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Atribuições dos Oficiais no Rito Schröder

Ir. Arli Helvio Boeck*


03 de julho de 2014

Quando da criação o Rito Schröder sofreu especial influência de valores da


época como o Humanismo e o Racionalismo, cujas linhas filosóficas nortearam o
pensamento do Ir. Schröder e deram forma, objetividade e conteúdo pragmático ao
Rito, ou seja, o Rito foi baseado na praticidade das soluções, de forma que fosse
sempre o mais objetivo e simples possível.

Temos que entender com profundidade a mensagem do Ir. Schröder, estar


sintonizados com as suas propostas humanistas e ancorados no seu simbolismo, para
não cometermos desvios e nem adotarmos usos e costumes que colidam com a
proposição do Rito. O praticante do Rito só será atraído por outros procedimentos
ritualísticos quando faltar-lhe conhecimentos que o convençam da proposta filosófica
de Schröder. A fase inicial do Aprendiz, onde os apelos visuais dos símbolos e
alegorias atraem mais do que o seu conteúdo oculto, pode induzir-lhe dúvidas e
desenganos se não for convenientemente instruído.

Schröder entendia a Maçonaria como uma Fraternidade que visa à união de


virtudes e não, uma Ordem ou sociedade esotérica. Por isso, enfatizou em seu Ritual o
ensinamento dos valores morais e a difusão do puro espírito humanístico, dentro do
verdadeiro amor fraternal. Preservou a importância dos símbolos e resgatou o princípio
que afirma ser “a verdadeira Maçonaria a dos Três Graus de São João”.

Na execução dos rituais do Rito Schröder são exigidos os cargos de Venerável


Mestre, Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante, Secretário, Tesoureiro, Primeiro
Diácono, Segundo Diácono, Mestre de Harmonia, Orador, Preparador e Guarda do
Templo.

Para que os trabalhos de uma Loja rendam bons frutos há necessidade do


governo inseparável do Venerável Mestre, do 1º Vigilante e do 2º Vigilante, que são
denominados “Os Mestres Portadores do Malhete”, pois eles o recebem como símbolo
de autoridade. A Batida do malhete faz cessar qualquer discussão ou palavra.

A substituição do Venerável Mestre em uma Sessão Ritualística é sempre feita


pelo Venerável Mestre Adjunto ou Ex-Venerável Mestre Imediato (aquele que foi o
último a deixar o Veneralato). O Venerável Mestre Adjunto apenas conduz o malhete
numa sessão ritualística, nas demais a Loja é dirigida por um dos Vigilantes. Isto
acontece porque cada um dos três Oficiais está preparado para o exercício de seu
cargo, enquanto o Venerável Mestre Adjunto está preparado para substituir no
Trabalho de Templo.

Os Oficiais devem dedicar-se na preparação correta dos trabalhos, pois da


preparação depende, em grande parte, a eficiência da Sessão. Estas indicações não
devem ser vistas como uma obrigatoriedade, mas como condição para que o trabalho
seja bem realizado, pois grande parte do sucesso no trabalho depende de uma boa
preparação. Mesmo assim, ainda pode surgir algum imprevisto com possibilidade de
prejudicar de forma significativa o trabalho em Loja, porém, deve-se estar consciente
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de que foi aplicado todo o esforço para buscar o rendimento máximo. Por isso, alem da
preparação dos Oficiais é recomendada a preparação de um adjunto para cada cargo.

O Presente trabalho descreve as atribuições dos Oficiais sob os aspectos


filosóficos-ritualísticos, legais e a preparação para o trabalho em Templo.

1. Atribuições Filosóficas/Ritualísticas aos Oficiais:

Durante a posse os Oficiais declaram aceitar o cargo ao qual foram escolhidos e


prometem solenemente, com toda a consciência, desempenhar os deveres que lhe são
inerentes com a dedicação e zelo, durante os doze meses para que foram escolhidos,
até que seja empossado seu sucessor. Prometem ainda fazer todo o possível para
incrementar o progresso da Loja e ajudar o Venerável Mestre em suas múltiplas
obrigações.

