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A Maçonaria é uma escola de moral e de filosofia social/espiritual revelada por

alegorias e símbolos que compõe a sua liturgia. Assim o ritual é o guia e a ritualística é
o meio e o procedimento com que se desenvolvem os trabalhos na Loja. É a ação, a
maneira e a ordenação que disciplina o trabalho que executa uma obra perfeita e
durável.

Em se tratando de ritual e comportamento ritualístico maçónico do Primeiro Grau, cabe


expressar algumas definições correlatas ao título desse trabalho.

Antes, porém, é importante destacar que Rituais escritos tais como os que hoje se
conhece não existiam primitivamente na Maçonaria, já que em tempos antigos a prática
ritualística era transmitida por via oral. Os registros ritualísticos escritos em forma de
catecismos e reguladores, em linhas gerais somente apareceriam em época bem mais
recente da Ordem – a partir do século XVIII com a profusão dos Ritos na Moderna
Maçonaria.

 Comportamento:. É a maneira de se comportar; procedimento, conduta. Designa o


conjunto de atitudes e reações do indivíduo em face do meio social. Em Maçonaria é a
conduta do obreiro atendendo as normas ritualísticas do Rito.

A Moderna Maçonaria é uma escola de moral e ética ordenada pelos seus Ritos e
Rituais, cujos quais determinam o cerimonial que arranja os trabalhos da Loja. É nesse
particular que aqui se apresenta a expressão “comportamento ritualístico”, expressão
essa que é o objetivo dessas alegações.

A Ordem Maçónica com a intenção de padronizar as práticas das suas cerimónias


litúrgicas adota rituais que determinam à ritualística (ordem das ações) do Rito
instituindo regras comportamentais para os maçons na execução das sessões maçónicas.

Nesse sentido, o aprendiz de maçonaria precisa compreender que cada símbolo, cada
movimento, cada detalhe litúrgico, cada composição alegórica, tem ali a sua razão de
ser. Nada daquilo que compõe a ritualística fora ali colocada por acaso.

Se bem compreendida essa lição o maçon jamais será um mero elemento que só se
consagra pela repetição. Aliás, o maçon que adotar o salutar comportamento de antes
compreender os fatos e a razão dos elementos que compõem a liturgia maçónica, jamais
será alguém comparado a um elemento sem raciocínio e sem vontade própria.

O comportamento ritualístico do maçon não se resume só em aprender e cumprir o que


está determinado pela ritualística, mas também está em se compreender a razão e o
porquê das práticas ritualísticas. É esse o comportamento segundo as exigências da
“arte”.

Insiste-se então que a Maçonaria Simbólica, por ser uma Instituição iniciática, prima
pela compreensão de cada prática ordenada segundo as regras litúrgicas (é o porquê das
coisas). Portanto ideias e hábitos contrários e escusos à doutrina de um Rito devem ser
severamente combatidos e erradicados.

Também faz parte do “comportamento” do maçon, não inventar práticas ao seu gosto e
nem adotar costumes comuns a outros ritos. Em resumo, sempre se comportar conforme
o seu ritual e as suas regras ritualísticas.
Regras de “comportamento ritualístico” devem ser observadas por se entender que
invenções são elementos indisciplinados e nocivos à absorção do conhecimento. Tudo
em ritualística iniciática deve existir conforme a estrutura doutrinária do Rito. Nele não
se adoptam práticas estranhas ao seu conteúdo.

A importância da liturgia maçónica está nos rituais que ordenam a cerimónia dos ritos e
destacam a essência do ensinamento maçónico. Pela prática disciplinada da ritualística é
que se ordenam os trabalhos inerentes à liturgia maçónica. Esotericamente eles
disciplinam o maçon, tanto como condição de convivência no seio da Loja, assim como
condição de convivência perante a sociedade ao seu redor.

O comportamento ritualístico ideal é aquele resultante do trabalho moral e intelectual


realizado com perseverança pelo maçon.

O comportamento ideal é aquele que, além de se conduzir conforme as regras e as


exigências da Arte também as compreendem na sua essência.

Assim, sinais, toques, palavras e outros afins que constituem a liturgia de um Rito, são
igualmente elementos estruturais que dão ao maçon a capacidade para ele mesmo
construir o seu comportamento ritualístico – cada um colhe conforme planta.

