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“O que está em cima é o que está em baixo e o que está em baixo é o que está em cima”
A Câmara das reflexões, com seu isolamento e com suas negras paredes, representa um
período de obscuridade e de maturação silenciosa da alma, por meio de uma meditação e
concentração em si mesma, que prepara o verdadeiro progresso efetivo e consciente que
depois tornar-se-á manifesto à Luz do dia. Por esta razão, encontram-se nela os emblemas
da morte e uma lâmpada sepulcral, e acham-se sobre suas paredes, inscrições destinadas a
pôr à prova a sua firmeza de propósitos e a vontade de progredir que tem de ser selada num
testamento.
Deve cessar de depositar sua confiança e cobiça nos valores puramente exteriores do
mundo, para poder encontrar em si mesmo, realizar e tornar efetivos os verdadeiros valores,
que são os morais e espirituais. Deve cessar de aceitar passivamente as falsas crenças e as
opiniões exteriores, com o objetivo de abrir seu próprio caminho para a verdade.
Isto não significa absolutamente que tem de despojar-se de tudo o que lhe pertence e
adquiriu como resultado de seus esforços e prêmio de seu trabalho, mas, unicamente, que
deve deixar de dar a estas coisas a importância primária que pode torná-lo escravo ou
servidor delas, e que deve pôr, sempre em primeiro lugar, sobre toda a consideração
material ou utilitária, a fidelidade aos Princípios e às razões espirituais. Este despojo tem
por objetivo conduzir-nos para sermos livres dos laços que de outra forma impediriam todo
nosso progresso futuro. Trata-se, portanto, em essência, do despojo de todo apego às
considerações e laços exteriores, com a finalidade de que possamos ligar-nos à nossa íntima
Realidade Interior, e abrir-nos à sua mais livre, plena e perfeita expressão.
SIGNIFICADO DA CÂMARA:
A Câmara de reflexões, como o seu nome o indica, representa antes de tudo aquele
estado de isolamento do mundo exterior que é necessário para a concentração ou reflexão
íntima, com a qual nasce o pensamento independente e é encontrada a Verdade. Aquele
mundo interior para o qual devem dirigir-se nossos esforços e nossas análises para chegar,
pela abstração, a conhecer o mundo transcendente da Realidade. É o "gnothi seautón" ou
"conhece-te a ti mesmo" dos iniciados gregos e hindus, como único meio direto e
individual para poder chegar a conhecer o Grande Mistério que nos circunda e envolve
nosso próprio ser.
Isto, e a cor negra do quarto, trazem-nos à mente a antiga fórmula alquímica e hermética
do Vitríolo: "Visita Interiora Terrae, Rectificando Invenies Occultum Lapidem", Visita ao
interior da Terra: retificando encontrarás a pedra escondida". Isto é: desce às profundezas
da terra, sob a superfície da aparência exterior que esconde a realidade interior das coisas e
a revela; retificando teu ponto de vista e tua visão mental com o esquadro da razão e o
discernimento espiritual, encontrarás aquela pedra oculta ou filosofal que constitui o
Segredo dos Sábios e a verdadeira Sabedoria.
A representação da Verdade final e fundamental por uma pedra, não demonstra nada de
estranho se imaginarmos que deve constituir a base sobre a qual descansa o edifício de
nossos conhecimentos, que transformar-se-á na Igreja ou Templo de nossas aspirações, e o
critério ou medida sobre a qual, e a cuja imagem, devem enquadrar-se ou retificar-se todos
os nossos pensamentos.
Dentre os muitos símbolos Maçônicos, a Corda de 81 nós é aquele que traz, para os
Irmãos, uma porção de interpretações segundo o raciocínio e o grau de espiritualidade de
cada um.
Representa a União Fraternal dos Irmãos espalhados pelo Universo.
Representa os 81 meses dos interstícios das elevações do grau de Aprendiz ao grau 33º.
Representa o triplo ternário do número 03 na lenda de Hiran Abif.
Nove(09) horas em que o corpo do Mestre teria ficado escondido sobre os escombros do
Templo. Vinte e sete (27) dias sepultado no monte Mória, onde fora encontrado pelos
Mestres. Oitenta e uma (81) semanas a demora da construção do Túmulo, onde teve
sepultamento condigno.
A Corda de 81 nós com suas borlas pendentes na entrada da porta do Templo tem como
significado fazer com que as vibrações maléficas dentro do Templo sejam absorvidas pelas
Borlas e eliminadas pelas Borlas da entrada do Templo.
Os 81 nós da corda representam também os principais atributos da divindade, que
somados dão o número 81. Beleza 06, Sabedoria 07, Misericórdia Infinita 14,
Conhecimento sem limites 11,Eternidade 08, Perfeição 10, Justiça 07, Compaixão 10 e
Criação 08.
A Corda de 81 Nós na sua representação do número 08 deitado como se encontra na
Loja, mostra duas curvas; uma de entrada e outra de saída, unidas num mesmo centro,
presas a uma linha central que se prolonga ao infinito (linha de coesão), da força centrífuga
e da força centrípeta, nesse ponto ambas se anulam produzindo o Equilíbrio do Globo
Terrestre.
A Corda de 81 Nós na sua posição representa a corrente magnética que separa o mundo
Material do mundo Espiritual com suas 12 portas (Colunas do Zodíaco), por onde as Almas
descem ao mundo Material (Vida) e sobem ao mundo Espiritual após a Morte.
A Corda de 81 Nós representa a espiral serpentina, símbolo natural da involução do espírito
na matéria para elevar-se e enobrecer-se.
Luta exterior trabalhada para a renovação da vida interior.
Como representação astronômica, a Corda de 81 nós, representa um colar de pérolas
celeste ligando o grupo de planetas inferiores à imponente cadeia dos grandes planetas. As
borlas pendentes no interior do Templo representam as quatro relações harmônicas que
regulam a situação dos planetas do nosso sistema solar:
Relação: Sol a Mercúrio, espaço onde se esboçam os novos planetas.
Relação: Mercúrio a Marte, região dos pequenos planetas em que se move a nossa Terra.
Relação: Netuno a Júpiter tem o papel preponderante de fazer os dois mundos Maior e
Menor neles se combinarem, ficando Júpiter como um Sol nos limites dos dois sistemas.
Relação: Urano a Netuno, espaço onde se realiza a nota harmônica do universo num
acorde geral ou seja, o cimo de todo o sistema.
E Jacó sonhou: “e eis que uma escada era posta na terra, porque o sol era posto; e eis que
os anjos de Deus subiam e desciam por ela, e eis que o Senhor estava em cima
dela”.(Gênesis: 20, 12-13).
Jacó, filho de Isaac e Rebeca e irmão gêmeo de Esaú.
Narra a Bíblia que Isaac estava velho e sua vista se tinha de tal sorte enfraquecida que ele
não podia ver nada. Chamou, pois Isaac a Esaú, seu primogênito, e disse-lhe que pegasse
suas armas e saísse à caça e, depois que tivesse apanhado algo, que preparasse dela e
levasse para ele comer e ser abençoado antes que morresse.
No entanto, ouviu Rebeca a conversa entre Isaac e Esaú e, tão logo este saiu para a caça,
chamou Rebeca a Jacó contando-lhe o que ouvira, aconselhando-o a ir até o rebanho e
trouxesse dois cabritos dos melhores para deles preparar a iguaria que sabia ser do gosto de
Isaac e, poder assim, em lugar de Esaú, receber a bênção do pai antes que este viesse a fale-
cer. E assim foi feito.
Todavia, para que Isaac não notasse a diferença entre os irmãos, vez que Esaú era todo
peludo, vestiu Jacó dos mais preciosos vestidos de Esaú e cobriu as mãos e o pescoço com
as peles dos cabritos.
Dando, pois Isaac a bênção a Jacó, lhe disse: “Eis aqui o cheiro do meu filho, que é como
cheiro de um campo bem cheio, ao qual o Senhor abençoou. Deus te dê o orvalho do céu e
da gordura da terra, abundância de pão e de vinho. Os povos te estejam sujeitos, e eles
prostem diante de ti. Tu sejas o senhor de teus irmãos, e os filhos de tua mãe se inclinem
profundamente na tua presença. Aquele que te amaldiçoar, esse seja amaldiçoado, e aquele
que te bem disser, seja cheio de bênçãos”.
Apenas Isaac tinha acabado de dizer estas palavras e Jacó saído, quando Esaú que, tendo
apresentado a seu pai o que fizera cozer de sua caça lhe disse: “Levanta-te, meu pai, e come
da caça de teu filho, para tu de dares a tua bênção”.
Após esclarecidos os fatos, perguntou Esaú a seu pai? E tu, não reservaste também para
mim alguma bênção?
Respondeu-lhe Isaac: “Eu o constituí a ele teu Senhor; sujeitai-lhe todos os seus irmãos.
Estabeleci-o na posse do trigo e do vinho. E depois disso, meu filho, que te posso eu
fazer?”
Como Esaú chorava, movido de compaixão, lhe disse lsaac: “A tua bênção será na
gordura da terra e no orvalho do céu, que cai lá do alto. Tu viverás da tua espada e serás
sujeito a teu irmão. E lá virá o tempo que tu sacudas o seu jugo da tua cerviz e te livres
dele”.
Por causa desse episódio, conservou Esaú sempre um rancor contra Jacó, que só estava a
espera da morte de seu pai para se desfazer de Jacó. Como Receba ficou sabendo da in-
tenção de Esaú, chamou a Jacó e lhe disse para que se retirasse para Haran, onde assistia
seu irmão Labão (irmão de Rebeca) e que por lá ficasse algum tempo até que a ira de Esaú
se aplacasse e sua indignação passasse.
Jacó tendo partido de Bersabé, ia para Haran. E como chegasse após o por do sol a certo
lugar, onde ele queria passar a noite, pegou numa das pedras, que ali havia; e tendo-a posto
por baixo de sua cabeça, dormiu ali mesmo. Então viu em sonhos uma escada, cujos pés
estavam fincados sobre aterra, e o cimo tocava o céu; e os anjos de Deus subindo e des-
cendo por esta escada. Viu também ao Senhor firmado no cimo da escada, que lhe dizia:
“Eu sou o Senhor Deus de Abraão, teu pai e o Deus de Isaac. Eu darei a ti e a teus
descendentes a terra em que tu dormes. A tua posteridade será numerosa, como o pó da
terra; e tu te estenderás ao Ocidente, e ao Oriente, e ao Setentrião, e ao meio dia; e todas as
tribos da terra serão benditas em ti e naquele que sairá de ti. Eu serei o teu condutor por
toda à parte, por onde fores; e eu te tomarei a trazer a este país; e não te deixareis, a menos
que não tenha executado tudo o que te prometi”.
Jacó tendo despertado depois do sono disse: “Em verdade que o Senhor está neste lugar,
e eu não sabia. Verdadeiramente não é isso outra coisa, que a casa de Deus, e a porta do
céu. Tendo-se, pois levantado logo ao amanhecer, tomou a pedra que tinha posto por baixo
da cabeça e a erigiu em padrão, lançando-lhe azeite em cima. E pôs o nome de Betel à
cidade que antes se chamava Luz. Ao mesmo tempo fez ele Jacó este voto a Deus, dizendo-
lhe:” Se Deus for comigo, e me guardar no caminho, por que eu ando, e me der comer, e
pano para me cobrir, e eu voltar felizmente para a casa de meu pai: o Senhor será o meu
Deus. E esta pedra, que erigi em título, será chamada Casa de Deus: e de todas as coisas
que vós me derdes, vos oferecerei o dízimo ““.
A escada mística vista por Jacó simboliza singelamente o ciclo involutivo e evolutivo da
vida, em seu perpétuo fluxo e refluxo, através de nascimento e morte, a desdobrar-se em
hierarquias de seres, potestades, mundos, remos devida e raças.
Segundo as tradições maçônicas, a escada com esse significado consta de catorze
degraus; nos mistérios persas e indostâmicos ela tinha grande importância e, por isso, em
seus templos se erigia uma escada de sete degraus, correspondentes também as sete
cavernas iniciáticas. Mas, em realidade, seus degraus são tantos quantas são as virtudes
necessárias ao aperfeiçoamento individual e, das quais, as três principais são a Fé, a
Esperança e a Caridade, ali simbolizadas pela Cruz, a Âncora e o Cálice.
Contam ainda os antigos iniciados que a evolução da alma se operava numa série de sete
globos, entre os quais se citavam Saturno, Mercúrio, Vênus, Júpiter, Marte, Lua e Sol.
Assim, a chamada Escada de Jacó tinha e tem múltiplas implicações e correspondências, e
sua presença na Maçonaria nos recorda perpetuamente a universal lei da evolução e a
existência de poderosas hierarquias cooperando maravilhosamente na sua execução através
de milênios e milênios.
FÉ - ESPERANÇA- CARIDADE.
05- A Escada.
Antigos egípcios acreditavam que, depois de morrer, a alma era levada para uma
região do céu que hoje chamamos de constelação de Órion. Chamavam esta região de Duat.
Entretanto, o Duat era visto não como uma região no céu, mas como um universo paralelo
onde a alma era testada e julgada, um lugar onde não se pode fugir da verdade, onde tudo o
que se fez e se disse na vida passa a ser examinado e julgado.
Quem construiu a esfinge?
Na opinião dos egiptólogos, a esfinge representa um faraó chamado Khafre, que reinou
durante a terceira Dinastia, em 2.500 AC, que a teria construído. Esta afirmação parece ser
baseada principalmente em uma única sílaba desenhada em uma grande laje na parte da
frente da esfinge, entre as patas (veja foto acima), e esta laje teria sido lá colocada não por
Khafre, mas pelo faraó Thutmosis IV, mais de 1.000 anos depois de Khafre ter
supostamente construído a esfinge. Entretanto, muitos pesquisadores, como Grahan
Hancock e Robert Bauval, afirmam que não há nada no texto da laje que possa comprovar
que o faraó Khafre foi quem realmente construiu a esfinge. Além disso, este pesquisador,
bem como vários outros, crêem que a esfinge é muito mais antiga do que se pensa: ela teria
sido construída no ano 10.500 AC!
Segundo Hancock e Bauval, a resposta é que a esfinge não foi construída nesta época
(2.500 AC), mas em outra época, quando o Sol estava na constelação de Leão. Mas que
época foi essa? Com ajuda de um mapa celeste, em um computador, vemos que o ano que
corresponde à constelação de Leão, em que a esfinge está alinhada, é 10.500 AC. O
surpreendente é que no exato momento em que o disco do Sol brilhava sobre o horizonte,
no equinócio de inverno do ano 10.500 AC, as três estrelas da constelação de Órion
(conhecidas como as Três Marias) estão cruzando o meridiano no sul, em uma posição
exatamente igual à posição das três pirâmides (veja figura abaixo). Tudo o que há nesta
região das pirâmides parece se relacionar com esta data (10.500 AC)
Câmara secreta
Se olhássemos para onde o Sol estava no equinócio de inverno, uma hora antes do
amanhecer, na época em que a Esfinge estava apontando para a constelação de Leão,
veríamos que o Sol estava 12 graus abaixo do horizonte, em um ponto exatamente abaixo
da parte "de trás" da constelação de leão (veja figura
abaixo).
Isso leva a crer na possibilidade de existir uma câmara subterrânea, sob a parte traseira
da esfinge (figura abaixo).
Erosão
John Anthony West, um pesquisador amador, é outro defensor da idéia de que a esfinge é
muito mais velha do que se pensa. Ele baseou suas pesquisas principalmente na erosão do
corpo da esfinge, causada pela chuva. Durante 20 anos ele tentou chamar a atenção de
outros pesquisadores, e conseguiu quando se juntou com o professor Robert Schock, da
Universidade de Boston. Schock é geologista, paleontologista e expert em efeitos da água
sobre as rochas. A idéia básica da pesquisa é a seguinte: A esfinge apresenta marcas de
erosão causadas pela ação da chuva, e medindo-se o grau de erosão nas rochas é fácil
estimar que elas estiveram expostas à chuva durante milhares de anos. Como a quantidade
de chuva tem se mantido constante desde a época da construção das pirâmides, calculou-se
que as rochas estiveram expostas à chuva por mais de 8.000 anos. Em 1991 West, junto
com um grupo de pesquisadores, começou a investigar a esfinge. Nesta pesquisa, utilizaram
ondas sonoras para localizar possíveis câmaras abaixo da esfinge. O que eles encontraram
foi uma sala retangular bem abaixo das patas da esfinge, mas logo após essa descoberta,
West foi proibido de continuar suas pesquisas.
Existe na arte da Engenharia, entre muitas regras básicas, todas obedientes às leis
da matemática a classificação de “vigas mestras”. São aquelas partes sumamente impor-
tantes da construção, que protegem e sustentam o edifício. De igual modo, nas ciências, nas
letras e em todas as artes, deve haver uma base sustentadora, sem o que não é possível que
elas prevaleçam e evoluam.
Em se tratando da vida moral ou espiritual, no terreno das idéias, a escalada é, por
semelhante modo, essencial dos primeiros fundamentos a mais alta concepção do reino
espiritual. Dissertemos, então, sobre o filosofismo maçônico, em torno de vigas mestras do
verdadeiro maçom. Mostremos como se deve conceber, dentro dos ensinamentos mais
expressivos da Sublime Ordem, o caráter moral e espiritual de um genuíno obreiro.
Vejamos o que a Maçonaria deve esperar de seus filhos. E que sejam varões do altíssimo
gabarito moral para que se enquadrem perfeitamente dentro das linhas diretrizes do seu
filosofismo sadio e construtor. E para que o maçom seja realmente modelo de cidadão
perfeito, em plena sincronia com essas idéias, mister se faz que conheça e ponha em prática
as virtudes mestras, que lhe poderão outorgar as forças necessárias para se firmar como
coluna inabalável e indestrutível no edifício de sua vida moral. Em qualquer atividade da
vida, deve prevalecer extraordinária força de vontade para a eficiência do trabalho. Quem
realiza qualquer tarefa sem a ela dedicar o máximo do seu esforço, certamente fracassará no
cumprimento do dever. Isto acontece comumente em todos os setores da atividade humana
e, muito mais, na vida moral e espiritual. O progresso na virtude é muito mais difícil que a
evolução das ciências, das letras e das artes.
A força de vontade é a virtude preliminar capaz de sustentar o edifício de nossa vida
moral, no combate aos vícios e às iniqüidades humanas. Não basta, todavia, que o homem
tenha a perfeição como ideal. Há muitos que canalizam suas energias, as boas intenções,
mas ignoram o rumo a seguir, e acabam deixando-se vencer. Daí a necessidade de se
cultivar a inteligência, atitude indispensável como auxílio poderoso à força de vontade, a
fim de que o homem saiba quais os direitos e deveres no desempenho das suas múltiplas
atividades, dentro e fora da Ordem Maçônica.
Muitos ignoram os mais comezinhos deveres porque não se dão ao trabalho de pensar, de
ler e de meditar, e pouco se esforçam pela sua evolução mental, moral ou espiritual. A in-
teligência tem que ser cultivada para que o homem aprenda a raciocinar e solucionar os
múltiplos problemas da existência. A mais importante das virtudes preliminares para a
formação do homem perfeito, no entanto, é a sabedoria, vista pelo prisma da solidariedade
humana.
Se o homem for dotado de força de vontade e inteligência cultivada, mas destituído da
qualidade mais sublime do caráter que é a sabedoria ele será, conseqüentemente, pouco
mais que um bruto. Precisamos, portanto, nos conscientizar de que é nosso dever agir
sabiamente, reconhecendo que nossos direitos cessam quando começam os alheios.
Igualmente devemos entender que só devemos fazer ao próximo o que queremos que façam
conosco. Não é difícil nos harmonizar com o próximo, revelando-lhe as faltas e auxiliando-
o em seus revezes e amarguras. O verdadeiro maçom é, pois, o que possui, preli-
minarmente, esta tríade como alicerces para sua vida.
Aprendamos, pois, com esta trilogia a conduzir nossas vidas, embasados neste espelho de
virtudes divinas, que não só constituem os atributos da alma verdadeiramente maçônica,
mas o patrimônio dos genuínos sábios que, segundo Deus, não compuseram no lamaçal das
misérias humanas. Bendita seja a milenar Maçonaria, que é uma das mais sublimes das
instituições na face da terra.
A Maçonaria é Universal, mas não é única. Ela é bela e tem os princípios mais coerentes
com a realidade social, econômica, política e religiosa, no final do século XX e alvorecer
do século XXI. Também conhecida como Francomaçonaria (nome que tem origem nos
mestres de obras das catedrais medievais, conhecidos na Inglaterra como Free-stone
maçom), é, antes de tudo, uma associação voluntária de homens livres, cuja origem se
perde na Idade Média, se considerar as suas origens Operativas ou de Ofício.
Simbolicamente, o Maçom vê-se a si mesmo como uma pedra bruta que tem de ser
trabalhada, com instrumentos alegóricos adequados, para convertê-la em um cubo perfeito,
capaz de se encaixar na estrutura do Templo do GADU. Ela se fundamenta na crença em
um Ser Superior ou Deus, denominado de Grande Arquiteto do Universo, que é o princípio
e causa de todas as coisas. Parece rígida em seus princípios, mas é absolutamente tolerante
com todas as pessoas, ensinado aos iniciados que é mister respeitar a opinião de todos,
ainda que difiram de suas próprias, desafiando a todos a mais sincera Tolerância. A Ordem
não visa, em hipótese alguma, lucro ou benefício, pessoal ou coletivo.
E é por isso que os Maçons jamais participarão de conspirações contra o poder legítimo,
escolhido pelos povos. Para um Maçom as suas obrigações como cidadão e pai de uma
família, devem, necessariamente, prevalecer sobre qualquer outra obrigação, e, portanto,
não dará nenhuma proteção a quem agir desonestamente ou contra os princípios morais e
legais da sociedade. Em suas Lojas são expressamente proibidos o proselitismo religioso e
político, garantindo assim a mais absoluta liberdade de consciência, o que lhe permite
permanecer progressista, sobrevivendo às mais diversas doutrinas e sistemas do mundo.
Curioso é perceber que sempre onde faltou a Liberdade, onde grassou a ignorância, foi aí
que a Maçonaria foi mais contundentemente perseguida, tendo sido inclusive associada aos
judeus durante o período de intenso anti-semitismo da Europa Ocidental, nos primeiro e
segundo quartos deste século.
O sistema de aprendizado está sempre presente. Cada Irmão, no seu trabalho, dentro da
Ordem e no seu respectivo Grau, procura aperfeiçoar-se interiormente na busca da
perfeição, para fazer-se um homem bom, um homem melhor. A Maçonaria estimula a
prática de princípios nobres, tais como:
· Gentileza
· Honestidade
· Decência
· Amabilidade
· Honradez
· Compreensão
· Afeto
Para os membros da Ordem todos os homens, fazem parte da Grande Fraternidade
Humana, portanto, todos são Irmãos, independentemente de credo, política, cor, raça ou
qualquer outro parâmetro que possa servir para dividir os homens. Os Três Grandes
Princípios sobre os quais está fundamentada a busca do progresso e da auto-realização do
Maçom são: O Amor Fraterno. O verdadeiro Maçom mostrará sempre a mais profunda
tolerância e respeito pela opinião dos demais, portando-se sempre com compreensão.
Ajuda e Consolo: Não só entre os Maçons, mas com toda a Comunidade Humana. Verdade: é o
princípio norteador da vida do Maçom, mesmo porque se faz necessária toda uma vida, para
chegar-se próximo de ser um bom Maçom.
Porém esta regra não é universal, até porque não existe uma autoridade internacional que
confira regularidade Maçônica. Portanto, cada país tem uma Potência ou Obediência
Maçônica, ou ainda, como acontece no Brasil, um Grande Oriente do Brasil (G.'. O.'. B.'.),
soberano, e as Grandes Lojas estaduais e Grandes Oriente independentes estaduais, também
soberanos e que não prestam obediência ao G.'. O.'. B.'. (único reconhecido pela Grande
Loja Unida da Inglaterra).
É por isso que em nosso país temos mais de cinqüenta obediências regulares. Ora, cada
Obediência goza de absoluta soberania e independência em sua base territorial, sem que
isso implique num completo desregramento. Exemplo disso é a Confederação Maçônica
Brasileira (COMAB), que reúne num foro único os Grandes Orientes estaduais, para que se
promovam estudos sobre temas importantes de liturgia e ritualística, que exigem uma
determinada unidade.
Na estrutura de funcionamento do G.'. O.'. B.'. - Pr.'. Há uma Câmara Legislativa, cujos
Deputados Estaduais representam as Lojas regulares e filiadas e, um Poder Judiciário. O
G.'. O.'. B.'. - Pr.'. É regido por uma Constituição e um Regulamento Geral que conferem o
ordenamento jurídico da Potência. As unidades administrativas do Grande Oriente,
constituem-se das Lojas de diversos Ritos, onde estão congregados os Maçons, sob a
liderança de um Venerável Mestre, eleito para um mandato de dois anos, podendo ser
reeleito.
“Nunca houve, nem nunca haverá um Homem, que tenha um conhecimento certo dos deuses e
de tudo aquilo de que eu falo”. "Se, mesmo por acaso, lhe acontecesse dizer toda a verdade,
nem disso se dariam conta. Todos se apóiam na aparência”.
Xenófanes de Cólofon (570-528 AC).
Perguntas e Respostas:
O que é a Maçonaria?
— A Maçonaria é uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e
progressista.
Porque é Filosófica?
— É filosófica porque em seus atos e cerimônias Ela trata da essência, propriedades e
efeitos das causas naturais. Investiga as leis da natureza e relaciona as primeiras bases da
moral e da ética pura.
Porque é Filantrópica?
— É filantrópica porque não está constituída para obter lucro pessoal de nenhuma classe,
senão, pelo contrário, suas arrecadações e seus recursos se destinam ao bem estar do gênero
humano, sem distinção de nacionalidade, sexo, religião ou raça. Procura conseguir a
felicidade dos homens por meio da elevação espiritual e pela tranqüilidade da consciência.
Porque é Progressista?
— É progressista porque, partindo do princípio da imortalidade e da crença em um
princípio criador regular e infinito, não se aferra a dogmas, prevenções ou superstições. E
não põe nenhum obstáculo ao esforço dos seres humanos na busca da verdade, nem
reconhece outro limite nessa busca senão a da razão com base na ciência.
A Maçonaria é religiosa?