O Venerável Mestre, cuja joia é o esquadro, símbolo da retidão e das ações


pautadas na Justiça, está posicionado no Oriente. A batida de seu malhete faz cessar
qualquer discussão ou palavra, pois ele comanda os trabalhos em Loja e ao invetir os
Oficiais em seus cargos dá ciência das atribuições de cada um.

Ao colocar a joia no 1º Vigilante o Venerável Mestre lembra que o Nível é o


emblema da igualdade e indica o procedimento equitativo que deve ter juntamente com
ele na direção da Loja; ao entregar o malhete como símbolo do poder, para habilitá-lo a
auxiliar-lhe na administração da Loja; indica que seu lugar é no ocidente, que tem o
dever de assinalar o ocaso do Sol, encerrando a Loja por sua ordem, entregando aos
obreiros o seu salário e dispensando-os do trabalho.

Ao 2º Vigilante com sua joia é lembrado que o Prumo é o emblema de retidão,


que indica a integridade do procedimento que deve ter juntamente consigo e com o
Irmão 1º Vigilante para a boa direção da Loja, entrega-lhe o malhete, como símbolo do
poder, para habilitá-lo a auxiliar-lhe na administração da Loja; indica que seu lugar é no
Sul; seu dever é assinalar o Sol no meridiano, chamar os irmãos do trabalho para o
descanso e do descanso para o trabalho a fim de que a obra prossiga.

Para o Tesoureiro, uma joia com duas chaves cruzadas sobre um triângulo para
lembrar-lhe que o seu dever é zelar pela perfeita arrecadação das contribuições dos
Obreiros e de outras receitas, bem como pela exata execução das despesas da Loja;
que deve ser pontual na entrega à Grande Loja de todas as taxas e contribuições que,
por Lei, lhe são devidas.

Para o Secretário, uma joia com duas penas cruzadas sobre o triângulo para
lembrar-lhe que o seu dever é registrar em Ata, com imparcialidade e clareza, todas as
ocorrências dos trabalhos, competindo-lhe, também, fazer as convocações para as
reuniões e as devidas comunicações a Grande Loja; orientando-o de que das decisões
tomadas, deverá velar para que sejam executadas, contribuindo assim utilmente para o
completo esclarecimento da Loja.

Para o 1º Diácono, uma joia com dois bastões cruzados sobre um triângulo,
lembra-o de que seu lugar é sua direita; de que a ordem interna da Loja corre sob sua
responsabilidade; antes da abertura dos trabalhos deverá examinar e providenciar para
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que tudo esteja pronto para realização das cerimônias ritualísticas; cabendo-lhe,
também, a recepção dos Irmãos visitantes; oferece-lhe como insígnia do cargo um
bastão, que é confiado como cetro do guia que todos seguem confiantemente.

Para o 2º Diácono, também uma joia com dois bastões cruzados sobre um
triângulo, semelhante ao do 1º Diácono, lembra-o de que seu lugar é perto do 1º
Vigilante; seu dever é examinar a cobertura da Loja para que os trabalhos se executem
com regularidade e circular a esmoleira; oferece-lhe como insígnia do cargo um bastão.

Poderá ser nomeado um Orador para todo o período, o qual receberá a joia com
um livro aberto sobre um triângulo e terá atribuição de cultivar a teradição maçônica da
Loja, promover a vida mental da Loja e a preparação de discursos e palestras, sempre
em conformidade com as orientações do Venerável Mestre.

Poderá ser nomeado um Preparador para todo o período, o qual receberá a joia
com um livro fechado sobre um triângulo e terá atribuição de é preparar os candidatos,
aprendizes e companheiros, respectivamente nas suas recepções, promoções e
elevações.

