e “disciplinas” para o adepto. São 3 principais:
- Vaishnavismo: adoradores de Vishnu; o conser-
vador.
- Shaivismo: adoradores de Shiva; o transforma-
dor, destruidor.
- Shaktismo: “adoram” o princípio feminino,
Shakti Tantra.
e) Darshanas - escolas filosóficas. São elas: Nyaya,
Vaisheshika, Sankhya, Yogasutra, Mimansa,
Vedanta.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Veremos a seguir alguns conceitos ou idéias
fundamentais, básicas do Hinduísmo. Quais
sejam Brahman, Prakriti, Atman, Ahamkara,
maya, Samsara, Karma e Moksha; existem,
evidentemente outras concepções importantes
nas diversas escolas filosóficas hinduístas, essas
que citaremos a seguir são apenas as básicas
para que se tenha uma visão panorâmica da
filosofia hinduísta.
a) Parabrahman - O imanifesto; o uno; aquilo
que é; quando toda a manifestação universal se
dissolve, no Pralaya, voltando novamente a Ele,
Ele é. O absoluto, inconcebível, imutável.
b) Brahman - Quando em Parabrahman surge a
intenção de criar, de manifestar-se, então já não é
mais Parabrahman, mas passa a se chamar
Brahman. A partir de Brahman surge Fohat (a
energia) e Koilon (o espaço) e da fecundação de
Fohat e Koilon surge a manifestação. Brahman
porém, não se confunde com a manifestação
universal, permanece incontaminado, transcen-
dente. No entanto, ele penetra em Prakriti, a
manifestação, e está presente em tudo, e em cada
ente vivo, aparecendo assim seu aspecto imanen-
te. Portanto, Brahman é imanente (está em
tudo), e ao mesmo tempo transcendente (está
fora de tudo). Brahman é o grande espírito cujo
corpo é o Universo.
c) Prakriti - Pra (movimento), Kriti (“aquilo que
faz”). Portanto, Prakriti é aquilo que está em
movimento. É a matéria universal manifestada.
Diz-se que o material de que é feito o Universo,
em qualquer dos seus níveis de condensação,
resulta da combinação de 3 “qualidades” da ener-
gia cósmica, que são: Sattwa (ritmo), Rajas (mo-
vimento) e Tamas (inércia).
Nada existe no Universo que não se constitua
desses 3 atributos, preponderando conforme o
caso, uma sobre as outras. Essas “qualidades” da
Prakriti são chamados “gunas”. Prakriti é,
portanto, a manifestação universal; a matéria que
forma esse universo manifestado, desde o nível
mais condensado, físico, até o mais sutil dos
planos da matéria universal.
12
Os 07 planos da matéria universal e as dimensões
da energia no ser humano são:
7. Maha Para Nirvânico 7. Corpo Nirvânico
6. Para Nirvânico 6. Corpo Búdhico
5. Nirvânico 5. Corpo Manas Arupa
4. Búdhico 4. Corpo Manas Rupa
3. Mental 3. Corpo Astral - Kama
2. Astral 2. Corpo Etérico
1. Físico 1. Corpo Físico
d) Atman - É o “si”, o eu atemporal. Quando de
Brahman surge Fohat e Koilon, e daí Prakriti, a
presença de Brahman não se ausenta, mas pene-
tra no mundo manifestado e habita cada ente
vivo recebendo o nome de Atman. O Eu real e
divino. Portanto, Atman é o próprio Brahman, o
que equivale a dizer que o ente vivo desperto para
sua verdadeira natureza, Atman, é Um com o
Divino, Brahman.
e) Ahamkara - É o eu temporal; resultante das
experiências e conhecimentos ou impressões
colhidas ao longo do tempo; é um eu residual,
decorrência do passado, que dá a noção de
divisão sujeito-objeto. O mundo passa a ser visto
em função do que foi e do que se gostaria ou
tema que venha a ser. A percepção dos fatos passa
então a ser distorcida pelos conteúdos passados,
ocasionando uma relação inadequada com os
fatos, gerando então conflitos e desarmonia.
f ) Maya - Existem mais de uma conotação para
esse termo, dependendo da Escola filosófica.
Poderíamos ver aqui Maya num sentido objetivo
e num sentido subjetivo, psicológico. Em
primeiro lugar “Maya” não significa dizer que o
mundo é ilusão, que não existe. Tanto a dimen-
são subjetiva como o mundo objetivo, factual,
existem; porém, não são absolutos, têm uma
existência relativa em relação ao mundo do Abso-
luto. Um exemplo: dentro de uma peça teatral
tudo é real, a trama, a situação, os personagens;
são reais dentro do contexto da peça. Porém, se
compararmos essa realidade com a dimensão de
realidade do autor da peça, encontraremos um
outro nível de realidade. Maya para os hindus é o
poder misterioso pelo qual Brahman (enquanto Ele
próprio permanece imutável), dá seguimento,
andamento ao mundo fenomenal.
Maya não é ilusão portanto, para aquele que vê o
Absoluto no fundo de cada aparecimento.
Maya também pode ser simplesmente avidya,
ignorância. No aspecto subjetivo observamos a
separação pensador-pensamentos e daí o surgi-
mento de um núcleo, um eu, a parte do qual o
mundo será visto e avaliado. A avaliação no
entanto é condicionada. Assim, a realidade, o
fato, será visto sob o prisma do passado. Projeta-
-se uma imagem oriunda do passado sobre
aquele fato, de tal modo que o que se vê é na
verdade a imagem que foi projetada e não o fato
em si. Vive-se então num mundo de imagens
projetadas sobre os fatos e as relações acontecem
muito mais com as próprias imagens do que com
os fatos. Vive-se assim num mundo de ilusão (e
aqui Maya tem o sentido mesmo de ilusão) criado
pela mente, pelos arquivos do passado. O silêncio
desse conteúdo mental arquivado exige a auto com-
preensão direta e a meditação que ocasionam a
dissolução do eu temporal. O silêncio na mente
propicia a percepção direta sem a interferência do
ontem, e os fatos são percebidos como eles são.
g) Samsara - Chama-se samsara o ciclo de nasci-
mentos e mortes, a necessidade de reencarnar
decorrente do karma. Havendo a liberação do
passado e não se engendrando nada para o futuro
escoa-se o karma e ocorre moksha (a libertação
do ciclo de nascimentos e mortes).
h) Karma - Significa “ação”. Karma pode ser
entendido como os efeitos do passado no presen-
te, ou a construção do futuro a partir das ações
do presente. Karma não implica determinismo,
ao contrário, o homem é livre para mudar seu
destino agora, libertando-se das tendências
oriundas do passado e vivendo sem nada projetar
para o futuro. Há 3 tipos de Karma:
• Prarabdha - Parte acumulada que já deu fruto
na vida presente e não pode mais ser evitado. Ex:
a cor da pele, a raça, a condição humana, paren-
tes, etc...é o karma operativo.
• Samcita - “Karma acumulado” de todas as
existências anteriores, e que dão o caráter,
tendências, etc...pode ser modificado pela com-
preensão profunda.
13
• Agami - O que está sendo criado agora nesta
existência pelo que se pensa, se sente e se age. Pode
ser mudado agora. A ação sem motivo, que não
nasce de um centro, eu, que busca algo na ação; a
ação desapegada, portanto, não deixa vestígios, é
uma ação libertadora não vinculada ao passado
nem ao futuro e assim não produz karma.
i) Dharma - Vem da raiz “ DHR”, significando
“maneira de ser”. “Dharma é aquilo que mantém
unido o universo”. Essa e outras afirmações são
encontradas nos textos, sobre o Dharma. O que
se pode perceber, é que essa palavra, pelos vários
momentos em que é utilizada, está intimamente
ligada à ação. Uma ação adequada, integral,
mantenedora da harmonia cósmica. Dharma não
é uma obrigação moral, é uma ação espontânea
nascida das profundezas da compreensão com-
pleta de cada momento. O Dharma real não é
fixo, porque a vida é flexível, fluente, a acão que
se harmoniza com seu movimento é também
fluente e nova a cada momento. Adharma é a
ação desarmônica. Dharma quando visto como
uma norma de ação torna-se uma tentativa de
ajustamento a um padrão pré-concebido e deixa
de ser natural e espontânea.
j) Moksha - É a libertação do processo temporal
oriundo da noção de Eu (Ahamkara) que condi-
ciona a vida do ente humano e o mantém preso
ao passado e a projetar momentos futuros.
Moksha ocorre quando desaparece a divisão
sujeito-objeto e ocorre então uma comunhão
completa com a vida em todos os níveis. A disso-
lução do eu temporal, mental, abre espaço para
outra dimensão de ser além do tempo. Moksha é
a libertação da roda de nascimentos e mortes, o
Samsara. É a dissolução do Ahamkara e o desper-
tar para o mundo de Atman, essencialmente
divino e que é Um com Brahman.
k) Yoga / Guru - Os 05 caminhos fundamentais
do Yoga são: Jnana Yoga; Bhakti Yoga; Karma
Yoga; Raja Yoga e Tantra Yoga.
l) Jiwan Mukta - Aquele que realizou moksha e
vive livre neste mundo.
 VISÃO GERAL DOS
CAMINHOS DO YOGA
I. O QUE É YOGA
Yoga é um estado de ser além da mente que surge
quando a mente se aquieta e desaparece a ideia de
si mesmo baseada no tempo. É o acesso ao Ser
Uno, de onde emergem as múltiplas coisas
existentes. Yoga é ser o Um! As práticas e ensina-
mentos do Yoga, independente da Via à qual
pertençam, têm o mesmo propósito essencial:
criar condições físicas, energéticas e psíquicas
que facilitem o surgimento do estado de Yoga. As
práticas do Yoga são formas de intervenção sobre
as estruturas e funções que constituem o ente
humano. Existem modelos diferentes para o
entendimento da constituição humana, mas
alguns elementos básicos são consenso em quase
todos os mapeamentos e são suficientes para
explicar as Vias Tradicionais do Yoga. Algumas
dessas estruturas e funções básicas são: mental-
-intelectual, afetiva, fisiológica e bioenergética ou
prânica. Esta última é constituída basicamente
pelos canais (nadís) por onde flui a energia vital
(Prana) em suas diversas manifestações, e pelos
chakras, que são centros de captação, armazena-
mento e distribuição de Prana para nutrir as
funções de todos os demais corpos (nome que essas
estruturas recebem na terminologia do Yoga).
As Vias do Yoga são um conjunto de práticas e
ensinamentos que envolvem de forma mais ativa
e direta uma ou mais dessas estruturas e funções,
no trabalho de criação das condições para o
estado além da mente e do ego. É claro que a
prática envolvendo um corpo repercute sobre os
demais, pois o ente humano é um todo integra-
do. Mas o trabalho pode ocorrer a partir de um
14
ou mais desses corpos, e isso determina a caracte-
rística dos exercícios e ensinamentos, que consti-
tuem uma determinada Via de Yoga.
Como Yoga é um estado que surge quando a
mente se aquieta, e Meditação é exatamente este
aquietamento, sem Meditação não existe Yoga. O
Dhyan Yoga (Yoga da Meditação) é por isso, o
ponto de convergência de todas as Escolas e Mes-
tres, embora as técnicas utilizadas possam ser
diferentes.
Cada Via de Yoga abriga diferentes escolas, de
acordo com a formulação desenvolvida por um
determinado Mestre. Isso ocorre para que os
ensinamentos e a prática do Yoga sejam sempre
de acordo com o lugar, as pessoas e o momento,
e não caiam na imitação e no convencionalismo.
A origem real das Vias do Yoga é o próprio movi-
mento do ente humano em direção a descoberta
de si mesmo. Quando esse movimento espontâ-
neo acontece a partir do aspecto cognitivo, no
sentido de apreender a verdade intrínseca da
existência e de si mesmo o ensinamento do Yoga
é o Jnana Marga (caminho da sabedoria).
Quando esse mesmo movimento ocorre pela
mobilização da energia afetiva, amorosa surge o
Bhakti Yoga ou algum aspecto do Tantra Yoga no
qual se torna possível a experiência do amor
incondicional.
Se o indivíduo aborda a vida muito mais pelo seu
aspecto prático, impulsionado naturalmente à
realização, ao trabalho, então vemos um movi-
mento pelo caminho da ação, e nesse caminho
importa muito questionar as motivações, de
onde nasce a ação, o que a impulsiona? De onde
ela vêm? O mergulho profundo nessas questões
juntamente com a Meditação constitui o Cami-
nho da ação completa, livre do passado e do
futuro. O Karma Yoga!
O Raja Yoga se torna naturalmente o caminho
quando há um anseio de mergulhar em seu
próprio espaço interior em direção ao silêncio
completo da mente. Envolve uma intervenção
sobre os próprios processos mentais visando
facilitar um completo aquietamento interior.
Nos Yogas Tântricos o trabalho envolve todos os
corpos e funções humanas, incluindo elementos
de todas as outras Vias. É um Yoga integral e em
quase todas as formulações não precisa que o
praticante se retire da vida social e familiar
normal.
O Yoga, sendo uma dimensão além da mente,
libera o espaço transcendental inatingível pelas
palavras e pelo pensamento articulado. O risco
de se utilizar nomes nesse caso é o de aprisionar
em conceitos aquilo que os pensamentos não
podem captar. Por isso ao se utilizar as palavras
“Absoluto; Divino, Consciência Atemporal e
outros, é bom lembrar que essas palavras ao
tentarem mostrar, na verdade escondem o que é
dito. É preciso então apreender atentamente, em
completo silêncio Aquilo que elas escondem ao
serem usadas.
II. JNANA YOGA OU GYAN YOGA
Quando o movimento espontâneo do ser, no
sentido de acessar a Verdade da existência e de si
mesmo, acontece a partir da função intelectual,
possivelmente este indivíduo fará conexão com
uma Escola ou Mestre de Jnana Yoga. Então,
receberá ensinamentos e práticas para acessar o
estado de Yoga pelo exercício cada vez mais
profundo da sua capacidade cognitiva e pela
Meditação.
O Jnana Yoga é um Estado de Sabedoria plena,
onde a Verdade é percebida como o fundamento
de todas as coisas, momento a momento. Não é
15
adesão à conceitos. Não é simplesmente erudi-
ção. É a percepção direta do real que é em tudo,
sem que haja divisão entre o conhecedor, o
conhecimento e o conhecido.
O Absoluto é o Eu Supremo de todos os entes. É
um só. A diferença ocorre apenas no plano
temporal onde a identidade humana é estrutura-
da nas memórias. A realização do Yoga é a disso-
lução da identidade temporal e a presença do
Absoluto como a Identidade Una que sustenta a
diversidade dos entes vivos.
Classicamente, o trabalho de Jnana Yoga inclui 7
aspectos fundamentais:
1. Viveka - Discernimento constante entre o real
e o ilusório, tendo como um dos parâmetros
essenciais a premissa de que se existe a Verdade
Absoluta ela é Imutável e Eterna, portanto, tudo
o que é transitório e contingente não sendo
Absoluto deve ser considerado ilusório e tratado
como tal. Pode se admitir nesses fenômenos uma
realidade relativa e passageira, mas o olhar do sábio
percebe o Um Imutável em tudo em si mesmo.
2. Vairagya - Desapego. Resulta da conexão com
a fonte interna de satisfação, tornando desneces-
sário utilizar a relação com o mundo para dar um
sentido para si mesmo, para preencher-se psico-
logicamente. Com o desapego a mente fica tran-
qüila e facilita a Meditação.
3. Shat Sampat - São as 6 qualidades que carac-
terizam uma mente harmoniosa, serena, desape-
gada, que manifesta contentamento, força guer-
reira e fé na capacidade intrínseca do humano em
descobrir que é Divino. As seis virtudes são:
sama, dama, uparam, titiksa, sradha e samadhama.
4. Mumuksutva - O estado de Liberdade além dos
condicionamentos e padrões automáticos do ego.
5. Sravana - É o escutar silencioso capaz de apre-
ender o sentido que se mostra e se esconde nas
palavras.
6. Manana - A reflexão que cria clareza mental e
acessa o real significado dos ensinamentos e das
experiências da vida.
7. Nididhyasana - Meditação. É o mergulho
definitivo no Oceano da Unidade, dissolvendo o
eu temporal (ahankar) e manifestando a Identi-
dade Espiritual, Divina (Atmam).
A realização plena do Jnana Yoga se expressa nas
seguintes expressões, conhecidas como Maha-
vakhyas.
- Aham Brahmasmi – Eu sou Brahmam. Ou seja,
Deus é o que sou.
- Prajnanan Brahmam – A Inteligência, a sabedo-
ria em Mim é o Divino.
- Tat Tvan Asi – Tu és Isto. Todos são o Um em tudo.
- So Ham – Eu sou Ele. A cada respiração mesmo
sem consciência dizemos: “Eu sou o Absoluto”.
Os obstáculos ao Jnana Yoga são:
1. Apegos e aversões
2. Dispersão mental
3. Sono
4. Satisfação por um estado passageiro de realização
Todos serão dissolvidos por um sadhana bem
orientado e praticado com interesse e regulari-
dade. A presença de alguém que realizou o Yoga
plenamente é importante para mostrar ao prati-
cante o estágio em que ele se encontra e lhe
indicar quando está preso nos condicionamen-
tos, ou na própria auto congratulação prove-
niente do bem estar gerado pelo progresso já
realizado.
III. BHAKTI YOGA
O Bhakti Yoga surge quando ocorre a mobiliza-
ção da energia afetiva em direção a uma dimen-
são transcendente. O Absoluto é sentido como
o Ser Supremo e surge uma relação amorosa
com o Divino, independente de como ele seja
concebido. Seja na forma de um Mestre Ilumi-
nado, uma imagem que personifica o Divino,
uma Ideia, um símbolo ou simplesmente o
Indeterminado sem forma.
O que caracteriza o Bhakti Yoga é o anseio por
“participar” do Ser Divino. Fazer parte Dele. E
finalmente Ser Ele, quando então dissolve-se a
dualidade entre o amante ao Amado. O adorador
e o Adorado: “Eu e o Pai somos Um”! Por se
tratar de Amor, devoção, o Bhakti Yoga não
depende para ser realmente vivenciado, de uma
16
decisão intelectual ou da vontade. É de certa
forma a graça Divina que acende no coração do
devoto a chama do Amor. A entrega amorosa ao
Divino exige total confiança e abandono do eu.
Nenhum interesse motiva, nem mesmo a Ilumi-
nação. Quando se pretende algo em troca não é
devoção. É comércio!
O verdadeiro bhakta (praticante de Bhakti Yoga)
age sempre para fazer aquilo que o Divino faria
para si mesmo. Isto é servir ao Divino. Agir
como uma parte integrante Dele, para Ele. A
devoção dissipa o ego e desvela o Divino como o
Único Eu. Então a Unidade aparece. A mesma
realização do Jnana ocorre através do Bhakti
Yoga por processos diferentes. Quando o coração
se abre completamente, a mente se aquieta.
Quando a mente se aquieta, o coração se abre. A
Sabedoria e o Amor são aspectos de uma mesma
Consciência. O coração aqui se refere ao estado
de afetividade incondicionada, muito além de
emoções e sentimentos provocados pelas impres-
sões sensoriais.
A prática do Bhakti Yoga, no dizer de Swami
Sivananda, pode ser Apara Bhakti ou Para
Bhakti.
1. APARA BHAKTI
No Apara Bhakti, também chamado por alguns
como Gauni Bhakti, a devoção se expressa em
rituais de adoração onde além de outros proce-
dimentos, se oferece flores, aromas, alimentos à
uma personificação do Divino. Há dualidade
entre o adorador e o adorado. E tudo o que se
possa fazer para expressar a devoção aumenta a
chama do Amor e a proximidade com o
Amado. No Srimad-Bhagavatan e no Vishnu
Purana são ordenadas estas nove práticas de
Bhakti, que são:
1. Sravana - Escutar histórias envolvendo a
forma que para você representa o Divino.
2. Kirtana - Cantar Suas glórias com bhajans
que são a própria Presença Divina em forma de
som, e que por isso mesmo atua limpando a
mente e o coração do praticante, tornando-o
mais consciente da Presença Divina nele mesmo,
e aumentando o fogo da devoção.
3. Smarana - Lembrança da presença Divina
como o Eu em todos e em si mesmo. Entoar os
Nomes de Deus fazendo japa com ou sem mala
(colar utilizado para contar as repetições do
mantra) é uma prática central no Bhakti Yoga,
pois o Nome de Deus é o Divino em forma de
som ( Shabda Brahmam). Esse acesso ao Absolu-
to através da vibração do mantra dissipa progressi-
vamente o ego e cria espaço para o Divino aparecer
como a Identidade última do ente humano.
4. Padasevana - Servi-lo a Seus pés. Agir por
amor ao Divino.
5. Archana - Adorar a Deus. Oferecer concreta
ou mentalmente tudo ao Divino.
6. Vandana - Prostrar-se para o Senhor. Situar-se
em total receptividade, esvaziando-se da auto
importância do ego. Acolhendo o Divino.
7. Dasya - Manter-se no Bhava (atitude interna)
de quem age para Deus.
8. Sakhya - Cultivar o Bhava de amigo.
9. Atmanivedana - Completa rendição ao Ser.
Entrega amorosa onde desaparece o ego e a
Consciência Divina passa a vigorar como o Eu.
Um devoto pode praticar qualquer um destes
métodos do Bhakti Yoga. Aquele que ele sente
fluir com mais sentido e naturalidade.
2. PARA BHAKTI
No Para Bhakti a dimensão Divina é percebida
em tudo e em todas as coisas, e não apenas naque-
la forma que era objeto de devoção. O Divino está
em tudo e além de tudo. Nada, nem ninguém
consegue ocultar o Divino dos olhos e coração do
verdadeiro bhakta. Nem uma formiga, um inseto,
um amigo ou um inimigo. Todos são Ele. E Ele é
o Eu no próprio devoto. Então desaparece a duali-
dade e o Amor Divino, Prem é o estado de Amor
Divino, de completa Unidade. Este é o Yoga do
Amor que transcende a própria devoção.
Pode parecer que o Bhakti Yoga se confunde com
religião. No entanto não é assim. Na religião, e a
própria palavra diz isso, há um sentido de duali-
dade. Existem dois que precisam se religar. No
17
Yoga, não existem dois. É a dissolução do eu
temporal, o ego, que cria as condições para o Ser
atemporal vigorar como a Identidade real do
humano. A dualidade é uma ilusão que se dissipa
na realização do Yoga.
IV. KARMA YOGA.
Karma significa ação. Karma Yoga é a ação que
surge do estado atemporal de consciência. É uma
ação total, que não deixa vestígios em “quem” a
pratica, pois não há nenhum eu que a pratique. É
uma ação Imotivada, pois não parte de um
centro que com ela receberia algum resultado
desejado.
Existe reação e ação. A reação se estrutura no
passado. Nos condicionamentos. Acontece
mecanicamente pela força residual das memórias
e do seu núcleo, o ego. A reação é sempre incom-
pleta, pois trás para o agora, que é sempre novo,
uma resposta do passado. Por ser incompleta
precisa se completar com o que dela resulta. Por
isso prende ainda mais quem a pratica nas redes
do tempo. Quem espera receber algo pelo que faz
é escravo do futuro.
Karma Yoga não é reação. É ação. Ação é sempre
livre do passado e por isso livre também do
futuro. É completa em si mesma, pois nasce da
percepção direta do que agora é. Não precisa se
completar com o resultado e por isso é totalmen-
te desapegada dos seus frutos. É espontânea e
nada tem a ver com assistencialismo, ou volunta-
rismo social.
A ação que caracteriza o Karma Yoga só é possí-
vel em um estado além da mente e do ego. Por
isso mesmo a Meditação, que inclui o auto
conhecimento, é absolutamente essencial para o
Karma Yoga.
A prática inclui a auto observação constante e a
auto investigação, para que sejam percebidos os
reais motivos e as tendências subconscientes que
impulsionam as reações. É interessante como
exercício, agir observando a tendência egocêntri-
ca de buscar recompensa, e perceber de forma
direta e sem julgamento esse padrão, para então
compreender a sua estrutura e possibilitar uma
completa dissolução.
A prática regular de Meditação é um sadhana
indispensável no Karma Yoga, pois pode abrir a
dimensão atemporal de onde a ação sem interesse
pode surgir espontaneamente.
Outras vezes se aconselha uma atitude bhakti para
realizar o Karma Yoga. Nesses casos se pretende o
despreendimento dos frutos da ação pela intenção
de se estar servindo ao Divino (seva), em tudo o
que se faz. Nesses casos, é importante verificar se
na própria idéia de estar servindo à Deus não há
uma busca de recompensa que mesmo sutil, ainda
poderia estar mantendo o ego como centro moti-
vador da ação na expectativa dos resultados. Pode-
ria haver, por exemplo, a pretensão de ser reco-
nhecido pelos outros como alguém desapegado e
devoto. Ou o interesse em receber benefícios
“espirituais”, como um bom” lugar no paraíso” ou
na “próxima vida”.
Os Mestres são unânimes em afirmar que é preci-
so muita atenção e discernimento para dissolver
as manipulações da mente e do ego, que muitas
vezes se disfarçam e utilizam a “máscara da espiri-
tualidade” para não serem reconhecidos.
V. RAJA YOGA
O Raja Yoga é um momento especial em qual-
quer Via autêntica de Yoga. É o momento em
que o foco principal é o mergulho definitivo no
espaço meditativo, além da mente.
Um dos textos mais importantes na descrição
desse momento do processo de Yogi é o Yoga
Sutra de Shri Patanjali. Por isso normalmente
quando se fala de Raja Yoga vem à mente este
texto clássico.
O foco central do Raja Yoga é o silenciar comple-
to da mente. O trabalho atua diretamente sobre
o movimento dos processos da consciência visan-
do diminuir progressivamente a dispersão, focali-
zar a atividade mental em um único ponto e
então parar o processo mental. Com isso desapa-
rece o Ahankar (eu temporal) e vigora Purusha (a
Consciência incondicionada).
Há cinco estágios de refinamento da mente:
1. Kshipa - É um estado mental de ignorância
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em relação à busca espiritual. Tem muita energia
em movimento, por isso é agitada, irrita-se com
facilidade, se move em várias direções, não tem
paciência nem clareza necessárias para a contem-
plação ou percepção de aspectos sutis da vida..
Não tem poder de concentração a não ser que
seja em algo que lhe interesse muito e certamente
será por ambição, inveja ou paixão.
2. Mudha - É uma mente também na ignorân-
cia, porém embotada, preguiçosa, confusa,
propensa ao vício e a estagnação. Pode se fixar
excessivamente em aspectos ligados a vida neste
mundo como família, saúde física etc.
3. Vikshipta - É um estado mental com grande
movimento, rápido, volátil. Busca estímulos e
informação com certa avidez, mas não analisa.
Tem dificuldade de se deter em algo ou mesmo
em compromissos. Pode ter momentos de calma
e então consegue escutar com atenção ensina-
mentos sobre aspectos sutis da vida, contemplar
por algum tempo e compreender até certo ponto.
Mas é uma mente agitada e em seguida se dispersa,
perde o foco da atenção e torna-se difícil então
vivenciar as dimensões mais profundas do Ser.
4. Ekagra - É um estado mental de calma, tran-
qüilidade e clareza na percepção sobre a origem
das coisas. A mente é ordenada. Um pensamento
termina e só então começa outro. Sem atropelos.
Tem capacidade de manter-se focada em só
ponto e assim permanecer. Mergulha em Medi-
tação e em Samprajnata Samadhi.
5. Nirudha - Parada das ondas mentais. Ausên-
cia de atividade no plano temporal da consciên-
cia possibilitando a abertura para o Atemporal;
Atmam, Purusha. Calma absoluta e Luz Interior.
Percepção que apreende o real no silêncio. Além
dos nomes e formas. Neste estado o ego se dissol-
ve e a Identidade humana mais profunda apare-
ce. Este é o estado de Yoga.
O Yoga descrito por Shri Patañjali é geralmente
chamado de Ashtanga-Yoga, ou o Yoga de oito
partes. Praticando regularmente, com orientação
adequada, o propósito do Yoga é realizado.
1. Yama - Yama é a maestria sobre si mesmo na
relação com os outros. Auto restrição.
a) Ahimsa (não violência) - Respeito sincero por
todas as manifestações de vida. Não violar. O
trabalho envolve se dar conta das manifestações
de violência, sem julgamento, sem comparar
com o que deveria ser de acordo com qualquer
tipo de preceito moral, inclusive este Yama
mesmo. A observação adequada das raízes e
processo da violência pode evidenciar o que é
inadequado nessa reação e possibilitar então a
dissolução das causas da violência. Então ela
pode desaparecer e a não violência surge natural-
mente, sem ser cultuada. Cultuar a não violência é
uma forma sutil de manter as raízes da violência.
b) Satya - Veracidade. Agir, pensar e falar plena-
mente de acordo com o que considera verdadei-
ro. Verdade não é um conceito ou idéia. Nem a
descrição detalhada dos fatos. É um estado de ser
onde tudo é percebido tal como é em si mesmo.
Falar a verdade é dizer aquilo que ao ser escutado,
aproxima ou desperta em quem escuta, o estado
onde tudo é visto tal como é. Dizer o que não
sabe é mentir. Ser verdadeiro com que é agora é a
base para o crescimento em direção ao estado de
ser a própria verdade.
c) Asteya - Não roubar objetos, nem ideias. Usar
ideias sem ter realizado em si mesmo o percurso
de entendimento é roubar. É viver no mundo dos
outros.
d) Brahmacharya - Agir como o Divino. Estado
onde a relação com os objetos dos sentidos não
visa o preenchimento psicológico. Aplicado ao
aspecto sexual é não fazer da relação uma forma
de preencher o vazio existencial. Pode significar o
não desperdício da energia sexual. Em contexto
monástico é o celibato.
e) Aparigraha - Não possessividade. Ausência de
pensamentos ou sentimentos de posse em relação
à objetos, pessoas, ideias e ideais. Não significa
evitar a utilização de recursos necessários para a
realização do seu destino humano, mas sim a não
utilização de objetos, pessoas, idéias para dar
sentido a si mesmo.
2. Niyama - Disciplina na relação consigo
mesmo. Observâncias:
a) Saucha - Pureza. Inclui limpeza física interna
19
e externa. Limpeza emocional e mental com
pranayama, cartarse, japa e kirtan; auto observa-
ção viveka e Meditação.
b) Santosha - Contentamento que não se cria e
nem se desfaz pela alteração das circunstâncias. É
sem causa externa. Provém da conexão com a
alma (Purusha).
c) Tapas - É o aquecimento que dissipa as impu-
rezas das nadís, chakras e mente. Diz também
austeridade que é o abandono do eu na ação;
esforço.
d) Svadhyaya - Estudo de si mesmo e das escri-
turas que trazem o ensinamento dos Mestres.
e) Ishvarapranidhana - Entrega amorosa ao
Divino. A entrega ausenta o ego e seu controle
condicionado sobre a consciência, abrindo assim
espaço para a Presença Divina manifestar-se no
Coração do discípulo.
3. Asana - Postura firme e confortável que facili-
ta o mergulho na Meditação.
4. Pranayama - Regulação da força vital, Prana,
pela respiração visando parar a mente.
5. Pratyahara - Abstração dos sentidos e da
mente. Estado em que as impressões sensoriais
não modificam a condição mental ou espiritual.
6. Dharana - Concentrar a mente em algum
objeto unificando a energia mental e facilitando
a Meditação. A Concentração pode ser em uma
área do corpo, um símbolo (yantra ou mandala),
chakras, mantra, chama de uma vela e muitos
outros.
7. Dhyana - Meditação. No pensar comum a
mente se move loucamente sem parar de objeto
em objeto. Na Contemplação e reflexão o pensa-
mento é dirigido á um tema em particular. O
Objeto permanece o mesmo, apenas o pensa-
mento se move. O poeta com a lua. Um cientista
com o seu problema. Na concentração a mente se
focaliza em um único ponto, sem se mover.
Portanto, processo mental fixo, parado, e objeto
permanece o mesmo. Na Meditação não há
mente e objeto separados. Se fundem em um só.
Não há divisão entre pensador e pensamentos.
Tudo é UM! Existe uma diversidade de técnicas
de Meditação e cada praticante deve ser orienta-
do individualmente para aprofundar a sua práti-
ca segundo suas necessidades pessoais.
8. Samadhi - É a intensificação natural do
estado de Meditação. É a supra consciência:
além do eu, além da mente e do tempo! É a
dissolução da identidade baseada nas memó-
rias no oceano da consciência absoluta que é
pura luz, poder, sabedoria e amor. Samadhi é a
realização plena do que o Yoga propõe e é!
Existem níveis diferentes de samadhi que não
vamos comentar aqui. Alguns apenas suspen-
dem o ego temporariamente, mas este retorna
uma vez passada a experiência. Este é Sabija,
com semente. Com o sadhana apropriado,
porém, ocorre a dissolução de todas as tendên-
cias condicionadas do subconsciente, as identi-
ficações com as memórias, e o samadhi aconte-
ce definitivamente. Então não há mais
ninguém para retornar. Este é o Nirbija, sem
semente. O que surge então é Purusha, o Ser
primordial, Imortal e pleno de Sabedoria,
capaz de viver no mundo em completa harmo-
nia e paz.
Os oito angas do Raja Yoga acontecem com e no
ente humano e por isso têm uma relação dinâ-
mica entre si, pois interagem sobre um mesmo
centro modificando-o. Cada anga, quando atua
sobre esse centro, o ente humano, encontra-o
modificado pelo impacto de um outro anga que
o antecedeu, e modifica-o para a ação dos
outros a seguir. É um processo onde todos inte-
ragem harmoniosamente para o acesso à totali-
dade do Ser.
VI. YOGA TÂNTRICO
O Yoga Tântrico inclui diversos sistemas de Yoga
que se fundamentam em uma visão Tântrica da
vida e do ser humano.
Já caminhamos no interior da pergunta o que é
Yoga e pudemos vislumbrar e sentir aspectos
fundamentais do seu significado. Mas esta é uma
questão que nunca se esgota e é sempre possível e
mesmo necessário de novo retornarmos à ela. À
cada viagem descobriremos e seremos descober-
20
tos por novas dimensões de sentido, que só se
abrem para viajantes insistentes e perseverantes
dispostos a explorar infinitamente essa fonte
inesgotável de significado que nos remete ao
infinito ser que somos. Nesse caso agora incluí-
mos a expressão tântrico e vamos olhar mais de
perto o que é isto, Yoga Tântrico?
“Yoga é a parada das ondas mentais”. Assim disse
Shri Patanjali, o famoso sábio compilador do Yoga
Sutra. Este conceito de Yoga, apresentado no texto
clássico de Patanjali, é um consenso entre as diver-
sas Escolas e Mestres de Yoga. Ele essencialmente
diz que Yoga é um estado de consciência que surge
quando a mente se aquieta.
Quando nos deparamos com o Yoga, natural-
mente a primeira questão que surge é: o que é
isto, Yoga? E tudo o que se faz a partir dessa
pergunta é mergulhar na descoberta da resposta.
E ao se descobrir o que é o Yoga descobrimos
também que ao se responder esta primeira
pergunta já realizamos o percurso todo do que o
Yoga é e propõe desde o início. Já caminhamos
toda a extensão do seu significado.
Isto quer dizer que Yoga é um voltar-se para a
descoberta do que o próprio Yoga é. Todas as
práticas e ensinamentos de qualquer Via que
sejam visam em última instância a vivência da
“parada das ondas mentais”, a partir da qual a
percepção se amplia e é possível a descoberta de
si mesmo em seu mais profundo núcleo de Iden-
tidade, a dimensão atemporal de consciência.
Yoga é, portanto, o espaço interior onde emerge
a Identidade mais profunda do Ser. O que o Ser
humano é se revela no que é o Yoga. O ser é no
Yoga ou o Yoga é o espaço onde o Ser é.
Podemos dizer então que Yoga é o que em verda-
de somos em nosso mais profundo núcleo de Ser.
Nós somos o Yoga! O Yoga e nós somos Um.
Esse é o significado da palavra Yoga: União! A
consciência da Unidade.
Mas a palavra Yoga é usada não apenas para se
referir ao estado de consciência, como também
para se referir às Práticas e Ensinamentos capazes
de facilitar a parada das ondas mentais e instituir
o Estado de Ser que é Yoga.
No que diz respeito à expressão tântrico é a quali-
dade daquilo que é próprio do Tantra. TAN
significa estender, expandir, TRA é instrumenta-
lidade e também aquilo que libera. Portanto
Tantra é um instrumento que ao atuar, libera. E
essa liberação é no sentido de uma expansão que
se mostra Infinita porque se refere às possibilida-
des máximas da consciência humana. Tantra é
um instrumento de expansão e liberação da cons-
ciência para a sua própria Infinitude. E nesse
sentido se confunde com o sentido do que é
Yoga: a dimensão infinita da consciência que se
manifesta quando a mente se aquieta.
Mas no Tantra a palavra expansão e estender, se
referem não apenas a uma possibilidade ineren-
te à consciência, mas a uma característica da
constituição do próprio universo em suas múlti-
plas dimensões e estados de matéria. O modo
de ver e sentir a vida que é próprio do Tantra
concebe esse universo manifestado como um
grande palco onde tudo se liga com tudo. Tudo
se interconecta e influencia mutuamente. E essa
teia cósmica se estende infinitamente formando
tudo o que existe como energia, matéria e cons-
ciência.
Essa concepção se aplica também ao Ser
humano, o micro universo. Nessa perspectiva o
Ser humano é um Todo interconectado: corpo,
energia, emoção, mente, intelecto, consciência
espiritual e Divina. Tudo essencialmente é Um
só. Um Todo integrado. Sendo assim o Tantra ao
propor o despertar do potencial humano de Ser
rumo às dimensões espiritual e Divina, incluirá
um trabalho com todas as dimensões da energia.
Desde a dimensão física até a mental e intelectu-
al, criando condições para a conexão com o
espiritual e Divino.
As práticas e Ensinamentos visando o desenvolvi-
mento da consciência e que mobilizam as ener-
gias humanas em todos os níveis e funções, cons-
tituem um Yoga Tântrico. É importante a expres-
são aqui “um” Yoga Tântrico e não “o” Yoga
Tântrico. Isso está dizendo que não existe um
sistema único. Cada Mestre ou escola poderá
formular um modo de atuar relacionado com o
lugar, as pessoas e o momento para que assim o
impacto dos ensinamentos possa de fato gerar as
transformações pretendidas.
21
O Tantra percebe o ente humano como um com-
plexo energético no qual tanto as funções físicas
como psicológicas são nutridas e movidas pela
energia da vida, o prana. A intensificação e a
harmonização resultantes de uma intervenção
adequada sobre a energia prânica e suas manifes-
tações, é um poderoso instrumento facilitador à
criação do contexto propício ao despertar do
estado de Yoga.
O trabalho sobre o campo energético inclui o
reequilíbrio e ativação adequada dos chakras,
limpeza das nadís (canais por onde circula o
prana), harmonia no fluxo dos prana vayus, dos
tatwas, e dos doshas, e a abertura do sushuma,
canal ao longo da coluna por onde prana e apana
fluem unidos, e por onde flui também o poder da
Alma, Shakti Kundalini.
Este termo, Yoga Tântrico, pode ser usado para se
referir aos caminhos do Yoga que se fundamen-
tam em uma visão de mundo própria do Tantra.
Vamos ver de modo geral o que é isto.
O Tantra é por muitos considerado como a mais
antiga expressão da cultura espiritual da Índia,
anterior mesmo à tradição védica. Nessa perspec-
tiva se costuma dizer que o povos habitante da
região às margens do rio Indus, há mais de 5.000
anos, tinham em Shiva a personificação do
Divino e adoravam seu aspecto feminino como a
Mãe Divina. Era uma sociedade matriarcal e
conheciam o Yoga. Daí a afirmação de muitos
Mestres como Paramahansa Swami Satyananda,
por exemplo, de que o Yoga surgiu do Tantra.
A literatura sânscrita contém seis tipos de texto
que tratam de aspectos místico filosóficos: Sruti,
Smriti, Itihasa, Purana, Agama, e Darshana do
qual faz parte o Yoga Sutra de Patanjali. E
contém quatro seculares que são: Subhashita,
Kavya, Nataka e, Alankara.
Em relação ao Tantra nos interessa especialmente
os Ágamas. Eles se dividem em três seções: a
Vaishnava, a Shaiva e a Shakta.
Os Vaishnavas Agamas glorificam a Deus como
Vishnu. Os Saivas Agamas glorificam a Deus
como Shiva, e têm na filosofia Shaiva Siddhanta
a sua principal referência. Os Sakta Agamas ou
Tantras glorificam Deus como a Mãe do
mundo sob vários nomes. Falam à respeito de
Shakti, o poder Divino em ação e prescrevem
várias práticas devocionais à Divina Mãe.
Existem setenta e sete Agamas. Os textos são
usualmente em forma de diálogos entre Shiva e
Parvati. Em alguns destes, Shiva responde
questões colocadas por Parvati, e em outras,
Parvati responde os questionamentos de Shiva.
Entre os Tantra Shastras se destacam Mahanir-
vana, Kularnava Tantra e Vigyana Bhairava
Tantra. E ainda o Yoga Kundalini Upanishads,
de Krishna Yajurveda, Jabala Darsana, Trisikha
Brahmana, e o Varada Upanishad que trazem o
conhecimento de Kundalini Shakti, e os méto-
dos para despertá-la e mantê-la no Sahasrara
Chakra, no alto da cabeça.
O Tantra, em alguns dos seus aspectos, é uma
doutrina secreta. É um Gupta Vidya. Não se
pode aprender através de livros. É necessário
um Mestre autorizado para adequar o ensino às
necessidades do discípulo.
O Yoga Tântrico coloca ênfase especial no
desenvolvimento dos chakras, do muladhara ao
sahashara. O Sadhana inteiro tem como objeti-
vo despertar Kundalini e fazer com que ela se
una com o Senhor Sadashiva, no sahasrara
chakra. O Método adotado para alcançar este
fim no Sadhana Tântrico inclui um trabalho
sobre as funções humanas nos planos: físico,
bioenergético (prânico), emocional e mental.
Inclui uma série de práticas devocionais e
cerimônias. O objetivo é sempre a dissolução
do eu temporal e o acesso da dimensão espiri-
tual além da mente e do ego.
O Tantra é uma perspectiva através da qual o
mundo é percebido como a urdidura de um
tear onde os fios se estendem infinitamente
envolvendo todos os planos e níveis de mani-
festação da energia no universo. Nesta visão
tudo se encontra interconectado, interagindo e
influenciando-se mutuamente, em constante
movimento, expansão e transformação.
22
A palavra Tantra pode ser entendida também
assim: Tan significa estender, expandir, tra é
instrumentalidade e também aquilo que libera.
Portanto Tantra é um instrumento que ao
atuar, libera. E essa liberação é no sentido de
uma expansão que se mostra Infinita e que se
refere às possibilidades da Consciência
humana. Tantra é um instrumento de expan-
são e liberação da consciência para a sua
própria Infinitude.
E nesse sentido se confunde com o sentido do
que é Yoga: A dimensão Infinita da consciência
que se manifesta quando a mente se aquieta.
Na visão tãntrica o Ser humano é um Todo
interconectado: corpo, energia, emoção,
mente, intelecto, consciência espiritual e
divina. Tudo essencialmente é Um só. Um
Todo integrado.
Sendo assim o Tantra ao propor o despertar do
potencial humano rumo às dimensões espiri-
tual e divina, incluirá um trabalho com todas
dimensões da energia. Incluindo então simul-
taneamente a dimensão física, emocional
mental e intelectual. Com isso pretende criar
condições para a conexão com o espiritual e
divino.
Um sistema de práticas e ensinamentos, visan-
do o desenvolvimento da consciência, e que
mobilizam as energias humanas em todos os
níveis e funções, constituem um Yoga Tântri-
co. O trabalho sobre o campo bioenergético
inclui entre outras coisas, a limpeza das nadís
(canais por onde circula o prana), o desblo-
queio e ativação adequada dos chakras e a
abertura do sushuma, o principal canal energé-
tico, situado ao longo da coluna. É por essa
nadí que flui prana e apana unidos, fluindo
também então, a partir dessa integração, a
energia e poder da consciência divina dentro
de cada ser, a Shakti Kundalini. Então o
divino, Shiva, comanda onde antes havia o
ego.
SISTEMAS DE YOGA TÂNTRICO
HATHA YOGA
É das mais antigas Vias do Yoga. Nasceu no
Tantra pré-védico e manteve-se secreta por muito
tempo ressurgindo em torno dos séculos X e XI,
com Goraksha Nath, um Mestre Tântrico que
fundou a ordem dos Yogis Kanphata. Essa Tradi-
ção afirma a importância do Trabalho sobre o
corpo físico e a dinâmica do Prana para ativar e
canalizar todas as energias humanas e facilitar a
realização da finalidade essencial do Yoga: o
samadhi. A Iluminação!
O Hatha Yoga Pradipika - escrito pelo sábio
Swatmarama, por volta do século XV, o Gheran-
dha Samhita (diálogos do sábio Gheranda com
seu discípulo Chanda Kapali) e o Shiva Samhita,
são textos fundamentais a serem usadas pelos
Mestres na transmissão do Hatha Yoga. No
entanto os Mestres tem a missão de atualizar e
modificar o ensino para adequar às pessoas, ao
lugar e ao momento, e assim manter viva a Tradi-
ção do Yoga com o seu poder transformador,
tendo em vista sempre a Meditação e o Samadhi.
O termo HA se refere à polaridade do Prana mas-
culina, solar, ativa, e THA é a polaridade femini-
na, lunar, receptiva. O nome Hatha Yoga fala da
união dessas polaridades que aparecem no
interior do sistema energético humano como
prana (solar) e apana (lunar). O prana circula no
tórax e o apana no baixo ventre. Essas polarida-
des ao se unirem em torno do kandha (próximo
ao umbigo) fluem juntas pelo sushuma, a nadí
principal ao longo da coluna, e acionam Shakti
Kundalini, o poder divino da consciência. Esse é
o grande objetivo energético do Hatha Yoga que
se alia à prática da concentração e meditação para
despertar o estado de Yoga.
OS ANGAS DO HATHA YOGA
O Hatha Yoga se caracteriza pela prática de
Asanas, Pranayama, Bandhas, Mudras, Drishtis e
Kriyas. Cria condições facilitadoras às vivências
mais profundas de Dharana, Dhyana e Samadhi.
É assim como parte integrante do Tantra onde se
originou. E é assim também por estar integrada
23
ao Raja Yoga, e conter naturalmente aspectos do
Jnana, e do Bhakti Yoga. Ou ainda quando surge
acoplado à outra Escola de Meditação como o
Zen, por exemplo, fato este que acontece com o
Oki Dô Yoga criado no Japão pelo Mestre
Masahiro Oki. O que definitivamente não pode
acontecer, sob pena de descaracterizar-se como
Yoga, é o Hatha ser ensinado sem conter ensina-
mentos e técnicas de Prathyahara, Dharana e
Dhyana.
a) Asanas - São posturas psicofísicas que atuam
intensamente desde a área muscular, tendões,
plexos nervosos e glândulas endócrinas, até
órgãos internos, nadís e chakras. Proporciona um
forte estímulo ao equilíbrio funcional dos diver-
sos órgãos e sistemas orgânicos, a limpeza dos
nadís e o equilíbrio dos chakras.
b) Pranayamas - São práticas que se utilizam da
respiração para uma maior e mais consciente absor-
ção, armazenamento e direcionamento do prana.
Com o pranayama é possível limpar os canais ener-
géticos (nadís), fortalecer os chakras, oxigenar todas
as células do corpo e coordenar o ritmo mental
tranqüilizando a mente e as emoções.
c) Kriyas - São práticas de limpeza e purificação
do organismo interna e externamente. Inclui
técnicas de purificação das vias respiratórias e dos
pulmões, do estômago e intestinos. Desobstruem
também os nadís facilitando o fluxo do prana por
todo o corpo.
d) Bandhas - O termo bandha significa “fecho,
atadura, compressão”. Os bandhas objetivam
auxiliar no despertar e no direcionamento dos
prana vayus especialmente na união de prana e
apana que acionam o poder Kundalini.
A prática dos pranayamas utilizando bandhas,
asseguram o controle consciente dos pranas,
evitam perdas desnecessárias de energia e ajustam
a intensidade do fluxo do prana para determina-
das regiões.
e) Mudras - São gestos realizados com a mão ou
com o corpo todo trazendo profundos efeitos
energéticos e psíquicos. Agrupam e mobilizam
energias vitais e psíquicas podendo assim ampliar
a percepção e direcionar o fluxo interno do prana
para diversos fins.
f ) Drishtis - São pontos de concentração dos
olhos com efeitos específicos sobre o fluxo prani-
co; o funcionamento das glândulas e chakras e a
possível integração do funcionamento dos
hemisférios direito e esquerdo do cérebro. Facili-
ta a alteração de percepção para abrir um estado
de consciência meditativo.
TANTRA YOGA
Este é um assunto imenso e de grande complexi-
dade por existirem formulações diversas de
Tantra Yoga. Basicamente podemos dizer que
existem dois tipos de Tantra Yoga. Um deles
utiliza em suas práticas a mobilização direta da
energia sexual visando, obviamente, o samadhi.
E o outro, mesmo trabalhando com todas as
energias, inclusive a sexual, não mobiliza direta-
mente essa energia.
No entanto, mesmo em cada um desses dois
tipos básicos de Tantra Yoga existem escolas
diferentes.
No Tantra Yoga que mobiliza diretamente a ener-
gia sexual existe o caminho tradicional chamado
de Vamacharya (esquerda) que utiliza uma
cerimônia especial cujo ponto culminante é o
maithuna (união sexual). Existem também,
outras formas de Tantra que não utilizam a
cerimônia do pancha tattva (05 elementos) como
é próprio do Vamacharya, mas nas quais a intera-
ção sexual acontece visando mobilizar a energia e
direcionar para o sahashara chakra.
No Tantra Yoga que não mobiliza diretamente a
energia sexual existem também escolas diferen-
tes. O caminho conhecido como Dakshina-
charya (direita), por exemplo, utiliza a cerimônia
do pancha tattva, mas não inclui o maithuna, e
os ingredientes servidos no ritual não são os
mesmos utilizados no Vamacharya. O Tantra
Yoga Branco é outra escola que não mobiliza
diretamente a energia sexual. Utiliza poderosas
técnicas de Meditação, praticadas em duplas, que
visam movimentar a energia Kundalini e promo-
ver uma completa limpeza do subconsciente
24
negativo, abrindo espaço para a consciência
espiritual. É praticado apenas com a orientação
direta de um Mahan Tântrico, Mestre responsá-
vel em cada época pela transmissão desse tipo de
Tantra Yoga. Ou com a presença de alguém espe-
cialmente indicado por ele.
TÉCNICAS TRADICIONAIS DO TANTRA
VAMACHARYA E DAKSHINACHARYA
Além de incluir as práticas próprias do Hatha
Yoga: asanas, pranayamas, kriyas, bandhas e
mudras, o Tantra Yoga utiliza Mantras, Yantras,
Mandalas e uma série de técnicas ritualísticas
especiais. Exemplos:
a) Bhuta Suddhi - É uma cerimônia que signifi-
ca a purificação dos cinco elementos dos quais o
corpo é composto. O praticante dissolve o corpo
na perspectiva egóica e cria um novo corpo que é
sentido como divino. Ele inocula dentro do seu
corpo a vida de Devi. O Maha Nirvana Tantra
assim descreve este rito: “O elemento terra se
dissolve na água. A água no fogo. O fogo é dissol-
vido no ar. O ar no éter. O éter se dissolve no eu
(Ahankar). O Ahankar dissolve-se em Mahat (a
grande inteligência além da mente). Mahat se
dissolve na Prakriti em sua forma Primordial. E
Prakriti dissolve-se no Absoluto Brahmam”.
b) Nyasa - Constitui um ritual tântrico dos mais
poderosos. Ele acontece pelo toque com as
pontas dos dedos da mão de direita em diversas
partes do corpo, acompanhados por um Mantra.
c) Kavacha - Acontece a evocação de Brahman,
o Uno, por diferentes nomes em ordem, para
proteger diferentes partes do corpo. Por exemplo,
Parabrahman é lembrado como estando no
Sahasrara Padma, na cabeça. O protetor do
mundo, Vishnu, é evocado para proteger a
garganta, de forma que o aspirante possa expres-
sar os mantras do seu Ishta Devata (forma espe-
cial de personificação do divino).
d) Mudra - São ritos em forma de gestos, espe-
cialmente com as mãos. O Mudra dá satisfação
para os Devatas. Há 108 Mudras. Na saudação
(Avahana), o Devata é feito com um gesto apro-
priado. Na forma de oferecer (Arghva), faz-se
Matsya Mudra. A mão direita é colocada por
detrás da mão esquerda e os dois polegares são
colocados como barbatanas em cada lado das
mãos. Similarmente, há mudras de várias ações,
feitos durante a adoração.
e) Yantra - Ocupa o lugar da imagem. Ele é um
objeto de adoração. O Yantra é um diagrama,
desenhado em uma folha de metal ou papel. Um
Yantra é apropriado somente para um Devata
específico. Vários Yantras são peculiares para cada
Devata. Eles são de vários desenhos, de acordo
com o objeto de adoração. O Yantra é o corpo do
Devata. Todos os Yantras possuem em comum
uma bainha que é chamada de Bhupura. Eles
possuem uma figura quadrangular com quatro
entradas, os quais confinam e separam o Yantra
do mundo externo.
O Sadhaka (aquele que pratica o sadhana),
primeiro medita sobre o Devata ou deidade (per-
sonificação do divino), estimulando então, o
Devata em si mesmo. Então ele comunica-se
com a divina presença, assim estimulada pelo
Yantra. Quando o Devata foi evocado dentro do
Yantra, pelo Mantra apropriado, o ar vital
(Prana) do Devata é inoculado nele pela cerimô-
nia de Pranaprtishtha. O Devata é através disto
instalado no Yantra. Os materiais utilizados ou os
atos feitos no Puja são chamados de Upachara.
Eles são em número de dezesseis, e muitos deles
coincidem com aqueles procedimentos devocio-
nais executados no Bhakti Yoga.
f ) Pancha Tattva - O Pancha Tattva é essencial
para o culto à Shakti. O Pancha Tattva é compos-
to de: vinho (Madya), carne (Mamsa), peixe
(Matsya), cereal tostado (Mudra) e a união sexual
(Maithuna). Como todos eles começam com a
letra “M”, eles são comumente chamados de
Pancha-ma-kara, ou os cinco “M”. O Pancha
Tattva significa bebida, comida e propagação. O
Pancha Tattva, os cinco elementos de adoração
destroem os grandes pecados, Maha-pataka-na-
sanam.
O Pancha Tattva nem sempre possui o significa-
do literal. O significado difere muito de acordo
com as referências aos Sadhanas Tamásicos
(Pasu), Rajásico (Vira), ou Sátvico (Divya),
respectivamente.
25
a) Madya - Elemento fogo. Pode ser vinho, ou
pode ser água de coco, ou ainda significar
embriaguez divina, ou consciência de Shiva, o
Absoluto. O vinho é um símbolo para significar
o Supremo e a eterna bem-aventurança da sabe-
doria do Yoga, ou o conhecimento do Atman
(Atma-jñana).
b) Maithuna - Elemento éter, o mais sutil de
todos os tattvas. Pode ser a união de Shiva e
Shakti no centro superior do cérebro, conhecido
como Sahasrara, ou lótus de mil pétalas. Mamsa
(carne) - carne é o ar. Pode ser o ato pelo qual o
aspirante consagra ao Senhor todas as suas ações.
c) Matsya - elemento água. É o conhecimento
sáttvico pelo qual o Sadhaka compreende de certa
maneira sente o gozo e a dor de todos os seres.
d) Mudra - Elemento terra. Pode ser o ato de
abandonar todas as associações com o mal às
quais conduzem à identificação com as memórias
e os conteúdos do passado, fortalecendo assim o
eu temporal. No Tantra Dakshina os ingredien-
tes são diferentes:
- O leite, o ghee, o mel são todos substitutos para
o vinho.
- O sal, o gengibre, o feijão branco e o alho, são
substitutos da carne.
- Berinjelas, o rábano vermelho, o sésamo verme-
lho substituem o peixe.
- O centeio, o arroz, o trigo em grão e o milho
são Mudra.
- A oferenda de flores com as mãos em um
Mudra característico é Maithuna.
No Pancha Tattva o praticante imagina-se e se sente
com um corpo divino, isto é Bhuta-suddhi. Se
realizam os nyasas. A adoração mental da Devi é
executada. Visualiza-se a Devi, personificação da
Shakti, sentada em um lótus vermelho, com vesti-
mentas de igual cor. Seu corpo escuro assemelha-se
a uma nuvem de chuva. Sua testa brilha com a luz
da lua crescente. Entoa-se Japa com o Mantra
indicado. O Tântrico pode ter relações sexuais com
a sua esposa, a sua Shakti. Ela é uma deusa, Griha
Lakshmi ou Grahadevata, unida a seu marido pelo
Samskara sacramental do matrimônio. É a sua com-
panheira na vida (Ardhangani). A união de marido
e mulher é um verdadeiro rito escritural sagrado.
TÉCNICAS DE MEDITAÇÃO EM DUPLA
O ponto central do mergulho na dimensão da
Unidade com o outro é a Consciência Meditati-
va. A vivência interna, a dissolução do “eu” é a
chave. E não a energia e sua intensidade. A inten-
sificação energética, seja ela acionada por rituais,
pranayamas, ou técnicas que mobilizam a energia
sexual diretamente, essa intensificação energética
é usada como um recurso de facilitação da vivên-
cia no nível da consciência, e não como um fim
em si mesmo.
A mobilização do processo energético cumpre a
função de criar uma alta frequência que ajude a
suspender a presença do ‘eu‘. No entanto, para
que isso aconteça, a atitude meditativa é essen-
cial. Mesmo quando se instala a atitude meditati-
va, há uma forte tendência de identificação do eu
com o próprio processo energético, o que dificul-
ta a permanência do estado Meditativo, e invia-
biliza assim a Consciência da Unidade.
No Tantra, portanto, o processo energético é
mobilizado em função do despertar da consciên-
cia. Como a intensificação energética provoca
sensações e modificações na consciência, o eu
poderá simplesmente se nutrir disso como uma
nova fonte de estímulos agradáveis, e se identifi-
car, esquecendo-se do propósito real que é o mer-
gulho e a dissolução de si mesmo. “A barba
tomou o lugar do cabelo “.Ou seja, inverteu-se a
ordem dos valores dentro do propósito.
A energia sexual, por ser muito intensa, ao ser
mobilizada diretamente pode muitas vezes
ocasionar essa inversão de foco. Para evitar que
isso aconteça, ela precisa ocupar o espaço e a
importância que lhe cabe dentro do processo.
Extrapolar a medida da sua ênfase pode levar ao
esquecimento do propósito do Tantra que é a
vivência consciente da Unidade Espiritual.
Portanto o componente energético precisa estar
presente, e é bom que esteja, mas sempre na
medida e intensidade exata, para que não se
disperse a atenção da vivência meditativa, e assim
se perca a perspectiva do propósito essencial das
práticas tântricas.
26
NAAD, MANTRA E LAYA YOGA
O som é a primeira manifestação do Absoluto. A
metafísica hindu diz que sobre o Absoluto é
impossível pensar. O que se pode saber é que do
Absoluto surge um som primordial do qual
surgem todas as demais manifestações de energia
e matéria. Este som é Om.
Uma afirmação Yogui diz: “o Naad (som) atrai a
mente e ela mergulha no Laya (dissolução)
através do doce Naad. A mente pode ser discipli-
nada para propiciar a libertação pela prática do
Naad Yoga. O Yoga do Som”.
No Naad Yoga a mente se fixa no som entoado
ou capta os sons Anahat, o som não tocado. Ao
dissolver-se no som ocorre o Laya, a dissolução
da mente e do ego, e com isso o samadhi. Por isso
Naad é também Laya Yoga. O som Anahat ao ser
escutado abre a percepção direta do real, do Uno
que se esconde e se mostra em todas as coisas e seres.
A prática do Naad Yoga para escutar o Anahat é
sentar-se em Sidhasana. Tampar os ouvidos com
os polegares (Shanmukhi Mudra) e concentrar-se
no som que está além das palavras. Ou então,
entoar Japa com o mantra So Ham ou outro
mantra, sincronizando sempre com a respiração e
a correta nota musical. A prática regular de
asanas e pranayamas promove a completa limpe-
za dos nadís e dessa maneira também o Anahat
pode ser escutado.
Sabe-se no Yoga que o movimento do prana e da
mente são interdependentes. O ritmo de um
influencia o ritmo do outro. Assim muitas vezes
se utiliza o pranayama para regular o ritmo
mental. No entanto mesmo quando a mente se
aquieta por esse processo, não ocorre a dissolução
total do ego e da consciência condicionada. Os
vasanas (tendências condicionadas) não cessam e
assim o ego e os condicionamentos retornam.
O Naad Yoga propõe o Mano Laya como um
processo mais eficiente para a dissolução do eu
temporal, embora possa incluir também
pranayama. Baseia-se no uso do poder do Som
para atrair e absorver a mente no Shabad
Brahmam, o Som divino.
O uso do Naad é Mantra. MAN significa pensar
e TRA instrumento ou ainda liberação. Então
mantra é um instrumento usado para a mente
pensar, ou seja, se ocupar, se envolver completa-
mente, e com isso libertar-se do seu próprio
funcionamento condicionado, aquietando-se e se
fundindo com o divino corporificado no som.
O som no Mantra é a expressão de um nível de
realidade. Portanto, mergulhar no Mantra é
acessar através das vibrações sonoras a realida-
de que o som corporifica. Como o som do
Mantra é Shabad Brahmam, então é a própria
freqüência divina de vibrações que envolvem a
mente e pelo seu poder inerente, dissolvem os
Vasanas e realizam o Mano Laya (dissolução da
mente) definitivo.
Naad é a harmonia através da qual o Infinito
pode ser experienciado.
A ciência do Naad tal como é ensinada pela
Tradição de Guru Nanak, trabalha através do
movimento da língua tocando o palato e com
isso criando efeitos bioelétricos no cérebro,
influenciando a química cerebral e ampliando a
percepção e o estado de consciência. Yogi Bhajan
descreve desta maneira o Naad Yoga: “ao entoar
um Mantra que captura o padrão do Infinito, o
sistema nervoso começa a sincronizar-se e o fluxo
de pensamentos move-se com o Ser superior em
você. Então o ego relaxa e o Mantra é vibrado em
cada célula, e em todas as coisas no universo.
Você flui e o silêncio se instala. Então se pode
sentir, ouvir e agir guiado pela Alma”. Isto é Yoga
do Som.
RELAÇÃO ENTRE TANTRA YOGA,
HATHA YOGA E KUNDALINI YOGA
O Tantra é, como vimos até aqui, uma perspecti-
va através da qual o mundo é percebido como a
urdidura de um tear onde os fios se estendem
infinitamente envolvendo todos os planos e
níveis de manifestação da energia no universo.
Nesta visão tudo se encontra em constante movi-
mento, expansão e transformação. O Tantra
constitui uma cosmo-visão, e ao mesmo tempo
uma visão do que é o ser humano.
27
Uma das características da concepção tântrica é
atribuir ao Ser humano a possibilidade de desen-
volvimento da consciência. Isto inclui a manifes-
tação de potencialidades de percepção mais
profundas do que o comum. E a partir daí, uma
maior clareza sobre a questão da Identidade, sua
origem e destinação.
O Tantra entende que esse possível desenvolvi-
mento se realiza com o auxílio de determinados
procedimentos capazes de intervir sobre o siste-
ma físico, energético e psíquico do indivíduo,
potencializando sua percepção e capacidade de
compreender a si mesmo.
Os procedimentos constituem um sistema práti-
co de Técnicas e Ensinamentos conhecidos como
Yoga. E nesse caso, como já dissemos anterior-
mente, por se encontrar no contexto filosófico
tântrico, chama-se genericamente Yoga Tãntrico.
Uma das características desse contexto Tântrico é
a noção de que todas as formas de manifestação
da energia da vida que se apresentam no ser
humano, podem e devem ser movimentadas e
trabalhadas, de modo a facilitar o desenvolvi-
mento da consciência. Isto inclui o corpo físico
tanto quanto o emocional e o mental-intelectual.
Afirmar isto hoje pode parecer um lugar comum,
pois a chamada visão holística demonstra a
importância de uma perspectiva integrada do ser
humano e da vida. No entanto, durante muitos
séculos e até mesmo ainda hoje, há quem consi-
dere que o despertar da consciência espiritual
envolve necessariamente um afastamento do
corpo e muitas das suas manifestações naturais.
No Yoga, a importância do trabalho corporal e
bioenergético foi revalorizada na Índia, com o
ressurgimento do Tantra através do Hatha Yoga.
O texto Hatha Yoga Pradípiká especialmente,
afirma e expõe as Práticas corporais, bioenergéti-
cas e psíquicas do Yoga, totalmente inseridas em
uma perspectiva Tântrica. Um dos aspectos
básicos do trabalho corporal-energético do Yoga
visando, obviamente, o desenvolvimento
interior, é a união das polaridades masculino /
feminino, sol / lua, positivo / negativo. Isto se
expressa na união das duas polaridades vitais do
Prana circulante no sistema energético humano:
o Prana e o Apana. Para atingir esse fim algumas
práticas são utilizadas, entre elas o Pranayama, os
Bandhas, Mantras, Asanas, os Mudras e outras.
O Hatha Yoga é Tântrico porque inclui ensina-
mentos e práticas que trabalham o processo ener-
gético humano. Isto inclui o trabalho sobre os
pranas, os chakras, as nadís e os corpos sutis,
além, naturalmente, do corpo físico. Todo traba-
lho energético que mobilize os pranas, especial-
mente que pretenda unir as polaridades prana e
apana, como é o caso do Hatha Yoga, mobiliza
por isso mesmo o poder Kundalini e é, nessa
medida, um estilo de Kundalini Yoga.
Kundalini Yoga (assunto com o qual nos ocupa-
remos com mais profundidade a seguir) é, gene-
ricamente, todo trabalho de Yoga que mobilizan-
do a energia prânica, cria condições para o fluir
da energia Kundalini, pretendendo com isso a
expansão e a mutação da consciência. Na lingua-
gem yogi, a vivência do Samadhi. Dessa forma
existem vários métodos de Práticas, com ênfases
diferentes de Ensinamentos, que tendo o propó-
sito de desenvolver um estado mais profundo de
consciência, utilizando para isso, além de Medi-
tação e Auto Conhecimento, um trabalho ener-
gético, por isso mesmo podem ser consideradas
escolas de Kundalini Yoga.
Existe assim mais de um estilo de Kundalini
Yoga. Todos são Tântricos, porque se caracteri-
zam pela ação sobre a dinâmica energética da
consciência visando acessar a Identidade Divina
do Ser humano. No entanto essas diversas escolas
de Kundalini Yoga têm ênfases de Ensinamentos
e práticas bem diferentes entre si e nem sempre
adotam como nome a expressão Kundalini Yoga.
Podem se chamar Tantra Yoga, Hatha Yoga ou
simplesmente Yoga Tântrico.
O Hatha Yoga sob essa perspectiva é um tipo de
Kundalini Yoga. O Kundalini Yoga ensinado pôr
Yogi Bhajan é também. O Tantra Vamacharya ou
Dakshinacharya também o são, e assim existem
outros.
Uma dificuldade para identificar algumas escolas
28
como sendo Kundalini Yoga é o fato de que
como já dissemos, muitas vezes elas não usarem o
nome Kundalini Yoga. Podem usar um nome
que descreva o processo energético envolvido no
Trabalho. É o caso do Hatha Yoga, que significa
a união do HA (sol) com THA (lua). Ou adotam
um nome mais geral, como Tantra, por exemplo.
No entanto Tantra é um termo geral que esconde
em si abordagens com grandes diferenças de
método entre si. É um termo que se refere mais à
uma visão de mundo, do que à uma técnica Yogi
específica. Como existem muitas variações de
nomes e métodos o melhor critério para se saber
do que trata cada escola, é aproximar-se adequa-
damente e aprender diretamente em cada Escola
os Ensinamentos e Técnicas transmitidos. Que
conceitos utilizam com maior ênfase, que técni-
cas propõe e, principalmente, se têm um Mestre
Vivo ensinando. O que significa que haverá
adequação do ensino, da prática de acordo com o
lugar, as pessoas, o momento e por isso uma
maior possibilidade de propiciar aquilo que o
Yoga propõe. Sem isso teremos apenas imitação e
condicionamento.
KUNDALINI YOGA
É necessário dizer antes de mais nada que a
expressão Kundalini Yoga é um termo genérico,
podendo ser aplicado a todo sistema de Yoga que
utilize técnicas para mobilizar o prana e os ares
vitais (Vayus) visando unir prana e apana. Ou
ainda toda escola que, através de diversas estraté-
gias vise em última instância despertar Shakti
Kundalini, para juntamente com a Concentração
e a Meditação facilitar a transcendência da mente
e do ego. Esta é a maneira de trabalhar do Hatha
Yoga e do Tantra Yoga.
No entanto, há uma Tradição ancestral do
Kundalini Yoga que foi preservada desde há
mais de 7.000 anos, pela transmissão oral, e
que se apresenta com este nome. Um Mestre
desta Tradição veio para o ocidente no final
dos anos 60 com a missão de ensinar publica-
mente usando uma metodologia que qualquer
pessoa pudesse praticar. Este Mestre é Yogi
Bhajan e ele é o responsável atual pelo ensino
público do Kundalini Yoga.
Esta Escola contém elementos do Bhakti Yoga,
Jnana, Naad Yoga, Raja e Karma Yoga. O suporte
espiritual dessa Tradição na formulação dada por
Siri Singh Sahib Harbhajan Singh Khalsa Yogiji é
recebido pela linhagem de Guru Nanak. Ouve
uma sucessão de 10 Gurus humanos e o décimo
primeiro é o registro dos sons sagrados expressos
em poemas por Mestres da Tradição Sufi, muçul-
mana e bhaktas hindus. Estes poemas místicos
constituem o Siri Guru Granth Sahib, o livro
sagrado da tradição Sikh. Guru Nanak possibili-
tou um caminho espiritual livre do formalismo
religiosos da sua época, indicou um caminho que
mostrava que a mística Islâmica e a Hindu eram
em essência a mesma verdade que habita e é a
Identidade Espiritual de todo ser humano.
O Kundalini Yoga contempla Posturas e Movi-
mentos, Pranayamas, Bandhas, Mudras, Man-
tras, Prathyahara, Dharana, Dhyan, Danças
Meditativas, Sat Nam Rasayam (transmissão de
energia pelas mãos) e Kriyas de Vênus (medita-
ção em duplas). Estimula a convivência comuni-
tária, a vida familiar e considera que o Yoga pode
e deve ser vivido em toda a sua plenitude sem que
para isso seja necessário retirar-se do mundo.
As práticas são organizadas em Kriyas (séries de
exercícios) que atuam sobre toda a estrutura
orgânica e psíquica. O propósito é limpar e forta-
lecer o sistema nervoso, glandular, energético
(nadís e chakras) e desenvolver os 10 corpos que
constituem as áreas da consciência. Assim, com a
prática regular do Sadhana composto de Kriyas e
Meditações, o fluir de Kundalini ocorre de forma
serena e o único sintoma que se sente é a expan-
são da consciência. Acordar o ente humano para
a sua própria plenitude é o propósito do Kunda-
lini Yoga, por isso Yogi Bhajan o chamou de
“Yoga da Consciência”.
ANGAS DO KUNDALINI YOGA
a) Posturas e Movimentos - Os Exercícios
envolvem Movimentos ou posturas estáticas
combinadas com respiração profunda e vigorosa.
A duração de cada exercício é especificada. Um
conjunto de exercícios é chamado de Kriya. Os
Kriyas fazem parte da Tradição do Kundalini
29
Yoga e o Instrutor ao escolher um determinado
Kriya ensina até o final, sem alterar a ordem ou
exceder o tempo de cada exercício. Os exercícios
atuam sobre o sistema nervoso, glandular, circu-
latório e influenciam todo o metabolismo orgâ-
nico, direcionando o fluxo do prana pelos meri-
dianos, chakras, corpos energéticos e consciên-
cia.
b) Pranayamas - Pranayamas são técnicas de
absorção e direcionamento do Prana (Energia
Vital) através da respiração. O Kundalini Yoga
emprega uma grande diversidade de técnicas
respiratórias. A respiração é rítmica e a intensida-
de pode se adequar às condições de saúde,
emoção e consciência do praticante. O Kundali-
ni Yoga usa de forma precisa e científica a respira-
ção para mudar as condições de energia e consci-
ência.
c) Bandhas - São compressões de determinadas
regiões do corpo (plexos e glândulas), visando
atuar sobre a circulação do prana interno. Essa
atuação pode ter como objetivo a mudança de
direção, o estímulo ou a alteração da intensidade
do fluxo energético para determinadas áreas do
sistema prânico. A finalidade última dos bandhas
é criar efeitos energéticos que afetam os chakras,
os corpos sutis e naturalmente o estado de cons-
ciência. Além disso, causam efeitos fisiológicos
benéficos sobre as glândulas e os órgãos envolvi-
dos nas compressões.
d) Mudras - Mudra é aquilo que mantém o
poder. No caso do Yoga são gestos com as mãos,
dedos ou até mesmo com o corpo todo. Visam
estabelecer certos circuitos no fluxo energético,
contendo o prana em casos onde poderia haver
um desperdício dessa energia e direcionando o
seu fluxo para desencadear estímulos sobre o
estado de consciência. Em geral são usados em
combinação com Pranayama, Mantra e Concen-
tração.
e) Mantra - O poder do Mantra decorre do fato
de que ele expressa em forma de palavra e de som
aquilo o seu significado. Uma palavra-mantra é a
expressão sonora de uma realidade. Ao se entoar
a palavra entra-se em contato com a realidade
significada no mantra. O Mantra no Yoga visa criar
um estado de harmonia corpo-emoção-mente que
facilite o despertar de um estado de ser atemporal,
realizando assim o propósito essencial do Yoga.
Já foi observado em laboratório que os mantras
atuam inclusive no plano celular, ordenando a
órbita dos elétrons e interferindo positivamente
nas funções orgânicas.
No plano emocional e mental os mantras atuam
dissipando a negatividade das energias emanadas
pelos conteúdos psicológicos, ajudando a dissi-
par os padrões negativo do subconsciente.
essa origem nos Mestres, mas a transmissão reali-
zada diretamente por um Mestre vivo ou através
de um Instrutor por ele autorizado. Isto garante
que o ensino será adequado às pessoas, ao lugar e
ao momento.
Um ensinamento, mesmo originado no círculo
dos Mestres, se for transmitido de forma condi-
cionada, será apenas repetição do passado e perde
a atualidade capaz de atender as necessidades das
pessoas dessa época e lugar, no sentido do desen-
volvimento pleno do Ser.

f ) Dharana - Concentração em determinadas

regiões do corpo, em geral correspondentes à
chakras, plexos ou glândulas, visando aumentar o
fluxo de prana (energia vital) para essas áreas e
assim potencializar os efeitos energéticos e
ampliar a percepção.

g) Relaxamento - O relaxamento neuro muscu-

lar e mental permite a livre circulação das ener-
gias vitais mobilizadas durante os exercícios
facilitando ao organismo uma melhor assimila-
ção dos benefícios gerados, tranquiliza as emo-
ções, a mente e prepara para a Meditação.

h) Dhyan - Meditação. Em geral no Kundalini

Yoga as Técnicas de Meditação incluem um
Mudra específico, um ponto de concentração,
ritmo respiratório, Mantra, algumas vezes visua-
lização e postura. As técnicas visam aquietar a
mente, ampliar a percepção e a vivência de um
estado de ser além da mente e do ego. Existem
práticas com diversos objetivos específicos, mas
em todas elas a finalidade última é o estado de
Yoga, ou seja, um estado de comunhão com a
vida.

O Kundalini Yoga é uma Escola viva. Isto signifi-

ca que é um Trabalho originado no círculo Inter-
no da humanidade, o círculo daqueles que
desenvolveram plenamente o potencial de cons-
ciência possível neste planeta, ou seja, os chama-
dos Mestres. Todo verdadeiro ensinamento de
transformação, em qualquer época, tem essa
mesma origem.