A disciplina é uma das vigas mestras Maçonaria. O comportamento ritualístico conexo


ao Ritual edifica e conduz o maçon pelo caminho do aperfeiçoamento. Como foi dito,
nada existe por acaso na ritualística maçónica. Ela tem sido ao longo dos tempos um dos
artifícios que a faz diferente perante as comunidades humanas.

A mecânica litúrgica maçónica parece ter sido idealizada para despertar no maçon o
verdadeiro sentimento daquele que, na medida das suas forças, deseja levar o bem aos
necessitados. É pelo comportamento em Loja que o obreiro aprende com disciplina a
adquirir ânimo e força para sempre se fazer presente na construção de um mundo
melhor.

Assim, para que se evite o desvirtuamento dos sublimes fins da Maçonaria, sobretudo
no plano social e moral, ela constrói um novo homem e exige dele um comportamento
inspirado nos seus mais altos ideais.

INTRODUÇÃO

O tema “O COMPORTAMENTO DO MAÇOM DENTRO E FORA DO


TEMPLO” está intrinsecamente relacionado aos princípios de nossa
Sublime Ordem que propaga ser uma escola formadora de líderes. Como
sabemos, o exercício da liderança representa um ônus elevado pois,
além da responsabilidade inerente, o comportamento é fundamental pelo
exemplo que sua imagem passa aos seus seguidores.

Ao ingressarmos em nossa instituição, juramos o respeito aos seus


estatutos, regulamentos e acatamento às resoluções da maioria,
tomadas de acordo com os princípios que a regem, bem como, o amor à
Pátria, crença no G.’.A.’.D.’.U.’., respeito aos governos legalmente
constituídos e acatamento às leis do nosso país.
Por esta razão, espera-se que o maçom reitere seu juramento com sua
presença nas reuniões maçônicas e se dedique, de corpo e alma, à
prática da moral, da igualdade, da solidariedade humana e da justiça, em
toda a sua plenitude.

Destacamos, resumidamente, como essenciais à formação do templo


interior de cada maçom, os ensinamentos a seguir que recebemos
através dos estudos desenvolvidos nos vários graus maçônicos.

SABEDORIA

O somatório dos conhecimentos adquiridos durante nossa existência


pela experiência própria ou através dos ensinamentos recebidos devem
nos orientar no sentido que, antes de tomarmos uma decisão,
precisamos avaliar o quanto conhecemos do fato, se é a verdade e se irá
trazer algum benefício, ou seja, devemos usar o princípio das “peneiras
da sabedoria”.

O único meio eficaz para se combater a ignorância, os preconceitos, a


superstição e os vícios é o saber, pela simples razão do próprio
significado de cada um desses conceitos, ou seja:

 Ignorância significa o desconhecimento ou falta de instrução, falta de


saber.
 Preconceito significa o conceito ou opinião formados antes de ter os
conhecimentos adequados.
 Superstição significa o sentimento religioso excessivo ou errôneo que,
muitas vezes, arrasta as pessoas ignorantes à prática de atos indevidos
e absurdos, ou ainda, a falsa idéia a respeito do sobrenatural.
 Vício significa o defeito que torna uma coisa ou um ato impróprios para o
fim a que se destinam. É a tendência habitual para o mal, oposto da
virtude.

Podemos pressupor que todos os maçons tenham o domínio sobre o


saber necessário para comportarem de forma digna em todos os
momentos, sejam eles profanos ou maçônicos, mas precisam lembrar-
se, sempre, que é mais fácil sucumbir ao vício, que aprimorar a virtude.

Em Números 30.2 encontramos “Moisés disse aos chefes das tribos dos
israelitas o seguinte: – O que o Deus Eterno ordenou é isto: Quando
alguém prometer dar alguma coisa ao Eterno ou jurar que fará ou deixará
de fazer qualquer coisa, deverá cumprir a palavra e fazer tudo o que tiver
prometido”.

TOLERÂNCIA
É, das virtudes maçônicas, a mais enfatizada pois significa a tendência
de admitir modos de pensar, agir e sentir que diferem entre indivíduos ou
grupos políticos ou religiosos.