Poderá ser nomeado um Mestre de Harmonia para todo o período, o qual


receberá como joia a lira sobre o triângulo, e terá como atribuição organizar e executar
a seleção musical para o trabalho no Templo e em festividades, de conformidade com
suas instruções.

Poderá ser nomeado um Guarda do Templo para todo o período, o qual


receberá como joia a Colher de Pedreiro sobre o triângulo, a qual indica que deverá
proteger a obra contra más influências externas, impedindo a aproximação daquelas
que não tem direito de tomar parte em nossos trabalhos.

2. Atribuições Legais aos Oficiais:

O Venerável Mestre é o legítimo representante da Loja, ativa e passivamente,


judicial e extrajudicialmente, podendo constituir procurador habilitado para representá-
lo em juízo ou fora dele, exceto no que concerne à presidência dos trabalhos da Loja
nas sessões ou nas assembleias.

Na falta do Venerável Mestre respondem sucessivamente o Primeiro Vigilante e


o Segundo Vigilante, ou substituto legal.

No que concerne á presidência dos trabalhos da Loja nas sessões Ritualísticas


na ausência do Venerável Mestre (Presidente) responderá o ex-Venerável Mestre
designado pelo Venerável Mestre ou, na sua ausência, o ex-Venerável Mestre presente
que tiver ocupado o cargo de Venerável Mestre mais recentemente.

Os documentos administrativos poderão ser assinados individualmente pelo


Venerável Mestre ou pelo Secretário.

Todo documento que se relacione com a gestão financeira e patrimonial da Loja


deverá conter as assinaturas do Venerável Mestre e do Tesoureiro, com exceção dos

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recibos de contribuição dos membros do quadro, que serão firmados apenas pelo
Tesoureiro.

Nas Assembleias Gerais, as Lojas jurisdicionadas serão representadas por seus


Veneráveis Mestres, 1º Vigilantes e 2º Vigilantes, ou por substitutos devidamente
credenciados que devem ser membros de seu quadro.

Ao Venerável Mestre compete: presidir os trabalhos da Loja; resolver as


questões de ordem suscitadas; ser o guarda fiel da Carta Constitutiva da Loja,
responsabilizando-se por sua conservação e entrega-la ao seu substituto legal no dia
da transferência do cargo; convocar reuniões; determinar o preenchimento de cargos
nas sessões ritualísticas; iniciar, promover e elevar candidatos, obedecendo a
legislação vigente e as formalidades ritualísticas; submeter a apreciação e votação do
plenário da Loja os assuntos que dependam de deliberação coletiva; proceder,
auxiliado pelo Orador e Secretario, a apuração das votações e proclamar o resultado;
decifrar ou deixar sob malhete coluna gravada recebida pela Loja; conceder ou cassar
a palavra de obreiro, diretamente ou por intermédio dos Vigilantes; impedir diálogos,
apartes e referencias pessoais, direta ou indiretamente ofensivas; coibir discussões
que possam perturbar a harmonia dos trabalhos e a fraternidade entre os obreiros;
fiscalizar a escrituração da Loja, podendo, para isso, reter em sua guarda e
responsabilidade livros e documentos, pelo prazo de 30 (trinta) dias, no Maximo;
nomear, reservadamente, Mestre-Maçom para realizar sindicância de candidato a
Iniciação, Filiação ou Regularização; autorizar pagamentos de responsabilidade da
Loja; comparecer as reuniões da Grande Loja e encaminhar para debate proposições
da sua Loja; apresentar, na sessão anterior a da posse da nova Administração,
relatório circunstanciado das atividades administrativas dele, enviando copia a Grande
Loja; votar nos escrutínios secretos; proferir voto de Minerva nas votações abertas ou
simbólicas; encerrar a tabua de presença da Loja, apondo sua assinatura
imediatamente após a ultima assinatura em cada sessão; representar a Loja perante a
Grande Loja, em juízo e fora dele; fazer a triagem da correspondência a ser decifrada
pelo Secretario; assinar as pranchas dirigidas ao Grão-Mestre; transmitir a Palavra
Semestral; fiscalizar a Tesouraria da Loja, principalmente quanto as responsabilidades
financeiras junto a Grande Loja; possuir uma senha pessoal e intransferível,
disponibilizada pelo Departamento de Informática, para acesso ao Sistema Grande
Loja, via internet; emitir Placets, via internet, através do Sistema Grande Loja.