O que caracteriza uma Escola viva, é, não apenas

30
 KUNDALINI YOGA
E A ERA DE AQUÁRIO
AKAL MURET SINGH
“A Era de Aquário está vindo em nosso cami-
nho. O vazio, a insanidade e a dor serão assun-
to de todos. As pessoas vão gostar de bater
paredes para descobrir onde eles podem ir.
Eles virão a você. Por mais loucos que sejam,
se você não tirar sua dor, e em vez disso sentar
em juízo, você estará errado. É por isso que
queremos ensinar você a permanecer discipli-
nado no mundo mais indisciplinado."
Yogi Bhajan
Tradicionalmente, o Kundalini Yoga era um Yoga
muito secreto, transmitido do iniciado ao inicia-
do. Yogi Bhajan, armado com a previsão da Era
de Aquário, sentiu que as pessoas deveriam ter as
ferramentas para se manterem saudáveis, felizes e
santas nestes tempos difíceis e, por sua vez, eleva-
rem e servirem aos outros. Yogi Bhajan quebrou
a cadeia do segredo e compartilhou esta tecnolo-
gia poderosa com o Ocidente precisamente por
causa da Era de Aquário. Kundalini Yoga é um
bote salva-vidas para tempos desafiadores.
A MUDANÇA DE ERA
É o momento em que um paradigma se move
para outro. É uma transição entre processos de
pensamento. Acredita-se que a influência da Era
de Peixes começou a diminuir em 11 de novem-
bro de 1991, atingindo o ponto final em 11 de
novembro de 2011, quando começou a Era de
Aquário. Na era pisciana dominavam as máqui-
nas e hierarquias. Durante a Era de Aquário,
informação, consciência e energia governam o
31
dia. Durante os tempos de Peixes, chegar ao
conhecimento era parte do desafio. Você tinha
que escalar até um templo remoto no Tibete para
descobrir uma sabedoria antiga. Agora em
tempos de Aquário, a informação está a apenas a
um clique na internet. Segredos são quase impos-
síveis de manter. Como resultado, devemos
entrar em plena consciência de quem somos,
elevar nosso calibre interno e estar preparados
para viver nossas vidas assim, para que o mundo
inteiro veja.
E quais são as mudanças que podemos esperar? Já
estamos vendo elas. As redes sociais tornam sua
vida privada pública e sites vazam os segredos dos
governos. Desafios ambientais como terremotos,
inundações, incêndios, furacões aparecem em
maior freqüência enquanto todos sofremos
rápidas mudanças climáticas, juntamente com
rápidas mudanças na consciência. Novas doenças
estão surgindo, criando novos desafios para o
nosso sistema imunológico, e um maior nível de
toxinas estão aparecendo em nossos ambientes e
fontes alimentares. Depressão e fadiga acompa-
nham o mundo em mudança. As pessoas tentam
neutralizar a sua sensação de alienação, recorren-
do à tecnologia eletrônica e mídias sociais. Isso só
aumenta a demanda sobre o sistema nervoso.
Para lidar com toda essa nova informação e nova
energia, devemos fazer crescer nossa educação
interior. Precisamos de resistência, nervos fortes,
a capacidade de limpar o nosso corpo de toxinas
e sabedoria para aplicar nossa inteligência.
SUTRAS DE YOGI BHAJAN SOBRE
A ERA AQUARIANA
1. Reconheça que a outra pessoa é você.
2. Há um caminho através de cada bloqueio.
3. Quando o tempo estiver correndo,
comece uma ação e a pressão irá se dissolver.
4. Compreenda através da compaixão
ou você não entenderá os tempos.
5. Vibre o Cosmos e o Cosmos limpará o
caminho.
A MUDANÇA INTERIOR
Estamos deixando para trás um sentimento de
Deus fora de nós. Esta dualidade não funcionará
mais. Sabemos, na Era de Aquário, que o Divino
habita dentro de nós e dentro de todas as coisas.
Em vez de “ser ou não ser”, a questão se torna
“Eu sou, eu sou”. Você tem a capacidade de reco-
nhecer a si mesmo como um corpo prânico em
um recipiente de moléculas. Você é o fôlego da
vida. Pare sua busca infinita e comece o trabalho
de praticar.
Na Era Aquariana, é importante desenvolver o
Sistema Autossensorial. Kundalini Yoga é uma
tecnologia de desenvolvimento dele. O Sistema
Auto-Sensorial é um sistema de orientação que
guiará você através da vida pelos canais certos.
Você será o mestre de seu próprio ser, de sua
psique e de seu corpo. Usando seu Sistema
Autossensorial, sua criatividade explodirá. Você
terá uma abundância de energia e será capaz de
servir os outros. Vamos evoluir para uma nova
humanidade.
7 PASSOS PARA A FELICIDADE
DO YOGI BHAJAN
1. Compromisso
2. Caráter
3. Dignidade
4. Divindade
5. Graça
6. Poder para Sacrifício
7. Felicidade
32
ESTILO DE VIDA YOGICO
HIGIENE YOGICA
No banheiro
a) Interrompa o fluxo enquanto urina e solte
novamente. Isto purifica a bexiga e fortalece o
diafragma uro-genital.
b) Escove os dentes e a língua.
c) Lave os olhos com água fria.
d) Beba 1 litro de água quente uma vez por
semana. Isto é bom para os rins e para os olhos.
e) Kriya do Elefante: beba 1 litro de água e
provoque o vômito para limpar o estômago.
f ) Esfregue a pele.
Durante o dia
a) Nutrição Yogica (veja sistema digestivo)
b) Tome um banho de iogurte uma vez por
semana para a pele e para desintoxicar
c) Relaxamento: para as mulheres pelo menos
duas vezes ao dia por 11 minutos. Para os
homens: 20 minutos após o almoço.
Ishnaan – A Ciência da Hidroterapia
Desde os tempos remotos tem-se usado a ciência
da hidroterapia como terapia curativa. É uma
ciência muito precisa que podemos utilizar a
cada dia para mudar totalmente nosso corpo e
nossa saúde.
O corpo regula sua própria temperatura e isto é
uma virtude especial que temos de modo que
quando estamos embaixo da água fria, não senti-
mos sua frieza. Para os seres humanos a água tem
um papel de vital importância, uma vez que
representa 70% de nossa energia.
Utilizando a hidroterapia, a água contida em
nosso corpo pode ser transformada em 60 minu-
tos. Com a água gelada sobre o corpo, a tendên-
cia do sangue é ir para a superfície da pele para
manter a temperatura do corpo e, desta forma, os
capilares sangüíneos se dilatam e o sangue sai dos
órgãos. Ao massagear o corpo, voltamos a aque-
cer o corpo, os capilares se fecham, voltando a
seu estado normal e o sangue retorna aos órgãos
renovado e fortalecido.
Cada órgão se revitaliza e as glândulas imediata-
mente começam a renovar os hormônios. Nossas
glândulas são as guardiãs da vida, da saúde e da
juventude. Se o seu sistema glandular funciona
corretamente secretando os hormônios tão
preciosos para o corpo, você se conservará
sempre jovem e desaparecerão suas neuroses.
Ao tomar a ducha fria
a) Deixe cair a água em seu lábio inferior de
10-15 minutos. Trará brilho e mente clara.
b) Deixe cair a água entre as sobrancelhas e seu
lábio superior. Trará energia.
c) Deixe cair a água sobre a testa. Trará relaxa-
mento.
d) Enquanto toma a ducha fria, massageie seu
corpo, pois estará recebendo uma cura muito
poderosa.
e) Massageie o braço desde o cotovelo até embai-
xo do ombro, para curar os desequilíbrios do
estômago.
f ) Massageie o antebraço desde o cotovelo até 5
cm do pulso, para equilibrar o trato digestivo.
g) Massageie os pulsos, desde 6 cm antes até
onde começam e beneficiará o coração.
h) Massageie os pulsos somente e o seu fígado
recuperará o equilíbrio.
i) Massageie os dedos embaixo da água fria e seu
cérebro será beneficiado.
Quando se sentir caído, sem energia, pratique
Ishnaan e a alegria e a energia voltarão para você.
Os benefícios da ducha fria são inúmeros:
a) Deixe a água cair sobre a parte anterior do
corpo, desde o pescoço até as mãos e os pés e
mudará as células do corpo.
b) Para mudar a composição do sangue e sentir-
-se muito saudável, deixe que a água golpeie o
peito e deslize para os genitais.
c) Saia da ducha e massageie seu corpo com
ambas as mãos até que esteja quente. Entre nova-
mente no chuveiro, massageando seu corpo
embaixo da água.
d) Continue massageando-se por 10 a 15 minu-
tos e se sentirá em outra dimensão. Seu corpo
agradecerá pois estará completamente reconstru-
ído e cada órgão se terá regenerado.
33
Quando você toma uma ducha fria, o sangue tem
de enfrentar um desafio e o corpo vive dois proces-
sos. Com o corpo embaixo da água, o sangue
circula com maior rapidez, os capilares se dilatam
ao máximo. Isto torna possível um profundo
processo de limpeza, eliminando os depósitos de
toxinas acumulados no corpo. Ao mesmo tempo,
o corpo está recebendo uma massagem e não sente
frio pela capacidade que temos de regular nossa
temperatura através da circulação.
Ao sair da ducha, agasalhe-se bem. Isto é muito
importante, porque o sangue, que está nos capi-
lares, voltará aos órgãos e, se você está “quenti-
nho”, o corpo não tem que se preocupar em
manter a temperatura do corpo.
Ao usar Ishnaan, não teremos de usar remédios
para as doenças. Se você se encontra em forma,
diante de um problema de saúde as células se
recuperam em 72 horas. À medida que envelhe-
cemos, a capacidade de reação diante dos proces-
sos de recuperação são mais lentos. Se praticar-
mos a hidroterapia, manteremos a juventude.
Experimente e confirme.
A estimulação que a sua psique celular recebe
com a água fria, é superior a qualquer exercício
que você pratique por horas.
Há ocasiões em que você não sabe apreciar a sua
própria vida e, quando quiser valorizá-la, pode
ser que não possa fazê-lo, pois estará velho para
isto. Se possui uma mente, um corpo e uma alma
sólidos e fortes, as adversidades chegarão a sua
vida e não o abalarão.
Em hidroterapia o lema é “proteja-se e proteja o
seu ser”. A água é considerada “Paanee Pitaa”, a
proteção paterna, e por isto é que pode criar tal
proteção que, dominando a frieza da água,
conquistará e se sobreporá à morte.
Nisto se baseia a hidroterapia: “se eu, com meu
corpo, posso conquistar a frieza da água, do
mesmo modo posso eliminar todo o frio que
chega à minha vida e assim faço realidade o meu
destino de Ser Feliz, Saudável e Sagrado”.
CABELO E CAMPO
ELETROMAGNÉTICO
O cabelo representa, a nível físico, o Corpo
Radiante e, por este motivo, não deve ser cortado
e deve ser mantido num coque sobre a cabeça
para canalizar a energia solar para os dois centros
superiores, relacionados com as glândulas pineal
e pituitária. Desta forma, trabalhando em
harmonia, estas glândulas poderão secretar sero-
tonina, permitindo que a energia flua mais
eficientemente.
Cuidados com os cabelos
a) Escove os cabelos para frente e para trás com
um pente de madeira 108 vezes (nunca escove o
cabelo molhado, pois ele fica esticado e enfraque-
cido).
b) Colocar iogurte, limão e cúrcuma no couro
cabeludo acelera o crescimento.
c) Lave os cabelos após as 16h . As glândulas
sebáceas produzem menos gordura então.
d) Prenda os cabelos no alto da cabeça fazendo o
coque Rishi.
e) Penteie a barba.
COMO DORMIR
a) Não coma nada três horas antes de dormir.
b) Vá para a cama cedo (pouco sono enfraquece
a energia física).
c) Escove os dentes e a língua.
d) Esfregue um pouco de óleo nas narinas.
e) Beba um copo d’água.
f ) Massageie os pés em água fria.
g) Reveja o dia mentalmente (se foi bom, o que
pode ser melhorado).
h) Faça uma oração.
i) Deite-se do lado direito a adormeça.
Durante o sono
a) A maioria dos sonhos acontece entre as 4 e as
6 da manhã, horário da abertura da consciência -
sadhana nesta hora fortalece a energia.
b) Dormir demais irrita a respiração.
c) Cair em sono profundo imediatamente: reno-
vação máxima e rejuvenescimento.
34
d) “2 horas de sono é tudo que você precisa”:
renova o corpo, o cérebro e a energia.
e) Tirar uma “soneca” 15-20 minutos por dia
fortalece o cérebro e as glândulas na cabeça.
A Cama
a) Dormir na direção leste-oeste.
b) Dormir em uma cama “dura”- comparável a
uma pele de carneiro no chão, assim a espinha
pode se ajustar.
Como Acordar
Faça esses exercícios ainda na cama:
1. Alongue os braços acima da cabeça. Isto
reconstrói o campo elétrico.
2. Coloque as palmas das mãos sobre os olhos.
3. Eleve um pouco as mãos e olhe para elas, assim
você não abrirá os olhos diretamente na luz.
4. Massageie a face: as sobrancelhas, as orelhas, as
bochechas, o queixo (homens também devem
massagear a barba).
5. Faça o estiramento do gato.
6. Faça a pose de estiramento com Respiração de
Fogo por 1 minuto.
7. Deite-se do lado direito e puxe os joelhos;
respire longa e profundamente por 1 minuto
(fortalece o coração).
8. Deite-se de costas, puxe os joelhos em direção
ao peito e faça Respiração de Fogo por 1 minuto.
9. Sente-se sobre os joelhos.
10. Faça a postura do bebê para liberar os gases.
11. Esfregue as mãos e os pés. Isto dissolve o
cálcio formado nas mãos e nos pés e estimula um
bom fluxo de energia.
12. Faça balancinho para frente e para trás e
então levante.
DIETA YOGICA
Regras Gerais
a) Comer uma refeição principal por dia.
b) Dormir sobre o estômago após comer aumen-
ta a Digestão.
c) Evite carne, peixe e ovos, comidas industriali-
zadas, bebidas gaseificadas.
d) Descanse, relaxe, coma alimentos saudáveis e
não se apresse ao comer.
e) Comidas cozidas possuem mais minerais;
alimentos crus possuem mais vitaminas.
f ) Mastigue ao menos 30 vezes antes de engolir.
g) A comida d eve s er e liminada e m 2 4 h oras
para os homens, para mulheres, após 18 horas.
h) Dormir após comer fortalece o estômago, os
intestinos e o coração.
i) Não coma após o pôr-do-sol.
j) Jejum de líquidos uma vez por semana.
k) O estômago deve estar com . de comida, . de
água, . de ar, . vazio, para a digestão da comida.
l) Não coma muita proteína.
m) As fezes devem boiar (“se as fezes afundam,
você afunda também!”).
n) Alimentos benéficos: arroz e feijão moyashi e
vegetais cozidos.
o) “Moma menos, medite mais”.
Alimentos para as mulheres
a) Refeições leves.
b) Ter a maior refeição ao meio-dia; beber suco
de manhã; comer alimentos leves (como vege-
tais) no jantar.
c) Entre as 11 da manhã e as 14 horas, a mulher
pode comer de tudo.
d) Alimentos fortalecedores: limão, ameixas,
pêras, papaia, uva passa, tâmara, damasco, bana-
nas, pêssegos, mangas, sementes.
e) Alimentos que atravessam o corpo rapidamente:
melão, beterraba, pimenta, malagueta: “Uma
mulher pode viver sem um homem, mas não sem a
malagueta”. Malagueta verde tem clorofila, vitamina
C, é boa contra respiração irregular e constipação.
f ) Comer muita cúrcuma.
g) Um dia por semana comer apenas grão de
trigo com leite e mel.
h) Não jejue. Isso pode perturbar o sistema
hormonal.
i) Quando não se sente bem: alho, gengibre,
cebola e pimenta negra com arroz e feijão
moyashi.
Alimentos para os homens
a) Todas as frutas que começam com P em inglês:
plums (ameixas), peaches (pêssegos), pears
(pêras), pineapple (abacaxi).
b) Mastigue bastante. Isto transforma a energia
sexual.
35
c) Coma as Raízes Douradas: gengibre, alho,
cebola (provêm força e perseverança).
d) Pistaches.
e) Berinjela.
“80 partes de alimento fazem 1 gota de sangue;
80 partes de sangue fazem 1 gota de sêmen”.
Para ajudar em alguns distúrbios específicos
Cólicas menstruais: Chá de gengibre com mel.
Exaustão: Chá Yogi.
Anemia: Leite de amêndoas; Sementes: girassol,
melancia, abóbora; Tofu, cebolas, tomates e
brotos de moyashi em sanduíches.
Purificação do corpo: Maçã, tofu, gengibre,
alho, cebola (comer 1 cebola crua por dia
mantém o câncer afastado). Pimenta negra, uvas,
laranjas, arroz curry e cúrcuma.
Para evitar ataques cardíacos: batata salsa.
Para cicatrizar o aparelho digestivo: Couve,
cenoura e papaia.
Gases: Suco de pepino, pimenta negra e carda-
mono.
Vermes: Uma colher de sopa de óleo de coco.
Três horas depois, uma colher de sopa de óleo
rícino (diariamente). Suco de papaia. Três dias só
de cenoura.
Constipação: Suco de batata salsa com sal e
centeio.
Diarréia: Maçãs assadas, bananas, menta, suco
de cebola e arroz.
Mal-estar: Maçãs cozidas com canela, mel e
casca de limão.
Para os olhos: Amêndoas, manga, suco de
cebola e chá de menta.
Inflamação da garganta: Limão com mel e
água, abacaxi.
Discussões constantes: Suco de pepino.
Nervosismo: 1 parte de farelo e mais 6 partes de
água. Coco com limão e mel.
Asma: Laranjas.
Tosse: Raiz de gengibre no vapor com cúrcuma,
sal e iogurte. Coma no pão 1 vez ao dia.
Alcoolismo: Beterraba com flocos de levedura.
Cenoura, batata salsa suco de grapefruit, vitami-
nas e complexo B. Faça respiração Sitali por 10
minutos, então beba suco de alho e menta.
DIETAS
A Dieta Verde
10 / 40 DIAS
Coma apenas comida verde. Coma 1 xícara de
nozes 1 vez por semana.
Ao final: 1 dia só de limão com mel e água.
Efeito: desintoxicação, perda de peso. É usada
quando o corpo está muito ácido.
A Dieta do Mingau
40 DIAS
Pegue 4 ou 5 abobrinhas, 4 batatas salsa, 1 maço
de salsinha, algumas folhas de hortelã. Cozinhe
tudo junto por 15 minutos no vapor e faça um
purê da mistura com pimenta negra. Coma com
queijo cottage 3 vezes ao dia. Você pode tomar
chá Yogi durante esta dieta.
Efeito: perda de peso, limpeza dos intestinos,
limpeza da pele.
A Dieta das Frutas, Vegetais e Nozes
7 / 30 DIAS
Deve haver um espaço de 4 horas entre as refei-
ções. Coma 1 xícara de nozes por dia. Ao final
recomece com produtos lácteos.
36
VEGETARIANISMO
Na cozinha vegetariana a primeira base é a nossa
própria natureza, tipo de dentes, mãos, apetite
natural e aparelho digestivo, pois, ao contrário
dos animais carnívoros, nossos dentes são planos
como dos animais vegetarianos, não temos cani-
nos desenvolvidos e muito menos garras. Por
outro lado, nossos sentidos não se motivam ao
olhar um pedaço de carne crua e, com relação à
digestão, você já pensou como fica um pedaço de
carne num lugar úmido e quente num período
de 72 horas? Pois este é o tempo que a carne leva
para ser digerida, quando a nossa digestão é
normal. Lembre-se de que o intestino humano
mede um pouco mais de 7m e um dos princípios
ayurvédicos para estar saudável é que não coma
nada que não possa ser eliminado em 24 horas.
Nossa dieta é, na verdade, lacto-vegetariana, ou
seja além dos vegetais são incluídos o leite e os
produtos lácteos. A razão da inclusão do leite e
produtos lácteos é porque a vitamina B12 não se
encontra naturalmente no reino vegetal e ela é
muito importante para o funcionamento do
sistema nervoso. Desta forma, se a pessoa tem
intolerância a lactose ou, por alguma outra razão,
não consome produtos lácteos, deve incluir em
sua dieta um complemento desta vitamina,
tomando-o em pequenas quantidades, três vezes
ao dia.
Os elementos deste regime são os seguintes
Cereais, leguminosas e sementes, que são
importantes fontes de aminoácidos que formam
a proteína e que contêm, também, carboidratos e
minerais.
Cereais: São os grãos que dão em espiga, como o
trigo, aveia, cevada, arroz, etc.
Leguminosas: São aquelas que dão em vagens
como: a soja, o feijão moyashi, a lentilha, o grão
de bico, a fava, o amendoim, etc.
A combinação de um cereal com uma legumino-
sa nos dá a proteína completa, apesar de que
existem misturas mais recomendáveis que outras,
porque são mais assimiláveis.
Sementes: A parte fecunda dos frutos que perpe-
tua a espécie. Algumas delas são especialmente
ricas em aminoácidos, minerais, vitaminas e
gorduras como a amêndoa, semente de girassol,
semente de gergelim, noz, etc.
Frutas e Verduras, sendo que as primeiras são
uma fonte importantíssima de energia, pois
possuem um alto conteúdo de vitaminas e
ácidos, assim como de açúcares naturais e
consumidas em pedaços também são ricas fontes
de fibras digestivas e água.
Entre as frutas temos as maçãs, pêssego, uva,
morango, manga, figo, tâmara, coco, banana,
laranja, abacaxi, pera, melão, papaia, goiaba, etc.
Alguns estudiosos consideram o tomate como
frutas, pelo seu conteúdo de açúcares.
Os vegetais ou verduras, por sua vez, nos
proporcionam vitaminais, sais minerais e fibra
digestiva. Enquanto as frutas são elementos
solares e aéreos, ou seja que dão em árvores ou
arbustos, as verduras crescem ao nível do solo e,
entre elas, temos, o salsão, abobrinha, alface,
beringela, pimentão, brócolis e outras que são raízes
como a cenoura, a beterraba, rabanete, batata,
batata-doce, alho, cebola, gengibre, sendo que estas
últimas podem ser consideradas especiarias.
Produtos Lácteos: O principal que atua tanto
nutrindo como curando é o ghee, que é a man-
teiga sem colesterol nem outras toxinas. Outros
produtos lácteos também muito bons são a
coalhada, o queijo cottage e o panir. O leite ao
natural não é muito recomendado, principal-
mente para os adultos, porque possuem muita
gordura e colesterol.
Apesar do leite ser básico no período de lactação,
depois de passado este período é importante,
mesmo com as crianças, que o consumo de
produtos lácteos se faça pelas formas menciona-
das acima, lembrando que eles são muito ricos
em vitamina B12. Mesmo assim, consuma estes
produtos com moderação, para que não se
produza muita mucosidade, exceto o ghee, que
pode ser ingerido sem esta preocupação.
Especiarias: São muito importantes quando
37
falamos de cozinha curativa, pois estas, usadas
sabiamente, ajudam a acelerar os processos orgâ-
nicos do corpo para limpá-lo, curá-lo e fazê-lo
mais resistente às enfermidades e ao degaste, assim
como para dar-lhe energia. Existem muitas varieda-
des de especiarias e, aqui, citaremos algumas:
Cúrcuma (tumeric em inglês): Muito típica da
cozinha do Oriente e do Oriente Médio. Raiz
muito parecida com o gengibre que ajuda a
limpar o ácido úrico das articulações, favorecen-
do a flexibilidade e, depois do parto, limpa o
útero e o ajuda a voltar a seu tamanho normal,
reacomodando seus tecidos. Também purifica o
sangue e mantém a pele saudável.
Cardamomo: Vagem de cor verde clara, similar
em sua aparência à alcaparra, que contém semen-
tes negras e possui aroma mentolado, é excelente
para evitar gases nos intestinos, ajudando o seu
funcionamento, especialmente a etapa de elimi-
nação. Também funciona como um conservador
natural dos alimentos.
Alho: Maravilhosa raiz que fortalece a imunida-
de, purifica o sangue, drena as toxinas, neutraliza
as bactérias no cólon e intestino delgado, aumen-
ta a produção de sêmen e proporciona energia
sexual que canalizada adequadamente dá uma
grande capacidade criativa. Quando precisar
tomar grande quantidade de alho, tome junto a
clorofila para neutralizar o cheiro.
Cebola: Com propriedades parecidas com as do
alho, ajuda também o funcionamento do cére-
bro, das glândulas endócrinas e aumenta a resis-
tência às enfermidade.
Gengibre: Ajuda a limpar o sangue, fortalece o
cérebro, as glândulas endócrinas e o sistema nervo-
so. Ajuda na produção de sêmen no homem, relaxa
a tensão do útero e dos ovários e dá energia.
Pimenta Negra: Evita os gases no estômago,
purifica o sangue, abaixa a febre e favorece a
sudação.
Cravo: É muito bom para o funcionamento do
sistema nervoso, favorece o sistema ósseo e, em
uso externo é muito bom para dores de dente.
Noz Moscada: Baixa a pressão arterial, é muito
relaxante e rejuvenesce, nos homens ajuda a
evitar a ejaculação precoce, colocada em um
pouco de iogurte.
Canela: Ajuda a manutenção saudável dos ossos
e também ajuda a cortar a febre. Deve ser usada
com um pouco de leite.
Semente de mostarda: Ajuda a drenar as toxinas
do corpo. Ativa o sistema linfático e, em uso
externo, limpa a fundo a pele de impurezas.
AS ERVAS
Assim como as especiarias são importantes na
alimentação curativa, pois também atuam como
aceleradoras e depurativas do corpo, especial-
mente pela clorofila que contêm. Entre elas
temos as seguintes:
Manjericão: Digestiva e boa para relaxar a
tensão do útero, por isto ajuda a prevenir cólicas
menstruais.
Hortelã: Aromática e muito digestiva.
Erva de Santa Maria: Evita parasitas intestinais e
os expulsa.
Salsinha: É excelente, mais que a menta, para
proporcionar bom hálito, rica em minerais, espe-
cialmente ferro, cálcio, potássio. É um bom
reconstituinte do sangue, ajudando a depurá-lo.
Agrião: Tem um alto conteúdo de ferro e, como
as outras ervas, é rico em clorofila que limpa e
enriquece o sangue e desodoriza o corpo.
JEJUM E MONO DIETAS
O jejum é muito mais do que simplesmente
abster-se de comer: é uma ferramenta poderosa
para curar e fortalecer o corpo. Muito raramente
se recomenda jejuar somente com água. É bom
jejuar com água por um dia, uma vez por
semana, porém não é muito conveniente fazer
um jejum de água prolongado. Na maioria dos
casos é melhor fazer uma monodieta daqueles
alimentos que possuem as propriedades curativas
38
de que seu corpo necessita. É mais seguro e,
quase sempre, mais efetivo. Assim como qual-
quer ferramenta é preciso conhecer o seu uso
apropriado antes de começá-lo. Não comece um
jejum indiscriminadamente pois poderia causar
mais danos que benefícios. Deve preparar-se para
o jejum e estar seguro de pode chegar até o fim
dele. A preparação é feita modificando a dieta.
Elimine todo o alimento processado e comece a
comer comidas mais leves, compostas de frutas e
verduras. Depois, procure saltar uma refeição ou
duas, até que chegue a um dia inteiro sem comer.
Quando se sentir confortável com a comida leve
e com o jejum ocasional de um dia, então prova-
velmente estará pronto para um jejum de 2 ou 3
dias. É sempre melhor Ter a supervisão de um
profissional de saúde, especialmente em seu
primeiro jejum e, em qualquer ocasião, em que
jejue por mais de 7 ou 10 dias. As palavras-chave
são: preparação, moderação e supervisão.
Embora todas as estações sejam apropriadas para
começar um jejum, a primavera é a melhor. O
tempo ideal, dentro da primavera, é quando o
clima está mudando de frio a temperado e a
natureza está despertando. No corpo, este é o
tempo em que o sangue começa a mudar e, por
isto, é um tempo perfeito para limpar e recons-
truir o sistema. Um outro momento importante
para começar um jejum é quando precisa de cura
para uma doença em particular. Novamente aqui
é melhor realizá-lo sob a supervisão de um profis-
sional de saúde experiente.
Os que jejuam a primeira vez se surpreendem por
descobrir que manter a dieta é apenas metade do
desafio, pois a purificação física é acompanhada
por uma purificação mental e, por isto, o jejum
pode trazer muita raiva e negatividade.
Se a pessoa usa a comida para distrair apetites
emocionais, o jejum poderá descarregar estas
necessidades não satisfeitas. A melhor maneira de
lidar com esta limpeza interna é simplesmente
observá-la e deixar que ocorra. Tente ver sua
negatividade imparcialmente, como um observa-
dor. Substitua cada pensamento negativo por um
positivo e, assim, vá mudando sua consciência de
menos para mais.
Como sair do jejum é muito importante. O ex: panquecas antipoluição, arroz com feijão
jejum purifica o corpo e torna a pessoa mais moyashi, as batatas potentes, etc.
sensível. Se seu jejum é comer vegetais verdes ao
vapor por um mês e, depois, que acaba você
comer uma pizza ou uma bebida, com certeza o
seu corpo lhe dirá coisas muito desagradáveis. Ele
se tornou incapaz de processar alimentos pesados
e estimulantes. Por esta razão, deve sair do jejum
lentamente. Comece com água com limão e mel
ou frutas e vá agregando aos poucos alimentos
leves, vegetais ou lácteos, deixando as comidas
mais difíceis de digerir para depois (sementes,
amêndoas, cereais e queijos duros).

Outra advertência: se vem se alimentando de

alimentos processados ou de açúcar ou de produ-
tos que não são saudáveis por muito tempo, ou
em outras palavras, se tem abusado do corpo,
não espere que ele se limpe de um dia para o
outro. Lenta e constantemente, fazendo mudan-
ças modestas na sua dieta verá o começo de uma
melhora gradual.

Uma vez que tenha limpado seu organismo, não

espere que, se voltar a comer mal, seu corpo
tolere isto. Uma vez que está acostumado a com-
bustíveis refinados, não aceitará alimentos pesa-
dos. Se quiser voltar a comer este tipo de comida
terá que preparar-se pois o corpo irá protestar.

TRINDADE DE RAÍZES

As três raízes: cebola, alho e gengibre o manterão

através do tempo. Elas são muito saborosas e
essenciais para uma dieta saudável, para purificar,
produzir e manter a energia do corpo. Embora
estas raízes sejam muito benéficas individual-
mente, cozinhá-las junto dá uma interação,
ampliando seu efeito no corpo. As cebolas purifi-
cam o sangue e estimulam a produção de sêmen.
O alho aumenta a produção de sêmen e mantém
a virilidade. O fluxo de sêmen é reabsorvido para
a coluna para nutrir o cérebro e o sistema nervo-
so com a ajuda do gengibre. Quando isto ocorre,
o organismo é capaz de enfrentar qualquer enfer-
midade, a pessoa se torna muito criativa e muito
eficiente e pode-se esperar uma vida longa e
saudável. Atualmente o trio de raízes pode-se
obter sob a forma de cápsulas. A trindade de
raízes é a base de muitas receitas curativas, como

39
 SADHANA
“O que é sadhana? É uma oração comprometi-
da. É algo que você quer fazer, tem que fazer, e
que está sendo feito por você... Sadhana é
auto-enriquecimento. Não é algo que é feito
para agradar alguém ou para ganhar alguma
coisa. Sadhana é um processo pessoal no qual
você traz o seu melhor”.
Sadhana significa uma prática espiritual diária.
Trata-se de definir uma rotina diária e construir
disciplina. Isso significa que você está consciente-
mente escolhendo, a cada dia, tomar o tempo
para voltar-se para dentro e conectar com o seu
Eu Superior.
O kriya, seqüência de exercícios de yoga, é uma
parte muito importante de sua prática de sadha-
na: certifique-se de praticar um kriya adequado
para você. O exercício energiza e prepara a mente
e o corpo para a meditação. Lembre-se de reser-
var um tempo para relaxar antes da meditação.
O ambiente tem um enorme impacto em sua
prática do sadhana. As cores, o cheiro da sala, os
ruídos ao redor afetam a energia do ambiente e
sua prática. A sala de meditação deve ser arejada
e fresca e a temperatura deve ser moderada.
Certifique-se de sentar-se em um tapete de pele
animal ou um cobertor de lã, de forma a criar um
isolamento entre você e atração magnética da
Terra. Também certifique-se de que você mini-
mizou todas as interrupções e ruídos que possam
perturbá-lo, uma vez que você vai se tornar
muito sensível durante a sua prática.
Preparar seu corpo para sua prática também é
muito importante. Criar uma rotina de manhã
para si mesmo, começando o seu dia com alguns
movimentos suaves e então tomar um banho.
Sugere-se tomar uma ducha de água fria, que
40
ativa sua circulação e acorda o corpo. Use roupas
soltas, limpas e confortáveis e cubra a cabeça.
Certifique-se também de ter uma manta de lã ou
algodão para usar durante a meditação.
Crie um espaço sagrado para o seu sadhana mati-
nal e torne-o uma atividade especial preparando
seu ambiente e a você mesmo com atenção espe-
cial. Lembre-se que é sua hora de se conectar
com seu Eu Superior!
SADHANA MATINAL
O sadhana matinal é um sadhana praticado duas
horas e meia antes do nascer do sol, quando ele
está em um ângulo de sessenta graus com a Terra.
Este horário é muito bom para a meditação e está
cheio de energia universal que flui dentro e ao
redor do corpo. Assim, embora você possa prati-
car o sadhana a qualquer hora do dia, o sadhana
matinal tem uma energia diferente e é ótimo para
limpar o corpo. Ele prepara a mente e o corpo
antes de enfrentar o mundo a cada dia e é um
momento muito sagrado que você pode tomar
para se conectar com seu Eu Superior antes que a
confusão e os assuntos da vida interfiram com
sua prática.
“Há muitas coisas que precisamos: uma dessas
necessidades é que para que a mente trabalhe
para você durante todo o dia, ela deve ser fresca
e clara. É por isso que é essencial levantar cedo
pela manhã, quando ninguém pode perturbá-
-lo, quando você pode ser você mesmo”.
Pode ser difícil acordar muito cedo de manhã
para praticar o sadhana matinal e requer muita
força de vontade e compromisso. No entanto, se
você tomar o mesmo tempo todos os dias, a
prática torna-se mais fácil ao longo do tempo, e
depois de 40 dias a disciplina geralmente estará
criada, tornando-se natural para você. O sadhana
deixará sua mente e seu corpo num estado mais
elevado e todo o dia poderá fluir de lá.
Você ainda pode obter os benefícios do sadhana se
o fizer em outro horário mais tarde, no entanto, a
energia universal no início da manhã é que torna
o sadhana transformador. Além disso, o sadhana
pode ser feito sozinho ou em grupo, mas quando
você faz isso com um grupo, a energia gerada é
ampliada, e os efeitos da prática são reforçados.
“A maior recompensa de fazer sadhana é que a
pessoa se torna incapaz de ser derrotada.
Sadhana é uma auto-vitória, e é uma vitória
sobre o tempo e o espaço. Levantar-se é uma
vitória ao longo do tempo, e fazê-lo é uma
vitória sobre o espaço. Isso é o que é sadhana.
E quando você faz uma sadhana na sangat,
você se enriquece de várias maneiras”.
O sadhana em grupo desenvolve a consciência de
grupo, que é um estágio intermediário entre
consciência individual e universal. No início do
sadhana, cada pessoa tem uma vibração diferen-
te, mas no final a energia de todos é equilibrada e
misturada. De acordo com os ensinamentos do
Yogi Bhajan, “a felicidade de um equilibra a
tristeza de outro. As auras individuais se fundem
e formam uma aura de grupo”.
SADHANA AQUARIANO
Prática feita nas horas ambrosiais, ensinada pelo
Yogi Bhajan para estar preparado na transição
para a Era de Aquário. O Sadhana Aquariano
sintoniza os gunas, os chakras e a mente para a
nova Era, em que precisamos de intuição, resis-
tência física e mental, autoconsciência e uma
nova profundidade de experiência espiritual capaz
de manter nossa identidade face às mudanças
globais, à competição implacável, à sobrecarga de
informações e os desafios ecológicos e ambientais.
Começa com a recitação em do Japji Sahib, a
primeira composição sagrada de Guru Nanak,
que reverencia a natureza de Deus e desperta
nossa alma para ser um no amor com Ele. Muitas
vezes nem sabemos o significado, mas no nível
celular, estamos alterando a frequência vibratória
do nosso ser, criando novos padrões neuronais no
nosso cérebro à medida que nos preenchemos
com sua energia positiva.
“Nós precisamos fazer um favor a nós mesmos.
Guru Nanak nos deu o Jap Ji. Jap significa
repetir, um poder criativo recíproco. Jap signi-
fica quando nós recitamos e o que nós recita-
41
mos. É necessário mente, corpo e alma para
recitar. Jap requer consciência, inteligência e
personalidade. Requer alma, mente e corpo. Ji
significa a alma, o eu interno, o eu eterno, o eu
excelente, o eu infinito. Isso é chamado de Ji. A
energia de Ji é a energia universal e o Guru
Nanak te deu o Jap do Ji, por isso o nome é Jap
Ji. É a recitação desse Ji, que é chamado de alma
múltipla, que é chamado de alma infinita”.
O Sadhana continua com a prática de um kriya
de Kundalini Yoga e uma profunda meditação de
62 minutos com os sete mantras aquarianos.
A chamada matutina / Longo Ek Ong Kar
Ek ong kaar sat nam siri wahe guru
O Criador e toda a criação são um só. Esta é a
nossa verdadeira identidade. O êxtase desta sabe-
doria é grande além das palavras. Este mantra é
um código que nos liga diretamente ao infinito
criativo de Deus. Foi o primeiro mantra que Yogi
Bhajan ensinou quando veio para ocidente. Ele
inicia a kundalini e produz um estado de felicida-
de quando entoado corretamente.
"É igual a milhões e bilhões de sóis. Quando
você recitar este mantra, virá o dia em que você
terá a luz dentro de você. Não há vocabulário e
não há língua que possa dizer quão brilhante é
essa luz”.
Waah Yantee Kaar Yantee, Jag Doot Patee,
Aadak It Waahaa, Brahmaadeh Treysha Guru,
It Wahe Guru
Grande Ser, Auto Criativo, Tudo o que é criativo
através do tempo. Tudo isso é o Grande. Três
aspectos de Deus: Brahma, Vishu, Mahesh
(Shiva), Que é Waheguru. Estas são as palavras
de Patanjali, o autor dos Yoga Sutras. Este
mantra conecta você com milhares de anos de
oração. Ele abre seu fluxo criativo, permite
desbloquear sua intuição e ajuda você a ir além
do antigo para o novo, no nascer do sol de sua
consciência superior.
Mul Mantra
Ek Ong Kar, Sat Nam, Karta Purkh, Nirbho
Nirvair, Akal Moorat, Ajoonee, Saibang, Gur
Prasaad, Jap! Aad Sach, Jugaad Sach, Hai Bhee
Sach, Nanak Hosee Bhee Sach
Um Criador. A verdade é o Seu nome. Fazedor
de tudo. Sem medo, sem raiva, Imortal, não
nascido, auto iluminado, o presente do Guru,
Medite! Verdade no começo, verdadeiro através
de todas as eras, verdadeiro aqui e agora. Nanak
diz: é para sempre verdadeiro.
Este é um mantra de iluminação - estas palavras
irão conectá-lo à Luz. Estas foram as primeiras
palavras que Guru Nanak ofereceu quando emer-
giu após 3 dias de um exaltado despertar dentro da
água. A partir dessa iluminação, sua aura brilhava
tão radiantemente que todos podiam ver fisica-
mente o que normalmente é invisível.
É considerado o mais alto de todos os mantras. Ele
contém tudo. Ele irá limpar todos os padrões
antigos - para que você possa brilhar em sua pleni-
tude. Yogi Bhajan disse: “O Mul Mantra é um
destruidor do azar. Ele remove a má sorte e muda
o destino para a prosperidade completa”.
Sat Siri, Siri Akal, Siri Akaal, Maahaa Akaal,
Maahaa Akaal, Sat Nam, Akal Murat Waheguru
Grande Verdade, Respeitado Imortal, Respeitado
Imortal, Grande Imortal, Grande Imortal, Verda-
deira Identidade, Imortal Imagem de Deus, Expe-
riência do Divino.
Invocamos nossa natureza eterna através dessas
palavras. À medida que nos movemos para além
do conceito de morte, vamos além dos nossos
medos e da idéia de derrota. Ao unir-se à nossa
natureza eterna, a coragem toma o nosso ser.
Somente a Vitória, somente o Eterno, continua em
nossa consciência com a sabedoria do Infinito.
Rakhay rakhanahaar aap ubaarian, Gur kee
pairee paa-eh kaaj savaarian, Hoaa aap deyaal
man-ho na visaarian, Saadh janaa kai sang bha-
vajal taarian, Saakat nindak dusht khin maa-eh
bidaarian, Tis saahib kee teyk Naanak manai
maa-eh, Jis simrat sukh ho-eh sagalay dookh
jaa-eh
Deus está cuidando de nós, nos dá sua luz e cuida
de nossos assuntos. Deus é misericordioso e nunca
nos esquece. Deus nos guia, dando-nos boas
pessoas para nos ajudar. Deus não permite que a
dor venha até nós. Eu me conforto no pensamento
de Deus. Quando me lembro de Deus, sinto-me
calmo e feliz e toda a minha dor parte.
Este mantra é um dos mais poderosos mantras de
proteção. Quando nos refugiamos no divino,
todos os nossos problemas são atendidos. Deus
assegurará que tenhamos o que precisamos, que
nosso trabalho será feito e que todas as coisas
menos benéficas serão removidas de nosso cami-
nho.
Waheguru Waheguru Waheguru Wahejio
Grande, além da descrição é a experiência da Sabe-
doria de Deus. Grande, além da descrição é a
42
experiência de Deus, minha Alma.
Por ser cantado por uma longa duração (22 minu-
tos), este mantra nos leva além da mente, em
direção à felicidade e o êxtase da sabedoria. Yogi
Bhajan interpreta o mantra como: “Você é amado
da minha Alma, Oh Deus”. Sente-se no calcanhar
esquerdo. Traga o joelho direito para cima, pé direi-
to no chão. As mãos estão na pose da oração. Foca-
lize o olhar na ponta do nariz. Ou fique em postura
fácil, se for muito difícil.
Guru Guru Waheguru Guru Ram Das Guru
Guru é o que nos traz da escuridão para a luz. Wahe
é como “Uau!”, é um indescritível estado de admi-
ração. Ram Das literalmente significa “Servo de
Deus.”
Honramos e invocamos este serviço do infinito
enquanto cantamos, com humildade e gratidão.
Yogi Bhajan chamou este de “Mantra dos Milagres”.
Guru Ram Das também é conhecido por seu humil-
de serviço, sua devoção, por trazer cura e milagres.
Ele revelou-se em sua forma etérica para Yogi Bhajan
para entrega-lo este mantra. Você pode cantar para
homenagear Guru Ram Das ou simplesmente invo-
car as qualidades que ele encarnou.
SADHANA SHABAD DO GURU
Prática feita nas horas ambrosiais, estruturada por
Guru Gobind Singh, que consiste na leitura dos
Shabads do Nitnem. Começa pela recitação do
Japji Sahib, a oração deixada pelo Guru Nanak.
Na segunda parte é cantado o Wahe Guru Simran,
a meditação do chakra da coroa, tecnologia para
remover o véu da ilusão da mente e conectá-lo à sua
verdadeira identidade. Waheguru significa Deus e
Simran significa atenção. Waheguru Simran é pres-
tar atenção em Deus.
Na sequência é feita a leitura do Siri Guru Granth
Sahib, livro Sagrado que contém ensinamentos,
poemas e instruções dos Gurus, Pirs e Santos de
diversas épocas.
Finalmente, é compartilhada a Prashada, comida
feita na consciência Divina, e a canção Khalsa.
 ANATOMIA
-
ENERGeTICA

“Yoga explora tuas dimensões, profundidade,

natureza e potencial como ser humano.
Em termos simples, isso é tudo o
que o yoga significa.”

Yogi Bhajan

43
ANATOMIA ENERGÉTICA Toda essa constituição se expressa através do corpo
físico e constitui a frequência da nossa radiância. Os
A constituição energética humana é formada chamados corpos energéticos representam partes da
pelas seguintes estruturas: nossa própria natureza. Tudo na natureza tem uma
frequência: as cores, os sons, as ondas cerebrais e a
a) As 11 Áreas da Consciência energia que vibramos.
b) Os 7 Chakras
c) Os 5 elementos Esta anatomia, bem como os 10 corpos e o
d) Os 5 orgãos dos sentidos centro de comando (11) se expressam pelo corpo
e) A qualidade vibratória energética, que pode ser físico. Entramos neste corpo físico quando a
predominantemente Sátivca (equilíbrio), Rajásica frequência do planeta entra em sintonia com a
(movimento) ou Tamásica (inércia). nossa.

44
ASPECTOS GERAIS DO
SISTEMA ENERGÉTICO
PRANA E PRANA VAYUS
Prana é a força vital que anima todas as formas de
vida. Prana é a própria presença da vida manifes-
tando-se em tudo e em todas as coisas.
O Prana ao ser absorvido pelo ente humano
ocupa diferentes funções e recebe nomes diferen-
tes. Prana, Apana, Udana, Samana, Vyana. Desse
prana e apana são especialmente importantes,
pois é com a união dos dois que se criam as
condições para o fluir de Kundalini.
Apana circula no baixo ventre e tem a polaridade
lunar. Prana circula no tórax e tem polaridade
masculina.
FONTES DO PRANA
a) Respiração
b) Alimentação
c) Impressões sensoriais
d) Pensamentos positivos
e) Mantras
f ) Sol e Terra
KUNDALINI
Para que se saiba o que é Kundalini realmente desde
dentro do que ela é, é necessário dissolver-se como
identidade temporal (Ahankar) e tornar-se a experi-
ência da própria Infinitude. Essa vivência revela e é
revelada pela manifestação plena do que é Kundali-
ni. Ela é o poder, a energia da consciência espiritual
e divina (Shiva). É a presença da Devi, aspecto
dinâmico de Shiva em cada ser.
No Shaktismo Advaita fica claro o estatuto
preciso da Kundalini no contexto global da
existência, tanto no sentido cosmológico
quanto individual.
Essa visão concebe que em um momento ante-
rior a qualquer forma de manifestação da matéria
ou energia, nada havia a não ser o Absoluto Ima-
nifesto, Param Shiva.
45
Quando de repente surge em Shiva a intenção de
manifestar-se, Ele o faz acionando o poder de ação
que lhe é inerente: Shakti. Ela é o poder criativo a
partir do qual toda a manifestação da vida acontece,
originando o universo em toda a sua diversidade.
Shakti é o aspecto feminino de Shiva, muitas
vezes representado, simbolicamente, como uma
deusa: um Ser feminino Divino. Essa manifesta-
ção feminina divina coordena o processo de
manifestação da matéria, desde o plano mais sutil
onde surgem os átomos primordiais, cujo grau de
sutileza é inconcebível para a mente humana, até
os níveis mais densos da energia que são os
estados sólido, líquido e gasoso do plano físico.
Ao manifestar o estado sólido, Shakti de certa
forma encerra o seu trabalho de manifestar a maté-
ria, e então se aloja nesse plano mais denso. Na
estrutura humana o plano mais denso corresponde
ao elemento terra, o muladhara chakra. Shakti se
aloja então em um local próximo ao muladhara, e
ao se mover o faz em direção à este chakra de onde
passa a fluir ao longo do canal sushuma.
Os Yogis ao perceberem Shakti com a visão sutil
constataram que esse poder tem a forma espirala-
da. É uma energia enrolada sobre si mesma, três
voltas e meia, e por isso a chamaram de Kundali-
ni: a enrolada.
Shakti Kundalini é, portanto, o poder divino que
manifestou todo esse universo e que se aloja no
ser humano, constituindo a energia divina da
consciência em cada um.
Situa-se em uma cavidade triangular chamada
trikona, no chakra muladhara, situado entre o
ânus e o órgão genital. Kundalini é uma emana-
ção da própria alma.
Prana é o movimento, o código de energia
através dos reinos da mente e do corpo. Muitas
manifestações que são desequilíbrios dos pranas,
em um ou outro de seus dez corpos, ou em
alguns dos chakras, são atribuídos equivocada-
mente a Kundalini.
Muitas curas acontecem pela organização do
prana de uma maneira apropriada.
NADÍS
O Sushumna, canal central ao longo da coluna,
se estende desde a parte média do Kandha até a
cabeça. Kandha, chamado também de Nabhi é a
raiz dos nadís e se localiza dois dedos acima do
ânus e dois por abaixo dos órgãos genitais. Tem a
forma oval e a largura de quatro dedos.
Do Kandha surgem 72.000 nadís. Entre esses, os
Nadís Sushumna, Ida e Píngala são as mais
importantes no trabalho do Yoga.
Os nadís Ida e Píngala, se encontram situadas no
lado esquerdo e direito, respectivamente da
coluna vertebral. Esses dois canais partem do
Kandha e ascendem alternativamente da esquer-
da à direita, circundando os chakras até que
formem num triplo nó (Triveni) com o Sushum-
na, no espaço compreendido entre as sobrance-
lhas, e prosseguem então até as fossas nasais.
O Nadí que procede do lado direito do escroto
(ou ovário), segue seu curso até a narina esquer-
da, e vice e versa. Ida é o Chandra (lua) Nadí, é
frio e de polaridade feminina. Píngala é Surya
(sol) Nadí, é quente e tem a polaridade masculi-
na.
CHAKRAS: CENTROS ENERGÉTICOS
DA CONSCIÊNCIA
Entre o céu (pai) e a terra (mãe), há 7 camadas de
manifestação que formam o arco-íris que conecta
a matéria e o espírito. Conectamo-nos uns aos
outros e criamos o anseio pela consciência Única,
nossa origem.
Através do canal da coluna chamada Shushuma,
eles se conectam e fluem da base a coroa. Geran-
do um campo magnético, o espiral entre eles, na
espinha.
Juntos estes chakras descrevem uma profunda
formula que nos leva para casa, no templo
(corpo) da transformação.
A localização dos chakras no corpo dá significado
ao processo da consciência Os Chakras são
centros de captação, armazenamento, conversão
e distribuição de energia vital para as funções
46
fisiológicas, psicológicas e espirituais.
Existem dezenas desses centros distribuídos no
sistema energético humano. Os Chakras são
portais de energia vital que alimentam os corpos
energéticos sutis e também o próprio corpo
físico.
Portanto, as funções dos corpos emocional e
mental para que ocorram de uma forma plena e
harmoniosa dependem de um bom suprimento
de prana e da harmonia nos chakras.
De todos os Chakras existentes no sistema ener-
gético humano, 7 são considerados fundamen-
tais por estarem relacionados a funções essenciais
da vida humana.
Os Chakras são portais de energia, que ao
estarem abertos, permitem a passagem de um
grande fluxo vital que vai nutrir as funções dos
corpos, que por sua vez realizam as funções da
consciência. Portanto é essencial o desbloqueio e
a potencialização energética desses centros vitais,
quando o que se pretende é o despertar pleno da
consciência humana.
FUNCÕES PSICOLÓGICAS
E FISIOLÓGICAS DOS 7 CHAKRAS
Os chakras se situam no corpo prânico. Existem
estruturas correspondentes no corpo físico que
encontram-se no centro da medula; cada chakra
corresponde um plexo ou centro nervoso, sobre o
qual exerce função e controle.
Seu formato é o de uma pequena roda, que em
sânscrito denomina-se Padma, rodeada de péta-
las em toda a sua circunferência.
1. MULADHARA CHAKRA
Significado: Suporte; fundação, Raiz, Base.
Localização: Períneo (plexo pélvico)
Bij mantra: Lam
Elemento: Terra
Forma: Quadrado
Vayu: Apana Vayu
Pétalas: 04
Glândula: Supra renal
Sentido predominante: Olfato
Vrittis: Possíveis conteúdos psíquicos
Funções gerais do Muladhara Chakra
Governa tudo o que é sólido no corpo: ossos
unhas e etc. É a força coesiva que propicia o
sentido de solidez, de estabilidade, firmeza na
realidade física, e também no sentido psicológico.
A energia do Muladhara Chakra está ligada à
sobrevivência do indivíduo e da espécie nesse
plano físico. Portanto, está relacionada à satisfa-
ção das necessidades básicas de sobrevivência:
abrigo, alimento, reprodução e etc.
Quando esse Chakra está em harmonia e fluindo
com um nível de energia adequado, surge uma
sensação de segurança e satisfação sobre um
determinado estado existente.
Equilíbrio, força, vontade de viver na realidade
física. Existe uma presença de intensidade vital,
que muitas vezes contagia aqueles que se aproxi-
mam. Há um forte sentido de enraizamento que
propicia um senso de realidade sólido, seguro,
tranquilo. Pode-se dizer dessa pessoa que ela tem
os “pés no chão”.
Quando o muladhara chakra não está aberto e
em harmonia, quando está apresentando alguma
forma de disfunção, surgem sintomas de pouca
vitalidade física, desânimo e a pessoa tende a
evitar atividades físicas.
Pode apresentar uma aparência enfermiça. Uma
tendência à insegurança, sensação de não estar
com os “pés no chão”. Falta de base, tendência a
sentir-se ameaçado, ao “nervosismo” e à depres-
são.
É necessário harmonizar-se com a satisfação das
47
necessidades naturais como dormir, comer e
beber. Atender as necessidades naturais do corpo.
O chakra básico, é considerado pelos Mestres
Yogis como a raiz de todo o crescimento e escla-
recimento da Divindade no Ser Humano.
2. SWADHISTHANA CHAKRA
Significado: Lugar-morada do Ser. Aquilo
pertence a si mesmo (SWA); DHISTHANA “seu
verdadeiro lugar”.
Bij mantra: Vam
Elemento: Água
Forma: Circular
Pétalas: 06
Glândula: Gônadas
Sentido predominante: Paladar
Plano da matéria: Astral, emocional
Corpo: Sistema reprodutor
Funções gerais do Swadhisthana Chakra
A qualidade básica desse chakra é a fluidez, a
suavidade, a qualidade aquosa, a fusão, a dissolu-
ção. Está relacionado a percepção de como a
pessoa encherga a ela mesma.
O Chakra Swadhisthana relaciona-se com a
função sexual. Com a atividade sexual. Com o
sentido de união, de comunhão através do conta-
to sexual. Essa força intensa rompe as barreiras e
permite a experiência da aproximação com o
outro, da fusão.
A energia sexual mobilizada flui através do Mula-
dhara Chakra e do Swadhisthana, carregando-os
de energia e descarregando no orgasmo sexual.
Esse processo limpa profundamente e revitaliza o
corpo com um banho de energia, libertando
assim o sistema energético de energias bloquea-
das.
O orgasmo sexual pleno, dissolve também
muitas tensões profundas, criando assim um
estado de harmonia e bem estar físico.
A união sexual proporciona a experiência da não
separação, de unidade, que caracteriza o estado
de Consciência além do ego e da mente. É um
primeiro vislumbre de um estado transcendente
de Ser.
O Swadhisthana Chakra apresenta uma abertura
frontal localizada acima dos órgãos genitais,
abaixo do umbigo, e uma abertura posterior na
mesma altura.
A parte frontal tem uma função relacionada com
a qualidade do amor ao sexo oposto.
Facilita a capacidade de receber e dar prazer
sexual e físico. Propicia a vivência da relação
sexual como uma experiência profundamente
agradável e natural.
A parte posterior relaciona-se com a quantidade
de energia sexual de uma pessoa. Facilita sentir a
força dessa energia intensamente.
Na mulher tem sido observado que quando a
parte frontal do Chakra não está em harmonia
existe a tendência de haver dificuldade em rece-
ber a nutrição, aquilo que o seu companheiro lhe
oferece em termos sexuais.
Pode haver uma necessidade de estar sempre no
controle e então sentir uma certa dificuldade em
estar receptiva, não agressiva para então dissol-
ver-se totalmente na experiência e vivenciar a
comunhão plena.
No homem pode surgir o temor de entregar toda
a sua força sexual e muitas vezes a retém, o que
pode levar à ejacular prematuramente ou dimi-
nuir a ereção.
Quando as duas faces do Chakra estão em
harmonia, há uma tremenda força sexual e uma
disponibilidade para a entrega profunda e o dar e
receber da relação sexual.
O Swadhisthana Chakra está ligado, no mapea-
48
mento utilizado no Kundalini Yoga, à mente
negativa, cuja função é perceber os aspectos
desarmônicos de situações ou pessoas, para assim
permitir uma condução clara e harmoniosa do
processo de relações.
Quando o aspecto dorsal do Swadhisthana
Chakra está carregado, mas o aspecto frontal está
em desarmonia, pode haver a tendência a uma
necessidade de grande quantidade de relações
sexuais. Isto tende a acontecer porque não haven-
do a entrega profunda facilitada pela abertura da
parte frontal desse Chakra, haverá uma certa
insatisfação sexual e a busca através da variedade
de parceiros e da quantidade de relações como
uma forma de experienciar essa satisfação.
A plena satisfação dentro de uma relação, porém,
só ocorrerá quando houver a completa entrega e
comunhão no encontro sexual. Quando o exce-
dente da energia sexual que flui nos primeiros
chakras, for transmutado em ojas, energia psíqui-
ca, nutrirá os centros de percepção mais sutis, e
diminuirá assim a necessidade de descarga sexual.
Com isso tende a haver uma maior liberdade e
facilidade para que o relacionamento sexual
ocorra com uma motivação mais clara e possivel-
mente mais conectada afetivamente. A razão para
isso é que a pressão de descarga sexual que muitas
vezes se torna a motivação dos relacionamentos,
nesse caso não será mais o fator determinante já
que houve a transmutação do excedente da ener-
gia sexual.
O Swadhisthana Chakra se relaciona com as
emoções profundas do inconsciente. A claridade
dessas águas profundas, significa uma vida emo-
cional tranquila, segura, e ao mesmo tempo flexí-
vel, fluida como uma dança.
3. MANIPURA CHAKRA
Significado: Cidade das Jóias
Localização: Plexo Solar (epigástrico)
Órgão: Olhos
Bij Mantra: Ram
Elemento: Fogo
Forma: Triângulo
Vayu: Samana
Pétalas: 10
Glândula: Pâncreas e supra renal
Funções gerais do Manipura Chakra
Associado às qualidades de expansividade, jovia-
lidade, calor, sociabilidade. Os chamados
cordões dos relacionamentos têm nesse chakra
um ponto importante de referência.
O Manipura Chakra, no corpo físico regula as
funções digestivas, a nutrição, a excreção.
No nível psicológico está relacionado com a
função mental. No entanto seu funcionamento
saudável vincula-se com a vida emocional. A
compreensão dos processos emocionais, realiza-
do pela função mental, auxilia a ordena-los de
uma maneira harmônica.
Quando observamos alguma situação ou fenô-
meno, a nossa compreensão em relação ao fato
vai desencadear uma reação emocional. A reação
cognitiva que surge em nós em relação ao fato
dependerá dos dados arquivados anteriormente
em nossa memória.
Esse tipo de reação cognitiva, chamada normal-
mente de compreensão é totalmente condiciona-
da pelo passado de cada indivíduo, e por isso
mesmo não é um parâmetro para a verdade. Mas
o fato é que ela irá influenciar a reação emocional
em relação ao fenômeno ou situação que se
observa.
O Manipura Chakra precisa ser purificado das
programações do passado, ou seja, o mental
precisa estar livre das influências condicionantes
do passado para compreender com mais clareza a
realidade e dessa forma o emocional manifestará
reações compatíveis com a realidade.
A carga emocional conflitante armazenada, por
49
outro lado, também irá influenciar o corpo
mental dificultando uma compreensão imparcial
das situações. Portanto o trabalho de harmonizar
o Manipura passa pela descarga emocional
daquilo que foi acumulado, para que dessa forma
seja possível diminuir a pressão do emocional
sobre o mental, sendo possível, também, trazer à
tona conteúdos inconscientes, permitindo uma
compreensão nova e completa de situações passa-
das. Isto aliviará a carga do passado sobre o
mental, e facilitará o processo de compreensão
clara da realidade.
O Manipura Chakra, quando aberto e em
harmonia, permite uma profunda sensação de
estar em casa nesse universo. A pessoa sente-se
encaixada no contexto cósmico, fazendo parte do
Todo. Neste contexto surge a confiança no seu
próprio potencial e o poder de ser você mesmo.
Este Chakra está relacionado à seguinte questão:
como vejo a mim mesmo em relação aos outros?
Quando o Manipura Chakra está em harmonia,
a vida emocional tende a ser tranquila, profunda,
significativa, permitindo um senso da unicidade
e conexão existente entre todas as coisas.
Existe uma película protetora nesse Chakra que
auxilia o seu funcionamento harmonioso. Se essa
película estiver “rasgada” e o Chakra estiver
aberto e com bastante energia, a pessoa poderá
experimentar extremos mais ou menos desorde-
nados em suas reações emocionais. Poderá rece-
ber até influencias astrais que podem lhe confun-
dir.
O Manipura Chakra é muito importante no que
diz respeito ao relacionamento humano. Nele,
principalmente, se formam “cordões” energéticos
entre os Chakras de pessoas com um íntimo
relacionamento.
Esse Chakra tem uma abertura frontal, na região
do plexo solar e uma posterior, na mesma altura.
Esse aspecto posterior, no caso do Manipura,
estará em harmonia naturalmente, quando o
frontal estiver aberto e equilibrado.
4. ANAHATA CHAKRA
Signicado: Intocado
Localização: Plexo Cardíaco
Elemento: Ar
Forma: Hexagrama
Sentido: Tato
Órgão: Pele e mãos
Pétalas: 12
Bij Mantra: Yam
Vayu: Prana
Glândula: Timo
Funções gerais do Anahata Chakra
Fisicamente relaciona-se com a atividade cardía-
ca e respiratória e com a glândula timo.
No plano da consciência relaciona-se com as
funções afetivas e quando em atividade desenvol-
vida permite a vivência do amor incondicional.
O Amor Incondicional se caracteriza por um
sentimento e consciência da unidade intrínseca
de todos os seres. Um estado de união íntima
com a essência de todos os entes vivos. Isso natu-
ralmente se reflete nas relações, que passam então
a ter um sentido e uma dinâmica completamente
diferente, pois se baseiam no compartilhar da
própria abundância e não mais na busca de
preenchimento através do outro.
Através do Anahata Chakra flui a energia de
sentido da vida. Quanto mais aberto estiver este
Chakra maior será a capacidade de amar um
círculo de vida cada vez mais amplo. Quando
este chakra está aberto e harmônico, ama-se a si
mesmo, familiares, vizinhos, animais, todos os
seres vivos. Isto acontece de fato, e sem esforço.
Não é uma obrigação, um dever, mas acontece
naturalmente em decorrência do sentimento de
unidade intrínseca de todas as coisas e seres. No
anahata chakra se estabelece uma fusão com a
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Essência presente em todos.
Quando este Chakra está fechado ou desarmoniza-
do, existe uma dificuldade de amar, no sentido real
de amor que não espera receber nada em troca.
O Anahata Chakra, tem uma importante função
nos processos de cura. As energias fluem pelos
demais chakras e chegam ao coração antes de
saírem através das mãos ou olhos do curador.
A face posterior deste Chakra relaciona-se com a
ação no mundo físico. Ir em direção aquilo que
se considera importante. Quando em harmonia
estimula uma atitude positiva no sentido da
realização daquilo a que se propõe. As outras
pessoas são vistas como sustentáculos, auxiliares,
concordantes na realização dos seus objetivos, e
não como supostos opositores, conspiradores
negativos, que precisam ser afastados. Você sente
o mundo, as pessoas e a vontade Divina conspi-
rando a seu favor na realização daquilo a que
você se propõe. Em resumo, o mundo não é um
lugar hostil: é a sua casa.
Se a face posterior do chakra estiver em desarmo-
nia, a pessoa tende a querer controlar tudo.
Como não confia na Inteligência da Vida, tenta
controlar todos a sua volta para sentir-se segura.
Torna-se naturalmente hostil, agressiva, e cria
então um ambiente assim à sua volta. Para sair
disso vai precisar arriscar-se a sair do controle e
confiar, se entregar, assim poderá descobrir que o
Universo é um lugar benigno, favorável. Equili-
brar a face posterior do Chakra do coração é
harmonizar a vontade com a confiança de que
tudo sairá bem.
Você fará tudo o que lhe cabe fazer para concreti-
zar os seus projetos, mas terá o sentimento de
que a própria Inteligência da Vida está conspi-
rando a seu favor.
5. VISHUDHA CHAKRA
Signicado: Puro (puricação)
Elemento: Éter
Glândulas: Tireóides e Paratireóides
Sentido: Audição
Localização: Plexo da Carótida (garganta)
Bij Mantra: Ham
Órgãos: Ouvidos
Vayu: Udana
Ação: Falar
Pétalas: 16
Forma: Crescente
Funções gerais do Vishudha Chakra
As palavras chaves para esse Chakra são: Expres-
sividade; Criatividade; Verdade; Fala; Poder.
O éter é o elemento matriz de todos os outros
elementos. O éter é a substância original. Todos
os demais elementos, como o fogo, a água, o ar e
a terra são diferenciações do éter.
Portanto ao desenvolver a capacidade de atuar
sobre o éter, o que acontece quando o Chakra da
garganta é ativado, surge um poder de modificar
a organização dos demais elementos. O que
significa o poder de intervir na estrutura e na
forma de manifestação da matéria.
Quando o Vishudha está aberto e plenamente
desenvolvido ele tem o poder de transmutar
energias como ira, medo e dor em Alegria Incon-
dicional. Isso desperta um sentido definitivo de
Ser Divino, a vivência do chamado “Eu Sou” se
estabelece e ganha o poder de se expressar objeti-
vamente.
Este Chakra tem também uma parte frontal e
uma parte posterior. A face frontal relaciona-se
com a tomada de responsabilidade pelas nossas
necessidades pessoais. Este Chakra alcança a
maturidade nesse aspecto, quando nos aventura-
mos a criar àquilo que consideramos ser o melhor
para nossas vidas, e compreendemos que
ninguém é responsável por àquilo que somente a
nós próprios interessa.
Este Chakra relaciona-se também com a capaci-
dade do indivíduo em receber àquilo que lhe é
destinado, àquilo que lhe é dado pela Existência
e dessa forma se relaciona com a prosperidade.
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6. AJNA CHAKRA
Signicado: Comando; Autoridade; Poder
Ilimitado
Localização: Ponto entre as sobrancelhas
Glândula: Pituitária
Bij Mantra: Om
Tatwa: Mahatatwa ou Budhi
Pétalas: 02 ou 96
Forma ou Yantra: Círculo com 02 pétalas
Órgãos: Cérebro inferior; Sistema Nervoso
Funções gerais do Ajna Chakra
Relaciona-se com a capacidade de visualizar e
compreender idéias, conceitos, e em um nível
mais profundo a capacidade de perceber a Reali-
dade tal como ela é. É através deste Chakra prin-
cipalmente que se estabelece a comunicação com
os Mestres e com planos de Consciência e Exis-
tência mais sutis.
A vidência acontece através deste Chakra. A
capacidade de ver a estrutura atômica e a galáxia.
O minúsculo e o macro.
A face posterior deste Chakra relaciona-se com a
função executiva. A força que impulsiona a
concretização das idéias, intuições, criações da
face frontal.
Quando a face frontal está desarmonizada as
idéias a respeito da vida e de si mesmo poderão
estar confusas, negativas, muitas vezes equivoca-
das. O fluxo da criatividade e da intuição estará
dificultado.
Se a face posterior estiver desarmônica haverá
pouca energia para materializar as idéias criativas
geradas pelo Chakra frontal quando ele estiver
em harmonia.
Se, no entanto, os dois estiverem em desarmonia
a mente estará em um marasmo muito grande,
uma inércia mental, possivelmente com confu-
são, negatividade e falta de energia.
Se a face posterior estiver em harmonia e com
bastante energia, e a face frontal em desarmonia,
poderá acontecer de que as idéias confusas e
negativas do frontal recebam energia do posterior
para se concretizarem gerando, portanto tendên-
cias bastante negativas naquela pessoa.
As crenças negativas e confusas precisam ser
dissolvidas para que o indivíduo veja a vida em
seu aspecto criativo, Divino, positivo e possa
construir a partir disso.
Quando há um excesso de energia nesse Chakra,
pode haver uma boa capacidade de entendimen-
to analítico, mas uma certa dificuldade de ver o
quadro inteiro, o global, a visão holográfica que
integra as partes e as transcende.
Quando há pouca energia nesse Chakra poderá
surgir um apego a conceitos associados a vida
apenas em seu aspecto visível, concreto, ligado a
sobrevivência, e uma dificuldade de penetrar nos
aspectos sutis e imponderáveis da Existência.
7. SAHASHARA CHAKRA
Significado: Lótus de Mil Pétalas
Localização: Topo do crânio
Forma ou Yantra: Círculo como a Lua cheia
Funções gerais do Sahashara Chakra
Este Chakra relaciona-se com dimensão trans-
cendente da Vida. Com a dimensão além da
mente e do ego. É o acesso ao Reino de Deus no
dizer de Jesus. O Nirvikalpa Samadhi do Yoga.
A vivência da Identidade Divina acontece com a
52
abertura e o aumento da carga energética deste
Chakra.
O desenvolvimento pleno deste Chakra possibi-
lita o Infinito. Não há desarmonia pelo excesso
de energia. Ao contrário quanto mais energia
maior o êxtase da comunhão Divina e a possibili-
dade de vive-la neste mundo.
A falta de energia no Sahashara cria uma dificul-
dade de experienciar um sentimento de totalida-
de, um sentido cósmico do próprio Ser.
Quando este Chakra começa a se abrir e mais
energia flui, mesmo que seja em raros momentos,
um estado de bem aventurança e comunhão com
todas as coisas, um sentimento de Unidade é
experenciado.
A aparente diferença qualitativa entre o ente
individual e o Ser Divino desaparecem completa-
mente, pois se dissolve o “eu temporal”.
Com o desenvolvimento progressivo deste
Chakra os momentos de êxtase se estabilizam, e
se tornam o estado natural em todas as situações.
Este processo se relaciona com o fluxo do poder
Divino latente em todo ser humano, que é a
energia Kundalini. Quando a Shakti Kundalini,
o aspecto dinâmico, feminino de Shiva flui ao
Sahashara onde a consciência Divina (Shiva)
reside. A União de ambos manifesta o êxtase da
Vida, a Totalidade do Ser, a Presença Divina na
Terra. Então o ser individual se dissolve definiti-
vamente. Apenas o Absoluto É em Tudo. E tudo
é Ele.
ELEMENTOS QUALIDADES VIBRATÓRIA
NO MUNDO E NO SER HUMANO
Os 5 elementos em nós
SÁTVICA
TERRA
Equilíbrio, harmonia, claridade, leveza e medita-
Ossos, cabelos, unhas, fezes, intestino grosso. ção.
Sexualidade. Relação com o dinheiro, família,
profissão, projetos de vida que tem a ver com a RAJÁSICA
sobrevivência. Sentido: olfato.
Força, energia, criatividade, calor e ação.
ÁGUA
TAMÁSICA
Todo líquido e fluídos do corpo, sensualidade,
sistema circulatório, reprodução. Capacidade de Depressão, ignorância, confusão e inércia.
fluir interna e externamente. Sentido: palato.
Estas qualidades definem nosso poder de trans-
FOGO formar karma em dharma. Onde a consciência
liberta da fascinação do ego.
Aparelho digestivo, metabolismo, transformação
do que foi ingerido em nutriente. Criatividade, Em outras palavras, repetimos nossos padrões de
recriação e reciclagem. Sentido: visão ignorância ou recuperamos nossa inocência,
pureza e discernimento purificador.
AR
Quatro pilares de sustentação
Pulmões, aparelho respiratório, ar que vai gerar
energia vital. Capacidade de expansão e de seguir a) Alimentação
em frente. Sentido: tato. b) Exercicios diários
c) Sono restaurador
ÉTER d) Respiração

Ouvidos, cérebro, crânio, hemisférios cerebrais.

Capacidade de audição, de escuta interior. Senti-
do: audição.

53
 INTRODUÇÃO
A MENTE

A MENTE, SEUS MÚLTIPLOS QUALIDADES DA MENTE

ASPECTOS, PROJEÇÕES E FACETAS
CARACTERÍSTICAS DA MENTE
A mente caracteriza o humano. É com essa
instância de si mesmo que se torna possível a
abertura para o Infinito: a dimensão atemporal
do ser. A mente é o seu pior inimigo ou o seu
melhor amigo dizem os textos antigos do Yoga.
Então, não se trata de demonizar a mente e
considerar que ela é a fonte do engano. Ela é a
porta para o Divino, depende das condições em
que o ser se encontra.
O aspecto temporal da mente fluindo apenas em
sua instância de ocupação com os próprios
conteúdos condicionados pode se caracterizar
assim:
a) Automática: reativa, move-se no tempo.
b) Sempre em movimento.
c) Funciona através dos contrastes, é dual.
d) É Prakriti, mterial como o físico.
A MENTE SEGUNDO PATANJALI
Nela estão os “Samskaras”, memórias kármicas
que marcam o caráter. Também os Vasanas,
tendências latentes que movem nossas ações.
Vasana significa perfume, simbolizando que esses
desejos perduram como o aroma de uma subs-
tância. Quando a mente alcança o estado de
meditação, sem apego nem interferências, se
denomina Samadhi.
GUNAS
3 forças ou qualidades primárias do universo:
1. Tamas: pesado, confuso, lento, constante,
persistente e denso.
2. Rajas: ativo, dinâmico, passional, transforma-
dor e líder .
3. Sattva: sutil, angelical, transparente e puro.
ETAPAS DO REFINAMENTO MENTAL
a) Nirudha - Sattva em sua totalidade. Ausência
de pensamentos e abertura para o estado absolu-
to de identidade. Estado de Yoga.
b) Ekagra - Sattva domina. Paz, calma mental e
percepção transparente da realidade.
c) Vikshipta - Rajas domina. Uma mente agitada
e inquieta. Incapaz de descansar por muito tempo
e focar em um só objeto. Busca estímulo constan-
temente, mas não analisa profundamente.
d) Mudha - Tamas Tamas predomina. Letargia e
preguiça mental. Confusa e perversa. Fixação em
aspectos básicos deste mundo.
e) Kshipta - Tamas Rajas. Muita energia para a
confusão e sem discernimento. Irritável, dispersi-
va e agitada. Pode focar em algo apenas por
ambição, inveja e paixão.