Muitas vezes confundimos tolerância com conivência. Tolerância é a


habilidade de conviver, com respeito e liberdade, com valores, conceitos
ou situações que, nem sempre, concordamos, portanto, há convivência
mas, não há, obrigatoriamente, concordância. Conivência é a
convivência em que, mesmo não concordando com certos valores,
conceitos e situações, deixamos de expressar nosso parecer
desfavorável, não refutamos mesmo que só em pensamento e, não
reprovando, estamos tacitamente autorizando, aceitando, gerando
cumplicidade.

Deus é tolerante com o pecador, não com o pecado. Se Deus fosse


tolerante com o pecado, seria pecador também, o que é uma blasfêmia.
Pode-se viver com pecadores e ser tolerante, sem ser conivente.

Devemos ser tolerantes com nossos filhos quando eles erram, não
podemos ser omissos e coniventes com o erro, devemos expressar
nosso descontentamento e corrigir o desvio. É dever e responsabilidade
de todo o pai.

É preciso praticar a tolerância com a família, amigos, no trabalho, bem


como na sociedade em geral pois, um dos postulados em que a
Maçonaria se fundamenta e dado inclusive como exigência, como
fundamento: “Exigir a tolerância com toda e qualquer forma de
manifestação de consciência, religião ou de filosofia, cujos objetivos
sejam de conquistar a verdadeira moral, a paz e o bem-estar social”.

A tolerância também esta ligada à democracia, pois a tolerância nos faz


admitir, que nosso voto seja vencido, acabando-se os argumentos, feita a
votação; o resultado tem que ser respeitado e apoiado para o bem da
causa maior, isso nos parece que seja um sentimento, ou melhor
dizendo, uma atitude tolerante.

Mahatma Gandhi afirmou: Desconfie das pessoas que vendem


ferramentas, mas que nunca as usam, ou seja, como pregamos
tolerância se dela não fazemos uso. Portanto a prática da tolerância é
indispensável para todo aquele que a exige.

Dentro da Maçonaria não é diferente, entendemos que a tolerância está


ligada, como ponto de partida às concessões feitas para preservar as
engrenagens da Ordem, que admite e respeita as opiniões contrárias.
Shakespeare disse “não importa” o quão boa seja uma pessoa, ela vai
feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso”. Devemos
ser tolerantes com atos destemperados e isolados de irmãos, tolerantes
com o desconforto causado por quem você jurou proteger e defender,
sendo bondoso ao extremo em não tomar partido até que tudo seja
esclarecido, pois o fato de não fazermos juízo precipitado, é uma das
faces da tolerância.

Em síntese, precisamos ser tolerantes com a intolerância do outro, para


que ele reflita e passe a seguir o seu exemplo.

A tolerância está na Sabedoria e faz se sentir na Força e na Beleza,


através dos ensinamentos, no respeito à individualidade e ao direito do
outro.

ÉTICA

Por definição, Ética é um conjunto de princípios e valores que guiam e


orientam as relações humanas. O primeiro código de ética de que se tem
notícia, principalmente para quem tem formação cristã, são os “DEZ
MANDAMENTOS”, onde regras como: amar ao próximo como a si
mesmo, não matarás e não roubarás são apresentadas como propostas
fundamentais da civilização ocidental e cristã.

A ética é ampla, geral e universal. Ela é uma espécie de cimento na


construção da sociedade, de tal forma que se existe um sentimento ético
profundo, a sociedade se mantém bem estruturada, organizada, e
quando esse sentimento se rompe, ela começa a entrar em uma crise
auto destrutiva.

A maçonaria é uma instituição fundamentalmente ética, onde a reflexão


filosófica sobre a moralidade, regras e códigos morais que orientam a
conduta humana são parte da filosofia que tem, por objetivo, a
elaboração de um sistema de valores e o estabelecimento de princípios
normativos da conduta humana, impondo ao Maçom um comportamento
ético e, exigindo-lhe que mantenha sempre uma postura compatível com
a de um homem de bem, um exemplo como bom cidadão e um chefe de
família exemplar.

Sendo a maçonaria, por definição, uma organização ética, são rígidos os


códigos de moral e alto o sistema de valores que orientam a conduta
entre maçons e também com as obediências que os acolhem,
principalmente nas referências a estas, ou aos seus dirigentes.
O forte sentimento de fraternidade, designa o parentesco de irmão; do
amor ao próximo; da harmonia; da boa amizade e, da união ou
convivência como de irmãos, de tal forma a prevalecer à harmonia e
reinar a paz.