— Sim, é religiosa, porque reconhece a existência de um único princípio criador, regulador,
absoluto, supremo e infinito ao qual se dá o nome de GRANDE ARQUITETO DO
UNIVERSO, porque é uma entidade espiritualista em contraposição ao predomínio do
materialismo. Estes fatores que são essenciais e indispensáveis para a interpretação
verdadeiramente religiosa e lógica do Universo, formam a base de sustentação e as grandes
diretrizes de toda ideologia e atividade maçônica.
Fonte: Opúsculo editado pelo Grande Oriente do Brasil, baseado em texto publicado
nos anos 70 no jornal "três pontos", de Buenos Aires – Argentina.
11- A Maçonaria no Brasil.
Esta loja constitui a origem do Grande Oriente do Brasil, já que decidiu, na reunião de 17
de junho de 1822, criar outras duas lojas, mediante a divisão, por sorteio, do total de seus
membros. Assim foram criadas as lojas "Esperança de Niterói" e "União e Tranqüilidade".
Com estas três lojas metropolitanas, formou-se o Grande Oriente. Entre os integrantes
daquela loja se destacam as figuras de Joaquim Gonçalves Ledo y do sacerdote e maestro
Januário da Cunha Barbosa, ambos ativistas no processo da independência política do
Brasil.
Apesar de que todas as pessoas influentes ao redor de Don Pedro eram maçons e
membros do Grande Oriente, a única organização maçônica que existia nessa época, havia
una enorme rivalidade política entre eles. A disputa pelo poder provocou serias lutas. Don
Pedro proclamou a independência do Brasil em 7 de setembro de 1822 e assumiu o título de
Imperador, com o nome de Don Pedro I. Exatamente um mês e meio depois, em 21 de
outubro, determinava, "primeiro como Imperador, depois como Grão Mestre" o fechamento
"temporário" do Grande Oriente. Esse fechamento se manteve em vigor durante todo o seu
reinado, que acabou quando abdicou, em 7 de abril de 1831 e se dirigiu a Portugal para
recuperar o trono português, que estava em poder de seu irmão Don Miguel, coisa que
acabou conseguindo, sendo coroado como Don Pedro IV de Portugal.
Desde 1830, os maçons do Rio de Janeiro tentavam reiniciar seus trabalhos, que estavam
praticamente parados, e haviam fundado um novo Grande Oriente, que foi instalado em 24
de junho de 1831, com o nome de Grande Oriente Brasileiro, aquele que seria conhecido
com o nome de Grande Oriente do Passeio, nome da rua onde estava localizado.
Em 1927 teve lugar, no seio do Grande Oriente do Brasil, una secessão que teria
conseqüências históricas importantes. Desde 1854 e até 1951, o Grande Oriente do Brasil
era una "organização dupla", denominada Supremo Conselho e Grande Oriente do Brasil.
Seu Grão Mestre era o diretor da Maçonaria Simbólica e dirigia os "altos graus" já que era
o “Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Rito Escocês”.
Vicente Neiva morreu em 18 de fevereiro de 1926 sem haver podido resolver o problema
criado por Mário Behring. Seu posto foi assumido por Fonseca Hermes, que era amigo de
Behring e que firmou com ele um Tratado, em 22 de outubro de 1926, no qual se
reconhecia a independência do Supremo Conselho.
Em 21 de março de 1927, Octavio Kelly foi instalado como Grão Mestre Adjunto e em 6
de junho desse mesmo ano, pressionado, Fonseca Hermes se afastou de seu cargo e Octavio
Kelly se tornou Grão Mestre.
Em 17 de junho de 1927, Mário Behring, que sabia que Octavio Kelly não dividiria o
poder com ele, convocou uma reunião do Supremo Conselho com apenas treze de seus
trinta e três membros e o declarou separado do Grande Oriente do Brasil. Para apoiar seu
Supremo Conselho do Rito Escocês, Behring estimulou a criação de Grandes Lojas nos
Estados, que já vinham sendo instaladas sigilosamente e às quais outorgava Cartas
Constitutivas emitidas por seu Supremo Conselho.
Foi dessa maneira que se criaram as Grandes Lojas da Bahia, fundada em 22 de maio de
1927, do Rio de Janeiro, fundada em 18 de junho de 1927, e de São Paulo, em 2 de julho de
1927, às quais se outras se seguiram. Estas Grandes Lojas dos Estados e as lojas que as
compõem existem até hoje como organizações independentes umas das outras. Para dar-lhe
um caráter nacional, foi criada uma entidade denominada Confederação da Maçonaria
Simbólica do Brasil, que é presidida de forma rotativa anual pelos Grãos Mestres das
diversas Grandes Lojas dos Estados.
A princípio a cisão teve grande repercussão, mas ao longo dos anos muitas lojas que
então se rebelaram acabaram retornando ao Grande Oriente do Brasil. Muitas das
reclamações das lojas em relação à estrutura de poder no Grande Oriente do Brasil foram
superadas com as alterações que ocorreram posteriormente, especialmente a mudança de
sede, em 1978, da cidade do Rio de Janeiro para a nova capital federal, Brasília.
Ainda assim, existem várias centenas de lojas reunidas em torno desses Grandes Orientes
Estaduais na maioria dos Estados Brasileiros. Como sua posição inicial era contra a
Federação Maçônica nacional, esses Grandes Orientes são independentes entre si. No
entanto, dada à necessidade de ter um caráter nacional, terminaram constituindo uma
entidade denominada Colégio de Grãos Mestres que hoje em dia se chama Confederação
Maçônica Brasileira, COMAB, sob a presidência rotativa anual dos Grãos Mestres dos
Grandes Orientes Independentes.
O maçom, dentro do espírito e da moral iniciática, precisa desbastar a pedra bruta, mo-
delar e polir o material, de modo a alcançar a beleza e elegância do edifício que constrói.
Conservando os sentidos desobstruídos, respeitando a humanidade usando a régua e o
compasso, aprendendo a beleza das formas, sua modelagem e detalhamento, a magia das
cores, a integração dos sons, a poesia de todas as artes, a expressão da causalidade, o
simbolismo das idéias numa única visão espiritual.
Desde o primeiro momento de sua existência na terra, o homem foi dotado de qualidades
suficientes para impor a si mesmo condições cada vez melhores em seu habitat. Nas eras
pré-históricas entre os animais, começou a ser distinguido como ser superior em todos os
aspectos. A construção de si próprio e da sociedade em que se insere tornam o Maçom um
obreiro do futuro e um construtor de novas realidades em resultado de um debate
esclarecido, imbuído de um simbolismo ritual cujo significado mais que apreendido deve
ser sentido, nos mais diversos campos de ação profana. A Ciência e a Filosofia nos
mostram hoje, mudanças que estão invadindo a humanidade. A começar pela terrível troca
de valores entre os povos mais evoluídos e entre os homens chamados mais civilizados. E
uma espécie de desintegração, de decomposição, de apodrecimento do próprio homem.
E para que o êxito deste intento não ocorra, o maçom terá que ter o domínio pleno das
instruções, postura exemplar, invocando as lições imortalizadas pelos nossos antepassados,
que as fizeram transcender os séculos, sempre trabalhando pela virtude e a solidariedade.
Podemos verificar que na medida em que o homem vai se apoderando do universo, pela
ciência e pela técnica, vai também perdendo o domínio do seu universo interior. À medida
que penetra no mistério dos mundos, tanto dos infinitamente grandes como dos pequenos,
perde-se nos seus próprios mistérios. Quer dirigir o universo, mas não sabe dirigir a si
mesmo.
Sem dúvida, nossa civilização está em perigo, mas não tanto em suas fronteiras
geográficas, mas nas próprias fronteiras do coração humano. O verme que corrói seu
interior e se fortifica inexoravelmente é alimentado pelas facilidades do mundo moderno,
que oferecem ao corpo as delícias e, ao espírito, o orgulho do poder.
Agora, estamos recolhendo seus frutos, cujo sinal, entre outros, é uma moralidade
discutível. Nos países desenvolvidos, ela adquire as proporções de um verdadeiro flagelo.
O crescente progresso das doenças mentais, dos desequilíbrios de toda espécie, oferecem-
nos uma trágica ficha da saúde do homem moderno.
O mundo moderno é extraordinário. Não temos o direito de frear seu fulgurante
progresso, bem como temos o dever de trabalhar para esse progresso. Nosso labor, no
entanto, será em vão se, paralelamente, não trabalharmos para desenvolver no homem a
consciência de seu espírito. E preciso refazer o homem para que o homem refaça o universo
na ordem do amor.
Quanto maiores forem as facilidades, mais o homem terá necessidade de luz para
compreender que estas facilidades são apenas meios para atingir um fim mais elevado.
Precisará de mais força interior para não se apegar a elas, mais necessidade de amor terá
a fim de não capitalizá-las em seu próprio benefício e em detrimento de seus irmãos.
Nós homens precisamos nos lembrar da existência do Grande Arquiteto do Universo, que
emana nossas forças vitais para nossa subsistência, com amor, fraternidade e liberdade.
Com base nos conceitos filosóficos, a Maçonaria teve sua origem, baseada nas grandes
escolas filosóficas da Antigüidade, as quais, indistintamente, tiveram sua origem e
inspiração nos Mistérios. O templo simbólico e filosófico é construído dia a dia nos
corações dos VERDADEIROS MAÇONS, para servir de moradia ao G.’. A .‘.D.’.U.’., E
de onde devem ser expulsas as paixões, as intransigências, os vícios e mesquinharias.
O Ritual deve ser estritamente observado, e a moral maçônica espartanamente cultivada
dentro e fora do templo.
Quando de minha Iniciação, eu não tinha a menor idéia do que iria acontecer, mas tive o
cuidado de passar o dia, em sua maior parte, em meditação, pois, algo dentro de mim
indicava que tinha que estar preparado para tomar uma séria decisão, que iria ser para o
resto de minha vida.
Quando cheguei á porta do T.’., Senti a sensação de que realmente, por mais que eu
tivesse estudado muito sobre espiritualidade e procurasse com todos os meus esforços a
busca do meu Eu Superior, realmente não sabia nada e muito tinha que aprender.
Colocado na Câmara de Reflexões, procurei, me entregar ao meu Mestre Divino e ao
meu Anjo da Guarda, para que se não fosse a Maçonaria o caminho que devesse seguir,
tivesse eu coragem suficiente em me retirar; mas se fosse a maçonaria, realmente o meu
caminho, que me dessem coragem para continuar.
Nestas condições, procurei fazer as minhas declarações, despojando-me de todo o
egoísmo, de todos os meus desejos, medos, preocupações e inseguranças, procurando ficar
o mais calmo que pudesse, para que do fundo do meu ser, eu não só fizesse as minhas de-
clarações, mas, principalmente, assumisse com todo o meu amor o novo caminho que meu
Eu Interior me indicava,
Quando das pancadas na Porta do T.’. Para que tivesse permissão de entrar, tive uma
sensação forte, parecia que minhas forças tinham dobrado e uma certeza absoluta, que a
partir daquele momento, uma nova vida iria começar, pois se eu sempre procurei seguir
sozinho o caminho da Senda, aquele momento era uma recompensa pelos meus esforços,
em 20 anos de busca. Sei plena e convictamente, que minha Iniciação foi, como o nome já
diz, apenas o inicio; muito, mas muito mesmo tenho que aprender e me dedicar, se quero
encontrar-me como meu Mestre Interior.
Através da virtude, que me leva à prática do bem, com disciplina que me ajudará
eliminaras vícios e com amar a todos os meus Irmãos, tenho a certeza que me tornarei um
Maçom. Sei plenamente que não será fácil, e sei que poderei sucumbir, mas, se isso
acontecer, terei a dignidade de dizer que pelo menos tentei.
Quando do juramento que fiz sobre a Taça Sagrada, em meditação, vislumbreí, que o
caminho inicialmente se parece com o primeiro gole, gostoso, saborosa, nos dando vontade
de beber toda a Taça. Posteriormente percebi, se formos com muita sede a Ela, beberemos
o amargor da (quássia), pois para continuara bebera gostoso, devemos ter paciência,
disciplina, força de vontade e muita consciência de que somos apenas A.’. M.’. E se que-
remos chegarem algum lugar devemos ser obedientes e prestar muita atenção às instruções
que serão dadas nos despindo da vaidade, egoísmo, ciúmes, medo e insegurança, enfim
procurar com todas as nossas forças eliminar os erros.
Ao efetuar as viagens comas olhos vendados, procurei sentir o máximo que pude, como
se elas deixassem de ser simbólicas e tornassem verdadeiras, fiquei calmo, muito seguro,
pois tinha a certeza absoluta que meu guia me traria de volta, mas que posteriormente
deveria meditar muito sobre elas, pois como já ouvi dizer, na Maçonaria nada é feito por
acaso, tudo tem sua finalidade, e as viagens têm muito o que ensinar.
Quando o Ir.’. Hosp.’. me pediu um pequeno auxílio, para os desgraçados que devemos
socorrer, não me senti humilhado por não poder contribuir, mas, sim, impotente, pois foi
neste momento que percebi, que se não fizermos parte de um todo e não estivermos unidos
com nossos Irmãos, sozinho não conseguiremos fazer nada, pois, além de não termos
metais, não teremos força para auxiliar aqueles que necessitam.
Quando tive os olhos desvendados e me dei com todos os Iir.’. MM.’., apontando as
espadas para mim, tive vontade de chorar, pois foi neste momento que me vi como sou:
PEQUENO E IGNORANTE.
Ao receber o Avental, os pares de Luvas Brancas, o Código das Legislações e o Ritual,
como todo pequeno e ignorante ser, me senti orgulhoso, quando na realidade deveria me
sentir agradecido e muito agradecido, por ter essa Ordem, me recebido fraternalmente e
permitir que eu fizesse parte dela, como um Iniciado A.’. M.’..
Assim, tenho a convicção que renasci e consciência que ainda sou uma P.’. B.’. e para
lapidar-me, muito, mas muito tenho que aprender através da disciplina, paciência,
obediência, meditação, estudo e dedicação.
Agradeço do fundo do meu coração ao GADU, ao meu Mestre Interno, ao meu Anjo da
Guarda, ao meu padrinho e a todos os meus Iir.’. MM.’., por me darem esta oportunidade
de participar de tão V.’. Or.’. enviando a todos os meus Iir.’. MM.’. dessa V.’. L.’. o meu
T.’. F.’. A.’..
14- A moral Maçônica.
A Moral Maçônica não é a mesma moral profana; moral para os membros da SUBLIME
ARTE não traduz o comportamento comum, mas uma atitude espiritualizada, o
comportamento maçônico, que cultiva a fraternidade, o amor, a tolerância, o mútuo
respeito.
Este conhecimento é peça fundamental para o desenvolvimento coordenado e seguro.
O Homem, desde o seu surgimento busca verdades e confirmações que sempre estiveram
ao seu alcance. Bastaria para consegui-las, que olhassem ao seu redor para o alto e para
dentro de si.
Porém, impedidos pelas suas fraquezas, vaidades e imperfeições passou a viver na super-
ficialidade da sua própria existência.
Para auxiliá-lo, surge a maçonaria que, com seu equilíbrio mostra aos homens, a semente
germinada e defeituosa, mas novamente nascida, dando-lhes outras oportunidades para
despertar e sentir a sua pequenez diante de tão extraordinária concepção, indicando-lhes
ainda a necessidade do desenvolvimento gradativo e seguro, para que cada passo dado
possa conhecer o degrau deixado para traz.
O Homem, quanto mais avança, mais distante se encontra da sabedoria; mais humilde
consequentemente deverá se tornar, para alcançar a autenticidade da sua própria concepção,
como ser imperfeito, criada para lapidar as suas próprias asperezas.
Modernamente, embora não existam mais duelos, costumamos, quando nos falta a Moral
Maçônica, atingir aqueles que de nós divergem.
Pergunta-se: O que justifica tal ação se os motivos normalmente são mesquinhos e
sórdidos?
Por que cometer um homicídio simbólico desprestigiando o Caráter e as realizações
daqueles de quem divergimos?
O Fazemos por não termos inseridos dentro de nós toda a liturgia espiritualista que a
Maçonaria nos ensina.
O Fazemos por ciúme ou por fraqueza, por soberba ou ironia, por critica ou preconceito,
por vingança, animosidade ou rancor. Por represálias ou intolerância.
De nós, em nossa Moral Maçônica depende as energias liberadas, para produzirem
resultados benéficos para nós mesmos, para a nossa Loja e para humanidade.
O ressentimento, o ciúme e ódio são como areia movediça que suga as energias ao seu
redor, transformando-nos em profanos de avental, em sarcásticos homens involuídos
amorais e sem esperança.
E este homem, o maçom, dentro do espírito e da moral iniciática, precisa desbastar a
pedra bruta, modelar e polir o material, de modo a alcançar a beleza e elegância do edifício
que constrói. Conservando os sentidos desobstruídos, respeitando a humanidade usando a
régua e o compasso, aprendendo a beleza das formas, sua modelagem e detalhamento, a
magia das cores, a integração dos sons, a poesia de todas as artes, a expressão das
causalidades, o simbolismo das idéias numa única visão espiritual.
Assim poderá entender os sábios, sentir os artistas, admirar os cientistas, apreciar os
inventores, compreender os legisladores e finalmente em fim, amar seus irmãos.
Para o êxito deste intento o iniciado terá que ter o domínio pleno das instruções, postura
exemplar, invocando as lições imortalizadas pelos nossos antepassados, que as fizeram
transcender os séculos, sempre trabalhando pela virtude e a solidariedade.
O templo simbólico, é construído dia a dia nos corações dos VERDADEIROS
MAÇONS, para servir de moradia ao G.’. A .‘.D.’.U.’., e de onde devem ser expulsas as
paixões, as intransigências, os vícios e mesquinharias.
O Ritual deve ser estritamente observado, e a moral maçônica espartanamente cultivada
dentro e fora do templo.
Só assim, poderemos passar, corretamente, para os nossos descendentes de boca a
ouvido, as maravilhosas lições deixadas pelos nossos antepassados e que são,
nada mais, nada menos, que o amor e a fraternidade, o respeito e a igualdade, a humanidade
e a tolerância entre todos os irmãos na face da Terra.
• A régua.
É um utensílio usado nas Lojas Maçônicas e que simboliza a retidão dos princípios
maçônicos e a retidão da conduta que deve ser observado pelos Maçons.
Todo Maçom deve observar escrupulosamente o cumprimento das leis que lhe são
impostas. Cumprir as Leis é um sinal de obediência. A obediência conduz á ordem e, assim,
cumprir as leis é uma forma de retidão. Por isto, a Régua simboliza o meio de assegurar o
cumprimento das normas do comportamento humano sem as quais não pode haver ordem.
Estas normas constituem o equilíbrio de todas as ações, assim elas consubstanciam uma
medida que pode ser avaliada pelos módulos da Régua.
Em Maçonaria usa-se a Régua de 24 polegadas significando às 24 horas do dia, estas 24
horas devem ser divididas pelo Mestre de Cerimônias, que é quem porta a insígnia de
Régua, em espaços iguais destinados ao trabalho, ao repouso, aos exercícios físicos e
mentais e a recreação.
A Régua de 24 polegadas serve para medir e planear a obra: corresponde a Sabedoria do
Ven.’., que também a de medir e planear quando dirige os trabalhos.
A Significação simbólica nos ensina que quando no plano moral, o homem deve medir
prudentemente os seus planos de ação, deve medir e apreciar o contorno de suas idéias
como se mede um pedaço de pedra, para ter o conhecimento exato de seu valor e de sua
utilidade. Material, com espiritualidade, medir é saber e o erro começa onde se perde o
censo da medida.
Para Abelain a Régua é o “Ouro dos Filósofos” simbolizando a “regularidade na
aplicação”. Palavra originada do latim “regula” ela, na Maçonaria é tomada como símbolo
do infinito, eis que a linha reta não apresenta princípio e nem fim. Desta forma podemos tê-
la como símbolo do aperfeiçoamento constante, da retidão, da lei, da moralidade e do
dever.
Por isso a Maçonaria não impõe nenhum limite, é livre da investigação da verdade, e
para garantir a todos essa liberdade, ela exige de todos a maior tolerância.
• O Maço.
Maço representa a inteligência e a razão que tornam o Maçom capaz de dicertar o Bem
do Mal, o Justo do Injusto.
Utilizado para desferir golpes, tem relação com o lº Vig.’. cuja qualidade é a força e cuja
missão consiste na transmissão de energia. E para transmitir aos instrumentos a força de
impulsão necessária à execução do trabalho. O Maço é o poder, é a força. Qualquer que
seja o sistema de impulsão adotado modernamente nos labores do homem, ele se deriva da
idéia primitiva do golpe. O Maço é a ação.
A tarefa do homem na vida, em síntese, tem como fim, a remoção e transformação da
matéria; toda ação humana se reduz a isso, quer no campo material, quer da esfera moral.
Mover pedras e terras para a construção de um edifício; mover pensamentos e idéias, para a
construção de um ideal; para mover pedras e terra é necessário a impulsão muscular; para
mover e transladar idéias, é necessária a impulsão moral - ação, vontade, força espiritual.
Se, no plano físico, a Régua tivesse traçado as suas linhas e o Cinzel estivesse pronto
para realizá-los na pedra, mas faltasse força no braço do Obreiro, o trabalho consciencioso
da Régua e as qualidades de penetração do Cinzel de nada serviriam; a obra não seria
realizada.
O Maço é a impulsão que leva para á frente, O Maço é a Energia.
Não devemos confundir o Malhete do Venerável Mestre com o Maço, porque o mesmo é
o instrumento que o neófito dá as primeiras pancadas na pedra bruta, a qual representa o
Homem sem instrução, áspero de caráter, por falta de conhecimento e que mais obedece aos
seus instintos do que a razão.
• O Cinzel.
O cinzel é uma ferramenta pontiaguda com a qual se esculpem as pedras por mais duras
que sejam, dando-lhes forma e modelo.
Corresponde ao 2º Vig.’., Porque como este representa o elemento da Beleza, assim o
Cinzel é o instrumento com que o Maçom cinzela a pedra tosca, nela criando linhas
superficiais e molduras, para o embelezamento do edifício.
Simbolicamente modela o espírito e a alma, de acordo com os mandamentos da
Sabedoria. Representa as nossas faculdades morais e espirituais, subordinadas ao nosso
saber e à nossa prudência. Sem o desenvolvimento dessas forças o Maçom não poderia agir
no meio que o circunda, nem poderia dar feição à sua própria natureza.
Este Cinzel maçônico deve ter fio e têmpera capazes de um esforço grande e tenaz, isto
é, o Maçom deve ter sentimentos generosos, mente sã, fé profunda, estoicismo e capacidade
de sofrimento.
Desde que o homem começou a utilizar o cinzel foi, aos poucos, se aperfeiçoando em
suas obras e puderam desta forma serem feitos: as construções, as esculturas e as gravuras.
O serviço do cinzel pode ser exemplificado pelas obras feitas pelos Egiptólogos a
milênios de anos atrás, tais como: as pirâmides, os artefatos da tumba do Rei Tut, a esfinge,
o monólito egípcio que esta exposto no Museu Britânico, e a pedra Menfíta, que contem os
mais antigos conceitos humanos, e outros.
O cinzel além de poder ser utilizado como ferramenta pode também ser um símbolo para
se atingir a perfeição do ser humano, estando, por exemplo, nas mãos de obreiro que
tenham bons princípios e costumes pode não ser construídas obras de grandes relevâncias.
Os aprendizes recebem a pedra bruta, assim como os Egiptólogos, os escultores, etc., a
recebiam para modelar suas obras.
Podemos assim iniciar na aprendizagem por bons princípios e costumes para atingirmos
a perfeição, e sermos úteis à humanidade. Deste modo, utilizando destes princípios
podemos ter a honra de pertencer a esta augusta e salutar sociedade.
Contam os mais sábios que em uma certa oficina de carpinteiros houve uma vez uma
estranha reunião.
Foi uma Sessão econômica, promovida pelas ferramentas, com vistas a equalizar suas
diferenças, divergências naturais, decorrentes das características individuais, porém
fundamentais ao labor congregado.
O martelo aceitou a culpa, no entanto, pediu que o parafuso também fosse expulso da
reunião, argumentando que ele dava muitas voltas para poder cumprir com os seus
objetivos. Diante do ataque, o parafuso concordou, mas, por sua vez, solicitou a exclusão
da grosa e da lixa. Argumentou que elas eram muito ásperas no tratamento com os demais e
que suas intervenções eram abrasivas e desgastantes, pois seu modo de atuar produz muito
atrito. Sem muitos argumentos, eles acataram a decisão, com a condição de que se
expulsasse o metro, que sempre avaliava os outros segundo a sua medida, como se fora o
único perfeito.
Foi então que o lápis, no ofício de elaborar a ata, atividade que reflete as conclusões do
metro, tomou a palavra e disse: Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, no
entanto, o CARPINTEIRO trabalha e constrói suas obras com nossas qualidades, com
nossos pontos valiosos. Assim, não pensemos em nossos pontos fracos e concentremo-nos
em nossos pontos fortes.
A assembléia concluiu que o martelo deve ser firme e forte, por sua condição de
dirigente, o parafuso, precisa manter seus movimentos circulares, pois em seu giro atua
como elemento de ligação, unindo e dando consistência à obra do CARPINTEIRO; a grosa
e a lixa são especiais: a 1ª, tem a responsabilidade de desbastar e tornar menos grosseira a
madeira bruta; a 2ª, o ofício de polir e aperfeiçoar tudo o que se encontra em estado
imperfeito; já o metro, necessita ser preciso e exato em suas intervenções, pois representa a
medida, a convenção, à regra.
A partir desse momento, as ferramentas sentiram-se como uma grande família, capaz de
levar a efeito, com sabedoria e perfeição, as ações do CARPINTEIRO. Ficaram alegres
pela oportunidade de trabalhar em conjunto e comungar um mesmo ideal.
Quando uma pessoa busca encontrar em outra somente defeitos, o ambiente torna-se
tenso e negativo. Ao contrário, quando se procura enxergar, exclusivamente, os pontos
fortes, o ambiente pode se tornar superficial. Porém, quando desejamos, com coragem,
prudência e justiça, valorizar os pontos fortes e desenvolver positivamente os pontos fracos,
o ambiente se revela harmonioso e os trabalhos profícuos. Naturalmente, florescem as
melhores conquistas humanas.
