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SINAIS MAÇÔNICOS NO RITO BRASILEIRO E O

USO DA PALAVRA

Jefferson Edemar Voigtlaender – Aprendiz Maçon


Orientador Eduardo Schernikau Creuz
Augusta e Respeitável Loja Simbólica Arquitetos do Vale 2996
Trabalho no Grau de Aprendiz
03/07/23

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo apresentar um breve estudo acerca do rito
brasileiro, seus sinais e o uso da palavra em loja. Em que pese inicialmente parecer
se tratar de uma temática simples e iniciática, no desenvolvimento do trabalho fica
clara a importância do perfeito entendimento e assimilação acerca dos sinais e de
como se portar ao fazer o uso da palavra, uma vez que a correta observância destes
permitem não só, mas principalmente ao Aprendiz Maçom, uma visão minimalista
acerca dos sinais e da palavra dentro da ritualística, permitindo ao neófito um
descortinamento e uma ampliação no seu ângulo de visão acerca do que é feito
dentro da sessão, principalmente porque nas primeiras experiências, o aprendiz
acaba por executar os sinais motivado pelo animismo do rito, no automático, sem
entender ao certo o momento e o motivo de tais procedimentos.

Palavras-chave: Maçonaria;Rito Brasileiro; Palavra;Sinais.

1 INTRODUÇÃO

Inicialmente se faz necessário uma pequena reflexão acerca dos motivos que
levaram ao uso dos sinais pela Maçonaria, a essência e a magia que envolve em decifrá-
los, bem como a importância de seu uso na forma ritualisticamente correta até os dias de
atuais, pois se os segredos da ordem maçônica ainda permanecem em muito
preservados, muito se deve a introdução histórica da simbologia no ritual maçônico, uma
vez que somente é possível decifrar e entender ao certo cada símbolo ou sinal, estando o
maçom revestido de seu avental e despido de seu orgulho, para que seja possível
desvendar os mistérios que permeiam as sessões, no entanto, apenas curiosidade não
basta, pois sendo a Maçonaria uma instituição secular, onde se preceituam o
autoconhecimento a fraternidade e a reforma íntima, é necessário ao neófito a plena
participação, entendimento adequado acerca dos conteúdos a ele revelados, de acordo
com seu grau hierárquico, porém acima de tudo, ter a humildade para aprender, e a
impetuosidade para não desistir, a fim de desvendar ao seu tempo o mistérios que se
escondem por trás das colunas.

2 A ORIGEM DOS SÍMBOLOS E SINAIS

Superadas as considerações iniciais, vou me arriscar antes de abordar o objeto


específico desse trabalho, a fazer algumas reflexões e paralelismo acerca do que se
observa ao longo dos séculos, acerca do aperfeiçoamento moral, ético e cultural em
nossa sociedade. Atualmente estamos passando por um período cultural crítico em nossa
sociedade moderna, levando-se em conta que a cultura deve nos guiar e inspirar, agregar
valores, possibilitando uma visão generosa do mundo e da humanidade, promover o
diálogo o conhecimento e a lucidez. Pois bem, não é o que se observa nos dias atuais,
pois estamos vivendo em uma sociedade cada vez mais despida de regras, valores,
ideais, sendo muitas vezes deixado de lado o civismo, o formalismo linguístico pátrio e
histórico, por se acreditar ser excessivo rebuscado e prolixo.

Essa visão, no entanto, muda drasticamente ao se ingressar pela primeira vez em


um Templo Maçônico, onde nos deparamos com um choque cultural extremamente
impactante, compreendendo de que se trata de uma doutrina exatamente oposta ao que
se percebe na sociedade profana, uma doutrina apegada aos ritos e preceitos basilares
onde a moral e a ética são prioritariamente preservadas como valores da basilares da
sociedade civil, e em paralelo, fruto dessa cultura ancestral, vêm atrelados, vários
símbolos e sinais, estes revestidos de uma simbologia e significados particulares, dentro
dessa nobre arte.

A origem e a criação dos sinais esta intimamente ligada a criação dos símbolos
propriamente ditos, simbolismo esse que vem sendo utilizado pela humanidade desde os
seus primórdios, auxiliando inclusive as civilizações em suas formas de comunicação,
crescimento, organização político-religiosa, possibilitando a expressão por meio de sinais
e símbolos, de suas crenças, fatos, experiências, que nos possibilitaram, entender e
diferenciar as maneiras como viviam esses povos.

