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“O que está em cima é o que está em baixo e o que está em baixo é o que está em cima”

01- A cadeia da união.

A CADEIA DE UNIÃO é a cerimônia ritualística que é realizada depois de encerrados


os trabalhos, para a comunicação da Palavra Semestral, ou visando a outros objetivos, tanto
assim, que o Venerável Mestre, convida os Irmãos para formarem a Cadeia de União,
depois do encerramento da Sessão, têm como símbolo a Corda de 81 nós.
Uma vez formada, os Irmãos unem as pontas dos pés e juntam os calcanhares,
entrecruzando os braços com o braço direito sobre o esquerdo, deve ser realizada com a
presença de, pelo menos, sete irmãos.
Explica-se: Essa posição possibilita a passagem do pensamento e vontade única por
todos os que compõem a Cadeia de União, envolvendo a parte superior do corpo através do
entrelaçamento dos braços dando uma volta ao redor de cada Irmão, formando uma
corrente enrodilhada, que é completada pela corrente contínua através dos pés, englobando
assim a parte superior e inferior do corpo.
Forma-se um elo duplo e monolítico, ou seja, único, como deve ser o pensamento dos
Irmãos.
Um dos que formam a Cadeia de União pronuncia uma breve oração invocando a
proteção das Forças Invisíveis e Benéficas do Macrocosmo para as Forças Visíveis do
Microcosmo.
As chamadas Forças Invisíveis do Macrocosmo são as mais altas, as superiores, as
celestiais, as espirituais, que se situam além da percepção visual humana e que são regidas
e dominadas pelo Criador, o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus.
Elas são invisíveis, são impalpáveis, são intocáveis, são inaudíveis, não possuem cheiro
ou odor, não têm cor, mas podem ser percebidas, através da Percepção Extra Sensorial,
(P.E.S.) sigla oriunda da expressão inglesa (E.S.P.) Extra Sensory Perception. Pessoas mais
desenvolvidas chegam a ver, ouvir e sentir essas forças, pela clarividência, clariaudiência e
clarissensibilidade.
Dependendo da concentração do grupo o objetivo pode ser muitas vezes alcançado.
As Forças Visíveis do Microcosmo é a matéria, o nosso corpo com todas as fraquezas, a
doença e seus males, a ansiedade, a incompreensão, o desânimo, a incredulidade, a
desconfiança, o infortúnio, o desespero e o ódio.
Essas forças podem ser superadas pelas forças superiores, quando então será conseguida
a Força ou Fortaleza, a Saúde e o Bem Estar, a Calma, a Compreensão, o Ânimo, a Fé, a
Confiança, a Sorte ou a Fortuna, a Esperança e o Amor.
Uma mensagem muito bonita dita em uma Cadeia de União:
Grande Arquiteto do Universo, Vós, que exerce permanentemente o domínio sobre as
todas Forças Benéficas e invisíveis do Macrocosmo, fazei com que elas atuem sobre as
nossas Forças Possíveis do nosso Microcosmo, restabelecendo o Equilíbrio de quem
necessita e sofre as conseqüências desse desajuste. Que a Vossa Vontade estabeleça o Bem
Estar e a Compreensão entre todos nós e em especial a quem mais dela precisa.

2- A Câmara das Reflexões.

A Câmara das reflexões não representa unicamente a preparação preliminar do


candidato para sua recepção, mas é principalmente aquele ponto crítico, aquela crise
interior, onde começa a palingenesia que conduz à verdadeira iniciação, à realização
progressiva, ao mesmo tempo especulativa e operativa, de nosso ser e da Realidade
Espiritual que nos anima, simbolizada pelas viagens.

A Câmara das reflexões, com seu isolamento e com suas negras paredes, representa um
período de obscuridade e de maturação silenciosa da alma, por meio de uma meditação e
concentração em si mesma, que prepara o verdadeiro progresso efetivo e consciente que
depois tornar-se-á manifesto à Luz do dia. Por esta razão, encontram-se nela os emblemas
da morte e uma lâmpada sepulcral, e acham-se sobre suas paredes, inscrições destinadas a
pôr à prova a sua firmeza de propósitos e a vontade de progredir que tem de ser selada num
testamento.

Ao ingressar neste quarto (símbolo evidente de um estado de consciência


correspondente), o candidato tem de despojar-se dos metais que porta consigo e que o
Experto recolhe cuidadosamente. Tem de voltar a seu estado de pureza original - a nudez
adâmica - despojando-se voluntariamente de todas aquelas aquisições que lhe foram úteis
para chegar até o seu estado atual, mas que constituem outros tantos obstáculos para seu
progresso ulterior.

Deve cessar de depositar sua confiança e cobiça nos valores puramente exteriores do
mundo, para poder encontrar em si mesmo, realizar e tornar efetivos os verdadeiros valores,
que são os morais e espirituais. Deve cessar de aceitar passivamente as falsas crenças e as
opiniões exteriores, com o objetivo de abrir seu próprio caminho para a verdade.

Isto não significa absolutamente que tem de despojar-se de tudo o que lhe pertence e
adquiriu como resultado de seus esforços e prêmio de seu trabalho, mas, unicamente, que
deve deixar de dar a estas coisas a importância primária que pode torná-lo escravo ou
servidor delas, e que deve pôr, sempre em primeiro lugar, sobre toda a consideração
material ou utilitária, a fidelidade aos Princípios e às razões espirituais. Este despojo tem
por objetivo conduzir-nos para sermos livres dos laços que de outra forma impediriam todo
nosso progresso futuro. Trata-se, portanto, em essência, do despojo de todo apego às
considerações e laços exteriores, com a finalidade de que possamos ligar-nos à nossa íntima
Realidade Interior, e abrir-nos à sua mais livre, plena e perfeita expressão.

SIGNIFICADO DA CÂMARA:

A Câmara de reflexões, como o seu nome o indica, representa antes de tudo aquele
estado de isolamento do mundo exterior que é necessário para a concentração ou reflexão
íntima, com a qual nasce o pensamento independente e é encontrada a Verdade. Aquele
mundo interior para o qual devem dirigir-se nossos esforços e nossas análises para chegar,
pela abstração, a conhecer o mundo transcendente da Realidade. É o "gnothi seautón" ou
"conhece-te a ti mesmo" dos iniciados gregos e hindus, como único meio direto e
individual para poder chegar a conhecer o Grande Mistério que nos circunda e envolve
nosso próprio ser.

Isto, e a cor negra do quarto, trazem-nos à mente a antiga fórmula alquímica e hermética
do Vitríolo: "Visita Interiora Terrae, Rectificando Invenies Occultum Lapidem", Visita ao
interior da Terra: retificando encontrarás a pedra escondida". Isto é: desce às profundezas
da terra, sob a superfície da aparência exterior que esconde a realidade interior das coisas e
a revela; retificando teu ponto de vista e tua visão mental com o esquadro da razão e o
discernimento espiritual, encontrarás aquela pedra oculta ou filosofal que constitui o
Segredo dos Sábios e a verdadeira Sabedoria.

A representação da Verdade final e fundamental por uma pedra, não demonstra nada de
estranho se imaginarmos que deve constituir a base sobre a qual descansa o edifício de
nossos conhecimentos, que transformar-se-á na Igreja ou Templo de nossas aspirações, e o
critério ou medida sobre a qual, e a cuja imagem, devem enquadrar-se ou retificar-se todos
os nossos pensamentos.

Os ossos e as imagens da morte que se encontram representadas nas paredes da câmara,


além de indicar a morte simbólica que é pedida ao candidato para que complete seu novo
nascimento, mostram os fragmentos esparsos e desunidos da Realidade morta e dividida na
aparência exterior, cuja Vida e Unidade ele deverá buscar e encontrar interiormente,
reconhecendo-a sob a aparência e dentro dela.

03- A corda de 81 nós.

Dentre os muitos símbolos Maçônicos, a Corda de 81 nós é aquele que traz, para os
Irmãos, uma porção de interpretações segundo o raciocínio e o grau de espiritualidade de
cada um.
Representa a União Fraternal dos Irmãos espalhados pelo Universo.
Representa os 81 meses dos interstícios das elevações do grau de Aprendiz ao grau 33º.
Representa o triplo ternário do número 03 na lenda de Hiran Abif.
Nove(09) horas em que o corpo do Mestre teria ficado escondido sobre os escombros do
Templo. Vinte e sete (27) dias sepultado no monte Mória, onde fora encontrado pelos
Mestres. Oitenta e uma (81) semanas a demora da construção do Túmulo, onde teve
sepultamento condigno.
A Corda de 81 nós com suas borlas pendentes na entrada da porta do Templo tem como
significado fazer com que as vibrações maléficas dentro do Templo sejam absorvidas pelas
Borlas e eliminadas pelas Borlas da entrada do Templo.
Os 81 nós da corda representam também os principais atributos da divindade, que
somados dão o número 81. Beleza 06, Sabedoria 07, Misericórdia Infinita 14,
Conhecimento sem limites 11,Eternidade 08, Perfeição 10, Justiça 07, Compaixão 10 e
Criação 08.
A Corda de 81 Nós na sua representação do número 08 deitado como se encontra na
Loja, mostra duas curvas; uma de entrada e outra de saída, unidas num mesmo centro,
presas a uma linha central que se prolonga ao infinito (linha de coesão), da força centrífuga
e da força centrípeta, nesse ponto ambas se anulam produzindo o Equilíbrio do Globo
Terrestre.
A Corda de 81 Nós na sua posição representa a corrente magnética que separa o mundo
Material do mundo Espiritual com suas 12 portas (Colunas do Zodíaco), por onde as Almas
descem ao mundo Material (Vida) e sobem ao mundo Espiritual após a Morte.
A Corda de 81 Nós representa a espiral serpentina, símbolo natural da involução do espírito
na matéria para elevar-se e enobrecer-se.
Luta exterior trabalhada para a renovação da vida interior.
Como representação astronômica, a Corda de 81 nós, representa um colar de pérolas
celeste ligando o grupo de planetas inferiores à imponente cadeia dos grandes planetas. As
borlas pendentes no interior do Templo representam as quatro relações harmônicas que
regulam a situação dos planetas do nosso sistema solar:
Relação: Sol a Mercúrio, espaço onde se esboçam os novos planetas.
Relação: Mercúrio a Marte, região dos pequenos planetas em que se move a nossa Terra.
Relação: Netuno a Júpiter tem o papel preponderante de fazer os dois mundos Maior e
Menor neles se combinarem, ficando Júpiter como um Sol nos limites dos dois sistemas.
Relação: Urano a Netuno, espaço onde se realiza a nota harmônica do universo num
acorde geral ou seja, o cimo de todo o sistema.

04- A Escada de Jacó.

E Jacó sonhou: “e eis que uma escada era posta na terra, porque o sol era posto; e eis que
os anjos de Deus subiam e desciam por ela, e eis que o Senhor estava em cima
dela”.(Gênesis: 20, 12-13).
Jacó, filho de Isaac e Rebeca e irmão gêmeo de Esaú.
Narra a Bíblia que Isaac estava velho e sua vista se tinha de tal sorte enfraquecida que ele
não podia ver nada. Chamou, pois Isaac a Esaú, seu primogênito, e disse-lhe que pegasse
suas armas e saísse à caça e, depois que tivesse apanhado algo, que preparasse dela e
levasse para ele comer e ser abençoado antes que morresse.
No entanto, ouviu Rebeca a conversa entre Isaac e Esaú e, tão logo este saiu para a caça,
chamou Rebeca a Jacó contando-lhe o que ouvira, aconselhando-o a ir até o rebanho e
trouxesse dois cabritos dos melhores para deles preparar a iguaria que sabia ser do gosto de
Isaac e, poder assim, em lugar de Esaú, receber a bênção do pai antes que este viesse a fale-
cer. E assim foi feito.
Todavia, para que Isaac não notasse a diferença entre os irmãos, vez que Esaú era todo
peludo, vestiu Jacó dos mais preciosos vestidos de Esaú e cobriu as mãos e o pescoço com
as peles dos cabritos.
Dando, pois Isaac a bênção a Jacó, lhe disse: “Eis aqui o cheiro do meu filho, que é como
cheiro de um campo bem cheio, ao qual o Senhor abençoou. Deus te dê o orvalho do céu e
da gordura da terra, abundância de pão e de vinho. Os povos te estejam sujeitos, e eles
prostem diante de ti. Tu sejas o senhor de teus irmãos, e os filhos de tua mãe se inclinem
profundamente na tua presença. Aquele que te amaldiçoar, esse seja amaldiçoado, e aquele
que te bem disser, seja cheio de bênçãos”.
Apenas Isaac tinha acabado de dizer estas palavras e Jacó saído, quando Esaú que, tendo
apresentado a seu pai o que fizera cozer de sua caça lhe disse: “Levanta-te, meu pai, e come
da caça de teu filho, para tu de dares a tua bênção”.
Após esclarecidos os fatos, perguntou Esaú a seu pai? E tu, não reservaste também para
mim alguma bênção?
Respondeu-lhe Isaac: “Eu o constituí a ele teu Senhor; sujeitai-lhe todos os seus irmãos.
Estabeleci-o na posse do trigo e do vinho. E depois disso, meu filho, que te posso eu
fazer?”
Como Esaú chorava, movido de compaixão, lhe disse lsaac: “A tua bênção será na
gordura da terra e no orvalho do céu, que cai lá do alto. Tu viverás da tua espada e serás
sujeito a teu irmão. E lá virá o tempo que tu sacudas o seu jugo da tua cerviz e te livres
dele”.
Por causa desse episódio, conservou Esaú sempre um rancor contra Jacó, que só estava a
espera da morte de seu pai para se desfazer de Jacó. Como Receba ficou sabendo da in-
tenção de Esaú, chamou a Jacó e lhe disse para que se retirasse para Haran, onde assistia
seu irmão Labão (irmão de Rebeca) e que por lá ficasse algum tempo até que a ira de Esaú
se aplacasse e sua indignação passasse.
Jacó tendo partido de Bersabé, ia para Haran. E como chegasse após o por do sol a certo
lugar, onde ele queria passar a noite, pegou numa das pedras, que ali havia; e tendo-a posto
por baixo de sua cabeça, dormiu ali mesmo. Então viu em sonhos uma escada, cujos pés
estavam fincados sobre aterra, e o cimo tocava o céu; e os anjos de Deus subindo e des-
cendo por esta escada. Viu também ao Senhor firmado no cimo da escada, que lhe dizia:
“Eu sou o Senhor Deus de Abraão, teu pai e o Deus de Isaac. Eu darei a ti e a teus
descendentes a terra em que tu dormes. A tua posteridade será numerosa, como o pó da
terra; e tu te estenderás ao Ocidente, e ao Oriente, e ao Setentrião, e ao meio dia; e todas as
tribos da terra serão benditas em ti e naquele que sairá de ti. Eu serei o teu condutor por
toda à parte, por onde fores; e eu te tomarei a trazer a este país; e não te deixareis, a menos
que não tenha executado tudo o que te prometi”.
Jacó tendo despertado depois do sono disse: “Em verdade que o Senhor está neste lugar,
e eu não sabia. Verdadeiramente não é isso outra coisa, que a casa de Deus, e a porta do
céu. Tendo-se, pois levantado logo ao amanhecer, tomou a pedra que tinha posto por baixo
da cabeça e a erigiu em padrão, lançando-lhe azeite em cima. E pôs o nome de Betel à
cidade que antes se chamava Luz. Ao mesmo tempo fez ele Jacó este voto a Deus, dizendo-
lhe:” Se Deus for comigo, e me guardar no caminho, por que eu ando, e me der comer, e
pano para me cobrir, e eu voltar felizmente para a casa de meu pai: o Senhor será o meu
Deus. E esta pedra, que erigi em título, será chamada Casa de Deus: e de todas as coisas
que vós me derdes, vos oferecerei o dízimo ““.
A escada mística vista por Jacó simboliza singelamente o ciclo involutivo e evolutivo da
vida, em seu perpétuo fluxo e refluxo, através de nascimento e morte, a desdobrar-se em
hierarquias de seres, potestades, mundos, remos devida e raças.
Segundo as tradições maçônicas, a escada com esse significado consta de catorze
degraus; nos mistérios persas e indostâmicos ela tinha grande importância e, por isso, em
seus templos se erigia uma escada de sete degraus, correspondentes também as sete
cavernas iniciáticas. Mas, em realidade, seus degraus são tantos quantas são as virtudes
necessárias ao aperfeiçoamento individual e, das quais, as três principais são a Fé, a
Esperança e a Caridade, ali simbolizadas pela Cruz, a Âncora e o Cálice.
Contam ainda os antigos iniciados que a evolução da alma se operava numa série de sete
globos, entre os quais se citavam Saturno, Mercúrio, Vênus, Júpiter, Marte, Lua e Sol.
Assim, a chamada Escada de Jacó tinha e tem múltiplas implicações e correspondências, e
sua presença na Maçonaria nos recorda perpetuamente a universal lei da evolução e a
existência de poderosas hierarquias cooperando maravilhosamente na sua execução através
de milênios e milênios.

FÉ - ESPERANÇA- CARIDADE.

O teto de um Templo Maçônico é a representação da sua própria altura, ou seja, têm o


céu estampado em suas pinturas. Todo maçom deve ter como objetivo, alcançar este Céu, o
ilimitado, o infinito a certeza de estar se atingindo a própria LIBERDADE. O ELO de
ligação ou a estrada a ser trilhada para alcançar tal pretensão, da ESCADA DE JACO. Cada
degrau representa. Uma etapa de aperfeiçoamento moral e também um grau da Maçonaria
Simbólica e Filosófica.
Três são os símbolos que o maçom deve ter sempre em seus corações, e em mente, para
se empenhar nessa caminhada. SÃO ELES: FE, ESPERANÇA E CARIDADE,
representados respectivamente pela CRUZ, ÂNCORA e TAÇA.
A Fé representa o primeiro degrau da escada de Jacó, pois ela é a SABEDORIA do
ESPÍRITO, sem a qual o Homem nada levará a termo.
A esperança representa os degraus intermediários, pois ela ampara e anima o espírito nas
dificuldades encontradas no caminho.
A Caridade representa o último degrau, que só será atingido praticando-a, pois ela é a
própria imagem dos mais puros sentimentos humanos.

05- A Escada.

A Escada é o símbolo da progressão através do saber, da ascensão através do


conhecimento e da transformação.
Ela se eleva para o céu.
Ela se direciona pelo conhecimento do mundo aparente ao mundo divino.
Insaciavelmente a Escada aponta para o conhecimento oculto e também para as firmezas
do inconsciente.
No documento arquivado na Unesco, denominado Kaydara, de autoria de Amadeu
Hampateba, encontramos a seguinte afirmativa:
A Escada branca representa as Altas Ciências, e a Escada preta a Magia Negra.
A Escada simboliza a procura do conhecimento esotérico (ascendente) esotérico
(descendente)
Os Egípcios conhecem igualmente este símbolo de ascensão.
As pirâmides, refletem uma analogia da Escada, é particularmente evidente na
construção das pirâmides com degraus.
Em outras obras plásticas, encontramos as almas dos defuntos subindo uma escada de
sete ou nove degraus, a fim de se postarem frente ao túmulo de Osiris para se submeterem à
prova da psicostasia, como encontramos no Livro Egípcio dos Mortos, no julgamento de
Osiris.
A barca, tendo ao seu centro, de modo que o mastro e o velame representam a escada de
sete ou nove degraus, simbolizando a última e definitiva ascensão da alma ás estrelas nas
quais se unem e se confundem á luz de Rá.
São assim as barcas e as Escadas para o céu, símbolo da ascensão da alma.
O sentido de elevação do coração, e os quinze salmos graduais são chamados de
Cânticos dos Degraus.
Os Sufistas (que vestem lã, ou seja, as roupas grosseiras dos ascetas) e habitam a África
do Norte, em especial a Argélia, em suas crenças, atribuem à montanha a ascensão da alma
e os degraus da escadaria os anos da vida.
Os camponeses de Zakkar no vale do Chelif colocam sobre as tampas funerárias sete
grãos de oliveira, representando em escala esquemática, os sete céus da escada terrestre.
Entre os turcos, encontramos o mesmo simbolismo ascensional, no poema denominado
Uigur Kadatku Bilik: Um herói de fantasia gravita em tomo de uma escada de cinqüenta
degraus, e na extremidade uma mulher se embebeda, tentando assim se reanimar para
alcançar o céu.
Finalmente, verifica-se que a escada ou escadaria está presente em todas as crenças e
religiões, sempre com o mesmo simbolismo ascensional e repetindo ela é o drama da
Verticalidade.

06- O Segredo da Esfinge.

Antigos egípcios acreditavam que, depois de morrer, a alma era levada para uma
região do céu que hoje chamamos de constelação de Órion. Chamavam esta região de Duat.
Entretanto, o Duat era visto não como uma região no céu, mas como um universo paralelo
onde a alma era testada e julgada, um lugar onde não se pode fugir da verdade, onde tudo o
que se fez e se disse na vida passa a ser examinado e julgado.
Quem construiu a esfinge?

Na opinião dos egiptólogos, a esfinge representa um faraó chamado Khafre, que reinou
durante a terceira Dinastia, em 2.500 AC, que a teria construído. Esta afirmação parece ser
baseada principalmente em uma única sílaba desenhada em uma grande laje na parte da
frente da esfinge, entre as patas (veja foto acima), e esta laje teria sido lá colocada não por
Khafre, mas pelo faraó Thutmosis IV, mais de 1.000 anos depois de Khafre ter
supostamente construído a esfinge. Entretanto, muitos pesquisadores, como Grahan
Hancock e Robert Bauval, afirmam que não há nada no texto da laje que possa comprovar
que o faraó Khafre foi quem realmente construiu a esfinge. Além disso, este pesquisador,
bem como vários outros, crêem que a esfinge é muito mais antiga do que se pensa: ela teria
sido construída no ano 10.500 AC!

Durante o passar dos milênios, mudam as constelações em que o Sol brilha no


equinócio. No presente, o Sol brilha em Peixes, mas está lentamente se aproximando de
Aquário. É por isso que hoje dizemos estar entrando na Era de Aquário. Como o ciclo
completo do zodíaco é de 26.000 anos, e há 12 constelações através das quais o Sol se
move, ficamos em uma mesma constelação durante pouco mais de 2.000 anos. Se
voltássemos no tempo, até o nascimento de Jesus Cristo, veríamos que o Sol estava
brilhando na constelação de Peixes. É por isso que algumas antigas religiões representavam
Jesus como um peixe. Se voltássemos mais no tempo, à época de Tutankamon, veríamos o
Sol brilhar em Áries. Na época em que supostamente a esfinge foi construída (2.500 AC) o
Sol brilhava em Touro no equinócio de inverno. Sabe-se que a esfinge foi construída
alinhada precisamente com o equinócio de inverno, e representa sua respectiva constelação.
Sendo assim, por que construíram em forma de Leão, e não em forma de Touro?

Segundo Hancock e Bauval, a resposta é que a esfinge não foi construída nesta época
(2.500 AC), mas em outra época, quando o Sol estava na constelação de Leão. Mas que
época foi essa? Com ajuda de um mapa celeste, em um computador, vemos que o ano que
corresponde à constelação de Leão, em que a esfinge está alinhada, é 10.500 AC. O
surpreendente é que no exato momento em que o disco do Sol brilhava sobre o horizonte,
no equinócio de inverno do ano 10.500 AC, as três estrelas da constelação de Órion
(conhecidas como as Três Marias) estão cruzando o meridiano no sul, em uma posição
exatamente igual à posição das três pirâmides (veja figura abaixo). Tudo o que há nesta
região das pirâmides parece se relacionar com esta data (10.500 AC)
Câmara secreta

Se olhássemos para onde o Sol estava no equinócio de inverno, uma hora antes do
amanhecer, na época em que a Esfinge estava apontando para a constelação de Leão,
veríamos que o Sol estava 12 graus abaixo do horizonte, em um ponto exatamente abaixo
da parte "de trás" da constelação de leão (veja figura
abaixo).
Isso leva a crer na possibilidade de existir uma câmara subterrânea, sob a parte traseira
da esfinge (figura abaixo).

Erosão

John Anthony West, um pesquisador amador, é outro defensor da idéia de que a esfinge é
muito mais velha do que se pensa. Ele baseou suas pesquisas principalmente na erosão do
corpo da esfinge, causada pela chuva. Durante 20 anos ele tentou chamar a atenção de
outros pesquisadores, e conseguiu quando se juntou com o professor Robert Schock, da
Universidade de Boston. Schock é geologista, paleontologista e expert em efeitos da água
sobre as rochas. A idéia básica da pesquisa é a seguinte: A esfinge apresenta marcas de
erosão causadas pela ação da chuva, e medindo-se o grau de erosão nas rochas é fácil
estimar que elas estiveram expostas à chuva durante milhares de anos. Como a quantidade
de chuva tem se mantido constante desde a época da construção das pirâmides, calculou-se
que as rochas estiveram expostas à chuva por mais de 8.000 anos. Em 1991 West, junto
com um grupo de pesquisadores, começou a investigar a esfinge. Nesta pesquisa, utilizaram
ondas sonoras para localizar possíveis câmaras abaixo da esfinge. O que eles encontraram
foi uma sala retangular bem abaixo das patas da esfinge, mas logo após essa descoberta,
West foi proibido de continuar suas pesquisas.

07- A Flauta Mágica.

Representada pela primeira vez no Theater auf der Wieden de Viena, a 30 de


setembro de 1791, a obra obteve um êxito imediato, perante a satisfação de Mozart, apesar
de o músico escrever, a 7-8 de outubro do mesmo ano: "Aquilo que me faz mais feliz é a
aprovação silenciosa!".
Decorria o ano de 1790 e a capital austríaca estava a atravessar um árduo período de
desorientação sombria. A dura fase de adaptação imposta pela subida ao trono de Leopoldo
II, sucessor do seu irmão José II, não era certamente facilitada, devido às preocupantes
notícias procedentes da França, que naquela época estava submersa em plena revolução.
Naquele clima de incertezas e suspeitas, a maçonaria, em particular, que tanto despertara o
interesse de Mozart, especialmente pelo espírito de fraternidade que promovia, caiu em
desgraça. Por outro lado, o compositor também não estava a viver a época mais fácil da sua
vida. A saúde dava-lhe continuamente razões para preocupar-se, a sua situação financeira
estava seriamente comprometida e o teatro da corte afastara Lorenzo da Ponte, grande
amigo de Mozart e seu libretista mais valioso, da sua convivência.
Foi exatamente nesse momento que Emanuel Johann Schikaneder, empresário de um
pequeno teatro popular situado nos arredores de Viena, o Freihaus Theather, propôs a
Mozart a composição da música para um singspiel, a opereta alemã. Este gênero, bastante
recente na época, estava diretamente inspirado na Opéra comique francesa (muito apreciada
em Viena desde 1752) e abrangia uma combinação heterogênea de diversos ingredientes
que iam da ária italiana a romança francesa, passando pelos lieder alemães. A proposta de
Schikaneder não podia deixar de suscitar o entusiasmo de Mozart que, dois anos antes,
numa carta dirigida ao seu pai, afirmara ser "capaz de adaptar ou imitar qualquer gênero
musical ou estilo de composição". O compositor sentia também uma simpatia bastante
especial por Schikaneder, autor do libreto e, sobretudo, extravagante personagem,
admirador incondicional do teatro espetacular, excelente intérprete das obras de William
Shakespeare e, na sua forma de viver, abertamente contrário a todas as convenções sociais.
As fontes literárias que influíram mais diretamente na obra do libretista foram Sethus, o
romance de J. Terrason (que contém abundantes referências aos ritos egípcios e às provas
de iniciação), e a fábula Lulú, de Liebeskind, que se inseria no inesgotável filão da
Zauberoper (ópera mágica), um gênero que ganhava cada vez mais popularidade nos teatros
alemães, graças, sobretudo, aos fascinantes efeitos conseguidos pelas encenações na
representação dos elementos mágicos. Na verdade, o texto sofreu uma transformação
profunda durante a fase de redação. Essa transformação teve como resultado final um
libreto de aspecto muito diferente ao dos textos puramente fantásticos que durante aqueles
anos estavam muito em voga. Isso se deveu, sem qualquer dúvida, ao acréscimo de ritos de
clara inspiração maçônica, que contribuíram bastante para enriquecer o significado íntimo
da ópera.
No que diz respeito à música desta ópera, a grandeza e genialidade de Mozart reside por
um lado, em ter sabido conferir, de uma maneira verdadeiramente magistral, uma grande
unidade às diversas vertentes estilísticas típicas do Singspiel, elaborando novíssimos
princípios formais e também de equilíbrio e por outro lado, em ter utilizado, com uma
destreza que poderia ser considerada excepcional, o vasto panorama dos estilos como
poderoso meio expressivo. O êxito de A Flauta Mágica foi imediato e colossal. Basta
mencionar que, só no primeiro ano foram efetuadas mais de uma centena de representações,
e que o próprio Goethe declarou que aquela música era a única digna de acompanhar seu
Fausto. No entanto, Mozart saboreou muito pouco da aceitação unânime do público, visto
que morreu cerca de um mês depois da estréia.

A Flauta Mágica e a maçonaria.


As três batidas do ritual maçônico estão presentes. A partitura da abertura da ópera A
Flauta Mágica, mostra as partes de clarinete, oboé, flauta, fagotes e trombetas no momento
em que entram as três batidas depois de uma longa pausa.Os instrumentos de percussão e
cordas ficam em pausa.
No nono ato Sarastro diz a Pamina: "Dentro destes sagrados muros, a vingança não tem
lugar - Ademais, os homens são governados pelos ideais do amor e da amizade”.Benedito
M de C Filho.

08- A Força de Vontade.

Existe na arte da Engenharia, entre muitas regras básicas, todas obedientes às leis
da matemática a classificação de “vigas mestras”. São aquelas partes sumamente impor-
tantes da construção, que protegem e sustentam o edifício. De igual modo, nas ciências, nas
letras e em todas as artes, deve haver uma base sustentadora, sem o que não é possível que
elas prevaleçam e evoluam.
Em se tratando da vida moral ou espiritual, no terreno das idéias, a escalada é, por
semelhante modo, essencial dos primeiros fundamentos a mais alta concepção do reino
espiritual. Dissertemos, então, sobre o filosofismo maçônico, em torno de vigas mestras do
verdadeiro maçom. Mostremos como se deve conceber, dentro dos ensinamentos mais
expressivos da Sublime Ordem, o caráter moral e espiritual de um genuíno obreiro.
Vejamos o que a Maçonaria deve esperar de seus filhos. E que sejam varões do altíssimo
gabarito moral para que se enquadrem perfeitamente dentro das linhas diretrizes do seu
filosofismo sadio e construtor. E para que o maçom seja realmente modelo de cidadão
perfeito, em plena sincronia com essas idéias, mister se faz que conheça e ponha em prática
as virtudes mestras, que lhe poderão outorgar as forças necessárias para se firmar como
coluna inabalável e indestrutível no edifício de sua vida moral. Em qualquer atividade da
vida, deve prevalecer extraordinária força de vontade para a eficiência do trabalho. Quem
realiza qualquer tarefa sem a ela dedicar o máximo do seu esforço, certamente fracassará no
cumprimento do dever. Isto acontece comumente em todos os setores da atividade humana
e, muito mais, na vida moral e espiritual. O progresso na virtude é muito mais difícil que a
evolução das ciências, das letras e das artes.
A força de vontade é a virtude preliminar capaz de sustentar o edifício de nossa vida
moral, no combate aos vícios e às iniqüidades humanas. Não basta, todavia, que o homem
tenha a perfeição como ideal. Há muitos que canalizam suas energias, as boas intenções,
mas ignoram o rumo a seguir, e acabam deixando-se vencer. Daí a necessidade de se
cultivar a inteligência, atitude indispensável como auxílio poderoso à força de vontade, a
fim de que o homem saiba quais os direitos e deveres no desempenho das suas múltiplas
atividades, dentro e fora da Ordem Maçônica.
Muitos ignoram os mais comezinhos deveres porque não se dão ao trabalho de pensar, de
ler e de meditar, e pouco se esforçam pela sua evolução mental, moral ou espiritual. A in-
teligência tem que ser cultivada para que o homem aprenda a raciocinar e solucionar os
múltiplos problemas da existência. A mais importante das virtudes preliminares para a
formação do homem perfeito, no entanto, é a sabedoria, vista pelo prisma da solidariedade
humana.
Se o homem for dotado de força de vontade e inteligência cultivada, mas destituído da
qualidade mais sublime do caráter que é a sabedoria ele será, conseqüentemente, pouco
mais que um bruto. Precisamos, portanto, nos conscientizar de que é nosso dever agir
sabiamente, reconhecendo que nossos direitos cessam quando começam os alheios.
Igualmente devemos entender que só devemos fazer ao próximo o que queremos que façam
conosco. Não é difícil nos harmonizar com o próximo, revelando-lhe as faltas e auxiliando-
o em seus revezes e amarguras. O verdadeiro maçom é, pois, o que possui, preli-
minarmente, esta tríade como alicerces para sua vida.
Aprendamos, pois, com esta trilogia a conduzir nossas vidas, embasados neste espelho de
virtudes divinas, que não só constituem os atributos da alma verdadeiramente maçônica,
mas o patrimônio dos genuínos sábios que, segundo Deus, não compuseram no lamaçal das
misérias humanas. Bendita seja a milenar Maçonaria, que é uma das mais sublimes das
instituições na face da terra.

09- A Maçonaria e a Religião.

1. A Maçonaria não é uma seita.


2. A Maçonaria não sustenta dogmas.
3. A Maçonaria não pretende substituir-se à religião de cada um.
4. A Maçonaria coloca-se imparcial entre todas as crenças religiosas e teorias
filosóficas, e acima de todas as suas controvérsias, para fazer da liberdade de
pensamento - o seu fundamento.
5. A Maçonaria deixa livre a cada um dos seus membros adotar e seguir a religião de
sua eleição, sem que os outros nada tenham a censurar-lhe.
6. Aquele que chega à porta dos seus templos, a Maçonaria diz: "Tu serás aqui o único
diretor da tua consciência".
7. Aquele que é conduzido entre as colunas de seus templos, a Maçonaria declara:
"Aqui ninguém te interpelará pela tua crença, nem te injuriará por ela".
8. Aquele que toma lugar no seu recinto, a Maçonaria assegura: “A nobreza de tuas
ações e a tua sinceridade dão-te o direito de seres aqui o único na tua crença. Se
estiveres errado, talvez a verdade te ilumine, mas tu te encaminharás para ela
livremente”.
9. Em matéria de religião, o principal dever do maçom é a prática da tolerância
absoluta em relação às crenças alheias, no elevado intuito de a despeito dos seus
antagonismos, aproximar todos os homens de boa vontade, sob a bandeira da
Fraternidade.
10. No seio da Maçonaria, os homens de todas as religiões podem reunir-se sem
hostilizarem-se e, numa atmosfera de paz e serenidade, trocar as suas idéias em
busca do aperfeiçoamento moral da humanidade.
11. A Maçonaria é sempre a mãe carinhosa no meio das lutas fraticidas.
12. A Maçonaria é a mediadora dos interesses privados e das paixões pessoais em
choque.
13. A Maçonaria é a única força capaz de apaziguar os ódios religiosos quando
desencadeados.
14. Para deter os impulsos da sua natureza, o Maçom usa de dois freios: a império sobre
si mesmo e a supressão dos maus instintos.
15. É o único jugo que lhe impõe a associação: aquele que se rebela contra ele, é
perjuro e, como tal, abandonado à sua sorte, depois de julgado maçonicamente.
16. A Maçonaria é a única associação que reúne, sob as suas abóbadas, os adeptos de
todos os cultos para glorificarem, em comum, o Grande Arquiteto do Universo que
é Deus, - idéia que encerra: na ordem física, a expressão do Equilibro Universal; na
ordem intelectual, a Suprema Inteligência que tudo rege e prevê; e na ordem moral,
a Justiça Imanente.
17. A Maçonaria não é adversária da religião; mas, antes, é a sua melhor cooperadora.
18. A Maçonaria quer a crença nos lares e nos Templos, respeitada e sem atritos com os
sentimentos dissidentes.
19. Em matéria de política, a Maçonaria exige apenas que as minorias não sejam
espezinhadas em seus direitos pela maioria dominante no Estado.
20. A Maçonaria bate-se pelo poder civil separado do ambiente religioso, a fim de que,
por motivo de crença, não sejam tratados desigualmente cidadãos da mesma pátria,
o que redunda em opressão ou tirania.
21. A Maçonaria não tolera a hipocrisia.
22. A Maçonaria condena o fanatismo, a obsessão religiosa e carolice.
23. A Maçonaria combate sem tréguas à intolerância.
24. Maçom deve ser fiel e serviçal entre todos os homens, sejam eles cristãos, budistas,
muçulmanos, judeus, espíritas ou livres-pensadores. Jesus Nazareno não se
envergonhava da companhia de publicanos e gentios, por ser isto obra de
misericórdia: - à sua imitação, procede a verdadeiro Maçom; e esta a sua lei
máxima, por ser tudo obra da fraternidade.
10- A maçonaria.

A Maçonaria é Universal, mas não é única. Ela é bela e tem os princípios mais coerentes
com a realidade social, econômica, política e religiosa, no final do século XX e alvorecer
do século XXI. Também conhecida como Francomaçonaria (nome que tem origem nos
mestres de obras das catedrais medievais, conhecidos na Inglaterra como Free-stone
maçom), é, antes de tudo, uma associação voluntária de homens livres, cuja origem se
perde na Idade Média, se considerar as suas origens Operativas ou de Ofício.

Fundada em 24 de junho de 1717, com o advento da Grande Loja de Londres, agrupa


mais de onze milhões de membros em todo o mundo. É o mais belo sistema de conduta
moral, que pretende fazer com que o Iniciado, única forma de pertencer aos seus quadros,
seja capaz de vencer suas paixões, dominar seus vícios, as suas ambições, o ódio, os
desejos de vingança, e tudo que oprime a alma do homem, tornando-se exemplo de
fraternidade, de igualdade, de liberdade absoluta de pensamento e de tolerância.

Em função disso, os objetivos perseguidos pela Maçonaria são: ajudar os homens a


reforçarem o seu caráter, melhorar sua bagagem moral e espiritual e aumentar seus
horizontes culturais. É uma sociedade fraternal, que admite: todo homem livre e de bons
costumes, sem distinção de raça religião, ideário político ou posição social. Suas únicas
exigências são que o candidato possua um espírito filantrópico e o firme propósito de tratar
sempre de ir a busca da perfeição.

Simbolicamente, o Maçom vê-se a si mesmo como uma pedra bruta que tem de ser
trabalhada, com instrumentos alegóricos adequados, para convertê-la em um cubo perfeito,
capaz de se encaixar na estrutura do Templo do GADU. Ela se fundamenta na crença em
um Ser Superior ou Deus, denominado de Grande Arquiteto do Universo, que é o princípio
e causa de todas as coisas. Parece rígida em seus princípios, mas é absolutamente tolerante
com todas as pessoas, ensinado aos iniciados que é mister respeitar a opinião de todos,
ainda que difiram de suas próprias, desafiando a todos a mais sincera Tolerância. A Ordem
não visa, em hipótese alguma, lucro ou benefício, pessoal ou coletivo.

Maçonaria e a Sociedade: A Maçonaria exige de seus membros, respeito às leis do país


em que cada Maçom vive e trabalha. Os princípios Maçônicos não podem entrar em
conflito com os deveres que, como cidadãos, têm os Maçons. Na realidade estes princípios
tendem a reforçar o cumprimento de suas responsabilidades públicas e privadas. A Ordem
induz seus membros a uma profunda e sincera reforma de si mesmos, ao contrário de
ideologias que pretendem transformar a sociedade, com uma sincera esperança de que, o
progresso individual contribuirá, necessariamente, para a posterior melhora e progresso da
Humanidade.

E é por isso que os Maçons jamais participarão de conspirações contra o poder legítimo,
escolhido pelos povos. Para um Maçom as suas obrigações como cidadão e pai de uma
família, devem, necessariamente, prevalecer sobre qualquer outra obrigação, e, portanto,
não dará nenhuma proteção a quem agir desonestamente ou contra os princípios morais e
legais da sociedade. Em suas Lojas são expressamente proibidos o proselitismo religioso e
político, garantindo assim a mais absoluta liberdade de consciência, o que lhe permite
permanecer progressista, sobrevivendo às mais diversas doutrinas e sistemas do mundo.

Curioso é perceber que sempre onde faltou a Liberdade, onde grassou a ignorância, foi aí
que a Maçonaria foi mais contundentemente perseguida, tendo sido inclusive associada aos
judeus durante o período de intenso anti-semitismo da Europa Ocidental, nos primeiro e
segundo quartos deste século.

Aprendizado Maçônico: A transmissão dos preceitos Maçônicos se faz através de


cerimônias ritualísticas, ricas em alegorias, que seguem antigas e aceitas formas, usos e
costumes, que remontam as guildas dos construtores de Catedrais da Idade Média, usando
inclusive as mesmas ferramentas do Ofício de pedreiro. Este aprendizado passa pela
necessidade de todo iniciado controlar as suas paixões, de submeter a sua vontade às Leis e
princípios morais, amar a sua família e a sua Nação, considerando o trabalho como um
dever essencial do Ser Humano.

O sistema de aprendizado está sempre presente. Cada Irmão, no seu trabalho, dentro da
Ordem e no seu respectivo Grau, procura aperfeiçoar-se interiormente na busca da
perfeição, para fazer-se um homem bom, um homem melhor. A Maçonaria estimula a
prática de princípios nobres, tais como:
· Gentileza
· Honestidade
· Decência
· Amabilidade
· Honradez
· Compreensão
· Afeto
Para os membros da Ordem todos os homens, fazem parte da Grande Fraternidade
Humana, portanto, todos são Irmãos, independentemente de credo, política, cor, raça ou
qualquer outro parâmetro que possa servir para dividir os homens. Os Três Grandes
Princípios sobre os quais está fundamentada a busca do progresso e da auto-realização do
Maçom são: O Amor Fraterno. O verdadeiro Maçom mostrará sempre a mais profunda
tolerância e respeito pela opinião dos demais, portando-se sempre com compreensão.

Ajuda e Consolo: Não só entre os Maçons, mas com toda a Comunidade Humana. Verdade: é o
princípio norteador da vida do Maçom, mesmo porque se faz necessária toda uma vida, para
chegar-se próximo de ser um bom Maçom.

Organização da Maçonaria: Desde a fundação da Grande Loja de Londres, em 24 de


junho de 1717, as Lojas Maçônicas têm-se organizado em Obediências, sejam elas Grandes
Lojas ou Grandes Orientes. Os Maçons estão reunidos em Lojas, que se reúnem
regularmente uma vez por semana, geralmente. A verdadeira e antiga Maçonaria divide-se
em três Graus Simbólicos que compõem as Lojas:
· Aprendiz
· Companheiro
· Mestre

Em regra geral as Grandes Lojas recebem reconhecimento da Grande Loja Unida da


Inglaterra, que se arroga o direito de guardiã da ortodoxia maçônica, de evidente cunho
teísta, enquanto que os Grandes Orientes, são reconhecidos pelo Grande Oriente da França,
fiel ainda à constituição de Anderson de 1723, com evidente influência iluminista, e
caracterizado por uma profunda tolerância.

Porém esta regra não é universal, até porque não existe uma autoridade internacional que
confira regularidade Maçônica. Portanto, cada país tem uma Potência ou Obediência
Maçônica, ou ainda, como acontece no Brasil, um Grande Oriente do Brasil (G.'. O.'. B.'.),
soberano, e as Grandes Lojas estaduais e Grandes Oriente independentes estaduais, também
soberanos e que não prestam obediência ao G.'. O.'. B.'. (único reconhecido pela Grande
Loja Unida da Inglaterra).

É por isso que em nosso país temos mais de cinqüenta obediências regulares. Ora, cada
Obediência goza de absoluta soberania e independência em sua base territorial, sem que
isso implique num completo desregramento. Exemplo disso é a Confederação Maçônica
Brasileira (COMAB), que reúne num foro único os Grandes Orientes estaduais, para que se
promovam estudos sobre temas importantes de liturgia e ritualística, que exigem uma
determinada unidade.

A COMAB apenas sugere a aceitação destas determinações, o que geralmente é bem


vindo. O Grande Oriente do Brasil – Paraná, também conhecido com Grande Oriente do
Brasil – Paraná – G.'. O.'. B.'. - Pr.'. É federada do Grande Oriente do Brasil – G.'. O.'. B.'.
É governado por um Grão-Mestre, eleito entre os Mestres Maçons de sua jurisdição, o
Estado do Paraná.

Na estrutura de funcionamento do G.'. O.'. B.'. - Pr.'. Há uma Câmara Legislativa, cujos
Deputados Estaduais representam as Lojas regulares e filiadas e, um Poder Judiciário. O
G.'. O.'. B.'. - Pr.'. É regido por uma Constituição e um Regulamento Geral que conferem o
ordenamento jurídico da Potência. As unidades administrativas do Grande Oriente,
constituem-se das Lojas de diversos Ritos, onde estão congregados os Maçons, sob a
liderança de um Venerável Mestre, eleito para um mandato de dois anos, podendo ser
reeleito.

Regularidade em Maçonaria: A regularidade Maçônica refere-se a um conjunto de


deveres a que estão sujeitos os Maçons, suas Lojas e sua Obediência, os quais resume-se
em três aspectos principais:
a) Legitimidade de Origem: Um Grande Oriente ou Grande Loja necessita, para ser regular do
reconhecimento e da transmissão da Tradição, por outro Grande Oriente ou Grande Loja
previamente regular junto às outras Potências, tendo assim uma Regularidade de Origem;
b) Respeito às antigas regras: A principal regra a ser seguida é a Constituição de Anderson, de
1723, formulada por Anderson, Payne e Desaguilliers, para a recém-fundada Grande Loja de
Londres. Podemos, no entanto, levantar cinco pontos fundamentais para Regras que devem ser
respeitadas:
i) Absoluto respeito aos antigos deveres, que estão reunidos em forma de Landmarks;
ii) Só é possível aceitar homens livres, respeitáveis e de bons costumes que se comprometam a
por em prática um ideal de Liberdade, Igualdade e Fraternidade;
iii) Ter sempre como objetivo o aperfeiçoamento do Homem, e como conseqüência, de toda a
Humanidade;
iv) A Maçonaria exige de todos os seus membros a prática escrupulosa dos Rituais, como modo
acesso ao Conhecimento, através de práticas iniciáticas que lhe são próprias;
v) A Maçonaria impõe a todos os seus membros o mais absoluto respeito às Opiniões e crenças
de cada um, proibindo categoricamente toda discussão, proselitismo ou controvérsia política ou
religiosa em suas Lojas.
c) Reconhecimento: Além das condições anteriores, para que uma Obediência seja regular, ela
deve ser reconhecida por outras, geralmente após um tempo de observação. No entanto, o
reconhecimento não é incondicional, pois caso o Grande Oriente ou Grande Loja desvie-se
destes preceitos, ele deixa de ser regular, perdendo reconhecimento.

“Nunca houve, nem nunca haverá um Homem, que tenha um conhecimento certo dos deuses e
de tudo aquilo de que eu falo”. "Se, mesmo por acaso, lhe acontecesse dizer toda a verdade,
nem disso se dariam conta. Todos se apóiam na aparência”.
Xenófanes de Cólofon (570-528 AC).

Perguntas e Respostas:

O que é a Maçonaria?
— A Maçonaria é uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e
progressista.

Porque é Filosófica?
— É filosófica porque em seus atos e cerimônias Ela trata da essência, propriedades e
efeitos das causas naturais. Investiga as leis da natureza e relaciona as primeiras bases da
moral e da ética pura.

Porque é Filantrópica?
— É filantrópica porque não está constituída para obter lucro pessoal de nenhuma classe,
senão, pelo contrário, suas arrecadações e seus recursos se destinam ao bem estar do gênero
humano, sem distinção de nacionalidade, sexo, religião ou raça. Procura conseguir a
felicidade dos homens por meio da elevação espiritual e pela tranqüilidade da consciência.

Porque é Progressista?
— É progressista porque, partindo do princípio da imortalidade e da crença em um
princípio criador regular e infinito, não se aferra a dogmas, prevenções ou superstições. E
não põe nenhum obstáculo ao esforço dos seres humanos na busca da verdade, nem
reconhece outro limite nessa busca senão a da razão com base na ciência.

Quais são os seus princípios?


— A liberdade dos indivíduos e dos grupos humanos, sejam eles instituições, raças, nações;
a igualdade de direitos e obrigações dos seres e grupos sem distinguir a religião, raça ou
nacionalidade; a fraternidade de todos os homens, já que somos todos filhos do mesmo
Criador e, portanto, humanos e como conseqüência, a fraternidade entre todas as nações.

Qual é o seu lema?