É fácil e perfeitamente humano identificar em outras pessoas defeitos, qualquer um pode
fazê-lo. No entanto, encontrar qualidades... Bem, isto é um privilégio reservado somente
aos sábios!
VIGILÂNCIA
E
PERSEVERANÇA
VITRIOL
Ainda em destaque há uma outra palavra sobre a parede, escrita em letras maiúsculas:
VITRIOL. As letras desta palavra são as iniciais da frase latina: “Visita Interior a Terra e
Retificando que, Invenies Ocultum Lapidem”, ou seja: Visita o interior da terra e nele
retificando encontrará a pedra oculta.
Eis ai um convite que a Ordem Maçônica faz ao Postulante para no silêncio e na
meditação, pesquisar em sua própria alma todos os ex-caminhos, todas as miudências, a fim
de encontrar o próprio “EU”, o mais profundo do ser, o homem verdadeiro que habita no
coroo material, Este, o EU interior, o homem verdadeiro é a “pedra oculta’ de cujo
conhecimento todos nós temos necessidade! Ela está ‘no interior da terra”, isto é, dentro de
nos mesmos, no mais íntimo de nosso ser, no mais recôndito de nossa alma e para encontrá-
la devemos agir “retificando’ os nossos pensamentos, os nossos costumes, nossos vícios e a
nossa moral!”.
Com esta parábola, quero reportar a vida profana, onde constantemente ouvimos
afirmações distorcidas sobre a Maçonaria. Somente quem vive, participa, e começa a
conhecer um pouco mais, sabe o quanto são pobres de espírito aqueles que assim afirmam.
Quando se é admitido a participar dos trabalhos da Instituição Maçônica, a maneira como
foi desenvolvida a ritualística permitiu-se sentir a beleza e a seriedade do ato que acabava
de colocar-me como centro das atividades transcorridas. Uma nova luz em mim começava a
ficar acesa, tão acesa quanto as três chamas que brilham em todas as sessões da Loja?
A Maçonaria como instituição de homens escolhidos dentre os que são livres e de bons
costumes, ligado por sentimento de pura fraternidade, caracteriza-se pela obediência as Leis
e aos princípios maçônicos e como APRENDIZ, rogo ao Grande Arquiteto do Universo que
me de luz e força neste início de caminhada e também para que nos ajude a sair do
obscurantismo do mundo profano para o verdadeiro universo de Liberdade, Igualdade e
Fraternidade.
E nós como Aprendiz desses ensinamentos, devemos ser agentes ativos na captação e,
sobretudo no cumprimento de nossos deveres maçônicos para com Deus, a Família e a
Pátria.
A Sociedade humana, continuadamente sofre as transformações tecnológicas, o avanço
da ciência está presente em todo o momento, e neste universo está o homem. O homem
maçom é parte ativa e integrante dessa sociedade em transformação, porém através de um
analise auto introspectiva, indagamos, o que podemos colaborar ou que temos feito nesse
sentido?
Entendemos que a missão da Maçonaria consiste em dar a plena consciência de si
mesmo, mostrando-lhe, depois de lhe facilitar os meios de transformar a sua pedra bruta em
pedra polida, o papel que ele poderá desempenhar dentro do mundo que, a olhos vistos,
caminha a largos passos para um porto seguro, acolhedor da fraternidade universal.
A Maçonaria, através dos séculos, vêm transformando-se e adaptando-se as realidades de
cada momento, das sociedades em que está inserida, buscando dessa forma uma
aproximação e participação ativa nas mudanças necessárias para a melhoria da qualidade de
vida do homem.
Verificamos que o espírito maçônico sempre existiu nos maçons que sentem a beleza da
doutrina e do idealismo da Maçonaria, pois este não se transmite pela entrada na Maçonaria
esse espírito se adquire e se adquire lentamente, Desenvolve-se e firma-se nela assiduidade
á loja e a convivência com os bons maçons; pelo cultivo sério e perseverante do
simbolismo maçônico.
A Maçonaria realmente vivida o manifesta-se pela forma que lhe e peculiar e própria,
isto é, pelo amor ao próximo e por uma atuação verdadeiramente benéfica sobre a
personalidade humana. Em conseqüência, deve estimular todas as faculdades do
APRENDIZ, indicando lhe que a Moral não deve permanecer estéril nem o Amor Frio; que
a Razão não pode submeter-se a futricas nem a inteligência ao cálculo. E da vida cotidiana,
expulsar-se o tédio, com a prática do silêncio, o Maçom coloca em prática o seu juramento
do ”mais absoluto sigilo”. Isto porque tudo que ouvir, entrará no mais profundo do seu ser,
“aprender a calar e aprender a pensar e meditar”, e, através do estudo interior, com
meditação, o Maçom encontrará o caminho da verdade.
Esta verdade que é a luz chega ao Aprendiz somente com uma réstia, pois o Aprendiz
está na coluna do norte, que a parte menos iluminada, porém o suficiente para caminhar em
linha reta, horizontalmente, com passos decididos a caminho do ORIENTE, ou seja,
alcançar o primeiro degrau da escada de Jacó.
Em resumo, o espírito Maçônico indica o Conhecer-se a Si Mesmo, como princípio de
sabedoria; a Ser Senhor de Si mesmo, com manancial de força; e a Enobrecer-se
desinteressadamente, como fonte de Beleza.
Finalizando, quero ressaltar que, para não tornarmos como o homem da parábola,
devemos como principiantes maçons, estudar o Manual do Aprendiz, e realizar o maior
possível de leituras que abordam assuntos de formas diferentes. Naturalmente que de várias
obras e autores faremos a leitura crítica para extrairmos a nossa “visão” ou concepção,
segundo, também, nossa forma de ver e interpretar as coisas, pois ninguém é dono da
verdade.
Se quisermos crescer e ter uma união justa e perfeita sob a tríade: LIBERDADE,
IGUALDADE E FRATERNIDADE, não é difícil. Somente assim teremos honrado nossa
Instituição.
Aprendiz Maçom
Aprendiz é aquele que aprende um oficio, ou uma arte. Em Mac.´. é o primeiro Gr.´. do
Simb.´. e refere-se ao neófito, ao principiante, que, simbolicamente, está aprendendo a arte
de construir, ou Arte Real. O trabalho do Ap.´. é na P.´. B.´. , que deve ser desbastada e
esquadriada pôr ele, para se tornar cúbica. Evidentemente, isso é apenas Simbólico, em
alusão aos antigos Maçons de Oficio, verdadeiros construtores.
Avental
Cadastro
Capitação
É o imposto que se paga por cabeça. Entre as contribuições pecuniárias devidas pelos
membros de uma Loja, está a Taxa de Capitação, que é paga, anualmente, por todos os
Maçons, essa Taxa é destinada à Obediência, e as Lojas são responsáveis pela sua cobrança
e recolhimento em favor da Potência, o mês de pagamento é março.
Cinzel
Geometria
Designa a parte da matemática que tem por objeto o espaço e as figuras que podem ser
concebidas, ou a medidas das linhas, das superfícies e dos volumes, É uma das sete
Ciências ou Artes Liberais da Antigüidade. De origem egípcia, a Geometria foi levada à
Grécia antiga como base da Arte de Construir, das relações triangulares e do circulo, da
Astronomia e da medida das terras férteis ás margens do rio Nilo, serviu de fundamento
filosófico para os sábios gregos, levando aos conceitos de Ordem, Equilíbrio e harmonia
Universal, que seriam tomados, já desde os primórdios da Maçonaria moderna como obra
divina. Como base da Arte de Construir, a Geometria é a principal ciência desse grande
conjunto de ciências que é a Maçonaria.
Gutural
Designa tudo que é relativo à garganta (em latim guttur) e, por isso designa também, a
Saud.´. do Gr.´. de Ap.´. – Sin.´. Gut.´. - vide Ritual de Ap.´. M.´. .
Interstício
Irmão
Designa o homem que, em relação a outro, tem os mesmos pais, ou somente o mesmo pai,
ou a mesma mãe. Designa, também, o membro de uma confraria, o correligionário, o amigo
inseparável, o frade sem ordens sacras, Sendo, a Mac.´. uma confraria, uma Frat.´. , os
Maçons usam o tratamento de Irmão – Pod.´. Ir.´. , Eminente Ir.´. , Sereníssimo Ir.´. , para
AAut.´. Maçônicas - independentemente de implicações místicas a respeito do termo.
Loja
O termo surgiu, pela primeira vez, em 1292, num documento de uma GUILDA,
organização de oficio medieval (ver "Síntese da Historia da Maçonaria").As Guildas de
Mercadores adotaram a palavra para designar os locais de depósito e venda de produtos
manufaturados, enquanto as Guildas artesanais a usaram para designar os seus locais de
trabalho, ou seja, as oficinas dos artesões. Destas ultimas, originou-se o nome das
corporações Maçônicas e a reunião dos seus membros.
Maço
Maçom
Obediência
É a designação de cada membro de uma Loja Maçônica, já que esta é uma Ofic.´. de
Trabalho.
Palavra de Passe
É um meio de reconhecimento de cada Grau, podendo ser pedida pelo G.´. do T.´. . Em
alguns Ritos ela é transmitida no inicio e no final dos trabalhos.
Palavra Semestral
Fonte Pesquisada:
21- As 7 virtudes.
O estudo das virtudes é essencial, pois é através dele que começamos a trabalhar
profunda e intimamente o nosso “Eu interior”. É através deste estudo, aliado ao estudo dos
vícios (ou pecados capitais) que conseguiremos distinguir os sentimentos e pensamentos.
Separar aquilo que é puro daquilo que é contorcido. O que é nosso do lixo que nos é
dogmatizado. E é através deste estudo que desenvolvemos a nossa consciência, elevamos o
nosso caráter e conseqüentemente o nosso ser.
As 3 Virtudes Teologais:
Fé: Desenvolve a visão espiritual, pois “pela fé o homem vê espiritualmente Deus e as suas
obras, crendo nas coisas invisíveis”. A fé do maçom não deve ser uma fé cega, baseada
naquilo que lhe dizem. O maçom apóia sua fé em seus estudos e em suas experiências
próprias, tendo assim não apenas uma fé, mas uma ciência da existência do G.’.A.’.D.’.U.’.
Esperança: Dá ao maçom a confiança necessária para enfrentar as provas duras da batalha.
Dá a força misteriosa que transformavam os verdadeiros maçons em homens inigualáveis
de coração puro e mente sã, sempre enfrentando as situações com bom coração e sua
esperança não é a vitória, porque esta se torna certa, mas sim a esperança de desta forma
estar honrando seus pais, mestres, ancestrais e ao Grande Arquiteto.
Caridade: O Maçom sem caridade é cruel e trai aos seus princípios e regras, e a Ordem
Maçônica não é compatível com crueldade e traição, mas sim com o Amor, e a caridade
sincera é, ao lado da partilha, a maior personificação do Amor.
As 4 Virtudes Cardeais:
Símbolo da pureza, assim são consideradas as Luvas Brancas dentro da maçonaria, são
elas recebidas pelos Aprendizes quando de sua iniciação.
Inúmeros são os símbolos da Liturgia Maçônica e, dentre eles, destaca-se o da entrega
aos neófitos das luvas brancas quando, nos últimos momentos da Iniciação. O Venerável
anuncia, então, que aquelas luvas brancas constituem o símbolo de sua admissão nas
fileiras dos homens livres e de bons costumes.
Os homens distintos e elegantes, as damas da sociedade fina e os militares galonados
deitaram a moda das luvas brancas. Estas chegaram a fazer parte dos ornamentos que rece-
biam os bispos no ato da sua sagração, com a designação de “luvas litúrgicas",
simbolizando a castidade e a pureza.
A entrega das luvas brancas aos neófitos da Maçonaria ficou justificada na mesma
intenção deferida aos bispos dantanho. Cobrindo suas mãos com elas, o maçom é levado a
compreender, primeiramente, que sua mão direita nunca deverá saber o que faz a esquerda.
Também o Venerável lhe explica que são “o símbolo de sua admissão no Templo da
virtude, indicando, por sua brancura, que ele nunca deverá manchá-la nas águas lodosas do
vício”.
A rigor se seguíssemos as tradições, dever-se-ia usar as Luvas Brancas em todas as
Sessões. Esta tradição pouco a pouco foi caindo, principalmente nos países quentes.
Todavia este costume não foi de todo abandonado. Muitos Maçons americanos e europeus
ainda observam esta tradição.
As Luvas Brancas também evocam a lembrança dos compromissos assumidos durante a
Iniciação.
A posse das luvas brancas não revela nenhuma interpretação mística, mas sim o que
possa haver de mais ativo e fecundo para a orientação no cumprimento do dever. Alcança
tanto a destinação da própria personalidade do iniciado como a de sua família.
Pelo que ficou esclarecido, a Ordem dos homens livres não se restringe a entregar
somente um par de luvas a cada um dos iniciados. Entrega um outro par que são
destinadas àquelas que mais direito tiver a vossa estima e ao vosso afeto. Foi dito, a que
mais estima e não a que mais ama, porque o amor às vezes exprime um sentimento “cego”
e pode enganar em relação às qualidades morais e intelectuais daquela que deva ser a
inspiradora das ações generosas.
Vê-se, pois, que a Maçonaria, no grande momento da recepção de seus convidados,
lembra-se da mulher, numa homenagem justa e sincera. Não se esquece de que a mulher
esposa tem por sua vez os direitos sustentados desde os dias do chamado “Pontificado
Romano".
Mas, esposa, Irmã, filha ou mãe é sempre a mulher que distribui consolação, promove
alentos e distribui conforto, tanto nas horas felizes da família como nas atribulações e nos
desfalecimentos da vida e de seu esposo. Portanto, tal homenagem da Maçonaria é, sob
todos os aspectos, mais do que procedente.
Um provérbio persa diz: “Não firas a mulher nem com a pétala de uma rosa”. A
Maçonaria reforça este ditado ainda mais: e nunca firas a mulher com um lampejo de
pensamento. Seja ela moça ou idosa, formosa ou feia, má ou bondosa, delicada ou áspera,
sabe ser sempre o segredo do Grande Arquiteto do Universo. É a incansável colaboradora
de Deus no seio da humanidade. À margem de todas as filosofias está a vida. E a
perpetuação da vida foi confiada pelo ser dos seres: à mulher.
O nível de igualdade em que a Maçonaria coloca o homem e a mulher, destinando a cada
um o par de luvas brancas cimenta a certeza dos nobres exemplos transportados aos seus
obreiros cônscios das responsabilidades assumidas perante as assembléias de maçons que o
recepcionaram.
Tais luvas são símbolos da admissão dos recém-iniciados como caráter evidente da
pureza das intenções que deve observar sempre o maçom em suas ações. Portanto, receben-
do-as, ele deve cuidar com toda atenção para não manchá-las como egoísmo e com a
subserviência às paixões que embrutecem o homem.
As ordens arquitetônicas foram descritas por Vitrúvio (Marcus Vitruvius Polo) arquiteto
e engenheiro romano que viveu um século antes da nossa era.
Durante séculos as instruções detalhadas contidas nos “Dez Livros de Arquitetura“ foram
seguidas mais ou menos fielmente e usadas em toda a extensão de tempo do Império
Romano.
Após a queda desse Império, as formas bárbaras de arquitetura foram introduzidas e as
instruções canônicas de Vitrúvio foram ignoradas ou deturpadas.
Os Dez Livros de Arquitetura escritos por Vitrúvio, são um computo completo da
arquitetura, desde a educação inicial do arquiteto, passando pelos princípios fundamentais
da arte, da localização geomântica dos templos e das cidades, das casas para moradia, dos
materiais, das formas de arquitetura, até a pintura, a maquinária e as artes militares.
Vitrúvio afirma que quando se consegue a comodulação perfeita, ou seja, a ligação de
todos os elementos arquitetônicos com o todo, por meio de um sistema de proporção,
consegue-se a “Eurritmia” que consiste na beleza e conveniência no ajustamento das partes.
Determina que a “simetria”, é a concordância justa entre as partes da própria obra e a
relação entre os diferentes elementos e todo o esquema geral.
Vitrúvio também demonstra a harmonia simétrica que existe entre o antebraço, o pé, a
palma, o dedo e as outras partes menores do corpo humano.
Compara essas partes às partes de um edifício, continuando a antiga tradição do edifício
sagrado visto em termos do corpo de um homem, em termos do microcosmo.
Deve-se agradecer a Vitrúvio o fato de ter sido ele quem preservou em seus escritos
essas formas arquitetônicas, em especial as da arquitetura grega, no que diz respeito às
“colunas" das ordens Dórica, Corintia, Jôníca, Compósita e Toscana.
A ordem Corintia para honrar Vênus, Proserpina, Flora, para Água da Fonte e para as
Ninfas.
E a ordem Jônica para Juno, Diana, Baco e outros deuses.
As ordens Compósita e Toscana são mais simples que a Dórica e em Maçonaria elas não
estão incluídas em nossos estudos.
Cumpre esclarecer que a Dórica provem de Dorus, filho de Hellen rei de Achaia e do
Peloponésio, caracterizando a Coluna Dórica pela falta de base.
A Coluna Jónica caracteriza-se pelo seu capitel com um duplo enrolamento, chamada
voluta e apresenta em seu fuste 24 meias canas, separadas por filetes, não formando canto
vivo, como acontece na Dórica.
A Coluna Corintia, tida como a mais bela, o fuste é liso ou canelado e o seu capitel imita
um cestão de folhas de acanto. Ela foi criada pelo escultor Calímaco de Corinto, advindo
dai o seu nome.
Se considerarmos a altura, o diâmetro, o fuste, o capitel e o estilo de cada coluna,
poderemos tirar grandes conclusões em relação à Beleza, Força e Sabedoria.
24- As Três Viagens Simbólicas.
Quando alguém ingressava nos Mistérios Menores, na Grécia ou Egito, se considerava
que o primeiro e mais importante ensino que ele havia de receber, era a verdade acerca das
condições depois da morte, pois tinham em conta que o homem pode morrer a qualquer
instante e, portanto, deve possuir tal conhecimento. Presentemente prosseguimos com a
mesma prática, e as três viagens simbólicas constituem a parte principal desse ensino.
O candidato tem de passar por três pórticos ou portais. São invisíveis aos olhos do corpo
físico, mas perfeitamente reais porque estão construídos com o pensamento.
O primeiro portal como já dissemos, é um emblema da morte ou seja, a passagem do
mundo físico para a nova etapa de vida no subplano inferior do mundo
astral - O candidato entra às cegas no mundo astral, mas nota
o toque de um amigo que lhe toma pela mão ou o braço, e o guia pelo caminho, este
amigo é o Seg.’. Diac.’. que, simboliza o principio astral ou emocional da constituição
humana.
Ao dar a primeira volta na Loja, ou a primeira viagem simbólica, sente-se o candidato
rodeado por horríveis ruídos, entre eles o retinir de cadeiras e de espadas, que revelam a
barafunda e confusão dominantes no subplano inferior do mundo astral, onde se reúnem
depois da morte os escravos da sensualidade, do temor, do ódio, da malícia e da vingança.
Depois o Seg.’. V.’. explica que esta viagem é um débil simulacro das provas por que o
candidato havia de passar nos antigos Mistérios, quando era conduzido pelas tenebrosas
cavernas, símbolo do mundo astral inferior, entre tumultuosos ruídos e rodeado de perigos
que não podia compreender. Não é provável que a maioria dos que ingressam na Ordem
maçônica, tenha de passar depois da morte pelo subplano inferior do mundo astral; mas se
tal lhes acontecer, estarão preparados para suportar a prova, tranqüilamente e sem temor.
Quando o candidato se aproxima do lugar do Seg.’. Vig.’., chega ao segundo portal, e é
ali apresentado aos elementos da terra e da água, pertencentes à região onde
simbolicamente acaba de chegar, a qual pode considerar-se constituída pelos subplanos só-
lido e líquido do mundo astral. Primeiro o candidato se volta para o norte e faz uma
apropriada oferenda aos elementais da terra; e depois se volta para o sul, para faze-la aos
elementais da água.
Estes elementais não são as mesmas criaturas que intervieram na construção do templo;
mas estão completamente sob a obediência de seu chefe, que por sua vez obedece ao Seg.’.
Vig.’. como guardião do segundo portal. Pertencem à espécie dos que às vezes são
chamados espíritos da natureza, que rodeiam e reconhecem daí em diante o indivíduo que
lhes foi apresentado. Após esta cerimônia se o candidato se achar em qualquer classe de
perigo não físico, ou na presença de uma influência maligna, poderá atrair para o redor de si
um corpo de guardas constituído destes, mercê da fraternidade que acaba de estabelecer
com eles.
O Seg.’. Vig.’. está sentado em seu posto, que por assim dizer se acha dentro da
espessura do muro desse portal. À direita do portal estão agrupados os elementais da terra,
e à esquerda os da água, à maneira de astutos duendes dispostos a impedir com prazer à
intrusão em seus domínios até que o candidato lhes seja formalmente apresentado e lhes
demonstre suas amistosas intenções por meio de uma oferenda formal.
O discernimento entre o superior e o inferior, entre o real e o irreal, capacitou o
candidato a passar são e salvo pelas regiões ou subplanos inferiores do mundo astral. Ao
pedir o Seg.’. Diac.’. passagem para o seu recomendado, diz aos elementais que se trata de
um cego mortal sedento de imortalidade. A passagem pelas regiões dos elementais em sua
peregrinação para os planos superiores predispõe o candidato a entregar tudo quanto lhe
pertence, isto é, toda a matéria pertencente àqueles níveis: a terra a terra e a água a água.
Depois da morte devem permanecer nesta região todos aqueles que se apegam ao grau
inferior da existência emocional, que se incorpora a esta categoria de matéria. Somente
quando tiverem se purificado através dos sofrimentos, e estiverem prontos a abandonar suas
baixas emoções, poderão alijar esta matéria de seus corpos astrais e passar para as zonas
superiores do plano astral. O candidato não permanecerá ali, porque o discernimento lhe
ensinou que há algo melhor. Daí em diante ele será reconhecido como um dos Irmãos de
luz e imortalidade e não em estado de trevas como os que se acham em níveis inferiores.
A segunda viagem simbólica é análoga à primeira, com a diferença de que os ruídos são
suaves e não estrepitosos. O candidato está ainda no mundo astral, mas na parte interme-
diária, muito mais fina e sutil que a que acaba de atravessar. Esta última é a região das
cegas paixões: e aquela, a das comuns emoções humanas. Os desejos que apegam o homem
à matéria desta região intermediária não são de modo algum repreensíveis, mas não
favorecem o progresso. Todos os prazeres do corpo, que não sejam grosseiros, constróem
aqui seu alojamento para morada das almas dos mortos, até que abandonem tais prazeres e
estejam dispostos a seguir adiante.
O candidato chega ao terceiro portal, situado junto ao lugar do Prim.’. Vig.’., que é o seu
guardião. Ali, de face para o Oriente, o apresentam aos elementais do ar, que guardam o
lado direito do portal, e de face para Ocidente, aos elementais do fogo, que guardam o lado
esquerdo.
A carência de desejos é a qualidade que pode capacitar o candidato a passar através de
engodos desta região, pelo que uma vez mais entrega aos elementais o que desta região
possui. E passa adiante, já amigo deles, que estarão sempre prontos a lhe emprestar seus
tesouros, porque sabem que é um Irmão da luz e que não os guardará para si mesmo, mas
lhes dará boa aplicação e lhes devolverá oportunamente.
O Prim.’. Vig.’. explica que nos antigos Mistérios, quando nesta terceira viagem o
candidato saía das tenebrosas cavernas, entrava numa região de silêncio, símbolo dos
subplanos superiores do mundo astral, onde não podem penetrar os sonhos ásperos, gros-
seiros, conquanto haja ainda ali alguma desarmonia entre as almas.
Não é incongruente considerar a vida no plano astral depois da morte como uma viagem
ou série de viagens. A pessoa “morta” experimenta uma sucessão de bem assinaladas
mudanças, à medida que seu corpo astral se vai subtizando pela eliminação das partículas
de matéria grosseira. Durante a vida física, as emoções do homem atuaram como imãs que
atraíram para o corpo astral matéria grosseira dos subplanos inferiores deste plano, quando
eram baixas, e matéria fina e sutil dos subplanos superiores do mesmo plano, quando eram
elevadas. Após a morte, o homem tem de permanecer sucessivamente em cada um de tais
subplanos, até haver eliminado de seu corpo astral a matéria peculiar do subplano
correspondente. O maçom que conhece o significado das viagens simbólicas está
preparado, depois da morte, para vencer suas emoções baixas e libertar-se prontamente da
matéria grosseira a fim de passar o quanto antes para o mundo celeste.
A terceira viagem simbólica se efetua sob completo silêncio, O qual figura a parte
superior do mundo astral, contígua ao mundo celeste. Ao terminar a terceira viagem, o V.’.
M.’. explica ao candidato que o morto cujas experiências ele reproduziu, havia naquela
etapa atingido os umbrais do mundo celeste, onde o silêncio perfeito lhe acalma os
fatigados sentidos e o envolve numa tranqüila e inefável paz. Atrás de si ficou o mundo
inferior; diante dele estão as alegrias do céu, e no espaço intermediário reina o silêncio. Tal
era e é a sua experiência nos verdadeiros Mistérios. Era simbolizada pelo silêncio absoluto
nos Mistérios do Egito e Grécia; na Maçonaria é recordada no silêncio da terceira viagem
simbólica.
Neste ponto terminaram as viagens. Na cerimônia não mais se mencionam portais nem
elementais, ainda que em conjunto haja sete ordens e alguns povos antigos os tenham
reconhecido em seu culto, reverenciando os Devas do Norte, Sul, Este, Oeste, Zênite, Nadir
e o centro de todos. Por esta ocasião não vai o candidato mais além dessa região do plano
astral. Foi apenas introduzido num mundo que haverá de visitar muitas vezes antes de
poder percorrê-lo facilmente, e viver e atuar ali com perfeito desembaraço.
Nesta etapa de seu progresso ele simboliza o discípulo na senda probatória, e deve
exercitar as três qualidades de discernimento, ausência de desejos, boa conduta ou
autodomínio, que o livrarão do plano emocional, como se livrou do plano físico antes de
entrar na Loja.
