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TRÊS LUZES

De acordo com as Sagradas Escrituras, onde consta:


• "No princípio Deus criou o céu e a Terra. A Terra era informe e vazia. As trevas cobriam o
abismo, e o Espírito de Deus movia-se sobre a superfície das águas. Deus disse: Faça-se a 'Luz'.
E a 'Luz' foi feita. Deus viu que a 'Luz' era boa e a separou das trevas. " A narrativa bíblica, em
sua gênese, associa a Luz a algo positivo, tendo para tanto a aprovação de Deus, que viu que A
Luz era boa.
A associação de Luz a algo positivo e bom, sempre em oposição às coisas más e sombrias, está
presente em todas as Religiões, Crenças e Filosofias. Então, são associações lógicas ao
pensamento humano universal os Seres de Luz, os Espíritos Iluminados, os Entes que emanam
Luz, a Luz da Sabedoria, e outras. Sem Luz não há vida, pois é um dos elementos essenciais aos
seres vivos, que a captam do Sol, para muitas Religiões a Personificação de Deus. Ao contrário,
as trevas, além da associação com o Mal, representam a Ignorância, a Ausência de Sabedoria e o
Descaminho. Na Maçonaria jamais se deve apagar a Luz representativa da Divindade com sopro
ou qualquer parte do corpo, mas sempre com apetrecho próprio, isto porque poderia contaminar
a denominada Chama Sagrada, demonstrando-se nessa simbologia o Respeito à Luz, que tanto
representa a Criação, quanto o Conhecimento. Todas as reflexões referentes à Luz são
importantes, pois culminam com a indicação do caminho à Iluminação Maior, afastando das
trevas, em que até recentemente vivia. As Luzes do Templo orientam no auxílio dos que
adentrarão em busca da Luz da Sabedoria e Conhecimento, pois Iluminado é quem reflete a Luz
que recebe, e não quem somente a absorve sem multiplicá-la.
Luzes do Templo As Três Luzes da Loja são representadas pelos VM, 1º e 2° Vigilantes, as
autoridades diretivas dos trabalhos com atribuições individuais, que se unidas compõem o todo
harmônico. Hierarquicamente, um precede ao outro, e ocorrendo a ausência do VM, a primeira
das Luzes, a condução dos trabalhos fica a cargo de seu imediato, o 1º Vigilante. Cada uma das
Três Luzes da Loja possui a própria simbologia, jóias e respectivas responsabilidades.
Venerável Mestre Para chegar ao honroso cargo de VM, é necessário antes ter exercido outra
posição em Loja, tal qual os cargos de Vigilante ou Orador, tendo assim experiência suficiente
para desempenhar a contento as atribuições do cargo. Para o preenchimento do cargo deve ser
realizada uma Eleição Secreta, vencendo quem obter maioria dos votos, só votando os Mestres,
Aprendizes e Companheiros não participam. Orador Conforme o escritor Rizzardo da Camino,
o VM deve cumprir os seguintes Deveres:
1 - Sentir-se Maçom, de preferência a qualquer outra formação doutrinária,
2 - Ser discreto, justo e procurando ser perfeito,
3 - Ser entusiasmado e interessado,
4 - Ser disciplinado, disciplinador, tolerante e apaziguador,
5 - Não ser invejoso, rancoroso ou intrigante, 6 - Ser estudioso e meticuloso, 7 - Ser humilde e
inteligente, 8 - Nas Eleições ter comportamento de Magistrado, 9 - Não pleitear cargos ou
posições nos Escalões Superiores, 10 - Ser cumpridor dos Estatutos, Regulamentos e
Constituições. O VM se afigura como o Referencial Moral e Intelectual da Loja, e assim, o
Guardião do Equilíbrio a Reinar entre os Integrantes, o que sem dúvida é um fardo pesado,
entretanto, sendo conhecedor da Arte Real, sabiamente a utilizará nessa árdua tarefa. A 'Jóia' do
VM é o 'Esquadro', pois Sua linha traçada não deve pender para a direita ou esquerda,
representando a Equidade com que deve agir sempre. Sobre o tema, diz o autor Rizzardo da
Camino: • "O Esquadro controla e talha as pedras, que só se ajustam quando não
regulamentares. Aplicando-a a si mesmo, o VM dá o exemplo de impecável sociabilidade,