No mundo profano, a maior necessidade é a de homens lato senso,


homens que não podem ser comprados nem vendidos, homens honestos
no mais íntimo de seus corações, homens que não temem chamar o
pecado pelo nome, homens cuja consciência é tão fiel ao dever como a
agulha magnética do pólo, homens que fiquem com o direito, embora o
céu caia. O objetivo de uma instituição maçônica é o de criar tais
homens.

CARIDADE

Estamos vivendo uma época em que há uma falta aguda, um valor


fundamental em todo mundo: a caridade. Pensa-se demais no progresso
da humanidade através da ciência, da tecnologia, da educação, da
inteligência, do sistema jurídico, social, político e econômico e, no final
das contas nada disso terá nenhum valor se as pessoas não estiverem
determinadas a usar isso tudo para o bem. A caridade é definida no
dicionário como: “Amor que move a vontade à busca efetiva do bem de
outrem”.

Para os Cristãos é, também, uma das três virtudes teologais, quer dizer,
um dos misteriosos poderes que fazem a alma alcançar seu destino final,
que é DEUS (as outras virtudes teologais são: fé e esperança). Se a
caridade é uma virtude cristã, ela não deve estar somente na esmola,
porque há caridade em pensamento, em palavras e em atos, ela deve
ser indulgente para com as faltas de seu próximo, não dizer nada que
possa prejudicar o outro e atender aos que necessitam na medida de
suas forças.

O homem que a pratica, no seu dia-a-dia, estará sempre em paz;


assegurando sua felicidade neste mundo. Não se deixem levar pela
vaidade, pela auto-condescendência, pelas aparências e pela
superficialidade. Não se deixem arrastar pela âncora da comodidade que
certo como um novo dia carregará seus corpos, mentes e corações para
o fundo de um mar de futilidades. Não tolerem a falsidade, a hipocrisia, a
desonestidade, a ambiguidade; que o seu sim seja sim e o seu não seja
não!

Ao ver uma injustiça, não se calem! Diante da traição, não sejam


covardes! Não se tornem cegos guiados por cegos em direção a um
grande nada. E se sua espada estiver pesada, e sua vontade estiver
fraca, e o que é certo e justo não lhe parecer claro, mesmo assim, acima
de tudo e sempre, tenha caridade!

Ninguém precisa de nada a não ser seu próprio coração para saber o
que machuca os outros. Jamais subestime o sofrimento alheio. Seu
julgamento poderá lhe falhar, seu conhecimento, sua experiência, sua
inteligência, sua força poderão ser todos inúteis diante do mal, que
torcerá fatos e palavras e aparências até fazer o branco parecer preto e o
preto parecer branco; decida com caridade, porém, e toda essa farsa se
dissipará sob o brilho de uma alma íntegra.

A CARIDADE é uma entrega absoluta por amor ao próximo.

JUSTIÇA

Para escrevermos sobre a justiça, primeiro temos que saber o que


significa a palavra justiça, definida no dicionário como: Conformidade
com o direito; a virtude de dar a cada um aquilo que é seu. A faculdade
de julgar segundo o direito e melhor consciência.

Assim, para definirmos a justiça na maçonaria, seria melhor recorrermos


mais uma vez ao dicionário, e, logo acima da palavra justiça
encontraremos a palavra Justeza, que significa Qualidade daquilo que é
justo; exatidão, precisão, certeza. Propriedade de uma balança analítica
que permanece equilibrada quando pesos iguais são colocados em seus
pratos.

Contudo, para termos um rumo e sentido do que seria a definição de


justiça na maçonaria, temos que entender como é a organização do
Estado, como é dividido, para que cada cidadão possa ter o seu direito
respeitado, e, por conseguinte, a justiça dar a cada um aquilo que é seu.

Para falarmos na construção do Estado, temos que falar de Montesquieu


(1689/1755) e do seu livro o Espírito das Leis, sua principal obra, na qual
procurava explicar as leis que regem os costumes e as relações entre os
homens a partir da análise dos fatos sociais, excluindo qualquer
perspectiva religiosa ou moral.

