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UM CAMINHO DE

EXPERIÊNCIAS COM DEUS

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01 - Exponha-se a Deus
02 - Não existe experiências na apatia espiritual
03 - Experiências consequentes de perseverança
04 - Buscando de todo coração
05 - Um encontro com a Glória
06 - Andando no Espírito
07 - Um canal de vida
08 - Desejado por Deus, desejando a Deus
09 - A fé que promove ousadia
10 - Vivendo em comunhão com Espírito
11 - A linguagem de amor do Espírito Santo
12 - A crença e o fluir
13 - Sinta-se livre para ser usado por Deus
14 - A experiência de descansar em Deus

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A vida cristã é marcada por experiências com Deus. Somos
introduzidos em nossa nova vida com a maior de todas as
experiências, o novo nascimento. Um dia uma luz brilhou para
nós, vimos a Cristo, sua cruz, sua entrega. Cada um de nós pode
relatar o impacto da conversão de uma forma. Alguns como Saulo,
caíram do cavalo, outros como Zaqueu tiveram um arrependimento
genuíno e cheio de transformações imediatas.
O fato é que o impacto da primeira experiência com Jesus
não define apenas uma porta, mas um caminho. A vida cristã é
um convite a uma vida sobrenatural. O próprio Deus veio habitar
em nós através do Espírito e isso nos condiciona a uma vida nada
comum.
Podemos parar em meio às experiências, como se elas
fossem apenas para algum momento, ou podemos entender a
vida cristã como um convite à experiências constantes.
“E saiu aquele homem para o oriente, tendo na mão um cordel
de medir; e mediu mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas
que me davam pelos artelhos. E mediu mais mil côvados, e me fez
passar pelas águas, águas que me davam pelos joelhos; e outra vez
mediu mil, e me fez passar pelas águas que me davam pelos
lombos. E mediu mais mil, e era um rio, que eu não podia atravessar,
porque as águas eram profundas, águas que se deviam passar a
nado, rio pelo qual não se podia passar. Ezequiel 47:3-5”
Certamente você conhece o convite de Deus à Ezequiel.
Venha mais profundo, perca o controle, busque uma experiência

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nova, essa é a voz do Espírito ecoando em nós e nos provocando
a sair do lugar raso.
Responder a esse convite de Deus é opcional. Seu amor
imutável, ao ser compreendido nos leva ao desprendimento da
margem.
O nível de profundidade nesse rio também define o nível
de entendimento que temos do Seu amor, do Seu propósito.
As experiências que desejamos devem transcender o nível do
suprimento das nossas necessidades através do que Ele tem
para nos dar, e nos introduzir na expectativa de conhecê-lo cada
vez mais.
A bíblia é enfática em deixar a experiência de Ezequiel e de
tantos outros homens, para provocar em nós o desejo de vivermos
as mesmas medidas.
Você já pensou em desfrutar da comunhão com Deus
como Adão? Já desejou ver sinais e maravilhas como Moisés?
Já teve o desejo de adorar como Davi? Como Paulo, já pensou
em descobrir revelações profundas? Como João já anelou por
se sentir profundamente amado (a)? Sim, todas as experiências
mencionadas são também uma provocação do Espírito com vistas
a buscarmos experiências com a mesma medida de intensidade.
A vida de Jesus é o exemplo perfeito, como nosso irmão
mais velho, Ele também é o nosso modelo. Jesus é o modelo
de relacionamento perfeito entre um homem com consciência
de justiça e Deus. Quanto aos dias de Jesus, foram marcados
por experiências constantes com Deus, pela revelação que Ele
possuía. Ele mesmo nos convida a viver coisas ainda maiores do
que as que Ele viveu (João 14:12).
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Ousaria dizer que diante de você existem experiências
maiores do que todas as que você já viveu. Gosto de pensar
que Deus sempre está falando, nem sempre ouvimos, porque
nem sempre estamos sensíveis ao Seu toque. Essa leitura
está conectada a um tempo de consagração, de forma que seu
espírito esteja sensível à mergulhar em uma nova dimensão de
experiências com Deus.
Nessa leitura queremos lhe encorajar a perceber o poder
de discernir e se expor a uma vida cheia de experiências com
Deus. Tudo passa a ser extraordinário quando permitimos o agir
do Espírito
Antes mesmo de mergulhar no primeiro capítulo, temos um
desafio:
1. Programe um tempo de oração pelos
próximos 14 dias (estabeleça um horário e seja criterioso)
2. Estabeleça um tipo de jejum
3. Faça alvos (Quais experiências com Deus
gostaria de ter?)
4. Desafie-se a se expor a Deus com maior
intensidade.
Abra seu coração, permita-se mergulhar em uma dimensão
nunca antes vivida. Entregue-se um pouco mais, renuncie às
maiores experiências que já teve e abrace uma porção nova da
parte de Deus.
Esse ebook foi escrito por um grupo de pastores, estamos
certos de que você será ricamente edificado!

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Como cristãos, há algo que precisamos fazer todos os dias,
isto é, nos expormos a Deus. A Bíblia Sagrada, a infalível e eterna
Palavra de Deus, afirma no Salmo 25.14
“A intimidade do Senhor é para os que o temem, aos quais
ele dará a conhecer a sua aliança. É impossível crescer em
intimidade sem exposição ao Senho”r. (ARA)
Quanto mais crescemos em intimidade, mais nos expomos.
Quanto mais nos expomos, mais permitimos ser tratados por Ele,
e automaticamente somos transformados segundo a imagem de
Cristo Jesus.
Podemos nos “Expor ao Senhor” de várias formas e maneiras.
No compartilhamento desse capítulo, quero mencionar a maneira
mais propícia, particular e profunda, através da qual nos expomos
ao Senhor, isto é, por meio do “Secreto com Deus”.
“Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando
a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que
vê o que está oculto, te recompensará”. Mt 6.6 (ARC)
A palavra aposento no original grego do Novo Testamento
é tameon, cujo significado é tesouro ou casa do tesouro. Ou
seja, todas as vezes que nos separarmos com Deus em oração,
devemos encher o nosso coração de expectativa em receber
bençãos, pois Ele nos convida a entrarmos no aposento – tameon
(grego) para sacarmos tudo aquilo que precisarmos, pois no Seu
tameon tem consolo para as nossas aflições, cura para as nossas
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enfermidades, provisão para as nossas necessidades, salvação
para os nossos familiares, parentes e amigos etc., etc.,etc. No
tameon (casa do tesouro) tem de tudo! 7x aleluia!
“Quando você descobre que o secreto é o melhor lugar, quer
fazer dele todo lugar”.
Essa “Exposição a Deus” sobre a qual quero dissertar, trata-
se do tempo devocional diário. Aquele tempo de solitude, a sós, de
porta fechada, em “Secreto com Deus”. Salomão, o rei mais sábio
e próspero que a Bíblia descreve, mencionou em Provérbios:
“Honra ao Senhor com a tua fazenda e com as primícias de
toda a tua renda; e se encherão os teus celeiros abundantemente,
e transbordarão de mosto os teus lagares”. Pv 3.9-10 ARC
Aqui o Espírito Santo está fazendo menção da honra ao
Senhor na questão financeira. Podemos praticar isso, consagrando
os dízimos e as ofertas como primícias ao Senhor na igreja local
na qual congregamos. Ou seja, logo que recebermos o nosso
rendimento, a primeira coisa a ser feita é consagrar os dízimos e
as ofertas ao Senhor como primícias.
Julgo que não deve ser diferente a consagração do nosso
tempo ao Senhor. Amado(a), separe a primeira hora do dia, ou os
primeiros trinta minutos, ou os primeiros quinze minutos, logo ao
amanhecer. Pegue a sua Bíblia, e tenha o seu tempo a sós com
o Senhor para orar, ler a Sua Palavra e meditar nela. Exponha-
se a Ele sem reserva de domínio no seu coração. Ele é um Pai
amoroso que tem prazer em se relacionar com os Seus filhos.

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Cinco princípios para “Exposição a Deus” através do
Devocional Diário:
Primeiro – Deleite-se na presença de Deus e desfrute do
prazer da Sua comunhão
“Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que
deseja o teu coração”. Sl 37.4 (ARC)
“Que a sua felicidade esteja no Senhor! Ele lhe dará o que o
seu coração deseja”. Sl 37.4 (NTLH)
A felicidade tem um nome, chama-se Jesus Cristo. Existem
muitas coisas boas e lícitas a serem conquistadas na vida terrena:
prosperidade financeira, uma boa casa, sucesso, boas viagens de
férias com a família. Porém, não existe nada mais precioso do que
a nossa comunhão com o Senhor. Ele é o nosso Aba Pai,
supridor de todas as nossas necessidades espirituais, físicas,
psíquicas, emocionais, afetivas, familiares, materiais, financeiras,
profissionais, ministeriais.
Toda boa dádiva e todo dom perfeito vem dEle. Podemos e
devemos sonhar, planejar, envidar esforços para crescermos em
todas as áreas. No entanto, a maior prioridade a ser praticada
e investida todos os dias é o estreitamento da nossa comunhão
com o nosso Aba Pai.
Amado(a)! Eu lhe convido a fazer disso a sua maior prioridade
de vida.
Invista, oxalá, a primeira hora do dia em comunhão a sós
com o Senhor. Se você já ofaz, por favor, nunca se prive desse
privilégio. É incrivelmente recompensador.

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Segundo – Medite na Palavra de Deus e renove a sua
mente
“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida
eterna, e são elas que de mim testificam”. Jo 5.39 (ARC)
“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos
pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis
qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Rm 12.2
(ARC)
Deus e a Sua Palavra são um só. Se queremos crescer no
conhecimento de Deus, saber a Sua boa, perfeita e agradável
vontade para as nossas vidas, precisamos investir tempo todos os
dias para meditar na Sua Palavra, a Bíblia Sagrada. À medida que
lemos e meditamos na Palavra de Deus, o nosso entendimento
(mente) é renovado. A consequência disso é que crescemos em
fé. E o que de fato agrada a Deus é uma vida
de fé – Hebreus 11.6.
Terceiro – Apropriação das promessas de Deus
Pois todas as promessas de Deus se cumpriram em Cristo
com um alto e claro “Sim!”. E, por meio de Cristo, confirmamos
isso, de modo que nosso “Amém” se eleva a Deus para sua glória.
2 Co 1.20 (NVT)
À medida que meditamos na Palavra de Deus e renovamos
a mente, a fé é ativada em nosso coração. O próximo passo é a
apropriação das promessas da Nova Aliança em Cristo. Para cada
dia de meditação na Palavra, haverá pela menos uma promessa
a ser apropriada, pois a Palavra de Deus se torna viva em nossos
corações todas as vezes que meditamos nela. Aleluia. De fato,

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isso funciona! A Palavra de Deus é poderosa. É a boca de Deus
falando em nossos corações.

Quarto – Declarações proféticas


“E temos, portanto, o mesmo espírito de fé, como está
escrito: Cri; por isso, falei. Nós cremos também; por isso, também
falamos”, 2 Co 4.13 (ARC)
O quarto passo para “Exposição a Deus” por meio do
devocional diário é fazer declarações proféticas. À medida que
nos deleitamos na presença do Senhor e desfrutamos da Sua
comunhão, meditamos na Sua Palavra e renovamos a mente,
a consequência é nos apropriarmos das Suas promessas, pois
nesse processo a fé é ativada. Agora é o momento de sermos
proféticos, abrirmos a boca e declararmos o que queremos ver
acontecendo. Então, o seu cônjuge ainda não é convertido?
Abra a boca e declare-o salvo em Cristo Jesus. Sua família está
dividida? Declare paz, harmonia e unidade em sua casa. Seu
GC (grupo pequeno) está frio, desanimado? Declare avivamento
sobre os irmãos. Alguém do seu relacionamento de intimidade
está doente? Declare saúde em nome do Senhor Jesus Cristo.
Suas finanças estão
desajustadas? Declare portas abertas e prosperidade em
Cristo.
Quinto – Gratidão, louvor e adoração
“Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim
bendiga o seu santo nome”. Sl 103.1 (ARC)

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Amanheçamos todos os dias agradecendo, louvando
e adorando ao nosso Aba Pai. “A gratidão é o combustível da
felicidade. A murmuração é o adubo da miséria emocional”. Dr
Augusto Cury.
Para ser didático, eu mencionei esses cinco passos para
“Exposição a Deus” através do devocional diário. Na verdade,
o devocional não tem regra. É algo espontâneo, puramente
espiritual e orgânico. Há dias em que somos tomados pelo Espírito
Santo para tão somente agradecer, louvar e adorar. Em outros
dias somos tomados de gemidos, dores de parto no espírito e
lágrimas intercessoras. Às vezes o devocional se resume a um
tempo de comunhão com o Senhor, em que simplesmente fluímos
no Espírito adorando, falando em línguas estranhas e chorando
copiosamente, sentindo o Seu imensurável amor paternal.
Amado(a)! Finalizo declarando que você crescerá, nesses
dias de jejum, em paixão pelo Senhor e pela Sua Palavra. Assim
sendo, a sua “Exposição a Deus” avançará, redundando em mais
intimidade com Ele por meio de experiências incríveis com o
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

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Alguns estudos revelam que a religião cristã nunca cresceu
tanto quanto nos últimos anos. Diga-se de passagem, tais
levantamentos afirmam que em um prazo de até 10 anos, os
cristãos serão a maioria no Brasil.
Todavia, mesmo diante de uma evolução significativa; por
ocasião da
pandemia do COVID-19, o que acabou “alterando/
interferindo” em algumas práticas cristãs, a pergunta realizada por
alguns expoentes cristãos foi: Porque algumas pessoas acabaram
se esfriando ou até mesmo abandonando a fé cristã?