— Ciência — Justiça — Trabalho.
Ciência, para esclarecer os espíritos e elevá-los; Justiça, para equilibrar e enaltecer as
relações humanas; Trabalho, por meio do qual os homens se dignificam e se tornam
independentes economicamente. Em uma palavra, a Maçonaria trabalha para o
melhoramento intelectual, moral e social da humanidade.

Qual é o seu objetivo?


— Seu objetivo é a investigação da verdade, o exame da moral e a prática das virtudes.

O que a entende a Maçonaria por moral?


— Moral é para a Maçonaria uma ciência com base no entendimento humano. É a lei
natural e universal que rege todos os seres racionais e livres. É a demonstração científica da
consciência. E essa maravilhosa ciência nos ensina nossos deveres e a razão do uso dos
nossos direitos. Ao penetrar a moral no mais profundo de nossa alma sentimos o triunfo da
verdade e da justiça.

O que entende a Maçonaria por virtude?


— A Maçonaria entende que virtude é a força de fazer o bem em seu mais amplo sentido; é
o cumprimento de nossos deveres para com a sociedade e para com a nossa família, sem
interesse pessoal. Em resumo: a virtude não retrocede nem ante o sacrifício e nem mesmo
ante a morte, quando se trata do cumprimento do dever.

O que entende a Maçonaria por dever?


— A Maçonaria entende por dever o respeito e os direitos dos indivíduos e da sociedade.
Porém não basta respeitar a propriedade apenas, mas, também devemos proteger e servir os
nossos semelhantes. A Maçonaria resume o dever do homem assim: "Respeito a Deus,
amor ao próximo e dedicação à família". Em verdade, essa é a maior síntese da fraternidade
universal.

A Maçonaria é religiosa?
— Sim, é religiosa, porque reconhece a existência de um único princípio criador, regulador,
absoluto, supremo e infinito ao qual se dá o nome de GRANDE ARQUITETO DO
UNIVERSO, porque é uma entidade espiritualista em contraposição ao predomínio do
materialismo. Estes fatores que são essenciais e indispensáveis para a interpretação
verdadeiramente religiosa e lógica do Universo, formam a base de sustentação e as grandes
diretrizes de toda ideologia e atividade maçônica.

A Maçonaria é uma religião?


— Não. A Maçonaria não é uma religião. É uma sociedade que tem por objetivo unir os
homens entre si. União recíproca, no sentido mais amplo e elevado do termo. E nesse seu
esforço de união dos homens, admite em seu seio as pessoas de todos os credos religiosos,
sem nenhuma distinção.

Para ser Maçom é necessário renunciar a religião à qual pertence?


— Não, porque a Maçonaria abriga em seu seio homens de qualquer religião, desde que
acreditem em um só Criador, o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus. Geralmente
existe essa crença entre os católicos, mas, ilustres prelados têm pertencido à Ordem
Maçônica; entre outros, o Cura Hidalgo, Paladino da Liberdade Mexicana; o Padre Calvo,
fundador da Maçonaria na América Central; o Arcebispo da Venezuela, Don Rodrigo
Ignácio Mendez; Padre Diogo Antônio Feijó; Cônego Luiz Vieira, José da Silva de Oliveira
Rolin, da Inconfidência Mineira, Frei Miguelino, Frei Caneca e muitos outros.

Quais outros homens ilustres que foram Maçons?


— Filósofos como Voltaire, Goethe e Lessing; Músicos como Beethoven, Haydn e Mozart;
Militares como Frederico o Grande, Napoleão e Garibaldi; Poetas como Byron, Lamartine e
Hugo; Escritores como Castellar, Mazzini e Espling.

Somente na Europa houve Maçons ilustres?


— Não. Também na América houve. Os libertadores da América foram todos Maçons.
Washington nos Estados Unidos; Miranda, o Padre da Liberdade sul-americana; San Martin
e O’ Higgins, na Argentina; Bolívar, no norte da América do Sul; Marti, em Cuba; Benito
Juarez, no México e o Imperador D. Pedro I, no Brasil.

Quais os nomes de destaque no Brasil que foram Maçons?


— D. Pedro I, José Bonifácio, Gonçalves Ledo, Luís Alves de Lima e Silva (Duque de
Caxias), Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto, Prudente de Morais, Campos Salles,
Rodrigues Alves, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Braz, Washington Luiz,
Rui Barbosa e muitos outros.

Então a Maçonaria é tolerante?


— A Maçonaria é eminentemente tolerante e exige de seus membros a mais ampla
tolerância. Respeita as opiniões políticas e crenças religiosas de todos os homens,
reconhecendo que todas as religiões e ideais políticos são igualmente respeitáveis e rechaça
toda pretensão de outorgar situações de privilégio a qualquer uma delas em particular.

O que a Maçonaria combate?


— A ignorância, a superstição, o fanatismo. O orgulho, a intemperança, o vício, a
discórdia, a dominação e os privilégios.

A Maçonaria é uma sociedade secreta?


— Não, pela simples razão de que sua existência é amplamente conhecida. As autoridades
de vários países lhe concedem personalidade jurídica. Seus fins são amplamente difundidos
em dicionários, enciclopédias, livros de história, etc. O único segredo que existe e não se
conhece senão por meio do ingresso na instituição, são os meios para se reconhecer os
maçons entre si, em qualquer parte do mundo e o modo de interpretar seus símbolos e os
ensinamentos neles contidos.

Quais a principais obras da Maçonaria no Brasil?


— A Independência, a Abolição e a República. Isto para citar somente os três maiores
feitos da nossa história, em que os Maçons tomaram parte ativa.
Quais as condições individuais indispensáveis para poder pertencer à Maçonaria?
— Crer na existência de um princípio Criador; ser homem livre e de bons costumes; ser
consciente de seus deveres para com a Pátria, seus semelhantes e consigo mesmo; ter uma
profissão ou ofício lícito e honrado, que lhe permita prover as suas necessidades pessoais e
de sua família e a sustentação das obras da Instituição.

O que se exige do Maçom?


— Em princípio, tudo aquilo que se exige ao ingresso em qualquer outra instituição:
respeito aos seus estatutos, regulamentos e acatamento às resoluções da maioria, tomadas
de acordo com os princípios que as regem; amor à Pátria; respeito aos governos legalmente
constituídos; acatamento às leis do país em que viva, etc. E, em particular: a guarda do
sigilo dos rituais maçônicos: conduta correta e digna dentre e fora da Maçonaria; a
dedicação de parte do seu tempo para assistir às reuniões maçônicas: à prática da moral, da
igualdade e da solidariedade humana e da justiça em toda a sua plenitude. Ademais, se
proíbe terminantemente dentro da instituição, as discussões políticas e religiosas, porque
prefere uma ampla base de entendimento entre os homens a fim de evitar que sejam
divididos por pequenas questões da vida civil.

O que é um Templo Maçônico?


— É um lugar onde se reúnem os Maçons periodicamente para praticar as cerimônias
ritualísticas que lhe são permitidas, em um ambiente fraternal e propício para concentrar a
sua atenção e esforços para melhorar seu caráter, sua vida espiritual e desenvolver seu
sentimento de responsabilidade, fazendo-lhes meditar tranqüilamente sobre a missão do
homem na vida, recordando-lhes constantemente os valores eternos cujo cultivo lhes
possibilitará acercar-se da verdade.

O que obtém sendo Maçom?


— A possibilidade de aperfeiçoar-se, de instruir-se, de disciplinar-se, de conviver com
pessoas que, por suas palavras, por suas obras, podem constituir-se em exemplos; encontrar
afetos fraternais em qualquer lugar em que se esteja dentro ou fora do país. Finalmente, a
enorme satisfação de haver contribuído mesmo em pequena parcela, para a obra moral e
grandiosa levada a efeito pelos homens. A Maçonaria não considera possível o progresso
senão na base do respeito à personalidade, à justiça social e a mais estreita solidariedade
entre os homens. Ostenta o seu lema "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" com a
abstenção das bandeiras políticas e religiosas. O segredo maçônico, que de má fé e
caluniosamente tem se servido os seus inimigos para fazê-la suspeita entre os espíritos
cândidos ou em decadência, não é um dogma senão um procedimento, uma garantia, uma
defesa necessária e legítima, porém como inevitavelmente tem sucedido com todo direito e
seu dever correlativo. O preceito das reservas maçônicas já tem experimentado sua
evolução nos tempos e segundo os países. A Maçonaria não tem
preconceito de poderes, e nem admite em seu seio, pessoas que não tenham um mínimo de
cultura que lhes permitam praticar os seus sentimentos e tenham uma profissão ou renda
com que possam atender às necessidades dos seus familiares, fazer face às despesas da
sociedade e socorros aos necessitados.

Fonte: Opúsculo editado pelo Grande Oriente do Brasil, baseado em texto publicado
nos anos 70 no jornal "três pontos", de Buenos Aires – Argentina.
11- A Maçonaria no Brasil.

O GRANDE ORIENTE DO BRASIL

Em 1815, estudantes brasileiros que voltavam da Universidade de Coimbra, em Portugal,


onde haviam sido iniciados como maçons, se comprometeram decididamente com a luta
política pela independência das províncias de Portugal na América do Sul, que constituíam
o Reino do Brasil, cuja capital era o Rio de Janeiro. Nesta cidade, desde 1808, se havia
refugiado a família real portuguesa, que havia saído da Europa, no início da invasão
napoleônica. Pelo menos desde 1797 haviam sido criadas algumas lojas maçônicas no
Brasil. É importante citar a criação da loja "Comércio e Artes", em novembro de 1815, por
maçons que estavam comprometidos com a independência política das províncias
brasileiras.

Em cumprimento ao Decreto Real de 30 de março de 1818, que proibia o funcionamento


de sociedades secretas no Brasil, fechou-se essa loja e queimaram-se seus arquivos,
conforme consta na "ata da sessão de reinstalação", que teve lugar em 24 de junho de 1821,
quando a loja foi rebatizada como "Comércio e Artes na Idade do Ouro".

Esta loja constitui a origem do Grande Oriente do Brasil, já que decidiu, na reunião de 17
de junho de 1822, criar outras duas lojas, mediante a divisão, por sorteio, do total de seus
membros. Assim foram criadas as lojas "Esperança de Niterói" e "União e Tranqüilidade".
Com estas três lojas metropolitanas, formou-se o Grande Oriente. Entre os integrantes
daquela loja se destacam as figuras de Joaquim Gonçalves Ledo y do sacerdote e maestro
Januário da Cunha Barbosa, ambos ativistas no processo da independência política do
Brasil.

José Bonifácio de Andrada e Silva, o "Patrono da Independência", foi eleito Primeiro


Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil, contando com Joaquim Gonçalves Ledo como
seu vice e com Januário da Cunha. Barbosa como Orador. O motivo principal da criação do
Grande Oriente foi o de comprometer a maçonaria, como instituição, com a luta pela
independência política do Brasil. Esta determinação consta, de maneira explícita, nas atas
das primeiras reuniões da Organização que se estava criando, que somente admitia a
iniciação ou a filiação, em suas lojas, de pessoas que se comprometessem com o ideal da
independência do Brasil.
Em junho de 1822, a família real portuguesa já havia retornado a Lisboa e havia deixado,
como Príncipe Regente, a Don Pedro de Alcântara, filho de Don João VI, rei de Portugal. O
príncipe Don Pedro, que era jovem e voluntarioso, se viu rodeado por maçons, que
constituíam a elite intelectual y econômica da época. Por proposta do Grão Mestre, José
Bonifácio de Andrada e Silva, o príncipe foi iniciado em una Assembléia Geral do Grande
Oriente, em 2 de agosto de 1822, adotando o "nome heróico" de "Guatimozim", nome este
do último imperador azteca, assassinado por Cortez, no México, em 1522. Don Pedro
integrou-se à loja "Comércio e Artes".

Na reunião seguinte do Grande Oriente, realizada em 5 de agosto, o príncipe foi elevado


à categoria de mestre Maçom, por proposta de Joaquim Gonçalves Ledo, que ocupava a
presidência. Numa jogada política, Gonçalves Ledo fez com que Don Pedro fosse "eleito"
Grão Mestre do Grande Oriente, em lugar de Andrada e Silva, sendo instalado em 4 de
outubro de 1822.

Apesar de que todas as pessoas influentes ao redor de Don Pedro eram maçons e
membros do Grande Oriente, a única organização maçônica que existia nessa época, havia
una enorme rivalidade política entre eles. A disputa pelo poder provocou serias lutas. Don
Pedro proclamou a independência do Brasil em 7 de setembro de 1822 e assumiu o título de
Imperador, com o nome de Don Pedro I. Exatamente um mês e meio depois, em 21 de
outubro, determinava, "primeiro como Imperador, depois como Grão Mestre" o fechamento
"temporário" do Grande Oriente. Esse fechamento se manteve em vigor durante todo o seu
reinado, que acabou quando abdicou, em 7 de abril de 1831 e se dirigiu a Portugal para
recuperar o trono português, que estava em poder de seu irmão Don Miguel, coisa que
acabou conseguindo, sendo coroado como Don Pedro IV de Portugal.

Desde 1830, os maçons do Rio de Janeiro tentavam reiniciar seus trabalhos, que estavam
praticamente parados, e haviam fundado um novo Grande Oriente, que foi instalado em 24
de junho de 1831, com o nome de Grande Oriente Brasileiro, aquele que seria conhecido
com o nome de Grande Oriente do Passeio, nome da rua onde estava localizado.

Em outubro de 1831, um grupo de maçons originários do primeiro Grande Oriente


reinstalou aos integrantes das três lojas metropolitanas primitivas e elegeu o primeiro Grão
Mestre, Andrada e Silva, para dirigí-lo. O Grande Oriente foi reinstalado em 23 de
novembro de 1831. Em conseqüência, durante 30 anos funcionaram no Rio de Janeiro dois
Grandes Orientes. Em 1861, o Grande Oriente do Passeio deixou de existir e suas lojas
foram absorvidas pelo Grande Oriente do Brasil.
O Grande Oriente do Brasil sofreu diversas secessões durante sua existência, a maioria
delas como conseqüência de disputas durante as eleições de Grão Mestre. Todas as
secessões que ocorreram até 1927 terminaram por ser reabsorvidas ao longo do tempo e
suas lojas e irmãos se reincorporaram ao Grande Oriente do Brasil.

AS GRANDES LOJAS ESTADUAIS

Em 1927 teve lugar, no seio do Grande Oriente do Brasil, una secessão que teria
conseqüências históricas importantes. Desde 1854 e até 1951, o Grande Oriente do Brasil
era una "organização dupla", denominada Supremo Conselho e Grande Oriente do Brasil.
Seu Grão Mestre era o diretor da Maçonaria Simbólica e dirigia os "altos graus" já que era
o “Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Rito Escocês”.

O Grão Mestre e Soberano Grande Comendador para o período 1922-1925, Mário


Marinho de Carvalho Behring -- o cargo de "Supremo Grande Comendador" era exercido
automaticamente pelo Grão Mestre, sem que houvesse uma eleição específica -- renunciou
no final de seu mandato, declarando, todavia que se manteria como Soberano Grande
Comendador do Supremo Conselho. Vicente Neiva foi eleito Grão Mestre do Grande
Oriente do Brasil, tendo como adjunto Fonseca Hermes.

Vicente Neiva morreu em 18 de fevereiro de 1926 sem haver podido resolver o problema
criado por Mário Behring. Seu posto foi assumido por Fonseca Hermes, que era amigo de
Behring e que firmou com ele um Tratado, em 22 de outubro de 1926, no qual se
reconhecia a independência do Supremo Conselho.

Em 21 de março de 1927, Octavio Kelly foi instalado como Grão Mestre Adjunto e em 6
de junho desse mesmo ano, pressionado, Fonseca Hermes se afastou de seu cargo e Octavio
Kelly se tornou Grão Mestre.

Em 17 de junho de 1927, Mário Behring, que sabia que Octavio Kelly não dividiria o
poder com ele, convocou uma reunião do Supremo Conselho com apenas treze de seus
trinta e três membros e o declarou separado do Grande Oriente do Brasil. Para apoiar seu
Supremo Conselho do Rito Escocês, Behring estimulou a criação de Grandes Lojas nos
Estados, que já vinham sendo instaladas sigilosamente e às quais outorgava Cartas
Constitutivas emitidas por seu Supremo Conselho.
Foi dessa maneira que se criaram as Grandes Lojas da Bahia, fundada em 22 de maio de
1927, do Rio de Janeiro, fundada em 18 de junho de 1927, e de São Paulo, em 2 de julho de
1927, às quais se outras se seguiram. Estas Grandes Lojas dos Estados e as lojas que as
compõem existem até hoje como organizações independentes umas das outras. Para dar-lhe
um caráter nacional, foi criada uma entidade denominada Confederação da Maçonaria
Simbólica do Brasil, que é presidida de forma rotativa anual pelos Grãos Mestres das
diversas Grandes Lojas dos Estados.

OS GRANDES ORIENTES INDEPENDENTES

Em 1973 se registrou a última cisão no seio do Grande Oriente do Brasil, com o


surgimento, também por problemas eleitorais, os Grandes Orientes Estaduais
Independentes, que reuniam lojas que não concordavam com o resultado das eleições para
Grão Mestre.

A princípio a cisão teve grande repercussão, mas ao longo dos anos muitas lojas que
então se rebelaram acabaram retornando ao Grande Oriente do Brasil. Muitas das
reclamações das lojas em relação à estrutura de poder no Grande Oriente do Brasil foram
superadas com as alterações que ocorreram posteriormente, especialmente a mudança de
sede, em 1978, da cidade do Rio de Janeiro para a nova capital federal, Brasília.

Ainda assim, existem várias centenas de lojas reunidas em torno desses Grandes Orientes
Estaduais na maioria dos Estados Brasileiros. Como sua posição inicial era contra a
Federação Maçônica nacional, esses Grandes Orientes são independentes entre si. No
entanto, dada à necessidade de ter um caráter nacional, terminaram constituindo uma
entidade denominada Colégio de Grãos Mestres que hoje em dia se chama Confederação
Maçônica Brasileira, COMAB, sob a presidência rotativa anual dos Grãos Mestres dos
Grandes Orientes Independentes.

12- Ciência e Filosofia.

O maçom, dentro do espírito e da moral iniciática, precisa desbastar a pedra bruta, mo-
delar e polir o material, de modo a alcançar a beleza e elegância do edifício que constrói.
Conservando os sentidos desobstruídos, respeitando a humanidade usando a régua e o
compasso, aprendendo a beleza das formas, sua modelagem e detalhamento, a magia das
cores, a integração dos sons, a poesia de todas as artes, a expressão da causalidade, o
simbolismo das idéias numa única visão espiritual.
Desde o primeiro momento de sua existência na terra, o homem foi dotado de qualidades
suficientes para impor a si mesmo condições cada vez melhores em seu habitat. Nas eras
pré-históricas entre os animais, começou a ser distinguido como ser superior em todos os
aspectos. A construção de si próprio e da sociedade em que se insere tornam o Maçom um
obreiro do futuro e um construtor de novas realidades em resultado de um debate
esclarecido, imbuído de um simbolismo ritual cujo significado mais que apreendido deve
ser sentido, nos mais diversos campos de ação profana. A Ciência e a Filosofia nos
mostram hoje, mudanças que estão invadindo a humanidade. A começar pela terrível troca
de valores entre os povos mais evoluídos e entre os homens chamados mais civilizados. E
uma espécie de desintegração, de decomposição, de apodrecimento do próprio homem.
E para que o êxito deste intento não ocorra, o maçom terá que ter o domínio pleno das
instruções, postura exemplar, invocando as lições imortalizadas pelos nossos antepassados,
que as fizeram transcender os séculos, sempre trabalhando pela virtude e a solidariedade.
Podemos verificar que na medida em que o homem vai se apoderando do universo, pela
ciência e pela técnica, vai também perdendo o domínio do seu universo interior. À medida
que penetra no mistério dos mundos, tanto dos infinitamente grandes como dos pequenos,
perde-se nos seus próprios mistérios. Quer dirigir o universo, mas não sabe dirigir a si
mesmo.
Sem dúvida, nossa civilização está em perigo, mas não tanto em suas fronteiras
geográficas, mas nas próprias fronteiras do coração humano. O verme que corrói seu
interior e se fortifica inexoravelmente é alimentado pelas facilidades do mundo moderno,
que oferecem ao corpo as delícias e, ao espírito, o orgulho do poder.
Agora, estamos recolhendo seus frutos, cujo sinal, entre outros, é uma moralidade
discutível. Nos países desenvolvidos, ela adquire as proporções de um verdadeiro flagelo.
O crescente progresso das doenças mentais, dos desequilíbrios de toda espécie, oferecem-
nos uma trágica ficha da saúde do homem moderno.
O mundo moderno é extraordinário. Não temos o direito de frear seu fulgurante
progresso, bem como temos o dever de trabalhar para esse progresso. Nosso labor, no
entanto, será em vão se, paralelamente, não trabalharmos para desenvolver no homem a
consciência de seu espírito. E preciso refazer o homem para que o homem refaça o universo
na ordem do amor.
Quanto maiores forem as facilidades, mais o homem terá necessidade de luz para
compreender que estas facilidades são apenas meios para atingir um fim mais elevado.
Precisará de mais força interior para não se apegar a elas, mais necessidade de amor terá
a fim de não capitalizá-las em seu próprio benefício e em detrimento de seus irmãos.
Nós homens precisamos nos lembrar da existência do Grande Arquiteto do Universo, que
emana nossas forças vitais para nossa subsistência, com amor, fraternidade e liberdade.
Com base nos conceitos filosóficos, a Maçonaria teve sua origem, baseada nas grandes
escolas filosóficas da Antigüidade, as quais, indistintamente, tiveram sua origem e
inspiração nos Mistérios. O templo simbólico e filosófico é construído dia a dia nos
corações dos VERDADEIROS MAÇONS, para servir de moradia ao G.’. A .‘.D.’.U.’., E
de onde devem ser expulsas as paixões, as intransigências, os vícios e mesquinharias.
O Ritual deve ser estritamente observado, e a moral maçônica espartanamente cultivada
dentro e fora do templo.

Só assim, poderemos passar, corretamente, para os nossos descendentes de boca a


ouvido, as maravilhosas lições deixadas pelos nossos antepassados e que são, nada mais,
nada menos, que o amor e a fraternidade, o respeito e a igualdade, a humanidade e a
tolerância entre todos os irmãos na face da Terra.

13- A Minha Iniciação.

Quando de minha Iniciação, eu não tinha a menor idéia do que iria acontecer, mas tive o
cuidado de passar o dia, em sua maior parte, em meditação, pois, algo dentro de mim
indicava que tinha que estar preparado para tomar uma séria decisão, que iria ser para o
resto de minha vida.
Quando cheguei á porta do T.’., Senti a sensação de que realmente, por mais que eu
tivesse estudado muito sobre espiritualidade e procurasse com todos os meus esforços a
busca do meu Eu Superior, realmente não sabia nada e muito tinha que aprender.
Colocado na Câmara de Reflexões, procurei, me entregar ao meu Mestre Divino e ao
meu Anjo da Guarda, para que se não fosse a Maçonaria o caminho que devesse seguir,
tivesse eu coragem suficiente em me retirar; mas se fosse a maçonaria, realmente o meu
caminho, que me dessem coragem para continuar.
Nestas condições, procurei fazer as minhas declarações, despojando-me de todo o
egoísmo, de todos os meus desejos, medos, preocupações e inseguranças, procurando ficar
o mais calmo que pudesse, para que do fundo do meu ser, eu não só fizesse as minhas de-
clarações, mas, principalmente, assumisse com todo o meu amor o novo caminho que meu
Eu Interior me indicava,
Quando das pancadas na Porta do T.’. Para que tivesse permissão de entrar, tive uma
sensação forte, parecia que minhas forças tinham dobrado e uma certeza absoluta, que a
partir daquele momento, uma nova vida iria começar, pois se eu sempre procurei seguir
sozinho o caminho da Senda, aquele momento era uma recompensa pelos meus esforços,
em 20 anos de busca. Sei plena e convictamente, que minha Iniciação foi, como o nome já
diz, apenas o inicio; muito, mas muito mesmo tenho que aprender e me dedicar, se quero
encontrar-me como meu Mestre Interior.
Através da virtude, que me leva à prática do bem, com disciplina que me ajudará
eliminaras vícios e com amar a todos os meus Irmãos, tenho a certeza que me tornarei um
Maçom. Sei plenamente que não será fácil, e sei que poderei sucumbir, mas, se isso
acontecer, terei a dignidade de dizer que pelo menos tentei.
Quando do juramento que fiz sobre a Taça Sagrada, em meditação, vislumbreí, que o
caminho inicialmente se parece com o primeiro gole, gostoso, saborosa, nos dando vontade
de beber toda a Taça. Posteriormente percebi, se formos com muita sede a Ela, beberemos
o amargor da (quássia), pois para continuara bebera gostoso, devemos ter paciência,
disciplina, força de vontade e muita consciência de que somos apenas A.’. M.’. E se que-
remos chegarem algum lugar devemos ser obedientes e prestar muita atenção às instruções
que serão dadas nos despindo da vaidade, egoísmo, ciúmes, medo e insegurança, enfim
procurar com todas as nossas forças eliminar os erros.
Ao efetuar as viagens comas olhos vendados, procurei sentir o máximo que pude, como
se elas deixassem de ser simbólicas e tornassem verdadeiras, fiquei calmo, muito seguro,
pois tinha a certeza absoluta que meu guia me traria de volta, mas que posteriormente
deveria meditar muito sobre elas, pois como já ouvi dizer, na Maçonaria nada é feito por
acaso, tudo tem sua finalidade, e as viagens têm muito o que ensinar.
Quando o Ir.’. Hosp.’. me pediu um pequeno auxílio, para os desgraçados que devemos
socorrer, não me senti humilhado por não poder contribuir, mas, sim, impotente, pois foi
neste momento que percebi, que se não fizermos parte de um todo e não estivermos unidos
com nossos Irmãos, sozinho não conseguiremos fazer nada, pois, além de não termos
metais, não teremos força para auxiliar aqueles que necessitam.
Quando tive os olhos desvendados e me dei com todos os Iir.’. MM.’., apontando as
espadas para mim, tive vontade de chorar, pois foi neste momento que me vi como sou:
PEQUENO E IGNORANTE.
Ao receber o Avental, os pares de Luvas Brancas, o Código das Legislações e o Ritual,
como todo pequeno e ignorante ser, me senti orgulhoso, quando na realidade deveria me
sentir agradecido e muito agradecido, por ter essa Ordem, me recebido fraternalmente e
permitir que eu fizesse parte dela, como um Iniciado A.’. M.’..
Assim, tenho a convicção que renasci e consciência que ainda sou uma P.’. B.’. e para
lapidar-me, muito, mas muito tenho que aprender através da disciplina, paciência,
obediência, meditação, estudo e dedicação.
Agradeço do fundo do meu coração ao GADU, ao meu Mestre Interno, ao meu Anjo da
Guarda, ao meu padrinho e a todos os meus Iir.’. MM.’., por me darem esta oportunidade
de participar de tão V.’. Or.’. enviando a todos os meus Iir.’. MM.’. dessa V.’. L.’. o meu
T.’. F.’. A.’..
14- A moral Maçônica.

A Moral Maçônica não é a mesma moral profana; moral para os membros da SUBLIME
ARTE não traduz o comportamento comum, mas uma atitude espiritualizada, o
comportamento maçônico, que cultiva a fraternidade, o amor, a tolerância, o mútuo
respeito.
Este conhecimento é peça fundamental para o desenvolvimento coordenado e seguro.
O Homem, desde o seu surgimento busca verdades e confirmações que sempre estiveram
ao seu alcance. Bastaria para consegui-las, que olhassem ao seu redor para o alto e para
dentro de si.
Porém, impedidos pelas suas fraquezas, vaidades e imperfeições passou a viver na super-
ficialidade da sua própria existência.
Para auxiliá-lo, surge a maçonaria que, com seu equilíbrio mostra aos homens, a semente
germinada e defeituosa, mas novamente nascida, dando-lhes outras oportunidades para
despertar e sentir a sua pequenez diante de tão extraordinária concepção, indicando-lhes
ainda a necessidade do desenvolvimento gradativo e seguro, para que cada passo dado
possa conhecer o degrau deixado para traz.
O Homem, quanto mais avança, mais distante se encontra da sabedoria; mais humilde
consequentemente deverá se tornar, para alcançar a autenticidade da sua própria concepção,
como ser imperfeito, criada para lapidar as suas próprias asperezas.
Modernamente, embora não existam mais duelos, costumamos, quando nos falta a Moral
Maçônica, atingir aqueles que de nós divergem.
Pergunta-se: O que justifica tal ação se os motivos normalmente são mesquinhos e
sórdidos?
Por que cometer um homicídio simbólico desprestigiando o Caráter e as realizações
daqueles de quem divergimos?
O Fazemos por não termos inseridos dentro de nós toda a liturgia espiritualista que a
Maçonaria nos ensina.
O Fazemos por ciúme ou por fraqueza, por soberba ou ironia, por critica ou preconceito,
por vingança, animosidade ou rancor. Por represálias ou intolerância.
De nós, em nossa Moral Maçônica depende as energias liberadas, para produzirem
resultados benéficos para nós mesmos, para a nossa Loja e para humanidade.
O ressentimento, o ciúme e ódio são como areia movediça que suga as energias ao seu
redor, transformando-nos em profanos de avental, em sarcásticos homens involuídos
amorais e sem esperança.
E este homem, o maçom, dentro do espírito e da moral iniciática, precisa desbastar a
pedra bruta, modelar e polir o material, de modo a alcançar a beleza e elegância do edifício
que constrói. Conservando os sentidos desobstruídos, respeitando a humanidade usando a
régua e o compasso, aprendendo a beleza das formas, sua modelagem e detalhamento, a
magia das cores, a integração dos sons, a poesia de todas as artes, a expressão das
causalidades, o simbolismo das idéias numa única visão espiritual.
Assim poderá entender os sábios, sentir os artistas, admirar os cientistas, apreciar os
inventores, compreender os legisladores e finalmente em fim, amar seus irmãos.
Para o êxito deste intento o iniciado terá que ter o domínio pleno das instruções, postura
exemplar, invocando as lições imortalizadas pelos nossos antepassados, que as fizeram
transcender os séculos, sempre trabalhando pela virtude e a solidariedade.
O templo simbólico, é construído dia a dia nos corações dos VERDADEIROS
MAÇONS, para servir de moradia ao G.’. A .‘.D.’.U.’., e de onde devem ser expulsas as
paixões, as intransigências, os vícios e mesquinharias.
O Ritual deve ser estritamente observado, e a moral maçônica espartanamente cultivada
dentro e fora do templo.
Só assim, poderemos passar, corretamente, para os nossos descendentes de boca a
ouvido, as maravilhosas lições deixadas pelos nossos antepassados e que são,
nada mais, nada menos, que o amor e a fraternidade, o respeito e a igualdade, a humanidade
e a tolerância entre todos os irmãos na face da Terra.

15- A Pedra Bruta.


Sempre que se faz referência a Pedra Bruta, temos a imagem de um pedaço de pedra
tosca, que se apresenta em estado natural e grosseiro tal como foi extraído da natureza, e
todos nós a conhecemos como um material sólido, encontrado em vários pontos do globo
terrestre, geralmente fragmento de uma rocha e, como esta totalmente inerte, de modo, que
se pode segurar com as mãos. Porém, o Aprendiz Maçom têm diante de si, durante o tempo
que lhe foi destinado, uma verdadeira Pedreira para desbastar, sendo possível que deva
preparar Pedra suficiente para construir o seu Templo. A Pedra Bruta representa a infância
do homem e a própria humanidade e é de se reconhecer que a humanidade evoluiu muito,
mas não passam de uma Pedra Bruta, com suas guerras, preconceitos, misérias, etc.
A Cerimônia das Viagens finda com o trabalho humilde do Aprendiz junto a Pedra Bruta
e isto simboliza nada mais nada menos que o Aprendiz ainda é Pedra Bruta, ou seja, ainda
tem arestas a ser desbastadas e que ainda tem muito para vencer, até apresentar-se como
Pedra Lapidada.
A Pedra Bruta é uma jóia por oferecer a possibilidade de ser aproveitada para edificar,
para construir, e todo indivíduo tem qualidades socialmente aproveitáveis, mas para tanto, é
necessário que se lhe desbastem as arestas de uma formação grosseira.
Compete ao Aprendiz Maçom o trabalho de desbastar a PEDRA BRUTA, isto é, libertar-
se dos defeitos e paixões, para poder concorrer à construção moral da humanidade, que é a
verdadeira obra Maçônica.
A Pedra Bruta ensina ao aprendiz, que o homem, dotado de inteligência e raciocínio,
pode aperfeiçoar-se na educação e instrução, uma obra universal, que começa no grupo, na
polis, na Pátria, mas que busca universalizar-se, porque os preceitos Maçônicos, são
atemporais e independem da região ou País. São preceitos simbolicamente apresentados
que foram os das associações secretas na antiguidade egípcia, são preceitos de verdade que
os antigos também possuíam e que, ao longo da historia, coube a pouco saber.
Não é sem razão que um dos maiores poetas brasileiros de todos os tempos — CARLOS
DRUMMOND DE ANDRADE — no seu poema “O HOMEM e as suas viagens”, afirma
que o ser humano pela sua inteligência e poder, querendo saber a verdade, conquistou a lua,
há que conquistar Marte, Vênus, todos os sistemas solares, galáxias e depois de conquistar
todo o Universo, sentirá que tudo não valeu de nada, visto que não era isso que ele queria
de fato saber. Mas somente ai estará mais fácil de todas: a Grande viagem. A tarefa de
conhecer seu próprio íntimo, sua própria essência e ironicamente, no fim, ele estará de volta
ao começo de tudo.
Pois bem, a primeira instrução diz exatamente isso. Fala desta viagem. E talvez seja a
Maçonaria a única instituição que habilitará queimar etapas especiais, as quais aludiu o
poeta e que os homens profanos julgam ser imprescindíveis realizar e vencer.
A simbologia da Régua, do Maço, do Cinzel, nos prova que a Maçonaria estava naquele
princípio dos tempos, junto da verdade e que a verdade de então, esta aqui agora, como
sempre haverá de estar. Portanto, lapidar a PEDRA BRUTA é adentrar no íntimo de cada
um de nós mesmo. É buscar dentro de nossa alma a centelha viva do GRANDE ARQUITE-
TO DO UNIVERSO que habita nosso ser. Uma centelha divina e perfeita que o mundo
profano esconde com vício, egoísmo, apegos à materialidade e que somente com muito
esforço, com a iniciação e vida maçônica poderemos fazer aflorar definitivamente.
Desbastar a Pedra Bruta é caminhar para o amor fraternal, é ter a força interna para praticar
a solidariedade humana, é ir ao encontro da pureza, da Luz, da verdade, dos três últimos
degraus do trono do templo, que representam a evolução espiritual de todo Maçom. Mas
antes devemos entender que temos de mostrar a força, o trabalho, a ciência, a virtude,
posturas não tanto espirituais e só apegadas à prática da vida, ao cotidiano do dia a dia, a
verdadeira prática maçônica de vida, a nossa ação para com o próximo e que justifica toda a
moral da própria MAÇONARIA. O Maçom é um ser que age na busca do bem para com o
próximo.
O cinzel, que ensina a ser o esforço, lento, mas compensador, e que somente com ele
poderemos furar a PEDRA BRUTA que somos nós, em busca da virtude, da iluminação,
pela inteligência, em busca da purificação da alma. E esta tarefa é do aprendiz e
intransferível, pois é da própria antiguidade oriental que nos vêm à máxima que somente
melhorando a nós mesmos, poderemos melhorar o mundo, os que não se salvam não podem
salvar ninguém.
Assim nosso cinzel é o manual de instruções e nosso malho são os irmãos mais
experientes que não nos permitem o caminhar só.
E finalizando, hoje sabemos porque todos os Irmãos são Aprendizes e que na reunião de
Aprendiz é que se desbasta a PEDRA BRUTA tarefa esta que excede a um salário, é tarefa
para toda a vida maçônica, é tarefa que vai ao encontro da luz do GRANDE ARQUITETO
DO UNIVERSO.
A primeira instrução é o início da viagem para dentro de nós mesmos porque talvez,
dentre os homens que andam pelas ruas deste mundo. O Maçom seja aquela que consegue o
milagre de caminhar para dentro de si mesmo. E mais que isso, dentre muitas coisas que ele
possa ser por definição, o MAÇOM É O HOMEM QUE OLHA PARA DENTRO DE SI
MESMO E GOSTA DO QUE VÊ.

16- A Régua, O Maço e o Cinzel.

• A régua.

É um utensílio usado nas Lojas Maçônicas e que simboliza a retidão dos princípios
maçônicos e a retidão da conduta que deve ser observado pelos Maçons.

Todo Maçom deve observar escrupulosamente o cumprimento das leis que lhe são
impostas. Cumprir as Leis é um sinal de obediência. A obediência conduz á ordem e, assim,
cumprir as leis é uma forma de retidão. Por isto, a Régua simboliza o meio de assegurar o
cumprimento das normas do comportamento humano sem as quais não pode haver ordem.
Estas normas constituem o equilíbrio de todas as ações, assim elas consubstanciam uma
medida que pode ser avaliada pelos módulos da Régua.
Em Maçonaria usa-se a Régua de 24 polegadas significando às 24 horas do dia, estas 24
horas devem ser divididas pelo Mestre de Cerimônias, que é quem porta a insígnia de
Régua, em espaços iguais destinados ao trabalho, ao repouso, aos exercícios físicos e
mentais e a recreação.
A Régua de 24 polegadas serve para medir e planear a obra: corresponde a Sabedoria do
Ven.’., que também a de medir e planear quando dirige os trabalhos.
A Significação simbólica nos ensina que quando no plano moral, o homem deve medir
prudentemente os seus planos de ação, deve medir e apreciar o contorno de suas idéias
como se mede um pedaço de pedra, para ter o conhecimento exato de seu valor e de sua
utilidade. Material, com espiritualidade, medir é saber e o erro começa onde se perde o
censo da medida.
Para Abelain a Régua é o “Ouro dos Filósofos” simbolizando a “regularidade na
aplicação”. Palavra originada do latim “regula” ela, na Maçonaria é tomada como símbolo
do infinito, eis que a linha reta não apresenta princípio e nem fim. Desta forma podemos tê-
la como símbolo do aperfeiçoamento constante, da retidão, da lei, da moralidade e do
dever.
Por isso a Maçonaria não impõe nenhum limite, é livre da investigação da verdade, e
para garantir a todos essa liberdade, ela exige de todos a maior tolerância.

• O Maço.

Maço representa a inteligência e a razão que tornam o Maçom capaz de dicertar o Bem
do Mal, o Justo do Injusto.
Utilizado para desferir golpes, tem relação com o lº Vig.’. cuja qualidade é a força e cuja
missão consiste na transmissão de energia. E para transmitir aos instrumentos a força de
impulsão necessária à execução do trabalho. O Maço é o poder, é a força. Qualquer que
seja o sistema de impulsão adotado modernamente nos labores do homem, ele se deriva da
idéia primitiva do golpe. O Maço é a ação.
A tarefa do homem na vida, em síntese, tem como fim, a remoção e transformação da
matéria; toda ação humana se reduz a isso, quer no campo material, quer da esfera moral.
Mover pedras e terras para a construção de um edifício; mover pensamentos e idéias, para a
construção de um ideal; para mover pedras e terra é necessário a impulsão muscular; para
mover e transladar idéias, é necessária a impulsão moral - ação, vontade, força espiritual.
Se, no plano físico, a Régua tivesse traçado as suas linhas e o Cinzel estivesse pronto
para realizá-los na pedra, mas faltasse força no braço do Obreiro, o trabalho consciencioso
da Régua e as qualidades de penetração do Cinzel de nada serviriam; a obra não seria
realizada.
O Maço é a impulsão que leva para á frente, O Maço é a Energia.
Não devemos confundir o Malhete do Venerável Mestre com o Maço, porque o mesmo é
o instrumento que o neófito dá as primeiras pancadas na pedra bruta, a qual representa o
Homem sem instrução, áspero de caráter, por falta de conhecimento e que mais obedece aos
seus instintos do que a razão.

• O Cinzel.

O cinzel é uma ferramenta pontiaguda com a qual se esculpem as pedras por mais duras
que sejam, dando-lhes forma e modelo.
Corresponde ao 2º Vig.’., Porque como este representa o elemento da Beleza, assim o
Cinzel é o instrumento com que o Maçom cinzela a pedra tosca, nela criando linhas
superficiais e molduras, para o embelezamento do edifício.
Simbolicamente modela o espírito e a alma, de acordo com os mandamentos da
Sabedoria. Representa as nossas faculdades morais e espirituais, subordinadas ao nosso
saber e à nossa prudência. Sem o desenvolvimento dessas forças o Maçom não poderia agir
no meio que o circunda, nem poderia dar feição à sua própria natureza.
Este Cinzel maçônico deve ter fio e têmpera capazes de um esforço grande e tenaz, isto
é, o Maçom deve ter sentimentos generosos, mente sã, fé profunda, estoicismo e capacidade
de sofrimento.
Desde que o homem começou a utilizar o cinzel foi, aos poucos, se aperfeiçoando em
suas obras e puderam desta forma serem feitos: as construções, as esculturas e as gravuras.
O serviço do cinzel pode ser exemplificado pelas obras feitas pelos Egiptólogos a
milênios de anos atrás, tais como: as pirâmides, os artefatos da tumba do Rei Tut, a esfinge,
o monólito egípcio que esta exposto no Museu Britânico, e a pedra Menfíta, que contem os
mais antigos conceitos humanos, e outros.
O cinzel além de poder ser utilizado como ferramenta pode também ser um símbolo para
se atingir a perfeição do ser humano, estando, por exemplo, nas mãos de obreiro que
tenham bons princípios e costumes pode não ser construídas obras de grandes relevâncias.
Os aprendizes recebem a pedra bruta, assim como os Egiptólogos, os escultores, etc., a
recebiam para modelar suas obras.
Podemos assim iniciar na aprendizagem por bons princípios e costumes para atingirmos
a perfeição, e sermos úteis à humanidade. Deste modo, utilizando destes princípios
podemos ter a honra de pertencer a esta augusta e salutar sociedade.

17- A Reunião das Ferramentas.

Contam os mais sábios que em uma certa oficina de carpinteiros houve uma vez uma
estranha reunião.

Foi uma Sessão econômica, promovida pelas ferramentas, com vistas a equalizar suas
diferenças, divergências naturais, decorrentes das características individuais, porém
fundamentais ao labor congregado.

O martelo exerceu a presidência da Sessão e o lápis o secretariou.


Na ordem do dia, os participantes notificaram o martelo que ele teria que renunciar ao
cargo. A causa? Fazia demasiado barulho e, além do mais, passava o tempo todo desferindo
golpes, como que em julgamento.

O martelo aceitou a culpa, no entanto, pediu que o parafuso também fosse expulso da
reunião, argumentando que ele dava muitas voltas para poder cumprir com os seus
objetivos. Diante do ataque, o parafuso concordou, mas, por sua vez, solicitou a exclusão
da grosa e da lixa. Argumentou que elas eram muito ásperas no tratamento com os demais e
que suas intervenções eram abrasivas e desgastantes, pois seu modo de atuar produz muito
atrito. Sem muitos argumentos, eles acataram a decisão, com a condição de que se
expulsasse o metro, que sempre avaliava os outros segundo a sua medida, como se fora o
único perfeito.

Nesse momento, o CARPINTEIRO entrou na reunião, juntou as ferramentas, a madeira


bruta, o lápis, para as devidas anotações e deu início ao seu trabalho. Utilizou o martelo, a
grosa, a lixa, o metro, e o parafuso.

Finalmente, aquela rústica madeira foi convertida em um polido e fino móvel.


Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembléia retomou a ordem do dia e
reiniciou a discussão.

Foi então que o lápis, no ofício de elaborar a ata, atividade que reflete as conclusões do
metro, tomou a palavra e disse: Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, no
entanto, o CARPINTEIRO trabalha e constrói suas obras com nossas qualidades, com
nossos pontos valiosos. Assim, não pensemos em nossos pontos fracos e concentremo-nos
em nossos pontos fortes.

A assembléia concluiu que o martelo deve ser firme e forte, por sua condição de
dirigente, o parafuso, precisa manter seus movimentos circulares, pois em seu giro atua
como elemento de ligação, unindo e dando consistência à obra do CARPINTEIRO; a grosa
e a lixa são especiais: a 1ª, tem a responsabilidade de desbastar e tornar menos grosseira a
madeira bruta; a 2ª, o ofício de polir e aperfeiçoar tudo o que se encontra em estado
imperfeito; já o metro, necessita ser preciso e exato em suas intervenções, pois representa a
medida, a convenção, à regra.

A partir desse momento, as ferramentas sentiram-se como uma grande família, capaz de
levar a efeito, com sabedoria e perfeição, as ações do CARPINTEIRO. Ficaram alegres
pela oportunidade de trabalhar em conjunto e comungar um mesmo ideal.

Estando tudo ajustado e perfeitamente de acordo, o lápis lavrou, no livro de registros, o


resultado da convenção, segundo os usos e costumes da Carpintaria.

Coincidentemente, esse fenômeno, também, se manifesta na vida dos seres humanos.


Basta, para tanto, observarmos e constatarmos os fatos.

Quando uma pessoa busca encontrar em outra somente defeitos, o ambiente torna-se
tenso e negativo. Ao contrário, quando se procura enxergar, exclusivamente, os pontos
fortes, o ambiente pode se tornar superficial. Porém, quando desejamos, com coragem,
prudência e justiça, valorizar os pontos fortes e desenvolver positivamente os pontos fracos,
o ambiente se revela harmonioso e os trabalhos profícuos. Naturalmente, florescem as
melhores conquistas humanas.
É fácil e perfeitamente humano identificar em outras pessoas defeitos, qualquer um pode
fazê-lo. No entanto, encontrar qualidades... Bem, isto é um privilégio reservado somente
aos sábios!

18- Vigilância e Perseverança – Vitriol.

VIGILÂNCIA
E
PERSEVERANÇA

Na parede, próximas a lâmpada, em posição destacada, duas palavras chamam a atenção


do postulante: vigilância e perseverança.
Estas duas palavras são una mensagem que o postulante deve receber de parte da
maçonaria, na qual ele é concitado a manter, quando for recebido maçom, una vigilância
constante e una atenção aguçada para aprender, através de acurada investigação, todos os
sentidos dos diversos símbolos com que lhe será dado deparar.
Este conhecimento é que fará dele um perfeito maçom, e que lhe dará possibilidade de,
conscientemente, trabalhar na construção.
Do templo simbólico a que todos os propomos para a maior glória do grande arquiteto do
universo. Só o conhecimento profundo das finalidades da ordem maçônica possibilitar-nos-
á “elevar templos á virtude e cavar masmorras ao vício”, mas um tal conhecimento não
depende apenas de vigilância, necessita também, para a sua completa aquisição, de uma
férrea e inabalável perseverança.

VITRIOL

Ainda em destaque há uma outra palavra sobre a parede, escrita em letras maiúsculas:
VITRIOL. As letras desta palavra são as iniciais da frase latina: “Visita Interior a Terra e
Retificando que, Invenies Ocultum Lapidem”, ou seja: Visita o interior da terra e nele
retificando encontrará a pedra oculta.
Eis ai um convite que a Ordem Maçônica faz ao Postulante para no silêncio e na
meditação, pesquisar em sua própria alma todos os ex-caminhos, todas as miudências, a fim
de encontrar o próprio “EU”, o mais profundo do ser, o homem verdadeiro que habita no
coroo material, Este, o EU interior, o homem verdadeiro é a “pedra oculta’ de cujo
conhecimento todos nós temos necessidade! Ela está ‘no interior da terra”, isto é, dentro de
nos mesmos, no mais íntimo de nosso ser, no mais recôndito de nossa alma e para encontrá-
la devemos agir “retificando’ os nossos pensamentos, os nossos costumes, nossos vícios e a
nossa moral!”.

19- A visão do Aprendiz.

