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VÓS SOIS O SAL DA

TERRA
MELITA – GESCON – DEZEMBRO/2022
PEDAGOGIA DE JESUS
• Jesus, inicia o Sermão da Montanha com as bem‑aventuranças,
apresentando as características dos Espíritos felizes.
• Continuando, Jesus vai nos mostrando diversos comportamentos e
suas respectivas consequências, que vão desde a forma de
interpretarmos as Leis Divinas, que são o mapa para a busca da
perfeição moral, até como fazer a caridade, a maneira correta de
orar, indicada na célebre oração dominical, o Pai‑Nosso.
• Porém, logo após as bem‑aventuranças e antes de mostrar estes
comportamentos, o Cristo afirma quem somos: somos o sal da terra
e a luz do mundo.
• O QUE VOU APRESENTAR A VOCÊS AGORA É FRUTO DO NOSSO
ESTUDO NO NEPE (NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO
EVANGELHO) IRMÃO FRANCISCO, LIGADO A UEPI-PIRAPORA.
PEDAGOGIA DE JESUS
• Joanna de Ângelis, no livro “Diretrizes para o Êxito”, psicografia de
Divaldo Franco, mostra como podemos analisar a pedagogia de
Jesus com base no Relatório Jacques Delors, encomendado pela
UNESCO que tem os seguintes pilares:
• Aprender a conhecer
• Aprender a fazer
• Aprender a conviver
• Aprender a ser.
APRENDER A CONHECER
• O conhecimento liberta, conduz, abre os horizontes do progresso
espiritual, ao qual estamos condenados.
• “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8:32)
• Jesus sempre estava oferecendo oportunidades para que nos
autoconhecêssemos e depois compreendêssemos os demais e
assim, sermos capazes de amar a Deus.
APRENDER A FAZER
• Com relação ao fazer, Ele não pegou o fardo das aflições dos outros,
mas ensinou como devemos carregar nossa cruz, e deu exemplo.
• Sempre apontando as diretrizes e nos conduzindo a fazer a nossa
parte, nos mostrando que somos responsáveis por nossos atos.
• Estimulou o trabalho e o progresso. “Meu Pai continua trabalhando
até hoje, e eu também estou trabalhando”. (João 5:17)
• Promoveu a reforma íntima, a superação dos empecilhos, das
paixões, para conseguirmos alcançar o Reino dos Céus.
• “E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de
Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com
aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis
que o reino de Deus está entre vós.” (Lucas 17:20,21)
APRENDER A CONVIVER
• No meio em que convivia, Jesus nunca permitiu que crescessem a
maledicência, o ódio, a rivalidade e todos estes vícios do orgulho e
egoísmo.
• Ele ensinou a tolerância através do auxílio recíproco, levando à
fraternidade e a valorização do ser humano.
• “E os escribas deles, e os fariseus, murmuravam contra os seus
discípulos, dizendo: Por que comeis e bebeis com publicanos e
pecadores? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Não necessitam de
médico os que estão sãos, mas, sim, os que estão enfermos; Eu não
vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento.
(Lucas 5:30-32)
APRENDER A SER
• Nunca negou sua realidade espiritual e sempre nos estimulou a conhecer a
nossa.
• Afirmou a todos seu posto superior: Mestre, caminho, verdade e vida, luz do
mundo, porém sem se aproveitar, mesmo quando nos mostrava tão inferiores
a Ele.
• Jesus em João, 10:34 reafirma o Salmo 82 “Eu disse: Vós sois deuses, e
todos vós filhos do Altíssimo.” E completa em João 14:12 com: “Na verdade,
na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que
eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.”
• E sempre nos convida ao autoconhecimento, a nos tornarmos exemplo vivos
da Boa Nova.
• Todo que Ele ensinou foi por exemplos, por isso é nosso melhor modelo.

(Mas o que tudo isso que eu falei tem a ver com o tema do nosso estudo? Eu vou mostrar de agora em
diante.)
SAL DA TERRA
• Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de
salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser
pisado pelos homens. (Mateus 5:13)
SAL DA TERRA
• O sal do qual Jesus falava era o cloreto de sódio, nosso querido sal
de cozinha.
• Sabe porque ele o usou como exemplo?