Não acredito que a interrupção de reuniões presenciais ou


os derivativos disso sejam os reais problemas.
Ousaria dizer que o crescimento acelerado aconteceu sem
a profundidade necessária, e que o tempo que estamos vivendo
apenas checou a realidade do fundamento.
Em resumo, o cenário atual revela por parte de alguns um
momento de intensa apatia espiritual. Embora o esfriamento ou
apatia não seja uma questão que se limita ao cenário citado acima,
acredito que o mesmo pode nos ser útil no quesito aprendizado.
Gostaria de utilizar de alguns acontecimentos bíblicos para
poder trabalhar algumas das causas que levam a apatia e por
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consequência traçar uma rota que nos leve ao despertamento. E
o mais importante, que nos leve a uma vida de experiências com
Deus!

1. O costume de Eli
“E o jovem Samuel servia ao Senhor perante Eli. E a palavra
do Senhorera de muita valia naqueles dias; não havia visão
manifesta. E sucedeu,naquele dia, que, estando Eli deitado no
seu lugar (e os seus olhos secomeçavam já a escurecer, que
não podia ver) e estando tambémSamuel já deitado, antes que
a lâmpada de Deus se apagasse no templo do Senhor, em que
estava a arca de Deus, o Senhor chamou a Samuel, e disse ele:
Eis-me aqui. E correu a Eli e disse: Eis-me aqui, porque tu me
chamaste. Mas ele disse: Não te chamei eu, torna a deitar-te. E
foi e se deitou. E o Senhor tornou a chamar outra vez a Samuel.
Samuel se levantou, e foi a Eli, e disse: Eis-me aqui, porque tu
me chamaste. Mas ele disse: Não te chamei eu, filho meu, torna
a deitar-te. Porém Samuel ainda não conhecia o Senhor, e ainda
não lhe tinha sido manifestada a palavra do Senhor. O Senhor,
pois, tornou a chamar a Samuel, terceira vez, e ele se levantou,
e foi a Eli, e disse: Eis-me aqui, porque tu me chamaste. Então,
entendeu Eli que o Senhor chamava o jovem. Pelo que Eli disse a
Samuel: Vai-te deitar, e há de ser que, se te chamar, dirás: Fala,
Senhor, porque o teu servo ouve. Então, Samuel foi e se deitou
no seu lugar. Então, veio o Senhor, e ali esteve, e chamou como
das outras vezes: Samuel, Samuel. E disse Samuel: Fala, porque
o teu servo ouve.” 1 Samuel 3:1-10 (ACF)

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Se você observar, a partir do versículo 12 do capítulo anterior,
Samuel começa uma série de paralelos entre a casa de Eli e o
próprio Samuel. No capítulo 3 o autor segue o mesmo padrão,
ele apresenta denúncia em relação a apostasia dos filhos de Eli e
reconhece a entrega / consagração de Samuel.
A versão Almeida Revista e Atualizada destaca com maior
clareza a colocação que acabo de fazer; preste atenção. No
versículo 2 ele relata algo que passa quase que desapercebido
a nós. No dia em que Deus chama a Samuel, Eli estava deitado
no “lugar de costume”, enquanto Samuel estava deitado junto a
arca do Senhor. Enquanto o “aprendiz” estava deitado junto a
arca, local onde residia a presença de Deus, o mestre por ter se
acostumado, já não a valorizava mais.
O texto se explica sozinho; por consequência do costume de
Eli, ele começa a perder a visão. Veja bem, ele ainda não havia
perdido a visão completamente, mas seguia esse caminho. Talvez
você não saiba, mas a cegueira aponta para um caminho de morte
espiritual, para uma falta de percepção de Deus e das coisas do
Espírito.
A comprovação do que acabo de salientar está registrada do
versículo 4 ao 8. Deus chama o garoto, e por ainda ser inexperiente,
o mesmo vai até Eli pensado que ele o estava chamando. O pior
de tudo é que Eli, um homem que já servia ao Senhor a alguns
anos só consegue perceber na terceira vez.
Pode até ser que as “visões sejam raras”, que o cenário não
seja o mais
favorável e que você já possa ter experimentado tudo de
Deus. Todavia,
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mesmo que essa seja a sua realidade, a lâmpada do Senhor
está acesa e Ele
continua a chamar os seus, por isso não se acostume!

2. A reputação de Roboão
“Então, veio Semaías, o profeta, a Roboão e aos príncipes
de Judá que se ajuntaram em Jerusalém por causa de Sisaque
e disse-lhes: Assim diz o Senhor: Vós me deixastes a mim, pelo
que eu também vos deixei nas mãos de Sisaque. Então, se
humilharam os príncipes de Israel e o rei e disseram: O Senhor é
justo. Vendo, pois, o Senhor que se humilhavam, veio a palavra
do Senhor a Semaías, dizendo: Humilharam-se, não os destruirei;
antes, em breve, lhes darei lugar de escaparem, para que o meu
furor se não derrame sobre Jerusalém, pelas mãos de Sisaque.
Porém serão seus servos, para que conheçam a diferença
da minha servidão e da servidão dos reinos da terra. Subiu, pois,
Sisaque, rei do Egito, contra Jerusalém e tomou os tesouros
da Casa do Senhor e os tesouros da casa do rei; levou tudo e
também tomou os escudos de ouro que Salomão fizera. E fez o
rei Roboão em lugar deles escudos de cobre e os entregou nas
mãos dos capitães da guarda que guardavam a porta da casa do
rei.” 2 Crônicas 12:5-10 (ACF)
O ouro simboliza a glória de Deus. Em outras palavras,
quando o templo é saqueado, a glória vai embora.
Roboão ao invés de se arrepender da apostasia vivida em
seus dias, decide então confeccionar outros escudos, só que
dessa vez, os mesmos seriam de bronze. Eles até pareciam muito,

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todavia aparência não é realidade. Acredito que a aparência tem
o seu lugar e que seria até equivocado ignorá-la, afinal de contas
a nossa própria geração definiu que “uma imagem vale mais do
que mil palavras!”
Mas, qual seria o limite disso? Sou a favor de um culto
performático, de
composições musicais da nossa autoria, de um estudo
profundo e inteligente da Escritura, entretanto, sem a glória de
Deus nada disso valerá de nada!
A pergunta é: As nossas práticas se limitam a aparência
ou estão produzindo a devida transformação? Precisamos nos
lembrar que naquele Dia, tudo o que tivermos realizado será
testado pelo fogo e o que não for real, infelizmente perecerá.

3. Êutico e seu desinteresse pela piedade


“No primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para
partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava
com eles; e alargou a prática até à meia-noite. Havia muitas
luzes no cenáculo onde estavam juntos. E, estando um certo
jovem, por nome Êutico, assentado numa janela, caiu do terceiro
andar, tomado de um sono profundo que lhe sobreveio durante o
extenso discurso de Paulo; e foi levantado morto. Paulo, porém,
descendo, inclinou-se sobre ele e, abraçando-o, disse: Não vos
perturbeis, que a sua alma nele está. E, subindo, e partindo o pão,
e comendo, ainda lhes falou largamente até à alvorada; e, assim,
partiu. E levaram vivo o jovem, e ficaram não pouco consolados.”
Atos 20:7-12 (ACF)

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Esse texto relata a vida de um homem que estava vinculado
a agenda de uma comunidade de fé, mas que mesmo assim, o
ativismo não tem poder de poupar a sua vida. É comum que eu
aconselhe pessoas que propõe a realização de mais
programações na igreja local. Acredito na sua importância,
mas grande parte dessas pessoas não conseguem perceber que
isso nada mais é do que uma fuga ou evidência de seu declínio
espiritual.
Embora o texto relate que Êutico era um jovem, o mesmo
texto diz que a palavra estava sendo pregada por um longo
período de tempo, eles estavam em uma espécie de vigília. Onde
eu quero chegar? Acredito que mesmo que ele fosse um jovem,
a sua trajetória com Jesus já possuía um certo tempo, e que não
basta apenas começar bem, mas precisamos também concluir a
carreira com o mesmo rendimento.
Preste atenção. O jovem estava ouvindo a Palavra, sentado
na janela; quanto desinteresse! Não é possível que colhamos
resultados de uma vida cristã próspera se não estivermos
dispostos a perseverarmos em nosso relacionamento com Cristo,
se não trilharmos o caminho da piedade.
Piedade não é o mesmo que caridade! Quando me utilizo
a palavra a piedade, estou me referindo a prática das disciplinas
espirituais: oração, leitura, confissão e jejum. Pode ser que a
sua situação atual seja de apatia, indiferença e desânimo, mas
eu creio que existe uma promessa sobre nós que tem poder de
alterar a sua condição e te levar a experimentar uma nova medida
em Deus!

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Em Amós 8.11 a Escritura diz: “Eis que vêm dias, diz o
Senhor Jeová, em que enviarei fome sobre a terra, não fome de
pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor.”
Em outras palavras, existe uma promessa de provisão, de
um alimento que tem poder de te fortalecer e suprir.

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Romanos capítulo 5, o apóstolo Paulo começa fazendo uma
afirmação muito poderosa, ele disse que nós fomos justificados
mediante a fé.
A palavra justificação vem do hebraico TSADAQ que
significa “fazer justo”. No Novo Testamento a palavra justificação
está escrita em grego DIKAIOO que significa “inocentar, declarar
e tratar como justo”.
Portanto, dizer que nós fomos justificados significa que
Deus nos inocentou dos nossos pecados. Quando Ele olha para
nós hoje Ele não vê pecadores, Ele vê inocentes por causa do
sacrifício de Jesus.
A pergunta é: Como podemos tomar posse da justificação?
O próprio apóstolo Paulo responde isso ainda no verso 1
“Justificados pois mediante a fé…”.
Infelizmente, muitas pessoas passam a vida inteira buscando
diversas maneiras de se justificarem diante de Deus, mas na
verdade a única maneira é pela FÉ. Foi isso que Paulo disse:
que nós somos justificados mediante a fé; e por conta dessa
justificação obtemos uma promessa, temos paz com Deus por
meio de Jesus Cristo.
No versículo 3 ele diz: “E não somente isto, mas também
nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação
produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a
experiência, esperança.”.
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É como se fosse uma escada de processo, para chegar
no topo da escada você precisa subir degrau por degrau desse
processo.
E para chegarmos no topo passamos pelo degrau da
TRIBULAÇÃO, da PERSEVERANÇA e da EXPERIÊNCIA.
O primeiro degrau é a TRIBULAÇÃO, são pressões que
passamos em nossas vidas. A palavra tribulação significa “Pressão
ou Ato de Prensar”.
Você já parou para pensar qual é a diferença entre um
carvão e um diamante, além do valor comercial? Se você estudar
sobre a estrutura molecular deles, você vai perceber que eles
possuem basicamente a mesma composição, eles são formados
de carbono.
A grande diferença é que o diamante foi submetido a grandes
pressões de temperaturas debaixo da terra. Em outras palavras,
foi a pressão que trouxe valor para o diamante, Deus utiliza das
tribulações para nos transformar em diamantes valiosos.
O segundo degrau de Romanos 5 é o degrau da
PERSEVERANÇA.
Perseverança é você continuar mesmo em meio às
tribulações, é você não parar diante das circunstâncias, é continuar
firme diante das lutas.
Josué nasceu como escravo no Egito, junto com o resto dos
israelitas. Ele somente viu a libertação de seu povo, debaixo da
liderança de Moisés, quando tinha 40 anos! Depois disso, Josué
ainda teve de esperar outros 40 anos até entrar na terra prometida,
por causa do pecado dos outros israelitas. Mas, durante todo

