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BREVE HISTÓRICO:

• Fundação : 1993 (31 de agosto)

• Local: Anexo da Casa de Custódia de Taubaté (Piranhão)

• Fundadores: “Geleião”, “Isaías Esquisito”, “Dafé”, “Paixão”,


“Bicho Feio”, “Miza”, “Eduardo Cara Gorda” e “Cesinha”
(presidiários)

• Coligados: “Marcola” e “Sombra”.


• Objetivo inicial: combater a
opressão no sistema prisional e
vingar a morte dos 111 presos do
Carandiru (SP, 1992).
EVOLUÇÃO:
• 2001: “Sombra” assume o comando e coordena
megarrebelião em 29 presídios. Após 5 meses, “Sombra” é
morto no interior do “Piranhão” por membros do PCC em
uma disputa interna de poder;
• 2002: “Geleião” e “Cesinha”, tidos como radicais e
perpetradores de ataques a prédios públicos, assumem o
PCC e firmam aliança com o Comando Vermelho (CV);
EVOLUÇÃO (cont.):
• 2002 (Novembro): “Marcola” assume o PCC e declara
“Geleião” e “Cesinha” traidores, que, em resposta, fundam o
Terceiro Comando da Capital;
• 2003: PCC assassina o Juiz Antônio José Machado Dias, em
Presidente Prudente;
EVOLUÇÃO (cont.):
• 2006 (Maio): PCC faz série de ataques a repartições e
agentes públicos (policiais civis, militares, agentes
penitenciários, além de guardas municipais), com 73 presídios
rebelados em SP e MS;
• 2006 (Agosto): “Cesinha “ é morto na prisão em Avaré;
• Atualmente: é considerada a maior organização criminosa em
atuação no país.
ESTRUTURA (Características):

• Extremamente ordenada e caracterizada pela divisão de


tarefas;
• Funções bem definidas com indicações dos responsáveis pela
administração e coordenação das atividades criminosas;
• Para a consecução de seus objetivos, os integrantes são
divididos em células autônomas tanto em São Paulo como em
outros Estados da federação.
LIDERANÇA:

• Marcos Willian Herbas Camacho,


vulgo “Marcola”, há mais de 2
décadas (Sintonia Final Geral).
ESTRUTURA

ORGANOGRAMA
Fonte: GAECO
Atividade
no exterior

Fonte: PCSP
A Polícia Civil do Estado de São Paulo, atenta ao avanço do
crime organizado, vêm inovando na aquisição de sistemas
altamente eficazes, alcançando patamar de excelência na
coleta, na análise e no cruzamento de dados, otimizando
tempo e resultado investigativo.
• Cellebrite Premium: ferramenta de extração (quebra de senha) e
análise de dados de celulares e “gadgets” similares para
sistemas Android e IOS. A PCSP (Laboratório de Análise de Crimes
Eletrônicos – DIPOL) é uma das 7 instituições que atualmente a
possuem no país;
• AXIOM: ferramenta de extração e análise de dados em
computadores, que emprega inteligência artificial para identificação
e tratamento de imagens por categoria (nudez, drogas, armas etc);
• TX1: ferramenta portátil duplicadora de HD (hardware), com
validade forense, capacidade de realização de pré-análise de
conteúdo e pertinência investigativa, bem como identificação de
conteúdo criptografado;
• Mercure: ferramenta voltada à importação, ao tratamento e à
customização de conteúdos oriundos de fontes variadas em um
mesmo ambiente de trabalho;
• SNAP: ferramenta desenvolvida em parceria com a TechBiz
Forense que permite acesso simultâneo a diversos bancos de
dados, reduzindo tempo de pesquisa e análise;
• Guardião “On Line”: ferramenta de recepção de dados
armazenados em nuvem (Apple e Google), com capacidade de
decodificação, processamento e análise de conteúdo de forma
organizada e por assunto.
• LAB-LD: consiste na realização da meta 16 da ENCCLA 2006
(Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de
Dinheiro), com a implantação de um “(...) Laboratório modelo
para a aplicação de soluções de análise tecnológica em
grandes volumes de informações e para a difusão de estudos
sobre as melhores práticas em hardware, software e a
adequação de perfis profissionais”
1% 1% 1% 1% CRIMES ANTECEDENTES – até SET/23
1%
1%1% ESTELIONATO
1%
1% TRAFICO DE ENTORPECENTES
1%
3% ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
3%
EXPLORAÇÃO AO JOGO DE AZAR
44%
4% CORRUPÇÃO ATIVA/PASSIVA
4%
ROUBO
6% SONEGAÇÃO FISCAL

