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EGOÍSMO E ORGULHO

Tem uma história que ouvi em uma palestra que gostaria de contar:

Havia um casal que estava com uma série de problemas. Problemas financeiros,
conjugais, filhos, negócios. E estava tão séria a coisa que estava atrapalhando o
relacionamento dos dois. Pois não podia um falar diferente que o outro já estava brigando.
Este casal resolveu sair de casa, foram dar um passeio, pois parecia que a casa estava
sufocando os dois.
Passaram o dia fora e quando chegaram, já tarde da noite, estranharam, pois a casa
estava toda iluminada, parecia que tinha uma festa lá.
E quando chegaram mais perto viram que realmente tinha uma festa, e ficaram
espantados e irritados, pois quem era que estava dando uma festa na casa deles?
Chegando em casa foram recebidos por um Mestre de Cerimônia, muito simpático que
os recebeu com um belo sorriso e os convidou a entrar e o marido logo respondeu: - como
entrar, eu estou na minha própria casa, como sou convidado a entrar? Nem sei quem são
estas pessoas aí?
O Mestre de Cerimônia logo respondeu: - estes são os convidados de vocês.
E o casal logo respondeu: - como convidados não conhecemos nenhum deles.
E os convidados estão se divertindo e o casal reparando que eles eram muito
peculiares, diferente das pessoas normais, com semblantes estranhos e apesar de serem
poucos marcavam muita presença.
E o Mestre de Cerimônia logo se propôs a apresentar os convidados para o casal.
Chamou uma moça, bonita, sarada, arrumadíssima, com uns pesos na mão, toda
saltitante e logo a apresentou para o casal – Esta é a preguiça.
Preguiça? Estranhou o casal, como assim toda saltitante, cheia de energia?
O Mestre de Cerimônia respondeu: - oras isso são os artifícios dela para conquistar
vocês.
Neste instante passa pelo casal uma senhora ofertando algumas notas de R$ 100,00, o
marido logo perguntou: – quem é esta senhora?
O Mestre de Cerimônia respondeu: - é a avareza.
- Avareza me dando dinheiro? Interrogou o marido.
- Isso mesmo, primeiro ela te dá, depois te convence a não largar mais o dinheiro –
respondeu o Mestre de Cerimônia.
E assim o Mestre de Cerimônia foi apresentando o restante dos convidados...
Chegou uma mocinha muito delicada, de extrema educação, agradecendo ao casal
pelo convite e externando o seu contentamento por estar participando daquela festa. O casal
olhou para o Mestre de Cerimônia interrogando quem seria aquela moça tão educada. O
Mestre de Cerimônia apresentou a Ira. Ira calminha, gentil?
Até que o casal viu um garotinho lindo, com olhos azuis intensos, com a pele alva, com
lindos cachinhos dourados a lhe cair sobre a testa, com oito ou nove anos e de mão dada
com outro também muito lindo, mas aquele chamava atenção.
O casal logo falou – não convidaria nenhum dos demais convidados para ficar em
nossa casa, mas este garoto, este sim seria sempre nosso convidado, como ele é lindo e o
outro também muito bonitinho. Mas quem seria este garotinho?
O Mestre de Cerimônia logo respondeu: - é o orgulho.
- Mas o orgulho? - Indagou o casal - bonitinho desse jeito?
- É mesmo, ele se esconde da melhor forma, tão singelo, e é o principal convidado da
festa.
O casal ficou intrigado com isso, aquela maluquice, aquela festa.
O Mestre de Cerimônia chegou e percebendo que o casal não estava gostando da
situação perguntou: - Mas vocês não estão gostando da festa?
E o casal respondeu que não. Pois não tinham convidado ninguém e que não queriam
aquelas pessoas aí.
O Mestre de Cerimônia respondeu: - não adianta pedir para eles se retirarem, pois
vocês estão com alguns problemas, não é verdade.
E o casal respondeu que sim, temos muito problemas
Mestre de Cerimônia respondeu que os convidados estavam envolvidos com os
problemas e que se eles convidassem um apenas, não mais que um, pode ser que todos os
problemas fossem resolvidos.
O casal se pois a dialogar: - vamos mandar a preguiça embora, pois com coragem a
gente faz muito, disse a mulher.
O homem já preferia a ira, pois a mulher gritava tanto com ele, que já não tinha paz na
casa.
E ficaram brigando, brigando, cada um defendendo seu ponto de vista, quando o
Mestre de Cerimônia chegou e os apressou – Vocês tem que decidir logo.
O casal de afastou um pouco e os convidados pararam e ficaram olhando, na
expectativa.
E o casal chegou com a decisão, quem vai embora é aquele garoto lindo, o orgulho.
Os convidados ficaram atônitos, paralisados.
E aquele garoto lindo, se transforma em um homem horrível, desfigurado, estranho, de
uma feição que era ele, só ele e nada mais que ele e de mão dada com o outro saíram.
E para a surpresa do casal, que teve até que se afastar, todos os outros convidados
foram embora também.
E a casa se apagou e os problemas também foram embora.
O Mestre de Cerimônia chegou para o casal e disse: - é vocês deixaram que o
convidado especial e seu irmão fossem embora e assim todos os outros foram junto.
Quem é o irmão do orgulho?

