Você está na página 1de 4

“AS FERRAMENTAS DO C.’.M.’.

E SUA APLICAÇÃO”
(Peça de Arquitetura)

INTRODUÇÃO

A Maçonaria exige de seus membros, entre outras condições, boa reputação moral. Exige
tolerância para com toda forma de manifestação de consciência, de religião ou de filosofia, cujos
objetivos sejam os de conquistar a verdade, a moral, a paz e o bem estar social.
Os ensinamentos maçônicos orientam seus membros a se dedicar a felicidade de seus
semelhantes, não somente porque a razão e a moral lhes impõem tal obrigação, mas também
porque esse sentimento de solidariedade os faz irmãos.
A, Moral maçônica constitui o objeto da sua filosofia racionalista.
Esta moral está contida nos símbolos e rituais que, como todos os sabemos, tem-se
mantido sem variação no decorrer dos séculos. A moral maçônica, ao invés da profana, é imutável.
Numerosos irmãos nossos através dos séculos tem rendido a vida lutando contra as falsas
definições de moral imposta em benefício de dogmas, privilégios e sistemas exclusivistas.
Sendo a Maçonaria uma instituição universal, essencialmente ética, filosófica e iniciática,
educa seus membros para serem homens de bem, com sólidos princípios morais e que lutem para
seu aperfeiçoamento em benefício individual e social. O maçom deve ser útil ao progresso moral.
Manter uma moral maçônica precisa o domínio das paixões, reconhecer e corrigir nossos
defeitos, cultural a inteligência e praticar os valores maçônicos. E assim discorrerei na peça que
segue sobre a ferramentaria do companheiro e seu manejo na busca da perfeição.

“FERRAMENTAS DO C.’.M.’. E SUA APLICAÇÃO”

Régua de 24 polegadas:
Na mão esquerda (apoiada no ombro esquerdo) que é o símbolo da Lei da Ordem e da
Inteligência, que deve nortear as atividades dos Maçons e os estudos do (Companheiro).
A polegada é uma medida antiga que se afastou do sistema métrico francês; contudo, ainda
é usada, posto que esporadicamente, é utilizada por nós brasileiros.
A Maçonaria a adota porque simboliza o dia com as suas 24 horas.
Assim, a régua maçônica mede 0,66 (sessenta e seis centímetros) - a polegada é a 12ª parte
do pé, ou, (0,0275).
O tamanho da régua já sugere que é um instrumento destinado à construção.
Filosoficamente, o maçom deve pautar a sua vida dentro de uma determinada medida, ou
seja, deve programá-la corretamente e não se afastar dela, pois é uma constante vigília do seu
“eu” interior.
Maço:
O maço é uma espécie de martelo, de maiores proporções, servindo para construir ou para
destruir.
Maçonicamente, o maço é a ampliação do malhete, instrumento empunhado pelo
Venerável Mestre e pelos Vigilantes, representando a força e vigor.
O maço sugere duas situações, uma ativa, outra passiva; a ativa é quando bate, e passiva
quando o objeto batido sofre o choque.
O que nos lembra o maço, senão que o usamos na iniciação apenas uma vez, dando três
pancadas na pedra bruta?
Podemos tirar uma boa lição desse instrumento tão contundente, usando-o em nós
mesmos para retirar as arestas de nossa pedra bruta, objetivado o “auto” aprimoramento.
A maçonaria é uma escola, mas há viabilidade de uma auto-educação, pois, ao invés de
esperarmos que alguém nos bata para aparar nossas arestas, podemos fazer isso nós mesmos, em
uma atitude mais suave e precisa.
Reconhecer os próprios erros já é uma prática de desbastamento do espírito, ainda
embrutecido da inteligência humana.

Cinzel:
Símbolo do trabalho inteligente, Instrumento manejado pelo Aprendiz, que, com o malho,
serve para desbastar simbolicamente a pedra bruta, este é um emblema da personalidade não
educada e polida. Representa o intelecto, é uma ferramenta que exige a participação de outra,
porque por si só, nada poderá executar; assim é a inteligência humana que isolada nada constrói; é
um exemplo de dualismo construtivo, positivo e eficaz, tira-se a lição de que sozinhos não
chegaremos a lugar algum e sim unidos e participativos a “obra” será completa.

Compasso:
É um dos principais instrumentos de trabalho exigidos na Ciência Arquitetônica. É
considerado uma das jóias que se colocam sobre o Livro Sagrado existente no Altar.
O Compasso Filosoficamente, é o homem em “si”; o homem constrói a si próprio, e para
que resulte um templo apropriado a glorificar o grande arquiteto do universo torna-se
indispensável saber usar cada um dos principais instrumentos da construção. Dos alicerces ao teto,
todos eles são indispensáveis, e quando surgir em nosso caminho algo com aparência de
incontornável, lançamos mão de nossa inteligência em sanar e resolver tais questões.
O compasso mede os mínimos valores até completar a circunferência e o círculo onde
fixamos uma das hastes do compasso e, girando sobre nós próprios, executaremos com facilidade
o projeto perfeito.
O entrelaçamento do compasso com o esquadro será o distintivo permanente da
maçonaria. Nossa vida é uma prancheta onde grafamos os projetos que, estudados, calculados os
seus valores resultará no caminho completo para a construção de nosso “ser” ideal.