Com o tempo e mediante a prática dessas três virtudes, o candidato será capaz de
percorrer todo o plano astral a vontade, porque o discernimento lhe conferirá poder mental;
a ausência de desejos, o poder emocional, e a boa conduta, o poder volitivo. De sorte que
não haverá necessidade de cerimônia alguma para que o candidato passe sem obstáculo
através da parte superior do plano astral, porque ali tudo responde instantânea e
obedientemente à vontade do homem iluminado. Facilmente se reconhecem ali os Irmãos
da Luz.
Esta parte do ritual deriva principalmente dos graus simbólicos ou genuínos do Antigo e
Aceito Rito Escocês, mas não vigora nos trabalhos da Grande Loja da Inglaterra. O ritual
escocês, que se pratica nas Lojas que trabalham sob os auspícios do Supremo Conselho da
França, prescreve as três viagens simbólicas, com ruídos e estrépidos de espadas na
primeira viagem; com um “cliquetis d’armes blanches” (tinido de armas brancas) na
segunda, e perfeito silêncio na terceira, mas não há invocação dos elementais, embora se
comparem as viagens às antigas provas por terra, fogo e água.
Na Maçonaria da Inglaterra não entravam espadas na Loja, e na época em que todo
cavaleiro cingia a espada, deixava-a fora do templo; mas a Comaçonaria as emprega na
Loja, como poderosos instrumentos de amor na magia prática do ritual.
25- As Viagens.
A viagem do neófito significa o esforço que faz um homem para adquirir seu objetivo.
Na cerimônia do primeiro grau deve o candidato realizar três viagens: a primeira está
cheia de dificuldades e apresenta-se com muitos perigos e rumores.
Representa a prova da água ou domínio do corpo de desejos ou sua purificação. O guia
ou Cristo interior ensina-lhe o bom e o verdadeiro e o candidato deve ser dócil a suas
insinuações e instruções. A direção dessa viagem é de Ocidente para Oriente pelo lado do
Norte. O Ocidente é o mundo sensível e material; é a parte inferior do corpo humano onde
residem os fenômenos objetivos do universo. A Verdadeira Luz nele se acha posta como
quando se põe o Sol. Acha-se velada como Isis e o Iniciado deve desvelá-la por seus
esforços.
A realidade e a Luz nascem no Oriente ou cabeça do homem. É ali que brilha com todo
esplendor.
A viagem começa do Ocidente quer dizer do seu conhecimento objetivo da realidade
exterior. O homem se encaminha pela obscura noite do Norte em busca da Verdadeira Luz
no Oriente. Não devem assustá-lo a escuridão nem as dificuldades que se encontram em seu
caminho para chegar à Luz. Uma vez chegado ao Oriente, mundo da luz, não deve deter-se
ali; ao contrário, deve voltar ao Ocidente com a consciência iluminada que lhe permita
arrostar, com mais serenidade, as dificuldades e preconceitos do mundo, que JS não têm
poder de desviá-lo do caminho porque purificou seu corpo de desejos e dominou suas
paixões com o reconhecimento da verdade. Também tem outro significado: uma vez que o
candidato se acha iluminado, não deve guardar sua iluminação para si; deve instruir e
iluminar os demais que se encontram ainda no Ocidente ou mundo material.
Já se disse que a câmara de reflexões representa a prova da terra ou o domínio do mundo
físico. A primeira viagem é o domínio do mundo de desejos; a segunda representa o triunfo
sobre o corpo mental ou mundo mental.
Esta segunda viagem é mais fácil que a primeira; já não há obstáculos violentos. O
esforço feito na primeira nos ensinou como superar as dificuldades que se encontram no
caminho da evolução, uma vez dominados nossos desejos.
O choque de espadas que se ouve durante essa viagem o emblema das lutas que se travam
em redor do iniciado. É a luta individual consigo mesmo para dominar sua mente
elaboradora dos pensamentos negativos. É o segundo esforço para regrar a vida em
harmonia com os Ideais elevados. É o batismo do ar praticado pelas escolas; é a negação do
negativo; é a preparação para receber o Batismo de Fogo ou do Espírito Santo, ou seja, a
afirmação no positivo.
O Batismo do Ar, objetivo da segunda viagem, é a purificação da mente e da imaginação
de seus erros e defeitos.
A terceira viagem representa o Batismo do Fogo e realiza-se no entanto com mais
facilidade que os precedentes, pois desaparecidos os obstáculos e ruídos, só se ouve uma
música profunda e harmoniosa.
Dominando e purificando a parte negativa de sua natureza causadora de dificuldades,
familiariza-se o iniciado com a energia do fogo, quer dizer, chega a ser consciente do Poder
Infinito do Espírito que se acha em si mesmo. É a descida do Espírito Santo em línguas de
Jogo, que depura todo traço de erros que dominavam a alma.
É a prática do fogo nas antigas iniciaç6es, o elemento mais sutil, de que nascem todas as
coisas e em que todas se dissolvem. E o domínio do mundo do Espírito de vida, cujas
fronteiras tocam o mundo Divino.
A descida do Espírito sobre o iniciado com seu fogo, faz desaparecer as trevas dos
sentidos e com ela toda a dúvida e vacilação, dando-lhe essa Serenidade Imperturbável em
que a alma descansa para sempre ao abrigo de todas as influências tempestades e lutas
externas.
Esse fogo é a essência do Amor infinito, impessoal, livre de todo desejo, impulso pessoal
que dá poder ao Iniciado de operar milagres porque nele se converte em Fé Iluminada e em
força ilimitada por haver ele vingado todos os limites da ilusão.
26- Baterias Sonoras e Luminosas.
Nessa Câmara encontramos sempre a palavra VITRIOL, formada com as iniciais de uma
frase e, às vezes, em lugar desse anagrama, a própria frase, ou seja, a fórmula hermética
que ele representa: “VISITA INTERIORA TERRAE RECTIFICANDO INVENIES
OCCULTUM LAPIDEM”, que se traduz por “Visita o interior da Terra, rectificando
acharás a pedra oculta”. Vários autores têm desenvolvido a recomendação do preceito posto
aos olhos do que vai ser iniciado. J. Boucher entende que a inscrição constitui um convite à
pesquisa do EGO (do EU) profundo, ou seja da própria alma, no silêncio e na meditação,
para achar a centelha divina (o Cristo Interno) existente no âmago de cada um.
Todos esses conselhos na câmara de reflexões e as demais figuras tétricas nos mostram
que dentro do homem se acham a morte e a vida, a dor e a ventura, o engano e a
iluminação. Se os cinco sentidos oferecem a morte, o espírito dá a vida eterna.
O amor é dado, mas nunca pode ser exigido: o mesmo deve ser dito da fraternidade, que
não pode ser senão uma manifestação do amor. Nenhuma verdadeira e sincera manifestação
de fraternidade pode obter-se a não ser quando verdadeiramente a sentimos e realizamos
interiormente: um maçom tornar-se-á verdadeiro maçom e irmão conforme sinta em si
mesmo o Ideal Maçônico e possa se reconhecer como irmão dos demais.
Quando se progride no Caminho da Vida (do qual a Maçonaria nos oferece em suas
cerimônias uma maravilhosa interpretação) e se aproxima do reconhecimento (que não é
unicamente o frio conceito ou percepção intelectual, mas à direita consciência e
sentimento) da realidade do Princípio Único de tudo, sente-se então, interiormente e de uma
forma sempre mais clara, sua íntima união e solidariedade com toda a manifestação da
Vida, e desta íntima consciência e sentimento, uma verdadeira compreensão e realização da
fraternidade será a conseqüência espontânea e natural.
Que cada um, pois se eleve, à sua maneira, e conforme lhe for possível, sobre seu
egoísmo e sua ignorância, e que reconheça sua verdadeira natureza, manifestação do
Princípio da Vida que vive em todos os seres (e que tem recebido na Maçonaria o nome de
Grande Arquiteto), reconhecendo assim seus deveres, ou seja, sua relação com o próprio
Princípio da Vida, consigo mesmo e com seus semelhantes. Este é o caminho por meio do
qual a Maçonaria ensina a fraternidade e busca sua mais prática e efetiva realização.
c) CORDA DE 81 NOS: seu maior simbolismo ao nosso ver, esta na realidade simples
que espelha. Ela é confeccionada de fios de fibras frágeis, que, porém, unidos, tornam-se
fortes e indestrutíveis. Que sirva de exemplo para todos os maçons.
O porque dos 81 nós, pode ser explicado da seguinte forma:
O R.'.E.'.A.'.A.'. estabeleceu em seu regulamento em 1762, que o tempo necessário para
que um maçom percorresse toda a escada de sua hierarquia (Do 1º ao 33º) seria de 81
meses.
PARAMENTOS (As grandes luzes da Maçonaria).
JÓIAS
1) F I X A S: São ditas fixas, por que sempre serão utilizadas pelo mesmo tipo de obreiro,
dependendo do grau que a utiliza. São as seguintes:
PEDRA BRUTA: é uma jóia de utilização do Ap.’. Maç.’., será utilizada apenas pelo Ap.’.
M.’. , e seu simbolismo detalhado está contido na 2ª instrução.
PEDRA POLIDA ou CÚBICA: é uma jóia de utilização do Comp.’. Maçom será utilizada
apenas pelo Comp.’. M.’., e seu simbolismo será conhecido no 2º grau.
PRANCHETA DA LOJA: é uma jóia de utilização restrita do Mestre Maçom, serve para
que ele guarde seus instrumentos de trabalho e seu simbolismo será conhecido no 3º grau.
2) M Ó V E I S: São ditas móveis, por que os obreiros que as utilizam, não serão sempre os
mesmos, e a cada eleição elas passarão as mãos de novos IIr.’., são elas:
Esta cerimônia de iniciação não é, e nem pode considerar-se unicamente como material,
nem é a aceitação de uma determinada associação, mas o ingresso a um novo estado de
consciência.
Quando desta cerimônia, o iniciado deve estar livre e despojado dos metais, isto é,
qualidades inferiores, vícios, paixões do seu intelecto, de suas crenças e preconceitos, deve
aprender a pensar por si mesmo e não seguir, como cego, o conhecimento e crenças dos
outros.
O despojamento dos metais simboliza também a pobreza com que Cristo viveu, sem
nenhuma riqueza, somente com a simplicidade fraternal e o amor ao próximo.
Este vínculo entre pobreza e fraternidade está no início da vida maçônica do candidato e
é o primeiro ponto da sabedoria que deve ser interpretada pelo iniciado.
Este deixar dos metais é o ponto essencial da sabedoria, onde o iniciado deixa-se
conduzir pelo caminho da pura simplicidade.
Esta atitude de profunda humildade, pela qual o iniciado se coloca, faz o mesmo atar
laços de amizade com todas as criaturas, e é de uma extrema importância, pois vem reforçar
a fraternidade humana propriamente dita. E esta, com efeito, encontra sua melhor garantia
nesta fraternidade maçônica com atitudes de respeito e de amor para com todo o conjunto
da criação e para com todas as formas de vida, por mais simples que sejam.
O maçom que fraterniza com todas as criaturas, comungando com o amor do Grande
Arquiteto por sua obra inteira, coloca-se ao abrigo da tentação de dominar seus semelhantes
e de violentá-los de alguma forma.
O respeito pela pessoa humana começa pelo respeito pela vida, sob suas humildes
formas. Assim quando nos despojamos dos metais, estamos nos despojando de todas as
inconveniências de uma vida anterior, passando a um renascimento maçônico, postulado de
ensinamentos e atitudes que deverão formar o futuro irmão.
Nesta Ordem de importância, resume toda a Filosofia Maçônica, nelas não residindo
nenhum segredo. A Maçonaria prega, como único ponto doutrinário, a existência de um
ente criador, a quem designa como Grande Arquiteto, que tudo fez, que tudo criou, não
restando as suas criaturas, outro objetivo que não o de revenciar a sua obra.
Nada mais a Maçonaria prega, pois não é uma religião, sendo apenas religiosa. Ainda
mais, determinada que cada um de seus membros pratique a Religião que a sua consciência
lhe determinar.
Podemos observar que em toda à parte da terra, nos mais distantes locais, em nas mais
diferentes datas, esse sentimento pelo divino brotou no intimo do ser humano, e em cada
local os homens o interpretaram a sua maneira.
Surgiram mesmos deuses sanguinários, que exigiam sacrifícios terríveis, mas, temos de
entender que mesmo esses deuses foram emanações da mesma chama sagrada. Esses
deuses não eram sanguinários. Sanguinários foram os homens que os interpretaram.
A emanação sempre foi a mesma, a interpretação é que foi diferente. Cada um de nós
deve, de acordo com a Filosofia Maçônica, viver a deidade de acordo com sua consciência.
Se vivemos de acordo com nossas consciências criamos regras que chamamos de
ordenação moral.
A ordenação moral é variável de acordo com o tempo e espaço.
De acordo com o tempo porque a moral evolui na mesma medida que o ser humano.
Também no espaço, aqui considerado como o local geográfico, faz com que a moral
tenha outras interpretações, pois civilizações que emergiram ao mesmo tempo, em vários
locais tiveram costumes completamente diferentes.
Tempo e espaço tem portanto, influência significativa na formação da moral. Não pode
uma raça ou uma civilização, ou uma religião, submeter uma outra as suas regras.
Essa é uma simplória explicação da primeira parte da Grande Trilogia: Deus sob o ponto
de vista da vida moral.
A segunda parte diz respeito á pátria. Embora a Maçonaria seja Universal e postule pela
Fraternidade, ela ensina, desde os tempos mais antigos, que a preservação do grupo é a
segunda grande regra, intimamente ligada a primeira, pois se temos uma regra e a vivemos,
se sabemos que tem outros povos que têm suas próprias regras e as vivem, temos de nos
organizar para vivermos com justiça e equidade.
É o viver e deixar de viver.
Este é o conceito de pátria, a mãe de todos, que a todos deve igualmente tratar. E
conceito da Justiça Social.
Se temos uma regra de vida moral, se temos regras para vida em grupo, temos
obviamente de nos completar com regras para a célula mater de todo e qualquer povo: a
Família.
Deus pelo universo, pátria pelo grupo e família pelo indivíduo.
Como poderíamos viver Deus, viver Pátria se não vivermos Família?
Em verdade a Família para a Maçonaria é a redução de Deus e Pátria ao cotidiano de
cada um.
Temos de evoluir moralmente para conhecermos a Deus Temos de evoluir politicamente,
não confundir com politicagem, para servirmos a Pátria, mas só conseguiremos esses
objetivos se antes vivermos intensamente a Família.
Temos de fazer com que nossos filhos recebam essa carga de vida moral e de justiça
social para serem melhores cidadãos e almejarem atingir a proximidade de Deus, seja em
que religião estiverem.
Também como chefes de família, temos de viver os ensinamentos de Deus e da Pátria, da
moral e da justiça. Embora os instintos, ainda latentes, muitas vezes nos levem a
inconveniências, ao Maçom não é permitido qualquer ato que traia essa afinidade ideoló-
gica.
Como iniciado, não pode permitir que as suas paixões, os seus instintos o vençam, pois é
sua obrigação fazer sempre novos progressos intelectuais, de modo a bem conviver com a
família.
Há Milênios a Maçonaria pensa assim, embora há Milênios a Maçonaria fosse conhecida
com outros nomes.
Deus, Pátria e Família eis a síntese da Filosofia Maçônica. Caminhando por essa trilha
chegaremos lá.
“Assim como a corrente de água pura da montanha brilha mais, à medida que é exposta aos
ratos gloriosos do sol, assim também nossa consciência será mais iluminada à medida que a
dirigirmos para a luz”.
Que os estudos do esoterismo contido nos símbolos do Templo Maçônico possam ser
valiosos instrumentos na nossa busca da ‘Arte Real ““.
“Oh! Quão bom e agradável vivermos unidos os irmãos! É como o óleo precioso sobre a
cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Aarão, e desce para a gola de suas vestes. É
como o orvalho do Hermon, que desce sobre os montes de Sião. Ali ordena o senhor a sua
benção e a vida para sempre”.
Israel assim como seu povo é abençoado por Deus, dizem em historias populares, que é o
povo escolhido, situado entre a cadeia de montes de Sião, de onde se destaca
majestosamente o monte Hermon, um verdadeiro oásis, contrastando com os países
vizinhos; Cortado por diversos e importantes rios, dentre eles o mais famoso, o rio Jordão,
às suas margens estende-se verdejantes videiras e oliveiras assim com produz tudo o que se
planta.
Como Jerusalém está situada na meseta central da Palestina, para chegar à cidade santa
de qualquer parte da terra, é preciso “subir”, o que explica bem a razão de ser da expressão
“das subidas”, circundada pelos montes de Sião, onde o senhor escolheu para morar, de
onde se destaca majestosamente o monte Hermon.
O monte Hermon por sua vez, destaca-se por sua magnitude, de tão alto, há neve em seu
cume o tempo todo, e é de lá, que após que vem o orvalho santo junto com as bênçãos; A
neve derretida, forma os rios e os lençóis de água, e por sua importância é que no salmo
133, destaca de forma tão bela.
Quando Davi falava “O quão bom e agradável vivermos unidos os irmãos!” Importância
que dava aos povos de diversas aldeias que iam aos templos de Jerusalém para rezar, e
Jerusalém por sua vez, tratava a todos dessa forma, acolhia quem quer que fosse, viesse de
qualquer lugar.
E o óleo citado “... é como o óleo precioso...” era um perfume raríssimo à base de mirra e
oliva, usado para urgir os reis e sacerdotes, e ou aqueles neófitos que aspiravam a alguma
iniciação; Importante a ponto de comparar com os irmãos unidos e sua grandiosidade.
Agora quando fala “... é como o orvalho do Hermon, que desce sobre os montes de
Sião...” refere-se ao monte em sua pujança, sua importância para a existência de Israel, dos
montes vem o orvalho e o orvalho é a água, a vida, a natureza, o bem mais precioso.
Para situarmos melhor na história, falo agora do significado de cada citação, de onde
podemos refletir e só assim, entendermos o que Davi Dizia:
OS IRMÃOS:
Quando o Salmo 133 sugere “... que os irmãos vivam em união...” estamos traçando um
programa de convivência amena e construtiva, e se voltarmos no tempo, veremos que a
palavra “irmão” se revela uma necessidade entre os homens e era mesmo. Com toques
divinos, não menor necessidade que temos dela hoje, basta que encaremos o panorama
humano dos nossos dias atormentados pelas divergências e alimentados pelo ódio mais
profundo.
O ÓLEO
“Os óleos vegetais são produtos de secreção das plantas, que se obtém das sementes ou
frutos dos vegetais, são substâncias gordurosas das quais muitas comíveis líquidas e de
temperatura ordinária” Bem, podemos ver que não se trata de nova tecnologia, o óleo citado
acima, usado para unção sagrada, era uma das espécies, porém muito especial.
AARÃO
O membro destacado da tribo de Levi, irmão mais velho de Moisés e seu principal
colaborador, possui um peso próprio na tradição bíblica, devido ao seu caráter de patriarca
e fundador da classe sacerdotal dos judeus.
A BARBA
Pelos espalhados pelo rosto, adorna a face do homem desde os mais remotos tempos, a
barba mereceu dos mais variados, novos semitas e não semitas da antiguidade, um trato
especial, destinaram-lhe grandes cuidados. Não apenas um símbolo de masculinidade e
podemos exemplificá-la com os varões que engrandeceram o império Brasileiro, figuras
imponentes pela conduta e em particular, símbolo de austeridade moral.
Os Israelitas a que pertencia Aarão evidenciaram especial estima pela barba, a ela
conferiam forte merecimento, apreciável atributo do varão, que externava pela sua
aparência, sua própria dignidade. Os Israelitas por si mesmo, pelo que ela representava,
raspá-la e eliminá-la do rosto, demonstrava sinal de dor profunda.
AS VESTES
De especial significa litúrgico e ritualístico, eram as vestes daqueles que tinham por
missão exercitar atos religiosos, como a unção, o sacrifício, o culto e variava de
conformidade com os diversos ofícios religiosos para invocação da divindade.
Havia especial referência pela cor branca nas vestes sacerdotais, nas representações
egípcias contemporâneas ou posteriores ao médio império, os sacerdotes usavam um
avental grosseiro e curto, já o sacerdote leitor, usava uma faixa que lhe cobria o peito como
distintivo de sua categoria, enquanto que o sacerdote vinculado ao ritual de coroação exibia
uma pele de pantera.
No velho testamento presume-se o uso de um avental quadrado, quando se fala na
proibição de aproximar-se do altar através das grades, talvez um precursor do avental
maçônico.
Então o óleo sagrado era jorrado sob a cabeça da pessoa a ser ungida, desça pela barba e
escorria à orla de suas vestes.
O ORVALHO
O esplendor da natureza oferece a magia do orvalho, que desce das alturas para florir de
viço as plantas, nada mais belo e nada mais sedutor do que o frescor das manhãs, ver como
as folhas cobrem-se de uma colcha unida, onde vão refletir os raios avermelhados do sol
que traz luz.
No capim deposita-se o orvalho cama verde e amiga, em gotículas que, juntando-se umas
às outras, vão nutrir a terra ávida de alimento, parecem espadas de aço ao calor do dia, nas
pétalas florias, formando-se perolas do líquido cristalino, espelho da vida que exulta ao
redor.
O MONTE HERMON
Trata-se de um maciço rochoso situado ao sul-sudeste do antilíbano do qual se separa um
vale profundo e extenso, apresenta-se de forma de um circulo, que vai de nordeste à
sudeste. Explicando um pouco mais, para entender a geografia dessa região que viram
nascer à história do mundo bíblico: O Antilíbano é a cordilheira que se estende
paralelamente ao Líbano, separando das planícies de Bekaa. De todas as cadeias
montanhosas, é a que se posta mais ao oriente, pois se desenvolve no nordeste ao sul-
sudeste, por quase 163 quilômetros, suas extensões e alturas são visíveis à partir do
mediterrâneo; Seu ponto culminante é o monte Hermon, com mais de 2.800 metros de
altitude, possui neve em seu cume e de lá o vento traz o orvalho.
O MONTE SIÃO
Também chamado de monte de Deus, o monte Sião não que seja santo por si mesmo,
más porque o Senhor o escolhera para ser sua morada, para todos, o monte será um refúgio
seguro e inabalável.
O orvalho que escorre de Hermon para os montes de Sião, como o senhor ali mora, é
dele que escorre o orvalho abençoado, todas as suas complacências.
Em Salmos 2:6 vemos que Deus mesmo instalou seu rei sobre o monte santo, “Eu, porém
constituí meu rei sobre o monte Sião” O mesmo lugar em que Abraão ia sacrificar o filho
conforme ( 2 Cr 3:1 e Gen. 22:2).
A BENÇÃO
Tudo que é bom e lhe é agraciado; Em Hebraico, seu significado é “berakak” palavra que
deriva de “Berek” que por sua vez significa joelho. Nota-se a relação entre uma e outra
palavra, porque, sendo a benção a invocação das graças de Deus sobre a pessoa que a
recebe, deve ser colhida com humildade e unção, portanto, de joelhos em terra,
reverenciado e respeitosamente.
Para os Semitas, benção possui força própria, e por isso, é capaz despertada a sua
potencialidade energética de produzir a saúde, palavra que se acha envolvida por vibração,
carregada de energia dinâmica e magia.
“O onipotente te abençoará com a benção do céu, com as bênçãos do abismo, que jaz
embaixo, com as bênçãos dos seios maternos e dos úteros”.
(Gênesis 49:25)
Assim “... Porque ali o senhor ordena a benção e a vida para sempre...”.
37- Incensos.
Há anos, o incenso vem sendo utilizado pelas diversas crenças, religiões e mesmo pessoas
descompromissadas com qualquer tipo de credo.
I. Os incensos, uma vez utilizados de maneira correta, criam uma atmosfera no ambiente,
de energia, equilíbrio e harmonia, que ajudam o ser humano a sintonizar mais facilmente
com os planos superiores;
II. Associam o homem à divindade, o finito ao infinito. Alguns, ainda, afirmam que os
incensos possuem a incumbência de levar a prece para o céu.
Para manipular corretamente o incenso, devemos tomar certos cuidados tais como:
a) Acender o incenso sempre com uma intenção clara, podendo ser um puro agradecimento,
prece, meditação ou o que mais tiver em mente;
Na Índia, por exemplo, existe um tipo de incenso que sua duração chega até 6 horas, com
uma fragrância muito suave que serve para serem utilizadas nos rituais nos templos. Esta
longa duração é para a fragrância elevar as orações o tempo todo enquanto o ritual durar.
Em
Podemos ainda encontrar incensos nas formas de varetas, cones, espirais, pó, ervas,
resinas e as fragrâncias são as mais variadas possíveis.
Eucalipto - Paz
Laranja - Paz
Maçã - vitalidade e boa sorte
Menta - Estudos
Raízes - Harmonia
Sândalo - Meditação
Quando fui iniciado numa loja simbólica, recebi várias orientações, entre as quais uma
me tocou profundamente: “o aprendiz deve permanecer em silêncio e ouvir, meditar, pen-
sar, perguntar, e que não deve falar, o que atrapalha o seu aprendizado”. Esclareceram-me,
porém, que não era proibido de falar e, se quisesse, não me seria negada a palavra. Fui
alertado de que calado teria mais aproveitamento, pois receberia uma somatória de infor-
mações e, se começasse a participar das discussões em loja, correria o risco de retardar o
meu aprendizado. Diante de tal circunstância, procurei fazer uma pesquisa em livros e
revistas do porquê os aprendizes não devem falar em loja.
A Maçonaria é uma instituição eminentemente iniciática, que tem por doutrina transmitir
seus sagrados ensinamentos através do estudo dos símbolos e deles deverão ser extraídas as
verdades eternas. Somente os iniciados têm a facilidade de interpretá-los, através do estudo
constante, seguidos do enriquecimento bibliográfico ao seu alcance.
A palavra iniciar deriva do latim initiare ou initiurn e o sufixo in indica para dentro. Na
acepção esotérica, voltado para dentro, ou seja, o ingresso ao mundo interno e desco-
nhecido. Ora, todo aquele que inicia não domina, principalmente aquele que inicia uma
vida nova. Simbolicamente, o aprendiz morreu para os vícios profanos e está iniciando uma
nova caminhada em busca do aperfeiçoamento moral e intelectual pregado pela Sublime
Ordem, para que possa ser útil para si mesmo e à humanidade.