54
AS MENTES IMPESSOAIS
a) Chitta - Mente universal onde tudo está
contido
b) Buddhi (Sáttvica) - Mente Superior. Discri-
mina entre o real, o falso e conecta com a sabedo-
ria divina, há uma compreensão direta e sem
condicionamentos.
c) Ahankara (Rajásica) - Mente egóica. O “eu”,
onde nasce a identidade e o apego. Sentido de
autoria do ego. Busca prazer e rejeita a dor. Vê e
julga tudo através do prisma dual da mente. Usa
a memória emocional vinculada a negativa e
positiva. Tudo isto até se libertar do sentido de eu
como autor.
d) Manas (Tamásica) - Mente sensorial. Memo-
riza as experiências em conjunto com os instin-
tos, estabelece padrões de resposta.
A mente sensorial (Manas) atua segundo o
aprendido. Não discrimina, só atua de acordo
com o que acontece. Responde mediante os
sentidos desde a memória das experiências em
combinação com os instintos da mente negativa
e positiva.
AS MENTES FUNCIONAIS
a) Negativa - Movida pelo cuidado, auto preser-
vação, medos e tenta evitar a dor. Estado de
sobrevivência.
b) Positiva - Movida pela pulsão, inicia a ação,
busca o prazer e se aventura no desconhecido.
c) Neutra - Nasce do silêncio, intuitiva e conscien-
te. Observa sem julgar, reconhece o que é e deixa
ser.
AS TRÊS MENTES FUNCIONAIS
E O YOGA
A MENTE NEGATIVA
É coordenada mediante os Yamas e Niyamas.
Percebe tudo o que está em desarmonia e o
perigo nas situações, pessoas e dentro de si
55
mesmo. Identifica o que precisa ser trabalhado,
transformado ou evitado por ser desnecessário.
Quando a mente negativa está desnutrida ela
exagera na avaliação do negativo, sente receios
desnecessários e se protege excessivamente. Ou,
ao contrário, nega o negativo e entra em situa-
ções desastrosas demorando a se dar conta disso.
A mente negativa pode permitir uma experiência
de comunhão com um outro ser e com a própria
vida.
A MENTE POSITIVA
É coordenada mediante os asanas e o pranayama.
Percebe o que está em harmonia, em cada pessoa,
situações e dentro de si mesmo. Manifesta o
poder de ser o que é e aprende a partir daí. São
funções próprias de uma mente positiva desen-
volvida: auto confiança, sociabilidade, alegria e a
capacidade de comandar sem oprimir.
Quando está sem energia gera falta de confiança,
dificuldade de dizer “não”, de se posicionar e
reconhecer o positivo dentro si mesmo e em tudo
a sua volta.
A MENTE NEUTRA
Desperta mediante pratyahara, dharana, dhyana.
Desenvolvida, vê ao mesmo tempo o que é
harmonioso e positivo, e o que é negativo. Perce-
be o todo de si mesmo, pessoas e situações.
Aprende muito e cresce sempre com cada experi-
ência. É equânime e capaz de viver em paz com
as pessoas e consigo mesmo. Tem o olhar do alto
da montanha que enxerga o vale inteiro e a sua
volta. Vê para onde está indo e qual o melhor
caminho a seguir.
Quando não desenvolvida a mente neutra pode
levar à indecisão, rigidez e necessidade de negar o
que lhe é apresentado. Não se contenta com
apenas uma parte e anseia pela totalidade.
MOTIVOS PARA SER CONSCIENTE
DOS JOGOS MENTAIS
a) Para ouvir a linguagem da alma, decifrar sua
comunicação, de outra forma a alma vai falar
comigo e eu não vou entender e vou me sentir
separado, dividido.
b) Uma parte de mim vai para um lado e eu não
vou me sentir preenchido porque a outra parte
está indo para outra direção.
c) E tenho o sentimento de que algo está sempre
faltando na minha vida, e vou procurar as com-
pensações, os arranjos temporários.
d) Os jogos mentais são principais obstáculos
para o auto percebimento. Eles criam uma lente
por onde costumamos ver a vida, gerando ações e
reações, cuja tendência é levar para “Manas”
(mente automática). A pessoa acha que é assim
mesmo, esse é “seu jeito” e cristaliza a vida / com-
portamento.
e) Ignorância, apatia, crenças, narcisismo, auto
importância, orgulho, timidez, comportamentos
compensatórios e auto justificativas, são os
“truques, pegadinhas” da mente. Em outras pala-
vras, nós repetimos os padrões de ignorância ou
retomamos nossa inocência, pureza, purificando
o discernimento. Por exemplo: a alma emerge na
consciência além das barreiras para o infinito ao
invés de infinitamente criar limites que mantém
no finito. Se a mente estivar muito conectada,
pode se tornar um instrumento para o despertar
e a liberação.
f ) A mente pode infinitamente reproduzir pensa-
mentos que mantém a ignorância, criando argu-
mentos para sua auto mentira, com o mundo e
suas relações. Ou pode ser treinada para consis-
tentemente gerar pensamentos que despertam e
emancipam.
g) Mal entendimento é baseado em conclusão
especulativa vinda de uma percepção relativa.
Por isso é importante perguntar-se: O que eu
realmente quero saber? O que eu estou de fato
buscando? Quão pronto eu estou para me lançar
e viver o que realmente sou?
h) Exaurindo os vários jogos da mente, traição,
negação e crítica cessam e o impulso de renova-
ção, através da realização, é acolhido. Há uma
56
mudança na linguagem interna e externa,
criamos pensamento e ação correspondente ao
fim do karma e começo do dharma.
i) Sendo, honestamente conscientes da mente e
seus jogos, temos a chance de então transformar
os jogos em ferramentas refinadas para serem
aplicadas a serviço da alma. Fazendo os jogos
transparentes, imediatamente aparece a consci-
ência.
j) Trajetória de consciência dos jogos: Domínio
do sentido da visão e eixo com a identidade
temporária e ilusória. Damos um zoom, e temos
uma visão maior. Mudamos o ângulo, a perspec-
tiva, e ganhamos maior senso de proporção para
nos liberarmos das hipnoses. Aprendemos a falar
para a mente e não com a mente.
k) Entender os jogos mentais nos faz aprender a
ver através da percepção limitada da nossa natu-
reza. Dá-nos uma nova visão de nossa fundação.
RECONHECER, ACEITAR E CONCOR-
DAR, com a perfeição de todas as coisas, a graça
que é inerente a tudo e como o finito está relacio-
nado com o infinito.
l) Mudança vem de troca. Troca acontece nas
relações. Relação é comunicação. Por isso a
mudança da linguagem é a mudança nas relações
e ambos significam uma influência profunda em
nosso ser.
m) Ser uma presença que conscientemente inspi-
ra mudanças significativas na comunicação com
outros no mundo, só é possível sacrificando
nossas concepções limitadas aos jogos que
fazemos.
n) Além dos Jogos: Aprendemos a arte de confiar.
De amar e servir com gratidão. Que a beleza da
justiça é que não haja nenhuma injustiça em
nada. Tudo apenas é. Usar o tempo para ir além
do tempo. Ser real, não legal. A gentileza transpa-
rente, a mágica positiva do sorriso. Neutralizar e
perdoar, paciência e humildade. Aprender a
morrer e nunca dizer não a unidade. Viver na
inocência e pureza do longing.
 CAMPOS DA CONSCIÊNCIA
E NUMEROLOGIA TÂNTRICA
ENERGÉTICA DA CONSCIÊNCIA NA
VISÃO DO KUNDALINI YOGA
A origem da Numerologia Tântrica confunde- se
com a origem do próprio Yoga, e a origem do
Yoga é atemporal. Quanto mais descobertas
arqueológicas acontecem encontrando vestígios
de civilizações antigas na região que hoje chama-
mos de Índia, mais se confirma a antiguidade do
Yoga. O Yoga se origina no próprio processo de
onde a vida surge.
No Tantra, no Vedanta e entre os neoplatônicos e
sufis, se concebe que a manifestação do universo
surge do Um Absoluto e que a vida se estruturou
em formas particulares constituindo os seres
vivos. Surge também um sentido de existência
separada do Todo e com isso o anseio pelo acesso
à vivência originária da Unidade.
Ao surgir o ser humano no horizonte do mundo,
apareceu também a possibilidade de acesso a
tudo o que ele próprio é. E o que o ser humano
é, lhe remete à sua própria origem. E a origem
humana é a origem de todas as coisas. A Fonte
Incriada de onde tudo surge. Onde tudo se
mantém. E para onde tudo volta, mesmo sem
nunca ter saído.
Ao mergulhar profundamente no Yoga o ser
humano se depara com a Fonte de Si mesmo, que é
na verdade a sua real Identidade. O nome que
dermos à essa Fonte será o nome da identidade
humana. Shiva, Brahmam, Allah, Deus. O homem
consciente da Fonte originária de si mesmo é
Divino. É Shiva. É Allah. É o Ek Ong Kar!
57
Yoga é Ser o que se é: Divino! Viver o Yoga é ser
Divino na forma humana. É isto que se chama
“Encarnação Divina”.
Yoga é o acesso à Consciência da Unidade. É ir
além do ego, em qualquer nível que este se mani-
feste. Por isso, mesmo não aparecendo sempre
com esse nome, o Yoga, enquanto processo de
reconexão com a plenitude de si mesmo existe
desde que existe a humanidade.
Na definição clássica de Shri Patanjali, Yoga é a
parada das ondas mentais. Ou seja, Yoga é um
estado de Consciência, que surge quando a
mente se aquieta, se acalma em profundo Silên-
cio e Paz.
Kundalini é o Poder, a Energia da Consciência
Atemporal inerente a todo ente humano.
O Kundalini Yoga visa o desenvolvimento
máximo do potencial da consciência, e então
abre-se o espaço para a manifestação dessa
dimensão atemporal e Divina.
Uma das possibilidade de se explicar o que é
Kundalini, é entende-la como manifestação da
Força expressiva da própria Vida. Nesse sentido
Kundalini é um modo de aparecimento do Poder
(Shakti) que atua manifestando todo o universo,
incluindo todas as formas de expressão da
existência.
No ente humano, esse Poder Divino (Shakti) se
chama Kundalini. É a energia, a força espiritual
que o impulsiona e sustenta nesse percurso de
descoberta de si mesmo e de manifestação do
potencial intrínseco da consciência. Kundalini é
um poder que não apenas se aloja, mas que é
parte integrante da nossa constituição humana.
A Ciência e Arte de intervir sobre esse poder e
aciona-lo é a Sabedoria Sagrada do Kundalini
Yoga. Sagrada por que pode facultar ao homem o
acesso à Consciência total de Si mesmo.
A premissa básica para a compreensão da Nume-
rologia Tântrica é a de que toda função humana
resulta da ação de determinadas estruturas. São
essas estruturas que, em movimento, constituem
as diversas funções humanas.
Podemos constatar isso acontecendo no plano
fisiológico. As diversas funções orgânicas resul-
tam da ação dos diferentes órgãos e sistemas. A
função digestiva, por exemplo, acontece á partir
do que os órgãos digestivos realizam pelo seu
próprio modo de ser em contato com o alimento.
Por ser assim, qualquer alteração no modo de ser
natural e considerado saudável destes órgãos
causará uma alteração, que dependendo de suas
características será considerado uma disfunção.
Ao se restabelecerem as condições naturais dos
órgãos a função digestiva se restabelece. E assim
acontece com todas as estruturas orgânicas.
Quando sentimos alguma alteração desarmônica
em determinada função, podemos deduzir que
este ou aquele órgão não está atuando no seu
modo saudável e natural.
Os chamados “corpos” são estruturas energéticas
que têm uma dinâmica própria, e que em sua
ação constituem as funções gerais da consciência.
Quando essas estruturas estão plenamente
desenvolvidas, nutridas, as funções da consciên-
cia acontecem em seu potencial máximo. O
propósito maior do Kundalini Yoga é o desenvol-
vimento completo da consciência, tendo como
um dos roteiros centrais o desenvolvimento de
cada uma das estruturas que constituem a totali-
dade do Ser.
Na terminologia yoguica essas estruturas são
chamadas de “corpos”. Por isso dizemos que a
consciência humana pode ser compreendida
como integrada por dez corpos e um centro de
58
comando. Ao se desenvolver plenamente essas 11
áreas da consciência, torna-se possível ao ente
humano aquilo que Yogi Bhajan chama de um
viver “saudável, feliz e sagrado”.
Existem muitos mapeamentos que tentam expli-
car a consciência.Todos podem estar certos desde
que tenham as Técnicas para trabalhar e desen-
volver aquilo que mapearam. O Yoga é extrema-
mente pragmático. O conhecimento que não
pode ser aplicado é inútil. Serve apenas para
adornar o ego que o mantém, e disfarçar a igno-
rância. O conhecimento apenas fundamenta e
orienta a prática. Portanto o mapeamento será
adequado se for bem aplicado.
As perguntas que vamos responder aqui são as
seguintes: quais são esses dez corpos, quais as suas
funções gerais, como elas acontecem e como
podem ser desenvolvidas essas estruturas de
forma que manifestem plenamente as suas
funções. E mais, como fazer um diagnóstico
individual para orientar a prática do Yoga? Quais
corpos já estão desenvolvidos em cada indivíduo?
Quais são os seus dons e talentos, e quais as suas
carências e potencialidades?
Com esse conhecimento aliado ao seu próprio
poder de percepção, os Mestres Yogis podem
orientar o Kundalini Yoga segundo aquela que é
a regra de ouro de todo verdadeiro trabalho
esotérico de transformação: o Ensinamento
segundo o lugar, as pessoas e o momento.
É importante considerar que os corpos têm as
suas funções, mas que essas funções acontecem
de acordo com o nível de desenvolvimento de
cada um dos 10 corpos, em cada indivíduo.
Quando um corpo não se encontra plenamente
desenvolvido ocorrem disfunções. Essas disfun-
ções surgem como manifestações incompletas
das funções afetivas e cognitivas.
Como cada pessoa é diferente, a Tradição da
Numerologia Tântrica permite que, através da
data de nascimento, seja possível saber como
cada corpo se encontra no percurso de desenvol-
vimento de cada indivíduo. E indicar técnicas e
ensinamentos de acordo com as necessidades
pessoais.
O trabalho então é personalizado e cada pessoa
têm o seu sadhana diário, e é orientada a praticar
por no mínimo 40 dias consecutivos, quando
então pode passar a praticar outro Kriya e Medi-
tação de acordo com o diagnóstico feito pela
Numerologia Tântrica.
No Kundalini Yoga considera-se que 40 dias
consecutivos de uma mesma prática pode inter-
romper os padrões antigos de funcionamento da
área trabalhada naquele sadhana. Com 90 dias
você começa a estabilizar um novo patamar, e
com 120 dias estabiliza em um determinado
aspecto de si mesmo um modo de ser mais
harmônico e pleno.
VISÃO GERAL DOS 10 CORPOS
E DO CENTRO DE COMANDO
PRESENÇA DIVINA
Corpo 1 - Corpo da Alma
CORPO MENTAL
Corpo 2 - Mente Negativa ou protetora
Corpo 3 - Mente Positiva ou projetiva
Corpo 4 - Mente Neutra ou meditativa
CORPO FÍSICO
Corpo 5 - Corpo Físico
CORPOS SUTIS
Corpo 6 - Arco de Luz
Corpo 7 - Corpo da Aura
Corpo 8 - Corpo Prânico
Corpo 9 - Corpo Sutil
Corpo 10 - Corpo Radiante
Corpo 11 - Totalidade
1. CORPO ESPIRITUAL
OU CORPO ALMA
É o início, a jornada começa com o primeiro
passo e o compromisso de ir até o fim. É repre-
sentado por uma seta que aponta em um único
sentido e uma única direção, a possibilidade mais
alta do infinito. Está de pé, alerta, reto, demons-
trando integridade e compromisso, mas com sua
base fixa e estável. Pode ser comparado a um
ponto fixo no espaço e por isso pode ser visto
como um ponto de referência para outros.
59
Dá o sentido de unidade, todos os outros números
são múltiplos dele. É a base, a pedra fundamental
que permite a elaboração da estrutura e do significa-
do dos outros. Todos os números são em última
instância resultado da soma de 1 com ele mesmo,
como os tijolos que compõe um muro.
Todas as possibilidades estão contidas no Um,
esperando o momento certo para se revelarem,
como a semente de onde a árvore infinitamente
maior surge.
O número 1 não pode ser dividido por nenhum
outro (para isso seu poder teria que ser quebrado,
deixando de ser inteiro), demonstrando sua
essência permanente. Quando se diz que cada
indivíduo (aquele que não pode ser dividido) é
único (um) o primeiro questionamento que
surge é a solidão. Perceber sua essência em cada 1
é nunca estar sozinho.
A função deste corpo é apreender o sentido
intrínseco de tudo e de todas as coisas. Desse
corpo quando desenvolvido surge um saber
intuitivo e imediato, sem passar pela análise
comparativa e lógica da razão. Sabe-se das coisas
e de si mesmo de maneira tão espontânea e sem
esforço que vezes não se pode explicar como é
que se sabe. Isso ocorre porque é um saber que
não teve uma gênese temporal que possa ser de
novo percorrida pela memória e então acompa-
nhada em suas etapas de surgimento. É algo que
de repente já se sabe. Esse de repente é um clarão
de entendimento que se estabelece quando o
corpo espiritual atua como ponto de referência
em relação a determinada percepção.
No corpo Alma se torna possível a experiência de
liberdade e criatividade. Do Ilimitado o surgi-
mento de novas expressões da vida nunca cessa
de acontecer e ao se estar com o corpo espiritual
desenvolvido se está em comunhão com a
própria Fonte da criação. Cada ação pode trazer
o frescor da novidade e ter um caráter de impre-
visibilidade aliado ao poder de adequação a cada
circunstância.
Quando o corpo Alma se encontra subnutrido, a
pessoa sente falta daquilo que seria a expressão
deste corpo se ele estivesse desenvolvido. No caso
do corpo Alma, sente um anseio absurdo por
espaço, liberdade, e terá uma intolerância extrema
com qualquer situação que seja interpretada como
restrição à sua independência, ao seu espaço.
Além disso, quando não desenvolvido esse corpo,
o saber intuitivo não flui com facilidade, e tenta-
se substituí-lo pela atividade intelectual. A
tendência então é que ocorra um descompasso
entre razão e afetividade, por causa da excessiva
predominância da cabeça sobre o coração. Ou,
quando a emoção predomina, perde-se comple-
tamente os parâmetros de racionalidade, e a
emoção torna-se exacerbada: “Perde-se a cabeça”.
Para acionar a ação do corpo espiritual há neces-
sidade da harmonia entre “cabeça e coração”. E é
nesse sentido que o trabalho de desenvolvimento
desse corpo precisa ser orientado. No caso do
Kundalini Yoga o trabalho será no sentido de
fortalecer o muladhara chakra para ativar o poder
da criatividade, e abrir o Anahata Chakra para
fortalecer e ampliar a dimensão da vida afetiva e
sincronizar com o intelecto. Assim, pode-se criar
as condições para o surgimento da intuição pura
inerente ao Corpo Espiritual.
2. MENTE NEGATIVA
Esta frequência, imediatamente após o primeiro
passo, entra no corpo, surge a dualidade, separação
e anseio. O desejo que se torna vontade espiritual
que vai fortalecer o círculo completo da jornada.
Você tem dois olhos, duas orelhas, duas narinas,
duas mãos, duas pernas, dois rins e dois pulmões,
cada par com um de cada lado do corpo, esquer-
do e direito. 2 é a divisão da célula na concepção
de um bebê, a separação das sementes, uma vez
que se abre para as suas raízes.
O exemplo do 2 em uma planta é a raiz, o que
implica alcançar e apegar-se. O segundo elemen-
to é a água, suas qualidades são refletir, fluir e
unir. A água é a força de vida dentro de toda a
vegetação e toda a vegetação sente sede de água.
Quando não flui, torna-se estagnada.
Dois é o início da divisão e da diversidade. Dois
é uma extensão do 1 e assim um movimento, em
60
primeiro lugar no tempo, que mais tarde se torna
3, resultando num espaço e forma tridimensio-
nal. Desejo do encontro 2 é sempre um par
inseparável, pois onde há separação, há também
relação. Dois 1s não resultam em 2 a menos que
estejam em relação; no entanto, quando isto
termina, voltam a ser simplesmente 1 e 1 nova-
mente.
Como na relação entre 1 e 3, veremos que o 2 é
pego no problema da fidelidade. Para onde deve
dirigir-se? A dualidade do 2 é muitas vezes senti-
da como um sofrimento. A Alma tendo aparen-
temente se separado da sua origem deseja conhe-
cer sua verdadeira natureza.
Quando duas pessoas começam a entrar em
relação, cada uma tem suas próprias necessidades
e desejos. A necessidade nos puxa para a relação,
o outro tem o que me falta, assim um relaciona-
mento nos desperta para o nosso próprio senso
de necessidade.
Na dualidade há muitas etapas a serem percorri-
das antes de percebermos nossa própria natureza
em todos. Nossa necessidade é infinita, mas
ainda não percebemos isso como uma necessida-
de para o Infinito. Nós queremos que a outra
pessoa seja o infinito para nós e assim nos relacio-
namos com o outro como se fosse o infinito e senti-
mos a sua necessidade por nós como infinita.
O vínculo de necessidade é o que torna uma
pessoa disposta a morrer por outra ou sentir
como se fosse morrer se a outra pessoa partisse.
Este é um processo contínuo de refinamento das
nossas necessidades até o infinito. Ilusão romance.
A função da mente negativa é perceber tudo
aquilo que não se encontra em harmonia. Tudo o
que representa algum perigo; que não está bem;
tanto nas situações, quanto nas pessoas em torno
de você e em seu próprio mundo interior. A
mente negativa é fundamental para que se possa
conduzir bem no mundo e identificar o que, não
estando em harmonia precisa ser trabalhado,
transformado ou simplesmente evitado quando
não necessário. Quando a mente negativa está
subdesenvolvida ela exagera na avaliação do
negativo, sente receios desnecessários e se protege
excessivamente. Ou, ao contrário, nega o negati-
vo e muitas vezes entra em situações desastrosas e
demora para se dar conta disso.
Outro aspecto envolvendo a função dessa mente
em relação a afetividade, é o anseio de comu-
nhão, de vivenciar a não separatividade e a
unidade. É onde surge o gérmen da devoção.
Este corpo recebe energia do swadhisthana
chakra. Quando este chakra está em harmonia e
fortalecido, a experiência sexual se torna uma
momento de dissolução de um ser em outro ser,
vivenciando assim a não-separatividade que está
no fundo da mente negativa como um anseio de
viver a unidade da vida.
3. MENTE POSITIVA.
Fim da dualidade e começo da forma. Sentimen-
to de segurança ou tentativa de controle e arma-
dilhas. Oferece suporte, mas também cria depen-
dências. Como um terceiro, testemunha.
Estrutura criativa que serve de plataforma para o
4, que significa liberdade. Desejo de quebrar as
fronteiras, que são os estados hipnóticos da vida,
que a torna chata, que impedem a liberdade.
O estado hipnótico, se não for quebrado, através
de assumir riscos, dá um passo atrás e volta para
a mente negativa na depressão. Manipulação e
cobrança emocional pelo desespero da depen-
dência que mantém a hipnose, seu paradoxo, se
submetem por aceitação.
Expressão baseada em competição e controle,
controle sendo ilusão, acaba controlada. Não há
clareza sobre a lei de causa e efeito. Há desilusão,
portanto, por não se acreditar em consequências.
É um veículo que ama resolver problemas, adora
o impossível. Sem desafios, perde rápido o
otimismo, e regressa no estado de desesperança,
fazendo o jogo de vítima. Assume muitas respon-
sabilidades e tarefas, mas a força pode ser ilusó-
ria.
Tende a ter preocupação com a imagem que
mostra ao mundo. Dá muita importância ao
sucesso e ao mesmo tempo faz coisas sem propó-
sito. Busca problemas onde não há.
61
Pode achar que o valor está em conquistas
materiais. A falta de auto valorização pode ser
substituída pelo sentimento ilusório da auto
importância. Pode haver uma tendência de
julgar os outros como certo ou errado, pela
aparência.
Raiva disfarçada, não reconhecida, pela inabili-
dade de usar a emoção. Pode ficar preso na críti-
ca ou negação da realidade. O convite é achar o
equilíbrio entre entender e ser entendido.
Cuidar e ser cuidado. Valorizar outros e se valo-
rizar, dar e receber apoio. Aprender a ver todos
como iguais. Processar o ressentimento e a
tristeza, o medo da mente negativa, transfor-
mando tudo em força. Assim pode achar a vida
divertida.
Com bom humor acha-se soluções mais rápidas.
Seu positivismo influência a aura, trazendo um
impacto para os pensamentos. Precisa de rotina,
ao mesmo tempo em que se entedia fazendo
sempre a mesma coisa.
A busca pela alma se dá nas atividades. Mas é na
mente neutra que usamos as ações mais do que
para passar o tempo. Auto valorização tende a
ser por comparações, ganho ou perda. É indica-
do não querer explicar tudo, mas mergulhar na
experiência.
A crença de criar a própria realidade como liber-
dade, mantém no estado limitado da ignorân-
cia, uma vez que a realidade não pode ser criada.
A mente positiva, ao contrário, quando desen-
volvida, percebe tudo aquilo que já está bem,
que está em harmonia, tudo o que é luminoso
em cada pessoa, em todas as situações e dentro
de si mesmo. Possibilita ao indivíduo manifestar
o poder de ser o que é e aprender a partir daí.
Auto confiança, sociabilidade, alegria, capacida-
de de comandar respeitando o poder dos outros,
sem oprimir. Estas são funções naturais da
mente positiva desenvolvida. Quando subnutri-
da gera falta de confiança, dificuldade de dizer
“não”, dificuldade de se posicionar e de reconhe-
cer o positivo em si mesmo e em tudo a sua
volta. Recebe energia do Manipura Chakra.
4. MENTE NEUTRA
Senso de totalidade 1+2+3+4=10. Mais mobili-
dade do que algo fixo. Traz a implicação da
escolha uma vez que há uma positiva ou negati-
va possibilidade, oferece algo diferente para uma
tomada de decisão. Na instabilidade o 4 pode
apresentar confusão, duvidas, razão X intuição.
Na perspectiva da mente neutra, não há a ques-
tão de certo ou errado, ação ou crença, mas na
tomada de responsabilidade pessoal sobre as
escolhas, sem se apegar aos resultados. Estar
totalmente presente em cada momento, com o
poder de escolha, responder.
Se o 3 é a forma, se apegar a forma, a consciência
vinda do 4 é ser independente da forma. Na
jornada da alma: 1 é o impulso, 2 o processo da
separação, 3 a tomada da forma, 4 o momento
do despertar e decidir.
É o plano da existência humana para a tomada
da consciência, o coração espiritual no ser
humano. Ouvir a intuição e confiar na entrega e
mistérios da existência. O despertar da gratidão
no coração, que é um estado de presença e
lembrança da consciência. A lembrança que
sustenta a consciência, não é o esforço, mas um
não esforço consciente, para sustentar a conti-
nuidade do ser rumo à sua infinitude.
Dar e receber é uma decisão, que só é real
quando é consciente. Depende da respiração
consciente, se não a temos, não sabemos o que
significa a real intimidade com o mundo a nossa
volta.
No centro do peito temos um senso de comuni-
dade. O “nós” em mim. Respiração consciente é
estarmos disponíveis para o momento presente.
Ver o Um em cada um. Conscientes do espírito
que somos. Enquanto vivos aprendermos a ir
além. Senão a morte será a mais difícil experiên-
cia. A ausência de consciência, é o estado parali-
sado do coração, sem sentimentos. O falso tipo
de neutralidade, que produz uma tensão facial.
O estado incondicional de sentimentos é trans-
formar tudo de bom ou mal que a vida nos reser-
62
va, transmutá-los, e retornar ao mundo em
forma de amor. A mente neutra real não se
apega, não nega ou reage a vida. Não há o medo
que racionaliza. Mente neutra significa a direta
intimidade com a unidade que está além dos
limites usuais da nossa percepção. A mente
neutra permite a alma experienciar totalmente a
comoção que leva à devoção, saindo da armadi-
lha da objetividade irreal que dá um ar de frieza
desapegada, enquanto secretamente segura a
emoção para não encarar.
A lição mais dura a ser aprendida é a de que só
ficamos livres das emoções e sentimentos, expe-
rienciando completamente. Que não é possível
ficar livre delas suprimindo os através de estabe-
lecer disciplinas em rotinas. Ver além da subjeti-
vidade das polaridades e valores. A habilidade de
tomar decisões da espontaneidade e clareza do
nosso ser, e espontaneamente saber o que fazer.
Parte da frustração, dor e tensão emocional
resulta da reserva fria. O aprendizado é expressar
os sentimentos livremente, com compromisso,
sem apego aos resultados, acontecimentos ou
consequências.
A mente neutra ou meditativa, quando desen-
volvida, vê ao mesmo tempo o que é harmonio-
so e positivo, e o que é negativo e se encontra em
desarmonia. Percebe o todo das situações, pesso-
as e de si mesmo. Aprende muito e cresce
sempre com cada experiência. É equânime e
capaz de viver em paz com as pessoas e consigo
mesmo.
Tem o olhar como se estivesse do alto da monta-
nha e no vale caminhando ao mesmo tempo.
Vendo o vale inteiro a sua volta, pode vislum-
brar melhor para onde está indo e qual o melhor
caminho a seguir. Quando não desenvolvido
pode surgir uma tendência à indecisão, rigidez,
necessidade de contrariar o que lhe é apresenta-
do, para ver o outro lado e então talvez concor-
dar. Isto porque tendo o potencial para ver o
Todo, não se contenta com apenas uma parte. Se
desenvolve muito à partir do fortalecimento do
anahata chakra e da harmonia entre os hemisfé-
rios cerebrais.
5. CORPO FÍSICO
É um número de integração. Uma ponte de
comunicação. Por estar no centro da garganta, é
o equilíbrio entre mente e corpo. Também a
relação dos cinco dedos, 5 sentidos e os cinco
elementos. As cinco paixões que nos cegam, e
que precisam ser transmutadas com práticas de
yoga, prece, meditação e arte.
O cinco é a passagem da natureza humana para a
o quinto terreno que é o angelical. Como fruto
que se torna semente de novo. Este paradoxo
sugere um nó onde a mesma coisa torna-se seu
oposto. Por ser essa sua natureza, só podemos
ficar no coração dos paradoxos, ao invés de ficar
tentando resolver todas as coisas.
Ele lembra que temos 5 vozes interiormente, e
que a palavra simplesmente falada é feita dos 5
elementos. Nós todos nascemos da frequência de
um som, e este corpo será entregue ao som que
criou. A maravilha deste corpo é que embora seja
feito matéria, nele está contido o caminho para o
espírito. A ponte entre todos os mundos. Seu
principal mediador é o sistema nervoso. Suas
interações químicas são a mente do corpo e o
corpo da mente. Sofremos influência quando
perdemos o equilíbrio em pequenas mudanças
na forma que comemos ou dormimos. Isso nos
leva de um extremo ao outro.
Todo seu ser é como um ecossistema que conti-
nuamente trabalha para manter-se em perfeito
equilíbrio e não para reciclar os padrões. Polariza
forças, branco e preto, bom e mal, matéria e espíri-
to, atenção e tensão. É o centro da experiência, o
contato com as polaridades, onde se aprende.
O ponto de equilíbrio entre trabalho e descanso,
dieta e exercício, lazer e criação. Ação social é
muito importante para desenvolver o ser
humano para a quinta dimensão. Ele também
nos leva ao nosso limite físico extremo, como
permanecer imóvel como uma pedra por um
longo período. Ou ser super sociável ou muito
anti social.
A maestria do cinco é viver momento a momen-
to. Significa também ser um professor e em
63
seguida um aluno. É sempre um exemplo para os
outros. A comunicação pode ser direta ou inexis-
tente. O equilíbrio entre o entendimento da
comunicação intuitiva e a habilidade de falar no
nível de cada um.
O corpo físico com seus cinco elementos e senti-
dos nos faz sentir que realmente estamos no
centro das coisas. Quando o corpo radiante está
forte aparecerá um carisma. Mas se for demais
ela será ignorada ou excluída. Ele requer que
percamos nossa personalidade quando entramos
em relacionamento. Pois ele nos coloca no
centro, quer nós gostemos disso ou não. Ensina-
-nos a comunicar comunicando. Apenas apren-
demos ensinando. Isso requer que mergulhemos
dentro do tempo e espaço e experienciemos
nossa conexão com tudo e todos.
A base para o desenvolvimento do corpo físico é
a atitude amorosa e de comunhão com o próprio
corpo. A capacidade de relaxar profundamente e
sentir o corpo como um campo de energia, que
ao ser potencializado em seu nível de vitalidade, pode
contribuir para o desenvolvimento da consciência.
Quando o corpo físico está bem trabalhado a
pessoa é capaz de se organizar em relação às ativi-
dades que valoriza dentro do tempo que dispõe.
Isto quer dizer que o indivíduo encontra tempo e
lugar adequados para realizar todas as coisas que
considera importante para a sua vida. Nunca se
sente atribulado, como se estivesse em um turbi-
lhão de atividades para as quais não encontra
tempo suficiente. Com o corpo físico bem estru-
turado vive de forma mais centrada, equilibrada,
e naturalmente com uma forte predisposição
para ter uma boa saúde.
Entre os estados mais sutis do plano físico está o
etérico. Como o vishudha chakra se relaciona
com esse elemento o trabalho com esse chakra é
fundamental para uma condição harmônica e
mais sutil do corpo físico. Isso se refletirá no uso
da palavra, que ganha uma maior precisão e
poder magnético. Há uma maior facilidade em
expressar através da palavras aquilo que se sente e
pensa.
6. CORPO ARCO DE LUZ OU AURÉOLA
Corresponde com o equilíbrio dos hemisférios
cerebrais direito e esquerdo. Pituitária, terceiro
olho. Intuição e clarividência. A memória do 7
torna se visão. O sexto sentido. Aparelho neuro-
lógico no físico e conexão direta com o astral.
Mediunidade, psicografia, telepatia.
6 é o número que nos coloca em relacionamento
com o desconhecido. Não seriamos capazes de
vivenciar plenamente o 6, sem trabalhar e prepa-
rar a mente neutra, 4. Nem sem passar pelo cinco,
comunicando nosso ser genuinamente.
É um instrumento de sensibilização para as
sutilezas do mundo fora de nós. Há sempre um
rio de vibrações sutis fluindo ao nosso redor.
Algo não racional e além de classificações ordiná-
rias, que coloca nossas mentes nas questões de
confronto do medo e fé. A tendência é escolher o
medo e então o silêncio. Esperando que não falar
destas sutilezas as faça desaparecer. Preocupações,
medos e perigos imaginários. Paranoia, pensamento
obsessivo. Sentimentos de cansaço e solidão.
Falasse pelo medo e silencia por ele também.
Desenvolver a linha do arco implica falar “para” e
“do” silêncio, não importa quão alta seja a voz,
não quebramos o silêncio. Uma intuição maior,
que me dá entendimento e mantém queimando
a chama pela presença graciosa e certeira.
Nos faz prever o próximo momento e saber do
futuro imediato. Oferece a força que não se
choca com a realidade e expressa a consciência
desperta que choca outros. O medo faz fechar e,
no entanto, o medo é uma intuição honesta do
futuro.
A linha do arco nos convida a acordar, acordar
nossa graça e arriscar ter fé. Jogar o dado e ter fé
nas consequências, só porque você existe. É cons-
ciência artística sutil, a capacidade de sentir e dar
a ela voz no mundo ordinário.
Quando a linha do arco está fraca, a pessoa pode
ter atitudes irresponsáveis, negligentes, descuida-
das e paralisadas pelo medo. Pode falar de forma
confusa para evitar o silêncio.
64
Pode ter medo de confronto ou conflito. Busca
soluções, mas não luta por justiça.
Teme a responsabilidade da verdade. Desagra-
dando a si mesmo, mas não tirando a ilusão do
outro. Lutar contra a própria consciência, pode
ser uma maldição. Quando 4 e 6 estão em comu-
nicação, temos um intimo contato com o diálogo
que habitualmente ocorre em nossa mente.
Dúvida e fé, são expressões da mente neutra,
refletindo medo e fé na Linha do Arco. Por
medo, concordamos superficialmente com as
pessoas, sendo falsamente agradáveis. Quando o
medo aumenta, nos tornamos desagradáveis,
muitas vezes ao extremo.
Falar através da linha do arco faz das nossas pala-
vras um poema, uma linda melodia, uma arte
refinada, uma dança livre. Diferente de ser
apenas focado e racional é a expressão do amor
incondicional no mundo, pois o medo se foi.
Quando se diz lutar com unhas e dentes é o 6. O
arquétipo do guerreiro gracioso que abençoa
com seu toque e podemos ver beleza em tudo.
Normalmente assumimos 40% da responsabili-
dade e culpamos outros 60%. Na linha do arco
assumimos 100%.
Honestamente reconhecemos que há coisas que
nunca saberemos. Coisas como: destino, espírito,
Deus, morte, fatalidade, sorte, chance. Humores
e sentimentos. Amor é sentimento além da pola-
ridade.
Vulnerabilidade está associada com este corpo.
Seu poder de estar aberto para sentir é estar
aberto para machucar-se. Vulnerabilidade dá
inocência, humildade. Sentimento não é bom
nem mal, apenas é essencial para nós, seres
humanos, sentir. Apegados a auto imagem perde-
mos este poder.
Dá a força para abrir-se e ser receptivo a todas as
sensibilidades, através do destemor. Nirphou.
Guru Har Gobind Singh, não temeu ninguém e
nunca deixou alguém lhe temer. Concluindo
Akaal Takht, trono do Guru, discutindo com
políticos e com a comunidade.
Este corpo tem a função de captar em forma de
intuição e criatividade o que vêm do Infinito e
de, com poder da focalização e da concentração,
concretizá-lo no mundo físico.
É um campo de energia que se situa em torno da
cabeça e que tem entre as suas funções a missão
de proteger o campo psíquico de qualquer nega-
tividade proveniente de outras mentes. Quando
fortalecido manifesta uma boa ordenação de
ideias e uma grande determinação de concretizar
os projetos que inicia. Oração e Meditação forta-
lecem este corpo, além de receber energia pelo
ajna chakra. Quando não desenvolvido gera
dispersão mental, falta de perseverança na
concretização dos seus objetivos.
7. CORPO AURA
Existem muitos sistemas de vida e filosofia, base-
ados na lei do 7. Sete Chakras, sete centros de
energia. Sete degraus para o céu, ou sete degraus
para o inferno. Sete notas musicais, sete dias da
semana, sete cores do arco-íris. Sete é o encerra-
mento de um ciclo de desenvolvimento. 3 é o
número dos planos atrais inferiores, 7 dos supe-
riores, onde há muitos corpos astrais, presos,
esperando a oportunidade de processarem seus
karmas. Fala-se das sete gerações que serão
influenciadas por nossos karmas atuais, haver
com o karma coletivo.
Campo eletromagnético que circunda nosso
corpo. Prana é a energia que pode prover a
corrente elétrica que pode mudar a qualidade e o
poder da nossa aura. A aura retém informações
que pode atrair ou repelir outros. Onde temos as
gravações familiares ou a falta delas.
Quando envelhecemos nosso campo eletromag-
nético enfraquece, quebra a aura e perdemos a
capacidade de reconhecimento. Orgulho e fama,
bem como, culpa e vergonha, são jogos mentais
comuns que tem forma neste espaço psíquico.
Existe uma relação entre a aura e o senso de
confiança ou a falta dela. Quando a aura está em
desequilíbrio, a mente cria histórias compensató-
rias e a pessoa começa a acreditar em superiorida-
de ou inferioridade, esquecendo totalmente da
igualdade.
65
Ambos, superioridade ou inferioridade, vem do
sentimento de auto importância. O ego-mente
julga, e muitas vezes faz julgamentos definitivos.
A aura em equilíbrio não tem tanto haver com
projeção, mas com transparência. Sem esta luz
que toca e ilumina nossa breve passagem pelo
planeta, tornamos-nos cínicos e escapistas, o que
é um estado de auto derrota que aprisiona o
espírito. Ela pode prover tanto proteção quanto
aprisionamento. É um campo magnético que te
veste com a honra de um padre ou santo.
É uma questão de graça que permite nosso
Karma ser transformado em Dharma, durante
nossa jornada. Se a linha do arco te dá uma
presença direta em relação ao futuro, a aura é a
janela pela qual você olha o passado, padrões de
pensamentos e ações. O processar de tudo que
testemunhou. O apego é sempre carregar senti-
mentos de culpa, remorso, arrependimento,
revanche e ressentimento. A liberação destas
sombras, são pela prática do Dharma, que envol-
ve entendimento correto, perdão, compaixão, que
trazem a aura de qualidade de um brilho claro.
A tristeza é interpretada como indesejável, o que
pode se transformar num combustível para a
depressão e instinto suicida. Auto culpa torna-se
humilhação e volta-se para fora para culpar
outros, ransformando em construção de dramas
disfarçados nas situações e circunstâncias, crian-
do muletas. Purificando a culpa mudamos
radicalmente a visão de livre arbítrio regulando,
o processo onde temos a aparente livre escolha.
Alinhar a mente positiva ocorre por simplesmen-
te sentir e expressar o perdão.
Experimentar métodos onde a ideia do perdão
torna se uma experiência na realidade. Parando
com ações físicas e mentais que criam hábitos e
servem para manter os padrões que mantém
culpa e vergonha. Parar com o julgamento inicial
que estruturou a culpa e o ressentimento, aconte-
ce quando tocamos a quarta dimensão da mente
neutra. Se não pararmos o julgamento, isto nos
aprisionará num caixão de vidro, que é nosso
campo magnético apertado pelo nosso orgulho
de ter orgulho, reclamando dele, ao mesmo
tempo querendo e não querendo sair. Para não se
sentir solitário, mas curtir ficar sozinho e não
depender da companhia de outros. Perdão é a
escada de saída.
A aura é um sistema de defesa onde somos capa-
zes de fazer a distinção entre amigos e inimigos.
Quando a aura está clara, não entramos em bata-
lhas com eles. Simplesmente deixamos ir ou
tomamos uma atitude, que muitas vezes pode
parecer duro, mas sabemos que é o certo a fazer.
Forças opositoras, que criam conflitos, são para
serem mantidas em equilíbrio, ao invés de entrar
em batalhas com elas. A raiva surge quando nos
importamos com algo. Se não podemos mudar
algo o melhor a fazer é ter uma atitude positiva
sobre o indesejável, tendo uma ação de acolhi-
mento do sentimento gerado pela realidade.
Amar a realidade. A energia “negativa” pode ser
um bom combustível para influenciar mudan-
ças.
Guru Har Rai é a flor que mesmo arrancada
perfuma a mão de quem dá e de quem recebe.
Nirver é destemido, ou seja, a coragem mudar.
Kirpan é lutar por, mas nunca contra. Não sofra,
mas nunca esqueça a dor.
A aura tem a função principal de proteger contra
qualquer negatividade proveniente dos ambien-
tes e das emoções pessoais ou de outras pessoas.
Quando a aura está forte há um forte sentido de
proteção. A segurança que provêm dessa certeza
faz com que haja uma abertura maior do coração
e uma disponibilidade para a expressão do amor
de forma incondicional. Realiza a capacidade de
perdoar, e mais do que isso a capacidade de não
se sentir ofendido, que desemboca na misericór-
dia onde não há “pecado e nem perdão”.
A aura forte é a maior proteção para se viver
neste mundo, e expressar o amor sem o receio de
sentir-se vulnerável. A aura se relaciona com
todos os Chakras, mas a abertura e fortalecimen-
to do Sahashara cria um estímulo especial para
este corpo. Quando está frágil a aura desencadeia
um sentimento de desproteção, baixa auto
estima e fragilidade, o que pode levar a pessoa a
se sentir muito vulnerável em situações de
confronto e no processo das relações de modo
geral.
66
8. CORPO PRÂNICO
Este corpo regula toda a dinâmica do prana que
circula nos nadís e nos Chakras em todos os
corpos. Quando desenvolvido gera um grande
poder guerreiro, força de vontade, determinação
e capacidade de executar planos e estratégias.
Desperta poder de curar com a própria presença.
Quando subnutrido desequilibra a mente negati-
va e gera tendência a receios desnecessários.
Outras tendências é a de adiamento, falta de
energia, sentimento de escassez e isolamento.
A maestria total sobre a respiração e a entrada,
saída e distribuição do prana no seu próprio
sistema podem ajudar a desenvolver este corpo.
9. CORPO SUTIL
Sugere paciência, calma, resistência, perseveran-
ça e uma paz que emerge da completude onde
finalmente se pode relaxar. Contudo, o impulso
para chegar a isso pode gerar impaciência, frus-
tração e dificuldade de descansar por causa da
atenção demasiada à meta e não na jornada.
O um tem a qualidade do foco, e o nove seu
oposto. Nove é como a criança no fim do dia,
com a mente irritada querendo dormir sem
conseguir relaxar. Nove parece uma margem
difícil de alcançar, como muito distante.
Tendo algo nas mãos que escorre pelos dedos.
Um estado de querer a paz. Mas sendo ela algo
que não se ganha, nem se tem ou conquista. Mas
algo cruza o que significa um fim do querer mais,
quando então se alcança o Infinito. Para se alcan-
çar este estágio é preciso viver os processos e as
mudanças. O perfeccionismo é o que leva a into-
lerância de vivê-lo.
O corpo sutil está mais para o coletivo que para o
individual. Fortalecido diz: “sua vontade, não a
minha vontade”. É a forma através da alma que
entra e sai da matéria, onde a vida fica gravada. A
cápsula da morte para o renascimento.
Dispersão é a maior questão deste corpo. A falta
de foco resulta num cansaço crônico, e um desejo
por estimulantes. Perfeccionismo é um estado de
exigência deste corpo. Muito próximo do tudo
ou nada do 10. É muito importante aprender
apreciar a perfeição do erro.
Ele nos faz querer andar antes de engatinhar, e
correr antes de caminhar. Aprender que cada
proposta é para nos levar além das propostas
pessoais por uma proposta universal.
Pode focar intensidade da proposta sem uma
meta especifica e se frustrar. Pode ficar satisfeito
falando sobre algo, perdendo a noção que não
está não acontece na ação. Podemos ficar exigen-
tes, tiranos, insensíveis com os outros, para com-
pensar nossa frustração.
Pode se desenvolver muitas coisas e não ser
mestre de nenhuma. Desperdiçando energia em
muitas direções, não conquistando nada. Pode se
realizar que não é a tarefa que importa, mas a
jornada que completa, vivendo cada processo
não importando se o final é doce ou amargo.
Pode dar a impressão que ir fundo demanda
esforço demais, e ir muito facilmente contra o
espírito, ganhando a mente.
A vibração mais forte sempre atua sobre a vibra-
ção mais densa, então o KI de alguém nunca
influência o REIKI, ao contrário. Por isso a
pessoa que emite sempre está sendo beneficiada
junto. Quando você vai receber REIKI, você fica
na aura da pessoa, essa influência da aura pode
ajudar a relaxar mais, mas a frequência do REIKI
está além do KI pessoal. Dependendo do KI
pode haver um bem estar maior, dependendo da
aura da pessoa que aplica.
É claro que todo corpo é sutil em relação a outro
que seja mais grosseiro, e por isso este termo é
muito genérico e impreciso. No entanto, este
corpo tem características especiais que justificam
este nome. É uma grande receptor de informa-
ções, que não tem extensão delimitada, e que
pode acessar o passado, presente e futuro. É um
campo de energia que se desloca sem restrição de
tempo e espaço e ao contatar o que está aconte-
cendo em outro lugar, por exemplo, leva ao
receptor as informações. Essas informações
podem chegar em forma de imagens, vozes,
67
pressentimentos, sensações etc. Ele penetra
todas as coisas e coloca luz onde havia obscurida-
de. Desperta a clarividência, a empatia e sutileza
na percepção e compreensão daquilo que está nas
entrelinhas, nas nuances das situações e expres-
sões das pessoas a sua volta.
10. CORPO RADIANTE
Muitas das qualidades do número 1, são simila-
res a do 10.
Dez é conhecido como tudo ou nada, mas
também a possibilidade de ser tudo, sendo nada
(no sentido de estar totalmente desapegado do
seu ego). Quando completa a jornada do nove,
completa o ciclo (zero) voltando ao 1 de novo, e
essa reunificação é expressa no 10.
Este corpo tem muitos pontos em comum com
prânico e com o corpo aura no sentido de que
protege e manifesta uma atitude e poder guerrei-
ro. Quando desenvolvido, este corpo cria um
poderoso campo de luz dourada em torno da
pessoa, o que além de lhe proteger de qualquer
negatividade externa ou interna, lhe dá uma
aparência imponente e radiante capaz de gerar
um respeito natural e inexplicável nas pessoas
que lhe rodeiam.
Estimula determinação, compromisso, força
guerreira e coragem absoluta, sem receios.
Quando frágil, as disfunções mais comuns são
atitude receosa, evita confrontos, se esconde para
não brilhar muito e assim não ser alvo da atenção
e de supostas hostilidades dos outros.
Este corpo desenvolvido trás grande poder de
realização e liderança.
11. CENTRO DE COMANDO
OU TOTALIDADE
Esta área da consciência não é exatamente um
corpo, é a totalidade dos 10 corpos e uma capaci-
dade de integrar e comandar todas as áreas da
consciência. Quando a pessoa desenvolve essa
área, ela pode acionar o corpo que seja necessário
para atuar em cada situação.
A função dessa área é a experiência da transcen-
dência e do mergulho e comunhão com o Sagra-
do, com o Divino presente em tudo e em todas as
coisas. Quando essa área ainda não está desenvol-
vida há um anseio por algo completo, perfeito,
que só se encontrará na dimensão da Alma
dentro de si mesmo.
Por não se saber disso a princípio, pode se procu-
rar a perfeição nas coisas do mundo e assim gerar
uma atitude excessiva de controle e exigência
consigo mesmo e com as pessoas ao redor. O
caminho da transformação é da devoção e da
entrega e não o do controle.
AS CINCO “POSIÇÕES”
BÁSICAS DA NUMEROLOGIA
TâNTRICA
Aquilo que na terminologia da Numerologia
Tântrica costuma-se chamar de “posição”, diz
respeito a aspectos da vida com os quais natural-
mente nos relacionamos através de uma certa
área de nosso ser, ou seja de um determinado
“corpo”.
1. ALMA (DIA)
A posição Alma diz respeito a relação com o
mundo interior. Quando olha-se a si mesmo na
intenção de compreender-se, é com a lente do
corpo correspondente ao dia de nascimento que
isso ocorrerá. Esta posição refere-se à relação de
você com a sua essência mais profunda, com a
Presença Divina, a alma ou Atman. Indica um
corpo que ao ser desenvolvido permite uma
conexão com a Alma, trazendo uma profunda
sensação de paz, relaxamento, sintonia com Exis-
tência. Esta posição se refere à como nos senti-
mos em relação à nós mesmos.
Sentir a Presença Divina dentro de si mesmo cria
um estado de confiança, clareza e tranquilidade.
Esta posição é indicada conforme o dia de nasci-
mento.
2. KARMA (MÊS)
Esta posição se refere a relação com a dimensão
externa da vida: relações interpessoais, ação,
68
trabalho e prosperidade. Indica o corpo que ao
ser desenvolvido lhe possibilitará criar a realidade
externa que reflita os seus anseios mais profun-
dos. Quando o corpo indicado nesta posição se
encontra plenamente desenvolvido, sua comuni-
cação, projeção, criatividade e ação na realidade
exterior se tornam fluidas, bem sucedidas e
criadoras de circunstâncias que propiciam cresci-
mento e harmonia. Esta posição é indicada pelo
número do mês de nascimento.
3. PRESENTE DIVINO OU DOM
(DOIS ÚLTIMOS NÚMEROS DO ANO)
Esta posição se refere a um dom natural que
representa as qualidades já desenvolvidas, mani-
festadas por um corpo que nesta vida está plena-
mente disponível para você. Ou seja, é um corpo
no qual você pode confiar. Quando precisar ele
estará pronto para manifestar suas funções de
uma maneira harmônica.
É um aliado, um aspecto do ser que se encontra
fortalecido de tal maneira que lhe dá suporte em
situações de estresse e de crise. Pode acontecer de
você ainda não estar utilizando este presente em
todo o seu potencial, em todos os momentos,
mas é o seu ponto de apoio em última instância.
Corresponde ao número do ano de nascimento.
4. DESTINO (SÉCULO + ANO)
Esta posição indica um corpo que já tem sido
trabalhado e manifesta uma força que pode
surgir para você como uma estratégia de vida
com êxito. Indica o tipo de circunstâncias que
tende a atrair em sua vida, e a estratégia que usa
para enfrentar essas circunstâncias com eficiên-
cia. Indica também como as pessoas o veem e
como você se projeta para os outros. É um corpo
que já começou a ser trabalhado. O seu pleno
desenvolvimento precisa ser completado. É indi-
cado pelo número que corresponde à soma do
século com o ano de nascimento.
5. CAMINHO OU MISSÃO
(SOMA DE TUDO)
A posição Caminho se refere a sua oportunidade
de crescimento nessa vida em um sentido geral.
Se refere a aquilo que você veio fazer nesse
mundo. Quando o corpo que pode possibilitar
essa realização está plenamente desenvolvido
você sente uma profunda e integral satisfação em
sua vida. Passa a ter certeza de que é isso mesmo
que você veio fazer nesse mundo, pois é aí que
sente a mais completa expressão de si mesmo. É
indicado pela soma de todos os números da data
de nascimento.
DESENVOLVIMENTO DE UM CORPO
Três aspectos constituem o que podemos chamar
de desenvolvimento de uma área da consciência:
vitalidade, frequência vibratória e desconstrução
dos padrões automáticos.
1. Vitalidade - O aumento da vitalidade de
uma área indicará o quanto ela está na tarefa de
manifestar as suas capacidades em sua plenitude.
Kriyas e Meditações apropriados irão nutrir de
energia cada um dos corpos.
2. Frequência Vibratória - A ampliação da
frequência vibratória se dá especialmente pelos
mantras, shabads e meditações. A ilusão do eu
separado ocorre neste planeta devido a densidade
das vibrações psíquicas. Elevar a frequência facili-
ta a desconstrução do eu ilusório e o surgimento
do paramatma, a presença divina em cada ser.
3. Desconstrução dos padrões automáticos - O
aumento da vitalidade e a elevação da frequência
aliada à plena atenção será capaz de ampliar a
qualidade da percepção, saindo dos esquemas
temporais habituais e seus paradigmas. Olhar
com olhos livres do tempo. Ver a si mesmo fora
das influências condicionantes do passado
permite um “se dar conta” das tendências auto-
máticas. Perceber a mecanicidade dos próprios
processos psicológicos em cada corpo permite
desativar essas tendências. A desconstrução
progressiva dos processos reativos abre espaço
para o surgimento de um modo criativo de ser
em cada corpo. Criativo significa que as respostas
não vem mais dos registros do passado mas da
lucidez criativa da alma.
SADHANA PARA TRABALHAR OS CORPOS
Através do conhecimento da numerologia tantrica
69
de uma pessoa, se pode indicar um sadhana perso-
nalizado para ela. A orientação é que se faça um
sadhana de 40 a 120 dias consecutivos. O primeiro
sadhana deve ser escolhido de acordo com a necessi-
dade mais emergente do momento em que a pessoa
está vivendo. Deve-se identificar qual área da cons-
ciência está trazendo a maior dificuldade no
momento presente e começar por esta área.
Depois de praticados de 40 a 120 dias, deve-se
avaliar o resultado e refletir se é possível então,
passar a trabalhar outra prática pessoal, para outra
área da consciência.
TEMPOS DE SADHANA
E SUA ABRANGÊNCIA
1. 40 dias interrompe padrões antigos.
2. 90 dias cria-se um novo patamar.
3. 120 dias é capaz estabilizar os efeitos gerados
pelo Sadhana.
4. 1.000 dias adquire-se maestria sobre o novo
hábito.
JOGOS MENTAIS
As áreas da consciência precisam estar revitaliza-
das, com uma frequência elevada e livres de
padrões relacionados ao passado para agirem de
forma harmônica e de forma a manifestar seu
pleno potencial.
Neste esquema o corpo prânico, número 8, tem
uma função especial. Esta área da consciência
está na posição de levar o combustível (Prana /
energia relacionado a vitalidade) para os Chakras
que alimentam as áreas da consciência.
Quando há um suprimento adequado de ener-
gia, estas áreas da consciência funcionam e mani-
festam seus atributos naturais, em conformidade
com a realidade do tempo, lugar e pessoa.
Quando não estão em equilíbrio, reagem criando
os jogos mentais, na tentativa de dar uma respos-
ta ao meio, o que na maioria das vezes, são
respostas incompletas. Cada área da consciência
cria um jogo na mente, baseado nas suas caracte-
rísticas e na tentativa de cumprir sua função.
Enquanto enfraquecidas, as áreas tem como filtro
os padrões familiares, culturais, sociais e econô-
micos, além das memórias das experiências VISÃO GERAL DE CADA
vividas. CORPO NAS POSIÇÕES DA
NUMEROLOGIA TÂNTRICA
Estes jogos mentais, com sua repetição se tornam
um hábito, formando assim um personagem
O objetivo aqui é facilitar a dedução que seria possí-
apegado a estes hábitos, que tenta ser o mais feliz
vel fazer, para identificar as possíveis defasagens de
e confortável possível. Estes hábitos se refletem
cada uma das áreas da consciência quando localiza-
no relacionamento consigo mesmo e com os
das no dia de nascimento, mês, ano e soma de todos
outros.
os números de uma data. Como já sabemos, cada
parte da data de nascimento de uma pessoa indica
Com a identificação constante com este persona-
um aspecto da vida e qual área da consciência ela vai
gem, vai se perdendo o contato com o núcleo
utilizar para se relacionar com aquele aspecto.
original, autêntico e autônomo, o corpo vai
reagindo, criando as couraças musculares para
Compreendendo as funções psicológicas e as possí-
manter o padrão que sustenta o personagem. E
veis defasagens de cada corpo quando ainda não
assim a vida passa, sem se saber quem se é de
desenvolvido poderíamos deduzir aplicando como
verdade, do que se gosta, ou qual escolha é real.
essas defasagens apareceriam em cada aspecto da
vida. Os aspectos aqui são: relação consigo mesmo;
Quando identificamos os jogos, alimentando
relação com o mundo; o dom e o talento (destino)
com Prana nossa fonte energética / Chakras e
e o caminho espiritual ou missão. No entanto
através dos 4 pilares de sustentação (alimentação,
abaixo vamos apontar algumas características desar-
sono, exercício físico e meditação) vamos criando
mônicas que podem aparecer em cada corpo nos
as condições para que o real apareça.
diferentes aspectos da vida.
Ao invés de gastarmos uma enorme energia
Você vai encontrar aqui alguns conceitos que já
tentando ser legal, podemos através da harmoni-
conhece quando estudou cada corpo. E agora vai
zação das áreas da consciência sermos reais,
olhar de novo com um novo ângulo para isso. Vai
autênticos e expressar cada valor, virtude ou
encontrar aqui uma pequena reflexão sobre cada
atributo relacionado à cada área da consciência.
número e suas qualidades intrínsecas e saber
também que na linhagem dos 11 Gurus da Tradi-
Quando não identificamos os jogos mentais,
ção Sikh cada um deles curiosamente manifestou
seguimos na identificação com o personagem e
com grande evidencia e intensidade a qualidade de
suas estruturas de sobrevivência. Desta forma,
um dos corpos. É claro que como seres iluminados
criamos uma parede de sal, prestes a se estilhaçar
eles viviam as qualidades divinas da alma na sua
à qualquer momento. Por não ser real, não temos
identidade. No entanto, examinando a vida de cada
segurança suficiente para prover as mudanças
um deles é intrigante como eles manifestaram com
necessárias para um viver mais feliz, saudável e na
maior ênfase qualidades de cada um dos corpos.
conexão plena com a essência, nos distanciando
do real significado da nossa vida. Esta descone-
xão com o Ser real, pode fazer com que o indiví-
duo caia no vazio existencial e na exaustão pela
energia gasta em criar uma sombra, uma farsa. 1
CORPO ALMA
“O corpo físico é um templo. Cuide dele. “Coração X Cabeça”
A mente é energia. Regule-a. GURU NANAK
A alma é a projeção. Represente-a. HUMILDADE E CRIATIVIDADE
Todo conhecimento é falso se a alma
não é experienciada no corpo”. A minha vida é um fluxo criativo que vem
Yogi Bhajan do propósito da minha alma? Eu atuo a partir
do coração?

70
O primeiro estágio é a semente. Na semente,
todo o potencial está concentrado de forma ilimi-
tada. O corpo Alma conecta com o infinito
interior, com a experiência do fluxo interior de
pureza. Se expressa pelo corpo sutil.
MANTRA
EK
É a raiz, o que somos quando dizemos ponha
toda sua alma nisto, dê sua alma, faça com a alma.
Expressa a existência na rotina. Grande força de
presença. Quando fechamos os olhos a noite e os
abrimos pela manhã, quem está ali? Apenas nós.
Posso aceitar guias, mas a decisão final é minha. É
na minha autentica vontade que tudo começa.
É o canal que manifesta no mundo a frequência
vibratória da Alma (não é o atma em si, mas sim
o corpo, o invólucro, que de forma mais direta e
transparente expressa essa essência divina).
Está diretamente relacionado à intensidade e
concentração da vontade do Ser. Essa vontade
que se origina no não manifesto é criativa, e
expressa qualidades autênticas e intransferíveis de
indivíduo para indivíduo.
Apesar de poder ser deliberada e temporariamen-
te suprimida ou anulada, não pode nunca ser
destruída, e tende a vir a superfície de forma
explosiva quando as pressões externas ditadas
pelo social impedem sua plena expressão ou ainda
implodir, levando o indivíduo ao adoecimento.
A Alma não é racional, não pode ser coagida, não
está aberta a negociações, o que também não a
torna irracional, podendo ser manifestada pelos
extremos da insanidade assim como pela sábia
loucura das revelações proféticas. Transcende o
tempo e o espaço fazendo uma ponte entre a
criação e sua fonte incognoscível.
Neste nível o indivíduo é convidado a se tornar
seu melhor amigo e conselheiro, sendo colocado
frequentemente em posições solitárias, de
liderança ou ainda visto como referência por
outros.
71
FRACO
Age com a cabeça, não conecta com o coração,
sente-se inadequado, ofendido, incapaz de se
conectar com poder criativo. Impositivo, rígido,
confuso nas várias direções. Isolado. Inabilidade
de cooperar e comprometer-se. Considera
humildade como humilhação. Não entende as
necessidades dos outros. Ignora o fato de que é o
indivíduo que faz a comunidade. Avareza.
FORTE
Governa-se pelo coração, não pela cabeça.
Humildade, criatividade, senso de pertencer,
independente e conectado, autônomo, iniciativa,
estável, constante. Sentido de direção. Só se pode
ir numa direção de cada vez. Persistente, a
semente que contém a árvore inteira. A realiza-
ção de que eu tenho que viver por mim mesmo.
A experiência é intransferível.
TALENTO
Originalidade, individualidade, força de vonta-
de, independência, auto determinação, autono-
mia, estabilidade, firmeza, iniciativa e humilda-
de. Se o indivíduo tem esse número como seu
talento e o aceita, fazendo uso dele, o equilíbrio
entre a mente e coração predomina e sua expres-
são no mundo se torna muito criativa. Pessoas
com o número 1 nessa posição tendem à arte,
mas têm um bom senso de realidade mantendo
os pés firmes sobre o chão e está característica de
estabilidade as torna referência para outros
liderando através do próprio exemplo.
EQUILÍBRIO
Clorofila, Raízes, Dança africana (bater os pés
chão). Leitura do Jap Ji Sahib toda manhã. Prati-
car Mul mantra toda manhã. Elevar a Kundalini.
Abrir o chacra do coração. Equilibrar os hemisfé-
rios do cérebro. Unir razão e intuição.
POSIÇÃO ALMA (DIA)
Com o número 1 nesta posição a pessoa pode
encontrar dificuldades em expressar sua essência
mais íntima, seus sonhos e seus desejos mais
profundos. Muitas vezes a pessoa pode colocar a
necessidade de sobrevivência acima de tudo,
podem ser temerosas com relação a questões
materiais e apresentar impulsos explosivos e de
raiva quando não encontram espaço para expres-
sar seu jeito próprio nos relacionamentos. Um
desequilíbrio nesta área pode ser expresso na
culpa de existir. Acabam sendo ponto de referên-
cia para o modo como os outros se posicionam
socialmente e fisicamente (espaço). Seu desafio é
aprender a ver todos como uma unidade, e o Um
em todos.
ninguém pode lhe dar isso a não ser você mesmo.
POSIÇÃO MISSÃO (SOMA DE TUDO)
Expressa a necessidade de estabilidade de foco.
Precisa ser o indivíduo e o iniciador, e se
ninguém precisa que você inicie algo, você pode
acabar questionando a validade da sua existência.
Pode gastar muito tempo e energia, tentando
começar algo, que nunca chega a ser iniciado.

POSIÇÃO KARMA (MÊS) 2

MENTE NEGATIVA
O número 1 nessa posição ressalta a necessidade
“Protetora”
de permitir que o coração guie suas ações princi-
GURU ANGAAD DEV JI
palmente nos relacionamentos, sejam amorosos,
ANSEIO DE PERTENCER,
familiares, de trabalho ou amizades. O excesso de
RESTRIÇÃO E OBEDIENCIA
controle mental sobre a vida pode levar o indiví-
duo a racionalização excessiva que sempre se
Posso determinar se há perigo numa situação?
sobrepõe ao conhecimento intuitivo e amoroso
O que preciso considerar?
do coração. Desequilíbrio nesta área estão
relacionadas a questões de vergonha e timidez.
Este segundo Corpo é a faculdade crítica com a
Seu desafio é validar a si mesmo de uma maneira
qual podemos nos auto negar, como no suicídio
não egoística, e não ficar preso na falsa e tempo-
diário ou com a qual negamos o que não deseja-
rária aprovação alheia. Para estar em contato com
mos. É a sabedoria do discernimento e da discri-
poder, precisa focar e fazer uma coisa por vez.
minação. Negar é uma forma problemática, pois
Existe uma necessidade de ficar só, mas às vezes
significa, na verdade, ignorar.
pode haver uma falta de qualquer senso de moti-
vação ou impulso. Esta falta pode ser encarada
A mente negativa combina discernimento e habi-
como cansaço ou necessidade de descanso, mas
lidade crítica. É onde aprendemos quem somos
na verdade a pessoa precisa concentrar os seus
ao descobrir o que não somos.
recursos.
A Mente Negativa tem uma característica de
POSIÇÃO TALENTO / DOM / PRESENTE
querer voltar a ser um. Trás um anseio e o senti-
DIVINO (ANO)
mento de vazio que vem deste anseio enquanto
este anseio não se realiza. Isso pode levar a vícios
Equilíbrio entre a mente e o coração predomina
como comida, drogas, bebida, e pessoas. Qual-
e sua expressão no mundo se torna muito criati-
quer coisa para preencher o desolamento do
va. Tendem à arte mas também têm um bom
vazio. Nossa necessidade pela conexão, embora
senso de realidade mantendo os pés firmes sobre
possa ser inocente, pode nos atirar nos perigos
o chão e esta característica de estabilidade as
desconhecidos da má companhia e dos relaciona-
torna referência para outros liderando através do
mentos abusivos.
próprio exemplo.
O segundo Corpo governa a maneira como
POSIÇÃO DESTINO (SÉCULO + ANO)
vamos de encontro às nossas necessidades e a
maneira como somos usados para os outros
A realização de que tem que viver por si mesmo.
encontrarem as suas. Ele também direciona o
Que a experiência é intransferível e de que

72
modo como processamos nosso fluxo de energia
conhecido como força vital, prana ou chi.
Na sua expressão mais pura, o segundo corpo
representa a parte de nós que busca por Deus.
É o começo da diversidade da separação. É o
começo de todas as dualidades, diferenças e pola-
ridades.
MANTRA
ONG
A experiência da separação da nossa quietude do
1, cria a tensão do vazio, anseio de pertencer e a
busca dos relacionamentos, entramos nos jogos e
auto destruição. Não permanece contido no seu
próprio centro e necessita disciplina para se
desenvolver. O desafio é parar de reclamar,
transformar o “mas...” em “mais comprometi-
do...”. Fazer da constante vontade de ir embora,
a paz de estar aqui e agora.
FRACO
Negativo, medo, rebeldia sem causa, julga nega-
tivamente, fica na defensiva, impaciência, nega-
ção, ingenuidade, pensamento suicidas. Ignorân-
cia ou manipulação através do tato e charme com
poder de persuasão e sedução, isso leva, claro ao
mau uso e abuso, que o afasta da direção do puro
anseio pela experiência da alma / Deus.
FORTE
Poder de prever e atuar sobre o que não vai bem.
Paciência, obediência. Poder de ouvir seu ser
interior. Inocência, lealdade. Obedece ao chama-
do puro do anseio que cria a conexão com o
infinito. Sua energia vital é perdida pelos olhos,
mãos e pés, através de pensamentos e padrões
não saudáveis. O Subconsciente joga muitos
pensamentos tóxicos, o que resulta em ações não
muito saudáveis. Vícios em comida, drogas,
pessoas e entretenimento, devido a desolação do
vácuo e a sensação de abandono. Aqui há ques-
tões de entendimento de anseios, relacionamen-
tos, cooperação, delicadeza, lealdade, necessida-
de de ser necessário, ingenuidade, escravização,
capacidade crítica, sabedoria discriminatória,
73
discrição. Todos estes aspectos entram em cena
através da mente negativa, o dom da inocência.
EQUILÍBRIO
Suco de pepino (rins), acupuntura, água, recitar
“Shabad Hazaare” do Nitnem. Avaliar sua disci-
plina. Desenvolver relacionamentos conscientes
de integridade.
Necessita disciplina para se desenvolver. Com a
disciplina o ser para de reclamar, ele transforma
as suas desculpas em comprometimento com o
seu propósito. Transformar emoção em devoção,
compreender que o que irá satisfazer o seu vazio
é a Unidade, nada externo poderá cumprir esta
função. O indivíduo deve canalizar sua energia
na direção que irá lhe possibilitar viver o estado
de Yoga, de Unidade, que é aquilo que a segunda
área da consciência almeja verdadeiramente
proteger.
POSIÇÃO ALMA (DIA)
Por esta posição há o perigo da ingenuidade e,
ainda assim, seu poder vem de estar em contato
com sua inocência. A necessidade de ser necessá-
rio é sentida mais fortemente através desta posi-
ção e a energia triste que resulta deve ser elabora-
da na meditação, em vez de procurar receber.
É necessário ser fiel a alguém ou a alguma coisa
que irá lhe conectar com seu propósito. Tem uma
necessidade de energia vital, ainda que exista
uma vitalidade oculta. Pode se sentir dividido. É
muito importante que perceba que o sentimento
de separação é em si mesmo e aprender a encon-
trar sua riqueza e não a se deter no sentimento de
falta.
POSIÇÃO KARMA (MÊS)
Relação com o mundo. Com o número 2, o indi-
víduo pode sentir que não tem nenhum lugar ou
papel em contextos sociais se não houver alguém
para servir como exemplo. Essa pessoa reflete
outras pessoas em ação e isso está relacionado à
ausência de estrutura, ausência de se conhecer.
Existe a necessidade de ajudar e ser ajudado; uma
necessidade de alegria e contentamento e essa nuidade através do medo de um desejo pelo
alegria e contentamento precisam de alguém futuro, bem como da perda do futuro. Pode
para perceber o seu valor. Procura um espaço temer a perda do tempo de vida onde pode se
social onde se ache necessário, mas, pela ingenui- transformar karma em dharma. Aqui há inocên-
dade, pode acabar sendo uma pessoa que cia, desejo, a necessidade de se relacionar com o
simplesmente entretém outras que não lhe que é duradouro, devoção, lealdade, e ser um
respeitam. espelho para seu parceiro. É o modo de seguir a
sua voz interior e aprender a enxugar as suas
Podem acontecer ações equivocadas que geram lágrimas. Pode falar diplomaticamente e ter a
padrões ligados a busca externa de preenchimen- capacidade e a coragem para dizer não ou para
to. A pessoa é dominada pelos seus desejos, ouvir não.
sente-se culpada pela fraqueza de seu espírito,
pela sua carência. A pessoa tem culpa pelo apego
e tem apego à culpa. 3
MENTE POSITIVA
Cor: escura/preta pela perda e luto, amarelos
“Expansiva”
escuros. Símbolo: água, répteis, peixes, espelho,
GURU AMAR DAS
plantas, lua, yin/yang.
IGUALDADE E POSITIVIDADE
POSIÇÃO TALENTO / DOM / PRESENTE
Estou aberto a todas as possibilidades
DIVINO (ANO)
que a vida tem para oferecer? Permito que elas
entrem em minha vida?
Através desta posição, a alma manifesta a sua
natureza feminina. É a primeira ferramenta de
Dá forma. Cria hábitos, regras, posições. Estru-
auto reflexão e o meio para operar a sabedoria
tura que dá segurança. Força de vontade, poder,
discriminatória. Ela surge da experiência inicial
facilidade, humildade, leveza, simpatia, otimis-
de separação, que é o preço a se pagar pela indivi-
mo, senso de humor, doçura. Comunicação forte
dualidade. Então, você sabe o que você é, conhe-
e direta. Seu elemento é o fogo que trás luz e dá
cendo o que você não é.
visão ao mundo comum. Está relacionando ao
sistema muscular. Sentido Visão. Podem criar
POSIÇÃO DESTINO (SÉCULO + ANO)
um estado hipnótico. Em desequilíbrio o indiví-
duo precisa da aprovação dos outros como um
Pode haver algo interessante aqui, em que o indi-
substituto para a consolidação interna do seu
víduo anseia pela liberdade rumo ao desconheci-
próprio ser.
do. O destino seria expresso por uma negação
ativa da mentira e qualquer um influenciado por
A mente positiva vê a essência positiva de todas
este número nesta posição, seria sábio para rejei-
as situações e de todos os seres. É expansiva e
tar as coisas ou pessoas que não lhe auxiliam no
permite que os recursos venham. Manifesta
seu propósito.
muita força de vontade e permite que você use
seu poder de forma humilde. Faz com que você
O destino é cumprido através da criação de opor-
seja brincalhão e otimista. Faz com que sua
tunidades a fim de encontrar a verdade e a justi-
comunicação seja forte e direta.
ça. Há uma necessidade do maior milagre que é
ser o de descobrir a beleza de dizer não a todas as
MANTRA
suas dúvidas. Leva tudo para a liberdade, de usar
KAR
seu dom.
FRACO
POSIÇÃO MISSÃO (SOMA DE TUDO)
Depressão, imobilidade, precisa de aprovação,
Pode haver um receio da ingenuidade ou inge-
medo da responsabilidade, indecisão, intransi-

74
gente, irritabilidade. Se esforça para cumprir as
ordens negativas do 2. Dominado e dominador,
deprimente e paralisante, irritado, intolerante.
Hesita em exercer o poder de ser ele mesmo.
Ilusão de auto importância. Você pode estar domi-
nado pelas informações de sua mente negativa, o
que pode ser deprimente e paralisante.
FORTE
Energia maternal, acolhimento, positividade
diante da vida, vê a essência das coisas, vontade
forte, senso de humor, alegre, espontâneo, comu-
nicação franca. Auto respeito, justiça, vê além das
aparências.
EQUILÍBRIO
Fortalecer o Ponto do Umbigo. Aumentar sua
auto estima. Usar afirmações positivas.
POSIÇÃO ALMA (DIA)
O elo fraco aqui se expressa como sentimentos de
vergonha, autonegação e questões relacionadas
ao valor próprio. A pessoa deseja ser vista e apro-
vada, especialmente pela figura paterna ou mas-
culina, sem o qual, prevalece o sentimento de
injustiça.
Tendência a se ver de forma depreciativa, por isso
a necessidade de provar que merece atenção e que
é capaz de realizar muitas tarefas. Pode se benefi-
ciar com a risada, mas primeiro é útil entrar em
contato com a raiva que se esconde atrás da
vergonha. Há grande necessidade de diversão e
expressão através de atividades físicas, mas é
necessário que elas sejam direcionadas para algo
útil e não apenas pelo vício de estar ativo.
POSIÇÃO KARMA (MÊS)
Busca por um espaço em que possa ser visto e no
qual possa ter seu valor reconhecido. Busca de
aprovação e tentativa de agradar os outros. Em
outros momentos tenta se esconder devido à
vergonha e pode procurar a reprovação no olhar
alheio como confirmação desse sentimento.
Tentativa de compensar os sentimentos de impo-
75
tência; sentimentos de falta de poder e não reco-
nhecimento de sua própria potência. A descone-
xão com a força infinita da alma, que pode se
expressar nesse corpo, como um raio capaz de
construir, criar, atravessar qualquer obstáculo
para completar sua ação, a desconexão gera a
ilusão da fraqueza e compõe uma ideia diminuta
de si mesmo. Pode ter uma tendência de desme-
recer a si mesmo se colocando como vítima
perante a vida e as relações. Ou pode levar a,
exatamente para compensar o sentido ilusório da
fraqueza, pode levar a uma síndrome de onipo-
tência e em última instancia tirania.
Facilmente pode reprimir as emoções fogo e ter
muita raiva contida, mas com dificuldade de se
vingar. Comportamento repetitivo, tendência a
desenvolver manias, preso à forma da ação para
evitar a insegurança. Pessoas que buscam atenção
e reconhecimento pelo que fazem. Tendem a ser
extrovertidas e divertidas.
POSIÇÃO TALENTO / DOM / PRESENTE
DIVINO (ANO)
O corpo 3 nessa posição funciona como um kit
de sobrevivência de positividade. Dá a capacida-
de de rir, uma alegria involuntária e incondicio-
nada, mesmo diante dos piores cenários. Algu-
mas das características relacionadas e que
influenciam a manifestação desse terceiro corpo
são: autovalor, auto respeito, esperança, justiça,
qualidade, igualdade, entusiasmo, encorajamen-
to, desafio, otimismo, expansão, expressividade,
vaidade, julgamento assertivo e tédio.
Manifestam as qualidades da energia masculina
da aceitação positiva de sua existência como um
ser separado dentro da manifestação. Necessida-
de de ser visto, principalmente pela figura mater-
na que provocou sua existência no mundo. Você
pode sentir que não é visto por sua mãe e que por
isso foi um erro ter nascido. Vergonha em relação
a sua origem.
POSIÇÃO DESTINO (SÉCULO + ANO)
O paradoxo da expressão desse corpo nessa posi-
ção consiste tanto no medo do sucesso, quanto
da falha. Esse medo pode ser paralisante, levando
o indivíduo à estagnação. Escolhendo ver a
verdade é possível perceber que mesmo por trás
dos maiores fracassos, repousa o sucesso. Acei-
tando o seu papel como ator no palco do mundo
a pessoa é levada além da identificação com o
sucesso ou fracasso, abrindo as portas para a
mente neutra.
Nessa posição pode existir medo relacionado à
competição, a raiva, a injustiça e a não ser aceito.
Julga por medo de ser julgado. O destino é
ajudar outros encorajando e inspirando um senso
de qualidade e igualdade.
POSIÇÃO MISSÃO (SOMA DE TUDO)
Nesse área é onde encontramos expressão corpo-
ral ativa, esperança ou desesperança e sentimen-
tos de vitimização ou de receber o cuidado apro-
priado pelo parceiro, assim como a necessidade
de aprender a dar cuidados. Há o desejo de
encontrar qualidade e igualdade no relaciona-
mento e no lar. Pode haver a necessidade de falar
para ser visto ou resgatado e as palavras podem se
tornar uma repetição estática ou serem usadas
para mudar os padrões. Existe o impulso de
mudar as coisas de lugar e a aparência de seu lar,
na tentativa de quebrar o habitual e a rotina.
Preocupações relacionadas à aparência do parcei-
ro, pela preocupação em como as pessoas a vêm.
4
MENTE NEUTRA
“Meditativa”
GURU RAM DAS
TAÇA DE ORAÇÃO, SERVIÇO,
COMPAIXÁO E INTEGRAÇAO
Eu me permito perceber e agir de acordo
com a sabedoria interior?
É o resultado da mentalidade do vencer-vencer.
Avalia os dados das mentes positiva e negativa e
lhe dá orientação em questões de segundos.
MANTRA
SAT NAM
76
O tato real vem do coração, não da educação. É
a mente meditativa que avalia os dados das outras
duas, é um ponto intuitivo que permite que você
acesse sua alma. A partir dela você assiste o jogo
todo da vida com compaixão. Tomada de decisões,
confiança. Estado de gratidão. Saber dar e receber.
FRACO
Dificuldade de tomar decisões. Hábito de sentir-
-se vítima da vida porque não sabe como integrar
as suas experiências e encontrar sentido nelas.
Rígido, julga de forma parcial, sempre em uma
polaridade, dificuldade de ver o todo, dificuldade
de entregar, de relaxar, sempre na defensiva. Não
é em um estabelecimento de disciplina que nos
desenvolvemos, mas num continuo processo de
observar e soltar.
FORTE
Amplo campo de visão, não reação, poder de
escolha, aumenta escuta interna, poder de medi-
tação, de silêncio.
EQUILÍBRIO
Meditar.
POSIÇÃO ALMA (DIA)
Nessa etapa do amadurecimento do Ser é ressal-
tada a necessidade de tomar decisões, porém ao
mesmo tempo existe grande dificuldade em deci-
dir. O apego à análise e ao julgamento racional
e o afastamento das emoções em nome de uma
aparente objetividade bloqueia o fluxo intuitivo
do Ser, o qual só é possível pela vivência plena
das emoções.
Um padrão de falsa neutralidade, deixa o indiví-
duo sem uma opinião própria e com dificuldade
em escolher quando os dois lados são pesados.
Há uma tendência de ficar “em cima do muro”
devido ao medo de se comprometer com uma
escolha e assumir a responsabilidade por ela.
Dúvidas quanto às suas necessidades, mas
também uma necessidade de duvidar. Necessida-
de de receber, apesar de você poder frequente-
mente negar o que é oferecido. Necessidade de
receber agradecimentos, apesar de você poder
frequentemente dispensá-los. Conflitos relacio-
nados à necessidade de se abrir e a necessidade de
se proteger.
Existe a necessidade do amor e de ser tocado
junto com a necessidade de sentir a dor e suas
necessidades podem ser muito dolorosas para se
estar em contato. Isso pode resultar na ausência
de certos sentimentos, o que faz com que reflita o
sentimento dos outros como forma de não sentir.
Você pode se sentir traído ou ferido pela experi-
ência de confiar, especialmente pela figura pater-
na, então você não confia na possibilidade de que
o próximo contato humano seja sensível o
bastante. Você pode sentir fortemente a ausência
do amor no mundo, o que deve usar como moti-
vação para que doe esse amor.
POSIÇÃO KARMA (MÊS)
Reflete a existência de um espaço interno
muito sensível com o qual a pessoa pode ser
muito protetiva. Existe a culpa em tomar demais,
por isso a necessidade em dar demais para com-
pensar a culpa de receber. Pode surgir sentimen-
tos de culpa pelo ceticismo e ceticismo para
encobrir a culpa. Dúvidas quanto à sua autoima-
gem e quanto às estruturas, mas de uma forma
bem estruturada. Busca por um espaço onde sua
delicadeza e sensibilidade possa ser vistas. Olhos
de dúvida que procuram provar que não sabem.
POSIÇÃO TALENTO / DOM / PRESENTE
DIVINO (ANO)
O corpo 4 nessa posição dá a qualidade da capa-
cidade de ser decisivo, de ir além do apego. Intui-
ção precisa, senso de coletividade, de bem
comum e do sentido de pertencer. Capacidade de
servir através do coração.
Pessoas com esse número nessa posição tendem a
ser bom confidentes e conselheiros, indo além do
julgamento e percebendo as situações com clare-
za e neutralidade. Atributos relacionados: Verda-
de, desapego, serviço, disciplina, abnegação,
confiar, duvida, neutralidade, compromisso,
escolha, excesso de trabalho. Pode haver dúvidas
77
quanto à sua origem e existência, o que pode
gerar dúvidas quanto à direção que conduz sua
vida. Existe o desejo de confiar na figura materna
mas podem haver sentimentos de confiança partida
como forma de aprender a confiar em si mesmo.
POSIÇÃO DESTINO (SÉCULO + ANO)
Nessa área da consciência existe o medo de dar e
receber assim como um medo da sensibilidade
do amor e da indiferença fria, que se traduz no
paradoxo desse estado. Se você é capaz de inver-
ter a desconfiança no que se conhece para a
confiança no desconhecimento, será capaz de
estabelecer uma conexão consciente e com o seu
destino. Existe o medo de escolher, em confiar e
de se comprometer assim como dúvidas em
relação ao seu futuro e próprio despertar, mas o
seu destino é servir a Verdade e expressar a beleza
da Alma.
POSIÇÃO MISSÃO (SOMA DE TUDO)
O aprendizado do número nessa posição é ser
capaz de expressar o amor, de se abrir e de desco-
brir velhas feridas para que elas sarem. É o espaço
onde as palavras te tocam e você toca as pessoas
com suas palavras. Existe a capacidade de tomar
decisões e de falar e ouvir a verdade. Está relacio-
nada à expressão da confiança, da dúvida, da
indiferença, da indecisão da sensibilidade ou da
falta dela.
5
CORPO FÍSICO
“Professor / Equilíbrio”
GURU ARJAN DEV JI
SACRIFICIO, EQUILIBRIO, PROFESSOR
Uso minha força e recursos para o bem de todos?
O corpo físico é o templo onde os outros nove
corpos revelam suas partes. Dá a capacidade de
sacrificar-se para se tornar sagrado e a habilidade
de equilibrar todas as partes de sua vida. Se forte
representa o professor, que é capaz de pegar
ideias abstratas e explicá-las a qualquer um, de
qualquer idade, inteligência ou estilo de vida,
sendo capaz de trazer a informação para uma
forma concreta e realista.
É a metade de dez, é considerado a ponte, o equi-
líbrio. Está no centro do círculo, torna-se um
número de integração. Na garganta o centro de
equilíbrio entre a mente e o corpo. Indica todos
os pares 5/10 - 1/9 - 2/8 - 3/7 - 4/6. Por isso,
sente que está, realmente no centro de todas as
coisas, goste disso ou não.
MANTRA
KARTA PURKH
Comunicação: habilidade de trazer a informação
para uma forma concreta e realista. Inteligência
para aplicar o abstrato. Tem rapidez para escolher
o dharma sobre o karma. Integridade. Sugere a
superação do humano para outro terreno além.
Superação com poder de sacrificar-se.
Tem o poder de ir aos extremos da experiência
para aprender: limite do físico, muito social ou
totalmente antissocial. É capaz de trabalhar duro
passando a noite ou ficar o dia todo sem fazer
nada. Acaba como um exemplo para outros.
FRACO
Falta equilíbrio na realidade interior e exterior,
sente-se no centro do Universo, ciumento, com-
petitivo, ingrato, irritado dificuldade de expres-
sar-se verbalmente, medo de ensinar.
FORTE
Poder de sacrifício, habilidade de equilibrar todas
as partes da vida, flexível, comunicativo,
eloquente, vive e deixa viver, compartilha sua
vida sem dificuldade. Tem habilidade de falar
com o outro no seu próprio nível.
EQUILÍBRIO
Exercitar-se regularmente. Ensinar. “Sua vontade
Senhor, é a minha vontade”.
POSIÇÃO ALMA (DIA)
Existe a necessidade de vivenciar os paradoxos da
78
vida enquanto se relaciona com os aspectos ativos
e passivos de si mesmo e de processar a confusão
de ser ativo enquanto permanece fixo.
Necessidade de encontrar um ponto de equilí-
brio em meio às mudanças constantes de estado
do corpo físico: sono/desperto; fome / saciedade;
ação / inação; frio / calor; saudável / doente; dor
/ prazer; e de ser capaz de traduzir as experiências
advindas desses estados em aprendizado. Aqui é
onde você sente que o mundo precisa de você e
você precisa do mundo. Há uma forte necessida-
de de ser ouvido como um meio de encontrar o
seu centro.
Através da comunicação é estabelecida a ligação
com a Alma e o poder do infinito pode fluir.
Pode tanto se recarregar quanto se exaurir através
do uso da voz, mas primeiro é preciso aprender a
se ouvir. Apesar da necessidade de falar pode
acabar ficando sem palavras ou sem voz. Necessi-
dade de comunicar o seu anseio mais profundo
porém uma tendência a negá-lo.
POSIÇÃO KARMA (MÊS)
O número 5 nessa posição indica que existe um
conflito com a comunicação. A base desse confli-
to é o desejo de ser notado versus o medo de estar
em posição de visibilidade.
É através da comunicação que existe a possibili-
dade de compreender o mundo ao redor e de se
compreender. Falando você é capaz de transfor-
mar crenças em ações e de interpretar as ações
como expressões de crenças. Culpado por falar, e
falando em culpa e perdão. Busca por um lugar
onde possa ser ouvido. Olhos que falam. Vê
através de suas palavras, mas também se mostra e
se esconde através delas. Pode usar sua voz como
um espaço de aprendizado, mas se não fizer as
perguntas, pode sentir que não possui espaço.
POSIÇÃO TALENTO / DOM / PRESENTE
DIVINO (ANO)
Seu maior dom é o equilíbrio e a comunicação e
é através dela que você é capaz de aprender e
ensinar. Facilidade de utilizar o corpo como uma
antena que capta através dos sentidos, transmite
 6
através do sistema nervoso e traduz em informa-
ção compreensível os estímulos na forma de
conhecimento.
LINHA DO ARCO
“Pessoa em Oração”
Existe uma necessidade de ser ouvido, principal-
GURU HARGOBIND
mente pela mãe ou figura materna. Sua comuni-
JUSTIÇA, PROJEÇÃO E PROTEÇÃO
cação é uma questão de sobrevivência e essa preo-
cupação é expressa verbalmente. Sua própria voz
Sou capaz de manifestar minhas metas?
é um importante ponto de referência por ter a capa-
Faço isso com integridade?
cidade de estar consistentemente presente e ainda
sim sempre mudando em forma e conteúdo.
A linha do arco vai de um lóbulo da orelha a
Haverá um tipo de persistência em sua voz, que
outra, atravessando a linha do cabelo e sobrance-
poderá irritar outros até que aprenda a refiná-la.
lhas. É o núcleo da aura. As mulheres tem um
segundo campo que vai de um mamilo a outro.
Áreas de relevância nessa posição são: comunica-
ção, síntese, conhecimento, ensinar, aprender,
A linha do arco é a projeção de sua radiancia. Dá
experiência, experimentação, equilíbrio, saúde,
habilidade de focar, se concentrar e meditar. Em
inteireza, habilidades sociais, sacrifício, troca.
conjunto com a glândula pituitária, regula o
Capacidade de aprender através de suas frustra-
sistema nervoso e glandular, desta maneira prote-
ções e a capacidade de educar sua frustração.
gendo o centro do coração.
POSIÇÃO DESTINO (SÉCULO + ANO)
É um corpo que está além dos sentidos, está
conectado com o sexto sentido. Glândulas pineal
Nessa posição existe o medo de existir e ainda
e pituitária, hemisférios direito e esquerdo. Não
assim o medo de sacrificar essa existência assim
podemos viver a experiência do 6 sem estarmos
como o medo de comunicar e relacionar e da
ancorados no 4 e sua neutralidade. Possibilita a
ausência desse contato. Acolher o paradoxo desse
relação com o desconhecido. Estar aberto para
aspecto da consciência ao invés de tentar resolver,
sentir, o que envolve conforto na vulnerabilida-
é o caminho para o seu destino. Existe o medo do
de. Dor sem sofrimento. Sentir é essencial para a
equilíbrio e do desequilíbrio, mas o seu destino é
experiência humana. Mantra: Nirpou.
ser o equilíbrio do desequilíbrio e a instabilidade
no estável.
A linha do arco é um instrumento de sensibilida-
de, de vibrações sutis. Compreendendo que o
Poder de comunicar e se integrar no tempo/espa-
sutil não é racional e não pode ser medido pela
ço de uma maneira equilibrada e eficaz.
mente nos confrontamos com as questões de
medo ou fé. Diferença entre inocência e ingenui-
POSIÇÃO MISSÃO (SOMA DE TUDO)
dade.
Nessa posição o número cinco indica uma preocu-
MANTRA
pação acentuada com a saúde do corpo físico e uma
NIRPHAU
grande quantidade de energia nervosa. Na relação
com o parceiro (a) pode haver uma indisposição em
FRACO
sacrificar qualquer coisa, como se a própria relação
ou casamento fosse consigo mesmo. Ao mesmo
Desequilíbrio glandular, confusão mental, altera-
tempo uma tendência a se colocar como um mártir
ções de ânimo, influência psíquica. Experiência
para o seu parceiro. Existe a coragem para mudar e
as dificuldades com crises ao invés de encarar
para falar e suas palavras podem ser transformado-
como uma benção. Irresponsabilidade, descuida-
ras. O centro de sua estabilidade pode ser encontra-
do, paralisa pelo medo. Fé cega, falta de interes-
do na mudança contínua.
se.

79
FORTE
Equilíbrio entre físico e o material, intuição,
concentração, projeção e força mental, psicogra-
fia, premunição. A fala a partir do silêncio, não
importa quão se fale nunca quebra o silêncio.
EQUILÍBRIO
Despertar a glândula pituitária, o terceiro olho.
POSIÇÃO ALMA (DIA)
Nessa posição é sentida a necessidade de assumir
a responsabilidade por outros, mas ao mesmo
tempo um anseio pela liberdade assim como pela
beleza e romance. Pode haver uma recusa em ter
essas qualidades em sua vida, por isso o senti-
mento de ausência deles.
O seu poder pode ser realizado ao assumir a
responsabilidade por si mesmo diante do desco-
nhecido. Isso pode ser feito pela fé que representa
a manifestação do poder da Alma. Existe o medo
da necessidade e a necessidade de sentir medo,
assim como o medo da perda e da separação, mas
com a possibilidade de perder e de se separar dos
seus próprios medos. Existe uma conexão do
número 6 com as mãos no sentido espiritual,
como na imagem de uma parteira espiritual. A
ideia de uma parteira espiritual, representa
aquela não com a função de trazer as pessoas ao
mundo, mas de levá-las além, através dos portais
da morte.
POSIÇÃO KARMA (MÊS)
Sentimentos de culpa quanto a própria beleza,
embaraço. Culpa de sentir medo e medo de
sentir culpa. Tendência a assumir responsabilida-
des devido à culpa. Medo do passado se repetir e
medo de julgamentos, o que pode fazer com que
evite o conflito e não lute pela justiça. O grande
desafio é ser capaz de agir a partir do silêncio ao
invés de se calar e não agir quando é necessário.
Pode haver medo da alegria, mas rir pode ser
muito liberador. Há um conflito interno entre
procurar um lugar onde possa lutar ou procurar
evitar qualquer tipo de conflito. Beleza nos olhos,
olhos cheios de medo, mostrando e escondendo
seus medos e sua beleza.
80
POSIÇÃO TALENTO / DOM / PRESENTE
DIVINO (ANO)
Seu talento é estimulado sempre que o mundo
exige que assuma uma responsabilidade e para
você isso pode começar com o senso de responsa-
bilidade para com sua mãe. O melhor a fazer é
assumir a responsabilidade pelo seu próprio
estado de paz e descanso.
O 6 tem relação com choque e nessa posição o
próprio nascimento pode ter sido um grande
choque para você. Você pode ter sentido medo
de nascer, mas ao mesmo tempo uma urgência.
Ser capaz de ir além dessa surpresa é perceber que
o seu talento é ser uma surpresa para o mundo.
Seu lar pode ser um lugar para acolher a música e
a arte e a expressão dela, assim como a beleza.
Cantando em sua casa você se sente em casa e o
seu lar pode ser um lugar secreto ou um lugar de
segredos, onde a paz é a justiça e a justiça é a paz.
Pode haver um medo do lar e em se acomodar e
você pode acabar se acomodando no medo.
As características expressas pela linha do arco
nessa posição são: harmonia, beleza, graça,
introspecção, justiça, consciência de grupo,
medo e a ausência dele, cuidado e negligência e a
capacidade de manter segredos.
POSIÇÃO DESTINO (SÉCULO + ANO)
O medo de não ter uma opinião pode levar à um
diálogo interno sem fim, a procura da melhor
opinião ainda que se tenha medo de ter uma.
Seu destino é se colocar na vida escolhendo uma
posição e vivendo por ela. Seu destino é ser capaz
de transformar os ventos do medo que o detêm
em um que o propulsione e o preencha de poder
para viver. Nessa posição o medo da liberdade
pode se tornar a liberdade do medo.
Existe o medo da responsabilidade pela injustiça
e de falar dela mas ao mesmo tempo um medo da
conformidade. Existe o medo do silêncio, da
beleza, do medo e do futuro, do desconhecido e
do próprio destino. Mas você também é capaz de
perceber a beleza do medo, o silêncio que vem do
medo e o verdadeiro silenciar do medo, então
existe a possibilidade de se tornar destemido.
A maior canção é a canção da liberdade e é a
canção do guerreiro. A liberdade vem do traba-
lho apropriado e esse trabalho é pela liberdade
coletiva. Essa liberdade não diz respeito a assumir
a responsabilidade pela liberdade de outros, mas
de realizar a consciência de comunidade.
POSIÇÃO MISSÃO (SOMA DE TUDO)
Romântico e expressivo mas tende a falar para
ouvir a si mesmo. É onde você expressa seu amor
pela música, pela arte e pela beleza, mas por medo
evita conflitos ainda que se preocupe com a justiça.
Pode ser que você tente muito agradar os outros
e mantenha sua dor interior em segredo, com
medo de falar mas medos precisam ser falados.
Você pode acabar revelando involuntariamente
segredos confidenciados mesmo que tente evitar.
É a área onde se aprende a falar pela verdade e
você possui a habilidade e a coragem para falar a
partir do silêncio e de ouvi-lo.
7
AURA
“Plataforma para a elevação”
GURU HAR RAI
PERDÃO, SEGURANÇA E AMOR
Sinto-me seguro dentro do amor universal?
Não hesito em elevar os outros assim como a
mim mesmo?
O campo eletromagnético que envolve o corpo é
chamado Aura. Aumenta a força vital e a pessoa
se sente segura e protegida, se expande e sua
presença eleva outros. Ela é a proteção que atrai
positividade e repele negatividade.
Quando forte nossa aura funciona como receptá-
culo da nossa força vital, permitindo que se
expande, até o nível onde se sente seguro e confi-
ável.
Através da aura você pode atrair ou repelir
alguém. Tudo está contido na aura, seu orgulho e
fama, culpa e vergonha. É como uma miragem,
uma projeção sem substancia. É o sinal de algo,
mas não é a coisa em si.
81
MANTRA
NIRVER
FRACO
Influencia externa, defensiva, reações exageradas,
paranoia, preso nos pensamentos. Conectado
com os planos astrais onde há muitas almas espe-
rando para processar seus karmas. Cinismo,
ceticismo. Auto importância que aprisiona o
espírito. Culpa, remorso, arrependimentos,
ressentimentos. Todas as doenças começam
primeiro na aura.
FORTE
Envolve e eleva, coragem, comprometimento,
inspira os demais, força vital. Pratica de dharma
através da liberação da sombra, perdão, miseri-
córdia, compaixão. Sensibilidade com o outro.
Seu combustível é prana. Sua alegria é a sua
própria companhia. O teu próprio ser é a fonte
de autoconfiança, coragem para ir de encontro
aos outros. Não é conduzido pelo orgulho do
ego, mas pela dignidade da alma.
EQUILÍBRIO
Meditar. Usar roupas brancas de fibra natural.
POSIÇÃO ALMA (DIA)
A principal expressão do 7 nessa posição é a
necessidade de saber e entender. Também há a
necessidade de enxergar, porém a ausência do
enxergar. A falta de controle determina uma
necessidade de controlar, até mesmo o que não
pode ser controlado. Existe a tentativa de contro-
lar suas necessidades por se sentir controlado por
elas, e a necessidade de fazer planos, independen-
te deles serem necessários. A necessidade é algo
difícil de se equilibrar por isso você pode tentar
encobrir suas necessidades. Você provavelmente
usa a culpa que é a projeção de uma imagem
sobre alguém e esconde a verdade que é a sua
necessidade de realmente enxergar. É necessário
aprender a perdoar e o perdão precisa que você o
reconheça.
Aqui existe o perigo de muitos “deve” e “não
deve” e uma busca interminável pelo porquê das
coisas. Você pode encontrar poder ao fazer essas
perguntas em qualificá-la de qualquer maneira.
Sendo capaz de desfrutar o prazer no pesar você
também pode sentir o pesar do prazer que o leva
a uma natureza contemplativa. A necessidade de
resgatar outros e de ser protetor, podendo ter
começado com seu pai, pode se tornar uma
necessidade de aprisionar. Existe a necessidade de
julgar mas também o julgamento das necessida-
des como forma de inibir suas expressões.
POSIÇÃO KARMA (MÊS)
Na relação com o mundo o 7 pode te influenciar
a agir como um rei que possui as respostas para
todas as perguntas e a criar regras para todas as
coisas para dar um sentido ao seu reinado. Você
gosta de estar no controle, mas precisa aprender a
ver o trabalho do Criador que é o único verdadei-
ro controlador.
Você tem uma acuidade visual forte, a menos que
cegado pelo seus ressentimentos e é capaz de
trabalhar em qualquer área que demande habili-
dades gráficas. Orgulho para encobrir a culpa e
culpa por sentir orgulho. Capacidade de vingan-
ça e do perdão. As imagens do passado tendem a
ser revistas nos olhos da mente. Olhos de julga-
mento ou misericórdia, fantasmas (fica revendo o
passado) nos olhos, visão interior. Você busca por
um lugar de onde possa enxergar todo desenrolar
dos acontecimentos com clareza. Você quer
entender, mas não entende que você é a resposta
para sua pergunta.
POSIÇÃO TALENTO / DOM / PRESENTE
DIVINO (ANO)
Com o dom do 7 existe a tendência a desempe-
nhar um papel arquétipo na vida, que pode tanto
ser imposto ou um admirável modelo para os
outros. Isto está diretamente relacionada à sua
visão interior assim como à sua visão impessoal.
Algumas das manifestações do corpo da aura são:
proteção, misericórdia, perdão, tendência a se
culpar ou aos outros, ressentimento, confiança,
inferioridade, sabedoria, solidão e solitude, sensi-
tividade, reatividade, orgulho, conceitos intelec-
tuais, ceticismo e cinismo. Nessa posição você
quer ser capaz de ver e proteger à sua mãe e pode
haver uma grande busca pela sua origem através
de explanações. Seu lar é uma prisão ou uma
82
proteção. Você deseja ser um rei em casa ou se
sentir em casa quando se tornar um rei. O lar é
uma construção psíquica. A aura pode começar a
se desenvolver para além da nossa herança fami-
liar quando nós começamos a entender a possibi-
lidade de um ser absoluto que permeia todas as
coisas, uma consciência cósmica da qual nós
somos apenas uma pequena porção.
POSIÇÃO DESTINO (SÉCULO + ANO)
O destino número 7 precisa enfrentar o medo de
não entender e também o medo de estar errado.
No entanto às vezes também existe o medo saber
e de estar certo. Você vai de encontro com o seu
destino quando entende que ele nasce da Fé e
quando o preenche ele eleva todos acima de si
mesmo. Pode surgir o medo de que o desconhe-
cido esteja no controle mas que também pode se
tornar o entendimento de que assim é, e de ser
coroado pelo desconhecido ao invés de ser gover-
nado pelo medo.
O medo de não ser compreendido pode na
verdade esconder o medo de ser compreendido.
Você pode tentar estar no controle do medo,
porém todos os seus esforços te fazem ser contro-
lado por ele, o que paralisa sua capacidade de
controle.
O modo de se liberar do medo não é pelas expla-
nações ou buscando o motivo, mas permitindo
que ele exista e sentindo ele. Aqui existe o medo
do passado se repetir, mas você tem o possível
destino de ser liberado de todas as condições do
passado. Esse medo da repetição pode se trans-
formar em um medo de perdoar e de ser perdoa-
do, porém o seu destino é de mostrar absoluta
misericórdia e bondade e de se permitir receber o
mesmo.
POSIÇÃO MISSÃO (SOMA DE TUDO)
A capacidade de elevar e de proteger fazem parte
dessa sétima expressão. É onde você faz inimigos
e os perdoa. É onde você fala para saber e fala
como se soubesse. Você pode ter sentimentos de
superioridade ou inferioridade em relação ao seu
parceiro e é onde aprende a falar com misericór-
dia apesar de ainda falar o que vê. Você fala
através da escrita. Você fala para controlar e é
controlado pela palavra. Existe a coragem e a
capacidade de conhecer e de ser conhecido, assim
como de perdoar.
8
CORPO PRANICO
“Do Finito ao Infinito”
GURU HAR KRISHAN
PUREZA, ENERGIA, DESTEMOR
E AUTO INDICAÇÃO
Abraço a vida com destemor? Tenho energia
suficiente para realizar minhas metas?
É através da respiração que traz energia vital para
todo o seu sistema. Isto permite sentir-se deste-
mido, cheio de vida e uno com toda a criação.
Chi ou Prana. Não é uma energia pessoal, é uma
fonte do infinito. Os dois círculos representam o
relacionamento entre o finito e o infinito, sugere
movimento continuo. Não precisa do status de
autoridade. Desequilíbrio no corpo 8 pode criar
retenção de líquido, força, abuso de autoridade
tendência de viver a vida a partir do sonho não
da realidade. Pode ser abusivo e usa mal o poder
da vontade.
MANTRA
AKAL MURET
FRACO
Tendência a enfermidades. Ansiedade, busca por
estimulantes externos, centro do coração fecha-
do, defensiva, medo. Fadiga crônica. Tentativa de
extrair energia de estimulantes. Escapismo,
manipulação, cabeça aérea. Bastante ativo no
negativo, fatalista, ideias suicidas.
FORTE
Sua respiração é profunda e relaxada. Nada o
aborrece. Você tem motivação própria e energia
suficiente para atingir suas metas. Equilibra as 3
mentes, poder curativo através do toque e do
olhar, energia vital, reservatório de energia.
Pureza, limpeza, clareza mental, liberação do
caos. Foco no agora. Conexão com astral.
EQUILÍBRIO
Todos os Pranayamas.
83
POSIÇÃO ALMA (DIA)
Com esse número sua ligação com a Alma se
torna mais transparente e traz a necessidade do
poder assim como o poder da necessidade, que
pode ser expresso pela fome de dinheiro ou
prana.
O estado sonhador pode ser uma fraqueza, mas o
acesso às alturas também significa que você pode
trabalhar como um canal para a energia de cura.
Nessa posição, é muito importante lembrar da
natureza infinita da necessidade, ou ela poderá te
consumir. Negar o poder da necessidade também
não ajuda ao invés disso você pode se utilizar da
necessidade de pureza para garantir a pureza do
seu relacionamento com o poder para que assim
o poder possa ser a sua pureza e a pureza o seu
poder. Existe uma necessidade compassiva e uma
necessidade de compaixão, mas apenas quando
você dá o que precisa é que recebe de volta. É
preciso cuidado com a forma autoritária com que
nega a autoridade.
POSIÇÃO KARMA (MÊS)
Na relação com o mundo o 8 te dá o desafio de
aceitar o poder de sua existência sem abusá-lo.
Você pode achar difícil respeitar qualquer autori-
dade que as pessoas declaram ter, a menos que
seja uma expressão do ser interior e da lua que
elas são. Você pode preferir viver em seus sonhos
e achar que falta profundidade no mundo ordi-
nário, mas o seu desafio é trazer essa profundida-
de para o mundo. Olhos de pureza, poder, com-
paixão infinita e fluida, mostrando e escondendo
sua energia. Infinitos olhos são olhos para ver o
infinito. Você busca em seus sonhos por um lugar
de pureza, mas é o seu dever trazer pureza para
todas as instancias da sua vida.
POSIÇÃO TALENTO / DOM / PRESENTE
DIVINO (ANO)
A medida que nos sintonizamos com o nosso
corpo prânico nos conectamos conscientemente
com o infinito sem ter que deixar o corpo físico.
O talento 8 inclui a capacidade latente de canali-
zar o prana para a cura de outros, sendo a cura a
morte da doença. A vida pode frequentemente
lembrar que o destino final de todos os seres está
além dos portais da morte e que por algum
mistério sua integridade existe através do canal
entre a vida e a morte. Realizar isso ajuda a reco-
nhecer que sua integridade não morre e que de
fato é a única coisa que sobrevive.
A atividade do corpo prânico cria questões como:
pureza, seriedade, cuidado, sonho, cura, limpeza,
habilidades de execução, autoridade, liderança,
sabedoria, o uso e abuso do poder, fatalismo e
compaixão. Você pode ter sido uma mãe para sua
mãe e involuntariamente age como uma mãe
para outros. Sua identificação com a eternidade
pode fazê-lo bastante sonhador ou te fazer pensar
que você é apenas um sonho. É importante
lembrar que fisicamente você não é infinito,
apesar de espiritualmente o ser. O lar é um
sonho, sonhando em casa e sonhando com o lar
ideal e você sente saudades do seu lar espiritual.
O lar é a cura e ser curado é voltar para casa. Você
limpa a casa e se sente em casa com a limpeza e a
pureza.
POSIÇÃO DESTINO (SÉCULO + ANO)
Nessa posição existe o medo da morte e a morte
do medo. A transformação do medo dá a possibi-
lidade de liberar o medo de outros através de
permitir que ele morra. Também existe o medo
do poder e o poder do medo assim como o medo
do abuso de poder. A melhor forma de lidar com
esse medo é assumindo a responsabilidade pelo
seu próprio relacionamento com o poder.
Seu destino é curar a si mesmo e aos outros
através da morte, não necessariamente física mas
permitindo que seu processo ocorra para que
possa haver a redescoberta da vida. Existe o medo
dos sonhos e o medo sonhador (imaginário)
significa que sua intuição funciona de forma
sonhadora. Poder é dinheiro e o dinheiro é
poder, de modo que você pode ter medo do
dinheiro e de dar e receber riquezas. Ser um cura-
dor é ser espiritualmente próspero no sentido de
que sua conta espiritual transborda de prana ou
chi, que pode lavar as doenças e enfermidades de
outros. Seu destino está relacionado com as mãos
e é aqui que você sente esse poder.
POSIÇÃO MISSÃO (SOMA DE TUDO)
Nessa posição existe a preocupação com a limpe-
za, a pureza e a sabedoria. Seus pensamentos
84
podem ser experiências e você pode ser muito
sério. Suas palavras podem ser curadoras, mas
você pode ser bastante sonhador. Você tem poder
e autoridade no relacionamento com seu parcei-
ro. Você precisa aprender sobre compaixão, mas
ainda assim pode haver pureza e o puro compar-
tilhar com o outro. Existe a habilidade e a cora-
gem de morrer para a palavra, através dela, nela e
como ela, e de falar e ouvir o som da morte.
9
CORPO SUTIL
“Maestria ou Mistério”
GURU TEG BAHADUR DEV JI
CALMA, SUTILEZA E MAESTRIA
Sou sutil e sensível e consigo penetrar além
da superficialidade? Qual é o propósito
verdadeiro da vida?
O corpo sutil ajuda a enxergar além das realida-
des imediatas da vida. O corpo sutil e o corpo
alma são intrinsecamente conectados. O corpo
sutil é quem transporta a alma no momento da
morte.
MANTRA
ADJUNI
FRACO
Pode ser ingênuo e facilmente enganado. Grosse-
ria, rudes na fala, falta de paz, cinismo, inquietude,
dispersão, perfeccionismo. Desejo por doce. Pula
de uma coisa para a outra, sem propósitos. Disper-
sa a energia facilmente, cansaço. Falta de calma
cria pressão. Tirano e insensível na comunicação.
FORTE
Grande sutileza e uma calma poderosa. Inteli-
gência, facilidade de aprendizado, tranquilidade,
resolve rapidamente as situações. Maestria ao
invés de mistério. Consegue sair da proposta
pessoal e entrar na Universal.
EQUILÍBRIO
Fazer qualquer kriya ou meditação durante
1.000 dias.
POSIÇÃO ALMA (DIA)
Dificuldade de entender a si mesmo e de perce-
ber até onde deve ir... não se trata com sutileza,
pode ser um tanto rude consigo mesmo. Vê a
vida como um algo que se mostra e se esconde.
POSIÇÃO KARMA (MÊS)
Dificuldade em compreender o outro e a vida,
dificuldade de perceber os limites do outro, da
situação lida sem sutileza, pode machucar o
outro! Se surpreende de como o outro o vê e lida
com a situação é inconstante, salta de um projeto
a outro. Dificuldade de compreender.
POSIÇÃO TALENTO / DOM / PRESENTE
DIVINO (ANO)
Percebe o sutil em tudo, em todos, nas relações,
nas situações. Tem profundo entendimento de
tudo! Seu corpo sutil neutraliza qualquer negati-
vidade interna ou externa
POSIÇÃO DESTINO (SÉCULO + ANO)
Aprendeu a acessar todas as informações, a enxer-
gar além das aparências. Este estado de consciên-
cia lhe dá calma e serenidade perante qualquer
situação, pois tem compreensão.
POSIÇÃO MISSÃO (SOMA DE TUDO)
Encontrará sua realização se aprender a comuni-
car-se corretamente, se desenvolver sua 3a. visão,
a sutileza e a perspicácia. Deverá conquistar a
Maestria do Conhecimento para ensinar com
harmonia e serenidade. Deve ter atenção cons-
tante para não machucar as pessoas ou a si
mesmo. Capacidade intuitiva, ligação direta com
o Cosmos e acesso ao livro akáshico.
10
CORPO RADIANTE
“Tudo ou Nada”
GURU GOBIND SINGH
CORAGEM REAL, RADIÄNCIA
E NOBREZA
A minha vida é um exemplo de coragem
realeza e criatividade?
85
O corpo radiante lhe dá uma realidade espiritual
e radiante, que o torna corajoso diante de qual-
quer obstáculo. Você manifesta uma presença
magnética e consegue o respeito de todos que o
conhecem. Você aborda a vida com uma atitude
de tudo ou nada e você rende 110%. É como
milhões de sóis, que não tem centro, mas onde
tudo é seu centro. Quando há a realização de que
se é a graça de Deus. A luz deste corpo é o que se
pode chamar de anjo da guarda.
A sabedoria existente atrás de uma tarefa, que dá
a certeza concluí-la, vem da décima dimensão.
Contudo, sem esta força nós nunca começamos
coisa nenhuma. Nesta conexão sempre o produ-
to final será algo totalmente novo. Ficando livres
para se engajar totalmente no movimento onde
quer que façamos.
MANTRA
SÉPHANG
FRACO
Evita enfrentar qualquer conflito, precisa chamar
a atenção, exibicionismo ou inibição, orgulho,
insegurança. Nada é possível. Raiva, confusão.
FORTE
Presença magnética, graciosidade, brilhantismo,
determinação e vigor, 110% de envolvimento.
Tudo é possível, transcendência.
EQUILÍBRIO
Compromisso. Não cortar o cabelo.
POSIÇÃO ALMA (DIA)
Tendência a ter baixa auto estima. Se afeta pelo
que percebe em si e que gostaria de mudar.
Receio das coisas não darem certo. Tende a quase
convencer a si mesmo de que não é capaz de fazer
com que as coisas aconteçam.
POSIÇÃO KARMA (MÊS)
Tendência a pensar mais no que não fez, no que
não obteve ainda, no que falta realizar. Pode ter a
impressão que falta energia e determinação.
Tendência a perder o controle. Tendência a não
gostar de se comprometer com projetos, responsa-
bilidades ou coloca projetos como prioridade nº 1,
desqualificando outras situações. Não confronta
ou confronta com dureza: tudo ou nada.
POSIÇÃO TALENTO / DOM / PRESENTE
DIVINO (ANO)
Sua natural radiância o protege em qualquer
situação. Nada pode lhe afetar porque seu Corpo
Radiante neutraliza a negatividade interna ou
externa. Irradia luz. Tem brilho. Enverga mas
não cai, não quebra.
POSIÇÃO DESTINO (SÉCULO + ANO)
Tem naturalmente uma Presença Magnética!
Aprendeu a controlar seu radicalismo. Ganha o
respeito de todos por seu coração e determinação
POSIÇÃO MISSÃO (SOMA DE TUDO)
Seu objetivo é usar o coração, saber perdoar,
alcançar excelência sem ser radical. Desafio de
manter seu brilho: em alguns momentos brilha e
em outros, se apaga. Inspirar os outros a encon-
trar a excelência e o brilho em sua própria Alma.
11
CASA DE COMANDO
HARMONIA PARALELA
“Infinito”
SIRI GURU GRANTH SAHIB – SADHU
(Santo) VISÃO DIVINA, VERDADE EM
TUDO
A minha verdade é Sat Nam? Permito que
o Infinito flua através de mim?
Implica num permanente paralelo entre o grande
e o pequeno. Na sua maior expressão é estar em
unidade Universal. Deus em mim, eu em Deus.
Estado Sagrado. O contrário é competição,
dúvida, medo, julgamento, rejeição e exigência.
Sua graça é ir além de tudo e ainda assim existir
como um indivíduo em relação ao todo. Onze
representa a corrente do som, a fonte do indiví-
duo, a partir da qual todos os mantras se originam.
Neste estado de consciência você é capaz de reco-
86
nhecer Deus em tudo. Você pode dirigir o
funcionamento dos Dez Corpos através de sua
própria vontade.
MANTRA
GURPRASAD
FRACO
Há um anseio por algo completo, perfeito, exces-
so de controle e exigência consigo e com os
outros, materialismo e ceticismo.
FORTE
Confere ao indivíduo flexibilidade e o domínio
natural para expressar qualquer um dos dez
corpos de maneira satisfatória. Experiência da
transcendência, do mergulho e comunhão com o
Sagrado, com o Divino presente em tudo e em
todas as coisas.
EQUILÍBRIO
Naam Simran ou recitações meditativas das pala-
vras do Sri Guru Granth Sahib Ji.
POSIÇÃO ALMA (DIA)
Pode ficar preso às necessidades que não foram
satisfeitas quando criança.
Deseja resolver tudo, acreditando ser o próprio
Mestre, mas não visualiza como conseguir. Pode
gerar ansiedade e insatisfação!
POSIÇÃO KARMA (MÊS)
Pode se envolver com as miragens do mundo e
ter excesso de preocupação com o corpo, dinhei-
ro, sua imagem, com o material; tudo tem que
ser perfeito! Pressiona a si mesmo de mais e se
preocupa muito. Quer ter controle sobre tudo e
todos!
POSIÇÃO TALENTO / DOM / PRESENTE
DIVINO (ANO)
Capaz de expressar a energia e sabedoria dos 10
corpos! Sabe como lidar com tudo contatando
qualquer parte do seu ser quando necessário.
Equilíbrio / fluência!
POSIÇÃO DESTINO (SÉCULO + ANO)

Aprendeu a manifestar sua sabedoria. Aceita o

imutável, sabe que a importância está em como
trabalhar a situação. Sintoniza com a sabedoria
Divina.

POSIÇÃO MISSÃO (SOMA DE TUDO)

Através de um trabalho longo e paciente busca

alcançar a TOTALIDADE sua missão é sintoni-
zar com a Sabedoria Divina, fluir nos ensinamen-
tos e método escolhido e avançar interiormente.
Mudar os esquemas programados que determi-
nam a personalidade e captar o sentido do Ser.
Busca expandir a consciência, se eleva e leva aos
outros esta sabedoria através das relações, expres-
são e intercâmbio de energias.