Alavanca:
A, Alavanca - Trata-se de um instrumento utilizado que representa simbolicamente a força.
Seu formato, de per si, sugere essa referida força; basta-lhe um ponto de apoio para erguer um
peso enorme sob a simples pressão muscular de um braço. Arquimedes dizia: "Dêem-me uma
alavanca e um ponto de apoio no espaço que erguerei o mundo".
Em nossa vida quando nos deparamos com algum obstáculo a ser removido e que necessite
um esforço impossível, o maçom deve evocar a alavanca e buscar esse "ponto de apoio".
Às vezes, a solução está perto de nós e não a visualizamos porque nossa atenção está
voltada para o grande obstáculo.
A lição da alavanca é que não há peso que não possa ser removido e, assim, os obstáculos
serão removidos, embora ultrapassados, pois a alavanca apenas suspende e, desequilibrando o
peso, faz com que este se mova.
Existindo o problema, ao lado estará a solução, basta encontrá-la, o que não é tarefa
ingente.
(O) "!ponto de apoio" é quem suporta todo o peso do obstáculo e, assim, revela-se a parte
mais importante. Numa fraternidade, cada irmão constitui um "ponto de apoio", que unidos
representa a alavanca, devemos aprender a usar esse poder que só a maçonaria propicia.

Esquadro:
O Esquadro - Somente quem souber esquadrejar poderá transformar a pedra bruta em
pedra angular e devidamente desbastada, visando - num trabalho - polí-la e burilá-la para ser
transformada em pedra de adorno na construção.
O Esquadro que forma um ângulo reto nos ensina a retidão de nossas ações; o maçom em
sua linguagem simbólica diz que pauta a sua vida "dentro do esquadro".
Tudo está na dependência da retidão, tanto na horizontalidade como na verticalidade.
Seguindo-se as hastes do esquadro, teremos dois caminhos que vão se afastando, quando
mais distantes seguirem; isso nos ensinará que se nossa vida se pautada de forma correta,
encontraremos o caminho da verticalidade espiritual e o da horizontalidade material.
Esse instrumento é imprescindível na construção; caso não for usado, teremos uma obra
torcida, sem equilíbrio e pronta para ruir.
O Esquadro é um Instrumento que compõe a tríade: “Esquadro, Régua e Compasso”
também denominada “Jóias”, o Esquadro é o símbolo do “Equilíbrio e da Harmonia” além de ser
sinônimo de “ângulo Reto”.
O conjunto dos três instrumentos, “Régua, Esquadro e Compasso” constitui o símbolo da
“Maçônaria’. No altar, essas jóias são colocadas sobre o “Livro Sagrado” aberto, onde a “Régua” de
vinte e quatro polegadas é substituída pelo próprio “Livro Sagrado”.
Assim vimos no discorrer das ferramentas, o quão somos pequenos e o quanto temos que
aprender na grande escalada, ainda aqui lembro e friso, de outros instrumentos os quais não
devem serem esquecidos para um profundo estudo, que são: a “Trolha”, o “Nível” e o “Prumo”.
Entendo que o Grau de Companheiro é o meio, o “Meio Dia” onde todas as forças
convergem, onde a luz concentra-se, do “eu”, do “Buscar”, do “Descobrir-se”, do “Interiorizar-se”,
do “Aprender”, do “Elucidar”, do “Educar-se”, do “Rever” e do “Iluminar” para assim abrir-se ao
“Universo” e “Universalidade” da “Diversidade” onde a ciência do homem não pode sobrepor-se a
sabedoria e a Magna ciência de “DEUS”.
CONCLUSÃO

Assim das ferramentas enumeradas e discorridas:


O maço, o cinzel, o compasso, a régua, a alavanca e o esquadro, foram e serão utilizados na
cerimônia de elevação; Embora, use-se também a espada na 5ª viagem, esta não é ferramenta do
grau de companheiro, mas representa a proteção do sigilo que o agora companheiro deverá
conservar consigo, ou partilhar com irmãos do mesmo grau ou superior.
Concluindo, de todos os conhecimentos transmitidos, entendemos, que não basta estarmos
no caminho da virtude, e nela nos conservarmos, para chegarmos à perfeição, são necessários
ainda muitos esforços, trabalhos, estudos e pesquisas.
A atuação do maçom não se restringe a loja, pois seu dever é exercer e viver a verdadeira
postura maçônica no mundo profano, agindo com tolerância, prudência e respeito consigo mesmo
e por todos os que o cercam.
As ferramentas estão ai, mostrando-nos os caminhos, apontando-nos as setas e as metas
do grande acordar para as diversas necessidades que nos circundam e clamam por ações práticas e
urgentes em um mundo avassalador de lobos em peles de cordeiros.
E de tudo isso, vejo que a interação social é o maior e grande passo a ser conquistado e
exercido por todas as massas e camadas do e no vasto universo humano do qual todos fazemos
parte; e principalmente nós maçons. Pois lembramos ao sermos iniciados, a iniciação retira o
Profano das trevas em que se encontra, porque o iniciado encontra verdadeira “Luz”...e estando
na “luz”...não tem como retroagir...tem que seguir...e agir...

Você também pode gostar