Ao 1º Vigilante compete: dirigir a Loja, na ausência do Venerável Mestre,


devendo os trabalhos ser processados a descoberto, caso não seja Mestre Instalado;
suceder o Venerável Mestre em caso de vaga ou renuncia, cabendo-lhe concluir o
mandato administrativo, depois de devidamente instalado; integrar a representação da
Loja nas reuniões da Grande Loja; pedir, por um golpe de malhete, a palavra ao
Venerável Mestre; falar sentado; auxiliar o Venerável Mestre nas suas múltiplas
atribuições.

Ao 2º Vigilante compete: dirigir a Loja, na ausência do Venerável Mestre e do 1º


Vigilante, devendo os trabalhos ser processados a descoberto, caso não seja Mestre
Instalado; suceder o 1º Vigilante, em caso de vaga ou renuncia, ou também o
Venerável Mestre se a vaga ou renuncia for de ambos, cabendo-lhe concluir o mandato
administrativo, depois de devidamente Instalado; dirigir a Coluna do Sul; pedir, por um
golpe de malhete, a palavra ao Venerável Mestre; falar sentado; integrar a
representação da Loja nas Assembleias Gerais Grande Loja; conceder a palavra aos

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obreiros, quando autorizado pelo Venerável Mestre, observando a ordem de
solicitação; auxiliar o Venerável Mestre e o 1º Vigilante, sempre que solicitado.

Ao Secretário compete: redigir as atas das sessões, decifrando-as e gravando-


as, depois de aprovadas pela Loja; receber a correspondência, submetendo-a a
triagem do Venerável Mestre; decifrar o expediente; registrar na documentação
recebida o destino dado pelo Venerável Mestre; fornecer, por ordem do Venerável
Mestre, certificados e certidões solicitados por obreiros ou de interesse da Loja,
gravando-os e colhendo a assinatura de quem mais de direito; comunicar ao
Tesoureiro, para os devidos fins, as resoluções sobre admissão de profano e
regularização, filiação, promoção, ou elevação de Irmãos; elaborar, por ordem do
Venerável Mestre, o edital de convocação das sessões extraordinárias; manter em dia,
na Loja e no Sistema Grande Loja, os cadastros dos maçons ativos, dos maçons
irregulares e dos candidatos rejeitados; manter sob sua guarda e responsabilidade os
livros, documentos e demais materiais pertinentes a Secretaria; preparar a
correspondência a ser remetida por ordem do Venerável Mestre, ficando vedado
assinar correspondência dirigida ao Grão-Mestre; auxiliar o Venerável Mestre nos
escrutínios em geral; possuir uma senha pessoal e intransferível, disponibilizada pelo
Departamento de Informática, para acesso ao Sistema Grande Loja, via internet; inserir
Propostas Preliminares no Sistema Grande Loja, via internet; informar a Grande
Administração, através do site da Grande Loja, a nominata total dos ocupantes de
cargos ritualísticos na Loja.

Ao Tesoureiro compete: arrecadar a receita e efetuar as despesas devidamente


autorizadas pelo Venerável Mestre; cumprir pontualmente as obrigações financeiras
assumidas pela Loja, principalmente junto a Grande Loja; conferir e depositar em
estabelecimento bancário, escolhido de comum acordo com o Venerável Mestre, o
produto do Tronco de Solidariedade e demais valores sob sua guarda; manter em dia a
contabilidade da Loja, escriturando em separado o produto do Tronco de Solidariedade;
ter sob sua guarda e responsabilidade os livros, valores e demais materiais pertinentes
a Tesouraria.