Segundo Montesquieu, as leis revelam a racionalidade de um governo,


devendo estar submetido a elas, inclusive a liberdade, que afirmava ser
“o direito de fazer tudo quanto às leis permitem”. Para se evitar o
despotismo, o arbítrio, e manter a liberdade política, é necessário separar
as funções principais do governo: legislar, executar e julgar. Montesquieu
mostrava que, na Inglaterra, a divisão dos poderes impedia que o rei se
tornasse um déspota. “Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou a
mesma corporação dos príncipes, dos nobres ou do povo exercesse três
poderes: o de fazer as leis, e de executar as resoluções públicas e o de
julgar os crimes ou as desavenças particulares”.

Como se percebe, para podermos viver em sociedade ou mesmo só,


temos que ter regras para serem respeitadas e leis para serem
cumpridas. Quem vive em sociedade, por obvio tem maior compromisso
com as leis, pois envolve mais pessoas no processo de interação social.
Assim, mesmo o que vive isolado na mata ou em uma ilha, ou outro lugar
que seja, tem que respeitar leis da natureza ou dos homens.

Nas sociedades atuais os benefícios florescem sob a premissa de que


aqueles que mais realizam mais merecem receber – a chamada
Meritocracia. No entanto, esse sistema de justiça deixa a desejar e de
ser aceito quando ignora que aqueles que mais precisam também devem
ter suas necessidades assistidas. Esse é o paradoxo da Justiça, cega
por definição e por princípio.

A Maçonaria é uma sociedade que pugna pelo Direito, pela Liberdade e


pela Justiça e, dentro dessa perspectiva, cada Maçom deveria ser,
sobretudo, um defensor incansável da Justiça. Um dos preceitos
elementares é o da igualdade de direitos, consagrados na declaração
Universal dos Direitos do Homem. Todavia, a própria existência desse
preceito dá margem a que a Justiça se veja diante de um paradoxo,
raramente discutido e talvez não completamente entendido.

O homem, principalmente o Maçom deve ser senhor dos seus hábitos,


dispor de autodomínio em relação aos seus ímpetos, saber distinguir
com imparcialidade o real do irreal, desprezando as doutrinas exóticas,
conceitos dúbios e principalmente os princípios que não coadunam com
o Amor e a Fraternidade, e muito particularmente, os vícios tidos como
normas Sociais, mas que, inadvertidamente corrompem, aviltam e
envelhecem.

Dessa forma, a Maçonaria no maçom é a Bondade no lar, a honestidade


nos negócios, a cortesia na sociedade, o prazer no trabalho, a piedade e
a sincera preocupação para com os desvalidos da fortuna, o socorro aos
mais fracos, o perdão para o penitente, o amor ao próximo e, sobretudo a
reverencia a Deus.

À medida, então, que as organizações societárias, dentre as quais se


insere a Maçonaria, caminharem para se transformar realmente em
verdadeiros locais de trabalho/serviço e aprendizagem, estarão se
abrindo imensas possibilidades de transformações na própria cultura
universal e em seus próprios conceitos sobre os direitos e a Justiça.
LIDERANÇA

“Liderar, é influenciar positivamente as pessoas para que elas atinjam


resultados que atendam as necessidades, tanto individuais quanto
coletivas e, ainda, se responsabilizar pelo desenvolvimento de novos
lideres”.

Um dos componentes de formação de um Maçom é o de aprimorar ou


desenvolver, caso não tenha, um potencial e forjá-lo, para que se
transforme em um líder. O líder para descrever suas realizações, utiliza o
seguinte formato: O Problema, a Ação e finalmente o Resultado.

Os lideres, diariamente, se envolvem em situações de conflito, seja no


âmbito pessoal, quanto no profissional. O modo como reagem a essas
situações, pode ser o fator determinante do sucesso no resultado através
de 5 posições: Evitar, Acomodar, Competir, Comprometer e Colaborar.

Inserida firmemente no conceito de liderança está a INTEGRIDADE, a


honestidade do líder, sua credibilidade e coerência para por valores em
ação. Os líderes têm uma responsabilidade indeclinável de estabelecer
altos padrões éticos para guiar o comportamento dos seguidores.
Preocupado com o que acha ser uma falta de ímpeto na vida
organizacional, John Gardner fala sobre os ASPECTOS MORAIS da
liderança. Os líderes, de acordo com Gardner, têm a obrigação moral de
fornecer as centelhas necessárias para despertar o potencial de cada
indivíduo, para impelir cada pessoa a tomar a iniciativa do desempenho
das ações de liderança.