87
 Estrutura
daaula e o papel
do professor

“A vida não é complicada. É muito mais simples.

Somos nós que tratamos de criar dificuldades.
Quando criamos hábitos, os hábitos nos criam.
Criamos dificuldades, graças às nossas inseguranças.”

Yogi Bhajan

88
SUGESTÕES, OBSERVAÇÕES
E INDICAÇÕES
a) Usar roupa branca e confortável, sendo que as
de fibras naturais são as melhores.
b) Fazer as práticas sobre uma pele ou um tecido
de algodão, seda ou lã isola o campo magnético.
c) Praticar descalço, sem meias para estimular as
terminações nervosas e poder transpirar.
d) Não comer duas ou três horas antes da prática.
No caso de líquidos, meia hora antes.
f ) As mulheres no período menstrual deverão
ficar mais atentas à resposta do seu corpo, redu-
zindo a intensidade das práticas mais fortes e
evitando a respiração de fogo.
g) Não praticar sob a influência de álcool ou
drogas.
ESTRUTURA DA PRÁTICA
1. CANTO DO MANTRA INICIAL
Adi Mantra
Ong Namo Guru Dev Namo
É a primeira tecnologia de um estudante ou
professor de Kundalini Yoga. É uma meditação.
É um estado de consciência. É a ligação entre
você, como uma personalidade finita, e você,
como um fluxo da infinita consciência que guia a
energia Kundalini. Nós sempre começamos uma
aula ou prática pessoal com este mantra. O que
segue é a explanação sobre o canto básico que
usamos para comeÁçar uma aula. É feito num
formato que você pode usar para transmiti-la aos
estudantes. Há também uma explanação sobre o
“Adi Mantra Completo” para usar numa medita-
ção individual e guia. Por último, há a “Medita-
ção de Adi Mantra” para autocura e oração.
Tente cada uma destas técnicas de tal forma que
você se torne um mestre de habilidade para colo-
car de lado seus próprios medos, orgulho, expec-
tativas e manipulações. Simplesmente deixe a
ligação da consciência ensinar você e ensinar
através de voceê. Para centrar-se em si mesmo
antes de uma série de Kundalini Yoga, nós canta-
mos o Adi Mantra de 3 a 5 vezes.
89
ADI significa: o primeiro primordial. MANTRA
é a criativa projeção da mente através do som.
Este mantra é a primeira ação criativa. Ele o
centra no mais alto ser e recorda a sua mente
mais inferior que não é o seu ego que praticará ou
ensinará Kundalini Yoga. É um convite para o
seu ser superior tomar o leme e o guia dos curso
da experiência. Tecnicamente é o mantra que liga
à Corrente Dourada.
A Corrente Dourada é uma centelha interior de
Kundalini que é passada de pessoa a pessoa, do
professor para o estudante, do guru para o
professor, do cosmos e de Deus para o Guru.
Cantando e fazendo a ligação, os exercícios e
meditação que você pratica são guiadas por sua
mais alta consciência e por todos os professores
que trouxeram esta oportunidade para você. Faz
você muito receptivo e sensível às mensagens de
seu corpo, mente, e intuição.
2. PRANAYAMA
Depois de cantar o Adi Mantra, é aconselhável
limpar os canais nervosos das fossas nasais, prati-
cando Pranayamas.
3. AQUECIMENTO
Levar em conta o Kriya escolhido e fazer o aque-
cimento adequado, de 5 a 10 minutos.
Sugestões básicas: flexões de coluna, alongamen-
to dos músculos e nervo da vida, borboleta, rã,
gato-vaca, estiramento das pernas, giros de
coluna e pescoço. Um aquecimento completo é o
Surya Namaskar.
4. KRIYA
Deixar anotado a forma e o tempo usado em
cada exercício (não alterar a ordem). Ao terminar
cada exercício, é aconselhável fazer uma inspira-
ção, reter (10 segundos), exalar e, mantendo
ainda a posição, pressionar Mulabhanda, para
consolidar o efeito do exercício e fazer a energia
circular para os centros superiores.
5. SAVASANA / RELAXAMENTO
Uma parte importante de todo kriya é o relaxa-
mento, geralmente em Savana (postura do cadá-
ver). É feito ao final da série ou Kriya e deve
durar de 5 a 10 minutos, a menos que se especifi-
que outro tempo. Para o Savasana deita-se sobre
as costas, braços esticados ao longo do corpo com
as palmas das mãos voltadas para cima e uma
respiração longa e profunda.
PARA VOLTAR DO SAVASANA
1. Mexer dedos das mãos e dos pés.
2. Fazer pequenos círculos com os pés e as mãos.
3. Estiramento do gato para ativar o campo mag-
nético.
4. Abraçar os joelhos e levar testa em direção aos
joelhos.
5. Esfregar as mãos e as solas dos pés.
6. Fazer um balanço sobre as costas, com os
joelhos abraçados no peito, girando para frente e
para trás, de 3 a 5 vezes.
7. Sentar-se em posição fácil.
6. MEDITAÇÃO
Utilizar somente meditações de Kundalini Yoga,
sempre que possível sincronizando o trabalho do
Kriya com a meditação. Para inciantes começar
com o tempo de 3 minutos. Já para alunos mais
avançados, 11 minutos no mínimo ou mais.
Uma vez terminada a meditação, recomend-se
ficar, pelo menos 1 minuto, com as mãos relaxa-
das sobre os joelhos, em silêncio, observando o
espaço interior que se cria após a meditação.
7. FINALIZAÇÃO
Sentado em postura fácil, coloca-se as mãos em
mudra de oração, numa atitude de gratidão, para
cantar a “Canção do Sol”. Após a canção, entoa-
-se o mantra Sat Nam, por 3 vezes. A duração do
SAT é 7 vezes maior que o NAM.
SOBRE ENSINAR
KUNDALINI YOGA
“Alguns de vocês se tornarão grandes professo-
res da Era de Aquário. Você deve entender que
90
você tem que construir seu caráter primeiro.
Cuide-se, seja gentil com você mesmo, seja
compassivo para você. É isso que voceê precisa
fazer”.
Yogi Bhajan
O mundo do Kundalini Yoga está aqui para que
o explore e o adapte a sua vida. É uma disciplina
que trabalha completamente sobre seu sistema
nervoso e glandular, prepara a mente para a clari-
dade e uso otimizado, revive seu sentido de cons-
ciência e lhe dá grande energia para expressar a
sua criatividade. A palavra Kundalini significa
“consciência” e o potencial escondido dessa cons-
ciência é a grandeza da qual você é capaz. Na
tradição yogica, a energia Kundalini é representa-
da como uma serpente enrolada, colocada em
estado latente, na base da coluna. Elevar a Kun-
dalini é despertar e reviver esta energia criativa.
Kundalini Yoga pode ser praticado por qualquer
pessoa, progredindo gradualmente, de acordo
com as instruções. Em 1969, um Mestre reco-
nhecido de Kundalini Yoga, Yogi Bhajan, reco-
nheceu a necessidade de disseminar estas práti-
cas. Ele codificou e liberou os ensinamentos.
Começou a treinar professores para que compar-
tilhassem estas técnicas tão valiosas com a huma-
nidade nos Estados Unidos e ao redor do mundo.
A medida que a nossa sociedade avança tecnolo-
gicamente, nosso mundo está crescendo como
“uma vila mundial”, sendo que cada parte do
mundo está sendo afetada por outras partes. As
transformações estão se fazendo rapidamente e o
stress sobre o sistema nervoso é maior. A ciência
interna da mente é a ferramenta que nos permiti-
rá enfrentar a pressão da mudança dos tempos. É
a mente que interpreta o mundo em nós mesmos
e é ela que temos de treinar para guiar o fluxo de
impulsos.
COMO ENSINAR INICIANTES
Os alunos são atraídos a uma aula de Yoga por
diferentes razões: para ser mais flexíveis, para
relaxar, para buscar uma nova consciência ou
para aumentar sua consciência espiritual. Na
visão de um Mestre de Yoga, todos os alunos vêm
porque tem uma boa sorte e um bom karma (por
ações prévias ou tendêencias) para aprender estas
técnicas. Como professores somos servidores do
poder mais alto do qual partimos e que dirige o
fluxo da vida. Para servir aos alunos que vêm com
tantos diferentes motivos é necessário ser atento
e participante diante das diferentes necessidades
de cada um, dando-lhes uma direção na aula.
Depois, leve-os a uma experiência da energia
Kundalini. Não inspecione ou regule os horários
simplesmente. Você pode inspecionar as expecta-
tivas em alguns tipos de aula, mas o que deve
fazer é dirigir a energia. As perguntas e expectati-
vas de alguns alunos mudarão à medida que
alteram seu estado de consciência. Muitas
perguntas que são feitas antes da aula ou da série,
são esclarecidas durante os exercícios ou ao final
da aula. Se você quiser resolver todas as dúvidas
antes da mudança do estado de consciência, não
começará nunca os exercícios e nem terminará
nenhuma discussão. Você deve ter a direção e a
energia da classe. É importante numa classe de
inciantes definir a meta do Yoga. Os alunos têm,
muitas vezes, uma ideia errônea do Yoga e suas
consequências.
As impressões que eles têm vêm, na maioria dos
casos, de leituras, rumores ou de imagens de
Hollywood. Para alguns é saúde e relaxamento,
para outros é misticismo e iluminação. Os temas
a seguir são básicos e você pode trabalhar nele de
acordo com o grupo para o qual dá aula.
QUEM É VOCÊ, INSTRUTOR DE YOGA?
Você é um canal de uma grande tradição de
ensinamentos. É membro de uma profissão
crescente e consciente de educadores. Para os
alunos, representa a consciência superior. Os
alunos não vêm até você por sua identidade
pessoal, eles vêm para a experiência de sua
própria identidade. Você é a mangueira pela qual
flui a energia da Casa de Guru Ram Das, o
vínculo especial para o nosso Mestre, Yogi
Bhajan, uma radiância compassiva que toca o
coração de um aluno sincero. A energia que flui
através de você, quando ensina, não é gerada por
você: flui através da Cadeia Dourada e é transmi-
tida de consciência a consciência como uma
chama. O aluno que se submete à disciplina, não
está submisso à sua pessoa, mas à luz que está
presente nos ensinamentos. Tem milhares de
91
anos à frente e atrás de você. Seja um condutor
dourado para tudo o que venha. Se seguir duas
leis básicas, após entoar o mantra, então fará uma
boa aula.
AS DUAS LEIS PARA O ENSINAMENTO
DE KUNDALINI YOGA
A LEI DA SUSTENTAÇÃO:
MANTENHA-SE
Como representante da consciência superior do
aluno, nunca traia esta projeção. Se você o faz,
isto atrairá Mestres que o guiarão mal. Seja como o
espírito: constante, atemporal, gracioso e confiável.
A LEI DA ENTREGA
Entregue o aluno ao infinito, não a si mesmo.
Eleve o aluno à consciência do Infinito nele.
Conecte o aluno ao fluxo de ensinamentos do
Kundalini Yoga, pois isto sempre estará com ele e
o apoiará. Quando ensinar, traga todos os seus
dons pessoais à sua missão. Se você é musical ou
analítico, sério ou literário, use estes dons.
Com grande dignidade utilize sua identidade
para estabelecer a autenticidade e a genuinidade
que são os sinais de um verdadeiro Mestre e um
bom aluno-Mestre. Faça o melhor que puder
para a vinculação com a Cadeia Dourada, no
momento do ensinamento. Quando coloca o ego
de lado e se vincula ao fluxo dos ensinamentos,
uma magia sutil acontece. A sua aura e o campo
magnético do Guru se fundem quando você
ensina. Este efeito é assegurado cantando o Adi
Mantra no início da aula. O efeito é proporcio-
nal à habilidade de deixar o seu ego de lado e
deixar que a energia do Guru ensine. Aumente
este efeito, usando uma vestimenta especial
(Bana) para ensinar. O ideal é usar roupas bran-
cas, não cortar o cabelo e usar a cabeça coberta. É
intensificada também quando você fala do fundo
do coração (Bani) e será percebido se você enfoca
no serviço à classe (Seva), em vez de suas próprias
necessidades.
O principiante vem com inocência, curiosidade e
algumas vezes com dor. Trate a cada um como
um tesouro. Inspire, desafie-os e guie-os. Dentro
disto, encontrará a você mesmo como um
milhão de estrelas cheias de luz. Ensinando,
falando e treinando, o propósito de uma prática
é tornar-se a prática para trazer um conhecimen-
to e transformá-lo num conhecimento aplicável.
A prática é um processo de usar a inteligência e a
intuição para criar uma impressão compreensível
no coração de um estudante. Uma impressão que
o eleva e o ajudará a lembrar-se de seu próprio
infinito, trazendo aquele sentido do Infinito para
cada pessoa que ele encontrar e ensinar. Uma
prática também inclui experiência e aprendiza-
gem de como fazer. Através da prática, você
aprenderá mais informação, oferecendo-a, dando
feedback a seus parceiros e desenvolvendo suas
habilidades. A principal habilidade na oferta é
estar presente e, não somente estar presente, mas
ser presente. Há um sentido de você estar aqui, é
porque seus alunos estão aqui e seus alunos estão
aqui porque você está aqui. Ambos estão aqui
porque é a vontade Infinita do Divino que criou
esta possibilidade, este potencial, este momento
de plenitude.
Quando você ensina, é importante lembrar o
modelo dos cinco estágios no caminho da mestria.
Sempre ensine no nível do aluno e, então, leve-o a
um estágio a mais e o eleve. Sua habilidade para
doar e repartir é a conclusão do ciclo do seu
Infinito ser, do impulso do seu coração.
Você obteve instruções, fórmulas e ensinamen-
tos. Uma vez adquiridos, você os presenteia com
alegria a partir do seu coração, como uma flor
que floresce cuja fragrância permanece em volta
do mundo e do infinito da outra pessoa. Ensinar
e a habilidade de repartir são partes de sua
própria e completa expressão. A chave para
ensinar é a Cadeia Dourada. É uma técnica espe-
cial de conexão em Kundalini Yoga que você
aprende através da experiência e que lhe permite
ensinar bem, como uma fórmula de remover o
ego. Todos temos ego, ele pode ser duro, suave,
extrovertido ou introvertido, não importa. No
momento de ensinar, quando voceê canta o Adi
Mantra, você coloca o ego de lado. Profunda-
mente, do seu coração e através do fogo da cons-
ciência, que lhe é dado pela cadeia de professores
que recebem os ensinamentos de Guru Ram Das,
através de Yogi Bhajan , no momento imemorial-
92
do Ser Infinito, você ensina. Ensina sem que a
sua agenda individual esteja envolvida.
Sua singularidade como pessoa vem à tona, sua
capacidade para usar seu ego para alcançar e
elevar os alunos também está aí. Mas o poder é a
Cadeia Dourada. Através desta prática cada um
ajuda o outro a realizar a sua própria grandeza
como um professor. Começa individualmente
com o que aprendeu, progride através da cone-
xão com os outros, como um rupo, e serve à
constante presença de seu propósito que é o
universal. Na prática, você ajudará cada um a
estar presente, dando-lhe feedback, refletindo e
adicionando sugestões. Nenhuma pessoa precisa
tornar-se um profissional de ensino. O objetivo é
você tornar-se um “pro”, naquilo que você está
repartindo. Você pode não ensinar profissional-
mente, mas onde for, sua radiância ensinará.
Pegue isto como uma oportunidade para enten-
der a estrutura de um aula de Kundalini Yoga, os
desafios e a habilidade que envolve ensinar
alunos iniciantes, de nível intermediário e de
nível avançado. Estimule uma profunda confian-
ça em si mesmo, uma segurança em sua habilida-
de de praticar, ensinar e desenvolver estes ensina-
mentos para a Era Aquariana.
PREPARANDO-SE PARA ENSINAR
KUNDALINI YOGA
Quando você está dando aula, lembre-se sempre
de que não é você que ensina. Os ensinamentos
vêm através de você. Por isto, para ser um profes-
sor mais efetivo desta tecnologia sagrada, Yogi
Bhajan deu as seguintes orientações para que nos
preparemos física, mental e espiritualmente,
antes de cada aula.
a) A melhor coisa é tomar um banho antes de
ensinar.
b) Se tiver cabelos curtos, corra seus dedos sob a
água gelada e, então, movimente-os pelo cabelo e
sobre seu couro cabeludo. Penteie os cabelos para
frente e para trás. Isto é muito refrescante e ener-
gizante.
c) Cubra sua cabeça com uma cobertura de sua
escolha, de tal forma que a energia permaneça no
núcleo. Usar uma cobertura para a cabeça,
enquanto ensina, ativa seu sexto centro, o Ajna
Chakra.
d) Cobrir a cabeça estabiliza a matéria do cérebro
e os 26 pontos que estão interligados ao sistema
neurológico e ao campo eletromagnético. Cobrir
a cabeça cria um foco de um circuito funcional
dos hemisférios, sintonizado com seu sistema
neurológico. A cabeça inteira precisa estar cober-
ta, não apenas o chakra coronário, e o ideal é que
o tecido seja de fibra natural.
O benefício do uso do turbante é que voceê
enrola 5 a 7 vezes o pano, cobrindo as teêmporas,
prevenindo alguma variação do movimento em
diferentes partes do crânio. Um turbante dá
imediatamente ao cérebro um auto-ajuste.
e) Será muito positivo para um professor prepa-
rar-se, antes de cada aula, em silêncio pessoal,
repetindo o Juramento do Professor e entoar
“Ong Namo Guru Dev Namo” para si mesmo.
f ) Lembre-se de que ensinar não é um contexto
de popularidade pessoal. Você não tem que ser
popular, você tem que causar impacto.
PLANEJAMENTO DE UMA AULA
DE KUNDALINI YOGA
O que é planejar? É prever com precisão as metas
e os objetivos gerais e os meios para alcançá-los,
dentro de um período de tempo, partindo de um
diagnóstico do grupo ou do aluno. No processo
do planejamento distinguem duas fases: prepara-
ção ou elaboração do plano (semanal, mensal ou
anual) e execução do mesmo. O que é o plano de
aula? É a ordenação dos ensinamentos, formula-
ção clara e precisa dos objetivos, conteúdos e
atividades, colocado na forma de um esquema
por cada aula.
O que é a execução do plano de aula? Distin-
guem-se dois momentos. Primeiro a execução do
plano de aula e seu desenvolvimento. Em segun-
do, a “Avaliação Formativa” que permite revisar e
reajustar procedimentos para elaboração de
planos futuros.
93
Exemplos de planejamento
Meta ou objetivo geral: Ensinar pranayamas de
Kundalini Yoga, em duas aulas por semana,
durante dois meses.
Meta e objetivo geral: Introdução ao conheci-
mento da técnica de Kundalini Yoga para princi-
piantes e conhecimento básico de alimentação
vegetariana, em duas aulas por semana, durante
três meses.
O PAPEL DO PROFESSOR
NO KUNDALINI YOGA
“O Princípio é a Base de um mestre.
A Ética é a Força de um mestre.
O Compromisso é a Virtude de um mestre.
O Caráter e a Abnegação são a Graça
de um Mestre”.
Yogi Bhajan
Em “O Juramento de um Professor”, “A Defini-
ção de um Yogi”, e “As Dezesseis Faces da Perfei-
ção de um Professor de Kundalini Yoga”, Yogi
Bhajan deu-nos as linhas mestras para esta jorna-
da da consciência, a prática diária que nos apoia-
rá como Professores de Kundalini Yoga. Os
Professores devem comprometer-se com isto em
Princípios e Práticas para conseguirem o melhor
de suas habilidades.
1. A DEFINIÇÃO DE UM YOGI
Ao Yogi não afetam as polaridades opostas da
vida, nem o elogio nem a crítica, nem a riqueza
nem a pobreza, saúde ou doença, nem pela vida
ou pela morte.
A vontade de Deus é a vontade do Yogi. Ele ou
ela rendem sua própria vontade pessoal à vontade
do divino.
Quando a energia Kundalini, força primordial de
Prana (energia de vida), penetra e prevalece nos
Chakras, o Yogi permanece estável ante as
pendências do Karma e caminha equilibrado
rumo ao Dharma.
O RajYogi é um sábio e um rei ante as tentações,
situações, eventos e ambientes. Aqueles que
meditam em Guru Ram Das são abençoados
através de milagres para serem reis e sábios
através das Eras.
2. O JURAMENTO DO PROFESSOR:
Eu não sou uma mulher
(desce o dedo de Mercúrio)
Eu não sou um homem
(desce o dedo do Sol)
Eu não sou uma pessoa
(desce o dedo de Saturno)
Eu não sou eu mesmo
(desce o dedo de Júpiter)
Eu sou um professor
(e o polegar permanece levantado).
Isto é recitado como um juramento, com a mão
esquerda elevada ao nível do ombro, a palma
virada para frente, mantendo todos os dedos
alinhados. Curve para baixo o dedo correspon-
dente, enquanto repete cada frase do juramento.
3. OS DEZESSEIS ASPECTOS
DE PERFEIÇÃO DE UM PROFESSOR
DE KUNDALI NI YOGA
1. O professor não alterará os ensinamentos por
causa de uma opinião pessoal. Ensinará através
de seu exemplo.
2. Quanto mais cresça como professor, mais
humilde terá de ser.
3. Um professor deve servir a seus alunos para
que eles possam ser dez vezes mais fortes que ele,
porque cada aluno é um Mestre do amanhã.
4. Um professor deve ser extremamente amável e
compassivo, compreensivo e deve sempre perdo-
ar.
5. Como professor sempre precisa cutucar,
provocar, confrontar e elevar seus alunos à exce-
lência.
6. Como professor precisa continuamente imagi-
nar, visualizar, crer, expandir em todas as
94
direções, conectar-se com todos, meditar, prati-
car e projetar que você é “ANG SANG WAHE
GURU” (o divino está em todo meu ser, Deus
está em cada uma de minhas células) e que a
energia de Guru Ram Das possa fluir através de
você (esta energia representa o aspecto do serviço
e cura).
7. Como professor, sempre estará em Chardi
Kala (estado de alegria de espírito, de espírito
elevado) e conectado com sua alta consciência,
que nunca o surpreende em ebulição emocional.
Conte suas bençãos, não suas desgraças. Sempre
seja gracioso, brilhe e cresça.
8. Como professor, continuamente irá rumo à
Divindade e ao Infinito que são a esseência e sua
existência. Não é um humano nascido para ter
uma busca espiritual, você é um espírito, um
Atma (alma), nascido para ter uma experiência
humana. Sua pureza e piedade como Atma
(alma) será sempre mantida, protegida e exalta-
da; projetada como uma prioridade sobre qual-
quer outra coisa e dever e cordar disto, tendo
sempre presente a nível mental, físico e espiritu-
al.
9. Como professor escute e obedeça todo ensina-
mento justo e honesto. Se você ler algo, conhece-
rá. Se escrever algo, experimentará. Se ensinar
algo, vai aperfeiçoar. É a perfeição em sua entrega
que lhe dá a graça como professor. Seu êxito
como professor não está no que você sabe, mas
no que seu aluno recebe. Um professor se qualifi-
ca em função do crescimento, dignidade e exce-
lência de seu aluno. Se encontrar qualquer talen-
to, alimente-o, ensine-o e exalte-o no máximo da
sua habilidade e divindade.
10. Como professor, não fale para egos, nem seja
político. Sempre fale para o espírito, a alma e a
essência de uma pessoa. Sempre fale para a inteli-
gência, o talento e a consciência de uma pessoa.
Sempre fale para os costumes,as maneiras, os
métodos e a mentalidade de uma pessoa. Os
pensamentos puros são o caminho para a sabedo-
ria universal e o farão magnânimo, feliz e belo.
11. Deus e o Guru abençoaram-no com um
Karma. Como professor deve se oferecer em
Dharma (estilo de vida alinhado com o Divino)
para honrar o presente de Deus que é a vida.
Nunca estabeleça uma separação ou uma mura-
lha entre você e seu Aatma (alma).
12. Um professor deve usar roupas de algodão
branca quando ensina. A cor branca faz o profes-
sor ter um visual divino, irradiando e represen-
tando a luz. A cor branca representa as sete cores.
O algodão é a flor da terra e isto é bom para sua
psiquê, para sua energia e para seu sistema nervo-
so. Sua maneira de vestir será como a de um
santo e deverá fazer que brilhe com graça. Deverá
ver a si mesmo como sábio e príncipe da paz e
divindade. Um professor é um PHD (Prince or
Princess of high Divinity (Príncipe ou Princesa
da mais alta Divindade)).
13. Assim como a semente muda para converter-
-se em uma árvore e dar frutos; os professores que
não são alunos ou estudantes perfeitos, não se
converterão em professores perfeitos.
14. O Espírito Universal que faz girar a terra,
pode encarregar-se de seus problemas. Como
Professor(a) deve aprender a confiar e a ter fé.
Receba cada respiração da vida como um presen-
te. Esforce-se em obter uma respiração conscien-
te, respirando uma vez por minuto.
15. A bandeira de um professor é: “Em Deus eu
habito”. Seu estandarte: “Confio em Deus que
está em meu interior”. Sua honra: “Em nome de
Deus eu sirvo”. Seu lema: “Paz na mente e paz no
mundo material”.
16. O professor necessita comprometer-se com o
Naam, a identidade divina. Sem o Naam não
poderá ter a pureza do seu ser, nem a projeção
divina da graça para mestria de todos os elemen-
tos. Sem compromisso não há caráter. Sem cará-
ter não há dignidade. Sem dignidadenão há
divindade. Sem divindade não há graça. Sem a
graça não pode se doar, se sacrificar ou servir aos
demais. Sem a Graça sua compaixão e presença
não funcionarão e não sentirá a felicidade de
servir. Lembre-se de uma vez para sempre que a
felicidade é seu direito natural e de sempre.
Então, seja Saudável, Feliz e Sagrado. Somos
todos santos porque temos nove orifícios no
95
corpo, mais dois braços e duas pernas somam 13.
Você nasceu com 13, viverá e morrerá com 13.
13 (1+3) é 4, taça de oração. A oração é sua
protetora e provedora.
4. CÓDIGO DE NORMAS PROFISSIONAIS
a) Relação Professor/Estudante
É responsabilidade do Professor manter uma
relação profissional com os estudantes. Isto
também se aplica a qualquer um que esteja auxi-
liando o Professor ou esteja engajado numa ativi-
dade relacionada.
1. Um Professor reconhece a confiança nele
depositada e o poder único da relação estudante-
-professor. Um Professor evita qualquer relação
com um aluno que possa prejudicar a visão de
que é um profissional. Ele não usa a relação para
ganhos pessoais.
2. Todas as formas de envolvimento sexual com
estudantes são antiéticas, mesmo quando um
aluno convida ou consente em tal comportamen-
to. Não só o comportamento sexual, mas todas as
formas de sedução manifestas ou dissimuladas
por meio de linguagens e gestos.
3. Um Professor não se envolve em hostilidades,
palavras ou ações abusivas, ou na coerção de
alunos ou de ex-alunos.
4. Um Professor mostra sensível respeito pelas
normas morais, sociais e religiosas dos alunos
evita impor suas crenças pessoais aos outros.
5. Um professor compreende que é veículo destes
ensinamentos, não sua fonte.
6. Um Professor esforça-se para construir a cone-
xão dos estudantes aos ensinamentos e às suas
próprias almas e não à sua própria personalidade.
O Professor nunca considera a si próprio um
“Guru”, nem iniciará ninguém como um discí-
pulo.
7. Um Professor não abandona ou negligencia os
alunos. Se há inabilidade para continuar uma
relação profissional, todo esforço deve ser feito
para encaminhamento a outro Professor.
8. Um Professor faz somente declarações realistas
com respeito aos benefícios do Yoga.
9. Um Professor reconhece que a relação profes-
sor-aluno pode envolver um desequilíbrio de
poder, mesmo com um estudante não muito
antigo. Por isto o Professor usará de cautela
quando entrar em uma relação pessoal com um
aluno atual ou antigo.
b) Assuntos Confidenciais
1. Um Professor trata todas as conversas confi-
denciais do aluno com discrição profissional.
c) Estrutura das Aulas
1. Um Professor dirige uma aula como se estives-
se sendo ensinada por Yogi Bhajan, exceto com
relação à redução dos tempos das posturas ou
quando necessário providenciar variações dos
exercícios para acomodar as limitações dos
alunos.
2. Um Professor não cria ou inventa posturas ou
incorpora outros ensinamentos em uma aula de
Kundalini Yoga.
3. Reconhecendo que somos partes da Cadeia
Dourada de Professores, um Professor inicia cada
aula vibrando “Ong Namo Guru Dev Namo”,
no mínimo três vezes e finaliza com a “Canção
do Sol” e três vezes “Sat Nam”.
4. Em uma aula o professor veste roupas brancas,
limpas, modestas e apropriadas.
5. Yogi Bhajan encoraja fortemente o professor a
usar uma cobertura branca na cabeça durante a
aula, para sua proteção pessoal e elevação, ao
manejar a energia poderosa envolvida em uma
aula de Kundalini Yoga.
6. Um Professor sempre chega preparado para a
aula e evita chegar atrasado.
7. Um Professor reconhece o respeito à tradição
dos sagrados ensinamentos Yogis e encoraja os
96
alunos a trazer uma oferenda em cada aula.
d) Propagandas e Promoções
As seguintes diretrizes são recomendadas para
defender a qualidade dos ensinamentos e como
eles são representados e ainda proteger-nos de
comentários a respeito de nossas ações, pronun-
ciamentos e material impresso.
1. Um Professor não falsifica as suas qualificações
profissionais e afiliações, apresentando falsos
apadrinhamentos e certificados a qualquer orga-
nização.
2. Todos os anúncios e brochuras têm que
promover os serviços descrevendo de uma forma
clara, efetiva e com dignidade. Estas matérias
profissionais não devem incluir alegações exage-
radas sobre os efeitos do Yoga.
3. Um Professor não faz qualquer tipo de
pronunciamento público que inclua comentários
falsos e fraudulentos que desviem da verdade, ou
comentários errôneos que decepcionem ou
pretendam explorar os medos, ansiedade e emo-
ções dos alunos.
4. Um Professor de Kundalini Yoga ao ensinar
Kundalini Yoga representará Yogi Bhajan verda-
deira e efetivamente, em qualquer relação públi-
ca, seguindo o conjunto de diretrizes dos Ensina-
mentos de Yogi Bhajan.
e) Competência Profissional
1. Um Professor reconhece os limites de sua
competência profissional individual e sua dispo-
nibilidade em relação à experiência profissional,
qualificação e credenciais.
2. Um Professor se compromete em melhorar seu
conhecimento e habilidades profissionais para
servir melhor aos outros.
3. Um Professor continua praticando ativamente
Kundalini Yoga e atualiza suas habilidades.
4. Um Professor está comprometido com seu
desenvolvimento pessoal e, assim, com uma
prática espiritual regular e cotidiana.
5. Um Professor abstém-se de álcool, cigarros ou
drogas (exceto que seja por indicação e propósi-
tos medicamentosos).
6. Um Professor pratica as tradições yogis da
dieta vegetariana.
A META DO YOGA
As técnicas do Yoga formam o sistema mais
antigo de desenvolvimento pessoal conhecido.
Algumas esculturas de pedra mostram posturas
yogicas desde o ano 4.000 AC. A meta do siste-
ma é desenvolver a mestria pessoal. Muitos dos
problemas que enfrentamos na vida são limita-
ções pessoais. Originam-se de crenças doentes,
hábitos pobres e existência inconsciente. Não
fomos treinados ou fomos mal treinados na ciên-
cia do interior. Não sabemos que prioridade dar
aos mundos interiores e exteriores. O Yoga busca
dar-lhe equilíbrio e proporção em todos os aspec-
tos da vida. O Yoga é manejado com espirituali-
dade. Trata as necessidades do corpo, da mente e
do espírito igualmente, para uma vida plena e
feliz.
A meta do Yoga é ter uma “união” entre as diver-
sas partes para criar uma totalidade poderosa,
íntegra e efetiva. Se as suas pernas vão para uma
direção, o tronco para outra e sua mente para
outra ainda, gastará muito tempo lutando contra
você mesmo. Esta é a condição que nos encontra-
mos internamente. Você quer fazer algo, mas sua
voz interior o adverte do fracasso. As duas emo-
ções, medo e determinação, lutam entre si para
controlar sua ação.
O Yoga permite que tome o controle de suas
ações através de uma consciência mais elevada de
si mesmo, como um ser consciente. Estabelece
seu próprio Ser Observador. O primeiro passo é
a calma, um profundo relaxamento e neutralida-
de interior detêm a guerra dos elementos inter-
nos. Quando o som abaixa de volume, começa a
sentir a claridade e a calma interna e isto é o que
chamamos consciência. Quando começar a agir
conscientemente, deixará de reagir aos elementos
de seu ambiente externo ou interno. Você se
97
torna completamente mental, sabendo o efeito
de uma ação, antes de executa-la. Obtém a intui-
ção. Tem o controle, sabendo exatamente quem
você é. A meta do Yoga é ser conscientemente
consciente para que suas ações sejam completas e
equilibradas. Começa a sentir um alargamento e
vastidão para a dimensão de sua consciência. A
meta do yoga é unir a sua sensação de ser limita-
do e finito com a sua capacidade como parte do
espírito e consciência ilimitados.
Quando se desfaz do medo, ganha dignidade,
experiência e divindade interna, acalma a mente,
fortalece os nervos e glândulas e começa a viver
completamente como um ser humano. Enfrenta
os desafios e as etapas da vida com gratidão e
criatividade. A enrgia fundamental da consciên-
cia se chama Kundalini. Quando começar a
estabelecer a mestria dentro de si, a energia Kun-
dalini começará a fluir. Abra a sua experiência e
utilize o seu potencial completo. Cure e organize
seu sistema neuroendócrino. Esta é a meta de
todas as práticas do yoga. Kundalini Yoga é a
forma de prática yóguica que interage mais direta
e rapidamente com o crescimento coerente e
seguro de sua consciencia interna. Também pode
ser útil dizer qual NÃO é a meta do yoga. Não é
a meta transformar as pessoas em acrobatas. A
flexibilidade física é um dos benefícios que se
ganha através da prática das posturas (asanas).
Porém, pouco significam se não há flexibilidade
mental e compromisso espiritual. A meta não é
sobre ser humano com muitos poderes. Os yogis
e os seres humanos felizes não são pequenos
grupos milagrosos. Não é um estado maior que o
de ser um Ser e aceitarmos como somos, com
toda a energia e potencial de que necessitamos.
Teremos grande intuição e sensibilidade se
simplesmente usamos o que temos.
A meta do Yoga não é levá-lo a uma religião ou
grupo. A disciplina para obter uma elevada cons-
ciência é praticada por qualquer religião. A práti-
ca do Yoga, usualmente, o leva a um aumento de
sua consciência espiritual, dando poder à sua
própria sensibilidade da presença espiritual. Isto
é explicado através da própria religião. Para
alguns, será uma forma mais clara de ver o signi-
ficado da vida e a contribuição que podemos
fazer a ela. Além de comunicar este objetivo geral
do Yoga, seja claro sobre a agenda de sua própria
aula. A aula pode ter um tema como redução de
stress, benefícios aeróbicos ou o uso da música.
Ou pode ser Yoga I, que tem o propósito especial
de introduzir aos alunos a técnica e a filosofia
básica de Kundalini Yoga. A primeira impressão
que lhe dá uma aula nova, é a que permanece. É
muito importante que separe quem você é e que
se projete como um Professor. Deve conhecer
bem o material para não se perder em folhas de
anotações. Mostre-se relaxado, receptivo e digno.
Pode ser sério, segundo sua personalidade,
porém, seja sempre mais que a sua personalidade.
Para os alunos novos, você é esperança, cura e
ajuda. Uma das funções do professor é acabar
com o complexo de inferioridade com que
vivemos na sociedade, sem nos tornar egoístas.
Mostre-se confiante e sinta sua realeza. Seja
receptivo, agradecido e bondoso e isto pode
ajudar a saber quem você é, segundo a tradição
de um professor de Kundalini Yoga.

98
 KRIYA
"Para quebrar os limites inconscientes,
uma pessoa precisa de um know-how técnico.
Esse conhecimento é necessário para expandir
o calibre e a capacidade das faculdades mentais, para
trazer um equilíbrio, para controlar a estrutura física e
para experimentar o Eu Infinito."

Yogi Bhajan

99
 CONCEITO DE KRIYA
Você notará que a palavra kriya será usada
freqüentemente: Kriya Yoga, Kriya de Kundalini e
Kriya Shakti. A palavra Kriya significa ação, porém
com conotações específicas. Em Kundalini Yoga,
Kriya Shakti é o poder que tem a alma para mani-
festar-se no reino da experiência: o reino da mente
mediante o bom pensamento; o reino do corpo,
através do movimento, forma e colocação correta e
o reino da ação, através do poder da vontade de
manifestar a criatividade que serve ao Infinito.
Kriya não é somente qualquer reflexo ou ação,
mas uma ação especial que o leva à completa
manifestação, como aquilo que faz a semente
germinar, que o pensamento se torne realidade e
que os desejos se transformem em compromisso.
Quando se aprende a agir com o Kriya, então a
ação se coloca em sincronia com o grande padrão
do Eu. Entramos no Kriya à medida que são
removidos os bloqueios emocionais, os apegos, a
cegueira e o ego, que não nos permitem atuar
quando necessário.
Atuar em Kriya é um estado de fluxo espontâneo,
livre de qualquer bloqueio. Grandes esforços são
aplicados somente quando grandes esforços são
requeridos, assim como o relaxamento profundo
é aplicado somente quando é requerido.
Existe uma combinação perfeita entre o interno e
o externo, entre os recursos internos e as deman-
das exteriores.
100
Não existe dúvida ou vacilação, nem suporte
parcial de uma ação por somente uma parte da
mente e não de outra. Este sentido de totalidade
e de acerto relacionado à ação cria uma graça em
seu corpo, um poder central no pensamento e
uma habilidade projetiva na mente.
O aperfeiçoamento do Kriya atrai uma sensação de
graça, poder e a habilidade de completar as coisas.
Atua-se sem tempo e a tempo, ao mesmo tempo.
Kriya não é uma coleção de ações tomadas ao
azar. É uma seqüência de posições, respirações e
sons, que se integram para permitir a manifesta-
ção de um estado particular. Quando se pratica
repetidamente um Kriya de Kundalini Yoga, o
resultado é que você consegue a mestria de um
estado determinado, previsível e estável em uma
área da sua consciência.
Aprenda a praticar e ensinar os Kriyas de Kunda-
lini Yoga tal e como foram ensinados. Um aspec-
to importante da prática de Kundalini Yoga é que
cada Kriya é algo completo em si mesmo, uma
técnica que cria um fluxo de energia específico.
São séries de exercícios perfeitamente desenhadas
para produzir um impacto previsível e sutil no
Ser. É a mestria do mestre. Yogi Bhajan enfatizou
a importância de praticar e ensinar os Kriyas
como descritos nos manuais, modificando única-
mente os tempos de cada exercício ou postura.
 AQUECIMENTO
SURYA NAMASKAR

10
2

Quando Yogi Bhajan

estava estudando com seu mestre, a
Saudação ao Sol era utilizada como um
9 exercício de aquecimento, antes dos kriyas de 3
Kundalini Yoga. É um excelente aquecimento, mas
é também benéfico como um exercício por sí só.
Aumenta a atividade cardíaca e a circulação, alonga e
flexiona a coluna, massageia os órgãos internos, ajuda o
sistema digestivo, exercita os pulmões e oxigena o sangue.
Sincronize a sua respiração com os movimentos para criar
um ritmo ininterrupto ao longo da sequência das
posições. Comece praticando três ciclos e, depois,
gradualmente, aumente para cinco ou seis. Quando
8
praticada com consciência, melhora a habilida- 4
de para maximinizar o desempenho e
aproveitamento de todas as posturas
de Yoga.

7 5

101
COMO FAZER O
SURYA NAMASKAR
1. Em pé, reto (Samasthiti)
Fique em pé, reto, com os pés juntos, com os
dedos maiores dos pés e calcanhares tocando-se.
O peso, distribuído igualmente entre os dois pés.
Encontre seu equilíbrio. Os braços estão ao lado
do corpo, dedos das mãos juntos.
2. Alongando para cima
Inspire, trazendo seus braços para cima da sua
cabeça, palmas juntas Alongue a coluna, levan-
tando o peito e relaxando os ombros. Certifique-
-se de não comprimir as vértebras do pescoço e
da baixa coluna. Olhe para os polegares.
3. Flexão para frente (Uttanasana)
6. Postura da Cobra (Bhujangasana): A partir
desse posição, inspire, endireite os cotovelos e
arqueie as costas. Estique a parte superior das
costas de modo a não colocar pressão na parte
inferior da coluna. Dirija a testa para o céus e
olhe fixamente a ponta do nariz. Os dedos das
mãos estão abertos e separados.
7. Postura do triângulo (Adho Mukha Svanasana)
Expire, eleve os quadris de modo que seu corpo
esteja equilibrado em um formato de V inverti-
do. Os pés e as palmas das mãos estão planos no
chão: os cotovelos e os joelhos estão retos. Os
dedos das mãos estão abertos e separados. Olhe
fixamente para o umbigo e mantenha essa posi-
ção por cinco respirações.
8. Inspire ou pule ou dê um passo, voltando para
a postura 4.

Expire e dobre o seu tronco para frente. Enquan- 9. Expire e dobre-se à frente na postura 3. Alongan-
to flexiona à frente, mantenha a coluna reta, do para cima. Inspire e coloque-se na postura 2.
alongando-a como se fosse alcançar adiante com
o topo da cabeça. Quando não puder mais 10. Em pé (Samasthiti). Expire e retorne à postu-
manter sua coluna reta, relaxe a cabeça tão perto ra inicial, com os braços ao lado do corpo.
dos joelhos quanto possa. O ideal é trazer seu
queixo até os tornozelos. Mantenha os joelhos
retos e coloque as mãos no chão ao lado de cada
pé, com as pontas dos dedos alinhadas com a
ponta dos dedos dos pés. Olhe fixamente para a
ponta do nariz.

4. Inspire, levante a cabeça, alongando a sua

coluna. Mantenha as mãos ou ponta dos dedos
no chão. Olhe fixamente para o ponto do tercei-
ro olho.

5. Flexão (Chaturanga Dandasana)

Expire e dobre os joelhos, dando um passo ou

saltando para trás de modo que as pernas se posi-
cionem-se atrás de você, equilibrando-se na base
dos dedos dos pés dobrados. Os cotovelos estão
dobrados, abraçando a caixa torácica e as palmas
estão planas no chão, embaixo dos ombros, com
os dedos bem separados. O corpo está numa
linha reta da testa aos tornozelos. Mantenha-se
equilibrado igualmente entre as mãos e os pés.
Não empurre para frente com os dedos dos pés.

102
 EQUILÍBRIO VAYUS

Há cinco vayus principais: Praana, que se move no coração, Udaana na garganta, Samaana na região do
nabhi, Apaana na solo pêlvico, e Vyaana que circula pelo corpo inteiro. Estes cinco vayus têm que uma
combinação e um equilíbrio. Esta série move todos os vayus do corpo e traz um equilíbrio a todo o siste-
ma glandular. “Se você puder praticar somente este kriya, ficará surpreso quanto controle sobre a mente,
corpo e alma, e quanta combinação você pode conseguir.”

Sente-se em postura fácil. Coloque as mãos nos joelhos, manten-

do a coluna reta e alongada. Mantenha os braços firmes. Crie um
pequeno movimento circular na base da sua coluna. O círculo

1 desenhado pelo tronco superior não é maior do que o da base.

Não deixe a coluna curvar, permita que a coluna inteira seja
guiada pelo pequeno movimento circular na sua base.

Tempo: 1 Minuto

Fique em Postura Fácil e mantenha suas mãos sobre seus joelhos.

Curve-se à esquerda, tocando sua testa no joelho esquerdo. Volte
à postura inicial e, em seguida, dobre para a direita, tocando sua

2 testa no joelho direito. Levante-se e continue por 1 minuto.

Tempo: 1 Minuto

Fique em Postura Fácil e cruze as mãos

no centro do coração sobre o peito.
Torça o tronco à esquerda e direita

3 movendo-se a partir do nabhi e usando

os ombros como pivô.

Tempo: 1 Minuto

Ainda em Postura Fácil, entrecruze as

mãos atrás do pescoço. Mantendo sua
coluna reta, flexione à frente em direção

4 ao chão e volte a levantar-se.

Tempo: 1 Minuto

103
 Entre na posição de Gato-Vaca e comece
a flexionar sua coluna para cima e para
baixo tão rapidamente quanto possível por
15 segundos. Em seguida, quando você
5 trouxer sua cabeça para cima, levante suas
mãos do chão e aplauda. Quando descer a
cabeça no Gato, volte as mãos ao chão.
Tempo: 1 Minuto

Sente na Postura da Rã com os calcanhares juntos e a ponta dos dedos

no chão entre os joelhos. Equilibre-se na ponta dos pés. Inspire estican-

6 do as pernas, exale e volte à agachar.

Tempo: Faça 21 rãs.

Fique em pé como um canguru, com os joelhos dobrados

e os braços próximos ao tronco dobrados nos cotovelos e
nos pulsos. A partir desta posição, pule para cima e para
7 baixo, fazendo 21 saltos de canguru.

Tempo: 21 saltos

Deite-se de bruços com os calcanhares juntos e as mãos no

chão embaixo dos ombros. Levante-se em Postura da
Cobra. Da Cobra role rapidamente seu corpo à esquerda
até acabar deitado de costas no chão. Role de volta para
ficar de bruços e subir novamente para postura da Cobra.
8 Desta vez, vire o seu corpo para a direita, rodando rapida-
mente para que você novamente acabe deitado de costas no
chão. Volte sobre a barriga, suba na Cobra, e continue.

Tempo: 1/2 minutos

Deite de bruços e segure nos tornozelos. Puxe as pernas

para cima e para trás, enquanto eleva o peito, subindo na

9 postura do Arco. Comece uma forte respiração de Fogo

para que seu umbigo se mova.

Tempo: 1 minuto.

104
 Sente-se sobre os calcanhares, separe os joelhos e coloque as
nádegas no chão entre os calcanhares. Deite-se para trás até que
a parte superior do corpo esteja no chão. Comece batendo a

10 parte superior do peito (a área linfática) com os punhos fecha-

dos por 20 segundos, em seguida, bata suavemente sua barriga
por 15 segundos, em seguida, bata nas suas coxas pesadamente
por 15 segundos, logo bata no seu ponto do nabhi por 10
segundos e depois aos lados do pescoço durante 15 segundos.

Sente-se mais uma vez em Postura Fácil com as mãos sobre os

joelhos. Gire seu tronco superior 51 vezes, e sentido anti-horário
espremendo a área digestiva.
11
Tempo: 51 vezes

Deite-se de costas. Estenda seu quadril e ombro esquerdos para baixo enquanto estica o quadril e
ombro direitos para cima. Em seguida, estenda o quadril direito e o ombro para baixo, para os pés,
12 enquanto alonga o quadril esquerdo e o ombro para cima. Mova-se em diagonal e poderosamente.

Tempo: 2 Minutos

Ainda deitado de costas com os joelhos retos e os calcanhares

juntos, levante as pernas a 90 graus e abaixe-as rapidamente,
com respiração de Fogo.
13
Tempo: 1 1/4 minutos

Permaneça sobre as costas, tranque suas mãos atrás do pescoço e

levante-se até sentar reto. Flexione à frente levando a tronco
14 sobre as coxas e então volte a deitar de costas.

Tempo: 1 1/2 minutos

Deite-se de costas, relaxe completamente o corpo por 11 minu-

tos. “Sinta a energia shakti movendo-se em sua coluna vertebral,
15 do cóccix ao topo da cabeça.” Ouça a música “Je Teh Gung”, do
Bhai Avatar Singh. Yogi Bhajan tocou o gongo para ativar ainda
mais a energia shakti.

105
 EQUILÍBRIO CABEÇA CORAÇÃO

Sente-se em postura fácil, braços esticados aos lados

com as mãos dobradas para cima a 90°, palmas voltadas
para fora e dedos juntos. O movimento é em 4 partes,
começando com esta posição inicial. Na contagem 2,
gire as mãos nos punhos para que os dedos apontem
para a frente. Na contagem 3, volte à posição original e
na contagem 4 gire os pulsos de modo que os dedos

1 apontem para trás. Os cotovelos rodarão. Mova-se em

um ritmo de um ciclo completo por 4 segundos. Man-
tenha os braços retos e continue por 6-7 minutos,
inalando na posição inicial, exalando nas posições 2 e 3.

Este exercício muda a química do fluido cerebral.

Tempo: 6-7 minutos

Ainda em postura fácil, estenda os braços para fora para os lados,

palmas voltadas para fora. Na primeira parte do exercício, inspire
enquanto os braços são levantados para formar um arco com as
palmas cruzando e ligeiramente em frente do topo da cabeça sem

2 se tocar. Abaixe os braços para a posição original à medida que

expira e, em seguida, levante os braços novamente à medida que
inala, desta vez cruze as palmas um pouco atrás da parte superior
da cabeça. Continue o movimento com força e sempre mantenha
os braços paralelos ao chão quando na posição inicial.
Tempo: 1-2 minutos

Levante-se e acrescente agachamentos de corvo aos movimentos

de braços do exercício 2. Enquanto você exala, desça na Postura
do Corvo, com os joelhos puxados para dentro do peito e as solas
dos pés no chão. Inspire levando os braços sobre a cabeça e fican-

3 do em pé. Continue agachando-se alternadamente na postura do

corvo e levantando-se com o movimento de braços por 3-4 minu-
tos a uma velocidade de 1 segundo por movimento.

Tempo: 3-4 minutos

106
 KRIYA PARA ESTIMULAR AJNA

De pé, polegares dentro das mãos fechadas. Com os braços ao lado do

tronco, lentamente deixe cair a cabeça para trás e olhe um ponto no teto.
Comece respiração de Fogo. Continue por 2 - 3 minutos. Logo inale
profundo enquanto traz a cabeça lentamente à frente a partir do queixo.

1 Segure a respiração com a cabeça reta. Em seguida exale e relaxe. Esse

exercício prepara o campo magnético, desperta o corpo e abre a circula-
ção na cabeça.
Tempo: 2-3 minutos

Postura do Triângulo. Linha reta dos pés ao

coccix e daí aos punhos. Cabeça alinhada com
os braços. Permaneça na postura com respiração
profunda por 2 -3 minutos. Inale. Exale e
2 aplique mulabandha. Retenha a exalação. Inale
e relaxe. Colabora na digestão e fortalece o siste-
ma nervoso.

Tempo: 2-3 minutos

Arco. Deite-se de bruços. Segure os tornozelos.

Inale e estenda completamente. Respire profun-
damente na posição por 1-3 minutos. Logo
inale, lentamente estique a coluna. Exale e
3 relaxe. Também ajuda a digestão enquanto abre
o canal central da coluna.

Tempo: 1-3 minutos

Postura de Estiramento. Deite sobre as costas,

pernas juntas.Pés apontando para a frente, levante
as pernas 15 cm do chão. Estique os braços retos,
apontando para os pés, e levante a cabeça e os
4 ombros. Olhe os pés. Na posição comece a respi-
ração de Fogo por 1 a 3 minutos. Inale, segure.
Exale e relaxe. Ativa e equilibra a energia do tercei-
ro chakra, fixa o umbigo e tonifica os abdominais.
Tempo: 1-3 minutos

107
 Sente-se sobre os calcanhares. Inale e mantendo a
cabeça reta e os ombros relaxados, mova a coluna para
frente. Exale na posição contrária. Continue ritmica-
mente com a respiração por 1-3 minutos. Inale à

5 frente, retenha, exale e relaxe. Prepara a coluna para o

exercício seguinte.

Tempo: 1-3 minutos

Sente-se sobre os calcanhares. Separe bem os joelhos. Leve a

testa ao chão. Descanse as palmas das mãos nas plantas dos pés.
Focalize no terceiro olho e relaxe conscientemente com respira-
ção profunda. Continue de 5 a 20 minutos. Logo desarme a
6 posição. Usa a energia sexual do segundo chakra para estimular
o Ajnaa (sexto) chakra. Também limpa os olhos.

Tempo: 5-20 minutos

Giros. Deite de costas e role no chão. Continue

por 3 a 5 minutos. Logo relaxe. Estimula o corpo

7 inteiro. Equilibra o campo magnético e massageia

os músculos. Não faça o exercício 6 a menos que
faça o seguinte.

Tempo: 3-5 minutos

Sente em postura fácil, coluna reta, mãos em Gyan Mudra.

Inale profundamente. Entoe o mantra Sat em 7 ondas visuali-
zando uma espiral de luz passando por cada um dos 7 chakras.
Ao entoar Nam concentre no topo da cabeça.
8 Relaxe profundamente.

108
 KRIYA PARA ABRIR O CENTRO DO CORAÇÃO

Esta é uma série de nível intermediário definida para abrir os sentimentos de amor. Ela abre o coração,
aumenta a compaixão e sensibilidade aos outros, e ajuda você a abandonar a defensiva emocional. Seu
efeito calmante permite eliminar pensamentos e sentimentos desnecessários, para que você possa estar
mais no presente e experimentar seus sentimentos mais claramente.

Fique em pé com palmas juntas em Postura de Oração no

1 centro do peito e faça uma respiração de Fogo constante. 3

minutos. Inspire e segure brevemente no final.

Tempo: 3 minutos

Em pé ou sentado com a coluna reta. Mantenha os

olhos abertos e olhe para o horizonte. Faça punhos
com as mãos. Comece a socar alternadamente à frente
com um punho e então com o outro. As mãos criam
um movimento tipo pistão com um braço puxando

2 para trás para equilibrar o outro braço que soca à

frente. As mãos não giram nem torcem. Exale com
cada soco rapidamente para que a respiração se torne
respiração de Fogo. Continue por 3 minutos. Para
terminar, inale, puxe os dois cotovelos para trás, aperte
os punhos, aplique Mulabhanda e suspenda a respira-
ção por 5 segundos. Exale e relaxe.

Fique com a coluna reta, estenda os braços para os lados e

comece a fazer grandes círculos com os dois braços ao mesmo
tempo. Inale quando eles vêm para a frente e para cima, e exale
quando eles vão para trás e para baixo. Continue por 2 minu-
3 tos. Para terminar, inspire e estique ambos os braços em linha
reta acima de sua cabeça. Exale e relaxe.

Tempo: 2 minutos

109
 4

Sente-se com a coluna reta. Entrelace os dedos com as pontas dos polegares se tocando. Posicione as mãos 10
a 15 cm na frente do peito com as palmas voltadas para baixo. Levante os cotovelos na mesma altura. Inale
enquanto levanta as mãos até o nível da garganta. Expire enquanto você as arrasta para o nível do umbigo. Crie
um movimento de bombeamento constante com uma respiração poderosa, e continue por 3 minutos. Para
terminar, inspire, leve as mãos ao nível do coração e suspenda a respiração por 10 segundos. Exale e relaxe.

Tempo: 3 minutos

Em pé ou sentado com a coluna reta. Coloque as mãos junto

aos ombros com os cotovelos aos lados e as palmas voltadas para
a frente. Feche as pálpebras até a metade e fixe o olhar para
baixo. Comece a inalar e exalar lentamente. Sua respiração deve
ser igual na inspiração e na exalação. Mentalmente, repita a
seguinte escala sonora primária tanto na inspiração como na
5 exalação: Saa Taa Naa Maa. Pressione as pontas dos polegares
com as pontas dos dedos sequencialmente da ponta do primeiro
dedo até a ponta do dedo mínimo com Saa Taa Naa Maa
enquanto faz os sons mentalmente, como no Kirtan Kriya.

Tempo: 3-5 minutos

Sente-se com a coluna reta. Bloqueie a narina direita suave-

mente com o dedo indicador da mão direita. Inale lentamente
através de sua narina esquerda, expire lentamente pela boca,
através dos lábios arredondados. Equalize a duração da inspira-
ção e exalacão, cada uma com 10 segundos. Continue com este
padrão de respiração lenta por 3 minutos. Em seguida, relaxe e
6 siga o fluxo natural de sua respiração por mais 2 minutos.

Tempo: 3 e 2 minutos

110
 O CAMPO MAGNÉTICO E O CENTRO DO CORAÇÃO

Esta série trabalha na coordenação e reparo do sistema nervoso, estimulando o Centro do Coração. O
seu sentimento normal de felicidade, conexão e bem-estar depende do equilíbrio do seu campo indivi-
dual psico-eletromagnético. Se ele é forte, o seus músculos obedecem às mensagens dos nervos e elas dão
boa percepção ao cérebro. A manutenção apropriada dos nervos depende dos elementos básicos e dos
hormônios na constituição do sangue. Esta série irá equilibrar o sangue. Os melhores resultados são
sempre obtidos se você pratica uma série até aperfeiçoá-la inteiramente. Se você não puder fazer os exer-
cícios pelo período de tempo indicado, faça o que você puder e, devagar, vá aumentando tempo.
Quando você consegue manter os tempos dados e a postura bem feita em cada exercício, continue a
série diariamente por 40 dias, enquanto aperfeiçoa o equilíbrio mental e a meditação da série inteira.

Abertura do Centro do Coração. Sente-se em Postura Fácil. Man-

tenha os braços para cima num ângulo de 60 graus, com os pulsos
e os cotovelos esticados e as palmas das mãos para cima. Comece a
Respiração do fogo por 1 minuto. Então inspire, suspenda a respi-
ração e bombeie o umbigo para dentro e para fora 16 vezes. Expire,
relaxe a respiração. Continue o ciclo por 2 a 3 minutos.

1 Este exercício constrói o campo pisco-eletromagnético. Se você

dobrar os cotovelos, o campo pisco-eletromagnético não será
fortalecido de modo apropriado. Se a expiração, depois do bom-
beamento do estômago, for desigual ou ofegante, então o
campo magnético está muito fraco.
Tempo: 2 a 3 minutos

Imediatamente sente-se sobre os calcanhares com os braços nas laterais,

paralelos ao chão. deixe as mãos caírem moles a partir dos pulsos. Comece

2 a Respiração de Fogo por 3 minutos. Inspire, suspenda a respiração e relaxe.

O segundo exercício trabalha diretamente sobre o coração.
Tempo: 3 minutos

Bombeamento do Estômago. Sente-se sobre os calcanhares. Abra bastante os

joelhos e incline-se para trás a um ângulo de 60 graus em relação ao chão.
Suporte o corpo com os braços esticados e colocados atrás do corpo. Incline o
pescoço para trás, inspire, suspenda a respiração e bombeie o estômago para
dentro e para fora até que não aguente mais segurar a respiração. Expire. Conti-
3 nue por 1 a 2 minutos. Depois, incline-se mais para trás formando um ângulo
de 30 graus e continue o ciclo de respiração por 1 a 2 minutos.

Isto estimula a tireóide, a paratireóide e o centro umbilical. Se você fizer

esta prática, nunca precisará de cosméticos. Uma aparência suave, radiante
e um brilho nos olhos e na face é um resultado natural deste exercício.
Tempo: 1 a 2 minutos

111
 Ong Sohung. Ainda sentado nos calcanhares com os joelhos bem
separados, coloque a testa no chão com os braços esticados e
relaxados à frente, com as palmas juntas. Depois de 1 minuto
comece a respiração longa e profunda por 2 minutos. Depois
cante por mais 2 minutos no estilo de chamar e responder.

4 Professor: ONG, ONG ONG, ONG

Isto alimenta o sangue recém-
-constituído dentro das célu-
Classe: ONG, ONG ONG, ONG las do cérebro e movimenta o
Professor: SOHANG, SOHANG, SOHANG, SOHANG fluído espinhal. Isto ajuda
Classe: SOHANG, SOHANG, SOHANG, SOHANG reparar os danos causados ao
cérebro pelo uso de drogas
Tempo: 1 e 2 minutos como o álcool e maconha.

Alongamento do Nervo da Vida. Agarre os dedos dos pés, manten-

do as pernas ligeiramente separadas. Inspire, expire e estenda-se para
baixo enquanto alonga o centro da coluna, dobrando-se para frente a
5 partir do umbigo. A cabeça desce por último. Sustente por 1 minuto.
Este exercício é para o equilíbrio.
Tempo: 1 minuto

Plataforma de Costas. O corpo está reto com os calcanhares no

chão e a parte superior do corpo sustentada pelos braços retos.
Deixa cabeça cair para trás e comece a Respiração de Fogo. Cami-
nhada na plataforma de costas. Depois de 30 segundos, comece
“andar” separando as pernas, até que fiquem bem separadas. Cami-
6 nhe de volta até que voltem a ficar juntas e continue “caminhando”
enquanto faz a Respiração de Fogo por mais 30 segundos. Inspire, expire e mova-se imediatamen-
te para um alongamento à frente, segurando os dedos do pé por 1 minuto. Relaxe sobre as costas
por 3 minutos. Este exercício é para tireóide, para a parte inferior da coluna e para o coração.

Tempo: 1 minuto

Maha Mudra. Sente-se sobre o calcanhar esquerdo, estique a

perna direita à frente e agarre o dedão do pé direito com os dedos
indicador e médio da mão direita; o polegar pressiona a unha do
dedão. Puxando o dedão para trás, segure o pé com a mão esquer-
da. Mantenha o queixo encaixado no peito, a coluna reta e os

7 olhos fixos no dedão. Inspire profundamente. Expire e suspenda a respiração por 8 segundos
mantendo mulbandha e a Trava do Diafragma colocados firmemente. Inspire. Continue por 3
minutos. Relaxe por 5 minutos sobre as costas. Maha Mudra é chamado de “grande selo do
yoga”. Seus efeitos preenchem páginas. Este exercício pode ser praticado sozinho.

Tempo: 1 minuto

112
 Elevação Alternada de Pernas. Deite-se sobre as costas. Estique os
braços acima da cabeça sobre o chão. Levante a perna esquerda a 90
graus e comece a Respiração de Fogo, por 1 minuto. Troque para a
8 perna direita por 1 minuto, continuando a Respiração de Fogo.
Depois levante as duas pernas somente 30 cm do chão e continue a
Respiração de Fogo por mais 1 minuto. Relaxe por 2 minutos.

Tempo: 5 minutos Isto equilíbrio prana e apana.

Parada sobre os Ombros. Vagarosamente coloque-se na Parada

sobre os Ombros. Afaste bem as pernas estendidas e comece a Respi-
ração de Fogo por 3 minutos. Relaxe sobre as costas por 3 minutos.

9 Isto equilíbrio prana e apana.

Este exercício é para a glândula tireóide.

Tempo: 6 minutos

Elevação de Cabeça e Pernas com Alternância. Deite-se sobre as

costas. Inspire e levante as pernas 15 cm. Os braços se estendem para
cima, a partir dos ombros, com as palmas viradas para dentro. Na
expiração, desça pernas e suba a cabeça pressionando o queixo no

10 peito. Continue por 3 minutos com respirações longas e profundas.

Relaxe por 2 minutos.

Este exercício é para o centro do coração.

Tempo: 5 minutos

Giros de pescoço. Sente-se em Postura Fácil e segure os cotovelos

opostos. Role a cabeça devagar formando o desenho de um 8, por 30
segundos em uma direção e depois 30 segundos na outra direção.
11 Inspire profundamente, dobrando-se à frente em direção ao chão.
Expire e levante-se tão rápido quanto possível. Movimente-se para
cima e para baixo 10 vezes. Isto é para o centro do Coração.

12 Medite entoando: Deus e eu eu e Deus somos um.

113
 VARUYAS KRIYA

Este kriya fará você suar se você o fizer corretamente. Você também pode notar uma sensação de queimação
nas bochechas. O tempo de prática pode ser lentamente aumentado para 7-1/2 minutos de cada lado. A
prática e a perfeição deste kriya abre a secreção pituitária, regula a energia sexual excessiva e aumenta a imuni-
dade geral à doença. Testa a força nervosa e reequilibra o campo magnético do corpo. Se você não quer ser
instável quando for mais velho, esta é uma excelente prática para começar quando você ainda é jovem. Além
de praticar este kriya sozinho, é agradável fazê-lo depois de completar uma longa série de exercícios que tenha
trabalhado em flexibilidade e circulação. O kriya ajuda a transformar o “suco vital”, o ojas, em uma forma
utilizável na manutenção de todo o seu sistema nervoso.

Fique em pé. Coloque o pé direito ligeiramente para a frente. Estique a perna esquerda para trás. Coloque o
dorso dos dedos do pé esquerdo no chão. Estenda os braços para a frente paralelos ao chão. Junte as palmas
das mãos. Incline a coluna ligeiramente para a frente da posição vertical. Fixe os olhos no horizonte ou no
ponto da testa. Respire fundo e comece um canto rítmico de “Sat Nam”. Enfatize o som “Sat” quando você
puxa o ponto do umbigo e aplica um leve mulabhanda. Continue por 1 1/2 minutos. Em seguida, inspire.
Relaxe. Mude e coloque a perna esquerda para a frente. Repita o exercício pelo mesmo período de tempo.

Tempo: 1 1/2 minutos

114
 WAHE GURU KRIYA (TRIKUTI KRIYA)

Ao cantar, WHA focalize o Ponto do Umbigo, em HAY concentre-se no peito e em GUROO focalize nos lábios
franzidos. Este Kriya é conhecido por meio da experiência. A série é um trabalho completo para as glândulas
tireóide, pituitária e pineal. O seu corpo interno suará. Medite após este Kriya e perceba que nós somos canais
para verdade e que manter a graciosidade nos momentos mais deselegantes é o verdadeiro valor do humano.
Esta série foi ensinada originalmente por Yogi Bhajan em 27 de novembro de 1974.

Coloque-se na Postura da Cadeira (joelhos dobrados, costas paralelas ao solo,

mãos descansando no dorso dos pés). Mantenha a coluna reta. A cabeça olha
para baixo. Vire a cabeça para o ombro esquerdo e diga WHA-HAY. Vire a
1 cabeça para o ombro direito e diga GUROO. Alterne, num passo moderado,
fazendo uma corrente de som contínua: WHA-HAY GUROO, WHA-HAY
GUROO, WHA-HAY GUROO.
Tempo: 3 minutos

Coloque-se em pé, reto. Coloque as mãos nos quadris e incline-se para trás.

2 Mantenha as pernas retas. Deixe a cabeça cair para trás. Vire a cabeça para a
esquerda e diga WHA-HAY. Vire à direita e diga GUROO.

Tempo: 3 minutos

Fique em pé reto. Incline-se um pouco, de modo que as mãos descansem

3 sobre os joelhos. A coluna está reta e a cabeça está elevada. Cante WHA-
-HAY enquanto vira a cabeça à esquerda. Cante GUROO, enquanto vira a
cabeça à direita.

Tempo: 3 minutos

Alongamento em Pé. Fique em pé. Estique os braços

4 sobre a cabeça. Em WHA-HAY, os pés estão sobre o

chão. Em GUROO, fique na ponta dos pés.

Tempo: 3 minutos

115
 Esfinge. Sente-se sobre os calcanhares. Coloque as
palmas das mãos abertas sobre o chão, bem em
frente aos joelhos. A coluna e os braços estão estica-
dos, parecendo uma esfinge. Incline-se à frente,
5 tocando a testa no chão e cante GUROO. Suba e
cante WHA-HAY.

Tempo: 3 minutos

Sente-se em Postura Fácil. Comece a sussurrar o Panj Shabd:

SAA-TAA-NAA-MAA. Depois de 2 minutos, cante em voz alta
6 por mais 2 minutos.

Tempo: 4 minutos

Flexão de Coluna com Canto. Imediatamente

coloque-se sobre os calcanhares com as palmas das
mãos sobre as coxas. Comece a flexionar a coluna e
com sussurro poderoso cante SAA à frente, TAA
7 atrás. NAA à frente e MAA atrás. Continue por 3
minutos e então, medite.

Tempo: 3 minutos

116
 DESPERTANDO PARA OS SEUS DEZ CORPOS
Esta série é do Manual do Proprietário do Corpo humano

1 2 3 4 5
O CORPO A MENTE A MENTE A MENTE O CORPO
DA ALMA NEGATIVA POSITIVA NEUTRA FÍSICO

6 7 8 9 10
A LINHA O CORPO CORPO O CORPO O CORPO
DE ARCO ÁURICO PRÂNICO SUTIL RADIANTE

Postura de Estiramento - Deite-se sobre as costas com os

braços nas laterais. Levante a cabeça, as pernas e as mãos a
15 cm. As palmas das mãos voltam-se uma para outra e
1 estão colocadas suavemente sobre os quadris para desenvol-
ver a energia através do Ponto do Umbigo. Os dedos do pé
estão apontando para frente. Mantenha os olhos focalizados
na ponta dos pés e faça a Respiração de Fogo.
Tempo: 1-3 minutos

Nariz aos Joelhos. Traga os joelhos em direção ao peito e

2 enlace-os com os braços. Coloque o nariz entre os joelhos e

comece a Respiração de Fogo.

Tempo: 1-3 minutos

Eliminador do Ego. Sente-se na Postura do Celibato ou em Postura

Fácil. Levante os braços a um ângulo de 60°. Dobre a ponta dos dedos
sobre sua base e conecte os polegares com céu. Com os olhos fecha-

3 dos, concentre-se no alto da cabeça e faça a Respiração de Fogo. 1-3

minutos. Para terminar, inspire e junte os polegares acima da cabeça.
Expire e aplique mulabandha. Inspire e relaxe.
Tempo: 1-3 minutos

117
 Alongamento do Nervo da Vida. Sente-se com as pernas esticadas
e bem separadas. Com os braços sobre a cabeça, inspire. Depois

4 expire, estique-se para baixo e segure os dedos do pé esquerdo. Inspi-

re e suba à postura original. Então, expire e estique-se para baixo
sobre a perna direita e segure os dedos do pé direito.

Tempo: 1-3 minutos

Alongamento do Nervo da Vida. Continue sentado com as

pernas esticadas e bem separadas. Segure na ponta dos dedos dos
pés, expire enquanto alonga para baixo trazendo a testa ao chão

5 e então inspire enquanto volta a sentar-se.

Tempo: 1-3 minutos

Flexão de Coluna (Montar o Camelo). Sente-se na

Postura Fácil. Segure as canelas com ambas as mãos. Inspi-
re. Flexione a coluna à frente, girando à frente sobre as
6 nádegas. Então expire, flexione a coluna para trás, rolando
para trás somente sobre as nádegas. Sustente o nível da
cabeça e os braços levemente esticados e relaxados.
Tempo: 1-3 minutos

Flexão de Coluna (Montar o Camelo). Sente-se sobre

os calcanhares. Coloque as mãos abertas sobre as coxas.
Flexione a coluna à frente, ao inspirar, e para trás, ao
7 expirar. Mantenha o foco no ponto do Terceiro Olho.

Tempo: 1-3 minutos

Torção de coluna. Permaneça sobre os calcanhares,

segure os ombros com os quatro dedos à frente e o pole-
gar atrás. Inspire e gire para esquerda; expire e gire para
8 direita, mantendo os cotovelos altos e paralelos ao solo.
(Não inverter a direção do movimento)

Tempo: 1-3 minutos

118
 Elevação de cotovelos. Segure os ombros como no exercício anterior.
Inspire e levante os cotovelos, de tal forma que o dorso dos pulsos se

9
toquem atrás do pescoço. Expire e abaixe os cotovelos na altura dos
ombros e repita.

Tempo: 1-3 minutos

Bombear os Braços. Entrelace os dedos em Mudra de

Vênus. Inspire e estique os braços acima da cabeça; então
10 expire e traga as mãos de volta ao colo.

Tempo: 1-3 minutos

Elevação Alternada dos Ombros. Sente-se em Postura

Fácil com as mãos descansando sobre os joelhos. Inspire
e encolha o ombro esquerdo para cima. Expire e eleve o
11 ombro direito enquanto abaixa o esquerdo. Continue
por 1 minuto. Depois, inverta a respiração, inspirando
com o ombro direito em cima e expirando enquanto
desce o ombro direito e eleva o ombro esquerdo.

12 Elevação dos Ombros. Inspire e encolha os

dois ombros para cima, expire e abaixe-os.
Tempo: 1 minuto

Giros de Pescoço. Permaneça sentado em Postura Fácil

com as mãos sobre os joelhos. Inspire e gire a cabeça à
esquerda, expire e gire à direita, como se estivesse dizendo
13 “não”. Continue por 1 minuto. Então inverta a respiração
de modo que, ao inspirar, gire a cabeça à direita e ao expirar
gire à esquerda. Continue por 1 minuto. Inspire profunda-
mente, concentre-se no Terceiro Olho e expire lentamente.

Postura da Rã. Fique de cócoras de maneira que as nádegas

estejam sobre os calcanhares. Os calcanhares estão unidos e
elevados. Coloque as pontas dos dedos das mãos no chão
14 entre os joelhos e mantenha a cabeça para cima. Inspire
esticando as pernas para cima, mantendo os dedos no chão
e abaixando a cabeça. Exale e volte a ficar de cócoras olhan-
do para frente. A inspiração e a expiração devem ser fortes.

15 Relaxe profundamente sobre as costas.

119
 MEDITAÇÃO DE LAYA YOGA

Sente-se na Postura Fácil com as mãos nos joelhos em Gyan Mudra (pontas do polegar e indicador se
tocando). Cante Ek Ong Kaar(ah) Saa-Taa-Naa-M(ah) Siree Wha(ah) Hey Guruu. No Ek puxe o
umbigo. Em cada som “ah” final eleve o diafragma para cima firmemente. O som “ah” é mais um pode-
roso movimento do diafragma que um som pronunciado intencionalmente. Relaxe o umbigo e o abdô-
men em Hey Guruu. Esta é uma meditação de 3 1/2 ciclos. Com a respiração, visualize o som subindo
em forma de espiral, da base da coluna para o topo da cabeça em 3 ciclos.

Tempo: 11-31 minutos

SÉRIE BÁSICA DE ENERGIA ESPINHAL

A idade se mede pela flexibilidade da coluna; para permanecer jovem, permaneça flexível. Esta série
trabalha sistematicamente desde a base da coluna até o topo. Todas as 26 vértebras recebem estimulação
e todos os chakras recebem uma rajada de energia. Isto faz dela uma boa série para ser feita antes de
meditação. Muitas pessoas reportam maior clareza mental depois da prática regular deste Kriya. Um
fator contribuinte para isso é o aumento da circulação do fluxo espinhal, que está crucialmente ligado
com uma boa memória. Numa classe de iniciantes, cada exercício citado em 108 repetições pode ser
feito por 24 vezes. Os períodos de descanso são então estendidos de 1 para 2 minutos.

Flexão da coluna. Sentado em Postura Fácil, segure os

tornozelos com ambas as mãos e inspire profundamente.
Flexione a coluna para a frente e leve o peito para cima.
1 Ao expirar, flexione a coluna para trás. Mantenha o nível
da cabeça de modo que ela não balance. Repita 108 vezes
e então inspire. Descanse por 1 minuto. As flexões de
coluna têm um “padrão de reação de múltiplos estágios”
que altera grandemente a proporção entre as ondas
Tempo: 108 vezes alpha, theta e delta, fortalecendo-as.

Flexão da coluna. Sente-se sobre os calcanhares com as mãos

sobre as coxas. Flexione a coluna à frente, na inspiração, e
para trás, na expiração. Mentalmente vibre Sat ao inspirar e
2 Nam ao expirar. Repita 108 vezes. Descanse 2 minutos.

Tempo: 108 vezes

Torção da coluna. Em Postura Fácil, segure os ombros, com

os polegares para trás e os outros dedos para frente. Inspire,
girando para esquerda e expire, girando para a direita. A
3 respiração é longa e profunda. Continue 26 vezes e inspire
olhando para frente. Descanse 1 minuto.
Tempo: 26 vezes

120
 Garra de Urso. Trave os dedos em Garra de Urso no
centro do coração. Movimente os cotovelos para cima para
baixo em um movimento de gangorra, respirando longa e
4 profundamente com o movimento. Continue 26 vezes e
inspire, expire, puxe a trava. Relaxe por 30 segundos.
Tempo: 26 vezes

Flexão da coluna. Em Postura Fácil, segure os joelhos

firmemente. Mantendo os cotovelos retos e comece a
5 flexionar a parte superior da coluna. Inspire para frente e
expire para trás. Repita 108 vezes. Descanse 1 minuto.

Tempo: 108 vezes

Elevação dos Ombros. Encolha os ombros para cima ao inspirar e abaixe-

-os ao expirar. Faça isso por 2 minutos. Inspire e suspenda a respiração por
6 15 segundos com os ombros pressionados para cima. Relaxe os ombros.

Tempo: 2 minutos

Giros de Pescoço. Gire o pescoço lentamente 5 vezes

para a direita e, depois 5 vezes para esquerda. Inspire e
7 estenda o pescoço reto.

Tempo: 5 vezes para cada lado

Garra de Urso. Trave os dedos em Garra de Urso no nível da garganta.

8
Inspire - aplique mulabandha. Expire - aplique mulabandha. Depois
levante as mãos sobre a cabeça. Inspire - aplique mulabandha. Expire -
aplique mulabandha. Repita o ciclo mais 2 vezes.

Sat Kriya. Sente-se sobre os calcanhares com os braços esticados sobre a

cabeça e as palmas juntas. Entrelace os dedos, exceto os indicadores, que apon-
tam para cima. Os homens cruzam polegar direito sobre esquerdo; as mulhe-
9 res cruzam o polegar esquerdo sobre direito. Cante SAT e puxe o Ponto do
Umbigo para dentro; cante NAAM e relaxe-o. Continue poderosamente com
um ritmo constante por, no mínimo, 3 minutos. Depois inspire, aplique a
Trava da Raiz e comprima a energia a partir da base da coluna até o ponto do
crânio. Expire, suspenda a respiração e aplique todas as travas. Inspire e relaxe.

Relaxe completamente sobre as costas por 15 minutos.

121
 NABHI KRIYA

Nabhi refere-se ao plexo nervoso ao redor do ponto do umbigo. Esta série foca em desenvolver a força
no ponto do umbigo. Os tempos indicados são para alunos avançados. Para começar a prática, comece
com 3 a 5 minutos nos exercícios mais longos. Juntos, estes exercícios colocam a área abdominal em
forma muito rapidamente e ativam o poder do Terceiro Chakra.

Elevação Alternada de Pernas. Sobre as costas, inspire e

eleve a perna direita 90°. Expire e abaixe-a. Repita com a
perna esquerda. Continue alternando a elevação das
1 pernas, mantendo uma respiração profunda e poderosa por
10 minutos. Isto é para a área digestiva inferior.

Tempo: 10 minutos

Elevação de Pernas. Sem pausa, levante ambas as pernas a 90° na inspira-

ção, abaixando-as na expiração. Para equilíbrio e energia, estique os braços
retos para cima, com as palmas das mãos voltadas uma para outra. 5 minu-
2 tos. Este exercício é para a área digestiva superior e para o plexo solar.

Tempo: 5 minutos

Joelho ao Peito. Dobre os joelhos junto ao peito e abrace-

-os, permitindo que a cabeça relaxe no chão. Descanse
nesta posição por 5 minutos. Este exercício elimina gases e
3 relaxa o coração.

Tempo: 5 minutos

Vá do exercício 4 ao 6 sem pausas. Começando na posição

3, inspire, abrindo os braços esticados para os lados sobre o
chão, e estenda as pernas para frente a um ângulo de 60°.
4 Expire e retorne à posição original. Continue por 15 minutos.
Isto carrega o campo magnético e abre o centro do umbigo.

Tempo: 15 minutos

Elevação de Pernas. Sobre as costas, traga o joelho esquerdo ao peito e

mantenha-o lá com ambas as mãos e comece rapidamente a levantar a
perna a direita 90° e abaixá-la, inspirando em cima e expirando em
5 baixo, por 1 minuto. Troque de pernas e repita por 1 minuto. Repita o
ciclo completo mais uma vez. Este exercício ajusta os quadris e a parte
inferior da coluna.

122
 Flexões à Frente. Fique em pé reto, levante os braços sobre
a cabeça abraçando as orelhas e esticando os dedos para
trás, de modo que as palmas estejam viradas para o céu.
Expire enquanto se dobra à frente para tocar o chão, man-
6 tendo os braços encostados nas orelhas e inspire, subindo
muito devagar com a respiração profunda. Na expiração,
aplique mulabandha. Continue a um passo lento por 2
minutos e, depois, mais rapidamente, por mais 1 minuto.
Este exercício é para o fluido espinhal inteiro e a aura.

7 Relaxe totalmente ou medite por 10 a 15 minutos.

SURYA KRIYA

Este kriya tem este nome devido à energia do sol - surya. Quando você tem muita “energia solar” , não
sente frio, é energético, expressivo, extrovertido e entusiasmado. É a energia da purificação. Mantém o
peso baixo. Auxilia na digestão. Torna a mente clara, analítica e direcionada para a ação. Os exercícios
estimulam sistematicamente a força prânica positiva e a própria energia kundalini. Esta serie deveria ser
praticada ocasionalmente em sua prática regular de sadhana para construir a força do corpo e a habilida-
de para concentrar-se em muitas tarefas.

Respiração pela narina direita: Sente-se em postura fácil com a coluna

ereta. Repouse a mão direita em Gyan Mudra sobre o joelho. Bloqueie a
narina esquerda com o polegar da mão esquerda. Os outros dedos apon-
1 tam retos para cima. Inicie respirações poderosas, longas e profundas,
para dentro e para fora através da narina direita. Concentre-se no fluxo
da respiração. Continue de 3 a 5 minutos. Inspire e relaxe.

Esse exercício conduz à respiração “do sol” e lhe dá uma mente clara e focada.

Sat Kriya: Sente-se sobre os calcanhares, com os braços sobre a cabeça.

Entrelace os dedos, exceto os indicadores que apontam retos para cima.
Os homens cruzam o polegar direito sobre o esquerdo; as mulheres
cruzam o polegar esquerdo sobre o direito. Para fazer o Sat Kriya comece
cantando ritmicamente Sat Naam, com ênfase no Sat enquanto puxa o
2 umbigo para dentro. No “Naam”, libere a trava. Concentre-se no ponto
entre as sobrancelhas. Continue por 3 minutos. Depois inspire, suspenda
a respiração, aplique mulabhanda e imagine sua energia irradiando a
partir do Ponto do Umbigo e circulando através do corpo. Relaxe. Repita
o exercício por 3 minutos. Depois inspire, aplique o mulabhanda e men-
talmente conduza toda a energia para o alto nas pontas dos dedos. Relaxe.

Esse exercício libera a energia armazenada no Ponto do Umbigo.

123
 Flexões da Coluna: Sente-se em Postura Fácil. Segure os tornozelos
com ambas as mãos. Inspire, estique a coluna para frente e eleve o
peito. Expire, deixe a coluna flexionar para trás. Mantenha o nível da
3 cabeça durante os movimentos. Em cada inspiração vibre mental-
mente o mantra Sat, na expiração vibre Naam. Em cada expiração
aplique mulabhanda. Continue ritmicamente com respirações
profundas 108 vezes. Depois inspire, suspenda a respiração breve-
mente com a coluna perfeitamente reta. Expire, relaxe.
Tempo: 108 vezes
Esse exercício traz a energia Kundalini liberada ao longo do
caminho da coluna e ajuda a flexibilidade da coluna.

Postura da Rã: Fique na ponta dos pés com os calcanhares

unidos acima do chão, os dedos das mãos apoiados no chão entre
os joelhos e levante a cabeça. Inspire levantando bem alto as nádegas,
abaixe a testa em direção aos joelhos e mantenha os calcanhares fora
4 do chão. Expire e volte à posição original de cócoras, com o rosto
virado para frente. Continue com respirações profundas 26 vezes.
Inspire em cima, segure brevemente o ar e exale descendo. Relaxe
sentado sobre os calcanhares.

Tempo: 26 vezes Isso transforma a energia sexual.

Virar o Pescoço: Sentado sobre os calcanhares coloque as mãos sobre as coxas.

Com a coluna muito reta, inspire profundamente e vire a cabeça para a esquer-
da. Vibre mentalmente Sat. Expire completamente enquanto vira a cabeça para a
direita. Vibre mentalmente Nam. Continue inspirando e expirando por 3 minutos.
Inspire com a cabeça reta, virada para frente. Relaxe.
5 Esse exercício abre o chakra da garganta, estimula a circulação para a cabeça e traba-
lha as glândulas tireóide e paratireóides.

Tempo: 3 minutos

Flexões de Coluna: Sente-se em Postura Fácil. Segure os ombros com os dedos à frente
e os polegares atrás. Os braços e os cotovelos estão paralelos ao chão. Inspire enquanto
flexiona lateralmente o tronco para a esquerda, expire e flexione para a direita. Continue
6 esse movimento de balanço com respirações profundas por 3 minutos. Depois inspire
na posição reta. Relaxe. Este exercício flexiona a coluna, distribui a energia para o corpo
inteiro e equilibra o campo magnético.
Tempo: 3 minutos

Medite. Sente-se em postura meditativa perfeita com a coluna reta. Dirija toda a
atenção através do Ponto entre as Sobrancelhas. Puxe o Ponto do Umbigo para dentro
– mantenha – aplique mulabhanda. Observe o fluxo da respiração. Na inspiração ouça
7 um Sat silencioso; na expiração ouça um Naam silencioso. Continue por mais 6 minu-
tos ou mais. Esse exercício o levará para uma meditação auto-curativa profunda.

Tempo: 6 minutos

124
 VENUS KRIYA

Para relacionar-se com o coração e a alma de seu parceiro.

Coração em Lótus

Cada parceiro coloca uma mão sobre a outra no centro do

1
seu coração, a direita sobre a esquerda. Feche seus olhos e
medite em seu coração. Vá profundamente dentro do
centro do seu ser. Continue por 1,5 minutos. Sente-se em
postura fácil, em frente ao seu parceiro, olhando para seus
olhos. As mãos estão em formato de concha. Então o ho-
mem põe seus dedos mínimos sob os dedos mínimos da mulher. Estes são os únicos dedos
que tocam. Isto faz um coração de lótus. Olhe para a alma, o coração de seu parceiro, atra-
vés dos olhos. Continue por 1,5 minutos com a respiração normal.

Venus Kriya Conexão de Aura

Sente-se de costas para o seu parceiro, os braços em torno

de seus joelhos. Medite em seu coração. Ouça-o. Imagine
2 a luz do sol. Traga-o em seu coração. Queime toda a amar-
gura que você sentiu ao longo dos anos. Continue por 3
minutos com a respiração normal. Para terminar, inspire,
expire e relaxe.

Venus Kriya: Uma unidade

Fique de costas com o seu parceiro, aperte as mãos e encos-

te na parte de trás da cabeça, de forma relaxada. Medite em

3
ser uma unidade infinita de consciência. Respiração
normal por 2 minutos. Em seguida, separe e solte as mãos,
dobre a frente, a partir do umbigo e mantenha as nádegas
se tocando, com as pernas retas. Toque o chão com as mãos
por 1 minuto. Para finalizar, inspire, expire e relaxe.

125
 TERCEIRA IDADE - YOGA NA CADEIRA

Rotação de Coluna: Segure os ombros com os quatro dedos à

frente e o polegar atrás. Inspire e gire para esquerda; expire e

1 gire para direita, mantendo os cotovelos altos e paralelos ao

solo. (Não inverter a direção do movimento).

Tempo: 1 a 3 minutos.

Flexões à Frente: Levante os braços sobre a cabeça abraçan-

do as orelhas e esticando os dedos para trás, de modo que as
palmas estejam viradas para o céu. Expire enquanto se

2 dobra à frente para tocar o chão e inspire, subindo muito

devagar com a respiração profunda. Na expiração, aplique
mulabandha. Continue a um passo lento.

Tempo: 1 a 3 minutos.

3 Alongamentos

Sat Kriya: Com os braços sobre a cabeça. Entrelace os dedos, exceto os indica-
dores que apontam retos para cima. Os homens cruzam o polegar direito
sobre o esquerdo; as mulheres cruzam o polegar esquerdo sobre o direito. Para

4 fazer o Sat Kriya comece cantando ritmicamente Sat Naam, com ênfase no
Sat enquanto puxa o umbigo para dentro. No “Naam”, libere a trava. Con-
centre-se no ponto entre as sobrancelhas. Continue por 3 minutos. Depois
inspire, suspenda a respiração, aplique mulabhanda e imagine sua energia
irradiando a partir do Ponto do Umbigo e circulando através do corpo. Relaxe.

5 Asana para o Cérebro: Inspira subindo os braços com garra de urso, tensionan-
do os dedos das mãos e expira trazendo os cotovelos para atrás das costelas.

126
 Asana para o Cérebro: Inspira abrindo os braços com garra de urso e
6 cruzando os braços na frente do peito. Expire trazendo os cotovelos para
atrás das costelas.

Eliminador do Ego. Levante os braços a um ângulo de 60°. Dobre a ponta

dos dedos sobre sua base e conecte os polegares com céu. Com os olhos
7 fechados, concentre-se no alto da cabeça e faça a Respiração de Fogo. 1-3
minutos. Para terminar, inspire e junte os polegares acima da cabeça. Expire
e aplique mulabandha. Inspire e relaxe.

8 Alongamentos

127
PRANAYAMA

“Prana é a coisa mais poderosa e

mais criativa que Deus já criou,
porque do Prana vem a vida”.

Yogi Bhajan

129
OS PRANAS EM KUNDALINI YOGA
No princípio era o Verbo e uma
Respiração Profunda!

A respiração é uma ferramenta fundamental para

o estudante de Kundalini Yoga. A mestria da
respiração é a base para a habilidade de abrir o
raio de ação e a criatividade de suas emoções,
para controlar seu humor, promover a saúde e
desenvolver a concentração.