3. Preparação para o Trabalho em Templo:

Na preparação para os trabalhos os Oficiais devem estar no Templo antes do


início da sessão, para preparar o Templo e ficarem inteirados dos acontecimentos.

Os Oficiais terão que examinar, em primeiro lugar, os seus materiais de trabalho,


como por exemplo, malhete, colar, castiçais, rituais, documentos que constarão da ata,
a totalidade e integridade da própria vestimenta, etc., em seguida, prestam informações
ao Venerável Mestre, e verificam se existe necessidade de realização de algum ato
especial.

Os Diáconos conferem se o equipamento está no devido lugar: posição do


Tapete, posição dos candelabros, estado das velas, abafadores de velas, fósforos,
Três Grandes Luzes (Bíblia, Esquadro e Compasso), material para escrutínio (quando
necessária), etc.

O Irmão Secretário cuida também para que o Livro de Presenças esteja


preenchido com a data e a espécie do trabalho, colocando-o com a devida
antecedência na ante-sala.

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O Guarda do Templo assegura-se das questões relacionadas com a iluminação.

O mais tardar 5 minutos antes do trabalho, todos os Oficiais deverão estar


completamente paramentados e em seus lugares no Templo.

Após a abertura da Loja ninguém pode movimentar-se no Templo, sem que o 1º


Diácono lhe mostre o caminho, caminhando a frente com seu bastão. Quando houver
apresentação de um Irmão ao Altar, ele coloca o Irmão à direita do Venerável Mestre e
coloca-se com seu bastão ao lado.

O Venerável Mestre, o 1º e 2º Vigilante são os Oficiais que portam os malhetes.


Se for necessário segurar o malhete, ele fica na posição vertical e pousado no lado
esquerdo do peito, com as partes percussoras para os lados e com a mão direita
levada à esquerda e com o antebraço direito pousado horizontalmente na parte baixa
do peito e formando esquadria com o respectivo braço, que está na vertical. O braço
esquerdo fica caído verticalmente ao lado do corpo.

O malhete deve estar sobre a mesa quando o titular colocar-se no Sinal, com o
malhete não devem ser feitos sinais ou saudações maçônicas, quando o Venerável
Mestre ou os Vigilantes estiverem no Sinal, para bater com o malhete, devem
completar o sinal, dar a batida recomendada pelo ritual e voltar novamente ao sinal.

Quando o Venerável Mestre, ou o 1º Vigilante, ou mesmo o 2º Vig., deixar


ritualisticamente o seu lugar, o malhete permanece sobre a mesa.

O malhete nunca deve ser vibrado com violência, suas batidas devem atender
ao preceituado ritual em intensidade e vibração, ele é batido incessantemente para
indicar que a Loja está em trabalho, o que acontece no momento em que o Grão-
Mestre entra no Templo até a chegada em seu lugar no Oriente.

Quando o malhete é batido todos devem ficar em silêncio. Normalmente uma


batida do malhete tem por objetivo chamar a atenção ou evidenciar um ato, quando for
feita em sequencia pelos seus portadores deve-se esperar o convide de à ordem.

Os bastões dos Diáconos são sempre utilizados na condução dos Irmãos que os
devem seguir nas movimentações em Loja. Para outras tarefas, os bastões
permanecem na vertical em seus suportes. Quando parado de pé, o Diácono se
mantém na posição de rigor, que equivale ao Sinal de Ordem, e que consiste em
manter os pés em esquadria, o antebraço direito na horizontal, com cotovelo próximo
ao corpo e formando esquadria com o respectivo braço na vertical, e o bastão à frente,
na posição vertical, seguro pela mão direita. Quando estiver andando, o portador
continua segurando o bastão nesta posição.