• Por suas propriedades, que vamos comentar depois;
• Pelo seu valor econômico na época, a palavra salário tem como
origem o termo salarium argentum, que consistia na utilização do
sal para o pagamento de serviços prestados, na Roma Antiga;
• Na época de Jesus, o sal, apesar de ser abundante, era difícil de se
extrair e por isso era facilmente trocado por vestimentas, armas,
alimentos e etc.;
SAL DA TERRA
• Mas, também, pela sua importância na tradição judaica:
• Moisés já utilizava o sal como símbolo de aliança com Deus, o Sal
da aliança, que está em Levítico, 2:13:
• “Temperem com sal todas as suas ofertas de cereal. Não excluam de
suas ofertas de cereal o sal da aliança do seu Deus; acrescentem sal
a todas as suas ofertas.”
• Paulo também cita em Colossenses 4:6:
• “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para
que saibais como vos convém responder a cada um.”
SAL DA TERRA - CATALIZADOR
• O sal é um elemento de grande utilidade em nossas vidas. Além de
preservar e dar sabor aos alimentos, exerce em nosso organismo
salutar influência para lhe manter o equilíbrio fisiológico.
• A Química nos ensina que onde quer que o encontremos, seja na
terra ou no mar, ele é sempre o mesmo: inalterado, inalterável, por
ser dotado de qualidades essencialmente conservadoras, mantém-
se incorruptível, preservando, ainda, os corpos que com ele entram
em contato.
SAL DA TERRA – APRENDER A CONHECER
• CONSERVAR
• O sal tem a qualidade conservadora, preserva os corpos que tenham contato com
ele e também se mantém inalterado em suas caraterísticas. Externamente, o sal,
ele se confunde com muitas outras substâncias; porém, basta experimentá-lo que
podemos distingui-lo das demais.
• A figura do sal simboliza o equilíbrio das emoções, o uso dos nossos valores
intelecto-morais com segurança.
• Para este equilíbrio necessitamos de nos conhecer, segundo Joanna de Ângelis, o
autoconhecimento nos mostra tanto as nossas limitações como as nossas
possibilidades, nos dá oportunidade para a renovação e ampliação dos horizontes
de saúde e plenificação, sem consciência de culpa, sem estigmas. (Vida, Desafios e
Soluções) e aí, continuando com a ela,
• “Consciente de que és o que fizeste de ti, e poderás ser o que venhas a fazer de ti
próprio, não postergues a decisão do auto-encontro.” (Momentos de Iluminação)
SAL DA TERRA – APRENDER A FAZER
• EQUILIBRAR
• O sal influencia o nosso organismo, sendo um dos elementos necessários para o
equilíbrio fisiológico, garantindo assim nosso bem-estar físico. O sal é fundamental
na hidratação, pois garante o funcionamento normal das células e dos órgãos,
porém precisa ser usado na quantidade certa, para não se transformar em veneno.
• O sal está sempre ativo, nunca recebe: dá sempre. Ao ser misturado com qualquer
outra substância, não assimila a essência dela, mas passa a sua.
• Ser o sal da terra é colocar em ação as nossas capacidades e talentos, oferecendo
nosso máximo nas tarefas e situações em que estivermos envolvidos, em qualquer
campo, seja profissional, social, familiar ou espiritual.
• “Se Cristianismo é esperança sublime, amor celeste e fé restauradora, é também
trabalho, sacrifício, aperfeiçoamento incessante.”(Emmanuel – Caminho, Verdade e
Vida)
SAL DA TERRA – APRENDER A CONVIVER
• TEMPERAR
• O sal deve ser misturado às substâncias alimentícias, só assim cumprirá
sua função, se fosse tomado em estado puro, não seria agradável.
• “Deus fez o homem para viver em sociedade. O homem deve progredir,
mas sozinho não o pode fazer porque não possui todas as faculdades:
precisa do contato dos outros homens. No isolamento, ele se embrutece e
se estiola” (questões 766 e 768, de O Livro dos Espíritos).
• “Temperar a nossa vida com sal significa: ter boa vontade para com as
pessoas que cruzam nosso caminho, sobretudo as de temperamento
difícil; e boa vontade para as situações adversas que desafiam a nossa
capacidade de superação.” (José Carlos de Lucca – Cura e Libertação)
SAL DA TERRA – APRENDER A SER
• SABOREAR
• Outra função do sal é promover sabor impedindo que alimento fique insosso, enquanto no
temperar ele reaça o sabor, aqui ele confere.
• Somos “sal da terra” e nosso destino é de sermos cocriadores do Universo, assim cabe a
nós espalhar nosso sabor (palavra que tem a mesma raiz etimológica da palavra saber) a
tudo e todos que nos rodeiam, revelando o Cristo em cada um e ao seu tempo específico.