Ao ser iniciado, o aprendiz nasceu, é uma criança que se defronta com o mundo
desconhecido. Portanto, não tem condições de integrá-lo em toda a sua plenitude. sendo
necessário um guia que o prepare e lhe ensine as primeiras palavras para que possa
comunicar-se e fazer-se entender.
Já num outro estágio, essa criança já aprendeu a soletrar as primeiras letras, pois já
assimilou os primeiros ensinamentos básicos, razão pela qual o aprendiz só sabe soletrar. O
companheiro, mais adiantado, aprendeu a silabar. E a fase da curiosidade e a todo o
momento o companheiro pergunta: Por que é assim?
Compete então aos mestres traçar na prancheta as metas que os aprendizes e os
companheiros terão de realizar de acordo com suas capacidades. Compete também aos
companheiros em suas imperfeições acompanhar de perto os aprendizes, ao desbastar a
pedra bruta. Cabe finalmente aos mestres o exemplo através de ações e conduta, servindo
de espelho aos aprendizes e companheiros.
A expressão não pode representa uma proibição tácita, ou seja, estão proibidos, já está
determinado. Já a expressão não deve representar um conselho, uma lembrança, uma suges-
tão seguida de uma explicação: não devem porque... e se justifica.
Se o aprendiz e o companheiro estão imbuídos da vontade de aprimorar-se, gota a gota, é
evidente que não devem falar e sim assimilar, repensar, questionar e aprender. A pedra
bruta é talhada através do maço e do cinzel, usando para isso toda a energia disponível; o
maço é o elemento ativo e o cinzel o passivo. E quem trabalha não tem tempo para falar.
Da pedra cúbica já foram retiradas as suas asperesas, e os companheiros necessitam de
outros instrumentos para o seu trabalho. Necessitam de cálculos e precisão - do intelecto -
para a execução da obra traçada pelos mestres. Quem tem que pensar e calcular não fala.
Ao mestre, que domina os conhecimentos e já adquiriu sua plenitude, fala, resolve,
participa e ensina.
José Castelanni, um dos mais conceituados autores, também discute com muita
propriedade. E claro que isto é simbólico, pois ninguém impede de um aprendiz falar
durante as sessões, ’ “embora a ortodoxia maçônica exija esse silêncio”. Existe razão para
isso?
1. Simbolicamente, o aprendiz é uma criança de tenra idade, que não sabe fazer uso do
vocabulário.
2. Esta é a razão mais importante: em todas as ordens iniciáticas da antiguidade, “o neófito
limitava-se a ouvir para aprender”.
Nas escolas pitagóricas, o primeiro grau era dos ouvintes, que participavam das reuniões,
mas guardavam absoluto silêncio numa fase que durava dois anos, durante os quais se limi-
tavam a “ouvir e a aprender”. No mitrismo persa, o primeiro grau era o corax (o corvo); no
mitrismo, o neófito era o servo do sol, que podia imitar a fala, mas não podia criar idéias
próprias. Assim, era mais um ouvinte que um participante.
Portanto, quando o recém - iniciado é advertido fraternalmente de que não poderá falar
em loja até que lhe seja permitido, os mestres estão dando prosseguimento a um dos mais
antigos hábitos das mais remotas sociedades iniciáticas que a história registra. Esse é o
hábito do silêncio e o silêncio é um dos ensinamentos fundamentais da Maçonaria. Quando
se faia muito, pensa-se pouco, ligeira e superflcialmente. E a Maçonaria quer que seus
adeptos se façam melhores pensadores do que faladores.
40- Simbolismo.
A implantação da igualdade social por meio de uma constituição não significa ainda a
solução ideal, de vez que o sistema constitucional vigente no mundo ainda não nos parece
haver alcançado os resultados ideais e definitivos; eis que as mais de 200 constituições
existentes vêm sofrendo constantes emendas e alterações. Nem a constituição norte
americana, que apontamos como modelo, nos configura uma constituição ideal. Ela
sobrevive há mais de 200 anos com resultados estáveis porque são sustentados, mas que se
nos afiguram bem longe do ideal e definitivo. Uma constituição é o documento intelectual
mais profundo e sábio que poderá um povo realizar, porque somente através de uma carta
magna se instituirão os valores e disciplina para uma sociedade ideal. A constituição deverá
ser o poder impessoal e único para governar um povo; uma lei para governar os homens,
sem o menor espaço à intromissão de homens para governar as leis. É o paradoxo de nossas
Cartas, como autênticas fábricas de homens para governar e até abusar livremente das leis.
As assembléias constituintes atuais, representam mas não defendem a vontade popular; são
institutos próprios da conjuntura em que o homem domina o homem e organizam-se para
negociar os interesses apenas dos que detém o poder, onde até comportamentos
verdadeiramente selvagens são regulamentados. Os preceitos de uma constituição deverão
nascer de uma idealização e nunca de alguma negociação.
Os homens estão em guerra, dentro de um círculo vicioso, desde as mais remotas notícias
que nos traz a historia sobre sua presença na superfície da terra. São trágicos e apavorantes
os desajustes que conflitam e enlutam nosso momento social, com indícios bem claros de
aumentarem cada vez mais. Tudo se passa e tudo se tenta sem nada de positivo concretizar,
como se estivéssemos num recinto em chamas, sem portas visíveis para sairmos. Resta-nos
apenas a alternativa de perguntar: "Por que tudo isso ocorre? Onde estará a solução?... E
não será por demais surpreendente a resposta quando encontrarmos bem nítido e visível a
desigualdade social como vilão e ponto de origem para todos os milhões de males que
atormentam a humanidade. Não são em verdade milhões de males que atormentam a
humanidade e tão somente as conseqüências de um único mal, de onde se originam todos
demais. E a solução deste grande mal está contida num silogismo bem simples e
elucidativo:” se todos os males que atormentam a humanidade são derivados da
desigualdade social, então é obvio que o estabelecimento da igualdade extinguirá todos eles
““.
Será, portanto a igualdade a grande e única tábua de salvação para o nosso mundo; a
palavra chave e fanal para todos nossos objetivos. Ela nunca foi vista por nenhum de nós,
mas existe e está colocada a nosso dispor, como um troféu que só virá até nos se o
conquistarmos. É, pois, para a conquista desta insígnia tão preciosa que conclamamos todos
nossos irmãos, numa marcha decidida e firme a ser iniciada exatamente neste momento.
A nossa conquista não se fará, naturalmente, com os mesmos canhões com que o homem
está destruindo o mundo e já destrói até sua dignidade; não será também pelos caminhos
que nos ensinaram na universidade porque o mesmo senhor que manuseia os canhões foi
quem traçou todos eles; nem também pelos caminhos dogmatizados das religiões que
simbolizam ainda a mesma mensagem hipócrita do rei divino para seus escravos.
Nem será a nossa tarefa a solução isolada e impossível dos mil problemas da sociedade;
será apenas a remoção de um móvel para o seu devido lugar, de onde se originaram os
problemas todos. Não será, também, a destruição de um inimigo, conforme a prática dos
homens; inimigo este que seria a desigualdade social. Nossa tarefa será simplesmente a
conquista de uma pérola que nos pertence; uma pérola que ainda não conhecemos, mas que,
por analogia, sabemos o seu formato e sua beleza, que é a igualdade social; esta igualdade
que deixou de existir desde o momento que o homem, por seus instintos ferozes, passou a
explorar e escravizar a natureza e o próprio homem; quando o instinto do homem assumiu o
domínio da inteligência, ao invés da inteligência dominando os instintos.
"O homem é um animal racional, com duas naturezas distintas; a natureza animal que o
identifica em instintos e características com todos demais mamíferos; e a racional que lhe
dá o poder de discernimento e encerra a tarefa específica que o G.´. A.´. D.´. U.´. lhe
confiou; a tarefa de complementar com a inteligência a perfeição que se esgota na natureza
selvagem. Os instintos do "homo-fera" manifestam-se desde o nascimento, enquanto o
intelecto tem o seu desenvolvimento muito mais tarde. Talvez daqui venha o fato de o
homem não se haver organizado racionalmente antes de ter sua inteligência escravizada
pelo instinto, donde nasceu um círculo vicioso que sobrevive e somente por um impacto da
inteligência poderá desfazer-se".
Numa sociedade em que o direito seja criado livremente pelo consenso de todos, é obvio
que todos os conhecerão para saber respeitá-lo, ao tempo que se farão os melhores fiscais
de seu cumprimento, sem deixar lugar para sua transgressão. Diante disto, desaparecerão os
motivos para conflitos, assim como também desaparecerá a necessidade de tribunais e a
existência de presídios humanos ou qualquer forma de repressão.
Isto é o que entendemos por igualdade social, onde está implícita a liberdade e
desabrochará sem dúvida o maior desiderato do homem inteligente, que é a fraternidade e
equivale ao paraíso encantado com que todos nós sonhamos e nunca imaginamos estar tão
perto de nós.
SER LIVRE – No sentido literal esse conceito significa não possuir pendências com a
sociedade, não ser prisioneiro ou escravo de algo ou alguém.
SER LIVRE significa: Não estar apegado à matéria e aos elementos materiais. Ser livre é
estar liberto do EGO, o elemento que nos aprisiona ao corpo de barro e nos impede de
transcender rumo à verdadeira luz. Essa Verdadeira Luz habita todos os seres vivos e os
conecta diretamente a um corpo mais elevado, mas está oculta pelo dogma, preconceito e
demais arestas da pedra bruta. Somos uma célula que pertence a um corpo chamado Deus,
Grande Arquiteto do Universo, Alah, Jeová ou tantos outros nomes usados para representar
o criador; nossa missão é nos purificar para que possamos voltar a fazer parte desse corpo
de pura luz.
Se uma única pessoa representa uma vela na escuridão, um grupo de pessoas irradiando
luz seria o equivalente a um farol que guia e dá rumo aos desorientados pela ausência de
luz.
Com esta Obra Universal que se desenvolve igualmente dentro e fora de nós, na qual
todo ser participa geralmente de forma inconsciente com sua própria vida e atividade, o
Maçom - ou seja, o iniciado nos Mistérios da Construção - tem o privilégio e o dever de
cooperar conscientemente, convertendo-se em obreiro inteligente e disciplinado do Grande
Plano que constitui a evolução.
Assim, pois, a Ars Structoria é, para quem sabe interpretá-la e realizá-la, a verdadeira
Ciência e Arte Real da Vida, o Divino privilégio dos iniciados que a praticam especulativa
e operativamente; dois aspectos intimamente unidos e inseparáveis, ainda que possam
manifestar-se de diferentes formas, conforme a evolução particular do indivíduo. E não há
altura ou elevação do pensamento ou do plano da consciência individual que não possa ser
interpretado, ou ao qual não possam utilmente aplicar-se às alegorias, os emblemas e os
instrumentos simbólicos da Construção.
São várias as interpretações, e podemos dizer que a privação dos metais faz lembrar o
homem antes da civilização, em seu estado natural quando desconhecida as vaidades e o
orgulho, a obscuridade em que se achava imerso, o homem primitivo em seu estado de
ignorância de todas as coisas.
Nem nu nem vestido, significa meio vestido, ou, então, meio nu (seminu); existe, aí, um
desnudamento parcial, pois o candidato à iniciação, desta maneira, estará, simbolicamente,
despojado de tudo aquilo que se relaciona com os bens materiais e com as vaidades
mundanas, pois, pelo menos para o Rito Escocês Antigo e Aceito, ele é "um pobre
candidato, que caminha nas trevas". A alegoria tem origem bíblica:
"No ano em que veio a Azot, o general enviado por Sardão, rei da Assíria, assediou Azot
e apoderou-se dela (naquele tempo o Senhor tinha falado pelo ministério de Isaías, nestes
termos:” Vai, desata o saco que trazes às costas e tira as sandálias dos teus pés “; Isaías
dispôs-se a executá-lo, ia nu e descalço). O Senhor disse:” Do mesmo modo que meu servo
Isaías vagueia nu e descalço, há três anos, para dar uma imagem do que aguarda o Egito e a
Etiópia, assim serão levados, pelo rei da Assíria, os prisioneiros egípcios e os deportados da
Etiópia, moços e velhos, nus e descalços, com o dorso descoberto “. Isaías, 20, 1- 4.
Cumprindo o simbolismo maçônico à risca, o pé direito do candidato deve estar,
realmente, descalço (o uso de alpargata, ou chinelo, sob o pretexto de comodidade, não
deve prevalecer, pois a marcha claudicante do candidato com um pé calçado e outro
descalço, simboliza, inclusive, o árduo caminhar de quem busca a Luz).
47- Os números 0, 1, 2 e 3.
A maçonaria em sua parte esotérica preocupa-se com o estudo dos números. Esse estudo
é obrigatório, sendo que o mesmo não tem por pratica faze-lo. No grau do aprendiz maçom
recomenda-se que o aprendiz faça o estudo dos quatro primeiros números sendo eles os
números zero, um, dois e três.
O número zero é o nada, mas o nada não é um vazio absoluto, nele existe o Espírito de
Deus que ainda não se manifestou, assim o nada é o espaço preenchido pelo Espírito de
Deus, anterior a tudo e que dele partiu todas as coisas. O Zero é, pois a representação
simbólica do espaço absoluto intangível e incompreensível para a mente humana, mas que
porta o Espírito de Deus ainda imanifestado, mas que nele permanece. O nada é a figura
mais apropriada para nos dar a idéia de Deus que nos sugere algo sem forma, sem
consciência, sem limites, invisível, intangível e infinito. A sua forma geométrica que é o
círculo que nos dá a idéia de infinito, de princípio e de fim, o círculo é perfeitamente
continuo e o zero é o símbolo do espaço que é representado pelo círculo.
O número um é uma unidade, é o princípio dos números, mas que só existe se os outros
números existirem, ele é um número imaterial, infinito e incognoscível, e a unidade de
tudo. Compreendemos assim que tudo foi criado e realizado sob os impulsos da unidade
absoluta, e como o número zero é o PAI, o número um é o FILHO.
A unidade um, é o Reino de Deus dentro de nós mesmos, que atua e manifesta-se naquilo
que chamamos de consciência.
O numero dois, é a Dualidade afastando-se da unidade, é um número terrível e fatídico,
pois ele é o símbolo dos contrários e, portanto da dúvida, do desequilíbrio e da contradição.
Ele representa o Bem e o Mal, a Verdade e a Falsidade, a Luz e as Trevas, a Inércia e o
Movimento, representa assim, todos os princípios antagônicos adversos.
O número três é o triangulo que é o mais importante símbolo maçônico, pois é a
representação simbólica perfeita dos três aspectos do absoluto que é a mais absoluta
igualdade perfeita, representada pelos lados do triângulo eqüilátero. O aprendiz deve
meditar sobre o simbolismo do número três que explica como o transcendente, o espiritual
e o imaterial podem manifestar-se e tornar-se perfeitamente claro e compreensível aos
nossos olhos.
O número três é o número da luz que corresponde ao fogo, a chama e ao calor. O
maçom deve ter em si o fogo do amor para com tudo o que é bom, justo e honesto, deve ter
a chama da vontade para cumprir com paciência, resignação e determinação, o programa
por ele traçado para a conquista da perfeição e deve ter o calor da inteligência e da
sabedoria para poder distinguir o bem, o belo e o perfeito nas mínimas coisas que lhe
acontecem. O amor, a vontade e a inteligência constituem o significado dos três pontos que
todo maçom deve ter a honra de colocar em sua assinatura.
48- O Avental.
Todo maçom deve usar na reunião a insígnia chamada avental, e é somente quando o usa
que está, na linguagem maçônica, “convenientemente vestido”. Pode ostentar também as
condecorações e jóias distintivas de seu cargo ou do grau a que pertence, mas sem avental
não pode entrar na Loja. Só se excetua o candidato à iniciação, que, como ainda não é
maçom, não pode usar tal insígnia. Há certos graus superiores em que não se usa o avental,
mas é porque foi substituído por outra insígnia e se ultrapassou a sua necessidade.
Algumas Lojas existem em que os Irmãos põem e tiram os seus aventais no templo, mas
isso nunca deveria ser permitido.
A necessidade de que os maçons estejam convenientemente
vestidos envolve uma interessante sugestão dos antigos Mistérios,
e também explica porque é o avental a prenda essencial da
vestimenta maçônica, com as citadas exceções. O nosso avental
moderno se desviou um tanto da forma que teve no antigo Egito,
e sem dúvida se modificou quando as perseguições eclesiásticas
obrigaram a união dos maçons especulativos com os práticos, O antigo avental egípcio, era
triangular, com a cúspide para cima, e seus adornos diferiam, em vários aspectos, dos que
agora se usam. Mas a mudança mais importante consiste em que hoje predomina a idéia de
que o avental em si é tudo, e que a faixa cingida ao redor do corpo só serve para melhor
segurá-lo.
Antigamente, o cinto do avental era a sua característica mais importante e algo mais que
um símbolo, pois estava intensamente magnetizado e disposto de modo que encerrasse em
si um disco de matéria etérica, para separar a parte sutil do corpo físico da parte densa, e
isolar inteiramente desta última as formidáveis forças atualizadas pelo cerimonial
maçônico.
Diz o Irmão Wilmshurst em sua obra The Meaning oI Masonry, pág. 21:
A Maçonaria é um sistema sacramental que, como todo sacramento, tem um aspecto
externo e visível, consistente de seu cerimonial, de suas doutrinas e símbolos, que se podem
ver e ouvir, e um aspecto interno, mental e espiritual, oculto sob as cerimônias, doutrinas e
símbolos, que só aproveita ao maçom capaz de se valer da imaginação espiritual e de
descobrir a realidade existente atrás do véu do símbolo externo.
Recorda-nos este autor que o Apr.’. leva o avental com a ponta levantada, de sorte que
forma uma figura de cinco pontas, símbolo do homem quíntuplo. O triângulo formado pela
ponta — diz ele — está sobre o quadrado, e significa que naquela etapa a alma adeja sobre
o corpo, mas dificilmente se pode dizer que opera através dele. No grau seguinte a ponta
está caída, mostrando que a alma está dentro do corpo e atua através dele.
Ele também nos diz que a pele de cordeiro é acima de tudo o símbolo da pureza, porém
que igualmente significa a brancura da alma não evoluída, ou em Teosófica o chamado
corpo causal. Como alguns de nós sabem, no decurso da evolução se mostra nesse corpo
causal uma grande quantidade de gloriosos coloridos à proporção que nele se despertam
novas vibrações.
Continua explicando o Irmão Wilmshurst que a cor azul pálida das rosetas do avental e o
forro e debruns azuis com borlas de prata do avental do M.’. indicam que nesta etapa o azul
do céu começa a tingir a brancura, e que, por formosa que seja a inocência, deve ser
substituída até certo ponto pelo conhecimento, e quando se alcança os graus superiores, é
mais viva e formosa a coloração. Acrescenta o referido autor que de cima para baixo fluem
duas linhas de força ou influência espiritual, que em seu extremo inferior divergem em sete
linhas significativas das sete cores do espetro solar, cujo verdadeiro simbolismo é o das sete
modalidades de vida.
Segundo a Enciclopédia de Mackey, o avental é o mesmo nos três graus da Maçonaria
Azul, sendo feito de pele branca de cordeiro, debruada de azul.
A Comaçonaria segue o costume dominante na Grande Loja
da Inglaterra, com a diferença de que o debrum e as rosetas são
de azul mais intenso, com estreito rebordo carmesim, e as
bordas são douradas em vez de prateadas, e suas sete linhas
simbolizam os sete raios de vida e os sete graus de matéria.
O avental é o adorno ou a insígnia do maçom, é o Símbolo
do Trabalho, o avental do aprendiz tem a forma de um polígono
de 5 lados, ou seja um retângulo encimado por uma parte triangular chamada abeta.
O triângulo simboliza o espírito do homem e o retângulo representa a matéria ou corpo, o
polígono representa o trabalho material iniciado pelo Apr.’. Ao pretender desbastar a Pedra
Bruta.
2º - O verdadeiro culto que se pode tributar ao Grande Arquiteto consiste nas boas obras.
3º - Tem sempre a tua alma em estado de pureza, para que possas aparecer de um momento
para outro perante o Grande Arquiteto.
6º - Detesta a avareza, porque, quem ama demasiado as riquezas, nenhum fruto tirará delas,
consistindo isso egoísmo.
9º - Evita as questões, previne os insultos e procura sempre ter a razão do teu lado.
10º - Não te envergonhes do teu Destino, pensa que este não te desonra nem te degrada; o
modo como desempenhas a tua missão é que te enaltece ou te amesquinha perante os
homens.
11º - Lê e medita, observa e imita o que for bom; reflexiona e trabalha; ocupa-te do bem-
estar dos teus irmãos e trabalharás para ti.
13º - Não julgues superficialmente as ações de teus Irmãos e não censures aereamente. O
julgamento pertence ao Grande Arquiteto do Universo, porque só Ele pode sondar o
coração das criaturas.
14º - Sê, entre os profanos fracos, sem rudeza, superior sem orgulho; humilde sem baixeza;
e, entre Irmãos, firme sem obstinação, severo sem inflexibilidade e submisso sem
servilismo.
15º - Justo e valoroso, defende o oprimido e protege a inocência, não exaltando jamais os
serviços prestados.
16º - Exato observador dos homens e das cousas, atende unicamente ao mérito pessoal de
cada um, seja qual for a camada social, posição e fortuna a que pertence.
17º - Se o Grande Arquiteto te der um filho, agradece, mas cuida sempre do depósito que te
confiou. Sê, para essa criança, a imagem da Providência. Faz com que até aos 12 anos tenha
temor a ti; até aos 20 te ame e até a morte te respeite. Até aos 12 anos sê o seu mestre; até
aos 20 seu pai espiritual e até a morte seu amigo. Pensa mais em dar-lhe bons princípios do
que belas maneiras; que te deve retidão esclarecida e não frívola elegância. Esforça-te para
que seja um homem honesto, avesso a qualquer astúcia.
18º - Ama o teu próximo como a ti mesmo.
20º - Estima os bons, ama os fracos, atende aos maus e não ofendas a ninguém.
21º - Sê o amparo dos aflitos; cada lamento que tua dureza provocar, são outras tantas
maldições que cairão sobre a tua cabeça.
22º - Com o faminto, reparte o teu pão; aos pobres e forasteiros dá hospitalidade.
25º - Não lisonjeies nunca teu Irmão, isso corresponde a uma traição; se te lisonjearem
receia que te corrompam.
26º - Respeita a mulher, não abuse jamais de sua debilidade; defende-lhe a inocência e a
honra.
28º - O coração dos justos está onde se pratique a virtude, e o dos tolos, onde festeja a
vaidade.
29º - Não prometas nunca sem a intenção de cumprir; ninguém é obrigado a prometer, mas
prometendo é responsável.
30º - Dá sempre com satisfação, porque mais vale uma negativa delicada do que uma
esmola que humilhe.
32º - Faz do teu corpo um Templo, do teu coração um Altar e do teu espírito um apóstolo
do Amor, da Verdade e da Justiça.
33º - Concentra, ao menos uma vez por dia, todas as vibrações da tua alma, no sentido de
estares em contato com o Grande Arquiteto do Universo.
No Oriente de nossas lojas, entre os símbolos do Sol e da Lua, no meridiano e por cima
do trono do Venerável, brilha o Delta Luminoso com o Olho Divino no centro, olho que
nunca dorme, sempre vigilante, que tudo vê e, portanto tudo conhece.
É o símbolo do Poder Supremo e do Primeiro Princípio, a Onisciência, que é a suprema
realidade; o Deita Luminoso tudo vê, é o saber de Deus.
E o Sol e a Lua são as luminárias que derramam suas luzes sobre a Terra.
Desenhado graficamente, o Deita Luminoso é um triângulo eqüilátero, a figura mais
perfeita formada por linhas retas, representa então, a Perfeição, a Harmonia e a Sabedoria,
O triângulo representa um ser abstrato, aquilo que existe necessariamente e não pode deixar
de existir em geometria, uma linha não pode representar um corpo: duas linhas também não
constituem uma figura perfeita, mas três linhas formam pela primeira vez uma figura
regularmente perfeita, razão pela qual foi adotada pelos povos mais antigos para representar
o Eterno, o infinitamente Perfeito, o Primeiro Ser, a Primeira Perfeição.
Logicamente existem muitas figuras perfeitas e logo depois de três linhas podemos ter o
quadrado perfeito, com seus quatro lados iguais e quatro ângulos de noventa graus, mas
esta já seria a segunda perfeição.
Nas lojas, os lugares dos principais oficiais têm forma triangular; as três Luzes têm a
mesma configuração. O triângulo eqüilátero é uma das formas mais constantes do
simbolismo maçônico. Os cristãos modernos empregam essa mesma figura para representar
a Trindade.
Os seus lados constituem um ternário, que desde a mais remota antiguidade tem caráter
sagrado. O ternário, dos estudos dos números, tem por emblema essencial o Delta Lumi-
noso. No centro do Delta Luminoso, está o olho da inteligência ou do principio consciente.
E o emblema da clarividência mais elevada, cuja visão o Mestre sempre possuía. Na Índia
chama-se o Olho de Shiva.
Os egípcios representavam Osiris com o símbolo de um olho aberto e desenhavam esse
hieróglifo em todos os seus Templos. Entre os hebreus é encontrado repetidamente; o
Salmo 36.15 diz “Os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão
abertos ao seu clamor, e em Provérbio 15.3” Os olhos do Senhor estão em todo lugar,
contemplando os maus e os bons ““.
O Olho governa o Sol e a Lua, os cometas e as estrelas, e igualmente o coração do
homem. O homem nunca poderia evadir-se desse vigilante, seja qual for o lugar em que se
encontre sobre a Terra, assim como nunca poderá estar fora da visão e da divindade de Seus
sistemas de leis. Os lados dos triângulos do Delta Luminoso significam, na religião
Trimourti da Índia, Criação ( Brahma), Conservação (Vischnou) e Destruição ( Shiva ); na
religião cristã, Pai, Filho e Espírito Santo; o Deita Luminoso evoca a idéia da Divina
Trindade. Tem o significado dos três remos da natureza, Passado, Presente e Futuro. Tem
também o significado de Amor, Beleza e Justiça. Lembra sempre os aspectos da perfeição.
Delta Luminoso, com o seu triângulo e o Olho que tudo vê, formam um só símbolo, imu-
tável, isto é, é o mesmo símbolo de séculos atrás. Os cristãos modernos empregam essa
mesma figura para representar a Trindade. Os maçons Operativos adotaram o Triângulo
como símbolo da Santa Trindade, e esta compreensão permaneceu entre os Maçons
especulativos.