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o tempo que esteve no Egito, e depois no deserto, Josué não
desistiu de seguir a Deus.
Diante dos desafios que enfrentaram, muitos outros israelitas
perderam a esperança e voltaram para a idolatria. Eles tinham visto
o poder e as maravilhas de Deus, mas não tinham perseverança.
Por isso, não receberam sua herança. Josué foi diferente. Ele
viu tudo e decidiu pôr toda sua confiança em Deus. A espera foi
longa e difícil, mas, no fim, ele liderou Israel na conquista da terra
prometida. As experiências que Josué obteve no deserto produz
perseverança e ele recebeu sua herança prometida.
Ana era estéril mas queria muito ter um filho. Ano após ano
ela orava por um filho, com grande tristeza, mas sem nenhuma
resposta.
Mesmo assim, Ana não abandonou sua fé nem rejeitou a
Deus. Ela continuou pedindo, colocando toda sua confiança em
Deus.
Um dia Ana estava orando no templo e prometeu que, se
tivesse um filho, iria ser dedicado a Deus. O sacerdote lhe disse
que ela iria receber o que tinha pedido e ela voltou para casa e
engravidou. Seu filho Samuel cresceu no templo e se tornou um
grande profeta em Israel. Ana passou por diversas experiências
que produziram perseverança e fidelidade, ela ainda recebeu de
Deus outros cinco filhos! Quem persevera pode receber muito
mais do que espera.
O próprio Deus chamou Jó de irrepreensível! Ele servia a
Deus de coração, nos bons e nos maus momentos. Jó foi muito
abençoado por sua fidelidade e tinha tudo de bom: riquezas, família
e saúde. Mas um dia ele perdeu tudo. Seus filhos morreram, seus
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bens foram roubados e Jó ficou muito doente. Mesmo assim, Jó
perseverou.
No seu sofrimento, Jó questionou muitas coisas, como a
razão de viver e as ações de Deus, mas ele não parou de crer
em Deus e de pôr sua confiança nele. Por isso, Jó é mencionado
como um grande exemplo.
Jó teve muitas experiências com Deus, a experiência
produziu perseverança, e a perseverança produziu esperança.
Deus restaurou sua saúde, lhe deu ainda mais riqueza e o
abençoou com muitos descendentes.
O último degrau é a experiência. A experiência é o resultado
da perseverança, a palavra experiência nesse texto significa
APROVAÇÃO.
Experiência é ter a aprovação de Deus em meio às
tribulações.
Em 2 Coríntios 8:1-4, nesta passagem nós percebemos
que os irmãos da igreja da Macedônia estavam enfrentando uma
crise financeira terrível, A Bíblia diz que a situação deles era de
profunda pobreza.
Todavia, no versículo 2 nós vemos qual foi a resposta que eles
deram diante do cenário. “Como, em muita prova de tribulação,
houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza
superabundou em riquezas da sua generosidade.” 2 Coríntios 8:2
Observe que por mais que eles estivessem em crise eles
permaneceram alegres e fizeram questão de continuar contribuindo
com a obra de Deus, eles não pararam, eles continuaram sendo
generosos mesmo diante de um cenário difícil.
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E o resultado disso foi o que Paulo disse no verso 3:
“Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e
ainda acima do seu poder, deram voluntariamente.“ 2 Coríntios
8:3
Paulo poderia muito bem ter recusado a oferta deles com a
desculpa que eles não tinham condições. Paulo percebeu que o
momento deles era de tribulação e eles precisavam perseverar
e dar a resposta certa diante Deus. E no final a atitude deles se
tornou motivo de testemunho para Paulo.
Esse texto fala sobre ser aprovado na questão financeira.
Mas esse princípio vale para tudo na nossa vida. Tribulação produz
perseverança, perseverança produz experiência e experiência
produz esperança.
Se você continuar lendo o capítulo 5 de Romanos, irá
perceber que Paulo nos dá um belo motivo para colocarmos a
nossa esperança em Deus: O fato de Cristo ter morrido por nós
sendo ainda pecadores.
Se Deus nos deu tudo o que Ele tinha de mais precioso
mesmo quando ainda éramos pecadores, o que é que Ele vai
negar para nós agora que somos filhos? Absolutamente nada.
Romanos 5, no versículo 5 continua dizendo assim:
“E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de
Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que
nos foi dado“

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A versão NTLH diz “Essa esperança não nos deixa
decepcionados, pois Deus derramou o nosso coração, por meio
do Espírito Santo, que ele nos deu”.

Basicamente nessa versão ela troca a palavra “confusão”


pela palavra “decepcionados”. A BÍBLIA DIZ QUE A ESPERANÇA
QUE NÓS TEMOS EM DEUS NÃO NOS DECEPCIONA, por isso
podemos perseverar!

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Buscar ao Senhor de todo o nosso coração é estabelece-lo
como nossa prioridade absoluta, isso é uma senha poderosa para
destravar uma vida de experiências profundas e ilimitadas com
Jesus, vamos considerar isso juntos.

“E, seis dias depois, Jesus tomou consigo a Pedro, a


Tiago e a João, e os levou sós, em particular, a um alto monte,
e transfigurou-se diante deles. E as suas vestes tornaram-se
resplandecentes, em extremo brancas como a neve, tais como
nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia branquear.
E apareceram-lhes Elias e Moisés e falavam com Jesus. E
Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Mestre, bom é que nós
estejamos aqui e façamos três cabanas, uma para ti, outra para
Moisés e outra para Elias. Pois não sabia o que dizia, porque
estavam assombrados. E desceu uma nuvem que os cobriu com
a sua sombra, e saiu da nuvem uma voz, que dizia: Este é o meu
Filho amado; a ele ouvi.E, tendo olhado ao redor, ninguém mais
viram, senão Jesus com eles.” Marcos 9:2-8

Os versículos acima se referem a experiência na qual os


três discípulos viram o mestre transfigurado. Jesus brilhava
completamente envolvido pela glória de Deus. A Glória de Deus
era plenamente observada nas palavras e nas ações de Jesus
todo tempo, como homem. Ele foi cheio da glória de Deus em
25
todo tempo. No entanto, este é o relato de uma experiência muito
peculiar na qual a Glória de Deus produziu uma mudança, as
roupas de Jesus estavam tão brancas que brilhavam, aquela
“brancura” não poderia ser resultado do trabalho de qualquer
lavanderia, como dizem as escrituras.

O BRILHO COMO RESULTADO DE UMA ENTREGA


COMPLETA
Essa descrição não é única na palavra de Deus, Êxodo 34
relata algo muito semelhante. Nesta última referência foi a face de
Moisés que brilhou.
Esse brilho é Shekinah, vem do hebraico e significa: habitar.
É mais do que um substantivo é um verbo que indica uma ação
contínua. É um termo muito querido para o judeu também,
é daquela cultura que vem o nosso apreço pela palavra que
expressa a presença de Deus se manifestando de forma visível.
Ela não aparece em nenhum lugar das sagradas escrituras, mas
nós a conhecemos muito bem. Gostamos muito desta palavra,
batizamos o salão de beleza, a padaria e até mesmo Igrejas
Evangélicas com o termo Shekinah.

Certa vez me disseram que shekinah é como um fogo


azul. O fogo Azul é aquele que indica uma combustão completa,
é um fogo no qual todo material combustível é completamente
consumido na queima.
Para quem já fez algum treinamento de brigada de incêndio,
você deve lembrar que o fogo pode ser vermelho ou azul. O

26
vermelho é aquele em que a queima do combustível deixa
resíduos, por exemplo, a queima de madeira deixa cinzas o fogo
é vermelho. O fogo azul é aquele em que a queima consome todo
o combustível, é o que ocorre por exemplo com o GLP, o gás da
cozinha, ele consome totalmente, não deixa resíduos, é azul.
Talvez você nem sabia que a palavra shekinah não está na
Bíblia, então não se apegue ao conceito, mas à ilustração. Se
é certo dizer que a shekinah é um fogo que habita, certamente
ele deve ser azul, e vai produzir um brilho que nenhum lavadeiro
poderia produzir, à medida que ele consome TUDO. É por isso
que Jesus brilhava, o Pai tinha tudo dele, Jesus permitiu que tudo
fosse consumido pela presença de Deus, como consequência Ele
brilhava.
FOMOS CRIADOS PARA BRILHAR
No Sinai, Moisés estava imerso na presença, ao ponto de
ter deixado a tarefa (receber a planta do tabernáculo que seria
construído) em segundo plano, ele almejou a glória a ponto de
permitir que a presença consumisse TUDO, como consequência
ele brilhava.
Você e eu também fomos criados para brilhar. Ter uma face
brilhante é permitir que o nosso Pai nos encha de sua natureza.
Quanto mais glória de Deus, mais amor, mais bondade, mais
humildade, mais manso seremos, mais doadores, enfim mais
parecidos com Deus.
Além de neutralizar em nossa natureza tudo o que é
desprezível, ser cheio da glória de Deus é a maneira de viver em
paz, mesmo no meio das guerras.

27
Jesus nos disse que nos deixou a sua paz, por isso não
devemos nos atemorizar (João 14.27). Como é possível vencer
o medo? O verdadeiro amor lança fora o medo (1 João 4.18),
esse amor de Deus é derramado sobre nós quando a glória está
presente.
Precisa de sabedoria? A sabedoria vem do Pai (Tiago 3.17),
ela é derramada sobre aqueles que se enchem da glória de Deus.
Está desestabilizado? As más notícias ou o acúmulo de
preocupações têm roubado a sua capacidade de avançar ou fazer
escolhas certas. Você dá respostas instintivas em explosões de
ira ou choro? Deus não nos deu espírito de medo, mas de amor,
poder ou ousadia e moderação ou equilíbrio (2 Timóteo 1.7).
Deus é apaixonado pela alma do homem, é precisamente
neste ambiente que o seu Espírito está trabalhando, com o
propósito de que os nossos pensamentos e emoções estejam
preparados para resplandecer a imagem e semelhança do Deus
invisível.
Essa glória de Deus brilha na minha e na sua vida tanto
quanto mais o contemplamos (2 Co 3:18).
RECEBEMOS GLÓRIA BUSCANDO DE TODO CORAÇÃO
Jeremias escreveu: “Buscar-me-eis e me achareis quando
me buscardes de todo o coração” (Jr 29.13)
Esta é uma condição fundamental para contemplá-lo,
buscá-lo de todo o seu coração, isto é, com o seu coração aberto,
sem reservas, permitindo que a sua glória atinja tudo, como um
fogo azul que atinge o tal material combustível e o consome
completamente.

28
Ele quer governar a sua agenda, ele quer opinar em seus
negócios, aconselhá-lo quanto à administração dos seus bens, ele
quer participar de seus processos emocionais, quer ser confidente
e cúmplice, quer influenciar o seu lifestyle, quer fascinar os seus
olhos e usar os seus lábios. Desfrute do Senhor e permita que ele
desfrute de você.
Buscá-lo de todo coração tem tudo a ver com viver a vida
normal, envolvendo-se com todo resto como se só houvesse
Jesus.