Com esta parábola, quero reportar a vida profana, onde constantemente ouvimos
afirmações distorcidas sobre a Maçonaria. Somente quem vive, participa, e começa a
conhecer um pouco mais, sabe o quanto são pobres de espírito aqueles que assim afirmam.
Quando se é admitido a participar dos trabalhos da Instituição Maçônica, a maneira como
foi desenvolvida a ritualística permitiu-se sentir a beleza e a seriedade do ato que acabava
de colocar-me como centro das atividades transcorridas. Uma nova luz em mim começava a
ficar acesa, tão acesa quanto as três chamas que brilham em todas as sessões da Loja?
A Maçonaria como instituição de homens escolhidos dentre os que são livres e de bons
costumes, ligado por sentimento de pura fraternidade, caracteriza-se pela obediência as Leis
e aos princípios maçônicos e como APRENDIZ, rogo ao Grande Arquiteto do Universo que
me de luz e força neste início de caminhada e também para que nos ajude a sair do
obscurantismo do mundo profano para o verdadeiro universo de Liberdade, Igualdade e
Fraternidade.
E nós como Aprendiz desses ensinamentos, devemos ser agentes ativos na captação e,
sobretudo no cumprimento de nossos deveres maçônicos para com Deus, a Família e a
Pátria.
A Sociedade humana, continuadamente sofre as transformações tecnológicas, o avanço
da ciência está presente em todo o momento, e neste universo está o homem. O homem
maçom é parte ativa e integrante dessa sociedade em transformação, porém através de um
analise auto introspectiva, indagamos, o que podemos colaborar ou que temos feito nesse
sentido?
Entendemos que a missão da Maçonaria consiste em dar a plena consciência de si
mesmo, mostrando-lhe, depois de lhe facilitar os meios de transformar a sua pedra bruta em
pedra polida, o papel que ele poderá desempenhar dentro do mundo que, a olhos vistos,
caminha a largos passos para um porto seguro, acolhedor da fraternidade universal.
A Maçonaria, através dos séculos, vêm transformando-se e adaptando-se as realidades de
cada momento, das sociedades em que está inserida, buscando dessa forma uma
aproximação e participação ativa nas mudanças necessárias para a melhoria da qualidade de
vida do homem.
Verificamos que o espírito maçônico sempre existiu nos maçons que sentem a beleza da
doutrina e do idealismo da Maçonaria, pois este não se transmite pela entrada na Maçonaria
esse espírito se adquire e se adquire lentamente, Desenvolve-se e firma-se nela assiduidade
á loja e a convivência com os bons maçons; pelo cultivo sério e perseverante do
simbolismo maçônico.
A Maçonaria realmente vivida o manifesta-se pela forma que lhe e peculiar e própria,
isto é, pelo amor ao próximo e por uma atuação verdadeiramente benéfica sobre a
personalidade humana. Em conseqüência, deve estimular todas as faculdades do
APRENDIZ, indicando lhe que a Moral não deve permanecer estéril nem o Amor Frio; que
a Razão não pode submeter-se a futricas nem a inteligência ao cálculo. E da vida cotidiana,
expulsar-se o tédio, com a prática do silêncio, o Maçom coloca em prática o seu juramento
do ”mais absoluto sigilo”. Isto porque tudo que ouvir, entrará no mais profundo do seu ser,
“aprender a calar e aprender a pensar e meditar”, e, através do estudo interior, com
meditação, o Maçom encontrará o caminho da verdade.
Esta verdade que é a luz chega ao Aprendiz somente com uma réstia, pois o Aprendiz
está na coluna do norte, que a parte menos iluminada, porém o suficiente para caminhar em
linha reta, horizontalmente, com passos decididos a caminho do ORIENTE, ou seja,
alcançar o primeiro degrau da escada de Jacó.
Em resumo, o espírito Maçônico indica o Conhecer-se a Si Mesmo, como princípio de
sabedoria; a Ser Senhor de Si mesmo, com manancial de força; e a Enobrecer-se
desinteressadamente, como fonte de Beleza.
Finalizando, quero ressaltar que, para não tornarmos como o homem da parábola,
devemos como principiantes maçons, estudar o Manual do Aprendiz, e realizar o maior
possível de leituras que abordam assuntos de formas diferentes. Naturalmente que de várias
obras e autores faremos a leitura crítica para extrairmos a nossa “visão” ou concepção,
segundo, também, nossa forma de ver e interpretar as coisas, pois ninguém é dono da
verdade.
Se quisermos crescer e ter uma união justa e perfeita sob a tríade: LIBERDADE,
IGUALDADE E FRATERNIDADE, não é difícil. Somente assim teremos honrado nossa
Instituição.

20- Algumas Definições Importantes.

Aprendiz Maçom

Aprendiz é aquele que aprende um oficio, ou uma arte. Em Mac.´. é o primeiro Gr.´. do
Simb.´. e refere-se ao neófito, ao principiante, que, simbolicamente, está aprendendo a arte
de construir, ou Arte Real. O trabalho do Ap.´. é na P.´. B.´. , que deve ser desbastada e
esquadriada pôr ele, para se tornar cúbica. Evidentemente, isso é apenas Simbólico, em
alusão aos antigos Maçons de Oficio, verdadeiros construtores.

Avental

Avental é a peça de couro, de pano ou outro material, usada no decorrer de certos


trabalhos, para proteção do corpo, ou da roupa. Em Mac.´. , o avental é o símbolo do
trabalho e lembra o avental de couro usado pêlos esquadrejadores (canteiros) e entalhadores
de pedra das corporações medievais de oficio, para proteção do corpo contra eventuais
estilhaços. O avental do Ap.´. é de couro, ou pelica, de cor branca e usado com a abeta
levantada, em lembrança do avental dos canteiros, o qual cobria o peito, o abdome e parte
dos membros inferiores.

Cadastro

O termo designa, entre outras coisas, o recenseamento, ou qualquer registro de pessoas


ou coisas. O numero de registro de cada maçom, na Obediência a qual pertence, é colocado
num cartão de identificação, que serve de documento para visitas a outras Lojas e
Obediência, o Cadastro também é conhecido como CGO = Cadastro Geral da Ordem e
CIM= Carteira de Identificação Maçônica.

Capitação

É o imposto que se paga por cabeça. Entre as contribuições pecuniárias devidas pelos
membros de uma Loja, está a Taxa de Capitação, que é paga, anualmente, por todos os
Maçons, essa Taxa é destinada à Obediência, e as Lojas são responsáveis pela sua cobrança
e recolhimento em favor da Potência, o mês de pagamento é março.

Cinzel

É o instrumento cortante usado por gravadores e escultores, Simbolicamente o cinzel é um


dos instrumentos de trab.´. do Ap.´. com o qual ele desbasta a P.´. B.´. , esquadrejando-a
simboliza a razão e a inteligência.
Grão-Mestre

É o chefe do poder executivo Maçônico o supremo mandatário de uma Obediência,


regularmente eleito pela maioria do povo Maçônico, para um mandato variável, conforme a
Obediência. No GOB o mandato é de 05 (cinco) anos.

Geometria

Designa a parte da matemática que tem por objeto o espaço e as figuras que podem ser
concebidas, ou a medidas das linhas, das superfícies e dos volumes, É uma das sete
Ciências ou Artes Liberais da Antigüidade. De origem egípcia, a Geometria foi levada à
Grécia antiga como base da Arte de Construir, das relações triangulares e do circulo, da
Astronomia e da medida das terras férteis ás margens do rio Nilo, serviu de fundamento
filosófico para os sábios gregos, levando aos conceitos de Ordem, Equilíbrio e harmonia
Universal, que seriam tomados, já desde os primórdios da Maçonaria moderna como obra
divina. Como base da Arte de Construir, a Geometria é a principal ciência desse grande
conjunto de ciências que é a Maçonaria.

Gutural

Designa tudo que é relativo à garganta (em latim guttur) e, por isso designa também, a
Saud.´. do Gr.´. de Ap.´. – Sin.´. Gut.´. - vide Ritual de Ap.´. M.´. .

Interstício

Designa o intervalo de espaço ou tempo. Em Maçonaria, designa o tempo mínimo


durante o qual o Obreiro deve permanecer em seu Grau - em plena atividade - para poder se
promovido a um Grau superior. Esse tempo é variável de Obediência para Obediência, mas
é, geralmente, de um ano. Alem do Interstício legal, há necessidade, para promoção, da
apresentação de trabalhos sobre o Grau.

Irmão

Designa o homem que, em relação a outro, tem os mesmos pais, ou somente o mesmo pai,
ou a mesma mãe. Designa, também, o membro de uma confraria, o correligionário, o amigo
inseparável, o frade sem ordens sacras, Sendo, a Mac.´. uma confraria, uma Frat.´. , os
Maçons usam o tratamento de Irmão – Pod.´. Ir.´. , Eminente Ir.´. , Sereníssimo Ir.´. , para
AAut.´. Maçônicas - independentemente de implicações místicas a respeito do termo.

Loja

O termo surgiu, pela primeira vez, em 1292, num documento de uma GUILDA,
organização de oficio medieval (ver "Síntese da Historia da Maçonaria").As Guildas de
Mercadores adotaram a palavra para designar os locais de depósito e venda de produtos
manufaturados, enquanto as Guildas artesanais a usaram para designar os seus locais de
trabalho, ou seja, as oficinas dos artesões. Destas ultimas, originou-se o nome das
corporações Maçônicas e a reunião dos seus membros.

Maço

É um instrumento de madeira rija, do formato de um paralelepípedo, com o cabo no


centro, utilizado por escultores e entalhadores de pedra. É outro instrumento de Trab.´. do
Ap.´. M.´. o que atua sobre o Cinzel, na tarefa de desbastamento e esquadrejamento da P.´.
B.´. Simboliza a força de caráter a serviço da razão e da inteligência. Do ponto de vista
místico, simboliza o espírito atuando sobre a matéria (cinzel).

Maçom

É o Iniciado na Maçonaria, O termo é originado do francês: Maçom = Pedreiro o mais


correto, para o membro da Maçonaria seria a expressão FRANCO-MAÇOM, ou
PEDREIRO-LIVRE (em inglês Free-Mason). É evidente que o Maçom só simbolicamente
é um pedreiro, um construtor, já que o seu trabalho é na construção social e não na de
edificações.

Maçonaria de Ofício, ou Operativa.

Maçonaria é a arte de construir. A expressão Maçonaria Operativa, ou de Ofício, é o


rotulo hoje aplicado às organizações de construtores, as quais floresceram na Idade Média e
foram precursoras da Maçonaria dos Aceitos, ou Especulativa, que é a atual forma da
organização Maçônica.

Maçonaria dos Aceitos, ou Especulativa.

É a forma moderna de Maçonaria, na qual os Iniciados não são, necessariamente, ligados


à arte de construir. Quando a Maçonaria de Ofício começou, no século XV a admitir
homens não ligados, profissionalmente a construção, estes foram denominados MAÇONS
ACEITOS, ou seja: recebidos, admitidos.

Obediência

O termo, no caso da Maçonaria, significa, dependência, subordinação e se aplica à


associação de grupo de Lojas, colocadas sob a direção de um Grão-Mestrado. Até 1717, as
Lojas eram livres e os laços que as ligavam eram profissionais - na fase operativa -e
fraternais, sem qualquer dependência comum. A 24 de junho de 1717, era criada a primeira
Obediência Maçônica do mundo, a Grande Loja de Londres, a qual foi o ponto de partida
para a adoção generalizada do sistema obediencial, A primeira Obediência criada sob a
denominação de Grande Oriente foi a da França, em dezembro de 1717. Hoje, todas as
Lojas são subordinadas, ou seja, são da Obediência do Grande Oriente ou de uma Grande
Loja. É usado, também, em lugar da palavra Obediência o termo Potência, embora o
primeiro seja o mais adequado.
Obreiro, ou Operário.

É a designação de cada membro de uma Loja Maçônica, já que esta é uma Ofic.´. de
Trabalho.

Palavra de Passe

É um meio de reconhecimento de cada Grau, podendo ser pedida pelo G.´. do T.´. . Em
alguns Ritos ela é transmitida no inicio e no final dos trabalhos.

Palavra Semestral

É a prova da regularidade e de freqüência. a mesma é enviada pelo Grão-Mestre, a cada


seis meses, dela somente o Ven.´. Mestre toma conhecimento, transmitindo aos Obreiros do
seu Quadro, através da Cadeia de União.

Fonte Pesquisada:

Noticiário Cultural -José Castellani -Boletim do Grande Oriente do Brasil.

21- As 7 virtudes.

O estudo das virtudes é essencial, pois é através dele que começamos a trabalhar
profunda e intimamente o nosso “Eu interior”. É através deste estudo, aliado ao estudo dos
vícios (ou pecados capitais) que conseguiremos distinguir os sentimentos e pensamentos.
Separar aquilo que é puro daquilo que é contorcido. O que é nosso do lixo que nos é
dogmatizado. E é através deste estudo que desenvolvemos a nossa consciência, elevamos o
nosso caráter e conseqüentemente o nosso ser.

As 3 Virtudes Teologais:

Fé: Desenvolve a visão espiritual, pois “pela fé o homem vê espiritualmente Deus e as suas
obras, crendo nas coisas invisíveis”. A fé do maçom não deve ser uma fé cega, baseada
naquilo que lhe dizem. O maçom apóia sua fé em seus estudos e em suas experiências
próprias, tendo assim não apenas uma fé, mas uma ciência da existência do G.’.A.’.D.’.U.’.
Esperança: Dá ao maçom a confiança necessária para enfrentar as provas duras da batalha.
Dá a força misteriosa que transformavam os verdadeiros maçons em homens inigualáveis
de coração puro e mente sã, sempre enfrentando as situações com bom coração e sua
esperança não é a vitória, porque esta se torna certa, mas sim a esperança de desta forma
estar honrando seus pais, mestres, ancestrais e ao Grande Arquiteto.

Caridade: O Maçom sem caridade é cruel e trai aos seus princípios e regras, e a Ordem
Maçônica não é compatível com crueldade e traição, mas sim com o Amor, e a caridade
sincera é, ao lado da partilha, a maior personificação do Amor.

As 4 Virtudes Cardeais:

Justiça: É um dos fundamentos principais da Maçonaria. Sua razão maior de existência.


Não existe Maçonaria sem justiça. Mas o Maçom não deve se tornar um “juiz”, nem tão
pouco se considerar capaz de sair julgando as pessoas. O Maçom deve ser exemplo vivo da
justiça, procurando assim mexer com o íntimo das pessoas. Ele também deve ir de encontro
às injustiças, não se calando nunca, sendo a voz viva da consciência daqueles que antes
dele lutaram pelos mesmos ideais. Mas para isso tudo, o Maçom deve essencialmente fazer
justiça consigo mesmo. Deve se analisar, auto-avaliar e aprender a se controlar. Deve ser
justo com seu corpo, com sua mente, com seu coração, com sua família, com seu lar,
amigos e sociedade.

Prudência: Dá a conhecer o Bem e o Mal, desenvolve as noções (relativas) de certo e


errado, ensinando a escolher um e evitar e desmascarar o outro. É a personificação da
inteligência e da razão. Ajuda o maçom a escolher o momento certo de agir e a melhor
forma de faze-lo.

Fortaleza: A fortaleza é a personificação da coragem e da disciplina. Coragem de ir contra


aquilo que é injusto, mesmo que seja criticado por isso. Coragem de encarar a si próprio e
assumir seus erros e culpas. Coragem de ser bom e humilde. Coragem de reconhecer a
força do oponente e com ele aprender. É disciplina porque a disciplina liberta. O ser que
disciplina sua mente e seu corpo dá um grande passo no caminho da Luz, pois não se sente
mais preso aos valores e padrões sociais. É disciplinado o suficiente para não recorrer em
erros “coletivos” e tem coragem de renunciar e ir de encontro àquilo que fere os seus
princípios. Por essas razões a Fortaleza, ou Força, é a principal virtude na luta contra os
sete vícios ou pecados capitais.

Temperança: É a personificação da moderação e do comedimento. Dá o equilíbrio a ação,


ajudando o maçom à não exagerar nem fraquejar em suas posturas. Também ajuda o
maçom a esperar o momento certo de agir.

22- As Luvas Brancas.

Símbolo da pureza, assim são consideradas as Luvas Brancas dentro da maçonaria, são
elas recebidas pelos Aprendizes quando de sua iniciação.
Inúmeros são os símbolos da Liturgia Maçônica e, dentre eles, destaca-se o da entrega
aos neófitos das luvas brancas quando, nos últimos momentos da Iniciação. O Venerável
anuncia, então, que aquelas luvas brancas constituem o símbolo de sua admissão nas
fileiras dos homens livres e de bons costumes.
Os homens distintos e elegantes, as damas da sociedade fina e os militares galonados
deitaram a moda das luvas brancas. Estas chegaram a fazer parte dos ornamentos que rece-
biam os bispos no ato da sua sagração, com a designação de “luvas litúrgicas",
simbolizando a castidade e a pureza.
A entrega das luvas brancas aos neófitos da Maçonaria ficou justificada na mesma
intenção deferida aos bispos dantanho. Cobrindo suas mãos com elas, o maçom é levado a
compreender, primeiramente, que sua mão direita nunca deverá saber o que faz a esquerda.
Também o Venerável lhe explica que são “o símbolo de sua admissão no Templo da
virtude, indicando, por sua brancura, que ele nunca deverá manchá-la nas águas lodosas do
vício”.
A rigor se seguíssemos as tradições, dever-se-ia usar as Luvas Brancas em todas as
Sessões. Esta tradição pouco a pouco foi caindo, principalmente nos países quentes.
Todavia este costume não foi de todo abandonado. Muitos Maçons americanos e europeus
ainda observam esta tradição.
As Luvas Brancas também evocam a lembrança dos compromissos assumidos durante a
Iniciação.
A posse das luvas brancas não revela nenhuma interpretação mística, mas sim o que
possa haver de mais ativo e fecundo para a orientação no cumprimento do dever. Alcança
tanto a destinação da própria personalidade do iniciado como a de sua família.
Pelo que ficou esclarecido, a Ordem dos homens livres não se restringe a entregar
somente um par de luvas a cada um dos iniciados. Entrega um outro par que são
destinadas àquelas que mais direito tiver a vossa estima e ao vosso afeto. Foi dito, a que
mais estima e não a que mais ama, porque o amor às vezes exprime um sentimento “cego”
e pode enganar em relação às qualidades morais e intelectuais daquela que deva ser a
inspiradora das ações generosas.
Vê-se, pois, que a Maçonaria, no grande momento da recepção de seus convidados,
lembra-se da mulher, numa homenagem justa e sincera. Não se esquece de que a mulher
esposa tem por sua vez os direitos sustentados desde os dias do chamado “Pontificado
Romano".
Mas, esposa, Irmã, filha ou mãe é sempre a mulher que distribui consolação, promove
alentos e distribui conforto, tanto nas horas felizes da família como nas atribulações e nos
desfalecimentos da vida e de seu esposo. Portanto, tal homenagem da Maçonaria é, sob
todos os aspectos, mais do que procedente.
Um provérbio persa diz: “Não firas a mulher nem com a pétala de uma rosa”. A
Maçonaria reforça este ditado ainda mais: e nunca firas a mulher com um lampejo de
pensamento. Seja ela moça ou idosa, formosa ou feia, má ou bondosa, delicada ou áspera,
sabe ser sempre o segredo do Grande Arquiteto do Universo. É a incansável colaboradora
de Deus no seio da humanidade. À margem de todas as filosofias está a vida. E a
perpetuação da vida foi confiada pelo ser dos seres: à mulher.
O nível de igualdade em que a Maçonaria coloca o homem e a mulher, destinando a cada
um o par de luvas brancas cimenta a certeza dos nobres exemplos transportados aos seus
obreiros cônscios das responsabilidades assumidas perante as assembléias de maçons que o
recepcionaram.
Tais luvas são símbolos da admissão dos recém-iniciados como caráter evidente da
pureza das intenções que deve observar sempre o maçom em suas ações. Portanto, receben-
do-as, ele deve cuidar com toda atenção para não manchá-las como egoísmo e com a
subserviência às paixões que embrutecem o homem.

23- As Ordens Arquitetônicas.

As ordens arquitetônicas foram descritas por Vitrúvio (Marcus Vitruvius Polo) arquiteto
e engenheiro romano que viveu um século antes da nossa era.

Durante séculos as instruções detalhadas contidas nos “Dez Livros de Arquitetura“ foram
seguidas mais ou menos fielmente e usadas em toda a extensão de tempo do Império
Romano.
Após a queda desse Império, as formas bárbaras de arquitetura foram introduzidas e as
instruções canônicas de Vitrúvio foram ignoradas ou deturpadas.
Os Dez Livros de Arquitetura escritos por Vitrúvio, são um computo completo da
arquitetura, desde a educação inicial do arquiteto, passando pelos princípios fundamentais
da arte, da localização geomântica dos templos e das cidades, das casas para moradia, dos
materiais, das formas de arquitetura, até a pintura, a maquinária e as artes militares.
Vitrúvio afirma que quando se consegue a comodulação perfeita, ou seja, a ligação de
todos os elementos arquitetônicos com o todo, por meio de um sistema de proporção,
consegue-se a “Eurritmia” que consiste na beleza e conveniência no ajustamento das partes.
Determina que a “simetria”, é a concordância justa entre as partes da própria obra e a
relação entre os diferentes elementos e todo o esquema geral.
Vitrúvio também demonstra a harmonia simétrica que existe entre o antebraço, o pé, a
palma, o dedo e as outras partes menores do corpo humano.
Compara essas partes às partes de um edifício, continuando a antiga tradição do edifício
sagrado visto em termos do corpo de um homem, em termos do microcosmo.
Deve-se agradecer a Vitrúvio o fato de ter sido ele quem preservou em seus escritos
essas formas arquitetônicas, em especial as da arquitetura grega, no que diz respeito às
“colunas" das ordens Dórica, Corintia, Jôníca, Compósita e Toscana.

A ordem Dórica era em honra de Minerva, Marte e Hércules.

A ordem Corintia para honrar Vênus, Proserpina, Flora, para Água da Fonte e para as
Ninfas.
E a ordem Jônica para Juno, Diana, Baco e outros deuses.
As ordens Compósita e Toscana são mais simples que a Dórica e em Maçonaria elas não
estão incluídas em nossos estudos.
Cumpre esclarecer que a Dórica provem de Dorus, filho de Hellen rei de Achaia e do
Peloponésio, caracterizando a Coluna Dórica pela falta de base.
A Coluna Jónica caracteriza-se pelo seu capitel com um duplo enrolamento, chamada
voluta e apresenta em seu fuste 24 meias canas, separadas por filetes, não formando canto
vivo, como acontece na Dórica.
A Coluna Corintia, tida como a mais bela, o fuste é liso ou canelado e o seu capitel imita
um cestão de folhas de acanto. Ela foi criada pelo escultor Calímaco de Corinto, advindo
dai o seu nome.
Se considerarmos a altura, o diâmetro, o fuste, o capitel e o estilo de cada coluna,
poderemos tirar grandes conclusões em relação à Beleza, Força e Sabedoria.
24- As Três Viagens Simbólicas.
Quando alguém ingressava nos Mistérios Menores, na Grécia ou Egito, se considerava
que o primeiro e mais importante ensino que ele havia de receber, era a verdade acerca das
condições depois da morte, pois tinham em conta que o homem pode morrer a qualquer
instante e, portanto, deve possuir tal conhecimento. Presentemente prosseguimos com a
mesma prática, e as três viagens simbólicas constituem a parte principal desse ensino.
O candidato tem de passar por três pórticos ou portais. São invisíveis aos olhos do corpo
físico, mas perfeitamente reais porque estão construídos com o pensamento.
O primeiro portal como já dissemos, é um emblema da morte ou seja, a passagem do
mundo físico para a nova etapa de vida no subplano inferior do mundo
astral - O candidato entra às cegas no mundo astral, mas nota
o toque de um amigo que lhe toma pela mão ou o braço, e o guia pelo caminho, este
amigo é o Seg.’. Diac.’. que, simboliza o principio astral ou emocional da constituição
humana.
Ao dar a primeira volta na Loja, ou a primeira viagem simbólica, sente-se o candidato
rodeado por horríveis ruídos, entre eles o retinir de cadeiras e de espadas, que revelam a
barafunda e confusão dominantes no subplano inferior do mundo astral, onde se reúnem
depois da morte os escravos da sensualidade, do temor, do ódio, da malícia e da vingança.
Depois o Seg.’. V.’. explica que esta viagem é um débil simulacro das provas por que o
candidato havia de passar nos antigos Mistérios, quando era conduzido pelas tenebrosas
cavernas, símbolo do mundo astral inferior, entre tumultuosos ruídos e rodeado de perigos
que não podia compreender. Não é provável que a maioria dos que ingressam na Ordem
maçônica, tenha de passar depois da morte pelo subplano inferior do mundo astral; mas se
tal lhes acontecer, estarão preparados para suportar a prova, tranqüilamente e sem temor.
Quando o candidato se aproxima do lugar do Seg.’. Vig.’., chega ao segundo portal, e é
ali apresentado aos elementos da terra e da água, pertencentes à região onde
simbolicamente acaba de chegar, a qual pode considerar-se constituída pelos subplanos só-
lido e líquido do mundo astral. Primeiro o candidato se volta para o norte e faz uma
apropriada oferenda aos elementais da terra; e depois se volta para o sul, para faze-la aos
elementais da água.
Estes elementais não são as mesmas criaturas que intervieram na construção do templo;
mas estão completamente sob a obediência de seu chefe, que por sua vez obedece ao Seg.’.
Vig.’. como guardião do segundo portal. Pertencem à espécie dos que às vezes são
chamados espíritos da natureza, que rodeiam e reconhecem daí em diante o indivíduo que
lhes foi apresentado. Após esta cerimônia se o candidato se achar em qualquer classe de
perigo não físico, ou na presença de uma influência maligna, poderá atrair para o redor de si
um corpo de guardas constituído destes, mercê da fraternidade que acaba de estabelecer
com eles.
O Seg.’. Vig.’. está sentado em seu posto, que por assim dizer se acha dentro da
espessura do muro desse portal. À direita do portal estão agrupados os elementais da terra,
e à esquerda os da água, à maneira de astutos duendes dispostos a impedir com prazer à
intrusão em seus domínios até que o candidato lhes seja formalmente apresentado e lhes
demonstre suas amistosas intenções por meio de uma oferenda formal.
O discernimento entre o superior e o inferior, entre o real e o irreal, capacitou o
candidato a passar são e salvo pelas regiões ou subplanos inferiores do mundo astral. Ao
pedir o Seg.’. Diac.’. passagem para o seu recomendado, diz aos elementais que se trata de
um cego mortal sedento de imortalidade. A passagem pelas regiões dos elementais em sua
peregrinação para os planos superiores predispõe o candidato a entregar tudo quanto lhe
pertence, isto é, toda a matéria pertencente àqueles níveis: a terra a terra e a água a água.
Depois da morte devem permanecer nesta região todos aqueles que se apegam ao grau
inferior da existência emocional, que se incorpora a esta categoria de matéria. Somente
quando tiverem se purificado através dos sofrimentos, e estiverem prontos a abandonar suas
baixas emoções, poderão alijar esta matéria de seus corpos astrais e passar para as zonas
superiores do plano astral. O candidato não permanecerá ali, porque o discernimento lhe
ensinou que há algo melhor. Daí em diante ele será reconhecido como um dos Irmãos de
luz e imortalidade e não em estado de trevas como os que se acham em níveis inferiores.
A segunda viagem simbólica é análoga à primeira, com a diferença de que os ruídos são
suaves e não estrepitosos. O candidato está ainda no mundo astral, mas na parte interme-
diária, muito mais fina e sutil que a que acaba de atravessar. Esta última é a região das
cegas paixões: e aquela, a das comuns emoções humanas. Os desejos que apegam o homem
à matéria desta região intermediária não são de modo algum repreensíveis, mas não
favorecem o progresso. Todos os prazeres do corpo, que não sejam grosseiros, constróem
aqui seu alojamento para morada das almas dos mortos, até que abandonem tais prazeres e
estejam dispostos a seguir adiante.
O candidato chega ao terceiro portal, situado junto ao lugar do Prim.’. Vig.’., que é o seu
guardião. Ali, de face para o Oriente, o apresentam aos elementais do ar, que guardam o
lado direito do portal, e de face para Ocidente, aos elementais do fogo, que guardam o lado
esquerdo.
A carência de desejos é a qualidade que pode capacitar o candidato a passar através de
engodos desta região, pelo que uma vez mais entrega aos elementais o que desta região
possui. E passa adiante, já amigo deles, que estarão sempre prontos a lhe emprestar seus
tesouros, porque sabem que é um Irmão da luz e que não os guardará para si mesmo, mas
lhes dará boa aplicação e lhes devolverá oportunamente.
O Prim.’. Vig.’. explica que nos antigos Mistérios, quando nesta terceira viagem o
candidato saía das tenebrosas cavernas, entrava numa região de silêncio, símbolo dos
subplanos superiores do mundo astral, onde não podem penetrar os sonhos ásperos, gros-
seiros, conquanto haja ainda ali alguma desarmonia entre as almas.
Não é incongruente considerar a vida no plano astral depois da morte como uma viagem
ou série de viagens. A pessoa “morta” experimenta uma sucessão de bem assinaladas
mudanças, à medida que seu corpo astral se vai subtizando pela eliminação das partículas
de matéria grosseira. Durante a vida física, as emoções do homem atuaram como imãs que
atraíram para o corpo astral matéria grosseira dos subplanos inferiores deste plano, quando
eram baixas, e matéria fina e sutil dos subplanos superiores do mesmo plano, quando eram
elevadas. Após a morte, o homem tem de permanecer sucessivamente em cada um de tais
subplanos, até haver eliminado de seu corpo astral a matéria peculiar do subplano
correspondente. O maçom que conhece o significado das viagens simbólicas está
preparado, depois da morte, para vencer suas emoções baixas e libertar-se prontamente da
matéria grosseira a fim de passar o quanto antes para o mundo celeste.
A terceira viagem simbólica se efetua sob completo silêncio, O qual figura a parte
superior do mundo astral, contígua ao mundo celeste. Ao terminar a terceira viagem, o V.’.
M.’. explica ao candidato que o morto cujas experiências ele reproduziu, havia naquela
etapa atingido os umbrais do mundo celeste, onde o silêncio perfeito lhe acalma os
fatigados sentidos e o envolve numa tranqüila e inefável paz. Atrás de si ficou o mundo
inferior; diante dele estão as alegrias do céu, e no espaço intermediário reina o silêncio. Tal
era e é a sua experiência nos verdadeiros Mistérios. Era simbolizada pelo silêncio absoluto
nos Mistérios do Egito e Grécia; na Maçonaria é recordada no silêncio da terceira viagem
simbólica.
Neste ponto terminaram as viagens. Na cerimônia não mais se mencionam portais nem
elementais, ainda que em conjunto haja sete ordens e alguns povos antigos os tenham
reconhecido em seu culto, reverenciando os Devas do Norte, Sul, Este, Oeste, Zênite, Nadir
e o centro de todos. Por esta ocasião não vai o candidato mais além dessa região do plano
astral. Foi apenas introduzido num mundo que haverá de visitar muitas vezes antes de
poder percorrê-lo facilmente, e viver e atuar ali com perfeito desembaraço.
Nesta etapa de seu progresso ele simboliza o discípulo na senda probatória, e deve
exercitar as três qualidades de discernimento, ausência de desejos, boa conduta ou
autodomínio, que o livrarão do plano emocional, como se livrou do plano físico antes de
entrar na Loja.
Com o tempo e mediante a prática dessas três virtudes, o candidato será capaz de
percorrer todo o plano astral a vontade, porque o discernimento lhe conferirá poder mental;
a ausência de desejos, o poder emocional, e a boa conduta, o poder volitivo. De sorte que
não haverá necessidade de cerimônia alguma para que o candidato passe sem obstáculo
através da parte superior do plano astral, porque ali tudo responde instantânea e
obedientemente à vontade do homem iluminado. Facilmente se reconhecem ali os Irmãos
da Luz.
Esta parte do ritual deriva principalmente dos graus simbólicos ou genuínos do Antigo e
Aceito Rito Escocês, mas não vigora nos trabalhos da Grande Loja da Inglaterra. O ritual
escocês, que se pratica nas Lojas que trabalham sob os auspícios do Supremo Conselho da
França, prescreve as três viagens simbólicas, com ruídos e estrépidos de espadas na
primeira viagem; com um “cliquetis d’armes blanches” (tinido de armas brancas) na
segunda, e perfeito silêncio na terceira, mas não há invocação dos elementais, embora se
comparem as viagens às antigas provas por terra, fogo e água.
Na Maçonaria da Inglaterra não entravam espadas na Loja, e na época em que todo
cavaleiro cingia a espada, deixava-a fora do templo; mas a Comaçonaria as emprega na
Loja, como poderosos instrumentos de amor na magia prática do ritual.

Bibliografia: A vida oculta na Maçonaria(C. W. Leadbeater)

25- As Viagens.

A viagem do neófito significa o esforço que faz um homem para adquirir seu objetivo.
Na cerimônia do primeiro grau deve o candidato realizar três viagens: a primeira está
cheia de dificuldades e apresenta-se com muitos perigos e rumores.
Representa a prova da água ou domínio do corpo de desejos ou sua purificação. O guia
ou Cristo interior ensina-lhe o bom e o verdadeiro e o candidato deve ser dócil a suas
insinuações e instruções. A direção dessa viagem é de Ocidente para Oriente pelo lado do
Norte. O Ocidente é o mundo sensível e material; é a parte inferior do corpo humano onde
residem os fenômenos objetivos do universo. A Verdadeira Luz nele se acha posta como
quando se põe o Sol. Acha-se velada como Isis e o Iniciado deve desvelá-la por seus
esforços.
A realidade e a Luz nascem no Oriente ou cabeça do homem. É ali que brilha com todo
esplendor.
A viagem começa do Ocidente quer dizer do seu conhecimento objetivo da realidade
exterior. O homem se encaminha pela obscura noite do Norte em busca da Verdadeira Luz
no Oriente. Não devem assustá-lo a escuridão nem as dificuldades que se encontram em seu
caminho para chegar à Luz. Uma vez chegado ao Oriente, mundo da luz, não deve deter-se
ali; ao contrário, deve voltar ao Ocidente com a consciência iluminada que lhe permita
arrostar, com mais serenidade, as dificuldades e preconceitos do mundo, que JS não têm
poder de desviá-lo do caminho porque purificou seu corpo de desejos e dominou suas
paixões com o reconhecimento da verdade. Também tem outro significado: uma vez que o
candidato se acha iluminado, não deve guardar sua iluminação para si; deve instruir e
iluminar os demais que se encontram ainda no Ocidente ou mundo material.
Já se disse que a câmara de reflexões representa a prova da terra ou o domínio do mundo
físico. A primeira viagem é o domínio do mundo de desejos; a segunda representa o triunfo
sobre o corpo mental ou mundo mental.
Esta segunda viagem é mais fácil que a primeira; já não há obstáculos violentos. O
esforço feito na primeira nos ensinou como superar as dificuldades que se encontram no
caminho da evolução, uma vez dominados nossos desejos.
O choque de espadas que se ouve durante essa viagem o emblema das lutas que se travam
em redor do iniciado. É a luta individual consigo mesmo para dominar sua mente
elaboradora dos pensamentos negativos. É o segundo esforço para regrar a vida em
harmonia com os Ideais elevados. É o batismo do ar praticado pelas escolas; é a negação do
negativo; é a preparação para receber o Batismo de Fogo ou do Espírito Santo, ou seja, a
afirmação no positivo.
O Batismo do Ar, objetivo da segunda viagem, é a purificação da mente e da imaginação
de seus erros e defeitos.
A terceira viagem representa o Batismo do Fogo e realiza-se no entanto com mais
facilidade que os precedentes, pois desaparecidos os obstáculos e ruídos, só se ouve uma
música profunda e harmoniosa.
Dominando e purificando a parte negativa de sua natureza causadora de dificuldades,
familiariza-se o iniciado com a energia do fogo, quer dizer, chega a ser consciente do Poder
Infinito do Espírito que se acha em si mesmo. É a descida do Espírito Santo em línguas de
Jogo, que depura todo traço de erros que dominavam a alma.
É a prática do fogo nas antigas iniciaç6es, o elemento mais sutil, de que nascem todas as
coisas e em que todas se dissolvem. E o domínio do mundo do Espírito de vida, cujas
fronteiras tocam o mundo Divino.
A descida do Espírito sobre o iniciado com seu fogo, faz desaparecer as trevas dos
sentidos e com ela toda a dúvida e vacilação, dando-lhe essa Serenidade Imperturbável em
que a alma descansa para sempre ao abrigo de todas as influências tempestades e lutas
externas.
Esse fogo é a essência do Amor infinito, impessoal, livre de todo desejo, impulso pessoal
que dá poder ao Iniciado de operar milagres porque nele se converte em Fé Iluminada e em
força ilimitada por haver ele vingado todos os limites da ilusão.
26- Baterias Sonoras e Luminosas.

Temos participado de reuniões maçônicas em inúmeras Lojas da três Obediências


regulares, em diversos Orientes espalhados pelo Brasil. Infelizmente o desempenho
ritualístico é o mais variado. Não só as circunvoluções, mas também a iluminação do
Templo e dos altares, a colocação do Deita Luminoso e da Estrela Flamejante, o uso das
Espadas e outros procedimentos, dificilmente, coincidem em duas Lojas jurisdicionadas à
mesma Obediência e do mesmo Oriente.
Esta falta de unidade gera confusões e leva muitas Lojas a adotarem instrumentos e
procedimentos estranhos ao seu Rito, embora correta em outros.
Nós nos esforçamos bastante para obter correção e unidade, tratando desses assuntos em
conclaves de VVen.’. MM.’. quando estávamos Grão-Mestre do Grande Oriente do Estado
de Minas Gerais - GOB.
Fizemos alguns progressos. Na nossa administração, através de instruções constantes,
tivemos resultados satisfatórios, mas ainda sentimos o problema. Continuamos o nosso
trabalho, escrevendo artigos referentes às diversas práticas. Neste estamos abordando a
Ritualística das Baterias.
As luminárias colocadas em posições e números especiais nos atos litúrgicos obedecem a
princípios determinados, nos Graus Simbólicos, pelas baterias sonoras. Em assim sendo,
estamos admitindo um caráter místico às luzes ritualísticas.
A Maçonaria é uma Instituição que conserva os usos e costumes mais antigos, por isso as
luzes ritualísticas devem ser de cera pura e não lâmpadas, pois aquelas emitem fogo e esta
não. O fogo deve ser considerado como elo de ligação entre o homem e Deus.
Àqueles que justificam a substituição das velas pelas lâmpadas, calcados na poluição do
ambiente pela combustão, nós contestamos que velas de cera puras de abelhas emitem fogo
de chama clara e pura, sem fuligem.
O número de velas no Ara deve ser três, evocando a Sabedoria, a Força e a Beleza, mas
nos altares do Ven:. M:. e dos IIr.’. VVig.’., devem ser observadas as baterias sonoras dos
diversos Graus. Assim, a Loja trabalhando no Grau de Aprendiz, deve usar três velas, uma
em cada Altar das luzes da Loja em consonância com a bateria sonora 000. Já no Grau de
Comp:., como a bateria sonora é 000-00, então cinco velas: três no Altar de Ven .‘. M.'.,
uma no Altar do 1º Vig.’. e uma no do Seg.'. Vig.'..
A Loja funcionando em Câmara do Meio terá sobre cada um dos Altares três em cada
Altar das Luzes, num total de nove coincidindo com a bateria sonora do Grau 000-000-000.
Quando a Loja funciona em Câmara do Meio há a se distinguir Sessões Especiais,
Sessões por transformações da Loja do Comp .’. e Sessões de Exaltação.
Nas Sessões por transformação da Loja de Comp.’. para Câmara do Meio, o Respeitab.'.
solicita ao Ven:. M:. de CCer .'. que faça os CComp.'. cobrirem o Templo, definitiva ou
temporariamente, e, com um só golpe de Malhete, abre a Loja no Grau de M.’. M:.,
convidando o Ven.'. Ir:. Oradora abrir o L.’. L.’. nos versículos apropriados, com a
Ritualística do Grau, e em seguida completam-se as velas dos altares. Segue-se o assunto
que motivou a transformação. O encerramento poderá ser no Grau de M.’. se os CComp.'.
cobriram o Templo definitivamente, ou, em caso contrário, por um só golpe de Malhete,
com o Ven .’. Ir.'. Orador mudando as posições do Compasso e Esquadro, após abrir o L:.
L:. nos versículos apropriados ao Grau de Comp.’., Quatro velas deverão ser apagadas,
duas em cada altar dos VVig.’..
Nas Sessões Especiais (Finanças, Instrução, etc.) a decoração da Câmara é feita por nove
velas em grupo de três em cada Altar, no Or.'., Meio-Dia e Ocidente.
Nas Sessões de Exaltação, o Respeitab.'. ao invocar o auxilio do G.’. A.’. D.'. U.'.
determina apenas o acendimento da velas do Ara. As velas dos Altares do Respeitab.’. e
dos Respeit.'. MM.’. serão acesas, pelo Ven.’. lrm.'. M.’. de CCer:., no momento em que
Jubelum mata o M.’. Hiram.
Descrevemos, como puderam perceber, o procedimento ritualístico no R.’. E.’. A.’. A.’.
Os números 3, 5 e 9 são, respectivamente, os números do Apr.'., do Comp.'. e do M.'.
M.’..

27- Câmara de Reflexões.

Toda Loja deve ter um local especial chamado câmara de reflexões.


Na Câmara de Reflexões onde o neófito fez o vosso Testamento, representa um
subterrâneo, onde esteve na escuridão e no silêncio, como um encarcerado numa masmorra.
Simboliza a primeira prova, a da TERRA. Os antigos admitiam a existência de quatro
elementos: a TERRA, o AR, a ÁGUA e o FOGO, havendo, para cada um deles, uma prova
iniciática.
Todo homem, ao fechar os olhos, se acha em sua câmara de reflexão, com asilo e trevas,
a qual representa o período das trevas da matéria física que rodeia a alma para completa
maturação sua.
A câmara escura da reflexão é o símbolo do estado de consciência do profano que anda
nas trevas e, por isso, nela se encontram os emblemas da morte e uma lâmpada sepulcral.
Nesse local, pintado de preto, figurando catacumba, cercado dos símbolos de destruição
e de morte, coloca-se um tamborete e uma mesa coberta com tapete branco, sobre o qual
uma caveira (morte), algumas migalhas de pão (insignificância que procuram obter os cinco
sentidos), um prato de cinza (o fim da matéria), um relógio dágua/ampulheta (o corredor do
tempo que tudo envolve); um galo (o dever de ser vigilante e alerta); um tinteiro, penas e
algumas folhas de papel para escrever seu testamento, cujo significado será dito alhures
(noutro lugar).
O recinto acha-se iluminado pela débil luz que expande a lâmpada sepulcral (lâmpada
dos conhecimentos físicos adquiridos pela mente carnal); num dos ângulos vê-se um ataúde
junto a uma fossa aberta, ou um hipogeu também aberto numa das paredes, deixando ver
um cadáver amortalhado (como deve o iniciado contemplar seu corpo físico). A câmara de
reflexões significa aquela crise, aquela luta entre o corpo de seus desejos com o espírito e
seus ideais; essa negra e escura câmara é o mesmo corpo que serve de prisão, de tumba e
ataúde ao verdadeiro Ser Interior. Por esse motivo, perto dos emblemas da morte se acham
também certas inscrições nas paredes, cujo objetivo é levantar as energias e desenvolver
vontade do neófito.
Ao ingressar nessa câmara, tem o candidato de despojar-se dos metais, tem de volver ao
seu estado de pobreza edênica, a desnudez adâmica antes de cobrir-se com a pele de todas
aquelas aquisições que até então lhe foram úteis para chegar a seu estado atual e que são
obstáculos para tornar ao seu primitivo estado. Deve afastar todo desejo, ambição, cobiça
dos valores externos para conhecer-se a si mesmo; então, em seu interior, achará os
verdadeiros valores espirituais. Dinheiro, bens, ciências são vaidades ante o conhecimento
de si mesmo.
O candidato deve estar livre e despojado dos metais: qualidades inferiores, vícios,
paixões do seu intelecto, de suas crenças e preconceitos; deve aprender a pensar por si
mesmo e tio seguir, como cego, o conhecimento e crenças dos outros. Por último, a câmara
de reflexão significa o isolamento do mundo exterior para poder concentrar-se no estado
Intimo, no mundo interior aonde devem ser rígidos nossos esforços para chegar à
Realidade. É o Conhece-te a ti mesmo dos iniciados gregos. É a fórmula hermética que diz:
“Visita o interior da terra; retificando encontrarás a pedra escondida”. Quer dizer: desce is
profundezas do ser e encontraras a pedra filosofal que constitui o segredo dos sábios.
Assim como os ossos e imagens da morte que se acham nas paredes da câmara indicam a
morte simbólica do neófito para renascer no mundo do espírito e indica a morte aparente da
verdade no mundo externo; assim também as inscrições que revestem as paredes do quarto
indicam os conselhos do Ser interno que têm por mira guiar o homem à verdade e ao poder.
Essas inscrições são várias. Citaremos algumas:

“Se te traz aqui a mera curiosidade, vai-te”.


“Se prestas homenagem às distinções humanas, vai-te, porque aqui não se conhecem”.
“Se temes que te lance em rosto alguém os teus defeitos, não prossigas”.
“Espera e crê. Porque entrever e compreender o infinito, é caminhar para a perfeição”.
“Ama os bons; compadece-te dos maus e ajuda-os; foge dos embusteiros e a ninguém
ouças”.
“O homem mais perfeito é aquele que é mais útil a seus irmãos”.
“Não julgues levianamente as ações dos homens; elogia pouco, adula menos. Não
censures nem critiques nunca”.
“Lê e aproveita; olha e imita; reflete e trabalha; procura ser útil a teus irmãos e
trabalharás para ti mesmo”.
“Pensa sempre que do pó saíste e em pó te converterás”.
“Nasceste para morrer”, etc. etc.

Nessa Câmara encontramos sempre a palavra VITRIOL, formada com as iniciais de uma
frase e, às vezes, em lugar desse anagrama, a própria frase, ou seja, a fórmula hermética
que ele representa: “VISITA INTERIORA TERRAE RECTIFICANDO INVENIES
OCCULTUM LAPIDEM”, que se traduz por “Visita o interior da Terra, rectificando
acharás a pedra oculta”. Vários autores têm desenvolvido a recomendação do preceito posto
aos olhos do que vai ser iniciado. J. Boucher entende que a inscrição constitui um convite à
pesquisa do EGO (do EU) profundo, ou seja da própria alma, no silêncio e na meditação,
para achar a centelha divina (o Cristo Interno) existente no âmago de cada um.
Todos esses conselhos na câmara de reflexões e as demais figuras tétricas nos mostram
que dentro do homem se acham a morte e a vida, a dor e a ventura, o engano e a
iluminação. Se os cinco sentidos oferecem a morte, o espírito dá a vida eterna.

28- Carma, Reencarnação e Iniciação.

Existem duas grandes leis cósmicas; a do carma e da reencarnação.