O controle da respiração começa pelo exame do

que é a respiração. Para o Kundalini Yogi é a gros-
seira respiração física, mas é também a força sutil
de vida do corpo e da mente chamada Prana.
Como um estudante de Yoga, examine e quebre
seu hábito de ignorar a respiração. Considere que
a respiração e seus movimentos são conectados
com todos os movimentos de suas emoções e
pensamentos. Torne-se consciente da íntima
relação com as palavras que fala. Ambos, respira-
ção e fala, modelam a forma e direção de sua
vida. Elas governam sua comunicação e seu
relacionamento com você mesmo e com os
outros. A respiração e a palavra formam a platafor-
ma onde todas as coisas começam. Se você pode
conscientemente subordinar o padrão de formar
habilidades de respiração e som, pode criativamente
direcionar sua própria vida e seus potenciais.
Um Yogi é sempre consciente dos dois, tomando
partido natural da percepção e da experiência. A
respiração é ao mesmo tempo grosseira e sutil. É
ambos, minha e não minha. É ambos, automáti-
ca e consciente. A respiração compartilha, por
natureza, ambas as percepções da terra e do céu.
A respiração e a palavra interagem para criarem a
matriz de nossa vida e consciência.
Respiração e palavra estão intimamente entrela-
çadas. No reino etérico da criação metafísica do
universo, a primeira coisa, depois da existência
de Deus, é a Palavra. A Palavra é o padrão mani-
festo que é necessário plantar para que alguma
coisa exista para o todo. Depois desta infusão de
genética cósmica, há a energia do Prana, ou
respiração sutil. Esta energia move os Gunas, as
três qualidades da Trindade, que tecem e com-
põem em suas variadas combinações todas as
nossas experiências. Então, no Céu, primeiro é a
Palavra acompanhada por seu servidor, a respira-
ção ou Prana. No reino terrestre da existência
física, que é muito tangível para nós, o oposto é
verdadeiro. Como um bebê, a primeira ação ao
sair do útero é fazer uma respiração profunda.
Você expele a suspensão de água dos pulmões e
começa o constante pulsar do diafragma e
pulmões para viver no ar - a força invisível de
nossa vida na terra. Então você grita. Você anun-
cia sua chegada. Todos os médicos, enfermeiras e
pais esperam por este primeiro som, a Palavra
que significa que você está inteiro, expressivo e
vivo. Então, no reino da Terra, a respiração vem
primeiro e a expressão da Palavra acompanha o
despertar da energia, que é feita pela respiração.
Os verdadeiros sábios de todas as épocas nos
ensinam que para ascender aos céus, tornar sutis
as nossas percepções e comandar a criação de
nosso destino, precisamos primeiro cultivar a
respiração e, depois, avaliar cada palavra que
falamos alto ou mentalmente. A forma mais fácil
de adquirir esta prática é usar o controle da respi-
ração física. Isto resulta de um comando sobre
suas palavras e emoções. Desta forma, você pode
criar uma sutil quietude no Prana da mente, que
abre sua sensibilidade à Palavra, que molda a
maior atividade de vida e consciência.
Os Chakras inferiores representam os impulsos e
a natureza animal em nós. Eles são necessários e
cheios de vitalidade. Eles são da terra e tangíveis.
Quando suas palavras vêm de impulsos reativos
deste reino, elas são ordinariamente discurso.
Pode ou não representar você como uma perso-
nalidade total.

130
As palavras podem vir de uma só parte de você. A
respiração é reativa e registra suas maneiras e
paixões. A respiração pulsa com os sentimentos e
exige certas palavras para expressá-los. O centro
do coração é onde você se equilibra como um ser
humano e onde você se conecta igualmente com
os reinos inferiores e superiores.
O oitavo chakra é onde você habita em transcen-
dente libertação. Através dos chakras superiores
você entra nos reinos sutis. Lá o som e o pulsar de
Naad governa. As emoções acompanham a essên-
cia de sua verdade. Quando estes dois reinos
estão juntos, a respiração e a palavra estão em
perfeito concerto. Sua palavra é suave e verdadei-
ra. Suas emoções são fortes e claras. Elas servem à
sua mais alta consciência com dever e respondem
a todos impulsos inferiores com compaixão e
empatia. Para despertar a si mesmo como um
yogi você precisa da velha idéia da respiração. Dê
à respiração o centro e a importância que tem
para moldar sua vida. Ela governa junto com a
palavra. Ela direciona as emoções e a vitalidade.
Se você aprender a regulá-la com reverência e
precisão neste curso, você sempre terá recursos e
o espírito sob seu comando.
O cultivo e o uso da respiração é central em
muitas kriyas de Kundalini Yoga. Alguns estu-
dantes sérios de Kundalini Yoga aprendem
muitas variedades de controle de respiração: taxa
de respiração, profundidade e padrões de ritmo.
Como um professor de Kundalini Yoga, você
tem que dominar o conceito fundamental da
respiração que é o Prana. A palavra Prana pode
ser traduzida como Pranayama.
PRA, Pra-a-na significa a “primeira unidade”, a
primeira unidade de energia. É a primeira respira-
ção ou movimento da alma dentro do reino mente-
corpo. AYAMA significa “expansão”. Pranayama é a
“habilidade para expandir a primeira unidade, a
semente de energia em você, dentro da experiência
da vida”. Quando você está cheio de prana e ele
vibra de maneira correta, a vida se enche de vitalida-
de, benção, energia e manifestação.
Por ser a primeira manifestação de energia, o
Prana é sutil. A respiração física é apenas uma
grosseira manifestação dele. O Prana verdadeira-
mente, é a força que dá movimento a todo
universo da experiência. Ele é gerado pelo movi-
mento próprio dos Gunas.
131
O Prana é a base da freqüência da mente. Domi-
nar a sensibilidade do prana, os movimentos e a
qualidade dos movimentos que ele provoca,
permite ao Yogi abertura para controlar as mistu-
ras de energia, que formam toda a consciência e
a capacidade de agir dentro da vida. Uma peque-
na mudança na respiração causa um grande
impacto. Quando você altera a respiração em sua
profundidade, taxa e ritmo, quando você canta
um mantra, você pode ter um grande impacto no
estado final de sua consciência, e de fato, em sua
capacidade de agir na vida. É como fazer uma
pequena mudança no código de DNA: o DNA é
a informação que condiciona estruturas de todas
as ações físicas que acontecerão numa célula.
Exatamente com se diz, os padrões prânicos
dentro de você estruturam seu corpo físico e as
freqüências mentais em que você se encontra.
Como professores de Kundalini Yoga, sabemos
que a respiração, como Yogi Bhajan tem freqüen-
temente dito, é o beijo de Deus, a interface com
a força universal da vida da qual somos uma
parte. É a vibração que entrelaça seu finito
campo magnético como um indivíduo, ao
campo magnético universal. Nós damos à respi-
ração e sua regulagem uma grande reverência,
um grande respeito. Nós cultivamos um estado
de alerta para os sinais que a respiração nos dá.
Torna-se uma ferramenta para medir os movi-
mentos e tendências que ocorrem no universo
inteiro, dentro de nosso corpo e à nossa volta.
Um dos objetivos de um Kundalini Yogi como
um Pran Yogi, como aquele que tem o domínio
da ciência da Yoga em sua relação com a respira-
ção, é para sentir os movimentos das energias sutis
dentro e ao nosso redor e ter a capacidade de criar
um movimento de quietude, de Shuniya. Quando
podemos criar quietude, podemos sentir o que está
acontecendo e criamos novos padrões.
A Lei do Kriya é que, uma vez que você inicia
uma ação, ela se completará porque é uma honra
para a alma. Quando você cria quietude e clara-
mente inicia um novo padrão, esta é uma manei-
ra que o prana pode ser usado para expressar e
honrar a alma. Nós criamos quietude. A cura
potencial vem através desta abertura de quietude
pela combinação de diferentes movimentos, pela
mistura de prana e apana em igual medida. Esta
quietude que criamos nos pranas é uma abertura
à expressão da energia Kundalini e toda a aura,
consciência e milagres que acompanha.
Quando você cria uma quietude em todos os
pranas, é quando você pode plantar uma semen-
te, uma bij, para criar um novo ritmo ou padrão
na mente. Este ritmo é chamado Naad. Nós
criamos a quietude de tal forma que podemos
efetivamente vibrar e formatar a mente como a
superfície de um quieto tanque de água. Cada
pedra forma ondas sobre sua superfície. Cada
onda cria um padrão na quieta mente. Quando
nós colocamos dentro da infinita vibração do
shabd, reformulamos nosso corpo inteiro dentro
do corpo divino para tomar a forma de Akal
Muret.
A vida nos dá muitos pontos naturais de quietu-
de, como a morte, como quando dormimos, ao
nascer e na libertação que ocorre durante a
relação sexual. Como um Kundalini Yogi, nós
constantemente criamos esta união, esta yoga,
dentro de nós mesmos, tanto que podemos estar
quietos e manifestar o sagrado pela vibração, em
uníssono, com o Infinito Ser.
Kundalini e prana são diferentes. Kundalini é
uma emanação da própria alma. Prana é o movi-
mento e o código de energia através dos reinos da
mente e do corpo. Muitas pessoas são confundi-
das pelos escritos sobre Kundalini, porque ela
tem se tornado popular com relação à questão da
elevação de Kundalini. Muitas destas manifesta-
ções são desequilíbrio do prana, em um ou outro
de seus dez corpos, ou em alguns dos chakras.
Muitas curas têm acontecido pelo rearranjo do
prana de uma maneira apropriada.
O Prana com “P” maiúsculo divide-se em
diferentes freqüências ou diferentes tipos de
movimentos dentro das áreas do corpo. Cada
132
uma destas subdivisões do Prana tem uma casa
natural no corpo. Se muito prana se acumula
numa área, além de seu funcionamento normal,
ou há muito pouco em relação à sua necessidade,
então cria-se uma desordem, uma enfermidade
do corpo, da mente ou das emoções. Muitas das
técnicas de postura e respiração e a forma que
você se alimenta, a maneira como age, é para
recriarem o fluxo natural ou estas subdivisões do
prana dentro de nosso corpo, de tal maneira que
ele possa recuperar um sentido de quietude, flexi-
bilidade e intuição espontânea. Desta forma,
nosso corpo torna-se um perfeito instrumento da
alma. Nós não estamos então mais preocupados
ou atormentados por nossas desordens e necessi-
dades. Nós podemos sentir o movimento que há
no universo inteiro.
Nos tempos antigos, a ciência de sentir o movi-
mento do universo e expandir nosso conheci-
mento usando essa sensibilidade, era chamada
Swarodaya. Um Yogi poderia ver a condição da
respiração de um aluno quando ele chegava, e a
partir deste conhecimento saber seu estado de
doença, conhecer suas probabilidades de sucesso
nas aventuras que iriam encontrar. Olhava como
um milagre psíquico. Era uma sensibilidade aos
movimentos do Prana. Misturando os pranas
apropriadamente, você pode regular os seus
modos e expandir sua capacidade mental.
Imagine o Prana indo para cada área de seu
corpo. Aqui estão as suas divisões mais comuns.
Prana se divide em prana, apana, udana, samana
e Vyana.
Prana (com “p” minúsculo) acumula entre a base
do coração e o pescoço. Está ligado às funções
dos pulmões e à inspiração. O movimento do
prana é acumulação e expansão da energia inter-
na. Quando você está cheio de prana, está pronto
para viver, você está carregado de energia, sua
respiração está aberta e a mente adquire um
sentido de positividade.
Apana tem seu domicílio abaixo do umbigo e
governa todas as funções relativas à eliminação. É
associado com eliminação através do reto, da
bexiga, do cólon e dos genitais, e continua a fluir
para baixo, saindo do corpo através dos pés, apesar
de sua saída primária ser através do reto. Um
apana poderoso é necessário nos dias de hoje, para
lidar com a eliminação de toxinas. Ele também lhe
dá a habilidade para conhecer o que poderá ou
não estar com você. Apana é associado com as
qualidades da terra, que sustentam muitas partes
do corpo. Uma pessoa com muito apana, tem a
tendência de ser vagaroso, preguiçoso, ter um
sentido de peso, um sentido de confusão e estupi-
dez. O apana forte trará um sentido de segurança
e habilidade para fazer ir avante para o futuro.
Udana reside na laringe e dentro da cabeça. De
forma oposta ao prana, ele lança o ar para cima e
para fora. Ele está próximo à projeção. Ele está
ativo em todas as formas de linguagem, da mesma
forma que é expelido através do vômito. Ele
interage com todos os sentidos na cabeça. Quando
não está apropriadamente regulado, a voz é irregu-
lar, há uma dificuldade para fazer notas musicais.
Se udana está forte, você pode projetar e criar
com a palavra.
Samana habita a região entre o coração e o
umbigo e governa muito da atividade do meta-
bolismo. Ele tende a organizar, sistematizar, deci-
dir para onde as coisas irão. Ajuda na assimila-
ção, para saber o que assimilar e o que irá passar
através do colon. Pessoas com pouca samana ou
com samana invertido tem uma sensação de
confusão, emoções confusas, inabilidade para
identificar o que é real para elas, emocionalmen-
te. Os relacionamentos podem ser muito confu-
sos. Pessoas com problemas de relacionamento
fronteiriços ,frequentemente, tem uma inversão
em samana. Samana forte permite a você discri-
minar. Dá a você clareza emocional.
Vyana permeia todo o corpo. É como um tecido
conjuntivo sutil. Ele governa todas as coordena-
ções dos movimentos dos músculos e articula-
ções através do corpo. Sua ação dá a seu corpo e
a seus pensamentos um sentido de integridade,
uma espécie de viscosidade para o corpo prânico.
Quando vyana é perturbado, você pode isolar
uma parte do corpo de outra, desconectá-los e ir
de soslaio. Quando é muito forte, há um sentido
de interconexão e fluxo. Quando está desequili-
brado e perturbado, a mente tem uma dificulda-
de de ficar um tempo com algum pensamento.
As idéias constantemente mudam e o pensamen-
to é dispersado por partes conflitivas, ao invés de
ter todas as partes conectadas e coordenadas.
Há muitas outras divisões do prana que vão
através dos diferentes movimentos do corpo
133
como piscada dos olhos, arroto e outras coisas.
Eles são chamados Naga, Kurma, Kekara, Deva-
datta e Dhananjaya.
Um dos processos principais em muitos kriyas de
Kundalini é para fortalecer tanto a energia acumu-
lativa do prana, como a energia eliminativa do
apana. Quando o prana e o apana, que agem como
um eixo central de todos os Pranas, são fortes e
equilibrados , tendem a ajustar-se. Quando prana e
apana são fortes e foram misturados como opostos
unidos no umbigo pela aplicação de mulbhand, ele
abre o vão para o fluxo de Kundalini, que abre a
enegia da alma e consciência.
Cada um destes Pranas é afetado pelos cinco
elementos: terra, ar, fogo água e éter e cada um
tem uma habilidade que é adicionada às diferen-
tes funções de cada tipo de Prana. Apenas como
um exemplo, o prana respirado nos pulmões será
alterado num ritmo regular por um período de
uma hora. Num ciclo normal por hora, a respira-
ção do prana gastará cerca de vinte minutos com
uma qualidade, dezesseis minutos com a água,
doze minutos com o fogo, oito minutos com o ar
e quatro minutos com o éter.
Desta forma, quando o prana dos pulmões está
normal, sua qualidade também varia dentro da
hora, mesmo quando está perfeitamente equili-
brado, por estas outras qualidades que vem de
níveis de manifestação.
Nadís não são um nervo ou um músculo, mas
apenas um canal de fluxo, que pode ir através de
um osso ou uma veia, ou pode ir direto através
do que nós imaginamos como um espaço sem
um órgão físico.
Há 72 maiores surs, ou zonas, que este fluxo
atravessa. Destes 72 há 3 principais e este são ida,
o esquerdo, pingala, o direito e shushmana, o
central. Destes 3, é o canal central, shushmana
que as yoga kundalini se concentram pelo fato de
que se você vibra shushmana, você vibra todos os
três. Quando vibra todos os três, vibra os 72, e
você pode ajustar o sistema inteiro.
É por esta razão que quando cantamos e usamos o
poder do Shabad, nós localizamos este Shabad no
canal central de tal forma que podemos vibrar todos
os 72 principais meridianos. Agora, aqueles trans-
põem dentro dos 72.000 canais através de todos o
corpo em diferentes sistemas. É a interação com o
chakra coronário que fornece 1.000 pensamentos
numa muito pequena unidade de tempo, 1.000
vibrações ou sementes da mente. Estas 1.000 pulsa-
ções da mente pulsam os 72 canais principais,
dando 72.000 vibrações. Apenas pense em um
cordão sendo puxado por uma picareta. Ele vibra e
cria forma no tempo e no espaço. O puxar daqueles
72 canais principais pela interação com a mente, dá
a todos os 10 corpos uma forma no tempo e no
espaço. Ele forma seu corpo físico, seus corpos emo-
cionais, seus corpos mentais. Kundalini Yoga tem
decodificado como puxar estes cordões principais
pelo uso do canal central.
Uma forma primária de usar o Prana para cura é
ativar o canal shushmana, ida e pingala. Pela manu-
tenção destes canais fortes, aberto e coordenados,
todos os chakras e meridianos que conhecemos em
acupuntura, todos os nadis que registramos na
Medicina Ayurvédica começam naturalmente a
alinhar-se com a chave do impulso da vida e criati-
vidade que vem da alma através da mente neutra.
Uma das maneiras de ajustar os pranas é viver em
correspondência com o ritmo universal. Um
destes é o ciclo nasal, as narinas esquerda e direita
vão para trás e para frente num biorritmo.
Quando saímos fora da sincronia com este fluxo
natural, que é fixado no período da manhã com
o raiar do dia e à tarde, ao pôr-do-sol, então os
Pranas que se acumulam em seu corpo, tornam-se
perturbados. Depois de um longo tempo, isto gera
doenças e distúrbios emocionais. Isto explica
porque o estilo de vida e a habilidade para constante
recalibrar seus pranas do ponto zero é essencial para
o estilo de vida de um Kundalini Yogi.
Se você ingere o Prana de um animal que foi
abatido, seu corpo pode absorver este Prana e
repartir o distúrbio antes que ele possa alcançar o
ponto zero. Esta é uma das razões pela qual
tantos Yogis são vegetarianos. Eles não colocam
em seus corpos Pranas que tenham sido forma-
dos e gerados num grande momento, através da
força da mente e emo-macroconsciência do reino
vegetal que é facilmente padronizada por seu
próprio prana. Você encontrará que, sob quase
todos os hábitos yogicos, há uma base e lógica
relacionadas ao equilíbrio, acumulação e expansão
de todos os pranas em seus lugares apropriados.
Os ciclos básicos, como o ciclo nasal, relacionar-
-se-ão com o nível físico para a regulagem dos
134
sistemas simpático e parassimpático, e para a
estimulação de glândulas particulares.
Não há maior nem mais extensa ciência que Kun-
dalini Yoga para o uso da respiração, para cura e
para o cultivo de muitos aspectos e faces da mente.
TÉCNICAS DE RESPIRAÇÃO
RESPIRAÇÃO COMPLETA,
LONGA E PROFUNDA
A respiração é o barômetro de energia de sua
vida. É a mais consistente medida da vitalidade e
de como envelhecemos. A respiração é o alicerce
de nossa consciência e de nossas maneiras. A
primeira tarefa do estudante de Yoga é cultivar a
consciência desta poderosa ferramenta.
O uso apropriado da respiração é uma habilidade
que precisa ser cultivada. Você pode imaginar
que algo tão essencial para a vida seja automáti-
co. Você está meio certo. A respiração é ambos:
voluntária e involuntária. Ela é em parte devida à
genética, ao temperamento e à evolução. É em
parte aprendida. O fato de aprendermos como
regular a respiração significa que a respiração
codifica nossa postura emocional diante da vida.
Ela é o repositório de quanta energia nós normal-
mente gastamos e quanta capacidade de reserva
criamos para emergências. Em um levantamento
encontrou-se que 40% das pessoas não respiram
bem ou corretamente.
A respiração é ambos: grosseira e sutil. O aspecto
grosseiro é a mistura de oxigênio, nitrogênio e de
outros elementos que, quimicamente, compõem
o ar. O aspecto sutil é o Prana ou força vital que
energiza a mente e o corpo. A quantidade, a
qualidade e a circulação de cada um cria a base de
uma vida criativa e cheia de vitalidade.
Como fazê-la
Para estar certo de fazê-la corretamente, você
precisa distingüir claramente as 3 partes da
respiração: baixa ou abdominal, média ou
peitoral e a alta ou clavicular. Uma respiração
completa começa por encher o abdômem,
depois expandir o peito e, por último levantar
as altas costelas e a clavícula. A expiração é
justamente o oposto: acomoda as altas cos-
telas e clavículas, o meio do peito e, finalmente
o abdômem, puxando o ponto do umbigo para
trás em direção à coluna.
Treinando a Respiração Longa e Profunda
Sente-se reto. Se a coluna estiver em uma posição
equilibrada, as costelas e os músculos poderão se
mover livremente. Comece a inspiração pela
respiração abdominal. Logo acrescente a respira-
ção peitoral e termine com a respiração clavicu-
lar. Todas as três são feitas em um movimento
suave. Ao expirar, inicie relaxando a clavícula e,
então, suavemente esvazie o peito. Finalmente,
puxe o abdômem para levar para fora o ar rema-
nescente. Continue de forma rítmica, como o
exercício requer.
Benefícios da Respiração Longa e Profunda
a) Relaxa e acalma.
b) Este relaxamento é de preferência de um
modo mais ativo que passivo. Ele reajustará e
iniciará seu cérebro para aquelas decisões corre-
tas, que fluirão automaticamente em situações de
crise.
c) Enche os pulmões e o capacita a alimentar seu
campo eletromagnético. Revitalizando e reajus-
tando seu campo eletromagnético, fará você
menos sujeito a ser vítima de acidentes, doenças
ou negatividades.
d) Bombeia o fluído espinhal para o cérebro,
dando maior energia.
e) Regula o pH do corpo (equilíbrio acido/ base)
que afeta sua habilidade para manejar uma situa-
ção estressante.
f ) Reduz e previne a estocagem de toxinas,
formadas pela limpeza do muco dos pequenos
sacos de ar (alvéolos) dos pulmões.
g) Estimula a produção de químicos (endorfinas)
no cérebro, eliminando a tendência à depressão.
h) Limpa o sangue.
i) Energiza, dá alerta e a consciência para a força
vital (Prana) na respiração.
j) Dá clareza, cabeça fria e positividade.
k) Ajuda a desfazer bloqueios no fluxo de energia
dos meridianos.
l) Ativa e limpa os canais nervosos.
m) Ajuda a apressar as curas, emocionais e físicas.
n) Ajuda a quebrar hábitos, padrões e vícios
indesejáveis do subconsciente.
o) Reduz insegurança e medo.
p) Recanaliza condições mentais previstas das
doenças, eliminando-as ou reduzindo-as (como,
135
por exemplo, no nascimento de uma criança).
q) Restaura a aura.
r) Dá capacidade de controlar a negatividade e as
emoções.
s) Como a capacidade pulmonar é aumentada, a
glândula pituitária começará a secretar e o poder
da mente começará a se desenvolver.
RESPIRAÇÃO ABDOMINAL
Sente-se muito reto, no chão ou em uma cadeira.
Leve sua respiração a relaxar-se de uma forma
natural e profunda. Leve sua atenção para a área
do ponto do umbigo. Tome uma respiração
profunda, levando a barriga relaxada a mover-se
para frente. Quando expirar, gentilmente puxe o
umbigo em direção às costas. Para este experi-
mento mantenha o peito relaxado. O foco de
atenção fica inteiramente no baixo abdômem. O
músculo do diafragma separa o peito e cavidade
torácica do abdômem e intestinos. É uma lâ-
mina muscular que está normamemte numa
forma de cúpula. Quando você relaxa o diafrag-
ma e estende a barriga, a cúpula se achata e um
espaço extra é criado para expandir os pulmões
acima dele. Quando você exala, a cúpula é recria-
da e o ar da parte baixa dos pulmões é empurrado
para cima e para fora. Se você não usa esta respi-
ração, a parte baixa dos pulmões não é usada de
forma eficiente.
Se você ainda tiver dificuldade com esta parte da
respiração, deite-se de costas. Coloque um livro
no ponto do umbigo e sua mão no centro do
peito. Ao inalar, o livro sobe em direção ao teto.
Ao exalar, abaixe-o à posição inicial. Com suas
mãos, monitore o peito para que esteja parado e
relaxado. Logo você sentirá todos os músculos
emvolvidos nese movimento. É o movimento
natural da respiração.
RESPIRAÇÃO PEITORAL
Sente-se reto e mantenha o diafragma parado.
Não permita que o abdômem se estenda. Inspire
lentamente usando somente os músulos peito-
rais. O peito se expande pelo trabalho dos mús-
culos intercostais, entre as costelas. Faça isto
lentamente e focalizando a sensação de expansão.
Expire completamente, mas não use o abdômem.
Compare a profundidade e o volume da respira-
ção com o primeiro exercício.
RESPIRAÇÃO CLAVICULAR
Sente-se reto. Contraia o umbigo, mantendo o
abdômem contraído. Levante o peito sem inspi-
rar. Agora, inspire lentamente expandindo os
ombros e as clavículas. Expire enquanto conserva
o peito levantado.
Cada parte da expansão da respiração é distinta.
Se combinar as três, você terá a respiração longa
e profunda.
RESPIRAÇÃO DE FOGO
AGNI PRANAYAMA
Uma técnica de respiração ubíqua, que é única
para Kundalini Yoga, é chamada de respiração de
fogo. Ela acompanha muitas posturas e séries de
exercícios e tem muitos efeitos benéficos. É impor-
tante dominar esta respiração, de tal modo que seja
automática e cuidadosamente executada.
Benefícios
a) Liberta velhas toxinas e depósitos dos
pulmões, revestimentos de muco, dos vasos
sangüíneos e de outras células.
b) Expande a capacidade pulmonar e aumenta a
Força Vital.
c) Reduz os impulsos de vícios para drogas, cigar-
ros e má alimentação.
d) Fortalece o sistema nervoso para resistir ao
stress.
e) Aumenta a resistência física e prepara você
para agir de forma efetiva.
f ) Repara o equilíbrio entre os sistemas nervosos
simpático e parassimpático.
g) Ajusta o sutil campo psico-eletromagnético da
aura, de tal forma que o sangue torna-se energi-
zado e curado.
h) Cria um estado de mente focado, inteligente e
neutro.
i) Usado em kriyas específicas, previne muitas
doenças e auxilia o sistema imunológico.
j) Promove a sincronização do biorritmo de
diferentes partes do organismo.
Método
A respiração é rápida e contínua. É igual na
inspiração e na expiração. É principalmente o
espaço de ar ocioso que é vibrado dentro e fora
dos pulmões. Isto é muito diferente da respiração
profunda em fole, que bombeia o estômago com
136
inspirações e expirações completas. A respiração
de fogo é provida de energia do ponto do
umbigo e do plexo solar. Para expirar, o ar expeli-
do pela pressão do ponto do umbigo e dos plexo
solar puxados em direção à coluna. Isto acontece
automaticamente se você contrair o diafragma.
O peito fica relaxado e suavemente erguido,
completamente fora do ciclo respiratório. Para
inalar, o abdômen relaxa, o diafragma estende-se
para baixo e a respiração parece entrar como
parte do relaxamento, ao invés de através de um
esforço. É praticada através das narinas com a
boca fechada, exceto quando há orientação em
contrário.
Há três problemas que alguns principiantes
podem encontrar quando aprendem pela primei-
ra vez esta respiração.
O primeiro é a respiração paradoxal. Muitas
pessoas aprendem a respirar ao contrário: elas
inalam puxando a barriga e isto reduz o espaço o
espaço para a respiração. As pessoas que são
frequentemente ansiosas ou fumantes, normal-
mente tem este padrão. Ele pode ser facilmente
mudado, colocando uma mão sobre o peito e a
outra sobre a barriga e inspirar e expirar vagarosa
e corretamente. Uma vez isto feito, então comece
a respiração de fogo vagarosamente e mantendo
o mesmo padrão de respiração.
O segundo é tentar respirar através de um exage-
rado bombeamento da barriga. Há uma respira-
ção de limpeza que é a respiração do fole. A respi-
ração de fogo é diferente e vem do superior
hierárquico perto do plexo solar.
O terceiro é uma perda de atenção para o equilí-
brio do coeficiente inspiração/expiração. Uma
forma de conseguir isto corretamente é fazer
errado primeiro. Tente inalar muito mais que
exalar com um ciclo de 1 a 2 vezes por segundo.
Dentro de 30 segundos, você pode sentir o
super-estimulante salto e desequilíbrio da respi-
ração. Então, mude para uma expiração maior que
a inspiração no mesmo ritmo. Quase imediatamen-
te você sentirá uma perda de força, letargia, distra-
ção ou depressão. Então volte atrás e respire exata-
mente igual na inspiração e expiração. Ouça o som
da respiração e crie seu próprio ritmo.
Uma vez aperfeiçoada a técnica, será difícil
lembrar que problema havia. Será natural e
muito útil na cura e direcionamento de seu Self.
Comece a praticá-la por 1 a 3 minutos. Algumas respiração completa e respiração lenta pela
pessoas acham fácil fazê-la por 10 minutos narina esquerda 20 minutos, sempre ajuda.
imediatamente. Outros acham que a respiração
cria inicialmente uma vertigem e um atordoa- Uma outra boa série para principiantes é descrita
mento. Testes que medem, ao mesmo tempo, mais tarde como série energizante de Pranayama.
ondas cerebrais e química do sangue com relação
ao níveis de oxigênio e dióxido de carbono, mos- SITALI PRANAYAMA
tram que a respiração de fogo não é hiperventila-
ção. Não haverá hipocalcemia ou rigidez das
mãos, pés e face. Estes são sinais de que você não
está fazendo corretamente. Pare. Algum formiga-
mento, sensação de viajar e luz na cabeça é com-
pletamente normal, enquanto seu corpo se ajusta
à nova estimulação de seus nervos. Se você se
concentrar no ponto entre as sobrancelhas, isto
passará rapidamente. Uma vez ajustado, normal-
mente param estes sintomas. Em algumas pesso-
as não é resultado de ajuste propriamente dito,
mas da liberação de toxinas e química realizado pela
respiração numa série de exercícios. Este tipo de
sensação é ajudado por uma dieta leve com uma
grande quantidade de sucos de vegetais frescos. Benefícios

Aqui está um bom início para a prática. Sente-se
reto e coloque as mãos juntas na pose de oração
no centro do peito. Os dedos apontam para
frente os polegares pressionam contra o esterno.
Feche os olhos 9/10, gire os olhos para cima e
concentre no ponto entre as sobrancelhas.
Comece a respiração de fogo. Continue por 3
minutos. Então inspire e retenha a respiração por
10 segundos. Relaxe. Permaneça quieto e colo-
que as mãos sobre os joelhos com a ponta do
primeiro dedo tocando a ponta do polegar,
palmas para cima. Observe o fluxo natural da
respiração e a constante corrente de sentir interna
e externamente. Depois de 3 minutos, inspire
profundamente, expire. Repita esta combinação
de 3 minutos de respiração de fogo e 3 minutos
de respiração consciente por 3 ou 5 ciclos.
Muitos Yogis entendem que a prática de agni
pranayama pode ajudar a prevenir doenças sistê-
micas como artrites. Uma prática típica é cons-
truir a respiração de fogo por 20 minutos. Repe-
tir isto 3 vezes num dia. Fazer uma dieta vegeta-
riana e comer pelo menos duas cebolas grandes
num dia. Adicione muitas xícaras de chá yogi e
um chá feito de pimenta negra em grão fervida,
adicionando mel.
Em caso de traumas ou choque emocional, respi-
ração de fogo 7 1/2 minutos para 15 minutos de
Esta respiração é usada para regular febres e pres-
são sangüínea, para curar febres digestivas e pres-
são do sangue e para curar doenças digestivas.
Método
Para respirar desta forma, faça uma calha com a
língua encurvada e estenda a ponta um pouco
além dos lábios. Inspire profundamente pela
boca, permitindo que o ar entre através da calha
da língua e expire através do nariz.
RESPIRAÇÕES INTERROMPIDAS
Método
Há variadas formas de usar as respirações inter-
rompidas durante as kriyas.
Neste tipo de respiração, a inspiração e a ex-
piração são divididas em seções, com tempos
específicos. Cada ritmo tem um efeito específico.
Os coeficientes mais comuns para inspiração -
retenção de pulmão cheio - expiração e retenção
de pulmão vazio, são os seguintes: (1:4:2:0),
(4:16:2:0), (4:0:1:0) e (1:8:1:8). Como exemplo,
observe o coeficiente 4:1. Esta respiração é usada
para cura e para eliminar depressão. Você quebra
a inspiração em 4 diferentes seções. Cada parte é
uma rápida fungada, que faz com que as laterais

137
das narinas colapsem suavemente para dentro.
Expire em uma respiração simples pelo nariz. É
importante estar focado no fluxo da respiração e
manter os 4 tempos igualmente divididos.
RESPIRAÇÃO DO ASSOBIO
Método
Neste tipo de respiração, você faz um peque- no
buraco entre os lábios franzidos. Inspire pela boca,
fazendo um som de assobio, então, expire pelo
nariz. Uma variação é inspirar pelo nariz e expirar,
com um assobio, pelos lábios franzidos. Escute o
suave assobio enquanto respira. Esta respiração
muda a circulação e ativa as glândulas superiores,
como tireóide e paratireóide. Há muitos outros
tipos de respiração, mas estas têm os elementos
básicos para muitas respirações que você encontrar.
RESPIRAÇÃO PELA NARINA ESQUERDA
E PELA NARINA DIREITA
Esta é uma importante categoria de exercício
respiratório. Seus efeitos relacionam-se com a
importância energética das narinas, como recep-
toras dos processos de Ida e Píngala, as duas prin-
cipais nadis do sistema energético. Píngala, que
representa a energia do sol, aterramento, concen-
tração, pensamento racional, análise, etc., termi-
na na narina direita. Ida, o canal lunar, que se
138
relaciona com a sensibilidade, criatividade e
síntese, termina na narina esquerda. Através do
simples mecanismo de fechar e abrir uma das
narinas, o iogue tem à sua disposição técnicas
para controlar o seu humor e sua energia com a
ponta dos dedos.
Você tem um problema para começar um projeto
ou concentrar-se no trabalho? Respire uns
poucos minutos por sua narina direita. Você quer
relaxar, dormir, ou quem sabe, sentar-se em
frente a uma folha em branco para escrever uma
carta importante? Respire através de sua narina
esquerda.
Interessante é a relação da divisão de trabalho
entre os hemisférios cerebrais, como descrita pela
moderna psicologia, com as narinas. As qualida-
des do hemisfério direito correspondem exata-
mente àquilo que a respiração pela narina esquer-
da traz e vice-versa. A razão disto é que os nervos
conectam o cérebro com o corpo cruzando-se
sobre o terceiro olho, tanto que o hemisfério
cerebral esquerdo conecta-se com o lado direito
do corpo e com a narina direita e o lado direito
do cérebro, com o lado esquerdo do corpo.
Efeitos
Respirar através da narina esquerda estimula
a) Ida, a Nadi do lado esquerdo da coluna.
b) Apana - a energia de limpeza.
c) O lado do corpo relacionado com a lua.
d) Intuição.
e) Serenidade, relaxamento e sensibilidade.
f ) Criatividade.
g) Síntese.
Respirar através da narina direita estimula
a) Píngala, o canal do lado direito da coluna.
b) Prana, a energia de nutrição.
c) O lado do corpo relativo ao sol.
d) Energia, vigor, força de vontade.
e) Análise.
f ) Concentração.
g) Aterramento (realização a nível material).
 ˜
MEDITACAO

“Nós meditamos para que nossas

mentes possam ser afiadas e alertas.
Cantamos mantras para que nossas
almas possam ser acesas como velas.
E caminhamos na luz dessa beleza”.

Yogi Bhajan

139

Meditação é o “pano de fundo” de todas as práti-
cas de harmonização e intensificação energética
próprios do Yoga. É o contexto meditativo onde
as vivências acontecem, que dá um sentido maior
a todas as elas. A qualidade de poderem ser
chamadas de Yoga. Sendo Yoga um estado de ser,
a Meditação é o mergulho e vivência nesse
Estado. Portanto, o Estado de Meditação é Yoga.
E o Estado de Yoga é Meditação!
Meditação é a compreensão direta da vida, sem
que haja alguém que compreendeu e algo que foi
compreendido. É um estado de compreensão
sem divisão sujeito-objeto.
Meditação é a dissolução do eu temporal. Sem
esforço. Sem compulsão, mas mediante a com-
preensão direta de si mesmo.
Não é a Meditação resultado de nenhum esforço
da vontade. De nenhuma ação deliberada sobre
si mesmo. Tampouco provém da concentração
sobre um objeto escolhido, seja uma imagem ou
uma idéia. A concentração exclui, escolhe e,
portanto, gera esforço e conflito para que não
haja distração. É um movimento do eu que
ocorre na mente em busca de um resultado e,
portanto, é um processo mental preso ao futuro.
140
A Meditação exige a atenção plena. E esta não é
fruto de nenhuma deliberação anterior, mas
nasce espontaneamente, como um movimento
de compreensão sem a interferência do eu. Sem
busca de resultado.
O silêncio da mente é o campo propício ao
florescimento da Meditação. A mente silenciosa é
como um lago transparente sem nenhum movi-
mento na superfície, e que possibilita assim o
completo vislumbre da sua profundidade. Atra-
vés de uma mente silenciosa resplandesce aquilo
que está além dela própria. Aquilo que é atempo-
ral, Incondicionado, genuinamente espiritual.
A mente não pode ser silenciada. O verdadeiro
silenciar é sem esforço. Surge instantaneamente
na ausência de divisão pensador-pensamentos. O
pensador é resultante dos pensamentos. Ambos
são o movimento do passado no presente. A
compreensão de que não há dualidade, de que o
pensador é os pensamentos, desperta natural-
mente um estado de silêncio Interior.
Quando a mente entende a sua própria insufici-
ência em ser um instrumento de compreensão,
de apreensão daquilo que está além dela, então
ela se cala. Naturalmente. E é nessa quietude que
surge outra dimensão de ser, além do mental. A
partir desse estado atemporal acontece a compre-
ensão direta, a visão intuitiva pura que apreende
a realidade tal como ela aparece, e não como as
lentes coloridas da mente condicionada projeta-
ria.
O estado de Meditação é uma dimensão de cons-
ciência de onde surge uma ação integral, adequa-
da a cada momento. É uma ação imotivada que
não deixa rastros, e que é imprevisível e total-
mente espontânea.
A Meditacão não é algo que se pratica para viver
melhor, mas é o próprio movimento da vida, sua
recepção e compreensão. É o próprio viver desco-
berto a cada momento e vivenciado em toda a
sua profundidade; é a vida plenificando-se
instante a instante a cada novo aparecimento.
Meditação é a ausência do meditador! É a essên-
cia do Yoga. Implica completa liberdade. Ausên-
cia total de conceitos e idéias preconcebidas
acerca inclusive do que seja a própria Meditação.
OBJETIVOS DA MEDITAÇÃO
Na visão de Yogi Bhajan
O processo de meditação é um treinamento para
a mente e o primeiro fato que ocorre é a liberação
dos pensamentos, uma vez que a mente é incapaz
de não liberar pensamentos.
Quando sentamos para meditar, fechamos os
olhos e começamos a aquietar um pouco o diálo-
go consciente e, então, o subconsciente vem à luz
e os pensamentos começam a criar imagens e
lembranças. Este é o primeiro passo e ele é parte
essencial do processo da meditação para que a
mente possa liberar esses pensamentos.
Os primeiros pensamentos a serem liberados são
de um nível mais superficial, os que acumulamos
em nossa memória mais recente, os que surgiram
no dia de hoje ou nos últimos dias, assim também
aquelas preocupações, pensamentos e atividades
que estão em destaque em nossas vidas. Enquanto
as águas desse lago, que são os pensamentos, estão
agitadas, elas removem a areia e a superfície se
turva, não permitindo enxergar o fundo. No
entanto, quando a água se acalma, a areia vai para
o fundo do lago e seremos capazes de ver o fundo,
a parte profunda. O mesmo acontece com a
mente.
A primeira fase da meditação é a liberação do
subconsciente, o acalmar a mente, apaziguar as
emoções, aprofundar e contatar com esse algo
mais profundo e real que há em nós.
A segunda fase é o auto-conhecimento, é come-
çar a ser consciente, de saber porque somos como
somos, percebendo quais são nossos padrões de
comportamento e ação, de poder, intuitivamente,
começar a mudar estes padrões. Então, entramos
na outra fase.
A terceira fase é começar a viver consciente-
mente. Quando o ser humano atua e pensa de
uma forma que lhe permite sentir a união com o
fluxo do Universo, com a vontade divina, com o
Tao, com o Dharma, como queiram chamar,
141
sente que sua vida começa a se desenvolver sem
dualidade e sem conflito.
A FINALIDADE DA MEDITAÇÃO
A finalidade da meditação é poder de viver cons-
cientemente, e liberar-se do processo de sofri-
mento que, dia após dia, repetimos: os mesmos
padrões de pensamento, de comportamento e
ação. Podemos aprender técnicas que nos ajudem
a comandar com consciência a nossa própria vida,
para que então os automatismos se dissolvam e
surja a liberdade de ser quem realmente somos.
Um dos sintomas de maior consciência é a possi-
bilidade de romper o sentido da dualidade, é
sentir que somos diferentes do que pensamos e
manifestamos. Conseguir separar o que somos do
que os outros pensam que devemos ser, eliminan-
do todos os conflitos duais que temos em nosso
interior. A meditação nos dá uma oportunidade
de realizar isso. Porém é preciso experimentá-la e
isto é um processo de aprendizagem.
Lembre-se de que sua mente leva anos alimentan-
do o subconsciente e reforçando estes padrões
mentais. Com a meditação iniciamos um proces-
so de liberação dessa hipnose negativa do passado.
Quando iniciamos a meditar algumas coisas
tendem a acontecer:
O primeiro é a ansiedade por estar sentado e
quieto. Por isto, é aconselhável antes, praticar
uma série de exercícios, que ajudarão a desblo-
quear as energias físicas, equilibrando-as, de
modo que ao começar a meditar, as energias
físicas estejam harmonizadas, o sistema nervoso,
o mais tranqüilo possível, para que possa perma-
necer quieto e meditar.
O segundo é o diálogo interno que será desperta-
do. Deixe passar todos os pensamentos e comece
a desapegar-se deles, imaginando simplesmente
que é um filme, ou um gravador que você está
simplesmente assistindo ou escutando. Deixe que
os pensamentos venham e passem, mas quando
prender-se a um deles, deixe passar e, pouco a
pouco, esse diálogo interno irá se aquietando.
Yogi Bhajan recomenda duas coisas:
1. Meditar todos os dias, se possível na mesma
hora e no mesmo lugar. O ideal é de manhã, antes
do nascer do sol, já que nestas horas a energia do
planeta ajuda muito a prática da meditação e no
aprofundamento interior. Essa é a melhor hora.
2. Se não puder fazê-lo nesse horário, escolha
qualquer hora do dia, porém medite no mesmo
lugar e na mesma hora e crie um ambiente para
meditar, um lugar de reverência porque, ao
criá-lo, você está criando este lugar também
dentro de você.
MEDITAÇÃO USANDO O MALA
Mala é um colar de 108, 54 ou 27 contas, monta-
das em um fino cordão de seda, com uma conta
grande, chamada de a conta Guru, a qual termina
ornada com uma borla. A borla simboliza milha-
res de pétalas de lótus.
O uso de dedos diferentes com o mala
Cada dedo que você usa na meditação com o
mala, relaciona-se com uma parte do cérebro.
Correndo o mala sobre os pontos de meridianos
de cada dedo, podem ser criados diferentes resul-
tados:
1. Dedo indicador (Júpiter): sabedoria, conhe-
cimento e prosperidade.
2. Dedo médio (Saturno): aumenta a paciência.
3. Dedo anular (Sol): promove saúde, energia e
fortalece o sistema nervoso.
4. Dedo mínimo (Mercúrio): para habilidade de
comunicação e inteligência.
Os pontos de meridianos estão localizados nos
lados de cada dedo, entre a ponta do dedo e a
primeira articulação.
COMO USAR O MALA
O mala pode ser usado por ambas as mãos.
Sempre comece com a conta próxima à conta do
Guru. Enquanto recita o Japa, mova cada conta
em direção a seu corpo, sobre o ponto meridiano.
Deste modo, a conta Guru desce e eventualmente
sobe para ser a última conta de sua meditação.
142
Exemplo: Digamos que você vai trabalhar para
sua saúde e energia. Você posiciona a primeira
conta no ponto meridiano do dedo anular (Sol).
Com o dedo médio, movimenta a conta seguinte
para a frente e, com o polegar, você gentilmente
puxa a primeira conta para baixo e continua. Pode
parecer incômodo no início, mas sogo adquiri-se
esta habilidade.
Enquanto movimenta cada conta sobre o ponto
de meridiano, fale o seu mantra, em voz alta,
sussurrando ou silenciosamente. Quando você
chegar na conta do Guru, retire o dedo médio
(Saturno) e o polegar.
Movimente o dedo anular (Sol) do centro do
mala para fora. Quando segurar a conta do Guru,
repita o seu mantra e faça uma prece.
Uma meditação que eu gosto de fazer é com o
mantra “Wahe Guru”. Quando chego na conta
do Guru e digo “Wahe Guru, eu sou generoso, eu
sou gracioso e eu sou abençoado”. Aí, retorno a
mala e começo de novo. Enquanto estou sentado,
fazendo o meu japa, começo a relaxar, desfrutar
um sentido de aconchego e sentir o centro de meu
coração se abrindo. Experimente, é grandioso.
É hora de começar novamente. Agora giraremos o
mala ao redor, sem a ajuda da outra mão: isto é
uma arte.
Segure a conta do Guru com o dedo médio e o
polegar. Neste ponto, não estamos estimulando o
dedo anular. O dedo anular é movimentado para
o lado externo da mala, a fim de manter o fio de
contas o mais distante.
Com o dedo anular, puxe o fio para a frente em
sua direção. Isto fará que o fio fique mais aperta-
do.
Mais uma vez insira o dedo anular por dentro do
fio de contas, descanse a primeira conta sobre o
ponto meridiano do dedo anular, mova as contas
em sua direção e continue seu mantra.
Dedo indicador. Para estimular o indicador use
unicamente o polegar para empurrar as contas para
frente.
Dedo médio. Para estimular o dedo médio, use o
indicador e o polegar para mover as contas.
Dedo anular. Para estimular o anular, use o dedo
médio e o polegar para mover as contas, como
descrito acima.
Dedo mínimo. Use o dedo anular e o polegar
para mover as contas. Para dar suporte ao dedo
mínimo, descanse a mão sobre o joelho. O dedo
mínimo é o mais difícil de ser estimulado pela
sua posição, assim dê-lhe um suporte. O mala
vem em combinações de 108, 54 (metade de
108) e 27 (1/4 de 108) contas. Se o seu mala tem
54 contas, você passará pela conta do Guru uma
vez, na segunda vez (para uma recitação de 108),
você a pegará, recitará o mantra e fará uma prece.
Com 27 contas, você passará o Guru por três
vezes e, na quarta vez (numa contagem de 108),
segure-a e diga seu mantra e a prece. Se você está
começando a usar a mala, prefira utilizar a de 108
contas que é mais fácil de manejar. Quanto
maior as pedras, maior o poder de cura delas.
USANDO SEU MALA COM UM MANTRA
Ao recitar o mantra “Har”, mova uma conta.
Quando usar o mantra “Sat Nam”, não mova
uma conta em “Sat” e outra em “Nam”’; mova
também somente uma conta. Em “Wahe Guru”,
mova também só uma conta. Movimente
também só uma conta ao usar o mantra “Sat
Nam Wahe Guru”. Nestes exemplos, você tem
quatro mantras que pode usar com o mala:
“Har”, “Sat Nam”, ‘Wahe Guru” e “Sat Nam
Wahe Guru”. Você pode ser criativo e usar qual-
quer afirmação à sua escolha para recitar 108
vezes com seu mala. O mantra pode ser recitado
em voz alta, em sussurro ou silenciosamente.
MEDITAÇÕES
1. SOLUÇÃO PARA
CONFLITO INTERIOR
Sente-se em Posição Fácil com as costas retas e as
pernas cruzadas, de forma confortável. Deixe os
olhos 9/10 abertos. Coloque as mãos sobre o
peito, as palmas sobre o tronco na linha dos
mamilos. Os dedos se voltam um para o outro. A
143
chave desta meditação é a concentração na respi-
ração.
Inspire profunda e completamente por 5 segun-
dos. Expire completamente em 5 segundos.
Retenha o ar fora por 15 segundos, suspendendo
o movimento do peito, enquanto empurra para
dentro o umbigo e o abdômem.
Continue por 11 minutos. Ao final, inspire
profundamente e estique os braços sobre a
cabeça. Relaxe a respiração e sacuda os braços e as
mãos por 15-30 segundos. Relaxe.
COMENTÁRIOS
Esta é uma antiga terapia de Humanologia.
Quando os conflitos interiores bloqueiam nossa
habilidade de pensar e agir claramente, estamos
freqüentemente confusos e num beco sem saída.
Nestes momentos, o prana, a energia da mente, é
distribuído pelo corpo de maneira perturbada. O
padrão de respiração desta meditação retém o ar
fora três vezes mais tempo do que ele fica dentro.
O corpo sente uma lacuna de prana nas áreas
vitais de funcionamento e busca reorganizar-se
rápida e efetivamente para responder ao instinto
de sobrevivência. As fibras do corpo prânico
estendem-se para recanalizar o prana, formando
um novo padrão cheio de claridade e ação poten-
cial. Seu computador interno pode calcular os
recursos de que dispõe e o nível do desafio e,
então, estabelecer uma estratégia para usar a
mente e o corpo de maneira efetiva.
Isto resolve muitos conflitos, pois é um reflexo
automático de sobrevivência. O excesso de
conflitos interiores é o resultado de excesso ou
distúrbio de prana. Comece com 11 minutos de
prática e aumente gradualmente para 31 ou 62
minutos. O efeito é certo, gradual e simples. Seja
honesto com relação ao tempo da respiração e a
meditação será honesta com você.
2. EQUILÍBRIO DOS TATTVAS PARA
SUPERAR O STRESS E A DUALIDADE
Sente-se em Posição Fácil com a coluna reta.
Levante os braços com os cotovelos dobrados,
com as mãos ao nível do coração, em frente ao
peito. Os antebraços estão paralelos ao piso.
Separe os dedos de cada mão e una as pontas dos
dedos de ambas as mãos. Crie uma pressão neces-
sária para unir a primeira parte de cada dedo. Os
dedos polegares estão estirados, apontando para
o tronco. Os demais dedos estão ligeiramente
dobrados pela pressão. As palmas das mãos estão
separadas. Fixe os seus olhos na ponta do nariz,
criando o seguinte padrão de respiração:
Inspire suave e profundamente pelo nariz. Expire
pelos lábios em 8 tempos iguais e fortes.
Em cada expiração, puxe o ponto do umbigo
para dentro pronunciadamente. Continue por 3
minutos. Depois, inspire profundo, retenha a
respiração de 10 a 30 segundos e expire. Inspire
de novo e sacuda as mãos. Relaxe.
COMENTÁRIOS
Os cinco elementos são categorias de qualidade
baseadas no fluxo energético da força da vida. Se
todos os elementos estão fortes, equilibrados e
localizados em suas áreas no corpo, então você
poderá superar o stress, traumas e enfermidades.
Você também não se confunde com os conflitos
entre os hemisférios cerebrais, que competem
pelo direito de tomar e dirigir as decisões.
Esta meditação utiliza o mudra para pressionar
os 10 pontos radiantes dos dedos, relacionados
com os dois hemisférios cerebrais. A pressão igual
favorece a comunicação e coordenação entre eles.
A inspiração profunda traz paciência e serenida-
de. A expiração através da boca fortalece o siste-
ma parassimpático num lado inteiro de controle
de reflexos, que é o anel da garganta. Isto acalma
as reações do stress.
Os tempos da expiração estimulam a pituitária
para determinar a pressão e o equilíbrio e, assim,
otimizar suas capacidades de clareza, intuição e
decisão. Isto resolve muitos conflitos internos,
especialmente quando eles são de níveis diferen-
tes: espiritual versus mental versus físico ou
necessidades de sobrevivência.
Construa a prática pouco a pouco, até alcançar a
11 minutos. Além deste tempo, é somente para
praticantes seriamente dedicados a isto.
144
3. PARA DEPRESSÃO
Sente-se com a coluna reta, em posição fácil. Os
braços estão estendidos para a frente, paralelos ao
piso. Feche sua mão direita e envolva-a com a
mão esquerda. A base das palmas se tocam, os
polegares estão juntos e retos, apontando para
cima. A concentração dos olhos está sobre os
polegares.
Inspire em 5 segundos. Expire em 5 segundos
(sem reter o ar). Mantenha o ar fora por 15
segundos. Continue repetindo este ciclo.
Comece com 3 a 5 minutos e aumente gradual-
mente até 11 minutos.
COMENTÁRIOS
Esta meditação é um antídoto para a depressão.
Ao praticá-la adequadamente você se recarregará
totalmente e terá capacidade para enfrentar a
vida.
4. PARA TRANQUILIZAR O CORAÇÃO
Sente-se em posição fácil com a coluna reta. Os
olhos podem estar fechados ou meio fechados,
olhando para a frente. Coloque a mão esquerda
sobre o centro do peito, na altura do centro do
coração. A mão está estendida sobre o peito e os
dedos paralelos ao solo apontam para a direita. A
mão direita em gyan mudra, tocando as pontas
do polegar e do indicador. Levante a mão direito
do lado direito do corpo, como se estivesse fazen-
do um sinal. A palma está voltada para a frente e
os três dedos que não estão em gyan mudra
apontam para cima. O cotovelo está relaxado
perto do tronco com o antebraço perpendicular
ao piso.
Concentre-se no fluxo da respiração e regule cada
respiração conscientemente.
Inspire lenta e profundamente através das duas
narinas, mantendo a respiração no peito. Rete-
nha o máximo possível e depois expire suave,
gradual e completamente. Quando o ar estiver
totalmente fora, retenha a respiração o maior
tempo possível.
Continue este padrão de respiração profunda de
3 a 31 minutos. Por último, inspire e expire com
força três vezes e, depois relaxe.
COMENTÁRIOS
O lugar exato da força sutil, “o prana”, está nos
pulmões e no coração. A palma esquerda está
colocada no lugar natural do prana, criando uma
profunda quietude neste ponto. A mão direita
que o lança para a ação e a análise está colocada
num mudra receptivo e relaxado e o coloca numa
postura de paz. A posição em si o induz à tran-
qüilidade. Isto tecnicamente cria um ponto de
tranqüilidade para o prana no centro do coração.
Emocionalmente aumenta a percepção em
relação a si mesmo e também com os demais. Se
você está alterado em seu trabalho e em suas
relações pessoais, sente-se e faça esta meditação
durante 3 a 15 minutos antes de tomar uma deci-
são. Depois aja com todo o seu coração. Fisica-
mente fortalecerá seus pulmões e coração.
Esta meditação é excelente para principiantes.
Abre a sua consciência para a respiração e dá
condições a seu pulmão. Em uma aula, faça-a por
3 minutos. Se tiver mais tempo, faça-a por três
períodos de 3 minutos com um minuto de
descanso entre eles, fazendo um total de 11
minutos. Quando você sustenta a respiração o
maior tempo possível, não deve emitir nenhum
som ou estar fazendo algum esforço ao mover o
ar de novo. Numa prática avançada de concen-
tração e rejuvenescimento, o tempo pode ser de
31 minutos.
5. LIMPANDO AS NADIS RESPIRAÇÃO
EM “U”
Sente-se em posição fácil ou em posição de lótus
e a coluna reta. Para praticar isto bem, é necessá-
rio que você tenha o estômago vazio ou tenha
comido comidas leves. Deixe as pálpebras 1/10
abertas e gire os olhos para cima, concentrando-
-se no ponto entre as sobrancelhas. Use a mão
direita para regular o fluxo da respiração através
das narinas. Bloqueie a narina direita com a
ponta do polegar, e a narina esquerda com o indi-
cador. O indicador e o polegar formam um “U”.
Crie os seguintes padrões para a respiração:
Inspire através da narina esquerda, Retenha a
respiração com os pulmões cheios, Expire através
145
da narina direita, Inspire através da narina direi-
ta, Retenha a respiração, Expire através da narina
esquerda.
A proporção de cada etapa nesta respiração é: 1
(inspiração): 4 (retenção): 2 (expiração).
O mantra pode ser o som da respiração. Você
também pode usar o Bij Mantra: Sat Nam ou o
Guru mantra: Wahe Guru. Por exemplo, na
inspiração repita Sat Nam 8 vezes. Retenha
enquanto vibra Sat Nam 32 vezes e expire, repe-
tindo Sat Nam 16 vezes.
Em complemento ao ritmo da respiração e ao
mantra, você pode visualizar o caminho do
prana. Inspire e visualize a luz fluindo para baixo
no mesmo lado da narina, da coluna para a base.
Enquanto retém, sinta e veja a luz em redemoi-
nho, crescendo com aumento de calor, na base da
coluna sob o ponto do umbigo.
Enquanto expira visualize a luz passando pelo
outro lado da coluna e saindo pela narina para o
Infinito. Continue desta forma por 15 a 62
minutos. Então permaneça em meditação
profunda por poucos minutos.
COMENTÁRIOS
Esta técnica foi ensinada por Yogi Bhajan num
treinamento intensivo de 1969. É uma técnica
clássica, referenciada no Gheranda Samhita
como a limpeza perfeita. Yogi Bhajan explicou
que este é um exercício de purificação que, se
feito como uma sadhana regular, “queima os
Karmas” de muitas vidas. Os Karmas estão codi-
ficados na estrutura da aura, nos padrões de fluxo
das nadis sutis e na profunda estrutura do corpo
mental. Esta respiração cria um poderoso e
neutro equilíbrio no prana e apana no sistema e
estimula o fluxo de Kundalini dentro do canal
central da coluna - sushumana. Todos os estu-
dantes sérios deveriam gastar algum tempo aper-
feiçoando os benefícios deste kriya.
6. YONI KRIYA
Sente-se em posição fácil com a coluna reta e a
mente alerta. Fixe os olhos na ponta do nariz.
Forme esta mudra com precisão: Yoni Mudra.
Coloque as mãos juntas em frente ao plexo solar
com os dedos retos apontando para fora do
tronco e paralelos ao chão. Mantenha as pontas
dos dedos mínimos pressionadas juntas, assim
como as pontas dos polegares, de tal forma a
manter separadas as palmas das mãos e os outros
dedos. Isto faz os três dedos do meio colocarem-
-se retos e paralelos entre si, somente com as
pontas dos polegares e dedos mínimos se tocan-
do. As pontas dos polegares estão arqueadas para
cima e para trás suavemente. Os dedos mínimos
apontam para frente, formando um pequeno
triângulo.
Depois de construir estae mudra com os braços
relaxados, crie um ritmo constante de respiração.
Inspire profundamente através do nariz. Expire
completamente através dos lábios franzidos.
Inspire suave e profundamente através dos lábios
franzidos. Expire completamente através do
nariz. Continue este ciclo sem interrupção por
3-11 minutos.
Para esta meditação não há mantra prescrito, a
não ser a respiração. Então, inspire profunda-
mente através do nariz, pressione os olhos para
cima e mantenha-se completamente imóvel por
10-30 segundos. Relaxe.
COMENTÁRIOS
Esta meditação era a prática de um grupo muito
seleto de iogues. A prática é referida e elogiada
nos livros Yoga-Pradipika e Gheranda-Samhita,
embora a técnica não seja descrita.
Os numerosos mudras e técnicas de meditação
foram mantidos secretos e sagrados através da
tradição oral. Esta meditação Kundalini invoca
uma perspectiva tântrica do potencial criativo do
arquétipo da força masculina e feminina na
psiquê. A relação desta força é codificada e criada
em miniatura pela posição das mãos no mudra. o
mudra é formado no centro do coração.
O nome, Yoni, vem da raiz sânscrita “yu”, que é
segurar ou ligar. Usualmente refere-se ao órgão
sexual feminino ou à cavidade na base da coluna
que mantém a energia Kundalini.
Neste mudra, o espaço aberto entre as mãos é
146
Yoni, a cavidade da criatividade. Os polegares são
os órgãos do macho e a semente mental ou proje-
ção que resolve o vasto recurso de Prakriti. Os
três dedos representam o passado (indicador),
presente e futuro. Juntos são a semente neutra
que transcende o tempo e a ação do centro da
consciência e destino. O que é criada nesta sutil
união nasce além do tempo e do espaço. Pode
corrigir os padrões kármicos implantados por
ações dentro da matriz mais inferior de tempo e
espaço.
O padrão de respiração é muito poderoso. Preci-
sa manter-se constante e não se desenvolver num
padrão errado ou com dificuldade. A mudança
do padrão do nariz para a boca comandará, coor-
denará e corrigirá o ritmo dos ossos do crânio.
Este ritmo ajuda a estabilizar a imagem interna
do corpo e a saúde das glândulas.
Gradualmente libera de apegos e a identidade
que é formada a partir dos impulsos e personali-
dade reativa inferior, ligada aos hábitos. Se você
praticar com boa concentração, provavelmente
sentir-se-á muito etérico, como se fosse feito de
ar e não tivesse corpo, ou o corpo torna-se lumi-
noso, ou seu corpo sente todas as coisas ao
mesmo tempo. Se seus nervos estão fracos, você
pode sentir enjôo ou vertigem.
Comece a prática com 3 minutos. Muito vagaro-
samente aumente-a para 11 minutos e aperfeiço-
e-a neste tempo. Se você tornar-se perfeitamente
imóvel e puder sentir o trabalho sutil da energia
nas mãos, estenda a prática 2-3 minutos por vez,
a cada semana, até alcançar os 31 minutos.
Esta é uma prática para ser tentada por 40-120
dias para criar grande mudança na personalidade
e impacto criativo na projeção mental. Requer
um praticante que esteja equilibrado na alimen-
tação, exercício e emoção. Não ensine isto em
classe por mais de 11 min. Sempre permita um
tempo para relaxar, recuperar-se e reequilibrar-se
depois da prática.
Uma hora ideal para fazer meditação é antes de ir
para a cama, à noite. Medite, relaxe, tome um
pouco de água e vá dormir.
7. CLARIDADE DE PENSAMENTO
Sente-se em postura fácil. Descanse as mãos
sobre os joelhos, com as palmas voltadas para
baixo. Levante a caixa torácica para cima,
enquanto o queixo automaticamente trava em
direção ao pescoço. Mantenha os olhos 1/10
abertos. Relaxe os braços e os ombros.
Comece com uma respiração ióguica completa e
profunda através do nariz. Encha ao máximo os
seus pulmões. Retenha a respiração por um
período de tempo que seja confortável para você.
Mantenha o peito erguido e comece a exalar
suavemente. Ao completar a exalação, o ponto
do umbigo está contraído. Retenha a respiração
com o ar fora, por igual período de tempo que
você usou para a retenção de pulmões cheios.
Então inspire e comece o ciclo novamente. Esta-
beleça seu próprio ritmo.
Continue por 15 minutos. Então, inspire e
expire completamente por 2 vezes. Imediata-
mente inicie a respiração de fogo. Mantenha a
caixa torácica levantada durante todo o exercício.
Continue por 3 minutos. Então, inspire e fique
absolutamente quieto enquanto retém a respira-
ção. Relaxe.
COMENTÁRIOS
O sentido do corpo é baseado no fluxo e na
qualidade do prana. O ar físico é o melhor meio
para o prana. O prana penetra em todos os
tecidos do corpo enquanto você respira. Você
tem uma quantidade limitada de prana. Quando
este prana se exaure, então seu espírito sai do
corpo.
Esta meditação expande sua capacidade pulmo-
nar. Aumenta a eficiência da troca de gases.
Ajuda o sangue a purificar-se. Sua resistência a
enfermidades aumenta. Ela afeta a mente. A
maior capacidade pulmonar aumenta paciência
para as emoções. O mais alto nível de funciona-
mento dos pulmões, glândulas e nervos traz
grande claridade aos pensamentos e decisões.
Combate o stress e faz você consciente de si
mesmo e de seu impacto.
Pratique esta meditação por 1 a 3 ciclos de vezes.
147
8. MAN SUKHAVEK MUDRA KRIYA
Meditação para acalmar a mente
Sente-se em posição fácil com a coluna reta.
Dobre os cotovelos e traga as mãos em frente ao
centro do peito. Os cotovelos permanecem no
mesmo nível das mãos. Dobre o dedo indicador
de cada mão em direção à palma, junte-o com o
outro indicador, pressionando-os na 2a falange.
Os dedos médios ficam esticados e se unem pelas
pontas. Os dedos anulares e mínimos estão
curvados dentro das mãos. Os polegares estão
unidos pelas pontas. Mantenha este mudra mais
ou menos a 10 cm do corpo, na altura do centro
do peito (o mudra, olhado de cima, mostra um
coração com um triângulo em cima).
Concentre-se na ponta do nariz. Inspire comple-
tamente e retenha a respiração enquanto repete
mentalmente por 11 ou 22 vezes um mantra que
tenha escolhido. Expire, de novo retenha a respi-
ração com o ar fora e, de novo, repita o mantra
por 11 a 22 vezes.
Pratique 3 minutos, mas pode chegar a 62 minu-
tos. Relaxe-se completamente.
Esta meditação tranqüilizará sua mente em 3
minutos. A posição das mãos é chamada “mudra
que dá prazer à mente”. Buddha ensinou este
mudra a seus discípulos para manterem o contro-
le sobre a mente.
COMENTÁRIOS
Nos famosos aforismos de Patânjali o objetivo do
Yoga é definido como o estado de viver de acordo
com sua verdadeira natureza, que é tanto a Reali-
dade como a Divindade. A principal técnica para
realizar tal estado de ser é tranqüilizar as ondas da
mente. O apego às ondas mentais cria a dor e a
desilusão. Patânjali diz sobre as ondas da mente
em seus aforismos: “são controladas por meio da
prática e do não-apego. A prática é o esforço de
seguir a disciplina que dá controle permanente às
ondas de pensamentos”.
Esta técnica de meditação, com o mudra, foi
usada por Budha e ensinada a seus discípulos
mais próximos. Depois de conseguir a mestria
nesta técnica, pode-se usá-la como um instru-
mento rápido para centrar a mente.
A condição de tranqüilidade é um estado natural
de ausência de apego e da desilusão. É uma clari-
dade da mente e você pode, desta forma, dirigir
os pensamentos como queira, reagindo ou não
diante das situações. A mente não chega a ficar
totalmente vazia, ela chega a ser adequada e
responsável com a realidade interna e com a
alma. Neste estado não há conflito e não são
geradas ondas mentais que criam dor ou ações
falsas.
O mudra é sustentado no centro do coração e
isto altera o sentimento do ser. Os elementos que
se misturam no mudra acalmam a necessidade de
projetar a personalidade e reúne os elementos
para se alcançar a paciência e a sabedoria. O
controle rítmico da respiração suaviza a saída das
emoções que poderiam distrair a mente neutra.
Se você deseja muito seriamente investigar e estu-
dar o significado e a experiência das filosofias do
Ser e do Cosmos, é necessário aprender a centrar
a mente e permitir a entrada de novas percepções
e conhecimentos na sua consciência. Quando as
ondas mentais são ativas, elas podem o distrair e
bloquear a sua sensibilidade mais elevada.
O conhecimento depende tanto de sua capacida-
de sensitiva como da habilidade de usar a lógica,a
memória e a associação. Muitos dos conceitos de
yoga requerem que o praticante desenvolva esta
capacidade interna para que eles possam ser com-
pletamente compreendidos.
9. REJUVENESCIMENTO
PARASSIMPÁTICO
Sente-se em posição fácil. Deixe a coluna ereta,
reta e confortável. Equalize qualquer tensão no
corpo, de tal modo que ambos os lados estejam
iguais. Leve a baixa coluna para frente, sem forçá-
-la. Relaxe ambos os braços e os cotovelos. Colo-
que as mãos sobre os joelhos com as palmas para
baixo. Feche completamente os olhos. Pressione
suavemente os olhos para cima, focalizando o
ponto do 3º olho. Visualize e sinta, simultanea-
mente, o corpo inteiro.
Concentre-se no fluxo da respiração até que se
torne longo, lento e meditativo. Comece com
respirações ióguicas profundas e completas.
Então deixe a respiração gradualmente tornar-se
leve e meditativa.
148
A respiração ocorre em si mesma, uma vez que
você está plenamente concentrado e torna-se
imóvel.
O professor toca o gongo. Ele deve ir, pelo
menos, por 3 ciclos de preparação e relaxamento.
Termine o gongo com tons finais suaves e uma
diminuição gradual; com o gongo levando suave-
mente a um descanso natural. Se não há gongo
ou um professor que conheça a arte de tocar o
gongo, use uma fita com gongo, com um bom
alto-falante, capaz de reproduzir muitos tons.
Uma fita pode capturar 80% dos sons, se o siste-
ma é muito bom.
Continue de 6 a 31 minutos. Então, inspire
profundamente e relaxe. Se você tocar o gongo
por 11 minutos ou mais tempo, não tome água
por meia hora após a meditação.
COMENTÁRIOS
O mantra para esta meditação é o som do gongo.
Enquanto você ouve o som do gongo, ele pene-
trará cada célula e fibra de seu corpo. Às vezes,
pode parecer amedrontador ou sufocante. As
emoções e pensamentos são provocados pelo
subconsciente. O sistema nervoso inteiro é colo-
cado sob tensão para ajustar-se e curar-se.
Quando esta pressão aumenta, relaxe totalmente
na mais profunda meditação possível. Renda o
corpo e a mente.
O som o levará além de todos os medos. A pres-
são libertará o sistema nervoso de muitas enfer-
midades. Sinta-se cavalgando o som dentro de
seu próprio infinito. O sistema nervoso paras-
simpático é governado pelo som. O sistema
simpático é governado pela visão. Ele precisa ser
regulado pois quando ele dispara muito freqüen-
temente nas regiões mais fracas de seu corpo,
você pode ficar muito debilitado. O sistema
parassimpático regula o simpático. Mas ele é
enfraquecido pelas drogas e por saúde pobre.
Para regenerar o sistema parassimpático nada é
mais poderoso que o som do gongo. Esta medita-
ção limpará os terminais nervosos e fa-lo-á sensí-
vel aos movimentos do prana e aos efeitos do
som. Não tomar água após a meditação, permite
que os dois sistemas interajam entre si interna-
mente, ao invés de desperdiçar a energia com
outra tarefa.
10. CORAÇÃO VALENTE
Para obter o Coração Valente, temos que liberar
o bom e o mau e obter nossa neutralidade infini-
ta.
Pode-se utilizar símbolos de coragem infinita,
para se consumir o medo no coração. A imagem
do Guru Gobind Singh, o santo soldado real dos
Sikhs é muito poderosa.
Chattra Chakkra Vartee, Chattra Chakkra
Bhugatay, Suyambhav Subhang, Sarab Daa
Sarab Jugatay, Dukaalang Pranaasee, Daya-
alang Saroopay, Sadaa Ang Sangay, Abhan-
gang Bíbhootay.
Tu permeias em todas as quatro direções do
Universo, Tu és o Deleite em todas as quatro
direções do Universo, Tu és Auto Iluminado e
unido com tudo, Destruidor dos tempos ruins,
Personificação da Misericórdia, Tu estás sempre
dentro de nós Tu és o Doador imortal e poder
indestrutível.
11. KIRTAN KRIYA
Se você precisar mudar alguns hábitos, melhorar
a sua visão sobre a vida ou a sua concentração,
aqui está o mantra que é um catalisador para a
mudança. A meditação é chamada de Kirtan
Kriya e se realiza vibrando o Panj Shabad Mantra
SA TA NA MA, que origina-se do Bij Mantra ou
Mantra Semente, SAT NAM.
Tem a energia do átomo no interior, uma vez que
estamos quebrando o átomo de som Sat Nam.
Seus quatro sons são o tecido básico da criação,
significam:
SA é o começo, o infinito, a totalidade de tudo o
que sempre foi, é ou será.
TA é a vida, existência e criatividade que se mani-
festa de infinito.
NA é a morte, a mudança e a transformação da
consciência.
MA é o renascimento, regeneração e transforma-
ção que nos permite experimentar consciente-
mente a alegria do infinito.
Este é o ciclo de criação. Do Infinito vem a vida
e a existência individual. De vida vem a morte ou
mudança. Da morte vem o renascimento da
149
consciência até a alegria do infinito, por meio do
qual a compaixão nos leva de volta à vida.
VIBRAÇÃO DO MANTRA
Esta corrente de som representa-se musicalmente
da seguinte forma:
Para 31 minutos:
5 minutos cante em voz alta
5 minutos cante em um sussurro alto
10 minutos cante em silêncio (mentalmente)
5 minutos volte a sussurro alto e
5 minutos cante em voz alta
1 minuto de silêncio
Para 12 minutos:
2 minutos em voz alta
2 minutos sussurre
4 minutos em silêncio
2 minutos sussurre
2 minutos em voz alta
1 minuto de silêncio
Dessa forma você estará entoando nas três
línguas de consciência:
Humana - em voz alta: o mundo da matéria;
Amorosa - sussurro alto: o desejo de pertencer;
Divina - silenciosa: conexão com o Infinito.
POSTURA/MUDRA
Sente-se em sukhasana (postura fácil) com
coluna alinhada. Feche os olhos e medite sobre
Ajna, o terceiro olho (ponto entre as sobrance-
lhas). Os braços estão em linha reta com as mãos
apoiadas sobre os joelhos. Com cada som pres-
sione o dedo correspondente com a ponta do
polegar, sempre a partir do indicador. Você vai
tocar os dedos de ambas as mãos simultaneamen-
te. Mantenha o movimento dos dedos em toda a
meditação.
Ordem e efeitos da pressão em cada dedo
Toda vez que você fecha um mudra juntando o
polegar com o dedo, o seu ego confirma o efeito
deste mudra na sua consciência.
1. SA polegar e dedo indicador
2. TA polegar e o dedo médio
3. NA polegar e o dedo anular
4. MA polegar e o dedo mínimo
Dedo indicador
Gian / Júpiter / Conhecimento
Dedo Médio
Shuni / Saturno / Inteligência e sabedoria
Dedo Anular
Surya / Sol / Energia e vitalidade
Dedo Mínimo
Budhi / Mercúrio / Comunicação
PARA FINALIZAR
Inspire profundamente, suspenda a respiração
tanto quanto for confortável e expire relaxando
suavemente até completar 1 minuto de calma e
silencio. Depois, inspire levantando os braços
para cima, alongue a mão, estenda os dedos.
Expire e relaxe.
COMENTÁRIO
Praticar este mantra traz equilíbrio mental para a
psique. Enquanto vibramos em cada ponta do
dedo, alternamos as polaridades elétricas. O indi-
cador e o dedo anelar tem uma polaridade nega-
tiva em relação ao resto dos dedos. Isto permite
equilibrar a projeção eletromagnética da aura.
Se, durante a parte da meditação silenciosa sua
mente divagar, retorne novamente ao sussurro, à
voz alta, a sussurrar para então entrar em silêncio
novamente. Faça isso quantas vezes forem neces-
sárias.
BENEFÍCIOS DE MEDITAR
1. Desenvolve a mente neutra, meditativa.
2. Leva-nos de uma percepção finita para uma
infinita, conectando-nos a clareza da alma.
3. Promove uma sensação de bem estar, paz
interior, estabilidade e calma.
4. Desenvolve a intuição.
5. Libera reações e hábitos inconscientes, medos
e bloqueios subconscientes e constrói o vinculo
espontâneo e intuitivo com a consciência
propriamente dita.
6. Encoraja a maestria de transformar a emoção
em devoção.
7. Promove a habilidade de focar a energia,
intensificando eficiência e eficácia.
8. Promove clareza da mente, consciência
mental, e a capacidade de estar presente.
9. Desenvolve o lobo frontal, que controla sua
personalidade.
Meditação é o processo de controlar
e superar as ondas mentais,
permitindo o fluxo de radiância da alma.
A sua função no trabalho de Yoga
é que a meditação rompe hábitos,
purifica a mente e cuida das coisas
otidianas, com isso melhoramos
nossa conexão com o infinito
para ser Um.

Se durante a prática de meditação sofrer de dor de

cabeça, é provavelmente devido à má-circulação
para os centros superiores do crânio. Para evitar ou
corrigir este problema, se isso já aconteceu, medite
os sons primordiais em forma de L. Isto significa
que quando meditar, sinta que há um fluxo cons-
tante de energia cósmica em seu centro solar, ou
décimo portão (topo da cabeça). Enquanto cantar
SA por exemplo, o S começa na coroa e A termina
na frente na testa ou terceiro olho e a energia é
projetada para o infinito. Este fluxo segue o cami-
nho da energia chamado cordão de ouro, a ligação
entre as glândulas pineal e pituitária.

150
AMENTE

“A mente se torna um monstro

quando se torna seu mestre.
A mente é um anjo quando é seu servo.”