Delta Luminoso quando rodeado por raios que emanam de um sol como que colocado
em seu centro, raios esses que envolvem o Deita Luminoso, temos a figura que representa a
Luz Divina.
A Ciência atual, a Física Moderna trata a matéria como feixes de luz, isto é, de fótons ou
partículas luminosas o que dá razão aos Livros Sagrados de muitos povos, em especial a
Bíblia que em Gênesis afirma ter Deus criado a Luz no primeiro dia e o Sol no quarto dia.
O Delta Luminoso representa a Verdadeira Luz.
O Triângulo está representado pelo frontão do Templo, sustentado pelas três colunas. Os
triângulos podem ser divididos em duas grandes famílias: os isósceles e os escalenos. O tri-
ângulo equilátero, cujos três lados são iguais, é um triângulo isósceles.
Segundo Plutarco, Xenócrates comparava a divindade a um triângulo eqüilátero. Era
mesmo que torná-la, com razão, perfeitamente igual em todas as suas perfeições, enquanto
que os gênios eram comparados apenas ao triângulo isósceles, que só têm dois de seus
lados iguais e, por conseqüência, carece de alguma perfeição. Enfim, os homens comuns
eram simbolizados pelo triângulo escaleno, que têm todos os lados desiguais, triângulo
eqüilátero, muitas vezes, simboliza a trindade divina no catolicismo. “O triângulo, por seus
três lados e seus ângulos iguais, é um símbolo muito expressivo. Vemo-lo como um ninho
na cabeça de Deus ou entre suas mãos: desde o século XVII, que abusou singularmente
desse triângulo, e é dentro dele que se inscreve o nome de Jeová em hebraico ou o olho de
Deus que tudo vê.
O Delta Luminoso maçônico, localizado no Oriente, atrás e acima do Venerável,
costuma apresentar em seu centro o Olho Divino ou então o tetragrama sagrado I E V E, em
letras hebraicas IOD, HE, VAU, o nome do Grande Arquiteto do Universo, cuja pronúncia
era reservada ao sumo sacerdote, entre os hebreus, uma única vez por ano e cuja verdadeira
pronúncia se perdeu.
O triângulo evoca a idéia da Trindade e esta não é uma concepção própria apenas nas
religiões cristãs.
A Trindade encontra-se:
Na Trimurti hindu, Brahma (criador); Vischu (conservador); Shiva (destruidor).
No Egito a tríade osiriana: Osiris, Isis e Horus.
Poderíamos multiplicar os exemplos das “trindades” na maioria das religiões. Na
Maçonaria, os três lados do triângulo muitas vezes são traduzidos pela fórmula: bem
pensar; bem dizer; bem fazer; ou pela divisa Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
“Os três pontos do triângulo, significam passado, presente e futuro; o triângulo inteiro,
Eternidade ou Deus Eterno. Os três ângulos significam ainda sal, enxofre e mercúrio
princípios da obra de Deus. Os três ângulos representam também os três remos da Natureza
e as três fases da revolução perpétua: nascimento, vida e morte. Em suma, o triângulo é o
emblema da Divindade”.
É a maçonaria religiosa? É a Maçonaria uma religião? Sim, é religiosa. Não, não é uma
religião. É religiosa porque reconhece a existência de um único principio criador,
regulador, absoluto, supremo e infinito ao qual, a Maçonaria dá o nome de GRANDE
ARQUITETO DO UNIVERSO - GADU, que é uma entidade espiritualista em
contraposição ao materialismo. Não é uma religião porque a Maçonaria é uma sociedade
que tem por objetivo unir os homens entre si, e nesse esforço, admite em seu seio as
pessoas de todos os credos religiosos sem nenhuma distinção.
As considerações aqui não são do ponto de vista do homem profano, posto que como tal,
o maçom já teve respostas a esse questionamento filosófico antes de adentrar os portais do
Templo Maçônico. Vale agora as considerações sob a ótica do homem maçom, do Iniciado,
que afirma solenemente, no dia de sua Iniciação, a crença em Deus e que respondeu “que
nas horas difíceis de nossa vida depositamos a nossa confiança em Deus”. A este Ser
Supremo, os Maçons denominam de Grande Arquiteto do Universo, e é o símbolo do
Construtor do Universo, uma imagem que se harmoniza perfeitamente com o oficio dos
construtores e sob cujo nome trabalhavam outrora todos os Maçons.
A nossa concepção de Deus, o Ser Superior, é muito mais ampla do que o do profano,
embora a Ordem mui sabiamente, determine que cada um dos seus membros deva
permanecer cultuando a sua fé pessoal.
É muito mais ampla porque deverá estar de acordo com o universalismo e o ecletismo
maçônico. A fórmula neutra, Grande Arquiteto do Universo, preenche perfeitamente esse
papel.
James Anderson, pastor protestante, nos idos de 1723, ao codificar as constituições que
levam o seu nome, soube captar a essência da Ordem no campo religioso. A religião
adotada pela Maçonaria é aquela aceita por todos os homens conforme reza as
Constituições de Anderson. Este conceito do ponto de vista técnico não tem consistência,
posto que toda Religião se auto denomina a única salvadora, a única que merece ser
seguida. Mais deve ser entendida como uma Religião Moral e não uma religião eclesiástica
ou institucional. A obediência á lei Moral revelada pelo L .’. da L .’. é uma obrigação do
maçom, e, na vida profana, mais do que na vida maçônica, a conduta do maçom deverá
refletir o cumprimento desse dever. A mesma convivência estendida a todos os homens faz
do maçom um obreiro da paz.
Entende-se que a Moral Religiosa se fundamente no cumprimento da vontade de Deus,
ou seja, dirigir os atos humanos de acordo com a ordenação universal, e a Moral da
Maçonaria é aquela não acorrentada a nenhuma época, é aquela de cada povo, a de cada
tempo, a de cada civilização, de cada cultura, assim são os Maçons. O conceito de
Anderson deverá ser visto dentro do universalismo maçônico, que aceita todas as Religiões,
ao mesmo tempo em que incentiva, determina, que cada um cultive sua Religião particular,
e, na prática, sob os umbrais do Templo Maçônico, exercite a convivência pacífica e
fraterna de maçons de todas as crenças, desde que consentânea com o ideal maçônico.
A Maçonaria instituição tradicional, filantrópica e progressista, com base na aceitação do
princípio de que todos os homens são irmãos, tem por objetivo a pesquisa da verdade, e o
estudo e a prática da moral e da solidariedade. Trabalha para o melhoramento material e
moral, assim como para o aperfeiçoamento intelectual e social da humanidade.
A Maçonaria deseja uma fraternidade redentora e espera que os homens se entendam e
sejam solidários, porque a solidariedade existe para servir ao homem, o que significa dizer
que cada um de nós depende do próximo e o próximo depende de nós para viver, porque
vemos nele a presença de Deus.
A primeira condição para ser admitido na Ordem como membro é a fé no Ser Supremo.
Condição considerada essencial e que não admite contemporalização. Um maçom é obriga-
do, na sua condição, a obedecer à lei moral e se entende corretamente o oficio nunca será
um estúpido ateu nem um libertino irreligioso e nem agiria contra sua consciência. De
todos os homens, deve ser o que melhor compreende que Deus enxerga de maneira
diferente do homem; pois o homem vê a aparência externa ao passo que Deus vê o coração.
Seja qual for a religião de um homem ou sua forma de adorar, ele não será excluído da
Ordem se acreditar no glorioso Arquiteto do Céu e da Terra e praticar os sagrados deveres
da moral.
A fórmula “Grande Arquiteto do Universo” é de origem medieval. O G .’. A.’. D .’. U.’.
não é um Deus particular dos maçons, é o Deus da religião que cada um adota, mas vemos
nele o símbolo mais importante da maçonaria.
Bibliografia:
Caderno de Estudos Maçônicos - Carvalho Neves.
Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia - Nicola Aslam.
O Conceito de Deus na Maçonaria - Valério Alberton
O quarto de reflexões constitui a prova da terra - a primeira das quatro provas simbólicas
dos elementos - e, através de sua analogia, conduz-nos aos Mistérios de Elêusis, nos quais o
iniciado era simbolizado pelo grão de trigo atirado e sepultado no solo, para que germinasse
abrisse, por seu próprio esforço, um caminho para a luz.
Assim como a semente, para poder germinar e produzir a planta, deve ser abandonada ao
solo, onde morre como semente, enquanto o germe da futura planta começa a crescer, assim
também, o homem, para manifestar as possibilidades espirituais que nele se encontram em
estado latente, deve aprender a concentrar-se no silêncio de sua alma, isolando-se de todas
as influências externas, morrendo para seus defeitos e imperfeições a fim de que o germe da
Nova Vida possa crescer e manifestar-se.
Uma vez que o Germe espiritual, a Divina Semente de nosso ser, é imortal e
incorruptível, esta morte - como toda forma de morte, sob um ponto de vista mais profundo
- é simplesmente o despojo de uma forma imperfeita e a superação de um estado de
imperfeição, que foram no passado um degrau indispensável ao nosso progresso, mas que a
atualidade transformaram-se numa limitação e ao mesmo tempo numa necessidade; na
oportunidade e na base para um novo passo adiante.
Essa imperfeição ou limitação que deve ser superada - os estreitos limites em que se acha
enclausurado nosso pensamento e nosso ser espiritual pelos erros e falsas crenças
assimiladas na educação e na vida profana - é o que simboliza a casca da semente,
produzida por esta como proteção necessária em seu período de crescimento, e inteiramente
análoga à casca mental de nosso próprio caráter e personalidade.
A ação e interação entre estas duas tendências opostas são, pois, destinada a produzir em
nós, ativando o estado latente que se encontra dentro de nosso Germe Espiritual, o mercúrio
vital ou princípio da Inteligência e Sabedoria, que corresponde ao salva da filosofia hindu:
o ritmo da natureza, produzido pela lei de Harmonia e Equilíbrio.
O fogo rajásico, aceso no homem, inicialmente pelos desejos e paixões, e depois pela
vontade, o entusiasmo e suas mais nobres aspirações (que constituem o enxofre em seus
diferentes aspectos), agindo sobre a substância tamásica dos instintos, temores e tendências
conservadoras (o sal da reflexão), que constitui a matéria-prima de nosso caráter, faz
fermentar, ferver e sublimar esta massa heterogênea no crisol da vida individual,
produzindo finalmente esse mercúrio refinado ou elemento sátvico, ou seja, a Sabedoria,
nascida da transmutação - por meio da sublimação e refinamento - da ignorância, do erro,
do temor e da ilusão.
55- O Número 3.
"O Número Três não deriva seu princípio de si próprio e nem mesmo tem um princípio"
(Os Números). As observações a respeito deste número são dispersas e obscuras, incluindo
referências vagas a uma lei temporal da trindade, da qual a lei temporal da dualidade
depende completamente. "Na ordem divina, 3 é a Santíssima Trindade, como 4 é o ato de
sua explosão e o 7, o produto universal e a imensidão infinitas que resultaram das
maravilhas desta explosão" (Corresp. Teosófica, carta LXXVI).
"O número três nos é revelado só através dos 12 unificados, como o 4 é por nós
conhecido apenas pela sua explosão ou multiplicação por 7, que nos dá 16, e como 7, que é
a soma deste 16 (1+6 = 7), descreve a nossa supremacia temporal (3) e espiritual (4), ou a
imensidão de nosso destino, como 11 humanos" (Corresp. Teosófica, carta LXXVI). O
número três atua na direção das formas nas esferas celeste e terrestre; isto é, sendo ternário,
em todos os corpos, o número dos princípios espirituais. "Todos os nomes e símbolos que
recaírem neste número pertencem às formas, ou devem ter algum efeito sobre as formas"
(Os Números). Acima do celeste, foi o pensamento da Divindade que concebeu o projeto de
produzir este mundo, e assim o fez de forma ternária, porque esta era a lei das formas, inata
ao pensamento divino.
"Agora, os pensamentos de Deus são seres. A ação harmoniosa e unânime na Divina
Trindade é representada pelos três padres quando eles conduzem juntos a Missa" (Os
Números).
O Três é, também, o número das essências ou elementos dos quais os corpos são
universalmente compostos. Por este número, a lei que dirige a formação dos elementos é
expressa e os elementos são resumidos a três, por Saint-Martin, baseado no fato de que há
apenas três dimensões, três divisões possíveis de qualquer coisa sensória, três figuras
geométricas originais, três faculdades inatas em qualquer ser, três mundos temporais, três
níveis na Maçonaria, e como esta lei da tríade demonstra a si mesmo universalmente, de
forma tão clara, é razoável supor que o três também está no número dos elementos que são
a base de qualquer corpo.
"Se o número três é imposto a tudo que é criado, é porque ele imperava em suas origens"
(Obras Póstumas). "Se tivessem havido quatro, ao invés de três elementos, eles teriam sido
indestrutíveis e o mundo eterno. Sendo três, eles são esvaziados da existência permanente,
porque eles não têm unidade, como fica claro para aqueles que conhecem as verdadeiras
leis dos números" (Dos Erros e da Verdade).
"A razão, qualquer que seja ela, parece conflitar com outra afirmação de que pode haver
três em um, numa Trindade Divina, mas não um em três, porque aquilo que é um em três
deve estar sujeito no fim, a morte" (Dos Erros e da Verdade). "O três não é só o número da
essência e da lei que dirige todos os elementos, mas também, as suas incorporações" (Dos
Erros e da Verdade). "Ele é, finalmente, um número mercurial terrestre que representa a
parte sólida dos corpos, em correspondência simbólica com a alma (sêxtuplo) dos animais,
do qual é o primeiro produto e o de todos os princípios intermediários de todas as classes"
(Obras Póstumas).
Assim, o NADA não era um vazio absoluto. Nele já existia o Espírito de Deus que ainda
não se manifestara. Conclui-se, pois, que o NADA ou seja, o espaço preenchido pelo
Espírito de Deus, foi anterior a tudo e dele partiram todas as coisas. O NADA é
simbolizado na escala numérica pelo ZERO. O ZERO é pois, a representação simbólica do
espaço absoluto, inatingível e incompreensível para a mente humana, mas que portava em
si o Espírito de Deus, ainda imanifestado, mas sobre ele ou nele, pairava. A figura mais
apropriada, então, para nos dar uma idéia de Deus é o NADA, que nos sugere algo sem
forma, sem consistência, sem limites e, portanto, invisível, intangível e infinito.
Inidentificável por faltar elementos por nós conhecidos capazes de submetê-lo à
comparação! No entanto, Ele já existia, pois Seu Espírito “pairava” no espaço.
Os cultistas denominam isso o SER no NÃO SER, isto é, o ZERO, ou seja, o espaço com
todas as coisas ainda latentes que só se tornariam em realidade depois que o Espírito de
Deus nelas se manifestasse. A EXISTÊNCIA palpitava, pois, na NÃO EXISTÊNCIA, o
SER no NÃO SER enquanto a CAUSA SEM CAUSA (Deus) envolvia a EXISTÊNCIA e a
Eternidade envolvia o tempo!
A forma geométrica do círculo (ZERO) é a que mais se presta para nos dar a idéia de
infinito porque, enquanto qualquer outro tipo de linha traçada nos mostra sempre um
princípio e um fim, o círculo é perfeitamente contínuo. É o ZERO que simboliza o espaço,
o absoluto ainda imanifestado, o princípio latente de todas as coisas, que provêm todos os
SEPHIROT (números que compõe a escala da Cabala), ou seja, deste ABSOLUTO
imanifestado é que se originam todas as coisas.
Na Maçonaria, a letra ‘G’, que é uma modificação do círculo (ZERO) e representa o G.:
A.: D.: U.: simboliza o “ciclo do tempo, perpetuamente emanado e devorado pela
Eternidade, imagem da Força Criadora que se manifesta do estado potencial latente”. Em
uma última palavra, o ZERO é o símbolo esotérico que representa Deus, Criador incriado, a
Causa sem Causa, de onde tudo se origina e que, ainda imanifestado, paira no espaço
ABSOLUTO.
Essa semente, que deve morrer na terra para produzir a nova vida da planta, cuja
perfeição encerra em estado potencial, morreu efetivamente no pão que está sobre a mesa
da câmara de reflexões, para simbolizá-la. Este pão representa, além disso, a substância que
constitui o meio pelo qual a vida se manifesta em todas as suas formas, a matéria prima
continuamente o mecanismo incessante da renovação orgânica, passando de um a outro
estado, de uma a outra forma de existência.
Ao lado do pão, encontra-se um copo com água, ou seja, aquele elemento úmido - outro
aspecto da própria Substância Mãe - que é fator e condição indispensável de crescimento,
germinação, maturação, reprodução e regeneração. Como a Vênus Anadiômera, que se
transforma em Vênus Genitrix; a Mãe Universal, também a Vida somente pode nascer do
seio das águas, enquanto que a terra mitologicamente simbolizada por Géa e Deméter (às
quais estavam consagradas os Mistérios de Elêusis) converte-se na nutris.
Estas duas formas complementares da Substância Una, atuam constantemente uma sobre
a outra, como podemos observar em todos os processos biológicos; em seu estado
primitivo, o pão representa o carbono que sob a forma de ácido carbônico, é encontrado na
atmosfera, e que a vida vegetal transforma nos hidrocarbonatos, substâncias básicas que
constituem todas as partes da planta, das quais nascem posteriormente as proteínas. Todas
estas produções necessitam como base o elemento úmido, que pode comparar-se à Matriz -
Templo e Oficina de toda a atividade orgânica.
Neste primeiro ano que passamos aprendendo a desbastar a Pedra Bruta, aprendemos
tanto, que seria impossível transcrevê-los neste momento. Dentre muitas coisas o que mais
valeu foi a busca de uma sociedade íntegra e a Fraternidade verdadeira entre os IIr.’.e os
homens, tudo isso não só em palavras mas, principalmente, em atos.
Aprendemos que dentro do homem se acham a morte e a vida, a dor e a ventura, o
engano e a iluminação.
Aprendemos que ser verdadeiro é mais fácil do que parece, que a melhor vingança contra
o inimigo é desejar-lhe felicidade. Por isso Jesus disse: Ao receber um tapa numa face,
ofereça-lhe a outra, porque a inimizade atrai cargas negativas, dificultando a nossa vida.
Devemos zelar pelo bem estar da família, e de todos os seres necessitados, sem
recompensa. Devemos sempre ver o lado bom das pessoas.
Se somos patrão, devemos tratar nossos empregados como filhos; se governantes,
devemos ser o pai de seu povo; se e súdito deve respeitar as leis; se e empregado deve
cumprir seu dever.
Não suficiente deixar de fazer danos aos outros, e necessário fazer o bem. Assim
podemos chegar a ser um Maçom Construtor e não um MAÇOM COM ETIQUETA.
Se assim não agirmos, podemos entrar na MAÇONARIA, porém nunca a MAÇONARIA
entrara em nós. Pois a MAÇONARIA esta aberta para os valentes, que estão dispostos a
desbastar a Pedra Bruta.
É NECESSÁRIO, POIS QUE CADA MAÇOM SEJA UM PESQUISADOR E UM
COMENTARISTA, NEM QUE O SEJA PARA SI.
UM MAÇOM NÃO É UMA CRIANÇA OBRIGADA A DECORAR UM
CATECISMO. UM MAÇOM É UM HOMEM LIVRE, UM HOMEM INSTRUÍDO, UM
HOMEM CAPAZ DE PESQUISAR E DE ENCONTRAR A VERDADE TAL É A
GRANDE FINALIDADE DA MAÇONARIA.
Pretendemos traçar aqui algumas considerações relativas ao Grau de Aprendiz e à
própria Maçonaria, visto ser o Grau de Aprendiz a base do edifício maçônico e, cada grau,
uma melhor e mais aprofundada compreensão das doutrinas e da moral do primeiro grau.
Partiremos de três perspectivas que se complementam: a da existência autêntica do maçom,
a da Maçonaria como afirmação da liberdade, e a do maçom enquanto sujeito moral.
A experiência vivida na Câmara de Reflexões e na própria Iniciação como um todo terá
sido certamente para todos os irmãos uma oportunidade singular de fazer um balanço de
nossa vida pregressa, do quanto são transitórios e pequenos nossos bens materiais e nossas
aspirações mais corriqueiras, da falta de sentido da vida vazia e caótica, face à implacável
possibilidade da morte, resumida num contundente sentimento: o da angústia.
Essa angústia existencial decorre, entre outras coisas, da inapelável constatação de que
somos finitos enquanto seres materiais, e de que desperdiçamos quase toda nossa vida em
projetos e vaidades banais, movidos por aspirações egoístas e sem qualquer propósito mais
relevante perante a família, a pátria ou a própria humanidade. Perante nossa própria
consciência. Em oposição a essa existência inautêntica, caracterizada por uma certa embria-
guez e entorpecimento da consciência, em que o homem, abandonado à própria sorte e ao
acaso está literalmente jogado no mundo, a Maçonaria mostra-nos, sem retoques, uma
verdade que fere... O Grau de Aprendiz é a própria afirmação da liberdade pela virtude, em
oposição à escravidão voluntária dos vícios e das paixões, da vida caótica e da ausência do
dever. É a afirmação da liberdade pelo exercício da vontade dirigida pela inteligência e
movida pela virtude objetivando a edificação moral e espiritual da humanidade, iluminada
pelo Grande Arquiteto do Universo, cuja sublime presença o maçom aprende a vivenciar
em todo seu esplendor e intensidade. A liberdade, todavia, impõe-nos deveres tão pesados
que se os fracos e os ambiciosos pudessem compreende-la, jamais desejariam possuí-la,
pois ela implica numa responsabilidade direta do homem em relação a toda humanidade, a
cada decisão e em cada escolha ou atitude, pois todos os nossos atos, criando o homem que
queremos, criam, simultaneamente, uma imagem do homem tal como julgamos que ele
deveria ser. O uso da liberdade, sem negá-la aos nossos semelhantes, fazendo de nossas
ações um modelo para toda a humanidade, impõe-nos uma inevitável questão: o que
aconteceria se todo mundo fizesse como nós?
O Grau de Aprendiz através de seus mistérios e alegorias, é o alicerce para que o
maçom possa ser capaz de responder de forma positiva a essa inquietante questão. Essa
resposta, porém, não se dará baseada apenas na exterioridade do Direito, cujas normas
dependem de uma codificação formal e oficial (as leis) e de um aparato policial e judiciário
para assegurar seu cumprimento, sem que tenhamos necessariamente uma convicção íntima
de sua validade.
O maçom responderá por sua liberdade baseado principalmente na sua consciência do
dever moral, forjada desde o Grau de Aprendiz, de acordo com as virtudes teologais da fé,
da esperança e da caridade; das virtudes cardeais da temperança, da justiça, da coragem e
da prudência, consciência a qual o maçom intimamente adere de forma livre e espontânea.
Ao desbastar a pedra bruta, o maçom constrói-se enquanto sujeito moral consciente de seu
dever de construtor social compromissado com o trabalho de tornar feliz a humanidade,
pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade e pelo respeito à
autoridade e à crença de cada um. Convicto da moral baseada no amor ao próximo, o
maçom tem em si sempre viva a presença do Grande Arquiteto do Universo, a despertar-
lhe, no uso de sua liberdade, o sentimento de solidariedade capaz de sustentar a verdadeira
fraternidade entre os irmãos, entre os povos e entre a humanidade.
Assim, saído do caos e das trevas da ignorância profana, o Aprendiz aos poucos se
liberta das ilusões com seus pensamentos, vontade e desejos purificados, submete ao crivo
de sua razão os sublimes princípios da Maçonaria Universal, empunhando o maço e o
cinzel de sua consciência, desbastando sua pedra bruta e, com o auxílio do Grande
Arquiteto do Universo, poderá, então, iniciado na ciência maçônica, arrojar-se na
edificação de templos à virtude, cavando masmorras ao vício, sustentando-se na sabedoria,
na força e na beleza, sem iludir-se com a riqueza, o conhecimento e a violência profanas.
Desde o primeiro momento de sua existência na terra, o homem foi dotado de qualidades
suficientes para impor a si mesmo condições cada vez melhores em seu habitat. Nas eras
pré-históricas entre os animais, começou a ser distinguido como ser superior em todos os
aspectos.
Recorrendo à história, é fascinante e, ao mesmo tempo, trágica a evolução do homem.
Fascinante pela sua inteligência, sempre buscando meios de defesa, de conforto, de se
aperfeiçoar com novas invenções, de século para século, cada vez mais complexas. Trágico
porque, paralelo a infinitas criações, o homem teve e continua tendo muito de destruição,
através do progresso desregrado ou de guerras que, de século para século, tornam-se mais
rigorosas.
Olhando ainda para a história vemos que ela foi escrita com violência, com sangue. A
história antiga é uma sucessão de construções e destruíções; e assim vem caminhando até
os nossos tempos. E me pergunto:
- O homem evoluiu? O homem de hoje não será o mesmo de antigamente?
Estamos no século XXI e já tivemos duas grandes guerras - as duas neste século. Foram
sangrentas, cruéis. A última culminou com a bomba atômica, que destruiu milhares e mi-
lhares de vidas preciosas.
E continuo a me perguntar:
-Antigamente o homem era menos cruel? Não vazava o olho do inimigo, as lanças
trespassavam os corpos? Mas em nossos dias, o homem, em termos de violência, de matar,
tem mais requintes. Com uma simples bomba aniquila todo o nosso planeta. Portanto, o
homem no passar dos tempos vem se tornando mais violento - só que hoje e mais
sofisticado.
O Templo de Jerusalém foi destruído enquanto Jesus pregava a justiça, a igualdade e a
fraternidade, como se fosse um bom maçom. Decorridos séculos, o homem evoluiu tanto
que, nas duas grandes guerras, quantos templos foram bombardeados, quantos museus,
quantas obras importantes da engenharia se tornaram pó e escombros?
Hoje, um outro mal talvez mais grave ainda, porque mais profundo vai invadindo a
humanidade. A começar pela terrível troca de valores entre os povos mais evoluídos e entre
os homens chamados mais civilizados. E uma espécie de desintegração, de decomposição,
de apodrecimento do próprio homem.