O início de um processo de reencarnação, tal como existe atualmente, pode de início ser
falado quando o Ego está sendo incorporado à Terra, isto é, do meio da época Lemuriana
até o meio da Atlântida. Para o animal, cujo Ego é uma alma-grupo, não há até hoje
reencarnação alguma. A conexão entre uma espécie animal e o ego que lhe pertence é
encontrada no mundo astral. Para a alma-grupo de leões, por exemplo, a morte de um leão
aqui no plano físico, significa tanto quanto significa para você, cortar uma unha. Um leão é
inicialmente uma estrutura astral, estendendo-se como uma parte integrante da alma-grupo;
ele desce ao plano físico, torna-se denso (materializa-se) e no momento da morte do leão
individual, esta astralidade volta novamente para o plano astral. A alma-grupo encolhe-se
novamente para o plano astral. A alma-grupo encolhe-se novamente com um membro. Na
luz Velha a alma humana submetia-se ao mesmo processo. A alma humana foi então um
membro da sua alma-grupo e retornava a ela. A alma, como a Bíblia a coloca, está abrigada
no peito do Pai Abraão.
A reencarnação e o carma, primeiro começaram a ter significado durante a época
Lemuriana e com o tempo cessará de ter o significado. O homem, então, entrará
permanentemente em um mundo espiritual, no qual ele continuará a ser ativo. Quando, por
exemplo, o homem teve desenvolvido o impulso de fraternidade em si mesmo, o
conhecimento das raças cessará, tornar-se-á superado. Na sexta época cultural, os seres
humanos já entenderão melhor como organizar suas vidas; conceitos de raça não terão mais
validade. Os homens não mais ordenarão suas vidas de acordo com considerações externas,
físicas mas, sobretudo, sobre bases espirituais. Na sétima época cultural, que refletirá a da
Índia antiga, haverá mais uma vez, a distribuição em castas, porém uma distribuição
voluntária. Modificações no processo de evolução têm lugar constantemente. Assim, o
progresso continuo está garantido. Na época Atlântida, a época média de evolução de nossa
Terra, o fato significativo que ocorreu é caracterizado atualniente pela penetração completa
do Ego no como físico do homem. O processo começou no meio da época Lemuriana após
a saída da Lua da Terra. A humanidade continuou a evoluir e quando o conceito de
fraternidade encontrar realização prática na Terra as raças serão postas de lado. O carma
também será, então, superado.
O que é a lei do Carma? É o principio de fazer bem em uma encarnação subseqüente, o
que foi repreensível em uma precedente. Deve-se diferenciar entre o carma que produz seus
efeitos internamente daquele que o produz externamente. O carma que atua internamente
está conectado com a formação do caráter, dos talentos e dos hábitos. O carma que se
manifesta de uma maneira mais externa toma a forma das condições de vida, nas quais o
homem está colocado, tais como família, nacionalidade e assim por diante.
Agora consideremos mais minuciosamente como o carma opera na vida física. Por
exemplo, o que aparece em uma vida como anseio ou impulso, desejo e ideação, emerge na
próxima vida ou numa das subseqüentes, como hábito. De bons hábitos, um como físico de
alta qualidade, bem formado, virá à existência na próxima reencarnação. Um mau hábito
faz seu aparecimento em uma outra vida, na forma de uma doença ou como uma tendência
à enfermidade. Portanto, as causas das enfermidades devem ser buscadas nas inclinações e
nos hábitos de uma vida anterior. O destino atual de uma pessoa é, por outro lado, o
resultado de suas ações passadas. Uma pessoa que irradia muito amor em unia vida estará
na aproxima apta a permanecer jovem, tanto interna quanto externamente, por um longo
tempo. Uma pessoa que acalenta muitos sentimentos de ódio em uma vida, envelhecerá
prematuramente em outra. Pessoas que se abandonam a uma vida vulgar, indolente, que se
abstém de todas as formas de espiritualidade privam-se de algo para sua vida subseqüente,
que será difícil para elas recuperarem.
Agora me permitam acrescentar algumas palavras sobre o assunto da Iniciação. Em todas
as épocas, os líderes da humanidade aproximavam-se de sua origem. Os grandes seres que
presidiram os Mistérios, aos quais chamamos Mestres, conduziram e guiaram a
humanidade. A fim de entender isto melhor, consideremos o princípio da iniciação.
A bem da verdade, só é possível falar de uma iniciação acessível aos seres humanos a
partir da época da catástrofe Atlântida, porque o processo da iniciação também estava
sujeito a desenvolvimento e mudança, de acordo com as necessidades dos seres humanos.
Isto é verdadeiro não somente em seu aspecto externo.
Por que o homem, enquanto dorme, está inconsciente de impressões sensoriais, embora
esteja envolvido por um mundo material? E porque durante o sono seu intelecto
praticamente não está funcionando. O corpo físico e o etérico de um homem adormecido
permanecem na cama; seu corpo astral e seu ego emergem e ficam no mundo espiritual.
Porém, por que é que ele nada percebe do mundo espiritual que está a circundá-lo e no qual
seu corpo astral e seu ego entram durante a noite? É porque o veículo astral do ser humano
comum, que abandona o veículo físico durante o sono à noite, não possui órgãos sensoriais
astrais. Daí ser impossível para ele perceber qualquer coisa no mundo astral.
Através da iniciação ou treinamento espiritual, a massa astral caótica, que é o corpo
astral do indivíduo comum, está organizada de tal forma que ela gradual mente começa a
desenvolver órgãos e pode então ter percepções durante o sono. Na vida normal, o homem
não está ainda apto a formar órgãos em seu corpo astral. Para se tornar capaz disto, a
energia em sua vida interna deve ser essencialmente fortalecida. Isto é, alcançado através
de exercícios definidos de meditação, concentração e outros tipos. Em seus sentimentos e
em sua vida de pensamento, o discípulo deve proporcionar a si mesmo certos quadros
mentais, escolhendo temas que só ligeiramente, ou cm nada, correspondam a situações
reais. Quadros mentais que representam objetos do mundo externo não são adequados para
desenvolver órgãos no corpo astral. Porém, visualizar uma figura, por exemplo, como a
Rosa-Cruz, a cruz escura com sete rosas vermelhas e se ele pratica o exercício com o vigor
necessário e paciência, experimentará algo através da prática, de acordo com o seu grau de
desenvolvimento. Transformará seu corpo astral, por esse meio, gerando órgãos nele. Estes
quadros mentais não devem ser abstrações; devem estar envolvidos os sentimentos
adequados e as experiências perceptivas. Somente então os resultados desejados serão
alcançados.
Há três tipos diferentes de Iniciação; todos porém conduzem ao mesmo tempo objetivo.
Há três caminhos; a escolha de um deles depende da individualidade de cada um. Uma
iniciação é a sabedoria. Ela é o caminho adequado para o treinamento indiano e oriental.
Ele está repleto de grandes perigos para os corpos europeus e ocidentais, e não é, portanto,
o indicado.
A segunda Iniciação está baseada na vida de sentimento; é fundamentalmente o caminho
Cristão. Somente poucos indivíduos podem, contudo, trilhar este caminho, porque ele exige
um forte poder de devoção e de piedade. O terceiro caminho de Iniciação é o treinamento
Rosa-Cruz, o caminho da Iniciação do pensamento e da vontade. Ele propicia a união com
as forças dos outros caminhos iniciáticos. O objetivo final está definido no que diz respeito
a cada Iniciação, porém, no curso da evolução ele deve ser ajustado de acordo com as
necessidades correntes das almas e com as possibilidades oferecidas pelo corpo humano.
O discípulo da Iniciação Antiga era conduzido para o interior de um túmulo, por três dias
e meio, e era como se estivesse morto. Seus corpos etérico e astral ficavam fora de seu
corpo físico, no mundo espiritual. O hierofante observa o processo e chamava o neófito de
volta à vida. Após seu despertar ele era uma testemunha do mundo espiritual. Tal era o
esquema de Iniciação Antiga; hoje aquele processo não e mais necessário. As Iniciações
Cristã e Rosa-Cruz têm efeitos tão poderosos que o ser humano submetido a elas pode atin-
gir aquilo que, através da Iniciação Antiga, era levado a efeito pela saída dos veículos mais
elevados que se afastavam do corpo físico.
As impressões do mundo espiritual agora são impressas nos veículos astral e etérico, sem
indução de letargia durante três dias e meio.
A Iniciação Moderna, se assim se pode chamá-la, uma vez que a purificação ou catarse
do corpo astral foi conseguida, propicia efeitos que conduzem à genuína visão espiritual e
conhecimento do mundo espiritual, baseados em experiência real. As impressões recebidas
pela alma no mundo espiritual são, então, registradas nos corpos astral e etérico. Isto é,
aquilo que denominados Iluminação do decorrer do desenvolvimento oculto.

29- Como deve ser a Fraternidade.

Fala-se muito de fraternidade entre os maçons, como entre os membros de outras


sociedades que a sustentam entre seus objetivos; mas, se do campo da palavra e da pura
teoria, dirigimos nosso olhar à prática da vida diária, vemos como a efetiva realização da
fraternidade deixa muito a desejar, e esta é a causa da desilusão e perda total da confiança
de muitos na veracidade deste ideal.

E, entretanto, nunca podemos esperar uma realização de fraternidade diferente do


entendimento particular de cada um. Em outras palavras, não é suficiente ser chamado
maçom ou ser membro de outra fraternidade para que os demais se sintam no direito de
exigir uma manifestação de fraternidade em todos os campos da vida, conforme os seus
ideais particulares.

O amor é dado, mas nunca pode ser exigido: o mesmo deve ser dito da fraternidade, que
não pode ser senão uma manifestação do amor. Nenhuma verdadeira e sincera manifestação
de fraternidade pode obter-se a não ser quando verdadeiramente a sentimos e realizamos
interiormente: um maçom tornar-se-á verdadeiro maçom e irmão conforme sinta em si
mesmo o Ideal Maçônico e possa se reconhecer como irmão dos demais.

Quando se progride no Caminho da Vida (do qual a Maçonaria nos oferece em suas
cerimônias uma maravilhosa interpretação) e se aproxima do reconhecimento (que não é
unicamente o frio conceito ou percepção intelectual, mas à direita consciência e
sentimento) da realidade do Princípio Único de tudo, sente-se então, interiormente e de uma
forma sempre mais clara, sua íntima união e solidariedade com toda a manifestação da
Vida, e desta íntima consciência e sentimento, uma verdadeira compreensão e realização da
fraternidade será a conseqüência espontânea e natural.

Que cada um, pois se eleve, à sua maneira, e conforme lhe for possível, sobre seu
egoísmo e sua ignorância, e que reconheça sua verdadeira natureza, manifestação do
Princípio da Vida que vive em todos os seres (e que tem recebido na Maçonaria o nome de
Grande Arquiteto), reconhecendo assim seus deveres, ou seja, sua relação com o próprio
Princípio da Vida, consigo mesmo e com seus semelhantes. Este é o caminho por meio do
qual a Maçonaria ensina a fraternidade e busca sua mais prática e efetiva realização.

Esta fraternidade será primeiramente entre irmãos, pois só os que a entendem e se


reconhecem como irmãos podem realizá-la; mas, como o Amor não pode Ter nenhum
limite verdadeiro, e não existe condição ou estado em que não possa manifestar-se, não há
ser ou manifestação de Vida Universal quem não possa ou deva estender-se. Esta é a
Fraternidade dos Iniciados e dos verdadeiros Mestres.

Busquemos, pois, o Princípio Supremo e básico de tudo, reconheçamos a Verdade da


Unidade da Vida e da íntima indivisibilidade de todos os seres: na proporção em que
efetivamente cheguemos a este conhecimento, chegaremos, também, a reconhecer e realizar
a verdadeira Fraternidade Maçônica, e esta cessará de ser uma vã utopia e um ideal abstrato
fora das possibilidades humanas. Assim se realiza o Grande Mandamento do qual nos
falava Jesus, cuja segunda parte, "ama a teu próximo como a ti mesmo", é o corolário
natural da primeira: “ama a Deus (o Princípio ou Realidade da Vida) com todas as tuas
forças, com toda tua alma e com todos teus pensamentos”.

30- Como Lapidar a Pedra Bruta.

Compete ao Aprendiz Maçom o trabalho de desbastar a PEDRA BRUTA, isto é,


libertar-se dos defeitos e paixões, para poder concorrer à construção moral da humanidade,
que é a verdadeira obra Maçônica. Uma obra universal, que começa no grupo, na pólis, na
Pátria, mas que busca universalizar-se, porque os preceitos Maçônicos, são atemporais e
independem da região ou País. São preceitos simbolicamente apresentados que foram os
das associações secretas na antiguidade egípcia, são preceitos de verdade que os antigos
também possuíam e que, ao longo da historia, coube a pouco saber.
Não é sem razão que um dos maiores poetas brasileiros de todos os tempos — CARLOS
DRUMMOND DE ANDRADE — no seu poema “O HOMEM e as suas viagens”, afirma
que o ser humano pela sua inteligência e poder, querendo saber a verdade, conquistou a lua,
há que conquistar Marte, Vênus, todos os sistemas solares, galáxias e depois de conquistar
todo o Universo, sentirá que tudo não valeu de nada visto que não era isso que ele queria de
fato saber. Mas somente ai estará mais fácil de todas: a Grande viagem. A tarefa de
conhecer seu próprio intimo, sua própria essência e ironicamente, no fim, ele estará de volta
ao começo de tudo.
Pois bem, a primeira instrução diz exatamente isso. Fala desta viagem. E talvez seja a
Maçonaria a única instituição que habilitará queimar etapas especiais, as quais aludiu o
poeta e que os homens profanos julgam ser imprescindíveis realizar e vencer.
A simbologia da Régua, do Maço, do Cinzel, nos prova que a Maçonaria estava naquele
princípio dos tempos, junto da verdade e que a verdade de então, esta aqui agora, como
sempre haverá de estar. Portanto, lapidar a PEDRA BRUTA e adentrar no intimo de cada
um de nós mesmo. É buscar dentro de nossa alma a centelha viva do GRANDE ARQUITE-
TO DO UNIVERSO que habita nosso ser. Uma centelha divina e perfeita que o mundo
profano esconde com vício, egoísmo, apegos à materialidade e que somente com muito
esforço, com a iniciação e vida maçônica poderemos fazer aflorar definitivamente.
Desbastar a Pedra Bruta e caminhar para o amor fraternal, e ter a força interna para praticar
a solidariedade humana, e ir ao encontro da pureza, da Luz, da verdade, dos três últimos
degraus do trono do templo, e que representam a evolução espiritual de todo Maçom. Mas
antes devemos entender que temos de mostrar a força, o trabalho, a ciência, a virtude,
posturas não tanto espirituais e só apegadas a prática da vida, a práxis do dia a dia, a
verdadeira prática maçônica de vida, a nossa ação para com o próximo e que justifica toda a
moral da própria MAÇONARIA. O Maçom é um ser que age na busca do bem para o
próximo.

Entretanto, antes de tudo, é necessário o aparar


das arestas, é necessários autolapidação e como
tudo aquilo que fere, há de doer, posto que, de
PEDRA BRUTA a Cubo perfeito, haverá muito
gemido para cada malho, mas a tarefa não foi
feita para os fracos, os apáticos e temerosos. O
Maçom não e um covarde, e o Maçom posto que
como tal, meus Irmãos me reconheceram. Por
isso aceito a Régua que mede às 24 horas do dia em que devo ser Maçom, esta mesma
Régua que me mostra a justa medida daquilo que deverei lapidar. Aceito o Maçom que
mostra que e a razão quem coordena as ações de minhas mãos, instrumento de auxílio e de
concretização do pensar e do sentir maçônico.
O CINZEL, que ensina a ser o esforço, lento, mas compensador, e que somente com ele
poderemos furar a PEDRA BRUTA que somos nós, em busca da virtude, da iluminação,
pela inteligência, em busca da purificação da alma. E esta tarefa é do aprendiz e
intransferível, pois é da própria antiguidade oriental que nos vêm à máxima que somente
melhorando a nós mesmos, poderemos melhorar o mundo, os que não se salvam não podem
salvar ninguém.
E finalizando, hoje sabemos porque todos os Irmãos são Aprendizes e que na reunião de
Aprendiz é que se desbasta a PEDRA BRUTA tarefa esta que excede a um salário, é tarefa
para toda a vida maçônica, é tarefa que vai ao encontro da luz do GRANDE ARQUITETO
DO UNIVERSO.
A primeira instrução é o início da viagem para dentro de nós mesmos porque talvez,
dentre os homens que andam pelas ruas deste mundo. O Maçom seja aquela que consegue o
milagre de caminhar para dentro de si mesmo. E mais que isso, dentre muitas coisas que ele
possa ser por definição, o MAÇOM É O HOMEM QUE OLHA PARA DENTRO DE SI
MESMO E COSTA DO QUE VÊ.

31- Decoração de uma Loja Simbólica.

A decoração de uma Loja Simbólica é composta de ORNAMENTOS, PARAMENTOS e


JÓIAS.

ORNAMENTOS - São os seguintes:

a) PAVIMENTO DE MOSAICO: É tomado por quadrados brancos e pretos, dispostos


alternadamente, tem como contorno, a Orla dentada, e na extremidade de seus eixos
principais estão colocados os pontos cardeais: Este (E), Oeste (O), Norte (N), e Sul (S).
O Pavimento de mosaico é considerado local sagrado, sendo que no Templo de Salomão,
representava o TABERNÁCULO, onde foi depositado a Arca da Aliança. Constatamos na
Bíblia, que no Tabernáculo somente tinha ingresso o sumo sacerdote, para fazer suas
Orações e pronunciar a palavra sagrada. Hoje em nossos Templos, apenas o Ir.’. Orador e o
Ven.’. Mestre pode pisá-lo. Este, durante o cerimonial litúrgico de consagração e sagração
do NEÓFITO, aquele. Quando abre e fecha o livro da Lei.

O principal simbolismo do pavimento de mosaico é a DUALIDADE ANTAGÔNICA.


As principais são: DO BEM e DO MAL; ESPIPITUALIDADE e MATERIALIDADE.

b) ORLA DENTADA: esta localizada no contorno do Pavimento de Mosaico é composta


de triângulos EQUILATEROS pretos e brancos, e indica-nos o princípio da atração
universal simbolizada no amor. Os dentes brancos e pretos entravados simbolizam que o
Maçom deve estar UNIDO aos seus irmãos pelo laço indestrutível da FRATERNIDADE.
As borlas, colocadas nos pontos extremas da ORLA DENTADA, lembram as quatro
virtudes:

TEMPERANÇA, JUSTIÇA, CORAGEM e PRUDÊNCIA.

c) CORDA DE 81 NOS: seu maior simbolismo ao nosso ver, esta na realidade simples
que espelha. Ela é confeccionada de fios de fibras frágeis, que, porém, unidos, tornam-se
fortes e indestrutíveis. Que sirva de exemplo para todos os maçons.
O porque dos 81 nós, pode ser explicado da seguinte forma:
O R.'.E.'.A.'.A.'. estabeleceu em seu regulamento em 1762, que o tempo necessário para
que um maçom percorresse toda a escada de sua hierarquia (Do 1º ao 33º) seria de 81
meses.
PARAMENTOS (As grandes luzes da Maçonaria).

a) O LIVRO DA LEI: Regula nossa conduta no lar, no trabalho e na sociedade Inspira-nos a


viver voltados para a pratica do Bem.
No sentido esotérico, quando se abre o L.‘. da L.’. no início dos nossos trabalhos, e se
faz a leitura do versículo apropriado, passa-se a circular em Loja uma corrente de energia
emanada do cosmo, que é receptada pela luz do altar dos juramentos e transmitida
instantaneamente as luzes dos altares do Ven.’. Mestre, e dos Vigilantes. Essa corrente de
energia cósmica é que manterá todo o tempo, o equilíbrio das colunas que sustentam a
nossa Loja.

b) ESQUADRO/COMPASSO: No grau de aprendiz, o esquadro esta colocado sobre o


compasso, cujas pontas dirigem-se para o Ocidente, ao passo que o esquadro têm seus
ramos voltados para o Oriente.
Estando juntos o compasso e o esquadro, representam respectivamente, o CÉU e a
TERRA, o ESPIRITO e a MATÉRIA etc...
O COMPASSO simboliza, o Espírito e o Esquadro a Matéria, por conseguinte, podemos
dizer que no 1º Grau, a Matéria domina o Espírito. Os Ramos do Compasso são voltados do
ORIENTE para o ORIENTE, porque é de lá que emana toda a sabedoria e justiça. E a 45º,
indicando as possibilidade de conhecimento de um M.‘.M.’.

JÓIAS

1) F I X A S: São ditas fixas, por que sempre serão utilizadas pelo mesmo tipo de obreiro,
dependendo do grau que a utiliza. São as seguintes:

PEDRA BRUTA: é uma jóia de utilização do Ap.’. Maç.’., será utilizada apenas pelo Ap.’.
M.’. , e seu simbolismo detalhado está contido na 2ª instrução.
PEDRA POLIDA ou CÚBICA: é uma jóia de utilização do Comp.’. Maçom será utilizada
apenas pelo Comp.’. M.’., e seu simbolismo será conhecido no 2º grau.
PRANCHETA DA LOJA: é uma jóia de utilização restrita do Mestre Maçom, serve para
que ele guarde seus instrumentos de trabalho e seu simbolismo será conhecido no 3º grau.

2) M Ó V E I S: São ditas móveis, por que os obreiros que as utilizam, não serão sempre os
mesmos, e a cada eleição elas passarão as mãos de novos IIr.’., são elas:

I. ESQUADRO: é a jóia do Ven.’. Mestre, e emite a idéia de imparcialidade e


precisão do caráter, visto ser o objeto apropriado para os traços de linhas retas e
perpendiculares.

II. NÍVEL: é a jóia do lº Vig.’. e simboliza a igualdade.

III. PRUMO: é a jóia do 2º Vig.’. e é o símbolo do conhecimento interior, voltado para


o aperfeiçoamento moral.
32- Despojamento dos Metais.

Em todas as escolas herméticas há sempre uma cerimônia com a qual se recebe o


candidato, chamada cerimônia de iniciação, assim sendo, esta cerimônia é um ato muito
significativo, cuja verdadeira importância está oculta sob a verdadeira aparência do véu
exterior.

Esta cerimônia de iniciação não é, e nem pode considerar-se unicamente como material,
nem é a aceitação de uma determinada associação, mas o ingresso a um novo estado de
consciência.

Quando desta cerimônia, o iniciado deve estar livre e despojado dos metais, isto é,
qualidades inferiores, vícios, paixões do seu intelecto, de suas crenças e preconceitos, deve
aprender a pensar por si mesmo e não seguir, como cego, o conhecimento e crenças dos
outros.

O despojamento dos metais simboliza também a pobreza com que Cristo viveu, sem
nenhuma riqueza, somente com a simplicidade fraternal e o amor ao próximo.

Este vínculo entre pobreza e fraternidade está no início da vida maçônica do candidato e
é o primeiro ponto da sabedoria que deve ser interpretada pelo iniciado.

A experiência comprova que a propriedade, a riqueza e o poder são fontes inesgotáveis


de conflitos entre os homens. O mundo é um campo de luta pela riqueza, pelo poder e pela
hegemonia. Os maçons devem evitar aparecer como uma nova espécie de competidores na
corrida à riqueza, ao poder e às honras, procurando constituir sempre uma irmandade
desinteressada, sem inveja e sem desprezo, feita de estima e de confiança.

Só um coração de pobre, isento de qualquer vontade de posse, é capaz de uma relação


com a fraternidade e a igualdade.

A simplicidade de um iniciado, não é a espontaneidade tão natural da criança. Ela é fruto


de uma maturidade espiritual.

O despojamento dos metais é fruto da disponibilidade interior, do despojamento que


deixa inteiramente o iniciado a iniciativa de conduzir suas futuras atitudes pelos caminhos
maçônicos que vir a trilhar.
O iniciado deixa despojar-se de toda a sua vontade própria. Coloca acima de tudo a
comunhão fraterna. Abri-se assim uma qualidade excepcional de relação após a
compreensão desta atitude, transformando a relação fraterna em uma relação transparente,
isenta de todo amor-próprio e de todo ensimesmar-se.

Este deixar dos metais é o ponto essencial da sabedoria, onde o iniciado deixa-se
conduzir pelo caminho da pura simplicidade.

Esta atitude de profunda humildade, pela qual o iniciado se coloca, faz o mesmo atar
laços de amizade com todas as criaturas, e é de uma extrema importância, pois vem reforçar
a fraternidade humana propriamente dita. E esta, com efeito, encontra sua melhor garantia
nesta fraternidade maçônica com atitudes de respeito e de amor para com todo o conjunto
da criação e para com todas as formas de vida, por mais simples que sejam.

O maçom que fraterniza com todas as criaturas, comungando com o amor do Grande
Arquiteto por sua obra inteira, coloca-se ao abrigo da tentação de dominar seus semelhantes
e de violentá-los de alguma forma.

O respeito pela pessoa humana começa pelo respeito pela vida, sob suas humildes
formas. Assim quando nos despojamos dos metais, estamos nos despojando de todas as
inconveniências de uma vida anterior, passando a um renascimento maçônico, postulado de
ensinamentos e atitudes que deverão formar o futuro irmão.

33- Deus, Pátria e Família.

Nesta Ordem de importância, resume toda a Filosofia Maçônica, nelas não residindo
nenhum segredo. A Maçonaria prega, como único ponto doutrinário, a existência de um
ente criador, a quem designa como Grande Arquiteto, que tudo fez, que tudo criou, não
restando as suas criaturas, outro objetivo que não o de revenciar a sua obra.
Nada mais a Maçonaria prega, pois não é uma religião, sendo apenas religiosa. Ainda
mais, determinada que cada um de seus membros pratique a Religião que a sua consciência
lhe determinar.
Podemos observar que em toda à parte da terra, nos mais distantes locais, em nas mais
diferentes datas, esse sentimento pelo divino brotou no intimo do ser humano, e em cada
local os homens o interpretaram a sua maneira.
Surgiram mesmos deuses sanguinários, que exigiam sacrifícios terríveis, mas, temos de
entender que mesmo esses deuses foram emanações da mesma chama sagrada. Esses
deuses não eram sanguinários. Sanguinários foram os homens que os interpretaram.
A emanação sempre foi a mesma, a interpretação é que foi diferente. Cada um de nós
deve, de acordo com a Filosofia Maçônica, viver a deidade de acordo com sua consciência.
Se vivemos de acordo com nossas consciências criamos regras que chamamos de
ordenação moral.
A ordenação moral é variável de acordo com o tempo e espaço.
De acordo com o tempo porque a moral evolui na mesma medida que o ser humano.
Também no espaço, aqui considerado como o local geográfico, faz com que a moral
tenha outras interpretações, pois civilizações que emergiram ao mesmo tempo, em vários
locais tiveram costumes completamente diferentes.
Tempo e espaço tem portanto, influência significativa na formação da moral. Não pode
uma raça ou uma civilização, ou uma religião, submeter uma outra as suas regras.
Essa é uma simplória explicação da primeira parte da Grande Trilogia: Deus sob o ponto
de vista da vida moral.
A segunda parte diz respeito á pátria. Embora a Maçonaria seja Universal e postule pela
Fraternidade, ela ensina, desde os tempos mais antigos, que a preservação do grupo é a
segunda grande regra, intimamente ligada a primeira, pois se temos uma regra e a vivemos,
se sabemos que tem outros povos que têm suas próprias regras e as vivem, temos de nos
organizar para vivermos com justiça e equidade.
É o viver e deixar de viver.
Este é o conceito de pátria, a mãe de todos, que a todos deve igualmente tratar. E
conceito da Justiça Social.
Se temos uma regra de vida moral, se temos regras para vida em grupo, temos
obviamente de nos completar com regras para a célula mater de todo e qualquer povo: a
Família.
Deus pelo universo, pátria pelo grupo e família pelo indivíduo.
Como poderíamos viver Deus, viver Pátria se não vivermos Família?
Em verdade a Família para a Maçonaria é a redução de Deus e Pátria ao cotidiano de
cada um.
Temos de evoluir moralmente para conhecermos a Deus Temos de evoluir politicamente,
não confundir com politicagem, para servirmos a Pátria, mas só conseguiremos esses
objetivos se antes vivermos intensamente a Família.
Temos de fazer com que nossos filhos recebam essa carga de vida moral e de justiça
social para serem melhores cidadãos e almejarem atingir a proximidade de Deus, seja em
que religião estiverem.
Também como chefes de família, temos de viver os ensinamentos de Deus e da Pátria, da
moral e da justiça. Embora os instintos, ainda latentes, muitas vezes nos levem a
inconveniências, ao Maçom não é permitido qualquer ato que traia essa afinidade ideoló-
gica.
Como iniciado, não pode permitir que as suas paixões, os seus instintos o vençam, pois é
sua obrigação fazer sempre novos progressos intelectuais, de modo a bem conviver com a
família.
Há Milênios a Maçonaria pensa assim, embora há Milênios a Maçonaria fosse conhecida
com outros nomes.
Deus, Pátria e Família eis a síntese da Filosofia Maçônica. Caminhando por essa trilha
chegaremos lá.

34- Empunhando a Espada.

De um modo geral, a direita é considerada benéfica e a esquerda maléfica nas figurações


estáticas.
Dexter significa direita em latim, e Sinister esquerda, entre os áugures romanos, o que
ficava à esquerda era desfavorável e de mau agouro, dai veio a palavra sinistro.
O mesmo significado tem os movimentos que vão seja para a direita, seja para a
esquerda.
Com efeito, as circum-ambulações sinistro-cêntricas, na maioria das vezes referem-se a
operações nefastas.
Nos ritos de Magia Negra, diz Victor Henry, a direita cede este lugar para a esquerda, e
se coloca um pé à frente, é o pé esquerdo, apresenta-se o flanco esquerdo ao fogo ou a
qualquer outro acessório em torno do qual se ande.
É preciso notar, escreve Goblet d’Alviella que em todos os ritos giratórios, o movimento
sempre deve ser feito para a direita, isto é, no sentido do movimento dos ponteiros do
relógio.
Os rituais bramânicos diz ele, prescrevem formalmente que as circum ambulações sejam
feitas pela direita formalmente e queria que a galeria disposta para uso das procissões,
sejam feitas pela direita ,em torno dos mais antigos templos bramânicos que recebe até o
nome significativo de (pradakshina) literalmente: para a direita, dextroversum.
Os hindus também conheciam a circum-ambulação para a esquerda (prasavya), a rotação
às avessas, mas trata-se de um procedimento de mau-agouro, de um ato de magia negra.
Na Escócia os Celtas, conservaram até os nossos dias, o costume de fazer três vezes à
volta aos objetos que eles querem santificar, dos indivíduos que querem honrar ou proteger.

35- Esoterismo do Templo Maçônico.

Esotericamente, o Templo Maçônico pode ser considerado como o corpo de um Ser


Vivo, sendo a cabeça representada pelo Oriente, de onde emanam a sabedoria, a
coordenação, a supervisão, o gerenciamento do organismo. Já os Vigilantes são
equiparados aos seus dois lados, sendo o direito, o 1º Vigilante, e o esquerdo, o 2º
Vigilante.
O Altar dos Juramentos simboliza o coração, enquanto que as colunas B e J os membros.
Como um Ser completo e indivisível, o Templo também possui outros órgãos. Assim, os
demais símbolos representam as partes essenciais desse corpo. Portanto, nenhum deles está
ali colocado aleatória ou ocasionalmente. Nesta ocasião, fazemos apenas alguns destaques,
urna vez que o devido estudo, mais detalhado de símbolos e simbolismos se constitui num
processo contínuo de riqueza indescritível.
Quando adentramos ao Templo, somos orientados a faze-lo rompendo a marcha com o
pé esquerdo. Essa exigência tem sua razão de ser. O lado esquerdo do como humano é
administrado pelo hemisfério direito do cérebro, o qual controla as atividades espirituais,
esotéricas, sentimentais, atemporais, artísticas, subjetivas. Ao agirmos assim, estamos,
simbolicamente, mergulhando no misterioso além de dentro, na subjetividade, no reino de
nosso Mestre Interno, o qual denominamos Grande Arquiteto do Universo “. A relevância
do estudo desses símbolos e práticas simbólicas pode ser melhor entendida na célebre sen-
tença de Hermes Trimegistro: Assim como é em cima é embaixo”. Noutras palavras,
quando compreendermos que os símbolos do Templo nos contam a história da Vida do
Homem, e que o Homem é uma réplica do Universo, do Cósmico, poderemos começar a
avaliar melhor tal importância para o nosso desenvolvimento da Senda Maçônica.
Nesse esforço continuado de aprendizagem instala-se em nós um processo educativo, o
qual, como é repetido seguidamente nos trabalhos maçônicos, iniciamos o “desbastar da
Pedra Bruta”, que somos nós mesmos. Com isso, tendemos para o seu polimento, buscando
o necessário equilíbrio estético, capaz de mediar e dirigir o novo Ser que, paulatinamente,
começamos a nos tornar.
Assim, o nosso desenvolvimento na Senda Maçônica será feito a medida de nosso
envolvimento e comprometimento com os estudos de sua Filosofia e às práticas correlatas.
Para finalizar esta reflexão, transcrevo uma frase extraída de um texto sagrado de uma
tradicional e respeitável escola de esoterismo:

“Assim como a corrente de água pura da montanha brilha mais, à medida que é exposta aos
ratos gloriosos do sol, assim também nossa consciência será mais iluminada à medida que a
dirigirmos para a luz”.
Que os estudos do esoterismo contido nos símbolos do Templo Maçônico possam ser
valiosos instrumentos na nossa busca da ‘Arte Real ““.

O ESOTERISMO E SUA FINALIDADE


O Conhecimento Esotérico pode satisfazer ao anseio que tem a humanidade por uma
doutrina que satisfaça tanto a mente quanto ao coração, que seja o remédio para as feridas
da incompreensão do homem e que atire abaixo as barreiras das razões e religiões
temporais. No fundo, somos todos filhos do mesmo pai e participamos da mesma origem -
as crenças, como os rios, vão sempre para o mar, que é a verdade única. Para isso, em sua
ampla heterogeneidade, o conhecimento esotérico oferece um conjunto de ensinamentos de
profunda verdade e sensatez para quem se disponha a desenvolver suas possibilidades
latentes que, por sua incalculável transcendência, se perdem no infinito.
Não há dúvida, então, que o homem moderno pode falar nesses conhecimentos de uma
visão maravilhosa do esquema divino, cuja magnificência produzirá nele uma devoção em
direção a Deus não sentida antes. Assim também. Desenvolvem-se uma compreensão
intelectual e uma resposta aos variados problemas da vida, tornando, desta forma, sua
mente satisfeita ao saber qual é o objetivo e a finalidade do universo e da sua existência.
Estas perguntas todas não são contestadas satisfatoriamente nem nos cultos ortodoxos, nem
na ciência ou na filosofia acadêmica. Tudo isso lhe permitirá ordenar sua existência e
ajustá-la ao plano divino, o qual deve ser sua primordial tarefa, fazendo-a de uma forma
compreensiva, de tolerância e mútuo respeito com todos os seres que o rodeiam.
A sabedoria antiga não dispõe de fórmulas patenteadas para este trabalho, nem de atalhos
iniciáticos. Aos estudantes que estão decididos a dar seus primeiros passos na realização da
grande obra, o único caminho é o conhecimento esotérico. E a oportunidade de melhorar
por si próprios, através de um consistente programa de esforços inteligentemente dirigidos,
para que possam receber depois, do acordo com seus conhecimentos, a ajuda de que neces-
sitam para maior superação.
Por conseguinte, não nos equivoquemos ao estudar estes sagrados ensinamentos,
pensando que seremos superiores aos demais, ou que isto vá nos auxiliar a aumentar nosso
prestígio ou riqueza pessoal. Devemos ter bem presente que a Sabedoria Divina não está
interessada em melhorar a condição material do indivíduo, nem rodeá-lo de opulência. Sua
finalidade não é tornar os homens ricos cm posses externas, mas em consciência ou realiza-
ções internas.
Por isso, desde o princípio, devemos entender perfeitamente que se o egoísmo fonte de
todos os males não for eliminado de nossas almas, não poderemos esperar ganhar nenhum
conhecimento de positivo valor, que seja em benefício para nossa perfeição e’ para nossos
semelhantes. A Sabedoria Esotérica demanda muitos anos de purificação e preparação antes
que seus adeptos estejam capacitados para instruir-se nas coisas mais primárias.
Todos nós que tentamos empreender o estudo das verdades sagradas contidas no
conhecimento esotérico, conscientes do nosso sincero interesse, devemos nos submeter a
um plano de vida e disciplina, compatível com nossas possibilidades, que possa nos
capacitar. Por meio da constância e do amadurecimento poderemos transmitir uma
mensagem de luz e verdade aos nossos semelhantes. Se nosso propósito está bem
encaminhado, devemos então, desde o princípio, oferecer nossos serviços à humanidade,
pois em toda alma existe este anseio expresso. À medida que avançamos no caminho do
logro, compreendemos que o doar é a única maneira de se obter, e que recebemos mais
quando nos esforçamos para transmitir ao mundo o que ganhamos.
Nossas almas, adormecidas durante séculos, aspiram com veemência à possibilidade de
servir a Deus. Nossa meta não deve ser a glória do momento, pois o poder que buscamos é
o de acumulação lenta e progressiva, O conhecimento é uma das mais nobres emoções
humanas e, na maioria das vezes, este desejo pode nos levar ao erro. O ainda pouco
discernimento nos leva aos equívocos por causa do entusiasmo, da precipitação ou da falsa
orientação. O primeiro passo, então, está no conhecimento o importante é separar o útil do
inútil, o. imprescindível do supérfluo.
Quem busca o conhecimento esotérico deve estar consciente de que a consecução deste
intento é o máximo que podemos aspirar em nossas vidas. Há que se reconhecer que, apesar
de ser um caminho árduo, a sua realização é grandiosa e sublime e seu ganho é
incomensurável.

36- Salmo 133.

“Oh! Quão bom e agradável vivermos unidos os irmãos! É como o óleo precioso sobre a
cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Aarão, e desce para a gola de suas vestes. É
como o orvalho do Hermon, que desce sobre os montes de Sião. Ali ordena o senhor a sua
benção e a vida para sempre”.
Israel assim como seu povo é abençoado por Deus, dizem em historias populares, que é o
povo escolhido, situado entre a cadeia de montes de Sião, de onde se destaca
majestosamente o monte Hermon, um verdadeiro oásis, contrastando com os países
vizinhos; Cortado por diversos e importantes rios, dentre eles o mais famoso, o rio Jordão,
às suas margens estende-se verdejantes videiras e oliveiras assim com produz tudo o que se
planta.
Como Jerusalém está situada na meseta central da Palestina, para chegar à cidade santa
de qualquer parte da terra, é preciso “subir”, o que explica bem a razão de ser da expressão
“das subidas”, circundada pelos montes de Sião, onde o senhor escolheu para morar, de
onde se destaca majestosamente o monte Hermon.
O monte Hermon por sua vez, destaca-se por sua magnitude, de tão alto, há neve em seu
cume o tempo todo, e é de lá, que após que vem o orvalho santo junto com as bênçãos; A
neve derretida, forma os rios e os lençóis de água, e por sua importância é que no salmo
133, destaca de forma tão bela.
Quando Davi falava “O quão bom e agradável vivermos unidos os irmãos!” Importância
que dava aos povos de diversas aldeias que iam aos templos de Jerusalém para rezar, e
Jerusalém por sua vez, tratava a todos dessa forma, acolhia quem quer que fosse, viesse de
qualquer lugar.
E o óleo citado “... é como o óleo precioso...” era um perfume raríssimo à base de mirra e
oliva, usado para urgir os reis e sacerdotes, e ou aqueles neófitos que aspiravam a alguma
iniciação; Importante a ponto de comparar com os irmãos unidos e sua grandiosidade.
Agora quando fala “... é como o orvalho do Hermon, que desce sobre os montes de
Sião...” refere-se ao monte em sua pujança, sua importância para a existência de Israel, dos
montes vem o orvalho e o orvalho é a água, a vida, a natureza, o bem mais precioso.
Para situarmos melhor na história, falo agora do significado de cada citação, de onde
podemos refletir e só assim, entendermos o que Davi Dizia:

OS IRMÃOS:
Quando o Salmo 133 sugere “... que os irmãos vivam em união...” estamos traçando um
programa de convivência amena e construtiva, e se voltarmos no tempo, veremos que a
palavra “irmão” se revela uma necessidade entre os homens e era mesmo. Com toques
divinos, não menor necessidade que temos dela hoje, basta que encaremos o panorama
humano dos nossos dias atormentados pelas divergências e alimentados pelo ódio mais
profundo.
O ÓLEO
“Os óleos vegetais são produtos de secreção das plantas, que se obtém das sementes ou
frutos dos vegetais, são substâncias gordurosas das quais muitas comíveis líquidas e de
temperatura ordinária” Bem, podemos ver que não se trata de nova tecnologia, o óleo citado
acima, usado para unção sagrada, era uma das espécies, porém muito especial.

AARÃO
O membro destacado da tribo de Levi, irmão mais velho de Moisés e seu principal
colaborador, possui um peso próprio na tradição bíblica, devido ao seu caráter de patriarca
e fundador da classe sacerdotal dos judeus.

A BARBA
Pelos espalhados pelo rosto, adorna a face do homem desde os mais remotos tempos, a
barba mereceu dos mais variados, novos semitas e não semitas da antiguidade, um trato
especial, destinaram-lhe grandes cuidados. Não apenas um símbolo de masculinidade e
podemos exemplificá-la com os varões que engrandeceram o império Brasileiro, figuras
imponentes pela conduta e em particular, símbolo de austeridade moral.
Os Israelitas a que pertencia Aarão evidenciaram especial estima pela barba, a ela
conferiam forte merecimento, apreciável atributo do varão, que externava pela sua
aparência, sua própria dignidade. Os Israelitas por si mesmo, pelo que ela representava,
raspá-la e eliminá-la do rosto, demonstrava sinal de dor profunda.

AS VESTES
De especial significa litúrgico e ritualístico, eram as vestes daqueles que tinham por
missão exercitar atos religiosos, como a unção, o sacrifício, o culto e variava de
conformidade com os diversos ofícios religiosos para invocação da divindade.
Havia especial referência pela cor branca nas vestes sacerdotais, nas representações
egípcias contemporâneas ou posteriores ao médio império, os sacerdotes usavam um
avental grosseiro e curto, já o sacerdote leitor, usava uma faixa que lhe cobria o peito como
distintivo de sua categoria, enquanto que o sacerdote vinculado ao ritual de coroação exibia
uma pele de pantera.
No velho testamento presume-se o uso de um avental quadrado, quando se fala na
proibição de aproximar-se do altar através das grades, talvez um precursor do avental
maçônico.
Então o óleo sagrado era jorrado sob a cabeça da pessoa a ser ungida, desça pela barba e
escorria à orla de suas vestes.

O ORVALHO
O esplendor da natureza oferece a magia do orvalho, que desce das alturas para florir de
viço as plantas, nada mais belo e nada mais sedutor do que o frescor das manhãs, ver como
as folhas cobrem-se de uma colcha unida, onde vão refletir os raios avermelhados do sol
que traz luz.
No capim deposita-se o orvalho cama verde e amiga, em gotículas que, juntando-se umas
às outras, vão nutrir a terra ávida de alimento, parecem espadas de aço ao calor do dia, nas
pétalas florias, formando-se perolas do líquido cristalino, espelho da vida que exulta ao
redor.

O MONTE HERMON
Trata-se de um maciço rochoso situado ao sul-sudeste do antilíbano do qual se separa um
vale profundo e extenso, apresenta-se de forma de um circulo, que vai de nordeste à
sudeste. Explicando um pouco mais, para entender a geografia dessa região que viram
nascer à história do mundo bíblico: O Antilíbano é a cordilheira que se estende
paralelamente ao Líbano, separando das planícies de Bekaa. De todas as cadeias
montanhosas, é a que se posta mais ao oriente, pois se desenvolve no nordeste ao sul-
sudeste, por quase 163 quilômetros, suas extensões e alturas são visíveis à partir do
mediterrâneo; Seu ponto culminante é o monte Hermon, com mais de 2.800 metros de
altitude, possui neve em seu cume e de lá o vento traz o orvalho.

O MONTE SIÃO
Também chamado de monte de Deus, o monte Sião não que seja santo por si mesmo,
más porque o Senhor o escolhera para ser sua morada, para todos, o monte será um refúgio
seguro e inabalável.
O orvalho que escorre de Hermon para os montes de Sião, como o senhor ali mora, é
dele que escorre o orvalho abençoado, todas as suas complacências.
Em Salmos 2:6 vemos que Deus mesmo instalou seu rei sobre o monte santo, “Eu, porém
constituí meu rei sobre o monte Sião” O mesmo lugar em que Abraão ia sacrificar o filho
conforme ( 2 Cr 3:1 e Gen. 22:2).

A BENÇÃO
Tudo que é bom e lhe é agraciado; Em Hebraico, seu significado é “berakak” palavra que
deriva de “Berek” que por sua vez significa joelho. Nota-se a relação entre uma e outra
palavra, porque, sendo a benção a invocação das graças de Deus sobre a pessoa que a
recebe, deve ser colhida com humildade e unção, portanto, de joelhos em terra,
reverenciado e respeitosamente.
Para os Semitas, benção possui força própria, e por isso, é capaz despertada a sua
potencialidade energética de produzir a saúde, palavra que se acha envolvida por vibração,
carregada de energia dinâmica e magia.
“O onipotente te abençoará com a benção do céu, com as bênçãos do abismo, que jaz
embaixo, com as bênçãos dos seios maternos e dos úteros”.
(Gênesis 49:25)
Assim “... Porque ali o senhor ordena a benção e a vida para sempre...”.

37- Incensos.
Há anos, o incenso vem sendo utilizado pelas diversas crenças, religiões e mesmo pessoas
descompromissadas com qualquer tipo de credo.

Os antigos, extremamente cautelosos e minuciosos em relação ao preparo de seus rituais,


e, é claro, do ambiente em que realizavam estes rituais, escolhiam os incensos mais
apropriados para aquilo que desejavam e esperavam alcançar.

O uso dos incensos se propagou pelo tempo, tornando-se um importante instrumento


universal de meditação, purificação, proteção, não sendo errado acreditar em algumas
afirmações encontradas em livros, sites e crendices, tais como:

I. Os incensos, uma vez utilizados de maneira correta, criam uma atmosfera no ambiente,
de energia, equilíbrio e harmonia, que ajudam o ser humano a sintonizar mais facilmente
com os planos superiores;

II. Associam o homem à divindade, o finito ao infinito. Alguns, ainda, afirmam que os
incensos possuem a incumbência de levar a prece para o céu.

III. Os incensos estão relacionados ao elemento ar e representam a percepção da


consciência que, no ar, está presente em toda parte.
De fato, estas são apenas algumas das inúmeras afirmações devotadas a este “santo
remédio”, se assim podemos chamá-lo.

Os Incensos são misturas de ervas, aromas, ou seja, misturas de componentes alquímicos


que possuem a função básica de elevar espiritualmente, tanto o ambiente como o próprio
ser, servindo como agente mediúnico das intenções humanas ao Astral.

Para manipular corretamente o incenso, devemos tomar certos cuidados tais como:

a) Acender o incenso sempre com uma intenção clara, podendo ser um puro agradecimento,
prece, meditação ou o que mais tiver em mente;

b) Nunca devemos apagar o incenso com sopros;

c) Tentar sempre escolher a fragrância ou mistura conciliando com o que buscamos.

Alguns escritores descrevem a fumaça como sendo o, abstratamente, a transmutação da


matéria em espírito, ou seja, carvão com o aroma, respectivamente. Talvez isto explique o
porque da necessidade de se ter uma intenção.

TIPOS, FORMAS E FRAGRÂNCIAS.

Hoje em dia, são muitas as marcas, tipos, formas e fragrâncias encontradas.

No mercado hoje, encontramos incensos de marcas nacionais ou importadas, que duram


de 15 minutos, ½ hora e até uma hora.

Na Índia, por exemplo, existe um tipo de incenso que sua duração chega até 6 horas, com
uma fragrância muito suave que serve para serem utilizadas nos rituais nos templos. Esta
longa duração é para a fragrância elevar as orações o tempo todo enquanto o ritual durar.
Em

Podemos ainda encontrar incensos nas formas de varetas, cones, espirais, pó, ervas,
resinas e as fragrâncias são as mais variadas possíveis.

Quanto às fragrâncias, precisamos entender que apesar de existem milhares delas,


precisamos encontrar aquela que corresponde com nossa intenção.

Por exemplo, se sua intenção é conectar-se com as energias cósmicas, a fragrância


indicada será a âmbar. Já, se a intenção é de se sentir feliz, com alegria de viver, a indicada
será a canela, e por aí vai.
FRAGRÂNCIAS

Absinto - Amor e Magia

Acácia - Harmonia psíquica e tranqüilidade

Alecrim - Proteção e boa sorte

Alfazema - Acalma, Limpa e clarividência.

Almíscar - Romance e amor

Âmbar - Atrai riquezas, energizante, coragem e autoconfiança.

Arruda - limpeza psíquica e física

Bálsamo - Inspiração e relaxamento

Benjoim - Atrai energia positiva e proteção física e psíquica

Camomila - Calmante, boa sorte, bons sonhos.

Canela - Negócios, prosperidade e sucesso.

Cânfora - Limpeza da aura, purificação e harmonização.

Cedro - Relaxamento e purificação

Cravo - Concentração, limpeza astral e amor.

Dama da Noite - Romance e amor

Erva Doce - Atração, prosperidade.

Eucalipto - Paz

Flor de Laranjeira - Boa sorte e amor

Gerânio - criatividade e vitalidade

Hortelã - Prosperidade e bons sonhos

Jasmim - Tranqüiliza/Relaxa/Amor, união e inspiração.

Laranja - Paz
Maçã - vitalidade e boa sorte

Madeiras - Harmonia e Paz, força e sucesso.

Mel - boa sorte e prosperidade

Menta - Estudos

Mirra - Elevação mental/ Limpeza, proteção e purificação.

Morango - boa sorte

Nós Moscada - Negócios/ Prosperidade

Ópium - Inspiração e criatividade

Orquídea - Afrodisíaco, harmonia, amor, beleza.

Patchouli - Afrodisíaco; antidepressivo, amor, clarividência, atração.

Pêssego - Boa sorte

Raízes - Harmonia

Rosas Brancas - Harmonia, purificação.

Rosas Vermelhas - Paixão, comunhão espiritual.

Sândalo - Meditação

Verbena - criatividade, inspiração e bons sonhos.

Vetiver - estimulante, sucesso.

Violeta - paz, humildade.

38- Maçonaria e Misticismo.