Yogi Bhajan

151
PATANJALI
Patanjali foi o grande codificador do Yoga. Foi
ele quem sintetizou nos Sutras a essência da
tradição do Yoga que já era transmitido através
da tradição oral, de Guru a discípulo. É o mais
antigo documento sistemático que possuímos do
Yoga.
SHRI PATANJALI - O Yoga Sutra
Shri Patanjali foi o autor do Yoga Sutra. Há indí-
cios de que ele viveu entre o século IV A.C. e o
IV D.C. Estabeleceu os fundamentos da filosofia
e prática do Yoga para o homem de sua Época.
Os Sutras ou aforismos são frases breves, porém
que contém grande sabedoria e a essência da
experiência do yoga.
Dizem que Patanjali é a encarnação de Ananta, o
governador de mil cabeças da raça da serpente.
Este tem o trabalho de cuidar dos tesouros
profundos da Terra, supondo-se que este tesouro
é o conhecimento fornecido pelo Yoga para
manifestar os aspectos divinos do Ser.
Seu nome vem do desejo de ensinar e iluminar os
habitantes da Terra.
Ele caiu (pat) dos céus e aterrissou na palma
(anjali) de uma santa mulher, sua mãe, Gonika.
É muito clara a reverência dada aos seus esforços
como também o impacto deles na tradição do
yoga através dos tempos.
Os Yoga-Sutras estão divididos em quatro capítu-
los, ou livros, chamados PADAS, com um total
de 196 aforismos.
OS PADAS
1. Samadhi Pada: consiste de 51 aforismos.
Neste se discute o samadhi e seus fundamentos
teóricos.
2. Sadhana Pada: consiste de 55 aforismos. Se
discute aqui a tecnologia para realizar os objeti-
vos do yoga.
152
3. Vibhuti Pada: Consiste de 56 aforismos. Se
discute os siddhis, os poderes paranormais.
4. Kaivalya Pada: Consiste de 34 aforismos. Se
discute aqui o estado de liberação final.
SABEDORIA DE PATANJALI
KLESHAS
Da raiz Klish, refere-se a dor, sofrimento, angús-
tia e aflição. “Quando a angústia cresce, temos o
estado mental próprio daquele que se tornará
discípulo, que é o estado entre o homem comum
e o iluminado.
Quem está apto ao yoga perdeu toda a esperança,
é o angustiado por excelência, que percebe a dor
atrás do prazer, e que, radicalmente frustrado,
não busca alegrias e não espera mais nada. (…) E
tal angústia prepara o desapego.” (HENRI-
QUES, A. Yoga & amp;Consciência - p.121
–122) .
Se examinarmos a fundo o estado do homem
comum, vamos descobrir uma angústia, uma
falta, algo que não se sacia com experiências, com
estímulos sensoriais e nem com nada que venha
do mundo externo.
No Yoga se fala que o homem padece de uma
sede de puro ser. Assim há uma investigação
filosófica das fontes da angústia, não só nos Yoga
Sutras, mas também em outras escolas filosóficas
hindus. Os Kleshas, condições a serem dissolvi-
das para que o estado de Yoga aconteça, são:
1. AVIDYA : IGNORÂNCIA
A ignorância é o campo em que se originam, em
que nascem os kleshas que se seguem. Eles
podem estar latentes (inativos), atenuados, inter-
mitentes, em intensa atividade ou todas estas
condições.
“Avidya, ou ignorância é confundir o transitório,
o composto (impuro), o gerador da dor, o irreal
(o Adquirido) com o Eterno, o Puro, o Doador de
felicidade e o Real ou Original. (Yoga Sutras, II 5)
2. ASMITA : FALSA IDENTIFICAÇÃO
SENTIDO DO EU, EGOÍSMO
Falsa identificação é confundir a natureza original
om a natureza do instrumento de percepção. Falsa
identificação é quando confundimos a mente, o
corpo e os sentidos com o Verdadeiro Ser.
3. RAGA : APEGO
Raga, traduzido por paixão, fixação, obsessão,
refere-se ao apego ao objeto de paixão. Raga
representa a atração que acompanha o prazer, e
conduz ao apego.
4. DVESHA : REJEIÇÃO
Dvesha é a repulsão que acompanha a dor (Yoga
Sutras, II 8).
5. ABHIVESHA : DESEJO DE
CONTINUIDADE, APEGO À VIDA
Abhivesha pode ser entendido como a tentativa
de prender a vida na estrutura criada pelo sentido
do eu, baseada em um desejo de segurança psico-
lógica. Também traduzido por medo ou medo da
morte, engloba todos os nossos medos e ansieda-
des.
DISSOLUÇÃO DA IGNORÂNCIA
“Um percebimento ininterrupto é a única maneira
de dissolver avidya, ou ignorância”. (METHTA, R.
Yoga – A arte da integração, p.100).
OS 9 ANTARAYAS
OBSTÁCULOS AO SAMADHI
Patanjali menciona nos Yoga Sutras os 9 anta-
rayas, traduzido como dispersores da mente, ou
obstáculos ao Samadhi. Estes deverão ser enfren-
tados e vencidos para se acessar à tranquilização
da mente.Quando nos deparamos com tais
obstáculos, surge uma inquietação, a qual é
fundamental para que possamos ter a motivação
e atitude para vencer a cada um deles. Segue
abaixo os 9 antarayas, com algumas traduções
possíveis para o português.
153
(Mantemos diversas traduções por compreender
que elas enriquecem a discussão). Estes são
divididos em 2 grandes grupos: os limitadores da
ação e os limitadores da percepção.
Os Limitadores da Ação 
1. VYADHI: Doença. Se os sentidos não estão
atuando de modo aguçado e perfeito, não se
pode dominá-los.
2. ATYANA: Apatia e tédio. Carência de energia,
de vitalidade que conduz o indivíduo ao estado
de devaneio.
3. SAMSHAYA: Dúvida. É o que impede a
entrega confiança. Ela paralisa e impede o
progresso.
4. PRAMADA: Torpore negligencia. Implica em
indiferença, falta de motivação, insensibilidade.
5. ALASYA: Inatividade ou atividade pequena.
Preguiça e indolência. coloca a mente em estado
crepuscular, alienado.
Os Limitadores da Percepção
6. AVIRATI: Não cessação, desinteresse e sensu-
alidade. Manutenção da atenção nas impressões
sensoriais e emoções daí provenientes. Apegos
condicionantes.
7. BHRANTIDÁSSHANA: Divagação, percep-
ção errônea e ilusão. Aquele que faz com que se
tome um sonho por realidade, o que impede de
distinguir o verdadeiro do falso.
8. ALABDHABHUMIKATVA: Realização
imprópria e fracasso em alguma etapa. Não
conseguir alcançar determinada etapa e manter-
-se estacionado.
9. ANAVASTHITATVA: Instabilidade e escorre-
gar no terrano conquistado. É alcançar determi-
nada etapa sem conseguir manter-se nela. Esta-
belecer-se numa etapa equivale a ter um cons-
tante ritmo interno, imutável diante das influên-
cias do mundo.
REMOÇÃO DOS OBSTÁCULOS
“Quando os obstáculos são removidos, uma nova
abordagem do relacionamento humano é revela-
da, e é simbolizada pela amizade / amabilidade
em relação aos felizes, compaixão ante os infeli-
zes, deleite / alegria junto aos virtuosos e ter
respeito / consideração quanto aos perversos.
Assim a substância da mente conserva sua tran-
quilidade imperturbada”. Yoga Sutras, 1.33.
NÃO DUALIDADE
O verdadeiro Yoga não leva em consideração um
Deus, pois isto implicaria uma distinção entre o
ser individual e a divindade. Nos sutras de Patan-
jali, Deus é potência, ou seja, conhecimento
incondicionado pelo tempo.
Assim, ele entende que o problema não é a
existência ou não de Deus, mas sim criar condi-
ções para que haja um reconhecimento da verda-
deira identidade do Ser, no qual ele reconhece
que só há o Divino, se manifestando de diversas
formas.
OBSTÁCULOS AO YOGA
SEGUNDO SHANKARA
Segundo Mircea Eliade, em Patanjali, Deus é
apenas uma hipótese de auxílio e entrega ao
último florescimento da consciência individual, e
portanto, cada consciência individual é a possibi-
lidade de Deus.
Yoga sutras e o descondicionamento da mente
“Yogah chitta vrtti nirodha”.
Esta é a definição de Yoga dada por Patanjali,
logo no início dos Yoga Sutras. Em uma das
possíveis traduções significa: “Yoga é a dissolução
de todos os centros de reação da mente“.
A palavra vrtti pode ser traduzida como centro de
reação. Assim, yoga se refere a um estado de
liberdade com relação a todas as tendências reati-
vas, os hábitos mentais. É a dissolução dos
próprios centros da onde nossos hábitos emer-
gem.
154
Tais hábitos são como sulcos na mente através
dos quais o fluxo de pensamento- emoção
acabam por fluir, que se tornam mais e mais
fortes com o passar do tempo. Se referem aos
desejos, aversões, apegos, ignorância, senso de
”eu”, “meu”. Ao nos identificarmos com tais
fatores, vamos considerando esse conjunto de
hábitos como a nossa natureza verdadeira. “Eu
sou assim”, dizemos. Ao não acessarmos o estado
de mente que é livre de centros reativos, nossa
verdadeira natureza, vamos nos identificando
com esta segunda natureza, que passa a ser consi-
derada quem somos.
Essa verdadeira natureza, livre e inocente, incor-
ruptível, sem vestígio de condicionamento,
responde às circunstâncias a partir da Realidade
experienciada naquele momento, não consultan-
do à memória para responder ao que é. O retor-
no ao estado original descondicionado, livre e
puro: este é o objetivo e propósito do Yoga.
“Tada drastuh svarupe vasthanam”
“Neste estado, o vidente repousa em sua verda-
deira natureza”, diz o próximo sutra de Patanjali.
Consideremos a palavra vidente utilizada no
texto: vidente é aquele que vê. Ver as coisas clara-
mente, tais como são. Isso é o que ocorre quando
paramos de nos identificar com as flutuações da
mente e acessamos aquilo que chamamos no
Kundalini Yoga de Sat Nam – quem somos em
essência, a verdadeira identidade.
Ao cultivar o estado de presença, ao invés de nos
identificarmos com essas flutuações/condiciona-
mentos mentais, nós passamos a testemunhá-los.
Podemos observar o hábito, a reação, e nos
tornarmos livres de sermos tragados por nossas
reações condicionadas, a acreditar em tudo que
pensamos, a seguir projeções e devaneios condi-
cionados por nossas experiências passadas.
Observamos a natureza mutável e flutuante da
mente. O estado de Yoga aponta para uma reta
percepção das coisas e das pessoas, e, estabelecido
em sua natureza verdadeira, as ações que nascem
tem uma qualidade de singularidade, objetivida-
de, clareza.
“Abhyasa-vairagyabhyam tan nirodhah”
Com o propósito de se estabelecer firmemente
no estado de liberdade, gera-se uma prática disci-
plinada, conduzida com cuidado e dedicação.
Repetimos, nos aprimoramos, nos aprofunda-
mos na prática a cada dia. Desapaixonamento ou
desapego aqui se refere ao domínio sobre o desejo
– tanto o desejo por algo já experimentado,
quanto o desejo por algo que ainda não o foi.
SÍNTESE DE PATANJALI
155
Na medida em que seguimos com a prática de
Yoga, também seguimos com uma investigação
profunda a respeito da Realidade. Passamos a
perceber nossa relação com os desejos, e as idéias
relacionadas à obtenção, a satisfação daqueles
desejos. Podemos perceber, investigando profun-
damente, que os objetos de nossos desejos não
podem de fato nos trazer felicidade, e assim é
possível o desapego.
Tal como as duas asas de um pássaro permitem
que ele voe, esta disciplina dupla de Abhyasa-vai-
ragyabhyam – prática e desapego, ou repetição e
desapaixonamento, é fundamental para o vôo do
Yoga na direção de se estabelecer firmemente em
Sat Nam.
A MENTE
AS TRÊS MENTES E O YOGA
1. A mente negativa é coordenada mediante os
yamas e niyamas.
2. A mente positiva é coordenada mediante os
asanas e os pranayamas.
3. A mente neutra desperta mediante pratyahara,
dharana, dhyana. Domina en Samadhi.
CARACTERÍSTICAS DA MENTE FINITA
a) Automática, reativa, move-se no tempo.
b) Sempre em movimento.
c) Funciona através dos contrastes, é dual.
d) É prakriti. Material como o físico.
QUÍMICA DO PENSAMENTO
Células cerebrais funcionam por eletricidade. Os
pensamentos viajam de uma célula a outra em
correntes elétricas. Células cerebrais se acendem
com energia elétrica para formar pensamentos e
memórias completas. Parte-se da reação em sequ-
ência da corrente elétrica é rompida a memória
ou o pensamento é incompleto ou destruído.
As Células cerebrais são alongadas, como ramifi-
cações. Em uma extremidade está a raiz na outra
a ramificação. Como uma árvore. Raiz é o
axônio. Tronco é o corpo celular e os Ramos são
os dendritos. Os ramos se ligam a raiz de outra
célula.
Atividade: Nos ramos o impulso elétrico, nervo-
so, viaja até a raiz da outra célula, neurônio, e
forma um pensamento ou memória completa...
como uma cadeia. Quanto mais dendritos,
ramos e conexões tem o cérebro mais inteligente
é. Fraqueza ou morte dos ramos interrompem
memórias e pensamentos. Novos ramos podem
nascer.
Conexões neuronais: Os ramos nunca tocam
diretamente a raiz da outra célula. Há um espaço
entre elas. O impulso elétrico ao chegar na ponta
do ramo se transmuta em substância química e
156
como um barco, chega a outra margem, a raiz da
outra célula. Quem viaja aí são os pensamentos
ou memórias. O “barco” é o neurotransmissor.
Ele cria uma carga elétrica na outra célula. Assim
viaja o pensamento.
Os neurotransmissores: Existem 100 desses “bar-
quinhos”, os neurotransmissores, mas 06 deles se
relacionam especialmente com o aspecto cogniti-
vo. Cada um deles transporta passageiros
diferentes. Diferentes sensações e humor. São
eles: acetilcolina, noradrenalina, dopamina, sero-
tonina, L-Glutamato, Gaba, e ainda as endorfi-
nas, que não são neurotransmissores.
A CIÊNCIA DA AUTO-OBSERVAÇÃO
A base da auto-observação é saber das 7 funções
e dos 4 estados da consciência. O trabalho consi-
go mesmo por uma série de razões, começa com
a auto-observação que trata de fazer constata-
ções, e não análises ou mudanças na estrutura do
Homem.
VISÃO GERAL
1. As 7 funções (centros) - instintivo, motor,
sexual, emocional, intelectual mental, emocional
superior, intelectual superior.
2. Os 4 estados de presença (consciência) - sono,
vigília, consciência de si, consciência objetiva.
3. Essência e personalidade.
4. O “eus” - O automatismo das funções e a
predominância de uma e de outra.
5. Estados superiores possíveis - A auto-obser-
vação se baseia nesses fatos. Na tomada de cons-
ciência desses elementos.
AS 7 FUNÇÕES DO HOMEM E OS
ESTADOS DE CONSCIÊNCIA
1. Intelectual mental: Idéias, Pensamentos
2. Afetividade: emoções, sentimentos.
3. Motricidade.
4. Instintividade.
5. Sexualidade.
6. Emoção Superior.
7. Inteligência Superior os 4 estados de
presença (consciência).
1. No sono
Manifesta-se automaticamente e nos escapam
quase por completo. No máximo podemos tirar
algumas informações fragmentárias sobre nós
mesmos. Não servem para fins úteis.
2. Em Vigília
É um estado de consciência relativa. Há ligação
mais ou menos coerente entre a mente e cada
uma das outras funções. Há certo poder sobre
elas. Os resultados podem ser vigiados, compara-
dos, retificados com certa aproximação. Há
ilusões, falsas teorias, etc. O homem no entanto,
”crê” que isso é real.
3. Consciência de Si
São raros os lampejos. Quando acontece assume
o comando das funções e deixa uma impressão
inesquecível de vida.
4. Consciência Objetiva
As funções, portanto têm uma estreita relação
com os estados de presença. A qualidade das
funções depende do nível de presença. centros
intelectual, motor, emocional, sexual, inteligên-
cia superior Os centros que trabalham com
hidrogênios grosseiros são lentos, densos, pesa-
dos. Os que trabalham com hidrogênios finos são
mais rápidos.
a) O centro intelectual, pensante, é o mais lento.
H48.
b) O centro motor trabalha com H24.
c) O pensar não acompanha.
d) O centro emocional pode chegar a H12. Isso
é mais raro. Normalmente age na mesma
freqüência do centro motor e instintivo.
e) O centro emocional superior é H12.
f ) O centro sexual H12.
g) O centro de inteligência superior H6.
h) Para uma integração harmônica com os
centros superiores é preciso regular o trabalho
dos inferiores.
157
i) Quando o emocional trabalha com H12 faz
um contato com o centro superior.
AS DIFICULDADES PRINCIPAIS
PARA A AUTO-OBSERVAÇÃO
a) Dificuldade de manter a atenção, a observação
de si por mais de alguns instantes, ou seja, esque-
cemos de nós mesmo o tempo todo.
b) A perda do interesse inicial, do entusiasmo.
Precisamos ser para nós mesmo o tempo todo
uma questão a ser estudada, compreendida. Uma
vez mantido o entusiasmo pela percepção da sua
importância, resta ainda o esquecimento de si
mesmo.
c) É preciso então um trabalho preliminar, para
facilitar a auto observação.
FORÇAS NA OBSERVAÇÃO
Há 3 fatores a serem considerados na observa-
ção, 3 forças:
1. O observador o Aquilo que é observado. A
atenção que os une, liga tipos de atenção: o senti-
do único: que só leva em conta aquilo que é
observado. Não permite uma visão integrada do
conjunto do que somos. Traz uma visão restrita.
Não é útil na auto-observação. Ora inclui o
observador, ora apenas o objeto.
2. O múltipla direção ou sentido: leva em conta
tudo o que somos, gerando uma atitude diferente
da habitual. É rara. Pode se desenvolver por exer-
cícios especiais. Ela inclui os outros 2 fatores:
observador e observado.
3. Atenção plena.
A observação de si será mais válida, completa e
integrada quanto mais plenamente estiver
presente aquele que observa, ou seja, quanto
mais capaz for de levar em conta num número
maior de elementos e possa mantê-los aí, presen-
tes. o Essa atenção possibilita uma observação
real de si, incluindo os 3 fatores e eliminando o
esquecimento de si. Mas ela exige um trabalho,
um estudo de si. o Precisamos de apoio para
nossa observação. Não pode ser tão efêmero
 CICLO DO INTELECTO
MENTE
UNIVERSAL
EFEITO/
KARKMA
INTENÇÃO
AÇÃO
DESEJO
IDENTIFICAÇÃO
APEGO
como é o nosso processo interior associativo.
Precisamos de algo mais estável.As funções, os
personagens, funcionam na “sombra”. Podemos
perceber a mecanicidade que os caracteriza. A
princípio é trabalhar aí. “Quebrar” o automatis-
mo. Esse trabalho, devido à sua inutilidade
imediata é fastidioso. Só pode ser feito por quem
compreendeu o que ele pode possibilitar. Para
começar, devemos escolher hábitos simples e de
funções já bem reconhecidas.
Iniciando o trabalho de auto observação motor o
nível motor é o mais fácil. Pode-se começar
contrariando os hábitos da nossa atividade:
andar, escrever, gestos à mesa, gestos profissio-
nais, comprimento dos passos, cadência do
andar, modo de segurar a caneta. Cada ato motor
desses se compõe de uma série de hábitos peque-
nos e o contrariar, mudar, serve de apoio para a
auto-observação.
Percebe-se que temos no início, certo poder de
dirigir os pensamentos. Mas de repente ele
158
INTELECTO
AS
CET
81 FA
ONDAS DE
PENSAMENTO
EMOÇÃO
SENTIMENTO
escapa. Geralmente as idéias se sucedem automa-
ticamente em função de estímulos internos e
externos. Temos hábitos de pensamento. Pode-se
começar provocando, contrariando os hábitos do
pensamento. Se dar conta de que a sua forma de
pensar não é a única. Questionar a sua forma.
Tentar partilhar de outras, aprofundá-las, com-
preendê-las. Ver em que ponto elas não são as
suas próprias. Descobrir assim muitas coisas
sobre si e o seu modo de pensar.
CENTRO INTELECTUAL
Outra vertente é observar a nossa distração. Ela
evidencia insuficiências no plano intelectual.
Começamos a ler, ouvir, etc, e de repente nos
distraímos. Observando atentamente, veremos
que a distração é causada pela imaginação e o
devaneio. Ambas são preguiça do centro intelec-
tual. A imaginação existe em cada um dos
centros. Vem após um período de trabalho útil
quando o esforço se afrouxa, a atenção se desvia,
perde-se de vista o objetivo, e o funcionamento
prossegue no interior do centro sem relação com
o trabalho feito, com a realidade. Trás impressões
de vida inúteis, sem finalidade, imaginárias,
apenas aparam a “satisfação funcional pura”. Um
ou vários centros podem entrar nessa. centro
emocional As emoções negativas têm um centro
artificial e podem ser eliminadas, pois não são
constituintes do ser.
O trabalho começa vendo que elas não têm utili-
dade nenhuma: as emoções negativas implicam
identificação e imaginação negativa. Não devem
ser justificadas. A ausência da identificação enfra-
quece as emoções negativas. A expressão das
emoções negativas é mecânica, por isso não é
útil. Se a identificação desaparece a expressão das
emoções negativas é desnecessária. Emocional
com atenção intelectual - É preciso classificar as
emoções negativas. Descobrir suas razões, etc.
Elas são feitas com a parte “negativa” do centro
instintivo e a ajuda da imaginação e da identifica-
ção. Emoções reais são do Centro Emocional
Superior. As emoções negativas não pertencem
ao Centro Emocional Comum. É preciso detec-
tar a causa da expressão da emoção negativa. A
perspectiva adequada dos fatos elimina a possibi-
lidade das emoções desarmônicas.
A “consciência de si” é fundamental no trabalho
com as emoções. o devaneio Inicia no Emocional
ou no Motor, mas o Intelectual põe-se a serviço
deles de bom grado, por preguiça para fugir de
um trabalho definido. O emocional e o motor se
deleitam nas impressões já vividas ou imagina-
das, reproduzindo sensações de vida. São o
contrário de um funcionamento útil, construti-
vo. São a caricatura degenerada de uma faculda-
de criadora e um obstáculo à observação de si.
falar por falar Há um hábito na função intelectu-
al, que usa outros centros também: o de falar por
falar. A linguagem falada é um material intelec-
tual registrado no centro motor.
Uma ferramenta que o centro motor põe a servi-
ço dos outros para que se expressem, mas isso
torna-se um hábito. Falamos por falar e não para
se expressar. E não nos damos conta. O que se
levanta em nós para utilizar a linguagem. O que
em nós quer falar?
159
EMOTIVIDADE
É a mais difícil. Ao olharmos para ela vemos que
não a controlamos. Não a mudamos. Está
sempre presente e quando ultrapassa a medida
habitual a vemos e chamamos de sentimento.
Mas não é. São reações afetivas automáticas,
emoções. Assim, a cada circunstância algo nos
agrada ou desagrada, atrai ou repele. Não sabe-
mos como elas se criam, não as vemos. Elas vêm
automaticamente. Se por lampejo um homem
vê, pode ficar surpreso desagradavelmente.
Damos um valor muito grande a essas reações
mecânicas. Pode ser perigoso vê-las se as hiper
valorizamos. É preciso despertar antes um
“sentir” de outra ordem. observação das emo-
ções.
Quando se observa o homem, vê que não obser-
va nada com imparcialidade. Sempre algo o
agrada, ou desagrada ou lhe é indiferente. Pode
não mostrar a aprovação, ou a indiferença, mas é
muito difícil não manifestar a desaprovação. Isso
se torna um hábito. É confundido com sincerida-
de. Se expressa como oposição, violência, depress
são: cólera, inveja, crítica, desconfiança, aborreci-
mento, medo, pena de si, etc. Essas impressões
negativas pessoais ocupam o lugar da simples
constatação de fatos. Expõe a tendência do
homem a fazer recair sobre os demais aos seus
agravos pessoais, afim de não se sentir só e tentar
se livrar deles.
A expressão mecânica das emoções mostra a
própria fraqueza, a marca da própria negativida-
de, incapacidade de compreender a si mesmo
como é. Esbanja e perde energia e alimenta a
própria negatividade. Isso pode ser trabalhado
sem prejuízo nenhum para o equilíbrio interno.
Apenas poupa energia. Não faz falta. É a elimina-
ção de algo inútil. Mais energia sobra para traba-
lho útil. Quem assim trabalha descobre o proces-
so emocional em que vive.
A “luta” com os hábitos mecânicos em cada um
dos centros serve de base, de apoio á observação
inicial de si mesmo. Mais o trabalho com os 2
aspectos do ser servirá de base ao surgimento de
uma “presença”. Mais tarde ainda a “luta” do sim
e do não (das 2 naturezas do homem). No traba-
lho de auto-observação surge a questão: Quem
observa? O que é observado? A partir daí eu me
pergunto o que eu mesmo sou realmente, o que é
“sincero” e o que não é.
O questionamento sincero, incessante, à luz de
uma consciência de si que se amplia é a base de
possíveis mudanças. Pequenas mudanças, força-
das não servem. As mudanças são espontâneas.
A real transformação é ir além dos processos
comuns, desenvolver um novo ser em si mesmo.
presença de si não basta mais apenas ver-se agora.
Com certo nível de autoconhecimento, o traba-
lho não é apenas lembrar-se de si, mas criar a real
presença de si. A observação de si por si mesmo,
não mais a distante observação. Percebe-se aí que
a persona é a real barreira para sermos nós
mesmos. As funções estão a serviço da personali-
dade e não do ser interior.
O homem vê que a transformação é necessária.
O ser interior precisa assumir o comando das
funções e colocar os personagens a seu serviço.
Essa é a primeira etapa da revolução possível.
ESSÊNCIA E PERSONALIDADE
“A essência normalmente só se manifesta no mais
simples comportamento instintivo e em emoções
primitivas. A personalidade determina crenças,
valores, profissão, religião e filosofia de vida. A
cultura literária é outra em grande parte”. O
crescer implica despertar o que o homem pensa
que já há em si: O eu, a ação, etc. Mas que em
verdade não estão presentes no homem comum.
essência - É aquilo com que nascemos. É o germe
de nossas qualidades, características. É mais ou
menos potencial no nascimento. Mais tarde se
desenvolve e se constitui no “ser” do homem, o
núcleo de sua “individualidade”.
O desenvolvimento que ocorre aí é o do nosso ser
real. A essência é o que é inato. São trações e dons
particulares. A essência pode ser sufocada ou
pode ser liberada e equilibrada. As mudanças na
essência necessitam de um trabalho, de um
tempo, de uma profundidade maior que as
mudanças na personalidade. A essência é sufoca-
da quando a pessoa se “deixa levar” muito pelo
ambiente.
160
Todo o nosso saber e a maioria das nossas
atrações e atitudes inexistem ao nascermos e se
instalam aos poucos, vindos de fora. Tem pouco
contato com a realidade circundante, contém
muita imaginação.
A personalidade é o que não é dele originalmen-
te, foi aprendido de fora: os movimentos, a pala-
vra, as memórias dos diferentes centros, as defe-
sas; se desenvolve sob a ação das circunstâncias:
intencionais (educação) ou “acidentais”, pela
imitação, pela resistência ao meio ambiente. Aos
poucos adquire gostos, sentimentos,, juízos que
lhe são artificiais, ou que não traduzem sua essên-
cia, o que é natural nele. No início as impressões
exteriores interagem diretamente com a essência.
Harmonizam-se, se opõe, são aceitas ou rejeita-
das. Justapõem sem se fundir e ainda estão
impregnados de essência. Aos poucos há menos
presença da essência e surge uma personalidade
mais ou menos artificial, de mentira! Muitas
vezes o homem responde à vida com a personali-
dade, com a superfície, sem que a essência ative.
Essa substituição robotiza o homem e dificulta o
contato com a essência e a libertação. Entre as
causas da mecanização está a inércia e a falta de
sinceridade consigo mesmo. É mais fácil respon-
der a vida por hábitos e repetições do que estar
“consciente”, questionar. Aí surgem diversos
personagens, “eus”, que interagem ou reagem ao
ambiente: protegidos pelo “amor–próprio”.
Assim muitos homens são uma mentira ambu-
lante! A essência e a personalidade têm um
suporte: o corpo orgânico.
O centro de gravidade do corpo é a função
motora. O centro de gravidade da essência é a
função afetiva. O centro de gravidade da “perso-
na” é o intelecto. Para o desenvolvimento de um
“eu real” é necessário o crescimento harmonioso
da essência e da personalidade.
Reativar o contato com a essência é fundamental.
Às vezes ele se volta para si e sente em si respostas
“suas” e sinceras. Mas nem sempre as recebe bem.
Ser sincero consigo mesmo é o 1º passo. Para o
homem “ver” o que ele está sendo hoje, toda a
mentira e superficialidade, é essencial. Mas ele se
recusa a ver e se defende, justifica. Cada persona-
gem sempre quer “ter razão”. Em momentos de
choque violento, situações novas e surpreenden-
tes, desilusões; se tiver um pouco de sinceridade
pode ser levado a questionar seu modo de vida,
compreender as causas da sua situação. Esse
interesse há em todos. Quando reforçado vai
formar o “centro magnético”. Ainda é da perso-
nalidade, mas pode levar à consciência de si, se
bem orientado. Esse interesse, esse centro, se
choca muitas vezes com interesses da personali-
dade.
Quando se fortalece o homem pode encontrar
outro que esteja no caminho e então a personali-
dade se nutre da mentira e da imaginação.
Quando estas diminuem, diminui o predomínio
da personalidade e do automatismo.
Lembrar-se de si: Se observando, percebe que o
fluxo de pensamentos, emoções e imaginação
impedem o homem de lembrar-se de si. A 1ª
coisa então é trabalhar nisso. A espera de resulta-
dos cria identificação com o esforço. Precisa se
basear na compreensão de que isso não ocorre
normalmente, e o que isso significa. A observa-
ção de si: O trabalho de ausentar a imaginação
negativa e o lembrar-se de si produzem mudan-
ças químicas transformadoras.
Tudo isso, no entanto, deve basear-se no estudo
de si, ou seja, a compreensão dos diversos
centros, de como funcionam e a capacidade de
identificar nas manifestações o centro de que
provêm, bem como detectar o mau funciona-
mento dos centros se isso ocorrer. O trabalho do
acordar implica na observação dos hábitos.
Todos têm energia necessária, é preciso não
desperdiçar. O desperdício é toda utilização inde-
vida. O desgaste vem por: o Emoções inúteis e
desagradáveis. Expectativa ansiosa de coisas desa-
gradáveis, mau humor, pressa inútil, nervosismo,
irritação, imaginação, devaneio, etc.
Pelo mau trabalho dos centros, tensão inútil dos
músculos, tagarelice, pelo interesse inútil na “vida
dos outros”. Assim se que toma consciência desses
hábitos e trabalha na dissolução deles, muita
energia é economizada e o trabalho de despertar é
facilitado. Quando o desperdício é evitado e o
processo avança vê-se que é possível e necessário
intensificar a quantidade de energia. Esse é outro
161
momento. Trata-se de transformar substâncias
grosseiras em substâncias mais refinadas a fim de
possibilitar o contato e o permanecer de estados
superiores de consciência. Isto acontece pela
qualidade dos alimentos absorvidos e assimiladas.
os três tipos de alimeNto Nas condições comuns
as substâncias decorrentes da digestão das três
formas de alimentação não são em número
suficiente, finas, sutis, o suficiente para possibili-
tar o contato com dimensões “superiores”.
Isso só se torna possível aplicando um “choque
adicional” no momento exato em que se recebe
uma impressão. Para isso é preciso estar “ciente
de si” ou em “chasi”. Havendo esse estado toda
impressão externa é duplicada. A impressão
externa recebida a partir desse estado ou
lembrança de si. Isso traz consigo um elemento
de emoção. Ocorre a observação de si no
momento da recepção e a observação da própria
impressão, o “registro” da impressão e o valor
dela, tudo isso duplica a intensidade das impres-
sões resultando num alimento refinado. Haven-
do substâncias mais refinadas no organismo elas
extraíram do ar exalado substâncias finas conti-
das no ar que serão assimiladas se houver no
organismo certa quantidade de substâncias finas
(“para fazer ouro é preciso um pouco de ouro”).
Esse é o 1º choque consciente. É necessário um
segundo choque. Consiste num trabalho com as
emoções, uma mutação das emoções. Isso ajuda-
rá a criação de sutis substâncias, sem as quais o
despertar para os corpos superiores não é possí-
vel. Esse trabalho começa com a não-expressão
das emoções desagradáveis. O 2º choque só é
possível depois do 1º intensamente vivido. A
Observação de si mesmo é mais intensa criando
situações de atrito, fricção. Veja os hábitos. O
jeito de caminhar, mexer as mãos, etc. Experi-
mente lutar, opor-se a eles. Começarás a ver
muitas coisas que normalmente não veria. Isso é
apenas para tomar consciência de algumas coisas
e não para mudar. “Falar tal coisa em determina-
da situação. Mecanicamente.” Mentira é falar de
coisas que não conhecemos. O ser é o que você é
à parte do que você sabe.
O ser normalmente é mecânico, multi dividido,
etc. Trabalhar nisso é trabalhar no ser. Emoções
egocêntricas, mentira, identificação, imaginação.
Podemos avaliar o nível do ser pela instabilidade
dos “eus”. Ser é a capacidade de “fazer” a partir
do que conhece. “Fazer” é agir livremente.
O estudo de si começa com a compreensão dos
níveis de consciência: sono, vigília, consciência
de si e consciência objetiva. A 2ª coisa é o estudo
das funções pela observação. Aprender a reco-
nhecê-las. Motora, emocional, mental. A intensi-
dade das funções é ampliada quando se vivencia
com consciência.
O trabalho implica perceber que está dormindo e
então acordar. Tudo o que mantém o sono é
prejuízo. Assumir uma postura não habitual
auxilia a observação.
OS CENTROS
Cada centro ou função tem três divisões: motora-
-mecânica, emocional, intelectual.
1. De modo geral usamos apenas a parte mecâni-
ca dos centros. Elas não necessitam de atenção.
2. As emocionais requerem forte interesse, iden-
tificação, atenção arrastada, atração dos objetos.
3. A parte intelectual exige atenção intencional.
Essas divisões existem nos centros motor, emo-
cional e mental.
Na auto-observação, o caráter da ação lhes mos-
trará em que centro estão. E o caráter da atenção
envolvida em que parte do centro estão. A identi-
ficação é uma atenção mecânica. A atenção é
intencional (e a real atenção é consciência
pura).A imaginação ocorre nas partes mecânicas
dos centros.Se a atenção é intencional, ela é
“intelectual” e não é mecânica. A imaginação
para. A “lembrança de si” envolve o trabalho dos
três ou quatro centros. A atenção direcionada
pode ser trabalho até de um só centro. “Num
trabalho onde se vai exigir certo estado mais sutil
é necessário iniciar com alguma prática que
desperte esse estado em todos.” Todas as partes
dos diversos centros são úteis. Apenas cada uma
deve fazer a sua função sem desordenar as
demais.
162
AS TRÊS INFLUÊNCIAS
O homem vive, em geral, sob a lei do acidente e
sob duas espécies de influências que dependem
desta lei.
1. As primeiras vêm de dentro ou pela própria
vida. Influências da raça, da nação, do país, do
clima, família, educação, profissão, enfim, cultu-
rais.
2. A segunda espécie vem de “fora da vida
comum”. Vêm do círculo interno da humanida-
de. Diferem da primeira por serem conscientes,
na origem e têm um propósito definido. Essas
influências tomam normalmente corpo sob a
forma de doutrinas ou ensinos religiosos, filosófi-
cos, artísticos, etc. Elas são lançadas na vida e
misturam-se às influências de primeira espécie.
Elas são conscientes só na origem. Ao “caírem”
na vida, caem sob a lei do acidente e começam a
agir mecanicamente. Isso significa que podem
agir ou não sob certas pessoas. Sofrem interpreta-
ções e alterações.
O homem precisa separar uma da outra. As influ-
ências de “fora da vida” aos poucos se acumulam,
formam um centro magnético que atrai influên-
cias similares e assim cresce. Se o centro trabalha
bem, o homem pode encontrar quem esteja no
caminho. As influências desse homem o atingem
através do centro magnético.
Essa é a 3ª Espécie de influências. É uma influ-
ência direta e consciente. As da 2ª espécie são
conscientes na origem e depois caem na vida e se
misturam a da 1ª espécie e se tornam acidentais e
mecânicas. As da 2ª espécie criam o centro mag-
nético inicialmente através de livros, filosofias,
rituais, etc.
As da 3ª espécie escapam à lei do acidente e agem
livre dela. Chegam diretamente de uma pessoa à
outra, por transmissão oral. Quando o homem
encontra alguém que Caminha, surge o 1º
degrau da escada que pode levá-lo ao Caminho.
Enquanto sobe a escada o homem está ainda
instável. Pode duvidar de tudo às vezes. Pode até
cair. Quando transpõe o último degrau tudo
muda. Não há dúvidas quanto ao guia, à si
mesmo, à nada. Pode caminhar mais indepen-
dente do guia e até só. Não voltará mais à vida
ordinária.
No 4º caminho para subir um degrau, é preciso
colocar alguém no seu lugar.
LEMBRANÇA DE SI
OBSTÁCULOS
Identificação (o maior) - Não se identificar
consigo mesmo. “Consideração”: uma forma de
identificação; identificar-se com o que os outros
pensam dele. Desconfia de tudo e de todos, até
do clima. Reclama. Tornar-se o “centro”. Tudo
existe “por causa dele”. Exige. Teme não impor-
tar-se o suficiente com os outros. Consideração
exterior: é um meio de “lembrar-se de si”. Fazer o
que é bom para os outros e para si. Capacidade
de sentir o que o outro sente, precisa e quer. “eus”
– pluralidade do eu Ignoram-se. Às vezes são
hostis.
Pensamentos, desejos, sensações, podem num
certo momento dizerem eu. A alternância no
“poder” é causada por circunstâncias externas.
(Calor, sol, chuva, acontecimentos, etc.)
Descontrole - São criações de “excitações mecâ-
nicas externas”. Leitura, imitação, tradições,
educação, hipnotismo religioso, criam “eus” mais
fortes. Uma das saídas seria os serviçais da casa
elegerem um mordomo para pôr a casa em
ordem até o amo chegar. Formar um centro mag-
nético localização dos centros o Intelectual:
cabeça. o Emocional: tórax. o Motor e instintivo:
inferior das costas e tronco. o No cérebro:
intelectual. o No plexo solar: emocional. o Na
medula espinhal: motor e instintivo. Na verdade
cada centro ocupa o corpo inteiro. Cada centro
possui seu “centro de gravidade”. Velocidade dos
centros - Intelectual: mais lento. - Emocional:
tem potencial para ser mais rápido, no entanto,
funciona com a mesma velocidade dos centros
motor e instintivo, que são 30.000 vezes mais
rápidos que o intelectual. O emocional pode
chegar a 30.000 vezes mais rápido que eles.
163
POLARIDADE DOS CENTROS
Intelectual: sim e não. Forças iguais, daí a inde-
cisão. Precisam estar harmonizados. o Instintivo:
sensações agradáveis (Paladar, olfato, ar puro,
frescor. Todas atestam boas condições à existên-
cia.). Sensações desagradáveis (mau humor, mau
cheiro, contato desagradável, etc...). Atestam
condições prejudiciais. Ambas precisam estar
presentes. Permitem uma orientação no dever.
Centro Motor: movimento em oposição ao
repouso.
Centro Emocional: emoções agradáveis como
simpatia, afeição, confiança em si, alegria,
podem degenerar em aborrecimento, irritação,
inveja, medo, etc... desde que caia na identifica-
ção e imaginação. As emoções desagradáveis não
podem existir. Sem identificação e imaginação
negativa. As reais emoções positivas só são possí-
veis em outro estado de consciência. As emoções
desagradáveis são mecânicas, inúteis e nocivas ao
despertar. Só têm um aspecto positivo: podem
ser destruídas sem prejuízo nenhum.
Só assim se pode crescer. Emoções desagradáveis
não desaparecem por si mesmas. É preciso traba-
lhar eliminando a identificação. O centro emo-
cional não tem polaridade positiva e negativa.
Mas tem agradável e desagradável e ambas
existem na identificação. Desaparecendo isso,
desaparece a dualidade e as emoções reais se
tornam possíveis. Cada centro deve fazer o seu
trabalho.
PROCESSO
a) Trabalho simultâneo sobre o corpo, emoções e
mente.
b) Cada um deve fazer o que é necessário para si
e não o que não tem utilidade para eles.
c) O trabalho visa produzir certas substâncias
que possibilitam o acordar. E isso é feito de
forma rápida ou instantânea se o segredo de
produzi-las é conhecido. - Aplicação de “choques
adicionais” a partir da compreensão da lei de
oitavas. (Chasi e Trabalho Emocional).
d) O “conhecimento” nunca foi secreto. Apenas
não se torna comum a todos. A imaturidade de
quem não se abre para receber agora é que o
torna inacessível. “Deve-se aprender com quem
sabe.” Os centros: Motor, Emocional, Intelectual
e ainda o instintivo e o sexual. E Emocional
Superior, Intelectual Superior. O sexual precisa
trabalhar independente, autônomo e não na
dependência dos outros.
INTELECTUAL, EMOCIONAL, MOTOR E
INSTINTIVO.
Os centros “roubam” energia do centro sexual. O
saber e o ser precisam andar juntos. Interdepen-
dem. A compreensão é a conjunção do ser e do
saber. Implica a função dos 3 centros. Ser –
Sentir – Fazer. Nada evolui mecanicamente. A
compreensão é a conjunção do ser e do saber.
Implica a função dos 3 centros. Nada evolui
mecanicamente. Quem observa? O que é obser-
vado? Fazer estas perguntas é mergulhar na
grande pergunta que surge: quem sou eu?
O questionamento sincero, incessante, à luz de
uma consciência de si que se amplia é a base de
possíveis mudanças. Pequenas mudanças, força-
das, não servem. Lembre-se de que o processo de
atenção plena não acontece por esforço, mas sim
por relaxamento, espontaneamente.
A real transformação é ir além dos processos
comuns, desenvolvendo um novo ser em si
mesmo, condição chamada de Real Presença de
Si.
“Torne-se um ser nobre. Tornando-se um ser
nobre você se torna um ser real. Se a sua perso-
nalidade, sua identidade e seu estado mental
não representarem a realeza, você nunca vai
conhecer a realidade”.
Yogi Bhajan
Crescer implica despertar a si mesmo e descobrir
que a energia deve ser direcionada em serviço da
alma e não dos personagens. Todos os persona-
gens criados são um grande obstáculo no proces-
so do desenvolvimento, pois as funções do ser
acabam ficando a serviço exclusivamente deles e
não da alma, do ser interior. O ser interior preci-
sa assumir o comando das funções e colocar os
164
personagens a seu serviço. Esta é a primeira etapa
de uma revolução possível.
Para o desenvolvimento de um “eu real” é neces-
sário o crescimento harmonioso da essência e da
personalidade. Reativar o contato com a essência
é fundamental e um requisito básico para este
processo é a sinceridade consigo mesmo. Identifi-
car as características que, a princípio, parecem ser
imutáveis e fazem parte intrinsecamente do ser -
mas na realidade, não fazem parte da essência - é
um trabalho difícil e requer disciplina. A mente
criará todos os cenários possíveis para que exista
uma “realidade” justificando que os padrões
façam sentido, e estar atento e presente é ter a
chance de superar estes obstáculos.
Em resumo, o estudo de si começa com a com-
preensão dos níveis de presença. Segue com o
estudo das funções a partir da observação dos
padrões e do aprendizado em reconhecê-los.
Assumir posturas que não são habituais, criar
atrito e fricção, mudar a forma de pensar, intensi-
fica o estudo. O trabalho implica em perceber o
estado de dormência e construir as condições
para despertar, identificando que tudo que
mantém o sono é prejuízo. A vida toda, como se
apresenta, é uma ferramenta à disposição. Tudo é
uma possibilidade para o questionamento e com-
preensão das causas.
A compreensão leva à busca, a busca leva ao
caminho e o caminho constrói a força magnética
necessária para a atuação criativa e total expressão
do ser.
 OS CINCO ESTÁGIOS
DA SABEDORIA
DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL
A sabedoria é adquirida em estágios. É aprendida
quando deixamos o velho e arriscamos uma
aventura num território desconhecido.
Quando você inicia uma jornada dentro de um
novo território, um mapa ou um esboço da estra-
da à frente dá-lhe confiança ou, pelo menos,
conforto para enfrentar o terreno e os obstáculos
que o esperam. Um mapa dá-lhe esperança
quando você parece perdido. Ele permite que
você se lembre de como ser criativo ou audaz
porque há muitas maneiras de alcançar o objeti-
vo. Pode preveni-lo sobre becos sem saída e
desvios, de tal maneira que seu tempo não é
desperdiçado. Você pode, também, registrar sua
jornada para ajudar as outras pessoas que viajarão
pelo mesmo território. Pode dar-lhe tenacidade e
paciência para agir apesar dos obstáculos. Os
melhores mapas mostrar-lhe-ão como e quando
preparar-se para os diferentes estágios da jornada.
Um viajante habitual sabe que cada mapa, não
importa quão acurado ou elaborado é, não é
idêntico ao território que descreve. As ricas sensa-
ções, as dimensões estéticas, pessoais e sociais da
experiência, não podem ser abstraídas e simboli-
zadas no papel bi ou tridimensional. Ao cami-
nhar pelo território, você construirá sua própria
visão, vulnerável às sensações e possibilidades.
Cada passo do caminho tem uma essência e
centro únicos, que dão sabor à sua experiência de
tempo e espaço. Nenhum mapa inclui todas as
formas de experiências que o transformarão, o
irão enriquecer e amadurecer. O mapa é apenas a
165
superfície. Mesmo se o mapa é do território
psicológico, emocional ou espiritual, é apenas
uma abstração. Ele está do lado de fora da verda-
deira experiência. Estudar, destacar, argüir e
admirar um belo mapa, não o transformará ou o
elevará. Somente a experiência e o desafio de
cruzar o território real o leva além da superfície e
abre a porta para a transformação e a criatividade.
Somente quando você escala altas colinas, avança
com dificuldade sobre profundas torrentes e
dorme sob a sombra dos bosques, pode aumentar
a sua fortaleza, construir sua confiança, transfor-
mar sua capacidade para enxergar e solidificar
sentimentos de integridade e de auto-valor. Nada
disto lhe pode ser dado através de um mapa.
Nada disto será igual para diferentes explorado-
res do mesmo território registrado em um mapa.
Mesmo assim, os mapas são essenciais para abrir
a porta do conhecimento mais profundo que
vem com a experiência e com a sabedoria.
O mais importante mapa para ter e compreender
é aquele que codifica o território do Ser e os
estágios da auto-mestria. Independente da área
de conhecimento e de ação em que você se
encontra, o ser é o centro da experiência. Você
precisa ter a habilidade de guiar a sua mente
através dos estágios de aprendizado e mestria.
Precisa conhecer o limite universal que marca o
caminho do noviço para o aprendiz, do artesão
para o especialista e, finalmente, para o misterio-
so reino da Mestria. Este mapa é um guia para
seu crescimento em cada área do conhecimento
interpessoal, espiritual, mercantil, gerencial,
físico ou fisiológico.
O mapa dos estágios da sabedoria é, freqüente-
mente, o mapa dos mapas. É um meta-mapa de
como a mente trabalha em cada situação. A
mente sempre usa mapas, consciente ou incons-
cientemente, para organizar seu entendimento
da realidade. Algumas vezes, são estes mesmos
mapas que nos limitam a promoção do cresci-
mento e a exploração. Um mapa dos estágios da
sabedoria o guia através dos níveis de planeja-
mento que a mente usa para cada estágio de
aprendizagem. Muitas grandes pessoas tornaram-
-se Mestres de uma disciplina ou de seus próprios
seres. Através de seus esforços, deixaram para trás
registros e, algumas vezes, instruções explícitas
sobre a caminhada para a sabedoria e sobre a
natureza da mestria.
Uma vez que estamos atuando no plano da aqui-
sição de habilidades, isto pode ser acumulado em
qualquer área de conhecimento. Todos os mapas,
de diferentes áreas, culturas e tempo, comparti-
lharão uma estrutura comum de estágios ou
passos. Mestres da guerra, do esporte, de uma
ciência, da música ou do espírito precisam ter a
mestria sobre si mesma. O tema de estudo de
uma disciplina espiritual é o próprio ser. A
mestria neste campo de ação é o mais direto
caminho para aprender sobre os caminhos da
sabedoria e do ser.
No mundo espiritual, aqueles sábios e santos que
caminharam com êxito por este caminho, deixa-
ram-nos muitos mapas, presentes, sutras, escritu-
ras, técnicas e inspiração para ajudar-nos a com-
pletar a jornada e evitar os perigos. Um destes
mapas é o conhecimento do crescimento espiri-
tual e de que todo crescimento interior não
ocorre num passo, num lampejo, ou num
momento. Não é tudo ou nada, branco ou preto.
É um esforço cumulativo. É como a especial
magnificência de um amanhecer, onde uma cor
vai construindo, imperceptivelmente, uma outra
para cobrir o céu, numa visão que comanda a
perfeição da natureza. É uma unidade que ocorre
em estágios.
Quando todos os estágios estão completos, a
pura luz branca do Sol dissolve todas as fases do
amanhecer dentro da singular realidade da
manhã.
166
Quando você atravessa os estágios de Mestria,
você não pode saltar nenhum deles, mesmo
quando, no final de um, já vê o novo abrangendo
a realidade do Ser e da área de conhecimento que
você domina. Há cinco estágios que são fases
universais de aprendizagem e crescimento na
emoção, ação e cognição humana.
No mundo espiritual, estes cinco estágios (pad
significa estágio ou passo) foram registrados
pelos Gurus Sikhs e elaborados por Yogi Bhajan:
1. SARAM PAD
2. KARAM PAD
3. SHAKTI PAD
4. SAHEJ PAD
5. SAT PAD
A classificação para a pessoa que se move pelos
estágios é: iniciante, aprendiz, perito, especialista e,
finalmente, um mestre. A natureza da experiência e
os tipos de ensinamentos e desafios úteis para o
estudante são diferentes em cada estágio. Uma vez
que você compreende os estágios, encontrará exem-
plos deles em cada área de sua vida.
SARAM PAD
O ESTÁGIO DO INICIANTE
Nele você é chamado a fazer, aprender ou explo-
rar algo. É um tempo onde você está exposto ao
assunto ou a tarefa. É a primeira instrução de
como dirigir, o estímulo para proceder no
primeiro encontro, o tempo para testar sua cami-
nhada num novo território.
Neste estágio, você não tem ou, pelo menos, tem
poucas experiências, não há memória de sucesso
ou falhas para guiá-lo. Você pode ter ouvido
estórias ou ter lido algo sobre o assunto, mas não
terá encontrado esta situação desafiadora antes.
Há três tipos de motivações que o levam a saram
pad:
1. Necessidade, possibilidade e destino
Quando a vida nos traz doenças, problemas,
dificuldades e frustrações, procuramos por outro
caminho. Se as coisas não vão bem o suficiente,
agimos porque é necessário evitar a dor e aceita-
mos o risco de explorar algo novo porque preci-
samos. Isto pode ser a motivação para tentar uma
nova solução matemática para o problema, uma
nova maneira de flertar com um amor, ou uma
nova forma de reunir dados de uma companhia.
A velha maneira parece insuficiente. Está em
frente a algo diferente. Então, alguma coisa o
introduz no novo método: você lê sobre uma
alternativa, ou é orientado por uma súbita visão
de um caminho fora do sofrimento.
2. A segunda motivação nasce da possibilidade
Você observa um amigo ou colega que gosta de
uma experiência ou tarefa. Maravilha-se com a
forma de obter este estado de satisfação, recebe
amostras de um exercício, comida ou pensamen-
to e encontra satisfação nela. Então, você procura
aumentar a sua satisfação e para isto, começa a
procurar algo similar. Você assume os riscos e as
vestes do noviço para encontrar a possibilidade
de grande satisfação ou ampliação do prazer que
você experimentou.
3. O terceiro tipo de motivação é intuitivo,
total e vem do ser criativo da pessoa
Ocorre independentemente da dor ou do prazer,
da fama ou da degradação, da riqueza ou da
pobreza, da aceitação ou rejeição. É quando você
sente “um chamado”. Não é um simples desejo
que vem de uma parte de seu ser, que tem sido
negligenciado ou precise expressar-se. Um
chamado vem do ser total. Quando você age a
partir de um chamado, há um sentimento de
destino. Sente que faz uma escolha com a alma
livre e verdadeira e que não poderia ter feito
outra escolha. Isto é o sentido da manifestação
criativa de algo que é identificado com seu ser
real ou seu objetivo verdadeiro. É a ação do amor
mais que da paixão e do medo. Você se move de
forma confortável igualmente ante as coisas
diferentes, como também com as familiares e
similares de experiências passadas. Você procura,
ao invés da expressão única e autêntica, a própria
unidade. Independente da motivação que traz
alguém para “Saram Pad”, todos começam na
mesma situação e com os mesmos desafios.
167
O iniciante não sabe no que estar atento. Quais,
entre centenas e milhares de aspectos e sensações,
serão priorizados. Lembre-se de quando você
iniciou a andar de bicicleta, dirigir um carro ou
jogar xadrez; nesta ocasião, algum instrutor
cuidadoso ensinou-lhe: segure a barra de direção,
mantenha a bicicleta sem cair, pedale constante-
mente e permaneça do lado direito da estrada.
No caso de um carro: mantenha-se à direita da
linha central divisória, aplique os freios devagar,
permaneça um pouco afastado do carro da frente
e sinalize todos os movimentos claramente. As
instruções são baseadas em características fáceis
de identificar. As regras para seguir são diretas e
absolutas e permitem que você se concentre sem
ser esmagado. Uma boa instrução para um
noviço não inclui todas as exceções e circunstân-
cias especiais que ocorrerão. Idealmente, o
noviço dirige em estradas fáceis, sem mau tempo
ou tráfego denso.
Um noviço dirige uma bicicleta com poucos
acessórios e sempre no mesmo caminho. O
noviço joga um pouco, usando movimentos
simples que enfatizam as diferentes naturezas e
valores para cada peça. Boas regras para um
noviço são aquelas fáceis de compreender. Você
não deve ensinar a um motorista de primeira
mão: permaneça a 30 pés do carro da frente se
você for mais rápido; depois aumente 20 pés a
cada 5mph, a menos que o fluxo do tráfego esteja
mais tranqüilo que o usual, ou se estiver garoan-
do e a superfície da estrada esteja lisa, a menos
que a chuva tenha sido moderada por meia hora,
mas seja cuidadoso se a chuva é intensa e aumen-
te a distância dos outros carros, quando eles estão
lentos porque isto pode indicar álcool, ou outros
problemas, etc. Esta lista confundiria o mais
sincero noviço.
O noviço não precisa ainda aprender todos os
fatos. Tentar listar todas as sensações e exceções
das experiências da vida real é uma terrível forma
de ensinar. Não é desta forma que você apren-
deu? As regras para o noviço precisam ser claras e
livres do contexto. O trabalho do noviço é com-
preender o que lhe cabe fazer. Não tem um senso
integrado de todas as tarefas baseado na experi-
ência. A única forma de ele poder julgar a quali-
dade de sua performance é avaliar como está
seguindo as orientações. A qualidade pessoal que
ele precisa cultivar é a escuta, e a abertura de
coração e da mente para executar. O processo é
estabilizar certos hábitos e torná-los automáticos.
Desta forma, a atenção pode ser aberta em outras
experiências que detalham o próximo nível de
aprendizagem.
As orientações precisas permitem experiências
sem correr grandes riscos. Os estudantes, que
podem facilmente observar similaridades e seguir
orientações repetindo comportamentos, desta-
cam-se neste estágio de aprendizagem.
Aqueles entusiastas, que se entrgam ás orienta-
ções, buscadores de fórmulas, que se concentram
no agora e não perguntam prematuramente por
estágios mais avançados, avançam bem nessa
etapa. Para um estudante de Kundalini Yoga
algumas orientações poderiam ser: fazer respira-
ção de fogo somente por três minutos, tomar
somente líquidos ou chá iogue nas segundas-fei-
ras, fazer cada série exatamente como é dada na
seqüência e no tempo, tomar cinco minutos de
banho frio a cada manhã, nunca falar uma pala-
vra dura ou fazer fofoca. Muitas vezes, condições
especiais são criadas para acentuar a experiência
do iniciante: fazer uma monodieta por três dias e
não falar durante um retiro. Cada uma destas
experiências enfatiza certos traços do projeto
comportamental e emocional.
Num caminho espiritual orientações precisas
ajudam a observar e a distinguir entre o ego e o
verdadeiro ser. O aspirante espiritual desenvolve
costumes que optam pelo Ser. Se você pratica
neste estágio, é fácil movimentar-se para o próxi-
mo estágio. Em música, aprender a bater em uma
nota automaticamente permite-lhe deslocar sua
atenção para refinar a execução das notas, melo-
dia e harmonia.
KARAM PAD
O ESTÁGIO DO APRENDIZ
O segundo estágio é o de aprendiz. O estudante
é chamado “um aprendiz” neste estágio porque é
ação o que lhe é pedido: fazer e praticar num
168
vasto raio de ação concreta. A palavra Karam
significa fazer ou executar as tarefas e os trabalhos
que são feitos pelo estudante dentro de circuns-
tâncias variadas. Durante este processo exceções e
novos aspectos surgirão, sem que estejam especi-
ficados como nas orientações precisas do primei-
ro estágio. Desta forma, o aprendiz precisa
buscar as experiências de um professor mais
avançado ou dos próprios parceiros que estão
tendo desafios similares.
Os grandes desafios de Karam Pad são enriqueci-
mentos sensoriais, acúmulo de experiências em
muitos contextos, redefinição da natureza das
tarefas e expectativas sobre elas e desenvolvimen-
to da concentração em situações complexas. Ao
ganhar experiência de que há muitos elementos
sensoriais na tarefa, o estudante sente a necessi-
dade de redefinir seu conceito de tarefa. A tarefa
pode ter sido definida num só sentido para o
iniciante. A regra para dirigir um carro era:
manter o carro a 40 milhas por hora em segunda
marcha. No segundo estágio, o estudante moto-
rista agora reconhece o som de “marcha forçada”,
é capaz de olhar o terreno íngreme à frente, sentir
o aquecimento do motor, o sacudir dos pneus e o
cheiro de fumaça do exaustor ou do conversor
catalítico. A informação que vem de todas estas
fontes permitem a redefinição da tarefa e quais as
opções disponíveis para o motorista. Cada carro
e cada situação são tão variados que poderia ser
inútil a tentativa de elaborar uma lista completa
de todas as sensações que estão disponíveis à
atenção treinada. O caminho da experiência traz
muitas sensações para o estudante. Este enrique-
cimento sensorial é uma tarefa para o aprendiz.
Ensinar tarefas que realcem a abertura sensorial é
um grande catalizador neste estágio. Usualmente
o estudante tem preferência por algum sistema
sensorial, dependendo do hábito, treinamento e
temperamento. Num contexto de negócios, o
aprendiz precisa prestar atenção aos gráficos
estatísticos da corporação e olhar também para as
soluções pessoais.
O estudante precisa estender a base de seus dados
também para a impressão das pessoas, ouvindo
suas declarações, incluindo os tons emocionais
em seu relatório. O ritmo e o passo que os
responsáveis pelo negócio solicitam e o sentido
de ordem e desordem no acontecimento podem
também ser significantes. Este tipo de flexibilida-
de sensorial é essencial para passar por este
estágio de aprendizagem.
Uma outra tarefa central para este estágio é a
habilidade para concentrar-se à medida que o
número de sugestões aumenta, o que é uma
função da experiência sobre um grande raio de
situações. A habilidade para apresentar similari-
dades com exceções é um estilo cognitivo que
cria excelência neste estágio. Em cada nova
circunstância, a habilidade para apresentar
pequenos desvios das regras originais e nova
formulação de tarefas, direcionam a concentra-
ção para o que precisa ser aprendido. Um apren-
diz não encontra uma situação nova sem uma
história.
Um aprendiz teve suas experiências e, portanto,
um passado para comparar com a situação atual.
A prática fez com que se tornasse fácil e rápido
buscar as similaridades do passado e, desta forma,
a atenção se desloca para as diferenças dentro de
circunstâncias razoavelmente similares. Subir
uma colina, dirigindo um carro, é muito similar
se o dia está ensolarado ou nublado, mas a refle-
xão da luz e o julgamento visual será diferente.
Isto afetará o julgamento do motorista sobre a
passagem de um outro carro, por exemplo.
Como o estudante acumulou as experiências, a
colina é uma similaridade que se torna rodeada e
enriquecida por muitas diferenças: o tempo, o
número de carros, a hora do dia, a condição do
carro, a potência do motor, o número de passa-
geiros, a condição dos outros motoristas, a super-
fície da estrada, o tipo de arredores, etc. Um bom
aprendiz desenvolverá o que Yogi Bhajan chama
uma “natureza subconsciente alerta” para as
pequenas diferenças de situações passadas que
requerem uma atenção extra. Este alerta extra
coloca o aprendiz no estado de acelerar o apren-
dizado e a concentração. O acúmulo destas expe-
riências, muitas vezes, prepara o aprendiz para
manejar desafios cada vez mais complexos e
variados. Um estudante de yoga destaca-se neste
estágio de aprendizagem se faz sua prática regu-
larmente.
169
Os exercícios de Yoga, como a sadhana e a medi-
tação, precisam ser realizadas dia após dia, de
qualquer modo. Isto dá ao aprendiz a habilidade
para estabelecer uma perspectiva independente,
apesar das condições ao redor da prática e suas
mudanças. Desenvolve elasticidade e resistência.
Também desenvolve o número de táticas dispo-
níveis para o aprendiz.
Um grande catalizador deste estágio de aprendi-
zagem é ler e estudar a história de bons modelos
de tarefas, ouvir a experiência dos parceiros que
treinaram em diferentes contextos e ter um
mentor que promova oportunidades que desa-
fiem e que promovam previamente o aprendiza-
do.
Para se preparar para o próximo estágio de apren-
dizagem ,o contexto que você experimenta como
um aprendiz precisa ser o mais variado possível.
SHAKTIPAD
O ESTÁGIO DO PRATICANTE
O terceiro estágio é o mais crucial, transitório e
desafiante de todos os estágios. As escolhas feitas
neste estágio e a transformação que tem lugar na
capacidade dos estudantes determinam se o
praticante progredirá em direção à mestria, se
permanecerá no nível de aprendiz ou se desistirá
totalmente do estudo. É um estágio em que ou
uma transformação ou uma descontinuidade
ocorrem. Na disciplina espiritual, shaktipad é
conhecido como o teste do ego ou o teste do
poder.
Neste estágio, o estudante já acumulou uma
grande quantidade de experiências. Ele testou as
regras, acumulou habilidades e hábitos conscien-
tes e inconscientes e está ocupado com as possibi-
lidades. O que é requerido para alguém nesse
estagio é a habilidade de selecionar um objetivo,
fixar uma motivação e, conscientemente, com-
prometer-se com uma série de valores....precisa,
também, desenvolver a habilidade para estabele-
cer uma priorização de escolhas... precisa ter uma
faculdade para priorizar séries complexas de
tarefas e decisões e estabelecer o que é e o que não
é significante para o objetivo. Imagine o moto-
rista que aprendeu, como um noviço, as tarefas
básicas para guiar um carro.
Como um aprendiz, aprendeu a arte de dirigir e
explorou muitas rotas e tipos de veículos diferen-
tes. Agora, como um praticante, um novo nível
de tarefas é demandado. Como escolherá dentre
as muitas possibilidades que você está, tecnica-
mente, habilitado para executar? Como pratican-
te, é necessário escolher uma estratégia. É neces-
sário assumir a responsabilidade pela escolha de
uma entre todas as trilhas que você pode tomar
ao longo da viagem. O motorista pode ter
cinqüenta caminhos que o levam a Boston.
Colocar todas as escolhas na mente, sem um
método para restringir e dirigir uma decisão,
poderia ser confuso, esmagador e consumir
tempo. Nesse estágio, ao contrário, escolhe o
caminho para Boston baseado num objetivo ou
valor particular para a viagem. Cada rota satisfaz
um diferente valor. A rota 1 é mais “rápida” e
economiza tempo. A rota 2 é mais “bonita”. A
rota 3 é mais “social”, pois passa pela casa de
amigos. A rota 4 é “mais histórica”, apresentando
muitos monumentos. A rota 5 é “mais desafian-
te”, com diversidade de paisagens e condições de
estrada. A escolha do valor que determinará a
escolha da rota precisa ocorrer antes do início da
viagem. Se você decidir pela “beleza”, não poderá
mudar ou reclamar à última hora. Como um
aprendiz, cada jornada estava especificada pelo
mentor. Como um praticante, a escolha agora é
sua. Como um aprendiz, você aprendeu que há
muitas regras para diferentes situações. Como
um praticante, você deve formular quais as séries
de regras a aplicar. As regras: beleza, velocidade,
desafio e novidade são diferentes. Este estágio é
semelhante à adolescência.
O noviço é um recém-nascido, o aprendiz é uma
criança e o praticante é como o adolescente que
está pronto para desafiar as regras, arriscar novas
combinações e agir dentro de padrões diferentes
dos do passado. É um estágio criativo e perigoso.
Da mesma forma que um adolescente quer o
poder de escolher sem o perigo da responsabili-
dade, o praticante quer tomar uma decisão sem
comprometimento.
O praticante que aprende a dirigir com responsa-
170
bilidade, a vencer as dúvidas e usar os valores
apropriados, conquista este estágio de aprendiza-
gem. O motorista adolescente pode decidir que
“velocidade” é o valor mais importante. O moto-
rista, então, não fica à distância adequada do
carro da frente, arrisca curvas em alta velocidade
e se arremessa por entre os outros carros no tráfe-
go. Se o praticante se apegar àquele valor, estará
insensível às situações que não se ajustem a este
valor. Ele gastará tempo para tentar conseguir
matar-se ou colocar em risco os outros motoris-
tas. Se o motorista gosta de velocidade e está
disposto a ser um noviço neste valor, deve se
inscrever num curso para motoristas de corrida e
tornar-se um profissional desta área. Este é o
teste de poder de shaktipad.
O praticante olha para todas as situações, para o
panorama dos fatos e das escolhas. Precisa, então,
atuar do todo para uma parte do todo. Esta é
uma habilidade crítica.
A habilidade cognitiva necessária a este ponto é a
capacidade de perceber as implicações de todas as
possibilidades de escolha e informação. Agir
inconsciente ou incorretamente a partir de uma
visão de uma pequena parte do todo é um erro
fatal. Um praticante falha se escolhe o valor e o
objetivo de que gosta ou no qual encontra muito
interesse ou estimulação, em detrimento do valor
que serve ao projeto maior, tarefa ou estudo que
ele treinou para atingir. A experiência deste tipo
de tomada de decisão é frequentemente desagra-
dável e completamente assustadora. É cercada
pela incerteza e traz dúvidas. Este é um momento
perigoso e existencial. É agonizante como a deci-
são de Hamlet - uma questão de identidade ou
comprometimento. A decisão é tomada pelo
esforço deliberado para alcançar a perspectiva
correta do todo e para discernir o verdadeiro
significado da decisão. O ego ou apego do estu-
dante tornam-se os maiores bloqueios deste
estágio. Imagine o motorista que gosta tanto de
sentir o carro em movimento que recusa-se a
estudar os mapas ou fazer planos. A sensação de
dirigir está tão internalizada que a habilidade que
viria a seguir não pode ser desenvolvida. Isto
acontece com os games. Recordo-me certo joga-
dor de vídeo game que não conseguia ultrapassar
certo número de pontos. Eu lhe disse que sabia
como fazer isto, mas ele tinha de deixar o dispa-
rador tornar-se automático. Ele disse-me que
sabia disto, mas preferia sentir o desafio. O seu
apego àquela sensação bloqueou-o para mover-se
para um nível melhor de performance.
O amor ao desafio era maior que o comprometi-
mento com o objetivo do jogo, que era o de
conseguir maior número de pontos e, desta
forma, a meta não pôde ser atingida. Tampouco
conseguiu sentir a mestria de vencer seus
próprios apegos para chegar ao objetivo do jogo.
Neste ponto, o meu amigo redefiniu o jogo e
concluiu que o que havia feito antes estava
errado. Isto equivale a negar a ajuda do guia que
lhe diz como continuar e não parar, se quiser
alcançar o fim.
Um praticante que não passa no teste de shakti-
pad nega o professor ou o mentor. Ele está cheio
de dúvidas sobre os valores do que fez antes e
duvida da sabedoria do professor. O teste verda-
deiro deste estágio é o teste de superar a dúvida,
para criar uma ação onde todas as partes da
mente estão atrás do caminho que você escolheu
originalmente.
Este estágio requer comprometimento. Requer
envolvimento no sentido de que você é total-
mente responsável por sua escolha. O resultado
da escolha, bom ou mau, é sua responsabilidade.
O sucesso e o fracasso tornam-se e cheios de pres-
ságios e conseqüências. É similar ao adolescente,
cuja pequena negação ou aceitação pelos outros é
recebida com uma enorme reação de raiva ou
êxtase. Cada ação, desde que verdadeiramente
sua, é amplificada em seus impactos e efeitos.
Esta escolha de valores não pode ser feita de
forma impessoal. É sempre uma escolha pessoal
que fazemos. Não é possível neste estágio ter uma
perspectiva cósmica do desapego. A escolha não
pode ser evitada sem deter o aprendizado e o
crescimento. Isto acontece porque a escolha é
feita primeiro, antes de se seguir adiante. Nas
disciplinas espirituais, isto é o salto da fé. É o
momento em que você escolhe seguir seus
próprios desejos e perspectivas limitadas ou os
valores elevados, estabelecidos pelo caminho ou
pelos ensinamentos que você começou a estudar.
Além deste ponto, o estudante está desapegado
171
da escolha. Como um noviço, você apenas seguia
regras. Como um aprendiz, você estava ocupado
aprendendo novas percepções. Como um prati-
cante, você está competente para fazer muitas
tarefas relacionadas às atividades que está apren-
dendo. Você precisa escolher onde e para que
usar o que está aprendendo.
No caminho do Yoga, muitos estudantes saem
neste ponto porque sentem que alguma parte
deles está sendo ignorada ou rejeitada por seus
esforços anteriores. Outros ganham um ego
espiritual e fantasiam-se completamente, mesmo
com a advertência do professor e dos ensinamen-
tos de que não se deve chegar a este ponto.
Outros enfraquecem lentamente porque deci-
dem que são exceção às regras e que não precisam
mais seguir a disciplina original.
Aqueles estudantes que podem atuar com fé e
totalidade realizam bem este estágio. Os estudan-
tes que podem pesquisar diferentes formas para
chegar ao objetivo principal e corrigir suas
direções, passam através deste estágio muito
facilmente. É fácil, neste estágio, tornar-se
hipnotizado pela satisfação e poder das habilida-
des que você ganhou. Se o indivíduo segue o
caminho, emerge com força e poder em direção a
seu objetivo.
SAHEJ PAD
O ESTÁGIO DO ESPECIALISTA
O quarto estágio, o do especialista, é uma alegria.
É uma completa mudança do perigoso estágio de
shaktipad. “Sahejpad” significa o estágio da
facilidade e elegância. Neste estágio, o estudante
já adquiriu a experiência, está enfocado no obje-
tivo e cada novo desafio aumenta suas habilida-
des. O que se modifica é a preocupação com seu
ser. Neste estágio, o especialista se envolve com
uma missão. Ele salta do completo envolvimento
com a tarefa e o sujeito e a estimativa do padrão
de sua ação. Nunca há uma pergunta sobre o que
faz ou porque faz, há apenas a intensa associação
de um padrão após o outro.
No mundo do xadrez, um estudante no estágio
do especialista, memorizará 10.000 a 50.000
jogadas. O especialista pode reconhecer cada
uma, de um só lance. Imagine que cada jogada é
uma personalidade. O especialista olha o tabulei-
ro e conhece Susan, Jake ou Gurnam. Imediata-
mente sabe sobre cada personalidade e possui
maneiras práticas de agir. Uma decisão é tomada
imediatamente baseada numa impressão tangível
e direta do todo. O todo não é subdividido e
analisado componente por componente. O espe-
cialista responde de pronto à entidade ou à
personalidade. Esta capacidade é chamada intui-
ção. Ela pode ser ignorada ou subestimada por
psicólogos ou no mundo dos negócios. No
entanto, mais recentemente, alguns dos mais
respeitados líderes na gerência e consultoria de
negócios têm reconhecido a necessidade de unir
as decisões tomadas através da intuição com
aquelas baseadas na organização lógica da infor-
mação. Mintzberg notou que este é um fator que
separa um bom homem de negócios de um
grande homem de negócios. Esta capacidade é
especialmente útil em situações de grande com-
plexidade e rápidas mudanças, que requerem
decisões rápidas e liderança. O especialista usa a
intuição para agir e analisar o impacto da decisão
tomada. O atleta, neste estágio, adquire a quali-
dade de fluidez em seus movimentos. O vende-
dor sentirá um novo mercado para o produto e,
então, acrescentará dados ao que já sabe. Um
consultor usará todos os sentidos para saber o
que uma companhia precisa para crescer. A intui-
ção faz com que algum fator que levará à solução,
venha rapidamente à consciência. O especialista,
então, acompanha esta intuição com os dados
obtidos, construindo ligações e outras habilida-
des que farão a mudança. O especialista pesquisa
diferenças com exceções. Ele olha para os
elementos significativos e, então, liga-os a
padrões do passado que são similares e que o
levarão a uma solução. O especialista não muda
o comportamento se todas as coisas vão bem. “Se
não está quebrado, não se deve arrumar”, é uma
frase familiar. Ao invés disto, vai diretamente ao
que precisa de mudança. Onde não há mudança
a fazer, é preciso simplesmente transformar em
elegância o que você já faz.
Em muitas disciplinas, como nas artes, química,
matemática, música e educação, leva-se de 7 a 10
anos para construir uma base experimental que
172
permita passar da fase do especialista e ter a
chance de tornar-se um Mestre.
O estudante precisa de paciência e uma atitude
de servir a uma grande causa. Esta atitude de
serviço é chamada seva. O estudante neste
estágio está frequentemente em um grupo
rarefeito.
O especialista aprende através de outros especia-
listas e outros Mestres da tradição. O especialista
também estuda todos os registros e histórias
deixadas por Mestres do passado. Aprender neste
estágio leva em conta quatro componentes
primários:
1. Processamento profundo;
2. Complexidade das referências interiores;
3. Enriquecimento sensorial da intuição e
padrão de percepção total;
4. Ensinamento a outras pessoas.
Processamento profundo refere-se à forma
como o todo é relacionado nas atividades,
memória e sentimentos, dando uma identidade.
Por exemplo, um motorista pode encontrar um
caminho no nível do reconhecimento sensorial.
É cinza, tem curvas características e é rodeado
por árvores e pelo oceano. O motorista pode
processar e reagir à estrada num nível profundo,
encontrando similaridades com outros trechos
de estradas e observando diferenças nesta mesma
estrada em diferentes condições de tempo. O
motorista pode processar a experiência da estra-
da, no mesmo nível profundo, se recorda senti-
mentos, sensações corporais, histórias de viagens
e significados que esta estrada evoca. Este é o
nível do motorista profissional de competição.
Um estudante de yoga pode fazer uma postura,
que é uma posição do corpo que tem uma certa
forma e sensação peculiar. A posição pode ser
executada com consciência de todas as mudanças
internas produzidas, comparativamente a outras
posições. Como também, pode comparar
diferentes formas de realizar a mesma posição.
O estudante avançado poderia, ainda, experi-
mentar a postura sob o prisma de outros signifi-
cados em relação a outras práticas de meditação e
serviço.
O especialista também usa uma atitude em
relação ao corpo, considerando-o um veículo
sagrado.
A complexidade refere-se ao número de estrutu-
ras de referência interna que o estudante tem
para observar a tarefa. O motorista pode enxer-
gar a viagem como um cidadão seguidor das leis,
como um pai, como uma pessoa cortês, como
um explorador ou como um esporte. Sob cada
ponto de vista a viagem é enfocada e medida de
forma diferente. O especialista tem muitos
pontos de vista bem estabelecidos. Esta comple-
xidade de referências interiores o ajuda a encon-
trar oportunidades, estudar conexões não usuais
e encontrar recursos na pessoa e na situação. É
uma excelente ajuda para resolver problemas.
Com relação à personalidade, é uma proteção
contra a depressão que vem do fracasso sob qual-
quer ponto de vista. Você pode realizar a viagem
por esporte, mas pode ser também como um pai
ou como uma pessoa cortês. Um estudante de
Kundalini Yoga precisa meditar e sentir a medita-
ção sob o ponto de vista do estudante, do yogue,
de uma pessoa consciente de sua saúde, como um
membro de um movimento espiritual, como um
cidadão responsável do planeta Terra e como um
conselheiro que aplica as técnicas.
Este estágio de conhecimento é similar a karam-
pad , uma vez que aqui também, você aumenta
sua abertura sensorial para os sinais. A diferença
é que os sinais abrangem o projeto todo, a pessoa
como um todo, o total tabuleiro de xadrez, o
kriya inteiro de yoga, o negócio total e a equipe
de trabalho. Você aprende a acessar o todo e não
uma estatística sobre o negócio ou uma série de
medidas, mas com todos os sentidos disponíveis,
consciente e inconscientemente. Ao invés de
prestar atenção a pequenos detalhes, o estudante
aprende a sentir o quadro mais amplo e as
diferenças entre os vários quadros da mesma
situação, tarefa ou pessoa. Isto abre a intuição.
O especialista aprende ensinando. Para ter
mestria em algo é preciso ensinar. Este estágio
requer que você se comunique e reparta o que
tem estudado com os outros. Em negócios, signi-
fica treinar uma pessoa mais jovem e com menos
173
experiência. Esta é uma ação poderosa que ajuda
o estudante a cultivar o não-apego à tarefa ou ao
objetivo. Torna-se algo que você dá sempre, que
você implanta nos outros. Isto desperta o pai, a
mãe e o professor internos e ajuda o estudante a
formular as habilidades e a informação.
A qualidade da compaixão está sempre presente
no verdadeiro especialista. O especialista sobre-
põe-se às perdas e ganhos pessoais.
O especialista joga o jogo sempre enfocado no
objetivo. Está ausente o sentimento de medo e de
estar na defensiva. Isto permite ao especialista
estar aberto a todas as emoções e sensações.
O especialista está mais para o objetivo e a tarefa
do que para si mesmo.
SAT PAD
A ETAPA DO MESTRE
O quinto e último estágio é o do Mestre. É raro
e obtido por poucos. Nas disciplinas espirituais é
chamado Sat Pad, o estágio da Verdade e Realida-
de. A preocupação do Mestre é a realidade atual
da tarefa ou situação. Não há distorções pela
necessidade do ego do estudante. Não há separa-
ção entre o Mestre e a ação que desempenha. O
Mestre motorista une-se ao carro, à estrada e à
viagem. A consciência não é limitada, está enfo-
cada em várias coisas ao mesmo tempo. O Mestre
Yogi com seu verdadeiro Eu e encontra-se
imanente e presente em todas as partes da jorna-
da da vida. O Mestre dos negócios une-se com a
natureza única do negócio específico e encontra
os princípios universais de organização e prospe-
ridade em todas as partes do negócio. O negócio
é conduzido como uma bem treinada e afinada
orquestra. Tomemos uma simples habilidade
como a de uma pessoa cega usando o seu bastão.
Quando ela se torna um Mestre da técnica do
bastão, ela sente e “vê” através dele. Ela pode
adivinhar onde estão todas as coisas. A informa-
ção que tem é sobre o ambiente e não sobre o
bastão! Um controlador de tráfego aéreo não se
perde em complicadas manipulações dos pontos
em sua tela de radar, ele imagina os aviões em
vôo, inclusive com relação a seu tamanho e tipo.
A posição do Mestre é uma posição sempre
presente, focalizada no impacto e contexto da
habilidade, tarefa ou jogo. Um piloto de avião
novato sente que seu vôo é rodeado de complica-
ções e perigos. O piloto Mestre sente somente
que voa - a sensação que tem é a do vôo. Os
problemas de turbulência e outras aeronaves são
superados, como uma criança cheia de habilida-
de que salta com um só pé sobre poças de água e
pedras enquanto canta.
O foco é a viagem. Se há um cálculo incorreto ou
um incidente imprevisto, que existem mesmo no
nível de mestria, o Mestre rapidamente lista
todas as alternativas e formas para um novo
movimento. Isto é realizado de uma forma
instintiva e com fluidez. Há uma qualidade de
neutralidade envolvida. O Mestre aprende a usar
sua mente neutra. A capacidade intuitiva não é a
percepção do todo, mas uma integração à situa-
ção, tarefa, objeto ou pessoa. Falta uma palavra
para exprimir esta capacidade especial. YogiBha-
jan a chama de consciência intuitiva, inteligente,
comparativa e compreensiva. Talvez pudéssemos
chamá-la apenas o uso da vontade!! “Vontade”
tem muitas conotações antigas que precisam ser
abandonadas. Vontade, neste contexto, significa
a ação intuitiva que emana da pessoa como um
todo em resposta a uma situação global.
Não é forçada. É espontânea, mas não impulsiva.
É criativa, prazerosa e completamente real. Para
agir a partir da Vontade é preciso usar a sua
essência, a alma e não apenas uma parte da
mente ou emoção. Quando você se comunica a
partir da Vontade, exterioriza seu ser completo e
verdadeiro. O propósito da comunicação é repre-
sentar sua totalidade, independente do sujeito.
Similarmente, quando você usa a Vontade para
melhorar a ação, você está totalmente presente e
isto é realizado sem esforço, uma vez que não há
resistência interna, nem desvios da atenção.
Exemplo disto está na famosa história zen, na
qual o mestre explica que quando era um noviço
carregava água e cortava lenha. Depois de muitos
anos, recebeu a Iluminação. E agora, ele “carrega
água” e “corta lenha”.
O Yogi que é um Mestre sente sua ação direta-
mente comandada pela Vontade de Deus ou do
174
Dharma. Não há separação entre os deveres do
Planeta e a decisão de sua própria vontade. Há
um sentido de igualdade e transcendência no
Infinito do Ser. Isto é expresso desde uma simples
ação até através de uma palavra concisa. Uma
outra característica do Mestre aprendiz é que o
tempo que se toma para a escolha e a ação é
muito pequeno. Imagine um jogador de basque-
te que pode selecionar e computar uma jogada
numa fração de segundos, ou o yogi que conhece
o destino e o estado do estudante, num simples
olhar, ou o Mestre dos negócios que tem acesso à
situação da companhia, com aparentemente
pouca informação.
Um Mestre coloca pouca atenção à tarefa, mas a
atenção que põe é muito concentrada e comple-
ta. O resultado é que o piloto pode voar e cantar
ao mesmo tempo. Um Mestre do xadrez pode
fazer cálculos matemáticos e jogar uma partida
de xadrez. Um Mestre yogi pode elevar a kunda-
lini e entreter-se socialmente ao mesmo tempo.
O noviço tem a impressão de que o Mestre não
presta atenção ou está distraído. Na realidade, o
noviço precisa colocar todos os recursos da aten-
ção sobre a tarefa, enquanto o Mestre focaliza,
decide e age, antes mesmo que o noviço tenha
formulado o problema! O estilo cognitivo do
Mestre é muito interessante. Na área da Mestria,
o mestre-aprendiz está confortável com as
diferenças e similaridades. Adicionalmente, ele
trata com a identidade e a singularidade que vem
da tarefa, pessoa ou situação, sem comparação ou
especulação.
A perspectiva de tempo do Mestre é inexistente e
ele está sempre no tempo certo.
As ações realizadas também estão no tempo certo
e são escolhidas sem referências ao passado pesso-
al do Mestre. Ele aprovaria a escolha no presente,
como também num futuro próximo e sabe,
exatamente, o tempo para cada escolha. Não há
dualidade ou dúvidas que vem de olhar a ação
sob diferentes perspectivas de tempo.
Um Mestre poderá ser muito concreto na aplicação
de conceitos abstratos. O noviço terá somente
ideias abstratas de experiências reais. A transforma-
ção do noviço em Mestre é acompanhada da capa-
cidade para a metáfora, ao invés do símbolo; ação
específica e concreta ao invés da norma abstrata;
espontaneidade ao invés de impulsividade e intui-
ção ao invés da racionalização.
IMPLICAÇÕES DOS CINCO PASSOS DA
SABEDORIA
Há várias implicações e conseqüências que acom-
panham cada um dos cinco estágios de aprendi-
zagem. Os estágios são universais e aplicáveis
para quase todas as situações de aprendizagem.
Se estivermos conscientes dos estágios e como se
relacionam uns com os outros, podemos evitar
muitos erros quando aprendemos ou ensinamos
um assunto. Usando os cinco estágios, podemos
otimizar o desenho e a implementação do treina-
mento para tarefas em esporte, negócios, yoga,
ou em qualquer outra área de atividade. A apren-
dizagem é um processo, contínuo, não para.
Muitas pessoas enfrentam uma tarefa como se
houvesse um só estágio de aprendizagem: o obje-
tivo do aprender é memorizar alguns fatos. Isto é
possível somente para tarefas muito elementares,
onde tudo o que se precisa é que o noviço realize
a tarefa. “Versar sobre o interruptor de luz” é fácil
e usualmente não nos damos conta sobre a
elegância desta exposição.
Para tarefas mais complexas, as diferenças entre
os estágios de aprendizagem são acentuadas.
DIFERENTES PROFESSORES PARA
DIFERENTES ESTÁGIOS
Há cinco estágios sob a ótica do professor. A
tarefa de um professor e o estilo da apresentação
que otimiza o aprendizado é diferente para cada
estágio. O mentor precisa treiná-lo em todos os
estágios, mas as técnicas que ele utiliza podem
mudar drasticamente, à medida que avança nos
estágios.
1. NOVIÇO SARAM PAD : GUR
Instrutor traduz as fórmulas básicas, descritivas,
baseada nos sentidos. O instrutor é rígido e
175
incute normas. As instruções são simples e
claras e utilizam fatos óbvios e regras absolutas.
A ênfase é como concluir o jogo e evitar desas-
tres.
2. APRENDIZ KARAM PAD : GURU
Instutor que conhece seus sentidos, dá-lhe
tarefas e avisos. Muitas tarefas e ambientes e
contextos são variados para repetir a tarefa mais
vezes. O instrutor ensina com precisão e crité-
rio. Ocorre o fortalecimento básico das habili-
dades.
3. PRATICANTE SHAKTI PAD : SAT
GURU
Mestre que confrontará os estudantes e prescre-
verá as regras e padrões. Aconselha e avisa. Trei-
namento de sistemas conscientes, opções para
casos da vida real, o feedback de pessoas em
diferentes níveis de experiência é importante,
modelos de aprendizagem e modelos táticos de
conhecimento.
4. ESPECIALISTA SEHEJ PAD : SIRI
GURU
Um mentor que ensina através da demonstra-
ção. São treinamentos de auto-fortalecimento,
solução de problemas situacionais, apresentação
de desafios que parecem paradoxais, sem uma
hierarquia de valores, conscientização de valo-
res, habilidade refinada com os mapas cogniti-
vos do eu.
5. MESTRE SAT PAD : WAHE GURU
Um modelo que está ocupado com suas tarefas
e que usa sua intuição, criatividade e esponta-
neidade para responder originalmente a cada
estudante. Especialista. Tem o contato social
com o modelo. É uma tarefa de grande respon-
sabilidade com retroalimentação de grupos de
alto nível. Modelos do Eu, mestria e Palavra,
compromisso com a Mestria do EU.
QUATRO ERROS PRINCIPAIS
DE UM ESTUDANTE
NO CAMINHO
DO DESENVOLVIMENTO
Muitos erros são cometidos e muitos atrasos são
criados por ignorar o modelo de cinco estágios.
Estes são os quatro erros mais comuns que um
estudante comete quando não entende a nature-
za dos cinco estágios:
1. O engano do primeiro nível
O estudante age como se houvesse um só nível.
Isto pode vir de uma necessidade de uma certeza
ou simplesmente por ignorância. Para este estu-
dante, o mapa é o território. Não há alternativas.
O mundo existe sem graduações. O espectro
torna-se uma simples cor. O estudante cessa o
esforço de aprender mais e representa pobremen-
te a tarefa com grande lacuna de profundidade e
detalhe. Lembre-se de que sempre há mais para
aprender. Se você encontra-se no alto e sente que
não há mais nada a aprender, sacuda-se e acorde!
2. O engano do atalho
O estudante acredita que pode saltar para um
estágio mais avançado porque pode perceber
aquele estágio. É como um adolescente que
percebe um adulto à sua frente e se pergunta se
pode pular a puberdade. Certas coisas não
podem ser apresentadas sem atravessar os desa-
fios de cada estágio. Os estudantes que se acomo-
dam neste engano, simplesmente imitam o nível
real do conhecedor, mas não poderão mantê-lo
diante da pressão real da vida. A melhor regra é
colocar a atenção no nível em que se está. Deixe
que o próximo estágio venha e emerja do centro
do que você está fazendo.
3. O engano do campo de ação cruzado
Este é o erro mais freqüente. Um estudante
ganha experiência e mestria em uma área e acha
que esta experiência serve a outras áreas. É
importante manter a mente de um principiante
aberta e pronta para as instruções em áreas não
176
desenvolvidas. Se você não fizer desta maneira,
mantendo as experiências desastradas de um
noviço, manter-se-á alijado por um escudo de
pretensão e falso orgulho.
4. O engano da perfeição
Este erro acontece quando você declara e assume
que está completo. Deixe que os outros façam
isto. Muitos estudantes decidem que não mais
precisam de um professor. Eles são os mestres
perfeitos. O ego acredita que você é poderoso e
grande. Então, você se bloqueia. A lição dos
estágios é cultivar um professor ou mentor em
cada um deles. Continuar com um professor
para ser desafiado e aprender.
FERRAMENTAS DE
AUTO-CAPACITAÇÃO
O COMPROMISSO DA MESTRIA
Ao longo do caminho da mestria você pode se
voltar para dentro de algum ponto. Isto não é
normal nem plenamente aceito na cultura
Ocidental. É uma cultura voltada para o exterior.
Voltar ao interior pressupõe medo. Sentimos que
não existem referências claras. Somos desajeita-
dos e sentimos que pode não valer a pena e
simplesmente atuamos como um escape das
“ações reais de fora”. Porém, o Ocidente está
pouco a pouco se voltando para o interior, assim
como o Oriente está se voltando para o exterior.
Existem muitos problemas, como o uso de
drogas, que nunca encontrarão uma solução
externa. É necessária a capacitação do ser interior
para reconhecer novos comportamentos.
É necessária uma mestria gradual sobre os sinais
interiores que nos ajudam a familiarizar com
nossos próprios mecanismos de pensamento,
motivação e imaginação. As duas grandes escolas
de meditação e psicologia cognitiva são conver-
gentes. Concordam que o estudo do mecanismo
interno é poderoso e prático. Elas também
concordam que as práticas de concentração e
mentalização são benéficas. Em muitas escolas
clássicas de automestria, a meditação é parte
desta tecnologia.

Muitas companhias têm experimentado a medi-

tação para reduzir o stress. É utilizada nos Esta-
dos Unidos nos maiores hospitais para este
propósito. Mas, o mais importante uso da medi-
tação é acelerar a aprendizagem e aumentar a
flexibilidade cognitiva e utilização do cérebro.

Neste tempo de mudanças caóticas, a meditação

é uma técnica antiga para reinvestir em nós
mesmos. Ela fortalece todas as principais variá-
veis que ajudam a afiar a competitiva aresta da
Mestria. Ela poderia ser uma ferramenta prática
para este treinamento específico. O treinamento
precisa ser uma coleção de técnicas específicas
para fortalecer as diferentes funções de um
consulente como havia citado antes.

As técnicas de Kundalini Yoga são especialmente

bem ajustadas para o meio ambiente de trabalho,
uma vez que estas técnicas são usadas por pessoas
não religiosas. São meditações para pessoas ativas
e desafiadoras no mundo e no local de trabalho.

177
mantra, shabad
e naad yoga

“Mantra é um código de projeção para

decodificar o mistério dadivindade.
E quando seu mantra é perfeito,
a conexão é perfeita.”

Yogui Bhajan

179
MANTRA Postura: este mantra pode ser entoado em qual-
MAN = Mente quer altura, em qualquer lugar. Não interessa em
TRANG = Onda ou projeção que postura se encontra ou que hora do dia é.

A ciência do mantra está baseada no conheci- Respiração: a respiração acontece naturalmente.

mento de que o som é uma forma de energia que
tem estrutura, um poder e um efeito previsível Duração: É recomendado entoar em voz alta
definido sobre os chakras e a psique humana. durante 31 minutos. Dez minutos dedicados ao
passado, dez minutos dedicados ao presente, dez
Ao vibrar em ritmo com a respiração, um som minutos dedicados ao futuro e um minuto dedi-
particular que é proporcional ao som criativo ou cado ao infinito.
corrente de som, pode-se expandir a própria
sensibilidade, até o aspecto total da vibração. MANTRAS DO KUNDALINI YOGA
Quando escolhemos entoar um mantra (silenciosa- 1. ADI MANTRA
mente ou voz alta), estamos escolhendo invocar o
poder positivo contido nessas sílabas particulares.
Quer seja para a prosperidade, para a paz da mente,
para aumentar a intuição ou para quaisquer outros Ong Namo Gurudev Namo
dos múltiplos benefícios possíveis.

MANGALA CHARAN MANTRA

Mangala Charan Mantra é um mantra para Eu reverencio e reconheço o Poder Criativo, eu

proteção e orientação. Limpa o passado, presente reverencio e reconheço a luz e sabedoria divina.
e futuro. É cantado para limpar as nuvens de
dúvida, abre-nos para obter orientação. Rodeia o 2. BIJ MANTRA
campo magnético com luz de proteção.

Sat Nam
Aad Gurey Nameh
Jugaad Gurey Nameh
Sat Gurey Nameh
Siri Guru Devey Nameh Verdadeiro Ser. O Nome Divino é a Identidade.

3. GURU MANTRA

Eu faço reverência diante do Guru

(eu reverencio a sabedoria inicial)
Wahe Guru
Eu faço reverência diante do Guru de todas as épocas
(eu reverencio a verdadeira sabedoria de todas eras)

Eu faço reverência diante do Verdadeiro Guru

(eu reverencio a verdadeira sabedoria),
Eu faço reverência diante do transparente e
Grande Guru
(eu reverêncio a grande sabedoria invisível)
Expressa a indescritível experiência de ir do
escuro para a luz. WA - Infinito. HE - identida-
de. GURU - do escuro para a luz.

180
4. ADI SHAKTI MANTRA 8. MUL MANTRA

Ek Ong Kar Sat Nam

Ek Ong Kar Sat Nam Siri Wahe Guru Kartha Purakh Nirbhao
Nirver Akal Muret
Adjuni Saibhang Gurprasad Jap
Ad Sach Jugad Sach Haibhii Sach
Nanak Hosii Bhii Sach
Tudo nasce do Um. Esse Um é a Identidade de
tudo. Saber isso é a sabedoria além das palavras.
Do Um tudo se fez. Verdade é o Nam o nome do
5. LAYA YOGA KUNDALINI MANTRA Um. Fazedor de todas as coisas, o sem medo, o
não vingativo, o imortal, o que não nasce, o
auto-iluminado. A Graça do Guru. Medite.
Verdade no início. Verdadeiro em todas as eras.
Ek Ong Kar-ah Sa Ta Na Mah Verdade mesmo agora. Nanak diz que Ele será
Siri Wha-ah He Guru. sempre a Verdade.

O Mul Mantra é a essência da essência, nesse

É a forma de Laya Yoga do Adi Shakti Mantra. O
ritmo do canto dá uma sensação de “movimento
giratório”. Ele gira a energia de todos os chakras
e da aura.
6. PANCH SHABAD
mantra está contido todo o conhecimento. Mul
significa base (raiz) que equilibra os 5 elementos.
Mul Mantra remove e limpa o fogo, luxúria,
ilusão, dualidade; controla a frequência do cére-
bro e a dos chakras inferiores. A energia se move
dos chakras inferiores para o terceiro olho. Mul-
mantra é como um remédio muito poderoso que
muda nosso cérebro, limpando muito da quími-
ca existente nele.

Sa Ta Na Ma EK ONG KAR
O criador e nós somos um

SAT NAM
Infinito / Vida / Morte / Renascimento. Eu sou o Esta é a nossa verdadeira identidade
equilíbrio entre sol, lua, terra e éter. Esta totalida-
de do Infinito é Tu. Eu sou Tu. KARTA PURAK
Deus é o criador
7. SIRI MANTRA
NIRABAO, NIRVEIR
Além do medo, além da vingança

Ek Ong Kar Sat Gurprasad AKAL MURAT

Sat Gurprasad Ek Ong Kar Além da morte, imagem do Infinito

ADJUNI SEIPHANG
Sem princípio. Pleno de Luz
Há Um Criador. Tal Verdade é revelada pela
graça do Guru. GUR PRASSAD
Pela dádiva do Guru

181
DJAP 12. GURU GAITRI MANTRA
Medite!

AD SATCH DJUGAD SATCH

Ele era a Verdade no início, a Verdade por todas Gobinde, Mukande, Udhare, Apare,
as Eras Hariang, Kariang, Nirname, Akame.

HEI PHI SÃTCH

Verdade neste instante
Sustentador, Libertador, Iluminado, Infinito,
Destruidor, Criador, Sem Nome, Sem Desejo.
NANAK HOSI PHI SATCH
Estes são os oito aspectos ou nomes de Deus.
Nanak disse que a verdade sempre será.
13. MEDITAÇÃO DE ISHT
9. KUNDALINI SHAKTI MANTRA
SODAHANA MANTRA

Ad Sach Djugad Sach

Haibhii Sach
Dhartii He Akash He
Nanak Hosii Bhii Sach.
Guru Ram Das He

Verdade no princípio, verdade através de todas as

Isht - experiência pessoal incorporada do Inifini-
eras, Verdade agora; Nanak diz, a Verdade será
to. Sodhana, purificação do corpo e mente para a
para sempre.
perfeição.
10. GURU RAM DAS
14. SA RE SA SA

Guru Guru
Sa Re Sa Sa, Sa Re Sa Sa,
Wahe Guru
Sa Re Sa Sa Sa Rang
Guru Ram Das Guru
Har Re Har Har,
Ha Re Har Har,
Ha Re Har Har Har Rang
Chamada a Guru Ram Das, louvando seu guia
espiritual de luz e graça protetora.

11. SIRI GAITRI MANTRA

Sa - Infinito, a Totalidade, Deus. É o elemento
do Éter. Inicia e contém todos os outros efeitos.
É sutil e transcendente. Har- criatividade da
Terra. É o elemento denso, o poder de manifesta-
Ra Ma Da Sa Sa Sey So Hung
ção, o tangível, o pessoal. Estes sons são mistura-
dos e, então, projetados através do som Ang ou
totalidade completa, como os sons originais de
Ong ou Aum.
Ra - Sol, Ma - Lua, Da - Terra, Sa - Infinito
Impessoal, Sey - Totalidade da Experiência Pesso-
al, So - Senso pessoal de fusão e identidade,
Hung - Vibração do Infinito e realidade “Eu sou
Tu”.

182
15. MEDITAÇÃO DE O próprio Deus torna-se nosso protetor, a mais
PRAN BANDHA MANTRA verdadeira Verdade vem cuidar de nós. Deus,
Deus, Deus.

Pavan Pavan Pavan Pavan Para Para 19. WAHE GURU WAHE JIO
Pavan Guru, Pavan Guru Wahe Guru
Wahe Guru Pavan Guru
Wahe Guru Wahe Guru
Wahe Guru Wahe Jio.
O ar, o ar, o ar, o ar. O Infinito e o Além do
Infinito. O ar é o Guru, o ar é o Guru. Wa! O
Guru está além de todas as descrições. Wa! O
Guru é maravilhoso. O ar é o Guru.
Grande na Sabedoria, além de toda a descrição.
16. KUNDALINI BHAKTI MANTRA
20. ARDAS BHAEE, AMAR DAS GURU,
RAM DAS GURU, SUCH SAHEE
Adi Shakti, Adi Shakti, Adi Shakti,
Namo Namo
Ardas Bhaee Amar Das Guru, Amar Das
Sarab Shakti, Sarab Shakti,
Guru Ardas Bhaee, Ram Das Guru, Ram Das
Sarab Shakti, Namo Namo
Guru, Ram Das Guru, Sache Sahii
Pritham Bhagwati, Pritham Bhagwati,
Pritam Bhagwati, Namo Namo
Kundalini, Mata Shakti,
Este mantra garante a graça de Guru Amar Das,
Mata Shakti Namo Namo
que é a esperança das esperanças e de Guru Ram
Das, que é o Rei dos Yogis, o Aplicador de Bên-
çãos, no passado, presente e futuro, que a oração
Reverencio o Poder Primordial; Reverencio o poder
será respondida e todas as necessidades serão
em forma de graça divina; Reverencio a amada
providas, manifestadas, firmadas e liberadas.
energia Divina; Reverencio a fonte do poder divino.
21. PRIMEIRO SODHUNG MANTRA
17. HUMEE HUM BRAHM HUM

Dharti He, Akash He,

Humee Hum Brahm Hum Guru Ram Das He.

Somos o que somos, somos o Infinito. Dharti significa terra e Akash é o éter, e Guru
Ram Das é o venerado quarto Guru Sikh.
18. AP SAHA EE HOA SACH E DA SACH E
DHOA , HAR, HAR, HAR 22. ONG SO HUNG

Ap Sahaee Hoa Sache Da Sache Dhoa,

Har, Har, Har. Ong So Hung.

Infinito, eu sou Tu!

183
23. CHOTAY PAD MANTRA 27. MANTRA DA BENÇÃO:
AFIRMAÇÃO DO DIVINO SER

Sat Narayan, Wha He Guru,

Hari Narayan Bountiful, Blissful, Beautiful
Sat Nam. I am Bountiful, blissful and
beautiful, bountiful,
blissful and beautiful I am.
Narayan é o aspecto do Infinito que se relaciona Ek Ong Kar Sat Gur Prasad
com a água, e Hari Narayan é o alimento Criati- Ana’nd Bhe-a Meri Maa-e
vo que faz aquele que o canta intuitivamente Satguroo Mai Paa-e-a
claro ou em cura. Sat Narayan é o Sustentador da Satgur Ta Paa-e Sahaj Seti.
Verdade, Wahe Guru, a Indescritível Sabedoria e Man wajee-a Waadhaa-ee-a
Sat Nam, a Verdadeira Identidade. Raag Ratan Parvaar paree-a
Shabad Gaavan Aa-ee-asing
24. AS QUATRO ÚLTI MAS Shabdo Ta Gaavho Hari Kera,
LINHAS DO JAAP SAHIB Man Jini Vasaa\e\a
Kahai Naanak Ana’nd Hoa
Satguroo Mai Paa-e-a
Chattra Chakkra Varti, Nanak Ana’nd Hoa,
Chattra Chakkra Bhugte Satguroo Mai Paa-e-a
Suyanbhav subhang sarabdaa sarab jugte Nanak Ana’nd Hoa,
Dukaalang pranaasi diaalang sarupe Satguroo Mai Paa-e-a
Sadaa and sanghe abhangang bibhute

Eu sou generoso, eu estou em êxtase e sou belo.