Os maiores sábios e mais eminentes moralistas, entre aqueles que crêem na primazia do
espírito sobre a matéria, acham-se unanimemente inquietos. A própria humanidade já co-
meça a compreender a importância desse perigo. Por suas extraordinárias realizações, o
mundo moderno é prodigiosamente grande e belo. O homem, orgulhoso de seu poder sobre
a matéria e sobre a vida, parece dominá-lo cada dia melhor.
Ora, na medida em que o homem vai se apoderando do universo, pela ciência e pela
técnica, vai também perdendo o domínio do seu universo interior à medida que penetra no
mistério dos mundos, tanto dos infinitamente grandes como dos pequenos, perde-se nos
seus próprios mistérios. Pretende dirigir o universo e não sabe dirigir a si mesmo.
Domestica a matéria, mas, quando libertado de sua tirania, deveria viver mais
intensamente o espírito - e a matéria aperfeiçoada volta-se contra ele. E eis que se torna seu
escravo e é o espírito que agora agoniza...
Se o homem perder o espírito, perderá tudo. Sem a primazia do espírito não haverá mais
homem. E porque a idéia nasce do espírito e, então, a matéria se organiza sob a mão do
homem, e sua construção prossegue através dos tempos. O espírito engendra o plano - e a
cidade surge da terra e a máquina sai da fábrica, o espírito concebe a beleza - e o mármore
se torna estátua, as cordas cantam, as cores se harmonizam. O espírito voa ao encontro de
outro espírito e palpita o amor, os homens se unem e a humanidade cresce.
Mas quando o espírito se deteriora, o homem corre perigo, pois a carne de seu amor, a
máquina que construiu, a cidade que ergueu, o mundo que edificou, voltam-se contra ele e
esmagam-no. De novo a matéria lhe escapa e nem há mais homem. Tudo tem de ser feito.
Assim, as civilizações caíram, uma após outra. De todas as que sucederam, desde o inicio
da história, poucas sucumbiram a golpes exteriores. A maior parte teve a si como o próprio
carrasco, minadas interiormente por um lento apodrecimento.
Todos nós nos orgulhamos de nossa civilização ocidental. Foi para salvá-la que
participamos da maior matança que o mundo jamais conheceu antes - dezenas de milhões
de homens morreram e outras dezenas de milhões sofreram atrozmente.
Para salvaguardá-la que as nações se armaram com forças capazes de devastar
continentes inteiros.
Sem dúvida, nossa civilização está em perigo, mas não tanto em suas fronteiras
geográficas, mas nas próprias fronteiras do coração humano. O verme que corrói seu
interior e se fortifica inexoravelmente é alimentado pelas facilidades do mundo moderno,
que oferecem ao corpo as delícias e, ao espírito, o orgulho do poder.
Agora, estamos recolhendo seus frutos, cujo sinal, entre outros, é uma moralidade
discutível. Nos países desenvolvidos, ela adquire as proporções de um verdadeiro flagelo.
O crescente progresso das doenças mentais, dos desequilíbrios de toda espécie, oferecem-
nos uma trágica ficha da saúde do homem moderno.
O mundo moderno é extraordinário. Não temos o direito de frear seu fulgurante
progresso, bem como temos o dever de trabalhar para esse progresso. Nosso labor, no
entanto, será em vão se, paralelamente, não trabalharmos para desenvolver no homem a
consciência de seu espírito. E preciso refazer o homem para que o homem refaça o universo
na ordem do amor.
Quanto maiores forem as facilidades, mais o homem terá necessidade de luz para
compreender que estas facilidades são apenas meios para atingir um fim mais elevado.
Precisará de mais força interior para não se apegar a elas, mais necessidade de amor terá
a fim de não capitalizá-las em seu próprio benefício e em detrimento de seus irmãos.
Nós homens precisamos nos lembrar da existência do Grande Arquiteto do Universo, que
emana nossas forças vitais para nossa subsistência, com amor, fraternidade e liberdade.
61- O Olho que tudo vê.
Na excelente obra de René Guenon: “Os Símbolos da Ciência Sagrada” extraímos estas
conclusões:
Um dos símbolos comuns ao Cristianismo e à Maçonaria é o triângulo no qual está
inscrito o Tetragrama hebraico ou algumas vezes apenas o Iod “, primeira letra do
Tetragrama, que pode ser considerado como a sua abreviação”.
Na Maçonaria esse triângulo é com freqüência chamado de deita, pois a letra grega assim
denominada, tem na verdade a forma triangular, mas não pensamos que se deva ver nesse
paralelo, qualquer indicação quanto às origens dos símbolos em questão; além disso, é
evidente que a significação é essencialmente ternária, enquanto que o deita grego, apesar de
sua forma, corresponde pela ordem alfabética e pelo seu valor numérico.
Por vezes o próprio “Iod” é substituído por um olho, que, em geral, é designado como o
“OLHO QUE TUDO VÊ” (The All-Seeing Eye).
A semelhança de forma entre o Iod e o olho de fato prestar-se a uma assimilação, que
tem, aliás, inúmeras significações e sobre as quais talvez seja interessante oferecer algumas
indicações.
Em primeiro lugar, podemos notar que o triângulo ocupa sempre urna posição central, na
Maçonaria está expressamente colocado entre o Sol e a Lua, disso resulta que o olho
contido no triângulo deveria ser representado sob a forma de um olho comum, direito ou
esquerdo, pois, na verdade, são o Sol e Lua que correspondem respectivamente ao olho
direito e ao olho esquerdo do “Homem Universal”, na medida que este se identifica como
Macrocosmo, mais particularmente em conexão com o simbolismo maçônico, e é bom
notar que os olhos são na verdade os “luzeiros” que iluminam o microcosmo.
Para que o simbolismo seja inteiramente correto, esse olho deveria ser frontal ou central
isto é: “O Terceiro Olho”, cuja semelhança com o Iod é ainda mais admirável.
É de fato, esse “Terceiro Olho” que “Tudo Vê” na perfeita simultaneidade do eterno
presente.
Do ponto de vista do “Tríplice Tempo” a Lua e o olho esquerdo correspondem ao
passado, o Sol o olho direito, ao futuro, e o “Terceiro Olho” ao presente, isto é ao instante
indivisível entre o passado e o futuro, é o como um reflexo da eternidade do tempo.
Nas igrejas cristãs, em que está figurado, esse triângulo fica normalmente colocado
acima do altar; como este, além disso, é encimado pela cruz, o conjunto da cruz e do
triângulo reproduz de modo curioso o símbolo alquímico do enxofre.
O Painel é um quadro que contém os símbolos alusivos ao grau em que a Loja funciona e
que deve estar exposto durante as sessões. Sua origem remonta as primitivas Lojas
Maçônicas, da época em que ainda não existiam templos maçônicos (anterior a 1776),
quando costumavam desenhar os símbolos no chão, com giz ou carvão. Mais tarde, os
símbolos passaram a ser pintados em pedaços de pano e evoluíram até o quadro que vemos
diante do trono do venerável mestre.
A parte central do Painel reproduz o Altar dos Juramentos, sobre o qual vê-se o Livro
Sagrado aberto, firmadas suas páginas com as jóias Esquadro e Compasso entrelaçadas. O
Livro da Lei representa o código de moral que cada um de nós respeita e segue. O
compasso e o esquadro, que só se mostram unidos em loja, representam a medida da justiça
que devem reger todos os atos de um verdadeiro maçom.
O piso ou Pavimento Mosaico é a base sólida para compreensão dos mistérios
maçônicos. Como num piano, seus quadrados brancos e pretos convivendo lado a lado nos
mostram que, apesar das diversidades de cores, raças e religiões, a humanidade foi criada
para viver na mais perfeita harmonia, na mais íntima fraternidade.
A orla dentada com suas borlas representa a Loja, ou seja, todos os irmãos inscritos em
seu quadro. Ela nos mostra o princípio da atuação universal simbolizada no amor, e nos
lembra as quatro virtudes cardeais: temperança, justiça, coragem e prudência.
No Painel vemos as “ferramentas e instrumentos de trabalho”, inclusive a Pedra Bruta e a
Pedra Cúbica. Essas ferramentas e instrumentos encontram-se em “descanso”, pois o
trabalho “físico e operativo” foi concluído para ceder lugar à ascensão.
Pedra Bruta recordará sempre em que condições o maçom se encontrava até atingir a
posição privilegiada de construir a obra espiritual. Simboliza a personalidade rude do
aprendiz, cujas arestas ele apara, e que lhe cabe disciplinar, educar e subordinar a sua
vontade.
Também vemos no Painel três colunas, cada uma pertencente à ordem arquitetônica
grega: a Jônica para representar a Sabedoria, a Dórica significando a Força, e a Corintia
simbolizando a Beleza. São os sustentáculos ou adornos das oficinas maçônicas.
Diz sobre elas o ritual: ‘Nossas lojas estão sustentadas por três grandes colunas: a sabe-
doria personificada no Venerável para idear, a força – representada no 1º Vigilante para
suster, e a Beleza figurada no 2º Vigilante para adornar. A sabedoria nos guia em todas as
nossas iniciativas, a força nos sustem em todas as nossas dificuldades, e a Beleza adorna o
homem interno “. A Espada colocada ao pé da primeira coluna não representa um
instrumento de trabalho, mas sim de justiça e de defesa. O teto da loja representa a abóboda
celeste, significando o caráter de sua universalidade.
O caminho para atingir esta abóboda, isto é, o Céu, é representada pela Escada de Jacó.
A escada mística vista por Jacó em seu sonho - descrito no Livro do Gênesis, capítulo 28 -
simboliza singelamente o ciclo involutivo e evolutivo da vida, em seu perpétuo fluxo e
refluxo, através de nascimentos e mortes a desdobrar-se em hierarquias de seres, mundos,
remos de vida e raças. Seus degraus são tantos quantas são as virtudes necessárias ao
aperfeiçoamento individual, e das quais as três principais são a Fé, a Esperança e a
Caridade, ali simbolizadas pela Cruz, a Ancora e o Cálice.
A altura do cálice e ao lado direito da escada, nota-se parte de um braço com a mão
direita, prestes a receber o cálice. E a mão simbólica do Grande Arquiteto do Universo a
colher o sacrifício daquele que se dispõe a galgar a escada.
A porta do céu, no topo da escada, vem representado por uma Estrela de Sete Pontas que
esparge múltiplos raios do infinito. Ela indica as sete principais direções em que se move
lentamente toda a vida até sua completa união com Deus. Também significa os sete raios ou
emanações com que Deus encheu o universo com a luz de sua vida (sete períodos ou dias).
As nuvens partem do piso de mosaico representando o limite entre a terra e o
firmamento, entre o finito e o infinito, tudo dentro de um mesmo Universo.
Entre as nuvens aparecem o Sol e a Lua. A lua, circundada por sete estrelas, representa
os luminares divinos sobre a terra, ou seja, sobre o homem e mais especificamente sobre o
maçom. O sol representa a principal luz da loja.
Simboliza a glória do Criador, generoso “doador de vida’ nos dá o exemplo da maior e
da melhor virtude que deve encher o coração do maçom: a caridade”.
Finalmente, nota-se no Painel da Loja de Aprendiz, ao centro de cada parte lateral da
Orla Dentada, as letras indicadoras dos pontos cardeais, significando que a “mensagem” do
painel ocupa todos os quadrantes da terra e que não fica restrita só a uma loja.
Meus irmãos, mudarão as nações, os Idiomas, os costumes, entretanto, as verdades
eternas estarão sempre visíveis nos símbolos sagrados da Maçonaria para aquele que busca,
com sinceridade, o Grande Arquiteto do Universo.
Alguns IIr.’. pensam que como a Maçonaria no passado atuou politicamente na Inde-
pendência do Pais, na libertação dos escravos e vários outros movimentos deve continuar
sua ação unicamente política, assim, após galgarem um local de destaque na Loja e na
sociedade, pensam em lançarem-se a concorrer a um cargo eletivo no Município; os que
conseguem um destaque Maçônico no Estado, geralmente pensam num cargo eletivo
estadual ou até para a Câmara Federal; trabalhando seu período eletivo ou de nomeação
Maçônico, com o objetivo de vencer na eleição profana, pensando em utilizar os IIr.’., e
não ser úteis a eles.
Outros menos ambiciosos, mais sociais, fazem da Loja um clube de amigos, voltados
para o “bem estar” dos IIr.’. que fazem parte do quadro, promovendo um jantar após a
reunião semanal, ou um lauto jantar mensal reunindo também cunhadas e sobrinhos para
um melhor entrosamento de todos os participantes da Loja e na grande maioria das vezes
não levam em consideração que fazem parte de um grande conjunto (a Maçonaria é Univer-
sal), e vivem como um caracol, somente dentro de sua casa, não participando das reuniões
de outras Lojas.
Outros, que são mais exclusivistas, quase não participam de nada e só cumprem com sua
presença na reunião, chegando em cima da hora de começar e saindo rapidamente após o
término, sem falar sobre aqueles que fazem proposições impossíveis de realizar-se não
houver um grande envolvimento e dedicação de inúmeros IIr.’., e acabam estes, os
propositores, tirando o corpo fora dizendo não ter tempo disponível.
Outros buscam estudar com seriedade, tentando entender o que se faz na e para que serve
a Maçonaria, o porque das contradições existentes e as várias interpretações sobre um
símbolo, andando muitas vezes por caminhos tortuosos, um verdadeiro labirinto; que
quando acha a saída fica numa imensa dúvida: este é o correto?
Numa rápida estatística, podemos afirmar que de cada 10 iniciados, apenas 2, estarão
após cinco anos, freqüentando com razoável assiduidade. Não importando a Potência a que
pertençam.
Concluímos que a instrução é fundamental para o conhecimento do que se pratica nas
reuniões; caso estas sejam superficiais não conseguiremos despertar no recém iniciado, o
interesse de estudo profundo. Resultando um Ir:. que não freqüentará assiduamente as reu-
niões, pois não sabe o que exatamente significa tudo aquilo que está praticando, até que
seja desligado ou peça seu desligamento.
Geralmente, não levamos em consideração que: SÓ AMAMOS O QUE CONHECEMOS
E ENTENDEMOS; assim, valorizamos a Arte Real, proporcionalmente à importância dada.
O Ritual tem tudo o que precisamos saber sobre Maçonaria, sem instruí-lo a respeito da
técnica ritualística, sem mostrar o que representa e de que forma devemos utilizá-lo como
um meio, é o mesmo que mandar uma criança nadar dizendo que é só movimentar os
braços e as pernas. O que teremos como resultado é alguém debatendo-se insistentemente
sem sair do lugar que entrou.
Lamentavelmente, isto acontece com muitos IIr.’., batem-se e debatem-se sem
encontrarem a técnica da prática ritualística, pois executam o ritual sem serem
convenientemente instruídos, orientados para a importância da ritualística e o modo de
praticá-la COMO UM MEIO E NAO UM FIM, e, acontece o pior, cansados e percebido
que não saíram do lugar que entraram (falando de desenvolvimento interior, de
entendimento do praticado: pois se visualizarmos que do primeiro grau passamos para o
segundo, é um progresso, podemos chegar ao terceiro, ou até ao trigésimo terceiro, mas se
não soubermos o que representa, não houve evolução), assim, cansados de ver e ouvir
sempre a mesma ‘‘coisa” sem entender, pedem seu “Quite”.
Quando participamos do Ritual Maçônico, em nossas mentes surgem perguntas, tais
como: Por que o Alt.’. do V.’. M.’. deve ser retangular? Por que velas e quando devem ser
acesas? Que representam os DDiac:. e seus bastões? Tendo luz em todo o Templo, por que
este ou aquele lado é escuro? Por que só o Ir:. 2º Vig:. pode chamar os OObr:. para o
trabalho? E mais uma infinidade de questionamentos.
Para nossa mente, analisando de uma forma crua e objetiva, tudo isso não passa de
objetos e de algumas palavras ou ações sem importância ou fundamento. Porém, se virmos
neles aquilo que representam, que simbolizam, então, eles se transformam realmente em
elementos necessários à Divina Química da Transformação, em Alquimia Mental, em um
meio para atingir o fim desejado com muito Amor.
Temos ouvido falar que o Ritual Mágico deve ser praticado dentro de um círculo para ter
mais eficiência, mais força conseqüentemente melhor resultado.
O Templo é este circulo, e como ele, representa também o homem, cada um de nós é um
círculo menor. Trabalhamos em conjunto com todos dentro do Templo, mas,
principalmente, dentro do espaço Interior em cada um de nós, no Templo Interno.
Quando na ritualística, é pronunciado: Achando-se a Loja regularmente constituída,
invoquemos o G:. A:. D:. U:. (observem IIr:. que até esta etapa, o que fizemos pelos
próprios atos ritualísticos, foi uma preparação de harmonia interna para poder fazer a
invocação).
Assim, executando o acendimento das LLuz:., estamos invocando a presença desta
Grande Luz, Força, Presença Pai - Mãe em todos os seus aspectos dentro do círculo -
Templo, do círculo - homem. Não deixamos nada dessa Força fora do circulo, unindo-nos,
assim, a todo o Universo, pois, quando somos absorvidos em Sua Consciência, tornamo-
nos como Ela.
Executando com toda nossa vontade, com todo nosso Coração - Amor e toda nossa
mente, o Ritual de elevação, de amor de integração; cada pensamento, cada gesto trans-
forma-se numa força poderosa; e se nossa mente e nossa vontade permanecem sempre
dirigidas para a perfeição, então cada célula do nosso corpo responderá a esse estímulo e,
nós, o Divino Alquimista, transformaremos o material bruto do homem comum, no ouro de
um Ser Superior.
Esperamos ter criado uma imagem nítida da importância da ritualística com um meio de
elevação, tendo sempre em consideração que a Loja representa o homem, o Globo Terrestre
e o Universo, e no Ritual Maçônico há uma harmonia completa entre os três.
O “homem” quando teve conhecimento de que sua separação com o Divino era
inevitável e o ensinamento das Verdades Eternas, pela separação, deixariam de ser
ensinadas diretamente aos que se fariam merecedores, buscou expressá-las através dos
Símbolos Sagrados e do Ritual, proporcionando um caminho estreito, mas seguro, a
consciência humana de compreendê-lo e aplicá-lo.
Assim, quando o Maçom procura individualmente atingir o G:. A:. D:. U.’., está gerando
uma força construtiva, mas só entre ele e o G:. A:., enquanto que, no Ritual, os
pensamentos e aspirações de todos os participantes, unido-se ás forças da Natureza e
energias Divinas, criam um poderoso e concreto vórtice para o Bem, um pensamento
absoluto, que atrai para a Terra a Glória do Criador.
Essa é a diferença. Individualmente, o Maçom une-se ao G:. A:. D:. U:. através do centro
cardíaco, e cada um deve esforçar-se para realizar esse contato direto. O Maçom, porém,
participando do Ritual, ele ajuda a gerar uma força redentora para toda a Humanidade.
Mudarão as noções, os idiomas, os costumes, entretanto as Verdades Eternas estarão
sempre visíveis nos Símbolos Sagrados da Arte Real para aquele que busca o G:.A:.D:.U:..
Uma vasilha de sal e uma de enxofre encontram-se também sobre a mesa, junto com o
pão e a água. Ainda que o primeiro seja habitualmente conhecido como um condimento,
sua associação simbólica com o segundo não deixa de parecer algo estranho e misterioso. O
que significam, pois, estes dois novos elementos, este novo casal hermético, que se une ao
anterior?
Como tal indica o primeiro a Energia Ativa, que se torna a Força Universal, o princípio
criador e a eletricidade vital que produzem e animam todo crescimento, expansão,
independência e irradiação. Enquanto que o segundo é o princípio atrativo que constitui o
magnetismo vital, a força conservadora e fecunda que inclina à estabilidade e produz toda
maturação, a capacidade assimilativa que tende para a cristalização, o princípio da
resistência e a reação centrípeta que se opõe à ação ativa da força centrífuga.
Assim, pois, da mesma maneira que no pão e na água vimos os dois aspectos da
Substância cósmica e vital, nestes dois novos elementos temos os dois aspectos ou
polaridades da Energia Universal, dirigido o primeiro de dentro para fora, aparecendo
exteriormente como direito (ou destro), e o segundo de fora para dentro, manifestando-se
como esquerdo (ou sinistro).
São respectivamente, rajas tamas - os dois primeiros gunas (ou qualidades essenciais) da
filosofia hindu -, e o impulso ativo que produz toda mudança e variação, e engendra no
homem o entusiasmo e o amor à atividade, o desejo e a paixão. A tendência passiva para a
inércia e a estabilidade é inimiga de mudanças e variações, produzindo em nosso caráter,
firmeza e persistência, e com seu domínio da mente, a ignorância, a inconsciência e o
sentido da materialidade, que nos prendem às necessidades e preocupações exteriores e aos
instintos destinados à proteção da vida em suas primeiras etapas.
O primeiro nos impele constantemente para cima e para frente, anima-nos e nos dá
firmeza em todos nossos passos, dá-nos o ardor, a iniciativa, o espírito de conquista, a
vontade e a capacidade de satisfazer nossos desejos e conseguir o objetivo de nossas
aspirações; mas, dá-nos também, a inquietude, a inconstância e o amor das mudanças e
novidades, a impulsividade que nos inclina para ações inconsideradas, fazendo-nos recolher
frutos maduros e perder os melhores e mais desejáveis resultados de nossos esforços.
O segundo é aquele que nos refreia e desalenta; faz com que nos recolhamos em nós
mesmos, dá-nos o temor e a reflexão, faz-nos abraçar e estabelecer igualmente o erro e a
verdade, os hábitos viciosos e virtuosos faz-nos fiéis e perseverantes, firmes em nossa
vontade e tenazes em nossos esforços; dá-nos a capacidade de atrair aquilo com o que
estamos interiormente sintonizados por nossos desejos, pensamentos, convicções e
aspirações. Dá-nos a desilusão e o discernimento, afasta-nos das mudanças e de toda ação
irrefletida, mas também, de todo progresso, esforço e superação.
São as duas colunas ou tendências que se achar constantemente ao nosso lado, em cada
um de nossos passos sobre o caminho da existência, e nossa felicidade, paz e progresso
efetivo baseiam-se em nossa capacidade de manter em cada momento um justo e perfeito
equilíbrio entre estas tendências opostas, conservando-nos a igual distância de uma e de
outra, sem deixar que nenhuma das duas adquira um predomínio indevido sobre nós, mas
que trabalhem em perfeita harmonia, dando-nos, cada uma delas, suas melhores qualidades:
o ardor reflexivo e a paciência iluminada, o entusiasmo perseverante e a serenidade
inalterável, o esforço vigilante e a firmeza incansável, que também simbolizam sobre a
parede da câmara, o galo e a clepsidra.
Esta fé, própria de quem se iniciou no conhecimento do Real que se esconde atrás da
aparência exterior ou visível das coisas - e que não é fé cega, uma vez que se baseia na
própria consciência da realidade -, é algo desconhecido para o profano, escravo da ilusão
dos sentidos, que confunde a aparência com a realidade, e não o tendo reconhecido (por não
Ter podido adentrar a sua consciência), nega a existência de um Princípio Espiritual como
Causa Imanente e Transcendente da realidade visível.
Não pode obter-se este conhecimento, esta convicção que é um estado interior, sem o
estudo, o trabalho e a perseverança: A Fé iluminada de que falamos, é, pois, um verdadeiro
salário, fruto ou resultado de longos e persistentes esforços sobre o Caminho da Verdade,
depois de temo-nos despojado de todas as superficialidades, crenças positivas e negativas,
erros e prejuízos do mundo profano.
Assim, estabelece o iniciado uma relação iluminada com o Princípio da Vida, cuja
realidade reconheceu em sua consciência, relação que tem sua base no reconhecimento
expresso pela própria Palavra Sagrada, que será daqui para frente, uma verdadeira coluna
na qual pode apoiar-se com toda confiança e que o suporta em suas dúvidas e vacilações.
O Sol e a Lua são as duas luminárias. O Sol, ativo, fica à direita e a Lua, passiva, à
esquerda. Fica assim marcada a oposição do Sol e da Lua, protótipos do simbolismo
universal.
Na loja, os trabalhos são abertos simbolicamente ao meio-dia, quando o Sol está no
zênite, e fechados à meia-noite, quando ele está no nadir. Nesse momento, supõe-se que a
Lua esteja em seu pleno esplendor.
As três Luzes da loja são o Sol, a Lua e o seu Mestre. O Sol corresponde ao Orador
enquanto que a Lua ao Secretário. Quanto aos dois Vigilantes, lembremo-nos que estão
relacionados com o Prumo e o Nível, atributos de suas funções.
Definimos perfeitamente o simbolismo do Sol e da Lua: “O Sol é o vitalizador essencial,
o Pai, de uma generosa fecundidade. Sem ele não existiríamos. Por ele é que somos. Não
existe a haste de uma erva, não existe uma bactéria ou um elefante que não estejam sujeitos
a sua lei, que não lhe devam a vida. Sua influência é, portanto, a imagem vital, a influência
expansiva. Ele dá o equilíbrio, a saúde, o desenvolvimento. Ele glorifica, fortalece. Ele é o
princípio ativo”.
“A lua tem um papel extremamente complexo. Como lunária, é o reflexo do Sol e, como
ele, tem um sentido de saúde. Quando está em oposição ao Sol no zodíaco, ela atinge sua
plenitude. Ela se levanta quando ele se põe e, durante toda a noite, toma o seu lugar. Em
contrapartida, quando passa entre o Sol e a terra, ela nos mostra sua face escura. Mas,
pouco a pouco, seu crescente se amplia e ela volta novamente a sua plenitude. A Lua é o
princípio passivo que recebe e reflete. Ela depende ao mesmo tempo da Terra e do Sol; ela
representa a imaginação e a sensibilidade. O Sol corresponde ao elemento Fogo; a Lua ao
elemento Água. No simbolismo hermético, o Sol é relacionado com o Ouro e a Lua com a
Prata”.
A Lua é considerada ‘benéfica’ em sua fase crescente e ‘maléfica’ em suas fases
descendentes.
É impossível examinar aqui todo o que diz respeito aos dois luminares, mas bastam estas
linhas gerais para que se compreendam a grandiosidade destes dois astros.
67- O Testamento.
O novo nascimento ou regeneração ideal que indica, em todos seus aspectos, a câmara de
reflexões, tem finalmente o seu selo e concretiza-se por um testamento, que é
fundamentalmente um atestado ou reconhecimento de seus "deveres", ou seja, de sua
tríplice relação construtiva, com o princípio interior (individual e universal) da vida,
consigo mesmo como expressão individual da Vida Una, e com seus semelhantes, como
expressão exterior da própria Vida Cósmica.