A iniciação significa o ingresso a um estado de consciência. E o renascimento ou


transmutação do estado íntimo do homem, a negação dos vícios, erros e ilusões, para a
afirmação da virtude e a perfeição do espírito expressa pela elevação dos ideais.
A Câmara Escura da Reflexão é o Símbolo do estado de consciência ainda nas trevas,
significa o isolamento do mundo exterior para a concentração no mundo interior ou estado
íntimo.
Despojado dos metais, depara-se o candidato com o grão de trigo, que sepultado na terra
germina com seu próprio esforço em busca da luz; o pão e a água para que imite o exemplo
em seu próprio corpo, limpando-o e educando-o para apresentá-lo como pão do sacrifício; o
sal e o enxofre, que são as duas polaridades do indivíduo, espírito e matéria.
O testamento, que na vida profana é a preparação para a morte, aqui e o princípio da
vida, e o executor é o próprio iniciado, renascendo para cumprir seus deveres para com
Deus, para consigo mesmo e para com seus semelhantes.
Antes de ser admitido no Templo o candidato tem os olhos vendados, simbolizando o
estado de ignorância ou cegueira do mundo profano; significa, ainda, que devemos acentuar
a acuidade dos outros sentidos, ficando atento aos ruídos e palavras.
A porta do Templo é o passo, a primeira estância na aceitação interna, pois aprender os
mistérios do espírito, importa penetrar onde os segredos estão ocultos.
O interrogatório do candidato ao ingressar no Templo é o exame de suas reflexões na
Câmara Escura, quais são seus deveres para com Deus, para consigo mesmo e para com a
humanidade? Quais são suas idéias sobre vício e a Virtude?
Estas perguntas são a explicação do que respondeu o guia pelo candidato: o vicio é a
escravidão, a cadeia que estorva o Homem que sendo escravo do vício não pode ser livre e
de bons costumes; a virtude é a força, sentido moral que domina os vícios e debilidades.
Estabelece-se o domínio do superior sobre o inferior; é o programa do Iniciado na verdade
e na virtude.
O despojamento dos metais significa que tudo neste mundo se paga, que não se pode
receber sem dar; é o abandono às paixões e às vontades. Significa ainda a necessidade do
candidato abandonar os pensamentos que lhe pareciam agradáveis até então.
Com o coração descoberto em sinal de sinceridade e franqueza, o joelho direito desnudo
para marcar os sentimentos de humildade, e o pé esquerdo descalçam em sinal de respeito,
inicia o candidato a primeira viagem em busca do segundo elemento, a Água. O contato
com o primeiro elemento, a Terra, foi feito na Câmara das Reflexões, quando nos foi
lembrado que dela viemos e a ela retornaremos.
A primeira viagem é marcada pelas dificuldades com muitos perigos e rumores; é a
prova da Água ou domínio dos desejos. O Homem se encaminha pela escura noite do Noite
em busca da luz no Oriente; não deve assustar-se com a escundão ou com as dificuldades e
não deve deter-se, voltando imediatamente ao Ocidente com a consciência apta a superar os
preconceitos do mundo que já não podem mais desviá-lo do caminho, com o corpo
purificado dos desejos e com as paixões dominadas. Tais conhecimentos, porém, não
devem ficar somente consigo; deve ajudar àqueles que ainda estão na penumbra.
A Câmara das Reflexões é a prova da Terra ou domínio do mundo físico; a primeira
viagem, o domínio dos desejos, emblema da vida humana. A segunda viagem é o triunfo
sobre o mundo mental; é mais fácil e sem obstáculos. O esforço da primeira viagem nos
ensinou a superar as dificuldades, uma vez dominados os nossos desejos.
O choque de Espadas é o emblema das lutas que o Iniciado trava consigo mesmo
tentando dominar os pensamentos negativos; é o batismo do ar purificando a mente de seus
erros e defeitos.
A terceira viagem é o Batismo do Fogo e realiza-se no mais absoluto silêncio. Dominada
e purificada a parte negativa de sua natureza, familiariza-se o Iniciado com a energia do
Fogo que depurará os erros que dominavam a alma. Esse Fogo é a essência do amor
infinito, livre dos desejos e das ilusões.
Dominados os quatro elementos ou quatro mundos, sorve o candidato o cálice da
amargura, que doce, a principio, torna-se amargo e depois volta a ficar doce, simbolizando
a vida do profano, onde o espírito ainda não foi despertado, o Iniciado atormentado pelo
desejo de conhecer e a serenidade que a Iniciação proporciona.
Firmar o Juramento com sangue significa a causa sagrada eternamente, até a morte. A fé
impressa a fogo no peito do Iniciado, acende o ardor para atuar em Harmonia com o plano
do Grande Arquiteto do Universo.
O primeiro Juramento significa a pureza; o segundo, com a ponta do Compasso sobre o
coração, a mão direita sobre o Esquadro e a Espada, a retidão e aceitação do castigo por
perjúrio. O Juramento escrito, pronunciado e queimado, realiza uma ação total pelos quatro
elementos: o Papel é matéria sólida, a Terra; a tinta liquida é a Água; a pronúncia em voz
alta é o Ar, e a combustão é o Fogo. Presta-se o Juramento em presença do Grande
Arquiteto do Universo e dos Irmãos em Loja. A presença do Grande Arquiteto no Homem é
uma condição que deve o candidato compreender.
As Espadas formam uma abóbada sobre sua cabeça para que não possa ver com os olhos
físicos. É o Símbolo dos protetores invisíveis que nos vigiam e protegem constantemente.
Sendo o Maçom livre na maior plenitude da palavra, o juramento é prestado livremente.
Não confundir Juramento com Pacto, pois o primeiro é eterno enquanto o segundo pode ser
desfeito a qualquer momento. As obrigações do Juramento são três: jamais revelar os
segredos da Ordem, não escrever, gravar ou formar Sinal que revele a Palavra Sagrada e
união eterna com a Fraternidade espiritual.
Uma vez cumpridos os deveres do Juramento, torna-se o iniciado digno de ver a Luz. Cai
a venda ou ilusão que lhe impede de ver a realidade. Vê os Irmãos com Espadas, que não
significam ameaça, mas as dificuldades a serem superadas no cumprimento dos ideais.
Quando o Iniciado cumpre todos os deveres ou obrigações e ajoelha-se ante ao Altar, que é
o seu coração, o Venerável Mestre, que ali é o Cristo, toma a Espada Flamígera e pronuncia
a consagração acompanhada pelos golpes do Grau. Feito isto, levanta-o e abraça-o,
chamando-o pela primeira vez de “Irmão”; cinge-lhe então com o Avental, maior de todas
as condecorações humanas, que simboliza o trabalho, dever do homem e fonte de todos os
bens. Dá-se ao iniciado dois pares de luvas, sendo um para sua amada. As luvas, assim
como o Avental, são brancas, como Símbolo das boas obras.
Após consagrado Aprendiz Maçom, está o Neófito em condições de se lhe comunicar a
Palavra e o modo de o fazer. Aprender o uso correto da Palavra é tarefa fundamental do
Maçom. A Palavra Sagrada dada pelo Venerável Mestre, que se senta no Oriente, simboliza
a Palavra Sagrada dada a cada um de nós pelo espírito da verdade. Como o Aprendiz ainda
não sabe ler nem escrever, ela é apenas soletrada. E ensinando ainda o Sinal de Ordem, os
Passos e os Toques.
Conduzindo ao Altar do Primeiro Vigilante, simbolicamente lhe ensinam a desbastar a
Pedra Bruta, que é a imperfeição do espírito e do coração, que o Maçom deve se esforçar
por corrigir.
No topo da Coluna do Norte ficará a embelezá-la por três anos. Os três anos e as três
viagens simbolizam o tríplice período que marcará as etapas de estudos e progresso. Os três
anos referem-se às três artes: Gramática, Lógica e Retórica. A Gramática é o conhecimento
das letras, princípios, signos, Símbolos da verdade. Os três anos têm ainda estreita relação
com os três primeiros números: um sentido da unidade universal; dois, dualidades da ma-
nifestação; e três, Trindade ou Perfeição.

39- A Lei Iniciática.

Quando fui iniciado numa loja simbólica, recebi várias orientações, entre as quais uma
me tocou profundamente: “o aprendiz deve permanecer em silêncio e ouvir, meditar, pen-
sar, perguntar, e que não deve falar, o que atrapalha o seu aprendizado”. Esclareceram-me,
porém, que não era proibido de falar e, se quisesse, não me seria negada a palavra. Fui
alertado de que calado teria mais aproveitamento, pois receberia uma somatória de infor-
mações e, se começasse a participar das discussões em loja, correria o risco de retardar o
meu aprendizado. Diante de tal circunstância, procurei fazer uma pesquisa em livros e
revistas do porquê os aprendizes não devem falar em loja.
A Maçonaria é uma instituição eminentemente iniciática, que tem por doutrina transmitir
seus sagrados ensinamentos através do estudo dos símbolos e deles deverão ser extraídas as
verdades eternas. Somente os iniciados têm a facilidade de interpretá-los, através do estudo
constante, seguidos do enriquecimento bibliográfico ao seu alcance.
A palavra iniciar deriva do latim initiare ou initiurn e o sufixo in indica para dentro. Na
acepção esotérica, voltado para dentro, ou seja, o ingresso ao mundo interno e desco-
nhecido. Ora, todo aquele que inicia não domina, principalmente aquele que inicia uma
vida nova. Simbolicamente, o aprendiz morreu para os vícios profanos e está iniciando uma
nova caminhada em busca do aperfeiçoamento moral e intelectual pregado pela Sublime
Ordem, para que possa ser útil para si mesmo e à humanidade.
Ao ser iniciado, o aprendiz nasceu, é uma criança que se defronta com o mundo
desconhecido. Portanto, não tem condições de integrá-lo em toda a sua plenitude. sendo
necessário um guia que o prepare e lhe ensine as primeiras palavras para que possa
comunicar-se e fazer-se entender.
Já num outro estágio, essa criança já aprendeu a soletrar as primeiras letras, pois já
assimilou os primeiros ensinamentos básicos, razão pela qual o aprendiz só sabe soletrar. O
companheiro, mais adiantado, aprendeu a silabar. E a fase da curiosidade e a todo o
momento o companheiro pergunta: Por que é assim?
Compete então aos mestres traçar na prancheta as metas que os aprendizes e os
companheiros terão de realizar de acordo com suas capacidades. Compete também aos
companheiros em suas imperfeições acompanhar de perto os aprendizes, ao desbastar a
pedra bruta. Cabe finalmente aos mestres o exemplo através de ações e conduta, servindo
de espelho aos aprendizes e companheiros.
A expressão não pode representa uma proibição tácita, ou seja, estão proibidos, já está
determinado. Já a expressão não deve representar um conselho, uma lembrança, uma suges-
tão seguida de uma explicação: não devem porque... e se justifica.
Se o aprendiz e o companheiro estão imbuídos da vontade de aprimorar-se, gota a gota, é
evidente que não devem falar e sim assimilar, repensar, questionar e aprender. A pedra
bruta é talhada através do maço e do cinzel, usando para isso toda a energia disponível; o
maço é o elemento ativo e o cinzel o passivo. E quem trabalha não tem tempo para falar.
Da pedra cúbica já foram retiradas as suas asperesas, e os companheiros necessitam de
outros instrumentos para o seu trabalho. Necessitam de cálculos e precisão - do intelecto -
para a execução da obra traçada pelos mestres. Quem tem que pensar e calcular não fala.
Ao mestre, que domina os conhecimentos e já adquiriu sua plenitude, fala, resolve,
participa e ensina.
José Castelanni, um dos mais conceituados autores, também discute com muita
propriedade. E claro que isto é simbólico, pois ninguém impede de um aprendiz falar
durante as sessões, ’ “embora a ortodoxia maçônica exija esse silêncio”. Existe razão para
isso?
1. Simbolicamente, o aprendiz é uma criança de tenra idade, que não sabe fazer uso do
vocabulário.
2. Esta é a razão mais importante: em todas as ordens iniciáticas da antiguidade, “o neófito
limitava-se a ouvir para aprender”.
Nas escolas pitagóricas, o primeiro grau era dos ouvintes, que participavam das reuniões,
mas guardavam absoluto silêncio numa fase que durava dois anos, durante os quais se limi-
tavam a “ouvir e a aprender”. No mitrismo persa, o primeiro grau era o corax (o corvo); no
mitrismo, o neófito era o servo do sol, que podia imitar a fala, mas não podia criar idéias
próprias. Assim, era mais um ouvinte que um participante.

Portanto, quando o recém - iniciado é advertido fraternalmente de que não poderá falar
em loja até que lhe seja permitido, os mestres estão dando prosseguimento a um dos mais
antigos hábitos das mais remotas sociedades iniciáticas que a história registra. Esse é o
hábito do silêncio e o silêncio é um dos ensinamentos fundamentais da Maçonaria. Quando
se faia muito, pensa-se pouco, ligeira e superflcialmente. E a Maçonaria quer que seus
adeptos se façam melhores pensadores do que faladores.

40- Simbolismo.

Quando da nossa Iniciação causou-nos espanto e admiração o simbolismo de cada um


dos utensílios e dos ornamentos que se encontram no Templo.
Evidentemente que temos consciência de que tudo aqui é simbólico, que tudo tem a sua
razão de ser, que há uma explicação lógica, com cada um deles contendo uma mensagem
que é verdadeiras fontes de ensinamento, uma vez que “Simbolismo é a expressão ou a
interpretação por meio de símbolos e foi o estado primitivo da língua filosófica, no qual os
dogmas religiosos e verdades científicas eram expressos por meio de símbolos, calcados
sobre uma correspondência entre dois objetos dos quais um geralmente pertence ao mundo
físico e o outro ao mundo moral” cuja decifração, com certeza nos levará a entender melhor
o que é MAÇONARIA, já que, por definição Maçonaria é a ciência da Moral velada por
alegorias e ilustrada por Símbolos ““.
Símbolo é a representação gráfica ou pictórica de uma idéia ou princípio. Este método
tem a vantagem de não se encerrar nos limites de uma definição, sempre mais ou menos ar-
bitrária e contestável, apresenta idéias particulares sob uma forma abstrata, de uma ordem
superior às representações mentais comuns, e permite-nos aproximações. Os Símbolos
Maçônicos, derivados dos símbolos primitivos, foram em parte aplicados à arte de construir
ou a Maçonaria Operativa, tais como: o Compasso, o Esquadro, a Régua, o Nível, o Prumo,
a Tralha, aos quais hoje se empresta um sentido todo moral, espiritual e filosófico. Ao
iniciarmos as leituras, pudemos verificar que esse conjunto de utensílios e ornamentos
remontam há longínquas épocas e que são imprescindíveis ao desenvolvimento do
cerimonial.
Na verdade, nossa inquietação já começa quando somos despojados dos metais e levados
à Câmara de Reflexões. Aos poucos vamos sendo envolvidos pelo silêncio e pela escuridão,
levando-nos à meditação. O silêncio absoluto faz nos aproximarmos de nós mesmos, nos
dando a oportunidade de realizarmos uma interação profunda conosco, através da qual
conseguimos perceber o ser transitório que somos e que, como tal, estamos aqui apenas de
passagem, que nada nos pertence e que o SER é muito mais relevante e importante do que o
TER.
Somente este conhecimento, no entanto não basta. Para sermos um bom Maçom,
necessitamos de sua completa assimilação, que virá, com certeza através de uma férrea e
inabalável perseverança.
41- Instrução do Aprendiz.

1-) O PAINEL DA LOJA

O PAINEL DA LOJA, representa para o Ap.’. M.’. A BÚSSOLA, que determinará o


RUMO SEGURO a ser seguido, para a realização da Grande Tarefa a que se propôs,
quando ingressou em nossa Sub.’. Ord.’., ou seja; o Domínio de si próprio.
No Painel da Loja., estão desenhados todos os símbolos que o AP.’. M.’. deverá
dominar, que bem utilizados e interpretados, o ajudará no seu aperfeiçoamento moral
através do polimento das arestas (Vicio, Intolerância, Complexos de superioridade ou
inferioridade, etc..) da Pedra Bruta ( o neófito ), e conseqüentemente partir para a
construção do Templo da Virtude,— o verdadeiro edifício da perfeição humana.

2-) PEDRA BRUTA (P.’.B.’.)

A pedra bruta serve para nela trabalharem os aprendizes, marcando-a e desbastando-a,


até que seja julgada polida pelo mestre da Loja. Este processo de julgamento é feito através
de provas, trabalhos de pesquisas apresentados em Loja e da verificação do trolhamento.
A pedra bruta representa a INTELIGÊNCIA, o SENTIMENTO DO HOMEM
PRIMITIVO, áspero, que mais tarde, com as instruções dos mestres, adquire finalmente
educação liberal e virtuosa.

3-) INSTRUMENTOS E UTENSILIOS DO AP.’.M.’.

Régua de 24 polegadas era usada pelos maçons construtores (OPERATIVOS), para


medir e projetar os trabalhos em suas construções.
Hoje, nós os Maçons Especulativos, a utilizamos para medir às 24 horas do dia, no
intuito de melhor projetar nossas ações, tornando-as de benefícios amplos a nossa
SOCIEDADE.
Maço instrumento fundamental para o acaba mento de qualquer obra, nos alerta que a
força desprovida de habilidade e razão, pouco serve para o aperfeiçoamento humano.
CINZEL: instrumento que adorna e embeleza, da forma e constância, pela dedicação de
sua uti1ização, é que se adquire o hábito da virtude, a iluminação da inteligência e a
purificação da ALMA.

4-) FORMA D0 TEMPLO E SUA SUSTENTAÇAO:


- FORMA: a de um quadrilongo

- COMPRIMENTO: do Oriente ao Ocidente

— LARGURA: do Norte ao Sul

— PROFUNDIDADE: da Superfície ao Centro da Terra.

- ALTURA: da Terra ao CEU.


O Templo Maçônico possui essas medidas porque a Maçonaria é UNIVERSAL, e o
Universo um templo. Convêm frisar que o Templo Maçônico esta situado do Oriente, para
o Ocidente, pois o início da vida aconteceu no ORIENTE.

42- Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Liberdade, Igualdade e Fraternidade não são as três maiores palavras do nosso


vocabulário, mas são sem dúvida as três palavras que em todos os vocabulários do mundo
abrangem a maior grandeza, o maior conteúdo significativo. Se as questionarmos
profundamente, desvencilhados de todos dogmas, tabus e superstições que moldam a nossa
sabedoria vamos encontrar exatamente dentro da tríade as grandes respostas que nos
desafiam ao largo de séculos e milênios, para solucionar as questões sociais que agitam o
mundo e atormentam a humanidade.

Nenhuma dessas três maravilhas se realizou ainda, na sociedade humana que


conhecemos; tanto a liberdade quanto à igualdade ou a fraternidade somente viveram em
nossa imaginação porque a concretização em fato social de uma delas apenas significaria
criar aqui na terra o verdadeiro Jardim do Éden; o mesmo paraíso com que todos nós
sonhamos, e que, por desconhecermos o caminho para encontrá-lo, acabamos por colocá-lo
na imaginação utópica de uma eternidade. Dizemos que apenas uma dessas três palavras
será o bastante para levar-nos ao aperfeiçoamento da sociedade humana porque elas não
são entre si isoladas; nenhuma delas sobrevive isoladamente; elas formam uma trilogia
perfeita, no mais grandioso e indestrutível elo triangular do universo. Elas se
complementam, somando-se as duas primeiras para formar a terceira, como se tivéssemos
um triângulo retângulo, onde os quadrados de dois lados se somam para fazer um lado
maior. Este lado maior, que na geometria chamamos hipotenusa, significa a fraternidade
que, indiscutivelmente, constitui o mais flamejante e supremo desiderato da humanidade; o
oásis da sociedade humana que jamais se realizará na ausência de uma liberdade total e
ilimitada para cada indivíduo, a par de uma igualdade perfeita para os direitos de todos. A
liberdade e a igualdade da mesma forma, nenhuma se realizará sem a presença da outra,
onde ambas se vão somar para criar a fraternidade, como o destino específico que a
natureza, ou G.´. A.´. D.´. U.´. , traçou para o homem inteligente.
O dia que se implantar a fraternidade no nosso mundo não haverá mais guerras e nada
dos acontecimentos funestos que nos consternam neste momento. Será o paraíso do homem
inteligente. Mas a fraternidade não poderá ser instituída por um decreto; o homem, esse
impostor que vem estupidamente destruindo o ecossistema e tudo de belo que a natureza
criou, há um tempo que, paradoxalmente, intitula-se uma imagem e semelhança de Deus,
não tem capacidade nem faculdades lógicas para criar a fraternidade através de uma ordem
ou qualquer forma declaratória. Nem a liberdade poderá implantar no meio social, a não ser
que se disponha a renunciar todos artifícios e valores falsos que ergueu para, por meio
deles, locupletar-se. Somente a igualdade, é o elemento único de nossa tríade que poderá
ser constituído pelo homem, ou seja, instituído através de uma constituição. Não pela
maneira vulgar e até graciosa que está consignada em nossas constituições e inclusive no
documento magno que intitulamos: "Declaração Universal dos Direitos do Homem e do
Cidadão", onde o poder bazofia com os dizeres: "são todos iguais perante a lei", sem a
instituição dos mínimos preceitos que tornem as pessoas iguais. Até poderia ser válida esta
afirmação se a lei representasse a justiça, como sendo o consenso da humanidade; porém, é
de notar-se que todos os absurdos que pratica o homem estão capitulados nas leis, ou, pelo
menos, as leis lhes cederam espaço para existirem. O simples fato de estarmos constituindo
uma condição de igualdade através de uma declaração já caracteriza perfeitamente um
domínio e desigualdade entre quem declara e os declarados.

A implantação da igualdade social por meio de uma constituição não significa ainda a
solução ideal, de vez que o sistema constitucional vigente no mundo ainda não nos parece
haver alcançado os resultados ideais e definitivos; eis que as mais de 200 constituições
existentes vêm sofrendo constantes emendas e alterações. Nem a constituição norte
americana, que apontamos como modelo, nos configura uma constituição ideal. Ela
sobrevive há mais de 200 anos com resultados estáveis porque são sustentados, mas que se
nos afiguram bem longe do ideal e definitivo. Uma constituição é o documento intelectual
mais profundo e sábio que poderá um povo realizar, porque somente através de uma carta
magna se instituirão os valores e disciplina para uma sociedade ideal. A constituição deverá
ser o poder impessoal e único para governar um povo; uma lei para governar os homens,
sem o menor espaço à intromissão de homens para governar as leis. É o paradoxo de nossas
Cartas, como autênticas fábricas de homens para governar e até abusar livremente das leis.
As assembléias constituintes atuais, representam mas não defendem a vontade popular; são
institutos próprios da conjuntura em que o homem domina o homem e organizam-se para
negociar os interesses apenas dos que detém o poder, onde até comportamentos
verdadeiramente selvagens são regulamentados. Os preceitos de uma constituição deverão
nascer de uma idealização e nunca de alguma negociação.

A igualdade é um fato social que se determina desde a adoção de institutos que


propiciem e assegurem sua realização. Associa-se com os demais elementos da tríade e
constitui a única porta de entrada para formarmos um novo triângulo; possivelmente o mais
lindo e maravilhoso, que se vai incluir nos demais da nossa Magnífica Ordem. É o lema
grandioso que inspirou a Revolução Francesa como "Liberdade, Igualdade e Fraternidade",
e que pedimos vênia para inová-lo como: "Igualdade, Liberdade e Fraternidade", de vez
que só a começar da igualdade a sociedade humana alcançará sua realização. Desde a
igualdade social o homem poderá criar nosso triângulo maravilhoso, ao transferir do
"homo-fera" para o "homo-sapiens" o poder que dirige o mundo, assim constituindo o
verdadeiro "Triângulo da Salvação".

Os homens estão em guerra, dentro de um círculo vicioso, desde as mais remotas notícias
que nos traz a historia sobre sua presença na superfície da terra. São trágicos e apavorantes
os desajustes que conflitam e enlutam nosso momento social, com indícios bem claros de
aumentarem cada vez mais. Tudo se passa e tudo se tenta sem nada de positivo concretizar,
como se estivéssemos num recinto em chamas, sem portas visíveis para sairmos. Resta-nos
apenas a alternativa de perguntar: "Por que tudo isso ocorre? Onde estará a solução?... E
não será por demais surpreendente a resposta quando encontrarmos bem nítido e visível a
desigualdade social como vilão e ponto de origem para todos os milhões de males que
atormentam a humanidade. Não são em verdade milhões de males que atormentam a
humanidade e tão somente as conseqüências de um único mal, de onde se originam todos
demais. E a solução deste grande mal está contida num silogismo bem simples e
elucidativo:” se todos os males que atormentam a humanidade são derivados da
desigualdade social, então é obvio que o estabelecimento da igualdade extinguirá todos eles
““.

Será, portanto a igualdade a grande e única tábua de salvação para o nosso mundo; a
palavra chave e fanal para todos nossos objetivos. Ela nunca foi vista por nenhum de nós,
mas existe e está colocada a nosso dispor, como um troféu que só virá até nos se o
conquistarmos. É, pois, para a conquista desta insígnia tão preciosa que conclamamos todos
nossos irmãos, numa marcha decidida e firme a ser iniciada exatamente neste momento.

A nossa conquista não se fará, naturalmente, com os mesmos canhões com que o homem
está destruindo o mundo e já destrói até sua dignidade; não será também pelos caminhos
que nos ensinaram na universidade porque o mesmo senhor que manuseia os canhões foi
quem traçou todos eles; nem também pelos caminhos dogmatizados das religiões que
simbolizam ainda a mesma mensagem hipócrita do rei divino para seus escravos.

Nem será a nossa tarefa a solução isolada e impossível dos mil problemas da sociedade;
será apenas a remoção de um móvel para o seu devido lugar, de onde se originaram os
problemas todos. Não será, também, a destruição de um inimigo, conforme a prática dos
homens; inimigo este que seria a desigualdade social. Nossa tarefa será simplesmente a
conquista de uma pérola que nos pertence; uma pérola que ainda não conhecemos, mas que,
por analogia, sabemos o seu formato e sua beleza, que é a igualdade social; esta igualdade
que deixou de existir desde o momento que o homem, por seus instintos ferozes, passou a
explorar e escravizar a natureza e o próprio homem; quando o instinto do homem assumiu o
domínio da inteligência, ao invés da inteligência dominando os instintos.

Tudo isso ocorre desde um parêntese que precisamos fazer aqui:

"O homem é um animal racional, com duas naturezas distintas; a natureza animal que o
identifica em instintos e características com todos demais mamíferos; e a racional que lhe
dá o poder de discernimento e encerra a tarefa específica que o G.´. A.´. D.´. U.´. lhe
confiou; a tarefa de complementar com a inteligência a perfeição que se esgota na natureza
selvagem. Os instintos do "homo-fera" manifestam-se desde o nascimento, enquanto o
intelecto tem o seu desenvolvimento muito mais tarde. Talvez daqui venha o fato de o
homem não se haver organizado racionalmente antes de ter sua inteligência escravizada
pelo instinto, donde nasceu um círculo vicioso que sobrevive e somente por um impacto da
inteligência poderá desfazer-se".

A carência de igualdade social e domínio do homem sobre o homem não se resume ao


nosso meio ou a nosso país; é o mal que, vestindo roupagens de cultura, justiça e de todos
os sofismas da sociedade, atormenta a totalidade do universo profano, em que estamos
insertos. O homem com seu egoísmo conseguiu desvirtuar a realidade da filosofia humana;
inverteu os valores e viciou a cultura que professamos. Estamos nós e o mundo inteiro
perdidos na escuridão de artifícios e valores falsos. São as mentiras que a escuridão nos põe
ao dispor para, por meio delas, salvar a verdade. Somente o facho de uma luz de verdade
nos poderá resgatar e conduzir passo a passo até o destino certo. E somente a magnitude de
Nossa Ordem contém a seara fértil para germinar uma pequena semente de verdade e fazer
com que ela se reproduza até cobrir o universo inteiro.

A sociedade igualitária que imaginamos somente poderá ser constituída, ou seja,


constitucionalizada num documento em que a universalidade social se identifique e assuma
suas prerrogativas de autodeterminação. Uma organização em que os direitos sejam criados
pelo consenso de todos e formados pelo consuêtudo também natural de todos. As pessoas é
que escolherão seu comportamento ideal, dentro de uma liberdade ampla, onde os direitos
de cada pessoa sejam limitados apenas pelos direitos idênticos de seu semelhante. Jamais
atingiremos este objetivo nas instituições vigentes de pseudodemocracia, onde a
coletividade não escolhe os seus direitos e sim escolhe os agentes do poder, mediante
alienação de todos os seus direitos e toda soberania.

Numa sociedade em que o direito seja criado livremente pelo consenso de todos, é obvio
que todos os conhecerão para saber respeitá-lo, ao tempo que se farão os melhores fiscais
de seu cumprimento, sem deixar lugar para sua transgressão. Diante disto, desaparecerão os
motivos para conflitos, assim como também desaparecerá a necessidade de tribunais e a
existência de presídios humanos ou qualquer forma de repressão.

Isto é o que entendemos por igualdade social, onde está implícita a liberdade e
desabrochará sem dúvida o maior desiderato do homem inteligente, que é a fraternidade e
equivale ao paraíso encantado com que todos nós sonhamos e nunca imaginamos estar tão
perto de nós.

BIBLIOGRAFIA: Ir.’. Sebastião Costa – A Maçonaria e os Grandes Mistérios


43- Livre e de Bons Costumes.

O candidato a pertencer a Maçonaria precisa de pré-requisitos: ser livre e de bons


costumes.

SER LIVRE – No sentido literal esse conceito significa não possuir pendências com a
sociedade, não ser prisioneiro ou escravo de algo ou alguém.

DE BONS COSTUMES – Também no sentido literal, significa obedecer às regras


estabelecidas pela sociedade, ser fiel obedecedor das leis e ser possuidor de conduta
imaculada.

SER LIVRE significa: Não estar apegado à matéria e aos elementos materiais. Ser livre é
estar liberto do EGO, o elemento que nos aprisiona ao corpo de barro e nos impede de
transcender rumo à verdadeira luz. Essa Verdadeira Luz habita todos os seres vivos e os
conecta diretamente a um corpo mais elevado, mas está oculta pelo dogma, preconceito e
demais arestas da pedra bruta. Somos uma célula que pertence a um corpo chamado Deus,
Grande Arquiteto do Universo, Alah, Jeová ou tantos outros nomes usados para representar
o criador; nossa missão é nos purificar para que possamos voltar a fazer parte desse corpo
de pura luz.

Também concluí que ser de BONS COSTUMES representa: Elevar o pensamento a


coisas positivas e construtivas para que nossa aura se alimente de bons fluídos e irradie com
maior intensidade para levar luz às trevas.

Se uma única pessoa representa uma vela na escuridão, um grupo de pessoas irradiando
luz seria o equivalente a um farol que guia e dá rumo aos desorientados pela ausência de
luz.

44- Maçonaria Operativa e a Especulativa.

É evidente, pois, que o elemento espiritual (especulativo ou devocional) e o material


(operativo ou construtivo) encontram-se intimamente unidos desde o momento em que o
primeiro se concebeu e se realizou a idéia de um Templo, como símbolo exterior de um
reconhecimento interior, e que a Maçonaria, surgiu espontaneamente desta idéia de levantar
ou estabelecer um símbolo à Glória do Princípio ou Realidade interiormente reconhecidos,
pois se os Maçons no sentido material foram "construtores" em geral, sempre tem sido mais
particularmente os que têm elevação Templos para o espírito.

Tendo presentes estas considerações, não há nada de surpreendente na transformação da


maçonaria operativa em especulativa, isto é, de como uma Instituição Moral e Filosófica
tenha podido desenvolver-se sobre uma arte material, tomando o lugar das corporações
medievais e continuando-as.

Ambos os elementos - operativo e especulativo - estiveram juntos desde o princípio, e


isto se evidencia no desenvolvimento cíclico que faz prevalecer, conforme os momentos
históricos e as necessidades de uma época, uma ou outra tendência, um ou outro destes dois
aspectos da nossa Instituição, tão inseparáveis como as duas colunas que dão acesso a
nossos Templos.

Além de que constitui o selo de sua origem, a construção em geral e a de um templo em


particular - prestou-se sempre e atualmente ainda se presta admiravelmente como símbolo
interpretativo da atividade da Natureza, podendo-se considerar o Universo como uma
Grande Obra, como um Templo e ao mesmo tempo uma Oficina de Construção, dirigida,
inspirada e atualizada por um Princípio Geométrico, cujas diferentes manifestações são as
leis naturais que o governam e as forças que, segundo estas leis, produzem diferentes
efeitos visíveis.

Esta obra de construção pode o homem observá-la em si mesmo, em seu próprio


organismo físico (muitas vezes comparado a um templo), assim como em sua íntima
organização espiritual, no mundo interior de suas idéias, pensamentos, emoções e desejos.
Todo homem vem a ser assim, um microcosmo ou "pequeno universo" e um Templo
(análogo ao Grande Templo do Universo que constitui o Macrocosmo), individualmente
erguido "a Glória" do Princípio Divino ou Espiritual que o anima.

Com esta Obra Universal que se desenvolve igualmente dentro e fora de nós, na qual
todo ser participa geralmente de forma inconsciente com sua própria vida e atividade, o
Maçom - ou seja, o iniciado nos Mistérios da Construção - tem o privilégio e o dever de
cooperar conscientemente, convertendo-se em obreiro inteligente e disciplinado do Grande
Plano que constitui a evolução.

Assim, pois, a Ars Structoria é, para quem sabe interpretá-la e realizá-la, a verdadeira
Ciência e Arte Real da Vida, o Divino privilégio dos iniciados que a praticam especulativa
e operativamente; dois aspectos intimamente unidos e inseparáveis, ainda que possam
manifestar-se de diferentes formas, conforme a evolução particular do indivíduo. E não há
altura ou elevação do pensamento ou do plano da consciência individual que não possa ser
interpretado, ou ao qual não possam utilmente aplicar-se às alegorias, os emblemas e os
instrumentos simbólicos da Construção.

45- Maçonaria e Misticismo.

A iniciação significa o ingresso a um estado de consciência. E o renascimento ou


transmutação do estado íntimo do homem, a negação dos vícios, erros e ilusões, para a
afirmação da virtude e a perfeição do espírito expressa pela elevação dos ideais.
A Câmara Escura da Reflexão é o Símbolo do estado de consciência ainda nas trevas,
significa o isolamento do mundo exterior para a concentração no mundo interior ou estado
íntimo.
• Despojado dos metais, depara-se o candidato com o grão de trigo, que sepultado na terra
germina com seu próprio esforço em busca da luz; o
• pão e a água para que imite o exempio em seu próprio corpo, limpando-o e educando-o
para apresentá-lo como pão do sacrifício; o sal e o enxofre, que são as duas polaridades
do indivíduo, espírito e matéria.
O testamento, que na vida profana e a preparação para a morte, aqui e o princípio da
vida, e o executor é o próprio iniciado, renascendo para cumprir seus deveres para com
Deus, para consigo mesmo e para com seus semelhantes.
Antes de ser admitido no Templo
• o candidato tem os olhos vendados,
• simbolizando o estado de ignorância ou cegueira do mundo profano; significa, ainda, que
devemos acentuar a acuidade dos outros sentidos, ficando atento aos ruidos e palavras.
A porta do Templo é o passo, a primeira estância na aceitação interna, pois aprender os
mistérios do espírito, importa penetrar onde os segredos estão ocultos.
O interrogatório do candidato ao ingressar no Templo é o exame de suas reflexões na
Câmara Escura, quais são seus deveres para com Deus, para consigo mesmo e para com a
humanidade? Quais são suas idéias sobre vício e a Virtude?
Estas perguntas são a explicação do que respondeu o guia pelo candidato: o vicio é a
escravidão, a cadeia que estorva o Homem que, sendo escravo do vício não pode ser livre e
de bons costumes; a virtude é a força, sentido moral que domina os vícios e debilidades.
Estabelece-se o domínio do superior sobre o inferior; é o programa do Iniciado na verdade
e na virtude.
O despojamento dos metais significa que tudo neste mundo se paga, que não se pode
receber sem dar; é o abandono às paixões e às vontades. Significa ainda a necessidade do
candidato abandonar os pensamentos que lhe pareciam agradáveis até então.
Com o coração descoberto em Sinal de sinceridade e franqueza, o joelho direito desnudo
para marcar os sentimentos de humildade, e o pé esquerdo descalço em sinal de respeito,
inicia o candidato a primeira viagem em busca do segundo elemento, a Água. O contato
com o primeiro elemento, a ‘ferra, fbi feito na Câmara das Reflexões, quando nos foi
lembrado que dela viemos e a ela retornaremos.
A primeira viagem é marcada pelas dificuldades com muitos perigos e rumores; é a
prova da Água ou domínio dos desejos. O Homem se encaminha pela escura noite do Noite
em busca da luz no Oriente; não deve assustar-se com a escundão ou com as dificuldades e
não deve deter-se, voltando imediatamente ao Ocidente com a consciência apta a superar os
preconceitos do mundo que já não podem mais desviá-lo do caminho, com o corpo
purificado dos desejos e com as paixões dominadas. Tais conhecimentos, porém, não
devem ficar somente consigo; deve ajudar àqueles que ainda estão na penumbra.
A Câmara das Reflexões é a prova da Terra ou domínio do mundo físico; a primeira
viagem, o domínio dos desejos, emblema da vida humana. A segunda viagem é o triunfo
sobre o mundo mental; é mais fácil e sem obstáculos. O esforço da primeira viagem nos
ensinou a superar as dificuldades, uma vez dominados os nossos desejos.
O choque de Espadas é o emblema das lutas que o Iniciado trava consigo mesmo
tentando dominar os pensamentos negativos; é o batismo do ar purificando a mente de seus
erros e defeitos.
A terceira viagem é o Batismo do Fogo e realiza-se no mais absoluto silêncio. Dominada
e purificada a parte negativa de sua natureza, familiariza-se o Iniciado com a energia do
Fogo que depurará os erros que (lominavam a alma. Esse Fogo é a essência do amor
infinito, livre dos desejos e das ilusões).
Dominados os quatro elementos ou quatro mundos, sorve o candidato o cálice da
amargura, que doce, a principio, torna-se amargo e depois volta a ficar doce, simbolizando
a vida do profano, onde o espírito ainda não foi despertado, o Iniciado atormentado pelo
desejo de conhecer e a serenidade que a Iniciação proporciona.
Firmar o Juramento com sangue significa a causa sagrada eternamente, até a morte. A fé
impressa a fogo no peito do Iniciado, acende o ardor para atuar em Harmonia com o plano
do Grande Arquiteto do Universo.
O primeiro Juramento significa a pureza; o segundo, com a ponta do Compasso sobre o
coração, a mão direita sobre o Esquadro e a Espada, a retidão e aceitação do castigo por
perjúrio. O Juramento escrito, pronunciado e queimado, realiza uma ação total pelos quatro
elementos: o Papel é matéria sólida, a Terra; a tinta liquida é a Água; a pronúncia em voz
alta é o Ar, e a combustão é o Fogo. Presta-se o Juramento em presença do Grande
Arquiteto do Universo e dos Irmãos em Loja. A presença do Grande Arquiteto no Homem é
uma condição que deve o candidato compreender.
As Espadas formam uma ábada sobre sua cabeça para que não possa ver com os olhos
físicos. E o Símbolo dos protetores invisíveis que nos vigiam e protegem constantemente.
Sendo o Maçom livre na maior plenitude da palavra, o juramento é prestado livremente.
Não confundir Juramento com Pacto, pois o primeiro é eterno enquanto o segundo pode ser
desfeito a qualquer momento. As obrigações do Juramento são três: jamais revelar os
segredos da Ordem, não escrever, gravar ou formar Sinal que revele a Palavra Sagrada e
união eterna com a Fraternidade espiritual.
Uma vez cumpridos os deveres do Juramento, torna-se o iniciado digno de ver a Luz. Cai
a venda ou ilusão que lhe impede de ver a realidade. Vê os Irmãos com Espadas, que não
significam ameaça, mas as dificuldades a serem superadas no cumprimento dos ideais.
Quando o Iniciado cumpre todos os deveres ou obrigações e ajoelha-se ante ao Altar, que é
o seu coração, o Venerável Mestre, que ali é o Cristo, toma a Espada Flamígera e pronuncia
a consagração acompanhado pelos golpes do Grau. Feito isto, levanta-o e abraça-o,
chamando-o pela primeira vez de “Irmão”; cinge-lhe então com o Avental, maior de todas
as condecorações humanas, que simboliza o trabalho, dever do homem e frente de todos os
bens. Dá-se ao iniciado dois pares de luvas, sendo um para sua amada. As luvas, assim
como o Avental, são brancas, como Símbolo das boas obras.
Após consagrado Aprendiz Maçom, está o Neófito em condições de se lhe comunicar a
Palavra e o modo de o fazer. Aprender o uso correto da Palavra é tarefa fundamental do
Maçom. A Palavra Sagrada dada pelo Venerável Mestre, que se senta no Oriente, simboliza
a Palavra Sagrada dada a cada um de nós pelo espírito da verdade. Como o Aprendiz ainda
não sabe ler nem escrever, ela é apenas soletrada. E ensinando ainda o Sinal de Ordem, os
Passos e os Toques.
Conduzindo ao Altar do Primeiro Vigilante, simbolicamente lhe ensinam a desbastar a
Pedra Bruta, que é a imperfeição do espírito e do coração, que o Maçom deve se esforçar
por corrigir.
No topo da Coluna do Norte ficará a embelezá-la por três anos. Os três anos e as três
viagens simbolizam o tríplice período que marcará as etapas de estudos e progresso. Os três
anos referem-se às três artes:
Gramática, Lógica e Retórica, a Gramática é o conhecimento das letras, princípios,
signos, Símbolos da verdade. Os três anos têm ainda estreita relação com os três primeiros
números: um, sentido da unidade universal; dois, dualidades da manifestação; e três,
Trindade ou Perfeição.

46- Nem nu, nem vestido.

São várias as interpretações, e podemos dizer que a privação dos metais faz lembrar o
homem antes da civilização, em seu estado natural quando desconhecida as vaidades e o
orgulho, a obscuridade em que se achava imerso, o homem primitivo em seu estado de
ignorância de todas as coisas.
Nem nu nem vestido, significa meio vestido, ou, então, meio nu (seminu); existe, aí, um
desnudamento parcial, pois o candidato à iniciação, desta maneira, estará, simbolicamente,
despojado de tudo aquilo que se relaciona com os bens materiais e com as vaidades
mundanas, pois, pelo menos para o Rito Escocês Antigo e Aceito, ele é "um pobre
candidato, que caminha nas trevas". A alegoria tem origem bíblica:
"No ano em que veio a Azot, o general enviado por Sardão, rei da Assíria, assediou Azot
e apoderou-se dela (naquele tempo o Senhor tinha falado pelo ministério de Isaías, nestes
termos:” Vai, desata o saco que trazes às costas e tira as sandálias dos teus pés “; Isaías
dispôs-se a executá-lo, ia nu e descalço). O Senhor disse:” Do mesmo modo que meu servo
Isaías vagueia nu e descalço, há três anos, para dar uma imagem do que aguarda o Egito e a
Etiópia, assim serão levados, pelo rei da Assíria, os prisioneiros egípcios e os deportados da
Etiópia, moços e velhos, nus e descalços, com o dorso descoberto “. Isaías, 20, 1- 4.
Cumprindo o simbolismo maçônico à risca, o pé direito do candidato deve estar,
realmente, descalço (o uso de alpargata, ou chinelo, sob o pretexto de comodidade, não
deve prevalecer, pois a marcha claudicante do candidato com um pé calçado e outro
descalço, simboliza, inclusive, o árduo caminhar de quem busca a Luz).

Bibliografia: Ir.’. José Castellani

47- Os números 0, 1, 2 e 3.

A maçonaria em sua parte esotérica preocupa-se com o estudo dos números. Esse estudo
é obrigatório, sendo que o mesmo não tem por pratica faze-lo. No grau do aprendiz maçom
recomenda-se que o aprendiz faça o estudo dos quatro primeiros números sendo eles os
números zero, um, dois e três.
O número zero é o nada, mas o nada não é um vazio absoluto, nele existe o Espírito de
Deus que ainda não se manifestou, assim o nada é o espaço preenchido pelo Espírito de
Deus, anterior a tudo e que dele partiu todas as coisas. O Zero é, pois a representação
simbólica do espaço absoluto intangível e incompreensível para a mente humana, mas que
porta o Espírito de Deus ainda imanifestado, mas que nele permanece. O nada é a figura
mais apropriada para nos dar a idéia de Deus que nos sugere algo sem forma, sem
consciência, sem limites, invisível, intangível e infinito. A sua forma geométrica que é o
círculo que nos dá a idéia de infinito, de princípio e de fim, o círculo é perfeitamente
continuo e o zero é o símbolo do espaço que é representado pelo círculo.
O número um é uma unidade, é o princípio dos números, mas que só existe se os outros
números existirem, ele é um número imaterial, infinito e incognoscível, e a unidade de
tudo. Compreendemos assim que tudo foi criado e realizado sob os impulsos da unidade
absoluta, e como o número zero é o PAI, o número um é o FILHO.
A unidade um, é o Reino de Deus dentro de nós mesmos, que atua e manifesta-se naquilo
que chamamos de consciência.
O numero dois, é a Dualidade afastando-se da unidade, é um número terrível e fatídico,
pois ele é o símbolo dos contrários e, portanto da dúvida, do desequilíbrio e da contradição.
Ele representa o Bem e o Mal, a Verdade e a Falsidade, a Luz e as Trevas, a Inércia e o
Movimento, representa assim, todos os princípios antagônicos adversos.
O número três é o triangulo que é o mais importante símbolo maçônico, pois é a
representação simbólica perfeita dos três aspectos do absoluto que é a mais absoluta
igualdade perfeita, representada pelos lados do triângulo eqüilátero. O aprendiz deve
meditar sobre o simbolismo do número três que explica como o transcendente, o espiritual
e o imaterial podem manifestar-se e tornar-se perfeitamente claro e compreensível aos
nossos olhos.
O número três é o número da luz que corresponde ao fogo, a chama e ao calor. O
maçom deve ter em si o fogo do amor para com tudo o que é bom, justo e honesto, deve ter
a chama da vontade para cumprir com paciência, resignação e determinação, o programa
por ele traçado para a conquista da perfeição e deve ter o calor da inteligência e da
sabedoria para poder distinguir o bem, o belo e o perfeito nas mínimas coisas que lhe
acontecem. O amor, a vontade e a inteligência constituem o significado dos três pontos que
todo maçom deve ter a honra de colocar em sua assinatura.

48- O Avental.

Todo maçom deve usar na reunião a insígnia chamada avental, e é somente quando o usa
que está, na linguagem maçônica, “convenientemente vestido”. Pode ostentar também as
condecorações e jóias distintivas de seu cargo ou do grau a que pertence, mas sem avental
não pode entrar na Loja. Só se excetua o candidato à iniciação, que, como ainda não é
maçom, não pode usar tal insígnia. Há certos graus superiores em que não se usa o avental,
mas é porque foi substituído por outra insígnia e se ultrapassou a sua necessidade.
Algumas Lojas existem em que os Irmãos põem e tiram os seus aventais no templo, mas
isso nunca deveria ser permitido.
A necessidade de que os maçons estejam convenientemente
vestidos envolve uma interessante sugestão dos antigos Mistérios,
e também explica porque é o avental a prenda essencial da
vestimenta maçônica, com as citadas exceções. O nosso avental
moderno se desviou um tanto da forma que teve no antigo Egito,
e sem dúvida se modificou quando as perseguições eclesiásticas
obrigaram a união dos maçons especulativos com os práticos, O antigo avental egípcio, era
triangular, com a cúspide para cima, e seus adornos diferiam, em vários aspectos, dos que
agora se usam. Mas a mudança mais importante consiste em que hoje predomina a idéia de
que o avental em si é tudo, e que a faixa cingida ao redor do corpo só serve para melhor
segurá-lo.
Antigamente, o cinto do avental era a sua característica mais importante e algo mais que
um símbolo, pois estava intensamente magnetizado e disposto de modo que encerrasse em
si um disco de matéria etérica, para separar a parte sutil do corpo físico da parte densa, e
isolar inteiramente desta última as formidáveis forças atualizadas pelo cerimonial
maçônico.
Diz o Irmão Wilmshurst em sua obra The Meaning oI Masonry, pág. 21:
A Maçonaria é um sistema sacramental que, como todo sacramento, tem um aspecto
externo e visível, consistente de seu cerimonial, de suas doutrinas e símbolos, que se podem
ver e ouvir, e um aspecto interno, mental e espiritual, oculto sob as cerimônias, doutrinas e
símbolos, que só aproveita ao maçom capaz de se valer da imaginação espiritual e de
descobrir a realidade existente atrás do véu do símbolo externo.
Recorda-nos este autor que o Apr.’. leva o avental com a ponta levantada, de sorte que
forma uma figura de cinco pontas, símbolo do homem quíntuplo. O triângulo formado pela
ponta — diz ele — está sobre o quadrado, e significa que naquela etapa a alma adeja sobre
o corpo, mas dificilmente se pode dizer que opera através dele. No grau seguinte a ponta
está caída, mostrando que a alma está dentro do corpo e atua através dele.
Ele também nos diz que a pele de cordeiro é acima de tudo o símbolo da pureza, porém
que igualmente significa a brancura da alma não evoluída, ou em Teosófica o chamado
corpo causal. Como alguns de nós sabem, no decurso da evolução se mostra nesse corpo
causal uma grande quantidade de gloriosos coloridos à proporção que nele se despertam
novas vibrações.
Continua explicando o Irmão Wilmshurst que a cor azul pálida das rosetas do avental e o
forro e debruns azuis com borlas de prata do avental do M.’. indicam que nesta etapa o azul
do céu começa a tingir a brancura, e que, por formosa que seja a inocência, deve ser
substituída até certo ponto pelo conhecimento, e quando se alcança os graus superiores, é
mais viva e formosa a coloração. Acrescenta o referido autor que de cima para baixo fluem
duas linhas de força ou influência espiritual, que em seu extremo inferior divergem em sete
linhas significativas das sete cores do espetro solar, cujo verdadeiro simbolismo é o das sete
modalidades de vida.
Segundo a Enciclopédia de Mackey, o avental é o mesmo nos três graus da Maçonaria
Azul, sendo feito de pele branca de cordeiro, debruada de azul.
A Comaçonaria segue o costume dominante na Grande Loja
da Inglaterra, com a diferença de que o debrum e as rosetas são
de azul mais intenso, com estreito rebordo carmesim, e as
bordas são douradas em vez de prateadas, e suas sete linhas
simbolizam os sete raios de vida e os sete graus de matéria.
O avental é o adorno ou a insígnia do maçom, é o Símbolo
do Trabalho, o avental do aprendiz tem a forma de um polígono
de 5 lados, ou seja um retângulo encimado por uma parte triangular chamada abeta.
O triângulo simboliza o espírito do homem e o retângulo representa a matéria ou corpo, o
polígono representa o trabalho material iniciado pelo Apr.’. Ao pretender desbastar a Pedra
Bruta.