Tua arte penetra em todos os quatro cantos. Tua
arte é desfrutada em todos os quatro cantos. Tua
arte auto-iluminada e unida com tudo. Destrui-
dor das más horas, personificação da graça. Tua
arte vive dentro de nós. Tua arte a sempre dura-
doura doação do indestrutível poder.
25. HUM DUM HAR HAR
Hum Dum Har Har.
Generoso, em êxtase e belo, eu sou. Há um único
Deus, Consciente em Todas as Coisas: ele é
obtido pela Graça da Palavra. Ó minha mãe,
estou em Infinto êxtase porque encontrei o
verdadeiro Guru (o ritmo da palavra). Eu encon-
trei o Verdadeiro Guru (a experiência da verdade)
facilmente, naturalmente: a música Divina enche
meu coração. Suas batidas são como jóias cósmi-
cas, trazendo todo o poder através de Divinas
Canções. Quando Deus mora em você, a mente
está cheia de ecos com preces Divinas. Nanak diz
que eu estou em supremo êxtase porque encon-
trei o Verdadeiro Guru (a Palavra).

28. SIRI SAR GUM MANTRA

Nós somos o Universo, Deus, Deus.

26. SAR GUM MANTRA

Sa Re Ga Ma Pa Da Ne Sa Ta Na Ma Ra
Ma Da Sa Sa Say So Hung

Sa Re Ga Ma Pa Da Ne Sa

184
29. MANTRAS EM INGLÊS/ PORTUGUES:
God and me, me and God are One
Deus e eu eu e Deus somos um
I am the Grace of God
Eu sou a graça de Deus
I am, I am
Eu sou, eu sou
I am Thine in mine and myself
Eu sou Você em mim, em meu Ser.
Wahe Guru, Wahe Guru, Hami Ham Tumi
Tum, Hami Ham Tumi Tum,
Wahe Guru, Wahe Guru
God, God, God, God, God, God, God
Deus Deus Deus Deus Deus Deus Deus Deus
I am a great spirit
Eu sou o grande Espírito
I Am, I Am
Eu sou Eu sou
I am a great spirit Wahe Guru
Eu sou o grande espírito Wahe Guru
I am happy, I am good, I am happy,
I am good
Satnam Satnam Satnam Ji
Wahe Guru Wahe Guru Wahe Guru Ji
Eu sou feliz Eu sou bom
Happy am I, healthy am I, holy am I
Saudável eu sou, feliz eu sou, sagrado eu sou
May the longtime sun shine upon you,
All love surround you, and the pure light
within you, guide your way on. Sat Nam
Que o eterno sol te ilumine, todo amor te
rodeie, e a tua luz pura interior, Guie teu
caminho. Sat Nam.
185
A CIÊNCIA DO SHABAD
Shabad Guru é uma tecnologia quântica do som
que altera diretamente nossa consciência através
do poder do Naad. É considerada uma corrente
de som especial que é como um Professor,
porque remove as limitações e as distorções do
ego.
A repetição do padrão do som do Shabad estimu-
la os 84 meridianos do palato duro (céu da boca).
32 pares (64) estão localizados na superfície do
palato duro, diretamente atrás e ao longo da
parte interna dos dentes. Os outros 20 pontos
estão localizados na curva da parte central do
palato em forma de “U”.
A repetição dos Shabads estimula os meridianos,
hipotálamo e com isso regula as mensagens
químicas vitais que vão para todas as áreas vitais
do cérebro e do corpo.
O hipotálamo regula as funções vitais (fome,
sede, temperatura), regula o humor, o comporta-
mento emocional e a sexualidade.
NAAD YOGA
NAAD é a corrente de som inerente ao ritmo e
música do Gurbani. O Guru, em seu estado de
união com a Força Primal Criativa falou a Palavra.
Esta Palavra é o Shabad, o Bani. Quando nossa
língua recita o som exato dos banis falado pelo
Guru no estado de Unidade nossa língua estimula
os mesmos pontos meridianos que aqueles localiza-
dos na boca do Guru. Ele estava num estado de
total auto-consciência e nós entramos em sintonia
com aquela consciência através do shabd.
Do AAD resultou o NAAD, e através desse
NAAD, nós também experimentamos o AAD.
“No período que se seguirá, a insanidade
mental que vem se produzindo agora, multi-
plicar-se-á e não será curada por nenhuma
medicina. Neste momento, a prática do Gur-
bani, através de Naad Yoga, será muito efetiva
e acessível”.
Yogi Bhajan
Naad é uma ciência de sílabas. Estas sílabas
abrem-se em sua base, seus nadis e nervos modi-
ficando sua química. Palavras podem ser dividi-
das em partes pequenas para entender como são
colocadas juntas, para dar seu significado presen-
te. Por exemplo:
“NAM” significa identidade ou nome. É a mais
alta vibração naad de Deus. Decodificado fica
“Na-e-am”: Na=não. Aquele que não é.“SAT”
significa verdade. Decodificado é “sa-e-ta”; sa=
infinito. É a totalidade básica da vida.“SAT
NAM” é o bij mantra (mantra semente). É o som
básico de Deus.
“PRANA” é a energia humana que vem para nós
através da respiração. “Par-aanaa”. “Par” = além e
“aanaa”= vir. Prana é aquilo que vem do além.
Assim a força da vida humana vem do Infinito e
é confinada aqui no finito.
“SHUSHMANAA” é a câmara do nervo central
do ser sutil do corpo. É o filamento da “Luz”.
Decodificado é “shaa-shay-man- -aa”. “Shaa-
-shay” significa totalidade fechada. “Man” signi-
fica mente. “Shushmanaa” = onde há uma totali-
dade fechada da mente, um vácuo total. A mente
não pode tornar-se um vácuo, mas em sushma-
naa torna-se um vácuo total. Shushmanaa é um
estado da mente em que ela se torna um vácuo
total. Neste vácuo, a energia eleva-se da parte
inferior, caminha através deste vácuo criado até o
lótus da lua e se torna a lua.
SHABAD GURU
Shabad Guru é o som que esclarece, ilumina. A
partir de sua raiz Shabad Guru é: “Shabad” vem
de sha e bad. “Sha” significa o ego, o apego com
o qual nos identificamos. “Bad” significa cortar
fora ou erradicar. “Shabad” é, portanto, cortar
fora as identificações que constituem o ego. Não
é apenas um som, nem somente um som de sabe-
doria, mas um som que erradica o ego que lhe
oculta a verdade.
É Vibração Divina que canaliza a Sabedoria. Na
Tradição Sikh cantar os escritos contidos no Siri
Guru Granth Sahib se chama Shabad Guru.
186
Através da corrente de som desses escritos sagra-
dos se pode experienciar a essência do Guru vivo.
Ao escutar e acolher esta corrente de som se abre
a comprensão de que seus autores estavam em
um estado de Unicidade. Suas palavras nasceram
dessa dimensão de ser além do ego onde tudo é
Um. Ao escutar, recitar estes cantos a pessoa é
capaz de se conectar com essa mesma essência
Divina, reconhecer Deus como autor de tudo o
que acontece e descobrir que tudo é UM.
MÚSICA, RITMO E NAAD
Música e ritmo são ambos de extrema importân-
cia no NAAD.
O Siri Guru Granth Sahib é a combinação de
Raga (música), Tala (ritmo) e Sutra (conheci-
mento). Ouvindo o Gurbani Kirtan você pode
sentir o efeito desta poderosa combinação.
Música e ritmo transmitem o NAAD. Os sons
podem dominar o infinito e podem elevar a alma
para experimentar Deus. Os sons sagrados dos
sikhs estão no Guru Granth Sahib.
Há dois formatos de U na boca. Um é o U exter-
no formado pelos dentes e outro é o U interno
sobre a porção interna do palato superior. Os 64
pontos do U externo mais os 20 pontos do U
interno formam um total de 84 pontos no palato
superior da boca. A rotação da língua sobre os
pontos estimula certas partes do hipotálamo que,
por sua vez, estimula as glândulas pituitária e
pineal.
A secreção da glândula pituitária e a subseqüente
radiação da glândula pineal provoca uma
mudança na composição química do cérebro,
resultando num estado de maior harmonia
mental.
A prática do Japa do Shabad Guru pode mudar a
freqüência de nossas palavras. Da língua dos
homens (Manmukh), que fala desde o apego da
mente e do intelecto, à língua dos Gurus (Gur-
mukh), que fala a partir do coração.
Quando a fala é a partir do ego as palavras se
ligam ao que achamos, precisamos ou queremos.
Quando a fala é sem o ego as palavras vão ao
coração da outra pessoa e expressam a sabedo-
ria.
As palavras baseadas no ego são norteadas pelo
impulso e pelo intelecto. As palavras baseadas
no Shabad Guru são norteadas pela integridade,
pela inteligência e pela intuição.
É função do Shabad Guru fazer o ego chegar ao
nada, ao vazio, de tal forma que possamos servir
e ser servidos por todas as coisas.
Num ciclone você se dirige para o centro da
tormenta para escapar de seu turbulento poder.
Na Era que entra, com as mudanças caóticas, o
caminho do centro da tormenta é estabilizar a
mente neutra através do abrandamento das
reações conscientes e inconscientes do ego. Um
sentido de si mesmo, baseado na experiência de
infinitude dentro de nós, é a fonte da estabilida-
de e poder da Era de Aquário. Isto é o que faz o
Shabad Guru.
EFEITOS DO SHABAD GURU
Quando você repete os padrões de sons e pensa-
mentos num Shabad, estes pensamentos
opõem-se à direção, espécie e intensidade de
seus pensamentos habituais.
O Shabad provoca um despejo dos padrões
subconscientes de pensamentos estocados e
sentidos. Se, sob um fluxo torrencial de senti-
mentos e pensamentos subconscientes, você
persiste repetindo o padrão do Shabd Guru,
então o novo padrão se estabilizará em voceê.
Sua mente clareia e se ilumina.
SHABAD GURU NO
SIRI GURU GRANTH SAHIB
Os padrões do Shabad Guru criam uma pulsão
criativa desde a consciência Infinita. Cada
Shabad é uma âncora para um aspecto e um
potencial da consciência. Cada Shabad é uma
espécie de DNA espiritual que reestrutura a
mente e estimula o cérebro. Por isto é chamado
Granth, nó: liga os padrões de consciência
dentro das palavras das canções.
187
TECNOLOGIA QUÂNTICA
É um “quantum” porque é manipulação de
partículas muito pequenas de som e energia,
dentro de combinações efetivas de padrões.
Usa os padrões quânticos como sementes que
agem como cópias para construir padrões mais
amplos. Os átomos dos sons constroem as
moléculas da linguagem, pensamento e mente.
AJAPPA JAP
Rodando a língua sobre os 84 pontos reflexos
no padrão do Shabad, produz-se um impacto
máximo no nível mais grosseiro do sistema
neuro-endócrino. Como o Shabad traz estabi-
lidade ao sistema nervoso, seu subsconsciente e
cada célula de seu corpo vibrará o padrão com
você. Isto é conhecido como o estado de
Ajappa Jap.
TEORIA DO IK TARA NAAD
- O SOM DA ESTRELA ÚNICA
Imagine o corpo humano como um instru-
mento musical. Ele é constituído por 72
cordas. Cada corda ou “sur” atua como um
meridiano - é um fluxo de energia da vida
conhecida como prana. O fluxo da energia
cósmica para dentro do corpo ocorre através
do “décimo portão”, como uma cachoeira e é
coletada em sete urnas, os chakras. As 72
cordas são controladas por 3 cordas ou canais
centrais. Eles são conhecidos como ida e
píngala que correm dos lados da coluna e
shushmana, o canal central , que sobe pelo
meio da coluna.
SHABAD YOGA
Os centros superiores vibram com a liberação
de cada pensamento. 1.000 a cada pensamen-
to. Esta vibração ou padrões de pensamentos
“tocam” estas cordas. As cordas vibram dentro
de 72.000 canais. Suas vibrações criam a forma
e a função do corpo físico, do corpo emocional
e do corpo mental.
JAP JI
O poder do Jap Ji nasce da identidade de seus
sons e a essência de sua mensagem. Nisto está o
Naad – a essência de todo som. O Naad do Jap Ji
abre espaço para a verdadeira Identidade além do
ego temporal. Isto é o Bani (palavra divina) trás
paz e acolhimento do que é. Possibilita o reco-
nhecimento de que Tudo é perfeito tal como é.
Que a essência do Ser é Imortal, Pura e Eterna.
Os Banis mais usados são: Japji, Jaap Sahib e
Kirtan Sohila.
SURAT SHABAD YOGA
O Jap Ji é composto segundo a tecnologia Yogi
do Surat Shabad Yoga. Está escrito en sutras,
frases curtas que contém a essência da mensagem
e a sabedoria do Shabad. Cada pauri manifesta
um sentido concreto e produz um impacto
também concreto ao ser entoado adequadamen-
te. É constituído de Mul Mantra, pauris e
Shalok, o selo final.
HISTÓRIA DO JAP JI
Nasce de cantos (pauris) recitados por Guru
Nanak ao longo dos seus 40 anos de ensinamen-
tos. Composto por Guru Nanak com a colabora-
ção de Angad, seu discípulo mais próximo e
sucessor. Começa a ser recitado de madrugada
quando Guru Nanak se estabelece em Kartarpur
na última etapa de sua vida. O Mul Mantra,
primeira parte, é um dos primeiros mantras que
Guru Nanak ensinou.
Está escrito en Gurmukhi, um idioma sagrado.
Este idioma foi desenvolvida por Guru Angad, o
segundo Guru. Combina sânscrito, persa, urdu e
árabe.
Alguns conceitos importantes
a) Ek Ong Kar: Unicidade.
b) Hukam / Razai: Vontade Divina.
c) Sat Nam: Identidade Divina.
d) Sunnie: Escutar.
e) Mannie: Compreender.
f ) Bhao: Amor.
g) Só existe o Poder Divino.
188
EFEITOS DO JAP JI
Existem oito Chakras, incluindo a aura, e cinco
tattvas: terra, fogo, ar, água e éter. Neste sentido,
8x5 resulta em 40 e Jap Ji é composto por 40
pauris. Cada grupo de 45 pauris atua diretamen-
te em um Chakra. Portando, a repetição do Jap Ji
faz com que a pessoa passe por todos os elemen-
tos, todos os Chakras harmonizando e elevando
o potencial vibratório do corpo físico e dos
campos sutis.
Pauris e os Chakras
1. 5º ao 9º / Sahasrara
2. 10º ao 14º / Ajna
3. 15º ao 19º / Vishuddha
4. 20º ao 24º / Anahata
5. 25º ao 29º / Manipura
6. 30º ao 34º / Swaddisthana
7. 35º Pauri ao Shlok / Muladhara
Mul Mantra e os Mudras
1. Gyan Mudra - Ek Ong Kar, Sat Nam -
Afirmação da Unicidade
2. Shunni Mudra - Karta Purkh, Nirbhao,
Nirvair - Consciência da Vontade Divina
3. Ravi Mudra - Akaal Muret, Ajuni, Sei
Bhang - Acolher a si tal como é. Imortal, a
Luz de si mesmo
4. Buddhi Mudra - Gur Prasad - Viver em
Bhakti, tudo é Graça Divina
PAURIS DO JAP JI
A recitação dos pauris do Jap Ji antes do amanhe-
cer estimula um equilíbrio integral da psique
elevando sua frequência para se acoplar a Alma.
Cada Pauri manifesta um benefício especial.
MUL MANTRA
Acaba com a fatalidade e a transforma em um
destino de abundância. A segunda parte do Mul
Mantra auxilia a eliminar a depressão. Estimula o
desenvolvimento do Centro de Comando (11).

Ek ong kar sat nam kartha-purakh
Nirbhou nirver akalmuret adjuni
Seibhang gurprasad jap
Ad sach jugad sachie hei bhi sachie
Nanak hossi bhi sach
Do Um surge toda a criação
verdade é o que Ele é
Dele tudo se cria sem temor
e sem vingança
Imortal e não-nascido Ele
é a luz de si mesmo
É realizado pela graça do Guru
medite entoando seu nome
Ele é verdade primordial,
Ele é verdade durante as eras
Ele é verdade agora.
Nanak diz: ele é verdade sempre.
PAURI 1
Total conhecimento Divino. Antídoto para a
depressão fruto da insegurança.
Sotchei sotch na hovei je sochi lakh vaar
Tchupei tchup na hovei je laae rahaa livtaar
Bhukhia bhukh na uteri je banna puria bhar
Sehas sianpa lakh hoh ta ik na chalai nal
Kiv sachiara hoiei kiv kurai tutei pal
Hukam rajai chalna Nanak likhia naal
Não é possível conhecer a natureza Divina refle-
tindo sobre ela. Mesmo tentando milhares de
vezes. Mantendo silêncio também não se conhe-
ce: somente a consciência sendo una com a
Natureza Divina. Possuindo todos os bens do
mundo, não se poderia saciar a fome dos famin-
tos. Mesmo possuindo centenas de milhares de
bens. Nenhum o acompanhará à Presença
Divina. Como pode o homem desfazer o véu da
ilusão e ser Um com a Verdade? Ó Nanak,
quando, pela Graça Divina, o destino do homem
é perfeito, e ele é Um com a Vontade Divina, o
véu da ilusão é desfeito.
189
PAURI 2
Estimula pacieência e estabilidade.
Hukmi hovan akar hukam na kahia jai
Hukmi hovan ji hukam milai vadiai
Hukmi utam nichie hukam
likh dukh sukh paieih
Ikna hukmi bakhsis ik hukmi sada bhavaieih
Hukmei andar sabhko bahar hukam na koe
Nanak hukmei je bujhei ta
haumai kahei na koe
Tudo existe pela Vontade Divina, e ela é indefiní-
vel. Por Sua vontade as almas nascem, por Sua
vontade experimentam grandeza. Por Sua vonta-
de alguns são superiores, outros inferiores, alguns
vivem grande alegria e outros tristeza. Por sua
Vontade alguns recebem bençãos especiais,
outros vagam de vida em vida. Todos se movem
na Vontade Divina: Nada vive fora Dela. Ó
Nanak, se o homem visse a ação da Vontade
Divina, todo orgulho vão se dissolveria.
PAURI 3
Transforma insuficiência em suficiência, e baixa
auto estima em auto confiança.
Gavei ko tan hov kisai tan - Gavei ko dat
janai nisao - Gavei ko gun vadiai achar -
Gavei ko vidia vikham vichar - Gavei ko saj
kare tan kheh - Gavei ko jia lai phir deh -
Gavei ko japai disai dur Gavei ko vekhei
hadra hadur - Kathna kathi na avai tot Kath
kath kathi koti kot kot - Deda de laide thak
pah Juga jugantar khahi kahh -
Hukmi hukam chalae rah
Nanak vigsei veparvah
Quem pode cantar Sua grandeza? A menos que o
poder venha Dele? Quem pode cantar Seus valo-
res, e expressar Sua luminosidade? Muitos
cantam as glórias de Deus e Suas perfeições. Nin-
guém é tão sábio, que sem dificuldades, expresse
a sabedoria de Deus. Alguns cantam que Ele cria
a vida, alguns cantam que Ele tira a vida. Alguns
cantam que ele é inacessível, outros que Ele
aparece se o evocas. Inúmeros meditam nos
discursos sobre Ele, e milhares O descrevem de
milhares de maneiras. O Grande Doador, incan-
savelmente doa mais e mais.
Aqueles que recebem se cansam de receber. Atra-
vés das eras Deus sempre provê e o homem conti-
nua consumindo. É só pela Vontade Divina que
o Seu Caminho é trilhado. Oh! Nanak. O Mestre
é alegre e despreocupado.
PAURI 4
Abençoa aqueles que se sentem pobres e sem
sentido na vida.
Sacha sahib sach nae bhakhia bhao apar
Akheh mangeh deh deh dat kare daatar
Pher ke agei rakhiai jit disai darbar
Muhau ke bolan boliei jit sun dhare piar
Amrit vela sach nao vadiai vichar
Karmi avai kapra nadri mokh duar
Nanak evai janiei sabh ape sachiar
Senhor é a Verdade e Verdade é seu Nome: aque-
les que vivenciam a Verdade vibram Seu Nome
com amor infinito. Muitos suplicam e oram por
Seus presentes, e Ele continua doando. O que
oferecer, para ganhar admissão em Sua corte?
Que palavra poderia ser dita para ganhar Seu
amor? Nas horas ambrosiais da manhã, entoe o
Nome “Sat Nam”, e medita em Sua grandiosida-
de. Pelas ações passadas nascemos como huma-
nos. Por Sua misericórdia Moksha acontece.Sai-
ba que o Verdadeiro Ser é o Todo Nele mesmo.
PAURI 5
Recite se você se sentir derrotado. Este Pauri te
garante o êxito.
Thapia na jae kita na hoe -
Ape ap niranjan soe
Jin sevia tin paia man -
Nanak gaviei guni nidhan
Gaviei suniei man rakhiai bhao –
190
Dukh parhar such ghar lai jae
Gurmukh nadang Gurmukh vedang
Gurmukh rehia samai
Gur Isar Gur Gorakh barma Gur Parbati mai
Je hau jana akha nahi kahna kathan na jai
Gura ik deh bujhai - Sabhna jia
ka ikdata so mai visar na jai
Só Ele é, e é imanifesto. Originou a Si mesmo.
Honra é Lhe servir. Nanak, cante as glórias de
Deus e sinta sempre o respeito a Ele em teu cora-
ção. Nele estão todos os tesouros. Com o amor
de Deus enchendo teu coração cante Seus cantos
e escute Suas glórias. Assim desaparece a dor e a
felicidade se instala. Da boca do Guru vem o
Naad. Da boca do Guru vem toda sabedoria. Da
boca do Guru vem a experiência do Divino Oni-
presente. Guru é Brahma, Shiva e Vishnu, Ele é
Parvati e Lakshmi, a mãe. Ainda se pudesse
conhecer o Divino, não existiriam palavras para
descrevê-lo. Guru me ensinou: o Divino é Um e
protege a todos os seres. Jamais devo esquecer.
PAURI 6
Dissipa sentimento de auto restrição; sentido
limitado de si mesmo.
Tirath nava je tis bhava
vin bhane ke nae kari
Jeti sirath upai vekha vin karma ke milai lai
Mat vich rattan javahar manik je ik
gur ki sikh suni
Gura ik deh bujhai
Sabhna jia ka ik data so mai visar na jai
Se agradasse a Deus, esse seria meu banho de
peregrinação. Sem agradar ao Divino de que
serve banhar-se nos lugares sagrados? Vejo Sua
criação ao meu redor, mas sem ação adequada o
que posso obter? As pedras preciosas, as jóias, os
rubis, todos estão na mente: a compreensão disso
ocorre quando o coração se abre para os Ensina-
mentos Divinos. Guru me ensinou: O Divino é
Um e guarda a todos os seres. Jamais devo esque-
cer.
PAURI 7 PAURI 14

Quando sofres de avareza ou loucura e fixação Quando não encontras caminho na vida, não vês
pelo poder e controle, este pauri te libera. a direção do teu destino e não encontras satisfa-
ção por estar vivo este pauri te mostrará o cami-
nho.

Je jug chare arja hor dasuni hoe

Nava khanda vich janiei nal chalai sabh koe Mannai marag thak na pae
Changa nao rakhae kei jas kirat jag le Mannai pat sio pargat jae
Je tis nadar na avii ta vat na puchhai ke Mannai mag na chalai panth
Kita andar kit kar dosi dos dhare Mannai dharam seti sambandh
Nanak nirgun gun kare gunvantia gun de Eisa Nam niranjan hoe
Teha koe na sujhei je tis gun koe kare Je ko mann janei man koe

Se um homem vivesse 4 eras e mais mil eras com
fama em nove continentes, seguido e honrado
por todos, mas perdesse a Graça Divina, seria um
verme e até os demoníacos o insultariam. Oh
Nanak! Deus é a virtude entre os virtuosos. Ele
compaixão aos compassivos. Ninguém dá algo a
Ele.
PAURI 8
Sem obstáculos é o atalho daquele que vivencia a
total união com o Nam, o Nome. Ele abandona
a terra com honra e reconhecimento. Nunca
caminha por atalhos mundanos, nem tampouco
viaja por caminhos de rituais religiosos. Conecta-
do com o Nam,ele é sincero em seu Dharma.
Assim é o Imaculado Nam. Aquele que se entra-
ga ao Nam desperta a compreensão plena em sua
mente.

Acorda o poder para ser um verdadeiro sábio. PAURI 18

Atua para dissipar a ira, sentimentos de inferiori-

Suniei Sidh Pir Suri Nath dade e comportamento auto destrutivo.
Suniei dharat dhaval aakas
Suniei dip loa patal
Suniei pohe na sakai kal Asankh murakh andh ghor -
Nanak bhagta sada vigas Asankh chor haram-khor
Suniei dukh pap ka nas Asankh amar kar jah jor -
Asankh galvadh hatia kamah
Asankh papi pap kar jah -
Asankh kuriar kure phirah
Aquele que escuta se torna um siddha, um sábio, Asankh malechh mal bhakh khah -
um herói espiritual, ou um grande Yogi. Ao escu- Asankh nindak sir karah bhar
tar a Realidade suprema é vivenciada. A terra e o Nanak nich kahai vichar
touro que a suporta são conhecidos e se pode ver Varia na java ek var
o céu. Ao escutar o homem conhece continentes, Jô tudh bhavai sai bhali kar -
planetas e os baixos mundos. Ao escutar o Tu sada salamat Nirankar,
homem se liberta do tormento da morte. Nanak,
o devoto está sempre alegre: escutando sua dor e
pecados são destruídos. Incontáveis são os tolos, que caminham na
obscuridade da ignorância. Incontáveis os
perversos e ladrões. Incontáveis os monarcas que

191
se impõem no mundo pela força. Incontáveis os
assassinos degoladores. Incontáveis os pecadores
que o pecado atraem. Incontáveis os mentirosos,
que vivem na falsidade. Incontáveis os mendigos,
com a sociedade como sua comida. Incontáveis
os caluniadores, carregando seu peso de pecados.
Nanak se descreve assim como inferior. Sou inca-
paz de me oferecer, uma única vez, em sacrifício
a Ti. O único bem é o que agrada a Ti. Tu, Ser
único, Eterno e Sem Forma.
PAURI 29
É um escudo de proteção.
Bhugat gyan deya bhandaaran
ghat ghat vajeh naad
Ap nath nathi sabh jaa ki, ridh sidh avraa sad
Sanjog vijog due kaar chalaaveh lekhe aveh
bhaag
Ades tisei ades Ad anil anaad anahat
jug jug eko ves
Converta a sabedoria em teu prazer e a bondade
em teu ajudante. Escute a música divina em seu
coração. Ele é o Ser Supremo, a quem pertencem
todos os mistérios, riquezas, poderes mentais e
outros prazeres. É Ele que nos une e nos separa, e
quem determina o destino do homem. Minha
obediência pertence ao Senhor: Ele é o Ser
primário, puro, sem princípio e sem fim. Através
de todas as eras Ele é o Ser Único.
PAURIS E SEU S EFEITOS
1. O Mul Mantra é um eliminador da fatalidade.
Muda o destino para prosperidade. A segunda
parte do primeiro pauri é um antídoto para a
depressão, a insegurança, os pesadelos e as
perdas.
2. Concede conhecimento e experiência do
divino. Um forte antídoto para a depressão.
3. Concede paciência e estabilidade.
192
4. Transforma insuficiência em suficiência, muda
depressão por elevação e transforma baixa-estima
em completa auto-confiança.
5. Abençoa os envolvidos em sentimentos de
pobreza e falta de significado.
6. Quando você sente que não está pronto, este
pauree lhe garantirá todo sucesso.
7. Dispersa as limitações.
8. Cura sofrimento por ganância, loucura de
poder, necessidade de controle e domínio.
9. Dá o poder para ser um sábio perfeito.
10. Dá expansão.
11. Garante graciosidade.
12. Graça, virtude.
13. Quando te sentes pequeno, estimula solida-
riedade e respeito por si mesmo.
14. Conhecimento infinito e intuição.
15. Quando não encontras caminho na vida, não
vês a direção do teu destino e não encontras satis-
fação por estar vivo este pauri te mostrará o cami-
nho.
16. Liberação, salvação.
17. Conhecimento e compreensão da estrutura
do universo
18. Liberdade e ressurgimento do impulso de
vida, ressurreição.
19. Combate a loucura, atua para dissipar a ira,
sentimentos de inferioridade e comportamento
autodestrutivo.
20. Inspiração e revelação. Não haverão proble-
mas em compreender qualquer coisa.
21. Dissipa resquícios de ações inadequadas no
passado.
22. Mantém a posição e graça.

23. Vitória em assuntos legais. Estratégia.

24. Dissipa a obscuridade e eleva o ser.

25. É tão forte que rompe com todas as limita-

ções e infortúnios e afeta outras gerações.

26. Todas suas necessidades serão satisfeitas.

Prosperidade, virtude e riquezas chegarão sem
pedir.

27. Em seus negócios dissipa infortúnios e

perdas, transforma nada em tudo.

28. Remove obstáculos quando você não vê as

oportunidades à sua frente.

29. Abre fortemente o espaço de experiência da

unidade com o Divino.

30. É um escudo de proteção.

31. Te coloca sobre o trono da Divindade, te faz

sábio e santo.

32. Extrai as virtudes Divinas.

33. Dissipa karmas, resíduos de ações inadequa-

das do passado.

34. Destrói o ego no sentido de neutralizar sua

força de determinar. Destrói a negatividade e
previne que faças dano a outros.

35. Estimula a estabilidade.

36. Estimula a capacidade de fazer seu dever e

cumprir sua responsabilidade.

37. Compreensão dos aspectos do céu e da terra.

38. Corta o karma e seu impacto.

39. Poder para reescrever teu destino.

40. Shalok abre uma experiência de satisfação

interior, elevação, conhecimento e respeito.

193
 Humanologia
dos
Relacionamentos

“Amor é o estado definitivo do comportamento humano

onde a compaixão prevalece e a gentileza rege”.

Yogi Bhajan

195
HUMANOLOGIA DOS tempo e espaço. O esperma conhece seu objeti-
RELACIONAMENTOS vo, mas o aborda de modo indireto.

Os ensinamentos Tântricos de Yogi Bhajan sobre O homem sabe o que quer dizer, mas começa
a Mulher e o Homem. Somos seres espirituais pelas bordas. Não se compromete com exatidão
vivendo uma experiência humana. do tempo para não se sentir restringido em seus
movimentos possíveis para atingir a vitória.
A Alma é Divina, sem polaridades. Os planos de
energia mais densos ganham um magnetismo Mesmo em zig-zag o homem tem 01 canal de
polarizado: M – F. Especialmente o físico que pensamento. Ele se sente bem em concentrar em
emana, então, ainda mais para os demais planos. uma coisa de cada vez profundamente.
O eu encarna guiado pela alma para vivenciar
experiências e se dissolver. Pode nascer como H Risco: dificuldade em sair do “seu mundo”,
ou M. Isso pode acontecer em ambas as polarida- mudar de canal para interagir no mundo.
des.
O Homem é instintivo, planta a semente e se vai,
nasce da sua natureza animal básica. O pai apare-
O HOMEM
ce quando se sente acolhido em um contexto
amoroso e se realiza como pai. É importante o
No trauma do nascimento do homem, a identi-
equilíbrio entre o instintivo e o ser amoroso. Se
dade masculina é influenciada pelo banho ácido
não houver equilíbrio a polaridade “rapaz” sofre,
e pela polarização que experimenta durante o
pois geralmente a polaridade homem dominará.
nascimento.
Controle e Liberdade: o menino quer contro-
O bebê homem aumenta a acidez do líquido
lar ou ser controlado?
amniótico que adormece o lado direito do cére-
bro masculino. Tem necessidade ancestral, histó-
Quando menino, quer reconhecimento dos
rica. Apresenta distanciamento dos sentimentos
outros, elogios, se compara, culpa os outros,
e o desafio hoje é integrar os hemisférios acorda-
manipula com emoções e quer tudo na mão.
dos.
Um homem maduro não busca controlar e nem
Quando se corta o cordão umbilical as auras da
ser controlado, é responsável. Quando homem,
mãe e do bebê começam a se separar. O bebê
reconhece a si mesmo, sabe o que sabe e faz o que
masculino experimenta a separação e a diferença
tem que fazer.
de polaridades. A sua de homem e a da mãe.
A criança, no homem que não amadureceu emo-
A primeira experiência de polaridade e então a de
cionalmente, busca reconhecimento constante-
separação, daí surge um sentimento de anseio.
mente. Compara-se com outros homens, sente-
Quando pequeno “idealiza” a mulher. Pode ser
-se inferior. Sente que merece tudo. A vida lhe
semelhante a mãe ou o contrário. Durante o
deve. Esta criança se cura quando se sente
desafio de estruturar, conectar sua identidade,
homem, pai, capaz, completo, auto suficiente.
forma a imagem da outra polaridade.
A COMUNICAÇÃO MASCULINA
Para formar a identidade masculina a presença
forte do pai lhe ajuda. Se não pode criar identi-
O homem tem dificuldade de expressar o que
dade com fragmentos fortes e fantasias.
sente, tem um aspecto genético e outro condicio-
nado.
NATUREZA DO HOMEM
Como resultado do banho ácido (nascimento) de
A natureza básica do homem se move em zig zag
usar só o hemisfério esquerdo, ele tem menor
para não ser “atrapalhado”, restringido pelo

196
sensibilidade e conexão com o aspecto emocio-
nal. Necessita falar, compartilhar, sem se sentir
ameaçado. Necessita de amigos para isso.
QUEDAS
Cair, para o homem, significa não se sustentar
em um estado de consciência mais sutil e favorá-
vel a sua própria iluminação. São 3 os motivos
que trazem a queda:
1. Zer - Riqueza, ambição material.
2. Yarú - Maldição de uma mulher com má
intenção.
3. Zamín - O poder terreno.
O HOMEM ESPIRITUAL E OS TATWAS
1. Ar - Justo, criativo, líder e dominante (nobreza
- o Rei).
2. Fogo - Disciplinado, íntegro em suas ações,
agressivo (ação e lealdade - o Guerreiro).
3. Terra - Iniciativa, criação de projetos, catalisa-
dor (sabedoria - o Sábio).
4. Água - Apaixonado, desejo, amor, o amante
(desejo e amor - o Tântrico).
5. Éter - Quietude, visionário, seguro de si
mesmo, pronto para enfrentar desafios (compro-
misso - o Santo).
O HOMEM E O SEXO
Durante a relação sexual o homem sexual deveria
ganhar energia. Quanto tem dificuldade de ereção
indica que o sistema parasimpático está em dese-
quilíbrio. Quando tem ejaculação precoce, o
sistema simpático está desequilibrado. Quando
não pode ejacular indica que todo o sistema nervo-
so está desequilibrado.
A masturbação para o homem produz um excesso
de estresse no cérebro, a pituitária trabalha o triplo
e diminui a capacidade de concentração.
Quando existe energia sexual em excesso é mais
saudável correr, praticar esportes ou fazer Sat Kriya.
197
A MULHER
A NATUREZA FEMININA ADI SHAKTI
O PODER CRIATIVO DIVINO
ENCARNADO.
“Quando cai um homem, cai um indivíduo.
Quando cai uma mulher, cai uma geração
inteira”.
Yogi Bhajan
A mulher é regida pela lua, sensível, intuitiva,
criativa, expressiva, mãe.
No nascimento há menos polaridade e a separa-
ção não é sentida quando o cordão é cortado.
Mãe e filha têm a “linha do arco” no coração
facilitando a conexão e a compaixão.
A mulher tem 2 linhas do arco que vai de uma
orelha e outra. E a linha do arco da mulher é 16x
maior que a do homem.
A mente da mulher é multifacetada e capaz de
pensar e fazer várias coisas de uma vez. O lado
positivo é que pode fazer muitas coisas ao mesmo
tempo. O lado negativo é que pode esgotar o
sistema nervoso e prejudicar sua sensibilidade.
Por natureza básica a mulher é relaxada, mas a
mente tende a criar tensão. O desafio da Mulher
é estar relaxada para usar melhor sua intuição,
por isso ela deve parar e relaxar a cada 2 horas.
Quando está relaxada é intuitiva e emana paz.
Quando se sobrecarrega, seu sistema reprodutor
sofre, especialmente ovários e seios.
Outra necessidade da mulher é expressar o que
sente, não busca soluções mas sim ser escutada.
Planta uma semente e dá a luz a todo um projeto.
Existem duas polaridades na mulher: uma delas é
direta, alerta, calculadora (vingativa, sem pieda-
de). A outra é Mãe - Adi Shakti, a Mãe Divina,
compassiva, com capacidade de perdoar e gene-
rosa.
A NATUREZA LUNAR DA MULHER
A mulher é influenciada pela lua externa, pelas
luas internas e pela lua na hora do nascimento. É
influenciada pelo ciclo hormonal que também
recebe a influência da lua e, por último é influen-
ciada pelos 11 pontos lunares de seu corpo.
Esses pontos de energia mudam em uma órbita a
cada 2 . dias. Cada mulher tem seu próprio ciclo
e sua própria seqüência. As mulheres da antigüi-
dade tinham seu ciclo menstrual sintonizado
com a lua externa (menstruavam todas no
mesmo período). A energia da lua influencia o
nível emocional, não o sexual.
Os pontos lunares não são bons nem maus, é
importante ter consciência para utilizar os
melhores recursos nas melhores oportunidades e
ter uma vida de êxito. Por exemplo, quando o
ciclo lunar está no ponto das sobrancelhas é um
bom momento para a mulher fazer arte, pintar,
escrever, etc. Quando está no cabelo, é o
momento de realizar negócios profissionais e
obrigações oficiais. Se estiver no umbigo, fuja de
tomar decisões e assim por diante.
A lua é o fluxo da energia emocional, dos hormô-
nios e da imaginação. A energia da lua interage o
micro e o macrocosmo do nosso corpo com o
Universo. Reconhecemos como os ciclos lunares
interagem com a mãe terra.
PONTOS LUNARES
“Os pontos lunares” são áreas físicas sensíveis às
energias lunares, colocadas no corpo humano.
A mulher tem onze pontos lunares que afetam
seu estado emocional. Como a mulher tem flutu-
ações de comportamento, pode ser difícil para o
homem compreendê-la. Vamos supor que um
homem sai de casa pela manhã e as coisas estão
tudo bem. Contudo, quando ele volta para casa,
a energia dela se moveu para um diferente ponto
lunar. Ele entra em casa e porque seus sapatos
estão um pouco sujos, ela implica. Ontem, ela
pode ter falado docemente, mas hoje está com-
pletamente irritada por um pouco de sujeira. Ele
não pode entender esta flutuação, leva isto para o
lado pessoal e imagina que ela está irritada com
ele e na verdade ela mesma está sem equilíbrio.
São 11 os pontos lunares da mulher:
198
1. O couro cabeludo, o halo ou linha de arco - é
verdadeiramente uma mulher - muito positiva,
radiante, segura de si.
2. As bochechas, a parte rosada - um lugar
muito perigoso, quase perde o controle.
3. Os lábios - fala muito ou muito pouco. Tem
que controlar-se. É quando pode divulgar segre-
dos e ser indiscreta.
4. O ponto lunar no lóbulo da orelha - quer
discutir valores.
5. Atrás do pescoço, a nuca - quer comunicar -
se de maneira muito romântica. Se recebe uma
flor ou um gesto de apreciação sentimental, pode
enlouquecer. Se um homem fala com ela nesta
fase, ela inclina o pescoço em direção a ele.
6. Os seios - é muito doadora e compassiva.
Pode dar de presente todas as suas coisas. É
melhor esperar dois dias e meio para decidir se
quer dá-las realmente.
7. Ponto do umbigo, ou área correspondente
atrás na coluna - muito insegura.
8. Parte interior das coxas - quer confirmar
tudo, muito afirmativa.
9. As sobrancelhas - muito ilusória, imaginativa,
constrói castelos no ar. Se um homem toca este
ponto, ela quase desmaia.
10. O clitóris - quer socializar-se, conversar,
estar em festas, muito externa e encantadora.
11. A membrana da vagina - comportamento
igual ao clitóris. Cada dois dias e meio, a lua
muda a outra posição. Em cada mulher o ciclo é
diferente. É muito importante observar-se para
saber onde a lua se encontra para evitar proble-
mas ou planejar suas atividades. Por exemplo,
pode organizar uma festa quando a lua estiver no
ponto 10 ou 11. Depois de determinado o ciclo
individual, ele é sempre o mesmo, a menos que a
mulher tenha um acidente ou choque emocio-
nal.
POLARIDADES FEMININA i) O homem é regido pelo Sol e só tem um ponto
E MASCULINA lunar embaixo do queixo. O homem deve usar
barba porque a barba capta a energia solar que
A mulher é Shakti e o homem Shiva: neutraliza a energia lunar, permitindo que suas
atitudes sejam mais firmes, retas, menos sujeitas
a oscilações emocionais.
SHAKTI SHIVA
RELACIONAMENTOS ENTRE
Lua Sol HOMEM E MULHER
Calma Atividade
Flutuante Firme Com o passar do tempo, a experiência ajuda, mas
Geradora Sustentador na maioria dos casos, ela pode te colocar no auto-
Receptiva Projetivo mático. Todo caso é diferente, porque cada um, e
Criatividade Liderança cada momento é único, então a intuição é sua
melhor aliada.

O que diferencia Homens e Mulheres em um
relacionamento?
a) O banho ácido só acontece com o homem. A
mulher mantém uma função equilibrada de
ambos os hemisférios.
b) A polarização do homem o faz buscar a polari-
dade feminina, se sente separado.
c) A separação para a mulher é menos traumáti-
ca, ela é igual a sua mãe, não nota a diferença.
Precisamos de interesse genuíno para querer bem
o relacionamento. Precisamos dele para saber os
padrões, hábitos e ações nossas. Como um inves-
tigador, precisamos achar as pistas, as entreli-
nhas, a agenda oculta.
O desafio é encontrar a força para reconstruir a
vida a partir da consciência. Mudar atitudes,
crenças, hábitos que ficam na mente subcons-
ciente. Aceitar que crescimento envolve compro-
metimento com a mudança do estilo de vida, que
são essenciais para cura.

d) O homem é como o espermatozóide, a A distância entre o quem se é e quem se tornou,

mulher é como o óvulo. é o ponto da doença, sofrimento e depressão,
forçando a pessoa a fechar a lacuna. Se você atua
e) O homem se aproxima em zigzag, pouco a ao contrário da sua voz interior, trai seu ser, seu
pouco, dando voltas... não é direto. corpo, sua mente e alma.

f ) A mulher engendra um pensamento e dá a luz
um projeto.
g) A mulher pensa em idéias, o homem pensa em
problemas.
h) A mente da mulher é múltipla, a do homem é
unidirecionada. Ela pode falar de vários temas de
uma só vez, saltar de um ao outro, sendo capaz
de integrar idéias, sentimentos, sonhos. Ele só
pode pensar em uma só coisa de cada vez. Aborda
as questões como um problema e busca solucio-
nar. Quando pensa que não pode ou é pressiona-
do, ele se aborrece, em realidade com ele mesmo.
Nenhuma quantia de auto estima criada externa-
mente pode trazer paz à essa traição interna.
Enquanto não desenvolvermos força interna-
mente para sermos autênticos, não nos sentire-
mos realizados e conectados. Não há dinheiro,
viagem, romance, sexo, poder, que traga esta
recompensa.
Via de duas mãos: movimentando-se neste fluxo,
começa a perceber que o que está acontecendo,
não está falando somente sobre ela, mas sobre
mim. Pelo campo eletromagnético, aura e linha
do arco, tem uma dinâmica orgânica acontecen-
do.

199
Se seu corpo e mente estão desgastados, porque
não comeu ou dormiu corretamente, não prati-
cou Yoga, não meditou. Na verdade, ninguém
nunca lhe ensinou como cuidar do seu corpo,
mente, da sua alma, muito menos sabia que
tinha uma anatomia energética, como pode
querer a cura para você ou alguém mais?
INTERCÂMBIO PRÂNICO
Intercâmbio pranico é quando homem e mulher
se conhecem e se sentem confortáveis um com o
outro. Podem até sentir o “cheiro” e a frequência
prânica e com isso podem sentir a energia, os
valores, hábitos um do outro. Isso é o contato
prânico. O amor é cego porque é difícil avaliar o
outro sob o “pathos”. “A mulher escolhe”.
A mulher recebe o impacto do homem, pathos, e
lança sua projeção à pituitária do homem. A
vibração, “cheiro” masculino é estimulado e
emitido. A mulher avalia esta resposta. A reação
de ambos é determinada pelo chakra desde o
qual a mulher reage, projeta. Esse intercâmbio
prânico aciona a reação química que será variável
segundo o chakra ativado.
O sentimento de estar apaixonado é satisfatório e
pode viciar. O amor é cego porque é difícil
avaliar o outro sob o “pathos”.
PAIXÃO
Apaixonar-se é um intercambio prânico, produto
de uma atração física, psíquica, emocional,
bioquímica, que busca complementar-se
mediante as virtudes, a freqüência energética e os
valores do outro. Deixa uma marca na mulher
que pode durar anos, e que pode colorir todas as
suas futuras relações. No homem a marca é
muito mais débil, dura somente um ciclo lunar.
A paixão tem 3 fases
1ª fase: a paixão inicia quando a projeção da
mulher estimula a pituitária do homem. Esta
fase, portanto, é regulada pela mulher.
2ª fase: estimula “o aroma masculino”, incluindo
os feromônios.
200
3ª fase: a mulher avalia a vibração, o “aroma”
masculino e responde ou não. A resposta ocorre-
rá a partir do chakra em que a mulher esta
centrada naquele momento.
EXPECTATIVAS MASCULINAS
E FEMININAS
O homem ama a mulher que o inspira. Ela pode
lhe levar ao Divino e lhe ajuda a remover o
conflito, relaxar. Esta é a base do que leva o
homem a sentir amor e querer estar de fato com
uma mulher.
O homem que ama quer que a mulher se desen-
volva. A nobreza da mulher é essencial para tudo
isso, mais que aparência e habilidades diversas.
A mulher quer que o homem lhe dê segurança. O
homem quer que a mulher o apoie. Mas, em
nenhum homem ou mulher dará plena seguran-
ça e apoio um ao outro só encontrarão isso neles
mesmos.
Na relação homem x mulher cada um tem seu
papel. A mulher tem o papel de subconsciente, o
espírito constante na relação. Espiritualidade,
profundidade, sustenta nas tempestades, quando
ela está positiva tudo está bem.
O Homem tem o papel da projeção, direção do
movimento, protege a aura da mulher com sua
aura. A mulher protege a aura dos filhos.
Em 85% dos casos a mulher dá o primeiro passo
na relação. Como a, lua a mulher sobe e desce e
necessita da firmeza e segurança do homem. A
mulher testa o homem, para confirmar se ele é
constante e líder competente.
O homem espiritual precisa fortalecer a “linha
do arco” para se alinhar com o universo e atrair o
que precisa e sentir que é infinito.
Sugestões ao homem: nunca interromper uma
comunicação. Se o fizer sai da órbita dela. Evite a
raiva, essas coisas a movem para longe. É muito
importante para a mulher que o homem se
comunique com ela como um líder. Ela precisa
aceitar o homem como líder na comunicação.
O recurso mais poderoso do homem com a
mulher é a nobreza, a gentileza. Se conhecer o
lado negativo da mulher nunca o mencione
quando estiver com raiva. Capture o Infinito na
mulher.
a) Amor, paixão e intimidade
A fórmula do compromisso. Êxtase da união.
b) Amor e intimidade
Companheiros, bons amigos.
b) Amor e paixão
Romance, fantasia, idealização.
d) Paixão e intimidade
Estar “apaixonados”.
O AMOR
O homem ama a mulher que o inspira, não por
sexo, nem por ser boa mãe, nem por boa cozi-
nheira, nem por inteligência, nem por dinheiro;
e sim porque ela o eleva acima do mundano. Por
que lhe faz se sentir expansivo e elevado, despreo-
cupado e relaxado. O amor do homem pela
mulher faz com que ele queira que ela se desen-
volva e se expresse como individualidade, que se
sinta autônoma e criativa. A natureza do homem
é nômade, só permanece em um lugar se sente
elevado e inspirado.
A mulher busca segurança no homem, o homem
busca apoio. Ela só o apóia quando se sente
segura, ele só lhe dá segurança quando se sente
apoiado.
A mulher encontra sua verdadeira segurança em
seu interior, em sua natureza como Adi Shakti. O
homem precisa entender que “a mulher ideal”
não existe, e que o apoio que ele busca só vai
descobrir plenamente dentro de si mesmo. A
chave: SADHANA! Compromisso com tua
prática pessoal.
DOIS CORPOS E UMA ALMA
A mulher acessa a essência da relação: ela define
“Quem somos?” O homem conecta a projeção,
movimento e proteção: ele define “até e para
201
onde vamos?” O sentido de união e complemen-
tação nasce quando ambos podem fazer a sua
parte. Quando o homem está inseguro, quando
não é capaz de dar direção, a mulher assume o
comando, mas isso nasce de sua insegurança.
Então, não há harmonia nem complementarida-
de.
A comunicação é essencial. Expressar as necessi-
dades é importantíssimo. A mulher deve ser clara
e confiante, cuidada e cuidar. O homem, casual e
desafiador, cômodo e acolhido.
Viver em três freqüências: Viver um contra o
outro. Viver um com o outro. Viver um para o
outro!
Importante falar suas expectativas. Conhecer as
expectativas do outro e serem honestos sobre até
que ponto é possível satisfazê-las. Cada um traz
uma história pessoal, modelos diferentes de pais.
Se cada um não se sintonizar com as necessidades
do outro, por mais que queira, não será capaz de
atender a essas necessidades.
Criar o sentido do “Nós” é um espaço sagrado
que ambos respeitam e honram. Um compro-
misso mútuo de cuidar desse espaço sagrado,
coisas que jamais diremos um ao outro, coisas
que jamais faremos um contra o outro. Manter
esse espaço lembrando-se do propósito ou desti-
no mútuo, não dar nada por pronto, ainda que
pareça que já está.
“Nós” é algo mutante. É preciso definir sempre
de novo, conjuntamente, porque à medida que
ambos mudam, amadurecem, a suas necessidades
também mudam.
OS 3 MANTRAS
Na tradição Sikh houve um grande mestre
chamado Guru Ram Das, que se casou com a
filha de seu mestre Guru Amar Das. Quando
Amar Das os abençoou porque iam se casar,
disse-lhes:
“Existem três mantras que não podem esque-
cer:
1. Eu sinto.
2. Você tem razão.
3. Tudo é a vontade divina.”
Isto parece simples, porém se meditarmos e
pensarmos sobre o que significa cada um deles
veremos que são bastante profundos.
SEXUALIDADE TÂNTRICA
A comunicação aberta e contínua no relaciona-
mento é a chave de uma relação sexual saudável e
satisfatória O sexo não é para resolver problemas.
É fruto do modo como as pessoas se tratam no
dia a dia. O ato sexual pode começar 72 horas
antes.
A mente é o maior órgão sexual. Tudo inicia aí.
Criar o ambiente para que a mulher relaxe e
esteja despreocupada. Ela necessita de tempo
para mudar seu estado mental e emocional. A
mulher tem que estar totalmente presente e
aberta para dar energia ao homem.
A mulher não é carne, a mulher é aura. Quando
o homem se relaciona com uma mulher negativa
cuja aura tem menos de 2 metros perde energia.
A mulher tem nove pontos de elevada sensibili-
dade: seios, pescoço, lábios, bochechas, orelhas,
coluna vertebral, coxas, quadris, clitóris, vagina.
Estimulando esses pontos utilizando qualquer
técnica entre 30 minutos e 1 hora, a mulher
aumentará a aura que ficará com 2 a 3 metros.
SEXO MEDITATIVO
Meditar juntos + comodidade + evitar estômago
cheio + chá yogi com gengibre e mel + mulher
com a narina esquerda mais aberta e homem a
direita + óleo de amêndoas. Massagem, estimula-
ção e pode excitar um ao outro durante 2 horas
antes de chegar ao ato sexual.
A ejaculação é benéfica para o homem se ele
compreende o jogo que o antecede. O tato é para
ser explorado.
Depois do sexo, estar juntos, não sair correndo.
O homem necessita relaxar, dormir ao menos 20
minutos.
202
BONS ALIMENTOS PARA A MULHER
a) Gengibre para dores menstruais.
b) Manga corrige ciclos irregulares e é um grande
estimulante sexual para a mulher.
c) Beringela estimula energia, estimulante sexual.
d) Azeite de amêndoas doces reduz colesterol,
reduz gordura, elimina toxinas. Suaviza a pele.
e) Alho verde é fonte de Vitamina C.
f ) Trigo em grão limpa o conduto intestinal,
elimina o acúmulo de toxinas.
g) Cúrcuma repara o tecido dos órgãos internos
e previne o câncer.
h) Yogurte limpa e purifica o aparato digestivo e
pode ser usado para lavar a parte externa da
vagina.
BONS ALIMENTOS PARA O HOMEM
a) Figo de Bengala - corrige desequilíbrios sexu-
ais
b) Catuaba - virilidade masculina
c) Figos - influenciam positivamente a atividade
sexual masculina
d) Alho, Cebola, Gengibre - produção de sêmen
e) Noz moscada - baixa a pressão sanguínea.
Evita transtornos sexuais
f ) Pêssego, peras, banana, abacaxi, mamão, caqui
g) Açafrão - problemas de pele cabelo, envelheci-
mento, senilidade
OS 11 PONTOS LUNARES DO
CORPO FEMININO EM
PROFUNDIDADE
Beant Sobha Kaur
Segundo Yogi Bhajan, Mestre, instrutor e divul-
gador do Kundalini Yoga no ocidente, embasado
nos ensinamentos milenares do Yoga, as mulhe-
res são 16 vezes mais potentes, emotivas e intuiti-
vas em comparação com os homens, sendo
líderes naturais, seja no local de trabalho, em
casa, como professoras ou nas comunidades
espirituais.
Ao canalizar sua energia, elas podem ser 16 vezes
mais sensíveis e usar isso a seu favor e a favor da
humanidade. No entanto, se as emoções não são
canalizadas através de Kundalini Yoga, medita-
ção, dieta, exercício, ou alguma outra prática
edificante, elas podem ser a sua ruína, podendo
torná-las vítimas das próprias inseguranças e
limitações emocionais, criando dor e sofrimento
para si e para os que estão a sua volta.
Numa cultura onde as mulheres sempre foram
tratadas como "menos do que", Yogui Bhajan as
desafiou a acreditar que poderiam realizar qual-
quer coisa se aproveitassem a intuição, elevando
a si mesmas e inspirando todos aqueles que
fazem parte das suas vidas. Por esta razão, é preci-
so que elas entendam intimamente a sua nature-
za como mulheres, sabendo identificar os pontos
fortes e os desafios e a lidar conscientemente com
as flutuações naturais. Ao fazer isso, elas estarão
melhor preparadas para ajudar e guiar os outros.
As mulheres são influenciadas hormonalmente e
emocionalmente pela lua, por isso são cíclicas. É
importante, para elas, conhecer como a lua
influencia no aspecto emocional para tirar o
maior proveito disso em beneficio próprio e das
relações.
Os homens também podem ser enormemente
beneficiados ao tomarem ciência da natureza
cíclica feminina, compreendendo suas mudanças
como algo natural, não levando pelo lado pessoal
eventuais alterações que fiquem mais evidencia-
das, quando em desequilíbrio do Ponto Lunar e
auxiliar as mulheres de suas relações a se equili-
brarem nas flutuações naturais, levando a todas
quantas possíveis estes valiosos conhecimentos.
Cada mulher pode encontrar o seu ciclo, através
203
de uma atenta auto-observação, reflexão e auto-
-conhecimento. É uma prática maravilhosa
porque a ajuda a olhar para dentro de si, a se
entender melhor, a saber porque atua de uma
determinada maneira num dia ou diz algo que
preferia n„o ter dito no outro.
Durante 28 dias, o corpo da mulher recebe influ-
ências da energia lunar em onze pontos físicos
distintos, com duração de dois dias e meio em
cada ponto, retornando, no 29o. dia, ao ponto
onde se iniciou. Caso este processo não seja com-
preendido, a mudança cíclica pode ocasionar
uma certa flutuação de comportamento e de
humor, afetando sua vida cotidiana. No entanto,
longe de ser algo negativo, a variação na mulher
é boa, é bela e deve ser valorizada.
Ela deve aprender a não se cobrar demasiadamen-
te e a relaxar para conviver bem com as variações
e aproveitar os benefícios e as oportunidades que
daí podem surgir. Uma sugestão para relaxar É
fazer pequenas pausas a cada 2 horas e dois repou-
sos de 11 minutos cada, pela manhã e à tarde.
A sequência da ativação dos pontos lunares varia
de mulher para mulher mas, a menos que haja
um choque emocional muito forte, ela permane-
ce constante. Isto quer dizer que, após identificar
a sequência pessoal, a mulher pode contar com
uma valiosa ferramenta para compreender-se a si
mesma e as outras mulheres que a rodeiam,
norteando-a em suas decisões importantes. Este
ciclo influencia o aspecto emocional e não coin-
cide com o ciclo menstrual.
CARACTERÍSTICAS DOS ONZE
PONTOS LUNARES
COURO CABELUDO
A mulher está no seu melhor. É extrovertida,
centrada, firme, sensível, sábia e neutra em sua
comunicação. Está o mais próximo da sua verda-
de. Sente-se confiante e segura de si. As coisas
parecem fluir e se encaixar perfeitamente. Se
estiver desvitalizada, com dieta, sono e exercícios
físicos deficientes pode-se sentir desconfiada, com
sensação de perseguição ou de que algo ruim vai
acontecer.
Estando no seu melhor, este é um bom momento
para tudo, especialmente para tomar decisões
importantes, fazer apresentações, iniciar ou inten-
sificar relacionamentos.
UMBIGO OU ÁREA CORRESPONDENTE
NAS COSTAS
A segurança é o problema. Se o centro do umbigo
é fraco, a mulher se sentirá insegura e muito
vulnerável a críticas. Se é excessivamente forte, ela
poder· ser intimidante, alienante ou agressiva. É
importante redobrar a atenção para não entrar em
discussões neste período.
Este é um bom momento para fortalecer e equili-
brar o Centro do Umbigo com Sat Kriya ou
Respiração do Fogo. Também é bom momento
para manter um diário, cantar em voz alta, ir a um
filme engraçado ou ficar em silêncio.
COXAS
Quando o Centro da Lua está nas coxas, a mulher
tem necessidade de confirmação, ser produtiva e
ter um alto nível de energia. Tudo o que adiou
para fazer em outros dias, sente vontade de fazer
tudo naquele momento, quase como uma obses-
são. Pode se encontrar fazendo listas de todos os
projetos que sonhou durante o mês e não estar em
paz até que estejam todos completos.
É um bom momento para tomar decisões impor-
tantes, finalizar trabalhos, projetos que ficaram no
meio do caminho. Organizar sua casa, escritório,
agenda, etc.
LÓBULO DAS ORELHAS
Este é o momento em que a mulher é mais analíti-
204
ca. Quer discutir valores e o que é importante para
ela. É preciso ser cuidadosa para não ser muito
crítica de si mesma e dos outros.
É um bom momento para trabalhar por uma
causa, participar de uma manifestação política ou
discutir quais valores deseja empregar no trabalho
ou em casa. Não é um bom momento para tomar
decisões finais.
CLITÓRIS
Quando o Centro da Lua está no clitóris, a mulher
é charmosa, falante, sociável e extrovertida. No
entanto, é preciso estar atenta para manter esfor-
ços inclusivos para o bem do todo. Estar atenta
para não discriminar ou isolar.
Este é um bom momento para festas, eventos
sociais, fazer novos amigos, fazer contatos, fazer
vendas por telefone ou ir a uma reunião - qualquer
coisa em um ambiente social. Não é um bom
momento para descobrir o que há de errado nos
relacionamentos em casa ou no local de trabalho.
VAGINA
Quando o Centro da Lua está na vagina, a mulher
pode ter a tendência de ser social, mas com uma
qualidade mais profunda. Pode querer se conectar
de uma forma mais íntima, talvez com um peque-
no grupo de pessoas ou com uma outra pessoa.
Algumas mulheres podem não querer ser sociá-
veis, podem ter sentimentos de vazio e querer ficar
sozinhas.
É um bom momento para meditar, sentir o
Shuniya (vazio) ou o ponto zero. Também é um
bom momento para dar um tempo, uma pausa na
ação, percebendo que os fins e começos são os
mesmos.
NUCA
Quando está na parte de trás do pescoço, a mulher
pode ser muito romântica. Uma flor pode fazê-la
ficar louca. Pode correr riscos, ser paqueradora e
caprichosa.
É um bom momento para experimentar coisas
novas; não é um bom momento para tomar
decisões importantes. Os dias em que o Centro da
Lua está nas coxas são melhores para isso.
SEIOS
Quando a influência está na área dos seios / mami-
los, a mulher é compassiva, centrada no coração e
pode, facilmente, doar coisas no impulso, sem
pensar muito. A mulher dever estar atenta a ques-
tões de limites, porque pode ter mais dificuldade
em dizer não. É uma boa hora para fazer uma festa
ou visitar pessoas, principalmente se estiverem
doentes. Não é um bom momento para tomar
decisões importantes, pessoais ou de negócios.
LÁBIOS
Quando o ponto lunar está nos lábios, a comuni-
cação de uma mulher chega aos extremos. Pode
estar com os lábios especialmente sensuais em
relações íntimas. Pode ser muito eficaz ou muito
ineficaz. Sua dieta e prática espiritual são especial-
mente importantes neste momento, para mantê-la
em equilíbrio.
Se estiver sintonizada, pode identificar claramente
se é um bom momento para falar ou ficar calada.
Suas palavras podem elevar e inspirar ou alienar e
destruir. É preciso usar a sensibilidade e ser caute-
losa. Se se sentir insegura, zangada ou ressentida, é
melhor ficar em silêncio. Se se sentir expansiva e
centrada no coração, provavelmente é seguro falar.
Em caso de dúvida, fique em silêncio e medite
mais antes de falar.
BOCHECHAS
O "rosa das bochechas" pode ser muito perigoso,
porque este é o momento em que a mulher pode
ter uma tendência a ser emocional, comovente e
fora de controle. Ao perceber que pode sair do
controle, é preciso usar a disciplina para estar no
controle novamente. Muito provavelmente o que
sentir neste momento é uma ilusão. Vai passar.
Este é um momento muito importante para
comer bem, praticar Yoga, meditar. Não diga nem
faça nada que possa afastar as pessoas de seus
relacionamentos importantes. Não é um bom
momento para tomar decisões importantes.
SOBRANCELHAS
As sobrancelhas são a parte mais sensível do corpo
da mulher, porque são a parte mais sutil do siste-
ma nervoso parassimpático. Quando o Centro da
Lua está nas sobrancelhas, a mulher é muito
205
imaginativa e dispersiva. É um tempo de expan-
são, semeando sementes para brotar e indo além
do comum.
Este é um bom momento para escrever um
poema, brincar com crianças e debater novas
ideias. Também é um bom momento para imagi-
nar um novo negócio ou plano de ação. Não é um
bom momento para tomar decisões ou ir às com-
pras (você vai comprar a loja).
COMO IDENTIFICAR OS PONTOS
A tabela 1 apresenta os 11 pontos com as princi-
pais características em harmonia ou desequilíbrio.
Deve ser preenchido apenas um Ponto Lunar por
dia, uma ou mais opções dentro do mesmo
quadro, não repetindo o mesmo Ponto Lunar
dentro do ciclo de 28 dias.
Na tabela 2, dever ser marcado as datas ou dias
(por exemplo dia 1, dia 2, etc.) e com um "X" os
pontos identificados na Tabela 1. Assim, ao final,
haverá maior clareza da sequência dos pontos.
Sendo a duração da influência da lua em cada
Ponto Lunar de 2,5 dias, o mesmo Ponto pode ser
marcado por 2 ou 3 dias. Como o ciclo entre os 11
pontos se completa em 28 dias e como cada ponto
dura 2,5 dias, optou-se, nesta metodologia, por
marcar 3 dias seguidos em 6 pontos e 2 dias segui-
dos em 5 pontos, totalizando 11 pontos em 28
dias.
A cada dia observar os 11 quadros e marcar uma
ou mais opções dentro de um único quadro. A
opção que mais se aproxima do que se está sentin-
do ou sentiu durante o dia. É necessário intensifi-
car a auto-observação, pois as mudanças podem
ser sutis.
Para auxiliar na identificação, caso seja necessário,
pode ser usado um pêndulo ou pedir a opinião de
alguém da convivência diária ou mesmo usar o
Teste Bi-digital (O-Ring Test). Informações sobre
o teste consulte: www.ambbdort.org.br.
Eventualmente pode ser desafiador identificar a
sequência nos primeiros 28 dias, sendo necessário
continuar por mais um ou dois ciclos, até se ter a
certeza da sequência correta, que uma vez estabele-
cida, não muda mais, salvo na ocorrência de
evento traumático ou altamente estressante.
 1. TABELA PARA IDENTIFICAR OS 11 PONTOS LUNARES

1. COURO CABELUDO
( ) Positiva, radiante, segura de si, confiante e auto-confiante, competente, sensível,
firme, estável, comunicação neutra. As coisas parecem fluir e encaixam-se perfeitamente.
( ) Sente-se em paz, intuitiva.
( ) Feliz de ser mulher.
( ) Desconfiada, sensação de perseguição, sensação de que algo ruim vai acontecer
DATAS: ____/____/____ ____/____/____ ____/____/____

2. BOCHECHAS
( ) Instável, imprevisível, emotiva. Foi difícil manter o controle.
( ) Irritou-se facilmente. Perdeu ou quase perdeu o controle.
( ) Estável emocionalmente. Irradia e recebe o que necessita.
DATAS: ____/____/____ ____/____/____ ____/____/____

3. LÁBIOS
( ) Necessidade de falar muito sobre qualquer assunto, indiscreta, tendência a contar segredos.
( ) Falou algo e foi mal interpretada.
( ) Sente-se ou sentiu-se eficaz na comunicação. Consegue ou conseguiu ser ouvida e atendida.
( ) Sente-se ineficaz na comunicação. Ninguém a escuta. Fala para as paredes.
( ) Tendência ao silêncio, a ficar quieta, falar o mínimo possível
DATAS: ____/____/____ ____/____/____ ____/____/____

4. LÓBULO DAS ORELHAS

( ) Não tem mais certeza de coisas sobre a vida que antes já estavam resolvidas.
Necessidade de repensar para manter, mudar ou aprofundar algo.
( ) Vontade/necessidade de discutir valores, por exemplo, discutir sobre fé, franqueza,
honestidade, humildade, coragem, dever, dignidade, justiça, liberdade...
( ) Analítica, quer discutir sobre o que é importante para si mesma, segundo os seus valores.
( ) Muito crítica, tanto consigo mesma quanto com os outros.
DATAS: ____/____/____ ____/____/____ ____/____/____

5. NUCA
( ) Romântica, poética, apaixonada, sonhadora, quer flertar, fala com o coração.
( ) Se recebeu um olhar, um flerte, sentiu-se muito animada, alegre, mais do que
em outras ocasiões similares.
( ) A visão de uma flor pode derreter o coração.
( ) Se um homem a tocar na nuca pode sentir-se desfalecer .
DATAS: ____/____/____ ____/____/____ ____/____/____

6. SEIOS
( ) Compassiva, doadora, simpática, sorridente, generosa.
( ) Tendência maior para ouvir e auxiliar pessoas.
( ) Doou algo impulsivamente, sem pensar muito.
( ) Teve dificuldade em dizer não.
DATAS: ____/____/____ ____/____/____ ____/____/____

206
7. UMBIGO
( ) Insegura, vulnerável, instável.
( ) Irritada, sem paciência.
( ) Sente-se ou sentiu-se incapaz.
( ) Fraca, sem energia, cansada.
( ) Ameaçada em sua auto-imagem, vulnerável a críticas.
( ) Demasiadamente forte, impositiva, intimidante, agressiva.
( ) Sente energia física, poder e segurança para levar a cabo tudo o que se propôs.
( ) Necessidade de recolher-se para reavaliar sua postura e se fortalecer.
DATAS: ____/____/____ ____/____/____ ____/____/____

8. COXAS
( ) Necessidade de confirmar, comprovar, reafirmar algo.
( ) Ao confirmar algo, sentiu necessidade de mudar, pois não estava completamente segura
em manter como estava.
( ) Tudo o que você adiou para fazer em outros dias, sente ou sentiu vontade de fazer hoje,
quase como uma obsessão.
( ) Força e energia criativa.
( ) Firmeza, sem abertura para questionamentos.
( ) Não permite que a contradigam.
DATAS: ____/____/____ ____/____/____ ____/____/____

9. SOBRANCELHAS
( ) Imaginação criativa. Elaboração estratégica.
( ) Ilusória, sonhadora, construindo castelos no ar, devaneios.
( ) Ênfase na emoção em detrimento da razão.
( ) Vontade de escrever, criar, brincar com crianças.
( ) Disposição para compras.
( ) Se foi a loja ou supermercado, comprou muito, até coisas desnecessárias.
Ficou se perguntando, por que comprei tudo isso?
DATAS: ____/____/____ ____/____/____ ____/____/____

10. CLITÓRIS
( ) Encantadora, sedutora. Com vontade de socializar, conversar, ir a festas.
( ) Extrovertida, aberta para o contato com o outro, não necessariamente contato sexual.
Qualquer tipo de contato.
( ) Encantada com a vida.
( ) Tendência a alimentar relações ou conversas que excluiu ou pode excluir logo em seguida.
DATAS: ____/____/____ ____/____/____ ____/____/____

11. VAGINA
( ) Sociável com uma qualidade mais profunda. Quer conectar-se de uma maneira
mais íntima, podendo ser com uma outra pessoa ou um grupo de pessoas.
( ) Quer ou quis estabelecer contato mais profundo, fazer alianças, buscando relações importantes.
( ) Exaltação do instinto sexual. Sente-se muito fêmea/mulher.
( ) Sentimento de vazio. Vontade de estar sozinha.
DATAS: ____/____/____ ____/____/____ ____/____/____

207
 CICLO LUNAR

DATA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

208
Introducao a
alimentacao
Ayurvedica

“O corpo físico é um templo. Cuide dele.

A mente é energia. Regule-a.
A alma é projeção. Represente-se.
Todo conhecimento é falso se a alma
não é experienciada no corpo”.

Yogui Bhajan

209
O QUE É AYURVEDA
Ayurveda é o nome dado à ciência médica desen-
volvida na Índia há cerca de 5 mil anos, o que faz
deste um dos mais antigos sistemas medicinais da
humanidade.
O Ayurveda teve origem nos Vedas, a mais antiga
literatura do mundo, onde eram registrados
todos os conhecimentos que pudessem ser úteis à
humanidade: engenharia, física, astrologia,
biologia, toxicologia, filosofia, teologia e etc.
Os Vedas eram coleções de hinos ou canções
escritos por videntes (Rishis = Sábio antigos da
tradição hindu).
Apesar da sua antiguidade, sem alterações em sua
essência, ainda se torna eficaz e contemporâneo.
Ayur: “Vida” ou longevidade
Veda: Conhecimento, sabedoria ou ciência
espiritual.
“A CIÊNCIA DA VIDA”
No Ayurveda reside o entendimento de que tudo
é UM – o que quer dizer que tudo está relaciona-
do, e não isolado. O corpo afeta a mente e
vice-versa, os ensinamentos e pensamentos tem
efeitos físicos, assim como os distúrbios do corpo
afetam nosso estado psicológico.
O Ayurveda e o yoga compartilham um entendi-
mento especial da evolução cósmica proveniente
da filosofia da criação e manifestação, onde a
origem de todos os aspectos da existência começa
na classificação de mais de 24 princípios cósmi-
cos (TATTVAS) da esfera não manifestada da
existência pura para o mundo manifestado.
Embora pareçam sequenciais eles ocorrem simul-
taneamente.
A consciência pura existe além da criação; a
origem de todos os aspectos da existência é a
consciência pura (PURUSHA), a suprema inteli-
gência que tudo permeia, além do tempo e
espaço, que não tem qualidades, forma, início ou
fim. Percepção pura, passiva, e dentro de nós é o
observador silencioso. Dentro desse estado sutil
210
de quietude surge o desejo de experimentar a si
mesmo, o que causa a manifestação da energia
física primordial conhecida como Prakruti, e essa
é a origem do mundo manifestado.
A consciência pura um dia entrou na criação para
ter uma experiência. Neste momento acontece
uma mudança, e esta mudança surge em etapas,
num processo de transformação gradativo, como
as cores de um amanhecer. Em cada etapa, cada
vez tem menos unidade e mais separação. Similar
a consciência de um bebê recém-nascido.
Quando o bebê nasce ele é pura consciência, não
existe separação. Se experimenta a si mesmo
como um ser fundido no todo. Na medida em
que começa a crescer, começa a se separar, isto
sou eu e aquilo não sou eu. Este processo que faz
com que tudo pareça separado é chamado de
Maya.
Cada uma destas fases de separação tem suas
próprias qualidades. O que os Yogis chamam de
Tattva. Existem muitas etapas, como já mencio-
nado, que vem da unidade completa e mais sutil
até a mais pura separação atômica individual. Os
últimos tattvas são responsáveis pela experiência
na matéria e as sensações que estamos acostuma-
dos.
AYURVEDA PERMEIA TUDO
ATRAVÉS DOS TATTVAS
Os 5 TATTVAS mais densos que experimenta-
mos como qualidades no corpo e em toda maté-
ria são:
ÉTER – AR – FOGO – ÁGUA – TERRA
Estes tattvas envolvem três tipos comportamen-
tais e qualidades da mente chamadas GUNAS
que determinam o ser altivo e a atitude com a
vida:
SATTVA – RAJAS – TAMAS
Envolvem também as qualidades físicas e meta-
bólicas de cada individuo, classificando-os como
humores, os três DOSHAS:
VATA – PITTA – KAPHA
Os cinco elementos TATTVAS estão relaciona-
dos aos cinco sentidos que nos habilitam a
conectar os cinco órgãos sensoriais com os obje-
tos de experiência.
1. ÉTER (Akasha): Ouvidos / Audição
2. AR (Vayu): Pele / Tato
3. FOGO (Teja): Olhos / Visão
4. ÁGUA (Apas): Boca / Paladar
5. TERRA (Prithvi): Nariz / Olfato
Os cinco SENTIDOS são os fatores sutis. Os
cinco TATTVAS são os efeitos grosseiros.
OS GUNAS
Representam o diferencial do potencial da
Prakruti. Prakruti é composta por três qualidades
primordiais, os gunas. Sattva, Rajas e Tamas, as
três qualidades da MENTE.
SATTVA
A qualidade mais elevada de luz, harmonia,
virtude, felicidade, clareza, inteligência, equilí-
brio e meditação.

ÉTER RAJAS

Espaço, que possibilita a existência de todas as

A qualidade de movimento, da distração, da
coisas, incluindo a comunicação entre uma e
outra parte do corpo. turbulência e da atividade, força e calor.

AR TAMAS

É gasoso, leve, límpido, seco e dispersante. A qualidade de embotamento, peso, da escuri-

Governa todo o movimento, direção e mudança. dão, da deterioração eda inércia e do repouso a
Presente nos pulmões e no abdômen, por exem- fim de possibilitar a regeneração.
plo, e a qualidade do seu movimento pode ser
vista em todos os movimentos do corpo.
OS DOSHAS
FOGO
Os três DOSHAS ou humores que governam
Luz e calor. Seco e tem movimento ascendente. nossa constituição são:
Transformação, responsável pela temperatura e
cor do corpo, brilho do rosto e cabelo, e luz dos VATTA – PITTA – KAPHA
olhos.
Os doshas nos fornecem a estrutura fisiológica
ÁGUA
para interação dos órgãos e elementos que se
tornam corpo físico.
Movimento fluente, liquidez. Fria, e flui para
baixo. E não tem forma própria. Presente no
sangue, urina, fluidos do corpo, saliva, muco. VATA (ÉTER + AR)
PITTA (FOGO + ÁGUA)
TERRA KAPHA (ÁGUA + TERRA)

Matéria, solidez, estabilidade. Pesada e dura,

confere forma e substância ao corpo. Presente na
estrutura física, órgãos, músculos e ossos.

211
 CARACTERÍSTICAS DOS DOSHAS

SECO OLEOSO OLEOSO

LEVE PENETRANTE FRIO
FRIO QUENTE PESADO
ÁSPERO LEVE LENTO
SUTIL ODOR PEGAJOSO
MÓVIL MÓVEL SUAVE
Movimento, ar, éter, ideias,
LÍQUIDO ESTÁVEL
atividade mental, criação, arte
Atividade, inteligência, Lento, pesado, não fala
dificuldade de por em prática,
competividade, impaciente, muito mas quando fala
de executar. Está nos espaços
incisivo. Está no estômago sabe se colocar. Observador,
vazios do corpo e intestino grosso.
e intestino delgado. Calma, Tolerância, Compaixão.
Tende a ficar no lugar, se
O que Favorece:
O que favorece: acomoda facilmente.
Meditação, foco, posturas estáticas,
Meditação, refrescar, respiração
base, primeiros chakras. Respiração
profunda, pranayamas calmantes, O que favorece:
Ujjai. Aterrar, presença.
posturas e exercícios para o fígado Meditação, respiração do fogo,
que eliminem raiva, irritação, movimento, sair da inércia. Leveza.
Sitali Pranayama
Compaixão. Abrir o coração.

CONCEITO DE ALIMENTAÇÃO

Alimento é tudo que nos nutre, mental, emocio- É necessário refletir sobre:
nal e fisicamente. Devemos cuidar de todas estas
áreas para poder dizer que temos uma boa O que pensamos?
alimentação. O que sentimos?
O que comemos?
Logo, a nossa saúde será o reflexo, sem esforço.
Ayurveda busca o equilíbrio da sua PRAKRUTI,
sua natureza de origem, pura, equilibrada e
saudável.

212
ALIMENTOS E GUNAS
ALIMENTOS SÁTTVICOS
Promovem clareza e serenidade de espírito e é
favorável para o crescimento espiritual. Inclui a
maioria das frutas, nozes, sementes, vegetais,
particularmente vegetais de folhas verdes, cereais
integrais, água pura.
ALIMENTOS RAJÁSICOS
Promovem a atividade e, portanto, induzem à
inquietação de espírito. Isso perturba o equilíbrio
da mente e deve ser evitado. Incluem alimentos
mais condimentados, estimulantes como café,
chá, ovos, alho, cebola, peixe, carne e chocolate,
bem como a maioria dos alimentos processados.
Comer rápido demais ou com uma mente
perturbada também é considerado rajásico.
ALIMENTOS TAMÁSICOS
Induzem ao sobrepeso do corpo e embotamento
da mente. Comer demais também é tamásico.
Inclui a maioria das gorduras, alimentos com
características de peso.
As qualidades de tattvas e gunas definem nosso
poder de transformar karma em dharma. Onde a
consciência liberta da fascinação do ego.
Em outras palavras, repetimos nossos padrões de
ignorância ou recuperamos nossa inocência,
pureza e discernimento purificador.
ALIMENTOS PARA VATA
Priorizar os sabores adocicado, ácido e salgado, e
evitar sabores amargos e adstringentes, mais
comuns nos alimentos frios, secos, leves e
gelados. É recomendado seguir uma rotina regu-
lar com café da manhã, almoço e jantar, e se
alimentar em ambientes tranquilos.
Alimentos indicados
a) Frutas maduras e adocicadas.
b) Vegetais cozidos e condimentados.
c) Cereais cozidos ou aquecidos (aveia, quinoa,
213
arroz integral e trigo).
d) Lentilha, ervilha, moyashi e tofú.
e) Leite e derivados orgânicos.
f ) Frango orgânico, ovos, peixes e frutos do mar.
g) Temperos e condimentos.
h) Oleaginosas.
i) Óleos e azeites moderadamente.
j) Chá de ervas ou de especiarias como o gengi-
bre fresco e canela.
k) Açúcar mascavo, rapadura, mel, agave, sucra-
lose e estévia.
Alimentos que devem ser evitados
a) Frutas secas.
b) Vegetais crus, secos e frios.
c) Cereais secos como a granola.
d) Feijões e soja.
e) Leite em pó e caixinha, uma vez que o leite
indicado deve ser orgânico.
f ) Carnes vermelhas, de porco e de coelho.
g) Bebida alcoólica, mate, café, refrigerantes,
chocolate e chá preto.
h) Doces e açúcar branco, sacarina e aspartame.
ALIMENTOS PARA PITTA
Os sabores amargos, adocicados e adstringentes
são os mais indicados e os ácidos devem ser evita-
dos. Alimentar-se de forma regularmente e de
fracionada ao longo do dia é super importante.
Alimentos indicados
a) Frutas maduras e adocicadas.
b) Vegetais adocicados e amargos (beterraba,
aipo, abóbora, espinafre).
c) Cereais (quinoa, aveia, granola, arroz branco e
basmati, trigo e cevada).
d) Feijões, soja e tofú.
e) Manteiga sem sal, ghee, queijo branco e leite
orgânico.
f ) Peixe de água doce e frango orgânico.
g) Condimentos (cominho, coentro, hortelã,
salsa, cebolinha, sal de rocha, louro e açafrão).
h) Coco e amêndoas.
i) Óleos de girassol e canola, e azeite de oliva.
j) Açúcar mascavo, estévia, agave, sucralose.
k) Chás de ervas.
Alimentos que devem ser evitados
a) Frutas ácidas.
b) Vegetais como berinjela, tomate e rabanete.
c) Milho, centeio, arroz integral, painço e trigo
sarraceno.
d) Manteiga com sal, yogurtes e queijos amarelo.
e) Carnes vermelhas, ovos, peixe e frutos do mar.
f ) Condimentos picantes.
g) Oleaginosas.
h) Óleos de milho, gergelim e amêndoa.
i) Bebidas energéticas e estimulantes.
j) Açúcar branco, mel e rapadura.
ALIMENTOS PARA KAPHA
O metabolismo destas pessoas costuma ser mais
lento que o habitual, e a digestão tende a ser mais
fraca e morosa, e por isso evitar alimentos gordu-
rosos e doces é fundamental. Priorize os alimen-
tos mais leves e secos, eles são os mais indicados.
Alimentos indicados
a) Frutas mais ácidas e cítricas.
b) Vegetais.
c) Cevada, quinoa, milho, granola, centeio,
aveia, arroz basmati, painço e tapioca.
d) Feijões, ervilhas, lentilhas e tofú.
e) Leite de cabra quente e condimentado.
f ) Frango orgânico, ovos e peixe de água doce.
g) Temperos e condimentos.
h) Óleos de milho, canola e girassol de forma
moderada.
i) Mel, estévia e sucralose.
j) Chá de ervas e especiarias (café preto e chá
verde são permitidos moderadamente).
Alimentos que devem ser evitados
a) Frutas adocicadas
b) Vegetais tubérculos e tomate cru
c) Trigo, arroz integral e branco
d) Soja e moyashi
e) Leite, manteiga e queijos em geral
f ) Carnes vermelhas, peixes e frutos do mar
g) Sal refinado
h) Óleo de coco, azeite de oliva, gergelim e soja
i) Bebida alcoólica e bebidas frias no geral
j) Açúcar branco, rapadura e frutose
214
Para sermos plenos como seres humanos, deve-
mos reconhecer nosso GUNA básico e conviver
de acordo com ele. Devemos ter uma personali-
dade eficaz. Nossos TATTVAS e GUNAS devem
nos apoiar.
Nossa mente precisa do poder uníssono das
nossas facetas para experienciar a nossa alma.
Devemos chamar a nossa própria força espiritual
e genética.
“TEMOS TUDO O QUE PRECISAMOS”.
FATORES QUE INFLUENCIAM
NOSSA SAÚDE
a) Emoções
b) Estilo de vida
c) Alimentação
d) Ambiente
FATORES LIGADOS AO EQUILÍBRO
DO METABOLISMO
1. Alimento / Saar Dathus
(Excelência de tecidos)
Quando um tecido é reproduzido em ótima
qualidade e quantidade significa que está rece-
bendo nutrição alimentar e emocional adequada.
2. A formação dos DHATUS (tecidos)
a) PRANA: A forma mental de VATA. É a ener-
gia vital ligada a respiração, oxigenação e circula-
ção. Governa as funções motoras e sensoriais.
Inflama agni (fogo digestivo). Governa as
funções biológicas de Ojas e Tejas.
b) TEJAS: A forma mental de PITTA. A essência
de um fogo sutil, AGNI, que governa o metabo-
lismo. Necessário à nutrição e transformação dos
dhatus.
c) OJAS: A forma mental de KAPHA. A essência
dos 7 dhatus, governa nosso equilíbrio hormo-
nal, controla todas as funções da vida junto com
o prana, contém os cinco elementos. Nossa seiva,
fluido vital.
OS DHATUS
De acordo com Ayurveda, o corpo humano é
composto por sete camadas de tecidos ou dhatus,
que significa “sustentar”.
Enquanto o desequilíbrio dos doshas pode nos
predispor a ficar doentes, os dhatus podem se
tornar os locais da doença. Para que haja saúde e
força, os sete dhatus precisam estar funcionando
idealmente.
DHATUS SAUDÁVEIS ALIMENTAÇÃO
SAUDÁVEL AGNI BOM
Se um tecido não for bom na sua formação
inicial vai comprometer os seguintes.
AGNI (FOGO DIGESTIVO)
Energia de Conversão - substâncias metabólicas -
O Jatharagni ou o fogo digestivo localizado na
área do estômago contribui para a digestão dos
alimentos, ou seja, ele é responsável por todos os
processos metabólicos e de crescimento. Mantém
o nível de energia e temperatura do corpo.
Tem poder de metabolizar o alimento, transfor-
215
mando-o em tecido e eliminando o que é dejeto.
Há agni em todas as células do corpo, em todos
os tecidos, inclusive a mente possui seu agni que
nos torna capazes de digerir as experiência trans-
formando-as em aprendizado.
Agni é a grande força metabólica do corpo,
responsável pela saúde de maneira geral. Um
bom agni gera uma mente e um corpo bem
dispostos, límpidos e íntegros em seus processos
biológicos e espirituais.
A qualidade do processo dos alimentos e do seu
Agni está relacionada diretamente com os
DOSHAS (humores = biotipos).
8 CRITÉRIOS PARA ESCOLHER
O ALIMENTO
1. Prakritti do alimento (constituição ou nature-
za primordial) Vata / Pitta / Kapha
2. Karana / Modo de preparo
3. Samyoga / Combinações
4. Rashi / Quantidade
5. Desha / Lugar
6. Kala / Horário / Frequência / Idade / Estações
7. Upayogasamstha / Comer com fome / Digerir
8. Upayokta / Considerar a pessoa que come, seu
Agni e sua Mente
O QUE DEVE SER EVITADO
a) Comer muito.
b) Comer sem fome.
c) Comer para satisfazer ansiedade, medo, raiva
ou qualquer outro sentimento.
d) Beber água ou sucos durante as refeições.
e) Beber líquidos gelados a qualquer hora do dia.
f) Comer quando tiver com constipação intestinal.
g) Comer alimentos gordurosos de difícil diges-
tão ou alimentos lights.
h) Fazer lanches, comer balas, biscoitos ou qual-
quer outra coisa que não seja frutas entre as refei-
ções.
i) Não misturar os alimentos incompatíveis.
ROTINA SAUDÁVEL DINACHARYA
a) Acordar cedo.
b) Fazer higiene pessoal, bochecho com óleo de
gergelim (5min) raspar a língua, escovar os
dentes;
c) Limpeza com jala neti;
d) Auto oleação. Óleo de gergelim morno (aque-
cer em banho maria) passando-o por todo o
corpo e orifícios;
e) Tomar banho;
f ) Sadhana / Meditar;
g) Pode beber água morna em Jejum, para Kapha
pode por algumas gotinhas de limão.
“O universo é uma manifestação de Purusha
(inteligência suprema, a mais pura consciência)
que decide se expressar na matéria (Prakruti), a
fim de explorar todos os aspectos de si mesma.
216
Dessa maneira, o Universo existe para ter a expe-
riência da manifestação da consciência. O Ayur-
veda nos fornece o caminho de volta ao conheci-
mento do espírito. Ele abre nossa percepção
consciente e nos ensina que não somos apenas
corpo; ele é um instrumento ou veículo para a
expressão da consciência. Por meio do Yoga e
Ayurveda temos a possibilidade de entrar em
contato com a nossa verdadeira natureza.
Enquanto não fizermos isso, estaremos vulnerá-
veis a degeneração e distração, portanto, pode-
mos constatar que a única verdadeira cura para a
aflição e a doença é o CONHECIMENTO DO
SER.”
ALIMENTACAO PARA
A SAUDE DO CORPO
DA MENTE E DA
ALMA

“Cada batida do seu coração

é o ritmo da sua alma. A voz da
sua alma é a sua respiração”.