• (SABER - Sua representação é dada no latim como sapĕre, no que diz respeito a uma percepção de valoração e acumulação de
informações. Tem um vínculo estreito com a capacidade do sabor, com elementos em comum, postulando a experiência. Ninguém
nasce sabendo: a pessoa prova, saboreia, avalia e pratica o que foi aprendido. É um processo inerente ao indivíduo, que é
constantemente transformado e adaptado ao longo da sua vida a partir da convergência de novos dados.

• Ao dar sabor à nossa vida valorizamos nossa experiência; percebemos que temos e
passamos pelo que nos é necessário; compreendemos que tudo está certo e apropriado
para o nosso crescimento e que o belo está na conquista do nosso ser, da sinceridade e
honestidade, da autenticidade e simplicidade, da alegria e coragem para ficar vulnerável e
solitário, perder e ganhar, mas com plena consciência de quem somos e do que buscamos.
• Isso me faz lembrar uma bela estória que vi na internet.
SAL DA TERRA – APRENDER A SER
• A boneca de sal
• Era uma vez uma boneca de sal. Após peregrinar por terras áridas, descobriu o mar e não conseguiu compreendê-lo.
Perguntou ao mar: “Quem é você? ”
• E o mar respondeu: “Sou o mar. ”
• “Mas o que é o mar? ”
• E o mar respondeu: “O mar sou eu. ”
• “Não entendo”, disse a boneca de sal, “mas gostaria muito de entender. Como faço?”
• O mar respondeu: “Encoste em mim. ”
• Então, a boneca de sal timidamente encostou no mar com as pontas dos dedos do pé. Sentiu que começava a
entender, mas também sentiu que acabara de perder o pé, dissolvido na água.
• “Mar, o que você fez?”
• E o mar respondeu: “Eu te dei um pouco de entendimento e você me deu um pouco de você. Para entender tudo, é
necessário dar tudo.”
• Ansiosa pelo conhecimento, mas também com medo, a boneca de sal começou a entrar no mar. Quanto mais entrava e
quanto mais se dissolvia, mais compreendia a enormidade do mar e da natureza, mas ainda faltava alguma coisa:
“Afinal, o que é o mar?”
• Então, foi coberta por uma onda. Em seu último momento de consciência individual, antes de diluir-se completamente
na água, a boneca ainda conseguiu dizer:
• “O mar… o mar sou eu!” (JÁ NÃO SOU QUE VI
SAL DA TERRA – INSÍPIDO
• Até agora falei das qualidades do sal, mas Jesus continua:
• “E se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão
para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.”
• O sal insípido, isto é, que perdeu suas qualidades, só é sal no seu aspecto
exterior, igualmente, nós, quando não promovemos uma transformação moral,
somos cristãos só de fachada, como uma árvore frondosa e sem frutos ou do
sepulcro caiado...
• E assim, seremos pisados pelos homens, porque nossas relações foram baseadas
no orgulho, no egoísmo e não no amor. Para entendermos, vamos lembrar de
Paulo:
• Mesmo que eu fale maravilhosamente bem, expressando conceitos e verdades
profundas, “se não tiver caridade”, se não tiver desenvolvido em mim o equilíbrio,
o amor, a compreensão, tais palavras serão vazias, como um sino: apenas um
SAL DA TERRA – QUANTIDADE
• Vocês podem ter desanimado com o que falei até aqui, mas agora eu pergunto:
quantos quilos de sal eu preciso para fazer um quilo de arroz?
• Isso mesmo, uma pequena quantidade de sal é capaz de dar sabor ao insosso
arroz. Então você não precisa ser um espírito perfeito para ser o sal da terra. Uma
pitada de sal no bolo realça com perfeição o sabor doce.
• Quando Jesus nos compara ao sal, está nos chamando para trabalhar na nossa
transformação moral, através de seus ensinos.
• Ninguém dá o que não tem. E ninguém tem realmente senão aquilo que é. Dar o
máximo do mínimo que temos como diz Sebastião Salgado, no livro do Átomo ao
Arcanjo.
• Para nós sermos fator de preservação do bem, e contribuir para o progresso e
desenvolvimento espiritual dos companheiros de caminhada, deveremos
desenvolver, pelo menos uma boa parte desses valores em nós próprios.
• É este o convite que Jesus nos fez! Nós, discípulos de Jesus, sim somos
discípulos, já que seguimos a disciplina aplicada por Ele.

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