praticando magistralmente a arte de saber viver, que traduz por uma constante afabilidade. "
Secretário __________________________________________ _ Seu conjunto de qualidades,
confere ao VM o direito de não censura por ninguém, porém, deve revestir-se desses princípios,
para tornar-se merecedor desse privilégio, devendo ainda contar com amizades de Maçons e
profanos, demonstrar autoridade e ampla erudição 132 Enfim, o VM deve ser o guia, o
referencial, o primeiro oficial e a primeira Luz da Loja, além de ter consciência que suas
características influirão, certamente, na aprendizagem e vida maçônica daqueles que estão nos
primeiros passos de sua caminhada. Os Vigilantes As Colunas do Norte e do Sul são regidas ]0
e 2° Vigilantes, cada qual comandando a sua, e ambos unidos e subordinados ao VM,
representante da Sabedoria, devem formar um todo indivisível, sinônimo da harmonia requerida
nos trabalhos. Algumas características são próprias dos Vigilantes, pois além do VM, são os
únicos que se utilizam de malhos ou malhetes, além da prerrogativa ímpar de se pronunciarem
sentados durante os trabalhos. Quando surge o Sol no Oriente, onde se encontra o VM, caminha
em direção a seu maior esplendor que é ao Meio-Dia, onde o espera o ]O Vigilante e, forte e
único, chega ao crepúsculo no Ocidente, onde o Água rda o 2° Vigilante. Quando um integrante
deseja fazer uso da Palavra, é o Vigilante da Coluna onde se assenta, quem proverá a necessária
permissão, logicamente, com a concessão do VM. Aos Vigilantes cabe como seu objetivo
primordial, observar, vigiar e principalmente instruir os Aprendizes e Companheiros,
respectivamente. Guarda (ou Cobridor) _ Primeiro Vigilante Pelas mãos do VM, o ]O Vigilante,
representando a Força, recebe simbolicamente o Nível que compõe seu Altar, pois o Nível
representa o Equilíbrio que deve dar à Loja, sendo dois seus Deveres Fundamentais: •Verificar
se o Templo está coberto, e •Se todos os presentes são Maçons. A verificação acerca da
Cobertura do Templo às vistas profanas, tem significado muito profundo, pois a Cobertura
também significa a proteção do G:.A:.D:.U:., cabendo ao ]O Vigilante verificar, sentir e
ritualisticamente comunicar ao VM. Uma das diversas formas que o ]O Vigilante dispõe para
verificar se todos são Maçons, também seria através do olhar, posto que demonstra em cada um
dos presentes a comunicação espiritual daquela condição, assim, o ]0 Vigilante deve enxergar se
algo está interferindo na perfeição do Espírito Maçônico necessário aos trabalhos. Outra função
do ] ° Vigilante seria auxiliar no fechamento da Loja, pagando os obreiros e despedindo-os
contentes e satisfeitos. O Altar do to Vigilante deve estar instalado sobre dois degraus, e a seus
pés encontra-se uma Pedra Polida, representação dos integrantes que ocupam sua Coluna. 133
VM Segundo Vigilante O 2° Vigilante, que representa a Beleza e a Concórdia, tem seu Altar
alocado sobre apenas um degrau, estando a seus pés uma Pedra Bruta, significando a precária
condição dos integrantes de sua Coluna. Dentre as funções do 2º Vigilante, uma seria a de
conclamar os obreiros para o trabalho, mostrada por sua 'Jóia' que é o 'Prumo', representação da
Pesquisa e da Verdade. Sua função é tão nobre quanto a do 1° Vigilante, estando também a seu
cargo o auxílio no fechamento da Oficina, bem como substituir O 1º Vigilante em suas
ausências. Finalmente, é possível afirmar que, representando a Sabedoria, a Força e a Beleza, as
Três Luzes do Templo, tão necessárias à iluminação do caminho que transforma os integrantes
em Verdadeiros Maçons, na concepção maior do Espírito Maçônico, são compostas pelo,
Venerável Mestre, Primeiro e Segundo Vigilantes, respectivamente.

Bibliografia
Maçonaria – 100 Instruções Aprendiz
D’Elia Junior, Raymundo
Editor Madras – São Paulo

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