Yogi Bhajan

217
ALIMENTAÇÃO PARA A SAÚDE DO
CORPO-MENTE-ALMA
Beant Sobha Kaur
Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), saúde é um estado de completo bem-es-
tar físico, mental e social e não apenas a ausência
de enfermidades. Ampliando este conceito,
incluindo o nível sutil, saúde é o equilíbrio entre
corpo, mente e alma sendo que este equilíbrio
potencializa cada individualidade a viver em
bem-estar no seu meio social. A alma, aquilo
que anima os seres, o sopro da vida, está além dos
conceitos de corpo e mente. Ela está ligada ao
aspecto espiritual, perene, infinito, que não deve
ser confundido com religião, sendo esta a manei-
ra como as pessoas escolhem viver a espiritualida-
de. Quando corpo, mente e alma estão saudáveis,
propicia a formação da harmonia social e, inde-
pendentemente de haver ou não vinculação a
alguma religião, o potencial de desenvolvimento
da espiritualidade é ampliado.
Um dos mais importantes pilares da saúde
integral é a alimentação. Aquela que nutre, traz
vitalidade, energia, disposição física e clareza
mental. Este tipo de alimentação tem o poder de
sutilizar a energia e é um dos fundamentos para
o despertar do ser humano através da elevação
espiritual, tendo o corpo como instrumento
condutor do Divino.
O Ayurveda, cujo significado é Ciência da Vida,
é um dos mais antigos sistemas medicinais da
humanidade remontando a cerca de 7 mil anos.
Este sistema classifica o alimento de acordo com
o seu efeito no corpo e na mente, baseado nas
suas três qualidades ou gunas, que regem a vida
humana, que são: sattva, rajas e tamas. Assim, o
alimento tamásico (alimentos estragados, velhos,
muito cozidos, altamente processados, com
aditivos químicos, alho, cebola, carnes, ovos,
berinjela, bebidas alcoólicas) cria letargia ou
preguiça; já o rajásico (café, açúcar, frituras,
cebolas, fungos) é estimulante, cria atividade ou
agitação, enquanto o alimento sáttvico (frutas,
verduras, grãos, sementes, ghee, mel, todos orgâ-
nicos), cria leveza, energia e positividade aumen-
tando significativamente o nível de energia vital
(prana) no organismo.
218
Segundo este conhecimento milenar, os alimen-
tos tamásicos nunca são bons para o corpo nem
para a mente. Os rajásicos podem ser bons ou
não para o corpo, mas nunca o são para a mente,
embora alguns deles, tanto tamásicos quanto
rajásicos, possam ser usados como medicina, não
como alimento. Já os sattvicos são alimentos
puros que mantêm o corpo e a mente claros,
equilibrados, harmoniosos, tranquilos, fortes e
nutridos. São fáceis de digerir e resultam no
mínimo de toxinas. Ainda de acordo com esta
sabedoria ancestral a atitude frente a comida é de
suma importância. O silêncio e a concentração
na hora de comer, o agradecimento e reverência
aos alimentos e ao Universo é mais valioso que o
próprio valor nutricional dos mesmos. A quali-
dade do pensamento positivo e agradecido
brinda um perfeito equilíbrio psicofísico e espiri-
tual.
De modo geral e principalmente no Ocidente, a
alimentação geralmente está associada com o
prazer, convívio e entretenimento; prazer resul-
tante do atendimento da necessidade de obter da
natureza os meios materiais para a sustentação da
vida. Por isso, e porque somos uma espécie
social, este prazer se amplifica quando realizado
no convívio com outros, e pode ganhar ares de
entretenimento alegre e festivo. Em contraparti-
da, infelizmente, ela também pode se reduzir a
algo a ser ingerido rapidamente, sem estar cons-
ciente do ato, em tempos cada vez mais aperta-
dos, com comidas industrializadas apenas para
saciar o desconforto da fome, enquanto, freneti-
camente se manipula o celular ou se está imerso
em pensamentos.
No entanto, muito além disso, a comida é a
matéria prima da saúde e é importante fazer do
ato de comer o maior aliado da saúde. O conjun-
to de variáveis que incidem sobre o fenômeno
alimentação é praticamente infinito. Os seres
humanos são uma espécie omnívora, espalhada
em todos os rincões do planeta com cardápios
diversificados; são bilhões de seres, entretanto
cada um individualmente possui a sua própria
usina bioquímica com funcionamento específico
diferenciado, e cujo acúmulo de desequilíbrios
não é facilmente detectável, e a estes desequilí-
brios endógenos eventualmente podem já estar
instalados agentes patógenos externos ou virem a
se instalar a todo tempo e em quaisquer circuns-
tâncias motivados, principalmente, por maus
hábitos decorrentes da falta de informação, falta
de vontade consciente ou ainda autoengano.
Gigantescos interesses econômicos privados e
políticas públicas de governos a eles conectados
impõem, quer pela mídia, quer pelos seus contra-
tos mercantis, conceitos alimentares que os bene-
ficiem lucrativamente, mas que nem sempre
atendem ao melhor para a saúde da população.
Nesta temática, portanto, há um sem número de
controvérsias. Profissionais diferentes falam em
perspectivas diferentes com muitos tipos de
dietas diferentes que podem funcionar para
muitas pessoas. Tomemos como exemplo a
macrobiótica e o crudivorismo. Como é possível
que dietas tão diferentes possam funcionar?
Algumas pessoas se equilibram, outras se dese-
quilibram. A conclusão é que não existe uma
regra universal. Existem perspectivas diferentes
para cada caso, porque tudo depende da homeos-
tase, que é a capacidade do organismo buscar e
alcançar um equilíbrio físico-químico estável,
através do funcionamento adequado dos vários
sistemas orgânicos como o digestório, circulató-
rio, nervoso, endócrino, etc., que realizam
funções vitais.
Na busca da saúde para si e para os demais é
necessário testar, verificar, experimentar todas as
nuances, aprender a “escutar” as células, aprender
a se auto observar para sentir como é o funciona-
mento do próprio corpo e, assim, intuir o que é
o melhor para a sua individualidade biológica.
Uma alternativa, também, pode ser encontrar
um médico ou terapeuta ayurvédico e obter
orientações para uma dieta personalizada, de
acordo com o seu biotipo (dosha).
O comum na atualidade é comer muito mal com
grande quantidade de farinhas refinadas, gordura
hidrogenada e produtos de origem animal,
muitos deles altamente processados, sendo “apa-
rentemente normal” as pessoas chegarem aos 50
anos tendo que tomar vários tipos de remédios
para controlar os sintomas das doenças que fatal-
mente, começam a se manifestar. A humanidade
está em média vivendo mais, e cada vez mais o
219
tempo e os recursos adicionais se voltam para
superar o mal estar e os tormentos que as doenças
dos desequilíbrios alimentares vem produzindo.
Grande parte dos produtos alimentícios indus-
trializados são feitos de milho, soja, trigo e
açúcar, todos eles causadores de fortes desequilí-
brios. Mesmo nos produtos in natura os proce-
dimentos operacionais produtivos tanto no culti-
vo, como no comércio sofreram grandes trans-
formações e os produtos nos pontos finais de
venda, estão alterados. Assim, produtos nominal-
mente iguais aos anteriores agora já não aportam
os mesmos nutrientes que aportavam alguns anos
antes.
Com isto, dificuldades analíticas se instauram na
população: “como é que tal alimento pode me
fazer mal, se meus avós e meu pai e mãe com ele
sempre se alimentaram? ”.
Os alimentos de 40, 20, 10 anos atrás, por exem-
plo, frutas e legumes, não recebiam radiação
ionizante para prolongar sua vida útil, nem eram
mantidos 6 ou 7 meses em câmaras frias, evitan-
do as sazonalidades para garantir preços melho-
res. Farinhas altamente glutâmicas contaminadas
por agrotóxicos, óleos e margarinas de baixíssi-
mos desempenhos fisiológicos, entre tantos
outros exemplos de decadência qualitativa para
as funções fisiológicas humanas entre os mesmos
alimentos anteriores e os atuais. As quantidades
de componentes químicos não naturais tipo
conservantes, acidulantes, adoçantes, corantes,
reforçadores de sabor, de texturas, e/ou ainda
antibióticos e hormônios são apenas a ponta de
um iceberg. Ainda um outro lado da mesma
problemática qualitativa, da forma como todos
progressivamente são conduzidos a uma alimen-
tação inadequada à saúde, reside nas redes de
fastfood, as quais são um sucesso comercial com
um poder econômico imenso, embora já seja
sabido, mas pouco divulgado, o mal que este tipo
de alimentação frequente pode causar a médio e
longo prazos.
Outro lado nefasto da industrialização dos
alimentos é que ela gerou uma imensa concentra-
ção de recursos, via domínio de mercado, leis de
proteção e subsídios no caso da agricultura em
escala. Os produtores destas ditas commodities,
soja, milho, trigo, açúcar se obrigam a seguir
padrões produtivos cada vez mais globalizados a
fim de poder participar dos mercados submeti-
dos inclusive com cotação nas bolsas de valores
mundiais, cuja principal função é gerar lucros,
sem conduzir a uma melhoria nutricional dos
alimentos. Embora haja a pretensão de que se
vive numa situação de normalidade produtiva, o
volume de agrotóxicos utilizados na produção
destas commodities vem se elevando progressiva-
mente, principalmente nos países em desenvolvi-
mento, aos quais é liberado o uso de venenos
altamente danosos, já proibidos em países desen-
volvidos.
A produção em escala, com cada vez maiores
investimentos em tecnologia, também conduziu
a uma simplificação e desvalorização do trabalho
humano, com a consequente degradação das
condições laborais, gerando exércitos de traba-
lhadores super exigidos em cargas horárias cada
vez mais exaustivas e com menor remuneração,
levando a exaustão, stress e doenças físicas e men-
tais.
ALIMENTOS INFLAMATÓRIOS
No universo de produtos alimentícios alguns são
altamente inflamatórios do organismo. O seu
consumo excessivo destrói a integridade intesti-
nal e abre a porta para que outras substâncias
não inflamatórias se tornem inflamatórias. A
medicação geralmente pode silenciar os sinto-
mas, mas a inflamação e a lesão continuam. Em
muitos casos os remédios podem ser tão poten-
tes que acabam por inibir até mesmo aqueles
naturais processos inflamatórios que o corpo
precisa para se recuperar de outros agentes agres-
sores.
É de cada um e responsabilidade de todos ter um
papel proativo na transformação pessoal e do
coletivo. Neste sentido se faz muito necessário
compartilhar os saberes e esclarecer as pessoas,
isto porque a falta de informação adequada as
induz a fazer más escolhas com alto custo pessoal
e ambiental.
Trigo, milho, soja, açúcar e óleos vegetais são
altamente inflamatórios e podem destruir os
220
hormônios, o metabolismo e também causar
doenças cardíacas, diabetes tipo 2, Alzheimer e
câncer. Além disso, açúcar, milho e trigo
possuem elevado teor de açúcar ou frutose, os
quais provocam, no processo metabólico, uma
elevação na produção de insulina que retira a
glicose do sangue e a armazena como gordura no
tecido adiposo, principalmente no abdômen,
onde é ainda mais preocupante para a saúde
humana, conduzindo a processos mais graves de
obesidade mórbida.
O efeito inflamatório acumulado por longos
processos alimentares desequilibrados, somado a
fatores circunstanciais como o cigarro, o acúmu-
lo de elementos tóxicos como os metais pesados,
pode provocar alteração na expressão gênica que
faz doenças latentes aparecerem , principalmen-
te as doenças autoimunes.
É possível silenciar a expressão dos genes que
podem desencadear patologias através de uma
alimentação que inclui alguns nutrientes impor-
tantes e fundamentais. Os nutrientes são o que
toda célula precisa para se construir. Alguns dos
mais importante são: magnésio, zinco, cobre,
selênio, manganês, vitaminas C, B12, D, ácido
fólico que, em níveis ótimos, são fatores de
longevidade com mais saúde.
Um importante fator a ser considerado é a
presença de metais tóxicos, poluentes e toxinas
no organismo que concorrem com os nutrientes
e bloqueiam a sua ação. Chumbo, cádmio,
alumínio, mercúrio, níquel, arsênico, flúor, são
elementos que estão cada vez mais altos no
corpo das pessoas e dos animais devido a alta
poluição do planeta resultante do descarte
inadequado de diversos materiais como pilhas,
baterias, lâmpadas, uso de fertilizantes, agrotóxi-
cos e a queima de combustíveis fósseis. Esses
tóxicos vão se incorporando ao organismo e por
mais que a pessoa esteja nutrida, se estiver into-
xicada, o resultado pode não ser bom porque os
poluentes irão competir ou bloquear a ação dos
nutrientes.
O mercúrio, por exemplo, concorre com o
selênio. Em uma intoxicação por mercúrio é
importante aumentar o consumo de selênio.
Estudos feitos com populações ribeirinhas na
região Amazônica que estão expostas ao mercú-
rio demonstraram que elas não apresentam
sintomas de intoxicação porque consomem
grandes quantidades de castanha do Pará que é
riquíssima em selênio.
TRIGO
Inclusive o integral, contém um carbohidrato
raro chamado amilopectina-A que eleva demasia-
damente os níveis de açúcar no sangue até mais
que o próprio açúcar. Além disso, ele possui
anti-nutrientes como o fitato que bloqueia a
absorção do zinco, ferro, manganês e cálcio. O
trigo, ao longo dos últimos 50 anos, sofreu
modificações genéticas com intensa concentra-
ção de glúten para melhorar o processo de panifi-
cação. Pães, biscoitos, macarrão, bolos, engor-
dam o corpo, envelhecem a pele e causam doen-
ças.
GLÚTEN
Este componente alimentar está presente, além
do trigo, na cevada, centeio e triticale que, em
menor ou maior grau, causa intolerância em
todas as pessoas. Vários estudos apontam que o
glúten está associado a manifestação de doenças
autoimunes como artrite reumatóide, doença de
chron, autismo, esclerose e até esquizofrenia
porque gera uma resposta exacerbada do sistema
imune.
ÓLEOS VEGETAIS
Soja, milho, girassol, canola, todos podem fazer
mal e em alguma medida é certo que já o estão
fazendo. Eles contem gordura trans que podem
causar diversos problemas de saúde, principal-
mente as cardiopatias. Contém muito ômega 6
que é um ácido graxo inflamatório e pouco
ômega 3 que é anti-inflamatório. A proporção é
de 20:1, quando o ideal é de 1:1. Os óleos mais
adequados ao corpo humano, indicados pela
maioria dos especialistas em questões nutricio-
nais, são o óleo de coco, azeite de oliva extra-vir-
gem, castanhas, nozes, abacate e ghee obtido a
partir de manteiga orgânica.
221
AÇÚCAR
Existe a crença de que basta se exercitar mais para
“queimar” o açúcar eventualmente consumido
em excesso. Na verdade, o consumo de açúcar
produz picos de insulina em níveis extremos,
gerando o chamado estresse oxidativo que é o
excesso de radicais livres no corpo com grande
desgaste para o pâncreas que a médio e longo
prazos cria resistência a insulina culminando no
desenvolvimento da temível diabetes tipo 2. O
açúcar também eleva demasiadamente os trigli-
cerídeos, fator importante do desenvolvimento
de doenças cardíacas. O consumo relativamente
seguro é de 5 gramas, o equivalente a uma colher
de café, de mel ou açúcar mascavo. Um pedaço
de bolo com 40/50 gramas de açúcar consumi-
dos em uma única sessão causa um dano real.
Um copo de refrigerante tem cerca de 45 gramas.
Então, imaginem o efeito que um pedaço de bolo
e um copo de refrigerante fazem no organismo e
imaginem também que essa combinação é ofere-
cida amiúde para as crianças, somados ainda a
mais doces, em festas de aniversário.
LÁCTEOS
Todos os produtos lácteos industrializados são
feitos com leite inflamatório, produzido em larga
escala, com a utilização, nos animais, de hormô-
nios e antibióticos entre outros agentes nocivos,
sem contar o stress permanente em que eles
vivem. As vacas holandesas, que são a maioria no
ocidente, produzem o leite chamado A1, mas o
leite que o ser humano costuma digerir melhor é
o tipo A2 que é produzido por cabras, ovelhas e
pelas vacas indianas e francesas cuja predominân-
cia é o gado zebu.
CARNES
As vermelhas possuem aminoácidos e alto teor de
gorduras saturadas que faz com que o fígado
produza substâncias que inflamam as artérias. As
brancas, como o frango, possuem excesso de
antibióticos, hormônios e microtoxinas, substân-
cia produzida por fungos presente na ração que
pode causar efeitos agudos nos animais e, por
consequência, em quem os ingere. Animais
altamente estressados pelas condições degradan-
tes e cruéis em que são mantidos e abatidos certa-
mente resultarão em produto alimentício infla-
matório.
ALIMENTOS COM SINAL VERMELHO
Exemplo de alimentos que devem ser eliminados
ou drasticamente reduzidos da dieta cotidiana
são: pães, cereais, biscoitos (refinados e integrais),
leite de soja, suco de laranja, de maçã e outros,
margarina, bebidas esportivas, barrinhas de cere-
ais ou de proteínas com açúcar ou xarope de
milho, bolo de arroz, massas, sorvete, sobremesas
diet, transgênicos, energéticos e óleos vegetais.
Diminuir o consumo de carnes, berinjela, que
são de difícil digestão e o tomate que produz
muito ácido clorídrico podendo causar gastrite e
úlcera. Também reduzir feijões e ervilhas, pois
possuem excesso de lectina, que causa inflama-
ção, porém possuem muitos outros nutrientes
benéficos. Uma das maneiras de reduzir o teor
de lectina é deixar os grãos em molho levemente
ácido, água filtrada com vinagre ou limão, por 72
horas, lavando e trocando a água a cada 8 hs,
depois cozinhar muito bem.
Soja e seus derivados, principalmente o PTS
(proteína texturizada de soja) que é um resíduo
da fabricação do óleo, devem ser eliminados por
trazer grandes danos a glândula tireoide. Além
disso, também podem causar desconfortos abdo-
minais como flatulência e diarreia em indivíduos
sensíveis, bloquear a absorção de minerais como
zinco e ferro, causar distúrbios na produção de
estrogênio em homens e mulheres ocasionando
diversos problemas de saúde. Os fermentados
derivados da soja, tipo tofu, missô e shoyo devem
ser consumidos com bastante moderação, desde
que provenientes do cultivo orgânico de soja.
ALIMENTOS COM SINAL VERDE
É muito importante, para a saúde, dar prioridade
aos seguintes alimentos:
a) Fermentados - kefir, kombucha, chucrute,
iogurtes veganos. São ótimos, pois possuem
pectídeos que são anti-inflamatórios;
b) Gorduras anti-inflamatórias: coco, azeite de
oliva, abacate, castanhas, omêga 3;
222
c) Proteína vegetal absorvível: moringa, spiruli-
na, clorela são riquíssimas fontes;
d) Algas marinhas, brotos, cúrcuma, legumes,
verduras, chá verde, frutas dando prioridade as
que apresentem teor reduzido de frutose.
A melhor dieta para a saúde integral é a vegana
orgânica e minimamente processada, tanto
quanto possível. Em um período de transição de
uma dieta irrestrita para uma dieta vegana pode
ser considerado como menos ruim a introdução
da dieta vegetariana desde que os produtos lácte-
os e ovos, principalmente, sejam de produção
orgânica.
Uma dieta vegana, com grande parte de alimen-
tos crus, respeitadas as individualidades biológi-
cas, proporciona melhor funcionamento neuro-
lógico, mental e cognitivo, associados a um
impacto muito menor no ambiente. Fato esse
extremamente importante para um planeta que
parece estar se encaminhando, pelas ações huma-
nas, a um desastre ecológico fatal para muitas
espécies, incluindo a própria. Pessoas que
mantém uma dieta vegana tem 32% menos
probabilidade de manifestar doenças do coração
em comparação com aquelas que são carnívoras.
Na população carnívora 26% desenvolvem pres-
são arterial alta contra apenas 2% dos veganos.
Cerca de 14 a 16 pessoas com dieta vegana
conseguem viver e sobreviver na mesma porção
de área de terra que uma pessoa que consome
carne. Em termos de consumo de água diário um
carnívoro demanda cerca de 17.000 litros contra
1.140 litros para um vegano. Combustível 1500
litros/ano contra 560. Cerca de um terço menos
de recursos naturais são requeridos para uma
dieta vegana. É uma diferença bem significativa.
Nos dias atuais estima-se que entre 40 a 60
milhões de pessoas morram de fome todo ano. Se
todos seguissem uma dieta vegana, o mundo
poderia ter 7 vezes mais alimentos, com muito
menos impacto ambiental. Temos o potencial de
alimentar o mundo e, ao mesmo tempo evitar a
crueldade, maus tratos e matança de animais.
Argumenta-se que este tipo de dieta causa defici-
ência de vitamina B12, porém pessoas com dieta
carnívora apresentam deficiência quase na
mesma proporção que as veganas, 40 a 50%,
respectivamente. A solução é a suplementação,
inclusive das Vitaminas D, C e ácidos graxos de
cadeia longa DHA e EPA.
O antigo tratado Patanjali Yoga Sutra fala da
ideia de “Ahimsa”, não violência, como um dos
valores nucleares do ioga. No aspecto sutil, a dor,
a miséria, o medo e a angústia que o animal sente
ao ser abatido entram, energeticamente, no
corpo daqueles que os consomem, deixam suas
mentes agitadas e bloqueiam o fluir da energia
espiritual. Uma alimentação baseada na parte
mais inferior da cadeia alimentar, consistindo em
muitos vegetais e frutas orgânicos, sem nenhum
produto de origem animal é muito mais calman-
te para a mente.
A prática de Yoga é o alimento para o corpo ener-
gético, a meditação para o corpo espiritual e a
dieta vegana para o corpo físico. Este estilo de
alimentação ajuda a proteger o meio ambiente,
os ecossistemas corporal pessoal e planetário,
favorecendo a elevação da consciência para que
os seres humanos possam se tornar super condu-
tores do Divino!
DESINTOXICAÇÃO DO
ORGANISMO
Beant Sobha Kaur
“Quando a dieta está errada, a medicina não
adianta. Quando a dieta está correta, a medici-
na não é necessária”.
Provérbio Ayurvédico
O processo digestório naturalmente gera resídu-
os. Embora o corpo tenha mecanismos próprios
de eliminação dos subprodutos do seu metabolis-
mo, como suor, urina e fezes, ele pode ter
dificuldade na eliminação das impurezas, toxinas
dos alimentos, cosméticos e produtos de limpeza.
O comum na atualidade é comer muito mal
acarretando na carência de vitaminas, sais mine-
rais, proteína biodisponível, ácidos graxos essen-
ciais, que podem resultar em deficiência imune
com a diminuição da capacidade física e mental.
Não bastasse a falta de nutrientes essenciais na
dieta moderna, a natureza do organismo vem
sendo constantemente poluída com químicos
diversos, embalagens plásticas com componentes
223
químicos tóxicos, ingestão de grandes quantida-
des de farinhas refinadas, gordura hidrogenada,
produtos de origem animal altamente processa-
dos, açúcar, agrotóxicos, metais pesados, entre
outros.
Infelizmente vivemos num tempo em que as
grandes industrias não desenvolvem produtos
alimentícios com a intenção de satisfazer as
necessidades de bem-estar e saúde, mas para
atender essencialmente as necessidades de lucro.
Para isso, ainda que implique no sacrifício da
qualidade do produto, não hesitam em adicionar
corantes, conservantes nocivos, substâncias
neurotóxicas que viciam o paladar, gorduras
inadequadas, farinhas e açúcares que causam
inflamações sistêmicas.
O acúmulo de toxinas no organismo vai degene-
rando o ecossistema interno, bloqueando o
funcionamento dos órgãos, a circulação da
vitalidade e, aos poucos, impossibilitando a
manutenção da saúde, da beleza e do bem-estar
natural, sendo comum as pessoas chegarem aos
50 anos, tendo que tomar vários tipos de remé-
dios para as doenças causadas pelo estilo de vida
moderno.
A desintoxicação periódica e regular é importan-
te como um auxílio para o organismo remover
de sua estrutura as diversas toxinas que possam
estar se acumulando, desde as toxinas e dejetos
naturalmente produzidos pelo metabolismo até
as toxinas artificialmente introduzidas pelo estilo
de vida moderno, ao mesmo tempo em que gera
uma consciência maior sobre o que o contamina,
evitando expô-lo a estes agentes.
Existem dois fundamentos da saúde natural que
consistem em dar ao corpo tudo o que ele preci-
sa: alimentos naturais, repouso, afeto, atividade
física, sol, arte, conhecimento e e evitar expô-lo
ao que ele não precisa: todas as artificialidades do
mundo moderno. Com a aplicação desses dois
fundamentos é possível o desaparecimento de
incontáveis sintomas desagradáveis como dor de
cabeça, dor nas articulações e coluna, problemas
de pele, constipação, dificuldade de concentra-
ção e até mesmo a reversão de doenças crônicas
com o ativamento dos mecanismos de auto-cura
naturalmente presente nos organismos vivos o
que pode ser obtido com a mudança de hábitos e
com a limpeza dos poluentes já instalados.
Existem diversas técnicas de desintoxicação cuja
origem se perderam no tempo. Outras se manti-
veram e chegaram até os dias atuais, como o
panchakarma da ancestral Medicina Ayurvédica
Indiana. Se naqueles tempos remotos, nos quais
não havia toda a poluição que enfrentamos atual-
mente, a desintoxicação já se fazia necessária,
imagine nos dias de hoje. Atualmente outras
técnicas foram desenvolvidas podendo ser aplica-
das pela própria pessoa no conforto do lar. Ao
eleger um método, este deve ser seguido com a
máxima diligência para se obter os melhores
resultados, evitando expor o corpo a riscos desne-
cessários.
Os principais órgãos internos que são beneficia-
dos com uma profunda limpeza e tonificação são
os rins, intestinos, fígado e vesícula. Estes órgãos
desempenham importantes funções na manuten-
ção da vida e da saúde.
RINS
Os rins eliminam as toxinas que foram dissolvi-
das e liberadas pelo fígado. Afetam a massa cere-
bral, influenciando o grau de inteligência, criati-
vidade e astúcia. Determinam a força dos cabe-
los, dentes, ossos, medula óssea e acuidade audi-
tiva.
As qualidades ligadas ao bom funcionamento
dos rins são a delicadeza, calma, brandura, deste-
mor e a persistência, enquanto a principal
emoção negativa é o medo que pode afetar
também a bexiga.
Os primeiros sinais de que os rins estão fracos são
cansaço, fadiga, lentidão do pensamento,
aumento de pressão arterial, olheiras e dor na
coluna lombar. Com o passar do tempo e a
manutenção de maus hábitos, os sintomas
também aumentam: mãos e pés frios e úmidos,
sudorese noturna, retenção de líquido, edemas,
dores nos joelhos, urina noturna, náuseas, boca
seca, cistites, infecções constantes, artrite e escle-
rose.
224
Alguns alimentos são muitos prejudiciais aos
rins, como as proteínas animais que geram ácido
úrico; carnes industriais e bebidas gaseificadas
como refrigerantes que contêm altos níveis de
fosfato; chá preto, espinafre, gergelim tostado
que são ricos em oxalato de cálcio que se cristali-
zam e formam pedras.
Ácido úrico, oxalato de cálcio, fosfatos, restos
metabólicos e poluentes diversos se unem a
outras partículas oriundos geralmente de alimen-
tos impróprios, formando cristais. Estes, com o
tempo, podem crescer, ganhar corpo, até se
transformarem nas temíveis pedras que se aglo-
meram e se acumulam nas paredes internas dos
rins fazendo com que a função deste importante
órgão perca a eficiência, além de gerar crises
intensas de dor.
No entanto, uma dieta rica em cálcio biodisponí-
vel, magnésio e vitamina B6 favorece muito a
saúde dos rins, prevenindo a cristalização do
oxalato. Os alimentos altamente benéficos são:
beterraba, mirtilos, aipo, cereais integrais, cebola,
morango, melancia, abacaxi, batatas e agrião.
As melhores opções de líquidos são: água mine-
ral, água de coco, suco de pepino, suco de salsi-
nha, suco de melão, suco de melancia (batido
com a semente e a entrecasca branca), suco de
limão, suco de lima e suco de laranja. Podem ser
tomados à vontade longe das refeições.
INTESTINOS
O intestino humano é composto de intestino
delgado, responsável pela absorção da maioria
dos nutrientes e intestino grosso cuja função é a
absorção de água, armazenamento e eliminação
de resíduos sólidos. O comprimento total varia
entre 6 e 8 metros e 3 cm de diâmetro. É um
imenso filtro capaz de favorecer ou impedir a
entrada de determinados nutrientes e, até
mesmo, de substâncias que podem ou não ser
prejudiciais a saúde.
Entretanto, se as paredes intestinais estão preju-
dicadas e a flora bacteriana está desequilibrada,
há o que se chama de síndrome da permeabilida-
de intestinal, que faz com que toxinas, micró-
bios, partículas de comida não digeridas caiam
na corrente sanguínea, fazendo com que o siste-
ma imune, reconheça estas micropartículas como
patógenas e as ataca gerando várias consequên-
cias negativas. Embora esta não seja uma condi-
ção clinicamente reconhecida, alguns nutricio-
nistas e profissionais de medicina complementar
afirmam que ela resulta em várias doenças como
síndrome da fadiga crônica, artrite reumatoide,
lúpus, enxaquecas, esclerose múltipla e autismo.
As paredes intestinais são particularmente afeta-
das pelo estilo de vida moderno em que a
alimentação está muito longe da ideal e o orga-
nismo acaba tendo dificuldade para expelir a
totalidade dos resíduos provenientes do metabo-
lismo que vão se acumulando mais e mais com o
passar dos anos. Uma pessoa “normal”, pela inca-
pacidade de eliminação integral e regular, pode
carregar entre 4 a 5 quilos de matéria fecal tóxica
dentro de seu cólon.
Segundo especialistas, uma maneira de medir a
saúde dos intestinos é observar a frequência das
evacuações, que deveria ser de 2 a 3 vezes por dia
segundo estudos de pesquisadores que estiveram
em comunidades naturais que vivem longe dos
grandes centros urbanos. Um cólon constipado,
lento e inchado pode comprimir pulmões, cora-
ção, rins, etc, prejudicando seu desempenho.
Assim, não importa o quanto o problema instala-
do pareça longe do cólon, uma boa limpeza
intestinal pode trazer muitos benefícios.
No entanto, para esta limpeza, é importante não
considerar o uso de laxantes químicos e, mesmo
os naturais, pois sua ação costuma ser, na maio-
ria das vezes, muito agressiva, irritando a fina
membrana dos intestinos, causando assim a
contração dos seus músculos. Ainda que possam
causar um alívio temporário seu uso traz uma
série de efeitos colaterais preocupantes, tais como
dependência, pela incapacidade de gerar espon-
taneamente os movimentos intestinais, enfraque-
cimento dos músculos peristálticos, danos na
mucosa e diversos outros.
Os enemas são uma boa opção. O enema consis-
te no ato de introduzir água ou alguma infusão
pelo ânus, diretamente no final do cólon. Este,
225
ao contrair seus músculos para expulsar o líquido
expulsa, também, matéria fecal estagnada.
A lavagem intestinal tem sido um instrumento
terapêutico de eficácia comprovada há milênios,
tendo registros de uso no Egito Antigo, Índia,
Grécia, China, entre outros. A própria medicina
ocidental a usou muito, mas na era dos remédios
químicos esta técnica ficou completamente aban-
donada. Hoje em dia, os médicos só a utilizam
para o preparo intestinal em caso de cirurgia e
exames.
FIGADO E VESÍCULA
Depois da pele, o fígado é o maior órgão do
corpo humano. Seu trabalho é principalmente
depurar o sangue, mas sua função vai muito além
disso. Segundo Andreas Moritz, “o fígado é o
responsável pelo processamento, conversão,
distribuição e manutenção do suprimento de
energia do corpo, o qual consiste em nutrientes e
energia. A ineficácia destas funções vitais não
apenas compromete o desempenho do corpo
como um todo, como também a saúde de cada
célula. O fígado não consegue desempenhar estas
funções devidamente se os dutos biliares estive-
rem entupidos por pedras. Estas são causadas por
diversos fatores, dentre eles o acelerado ritmo de
vida moderno, stress, dietas desequilibradas,
estilo de vida destrutivo, uso de drogas medici-
nais, estimulantes ou álcool e ingestão de vene-
nos químicos, tais como aditivos alimentícios e
adoçantes artificiais.”
É o único órgão interno que é capaz de se regene-
rar. Se uma pessoa perder até 75% de seu fígado,
o restante é capaz de dar origem a um novo órgão
completo em até 8 anos. É muito resistente, por
isso só apresenta sintomas quando está grave-
mente afetado. Olhos sem vida, avermelhados,
visão turva; dormir muito sem se sentir descansa-
do; filme branco, amarelo ou cinza na superfície
da língua; problemas digestivos diversos; forma-
ção de gazes após alimentação; mau hálito; hálito
matinal com gosto amargo ou metálico; alergias
diversas; dor de cabeça; odor corporal forte,
TPM; acne, são sintomas indicativos de que o
fígado pode estar gravemente afetado.
A vesícula biliar é um órgão em forma de saco
localizado abaixo do lobo direito do fígado. Sua
função é armazenar a bile produzida pelo fígado
que atua na digestão e absorção de gorduras no
intestino. A extração da vesícula é indicada
quando esta ameaça se romper pelo excesso de
pedras, normalmente formadas por 80% de
colesterol, 15% de bile e o restante de bilirrubina
e outros elementos.
O que normalmente se ignora é que, antes de se
formarem na vesícula, muitas vezes essas pedras
se formam nos canais biliares do fígado. Uma
vesícula cheia de pedras é precedida por um
fígado obstruído em seus canais.
O procedimento de desintoxicação do fígado e
vesícula elimina, junto com os cálculos, milha-
res de substâncias tóxicas dos dutos. Este é sem
dúvida um dos mais importantes e poderosos
procedimentos para recuperar a saúde e elevar a
vibração do corpo. Pelo processo de reabertura
dos canais do fígado, o circuito de energia do
corpo é restaurado e a cura pode então ter início
em todos os níveis incluindo, além do corpo,
também mente e espírito.
RETORNO À NATUREZA
O ritmo caótico das cidades condena a humani-
dade dita civilizada a viver numa selva de pedra,
escondendo-se do sol, bebendo água engarrafada
em plástico tóxico, respirando fumaça de escapa-
mentos e chaminés, poluindo a si mesma com
comida artificial e ao planeta com suas embala-
gens que levarão centenas de anos para serem
degradadas.
Por estar imersa neste processo tão alienante ela
se esqueceu de que também é parte da natureza e
vive numa realidade artificialmente construída,
com muitos elementos químicos e sintéticos que
agridem sua harmonia orgânica natural.
Ao se iniciar o processo de despoluição da ecolo-
gia interna as pessoas, aos poucos, tornam-se
aptas a identificar os fatores que são agressivos à
vida e concomitantemente passam a perceber
que é na natureza que o corpo encontra seu equi-
líbrio.
226
Pelo fato de que isto acontece a partir da própria
experiência e consciência, o esforço para evitar a
poluição torna-se algo essencialmente mais fácil.
Mais do que uma questão de disciplina, de priva-
ção ou de escolha, torna-se uma questão de sensi-
bilidade e até de sobrevivência.
Aos poucos, as referências de valor vão se trans-
formando. O simples e natural se torna belo e
almejado. Desejos consumistas vão perdendo o
brilho e novos patamares de sensibilidade vão
sendo descobertos.
Surge claramente a percepção de que é preciso
que todos evoluam na maneira de viver e de
interagir com a vida em todos os seus aspectos,
iniciando pessoalmente a mudança e, como um
farol, iluminando e esclarecendo os demais,
lembrando que todos estão interconectados e
compartilham o mesmo destino vital neste
planeta.
“Eu vou para a natureza para ser acalmado e
curado e para colocar meus pensamentos em
ordem”.
John Burroughs
CONSUMO DE PROTEÍNA ANIMAL
Yogi Bhajan
Embora comer muita proteína seja, em si, um
problema, um problema muito maior é comer
carne. Bem, não considere as implicações morais
de comer carne. Estritamente do ponto de vista
da saúde, comer carne é imprudente, e isso inclui
ovos. Os ovos, como outras carnes, são uma
proteína animal concentrada. Por que a proteína
animal é ruim? Quando um animal morre, suas
proteínas coagulam em poucas horas. Eles
passam por um processo chamado "autoputrefa-
ção", no qual a substância original começa a se
desintegrar e decair, liberando várias toxinas.
Quando você come carne, ela não pode ser com-
pletamente quebrada no trato digestivo superior,
e assim o processo de decomposição e liberação
de toxinas continua no cólon. Estas toxinas
podem inicialmente ser absorvidas pelo fígado,
mas eventualmente até o fígado não consegue
lidar com elas e elas poluem o corpo. As proteí-
nas vegetais, por comparação, não sofrem
autoputrefação (a menos que estejam podres
antes de serem comidas). Seu principal resíduo é
a celulose, que é completamente inerte.
DIETA TERAPÊUTICA
A BASE DE FRUTAS, NOZES
E VEGETAIS
Beant Sobha Kaur
A medida que se vai progredindo na prática de
Kundalini Yoga, o Yoga da consciência, altera-
ções no estilo de vida deveriam acompanhar a
prática formal para atender o anseio de uma vida
melhor, mais saudável e feliz. A mudança de
hábitos alimentares pode ser um dos maiores
desafios, principalmente para quem ainda opta
por uma dieta que inclui proteína animal. Pode
ser ainda mais difícil por gerar dúvidas de como
fazer a transição para a dieta vegetariana e, ainda
melhor, para a dieta vegana.
Yogi Bhajan deu esta dieta na qual ele recomen-
dava somente frutas, nozes e vegetais para alunos
iniciantes de yoga que, em 1969, eram basica-
mente os hippies que vinham em grande número
para as suas aulas. Ele os encorajava para que
progressivamente abandonassem a dieta baseada
em carnes e abraçassem um estilo de vida saudá-
vel. Esta dieta poderia complementar o processo
de limpeza iniciado pelo yoga, descortinando um
mundo novo pelo prazer de comer leve e cons-
cientemente.
Nas palavras do próprio Mestre: “esta dieta era
usada na Índia quando a pessoa parecia velha. O
corpo se desgasta, se torna impotente. Diz-se que
ela limpa o sistema e revitaliza o corpo. Nos
primeiros dias, você pode se sentir fraco, mas,
depois, sua força crescerá gradualmente e você
começará a se sentir leve e feliz.”
A melhor estação para esta dieta são os meses
mais quentes da primavera, verão e outono,
quando as frutas frescas e vegetais estão mais
disponíveis.
OBJETIVOS
1. Físico: perda de peso e limpeza do muco.
227
2. Mental: quebrar hábitos negativos de alimen-
tação, ser feliz.
3. Espiritual: transição para uma frequência
vibratória energética mais elevada; estar em
maior  harmonia com seu corpo e com seu
mundo.
DURAÇÃO
Trinta (30) dias. Sempre que sentir necessidade
de uma limpeza geral do organismo, quebrar
padrões negativos de alimentação ou mesmo
para se sentir leve e com muita energia. Se trinta
dias parecem muito, inicie com duas semanas até
desenvolver a confiança necessária para continu-
ar pelo tempo total. Ao começar a dieta, pode ser
que haja um curto período de fraqueza e pouca
energia. Isto é normal, especialmente para aque-
las pessoas com dieta rica em produtos processa-
dos e produtos de origem animal. É necessário
persistir, permitir que o corpo vá se ajustando
gradualmente às frequências mais elevadas.
EVITAR
Carne, peixe, aves, ovos, bebidas alcoólicas, café,
drogas lícitas e ilícitas, laticínios, grãos, feijões,
alimentos embalados, comida processada, açúcar,
mel (exceto um pouco no chá yogi), castanhas
torradas, manteigas de nozes e comidas fritas.
COMER
Grande quantidade de saladas – alface fresco,
outras verduras e brotos, temperados com óleo
prensado a frio (oliva, linhaça, abacate, etc) e
vinagre natural ou suco de limão, com adição
opcional de brotos de alfafa, brotos de feijão
moyashi, vegetais crus frescos, abacate, sementes
de girassol cruas, sementes de gergelim.
Vegetais no vapor com um pouco de azeite, um
pouco de sal marinho e pimenta negra ou verme-
lha.
Amêndoas cruas, deixadas de molho em água e
sem casca.
Abóbora assada. Batatas, sim, elas também são
vegetais e muito alcalinizantes para seu sistema.
Prepare-as no estilo do Punjabi com ervilhas e
cebola, com couve-flor fresca; ou assadas e servi-
das com um pouco de azeite.
Frutas frescas em qualquer momento. Smoothies
de frutas e vegetais, adicione um pouco de suco
de fruta para adoçar.
Se você comer usando um procedimento (ao
invés de engolir a comida em 15 minutos), o
alimento será seu melhor amigo, sua melhor
força e seu melhor ser. Normalmente, quando
você come, seu sistema nervoso inteiro se move e
você movimenta a boca e a língua junto. Mas,
quando você apenas engole o alimento, você não
o come.

Chá de ervas. Chá Yogi com leite de amêndoa e Quando você engole o alimento, que não é mas-
um pouco de mel. tigado adequadamente, ele engole a sua força e a
sua vida. Comer devagar é uma das melhores
FINAL meditações desta Terra.

Depois dos trinta dias, gradualmente adicione Sua Vida será longa e seu poder será grande se
leite desnatado, arroz e leguminosas e faça a tran- você provar cada bocado dos alimentos que
sição para uma dieta de manutenção yóguica. consumir.

NOTA

Caso exista algum problema de saúde, é reco-

mendável que haja a orientação de um médico
ou nutricionista para garantir que os ingredientes
são apropriados aos problemas físicos apresenta-
dos e compatíveis com a medicação eventual-
mente usada. A informação apresentada aqui é
da sabedoria yóguica antiga e não caracteriza
nenhuma prescrição.

BHOJ KRIYA:
COMO COMER
CONSCIENTEMENTE
PARA A BOA SAÚDE
Yogi Bhajan

Você come para viver. Você não deveria ingerir a

comida depressa, porque a secreção do estômago
é ordenada pela glândula pituitária e sob o
comando da pineal e, assim, se você encher
rapidamente o estômago, isto dará um choque
neste órgão, o que fará com que o estômago se
intumesça imediatamente. Este inchaço dará a
seu corpo um choque pelas próximas 3 horas e
isto é o que chamamos de dor de estômago.

Para a comida ser rejuvenescedora e para que ela

lhe dê força e mantenha o corpo jovem, você tem
que usar a saliva da boca. Se você não misturar
saliva a cada pedacinho de sua comida, você
estará comendo veneno. 

228
 EQUILIBRIO
ENDOCRINO E A SAuDE
BIO-PSICO-ESPIRITUAL

“Um dos grandes segredos do Kundalini Yoga,

que é responsável pelo seu poder,
é a sua habilidade
de fazer as glândulas secretarem”.

Yogi Bhajan

229
EQUILÍBRIO ENDÓCRINO E A
SAÚDE BIO-PSICO-ESPIRITUAL
Na medida em que nos envolvemos com o Kun-
dalini Yoga, vamos percebendo a relevância e
importância do estudo dos chackras e suas glân-
dulas correspondentes, dada sua imensa influên-
cia em nós, em diversos níveis. As glândulas
endócrinas são órgãos formados por tecidos espe-
cializados que produzem ou secretam substâncias
indispensáveis à harmonia do corpo. São chama-
das de “guardiãs” da nossa saúde. São elas que
produzem os transmissores químicos (hormô-
nios), que exercem uma grande influência tanto
no corpo físico, quanto na mente e nas emoções.
Existem dois tipo de glândulas: as exócrinas
(glândulas salivares, lacrimais e fígado, providas
de dutos), e as endócrinas (cujas secreções são
lentamente descarregadas na corrente sanguínea,
tais como: gônodas, pâncreas, supra-renais, timo,
tireóide, paratireóide, pituitária e pineal). Nesse
capítulo vamos apenas estudar as glândulas
endócrinas e como o Yoga favorece o seu ótimo
funcionamento.
WILSON (1985, p.18) afirma que todas as glân-
dulas endócrinas tem um papel específico na
economia de nossa vida física e tem uma corres-
pondência análoga em nossa vida psíquica. Elas
exercem uma grande influência no crescimento,
digestão, queima de energia, temperatura do
corpo, sexualidade e manutenção do corpo em
geral, além de auxiliarem o sistema nervoso a
regular muitos processos do corpo, exercendo
grande influência na mente.
Os hormônios transmitem informação para todo
o corpo, tendo um profundo efeito no estado de
espírito, no temperamento e na eficiência
mental. Quando há hiper ou hiposecreção (secre-
ção hormonal acima ou abaixo do normal) destes
hormônios, podem haver distúrbios emocionais
e/ou mentais. É o caso da hipersecreção do
hormônio da tireóide, por exemplo, o qual torna
a pessoa nervosa e irritada. As mulheres apresen-
tam maior autoconfiança no período de ovula-
ção, sob o efeito de altos níveis de estrogênio e
progesterona, e se tornam excessivamente sensí-
veis, ansiosas ou hostis quando estes hormônios
caem, no período pré-menstrual. O sistema
230
endócrino controla nosso humor e também tem
influência sobre os níveis de vitalidade e energia.
Os hormônios influenciam praticamente todas
as funções dos demais sistemas corporais.
Freqüentemente o sistema endócrino interage
com o sistema nervoso, formando mecanismos
reguladores bastante precisos. O sistema nervoso
pode fornecer ao sistema endócrino a informação
sobre o meio externo, ao passo que o sistema
endócrino regula a resposta interna do organis-
mo a esta informação. Dessa forma, o sistema
endócrino, juntamente com o sistema  nervoso, 
atua na coordenação e regulação das funções
corporais.
HORMÔNIOS E ESTADOS EMOCIONAIS
O endocrinologista LOUIS BERMAN (1928)
afirma que a nossa personalidade é um complexo
corpo/mente dominado pelas secreções endócri-
nas internas, entendendo que da mesma forma
com que estas secreções controlam a natureza
humana, quem as controlar, controlará a nature-
za. Citando o mesmo autor, “Cada aspecto da
atividade humana, do despertar ao dormir,
alimentar-se, casar-se, trabalhar, o ócio, a luta, a
brincadeira, sentir, usufruir, entristecer-se, cada
sombra de emoção e nuance de humor são episó-
dios endócrinos...” (p.11). A partir destas afirma-
ções percebe-se o quanto na verdade o controle
sobre as emoções não é algo tão voluntário ou
controlável como alguns poderiam supor.
De acordo com MACHADO (2011), a palavra
“hormônio” vem do grego horman: “levar,
impulsionar para a ação”, o qual, por sua vez,
vem de horme, “impulso”. Ele diz que “a motiva-
ção verdadeira pertence ao império dos hormô-
nios.”, pois mesmo antes de sermos “racionais”,
somos “hormonais”, em especial quando se trata
de atacar ou fugir, de ter garra, de ter disciplina
para conquistar o que se quer, para vencer
dificuldades, para ultrapassar obstáculos, para
superar adversidades.
SISTEMA GLANDULAR E DEPRESSÃO
De acordo com uma pesquisa feita pelo Dr. Régis
Ferreira e sua equipe ao longo de oito anos, cons-
tatou-se a freqüente associação entre doenças de
fundo hormonal e doenças psiquiátricas:
“No grupo dos pacientes deprimidos, 75% apre-
sentaram algum distúrbio endocrinometabólico
e 28,57% apresentaram disfunção mínima da
tireóide. (...) Os pacientes com neurose de ansie-
dade, com sintomas depressivos ou sintomas de
pânico comportam-se de maneira bastante seme-
lhante: o maior número de casos apresenta
distúrbios do metabolismo dos carboidratos
(hipoglicemia e diabetes mellitus). Isto significa:
se esperarmos algum diagnóstico num paciente
ansioso, a maioria deles apresentará um distúrbio
relativo ao metabolismo dos carboidratos. A
segunda maior incidência se refere às doenças da
tireóide.” (FERREIRA, 2010)
Os sintomas de se sentir triste, cansado, desmoti-
vado, sem disposição ou ânimo para as coisas
mais comuns, embotamento do raciocínio, perda
da capacidade de concentração, distúrbios de
memória e perturbações do ritmo normal do
sono, além de alterações importantes do compor-
tamento alimentar podem tanto ser atribuídas à
depressão quanto ao hipotireoidismo. Desta
forma, há grande possibilidade de muitas pessoas
estarem sendo diagnosticadas como depressivas
enquanto na verdade sofrem de hipotireoidismo.
Depressão e hipotireoidismo se apresentam com
quadros clínicos muito semelhantes, tornando
muitas vezes difícil o diagnóstico diferencial
entre eles. No caso de hipotireoidismo, há testes
que podem ser feitos para confirmar a sua
existência e a substituição hormonal é receitada
com resultados “excelentes, consistentes e defini-
tivos”, de acordo com os médicos. Entretanto, há
diversas pesquisas que já apontam para a possibi-
lidade da medicação ser reduzida através da práti-
ca consistente de yoga e alterações na forma de se
alimentar.
Nos casos de depressão, há critérios específicos
para seu diagnóstico e diversos subtipos, que
podem vir desde uma depressão leve, que muitas
vezes passa desapercebida para a pessoa e seus
familiares, até uma depressão grave maior, inca-
pacitante e que pode levar ao suicídio.
SISTEMA GLANDULAR E MEMÓRIA
A participação hormonal nos processos relativos
à memória envolve a idéia de ação hormonal
231
sobre o sistema nervoso e abundante evidência
científica suporta essa hipótese. Isto porque os
hormônios influenciam tanto a consolidação das
memórias emocionais quanto sua disfunção
pode causar um impedimento temporário na
recuperação de memórias.
O impacto dos diversos hormônios produzidos
pelo sistema endócrino é de tal importância que,
na avaliação de um paciente com transtornos de
memória torna-se absolutamente indispensável a
avaliação endócrina e metabólica, no sentido de
otimizar os procedimentos diagnósticos e melho-
rar os resultados terapêuticos.
EMOÇÕES E HORMÔNIOS
ANDREWS, citando a neurologista Candace
Pert, afirma que “cada mudança de humor é
acompanhada por uma cachoeira de "moléculas
de emoção" - hormônios e neurotransmissores -
que flui através do corpo, afetando todas as célu-
las”. Isso porque em cada célula humana há cerca
de 1 milhão de receptores para receber essas subs-
tâncias bioquímicas, significando isso que
quando estamos tristes, tudo em nós está triste:
nosso fígado está triste, nossa pele está triste.
A MESMA AUTORA AFIRMA:
“Praticamente tudo no corpo é regulado pelos
hormônios. Eles estão entre os mais poderosos
agentes biológicos, influenciando, por exemplo,
nossa resposta ao estresse. Cardiologistas pensa-
vam que as pessoas mais propensas a sofrer
ataque cardíaco - as com personalidade "tipo A"
- fossem apressadas, altamente competitivas e
hostis. Recentemente percebeu-se que o proble-
ma não é tanto o estilo de vida acelerado ou a
ambição compulsiva, mas a hostilidade. As
pessoas que respondem a chefes prepotentes ou
engarrafamentos no trânsito com irritabilidade
secretam até 40 vezes mais cortisol das glândulas
supra-renais.”
O cortisol em grande quantidade é tóxico para o
organismo e também afeta a nossa cognição. Ele
mata as células cerebrais no hipocampo (região
do cérebro responsável pela memória), e é por
isso que mais e mais pessoas estão perdendo a
memória. Pesquisas demonstraram que o declí-
nio da memória entre jovens de 30 a 40 anos
hoje em dia é o mesmo dos idosos de 70 a 80
anos.
Cada emoção tem um componente biológico,
por exemplo, no caso de uma pessoa deprimida,
tendemos a pensar que ela está sem energia,
enquanto pelo contrário, ela está secretando
desenfreadamente elevados níveis de cortisol,
sinal de que está lutando uma exaustiva batalha
mental - tudo dentro de si. Assim vemos a
depressão como uma agressão voltada para
dentro.
YOGA E EQUILÍBRIO GLANDULAR
A partir desses dados, conclui-se que uma boa
estratégia para alcançarmos uma boa qualidade
de vida é otimizar a secreção hormonal. Assim
como as emoções negativas são acompanhadas
por uma sopa bioquímica tóxica, as positivas
mobilizam um prazeroso coquetel de hormônios
e neurotransmissores benéficos para a saúde. As
kryas de kundalini yoga são projetadas para fazer
uma pressão sobre as glândulas através de ângu-
los específicos do corpo. Quando a postura é
relaxada, o relaxamento resultante permite que as
secreções circulem por todo o sistema sanguíneo,
trazendo equilíbrio ao sistema.
De acordo com ANDREWS, “... mais profunda-
mente oculto que a compreensão da nossa anato-
mia sutil estava o conhecimento de como trans-
formá-la. Através de milhares de anos de pesqui-
sa, os tântricos desenvolveram um vasto compên-
dio de técnicas – algumas simples, outras extre-
mamente complexas envolvendo postura, respira-
ção, som, visualização, concentração, dieta, uso da
água, vestuário, e ambiente para controlar os
subcentros dos chackras. Pela harmonização das
vibrações perturbadas dos chackras e equilibrando a
secreção hormonal das glândulas endócrinas, essas
práticas nos ajudam a ganhar controle sobre nossas
emoções – em nossas vidas.”
Hoje em dia não é incomum que em paralelo ao
tratamento da depressão seja indicado que a
pessoa pratique yoga e/ou exercícios físicos como
uma forma de tratamento auxiliar. Isso porque as
232
endorfinas são liberadas em resposta a pratica-
mente qualquer esimulação física ou emocional,
e geram bem estar e prazer, relaxando o corpo e
equilibrando a mente. Assim, a prática de yoga,
que atua de forma ainda mais direta em diversas
glândulas e/ou no sistema endócrino como um
todo, na medida em que ele é interconectado,
mostra-se como uma alternativa muito interes-
sante como auxiliar no tratamento de diversos
distúrbios emocionais, tais como depressão,
transtornos de ansiedade, e distúrbios ligados ao
sono. Isso porque além de estar trazendo um
equilíbrio hormonal através de uma prática cons-
tante, atua na mente, proporcionando uma
mudança gradativa de hábitos, uma reversão em
padrões de respiração e comportamento, que leva
a pessoa a uma profunda transformação na sua
forma de sentir-se e experimentar a vida.
Segue abaixo a descrição de cada uma das princi-
pais glândulas endócrinas, com suas respectivas
descrições e funções principais:
GÔNODAS
Na mulher as gônodas são os ovários, no homem
são os testículos. Gônoda vem do grego gonos,
que significa “semente”, o que as liga ao conceito
de “gerar”, ou “tornar-se”.
As gônadas são glândulas reprodutivas. Os
hormônios secretados são geralmente anabólicos,
isto significa que promovem anabolismo, a fase
construtiva do metabolismo.
Os testículos secretam andrógenos, dos quais a
testosterona é a mais importante. Ela é responsá-
vel pelo desenvolvimento das características
sexuais secundárias masculinas e pela espermato-
gênese. Ela é também essencial para o crescimen-
to normal, desenvolvimento e maturação do
sistema esquelético masculino.
Os ovários secretam dois tipos de hormônios:
estrogênio e progesterona. O estrogênio promo-
ve desenvolvimento das características sexuais
secundárias femininas, a fase proliferativa do
ciclo menstrual, ovogênese e ovulação e muitas
mudanças durante a gravidez. A progesterona
promove a fase secrecional do ciclo menstrual,
preparação do útero para gravidez e preparação
das mamas para lactação.
PÂNCREAS
O pâncreas cria a condição necessária para a
digestão ocorrer, produz insulina e glucagon e
regula os níveis de açúcar no sangue. A perda das
funções endócrinas do pâncreas está associada à
diabetes melito, doença na qual o sistema imu-
nológico produz anticorpos que destroem as
células produtoras de insulina no pâncreas. A
ausência de insulina reduz a capacidade das célu-
las de absorver açúcar e outros nutrientes do
sangue. Como conseqüência, o açúcar no sangue
se eleva, a isso se chama hiperglicemia.
A insuficiência da insulina causa efeitos impor-
tantes no sistema nervoso central, afeta a dispo-
nibilidade de formação de hormônios tireoida-
nos, o que afeta a transformação de energia no
corpo em geral. Isso tudo pode afetar o armaze-
namento de serotonina e melatonina, o que
consequentemente atua no estado emocional do
indivíduo.
TIMO
Localizado no meio do peito, seu nome em
grego, thýmos, significa energia vital. Essa glân-
dula apresenta algumas características especiais:
ele cresce quando estamos contentes, encolhe
pela metade quando estressamos e mais ainda
quando adoecemos.
Essa glândula é um dos pilares do sistema imu-
nológico, junto com as glândulas adrenais e a
espinha dorsal, e está diretamente ligado aos
sentidos, à consciência e à linguagem. Como
uma central telefônica por onde passam todas as
ligações, faz conexões para fora e para dentro. Se
somos invadidos por micróbios ou toxinas, reage
produzindo células de defesa na mesma hora.
Idéias negativas podem ter mais poder sobre ela
do que vírus ou bactérias. Já que as idéias não
existem em forma concreta, o timo fica tentando
reagir e enfraquece, abrindo brechas para sinto-
mas de baixa imunidade, como herpes.
233
SUPRA-RENAIS OU ADRENAIS
As glândulas supra-renais situam-se logo acima
dos rins e produzem a adrenalina, aldosterona e
cortisona, as quais são segregadas automatica-
mente em uma situação de estresse. São elas que
ativam todos os órgãos do corpo para enfrenta-
mento dessas situações extremas, e suas respostas
primitivas são: lutar ou fugir. Como hoje em dia
as situações de estresse afetam a grande maioria
das pessoas, e elas não tem, na maior parte da
vezes nem como lutar e nem como fugir, a
tendência em geral é que a maioria das pessoas
acumule intensa pressão interna, se mantendo
num estado de contínua tensão. Os músculos
ficam tensos, a respiração irregular, a digestão fica
mais demorada.
As glândulas supra-renais hiperestimuladas
geram a princípio o estado de alerta, mas na
medida em que não há descarga, gera-se melan-
colia, depressão, neuroses de diversos tipos e
ansiedade. Esse estresse crônico afeta o sistema
imunológico, enfraquecendo-o. Sabe-se que o
estresse pode ser causador e/ou agravador de
diversos distúrbios, desde distúrbios gástricos,
dermatológicos, alérgicos e cardíacos.
TIREÓIDE
A glândula tireóide localiza-se na base do pesco-
ço, frente à traquéia, e abaixo do pomo de Adão.
Tem forma de borboleta. A função desta glându-
la é produzir, armazenar e liberar hormônios
tireoidianos na corrente sangüínea. Estes hormô-
nios, também conhecidos com T3 e T4, agem
em quase todas as células do corpo. Esses dois
hormônios aumentam a velocidade dos processos
de oxidação e de liberação de energia nas células
do corpo, elevando a taxa metabólica e a geração
de calor. Estimulam ainda a produção de RNA e
a síntese de proteínas, estando relacionados ao
crescimento, maturação e desenvolvimento. A
calcitonina, outro hormônio secretado pela
tireóide, participa do controle da concentração
sangüínea de cálcio, inibindo a remoção do
cálcio dos ossos e a saída dele para o plasma
sangüíneo, estimulando sua incorporação pelos
ossos.
A produção da quantidade de hormônios tireoi-
dianos é controlada pela glândula pituitária. O
hipotálamo ajuda a pituitária enviando informa-
ções e esta, por sua vez, controla a tireóide,
formando assim uma rede de informações inin-
terrupta.
PARATIREÓIDE
São quatro pequenas glândulas do tamanho de
uma ervilha, localizadas no lado interno da
tireóide. Segregam o paratormônio, que controla
o metabolismo de minerais como o cálcio e o
fósforo. A insuficiência desse hormônio causa
contrações musculares, e excesso pode provocar
descalcificação acentuada nos dentes e ossos.
HIPOTÁLAMO
Localizado no cérebro diretamente acima da
pituitária, é conhecido por exercer controle sobre
ela por meios de conexões neurais e substâncias
semelhantes a hormônios chamados fatores
desencadeadores (ou de liberação), que é o meio
pelo qual o sistema nervoso controla o compor-
tamento sexual via sistema endócrino.
O hipotálamo estimula a glândula pituitária a
liberar os hormônios que atuam sobre as gôna-
das, estimulando a liberação de hormônios gona-
dais na corrente sanguínea. Na mulher a glându-
la-alvo do hormônio gonadotrófico é o ovário;
no homem, são os testículos.
Como a pituitária secreta hormônios que contro-
lam outras glândulas e está subordinada, por sua
vez, ao sistema nervoso, pode-se dizer que o siste-
ma endócrino é subordinado ao nervoso e que o
hipotálamo é o mediador entre esses dois siste-
mas. O hipotálamo liga o sistema nervoso ao
sistema endócrino sintetizando a secreção de
neuro hormônios (também chamado de "libera-
dor de hormônios") sendo necessário no controle
da secreção de hormônios da glândula pituitária.
O hipotálamo também controla a temperatura
corporal, a fome, sede, e os ciclos circadianos.
Apesar de relativamente pequeno, é uma região
encefálica importante na homeostase corporal,
isto é, no ajustamento do organismo às variações
externas. Por exemplo, é o hipotálamo que
234
controla a temperatura corporal, o apetite e o
balanço de água no corpo, além de ser o principal
centro da expressão emocional e do comporta-
mento sexual. O hipotálamo faz também a
integração entre os sistemas nervoso e endócrino,
atuando na ativação de diversas glândulas produ-
toras de hormônios. A hipófise e o hipotálamo
são estruturas intimamente relacionadas morfo-
lógica e funcionalmente que controlam todo o
funcionamento do organismo direta ou indireta-
mente atuando sobre diversas glândulas como a
tireóide, adrenais e gônadas. Quase toda a secre-
ção hipofisária é controlada pelo hipotálamo,
que recebe informações oriundas da periferia
(que vão desde a dor até pensamentos depressi-
vos) e dependendo das necessidades momentâne-
as inibirá ou estimulará a secreção dos hormô-
nios hipofisários, por meio de sinais hormonais
ou neurais. O hipotálamo também produz dois
hormônios, a ocitocina e o hormônio antidiuré-
tico (ADH).
O hipotálamo está também associado a funções
relacionadas com emoções e humor. Sensações
como prazer sexual, sentir-se relaxado e “bem”
após uma refeição, a raiva e o medo estão relacio-
nados com o funcionamento do hipotálamo.
PITUITÁRIA (OU HIPÓFISE)
A pituitária, também chamada de glândula
“mestra” do organismo, é um órgão pequeno, e
coordena o funcionamento das demais glându-
las, porém não é independente, obedece a
estímulos do hipotálamo.
Esta glândula governa também a memória, a
sabedoria, a inteligência e o pensamento. Ela
regula a produção de hormônios de outras glân-
dulas, como a tireóide. O equilíbrio dessa glân-
dula permite que as situações da vida se tornem
mais claras, que as soluções cheguem de maneira
mais rápida e com inteligência lúcida. Restabele-
ce a sensação de paz e a qualidade do sono.
Além de exercerem efeitos sobre órgãos não-en-
dócrinos, alguns hormônios produzidos pela
pituitária atuam sobre outras glândulas endócri-
nas, comandando a secreção de outros hormô-
nios. São eles:
a) Tireotrópicos: atuam sobre a glândula endó-
crina tireóide.
b) Adrenocorticotrópicos: atuam sobre o córtex
da glândula endócrina adrenal.
c) Gonadotrópicos: atuam sobre as gônadas mas-
culinas e femininas.
d) Somatotrófico: atua no crescimento, promo-
vendo o alongamento dos ossos e estimulando a
síntese de proteínas e o desenvolvimento da
massa muscular.   quais vibram de acordo com ondas eletromagné-
PINEAL
A pineal é uma glândula endócrina pequena,
com o formato de uma pinha, situada entre os
dois hemisférios do cérebro. Ela mede cerca de
cinco milímetros de diâmetro. Há várias contro-
vérsias sobre as tarefas que cabem a esta glândula,
pois muitos estudiosos crêem que ela não detém
atualmente nenhuma função específica, mas
algumas certezas parecem existir, como a de sua
contribuição no equilíbrio dos ciclos considera-
dos vitais, especialmente o do sono, e na regula-
ção dos esforços sexuais e reprodutivos.
Esta glândula está envolta em uma delgada
camada de areia, considerada muito útil, respon-
sável pelo aprimoramento e pelas mudanças
progressivas nos órgãos sexuais. René Descartes
defendia a tese de que a glândula pineal seria a
morada da alma. Alguns vêem na Pineal uma
espécie de antena poderosa, teoria estimulada
pela presença de cristais de apatita neste órgão, os
ticas. No homem esta glândula está em conexão
direta com outras regiões do cérebro, tais como o
córtex cerebral, que tem a capacidade de traduzir
as mensagens transmitidas por ela. Assim seria
possível explicar eventos considerados paranor-
mais, como a clarividência, a telepatia e a mediu-
nidade.
Como se sabe, cada glândula está relacionada a
um chackra, e há uma interação de mão dupla
entre ambos. Qualquer disfunção nos chakras
afeta as glândulas correspondentes, e vice-versa.
Segue o quadro com o Chakras, a glândula
correspondente e sua localização:

CHAKRA GLÂNDULAS LOCALIZAÇÃO

MULADHARA Gônadas (ovários ou testículos) Base da coluna

SWADHISTANA Gônadas (ovários ou testículos) Raiz do pênis ou entre os ovários

MANIPURA Supra-renais e pâncreas Umbigo

ANÁHATA Timo Centro do tórax

VISHUDDHA Tireóide e paratireóide Centro da garganta

AJNA Pituitária Entre as sobrancelhas

SAHASRÁRA Pineal Centro da cabeça

235
PROGRAMA DE OITO AULAS PARA
EQUILÍBRIO GLANDULAR
AULA 1
Kriya: Sistema Glandular
Motivo: esse kriya ajusta o sistema glandular
conferindo grande vitalidade. Desbloqueia o
fígado, atua na circulação, equilibra as funções
do cérebro, nervos, rins, e ajuda a restaurar
quando há depressão glandular. Como é um krya
exigente, será orientado para a pessoa fazer até
onde conseguir, e se precisar parar, que pare até
recuperar-se e então continuar até o fim do exer-
cício.
Meditação: Meditação para Curar Vícios
Motivo: essa meditação corrige o desequilíbrio
tanto da glândula pineal quanto da pituitária.
Em especial, porque a radiância da pineal regula
a glândula pituitária, e esta por sua vez regula o
resto do sistema glândula. Além de atuar nos
vícios de cigarro, comida, bebida, e drogas, atua
em vícios subconscientes, tais como: vício em
aprovação, promoção, rejeição, amor, o que nos
leva à insegurança e padrões neuróticos de com-
portamento. Essa meditação foi escolhida para
logo após este krya pois ela é mais serena, exigin-
do menos esforço. 5 minutos.
AULA 2
Kriya: Série de exercícios para o cérebro e as
paratireóides
Motivo: essa série trabalha as glândulas tireóide,
paratireóide e pituitária. Ela se mostra bem
importante no trabalho referente ao equilíbrio
glandular na medida em que grande parte da
população apresenta sintomas relacionados à
disfunções na tireóide: cansaço, desânimo, triste-
za, desmotivação, distúrbios do sono, etc. Como
o tempo dos exercícios é longo (um exercício é de
4, outro de 15, e outro de 7 a 1), reduzimos o
tempo pela metade.
Meditação: O Impulsionador do Sistema Imu-
nológico: o Sol Interior
236
Motivo: essa meditação é uma avançada imuno-
terapia, combater vícios e bactérias. Foi escolhida
para essa sequência de aulas para equilíbrio glan-
dular pois o sistema imunológico interage com o
sistema nervoso central, com as glândulas e emo-
ções. Já está comprovado que as emoções negati-
vas atuam baixando nossa imunidade e abrindo
espaço para doenças emocionais e físicas. Essa
meditação atua tanto no sistema imunológico
quanto a nível emocional, desbloqueando os
conflitos internos. Com relação ao krya que foi
feito, estimula a elevação da carga prânica, e é
uma meditação poderosa e mais curta. 2 séries de
3 minutos.
AULA 3
Kriya: Além da Fadiga
Motivo: as glândulas supra-renais desempenham
um papel importante na saúde total do corpo,
mente e espírito, produzindo hormônios que
determinam quando o corpo deve estar relaxado
ou alerta. O estresse crônico deprime o sistema
endócrino, e mantem o corpo em constante
estado de tensão, alerta. Assim, esse kriya visa
regular esse desequilíbrio, fortalece as supra-re-
nais, melhora a digestão, equilibra o sistema
nervoso e os hemisférios cerebrais, ajuda a aliviar
o medo e revigora o corpo. Dependendo da
turma, será necessário fazer metade do tempo,
pois as posturas são exigentes.
Meditação: Meditação para o Triângulo Inferior
Motivo: é um curativo direto para os rins e as
glândulas supra-renais, auxilia a restaurar a ener-
gia escoada pelos stress. É importante o restabele-
cimento dos rins, em especial por este ser a “casa
da energia” do corpo. Um rim em ótimo funcio-
namento significa que a distribuição de energia
está disponível. As supra-renais geralmente são
hiperestimuladas quando estamos em situação de
estresse, e mantem o corpo e mente num estado
contínuo de alerta e tensão interna, e como resul-
tado, há depressão, ansiedade, neurose e melan-
colia. Por isso a importância dessa meditação.
AULA 4
Kriya: As Guardiãs da Saúde
Motivo: é um excelente kriya para regular o siste-
ma glandular, e mantê-lo em ótimo funciona-
mento. Além disso, regula o sistema linfático,
ajuda a regular o ciclo menstrual, direciona e
transforma a energia sexual, entre outros benefí-
cios. Se necessário, reduzir o tempo dos exercí-
cios para 3 quartos ou metade do tempo.
Meditação: Wahe Guru Krya para Equilíbrio
Nervoso
Motivo: este kriya estimula a Pituitária, torna a
mente clara e decisiva. Como a Pituitária é a
glândula Mestra e equilibra todas as outras, é
sempre interessante mantê-la em ótimo funcio-
namento. É um benefício em efeito cascata.
AULA 5
Kriya: Construa o sistema glandular e os órgãos
internos
Motivo: esse kriya traz um equilíbrio global para
o sistema glandular e previne possíveis problemas
com órgãos internos, se praticada regularmente.
Traz condições para que o corpo e a mente se
curem. Fazer duas vezes a série em tempo
integral.
Meditação: Reforce o seu sistema imunológico
Motivo: esse exercício traz energia para o sistema
imunológico, e como já foi citado, o sistema
imunológico e o sistema endócrino estão intima-
mente associados e interagem mutuamente.
AULA 6
Kriya: Regulagem do sistema glandular
Motivo: esta série é um sintonizador muito com-
pleto para todo o sistema glandular.
Meditação: Regulando os sistemas do corpo
Motivo: esta meditação favorece a auto-regula-
237
ção do corpo, sendo bastante tranqüilizadora.
Ajuda em problemas de menopausa, problemas
no sistema glandular, e regulação geral do corpo.
Essa meditação juntamente com o kriya anterior
é poderoso no sentido de equilibrar tanto o siste-
ma glandular quanto os demais sistemas do
corpo.
AULA 7
Kriya: Equilibrando a pineal, a hipófise e o hipo-
tálamo
Motivo: esse é um kriya poderoso para equilibrar
3 importantes glândulas do corpo. O hipotála-
mo, em especial, que atua como mediador entre
o sistema nervoso e endócrino, além de exercer
grande influência sobre a pituitária, que por sua
vez exerce influência sobre outras glândulas.
Meditação: Aliviando o estresse
Motivo: essa é uma meditação que trabalha
aliviando o estresse, ligado às supra-renais. Como
os exercícios do kriya são todos acompanhados
por mantras, e bastante permanências, escolhi
essa meditação por ela ser mais dinâmica, com
diversos movimentos.
AULA 8
Kriya: Equilibrando os vayus
Motivo: além de movimentar todos os vayus do
corpo: prana – que movimenta o coração,
udaana - na garganta, samaana – na região do
umbigo, apaana – na esfera do ânus e vyaana –
penetra o corpo todo, esta séria traz equilíbrio a
todo o sistema glandular.
Meditação: Para ver o invisível
Motivo: através dessa meditação o corpo produz
“a sua própria forma de morfina” para dar ao
corpo resistência, o metabolilsmo muda, as glân-
dulas secretam, o sistema nervoso será fortalecido
e o cérebro se auto-renovará.
O Professor
Espiritual

Yogi Bhajan
(textos retirados de palestras)

238
O PROFESSOR ESPIRITUAL
"Samskaras são a conta dos karmas que você
ganhou na vida anterior. O corpo físico foi
concedido a você de acordo com aqueles samska-
ras. Então você faz o karma nesta vida; samskaras
e karma se juntam e isso guia seu destino.
Se houver samskaras muito pesados e os karmas
não os ofuscarem (samskaras podem ser positivos
ou negativos, de ambas as maneiras), então um
ser abençoado tem a oportunidade de aprender
com um professor que é um professor de primei-
ra classe no caminho espiritual.
Existem três tipos de professores no Universo.
Um professor de primeira classe é um professor
que é muito duro, muito intolerante com os
erros dos alunos, e ele dá um golpe esmagador
em cada passo. Um professor de segunda classe é
aquele que apenas lembra a pessoa de seus erros,
e um professor de terceira classe é aquele que
simplesmente o agrada. Quanto mais difícil for o
professor, melhor ele poderá aprender; quanto
mais macia a professora, menos pode aprender.
Todo o tempo você está em uma luta entre o ego
e a alma, a mente consciente e inconsciente. Um
aluno entende um professor quando ele não o
entende com seu ego. Então ele pode entender
claramente. Se estou conversando com um
homem em uma sala e alguém está escutando
atrás da parede, ele não ouve claramente. Se ele
tentar ouvir de lá, ele pode não entender clara-
mente, porque a parede cria uma resistência à
corrente sonora. Assim, a parede do ego negati-
vo, ao tentar entender intelectualmente o que o
professor diz, cria um estado mental confuso em
um praticante normal.
Um professor não tem interesse em você, exceto
para torná-lo espiritual, autoconfiante e destemi-
do. Esse é o poder que ele tem e ele adotará todos
os métodos para mostrar sua fraqueza. Se ele não
pode mostrar sua fraqueza e sua negatividade,
então por que você tem um professor espiritual?
Um professor é uma pessoa que lhe diz onde você
está. Você não gosta disso porque isso machuca o
seu ego. Então, se você ama seu ego, não ande no
caminho da espiritualidade. Então ganhe dinhei-
239
ro, coma bife, beba cerveja, divirta-se muito, faça
orgias, faça algo que todo mundo está fazendo.
Eu direi ou ser um corvo e viver com corvos ou
ser um cisne e viver com cisnes. Não seja um
corvo e viva com cisnes, corvos não podem viver
com cisnes. Tem um efeito muito enfraquecedor.
Você deve basicamente entender essa verdade;
Quero deixar bem claro para você: se você quer
Deus, a consciência de Deus e a espiritualidade,
então aprenda a se render. Essa rendição não é
para um homem, mas sim para um guardião da
Verdade. Você tem que aprender a se render à sua
consciência superior. Sem aprender este primeiro
passo, você pode ter todo o conhecimento do
mundo sobre místicos e espiritualismo, mas não
conseguirá nenhum resultado. É por isso que
damos uma ordem básica de entrega àqueles
praticantes que querem estudar - eles devem
levantar de manhã, devem cantar o Santo Nam
para que sua alma se torne limpa e poderosa e seu
ego se torne cada vez menos e menos. . A rendi-
ção está dentro do ego.
Nosso propósito nesta vida é viver em uma cons-
ciência mais elevada e ensinar os outros a viver
em uma consciência mais elevada. Mas o melhor
teste para essa consciência é humildade, abnega-
ção e doçura. Quando você ensina, ensine com
honestidade, veracidade e franqueza. Como
professor, nunca comprometa. Como homem,
sempre comprometa. O professor que compro-
mete é um idiota; uma pessoa que não se com-
prometa é um idiota. Porque o professor não
ensina para si mesmo, mas para a consciência
superior. E a consciência superior nunca com-
prometerá com a consciência inferior. Esta é uma
lei direta e que deve ser considerada como uma
lei; isso tem que ser observado como uma lei.
Minha maior recompensa vem daqueles que
melhoraram a si mesmos; que vieram aqui para
este Yoga, esta união; e quem, a partir daqui,
mantém o mantra em seus corações. Minha
oração é que você continue melhorando a si
mesmo e se torne cada vez melhor.”
“Não há maneira de controlar a mente exceto
pelo mantra. A palavra mantra define as vibra-
ções da mente. A projeção da mente é chamada
mantra. Mantra é uma coisa muito poderosa.
Não é apenas uma misturança - lalalalala e
pronto. Mantras são permutações, combinações
através das quais o sistema de voz do humano é
originado. Afinal das contas, quando vocês
conversam uns com os outros, esse é um mantra
também, e quanto vocês falam um com os
outros, vocês afetam o outro, mas quando você
pega um mantra específico e o projeta, ele deverá
penetrar, e o quão poderoso o mantra é, deixe me
lhe dizer algo.
Existem cinco elementos e existem cinco senti-
dos, existem dez corpos e existem cento e oito
elementos báscios no universo, e existem estrelas
e milhões e milhões de anjos e zilhões e zilhões de
fantasmas. Todo esse ar é intacto, o poder do
homem, quando ele recita o mantra ou ela recita,
ele penetra através de tudo e é efetivo. Japa não é
uma ciência pequena. Japa significa repetição.
Agora, esse mantra que vocês recitaram:
Aad Sach, Djugaad Sach, Hé bhi Sach, Nanak
Hossi Bhi Sach
Não é parte do Mul Mantra, tenha em mente.
Existem dois sons, que você deve se lembrar,
goste você ou não. Esquça isso, de onde ele vem,
o que você pode fazer com isso? Você quer traba-
lhar nisso ou quer apenas filosofar a respeito?
Aad Sach, Djugaad Sach, Hé bhi Sach, Nanak
Hossi Bhi Sach
Isso é parte do mul mantra. Isto é, quando quer
que você se agite, ele vai consertar sua raíz.
Espontâneamente. Se você não tem nem um
segundo, coloque todo o tempo nisso. Se você
viver para repetir isso, você pode estar em um
aperto, não importa o quanto instável esteja.
Esses são os mantras que nunca se perderão.
Suponhamos que você esteja preso, não pode se
mover...
Aad Sach, Djugaad Sach, Hé bhi Sach, Nanak
Hossi Bhi Sach
Qualquer coisa que esteja te bloqueando, ele te
dará o caminho. Então esse é o poder do mantra,
pois ele move os elementos. Todos os cinco
elementos, o mantra move, os céus e a terra.
Cabe a você viver, cabe a você morrer. Deus
240
apenas te dá o sopro vital. Quando você recita
um mantra, você se torna positivo, puro e a sua
vibração é penetrante. Quando você se deprime,
quando lida com disparates e cria disparates,
então você se sincroniza totalmente com absolu-
tamente nada e se abre para todo tipo de fraqueza
e doença.
Por isso meus amigos, andem de cabeça erguida
ou simplesmente não andem. Viver em insulto e
em auto insulto é uma traição à vida. A vida é um
presente, não crie uma fenda entre você e Deus.
Se em algum momento, há um tempo ruim,
simplesmente entenda que o tempo bom está na
esquina. Porque depois de toda tempestade
brilha um raio de sol. Lembre-se, a vida não é
nada mais que uma oportunidade de experien-
ciar o êxtase. E você desperdiça isso. O que quero
dizer é, você entende que se você olhar de manei-
ra muito genuina e sóbria, de maneira efetiva,
iluminada e sabia e falar sabiamente e simples-
mente ser amável, isso é tudo o que é necessário
para impressionar todo mundo automaticamen-
te. Você não precisa jogar nenhum jogo.
Existe uma questão na sua vida: ser ou não ser.
Existe uma resposta para ela: deixe ser. Enquanto
você viver o ser ou não ser, você estará sendo um
patife, estará sendo estúpido, estará arruinando
esse lindo presente que é sua própria vida, não a
de ninguém mais. E quando você decide que isso
é assim porque é. Ser é deixar ser. Você estará
livre.
Bem e mal, felicidade e tristeza, tudo está na
mente. A mente pode te machucar, mas se você ir
além dela, a mente te servirá e poderá ser escravi-
zada, totalmente treinada como um elefante. Isso
é algo muito grande, não estou dizendo que é
uma coisinha. Mas com o mantra e suas ondas,
sua reverberação faz com que a sua mente traba-
lhe para você, Deus te quer. Isso é o quão belo
você pode ser.
Onde existe um ego não existe um amigo, pois o
ego te cega. Ele te cega, tudo bem, mas ele
também te limita. Ele te amarra completamente,
e te coloca no poço. Então, tudo tem que pene-
trar no seu ego ou você não poderá se mover”.
“Se você não ensina suas crianças, ninguém as
ensinará. Não crie filhos, ensine seus filhos.
Guru Dev Mata, Guru Dev Pita, Guru Dev
Swamy Parameshwara
A mãe é o professor, o pai é o professor, o mestre
é o professor, Deus é o professor. Tudo que é feito
nesse planeta, direta e indiretamente, é para nos
ensinar. É uma lei da natureza que o jovem tenta-
rá desbancar o velho, essa é a lei. Você não tem
como evitá-la. Mas os alunos respeitarão o
professor porque os alunos serão eles mesmos
professores amanhã. Não se pode bancar uma
rebelião. Se o aluno estúpido se rebela, seus
alunos serão sempre rebeldes, e ele não poderá
bancar esse jogo. Então, se os pais lidarem com
seus filhos como alunos, eles não se rebelarão. De
outro modo, o touro mais jovem vai atirar o
touro mais velho para fora.
Você sabe, eu tenho visto essa crianças nascendo,
peguei no colo, eles não sabiam como trocar as
fraldas, certo? Agora elas não querem usar sutiã
ou roupa íntima. O que deu errado? O que acon-
teceu? O que elas viram? Por que elas estão se
recusando a vestirem-se com sabedoria? Quando
um homem ou uma mulher se recusa a vestir-se
com sabedoria, estará desnudo diante do demô-
nio e esse é o fim da vida. Sua roupa não é o que
você está vestindo, sua roupa é a sua sabedoria e
a sua sabedoria é espontânea, é uma prática.
Onde existe dúvida, não existe amor. É um negó-
cio, uma barganha. E quando você começa a
barganhar na vida, pode esquecer”.
“Alguém uma vez me perguntou: O que há no
Jap Ji? Existem tantas escrituras... elas te contam
histórias de coisas que aconteceram há milhares
de anos, falam das pessoas que viveram nesses
tempos, suas conquistas e suas derrotas. Essas
pessoas não tinham medo das derrotas, e se em
algum momento eles eram derrotadas pelo
Karma, eles entendiam que a dedicação do
Karma para outras pessoas é Dharma, não há
diferença”.
“É esperado do corpo humano que viva, e a ação
e reação são as leis do corpo. Então quando há
uma ação e uma reação, você quer agir de manei-
241
ra neutra. Mas na maioria das vezes, você não
pode. Então você vai atrás do que você gosta e
não vai atrás do que não gosta. Mas existe uma
tragédia do espaço: o que você gostava quando
era criança, você não gostaria quando jovem. O
que você gostava quando era jovem, não irá
gostar quando adulto. E quando você gosta de
certar coisas na fase adulta, você irá odiá-las abso-
lutamente quando estiver na velhice. Não há
outra saída. O ciclo é chamado Kaal Chakra, o
ciclo do tempo segue se movendo. E não importa
o quanto você saiba ou o quanto você tenha
conquistado, você não escapará do Kaal Chakra.
Kaal Chakra é uma lei da vida - desh e kaal -
espaço e tempo. Kaal chakra significa o ciclo do
tempo que se leva para criar o que se chama de
Vidhi. Causa e efeito, e essa é a lei da natureza
que o Vidhi precisa trabalhar. Deus pode te
perdoar, eu te garanto. Mas a mãe natureza não o
fará. É uma mãe muito equilibrada. Ela cria
ambientes e circunstâncias nas quais você deve
pagar pelo seu Karma. O Karma nós devemos
fazer, e o que quer que façamos para nós mesmo
é um karma, o que quer que façamos pelos
outros é um Dharma. Não existe essa coisa de
dharma prescrito por tal e tal personalidade ou
pessoa, ou Deus falando dos céus, não funciona
dessa maneira. Dharma é quando você conscien-
temente se coloca a serviço dos outros, pela felici-
dade deles, pelo benefício deles, para tirar-lhes a
dor, dar-lhes vida, serví-los. Isso não exclui sua
esposa e seus filhos. Isso salva os outros, qualquer
um que não seja você. Se você é doce, amável,
compassivo, prestativo, isso é um ato dharmico.
E isso será contabilizado. Como é simples!
O Jap Ji apresenta você para você mesmo. Estu-
de-o dessa maneira”.
O GUERREIRO KUNDALINI
“Um Guerreiro Kundalini vive de agir, não de
pensar em agir, nem de pensar o que pensará
quando terminar de agir. É por isso que o Guer-
reiro Kundalini escolhe um caminho espiritual, e
o segue, rindo, vendo e conhecendo, sabe por
que ri, porque vê e porque conhece. Ao guerreiro
Kundalini não importam as honras, não impor-
tam os títulos, não importam as coisas feitas pela
mente mecânica, só tem uma vida para viver em
harmonia com tudo o que o rodeia.
Para ele não existe o bonito e o feio, o máximo e
o mínimo, o doce e o amargo, só a vida. Tem a
plena consciência de que é um pequeno ponto na
imensidão do universo e sente lástima por seus
irmãos que se crêem superiores por terem muito
dinheiro”.
A marca de um homem não é sua vestimenta e
sim seu interior.
Yogi Bhajan
O QUE É UM YOGUI?
“O homem nunca está sozinho, o homem é
sempre três: o homem, seu Guru e seu Deus.
Aqueles que estão atentos a isto são realmente
muito fortes. Mas a maioria de nós não está
atenta.
Aqui “Guru” significa a sabedoria… Deus é a
nossa fé interna. Pai, Filho e Espírito santo: você,
sua sabedoria e sua fé, estão sempre com você. Eu
acho que todas as religiões acabam por ensinar
isto. Mas isto só pode ser alcançado se você for
um Yogi. Um Yogi é uma pessoa que consciente-
mente quebra a barreira subconsciente e se une
com a consciência suprema. Um Yogi não é uma
pessoa que conquistou posturas, fica de ponta
cabeça, de forma alguma. Pessoas de circo podem
fazer posturas melhor que qualquer Yogi no
mundo, eu posso lhe afirmar isso.
Então Yoga não é posturas, Yoga também não é
filosofia – cada religião é cheia de filosofia. Yoga é
união; é a união consciente com a mente univer-
sal. Se ambas se misturam então o homem tem
seu Guru e seu Deus dentro dele. Em outras
palavras este homem é uma trindade, um
homem superior. A Era de Aquário vai produzir
homens num nível muito superior”.
O QUE É KUNDALINI YOGA?
Pergunta: O que é a Kundalini? Como é quando
a energia da Kundalini sobe? A Kundalini é como
a eletricidade?
242
Resposta: O que é Kundalini? É toda a energia
do cosmos no indivíduo e além do indivíduo. É
a energia da consciência. Sem o fluxo constante
dessa energia, você não poderia viver. Com um
grande fluxo, sua mente começa a fluir e a
despertar. Você deixa de viver em realidades
imaginárias e se torna muito obediente às tarefas
e alegrias da vida. Você a experimenta quando a
energia do sistema glandular se combina com o
sistema nervoso para criar uma sensibilidade tal
que o cérebro em sua totalidade recebe sinais e os
integra. Uma nova clareza acompanha sua
percepção, pensamento e intuição. Normalmen-
te você usa uma pequena parte do potencial do
cérebro.
Quando a Kundalini desperta, compreende-se o
efeito e o impacto de uma ação no início de uma
sequência de ação e reação. Então tem a opção de
agir ou não. Em outras palavras, uma pessoa se
torna total e completamente consciente. É por
isso que é chamado "o Yoga da Consciência".
Assim como todos os rios acabam no oceano,
todo Yoga acaba elevando a Kundalini. A Kunda-
lini é o potencial criativo do ser humano. Para
obter essa experiência da Kundalini, a tecnologia
e a ciência são necessárias. Após o oitavo ano de
vida, a glândula pineal não secreta completamen-
te. Algumas pessoas pensam que ela não tem
função na estrutura humana. O Kundalini Yoga
ativa seus potenciais latentes no cérebro. Ele
precisa tocar a energia de reserva que é armazena-
da perto do seu ponto de umbigo.
Existe uma fonte pura de energia na área do
umbigo que é conhecida, percebida e compreen-
dida pelos Yogis. É essa energia pura que guia e
desenvolve sua forma e conecta você a esta Terra.
Essa conexão e essa energia pura ainda estão lá.
Fazem parte da sua estrutura sutil como ser
humano. Tudo o que você tem que fazer é desen-
rolar essa energia e fazer uma conexão funcional
com sua glândula pineal. Uma vez que essa glân-
dula mestra, o canal da alma, começou a segre-
gar, ela lhe dará o poder de alcançar sua auto-rea-
lização em relação à consciência universal total. É
isso que deve acompanhar o despertar da Kunda-
lini. Eu falo cientificamente.
Esse mecanismo acontece, mas percebo que algu-
mas pessoas ainda desconhecem esses processos.
Se eu tivesse conversado há cem anos sobre a
energia atômica, as pessoas teriam dito: "É assus-
tador. É impossível. Quem quer fazer isso? Isso
não pode estar dentro de cada substância".

Eles não sabiam sobre o átomo, sua estrutura

interna e seus potenciais. Ainda temos a mesma
ignorância da natureza e estrutura internas da
consciência humana e seus potenciais. As pessoas
querem, mas estão assustadas, inventam histórias
quando não têm experiência e baseiam sua
crença em rumores e desinformação. Este é um
problema humano, não o problema de um indi-
víduo. Sem saber nada sobre o que algo é ou o
que algo realmente significa, nós nos contenta-
mos com opiniões e somos cheios delas. É por
isso que eu encorajo você a fazer perguntas,
aprender e experimentar.

Pergunta: Quando a Kundalini sobe, você entra

em transe ou fica rígido?

Resposta: Uma Kundalini elevada lhe dará graça

e movimento. A vida preenche todas as células
para que você seja capaz de se mover suavemente
com a consciência do ritmo e da música em
todos os seus ambientes. A Kundalini torna você
vivo e gracioso, não rígido como algum tipo de
morte.

Pergunta: Por que esses ensinamentos estão

sendo compartilhados tão abertamente agora?

Resposta: As técnicas pertencem aqueles que as

praticam. Eles são a herança da humanidade. Eu
sou apenas um carteiro com muitas cartas para
entregar. Você pode abrí-los e usá-los ou não -
esse é o seu problema. Mas o mundo está passan-
do por mudanças. As futuras gerações precisarão
dessas técnicas para se manterem mentalmente
saudáveis e fisicamente fortes. Esses ensinamen-
tos ajudarão a humanidade enquanto ela desper-
ta da adolescência. Estou compartilhando esses
ensinamentos para criar uma ciência do ser total.

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ESCOLA DE KUNDALINI YOGA E
DESENVOLVIMENTO INTEGRAL
DESDE 1998

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