Ele destaca que as altas expectativas tendem a gerar altos


desempenhos. A função do líder é remover obstáculos ao funcionamento
eficaz, ajudar indivíduos a ver e perseguir propósitos compartilhados.

O termo liderança descreve alguém que usa carisma e qualidades


relacionadas para gerar aspirações e mudar pessoas e sistemas
organizacionais para novos padrões de desempenho. É a liderança
inspiradora que influencia seguidores para alcançar desempenho
extraordinário em um contexto de inovações e mudanças de larga
escala. As qualidades especiais dos líderes incluem:

 Visão: ter idéias e um senso claro de direção, comunicá-las aos outros,


desenvolver excitação sobre a realização de sonhos compartilhados;
 Carisma: gerar nos outros entusiasmo, fé, lealdade, orgulho e confiança
em si mesmos através do poder do respeito pessoal e de apelos à
emoção;
 Simbolismo: identificar heróis, oferecer recompensas especiais e
promover solenidades espontâneas e planejadas para comemorar a
excelência e a alta realização;
 Delegação de Poder: ajudar os outros a se desenvolver, eliminando
obstáculos ao desempenho, compartilhando responsabilidades e
delegando trabalhos verdadeiramente desafiadores;
 Estimulação Intelectual: ganhar o engajamento dos outros criando
consciência dos problemas e guiando a imaginação deles para criar
soluções de alta qualidade;
 Integridade: ser honesto e confiável, agindo coerentemente com suas
convicções pessoais e realizando compromissos concluindo-os.

PERSEVERANÇA

A maior empreitada do homem é sua própria vida e não tem nenhuma


garantia que será bem sucedido, entretanto, pelo acumulo de
conhecimentos, muitos de experiências frustradas, ele sabe que a
alternativa é prosseguir, lutando contras as adversidades e incertezas,
fazendo aliados, acreditando no Supremo Arquiteto dos Mundos e
persistindo no rumo do seu objetivo.

A perseverança é uma qualidade pois significa a firmeza, a constância


com que devemos nos empenhar em nossas atividades, porém atentos e
sempre atualizados porque tudo muda e nos precisamos mudar nossas
atitudes e nosso comportamento para não persistirmos em erro.

Precisamos interagir com os indivíduos da sociedade para concretização


dos processos de mudança. Devemos criar sempre o estado de dúvida
sobre as efetivas possibilidades de sucesso porque mexemos com um
conjunto de informações e vagas lembranças misturadas, às vezes, com
preconceitos e frustrações.

Para a interação com as pessoas é necessário que exista, entre elas, um


relacionamento que proporcione um mínimo de confiança mútua.
Havendo este ambiente de confiança, pode-se mostrar o bem maior a ser
desfrutado pela mudança. Assim, a força da empatia ajuda na percepção
da maior satisfação individual e em equipe.

Concluindo, precisamos persistir. A perseverança exige um processo de


mudança, reavaliando nossos conceitos, objetivos e ideais e é assim que
começa a nascer o novo comportamento no pensar e agir, sabendo que
a obra de nosso templo interior poderá nos exigir, algumas vezes, uma
árdua reconstrução. É um processo permanente onde estamos educando
e sendo educados. (Educare – Latim, significa sair de dentro da pessoa).
É bom lembrar que os valores individuais tem origem nos grupos e na
cultura e, sem a certeza de quais sejam esses valores fundamentais,
poderemos ser um alvo fácil para as falsas verdades. Usando
espontaneamente os dons que temos, sem constranger ou prejudicar o
próximo, leva-nos à verdade e a luz.

CONCLUSÃO

O Maçom é livre, de bons costumes e sensível ao bem e que, pelos


ensinamentos da Maçonaria busca seu engrandecimento como ser
humano atuante e culto, combatendo a ignorância. A ignorância é o vício
que mais aproxima o homem do irracional.