49- O Código Maçônico.

1º - Adorar o Grande Arquiteto Do Universo.

2º - O verdadeiro culto que se pode tributar ao Grande Arquiteto consiste nas boas obras.
3º - Tem sempre a tua alma em estado de pureza, para que possas aparecer de um momento
para outro perante o Grande Arquiteto.

4º - Não sejas fácil em te encolerizar; a ira é sinal de fraqueza.

5º - Escuta sempre a voz de tua consciência.

6º - Detesta a avareza, porque, quem ama demasiado as riquezas, nenhum fruto tirará delas,
consistindo isso egoísmo.

7º - Na senda da honra e da justiça está a vida; o caminho extraviado conduz à morte


espiritual.

8º - Faz o bem pelo próprio bem.

9º - Evita as questões, previne os insultos e procura sempre ter a razão do teu lado.

10º - Não te envergonhes do teu Destino, pensa que este não te desonra nem te degrada; o
modo como desempenhas a tua missão é que te enaltece ou te amesquinha perante os
homens.

11º - Lê e medita, observa e imita o que for bom; reflexiona e trabalha; ocupa-te do bem-
estar dos teus irmãos e trabalharás para ti.

12º - Contenta-se com tudo e com todos.

13º - Não julgues superficialmente as ações de teus Irmãos e não censures aereamente. O
julgamento pertence ao Grande Arquiteto do Universo, porque só Ele pode sondar o
coração das criaturas.

14º - Sê, entre os profanos fracos, sem rudeza, superior sem orgulho; humilde sem baixeza;
e, entre Irmãos, firme sem obstinação, severo sem inflexibilidade e submisso sem
servilismo.

15º - Justo e valoroso, defende o oprimido e protege a inocência, não exaltando jamais os
serviços prestados.

16º - Exato observador dos homens e das cousas, atende unicamente ao mérito pessoal de
cada um, seja qual for a camada social, posição e fortuna a que pertence.

17º - Se o Grande Arquiteto te der um filho, agradece, mas cuida sempre do depósito que te
confiou. Sê, para essa criança, a imagem da Providência. Faz com que até aos 12 anos tenha
temor a ti; até aos 20 te ame e até a morte te respeite. Até aos 12 anos sê o seu mestre; até
aos 20 seu pai espiritual e até a morte seu amigo. Pensa mais em dar-lhe bons princípios do
que belas maneiras; que te deve retidão esclarecida e não frívola elegância. Esforça-te para
que seja um homem honesto, avesso a qualquer astúcia.
18º - Ama o teu próximo como a ti mesmo.

19º - Não faça o mal, embora não espere o bem.

20º - Estima os bons, ama os fracos, atende aos maus e não ofendas a ninguém.

21º - Sê o amparo dos aflitos; cada lamento que tua dureza provocar, são outras tantas
maldições que cairão sobre a tua cabeça.

22º - Com o faminto, reparte o teu pão; aos pobres e forasteiros dá hospitalidade.

23º - Dá de vestir aos nus, mesmo com prejuízo do teu conforto.

24º - Respeita o peregrino nacional ou estrangeiro e auxilie sempre.

25º - Não lisonjeies nunca teu Irmão, isso corresponde a uma traição; se te lisonjearem
receia que te corrompam.

26º - Respeita a mulher, não abuse jamais de sua debilidade; defende-lhe a inocência e a
honra.

27º - Fala modernamente com os pequenos, prudentemente com os grandes; sinceramente


com os teus iguais e teus amigos; docemente com os que sofrem, mas sempre de acordo
com a tua consciência e princípios de sã moral.

28º - O coração dos justos está onde se pratique a virtude, e o dos tolos, onde festeja a
vaidade.

29º - Não prometas nunca sem a intenção de cumprir; ninguém é obrigado a prometer, mas
prometendo é responsável.

30º - Dá sempre com satisfação, porque mais vale uma negativa delicada do que uma
esmola que humilhe.

31º - Suporte tudo com a resignação e tem sempre confiança no futuro.

32º - Faz do teu corpo um Templo, do teu coração um Altar e do teu espírito um apóstolo
do Amor, da Verdade e da Justiça.

33º - Concentra, ao menos uma vez por dia, todas as vibrações da tua alma, no sentido de
estares em contato com o Grande Arquiteto do Universo.

50- Delta Luminoso e os Triângulos.

No Oriente de nossas lojas, entre os símbolos do Sol e da Lua, no meridiano e por cima
do trono do Venerável, brilha o Delta Luminoso com o Olho Divino no centro, olho que
nunca dorme, sempre vigilante, que tudo vê e, portanto tudo conhece.
É o símbolo do Poder Supremo e do Primeiro Princípio, a Onisciência, que é a suprema
realidade; o Deita Luminoso tudo vê, é o saber de Deus.
E o Sol e a Lua são as luminárias que derramam suas luzes sobre a Terra.
Desenhado graficamente, o Deita Luminoso é um triângulo eqüilátero, a figura mais
perfeita formada por linhas retas, representa então, a Perfeição, a Harmonia e a Sabedoria,
O triângulo representa um ser abstrato, aquilo que existe necessariamente e não pode deixar
de existir em geometria, uma linha não pode representar um corpo: duas linhas também não
constituem uma figura perfeita, mas três linhas formam pela primeira vez uma figura
regularmente perfeita, razão pela qual foi adotada pelos povos mais antigos para representar
o Eterno, o infinitamente Perfeito, o Primeiro Ser, a Primeira Perfeição.
Logicamente existem muitas figuras perfeitas e logo depois de três linhas podemos ter o
quadrado perfeito, com seus quatro lados iguais e quatro ângulos de noventa graus, mas
esta já seria a segunda perfeição.
Nas lojas, os lugares dos principais oficiais têm forma triangular; as três Luzes têm a
mesma configuração. O triângulo eqüilátero é uma das formas mais constantes do
simbolismo maçônico. Os cristãos modernos empregam essa mesma figura para representar
a Trindade.
Os seus lados constituem um ternário, que desde a mais remota antiguidade tem caráter
sagrado. O ternário, dos estudos dos números, tem por emblema essencial o Delta Lumi-
noso. No centro do Delta Luminoso, está o olho da inteligência ou do principio consciente.
E o emblema da clarividência mais elevada, cuja visão o Mestre sempre possuía. Na Índia
chama-se o Olho de Shiva.
Os egípcios representavam Osiris com o símbolo de um olho aberto e desenhavam esse
hieróglifo em todos os seus Templos. Entre os hebreus é encontrado repetidamente; o
Salmo 36.15 diz “Os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão
abertos ao seu clamor, e em Provérbio 15.3” Os olhos do Senhor estão em todo lugar,
contemplando os maus e os bons ““.
O Olho governa o Sol e a Lua, os cometas e as estrelas, e igualmente o coração do
homem. O homem nunca poderia evadir-se desse vigilante, seja qual for o lugar em que se
encontre sobre a Terra, assim como nunca poderá estar fora da visão e da divindade de Seus
sistemas de leis. Os lados dos triângulos do Delta Luminoso significam, na religião
Trimourti da Índia, Criação ( Brahma), Conservação (Vischnou) e Destruição ( Shiva ); na
religião cristã, Pai, Filho e Espírito Santo; o Deita Luminoso evoca a idéia da Divina
Trindade. Tem o significado dos três remos da natureza, Passado, Presente e Futuro. Tem
também o significado de Amor, Beleza e Justiça. Lembra sempre os aspectos da perfeição.
Delta Luminoso, com o seu triângulo e o Olho que tudo vê, formam um só símbolo, imu-
tável, isto é, é o mesmo símbolo de séculos atrás. Os cristãos modernos empregam essa
mesma figura para representar a Trindade. Os maçons Operativos adotaram o Triângulo
como símbolo da Santa Trindade, e esta compreensão permaneceu entre os Maçons
especulativos.
Delta Luminoso quando rodeado por raios que emanam de um sol como que colocado
em seu centro, raios esses que envolvem o Deita Luminoso, temos a figura que representa a
Luz Divina.
A Ciência atual, a Física Moderna trata a matéria como feixes de luz, isto é, de fótons ou
partículas luminosas o que dá razão aos Livros Sagrados de muitos povos, em especial a
Bíblia que em Gênesis afirma ter Deus criado a Luz no primeiro dia e o Sol no quarto dia.
O Delta Luminoso representa a Verdadeira Luz.
O Triângulo está representado pelo frontão do Templo, sustentado pelas três colunas. Os
triângulos podem ser divididos em duas grandes famílias: os isósceles e os escalenos. O tri-
ângulo equilátero, cujos três lados são iguais, é um triângulo isósceles.
Segundo Plutarco, Xenócrates comparava a divindade a um triângulo eqüilátero. Era
mesmo que torná-la, com razão, perfeitamente igual em todas as suas perfeições, enquanto
que os gênios eram comparados apenas ao triângulo isósceles, que só têm dois de seus
lados iguais e, por conseqüência, carece de alguma perfeição. Enfim, os homens comuns
eram simbolizados pelo triângulo escaleno, que têm todos os lados desiguais, triângulo
eqüilátero, muitas vezes, simboliza a trindade divina no catolicismo. “O triângulo, por seus
três lados e seus ângulos iguais, é um símbolo muito expressivo. Vemo-lo como um ninho
na cabeça de Deus ou entre suas mãos: desde o século XVII, que abusou singularmente
desse triângulo, e é dentro dele que se inscreve o nome de Jeová em hebraico ou o olho de
Deus que tudo vê.
O Delta Luminoso maçônico, localizado no Oriente, atrás e acima do Venerável,
costuma apresentar em seu centro o Olho Divino ou então o tetragrama sagrado I E V E, em
letras hebraicas IOD, HE, VAU, o nome do Grande Arquiteto do Universo, cuja pronúncia
era reservada ao sumo sacerdote, entre os hebreus, uma única vez por ano e cuja verdadeira
pronúncia se perdeu.
O triângulo evoca a idéia da Trindade e esta não é uma concepção própria apenas nas
religiões cristãs.
A Trindade encontra-se:
Na Trimurti hindu, Brahma (criador); Vischu (conservador); Shiva (destruidor).
No Egito a tríade osiriana: Osiris, Isis e Horus.
Poderíamos multiplicar os exemplos das “trindades” na maioria das religiões. Na
Maçonaria, os três lados do triângulo muitas vezes são traduzidos pela fórmula: bem
pensar; bem dizer; bem fazer; ou pela divisa Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
“Os três pontos do triângulo, significam passado, presente e futuro; o triângulo inteiro,
Eternidade ou Deus Eterno. Os três ângulos significam ainda sal, enxofre e mercúrio
princípios da obra de Deus. Os três ângulos representam também os três remos da Natureza
e as três fases da revolução perpétua: nascimento, vida e morte. Em suma, o triângulo é o
emblema da Divindade”.

51- Dia do Maçom.

Comemora-se o dia 20 de agosto como o dia do Maçom.


Indaga-se o seguinte: Qual a razão de se ter escolhido o dia 20 de agosto como o dia do
“Maçom Brasileiro”.

Para o deslinde da matéria necessário se faz voltar á história do Brasil, mais


precisamente no ano de 1822, nos meses que antecederam a proclamação da Independência.
Como é de conhecimento público, a Maçonaria brasileira, naquela época teve papel
destacado em prol da proclamação da independência, tendo admitido em seus quadros o
príncipe D. Pedro I, que entrou na Maçonaria no dia 13 do 5º mês Maçônico, ou seja, em 13
de julho de 1822, tendo o mesmo recebido ensinamentos Maçônicos e sido influenciado
para proclamar a independência do Brasil de Portugal, principalmente pelos Maçons José
Bonifácio de Andrade e Silva e Gonçalves Ledo.
Tenório de Albuquerque no seu livro “A Maçonaria e a Grandeza do Brasil” ano 1º, ata
do dia 20 do 6º mês Maçônico de 1822 que “tendo sido convocados os Maçons membros
das três Lojas Metropolitanas, para uma sessão extraordinária, foi a mesma presidida pelo
primeiro Grande Vigilante, Joaquim Gonçalves Ledo, tendo o mesmo proferido do sólio em
veemente discurso, demonstrando, com sólidas razões que as circunstâncias políticas da
pátria, do rico, fértil e poderoso Brasil, demandavam e exigiam imperiosamente que a sua
categoria fosse inabalavelmente firmada com a proclamação da independência.
“Explicou o mesmo o Grande Vigilante Joaquim Gonçalves Ledo a necessidade de ser a
sua moção discutida, para que aqueles que pudessem ter receio de que fossem convencidos,
pelos debates, de que a proclamação da independência era a âncora da salvação do Brasil.
Em conseqüência do que, dando a palavra a quem quisesse especificar seus sentimentos,
falaram vários membros e todos aprovaram a moção reconhecendo a necessidade imperiosa
de se fazer a Independência do Brasil”.
Vários outros historiadores de méritos se referem à data de 20 de agosto de 1822, data da
memorável sessão realizada pela Maçonaria, como a data da efetiva proclamação da
independência do Brasil, sendo que o Grito do Ipiranga em 7 de Setembro foi tão somente à
ratificação do ato público do que havia sido decidido pela Maçonaria, sendo que é bom não
esquecer que nesta época D. Pedro já havia sido proclamado Grão-mestre do Grande
Oriente do Brasil. O escritor Pandia Calógeras, no seu livro Formação Histórica do Brasil,
página 109 escreve que “a 20 de agosto, o Grande Oriente proclamou, por proposta de
Ledo, que era chegado o tempo da separação definitiva e completa de Portugal”.
No mesmo sentido, o Barão do Rio Branco, Varnhagem diz que de fato a independência
já fora proclamada pela Maçonaria na sessão de 20 de agosto, em Assembléia Geral do
povo Maçônico, reunidas na sede do apostolado as três Lojas Metropolitanas. Deve
salientar-se que 20 de agosto ficou também resolvido pelo Grande Oriente que a data mais
provável para a proclamação da independência seria o dia 12 d outubro, aniversário do
Príncipe Regente. Entretanto, vindo de Santos para São Paulo, 13. Pedro recebeu despachos
do Rio de Janeiro que lhe davam noticias das Ordens intransigentes das Cortes para a sua
volta e do envio de expedições militares.
Gustavo Barroso, autor insuspeito, por tratar-se historiador inimigo e rancoroso da
Maçonaria diz que entre os papéis que foram entregues a D. Pedro pelos portadores Paulo
Bregaro e Antônio Cordeiro, estava uma prancha do Grande Oriente comunicando o que
havia ocorrido no dia 20 de agosto na reunião das Três Lojas Maçônicas, Comércio e Artes,
União e Tranquilidade e Esperança de Niterói e aconselhando-o a abreviar a data da
proclamação da Independência.
O príncipe D. Pedro, a cavalo, rodeado dos dragões de sua guarda de Honra,
uniformizados a austríaca e membros da sua comitiva, amarfanhou os papéis, arrancou a
espada, pronunciou as palavras que abriram novos horizontes ao Brasil “Independência ou
Morte”
Era a declaração pública do que já estava resolvida desde o dia 20 de agosto na reunião
da Três Lojas Maçônicas.
Não contasse D. Pedro com o apoio integral da Maçonaria e não teria disposto da
coragem imprescindível para proferir o “Independência ou Morte” em São Paulo.
Fica assim explicada a razão de se ter escolhido o dia 20 de agosto, como o dia do
Maçom, por ser o dia em o povo Maçônico deliberou que a proclamação da independência
teria que ser feita o mais rápido possível ainda no ano de 1822.
Temos que louvar esta deliberação corajosa dos Maçons brasileiros, que sabiam que
iriam enfrentar uma reação violenta de Portugal.
Com a união, porém, da Maçonaria, do Príncipe Regente D. Pedro e do povo que já
estava maduro para a separação, os portugueses sofreram sérios reveses e em pouco tempo
tiveram que reconhecer o fato consumado da independência do Brasil. Comemoremos, o
dia 7 de Setembro, data da Proclamação da República, mas não esqueçamos o dia 20 de
agosto, quando Maçons valorosos, tomaram uma decisão histórica em prol do Brasil.
52- G.´.A.´.D.´.U.´.

É a maçonaria religiosa? É a Maçonaria uma religião? Sim, é religiosa. Não, não é uma
religião. É religiosa porque reconhece a existência de um único principio criador,
regulador, absoluto, supremo e infinito ao qual, a Maçonaria dá o nome de GRANDE
ARQUITETO DO UNIVERSO - GADU, que é uma entidade espiritualista em
contraposição ao materialismo. Não é uma religião porque a Maçonaria é uma sociedade
que tem por objetivo unir os homens entre si, e nesse esforço, admite em seu seio as
pessoas de todos os credos religiosos sem nenhuma distinção.
As considerações aqui não são do ponto de vista do homem profano, posto que como tal,
o maçom já teve respostas a esse questionamento filosófico antes de adentrar os portais do
Templo Maçônico. Vale agora as considerações sob a ótica do homem maçom, do Iniciado,
que afirma solenemente, no dia de sua Iniciação, a crença em Deus e que respondeu “que
nas horas difíceis de nossa vida depositamos a nossa confiança em Deus”. A este Ser
Supremo, os Maçons denominam de Grande Arquiteto do Universo, e é o símbolo do
Construtor do Universo, uma imagem que se harmoniza perfeitamente com o oficio dos
construtores e sob cujo nome trabalhavam outrora todos os Maçons.
A nossa concepção de Deus, o Ser Superior, é muito mais ampla do que o do profano,
embora a Ordem mui sabiamente, determine que cada um dos seus membros deva
permanecer cultuando a sua fé pessoal.
É muito mais ampla porque deverá estar de acordo com o universalismo e o ecletismo
maçônico. A fórmula neutra, Grande Arquiteto do Universo, preenche perfeitamente esse
papel.
James Anderson, pastor protestante, nos idos de 1723, ao codificar as constituições que
levam o seu nome, soube captar a essência da Ordem no campo religioso. A religião
adotada pela Maçonaria é aquela aceita por todos os homens conforme reza as
Constituições de Anderson. Este conceito do ponto de vista técnico não tem consistência,
posto que toda Religião se auto denomina a única salvadora, a única que merece ser
seguida. Mais deve ser entendida como uma Religião Moral e não uma religião eclesiástica
ou institucional. A obediência á lei Moral revelada pelo L .’. da L .’. é uma obrigação do
maçom, e, na vida profana, mais do que na vida maçônica, a conduta do maçom deverá
refletir o cumprimento desse dever. A mesma convivência estendida a todos os homens faz
do maçom um obreiro da paz.
Entende-se que a Moral Religiosa se fundamente no cumprimento da vontade de Deus,
ou seja, dirigir os atos humanos de acordo com a ordenação universal, e a Moral da
Maçonaria é aquela não acorrentada a nenhuma época, é aquela de cada povo, a de cada
tempo, a de cada civilização, de cada cultura, assim são os Maçons. O conceito de
Anderson deverá ser visto dentro do universalismo maçônico, que aceita todas as Religiões,
ao mesmo tempo em que incentiva, determina, que cada um cultive sua Religião particular,
e, na prática, sob os umbrais do Templo Maçônico, exercite a convivência pacífica e
fraterna de maçons de todas as crenças, desde que consentânea com o ideal maçônico.
A Maçonaria instituição tradicional, filantrópica e progressista, com base na aceitação do
princípio de que todos os homens são irmãos, tem por objetivo a pesquisa da verdade, e o
estudo e a prática da moral e da solidariedade. Trabalha para o melhoramento material e
moral, assim como para o aperfeiçoamento intelectual e social da humanidade.
A Maçonaria deseja uma fraternidade redentora e espera que os homens se entendam e
sejam solidários, porque a solidariedade existe para servir ao homem, o que significa dizer
que cada um de nós depende do próximo e o próximo depende de nós para viver, porque
vemos nele a presença de Deus.
A primeira condição para ser admitido na Ordem como membro é a fé no Ser Supremo.
Condição considerada essencial e que não admite contemporalização. Um maçom é obriga-
do, na sua condição, a obedecer à lei moral e se entende corretamente o oficio nunca será
um estúpido ateu nem um libertino irreligioso e nem agiria contra sua consciência. De
todos os homens, deve ser o que melhor compreende que Deus enxerga de maneira
diferente do homem; pois o homem vê a aparência externa ao passo que Deus vê o coração.
Seja qual for a religião de um homem ou sua forma de adorar, ele não será excluído da
Ordem se acreditar no glorioso Arquiteto do Céu e da Terra e praticar os sagrados deveres
da moral.
A fórmula “Grande Arquiteto do Universo” é de origem medieval. O G .’. A.’. D .’. U.’.
não é um Deus particular dos maçons, é o Deus da religião que cada um adota, mas vemos
nele o símbolo mais importante da maçonaria.
Bibliografia:
Caderno de Estudos Maçônicos - Carvalho Neves.
Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia - Nicola Aslam.
O Conceito de Deus na Maçonaria - Valério Alberton

53- O Grão de Trigo.

O quarto de reflexões constitui a prova da terra - a primeira das quatro provas simbólicas
dos elementos - e, através de sua analogia, conduz-nos aos Mistérios de Elêusis, nos quais o
iniciado era simbolizado pelo grão de trigo atirado e sepultado no solo, para que germinasse
abrisse, por seu próprio esforço, um caminho para a luz.

A semente, na qual se encontra em estado latente ou potencial toda a planta, representa


muito bem as possibilidades latentes do indivíduo que devem ser despertadas e
manifestadas à luz do dia, no mundo dos efeitos. Todo ser humano, é, efetivamente, um
potencial espiritual ou divino, idêntico ao potencial latente da semente, que deve ser
desenvolvido ou reduzido à sua mais plena e perfeita expressão, e este desenvolvimento é
comparável, em todos os sentidos, ao desenvolvimento natural e progressivo de uma planta.

Assim como a semente, para poder germinar e produzir a planta, deve ser abandonada ao
solo, onde morre como semente, enquanto o germe da futura planta começa a crescer, assim
também, o homem, para manifestar as possibilidades espirituais que nele se encontram em
estado latente, deve aprender a concentrar-se no silêncio de sua alma, isolando-se de todas
as influências externas, morrendo para seus defeitos e imperfeições a fim de que o germe da
Nova Vida possa crescer e manifestar-se.

Uma vez que o Germe espiritual, a Divina Semente de nosso ser, é imortal e
incorruptível, esta morte - como toda forma de morte, sob um ponto de vista mais profundo
- é simplesmente o despojo de uma forma imperfeita e a superação de um estado de
imperfeição, que foram no passado um degrau indispensável ao nosso progresso, mas que a
atualidade transformaram-se numa limitação e ao mesmo tempo numa necessidade; na
oportunidade e na base para um novo passo adiante.

Essa imperfeição ou limitação que deve ser superada - os estreitos limites em que se acha
enclausurado nosso pensamento e nosso ser espiritual pelos erros e falsas crenças
assimiladas na educação e na vida profana - é o que simboliza a casca da semente,
produzida por esta como proteção necessária em seu período de crescimento, e inteiramente
análoga à casca mental de nosso próprio caráter e personalidade.

54- O Mercúrio Vital.

A ação e interação entre estas duas tendências opostas são, pois, destinada a produzir em
nós, ativando o estado latente que se encontra dentro de nosso Germe Espiritual, o mercúrio
vital ou princípio da Inteligência e Sabedoria, que corresponde ao salva da filosofia hindu:
o ritmo da natureza, produzido pela lei de Harmonia e Equilíbrio.

O pensamento em todos seus aspectos nasce, pois, naturalmente no indivíduo, da ação e


relação entre suas tendências ativas e passivas, entre o amor e o ódio, a atração e a repulsão,
a simpatia e a antipatia, o desejo e o temor. Cresce e adquire sempre maior força,
independência e vigor quando lutam entre si o instinto e a razão, a vontade e a paixão, o
entusiasmo e a desilusão. Eleva-se e floresce, sempre mais livre, claro e luminoso,
conforme aprende a seguir seus ideais e aspirações mais elevadas, e quando estas
conseguem sobrepor-se à sua ignorância, erros e temores, assim como às demais tendências
passionais e instintivas.

Em outros termos, o pensamento nasce, cresce, se eleva e sublima, conseguindo alcançar


horizontes sempre mais altos, amplos e iluminados, conforme predomine na mente e em
toda a personalidade o elemento ou vibração sátvica, o princípio do equilíbrio e da
harmonia, que produz a Música das Esferas e engendra toda a criação e concepção
caracterizada por sua genialidade e formosura. Pois este mercúrio sublimado é o único que
pode perceber a Verdadeira Luz, que se torna, com seu reflexo mental luz criadora,
simbolizada pela Vênus Celestial, antiga divindade da Luz, e, portanto da beleza que a
acompanha.

O fogo rajásico, aceso no homem, inicialmente pelos desejos e paixões, e depois pela
vontade, o entusiasmo e suas mais nobres aspirações (que constituem o enxofre em seus
diferentes aspectos), agindo sobre a substância tamásica dos instintos, temores e tendências
conservadoras (o sal da reflexão), que constitui a matéria-prima de nosso caráter, faz
fermentar, ferver e sublimar esta massa heterogênea no crisol da vida individual,
produzindo finalmente esse mercúrio refinado ou elemento sátvico, ou seja, a Sabedoria,
nascida da transmutação - por meio da sublimação e refinamento - da ignorância, do erro,
do temor e da ilusão.

55- O Número 3.

"O Número Três não deriva seu princípio de si próprio e nem mesmo tem um princípio"
(Os Números). As observações a respeito deste número são dispersas e obscuras, incluindo
referências vagas a uma lei temporal da trindade, da qual a lei temporal da dualidade
depende completamente. "Na ordem divina, 3 é a Santíssima Trindade, como 4 é o ato de
sua explosão e o 7, o produto universal e a imensidão infinitas que resultaram das
maravilhas desta explosão" (Corresp. Teosófica, carta LXXVI).
"O número três nos é revelado só através dos 12 unificados, como o 4 é por nós
conhecido apenas pela sua explosão ou multiplicação por 7, que nos dá 16, e como 7, que é
a soma deste 16 (1+6 = 7), descreve a nossa supremacia temporal (3) e espiritual (4), ou a
imensidão de nosso destino, como 11 humanos" (Corresp. Teosófica, carta LXXVI). O
número três atua na direção das formas nas esferas celeste e terrestre; isto é, sendo ternário,
em todos os corpos, o número dos princípios espirituais. "Todos os nomes e símbolos que
recaírem neste número pertencem às formas, ou devem ter algum efeito sobre as formas"
(Os Números). Acima do celeste, foi o pensamento da Divindade que concebeu o projeto de
produzir este mundo, e assim o fez de forma ternária, porque esta era a lei das formas, inata
ao pensamento divino.
"Agora, os pensamentos de Deus são seres. A ação harmoniosa e unânime na Divina
Trindade é representada pelos três padres quando eles conduzem juntos a Missa" (Os
Números).
O Três é, também, o número das essências ou elementos dos quais os corpos são
universalmente compostos. Por este número, a lei que dirige a formação dos elementos é
expressa e os elementos são resumidos a três, por Saint-Martin, baseado no fato de que há
apenas três dimensões, três divisões possíveis de qualquer coisa sensória, três figuras
geométricas originais, três faculdades inatas em qualquer ser, três mundos temporais, três
níveis na Maçonaria, e como esta lei da tríade demonstra a si mesmo universalmente, de
forma tão clara, é razoável supor que o três também está no número dos elementos que são
a base de qualquer corpo.
"Se o número três é imposto a tudo que é criado, é porque ele imperava em suas origens"
(Obras Póstumas). "Se tivessem havido quatro, ao invés de três elementos, eles teriam sido
indestrutíveis e o mundo eterno. Sendo três, eles são esvaziados da existência permanente,
porque eles não têm unidade, como fica claro para aqueles que conhecem as verdadeiras
leis dos números" (Dos Erros e da Verdade).
"A razão, qualquer que seja ela, parece conflitar com outra afirmação de que pode haver
três em um, numa Trindade Divina, mas não um em três, porque aquilo que é um em três
deve estar sujeito no fim, a morte" (Dos Erros e da Verdade). "O três não é só o número da
essência e da lei que dirige todos os elementos, mas também, as suas incorporações" (Dos
Erros e da Verdade). "Ele é, finalmente, um número mercurial terrestre que representa a
parte sólida dos corpos, em correspondência simbólica com a alma (sêxtuplo) dos animais,
do qual é o primeiro produto e o de todos os princípios intermediários de todas as classes"
(Obras Póstumas).

56- O Número Zero.

Você sabia ser um equívoco o dito popular “sou um zero à esquerda?”.

Senão vejamos a respeito do ZERO a partir do Versículo 2, do Capítulo I, do Livro


Gênesis:
Gen. I, 2 — “A terra, porém era sem forma e vazia. Havia trevas sobre a face do abismo
e o Espírito de Deus pairava sobre as águas.”

A primeira dificuldade de interpretação do referido versículo está em sua frase inicial:


“A terra era informe e vazia”. Ora, “sem forma e vazia”, simplesmente equivale a não
existir. A segunda frase nos diz que “havia trevas sobre a face do abismo”. Mas que
abismo? Há que se entender aqui que o “abismo” era o espaço. Logo, o espaço coexistia
com Deus e era anterior à sua manifestação. Diz a terceira frase: “e o Espírito de Deus
pairava sobre as águas”. Outra grande dificuldade, pois, se, como se viu, a terra
simplesmente não existia, por ser sem forma e vazia, se o abismo era o espaço, que águas
eram essas por sobre as quais pairava o Espírito de Deus? Ao que parece, o autor do
versículo não tinha uma imagem própria para dar a idéia de que o Espírito de Deus era
superior a tudo e, assim, colocou essas águas apenas para dar a entender que o Espírito de
Deus se sobrepunha a tudo. Mas sem dúvida, ele já existia e pairava, então do NADA!

Assim, o NADA não era um vazio absoluto. Nele já existia o Espírito de Deus que ainda
não se manifestara. Conclui-se, pois, que o NADA ou seja, o espaço preenchido pelo
Espírito de Deus, foi anterior a tudo e dele partiram todas as coisas. O NADA é
simbolizado na escala numérica pelo ZERO. O ZERO é pois, a representação simbólica do
espaço absoluto, inatingível e incompreensível para a mente humana, mas que portava em
si o Espírito de Deus, ainda imanifestado, mas sobre ele ou nele, pairava. A figura mais
apropriada, então, para nos dar uma idéia de Deus é o NADA, que nos sugere algo sem
forma, sem consistência, sem limites e, portanto, invisível, intangível e infinito.
Inidentificável por faltar elementos por nós conhecidos capazes de submetê-lo à
comparação! No entanto, Ele já existia, pois Seu Espírito “pairava” no espaço.

Os cultistas denominam isso o SER no NÃO SER, isto é, o ZERO, ou seja, o espaço com
todas as coisas ainda latentes que só se tornariam em realidade depois que o Espírito de
Deus nelas se manifestasse. A EXISTÊNCIA palpitava, pois, na NÃO EXISTÊNCIA, o
SER no NÃO SER enquanto a CAUSA SEM CAUSA (Deus) envolvia a EXISTÊNCIA e a
Eternidade envolvia o tempo!
A forma geométrica do círculo (ZERO) é a que mais se presta para nos dar a idéia de
infinito porque, enquanto qualquer outro tipo de linha traçada nos mostra sempre um
princípio e um fim, o círculo é perfeitamente contínuo. É o ZERO que simboliza o espaço,
o absoluto ainda imanifestado, o princípio latente de todas as coisas, que provêm todos os
SEPHIROT (números que compõe a escala da Cabala), ou seja, deste ABSOLUTO
imanifestado é que se originam todas as coisas.

Na Maçonaria, a letra ‘G’, que é uma modificação do círculo (ZERO) e representa o G.:
A.: D.: U.: simboliza o “ciclo do tempo, perpetuamente emanado e devorado pela
Eternidade, imagem da Força Criadora que se manifesta do estado potencial latente”. Em
uma última palavra, o ZERO é o símbolo esotérico que representa Deus, Criador incriado, a
Causa sem Causa, de onde tudo se origina e que, ainda imanifestado, paira no espaço
ABSOLUTO.

E assim, sobre o conceito do ZERO à esquerda, deixamos como curiosidade e


reflexão dos que lerem este trabalho, tendo como fonte O SIMBOLISMO DOS
NÚMEROS NA MAÇONARIA.

57- O Pão e a Água.

Essa semente, que deve morrer na terra para produzir a nova vida da planta, cuja
perfeição encerra em estado potencial, morreu efetivamente no pão que está sobre a mesa
da câmara de reflexões, para simbolizá-la. Este pão representa, além disso, a substância que
constitui o meio pelo qual a vida se manifesta em todas as suas formas, a matéria prima
continuamente o mecanismo incessante da renovação orgânica, passando de um a outro
estado, de uma a outra forma de existência.

Ao lado do pão, encontra-se um copo com água, ou seja, aquele elemento úmido - outro
aspecto da própria Substância Mãe - que é fator e condição indispensável de crescimento,
germinação, maturação, reprodução e regeneração. Como a Vênus Anadiômera, que se
transforma em Vênus Genitrix; a Mãe Universal, também a Vida somente pode nascer do
seio das águas, enquanto que a terra mitologicamente simbolizada por Géa e Deméter (às
quais estavam consagradas os Mistérios de Elêusis) converte-se na nutris.
Estas duas formas complementares da Substância Una, atuam constantemente uma sobre
a outra, como podemos observar em todos os processos biológicos; em seu estado
primitivo, o pão representa o carbono que sob a forma de ácido carbônico, é encontrado na
atmosfera, e que a vida vegetal transforma nos hidrocarbonatos, substâncias básicas que
constituem todas as partes da planta, das quais nascem posteriormente as proteínas. Todas
estas produções necessitam como base o elemento úmido, que pode comparar-se à Matriz -
Templo e Oficina de toda a atividade orgânica.

Finalmente, o pão e a água possuem moralmente fundamentos de sobriedade e


sensibilidades indispensáveis para a vida do iniciado, e juntamente com o despojo dos
metais, este demonstra seu discernimento, que o faz buscar unicamente o essencial - os
verdadeiros Valores da existência, que só podem nos dar paz, felicidade e satisfação,
fazendo-se fatores de nosso progresso interior em Sabedoria e Virtude -, eliminando todas
as superfluidades e complicações da vida profana, em cuja busca o homem ordinário perde
suas melhores energias.

58- O Pavimento Mosaico.

O Pavimento Mosaico também chamado de Pavimento Quadriculado é de origem Meso-


potâmica mais precisamente Sumeriana. A Mesopotâmia (“terra entre rios”), região da
Ásia, situada entre os rios Eufrates e Tigre, abrigou, ao lado do vale do rio Nilo, as mais
antigas civilizaçôes organizadas da Terra.
Estabelecidas na região de Summer, no sul da Mesopotâmia, junto ao Golfo Pérsico, a
partir do IV milênio A.C., os sumerianos influiram, decisivamente na formação mística,
metafísica e cultural dos demais povos Asiáticos e dos Mediterrâneos. Hoje não restam
mais dúvidas de que eles inventaram a escrita (escrita cuneiforme); o sumeriano era língua
hierática (sagrada), usada nos textos religiosos de, praticamente, todos os povos da
antiguidade, enquanto que o acadiano (dos habitantes de Acad, região ao norte de Summer)
era a língua diplomática usada, inclusive, pelos Egípcios. Além da escrita, é certo terem, os
antigos sumerianos, tudo criado: administração e justiça fundadas em Códigos, que
serviram de padrão: formas políticas de governo, que vão desde as cidades-estados, até ao
império: instrumentos de troca e de produção: formas de pensamento religioso, que domi-
naram o mundo antigo: a astronomia e astrologia: técnicas de construção copiadas por
outros povos (os especialistas Woolley e Parrot reconstruiram, além dos templos religiosos,
as casas sumerianas de dois andares, protótipos das futuras casas gregas e romanas).
A religião foi, todavia, o centro e o motor de toda a vida mesopotâmica,
tomando-se a base de toda a religiosidade cósmica do mundo antigo e da mitologia
greco-romana. Entre os simbolos religiosos dos sumerianos, encontrava-se um
pavimento quadriculado, composto de quadrados brancos e negros, intercalados,
simbolizando os opostos (principalmente o dia e a noite, já que o culto era solar,
mas, também o bem e o mal, a virtude e o vício, o espírito e a matéria).
Na mesopotâmia, esse pavimento representava terreno sagrado, através do qual se tinha
acesso ao santuário mais intimo da religião, e que, normalmente, só era percorrido pelo sa-
cerdote hierarquicamente mais elevado, mediante certas formalidades, nos dias mais impor-
tantes do calendário religioso. Nem todos os demais povos, entretanto, adotaram esse sím-
bolo (os hebreus não o usaram e ele não existia no templo de Jerusalém), ao passo que
muitos o adotaram, apenas, como motivo decorativo (caso dos antigos gregos e cretenses).
Na Maçonaria, o Pavimento não tem, também, o significado sagrado que possuía
entre os sumerianos, não sendo terreno sagrado, no qual é proibido pisar.
O Pavimento Quadriculado é, geralmente, chamado de Pavimento Mosaico,
graças álenda, segundo a qual Moisés (Moshe), o líder do povo hebreu, durante o
Êxodo teria assentado, no chão do Tabernáculo (em hebraico Suká = tenda, ou
Mishcán = santuário: templo portátil armado pelos hebreus, durante a peregrinação
em direção à Palestina, após a saída do Egito), pequenas pedras coloridas.
O termo mosaico não tem nada a ver com o pavimento feito de pedras, que
formam desenhos; não tem nada a ver, também, com a palavra latina musaeum,
como afirmam alguns autores. A defesa desta hipótese, inclusive, demonstra, não
apenas um desconhecimento de Maçonaria, mas, também, e principalmente, do
próprio vernáculo e da etimologia da palavra, pois o vocábulo mosaico, quando
usado como substantivo significa “pavimento feito de pequenas peças, que, pela
disposição de suas cores, dão a aparência de desenhos”, enquanto que, quando
usado como adjetivo, ela é alusiva a Moisés e, por extensão, ao hebraísmo, ou
judaísmo. Na expressão Pavimento Mosaico (Pavimento “de” Mosaico é bobagem),
a expressão “mosaico” é ode adjetivo referente ao substantivo “pavimento”, sendo,
portanto, alusiva a Moisés, realmente.
É formado de ladrilhos alternados, brancos e pretos, perfeitamente quadrados,
unidos entre si e em seu perímetro um festão, também de ladrilhos em triângulos,
imitando uma franja, denominada Orla Dentada. Ela exprime a união que deve ser
mantida por todos os homens quando o amor fraternal dominar todos os corações.
Os seus dentes formados pelos vértices de triângulos representam os múltiplos
planetas que gravitam em torno do Sol, ou melhor, os povos reunidos em volta de
seus Chefes, os filhos em redor de seus pais, os maçons reunidos em torna da Loja.
Em alguns ritos, as cores dos ladrilhos alternativos alternam-se entre branco,
negro e vermelho.
O Pavimento Mosaico é um dos ornamentos da Loja; os outros dois são a estrela
Flamígera e a Borda Festonada contendo os 81 nós.
Simboliza o Pavimento Mosaico a diversidade dos homens e de todos os seres,
animados ou inanimados, entrelaçando-se e unindo o espírito com a matéria.
O significado mais curial e menos maçônico diz respeito à igualdade entre as
raças negra e branca.
No antigo Egito, somente era permitido transitar sobre o Pavimento Mosaico, o
candidato e aqueles que desempenhavam algumas tarefas, como quem acendia a
luz do Fogo Sagrado e quem manejava o turíbulo do incenso.
Há lojas que dispensam o Pavimento Mosaico como símbolo em destaque, e
constituem todo o pavimento da loja de ladrilhos brancos e negros, evidentemente,
em prejuízo a presença em destaque de um dos ornamentos da loja.
O Pavimento Mosaico por ser um ornamento não possui valor filosófico.
Contudo, há várias considerações para serem feitas a respeito da cor.
Nem o Negro nem o Branco são cores. O Negro é ausência de cor, o branco é a
polarização das cores.
Portanto temos na luz do Sol, a pretensa cor branca e na ausência do Sol, a
pretensa cor negra.
Portanto o Pavimento Mosaico contém todas as cores e representa todas as raças, unindo-
as, igualando-as, amparando-as e evoluindo-as, constituindo um dos mais belos e
significativos ornamentos da Loja.
O Pavimento Mosaico sendo um ornamento da Loja possui principalmente a
diversidade dos homens e de todos os seres animados ou inanimados, entrelaçando-
se e unindo o espírito com a matéria.
Representa também todas as raças unindo-as, igualando-as, amparando-as e
evoluindo-as.

59- O Grau de Aprendiz.

Neste primeiro ano que passamos aprendendo a desbastar a Pedra Bruta, aprendemos
tanto, que seria impossível transcrevê-los neste momento. Dentre muitas coisas o que mais
valeu foi a busca de uma sociedade íntegra e a Fraternidade verdadeira entre os IIr.’.e os
homens, tudo isso não só em palavras mas, principalmente, em atos.
Aprendemos que dentro do homem se acham a morte e a vida, a dor e a ventura, o
engano e a iluminação.

Nunca devemos esquecer que do pó viemos e ao pó retornaremos, e que nascemos para


morrer. Em tudo temos os dois lados o Direito e o Esquerdo. O lado positivo e o negativo.
O Direito é o lado do bem, o Esquerdo o lado dos pensamentos baixos.
Quando aqui fomos iniciados tivemos os olhos vendados, representando o estado de
ignorância e a cegueira do mundo profano e a cegueira dos sentidos no corpo físico. Foi-
nos dado a luz e ministrados os primeiros ensinamentos, mas já podemos dar graças ao G. ‘.
A.’. D.’. U.’. por esta oportunidade que nos foi dada na busca da luz verdadeira.
No Oriente esta cabeça do homem; para onde pende a cabeça pende o corpo por isso que
nos espelhamos no V.’. M.’. l º e 2 º VVig.’. vêm como sustentáculos, como Força e
Beleza. O significado da segunda viagem, quando ouvimos o tilintar de espadas, representa
a luta do homem consigo mesmo, na busca da dominação da mente e dos maus pensa-
mentos. Assim aprendemos a reforçar os nossos pensamentos positivos.
Desta forma iniciamos o controle dos pensamentos negativos a exemplo da terceira
viagem e a sobrepujança dos pensamentos positivos, dominando a parte negativa da nossa
natureza.
Aprendemos também a saborear o cálice da amargura, para que o amargor em nossa
boca, se converta em doçura na boca dos homens, para que a verdade sempre triunfe.
Aprendemos que ao fazermos o bem estamos recebendo carga positiva, segundo as leis
cósmicas. Aprendemos a ver tudo nos três planos:

Espiritual - Aritmético - Números

Mental - Música - Som

Físico - Geométrico - Figura - Forma

Aprendemos que ser verdadeiro é mais fácil do que parece, que a melhor vingança contra
o inimigo é desejar-lhe felicidade. Por isso Jesus disse: Ao receber um tapa numa face,
ofereça-lhe a outra, porque a inimizade atrai cargas negativas, dificultando a nossa vida.
Devemos zelar pelo bem estar da família, e de todos os seres necessitados, sem
recompensa. Devemos sempre ver o lado bom das pessoas.
Se somos patrão, devemos tratar nossos empregados como filhos; se governantes,
devemos ser o pai de seu povo; se e súdito deve respeitar as leis; se e empregado deve
cumprir seu dever.
Não suficiente deixar de fazer danos aos outros, e necessário fazer o bem. Assim
podemos chegar a ser um Maçom Construtor e não um MAÇOM COM ETIQUETA.
Se assim não agirmos, podemos entrar na MAÇONARIA, porém nunca a MAÇONARIA
entrara em nós. Pois a MAÇONARIA esta aberta para os valentes, que estão dispostos a
desbastar a Pedra Bruta.
É NECESSÁRIO, POIS QUE CADA MAÇOM SEJA UM PESQUISADOR E UM
COMENTARISTA, NEM QUE O SEJA PARA SI.
UM MAÇOM NÃO É UMA CRIANÇA OBRIGADA A DECORAR UM
CATECISMO. UM MAÇOM É UM HOMEM LIVRE, UM HOMEM INSTRUÍDO, UM
HOMEM CAPAZ DE PESQUISAR E DE ENCONTRAR A VERDADE TAL É A
GRANDE FINALIDADE DA MAÇONARIA.
Pretendemos traçar aqui algumas considerações relativas ao Grau de Aprendiz e à
própria Maçonaria, visto ser o Grau de Aprendiz a base do edifício maçônico e, cada grau,
uma melhor e mais aprofundada compreensão das doutrinas e da moral do primeiro grau.
Partiremos de três perspectivas que se complementam: a da existência autêntica do maçom,
a da Maçonaria como afirmação da liberdade, e a do maçom enquanto sujeito moral.
A experiência vivida na Câmara de Reflexões e na própria Iniciação como um todo terá
sido certamente para todos os irmãos uma oportunidade singular de fazer um balanço de
nossa vida pregressa, do quanto são transitórios e pequenos nossos bens materiais e nossas
aspirações mais corriqueiras, da falta de sentido da vida vazia e caótica, face à implacável
possibilidade da morte, resumida num contundente sentimento: o da angústia.
Essa angústia existencial decorre, entre outras coisas, da inapelável constatação de que
somos finitos enquanto seres materiais, e de que desperdiçamos quase toda nossa vida em
projetos e vaidades banais, movidos por aspirações egoístas e sem qualquer propósito mais
relevante perante a família, a pátria ou a própria humanidade. Perante nossa própria
consciência. Em oposição a essa existência inautêntica, caracterizada por uma certa embria-
guez e entorpecimento da consciência, em que o homem, abandonado à própria sorte e ao
acaso está literalmente jogado no mundo, a Maçonaria mostra-nos, sem retoques, uma
verdade que fere... O Grau de Aprendiz é a própria afirmação da liberdade pela virtude, em
oposição à escravidão voluntária dos vícios e das paixões, da vida caótica e da ausência do
dever. É a afirmação da liberdade pelo exercício da vontade dirigida pela inteligência e
movida pela virtude objetivando a edificação moral e espiritual da humanidade, iluminada
pelo Grande Arquiteto do Universo, cuja sublime presença o maçom aprende a vivenciar
em todo seu esplendor e intensidade. A liberdade, todavia, impõe-nos deveres tão pesados
que se os fracos e os ambiciosos pudessem compreende-la, jamais desejariam possuí-la,
pois ela implica numa responsabilidade direta do homem em relação a toda humanidade, a
cada decisão e em cada escolha ou atitude, pois todos os nossos atos, criando o homem que
queremos, criam, simultaneamente, uma imagem do homem tal como julgamos que ele
deveria ser. O uso da liberdade, sem negá-la aos nossos semelhantes, fazendo de nossas
ações um modelo para toda a humanidade, impõe-nos uma inevitável questão: o que
aconteceria se todo mundo fizesse como nós?
O Grau de Aprendiz através de seus mistérios e alegorias, é o alicerce para que o
maçom possa ser capaz de responder de forma positiva a essa inquietante questão. Essa
resposta, porém, não se dará baseada apenas na exterioridade do Direito, cujas normas
dependem de uma codificação formal e oficial (as leis) e de um aparato policial e judiciário
para assegurar seu cumprimento, sem que tenhamos necessariamente uma convicção íntima
de sua validade.
O maçom responderá por sua liberdade baseado principalmente na sua consciência do
dever moral, forjada desde o Grau de Aprendiz, de acordo com as virtudes teologais da fé,
da esperança e da caridade; das virtudes cardeais da temperança, da justiça, da coragem e
da prudência, consciência a qual o maçom intimamente adere de forma livre e espontânea.
Ao desbastar a pedra bruta, o maçom constrói-se enquanto sujeito moral consciente de seu
dever de construtor social compromissado com o trabalho de tornar feliz a humanidade,
pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade e pelo respeito à
autoridade e à crença de cada um. Convicto da moral baseada no amor ao próximo, o
maçom tem em si sempre viva a presença do Grande Arquiteto do Universo, a despertar-
lhe, no uso de sua liberdade, o sentimento de solidariedade capaz de sustentar a verdadeira
fraternidade entre os irmãos, entre os povos e entre a humanidade.
Assim, saído do caos e das trevas da ignorância profana, o Aprendiz aos poucos se
liberta das ilusões com seus pensamentos, vontade e desejos purificados, submete ao crivo
de sua razão os sublimes princípios da Maçonaria Universal, empunhando o maço e o
cinzel de sua consciência, desbastando sua pedra bruta e, com o auxílio do Grande
Arquiteto do Universo, poderá, então, iniciado na ciência maçônica, arrojar-se na
edificação de templos à virtude, cavando masmorras ao vício, sustentando-se na sabedoria,
na força e na beleza, sem iludir-se com a riqueza, o conhecimento e a violência profanas.