A ÚNICA COISA QUE INTERESSA É JESUS


Essa é uma vida muito boa, porque você não vive como
quem é escravo do que Ele te deu, mas como aquele que governa
tudo o que Ele deu, haja vista, apenas desfruta porque inclusive
nada é seu.
No Sinai, Moisés não tinha nada mais a desejar a não ser a
glória de Deus, essa experiência mudou completamente a vida de
Moisés. Moisés tinha tão pouca relação com as coisas da terra,
ele teve sua vida tão queimada pelo fogo, as áreas de sua vida
foram tão consumidas e transformadas pela glória, que em sua
morte, foi sepultado honrosamente pelo próprio Deus (Dt 34.6),
o diabo não teve oportunidade nem mesmo em seu corpo morto
(Jd 9).
Em João 14, temos um discurso muito famoso de Jesus,
aquele no qual ele disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida,
ninguém vai ao Pai a não ser por mim” (verso 6), esse capítulo
termina nos versos 30 e 31, trazendo essa ideia da entrega

29
completa, ele disse: “Já não falarei muito convosco, porque se
aproxima o príncipe deste mundo e ele NADA TEM EM MIM”

Caminhando para o nosso encerramento volto para a


experiência da transfiguração. Marcos 9:9 diz: “E, tendo olhado
ao redor, ninguém mais viram, senão Jesus com eles”.
Depois da visão da glória de Deus, Moisés e Elias
desapareceram, a princípio pode parecer que a experiência
acabou, porém ele apenas começou, eles já não tinham mais
nada pra ver a não ser Jesus.
Busque-o de todo o seu coração e seja bem-vindo a uma
vida de experiências poderosas com Ele.

30
Deus não muda, mas Ele se move! Um dos atributos do
nosso Deus é a imutabilidade, Ele é o mesmo ontem, hoje e
eternamente. Se você observar, ao longo de toda a história o
Senhor esteve se movendo sobre a humanidade e através dela
também. Participar desse mover se tornou o desejo do coração
de todo homem que nasceu de novo.
Gosto de utilizar um acontecimento bíblico para esclarecer
melhor a afirmação realizada ainda a pouco. Em Números 9
vemos que a direção seguida pela nação de Israel se baseava
na movimentação da nuvem ou da coluna de fogo. Se a nuvem
caminhava, o povo a seguia, se a nuvem parava em algum lugar,
ali o povo se estabelecia até uma nova mudança.
Com isso podemos perceber que é o próprio Deus o
responsável por criar essa atmosfera, mas também, que compete
ao homem se sintonizar aos céus para participar desse mover.

Através dos relatos bíblicos podemos perceber que a


postura de alguns homens se tornaram respostas favoráveis para
a manifestação da glória de Deus.

1. Isaías “E clamavam uns para os outros,


dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos;
toda a terra está cheia da sua glória. E os umbrais das
portas se moveram com a voz do que clamava, e a casa
se encheu de fumaça. Então, disse eu: ai de mim, que vou
31
perecendo! Porque eu sou um homem de lábios impuros e
habito no meio de um povo de impuros lábios; e os meus
olhos viram o rei, o Senhor dos Exércitos!” Isaías‬ 6:3-5‬ ARC‬‬

No ano da maior tragédia da vida de Isaías, embora ele não


esconda o abatimento, ao invés de ficar lambendo feridas ele se
dirige até o templo para buscar ao Senhor. Veja só, “do nada”,
uma única atitude muda a rota de vida de um homem.
“Certa vez disseram: O que te faz vitorioso não são as
guerras que você enfrenta, mas os lugares onde você sempre se
refugia!”
Pelo menos duas coisas acontecem. Em primeiro lugar, a
glória de Deus o conduz a uma experiência de transformação, e
a pergunta é: Estamos abertos para sermos transformados por
Deus?
Isaías se via em uma condição de indignidade diante de Deus,
e quando ele se vê, de imediato ele manifesta arrependimento da
sua condição de impureza, a consequência é que Deus muda o
seu caminhar.
Eu sei que existem pessoas que desejam por experiências
simplesmente pelo frisson que elas produzem em nós, mas
a verdade é que Deus se manifesta a nós para que sejamos
transformados tal qual Ele é!
Que nesses dias, não nos limitemos as nossas “pedições”,
mas que ao nos expormos ao Senhor, estejamos abertos para
que Ele mude o nosso caminhar, que venhamos reconhecê-lo de
clamar para que as nossas veredas sejam endireitadas.

32
Mas em segundo lugar, Deus não muda apenas o caminhar
do profeta, mas muda também a sua visão. Na perspectiva
humana, o mundo estava em caos, à beira de receber o juízo
de Deus, mas na perspectiva do céu, a terra estava tomada pela
glória de Deus.
“Certa vez disseram que a verdade é algo que se vê pela
janela, e que a verdade que você vê pela janela, depende do
ângulo e da janela em que você se encontra.”
Não acredito que Isaías chegou a essa conclusão por acaso.
Ele acaba de perder o rei que trouxe um dos tempos de maior
estabilidade para a nação de Israel, e de repente Deus aparece.
Ele pode ter pensado, a nossa chance acabou! Mas é aí que ele
se engana, porque é justamente nessa hora que Deus mostra que
“ainda pode melhorar.”
É certo que o mundo vai de mal a pior, mas a verdade é que
sob a perspectiva do céu, a terra está tomada pela glória de Deus
e que o acesso já nos foi dado para que possamos reinar em vida
durante os nossos dias.
2. Moisés “Como, pois, se saberá agora que
tenho achado graça aos teus olhos, eu e o teu povo? Acaso,
não é por andares tu conosco, e separados seremos, eu e
o teu povo, de todo o povo que há sobre a face da terra?
Então, disse o Senhor a Moisés: Farei também isto, que
tens dito; porquanto achaste graça aos meus olhos; e
te conheço por nome. Então, ele disse: Rogo-te que me
mostres a tua glória.” Êxodo‬ 33:16-18‬ (ARC‬‬)
Um certo amigo tem o costume de dizer que “demora muito
tempo para as coisas acontecerem de repente.” Acredito que essa
33
frase se encaixa muito bem ao texto em questão.
É comum falarmos sobre Moisés e seu encontro com a glória
de Deus, mas o que precisamos destacar é que Moisés se dispôs
a trilhar o processo necessário para o encontro. É inegável que
muitos desejam viver o que ele viveu, mas a questão é: estamos
dispostos a percorrer o caminho que foi percorrido? i
Em primeiro lugar, Moisés renunciou à sucessão do trono do
Egito por considerar a recompensa de Cristo superior aos reinos
deste mundo (Hb.11.26). Acreditamos que a renúncia não é um
passaporte, mas um caminho. Algumas pessoas estão dispostas
a renunciar um emprego ou até mesmo um relacionamento, mas
a renúncia aqui vista vai além disso, Moisés está disposto a ir até
a última instância para viver o seu propósito em Deus.
Alguns versículos depois dos que foram utilizados no texto
base vemos que Deus o adverte que a visão da glória poderia lhe
custar a vida, e sem hesitar Moisés vai em frente.
Em segundo lugar, vemos que ele costumava se retirar para
fora do arraial a fim de construir um relacionamento através da
oração. Não se trataram de alguns dias apenas, até porque a
trajetória de Israel no deserto durou pelo menos quarenta anos.

Existe uma diferença entre insistência e persistência. A


insistência nada mais é do que a prática repetida de atos que tem
em vista atender a nossa obstinação por interesses pessoais, os
quais, por sua vez, não possuem nenhuma promessa de êxito. A
persistência é uma correspondência a uma promessa que nos foi
feita. Em outras palavras, esses anos de investimento mostraram

34
que Deus não queria se limitar aos milagres, mas a um nível de
relacionamento nunca visto antes.

Deus já os havia libertado do Egito, depois abriu o mar, em


seguida os supriu com o maná, mas agora Ele não iria com Israel
para terra prometida. Como assim? Veja só a pergunta que ele
faz a Deus: “Acaso, não é por andares tu conosco, e separados
seremos, eu e o teu povo, de todo o povo que há sobre a face da
terra?”
Querido leitor, Moisés nos ensina através da sua resposta
algo que deve ser abraçado por todos nós. Não são os milagres,
a performance ou a fama que os distinguiria das demais nações
da terra, mas a presença da glória de Deus!

Ainda que estejamos sendo supridos em todas essas coisas,


que não abramos mão da glória de Deus!
3. Os sacerdotes do templo “E quando eles
uniformemente tocavam as trombetas e cantavam para
fazerem ouvir uma só voz, bendizendo e louvando ao
Senhor, e quando levantavam eles a voz com trombetas, e
címbalos, e outros instrumentos músicos, para bendizerem
ao Senhor, porque era bom, porque a sua benignidade
durava para sempre, então, a casa se encheu de uma
nuvem, a saber, a Casa do Senhor; e não podiam os
sacerdotes ter-se em pé, para ministrar, por causa da
nuvem, porque a glória do Senhor encheu a Casa de Deus.”
2 Crônicas‬ 5:13-14‬ (ARC‬‬)

35
Normalmente o serviço do templo se dividia em 24 turnos
entre os sacerdotes, cada quinzena em seu respectivo turno.
Todavia a solenidade e acima de tudo a expectativa fez com que
mesmo existindo uma métrica, que ninguém respeitasse a sua
escala para juntos invocassem ao Senhor.

A escritura registra que “existe um poder em ambientes


espirituais”. Em Mateus 13 está registrado que Jesus não pode
fazer muitos milagres porque em sua própria cidade não havia um
ambiente que permitisse isso. Além disso, em Marcos capítulo 5,
na ocasião da ressurreição da filha de Jairo, Jesus permite que
apenas Pedro, Tiago e João permaneçam no recinto, atestando
que podemos sim influenciar o ambiente ao nosso redor.

Nesse texto, a postura dos sacerdotes sem sombras de


dúvidas atesta que eles não estavam apenas abertos para o que
Deus iria fazer, mas que eles desejavam que Ele se manifestasse.
A consequência disso foi que a presença veio com tamanha
intensidade ao ponto deles não suportarem ficar de pé e da nuvem
encher todo o lugar.
Russel Shedd acredita que a intensidade da visitação se deu
por pelo menos dois motivos. Em primeiro lugar, a mesma veio
como uma validação de que a promessa que o reinado de Davi
não teria fim estava se cumprindo, de que Deus estava validando
a sucessão. Mas em segundo lugar, porque o homem estava em
sintonia com o projeto de Deus de habitar no espírito humano.
“Certa vez um garoto perguntou a seu mestre o que seria

36
necessário para viver uma vida cheia da glória de Deus. O mestre
por sua vez o incube da seguinte tarefa. Leve uma peneira ao rio e
tente enchê-la de água, se você conseguir, encontrará a resposta
para sua pergunta. Horas depois o mestre vai ao encontro do
garoto para ver se ele havia conseguido. Ele pergunta ao garoto:
você conseguiu encher a peneira? O garoto responde: Todas
as vezes que eu tiro a peneira do rio ela se esvazia, a única
maneira da peneira ficar cheia é quando ela está imersa na água.
Pois bem, responde o mestre, você encontrou a resposta! Ele
prossegue: ``A única forma de vivermos uma vida cheia de glória,
repleta de experiências de encontros com Deus é permanecendo
mergulhados em Seu rio!”

As condições para que a glória de Deus se manifeste em


nossas vidas foram cumpridas, Deus é o maior interessado em
que vivamos uma vida tomada por sua glória, basta apenas que
sintonizemos a frequência dos céus e correspondamos ao desejo
do céu.

37
“Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito”.
Gálatas 5.25

BEBA DO SENHOR COMO VIDA


“No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus
e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem
crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de
água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de
receber os que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento
não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado”.
João 7.37-39

Assim como ansiamos por um copo de água para matar a


nossa sede, ainda mais devemos anelar a presença do Senhor.

“Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim,


por ti, ó Deus, suspira a minha alma”. Salmos 42.1

Este salmo exemplifica perfeitamente o testemunho da sede


de um servo de Deus em demonstração do seu anelo (desejo
ardente) pelo Senhor e pela Sua presença.

38
TOME DO SENHOR COMO ALIMENTO
De que forma? ALIMENTANDO-SE DA SUA PALAVRA.
Quero exaltar a Deus pela preciosidade da Sua palavra citando
alguns textos para sua meditação:

“Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer


desse pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha
carne, que eu darei pela vida do mundo”. Jo 6: 51

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino,


para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”,
2 Tm 3.16

“Jesus respondeu e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará


a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos
nele morada”. Jo 14: 23

A condição indispensável para uma boa saúde física é


se alimentar de maneira adequada com uma alimentação rica,
contendo todos os nutrientes indispensáveis para saúde do
corpo. Não é diferente do ponto de vista espiritual. Se queremos
desfrutar de saúde espiritual para podermos então andar no
Espírito, necessitamos de nos alimentar da Palavra de Deus todos
os dias. Qual tem sido a sua fome pela Palavra de Deus? Com
que frequência ou regularidade você se alimenta dela?