Assim sendo e por ser Maçom, deve ele conduzir-se com absoluta
isenção e a máxima honestidade de propósitos, coerente com os
princípios maçônicos, para ser um obreiro útil a serviço de nossa ordem
e da humanidade.

Não se aprende tudo de uma só vez. O saber é o acúmulo da


experiência e dos conhecimentos que se tem acesso, mas, a ação
construtiva da Maçonaria deve ser exercida de forma permanente em
todas as suas celebrações, trabalhos em Loja e no convívio social,
através da difusão de conhecimentos que podem conduzir o homem à
uma existência melhor pelos caminhos da Justiça e da Tolerância.

O Maçom deve ter e manter elevada Moral, tanto na vida privada como
na social, impondo-se pelo respeito, procedimento impecável e
realizando sempre o Bem. É pelo valor moral que podemos cumprir
sempre nossos deveres como elementos da Sociedade Humana e,
particularmente, como membros da Sociedade Maçônica.

O Maçom busca o Bem pelo cultivo das virtudes e pelo abandono dos
vícios. Tenta polir constantemente a sua pedra bruta reforçando a sua
virtuosidade e reprimindo conscientemente os seus defeitos. Pela auto-
disciplina livremente imposta a si mesmo, torna-se também exemplo para
seus pares, colaborando para o progresso moral daqueles que com ele
interagem.
COMPORTAMENTO ADEQUADO

Quando iniciados trazemos no nosso âmago uma carga de valores agregados no decorrer
das nossas vidas. Valores estes que nos fazem sempre referendar as nossas atitudes para
com o próximo em qualquer lugar, em qualquer situação, sobre as mais variadas
circunstâncias. Estamos sempre coordenados em função de Leis e Conceitos
estabelecidos pela sociedade no decorrer dos anos.

Dentro da Ordem temos também os nossos mandamentos, os nossos códigos, os nossos


costumes, comportamentos, enfim a indicação do nosso norte. A ordem, o amor e o
progresso são, ao mesmo tempo, a causa e o objectivo das nossas reuniões. Quando
examinamos os conceitos de ordem, logo vislumbramos a necessidade da ritualística
bem executada. Especialmente nos nossos trabalhos temos um ritual a ser seguido, o
nosso cerimonial deve seguir todos os cânones, meticulosamente, estabelecendo uma
unidade de doutrina, a antítese seria a anarquia.
Todo Irmão estará convencido de que deverá ter um comportamento adequado em todo
o momento e lugar, não só Maçónico, mas durante as vinte e quatro horas do seu dia.
Conceitos impessoais, deduções subjectivas, pensamentos menores e pré-conceitos sem
fundamentação são razões mais que suficientes para demonstrar o quão vazio será o
relacionamento deste Ir∴ para com seus pares. “Se tiverdes acesso a tão alta condição,
não esqueçais que existiram outros antes de ti, e que se pensares ver os outros como
menores estarás a demonstrar como queres ser tratado”.
Ao fazermos o Sinal de Ordem, bem como a Saudação Ritualística, devemos estar
perfeitamente erectos, altivos formando um Esquadro com os pés, quando executarmos
o sinal de ordem que por si só representa um ângulo recto. É o símbolo da postura que
deve presidir ao discurso do Maçon. Desta forma, só é realizado quando o Obr∴ estiver
de pé e parado, ou a executar a Marcha Ritual.
Portanto, os Sinais e Saudações jamais podem ser feitos por quem esteja sentado,
andando, ou portando Instrumentos de Trabalho (Malhete, Bastões, Espadas, Livros,
etc.).
O V∴ M∴ e os VVig∴ respondem às Saudações com um leve aceno de cabeça.

As nossas palavras, gestos e atitudes, são cartões de visita do nosso comportamento.