Nas palavras do autor maçônico Albert G. Mackey (2008, p. 9) “a Maçonaria é uma


ciência de moralidade, velada em alegoria e ilustrada por símbolos”.
Segundo Raymundo D’elia Junior no livro “Maçonaria – 100 Instruções de
Aprendiz”, o símbolo pode ser traduzido como:

“Uma linguagem que fala e que excita a imaginação, e decifrar os símbolos


utilizados pela sublime instituição, se constitui no que há de mais importante no
representativo aprendizado maçônico”.

Feito esse paralelismo entre o uso dos símbolos e os sinais, passamos a entender
que historicamente a maçonaria se valeu da introdução de símbolos e sinais em sua
ritualística, que acabaram criando um aspecto oculto e enigmático em seus ritos, no
entanto, tratou de criar um arcabouço ritualístico que foi sendo aperfeiçoados ao longo
dos tempos pelos mais diversos ritos existentes, dentre eles o Rito Brasileiro, no entanto
cada qual com sua ritualística e especificidades próprias, transformando assim os Sinais
utilizados em sessão, em uma exteriorização dos simbolismos maçônicos.

3 SINAIS NO RITO BRASILEIRO

Os sinais são empregados nos mais diversos segmentos, sejam eles religiosos ou
não, mas todos têm em seus ritos, uma ligação intrínseca com a ancestralidade se
perpetuando como uma das bases de aprendizado, onde não basta ao neófito apenas
ingressar em suas fileiras munido de boa vontade, devendo este se dedicar ao máximo,
objetivando um maior tempo de contato, visualização de ritos, procedimentos, termos,
palavras, símbolos e sinais.

Sim, os sinais expressos durante a sessão maçônica possuem cada qual, um


determinado simbolismo, ou seja, são a externação de algo, algum desejo, anuência ou
manifestação acerca de determinado tema ou rito, sendo alguns deles exclusivos de
determinados cargos ou graus hierárquicos.

Trago a seguir alguns dos principais sinais utilizados nas Sessões Maçônicas do
Rito Brasileiro, bem como uma breve explicação acerca de seu significado.

Sinal de Ordem – Basicamente se constitui em um dos meios convencionais


de reconhecimento entre maçons, e consiste em estando de pé, colocar a
mão direita ao centro do peito, abaixo do pescoço, com a os dedos unidos e
estendidos, com o polegar separado em esquadria. Ao entrar em movimento
o sinal deve ser desfeito, exceto quando em marcha ritualística.
Sinal de Saudação – Como o próprio nome sugere, o referido sinal em
algumas literaturas não é considerado propriamente como um sinal, no
entanto o mesmo é previsto no ritual do aprendiz em sua pág. 21, o que para
tanto deve ser considerado como sinal oficial. O mesmo se constitui em o
maçom estar à Ordem, levando a mão direita horizontalmente ao ombro
direito, deixando-a cair de forma perpendicular ao corpo, retornando ao sinal
de ordem.

Sinal de Obediência – Normalmente usado na abertura dos trabalhos, antes


da transmissão da Palavra Sagrada, após o fechamento do Livro da Lei no
encerramento da sessão, e sempre que o maçom estiver de pé e parado para
fazer o uso da palavra. O sinal de obediência consiste em colocar a mão
direita aberta por cima da esquerda, sobre o avental.

Sinal do Rito – É o sinal executado quando do encerramento da sessão,


conforme preceitua o Ritual em sua pág. 128, devendo o mesmo ser
executado pelo Irmão Mestre de Cerimônias da seguinte forma: Levantando a
mão direita de forma natural, levando-a ao ombro esquerdo, depois ao ombro
direito; em seguida estendendo o braço à frente com a palma da mão para
cima, formando uma esquadria.

Sinal e Contra Sinal – Utilizam-se os sinais de obediência e do Rito,


respectivamente e sucessivamente de forma discreta, como forma de
identificação e reconhecimento entre irmãos em meio profano como sinal e
contra sinal, devendo para tanto, no caso do Sinal do Rito, este ser dado
apenas em sua parte final; a palma da mão pra cima, sem estender o braço
pra frente.