Ao iniciar a Sessão o Venerável Mestre convida o 2º Diácono para que verifique


a cobertura da Loja, este portando seu bastão vai a porta e dá a as batidas do grau na
porta, sendo ela repetida pelo Guarda do Templo, que então ingressa no Templo. Na
ida a porta do Templo, o 2º Diácono faz o giro para verificar se todos os presentes
estão paramentados e a cobertura. Nas iniciações o 2º Diácono usa o Bastão para
conduzir o recém iniciado para recompor-se de seu vestuário e ser conduzido
novamente à Loja.

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O Diácono caminha sempre à frente, durante a condução de cortejos ou de
qualquer Irmão que se movimente no Templo e, mesmo em outras situações expressas
no Ritual. Nenhum Irmão pode se deslocar em Templo sem o acompanhamento de um
dos Diáconos. Com o Bastão são feitas apenas as batidas de advertência ou atenção.
Ao portar o Bastão, o Diácono não faz qualquer Sinal ou Saudação. Cabe lembrar que
os Diáconos têm autonomia para caminhar no Templo e até fora dele, no cumprimento
de ordens do Venerável Mestre ou do Primeiro Vigilante ou quando uma situação assim
o exigir.

Tão logo seja aberto o Tapete, o Venerável Mestre entrega ao 1º Diácono a vela
acesa que está sobre sua mesa; o 1º D. a conduz e acende as velas das mesas dos 1º
e 2º Vigilantes, aguardando o Venerável Mestre no Nordeste do Tapete, para então
serem acesas as velas grandes sobre os castiçais. O Venerável Mestre, o 1º Vigilante
e o 2º Vigilante acendem as velas grandes, pois eles representam, respectivamente, a
Coluna da Sabedoria, a Coluna da Força, e a Coluna da Beleza, cujas chamas passam
então a ser representadas nas chamas das grandes velas.

A leitura da(s) ata(s) e do expediente será procedida pelo Irmão Secretário, e


logo após o Venerável Mestre abre a Ordem do Dia, ocasião destinada aos mais
variados assuntos, desde trabalhos e palestras, visando a instrução e aperfeiçoamento
dos Obreiros até reuniões administrativas ou “a campo”, Sessões Magnas de Iniciação,
Noite de Convidados, apresentação de Peças de Arquitetura, etc.

Concluída a Ordem do Dia, a palavra será concedida a todo Irmão que queira se
manifestar sobre assuntos pertinentes a Loja e a Maçonaria em geral. Neste momento
são tratadas as questões de ordem prática, pequenos avisos, justificativa da ausência
de Irmãos por motivos de saúde ou viagem, Irmãos que precisam de amparo, visitas,
informações úteis de interesse geral, agradecimentos, etc. Entretanto este não é o
momento para longas manifestações, a menos que sejam agendadas previamente com
o Venerável Mestre. Também se deve evitar retornar aos temas tratados na Ordem do
Dia, já que ela foi encerrada pelo Venerável Mestre.

Agradecimentos são feitos pelo Orador da Loja, que é nomeado pelo Venerável
Mestre para que o auxilie na oratória. O Orador tem a atribuição de cultivar a tradição
maçônica da Loja, de promover a vida mental da Loja e a preocupação na preparação
de discursos e palestras, sempre em concordância com o Venerável Mestre.