Temos momentos de incorrecção, mas não se julga ninguém pelo tombo e sim pelo
modo como ele se levanta.
Meus queridos Irmãos, digam as suas palavras, pratiquem correctamente a ritualística
com a postura e seriedade que requer o respeito, a ética e o comportamento dentro e
fora do Templo.
COMPORTAMENTO INADEQUADO
Um dos problemas que às vezes ocorrem, é o falatório nas Colunas, além de prejudicar
o ensinamento aos AApr∴ e CComp∴ durante as instruções ou apresentações de
trabalhos, são péssimos exemplos. Neste caso o V∴ M∴ deve solicitar ao 2° Diácono
que é o responsável pela ordem em ambas as colunas, que verifique o murmúrio que
está a chegar ao Or∴ vindo do Norte e do Sul. O 2° Diácono deve ser preparado para
responder mais ou menos assim: “Ven∴ M∴ houve realmente murmúrios na Coluna
do Norte e do Sul, mas já terminaram e de agora em diante a reunião prosseguirá
reinando silêncio nas Colunas”.
POSTURA
O homem, comunica-se com o Grande Arquitecto do Universo e com seus semelhantes
de diversas formas, tais como, palavras, escrevendo, pintando, esculpindo, no entanto
faz uso frequente de Posturas e atitudes do corpo. Importante é que o faça bem feito, de
modo uniforme para que tenha um significado adequado.
As Inclinações de cabeça e do corpo, são fundamentalmente posturas de reverência, de
respeito, de devoção ou de saudação.
Posturas com as mãos – o homem ao falar costuma fazer posturas com as mãos
procurando desta forma comunicar melhor a sua mensagem. Muitas vezes, mesmo não
acompanhado de palavras eles são mais eloquentes do que as próprias palavras. As
mãos falam. Expressam sentimentos, os mais diversos.
 Mãos elevadas ou estendidas – é a postura típica do celebrante nas orações.
 Impor as mãos – é sinal de bênção e de reconciliação, de transmissão do Dom do Espírito.
 Dar as mãos – sinal de saudação fraterna, de unidade.
Elevar os olhos para o céu – é usado em momentos solenes de intensa expressão
religiosa, como se o homem estivesse vendo ao Pai, face a face.
O ósculo ou beijo – sinal de reverência de comunhão, de amor; demonstra afecto.
O sopro – simboliza a força, a acção do Espírito de Deus. Aquele sopro que fez o
homem um ser vivente, o sopro no Livro da Lei representa a presença activa do Grande
Arquitecto do Universo no homem.
A genuflexão – por excelência um acto de adoração na Liturgia Latina, na Igreja
Católica, a genuflexão perante a cruz não significa adoração a esta e sim ao Cristo ali
representado, ela pode ser simples ou dupla, isto é, com um ou dois joelhos.
A prostração – é utilizada nas ordenações de Bispos, Presbíteros e Diáconos, bem
como na profissão perpétua dos religiosos, quando o homem tem consciência da sua
fragilidade, da sua pequenez e incapacidade de corresponder à vocação pelas suas
próprias forças.
O andar – existem modos e modos de andar. O andar litúrgico não é mera finalidade de
locomoção de um lugar para outro. É antes um andar significativo, respeitoso,
composto. Convém que tais acções seja realizadas com dignidade, sem agitação, nada
de correria. Com as paradas nos locais adequados para saudação, quando estiver em
Loja.
Algumas posições do corpo merecem considerações especiais. Elas devem expressar
atitudes de todos. São elas: o estar de pé, o estar de joelhos e o estar sentado.
O estar de pé expressa sobretudo respeito, prontidão, disposição de acção; o Irmão
deve estar sempre com a coluna erecta, se estiver à Ordem, não esquecer as posições
dos braços e membros inferiores, se estiver perfilado, não deve apoiar-se sobre um só
pé, e sim estar com uma postura sempre digna.
O estar sentado expressa bem o acolhimento e a meditação. Daí o estar assente para
ouvir, durante grande parte das Sessões, entretanto o ideal é também estar com a coluna
erecta, preferencialmente com as mãos apostas aos joelhos, nunca cruzar os braços ou
os membros inferiores durante as Sessões.
O ajoelhar-se, exprimem o respeito a humildade, o arrependimento, a adoração. Daí a
sua oportunidade durante a consagração, nas bênçãos solenes, em certos ritos
penitenciais. Nas nossas Sessões há momentos em que se solicita que um ou outro
Irmão o faça, isto deve ser feito também de forma respeitosa.
O que importa é que haja unidade. Isto exige espírito de desprendimento, de superação
dos próprios gostos e preferências pessoais. Exige atitude de obediência. Nisso não é
possível que cada qual faça o que acha melhor ou do seu gosto. Nós temos uma
linguagem comum também através da Postura do nosso corpo.

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