39
FAÇA DO SENHOR O SEU DELEITE
“Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho
dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se
assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem o seu prazer na
lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.” Sl 1. 1,2

“Deleita-te também no SENHOR, e ele te concederá o que


deseja o teu coração”. Sl 37.4

Deleitar-se no Senhor é tê-Lo como seu maior prazer, a sua


verdadeira alegria e felicidade. A Bíblia na Linguagem de Hoje
traduz este versículo da seguinte forma:

“Que a sua felicidade esteja no SENHOR! Ele lhe dará o que


o seu coração deseja”. Sl 37.4

Quando a nossa felicidade está no Senhor, não necessitamos


de absolutamente nada para estarmos bem, porque Ele se torna a
nossa verdadeira alegria.
Querido leitor, oro para que a Tua felicidade seja o Senhor.
SUBMETA-SE AO CONTROLE DO ESPÍRITO
“E não vos conformeis com este século, mas transformai-
vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual
seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Rm 12.2

40
Quando estamos buscando o Senhor em nosso espírito,
nossa mente tenta nos levar para as coisas naturais que estão
à nossa volta, talvez nos lembrando de algo que precisaríamos
fazer naquela hora, como ir ao banco, fazer uma ligação telefônica,
mandar uma mensagem por Whatsapp, fazer o almoço, buscar
as crianças na escola, ou até nos lembrar que esquecemos
o leite no fogo. Tudo isso flui nesse momento porque a mente
ainda é indisciplinada, difusa, está acostumada anos a fio de ser
independente. Por isso, às vezes, parecerá difícil colocar a mente
no espírito, pois ela está acostumada a não seguir orientação
alguma.

FERRAMENTAS PARA DISCIPLINAR A MENTE

ORAR EM LÍNGUAS
Paulo falava em línguas enquanto fazia qualquer outro tipo
de atividade: andando, viajando, enquanto estava nas prisões,
trabalhando, etc. Ele orava em línguas para edificar seu espírito e
disciplinar sua mente, mantendo-a quieta, calada, cativa a seguir
a direção dada pelo seu espírito. 1 Co 14; 2, 4, 14, 15:

2 Porque o que fala língua estranha não fala aos homens,


senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala
de mistérios. 4 O que fala língua estranha edifica-se a si
mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja. 14 Porque, se eu
orar em língua estranha, o meu espírito ora bem, mas o meu
entendimento fica sem fruto. 15 Que farei, pois? Orarei com

41
o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei
com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.

ORAR A PALAVRA
Orar a Palavra de Deus para disciplinar nossa mente requer
uma atitude ativa. Ao orar a Palavra, daremos um firme leito de rio
para nossa mente seguir, levando-a a descansar nos trilhos que a
Escritura nos dá. Quando tomamos a Palavra de Deus, comemos
e bebemos dela como se desfrutássemos de uma gostosa
sobremesa. Absorvemos cada palavra para dentro do nosso
espírito, como se comêssemos algo delicioso para deleite do
nosso paladar natural. E, como consequência extra, receberemos
muita revelação.

Ilustração: orando o Salmo 23. Diferentemente de confessar


ou mesmo declarar este salmo, eu vou citar algumas expressões
do salmo de maneira repetida, por exemplo: “O Senhor, o Senhor,
o Senhor, o Senhor, o Senhor, o Senhor, o Senhor é o MEU pastor.
MEU pastor, MEU pastor, MEU pastor, MEU pastor, MEU pastor,
MEU pastor. ALELUIA! ALELUIA! ALELUIA!

Quando oro este salmo, eu me sinto como uma ovelha nos


braços do Senhor, protegida, alimentada e apascentada por Ele.
Consequentemente, sinto o fluir do Espírito Santo no meu interior
trazendo-me quebrantamento, conforto e deleite.

42
CONTEMPLE AO SENHOR
E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando,
como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados,
de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor,
o Espírito. 2 Co 3.18

Contemplar o Senhor é voltar-se para Ele em espírito, em


silêncio, apenas para apreciar Sua grandeza e mergulhar em Sua
presença. Contemplar o Senhor é amá-Lo apaixonadamente.
Quando me volto ao Senhor no meu espírito, a primeira coisa é
voltar-me ao Senhor de todo coração. A segunda coisa é crer
no que Ele disse: que o Seu Espírito habita em mim. A terceira
coisa é “eu vou me voltar para o meu próprio espírito, eu vou voltar
a minha mente para o meu próprio espírito, e imediatamente eu
terei a percepção de uma ausência de imagens, ausência de sons,
pois nesse momento eu estou diante da presença de Deus” e Ele
então, conforme João 14: 21 diz “me manifestarei a ele”, isto é,
o Senhor se manifestará “a mim”.

A manifestação da presença de Deus não deve ser algo raro,


difícil, mas frequente. Basta cultivá-la, e se a presença manifesta
do Senhor te leva a adorá-Lo, adore-O; te leva a contemplá-Lo,
então contemple-O; te leva a interceder, então interceda; te leva
a desfrutar dEle, pois Ele está fluindo e você está se deliciando
nEle, então desfrute e se delicie. Quanto mais você cultivar a
presença dEle, mais você será surpreendido por manifestações
da presença dEle em momentos que você não espera, e isso vai
acontecer em todos os lugares, em todos os momentos. Reserve
43
momentos para estar na presença dEle simplesmente por estar,
para contemplá-Lo, e não para pedir, amém!?

ADORE
Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem
em espírito e em verdade. João 4.24

Adoração é proskeneo na língua grega e significa “prostrar-


se de joelhos e beijar os pés”.
A pecadora que ungiu os pés de Jesus na casa de Simão, o
fariseu, é um exemplo de uma pecadora em profunda adoração ao
Senhor. Ela venceu a discriminação dos fariseus e adentrou a casa
de Simão, prostrou-se aos pés do Senhor com grande contrição
de coração. Lavou Seus pés com lágrimas, enxugou com seus
próprios cabelos, e logo a seguir os beijou. Não se dando por
satisfeita derramou um vaso de alabastro com unguento em seus
pés no valor de um ano de trabalho (Lc 7.36-50).

Querido leitor, eu procurei ser prático e mencionar aquilo


que no dia a dia tenho procurado viver para desfrutar do fluir
do Espírito, vivendo e andando no Espírito. É um aprendizado
constante e algo que funciona. Eu te sugiro ler novamente este
capítulo e meditar nos princípios expostos. O Senhor te ama e te
criou para desenvolver com Ele um relacionamento de intimidade.
Oro ao Espírito Santo para que Ele te capacite sobrenaturalmente
a andar no Espírito. Declaro que andar no Espírito será uma
realidade na sua vida “como se fosse algo natural”. Aliás, o que
44
é sobrenatural na vida de uma pessoa pode se tornar “natural”
quando se torna uma realidade, e é por isto que eu clamo ao
Espírito Santo ao seu favor. Pratique os princípios aqui expostos
e desfrute do viver e andar no Espírito, em nome do Senhor Jesus
Cristo!

45
João 7:37-38 “...no último dia, o grande dia da festa, Jesus
pôs-se em pé e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, que venha
a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de
água viva correrão do seu ventre. E isso disse ele do Espírito, que
haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo
ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado...”

Você conhece o capítulo 7 do evangelho de João? É ou não


é um capítulo maravilhoso, o cenário de fundo do capítulo é a
festa dos Tabernáculos. Uma festa muito legal. O “Sucot” como
era chamada a festa dos tabernáculos ou das Cabanas era um
Festival Judaico de 7 dias a partir do dia 15 do mês “Tshirei”.
Tshirei é o primeiro dos meses no calendário judaico,
coincide com o calendário ocidental entre os meses de Setembro
e Outubro.
O mês começa com o Ano Novo Judaico, celebrado por
dois dias, chamado Rosh Hashaná, dez dias depois celebra-se
o Yom Kippur, o DIA DO PERDÃO NACIONAL (aquele único dia
do ano em que o Sumo Sacerdote entrava no Santo dos Santos
para oferecer sacrifícios pelos pecados de toda nação), no dia 15
então chegamos ao Sucot, Festa dos tabernáculos celebrada por
7 dias, ela era celebrada para que o povo se lembrasse de sua
peregrinação durante 40 anos entre o Egito e Canaã no deserto,
46
neste período o povo habitou em tendas em volta do tabernáculo
e Deus os protegeu com uma nuvem de dia e uma coluna de
fogo durante a noite. O Senhor estendeu a sua habitação entre o
seu povo e se manifestou no meio deles durante 40 anos, desde
as pragas no Egito, à queda das muralhas de Jericó, Deus se
revelou em meio ao seu povo.

Se somarmos aos dias de Rosh Hashaná, Yom Kippur e


Sucot, os quatro Shabats (Sábados do mês), temos um mês de
15 dias de feriados e 15 dias nos quais você trabalha, mas se
prepara para estas datas, um mês de festas.
Dizemos que no Brasil, o ano após o Carnaval, mas em
Israel, este sétimo dia no qual Jesus se colocou em pé e fez um
convite aos sedentos, seria em nossa cultura algo parecido com
a quarta-feira de cinzas, no qual o folião já comemorou tudo o
que podia, já gastou todo o dinheiro que tinha e não tinha com
a bagunça. Entenda, nossa celebração tem contextos culturais
diferentes, mas me refiro ao estado emocional das pessoas, elas
já comeram de tudo, beberam todas e Jesus está atingindo os
corações das pessoas com um confronto: Você já farreou tudo o
que podia, mas se for sincero, vai perceber que ainda há um vazio
existencial, uma sede que precisa ser saciada.

Além de dizer que saciaria os sedentos, que preencheria o


vazio espiritual das pessoas, ele prometeu que aqueles que dele
bebessem teriam a partir dessa experiência, águas jorrando de
seu interior.

47
O próprio versículo vai explicar que estes rios de água viva,
de que se refere Jesus é o Espírito Santo, o verso também diz
que todo aquele que crê em Jesus haveria de receber o Espírito
de Deus, mas que ele ainda não havia vindo porque Jesus ainda
não havia se retirado.
O fato é que após morrer e ressuscitar, após ter feito algumas
aparições por espaço de 40 dias Jesus sobe aos céus e como
você sabe, instrui os discípulos a ficarem em Jerusalém até que
fossem revestidos do poder do alto. É o que se cumpre em Atos
2:1-4:

“Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos


reunidos no mesmo lugar; e, de repente, veio do céu um som,
como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa
em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas
repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um
deles. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a
falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia
que falassem”.

Durante a peregrinação, Deus esteve presente no meio do


seu povo. Com a chegada de Jesus, Deus se aproximou de mim,
de cada um de nós individualmente. Com a vinda do Espírito,
Deus passou a habitar dentro de você e em mim. Aleluia.
Esse sempre foi o desejo de Deus, prova disso é que, em
relação específica a esta experiência de Atos 2, haviam profetizado
diversos profetas, como Joel e Isaías:

48
Joel 2:28 E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito
sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os
vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões.

Isaías 44:3 Porque derramarei água sobre o sedento e


rios, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua
posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes.

Esse sempre foi o desejo de Deus que cada um de seus


filhos fossem a própria expressão dele, como Jesus.
Durante a festa dos tabernáculos, por todos os dias da festa,
provocado pelos seus próprios irmãos biológicos que o chamaram
para festa com a finalidade de usar todo aquele ajuntamento para
torná-lo uma plataforma de promoção pessoal (João 7:3-4), como
muitos fazem hoje sequestrando para si, temas de interesse
público geral e envolvendo-se com situações para obter prestígio
e notoriedade e escalar socialmente alcançando popularidade,
ao contrário, Jesus vai a Jerusalém no tempo em que teve paz
que deveria estar lá (v.10). Proclamou verdades confrontadoras
pelas quais passou a ser perseguido e confrontou a hipocrisia
daqueles que não cumpriam a lei, mas desejavam vê-lo morto
(v.19), manifestou-se em oculto, e paralelamente enquanto muitos
estavam distraídos com a celebração, ele encontrou aqueles
que desejavam aprender com ele (v.11), destilou o seu perfume
em sabedoria, fazendo com que muitos dos judeus ficassem
maravilhados (v.15), convida os sedentos a saciarem-se e promete

49
que os saciados se tornaram mananciais assim, como ele, para
que outros possam beber da água da vida, o que pôde se tornar
plenamente verdadeiro a partir do Batismo com o Espírito Santo.