HOMICIDIO
21%
PECULATO
• LEAD à distância: integrando rede interestadual, permite as
seguintes soluções de apoio à atividade investigativa ou de
identificação pessoal:
1. PEDIDOS DE LEGITIMAÇÃO (Institutos, Delegacias, IML’s, IC’s);
2. CÓPIAS DE PRONTUÁRIOS (civis e criminais);
3. ANÁLISE DE LATENTES (fragmentos de impressões);
4. ANÁLISE FACIAL (imagens para reconhecimento facial);
5. DOCUMENTOS (autenticidade de documentos expedidos).
• Operação Ethos (2016)
• Operação Echelon (2018)
• Ameaça e plano de atentado contra autoridades (2019 - 2021)

Atuações da PCSP que só foram possíveis pela parceria e


união de esforços com a CROESTE (SAP), MPSP
(GAECO) e Poder Judiciário.
• Alvos: ex-presidente do CONDEPE (Conselho Estadual de
Defesa dos Direitos da Pessoa Humana – Lei nº 7.576/1991),

advogados e integrantes do PCC;

• Objetivo: desmantelar a ação da célula “R”, composta de


advogados arregimentados pelo PCC, com representante do
CONDEPE, que atuavam:
 na disseminação de denúncias falsas de violação de direitos
humanos, no país e no exterior, com o intuito de
desestabilizar a área da segurança pública no estado de São
Paulo;
 na manutenção de esquema de pagamento de propina a
agentes públicos, bem como no tráfego de informações
dentro e fora dos presídios.
• Resultado: identificação e prisão (com RDD) do primeiro
escalão (Conselho Deliberativo) do PCC, bem como de 39
advogados (Sintonia dos Gravatas), além do ex-presidente do
CONDEPE.
• Alvos: PCC, integrantes e parceiros de outros estados da
federação.
• Objetivo: apuração e repressão da expansão da atividade
criminosa do PCC para outros estados e países (Sintonia
dos Outros Estados e Países), cujo acirramento na disputa
culminou com uma série de assassinatos.
• Resultado: 75 prisões em 14 estados do país.

 com a prisão de Adriano Hilário dos Santos, vulgo “Kaike”