Sinal de Abstenção – Como o próprio nome externa, serve para se abster


em votação, devendo o irmão ficar em obediência, demonstrando acatar a
decisão da loja.

Sinal de Costume ou Aprovação – Utilizado para aprovação em loja, com os


irmãos sentados, devendo estender o braço direito à frente com a palma da
mão direita voltada para baixo com os dedos unidos. Também é utilizado
pelos irmãos quando tem seu nome citado ou recebe um elogio.

Observação: Na execução de todos os sinais, enquanto estiver de pé, o


irmão deve permanecer com os pés alinhados em esquadro, ou seja, pé
esquerdo pra frente e pé direito para o lado, formando um ângulo de 90°.

Diante de todo o exposto respeitáveis irmãos, podemos observar e concluir que os


sinais dentro do Rito Brasileiro respeitam fielmente a ritualística, tendo cada qual seu
momento e forma própria dentro do rito para sua execução, assim como algumas
particularidades, aspectos esses que tornam o pito praticado, nesse caso o Brasileiro,
como sendo tradicional e uniforme em suas mais variadas lojas, preservando assim ao
longo dos tempos, a sua ritualística.

4 O USO DA PALAVRA

Tal qual qualquer outro rito organizado, a maçonaria possui um ritual muito bem
definido e ajustado, deixando muito claro desde o início da leitura do ritual, que todos os
atos em sessão são bem definidos e organizados, cada qual ao seu tempo, incluindo
também o uso da palavra pelos irmãos, seja a qual grau pertencer.

O maçom quando em loja aberta, pode fazer o uso da palavra, contudo a mesma
não só pode, mas também deve ser requerida em momento adequado durante a sessão,
conforme previsto no ritual.

A palavra é requerida aos irmãos 1 º e 2° vigilantes quando o irmão tiver assento


nas colunas, e ao Venerável Mestre quando tiver assento no Oriente. Quando a palavra é
concedida, deve o irmão em Sinal de Ordem, saudar as Dignidades, Autoridades
(geralmente Venerável Mestre, Irmão 1º Vigilante e Irmão 2º Vigilante) e demais irmãos
presentes, passando ao sinal de obediência.

Ao fazer o uso da fala, o maçom deve procurar se expressar de forma clara,


objetiva, em bom tom, de forma concisa e organizada, sendo que ao final do uso, a
palavra retorna a coluna do irmão que solicitou, ou ao oriente, finalizando geralmente nas
colunas pelos irmãos 1 º e 2° vigilantes, e no Oriente pelo Venerável Mestre.

O uso da palavra é também antecedido por um Sinal específico para pedir a


palavra, tanto nas colunas quanto no oriente. Esse sinal consiste em bater com a palma
da mão direita sobre o dorso da mão esquerda, devendo produzir um pequeno som
estalado, visando chamar a atenção da Luz, para que possa ser concedida o seu uso.
Trata-se de um sinal meramente convencional e protocolar, não impingindo em maiores
simbolismos.

Com isso conclui-se após esse breve estudo acerca da palavra, o quão consciente
e responsável deve ser o irmão no uso de suas palavras, umas vez que a mesma não
pode ser feita de forma aleatória e descabida, pois tem a palavra importante destaque
previsto no ritual, justamente, na visão deste humilde aprendiz, em razão da importância
dada à opinião de todos os irmãos, já que a mesma é concedida de forma igualitária e
sem distinção à todos.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

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5 REFERÊNCIAS

ALMEIDA, J. F. Bíblia Sagrada: o antigo e novo testamento. São Paulo: Simplificada,


1990.
ARLET, M. Depressão na aproximação da terceira idade: medo da morte. Disponível
em: <http://www.redepsi.com.br/portal/modules>. Acessado em 08 de Dez de 2009.

GUIMARÃES, F. Psicologia da terceira idade: principais problemas dos idosos.


Disponível em: <http://www.psicologiadaterceiraidade/>. Acessado em 08 de Dez de
2009.

JUNG, C. G. Psicologia e religião. Rio de Janeiro: Vozes, 1979.

LIMA, J. B. Espiritualidade na terceira idade: a importância. Disponível em:


<http://www.pastoraldapessoaidosa.org.br/modules/>. Acessado em 08 de Dez de 2009.

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