A vida plena é uma vida onde águas fluem em você, elas


vêm de Deus e fluem de você em todos os ambientes.
A vida abundante é um rio, o rio é doador, costumo dizer que
sei que enquanto sou usado, sou o primeiro a ser atingido por
toda vida que Deus quer liberar na vida das pessoas, tanto quanto
mais cheios do Espírito mais aptos a servir e saciar aos sedentos.
Você precisa perceber que só receberá das águas do Espírito
se permitir que elas fluam. Quando a palavra de Jesus cumpriu-
se na vida de seus discípulos todos começaram a falar em novas
línguas, eles diziam as palavras que o Espírito os concedeu e
proclamavam as “grandezas de Deus” (At 2.11).
Joel profetizou que cheios do Espírito profetizaríamos,
teríamos sonhos e visões. Isaías disse que tais águas seriam
liberadas na vida dos sedentos. Este tempo de consagração tem
este fim, o de alinharmos o nosso coração ao coração do Pai, Ele
deseja nos usar, nós devemos desejar ser usados.

Jesus disse que se crermos, realizaremos obras maiores, nós


podemos manifestar tanto amor como Igreja como Jesus, homem,
manifestou porque a sua vida espiritual se expressa através do
corpo de Cristo, podemos manifestar todo poder de Deus para
curar e liberar pessoas, podemos fluir na mesma sabedoria, haja
vista que embora sendo Deus, tudo que fez não fez como Deus,

50
pois na forma humana abriu mão de todas as prerrogativas divinas
e FLUIU na dependência do Espírito.
Quais foram as condições que Jesus disse que teríamos de
satisfazer para tal? Quem reconhece a sede, venha!
Jesus deixou a sua habitação de glória, sendo Deus, não
apegou-se a sua natureza divina, ele se vestiu de humanidade,
veio de maneira humilde e desarmada como um bebê, cresceu
em meio a gente simples e sempre apresentou-se solícito a todos,
veja que o passo dele, Ele já deu, agora é a nossa vez, por isso
disse Venha! Abra o coração, deixe de lado a incredulidade, deixe
de lado os seus preconceitos em relação a Deus. Venha. Beba.
Tanto o comer como o beber espiritual apontam para
internalizar a natureza de Deus, é essa dieta que precisa ser
metabolizada e tornar-se em uma experiência transformadora, no
entanto, beber é mais vital do que comer, você pode ficar dias
sem comer, mas o nosso corpo pode suportar apenas algumas
horas sem hidratar-se. Beber do Espírito nos mostra o caráter
vital de nossa dependência dele.
No contraponto, beber fala de revigorar-se, refrescar-se,
no salmo 42, o salmista expressou ter tanto desejo pelo Espírito
como a Corsa que anseia “pelas correntes das águas”.
Não é lindo isso, a corsa não anseia por águas paradas, ela
deseja que a vida de Deus esteja fluindo como uma correnteza.

“Quem crer em mim, como diz as escrituras, rios fluirão”...


Por fim a afirmação de Jesus tem o objetivo de sublinhar
sobre a necessidade de fé, por isso diz: “como diz as escrituras”,
51
porque crer é um elemento indispensável. Creia que sua família
será salva e flua como canal de vida, tornando-se um instrumento
de salvação. Creia no suprimento de Deus e flua como canal,
semeie em fé e aguardando a colheita do Senhor. Creia que é
profeta e flua como um canal de vida, edificando. Venha, Beba e
Creia e flua como um poderoso canal de vida.

52
Cremos que a Bíblia é o livro que relata os pensamentos
de Deus e baseado nela, conhecemos e percebemos seu amor
imenso pela humanidade. Do seu início ao fim ela relata quem Ele
é e seu alvo com o homem. Vemos isso com clareza no Jardim
do Éden, Ele cria o homem um ser pensante com desejos e
emoções, lhe dando o direito sempre de escolha. Sabemos que
o homem escolheu mal e ainda sim, Deus cria um plano doloroso
mais perfeito, para então ter o homem ao seu lado pra sempre.
Nunca com base em obrigação e sim no constrangimento de seu
grande amor demonstrado na Cruz.

Porque Deus faria toda essa façanha? Porque não obrigaria


desde o início, ou porque deixou o homem ter escolha quando ele
não sabia escolher corretamente? Porque Deus deu ao homem
tal poder quando ao menos ele não soube usar? Vc já fez essas
perguntas?
Vemos no início de tudo, na criação que Deus tinha uma hora
marcada para estar com o homem, e apenas estar juntos para
bater um papo. Infelizmente não deu muito certo quando se tratou
do homem ter escolha, mas Deus não se daria por vencido, pôs
em ação seu perfeito plano, Jesus Cristo, O Amado para morrer
em favor da humanidade.

53
“No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e
o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as
coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se
fez. Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens; e a luz
resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. E o
Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como
a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” (João
1:1-5, 14 (ARC)
Mais uma vez, Ele veio estar com o homem, ao invés de punir
o homem pela sua escolha Ele nos eleva ao ponto de nos chamar
de filhos. Já não há mais um momento específico para estar com
o homem, mas nos leva ao nível de intimidade, e o maior nível
de amor, quando nos escolhe como filhos, não apenas, servos,
amigos como Moisés, mas filhos como Jesus.
O desejo de qualquer pai nunca é estar distante de seu filho,
mas ser o mais íntimo a ponto de conhecer o seu coração. Deus
deseja conhecer o nosso coração, e não apenas isso, Ele quer
se deixar ser conhecido por nós seus filhos. Agora não há mais
criação, embora sejamos, e sim seus filhos, e não apenas filhos e
sim filhos amados.

“ A alegria do Senhor é a nossa força “ Nm 8:10

Somos a alegria Dele, quanto mais sabemos disso mais


força temos.
Só sabemos que somos a alegria de alguém através do
relacionamento. Deus já deixou claro que seu desejo é estar perto

54
como um bom Pai, e agora nos faz o convite de sermos seus
filhos, ao conhecer seu valor. O relacionamento tem o poder de
paralisar os fantasmas que colocamos através da distância, e da
falta de intimidade que nos faz duvidar.
Pelos relatos da vida de Moisés vemos um homem que
amava estar com Deus, e um povo que o Temia. Pois não o
conhecia, por isso temia. Enquanto Moisés jogava na nuvem de
glória eles corriam. O relacionamento face a face nos faz perder o
medo, e nos leva ao coração.

Hoje a nuvem de glória se encontra tão mais acessível,


“entra no teu quarto e o teu Deus que te vê no secreto”. Há uma
chave poderosa no secreto, e lá que vivenciamos as águas que
jorram e nos trazem vida, lá ouvimos a sua doce e poderosa voz,
seus direcionamentos, sentimos o seu abraço e somos amados
e confortados. Ali é onde tudo começa. Um encontro do amado
Noivo Jesus, com sua igreja, nós!

Em apocalipse 3:20 diz, “eis que estou a porta e bato, quem


ouvir a minha voz, e abrir a porta eu entrarei e cearei com Ele”
Há um banquete colocado para nós todos os dias, não mais
ao entardecer, mas a qualquer hora à nossa disposição, a grande
pergunta é, quem ouvirá a sua voz? Quem abrira a porta, veja, a
porta só é aberta do lado de dentro, já havia parado pra pensar
nisso? Olha Deus mais uma vez nos deixando escolher.
Sabe, há um vazio em nós, que é do tamanho de Deus, e
quanto mais rápido aprendemos que só nEle iremos preencher,

55
desfrutaremos de mais de sua vida e comunhão e isso toca todas
as áreas de nossas vidas. Seremos assim seres saciáveis, não
de coisas corruptíveis que nos distraem, mas de sua glória que
nunca passa, mas permanece para sempre.

“Assim como a corça suspira pelas águas”. Salmo 42:1

Aqui a palavra fala da nossa sede, nós somos essa corça,


esse lindo animal, com sede, correndo ao encontro das águas.
Somos nós ao encontro de Deus sabendo que Ele tem água viva,
que fará jorrar até a eternidade.
Embora tenhamos momentos de estarmos reunidos como
igreja, isso jamais seria o bastante, pois fomos tecidos um a um
pelas mãos de nosso Criador, somos singulares, únicos, portanto,
a necessidade do estar a sós. Ali é o início de tudo, e neste lugar,
nós a sós, que somos completamente saciados em nossa sede
por Ele!
Simples assim, abra a porta, e sente-se à mesa com seu pai.
Há segredos infindáveis que serão revelados a nós!
Nos desafio durante essa consagração a não desperdiçar
nenhum desses banquetes em sua presença mas se saciar a
cada novo dia, então já não seremos mais os mesmos, e não
estaremos mais falando de alguém que conhecemos, e sim de
quem somos íntimos! Chegou a nossa hora, e ela se chama Hoje.

56
Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos
outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em
seus efeitos. Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós
e, orando, pediu que não chovesse, e, por três anos e seis meses,
não choveu sobre a terra. E orou outra vez, e o céu deu chuva, e
a terra produziu o seu fruto. Tiago 5:16-18

A oração de um justo tem grande poder e produz grandes


resultados. Tg 5.17b NVT

Elias colecionou histórias de manifestação de poder, entre


os seus feitos estão:

Enfrentar governantes e confrontá-los em seus pecados na


condução da nação (Acabe, Jezabel, Jorão e Acazias);
100 homens foram consumidos por fogo, somente por
terem tratado o profeta como se fosse um qualquer (a cada grupo
de 51, um foi poupado e retornou ao Rei para relatar);
Ser o terceiro homem da Bíblia que abriu as águas, Elias
chicoteou o Rio Jordão com seu manto enrolado e as águas se
dividiram.

57
Sobre esse último fato, a partir do momento que você percebe
um terceiro homem abrindo as águas nas escrituras, há algo que
precisa ser proclamado, é o fato de que abrir as águas se tornou
comum. O Mar Vermelho foi inusitado e surpreendente. Josué
também foi surpresa, só Moisés havia realizado algo semelhante,
mas quando Elias abre as águas, o fato se tornou comum, sim
comum, até para Elias foi algo tão comum, que foi narrado de
maneira rápida como se nada de especial tivesse acontecido: “Aí
Elias tirou a sua capa, enrolou-a e bateu com ela na água. A água
se abriu, e ele e Eliseu passaram para o outro lado, andando em
terra seca (2 Re 2.8)”.

A bat-caverna de Elias, o seu escritório estava instalado no


Monte Carmelo, O monte Carmelo é uma montanha na Costa de
Israel, ele tem uma vista deslumbrante para o Mar Mediterrâneo,
Elias gostava de estar neste lugar com frequência para buscar
a Deus. Imagino que ele gostava de contemplar a grandeza de
Deus olhando aquela paisagem e isso nutria a sua confiança no
Pai.
Em 1 Reis 18 encontramos duas experiências poderosas na
história de Israel, ambas ocorridas em um mesmo dia:

A primeira foi o confronto aos 450 Profetas de Baal. Por


meio dia aqueles Profetas clamaram a Baal com sacrifícios sobre
os seus altares, clamando por fogo para consumi-los.
O fato é que quando desistiram, Elias coletou 12 pedras
uma para cada tribo de Israel, cercou com lenha, cavou uma vala

58
profunda em volta do altar que construiu com elas, ordenou que
derramassem 4 jarros cheios de água sobre o sacrifício por 3
vezes, foram dezenas de litros de líquido derramado sobre o altar
e então, nos versos 36-37, ele começa orar:

“Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, que hoje


fique conhecido que tu és Deus em Israel e que sou o teu servo e
que fiz todas estas coisas por ordem tua. Responde-me, ó Senhor,
responde-me, para que este povo saiba que tu, ó Senhor, és Deus
e que fazes o coração deles voltar para ti”.

Ele praticamente apenas introduziu a sua oração, o fogo


desceu do céu e consumiu todo o sacrifício, a lenha, consumiu as
pedras e toda água acumulada na vala.

A segunda foi a oração pela chuva.