A Sessão é encerrada com uma ação de amor, recolhendo-se donativos


destinados aos mais necessitados. Este hábito faz parte dos usos e costumes da
Maçonaria, sempre que os maçons se reúnem. O 2º Diácono apanha esmoleira, na
mesa do Tesoureiro e recolhe de Irmão a Irmão. A coleta é realizada sem qualquer
formalidade, a medida que o Diácono passa, o Ir. deposita o seu óbolo. O objetivo é
que cada Irmão se lembre dos necessitados. Assim ao colocar a mão dentro da sacola,
cada um dos Irmãos está condicionando ao seu íntimo para este ato de solidariedade.
Ao final, o 2º Diácono coloca a esmoleira sobre a mesa do Tesoureiro e vai para seu
lugar. A circulação da coleta é feita no sentido dos ponteiros do relógio. O 2º Diácono é
o hospitaleiro da Loja, representa o esmoler conduzindo a esmoleira à sua esquerda,
na altura da cintura, apresentando-a a cada um para recolher os óbolos. Se o número
dos presentes for elevado, o 1º Diácono ajuda-o com mais uma sacola (esmoleira). No
caso de uma reunião muito concorrida, a coleta poderá ser feita na saída, à porta do
Templo, a medida que o Irmão passa pela porta, deposita o seu óbolo na esmoleira
que o 2º Diácono segura.
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O Venerável Mestre dá por encerrado o trabalho e cabe ao 1º Vigilante “fechar a
Loja”. A Loja é fechada e os Obreiros são pagos, no momento em que o Sol assinala o
ocaso. Na antiguidade o dia tinha o seu término com o ocaso do Sol, por isto o obreiro
recebia seu salário enquanto ainda era dia claro.

As Três Pequenas Luzes da Maçonaria são apagadas a partir do 1º Vigilante,


cujas palavras manifestam o desejo de que o Fogo de uma Força interior continue a
atuar em todos. Em sequencia, o 2º Vigilante manifestando o desejo de que no entorno
de todos permaneça o Brilho da Beleza. E o Venerável Mestre, manifestando o desejo
de que acima de tudo e sobre todos, continue a brilhar a Luz da Sabedoria.

Por ordem do 1º Vigilante, os Diáconos dobram o Tapete.

A seguir é formada, por ordem do Venerável Mestre, a Cadeia de União, símbolo


da Fraternidade que une os maçons. É também neste momento que o Venerável
Mestre profere a oração final, quando todos os Irmãos, com as mãos unidas, se
despedem.

Se necessário, porém, o Venerável Mestre determinará a realização de uma


segunda Cadeia de União para transmitir a Palavra Semestral, com a qual
comprovamos a nossa regularidade maçônica quando em visita a outras Lojas.

Após desfeita a Cadeia, liderados pelo 1º Diácono (à frente), todos se retiram do


Templo na mesma ordem em que entraram.

Enquanto uma Loja estiver em atividade, encontra-se em trabalho ou em


recreação. Se uma Loja estiver fechada por longo tempo, até a sua próxima reunião, o
período intermediário é de inatividade temporária, sua atividade para obrigações
maçônicas está temporariamente suspensa, embora seus poderes e privilégios como
Loja ainda existam e podendo, a qualquer tempo, prosseguir em seus trabalhos.

Quando uma Loja estiver fechada apenas temporariamente, com a intenção de


em breve reiniciar os trabalhos, este período intermediário é denominado Tempo de
Recreação. Esta expressão é antiga, sendo encontrada nos mais primitivos rituais do
Século XVIII. Chamar do trabalho para a recreação difere de fechar a Loja no seguinte:
a cerimônia é muito breve e o Segundo Vigilante assume o controle da Oficina. Uma
Loja em recreação pode ser comparada a qualquer outra sociedade quando estiver em
recesso. O período de descanso é de acordo com a decisão do Venerável Mestre. Mas,
o Sol permanece no seu meridiano, então os obreiros voltam ao trabalho, a fim de que
a obra progrida.

*Ir. Arli Helvio Boeck, M.M., 1º Vig.


Cinq∴Ben∴ Aug∴Resp∴Loja Simb∴”Concordia et Humanitas” Nº 56
03 de julho de 2014

Bibliografia:
http://www.concordia56.org/senha/Arq/Estatuto_Loja_color.pdf
http://www.concordia56.org/senha/Arq/Constituicao_GLMERGS_2010.pdf
http://www.concordia56.org/senha/Arq/Regulamento_Geral_2008_GLMERGS.pdf
http://colegioschroder.org.br/boletins/
Ritual do aprendiz Maçom – Segundo Friedrich Ludwig Schröder – Ed. 2007 -
GLMERGS
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