Em O Evangelho segundo o Espiritismo temos algumas passagens que nos


alertam a cerca do egoísmo e do orgulho, das quais destaco as seguintes:

Cap. XI – Item 11
“O egoísmo, chaga da Humanidade, tem que desaparecer da Terra, a cujo progresso
moral obsta. Ao Espiritismo está reservada a tarefa de fazê-la ascender na hierarquia dos
mundos. O egoísmo é, pois, o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem apontar
suas armas, dirigir suas forças, sua coragem. Digo: coragem, porque dela muito mais
necessita cada um, para vencer-se a si mesmo, do que vencer os outros. Que cada um,
portanto, empregue todos os esforços a combatê-lo em si, certo de que esse monstro
devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho, é o causador de todas as misérias
do mundo terreno. É a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à
felicidade dos homens". Emmanuel. (Paris, 1861.)

Cap. XI – Item 12.


“O egoísmo é a negação da caridade. Ora, sem a caridade não haverá descanso para
a sociedade humana. Digo mais: não haverá segurança. Com o egoísmo e o orgulho, que
andam de mãos dadas, a vida será sempre uma carreira em que vencerá o mais esperto,
uma luta de interesses, em que se calcarão aos pés as mais santas afeições, em que nem
sequer os sagrados laços da família merecerão respeito”. Pascal. (Sens, 1862.)

E para finalizar nosso estudo, sugiro que façamos o seguinte teste.

Três Atitudes
Você se considera uma pessoa egoísta, orgulhosa, ou é alguém que sempre busca
praticar o bem?
Talvez a resposta para essa pergunta não seja tão fácil assim, por isso vamos fazer
uma análise dessas três atitudes considerando alguns quadros e circunstâncias da vida
diária. (Respondam sem olhar a solução abaixo)

Na sociedade:
a) faz o que quer. Na fé:
b) faz como quer. a) aparenta.
c) faz o que pode, acima das próprias b) reclama.
obrigações. c) ouve.

No trabalho: Na responsabilidade:
a) explora o que acha. a) foge.
b) oprime o que vê. b) tiraniza.
c) produz incessantemente. c) colabora.

Na equipe: Na dor alheia:


a) atrai para si. a) esquece.
b) pensa em si. b) condena.
c) serve a todos. c) ampara.

Na amizade: No estudo:
a) utiliza as situações. a) finge que sabe.
b) clama por privilégios. b) não busca saber.
c) renuncia ao próprio bem. c) aprende sempre, para realizar o melhor.

Atitudes: todas respostas “a” representam o egoísmo; as “b”, o orgulho e as “c”, o bem.
Considerando essas três atitudes, você poderá avaliar qual é a que mais se destaca
nas suas ações diárias.
Fazendo essa análise você poderá responder se é uma pessoa egoísta, orgulhosa ou
que age de acordo com o bem.
Com a avaliação em mãos, considere o seguinte:
O egoísmo e o orgulho são dois corredores sombrios que conduzem ao vício, à
delinquência, à desgraça.
O bem é ampla e iluminada avenida que nos leva à conquista das virtudes sublimes e à
felicidade suprema que tanto desejamos.
Mas para isso não basta apenas admirar o bem ou divulgá-lo; é preciso, acima de tudo,
praticá-lo com todas as forças da alma.
E a decisão entre uma atitude e outra, cabe exclusivamente a cada um de nós.
.............................................
Não esqueça de que o bem que se faz é o único trabalho que faz bem, e esse serviço
em favor dos outros é a caridade única em favor de nós mesmos.
O bem é a alavanca capaz de libertar o homem dos vícios e elevá-lo aos altos planos
da harmonia consigo mesmo e com o mundo que o rodeia.
Assim, a prática do bem é e sempre será nossa melhor atitude.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base na mensagem "Três Atitudes", do


livro Seara dos Médiuns, ed. FEB. (Adaptação nossa)

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