Logo depois, neste mesmo capítulo, ele começou a orar,
Israel passava por um período de 3 anos e meio sem chover,
desde que ele mesmo havia orado neste sentido, conforme o
relato do próprio Tiago com o qual abrimos o capítulo de hoje.
Por sete vezes ele se ajoelha e ora e depois pede ao seu
servo que conferisse se havia algum sinal nos céus.
Por seis vezes a resposta foi algo como: Não há nada lá.
Na sétima vez, o seu servo volta com a informação de que havia
no vasto firmamento uma pequena nuvem escura, imediatamente
Elias enviou o seu servo a Acabe: Vá rápido para que a chuva

59
torrencial não o apanhe no caminho - ele dizia - Em poucos
instantes, o céu escureceu, começou a ventar forte e a chover
torrencialmente.

O “PORQUÊ” DAS COISAS?


A princípio vai parecer um desvio do assunto tratar disso
neste ponto, mas precisamos falar do “porquê” das coisas e voltar
para nosso assunto A FÉ QUE PROMOVE OUSADIA.
Ofereço uma premissa simples aqueles que desejarem fluir
em fé com ousadia: nada tem a ver com você, as coisas tem a ver
com Jesus, tudo o que Ele fará tem o propósito de exaltar o nome
dEle, então tudo o que precisar ser realizado a fim de que este
propósito se cumpra, será realizado pelo Pai.

Fique com esse princípio e assim volto a minha construção.

UMA GERAÇÃO DE JOÃO BATISTA


Quando o anjo Gabriel anunciou aos pais de João Batista que
o Senhor os daria um filho, a palavra foi dirigida a eles informando
que a criança seria responsável por preparar o caminho do Senhor
e ele viria no espírito e poder de Elias (Lucas 1.17).

Possivelmente você já ouvido que João Batista carregava


o espírito de Elias, mas como estamos falando sobre uma fé
que promove ousadia, eu quero que você perceba as ligações
proféticas que existem entre Elias, João e Jesus.
60
Elias foi um grande profeta que com a sua vida manifestou a
glória de Deus através de milagres e sinais, mesmo sem possuir
o Espírito Santo dentro de si. João Batista não realizou nenhum
milagre, mas era muito mais que um profeta (Mt 11:9), ele era a
continuação de uma mensagem profética.
Como disse no início deste capítulo, Elias confrontou os
governantes chamando-os ao arrependimento, João também
confrontava as pessoas, chamando-as ao arrependimento,
inclusive se você se lembra João foi morto por confrontar Herodes
por manter ligação espúria com sua cunhada, e após João, Jesus
pregou a mesma mensagem de arrependimento.
Você consegue perceber a ligação entre eles? Após levantar
Eliseu como sucessor, Elias foi levado ao céu em uma carruagem
de fogo ante ao rio Jordão. Mais ou menos 850 anos depois
João Batista tem o ápice do seu ministério no local onde Elias
encerrou o dele, e aproximadamente em 6 meses de ministério
João recebeu o Filho de Deus para ser batizado por ele, e Jesus
foi batizado no mesmo rio Jordão.
Deus é um Deus geracional, Ele inicia e conclui ciclos.
Salomão disse, não há nada novo debaixo do céu. Tenha certeza
de que este convite para vivermos 14 dias de experiência com
Deus já foi feito a outras pessoas, mas cabe a nós, neste momento
aceitar o convite e sermos a resposta para uma geração.

Você se lembra que eu disse que João Batista era muito mais
do que um profeta? Acredito que esse “muito mais que profeta”
está relacionado com o fato de João Batista ter um ministério do
AMIGO DO NOIVO, um padrinho do Casamento. Este ministério
61
tem 3 características fundamentais:

- O amigo do noivo é alguém de sua confiança.


- O amigo do noivo é alguém que tem apreço pela sua noiva,
do contrário não seria convidado para ser padrinho.
- Anonimato, o amigo do noivo sabe que as coisas não têm
a ver consigo mesmo, mas com aquele que está se casando.
Em João 3:30 João Batista disse: Convém que Ele cresça e eu
diminua.

O Espírito de Deus anseia por levantar uma geração como


João Batista, uma geração de preparadores de caminho para
manifestação de Jesus nos diz de hoje.
Estamos jejuando por experiências com Deus nestes 14 dias,
esse jejum tem exatamente este propósito de preparar o caminho
para manifestação de Jesus, portanto a Igreja foi chamada no
ministério do AMIGO DO NOIVO, e deve cultivar as mesmas
características fundamentais: Confiança; Apreço por sua noiva e
Anonimato.
A Confiança está relacionada à fidelidade. O apreço que
devemos cultivar é para com a Igreja, e a questão do anonimato é
a renúncia do controle e da posição de Centro no nosso coração
que precisa ser do Senhor.

A FÉ QUE PROMOVE OUSADIA


O que Tiago meio-irmão biológico de Jesus afirma no texto
62
com o qual introduzi, é que não devemos superestimar Elias,
como se Ele fosse um iluminado que viveu algo inconcebível ou
impraticável, na verdade temos em Elias, na descrição do autor da
carta, um homem sujeito às mesmas paixões que nós, mas que
orou. Temos o exemplo de alguém que sabe quem é em Deus,
sabe o que tem em Deus e vive consciente de seu propósito.
É exatamente a respeito destas coisas que Paulo informou
aos Efésios 1:15 a seguir, que orava a respeito da Igreja para
que eles soubessem a razão da nossa esperança, estivessem
conscientes de que possuíam uma herança e que possuíam poder
de Deus à sua disposição.
A verdade é que a clareza de que você é filho, assim
como a consciência das implicações do chamado tem como
desdobramento direto o nosso empoderamento.
Ao falar sobre este ministério dos AMIGOS DO NOIVO,
proponho que temos a mesma natureza de chamado, e por isso
a mesma palavra entregue por Gabriel a Isabel e Zacarias, está
sobre nós, o Senhor também deseja nos levantar no espírito
e poder de Elias. Esta palavra quer dizer que João fluiria no
ministério profético de Elias e poder de Deus.

Ao escrever aos Coríntios, Paulo inclusive diz o mesmo:


“A minha palavra e a minha pregação não consistiram
em linguagem persuasiva de sabedoria humana, mas em
demonstração do Espírito e de poder de Deus, para que a vossa
fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de
Deus” (1 Co 2:4).

63
Creio que se trate do mesmo combo nos dois textos: o
Espírito (trabalhando de maneira profética na terra através do seu
povo, liberando as verdades do coração de Deus) “+” o poder de
Deus (o evangelho é o poder de Deus).
Paulo estava dizendo que o evangelho não é um argumento,
a vida com Deus não é teórica, é experimental, por isso procuro
demonstrar que a fé deve promover ousadia, se não formos
ousados não teremos muito por testemunhar.
Devemos nos conscientizar de quem somos, o que temos e
do poder que está a nossa disposição. Devemos manter a verdade
de que agimos em nome de Jesus, no interesse do coração de
Deus, para a glória dele, crendo, orando e portanto agindo em
Ousadia em nome de Jesus.

64
A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a
comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém! 2 Co
13.14

KOINONIA – A COMUNHÃO DO ESPÍRITO SANTO

O apóstolo Paulo encerra a sua segunda epístola aos


Coríntios dizendo que a comunhão do Espírito Santo seja com
todos. O que significa comunhão com o Espírito Santo? A palavra
comunhão na língua grega é koinonia. Sabemos que o Novo
Testamento foi escrito na língua grega. Diante disso, vejamos
o significado de koinonia para que possamos entender o que é
comunhão com o Espírito Santo. Koinonia é companheirismo,
amizade, comunicação, intimidade, compartilhar, relação social,
parceria, participação conjunta e associação mútua e íntima.
Que lista longa e poderosa! Permita-me fragmentá-la em três
categorias principais: companheirismo, parceria e intimidade.

1 – Companheirismo: o dicionário define companheirismo


como sendo um relacionamento amigável, amizade, compartilhar
algo junto. Aponta para amigos íntimos ou companheiros que tem
companheirismo. Significa que eles compartilham coisas juntos,
conversam um com o outro e sabem o que acontece na vida um
do outro.

65
Vejamos alguns exemplos bíblicos que ilustram a comunhão
do Espírito Santo com os filhos de Deus, dando-lhes a oportunidade
de ouvi-Lo e saberem que direção tomar. Por exemplo:

E, agora, eis que, ligado eu pelo espírito, vou para Jerusalém,


não sabendo o que lá me há de acontecer, senão o que o Espírito
Santo, de cidade em cidade, me revela, dizendo que me esperam
prisões e tribulações. At 20.22,23

Paulo conversava com o Espírito Santo sobre o que lhe


esperava frente. Nesta conversa, Paulo sabia que dificuldades
o esperavam em todas as cidades. E, pensando Pedro naquela
visão, disse-lhe o Espírito: Eis que três varões te buscam. Levanta-
te, pois, e desce, e vai com eles, não duvidando; porque eu os
enviei. E, descendo Pedro para junto dos varões que lhe foram
enviados por Cornélio, disse: Sou eu a quem procurais; qual é a
causa por que estais aqui? E eles disseram: Cornélio, o centurião,
varão justo e temente a Deus e que tem bom testemunho de toda
a nação dos judeus, foi avisado por um santo anjo para que te
chamasse a sua casa e ouvisse as tuas palavras. At 10.19-22

Neste texto, o Espírito de Deus deu a Pedro uma visão que


revelava o desejo dEle de estender a salvação para os gentios. O
Espírito Santo sabia que Pedro não tinha ficado radiante com Sua
direção, mas deu a instrução sem lhe dar mais explicações.

Como seu companheiro, o Espírito Santo sempre está pronto


para compartilhar Seus planos, projetos e pensamentos te dando
a direção clara do que fazer em cada circunstância e situação.
66
Basta tão somente estar atento à Sua voz e Seu comando, porque
Ele é companheiro de todo cristão.

2 – Parceria: A parceria como segundo significado de koinonia


requer tanto comunicação como ação. Vemos um exemplo de
parceria em Lc 5.6,7:

“E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de


peixes, e rompia-se-lhes a rede. E fizeram sinal aos companheiros
que estavam no outro barco, para que os fossem ajudar. E foram
e encheram ambos os barcos, de maneira tal que quase iam a
pique”.

A palavra grega para companheiro é metochos (um sinônimo


de koinonia), que é definida como parceiro, colega, companheiro
de trabalho. Estes homens eram companheiros de trabalho. A
partir desta interação entendemos que uma boa parceria requer
tanto comunicação como ação. Os homens fizeram sinal para
seus companheiros, e então os companheiros ou parceiros,
tiveram que ir e ajudar.

Quando a Bíblia fala em I Co 3.9 “pois nós somos


cooperadores de

Deus” ela está se referindo à expressão parceria, pois


envolve ação. É como disséssemos: nós somos companheiros de
trabalho para Deus e com Deus, conforme a traduçãoWeymouth,
é a mesma coisa de dizer que podemos trabalhar em parceria
com Deus. Que coisa tremenda!
67
3 – Intimidade: a intimidade entre pessoas pode ser
desenvolvida através de companheirismo, de parceria, de
relacionamento, mas ela vai além. Ela acontece de fato quando
atinge o profundo dos pensamentos, dos segredos e dos desejos
do coração. Na versão bíblica A MENSAGEM, em 2 Co 13.14
no lugar da palavra comunhão lê-se “... e amizade profunda do
Espírito Santo seja com todos vocês”. Eu acredito que a intimidade
é o nível mais profundo da amizade. Este tipo de intimidade tem
consigo a manifestação do “ciúme”, isto é, zelo.

“Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo


é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo
do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão
diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?” Tg 4.4,5

Este texto confirma o que eu acabei de dizer. A amizade


profunda do Espírito Santo para com um cristão se expressa por
meio da intimidade a ponto do Espírito Santo ter ciúmes dele.
Tudo aquilo que fazemos que demonstra que o nosso interesse
pelas coisas deste mundo se torna maior do que o desejo pelas
coisas de Deus é visto por Ele como Seu inimigo. Isto entristece
o Espírito Santo e lhe provoca ciúmes. O amor que Ele tem por
você é tão grande que se torna “absurdo” ao ponto de amá-lo com
ciúmes. É amor demais! Um Deus todo-poderoso, Eterno,

Soberano, suficiente em si mesmo, independente, que


assenta no trono e tem a terra como estrado para os Seus pés,
resolve sacrificar o Seu próprio Filho para resgatar a humanidade
68
do pecado e fazer habitação no coração do homem. É por isto que
Ele te ama com “ciúmes”, conforme diz Tiago. Valorize este amor
se permitindo desenvolver uma amizade íntima e profunda com o
Espírito Santo de maneira crescente e progressiva.