(Resumo Disciplinar dos Estados), a análise do seu
aparelho celular revelou dezenas de tratativas de homicídios
pelo país, dos quais, 31 (trinta e um) foram esclarecidos,
com identificação das vítimas, executores e mandantes;
 com a prisão de Valter Luz Caires, vulgo “Keno” ou “Pigmeu”
(Ponteiro do Resumo Disciplinar dos Estados), a análise das
informações de apenas 5 dias de armazenamento em seu
celular revelou a tratativa de dezenas de assassinatos, 7
dos quais esclarecidos com identificação de vítimas,
executores e mandantes.
LIDERANÇAS IDENTIFICADAS NA INVESTIGAÇÃO
• Alvo: PCC.
• Objetivo: elucidação e repressão aos responsáveis por
plano de atentado contra agentes públicos identificado a
partir de manuscritos e impressos localizados, em
23.06.2019, por policiais penais da P. II de Presidente
Venceslau/SP em cela habitada pelos sentenciados Sharlon
Praxedes da Silva e Gilmar Pinheiro Feitoza. A ação, que
previa o uso de 50 fuzis, seria em represália pela
transferência do “pai de todos”.
• Resultado: condenações de Gilmar Pinheiro Feitoza e
Sharlon Praxedes da Silva, respectivamente, a 14 e 16
anos de prisão em regime fechado.
Manuscritos Processo de higienização e
encontrados na cela montagem
• Alvo: PCC.
• Objetivo: elucidação e repressão aos responsáveis por plano
de atentado contra agentes públicos (da Polícia Federal e do
Ministério Público), identificado a partir de manuscritos e “card”
localizados, em 10.11.2021 e 18.11.2021, por policiais penais
da P. II de Presidente Venceslau/SP em cela habitada pelos
sentenciados Carlos Alberto Damasio e Ricardo Bernal
Antoniazzi, inclusive com menção a levantamento aéreo com
drone e mapeamento de localizações das vítimas.
Manuscrito apreendido no Cartão de memória destruído
interior da cela por “Malboro”
Manuscrito apreendido no
interior da cela
• Resultado: exame grafotécnico indicou convergência com o
padrão oferecido pelo recluso Roberto Cardoso Aguiar,
vulgo “Viola”, culminando com a sua condenação a 9 anos de
reclusão em regime fechado, bem como a de Carlos Alberto
Damásio, vulgo “Malboro”, a 10 anos de reclusão em regime
fechado.
TRANSFERÊNCIA DAS LIDERANÇAS DO PCC PARA
PRESÍDIOS FEDERAIS (2019):

• A transferência das lideranças criou maior dificuldade no


processo decisório do PCC;
• Com isso, nota-se maior deslocamento de autonomia de ação
na Sintonia de Rua, com posterior aval das lideranças dentro
dos presídios;
• A eventual confirmação disso requererá o aprimoramento do
intercâmbio das unidades de inteligências envolvidas.
LAVAGEM DE BENS E VALORES:

• Além da ampliação de laboratórios e da criação de unidades


policiais e judiciais especializadas na repressão ao crime
organizado e à lavagem de bens e valores, há que se
fomentar a cultura de apreensão e sequestro de bens e
valores de origem espúria e consequente alienação
antecipada (evitar a depreciação/perecimento) ou depósito
para uso das instituição de segurança pública interna;
LAVAGEM DE BENS E VALORES (cont.):

• Por decorrência, os bens e valores declarados, judicialmente,


perdidos em favor da União, devem ser, em parte, revertidos
para investimento no combate à criminalidade organizada,
com a criação, inclusive, de fundos específicos.
CYBERCRIMINALIDADE E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL:

• O avanço tecnológico e o advento da inteligência artificial


propiciarão novos desafios às instituições incumbidas da
segurança pública e justiça criminal;
• O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023 já
assinalou a forte tendência de migração dos delitos
patrimoniais violentos para as fraudes em geral, com ênfase
para a modalidade virtual;
CYBERCRIMINALIDADE E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
(cont.):

• Apesar da ausência de indicativos claros de participação do


PCC neste segmento, já são perceptíveis a arregimentação
de pessoas, de diferentes localidades, aliadas ao incremento
organizacional e distinção de tarefas;
• A complexidade investigativa, aliada a penas mais brandas
para a modalidade, bem como as potencialidades de ganho
vêm impulsionando o crescimento do setor;
CYBERCRIMINALIDADE E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
(cont.):

• Outra perspectiva na área é a lavagem de dinheiro através de


criptoativos;
• Apesar de não haver indícios de seu emprego pelo PCC na
atualidade, grupos extremistas e terroristas já fazem uso do
recurso no exterior.
Fato a partir
do qual toda
a
organização
de
inteligência
dos EUA foi
reorganizada
MUITO OBRIGADO!
FÁBIO PINHEIRO LOPES
Delegado de Polícia Diretor
Departamento Estadual de Investigações Criminais – DEIC
E-mail: fplopes@sp.gov.br
Celular: (11) 98612-1316

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