60- O Homem Construindo O Homem.

Desde o primeiro momento de sua existência na terra, o homem foi dotado de qualidades
suficientes para impor a si mesmo condições cada vez melhores em seu habitat. Nas eras
pré-históricas entre os animais, começou a ser distinguido como ser superior em todos os
aspectos.
Recorrendo à história, é fascinante e, ao mesmo tempo, trágica a evolução do homem.
Fascinante pela sua inteligência, sempre buscando meios de defesa, de conforto, de se
aperfeiçoar com novas invenções, de século para século, cada vez mais complexas. Trágico
porque, paralelo a infinitas criações, o homem teve e continua tendo muito de destruição,
através do progresso desregrado ou de guerras que, de século para século, tornam-se mais
rigorosas.
Olhando ainda para a história vemos que ela foi escrita com violência, com sangue. A
história antiga é uma sucessão de construções e destruíções; e assim vem caminhando até
os nossos tempos. E me pergunto:
- O homem evoluiu? O homem de hoje não será o mesmo de antigamente?
Estamos no século XXI e já tivemos duas grandes guerras - as duas neste século. Foram
sangrentas, cruéis. A última culminou com a bomba atômica, que destruiu milhares e mi-
lhares de vidas preciosas.
E continuo a me perguntar:
-Antigamente o homem era menos cruel? Não vazava o olho do inimigo, as lanças
trespassavam os corpos? Mas em nossos dias, o homem, em termos de violência, de matar,
tem mais requintes. Com uma simples bomba aniquila todo o nosso planeta. Portanto, o
homem no passar dos tempos vem se tornando mais violento - só que hoje e mais
sofisticado.
O Templo de Jerusalém foi destruído enquanto Jesus pregava a justiça, a igualdade e a
fraternidade, como se fosse um bom maçom. Decorridos séculos, o homem evoluiu tanto
que, nas duas grandes guerras, quantos templos foram bombardeados, quantos museus,
quantas obras importantes da engenharia se tornaram pó e escombros?
Hoje, um outro mal talvez mais grave ainda, porque mais profundo vai invadindo a
humanidade. A começar pela terrível troca de valores entre os povos mais evoluídos e entre
os homens chamados mais civilizados. E uma espécie de desintegração, de decomposição,
de apodrecimento do próprio homem.
Os maiores sábios e mais eminentes moralistas, entre aqueles que crêem na primazia do
espírito sobre a matéria, acham-se unanimemente inquietos. A própria humanidade já co-
meça a compreender a importância desse perigo. Por suas extraordinárias realizações, o
mundo moderno é prodigiosamente grande e belo. O homem, orgulhoso de seu poder sobre
a matéria e sobre a vida, parece dominá-lo cada dia melhor.
Ora, na medida em que o homem vai se apoderando do universo, pela ciência e pela
técnica, vai também perdendo o domínio do seu universo interior à medida que penetra no
mistério dos mundos, tanto dos infinitamente grandes como dos pequenos, perde-se nos
seus próprios mistérios. Pretende dirigir o universo e não sabe dirigir a si mesmo.
Domestica a matéria, mas, quando libertado de sua tirania, deveria viver mais
intensamente o espírito - e a matéria aperfeiçoada volta-se contra ele. E eis que se torna seu
escravo e é o espírito que agora agoniza...
Se o homem perder o espírito, perderá tudo. Sem a primazia do espírito não haverá mais
homem. E porque a idéia nasce do espírito e, então, a matéria se organiza sob a mão do
homem, e sua construção prossegue através dos tempos. O espírito engendra o plano - e a
cidade surge da terra e a máquina sai da fábrica, o espírito concebe a beleza - e o mármore
se torna estátua, as cordas cantam, as cores se harmonizam. O espírito voa ao encontro de
outro espírito e palpita o amor, os homens se unem e a humanidade cresce.
Mas quando o espírito se deteriora, o homem corre perigo, pois a carne de seu amor, a
máquina que construiu, a cidade que ergueu, o mundo que edificou, voltam-se contra ele e
esmagam-no. De novo a matéria lhe escapa e nem há mais homem. Tudo tem de ser feito.
Assim, as civilizações caíram, uma após outra. De todas as que sucederam, desde o inicio
da história, poucas sucumbiram a golpes exteriores. A maior parte teve a si como o próprio
carrasco, minadas interiormente por um lento apodrecimento.
Todos nós nos orgulhamos de nossa civilização ocidental. Foi para salvá-la que
participamos da maior matança que o mundo jamais conheceu antes - dezenas de milhões
de homens morreram e outras dezenas de milhões sofreram atrozmente.
Para salvaguardá-la que as nações se armaram com forças capazes de devastar
continentes inteiros.
Sem dúvida, nossa civilização está em perigo, mas não tanto em suas fronteiras
geográficas, mas nas próprias fronteiras do coração humano. O verme que corrói seu
interior e se fortifica inexoravelmente é alimentado pelas facilidades do mundo moderno,
que oferecem ao corpo as delícias e, ao espírito, o orgulho do poder.
Agora, estamos recolhendo seus frutos, cujo sinal, entre outros, é uma moralidade
discutível. Nos países desenvolvidos, ela adquire as proporções de um verdadeiro flagelo.
O crescente progresso das doenças mentais, dos desequilíbrios de toda espécie, oferecem-
nos uma trágica ficha da saúde do homem moderno.
O mundo moderno é extraordinário. Não temos o direito de frear seu fulgurante
progresso, bem como temos o dever de trabalhar para esse progresso. Nosso labor, no
entanto, será em vão se, paralelamente, não trabalharmos para desenvolver no homem a
consciência de seu espírito. E preciso refazer o homem para que o homem refaça o universo
na ordem do amor.
Quanto maiores forem as facilidades, mais o homem terá necessidade de luz para
compreender que estas facilidades são apenas meios para atingir um fim mais elevado.
Precisará de mais força interior para não se apegar a elas, mais necessidade de amor terá
a fim de não capitalizá-las em seu próprio benefício e em detrimento de seus irmãos.

Nós homens precisamos nos lembrar da existência do Grande Arquiteto do Universo, que
emana nossas forças vitais para nossa subsistência, com amor, fraternidade e liberdade.
61- O Olho que tudo vê.

Na excelente obra de René Guenon: “Os Símbolos da Ciência Sagrada” extraímos estas
conclusões:
Um dos símbolos comuns ao Cristianismo e à Maçonaria é o triângulo no qual está
inscrito o Tetragrama hebraico ou algumas vezes apenas o Iod “, primeira letra do
Tetragrama, que pode ser considerado como a sua abreviação”.
Na Maçonaria esse triângulo é com freqüência chamado de deita, pois a letra grega assim
denominada, tem na verdade a forma triangular, mas não pensamos que se deva ver nesse
paralelo, qualquer indicação quanto às origens dos símbolos em questão; além disso, é
evidente que a significação é essencialmente ternária, enquanto que o deita grego, apesar de
sua forma, corresponde pela ordem alfabética e pelo seu valor numérico.
Por vezes o próprio “Iod” é substituído por um olho, que, em geral, é designado como o
“OLHO QUE TUDO VÊ” (The All-Seeing Eye).
A semelhança de forma entre o Iod e o olho de fato prestar-se a uma assimilação, que
tem, aliás, inúmeras significações e sobre as quais talvez seja interessante oferecer algumas
indicações.
Em primeiro lugar, podemos notar que o triângulo ocupa sempre urna posição central, na
Maçonaria está expressamente colocado entre o Sol e a Lua, disso resulta que o olho
contido no triângulo deveria ser representado sob a forma de um olho comum, direito ou
esquerdo, pois, na verdade, são o Sol e Lua que correspondem respectivamente ao olho
direito e ao olho esquerdo do “Homem Universal”, na medida que este se identifica como
Macrocosmo, mais particularmente em conexão com o simbolismo maçônico, e é bom
notar que os olhos são na verdade os “luzeiros” que iluminam o microcosmo.
Para que o simbolismo seja inteiramente correto, esse olho deveria ser frontal ou central
isto é: “O Terceiro Olho”, cuja semelhança com o Iod é ainda mais admirável.
É de fato, esse “Terceiro Olho” que “Tudo Vê” na perfeita simultaneidade do eterno
presente.
Do ponto de vista do “Tríplice Tempo” a Lua e o olho esquerdo correspondem ao
passado, o Sol o olho direito, ao futuro, e o “Terceiro Olho” ao presente, isto é ao instante
indivisível entre o passado e o futuro, é o como um reflexo da eternidade do tempo.
Nas igrejas cristãs, em que está figurado, esse triângulo fica normalmente colocado
acima do altar; como este, além disso, é encimado pela cruz, o conjunto da cruz e do
triângulo reproduz de modo curioso o símbolo alquímico do enxofre.

A figura do Cristo Glorioso, no seu interior, aparece desse modo identificada ao


“Purusha no Olho” na tradição hindu.
A expressão ”lnsânul-ayn” ( O homem do olho ) empregada no árabe para designar a
pupila ( ou menina ) do olho, refere-se ao mesmo simbolismo.

62- O Painel da Loja.

O Painel é um quadro que contém os símbolos alusivos ao grau em que a Loja funciona e
que deve estar exposto durante as sessões. Sua origem remonta as primitivas Lojas
Maçônicas, da época em que ainda não existiam templos maçônicos (anterior a 1776),
quando costumavam desenhar os símbolos no chão, com giz ou carvão. Mais tarde, os
símbolos passaram a ser pintados em pedaços de pano e evoluíram até o quadro que vemos
diante do trono do venerável mestre.
A parte central do Painel reproduz o Altar dos Juramentos, sobre o qual vê-se o Livro
Sagrado aberto, firmadas suas páginas com as jóias Esquadro e Compasso entrelaçadas. O
Livro da Lei representa o código de moral que cada um de nós respeita e segue. O
compasso e o esquadro, que só se mostram unidos em loja, representam a medida da justiça
que devem reger todos os atos de um verdadeiro maçom.
O piso ou Pavimento Mosaico é a base sólida para compreensão dos mistérios
maçônicos. Como num piano, seus quadrados brancos e pretos convivendo lado a lado nos
mostram que, apesar das diversidades de cores, raças e religiões, a humanidade foi criada
para viver na mais perfeita harmonia, na mais íntima fraternidade.
A orla dentada com suas borlas representa a Loja, ou seja, todos os irmãos inscritos em
seu quadro. Ela nos mostra o princípio da atuação universal simbolizada no amor, e nos
lembra as quatro virtudes cardeais: temperança, justiça, coragem e prudência.
No Painel vemos as “ferramentas e instrumentos de trabalho”, inclusive a Pedra Bruta e a
Pedra Cúbica. Essas ferramentas e instrumentos encontram-se em “descanso”, pois o
trabalho “físico e operativo” foi concluído para ceder lugar à ascensão.
Pedra Bruta recordará sempre em que condições o maçom se encontrava até atingir a
posição privilegiada de construir a obra espiritual. Simboliza a personalidade rude do
aprendiz, cujas arestas ele apara, e que lhe cabe disciplinar, educar e subordinar a sua
vontade.
Também vemos no Painel três colunas, cada uma pertencente à ordem arquitetônica
grega: a Jônica para representar a Sabedoria, a Dórica significando a Força, e a Corintia
simbolizando a Beleza. São os sustentáculos ou adornos das oficinas maçônicas.
Diz sobre elas o ritual: ‘Nossas lojas estão sustentadas por três grandes colunas: a sabe-
doria personificada no Venerável para idear, a força – representada no 1º Vigilante para
suster, e a Beleza figurada no 2º Vigilante para adornar. A sabedoria nos guia em todas as
nossas iniciativas, a força nos sustem em todas as nossas dificuldades, e a Beleza adorna o
homem interno “. A Espada colocada ao pé da primeira coluna não representa um
instrumento de trabalho, mas sim de justiça e de defesa. O teto da loja representa a abóboda
celeste, significando o caráter de sua universalidade.
O caminho para atingir esta abóboda, isto é, o Céu, é representada pela Escada de Jacó.
A escada mística vista por Jacó em seu sonho - descrito no Livro do Gênesis, capítulo 28 -
simboliza singelamente o ciclo involutivo e evolutivo da vida, em seu perpétuo fluxo e
refluxo, através de nascimentos e mortes a desdobrar-se em hierarquias de seres, mundos,
remos de vida e raças. Seus degraus são tantos quantas são as virtudes necessárias ao
aperfeiçoamento individual, e das quais as três principais são a Fé, a Esperança e a
Caridade, ali simbolizadas pela Cruz, a Ancora e o Cálice.
A altura do cálice e ao lado direito da escada, nota-se parte de um braço com a mão
direita, prestes a receber o cálice. E a mão simbólica do Grande Arquiteto do Universo a
colher o sacrifício daquele que se dispõe a galgar a escada.
A porta do céu, no topo da escada, vem representado por uma Estrela de Sete Pontas que
esparge múltiplos raios do infinito. Ela indica as sete principais direções em que se move
lentamente toda a vida até sua completa união com Deus. Também significa os sete raios ou
emanações com que Deus encheu o universo com a luz de sua vida (sete períodos ou dias).
As nuvens partem do piso de mosaico representando o limite entre a terra e o
firmamento, entre o finito e o infinito, tudo dentro de um mesmo Universo.
Entre as nuvens aparecem o Sol e a Lua. A lua, circundada por sete estrelas, representa
os luminares divinos sobre a terra, ou seja, sobre o homem e mais especificamente sobre o
maçom. O sol representa a principal luz da loja.
Simboliza a glória do Criador, generoso “doador de vida’ nos dá o exemplo da maior e
da melhor virtude que deve encher o coração do maçom: a caridade”.
Finalmente, nota-se no Painel da Loja de Aprendiz, ao centro de cada parte lateral da
Orla Dentada, as letras indicadoras dos pontos cardeais, significando que a “mensagem” do
painel ocupa todos os quadrantes da terra e que não fica restrita só a uma loja.
Meus irmãos, mudarão as nações, os Idiomas, os costumes, entretanto, as verdades
eternas estarão sempre visíveis nos símbolos sagrados da Maçonaria para aquele que busca,
com sinceridade, o Grande Arquiteto do Universo.

63- O Ritual Maçônico.

Alguns IIr.’. pensam que como a Maçonaria no passado atuou politicamente na Inde-
pendência do Pais, na libertação dos escravos e vários outros movimentos deve continuar
sua ação unicamente política, assim, após galgarem um local de destaque na Loja e na
sociedade, pensam em lançarem-se a concorrer a um cargo eletivo no Município; os que
conseguem um destaque Maçônico no Estado, geralmente pensam num cargo eletivo
estadual ou até para a Câmara Federal; trabalhando seu período eletivo ou de nomeação
Maçônico, com o objetivo de vencer na eleição profana, pensando em utilizar os IIr.’., e
não ser úteis a eles.
Outros menos ambiciosos, mais sociais, fazem da Loja um clube de amigos, voltados
para o “bem estar” dos IIr.’. que fazem parte do quadro, promovendo um jantar após a
reunião semanal, ou um lauto jantar mensal reunindo também cunhadas e sobrinhos para
um melhor entrosamento de todos os participantes da Loja e na grande maioria das vezes
não levam em consideração que fazem parte de um grande conjunto (a Maçonaria é Univer-
sal), e vivem como um caracol, somente dentro de sua casa, não participando das reuniões
de outras Lojas.
Outros, que são mais exclusivistas, quase não participam de nada e só cumprem com sua
presença na reunião, chegando em cima da hora de começar e saindo rapidamente após o
término, sem falar sobre aqueles que fazem proposições impossíveis de realizar-se não
houver um grande envolvimento e dedicação de inúmeros IIr.’., e acabam estes, os
propositores, tirando o corpo fora dizendo não ter tempo disponível.
Outros buscam estudar com seriedade, tentando entender o que se faz na e para que serve
a Maçonaria, o porque das contradições existentes e as várias interpretações sobre um
símbolo, andando muitas vezes por caminhos tortuosos, um verdadeiro labirinto; que
quando acha a saída fica numa imensa dúvida: este é o correto?
Numa rápida estatística, podemos afirmar que de cada 10 iniciados, apenas 2, estarão
após cinco anos, freqüentando com razoável assiduidade. Não importando a Potência a que
pertençam.
Concluímos que a instrução é fundamental para o conhecimento do que se pratica nas
reuniões; caso estas sejam superficiais não conseguiremos despertar no recém iniciado, o
interesse de estudo profundo. Resultando um Ir:. que não freqüentará assiduamente as reu-
niões, pois não sabe o que exatamente significa tudo aquilo que está praticando, até que
seja desligado ou peça seu desligamento.
Geralmente, não levamos em consideração que: SÓ AMAMOS O QUE CONHECEMOS
E ENTENDEMOS; assim, valorizamos a Arte Real, proporcionalmente à importância dada.
O Ritual tem tudo o que precisamos saber sobre Maçonaria, sem instruí-lo a respeito da
técnica ritualística, sem mostrar o que representa e de que forma devemos utilizá-lo como
um meio, é o mesmo que mandar uma criança nadar dizendo que é só movimentar os
braços e as pernas. O que teremos como resultado é alguém debatendo-se insistentemente
sem sair do lugar que entrou.
Lamentavelmente, isto acontece com muitos IIr.’., batem-se e debatem-se sem
encontrarem a técnica da prática ritualística, pois executam o ritual sem serem
convenientemente instruídos, orientados para a importância da ritualística e o modo de
praticá-la COMO UM MEIO E NAO UM FIM, e, acontece o pior, cansados e percebido
que não saíram do lugar que entraram (falando de desenvolvimento interior, de
entendimento do praticado: pois se visualizarmos que do primeiro grau passamos para o
segundo, é um progresso, podemos chegar ao terceiro, ou até ao trigésimo terceiro, mas se
não soubermos o que representa, não houve evolução), assim, cansados de ver e ouvir
sempre a mesma ‘‘coisa” sem entender, pedem seu “Quite”.
Quando participamos do Ritual Maçônico, em nossas mentes surgem perguntas, tais
como: Por que o Alt.’. do V.’. M.’. deve ser retangular? Por que velas e quando devem ser
acesas? Que representam os DDiac:. e seus bastões? Tendo luz em todo o Templo, por que
este ou aquele lado é escuro? Por que só o Ir:. 2º Vig:. pode chamar os OObr:. para o
trabalho? E mais uma infinidade de questionamentos.
Para nossa mente, analisando de uma forma crua e objetiva, tudo isso não passa de
objetos e de algumas palavras ou ações sem importância ou fundamento. Porém, se virmos
neles aquilo que representam, que simbolizam, então, eles se transformam realmente em
elementos necessários à Divina Química da Transformação, em Alquimia Mental, em um
meio para atingir o fim desejado com muito Amor.
Temos ouvido falar que o Ritual Mágico deve ser praticado dentro de um círculo para ter
mais eficiência, mais força conseqüentemente melhor resultado.
O Templo é este circulo, e como ele, representa também o homem, cada um de nós é um
círculo menor. Trabalhamos em conjunto com todos dentro do Templo, mas,
principalmente, dentro do espaço Interior em cada um de nós, no Templo Interno.
Quando na ritualística, é pronunciado: Achando-se a Loja regularmente constituída,
invoquemos o G:. A:. D:. U:. (observem IIr:. que até esta etapa, o que fizemos pelos
próprios atos ritualísticos, foi uma preparação de harmonia interna para poder fazer a
invocação).
Assim, executando o acendimento das LLuz:., estamos invocando a presença desta
Grande Luz, Força, Presença Pai - Mãe em todos os seus aspectos dentro do círculo -
Templo, do círculo - homem. Não deixamos nada dessa Força fora do circulo, unindo-nos,
assim, a todo o Universo, pois, quando somos absorvidos em Sua Consciência, tornamo-
nos como Ela.
Executando com toda nossa vontade, com todo nosso Coração - Amor e toda nossa
mente, o Ritual de elevação, de amor de integração; cada pensamento, cada gesto trans-
forma-se numa força poderosa; e se nossa mente e nossa vontade permanecem sempre
dirigidas para a perfeição, então cada célula do nosso corpo responderá a esse estímulo e,
nós, o Divino Alquimista, transformaremos o material bruto do homem comum, no ouro de
um Ser Superior.
Esperamos ter criado uma imagem nítida da importância da ritualística com um meio de
elevação, tendo sempre em consideração que a Loja representa o homem, o Globo Terrestre
e o Universo, e no Ritual Maçônico há uma harmonia completa entre os três.
O “homem” quando teve conhecimento de que sua separação com o Divino era
inevitável e o ensinamento das Verdades Eternas, pela separação, deixariam de ser
ensinadas diretamente aos que se fariam merecedores, buscou expressá-las através dos
Símbolos Sagrados e do Ritual, proporcionando um caminho estreito, mas seguro, a
consciência humana de compreendê-lo e aplicá-lo.
Assim, quando o Maçom procura individualmente atingir o G:. A:. D:. U.’., está gerando
uma força construtiva, mas só entre ele e o G:. A:., enquanto que, no Ritual, os
pensamentos e aspirações de todos os participantes, unido-se ás forças da Natureza e
energias Divinas, criam um poderoso e concreto vórtice para o Bem, um pensamento
absoluto, que atrai para a Terra a Glória do Criador.
Essa é a diferença. Individualmente, o Maçom une-se ao G:. A:. D:. U:. através do centro
cardíaco, e cada um deve esforçar-se para realizar esse contato direto. O Maçom, porém,
participando do Ritual, ele ajuda a gerar uma força redentora para toda a Humanidade.
Mudarão as noções, os idiomas, os costumes, entretanto as Verdades Eternas estarão
sempre visíveis nos Símbolos Sagrados da Arte Real para aquele que busca o G:.A:.D:.U:..

64- O Sal e o Enxofre.

Uma vasilha de sal e uma de enxofre encontram-se também sobre a mesa, junto com o
pão e a água. Ainda que o primeiro seja habitualmente conhecido como um condimento,
sua associação simbólica com o segundo não deixa de parecer algo estranho e misterioso. O
que significam, pois, estes dois novos elementos, este novo casal hermético, que se une ao
anterior?

Trata-se de um novo tema de meditação que é apresentado ao candidato, sobre os meios


e elementos com os quais deve se preparar para uma nova Vida, iluminada pela Verdade e
concebida, ativa e fecunda com a prática da Virtude, a que se referem o Enxofre e o Sal em
sua mais elevada acepção.

Como tal indica o primeiro a Energia Ativa, que se torna a Força Universal, o princípio
criador e a eletricidade vital que produzem e animam todo crescimento, expansão,
independência e irradiação. Enquanto que o segundo é o princípio atrativo que constitui o
magnetismo vital, a força conservadora e fecunda que inclina à estabilidade e produz toda
maturação, a capacidade assimilativa que tende para a cristalização, o princípio da
resistência e a reação centrípeta que se opõe à ação ativa da força centrífuga.

Assim, pois, da mesma maneira que no pão e na água vimos os dois aspectos da
Substância cósmica e vital, nestes dois novos elementos temos os dois aspectos ou
polaridades da Energia Universal, dirigido o primeiro de dentro para fora, aparecendo
exteriormente como direito (ou destro), e o segundo de fora para dentro, manifestando-se
como esquerdo (ou sinistro).

São respectivamente, rajas tamas - os dois primeiros gunas (ou qualidades essenciais) da
filosofia hindu -, e o impulso ativo que produz toda mudança e variação, e engendra no
homem o entusiasmo e o amor à atividade, o desejo e a paixão. A tendência passiva para a
inércia e a estabilidade é inimiga de mudanças e variações, produzindo em nosso caráter,
firmeza e persistência, e com seu domínio da mente, a ignorância, a inconsciência e o
sentido da materialidade, que nos prendem às necessidades e preocupações exteriores e aos
instintos destinados à proteção da vida em suas primeiras etapas.

O primeiro nos impele constantemente para cima e para frente, anima-nos e nos dá
firmeza em todos nossos passos, dá-nos o ardor, a iniciativa, o espírito de conquista, a
vontade e a capacidade de satisfazer nossos desejos e conseguir o objetivo de nossas
aspirações; mas, dá-nos também, a inquietude, a inconstância e o amor das mudanças e
novidades, a impulsividade que nos inclina para ações inconsideradas, fazendo-nos recolher
frutos maduros e perder os melhores e mais desejáveis resultados de nossos esforços.

O segundo é aquele que nos refreia e desalenta; faz com que nos recolhamos em nós
mesmos, dá-nos o temor e a reflexão, faz-nos abraçar e estabelecer igualmente o erro e a
verdade, os hábitos viciosos e virtuosos faz-nos fiéis e perseverantes, firmes em nossa
vontade e tenazes em nossos esforços; dá-nos a capacidade de atrair aquilo com o que
estamos interiormente sintonizados por nossos desejos, pensamentos, convicções e
aspirações. Dá-nos a desilusão e o discernimento, afasta-nos das mudanças e de toda ação
irrefletida, mas também, de todo progresso, esforço e superação.

São as duas colunas ou tendências que se achar constantemente ao nosso lado, em cada
um de nossos passos sobre o caminho da existência, e nossa felicidade, paz e progresso
efetivo baseiam-se em nossa capacidade de manter em cada momento um justo e perfeito
equilíbrio entre estas tendências opostas, conservando-nos a igual distância de uma e de
outra, sem deixar que nenhuma das duas adquira um predomínio indevido sobre nós, mas
que trabalhem em perfeita harmonia, dando-nos, cada uma delas, suas melhores qualidades:
o ardor reflexivo e a paciência iluminada, o entusiasmo perseverante e a serenidade
inalterável, o esforço vigilante e a firmeza incansável, que também simbolizam sobre a
parede da câmara, o galo e a clepsidra.

65- O Salário do Aprendiz.

O salário que o Aprendiz recebe, como resultado de seus esforços, à semelhança do


salário percebido pelo obreiro como prêmio e compensação de seu trabalho, deve ser objeto
de uma especial consideração.

Os antigos obreiros recebiam, além dos víveres em espécie, um soldo ou compensação


em dinheiro para comprar o sal e outras coisas de que necessitavam; daqui vem o nome de
salário. Mas talvez não seja completamente estranho o fato de que, em termos de salário do
Aprendiz estes o recebam na Coluna B. a qual corresponde ao princípio hermético feminino
do sal, do qual já falamos anteriormente.

O Aprendiz recebe o salário depois de realizado o seu trabalho, aproximando-se da


Coluna B. Isto significa que o iniciado somente consegue obter o resultado de seus esforços
quando se aproxima do reconhecimento do Princípio da Onipotência, expresso pelo sentido
da Palavra que é o próprio nome desta coluna e que, como dissemos, significa: "Na Força".

Em outras palavras, o Aprendiz progride, e neste progresso recebe a compensação de


seus esforços, conforme se aproxima, como fim de seus estudos e deduções, a este
reconhecimento vital que realiza o primeiro dever de seu testamento; isto é, na medida da
Fé que desenvolve no Princípio da Vida e em seu poder, como coluna ou sustentáculo de
sua vida individual.
O progresso do Aprendiz está caracterizado pelo desenvolvimento desta Fé e confiança
no Princípio Espiritual da Vida, no qual temos nossa origem, que nos criou ou manifestou
(como diferentes expressões individualizadas de seu Ser ou Realidade, divididas e
separadas na aparência, mas intimamente unidas e inseparáveis em essência e realidade),
que continuamente nos sustentam, guiam e dirigem para o desenvolvimento e a expressão
das mais elevadas possibilidades que ainda se encontram em estado latente em nosso ser.

Esta fé, própria de quem se iniciou no conhecimento do Real que se esconde atrás da
aparência exterior ou visível das coisas - e que não é fé cega, uma vez que se baseia na
própria consciência da realidade -, é algo desconhecido para o profano, escravo da ilusão
dos sentidos, que confunde a aparência com a realidade, e não o tendo reconhecido (por não
Ter podido adentrar a sua consciência), nega a existência de um Princípio Espiritual como
Causa Imanente e Transcendente da realidade visível.

Não pode obter-se este conhecimento, esta convicção que é um estado interior, sem o
estudo, o trabalho e a perseverança: A Fé iluminada de que falamos, é, pois, um verdadeiro
salário, fruto ou resultado de longos e persistentes esforços sobre o Caminho da Verdade,
depois de temo-nos despojado de todas as superficialidades, crenças positivas e negativas,
erros e prejuízos do mundo profano.

Assim, estabelece o iniciado uma relação iluminada com o Princípio da Vida, cuja
realidade reconheceu em sua consciência, relação que tem sua base no reconhecimento
expresso pela própria Palavra Sagrada, que será daqui para frente, uma verdadeira coluna
na qual pode apoiar-se com toda confiança e que o suporta em suas dúvidas e vacilações.

66- O Sol e a Lua.

O Sol e a Lua são as duas luminárias. O Sol, ativo, fica à direita e a Lua, passiva, à
esquerda. Fica assim marcada a oposição do Sol e da Lua, protótipos do simbolismo
universal.
Na loja, os trabalhos são abertos simbolicamente ao meio-dia, quando o Sol está no
zênite, e fechados à meia-noite, quando ele está no nadir. Nesse momento, supõe-se que a
Lua esteja em seu pleno esplendor.
As três Luzes da loja são o Sol, a Lua e o seu Mestre. O Sol corresponde ao Orador
enquanto que a Lua ao Secretário. Quanto aos dois Vigilantes, lembremo-nos que estão
relacionados com o Prumo e o Nível, atributos de suas funções.
Definimos perfeitamente o simbolismo do Sol e da Lua: “O Sol é o vitalizador essencial,
o Pai, de uma generosa fecundidade. Sem ele não existiríamos. Por ele é que somos. Não
existe a haste de uma erva, não existe uma bactéria ou um elefante que não estejam sujeitos
a sua lei, que não lhe devam a vida. Sua influência é, portanto, a imagem vital, a influência
expansiva. Ele dá o equilíbrio, a saúde, o desenvolvimento. Ele glorifica, fortalece. Ele é o
princípio ativo”.
“A lua tem um papel extremamente complexo. Como lunária, é o reflexo do Sol e, como
ele, tem um sentido de saúde. Quando está em oposição ao Sol no zodíaco, ela atinge sua
plenitude. Ela se levanta quando ele se põe e, durante toda a noite, toma o seu lugar. Em
contrapartida, quando passa entre o Sol e a terra, ela nos mostra sua face escura. Mas,
pouco a pouco, seu crescente se amplia e ela volta novamente a sua plenitude. A Lua é o
princípio passivo que recebe e reflete. Ela depende ao mesmo tempo da Terra e do Sol; ela
representa a imaginação e a sensibilidade. O Sol corresponde ao elemento Fogo; a Lua ao
elemento Água. No simbolismo hermético, o Sol é relacionado com o Ouro e a Lua com a
Prata”.
A Lua é considerada ‘benéfica’ em sua fase crescente e ‘maléfica’ em suas fases
descendentes.
É impossível examinar aqui todo o que diz respeito aos dois luminares, mas bastam estas
linhas gerais para que se compreendam a grandiosidade destes dois astros.

67- O Testamento.

O novo nascimento ou regeneração ideal que indica, em todos seus aspectos, a câmara de
reflexões, tem finalmente o seu selo e concretiza-se por um testamento, que é
fundamentalmente um atestado ou reconhecimento de seus "deveres", ou seja, de sua
tríplice relação construtiva, com o princípio interior (individual e universal) da vida,
consigo mesmo como expressão individual da Vida Una, e com seus semelhantes, como
expressão exterior da própria Vida Cósmica.

Trata-se de um testamento iniciático bem diferente do testamento ordinário ou profano.


Enquanto este último é uma preparação para a morte, o testamento simbólico pedido ao
recipiendário, antes de sua admissão às provas, é uma preparação para a vida - para a nova
vida do Espírito para a qual deve renascer.

Morte e nascimento são na realidade, dois aspectos intimamente entrelaçados e


inseparáveis de toda mudança que se verifica na forma expressão, interior e exterior, da
Vida Eterna do Ser. Na economia cósmica, e da mesma forma na vida individual, a morte,
cessação ou destruição de um aspecto determinado da existência subjetiva e objetiva, é
constantemente acompanhada de uma forma de nascimento. Assim, pois, só em aparência
os consideramos como aspectos opostos da Vida, ou como seu princípio e fim, enquanto
indicar simplesmente, uma alteração ou transformação, e o meio no qual se efetua um
progresso sempre necessário, ainda que a destruição da forma não seja sempre sua condição
indispensável.

Como emblema da morte do homem profano, indispensável para o nascimento do


iniciado, o testamento que faz o candidato é um testamento do qual ele mesmo será
posteriormente chamado a converter-se em executor, um Programa de Vida que deverá
realizar com uma compreensão mais luminosa de suas relações com todas as coisas.

A primeira relação ou "dever" do testamento é a do próprio indivíduo com o Princípio


Universal da Vida, uma relação que tem de reconhecer-se e estabelecer-se interiormente, e
não sobre a base das crenças ou prejuízos, sejam positivos ou negativos. Não se pergunta ao
candidato se crê ou não em Deus, nem qual é seu credo religioso ou filosófico; para a
Maçonaria todas as "crenças" são equivalentes, como outras tantas máscaras da Verdade
que se encontram atrás ou sob a superfície delas e somente à qual aspira a conduzir-nos.

O que é de importância vital é nossa íntima e direta relação com o Princípio da Vida
(qualquer que seja o nome que lhe dê externamente, e o conceito mental que cada um possa
ter formado ou dele venha a formar, uma relação que é estabelecida na consciência, além
do plano da inteligência ou mentalidade ordinária, sendo só diretamente nela onde pode
manifestar-se aquela Luz "que ilumina a todo homem que vem a este mundo".

A consciência desta relação, que é Unidade e Individualidade, traduz-se no sentido da


primeira pergunta do testamento: "Quais são os vossos deveres para com Deus?" A
segunda: "Quais são os vossos deveres para vós mesmos?" Nada mais é do que a
conseqüência da primeira. Tendo-se reconhecido, no íntimo de seu próprio ser, naquela
solidão da consciência que está simbolizada pela câmara de reflexões como uma
manifestação ou expressão individual do Princípio Universal da Vida, o candidato é
chamado a reconhecer o modo pelo qual sua vida exterior se encontra intimamente
relacionada com o que ele mesmo é interiormente, e como a compreensão desta relação tem
em si o poder de dominá-la e dirigi-la construtivamente.

O homem é, como manifestação concreta, o que ele mesmo se fez e faz constantemente,
com seus pensamentos conscientes e subconscientes, sua maneira de ser e sua atividade.
Seu primeiro dever para consigo mesmo é realizar-se e chegar sempre a ser a mais perfeita
expressão do Princípio de Vida que nele busca. E encontra uma especial diferente e
necessária manifestação, deduzindo ou fazendo aflorar à luz do dia, as possibilidades
latentes do Espírito, aquela Perfeição que existe imanente, mas que só se manifesta no
tempo e no espaço, na medida do íntimo reconhecimento individual.

Quanto aos deveres para com a humanidade, estes representam um sucessivo


reconhecimento íntimo que é complemento necessário dos dois primeiros: tendo-se
reconhecido como a manifestação individual do Princípio Único da Vida, e sabendo que ele
é por fora o que realiza por dentro, deve acostumar-se a ver em todos os seres outras tantas
manifestações do próprio Princípio. Deste reconhecimento, brota como conseqüência
necessária o seu dever ou relação para com a humanidade, que não pode ser outra coisa que
a própria fraternidade.

A compreensão desta tríplice relação é o princípio da iniciação, o início efetivo de uma


nova vida, o testamento ou doação que é feita para si próprio, preparando-se para executá-
lo. É a preparação necessária para as viagens ou etapas sucessivas do progresso que o
aguardam.

68- Os Doze Pontos Originais da Maçonaria.

Existem na Francomaçonaria doze pontos originais, os quais formam a base do sistema, e


que fazem parte do ritual de iniciação. Sem a existência desses pontos, nenhum homem
poderia ter sido legalmente aceito na Ordem.
Toda pessoa que se tornou um maçom deve estudar estas doze formas da cerimônia, não
somente no primeiro grau, mas em cada um dos posteriores.
Portanto, podemos observar que nossos antigos Irmãos os consideravam de
suma importância nas cerimônias de iniciação, e conseqüentemente deve lhes ter dado
muito trabalho conseguir uma explicação simbólica para eles.
Embora eles não façam mais parte dos Sermões da Grande Loja Unida da Inglaterra, é
de valor dar uma pequena explicação do que eles representam.
A cerimônia de Iniciação, já que esses pontos constituíam parte importante
do ritual, foi dividida em doze partes, em alusão às 12 tribos de Israel, e
cada uma das quais se referia a um ponto, da seguinte forma:

1a parte: A abertura da Loja era simbolizada pela tribo de Rubem, o


primogênito de Jacob, que o chamava "o princípio de sua energia”.Por
conseguinte, era devidamente apropriada e adaptada como emblema dessa
cerimônia, que é essencialmente o começo de toda iniciação.

2a parte: A preparação do candidato era simbolizada pela tribo de


Simeão, porque ele preparou os instrumentos de guerra para a luta com os
Shequemitas; essa parte da cerimônia em que se descreve essas armas
ofensivas, era praticada como sinal de repulsa pela crueldade implacável que resultou desse
incidente.

3a parte: A informação dada pelo C. I. refere-se à tribo de Levi,


porque na guerra com os Shequemitas, supõe-se que foi ele que deu o sinal de aviso a
Simeão seu irmão, com quem havia combinado a lutar contra esse povo.

4a parte: A entrada do candidato na Loja simbolizava a tribo de Gilda,


porque foi a primeira a cruzar o rio Jordão e penetrar na terra prometida,
eles que vinham de um lugar de servidão e ignorância, assim como da solidão do deserto
por onde passaram, agora para eles Canaã lhes significava a terra da luz e da liberdade.

5a parte: A invocação era simbolizada pela tribo de Zebulão, porque a


oração e bênção que Jacob proporcionou a ele, e não a seu irmão Isacar.

6a parte: As viagens referem-se à tribo de Isacaar, que considerada


como indolente e inútil, necessitava como diretor supremo um guia que a
elevasse à mesma altura das outras tribos.

7a parte: O avanço até o altar era simbolizado pela tribo de Daniel,


para nos demonstrar, por oposição, que devemos avançar até a verdade e
santidade tão rapidamente, e não fazer como essa tribo que se lançou à
idolatria, e cujo objeto de veneração era a serpente de cobre.

8a parte: A obrigação se refere à tribo de Gad, e se refere ao


juramento solene feito por Jephtah, Juiz de Israel, que pertencia a essa
tribo.

9a parte: A confidência feita ao candidato, dos mistérios, era


simbolizada pela tribo de Asher, porque era então que ele recebia os ricos
frutos do conhecimento Maçônico, assim como Asher se dizia ser o herdeiro da fartura e
dos esplendores reais.

10a parte: A investidura com a pele de cordeiro, o avental, pelo qual


se declarava o candidato livre, se refere à tribo de Neftali, a qual foi
investida por Moisés com uma liberdade singular quando disse: "Oh! Neftali,
recebei os benefícios, pois o Senhor os tem coberto com seus favores, e
possuis portanto o Ocidente e o Sul."

11a parte: A cerimônia do ângulo Nordeste da Loja se refere a José,


porque, como esta cerimônia nos recorda a parte mais rudimentar da
Maçonaria, e pelo motivo de que as duas metades das tribos e Efraim e
Manasseh, das quais foi formada a tribo de José, consideradas mais
rudimentares que as demais, por descender dos netos de Jacob.

12a parte: O encerramento da Loja era simbolizado pela tribo de


Benjamim, que foi o filho caçula de Jacob, e com ele termina a energia
transmitida por ele.

Estes eram os doze pontos importantes da Francomaçonaria, que


constavam dos sermões e leituras antigas. Embora atualmente não
sejam conhecidos, não se pode negar que eles contribuíram em algo
ao simbolismo e a informação religiosa da Francomaçonaria.
De qualquer maneira, são ensinamentos da antiguidade Maçônica,
e como tais merecem nossa atenção.

69- Os Landemarques.

01- Que são inamovíveis as formas de reconhecimento;

02- Que a Maçonaria Simbólica se divide em três graus;

03- Que é inamovível a Lenda do Terceiro Grau;

04- Que a Maçonaria deve ser sempre governada por um grão-mestre;

05- Que o grão-mestre tem a prerrogativa de presidir qualquer assembléia


maçônica;

06- Que o grão-mestre tem a prerrogativa de autorizar a outorga de graus sem


o interstício regular;
07- Que o grão-mestre tem a prerrogativa de autorizar a abertura ou o funcionamento de
lojas;

08 - Que o grão-mestre tem a prerrogativa de autorizar a iniciação de maçons sem a


sindicância prévia;

09 - Que todos os maçons devem obrigatoriamente estar filiados a uma loja;

10 - Que todos os maçons, quando reunidos em loja, devem estar sob as ordens de um
venerável mestre e de dois vigilantes;

11 - Que toda a loja constituída deve trabalhar a coberto de estranhos;

12 - Que todo o maçom tem o direito de comparecer a qualquer assembléia de maçons;

13 - Que todo maçom tem o direito de, com o acordo dos irmãos em loja constituída,
apelar para o grão-mestre;

14 - Que todo maçom tem o direito de visitar e se fazer presente em qualquer loja
regular;

15 - Que os visitantes não conhecidos por pelo menos alguns dos irmãos, não podem
ser admitidos em loja sem passar primeiro pelo reconhecimento na forma dos antigos
costumes;

16 - Que nenhuma loja pode interferir nas atividades de outra loja;

17 - Que todos os maçons estão sujeitos as leis e aos regulamentos da jurisdição


maçônica em que residem;

18 - Que todo candidato a iniciação deve ser do sexo masculino, livre de nascimento,
fisicamente integro e de idade madura;

19 - Que todo maçom deve crer em Deus como o Grande Arquiteto do Universo;

20 - Que todo o maçom deve acreditar na ressurreição para uma vida futura;
21 - Que o Livro da Lei é um dos símbolos indispensáveis de uma loja;

22 - Que é inquestionável a igualdade entre todos os maçons;

23 - Que o segredo maçônico é inviolável;

24 - Que a Maçonaria Especulativa tem sua origem nos princípios da Arte Operativa;

25 - Que os Landemarques são invioláveis e inalteráveis.

70- Os Três Pilares.


Trazidos para a Maçonaria, as três grandes Colunas ou Pilares sustentam a Loja e são
colocadas respectivamente no Oriente, Ocidente e Sul, sendo-lhes atribuídas as três ordens
gregas. Os três Pilares gregos passaram a constituir assim um Símbolo maçônico.
Entretanto, o simbolismo que se lhes atribuiu, a princípio, desenvolveu-se cada vez mais,
ocupando, atualmente, lugar importante. Esse simbolismo não era encontrado entre os
Gnósticos e não era familiar à rosa-cruz. Também parece que não existia na Maçonaria
Operativa, embora Mackey acredite ser provável que se tenha originado dela. No século
XVIII, em certas Lojas inglesas, existiam apenas as duas Colunas B e J. Em outras Lojas
antigas, havia também os outros três Pilares; em outras, três candelabros e, ainda, em
outras, os três pilares eram, ao mesmo tempo, os próprios candelabros e esses candelabros
eram colocados ao lado dos altares do Ven.’. e dos Vig.’. representando: Sabedoria, Força e
Beleza. Conforme se depreende dos antigos Rituais maçônicos, os três candelabros foram
associados às três ordens arquitetônicas: Jônico, Dórico e Coríntio, que constavam, nesses
Rituais, como os sustentáculos das Lojas Maçônicas. Mas além de se constituírem,
respectivamente, nos emblemas do Ven.’., do 1º e do 2º Vig.’. e simbolizarem os
respectivos atributos - Sabedoria, Força e Beleza, essas três ordens arquitetônicas repre-
sentam, também, o Rei Salomão (que mandou construir o Templo), Hiran - Rei de Tiro
(que forneceu homens e materiais) e Hiran Abif (que construiu, adornou e embelezou o
Templo).
O simbolismo se enriquece com todos os elementos que possam ter relação natural
com o símbolo, ou dos quais possa depreender-se uma significação moral. Como o
simbolismo decorre de interpretações, e porque as interpretações são as mais variadas, há
quem atribua às ordens arquitetônicas, significados vários ou diferentes.
Entretanto, a regra geral é: .

¾ Jônico, representa a Sabedoria(Sapientia) atribuída ao Ven.’. representada pela


estátua de Minerva, simboliza a procura da Verdade, objetivo maior do verdadeiro
maçom.
¾ Dórico, representa a Força(Salus) atribuída ao 1º Vig.’. representada pela estátua de
Hércules, simboliza a Ação, a serviço da humanidade.

¾ Coríntio, representa a Beleza(Stabilitas) atribuída ao 2º Vig.’. representada pela


estátua de Vênus, simboliza a Beleza Moral, que confere estabilidade ao caráter.
Existem Lojas que, para representar esses três atributos, têm, sobre o Altar do
Vem.’. do 1º Vig.’. e do 2º Vig.’. respectivamente, estatuetas dos deuses da
mitologia grega: Minerva, Hércules e Vênus (ou Adonis).

Essas três Colunas representam,. ainda:

a) SALOMÃO, pela Sabedoria em construir; completar e dedicar o Templo de


Jerusalém ao serviço de Deus;
b) HIRAM, rei de Tiro, pela Força que deu aos trabalhos do Templo, fornecendo
homens e materiais;
e) HIRAM-ABIF, por seu primoroso trabalho em adorná-lo, dando-lhe Beleza sem
par.

Todo esse simbolismo nos ensina que, na obra fundamental de nossa construção moral,
devemos trazer para a superfície e para a luz, todas as possibilidades individuais, despojan-
do-nos das ilusões da personalidade. E, nesse trabalho, só poderemos ser SÁBIOS se
possuirmos FORÇA, porque a Sabedoria exige sacrifícios que só podem ser vencidos pela
Força; mas ser SÁBIO COM FORÇA, sem ter BELEZA é triste, porque é a Beleza que
abre o mundo inteiro à nossa sensibilidade.

71- Os Três Pontos Maçônicos.

O estudo da maçonaria esotérica repousa em grande parte no conhecimento do


ternário.Os três pontos usados após o nosso nome representam o maior emblema entregue
ao aprendiz na sua iniciação e que o acompanhará por toda a vida e em qualquer grau que
ele venha a alcançar no futuro. Eles resguardam um profundo e infinito segredo, onde estão
guardadas as respostas para o mistério de todo o universo: a origem de todas as coisas e de
todos os seres. Por conseguinte, de sua significação esotérica, nos mostram e nos orientam
sobre quais atitudes e comportamentos que o sincero e mais abnegado franco maçom deve
empreender em sua vida, a fim de que possa entender a verdades contidas em seus
ensinamentos.

Esta pequena peça arquitetônica, longe, encontra-se de sintetizar todo o significado dos
três pontos maçônicos; porém tenta-se discorrer um pouco sobre o seu simbolismo e nos
chama a atenção para o valor oculto das coisas que não podem ser esquecidas pelo iniciado
na ordem maçônica.
A origem do ternário tem seu início a partir do binário. Este, por sua vez, constitui uma
manifestação do princípio da Unidade, do todo, segundo os antigos "E n to Pan” - "Uno o
Todo". O todo é Uno em sua realidade, em sua essência e substância, tudo vem da Unidade,
que está contido e é sustentado por si mesmo. Sua representação é o ponto, origem da linha
reta, do círculo. Deste círculo, parte a linha reta, cuja representação é a força que impõem
direção rumo ao progresso retilíneo, como resultado de uma força individual centrada no
ponto ou centro de nosso ser. Como manifestação humana podemos traduzi-la pelo
desenvolvimento progressivo e progressista das potencialidades latentes nas virtudes ou
poderes ativos.