O que é de importância vital é nossa íntima e direta relação com o Princípio da Vida
(qualquer que seja o nome que lhe dê externamente, e o conceito mental que cada um possa
ter formado ou dele venha a formar, uma relação que é estabelecida na consciência, além
do plano da inteligência ou mentalidade ordinária, sendo só diretamente nela onde pode
manifestar-se aquela Luz "que ilumina a todo homem que vem a este mundo".
O homem é, como manifestação concreta, o que ele mesmo se fez e faz constantemente,
com seus pensamentos conscientes e subconscientes, sua maneira de ser e sua atividade.
Seu primeiro dever para consigo mesmo é realizar-se e chegar sempre a ser a mais perfeita
expressão do Princípio de Vida que nele busca. E encontra uma especial diferente e
necessária manifestação, deduzindo ou fazendo aflorar à luz do dia, as possibilidades
latentes do Espírito, aquela Perfeição que existe imanente, mas que só se manifesta no
tempo e no espaço, na medida do íntimo reconhecimento individual.
69- Os Landemarques.
10 - Que todos os maçons, quando reunidos em loja, devem estar sob as ordens de um
venerável mestre e de dois vigilantes;
13 - Que todo maçom tem o direito de, com o acordo dos irmãos em loja constituída,
apelar para o grão-mestre;
14 - Que todo maçom tem o direito de visitar e se fazer presente em qualquer loja
regular;
15 - Que os visitantes não conhecidos por pelo menos alguns dos irmãos, não podem
ser admitidos em loja sem passar primeiro pelo reconhecimento na forma dos antigos
costumes;
18 - Que todo candidato a iniciação deve ser do sexo masculino, livre de nascimento,
fisicamente integro e de idade madura;
19 - Que todo maçom deve crer em Deus como o Grande Arquiteto do Universo;
20 - Que todo o maçom deve acreditar na ressurreição para uma vida futura;
21 - Que o Livro da Lei é um dos símbolos indispensáveis de uma loja;
24 - Que a Maçonaria Especulativa tem sua origem nos princípios da Arte Operativa;
Todo esse simbolismo nos ensina que, na obra fundamental de nossa construção moral,
devemos trazer para a superfície e para a luz, todas as possibilidades individuais, despojan-
do-nos das ilusões da personalidade. E, nesse trabalho, só poderemos ser SÁBIOS se
possuirmos FORÇA, porque a Sabedoria exige sacrifícios que só podem ser vencidos pela
Força; mas ser SÁBIO COM FORÇA, sem ter BELEZA é triste, porque é a Beleza que
abre o mundo inteiro à nossa sensibilidade.
Esta pequena peça arquitetônica, longe, encontra-se de sintetizar todo o significado dos
três pontos maçônicos; porém tenta-se discorrer um pouco sobre o seu simbolismo e nos
chama a atenção para o valor oculto das coisas que não podem ser esquecidas pelo iniciado
na ordem maçônica.
A origem do ternário tem seu início a partir do binário. Este, por sua vez, constitui uma
manifestação do princípio da Unidade, do todo, segundo os antigos "E n to Pan” - "Uno o
Todo". O todo é Uno em sua realidade, em sua essência e substância, tudo vem da Unidade,
que está contido e é sustentado por si mesmo. Sua representação é o ponto, origem da linha
reta, do círculo. Deste círculo, parte a linha reta, cuja representação é a força que impõem
direção rumo ao progresso retilíneo, como resultado de uma força individual centrada no
ponto ou centro de nosso ser. Como manifestação humana podemos traduzi-la pelo
desenvolvimento progressivo e progressista das potencialidades latentes nas virtudes ou
poderes ativos.
Como pequena síntese do ternário e sua respectiva aplicação na vida maçônica dos
iniciados, empreende-se que o progresso pessoal dentro da maçonaria requer que a
inteligência se erga sobre o domínio da mente concreta (aspectos da dualidade e dos
opostos), os dois pontos inferiores, situando-se no sentimento e na consciência da Unidade
(ponto superior), chegando-se na essência de todos os seres através das faculdades
superiores da mente que se baseiam na unidade, assim como a mente concreta baseia sua
lógica e suas conclusões no sentido da dualidade. A iluminação maçônica se faz quando
progredimos desde o Ocidente, que é o reino da ilusão, da multiplicidade e da aparência,
em direção ao Oriente, o reino do real, da unidade e do ser. Passa-se a reconhecer no
Ocidente o uno em diversos seres e coisas; no Oriente temos a Unidade na multiplicidade.
O Cavaleiro Rosa Cruz, é, como o próprio nome diz, um grau cavaleiresco e se constitui
no 18 grau do Rito Escocês Antigo e Aceito.
Conta a lenda que um homem vindo da Judéia, passou por Nazareth, tendo sido trazido
pelo anjo Raphael, sendo que aquele que era conduzido era da tribo de Judá, significando
assim I.N.R.I. (J = 1)
Tanto os Rosa Cruzes, como os Maçons são pessoas de espírito muito elevado que estão
na busca constante dos Grandes e Pequenos Mistérios, devendo merecer o maior respeito e
admiração.
A Sala dos Passos Perdidos é uma área física que antecede ao Templo propriamente dito,
essa sala é um lugar de apoio onde os Irmãos se preparam, se revestem de suas insígnias e
outros trajes maçônicos, antes do início das Sessões.
Não existe nenhum critério especial de tamanho, medidas ou decoração dessa Sala que é
destinada à recreação e colóquios livremente consentidos entre os Irmãos.
A Sala dos Passos Perdidos é herança do Parlamento Inglês. Na fase de estruturação dos
Templos Maçônicos, no inicio do último quartel do século XVIII, a Maçonaria se espelhou
nos Templos cristãos e no Parlamento Inglês, que lhes serviram de modelo para elaborar a
planta física de seus Templos.
No Parlamento Inglês existe uma sala de recreação que antecede A Sala de Reuniões,
exatamente com as mesmas finalidades de sua congênere nos Templos Maçônicos.
A maioria das Lojas Maçônicas se utiliza desse espaço para exposição de quadros de
grandes vultos da Ordem e da Pátria, assim como fotografias e placas alusivas aos
fundadores e ex-Veneráveis da Loja em particular.
A denominação Sala dos Passos Perdidos, em francês “Sale des Pas Perdus”, segundo
Lenning, deriva do que se considera todo passo feito no mundo profano antes do ingresso
na fraternidade ou que não obedece a nenhum princípio ritualístico, daí o fato de serem
“passos perdidos...”.
O Átrio
Desde que surgiram as primeiras associações de oficio organizadas hoje, englobadas sob
o rótulo geral de “Maçonaria Operativa”, ou “Maçonaria de Ofício” cada ofício tinha o seu
padroeiro.
A primeira organização de que se tem noticia, é a dos “Collegia Fabrorum”, criados em
Roma, no século VI a.C., por necessidade oriunda da atividade bélica: era a época em que
as legiões romanas espalhavam-se pelo mundo conhecido, em sua ânsia conquistadora,
destruindo, com a guerra, as povoações conquistadas. Os “collegiati” seguiam os
legionários, para reconstruir o que fosse destruído por estes.
A principio, os patronos dos ofícios eram os deuses do panteão greco-romano que a
Igreja, depois, chamaria de “pagãos” havendo, posteriormente, já na era cristã, a adoção de
outros padroeiros. Com o declínio dos “collegiati”, após a queda do Império Romano do
Ocidente, os ofícios passaram para o domínio exclusivo da Igreja, com as Associações
Monásticas, que, evidentemente, buscavam seus protetores entre os santos e,
principalmente, entre os mártires da Igreja.
Com a evolução dos ofícios, os frades passaram a ensiná-los a leigos, que se colocavam
sob a sua proteção, dai surgindo, no século XI, as Confrarias, que, embora formadas por
mestres leigos, sofriam forte influência do clero católico, do qual aprenderam a arte da
arquitetura e o cunho religioso dado aos trabalhos. Quase na mesma época surgiam as
Guildas, que eram, inicialmente, entidades simplesmente religiosas, passando, a partir do
século XII, a formar corpos profissionais. Tanto as Confrarias quanto as Guildas, pela
influência religiosa, mantinham o hábito do culto a protetores dos ofícios.
Deve-se considerar, também, por essa época, o “Compagnonnage”, criado pelos
Templários, para o serviço em suas distantes comendadorias do Oriente. Cada um dos
ofícios que compunha o “Compagnonnage” também possuía o seu santo protetor: São José,
para os carpinteiros, Sant’ Ana, para os marceneiros, Santo Eloi, para os ourives, Santa
Bárbara, para os telhadores, a Assunção, para os pedreiros e canteiros, etc.
Só depois do século XII é que surgiria a organização profissional por excelência, que foi
a dos Ofícios Francos, ou francomaçonaria. A palavra “franco”, na Idade Média, designava
não só o que era livre, em oposição ao servil, mas, também, todos os indivíduos, ou todos
os bens que escapavam às servidões e direitos senhoriais. Os Ofícios Francos eram
formados por grupos privilegiados de artesãos, desligados dos feudos, das obrigações e das
imposições dos poderes real e feudal e com liberdade de locomoção. Esses grupos,
dedicados à arte de construir, tinham os seus privilégios concedidos e garantidos pela
Igreja, que era o maior poder da época, fazendo com que eles fossem bastante apegados a
ela, aos seus santos e aos princípios religiosos.
Estas corporações de ofício costumavam comemorar, festivamente, o início do verão e o
do inverno, ou seja, as datas solsticiais, ou solstícios. Solstício é a época do ano na qual o
Sol, tendo-se afastado do equador o mais possível, parece estacionar, durante alguns dias,
antes de tomar a se aproximar daquela linha. Os solsticios, portanto, ocorrem quando o Sol
atinge suas posições mais afastadas do equador terrestre, havendo os de verão e de inverno.
Para os habitantes do hemisfério sul da Terra, o solstício de verão ocorre quando o Sol
atinge sua posição mais austral (meridional, sul) e, o de inverno, quando ele atinge sua
posição mais boreal (setentrional, norte).
O solstício de inverno, no hemisfério sul, ocorre a 21 de junho, enquanto que o de verão
acontece, a 21 de dezembro, invertendo-se no hemisfério norte, onde o de verão é a 21 de
junho e o de inverno a 21 de dezembro. Por influência da Igreja, mentora das corporações,
essas datas solsticiais acabaram se confundindo com as datas dedicadas a São João, o
Batista (24 de junho) e São João, o Evangelista (27 de dezembro), que não são exatamente
as mesmas dos solstícios. E, graças a isso, os dois São João foram considerados os patronos
das corporações, hábito que chegou, em alguns casos, à Maçonaria dos Aceitos (por ser
formada por homens não ligados à arte de construir, mas aceitos pelos operativos), também
chamada de “Especulativa”.
Esclareça-se, entretanto, que não é em todos os ritos teístas que isso acontece. Para a
Maçonaria inglesa, por exemplo, a grande festa maçônica é a de São Jorge, padroeiro da
Inglaterra.
Para os ritos adogmáticos, como o Moderno, ou Francês, não há padroeiros, já que o rito,
em respeito à concepção metafísica de cada maçom, evita símbolos religiosos. O Grande
Oriente da França, que criou a Palavra Semestral, em 1777, e que implantou o dogmatismo
e sem imposição de crenças, continua a considerar as exatas datas solsticiais, para a
emissão da Palavra.
Pode-se notar, também, que, quando se fala, nos demais ritos teístas, como o Escocês, em
“S. João, nosso padroeiro”, a referência não é a apenas um, mas a dois santos da Igreja
Católica: o S. João Batista e o S. João Evangelista.
O Batista, filho de Zacarias e Isabel, foi o precursor de Jesus, anunciando a vinda do
Messias e batizando-o, no rio Jordão. Segundo o que consta nos Evangelhos de Mateus,
Marcos e Lucas, seus pais já eram velhos quando o conceberam, por graça divina; já adulto,
pregou, ao povo, a penitência, para a espera do Messias, vivendo, ele mesmo, uma vida
austera, no deserto, alimentando-se de gafanhotos e mel silvestre.
Anatematizou Herodes e foi encarcerado por este. Depois, Herodias, amante de Herodes,
mandou que sua filha, Salomé, exigisse, dele, a cabeça do João Batista, que acabaria, então,
sendo degolado, no ano 28 ou 29 da era atual.
O Evangelista, filho de Zebedeu, foi, como seu irmão Tiago, um dos apóstolos de Jesus
(na realidade, os chamados apóstolos eram membros de uma confraria, muito comum entre
os hebreus e chamada, em hebraico, de “shaburá” sendo, os seus membros, os “shaberim”).
Foi autor de um Evangelho (o Evangelho do Espírito), o Apocalipse e três Epístolas. Era
um dos companheiros constantes de Jesus e um dos preferidos por ele. Foi o primeiro a
reconhecê-lo ressuscitado na Galiléia. Depois do ano 58, instalou-se em Éfeso, de onde
continuou sua pregação, tendo sido o último apóstolo a morrer, no fim do primeiro século
da era cristã, sob o reinado de Trajano.
Em homenagem ao S. João Batista é que as Lojas do Rito Escocês (como de outros ritos)
dizem-se “Lojas de S. João”. E é em homenagem ao Evangelista, que
TRADICIONALMENTE RITO ESCOCÊS abre o Livro da Lei Sagrada NO
EVANGELHO DE SÃO JOÃO, capítulo 1, versículos 1 a 5, que mostram o triunfo da Luz
sobre as trevas, texto básico PARA O GRAU DE APRENDIZ e que diz o seguinte:
“No Princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava
no Principio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele e sem Ele nada existiria. Nele
estava a Vida e a Vida era a Luz dos homens. A Luz resplandece nas trevas e as trevas não
a compreenderam”.
Esse texto, que tem tudo a ver com o grau de Aprendiz Maçom, pois este,
simbolicamente, veio das trevas, para procurar a Luz, acabou sendo, no Brasil,
injustificadamente, substituído pelo salmo 133, da Fraternidade, que é um texto aplicável a
toda a escala do rito e não especificamente ao grau de Aprendiz.
O Rito Adoniramita também homenageia o Evangelista, abrindo o Livro, no grau de
Aprendiz, no Evangelho de S. João, capitulo 1, versículos 6 a 9:
“Houve um homem enviado por Deus, que se chamava João. Este veio por testemunha,
para dar testemunho da Luz, afim de que todos cressem por meio dela. Ele não era a Luz,
mas veio para que desse testemunho da Luz. Era a Luz verdadeira, que alumia a todos os
homens, que vem a este inundo”.
Nos demais ritos teístas praticados entre nós, isso não ocorre: no Rito de York, o Livro
das Sagradas Escrituras é simplesmente aberto em qualquer trecho (pois não há uni
obrigatório); no Rito Schroeder ele está presente, mas permanece fechado; e, no Rito
Brasileiro, com base no Escocês deturpado praticado no Brasil, a abertura é no salmo 133.
A representação simbólica dos solsticios deve estar presente nos templos, no CÍRCULO
ENTRE PARALELAS TANGENCIAIS E VERTICAIS. Este sugere que o Sol não
transpõe os trópicos, recordando, ao maçom, que a consciência religiosa de cada obreiro é
de foro íntimo e, portanto inviolável. Além da representação dos solstícios — inicio do
verão e do inverno — as duas paralelas representam os trópicos de Câncer e de
Capricórnio, em todos os ritos teístas representam também, Moisés e o Rei Salomão, o
primeiro porque instituiu a Lei de Deus (o decálogo) e erigiu o Tabernáculo, e o segundo
porque construiu o templo de Jerusalém. No Rito Escocês principalmente, as paralelas
lambem SIMBOLIZAM O S. JOÃO BATISTA E O S. JOÃO EVANGELISTA.
A Solidariedade Maçônica como tema para reflexão nos dá uma vasta base para que
possamos discorrer e criar condições para o debate. E necessário que, inicialmente,
observemos as definições de Maçonaria e de Solidariedade:
Maçonaria “é urna associação de homens sábios e virtuosos que se consideram irmãos
entre si, cujo fim é viver em perfeita igualdade, intimamente ligados por laços de recíproca
estima, confiança e amizade, estimulando uns aos outros a prática das virtudes.
Solidariedade “é a dependência recíproca entre os elementos componentes de modo que
o que afeta um, afeta também ao outro”.
Na Ética, é o poder moral de assistência entre os membros de uma sociedade, que se
julgam formando um todo.
Na Maçonaria, a idéia de solidariedade é apresentada com maior ênfase e como a própria
base da fraternidade que deve existir entre os maçons. Este sentimento é continuamente
lembrado pelo giro do tronco de solidariedade, que circula em todas as reuniões maçônicas
““.
Como podemos ver, a solidariedade maçônica tem como responsabilidade a de ser a base
da fraternidade. É também a ligação recíproca de pessoas ou coisas independentes, é a
adesão ou apoio à causa de um ideal ou de uma opinião. Pode-se dizer também que é a
responsabilidade mútua, é o nexo morai que liga um homem à vida, aos interesses e às
responsabilidades de um grupo social, de uma nação e, por que não dizer, da própria
humanidade.
Palavras lindas e bem colocadas podem ser infinitas para conceituar o tema, mas de que
adiantarão as definições se não for colocada em prática? Como vemos, uma das virtudes a
que a Maçonaria se destina é a solidariedade; após tomarmos conhecimento de sua
grandiosidade é que percebemos a sua real importância.
O verdadeiro maçom pratica o bem e leva sua solicitude aos infelizes, quaisquer que
sejam eles, devendo desprezar o egoísmo e a imoralidade, dedicando-se aos seus seme-
lhantes. O sentimento de solidariedade para o maçom deve ser nato e, assim sendo, deve ser
o ideal de todo e qualquer maçom, tornando desta forma o laço sagrado que une a todos na
mais profunda conceituação da orla dentada e do pavimento mosaico.
Também é necessário que a solidariedade maçônica caminhe unida à outra virtude, que é
a justiça ou justa causa. A solidariedade maçônica é fraternal e pura, sendo o amparo moral
e material para com os que praticam o bem e sofrem as vicissitudes da vida, àqueles que
trabalhando lícito e de forma honrada são infelizes, àqueles que, embora rodeados de
fortuna, sentem no íntimo as amarguras e desolações das desgraças. Enfim, ela deve se
apresentar onde houver a causa e esta deve ser justa e perfeita.
Quando algum irmão, porém, se esquece dos sãos princípios maçônicos, se desviando da
moral e dos bons costumes, vindo a se tomar um mau cidadão, mau esposo, mau pai, mau
amigo, mau filho, mau irmão, praticando atos indignos da Ordem a que pertence, foi ele e
não a Maçonaria que rompeu os laços de fraternidade que unem a todos os maçons. Caso
seja ajudado nos ilícitos que está praticando, a Maçonaria estará compactuando com maus
costumes adquiridos por esse desonrado.
Deverá saber o irmão que é dever da Maçonaria, mesmo na vida profana, mostrar sua
solidariedade, não só aos seus membros, mas também aos profanos e “em igualdade de cir-
cunstâncias, é meu dever preferir um irmão, sempre que, para fazê-lo, não cometa uma
injustiça que fira a minha consciência. Os ensinamentos de nossa Ordem nos obrigam a
proteger um irmão em tudo que for justo e honesto. Não será justo nem honesto proteger o
menos digno, mesmo que seja irmão, preterindo os mais sagrados direitos do mérito do
valor moral e intelectual”.
Todo maçom deverá ter a consciência e grau de conhecimento mínimo sobre a causa e
sobre as pessoas envolvidas para que possa, com garantia, tomar decisões. Sabemos que a
nossa Instituição tem em seu seio aqueles que conseguiram burlar a vigilância e os rigores
observados pelas sindicâncias para admissão na Ordem. Esses têm o intuito apenas de
tentar tirar proveito e que denominados de “profanos de aventais”, o tempo naturalmente se
encarregará de afastá-los. Esses são os que a Sublime Instituição deverá precaver-se mais
até que dos profanos, pois os frutos podres se não tirados a tempo poderão estragar os
outros ou até desvalorizar o grupo.
Deverá também ser fruto de cuidado de todo maçom para que palavras como
Fraternidade, Liberdade e Igualdade, que são os sustentáculos da filosofia da Ordem e
encontram-se em lugar de destaque em nosso templo, não se percam como meros chavões
repetidos por “papagaios”. Que a sua força doutrinária seja usada e colocada em prática em
sua plenitude.
Ao observarmos nossos ensinamentos, encontraremos em todas as instruções algo
voltado para a solidariedade. A Ordem nos chama para a reflexão e nos encaminha para a
sua prática. Se a Maçonaria é perfeita e uma das instituições mais respeitadas do mundo,
deverá ter de seus o compromisso de aplicar, proteger e, acima de tudo, zelar para que sua
sustentação perdure sempre e que seus ensinamentos ajudem ao homem a polir a pedra
bruta.
79- O Templo de Salomão.
80- Tolerância.
81- VITRIOL.
Este curso será o papiro reflexivo para as descobertas; descoberta das forças maiores, de
poderes de homens entre homens, daí sim, terá a percepção do EU real como matéria,
então, poderá trabalhar para o bem da humanidade que tanto prega a Maçonaria por tantos
séculos.
Terá o EU um único aspecto? Ou é o EU apenas a consciência que provém do interior?
Qual o EU verdadeiro? E como poderá conhecê-lo? Quão vasto é o mundo em que vivemos
e, no entanto ele esta limitado pelos nossos cinco sentidos receptores. Tudo que sabemos da
realidade nos vem através desses cinco canais. Se perdermos ou enfraquecemos uma ou
mais dessas faculdades sensoriais, o nosso mundo exterior se estreitará. Qual, porém, a
realidade, a existência mais plena, que está além de nossos cinco sentidos?
Nós possuímos outras faculdades, parcialmente dispostas, que nos propiciam um
vislumbre ocasional de uma realidade mais importante.
A princípio nos leva a expressar os reflexos mais íntimos de nossos pensamentos,
propriedade exclusiva do espírito e sua essência que guia à razão regulam as ações, que é
pela qual pode-se alcançar a união com o mundo com que nos relacionamos.
Para se aprender a pensar é necessário exercitar-se. Tal processo era considerado
antigamente como descer ao inferno (centro da terra), para nós Maçons deve-se significar
“conhecer a si mesmo”, na razão da palavra, deve-se conhecer a sua essência mais íntima e
será nesta escuridão interna que nascerá a luz tênue de nossa consciência.
A ante-sala da iniciação é a câmara de reflexões, a que agora passaremos a viver. Vamos
agora, numa compenetração circunscrita ao que leremos, vamos entrar mentalmente em
contato com a razão material de nossa existência através do texto maçônico que segue e
imaginaremos surgindo do interior de nosso ser em voz inaudível:
- “Oh! Elementais da terra que guardais o lado direito do pórtico do sul. Eis aqui um
cego, filho da morte, que se aproxima em busca da imortalidade. A terra volta a terra; ele
vos devolve o que é vosso. Da mesma forma que ele assim vos reconhece, assim vós o
reconhecereis a ele sempre de agora em diante, como um irmão. Abri vossas fileiras para
que ele se aproxime do ocidente de vosso portal”.
Mentalmente sujeitamo-nos à primeira prova com os elementais da terra e é isso
considerado a primeira viagem para nossa evolução.
Consideremos e vivenciemos agora, por momentos o período em que estivemos no
ventre materno. Mentalizemos isso: - “Estamos nesse momento no sono acolhedor
profundo de nossa vida até que se nos é tirada a venda”. O que vemos? O ventre é a caverna
da iniciação.
Mentalmente nesta caverna, deparamos com um pergaminho onde se pode ler a palavra
VITRIOL que transcrita em latim é “Visita Interiora Térrea Rectificando Invenies
Occultum Lapidem”, que na sua tradução é “Visita o interior da terra (ventre materno) e
retificando encontrarás a pedra oculta”.
Segundo a lenda judaica, também a pedra oculta, é a pedra em que, Abraão seguindo
ordens de Deus, prendeu seu filho Ismael, para sacrifica-lo em Sua honra. Mais tarde, sobre
esta pedra, foi erguido o Templo de Salomão.
Devemos ir ao fundo de nós mesmos, as profundezas de nosso “EU INTERIOR” e
retificando nossos pontos de vista, encontraremos a Sabedoria. Este se é o início de um
mergulho interno, o que no cristianismo é representado pela ressurreição de Jesus.
O verdadeiro significado ou pelo menos é o mais lógico do V.I.T.R.I.O.L. é, que
devemos mergulhar no interior de nosso ser, e ai, encontraremos a verdadeira pedra
filosofal, essa pedra que está oculta em nosso coração e sobre ela construirmos nosso
Templo dedicado a Deus.
O templo é a morada de Deus, o homem é o templo.
Não adianta o homem, ser vivente, orar em templos religiosos, construídos de pedras por
outros homens, se o seu Templo Interior, morada do seu Deus, não estiver construído.
Então maçonicamente passamos a ver:
• Ampulheta para lembrarmos que o tempo domina e modifica as
formas transitórias. É o despertar de nossas potencialidades
dormidas.
• Foice é para representar o fim de tudo que se considera
acontecimentos para o reinício de uma nova fase. É morrer para
renascer. Nela esta o aprimoramento que leva a se ser Maçom e
uma Maçona.
• Caveira diz respeito ao ciclo de vida do homem em sua passagem
pela terra, lembrando o nada das vaidades humanas.
• Galo é o despertar da esperança e o comunicador da ressurreição,
cujo canto anuncia o triunfo da luz sobre as trevas; a hora do
nascer.
• Enxofre que representa a energia. É o acumulo de conhecimentos
que podemos alcançar, é uma usina sofisticada, no cérebro humano
é o Ego, que controla e coordena, planeja e executa.
• Mercúrio com sua ação moderada refreia a energia do enxofre.
Podemos dizer que no cérebro humano seria o Id onde é o centro
que flui a energia que será usada.
• Sal é o ponto de equilíbrio. É no cérebro humano é o Super-Ego,
um sistema de normas que lhe aponta os caminhos, é o equilíbrio
psíquico entre duas forças.
• Água é o aspecto da própria substância mater. É a vida, a
purificação.
• Pão é a matéria constantemente transformada pela atividade vital.