Como resultado dessa necessidade de expressão, a unidade possui realidade. Essa


manifestação da mesma toma-se forma como manifestação da unidade. Daí surge como
dualidade deste processo, o segundo ponto. Esse caráter dual aparece em várias formas,
entrelaçadas em pares opostos. Esta propriedade marca o mundo dos efeitos (sua expressão)
e a lei que governa toda a manifestação (a unidade). A dualidade expressa-se de várias
maneiras no mundo profano: temos dois olhos para dois ouvidos aos quais correspondem
dois hemisférios cerebrais (instrumentos orgânicos da inteligência); duas mãos e dois pés,
instrumentos de nossa vontade. No mundo esotérico: o bem e o mal, as duas colunas, o
princípio da vida sob o aspecto do pai e da mãe, o espaço e tempo, o céu e a terra, o
esquadro e o compasso e o ângulo, no qual duas linhas diferentes partem de um único
ponto, divergindo-se e prolongando-se à medida que se afastam das origem.

A manifestação da dualidade em sua atividade de pares opostos, assim como a luz se


opõe às trevas; o calor e o frio ou complementar, encontra um terceiro elemento, o
intermediário ou equilibrante ou princípio da harmonia. No caso das idéias, após
examinarmos a tese e a antítese, temos a conclusão de tal situação, que é a síntese dos
argumentos favoráveis e dos contrários. Todo ternário nasce da dualidade acrescida de uma
nova unidade. Os três pontos maçônicos constituem o mais simples e característico
emblema do ternário. O ponto superior representa a unidade fundamental, o absoluto. Os
dois pontos inferiores são a imagem da dualidade, as duas colunas, cuja união de múltiplas
ações e reações é produzida a multiplicidade fenomênica do universo. Se traçarmos duas
linhas entre o ponto superior e os dois inferiores, temos um ângulo que expressa a
dualidade dos dois princípios, oriundos da emanação de um só princípio. Ao traçarmos uma
linha que uma os dois pontos inferiores, teremos o triângulo, representando o terceiro que
aparece como novo aspecto da unidade absoluta. Isoladamente, os três pontos mostram os
três princípios que constituem a unidade e a dualidade da manifestação. O ponto superior
corresponde ao Oriente e ao mundo absoluto da realidade. Os dois inferiores ao Ocidente,
ou seja, o mundo relativo, o mundo da aparência. Na loja, às duas colunas emblemáticas da
dualidade.

Como pequena síntese do ternário e sua respectiva aplicação na vida maçônica dos
iniciados, empreende-se que o progresso pessoal dentro da maçonaria requer que a
inteligência se erga sobre o domínio da mente concreta (aspectos da dualidade e dos
opostos), os dois pontos inferiores, situando-se no sentimento e na consciência da Unidade
(ponto superior), chegando-se na essência de todos os seres através das faculdades
superiores da mente que se baseiam na unidade, assim como a mente concreta baseia sua
lógica e suas conclusões no sentido da dualidade. A iluminação maçônica se faz quando
progredimos desde o Ocidente, que é o reino da ilusão, da multiplicidade e da aparência,
em direção ao Oriente, o reino do real, da unidade e do ser. Passa-se a reconhecer no
Ocidente o uno em diversos seres e coisas; no Oriente temos a Unidade na multiplicidade.

72- Rosa Cruz e a Maçonaria.

É importante não confundir ROSA CRUZ ou ROSACRUCIANISMO, com ROSA


CRUZ (Cavaleiro) do 18° grau da Maçonaria no Rito Escocês Antigo e Aceito.
O Rosacrucianismo é uma seita de iluminados originária da Alemanha do início do
século XVII que surgiu através de uma literatura estranha para naquela época, sendo que as
obras que mais se destacaram tinham como títulos: Fama Fraternitatis (1614) e Confessio
(1625), sua criação é atribuída a Cristian Rosenkreus, sendo que há, quem atribua a sua
autoria a Jean Valentin Andresse, que escreveu “Noces Chymiques de Christian
Rosenkreus” (O casamento alquímico de Cristian Rosenkreus). O fenômeno literário e
alquímico que inundou a Europa naquela época influiu na mudança da Maçonaria
Operativa, para Maçonaria Especulativa, acarretando sérias discussões, notadamente entre
os biógrafos de Elías Ashmole.

A “Societas Rosacruciana de Anglia” não é mais do rosacrucianismo, e é composta de


um verdadeiro cenáculo de eruditos, entre os quais Rudyard Kipling, autor do célebre
poema “IF” traduzido em quase todas as línguas do mundo, sendo que em português foi
traduzida por Guilherme de Almeida.

O Cavaleiro Rosa Cruz, é, como o próprio nome diz, um grau cavaleiresco e se constitui
no 18 grau do Rito Escocês Antigo e Aceito.

A sua origem hermetista e a sua integração na Maçonaria, durante a segunda metade do


século XVIII, leva a marca dos ritualistas alquímicos; que redigiram, naquela época, os
rituais dos Altos Graus. O hermetismo atribuído ao grau 18, é perceptível no símbolo do
grau, que tem uma Rosa sobreposta à Cruz, representando esta, o sacrifício e a Rosa o
segredo da imortalidade, que nada mais é do que o esoterismo cristão, com a ressurreição
de Jesus Cristo, ou seja tipificação da transcendência da Grande Obra.

Conta a lenda que um homem vindo da Judéia, passou por Nazareth, tendo sido trazido
pelo anjo Raphael, sendo que aquele que era conduzido era da tribo de Judá, significando
assim I.N.R.I. (J = 1)

Tanto os Rosa Cruzes, como os Maçons são pessoas de espírito muito elevado que estão
na busca constante dos Grandes e Pequenos Mistérios, devendo merecer o maior respeito e
admiração.

73- Sala dos Passos Perdidos.

A Sala dos Passos Perdidos é uma área física que antecede ao Templo propriamente dito,
essa sala é um lugar de apoio onde os Irmãos se preparam, se revestem de suas insígnias e
outros trajes maçônicos, antes do início das Sessões.
Não existe nenhum critério especial de tamanho, medidas ou decoração dessa Sala que é
destinada à recreação e colóquios livremente consentidos entre os Irmãos.
A Sala dos Passos Perdidos é herança do Parlamento Inglês. Na fase de estruturação dos
Templos Maçônicos, no inicio do último quartel do século XVIII, a Maçonaria se espelhou
nos Templos cristãos e no Parlamento Inglês, que lhes serviram de modelo para elaborar a
planta física de seus Templos.
No Parlamento Inglês existe uma sala de recreação que antecede A Sala de Reuniões,
exatamente com as mesmas finalidades de sua congênere nos Templos Maçônicos.
A maioria das Lojas Maçônicas se utiliza desse espaço para exposição de quadros de
grandes vultos da Ordem e da Pátria, assim como fotografias e placas alusivas aos
fundadores e ex-Veneráveis da Loja em particular.
A denominação Sala dos Passos Perdidos, em francês “Sale des Pas Perdus”, segundo
Lenning, deriva do que se considera todo passo feito no mundo profano antes do ingresso
na fraternidade ou que não obedece a nenhum princípio ritualístico, daí o fato de serem
“passos perdidos...”.

O Átrio

Também denominado Vestíbulo, é o espaço compreendido entre a porta de entrada do


Templo, até onde se iniciam as Colunas B e J.
Na verdade, a palavra VESTÍBULO (ULAM em hebraico) correpondia ao PÓRTICO do
Templo de Salomão, que se estendia exatamente no espaço correspondido entre as Colunas
que sustentavam o Pórtico da Entrada até a porta do Templo propriamente dito.
O ÁTRIO (AULÊ em hebraico), significa “recinto aberto”. Essa palavra foi utilizada
originariamente para designar o recinto externo do Tabernáculo mosaico (Êxodo: 27,35 e
38). No Templo de Salomão, foi substituída pela palavra PÁTIO (HACER em hebraico),
que significa literalmente “recinto”. Nesse Pátio, como no Átrio do Tabernáculo, ficava
o Altar dos Holocaustos, o Mar de Bronze e outros utensílios que faziam parte integrante do
cerimonial ritualístico do Templo de Jerusalém.
Considerando, portanto, que alegoricamente o Templo de Salomão se tomou o arquétipo
do Templo Maçônico, as correspondências de expressões e de planta física são inevitáveis.
Portanto, a denominação correta desta área seria Vestíbulo e não Átrio.
Na planta física do Templo Maçônico, o Vestíbulo precede ao Templo propriamente dito,
já que a Maçonaria transportou as Colunas para seu interior. Portanto, o Maçom que
permanecer no Vestíbulo do Templo Maçônico, a rigor, estará fora do Templo.
O espaço delimitado pelo Átrio, embora tenha seu significado simbólico, serve apenas
como passagem para o ingresso dos irmãos para o interior do Templo. Uma vez iniciada a
Sessão, o irmão retardatário ingressará ritualisticamente, iniciando seus “passos” na porta
de entrada e parando entre as Colunas, quando, então, pede permissão para participar dos
trabalhos. É fundamental, portanto, que, ao completar sua entrada ritualística, não
permaneça dentro do Átrio, mas entre as Colunas. É o simbolismo maçônico.
De um lado e de outro do Átrio, ficam guardadas as Estrelas, utilizadas nas cerimônias
de entrada com pompas das autoridades maçônicas. Essas Estrelas são em número de 13,
sendo colocadas sete do lado Sul e seis do lado Norte, respectivamente. Também chamadas
de Estrelas Móveis ou Tocheiras, as Estrelas são lanternas iluminadas com velas e
suspensas por um bastão para serem carregadas. Atualmente usam-se focos de luz elétrica
alimentada por pilhas.
Dentro do espaço que a área permitir, aí também se colocam algumas peças utilizadas
nas cerimônias de lniciação, Elevação e Exaltação.

74- São João.

Desde que surgiram as primeiras associações de oficio organizadas hoje, englobadas sob
o rótulo geral de “Maçonaria Operativa”, ou “Maçonaria de Ofício” cada ofício tinha o seu
padroeiro.
A primeira organização de que se tem noticia, é a dos “Collegia Fabrorum”, criados em
Roma, no século VI a.C., por necessidade oriunda da atividade bélica: era a época em que
as legiões romanas espalhavam-se pelo mundo conhecido, em sua ânsia conquistadora,
destruindo, com a guerra, as povoações conquistadas. Os “collegiati” seguiam os
legionários, para reconstruir o que fosse destruído por estes.
A principio, os patronos dos ofícios eram os deuses do panteão greco-romano que a
Igreja, depois, chamaria de “pagãos” havendo, posteriormente, já na era cristã, a adoção de
outros padroeiros. Com o declínio dos “collegiati”, após a queda do Império Romano do
Ocidente, os ofícios passaram para o domínio exclusivo da Igreja, com as Associações
Monásticas, que, evidentemente, buscavam seus protetores entre os santos e,
principalmente, entre os mártires da Igreja.
Com a evolução dos ofícios, os frades passaram a ensiná-los a leigos, que se colocavam
sob a sua proteção, dai surgindo, no século XI, as Confrarias, que, embora formadas por
mestres leigos, sofriam forte influência do clero católico, do qual aprenderam a arte da
arquitetura e o cunho religioso dado aos trabalhos. Quase na mesma época surgiam as
Guildas, que eram, inicialmente, entidades simplesmente religiosas, passando, a partir do
século XII, a formar corpos profissionais. Tanto as Confrarias quanto as Guildas, pela
influência religiosa, mantinham o hábito do culto a protetores dos ofícios.
Deve-se considerar, também, por essa época, o “Compagnonnage”, criado pelos
Templários, para o serviço em suas distantes comendadorias do Oriente. Cada um dos
ofícios que compunha o “Compagnonnage” também possuía o seu santo protetor: São José,
para os carpinteiros, Sant’ Ana, para os marceneiros, Santo Eloi, para os ourives, Santa
Bárbara, para os telhadores, a Assunção, para os pedreiros e canteiros, etc.
Só depois do século XII é que surgiria a organização profissional por excelência, que foi
a dos Ofícios Francos, ou francomaçonaria. A palavra “franco”, na Idade Média, designava
não só o que era livre, em oposição ao servil, mas, também, todos os indivíduos, ou todos
os bens que escapavam às servidões e direitos senhoriais. Os Ofícios Francos eram
formados por grupos privilegiados de artesãos, desligados dos feudos, das obrigações e das
imposições dos poderes real e feudal e com liberdade de locomoção. Esses grupos,
dedicados à arte de construir, tinham os seus privilégios concedidos e garantidos pela
Igreja, que era o maior poder da época, fazendo com que eles fossem bastante apegados a
ela, aos seus santos e aos princípios religiosos.
Estas corporações de ofício costumavam comemorar, festivamente, o início do verão e o
do inverno, ou seja, as datas solsticiais, ou solstícios. Solstício é a época do ano na qual o
Sol, tendo-se afastado do equador o mais possível, parece estacionar, durante alguns dias,
antes de tomar a se aproximar daquela linha. Os solsticios, portanto, ocorrem quando o Sol
atinge suas posições mais afastadas do equador terrestre, havendo os de verão e de inverno.
Para os habitantes do hemisfério sul da Terra, o solstício de verão ocorre quando o Sol
atinge sua posição mais austral (meridional, sul) e, o de inverno, quando ele atinge sua
posição mais boreal (setentrional, norte).
O solstício de inverno, no hemisfério sul, ocorre a 21 de junho, enquanto que o de verão
acontece, a 21 de dezembro, invertendo-se no hemisfério norte, onde o de verão é a 21 de
junho e o de inverno a 21 de dezembro. Por influência da Igreja, mentora das corporações,
essas datas solsticiais acabaram se confundindo com as datas dedicadas a São João, o
Batista (24 de junho) e São João, o Evangelista (27 de dezembro), que não são exatamente
as mesmas dos solstícios. E, graças a isso, os dois São João foram considerados os patronos
das corporações, hábito que chegou, em alguns casos, à Maçonaria dos Aceitos (por ser
formada por homens não ligados à arte de construir, mas aceitos pelos operativos), também
chamada de “Especulativa”.
Esclareça-se, entretanto, que não é em todos os ritos teístas que isso acontece. Para a
Maçonaria inglesa, por exemplo, a grande festa maçônica é a de São Jorge, padroeiro da
Inglaterra.
Para os ritos adogmáticos, como o Moderno, ou Francês, não há padroeiros, já que o rito,
em respeito à concepção metafísica de cada maçom, evita símbolos religiosos. O Grande
Oriente da França, que criou a Palavra Semestral, em 1777, e que implantou o dogmatismo
e sem imposição de crenças, continua a considerar as exatas datas solsticiais, para a
emissão da Palavra.
Pode-se notar, também, que, quando se fala, nos demais ritos teístas, como o Escocês, em
“S. João, nosso padroeiro”, a referência não é a apenas um, mas a dois santos da Igreja
Católica: o S. João Batista e o S. João Evangelista.
O Batista, filho de Zacarias e Isabel, foi o precursor de Jesus, anunciando a vinda do
Messias e batizando-o, no rio Jordão. Segundo o que consta nos Evangelhos de Mateus,
Marcos e Lucas, seus pais já eram velhos quando o conceberam, por graça divina; já adulto,
pregou, ao povo, a penitência, para a espera do Messias, vivendo, ele mesmo, uma vida
austera, no deserto, alimentando-se de gafanhotos e mel silvestre.
Anatematizou Herodes e foi encarcerado por este. Depois, Herodias, amante de Herodes,
mandou que sua filha, Salomé, exigisse, dele, a cabeça do João Batista, que acabaria, então,
sendo degolado, no ano 28 ou 29 da era atual.
O Evangelista, filho de Zebedeu, foi, como seu irmão Tiago, um dos apóstolos de Jesus
(na realidade, os chamados apóstolos eram membros de uma confraria, muito comum entre
os hebreus e chamada, em hebraico, de “shaburá” sendo, os seus membros, os “shaberim”).
Foi autor de um Evangelho (o Evangelho do Espírito), o Apocalipse e três Epístolas. Era
um dos companheiros constantes de Jesus e um dos preferidos por ele. Foi o primeiro a
reconhecê-lo ressuscitado na Galiléia. Depois do ano 58, instalou-se em Éfeso, de onde
continuou sua pregação, tendo sido o último apóstolo a morrer, no fim do primeiro século
da era cristã, sob o reinado de Trajano.
Em homenagem ao S. João Batista é que as Lojas do Rito Escocês (como de outros ritos)
dizem-se “Lojas de S. João”. E é em homenagem ao Evangelista, que
TRADICIONALMENTE RITO ESCOCÊS abre o Livro da Lei Sagrada NO
EVANGELHO DE SÃO JOÃO, capítulo 1, versículos 1 a 5, que mostram o triunfo da Luz
sobre as trevas, texto básico PARA O GRAU DE APRENDIZ e que diz o seguinte:
“No Princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava
no Principio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele e sem Ele nada existiria. Nele
estava a Vida e a Vida era a Luz dos homens. A Luz resplandece nas trevas e as trevas não
a compreenderam”.
Esse texto, que tem tudo a ver com o grau de Aprendiz Maçom, pois este,
simbolicamente, veio das trevas, para procurar a Luz, acabou sendo, no Brasil,
injustificadamente, substituído pelo salmo 133, da Fraternidade, que é um texto aplicável a
toda a escala do rito e não especificamente ao grau de Aprendiz.
O Rito Adoniramita também homenageia o Evangelista, abrindo o Livro, no grau de
Aprendiz, no Evangelho de S. João, capitulo 1, versículos 6 a 9:
“Houve um homem enviado por Deus, que se chamava João. Este veio por testemunha,
para dar testemunho da Luz, afim de que todos cressem por meio dela. Ele não era a Luz,
mas veio para que desse testemunho da Luz. Era a Luz verdadeira, que alumia a todos os
homens, que vem a este inundo”.
Nos demais ritos teístas praticados entre nós, isso não ocorre: no Rito de York, o Livro
das Sagradas Escrituras é simplesmente aberto em qualquer trecho (pois não há uni
obrigatório); no Rito Schroeder ele está presente, mas permanece fechado; e, no Rito
Brasileiro, com base no Escocês deturpado praticado no Brasil, a abertura é no salmo 133.
A representação simbólica dos solsticios deve estar presente nos templos, no CÍRCULO
ENTRE PARALELAS TANGENCIAIS E VERTICAIS. Este sugere que o Sol não
transpõe os trópicos, recordando, ao maçom, que a consciência religiosa de cada obreiro é
de foro íntimo e, portanto inviolável. Além da representação dos solstícios — inicio do
verão e do inverno — as duas paralelas representam os trópicos de Câncer e de
Capricórnio, em todos os ritos teístas representam também, Moisés e o Rei Salomão, o
primeiro porque instituiu a Lei de Deus (o decálogo) e erigiu o Tabernáculo, e o segundo
porque construiu o templo de Jerusalém. No Rito Escocês principalmente, as paralelas
lambem SIMBOLIZAM O S. JOÃO BATISTA E O S. JOÃO EVANGELISTA.

75- Selos e Taxas Maçônicas.

Infelizmente, como em todos os setores, na Maçonaria também não há a preocupação em


se preservar a memória. Destrói-se e vão para o lixo preciosidades que no futuro fazem
falta quando se pesquisa para recompor a história. Poucos são os que têm essa visão e
raríssimos os que guardam para que a história seja contada com dados fiéis, com elementos
que não distorçam a verdade.
Uma das fontes em que os pesquisadores e historiadores se baseiam para buscar
determinados dados, em suas andanças, são as coleções. Coleções de selos, moedas,
medalhas, jornais, revistas, fotos, postais, figurinhas, bilhetes de loterias, livros, manuais
são poucos exemplos. Geralmente, o valor intrínseco das coleções é medido pelas raridades
das peças que as compõem, justamente porque o que fica para a posteridade é o que
escapou da destruição, é algo que alguém guardou, seja intencionalmente para ter um
registro ou, quase sempre, por razões sentimentais. Assim, quanto menos existir
determinado objeto, maior será o valor do que sobreviveu e maior dificuldade para aqueles
que buscam informações para o trabalho que se propõem elaborar para contar a história.

Na Maçonaria há um expediente de se selar os documentos com uma estampilha,


comumente referida como “Taxa Maçônica’. São selos apostos em pranchas, rituais,
requerimentos, “Quite Placet, diplomas, certificados e mil outros documentos, para dar au-
tenticidade. Esses papeizinhos têm aparência de selos postais, e como eles, cores
características, uns picotados, outros percês, alguns como adesivos, nos mais variados
formatos: quadrados, retangulares, circulares, ovais e até estrelados.
Seria natural, pois, que esses selos despertassem o interesse de algumas pessoas em
guardar e colecioná-los, porque, indubitavelmente, eles também contam história - parte da
história da Maçonaria. Há selos que estão sendo usados há muito tempo, outros caíram em
desuso, alguns foram substituídos, alterados ou modificados. E o que dizer de entidades que
não existem mais, cujos selos devem estar enfurnados em velhos baús ou fundos de gavetas
e que, numa eventual faxina, correm o risco de irem para o lixo?
Os selos usados pelo Grande Oriente do Brasil são os mesmos para todo o país. As
Grandes Lojas, porém, têm o seu uso conforme o estado da Federação, apesar de que
algumas não utilizam ou recorram a apenas um carimbo para dar autenticidade aos
documentos da Ordem. Esse conhecimento se adquire com o colecionismo desses selos. Por
exemplo, quem sabe que o atual selo azul, usado nos documentos pela Grande Loja Maçô-
nica do Estado de São Paulo, já foi vermelho?
O colecionismo de Selos e Taxas Maçônicas é tão Importante que um dos maiores
pesquisadores maçônicos do Brasil, o maçonólogo Irmão Kurt Prober, do Rio de Janeiro,
editou um catálogo para registrar o que até então fora possível reunir dessas estampilhas.
Como esses selos têm trâmite restrito, isto é, apenas no âmbito da Maçonaria, torna-se
extremamente difícil obtê-los, principalmente os antigos, da época em que os livros,
documentos e objetos da Sublime Ordem eram guardados a Sete Chaves. Os colecionadores
estão procurando reunir o máximo dos selos que já foram editados, usados ou não, novos
ou carimbados, carimbos que substituíram os selos, timbres, selos já impressos nos
documentos, de qualquer parte do país e do mundo.

76- Ser um Maçom.

A primeira e a mais relevante cerimônia na vida de um maçom é a iniciação. Verdadeiro


batismo maçônico, esta cerimônia destina-se a admitir um profano no seio da Ordem,
fazendo-lhe ver a Luz.
Na chamada câmara das reflexões, pequena e escura - símbolo da Terra e da Morte -, o
candidato assina um compromisso de honra, responde por escrito a um questionário sobre
os deveres de todo o homem e redige uma pequena declaração de princípios de natureza
moral, filosófica ou política, o chamado testamento.
De olhos vendados, levam-no depois à sala onde se encontram reunidos os maçons que o
experimentam sobre as suas qualidades e propósitos, admitindo-o (ou rejeitando-o) no fim.
Todo este cerimonial, outrora muito longo e complicado, tende a simplificar-se e reduzir-
se, sobretudo em Maçonarias que sofreram períodos de perseguição e clandestinidade e
foram por isso, obrigadas a abreviar as reuniões havidas.

Para ser Maçom:

A construção de si próprio e da sociedade em que se insere tornam o Maçom um obreiro


do futuro e um construtor de novas realidades em resultado de um debate esclarecido,
imbuído de um simbolismo ritual cujo significado mais que apreendido deve ser sentido,
nos mais diversos campos de ação profana.

O Trabalho em Loja constitui um laboratório em que deve ser aplicado um processo


definido de discussão, de geração de idéias e princípios tradicionalmente vanguardistas, na
melhoria dos sistemas de construção social, espaço de intervenção privilegiada da
instituição Maçônica.

A Loja tem constituído um espaço de referência na aplicação dos mais elevados


princípios de solidariedade e fraternidade entre os que formam o seu quadro. Estes
princípios de fundamental importância têm sido completados pela apresentação de
Trabalhos de elevada qualidade, contribuindo, pelo debate em Loja para a melhoria pessoal
de cada membro, no âmbito de uma ação coletiva de construção.

A manutenção da elevada qualidade dos Trabalhos apresentados, reforçada pelo


desenvolvimento de ações tendentes a possibilitar a divulgação e aplicabilidade das idéias e
conceitos expressos, concretiza pelo exemplo, a transmissão dos valores e conceitos
Maçônicos num campo cada vez mais alargado de intervenção social.

Assim, é fundamental prosseguir num constante Trabalho de aperfeiçoamento, em que os


debates de temas dos mais variados aspectos da atividade humanos sejam sustentados por
princípios de Beleza, Força e Sabedoria como elementos construção, transmissão e
reflexão.

77- Silêncio e Mutismo.

O Silêncio e o Mutismo são de significados muitos diferentes.


O Silêncio é o prelúdio da abertura a uma revelação, o Mutismo é o fechamento decidido
a qualquer revelação, é a recusa em receber ou transmitir qualquer idéia ou pensamento, é a
atitude deliberada de não revelar nem por gestos ou palavras a sua intenção ou pensamento.
O Silêncio abre uma passagem, o Mutismo fecha.
Segundo as tradições houve um grande silêncio antes da criação do mundo, e haverá um
silêncio ainda maior ao final dos tempos.
O Silêncio antecede e envolve os grandes acontecimentos, os grandes fatos, o Mutismo
os esconde, os oculta, ou os disfarça.
O Silêncio dá às coisas grandeza e majestade; o Mutismo as degrada e as deprecia.
Um marca o progresso o outro indica uma regressão.
O Silêncio, dizem as regras monásticas, é uma grande cerimônia.
Já disseram alguns, que Deus prefere os que em Silêncio o escuta atentamente, do que
aqueles que se perdem em desatentas tagarelices.

78- Solidariedade Maçônica.

A Solidariedade Maçônica como tema para reflexão nos dá uma vasta base para que
possamos discorrer e criar condições para o debate. E necessário que, inicialmente,
observemos as definições de Maçonaria e de Solidariedade:
Maçonaria “é urna associação de homens sábios e virtuosos que se consideram irmãos
entre si, cujo fim é viver em perfeita igualdade, intimamente ligados por laços de recíproca
estima, confiança e amizade, estimulando uns aos outros a prática das virtudes.
Solidariedade “é a dependência recíproca entre os elementos componentes de modo que
o que afeta um, afeta também ao outro”.
Na Ética, é o poder moral de assistência entre os membros de uma sociedade, que se
julgam formando um todo.
Na Maçonaria, a idéia de solidariedade é apresentada com maior ênfase e como a própria
base da fraternidade que deve existir entre os maçons. Este sentimento é continuamente
lembrado pelo giro do tronco de solidariedade, que circula em todas as reuniões maçônicas
““.
Como podemos ver, a solidariedade maçônica tem como responsabilidade a de ser a base
da fraternidade. É também a ligação recíproca de pessoas ou coisas independentes, é a
adesão ou apoio à causa de um ideal ou de uma opinião. Pode-se dizer também que é a
responsabilidade mútua, é o nexo morai que liga um homem à vida, aos interesses e às
responsabilidades de um grupo social, de uma nação e, por que não dizer, da própria
humanidade.
Palavras lindas e bem colocadas podem ser infinitas para conceituar o tema, mas de que
adiantarão as definições se não for colocada em prática? Como vemos, uma das virtudes a
que a Maçonaria se destina é a solidariedade; após tomarmos conhecimento de sua
grandiosidade é que percebemos a sua real importância.
O verdadeiro maçom pratica o bem e leva sua solicitude aos infelizes, quaisquer que
sejam eles, devendo desprezar o egoísmo e a imoralidade, dedicando-se aos seus seme-
lhantes. O sentimento de solidariedade para o maçom deve ser nato e, assim sendo, deve ser
o ideal de todo e qualquer maçom, tornando desta forma o laço sagrado que une a todos na
mais profunda conceituação da orla dentada e do pavimento mosaico.
Também é necessário que a solidariedade maçônica caminhe unida à outra virtude, que é
a justiça ou justa causa. A solidariedade maçônica é fraternal e pura, sendo o amparo moral
e material para com os que praticam o bem e sofrem as vicissitudes da vida, àqueles que
trabalhando lícito e de forma honrada são infelizes, àqueles que, embora rodeados de
fortuna, sentem no íntimo as amarguras e desolações das desgraças. Enfim, ela deve se
apresentar onde houver a causa e esta deve ser justa e perfeita.
Quando algum irmão, porém, se esquece dos sãos princípios maçônicos, se desviando da
moral e dos bons costumes, vindo a se tomar um mau cidadão, mau esposo, mau pai, mau
amigo, mau filho, mau irmão, praticando atos indignos da Ordem a que pertence, foi ele e
não a Maçonaria que rompeu os laços de fraternidade que unem a todos os maçons. Caso
seja ajudado nos ilícitos que está praticando, a Maçonaria estará compactuando com maus
costumes adquiridos por esse desonrado.
Deverá saber o irmão que é dever da Maçonaria, mesmo na vida profana, mostrar sua
solidariedade, não só aos seus membros, mas também aos profanos e “em igualdade de cir-
cunstâncias, é meu dever preferir um irmão, sempre que, para fazê-lo, não cometa uma
injustiça que fira a minha consciência. Os ensinamentos de nossa Ordem nos obrigam a
proteger um irmão em tudo que for justo e honesto. Não será justo nem honesto proteger o
menos digno, mesmo que seja irmão, preterindo os mais sagrados direitos do mérito do
valor moral e intelectual”.
Todo maçom deverá ter a consciência e grau de conhecimento mínimo sobre a causa e
sobre as pessoas envolvidas para que possa, com garantia, tomar decisões. Sabemos que a
nossa Instituição tem em seu seio aqueles que conseguiram burlar a vigilância e os rigores
observados pelas sindicâncias para admissão na Ordem. Esses têm o intuito apenas de
tentar tirar proveito e que denominados de “profanos de aventais”, o tempo naturalmente se
encarregará de afastá-los. Esses são os que a Sublime Instituição deverá precaver-se mais
até que dos profanos, pois os frutos podres se não tirados a tempo poderão estragar os
outros ou até desvalorizar o grupo.
Deverá também ser fruto de cuidado de todo maçom para que palavras como
Fraternidade, Liberdade e Igualdade, que são os sustentáculos da filosofia da Ordem e
encontram-se em lugar de destaque em nosso templo, não se percam como meros chavões
repetidos por “papagaios”. Que a sua força doutrinária seja usada e colocada em prática em
sua plenitude.
Ao observarmos nossos ensinamentos, encontraremos em todas as instruções algo
voltado para a solidariedade. A Ordem nos chama para a reflexão e nos encaminha para a
sua prática. Se a Maçonaria é perfeita e uma das instituições mais respeitadas do mundo,
deverá ter de seus o compromisso de aplicar, proteger e, acima de tudo, zelar para que sua
sustentação perdure sempre e que seus ensinamentos ajudem ao homem a polir a pedra
bruta.
79- O Templo de Salomão.

Templo, em sua aplicação literal, tem um significado restrito e específico. A idéia


essencial de um templo é a de um lugar sagrado, e de real ou suposta santidade. Em sentido
mais restrito, o templo é uma construção erigida e devotada, exclusivamente, às cerimônias
e ritos religiosos ou sagrados.
Tanto assim, os templos pagãos da antiguidade eram considerados lugares de habitações
dos místicos deuses, cujos nomes ostentavam, e a cujo serviços as construções eram
dedicadas. Decorre daí que nunca foram considerados lugares de assembléias públicas
ordinárias, mas lugares consagrados às mais solenes cerimônias daquele sistema particular
de adoração, idólatra ou não, do qual o templo permanece como símbolo visível, concreto e
atual, preservador de tradições, pela prática costumas de ritos que conduzem a um processo
introspectivo de enlevo espiritual.
Em eras remotas, contam nossos antepassados, que o povo de Israel era distinguido
dentre as nações como edificador de santuários erigidos em nome de Deus Vivo. Este
serviço era requerido do povo de Israel pelo Supremo Criador, a quem professavam servir.
O Templo de Salomão está umbilicalmente ligado à história de Israel, feito nação, desde
o êxodo. Durante dois séculos de escravidão no Egito, os filhos de Jacó tinham-se tornado
um povo numeroso e poderoso, não obstante cativo. No devido tempo, suas tristezas e
súplicas vieram ao Senhor, e Ele os guiou libertando-os através de sua poderosa mão. Tão
logo deixado o ambiente da idolatria egípcia, foram compelidos a preparar um santuário,
onde o Grande Mestre manifestaria Sua presença e tomaria conhecida Sua vontade, na
qualidade de seu Senhor e Rei.
Animado na tradição, Salomão, que sucedeu Davi, recebeu deste a incumbência divina
da construção, certo que através do profeta Natã, Deus disse a Davi: “Não edifique casa em
meu nome, porque és homem de guerra e derramaste muito sangue”.
Contudo, recebeu permissão para coletar material para a casa do Senhor, cujo edifício
seu filho Salomão deveria construir.
Salomão levantou o templo, semelhante em detalhes de arranjo e proporção do antigo
Tabernáculo erigido no deserto, consagrado por Israel como santuário do Senhor.
Concluída a obra, a Arca da Santa Aliança e o Tabernáculo da Congregação foram trazidos
para o interior do Templo, depositando a Arca da Aliança no Lugar Santíssimo, ou
“Sanctum Sanctorum”.
A graciosa aceitação do Senhor foi manifestada numa nuvem que encheu as câmaras
sagradas, enquanto os sacerdotes se afastavam. Salomão então orou, consagrando o Templo
ao Eterno, o Grande Arquiteto do Universo.
Nos graus simbólicos maçônicos, cuidando cada qual a seu tempo no incessante trabalho
do desbastar a pedra bruta, incutindo nos homens o preparo ao crescimento espiritual, não
revela o episódio bíblico da consagração do Templo de Salomão. Proponho-me agora em
refletir tão importante momento espiritual, sem procurar razões que me não são permitidas.
Contudo, crendo na força interna de um homem, que dobra os joelhos para orar ao
Altíssimo, rebusco em minha crença palavras de compreensão, expondo uma contribuição
despretensiosa. Este esforço não tem outra finalidade senão a de fazer despertar
ensinamentos emprestados de verdadeiros mestres que, a despeito de já falecidos, os
reencontramos no sol da manhã, ou no orvalho da noite, também no canto dos pássaros, nos
perfumes das flores e na mística luz das estrelas, ressurgindo agora, para iluminar este
trabalho, habituando conosco o Templo de Salomão, em todo o seu esplendor.
Conta-nos a Sagrada Bíblia, em Reis 8:23-53, que Salomão assim orou:
‘O Javé, Deus de Israel, não há Deus igual a ti nos céus em cima, nem na terra em baixo,
guardando o pacto e a benevolência para com os teus servos que andam diante de ti de todo
o seu coração. Tu que cumpriste para com o teu servo Davi, meu pai, aqui/o que lhe
prometeste, de modo que fizeste a promessa com a tua própria boca e deste cumprimento
com a tua própria mão, como no dia de hoje. E agora, o Javé, Deus de Israel, cumpre para
com o teu servo Davi, meu pai, aqui/o que lhe prometeste, dizendo: Não se decepará diante
de mim homem teu, (impedindo-o) de sentar-se no trono de Israel, se os teus filhos tão
somente cuidarem do seu caminho, andando diante de mim assim como tu andaste diante
de mim. E agora, o Deus de Israel, por favor, mostre-me fidedigna a tua promessa que
fizeste ao teu servo Davi, meu pai. Porém, morará deus verdadeiramente na terra? Eis que
os próprios céus, sim, o céu dos céus, não te podem conter; quando menos, então, esta casa
que construí! E terás de virar-te para a oração do teu servo e para o seu pedido de favor, o
Javé, meu Deus, para escutar o clamor suplicante e a oração com que teu servo hoje está
orando diante de ti, afim de que os teus olhos se mostrem abertos para com esta casa noite e
dia, para com o lugar de que disseste: Ali mostrará estar o meu nome, para escutar a oração
com que teu servo ora em direção a este lugar.
No transcurso de toda a oração, dá-nos a impressão que Salomão orienta a todos os
ouvintes a se valerem da oração a Deus, em busca de um lenitivo. E distantes do Templo
devem fazê-lo voltados para o lugar onde se situa o Templo consagrado por ele a Deus.
Então, pela crença da tradição, tenho apreendido, feito maçom, a respeitar quão grandiosa
diretriz.
O homem comum ora, encerrado na couraça do seu egocentrismo que lhe parece uma
defesa, quando é uma prisão. O místico ora em um estado de expansão, em que o ‘‘eu” se
afigura desfeito, mas somente no qual ele consegue atingir a sensação de Deus. O próprio
interesse egoístico, que está em toda manifestação da vida, na maioria, perde aqui qualquer
sentido, porque a conquista se cumpre, expandindo-se em Deus, que é um Pai que sabe de
todas as nossas necessidades, é riquíssimo, e não deseja mais do que nos prover.
O rebelde recusa-se justamente a curvar-se, prepotentemente, ante Deus. É exatamente a
harmonização com o todo que ele não sabe e não quer fazer. E então essa posição de
dependência de Deus que ele não quer reconhecer. Esse pobre espírito, centelha de Deus,
precipita-se em descida, de delito em delito e de desesperação em desesperação, em agonia
de alma, gradativamente, extinguindo-se em nada, porque insistente no erro. Confirmando a
revolta, define a sua vontade de ser mesmo autodestruído.
O ateu, negando Deus, nega a si próprio. Deus não pode ser atingido pela negação do
ateu. E golpeado mesmo como malhete apenas quem o nega. E negando a fonte da vida em
Deus, ele, ateu, não saberá, nem conseguirá mais alcançá-la. Negando a vida depois da
morte, permanecerá inconsciente e não terá sensação devida depois da morte. Se o ateu não
enveredar pelo caminho oposto, que se orienta em direção ávida, ao que o seu próprio
interesse deverá tarde ou cedo induzi-lo. Receberá cada vez menos dela, até que não mais
despertará e passará por completo ao polo oposto de Deus. Isto é, do ser passará ao não ser,
pois que o vazio e o nada são a plenitude do anti-sistema contido na imensidão do Uni-
verso.
A punição consiste na perda do Grande Arquiteto do Universo. E a expulsão do sistema
afirmativo para o invertido ou negativo, até a anulação - inferno eterno -, o mais terrível, o
mais implacável, porque negará Deus através de uma infinita série de vidas, vagando em
desespero por caminhos escabrosos, até culminar com a morte da própria alma, na mansão
do amanhã.
Crendo Salomão na herança do povo de Israel, construiu com Hiram e Hiram Abif o
Templo consagrado a Deus. Nele guardou a Arca da Aliança feita com Deus, espalmando
suas mãos ao Altíssimo. Deixou-nos também a orientação sagrada de como o maçom deve
orar, guiando-se pela Casa do Senhor, que, afinal, tem muitas moradas...
A vista de tudo, o esforço despendido, os detalhes, a suntuosidade e o entesouramento do
Templo de Salomão, para mim agora tem outra simbologia, enxergando mesmo tesouros e
dádivas mais preciosas que quaisquer outras que tenho visto, e mais magnificantes que as
feitas de ouro e pedras preciosas.
Eis que me compartilho com meus irmãos nesta verdadeira escola, onde e quando o “eu”,
expandido, se perde no “eu” cósmico, que é o Senhor de tudo e conosco tudo compartilha
para a honra e glória do Grande Arquiteto do Universo.
A Construção do Templo de Salomão, uma das grandes maravilhas do mundo, e o mito
da morte de Hiram, teriam pois que seduzir e seduziram em afeto, a imaginação de nossos
pais, que legaram a tradição a seus sucessores.
Tomando alguns fragmentos das lendas, encontramos na história a figura do mesmo
Hiram.
Na época do poderio, de gloria e fama de Salomão, fase em que estava no seu maior
apogeu, este rei tão relembrado por sua sabedoria, fez erguer um Templo magnífico em
honra e glória de DEUS.
O Arquiteto deste soberbo edifício chamava-se Hiram Abif.
Quem era este homem? De onde vinha? Seu passado era um mistério. Enviado a
Salomão pelo rei do Tiro, este estranho personagem soube impor-se a todos, desde o
primeiro dia de sua chegada.
Seu gênio audaz colocava-o acima de todos os homens; sua inte1igência superior exercia
tal influência, que todos se inclinavam ante sua vontade e a misteriosa autoridade daquele a
quem davam, respeitosamente, o nobre título de MESTRE.
A bondade e a tristeza que refletia em seu severo semblante, espelhava também, a
dignificação do maior arquiteto da época de Salomão.
Grande Arquiteto, Hiram Abif, não havia conhecido, jamais, outro mestre do que a
solidão, e outros modelos a não ser os que lhe havia oferecido o deserto, entre os restos
ignotos e informes de figuras colossais grandiosa de Deus e da Natureza.
E assim, como a tradição Oriental com sua linguagem pitoresca e sua sensível poesia,
chegou até nós, também aqui ficaram as memórias daquele a quem chamamos,
carinhosamente de nosso Mestre.

80- Tolerância.

A Tolerância é característica própria de espíritos livres de preconceitos e fanatismo e


virtude primordial do maçom. Não se concebe maçom intolerante e muito menos uma loja
em que não se pratique essa virtude.
É necessário, porém, compreendermos o sentido exato dessa palavra. Não se trata, como
poder ser julgado, como indiferença para com tudo o que nos cerca, nem de aceitação
passiva de princípios ou costumes alheios. A isto não se diria tolerância, mas apatia,
comodismo mental, que impediria o maçom de agir espontaneamente. Tolerância é, acima
de tudo, forma espiritual, ação permanente. E o iniciado, para atingir um razoável grau de
tolerância, terá de passar por muitas experiências, pois que esta virtude é um estado da alma
e somente após alcançá-la é que poderá compreendê-la como é empregada e praticada pela
Maçonaria.
Tolerância é virtude personalíssima que abriga todas as crenças e pontos de vista alheios,
sem, contudo deles participar. Um cristão poderá ser intransigente em sua fé, tão como um
bramanista, um budista ou um maometano, tuas, se todos forem tolerantes, todos
defenderão o direito recíproco que a todos assiste de propagar sua fé e doutrina, sem que
essa defesa indique sua aceitação. O tolerante é protetor de seus opositores, defendendo o
direito que lhes cabe de se expressarem livremente.
O maçom que procura impor-se aos seus pares à força de punho, mostra pouco respeito
pelo pensamento e ação alheia e evidencia um espírito pouco iluminado, indigno do
sagrado nome de maçou. Em sua história multissecular, a Maçonaria tem dado exemplos
expressivos de tolerância. Quando a tirania. pérfida ou fanática, impedir que uma idéia
nobre venha beneficiar a humanidade ou trazer-lhe novas luzes, a Maçonaria luta
energicamente contra esses opositores, assegurando o pleno direito de expansão a qualquer
delas, desde que benéficas a humanidade. Há sempre eternos e gratuitos inimigos de nossa
sublime instituição, porém, ela permanece impávida, crescente e lutadora para que novas
luzes se acendam no campo do pensamento humano e iluminem as trevas da humanidade
sofredora, para que o mundo goze de luz e paz. Este é o grande princípio da Tolerância.

81- VITRIOL.

Este curso será o papiro reflexivo para as descobertas; descoberta das forças maiores, de
poderes de homens entre homens, daí sim, terá a percepção do EU real como matéria,
então, poderá trabalhar para o bem da humanidade que tanto prega a Maçonaria por tantos
séculos.
Terá o EU um único aspecto? Ou é o EU apenas a consciência que provém do interior?
Qual o EU verdadeiro? E como poderá conhecê-lo? Quão vasto é o mundo em que vivemos
e, no entanto ele esta limitado pelos nossos cinco sentidos receptores. Tudo que sabemos da
realidade nos vem através desses cinco canais. Se perdermos ou enfraquecemos uma ou
mais dessas faculdades sensoriais, o nosso mundo exterior se estreitará. Qual, porém, a
realidade, a existência mais plena, que está além de nossos cinco sentidos?
Nós possuímos outras faculdades, parcialmente dispostas, que nos propiciam um
vislumbre ocasional de uma realidade mais importante.
A princípio nos leva a expressar os reflexos mais íntimos de nossos pensamentos,
propriedade exclusiva do espírito e sua essência que guia à razão regulam as ações, que é
pela qual pode-se alcançar a união com o mundo com que nos relacionamos.
Para se aprender a pensar é necessário exercitar-se. Tal processo era considerado
antigamente como descer ao inferno (centro da terra), para nós Maçons deve-se significar
“conhecer a si mesmo”, na razão da palavra, deve-se conhecer a sua essência mais íntima e
será nesta escuridão interna que nascerá a luz tênue de nossa consciência.
A ante-sala da iniciação é a câmara de reflexões, a que agora passaremos a viver. Vamos
agora, numa compenetração circunscrita ao que leremos, vamos entrar mentalmente em
contato com a razão material de nossa existência através do texto maçônico que segue e
imaginaremos surgindo do interior de nosso ser em voz inaudível:
- “Oh! Elementais da terra que guardais o lado direito do pórtico do sul. Eis aqui um
cego, filho da morte, que se aproxima em busca da imortalidade. A terra volta a terra; ele
vos devolve o que é vosso. Da mesma forma que ele assim vos reconhece, assim vós o
reconhecereis a ele sempre de agora em diante, como um irmão. Abri vossas fileiras para
que ele se aproxime do ocidente de vosso portal”.
Mentalmente sujeitamo-nos à primeira prova com os elementais da terra e é isso
considerado a primeira viagem para nossa evolução.
Consideremos e vivenciemos agora, por momentos o período em que estivemos no
ventre materno. Mentalizemos isso: - “Estamos nesse momento no sono acolhedor
profundo de nossa vida até que se nos é tirada a venda”. O que vemos? O ventre é a caverna
da iniciação.
Mentalmente nesta caverna, deparamos com um pergaminho onde se pode ler a palavra
VITRIOL que transcrita em latim é “Visita Interiora Térrea Rectificando Invenies
Occultum Lapidem”, que na sua tradução é “Visita o interior da terra (ventre materno) e
retificando encontrarás a pedra oculta”.
Segundo a lenda judaica, também a pedra oculta, é a pedra em que, Abraão seguindo
ordens de Deus, prendeu seu filho Ismael, para sacrifica-lo em Sua honra. Mais tarde, sobre
esta pedra, foi erguido o Templo de Salomão.
Devemos ir ao fundo de nós mesmos, as profundezas de nosso “EU INTERIOR” e
retificando nossos pontos de vista, encontraremos a Sabedoria. Este se é o início de um
mergulho interno, o que no cristianismo é representado pela ressurreição de Jesus.
O verdadeiro significado ou pelo menos é o mais lógico do V.I.T.R.I.O.L. é, que
devemos mergulhar no interior de nosso ser, e ai, encontraremos a verdadeira pedra
filosofal, essa pedra que está oculta em nosso coração e sobre ela construirmos nosso
Templo dedicado a Deus.
O templo é a morada de Deus, o homem é o templo.
Não adianta o homem, ser vivente, orar em templos religiosos, construídos de pedras por
outros homens, se o seu Templo Interior, morada do seu Deus, não estiver construído.
Então maçonicamente passamos a ver:
• Ampulheta para lembrarmos que o tempo domina e modifica as
formas transitórias. É o despertar de nossas potencialidades
dormidas.
• Foice é para representar o fim de tudo que se considera
acontecimentos para o reinício de uma nova fase. É morrer para
renascer. Nela esta o aprimoramento que leva a se ser Maçom e
uma Maçona.
• Caveira diz respeito ao ciclo de vida do homem em sua passagem
pela terra, lembrando o nada das vaidades humanas.
• Galo é o despertar da esperança e o comunicador da ressurreição,
cujo canto anuncia o triunfo da luz sobre as trevas; a hora do
nascer.
• Enxofre que representa a energia. É o acumulo de conhecimentos
que podemos alcançar, é uma usina sofisticada, no cérebro humano
é o Ego, que controla e coordena, planeja e executa.
• Mercúrio com sua ação moderada refreia a energia do enxofre.
Podemos dizer que no cérebro humano seria o Id onde é o centro
que flui a energia que será usada.
• Sal é o ponto de equilíbrio. É no cérebro humano é o Super-Ego,
um sistema de normas que lhe aponta os caminhos, é o equilíbrio
psíquico entre duas forças.
• Água é o aspecto da própria substância mater. É a vida, a
purificação.
• Pão é a matéria constantemente transformada pela atividade vital.

Tudo na Câmara de Reflexões é um reviver do nosso corpo em se fazendo mutações para


se transformar no templo almejado pela humanidade. São saber entender o tempo de
despertar nossas potencialidades adormecidas para dar início ao dia simbólico do triunfo da
luz sobre as trevas. É por tanto, o morrer para renascer.

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