Os cristãos que mais conhecem Jesus Cristo por revelação


são aqueles que mais têm intimidade com o Espírito Santo. Isto
faz sentido, porque o Espírito Santo é aquele que revela Jesus
a nós.O encargo do meu coração é que você seja despertado a
buscar um relacionamento de intimidade com o Espírito Santo tal
que a sua sede por Ele seja maior do que aquela que a corça tem
pelas águas. Vamos orar juntos neste sentido?

Querido Espírito Santo, muito obrigado pelo privilégio de


ser a Tua morada. Humildemente te peço o Teu mover no meu
coração a ponto de me sentir constrangido todos os dias a desejar
ardentemente crescer em comunhão íntima contigo, desfrutando
de um verdadeiro

companheirismo, parceria e amizade profunda que me leve


a desfrutar do fluir dos Teus rios no meu interior.

69
É tão precioso quando estamos na companhia de alguém
da nossa intimidade e desfrutamos da praticidade bilateral
da linguagem de amor! O autor Gary Chapman, em seu livro
“As Cinco Linguagens do amor”, explica com muita clareza e
sabedoria o que é a linguagem de amor, e como podemos
praticá-la. Segundo ele, as cinco linguagens de amor são:
palavras de afirmação, qualidade de tempo, dar presentes,
toque físico e formas de servir.

Sendo ministrado por aquilo que tenho aprendido


diretamente do Espírito Santo, lido e ouvido de homens de Deus
como John Bevere, Benny Hinn, por exemplo, tenho entendido
que o Espírito Santo por ser uma pessoa também tem uma
linguagem de amor. Sabemos que Deus é triuno porque Ele é
Pai, Filho e Espírito Santo. O Novo Testamento no seu original
na língua grega se utiliza do pronome masculino tanto para o
Pai, quanto para o Filho Jesus. Porém, com relação ao Espírito
Santo, o pronome usado na língua grega não é masculino e nem
feminino, e sim neutro.

O homem e a mulher são a imagem e semelhança de


Deus. Por isso, em Deus ACREDITO HAVER aspectos de
personalidade que consideramos femininos. Em nenhum lugar

70
das Escrituras O ESPÍRITO SANTO É DESCRITO COMO
FEMININO, mas ALGUMAS DE SUAS AÇÕES PODEM SER
PERCEBIDAS COMO CARACTERÍSTICAS FEMININAS.
Precisamos entender que fomos criados à IMAGEM DE
DEUS, E NÃO ELE À NOSSA IMAGEM, desta forma tanto
os traços de personalidade masculinos quanto femininos são
expressões de quem Deus é.

Que coisa interessante! Você sabe o porquê disso? Vou


lhe explicar: das três pessoas da Tri unidade, o Espírito Santo
é a pessoa mais sensível. Quando Deus criou o homem
conforme a Sua imagem Deus disse na Sua Palavra em Gênesis
1.26 a o seguinte: “Façamos o homem à nossa imagem”. Há
praticamente um consenso teológico em se dizer que o Pai em
reunião com o Filho e com o Espírito Santo resolveu criar o
homem. Então, tanto o homem quanto a mulher expressam a
imagem de Deus. Ao criar o homem, na verdade, Deus estava
criando a humanidade, o que inclui também a mulher. Tudo o
que há no homem e na mulher provém de Deus – Pai, Filho e
Espírito Santo – que os criou. Existem ações na mulher que
são provenientes do Espírito Santo e, portanto, expressam
a personalidade do Espírito Santo, como por exemplo,
sensibilidade, ternura, afeto, meiguice. Não quero dizer com
isto que o Espírito Santo é feminino, porque Ele é Deus tanto
quanto o Pai e o Filho e a Bíblia se refere a Eles, Pai e Filho,
no pronome pessoal masculino. Automaticamente a natureza
do Espírito Santo é a mesma dEles. Porém, EM TERMOS
DE AÇÕES a mulher se assemelha ao Espírito Santo na Sua

71
personalidade, uma vez que a mulher foi criada por esse Deus
triuno.
Percebo que a linguagem de amor em que a mulher mais
se sente amada é a “qualidade de tempo”. Diante disso posso
afirmar que ainda que o marido dê à sua esposa um cartão de
crédito com um alto limite, um motorista particular, o conforto
de uma casa luxuosa, uma secretária, uma governanta para
o lar, mil palavras de afirmação como “eu te amo”, você é
maravilhosa, bendito dia que me casei com você, ainda assim,
se não investir qualidade de tempo para ouvi-la, tudo isso e mais
que porventura ele possa fazer, será em vão. Por quê? Porque
de fato, o que faz a mulher se sentir amada é a disposição de
coração do seu marido em renunciar tudo para se aplicar a ouvi-
la com ternura, afeto, amor, gentileza, cavalheirismo e carinho.

Acredito que esta característica que a mulher tem de se


sentir amada através da linguagem doadora de amor por parte
do seu marido chamada qualidade de tempo é proveniente da
natureza do Espírito Santo. Então, se você querido leitor, quer
oferecer ao Espírito Santo a linguagem de amor que mais O
agrada e atrai, dê a Ele “tempo com qualidade”.Talvez você
esteja me perguntando: como fazer para ouvir o Espírito Santo,
tal qual o marido deve ouvir a esposa?
Primeiro: invista um tempo a sós com Ele todos os dias,
preferencialmente nos primeiros momentos de cada dia logo ao
amanhecer, antes de fazer qualquer atividade, consagrando as
primícias do tempo a Ele para orar, ler e meditar na Palavra de
Deus, pois Ele é o autor da mesma.
72
Segundo: discipline o seu espírito a estar funcionando
o dia inteiro para ouvir as Suas palavras. Como? Falando em
línguas estranhas o dia inteiro. Há muito venho ensinando
sobre o falar em línguas estranhas embasado no que a Bíblia
diz, na experiência de homens de Deus com, por exemplo,
Dave Roberson, Luciano Subirá, Joseph Prince, e na minha
própria experiência. Inclusive já escrevi a respeito no livro A
LINGUAGEM CELESTIAL.
Aqui vai um paradoxo, algo que parece ser contraditório:
estou dizendo que precisamos ouvir o Espírito Santo e também
que devemos falar.
Ouvia o meu filho Dênio Júnior pregando sobre a
personalidade do Espírito Santo e de repente, quando ele falava
que a linguagem de amor do Espírito Santo é qualidade de
tempo, de uma maneira impactante me ocorreu que a maneira
de ouvirmos o Espírito Santo o dia inteiro é falando em línguas
estranhas! As línguas estranhas são a linguagem sobrenatural
através da qual o Espírito Santo fala ao nosso espírito humano,
a Sua casa de habitação. Como cristão posso afirmar que sou
um espírito regenerado (nascido de novo), possuo uma alma e
habito num corpo. É no meu espírito humano regenerado que
o Espírito Santo habita. E é aí, que o Espírito Santo fala!!! O
apóstolo Paulo fala disso em 1 Coríntios 14.2:
O que fala em língua estranha não fala a homens senão a
Deus porque ninguém o entende e em espírito fala de mistérios.

Talvez você esteja questionando e dizendo: mas não é


o Espírito Santo que está falando, e sim o crente. Querido,
73
eu te afirmo que não.Pois quando o crente fala em línguas
estranhas, esta linguagem não é dele, é do Espírito Santo!
Automaticamente, quem está falando é o próprio Espírito Santo
e não o crente. Na verdade, o Espírito Santo está falando
usando os órgãos da fala do crente, pois quem de fato fala é
o Espírito Santo e não o crente! E o mais tremendo de tudo é
que, quanto mais o crente se utiliza do privilégio de ceder os
seus órgãos da fala para que a linguagem celestial do Espírito
Santo por meio das línguas estranhas flua, tanto mais ele será
edificado, pois Paulo também afirma em 1 Co 14.4a:
“Porque o que fala em língua estranha edifica-se a si
mesmo”.
Então, meu amado, se você já desfruta do privilégio de
falar as línguas estranhas do Espírito Santo, discipline-se a falar
o dia inteiro, pois esta é a maneira pela qual podemos pôr em
prática o ensino de Paulo em 1 Tessalonicenses 5.17: “Orai sem
cessar”.

Fazendo assim, você tanto oferecerá ao Espírito Santo a


sua linguagem de amor, estreitando o seu relacionamento com
Ele,quantose beneficiará da edificação pessoal proveniente das
línguas estranhas.

74
O filósofo Descartes disse: “Eu sou o que eu penso”. Ele se
tornou famoso fazendo esta colocação tão óbvia, mas tão real. A
partir desta verdade podemos desenvolver o seguinte raciocínio:
“eu sou o que eu penso; o que eu penso eu sinto; o que eu sinto
eu desejo; o que eu desejo eu falo, e o que eu falo eu acabo
fazendo. Logo, os meus pensamentos revelam quem eu sou”.

Diante deste raciocínio eu concluo afirmando que a crença


errada conduz ao viver errado. Em contrapartida, a crença correta
conduz ao viver correto. Tudo começa na mente humana. A
própria Palavra de Deus afirma isto. Vejamos o que está escrito
em Pv 23.7a:

“Porque, como imaginou na sua alma, assim é...” (ARC )

“Porque ele é tal quais são os seus pensamentos...”.


(TB)

A mente humana é o maior campo de batalha espiritual


possível e imaginável. É nela onde se travam as maiores guerras
espirituais. Portanto, a sua vitória ou a sua derrota, a sua saúde
ou a sua doença, o seu êxito ou seu fracasso, a sua alegria ou a
sua tristeza, a sua prosperidade ou a sua miséria, a sua conquista
75
ou a sua derrota, o seu ânimo ou o seu desânimo, o seu encargo
ou o seu desencargo, a sua paixão ou a sua frieza têm início
nela. O Espírito de Deus através da Sua Palavra nos oferece
uma ferramenta preciosíssima para renovação da nossa mente
de forma que sejamos disciplinados a pensar ao nosso respeito
conforme Deus pensa.

Querido leitor, os planos que Deus tem ao seu favor são


planos de paz e prosperidade, de saúde e bem-estar, de êxito e
longevidade, de contentamento e prazer.

“Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o


SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim
que esperais”. Jr 29.11

“Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo


do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de
variação”. Tg 1.17

Quando o Senhor Jesus Cristo ensinava acerca da bondade


de Deus no sermão da montanha, Ele deixou claro que o alvo de
Deus é abençoar o homem.

“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-


vos-á. Porque aquele que pede recebe; e o que busca encontra; e,
ao que bate, se abre. E qual dentre vós é o homem que, pedindo-

76
lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe
dará uma serpente? Se, vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas
coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos
céus, dará bens aos que lhe pedirem?” Mt 7.7-11

Ao finalizar este ensinamento acerca da bondade de Deus,


o Senhor Jesus Cristo se utiliza da ilustração do amor de um pai
terreno que mesmo sendo imperfeito, sempre prioriza dar coisas
boas ao seu filho, quanto mais o Deus Eterno, Pai das luzes que
não poupou seu Filho da morte de cruz para salvar o homem,
dará boas coisas ou bens àqueles que lhe pedirem?

Se os pensamentos de Deus ao nosso respeito são


pensamentos de paz e prosperidade, é em cima dessas verdades
que nós devemos pensar. Esses pensamentos renovarão a nossa
mente e então não nos conformarmos com este mundo que jaz no
maligno. Rm 12.2 diz:

“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos


pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis
qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

Renovando a nossa mente com a palavra de Deus, seremos


transformados e automaticamente experimentaremos a vontade
de Deus que é boa, agradável e perfeita.
Mente renovada com a palavra de Deus é a mente cuja

77
crença é correta. E a crença correta irá conduzir ao viver de
maneira correta. Quando vivemos de maneira correta colhemos
toda sorte de bênçãos que estão reservadas para todos quantos
se apropriam da sua herança em Cristo.

Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual


nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares
celestiais em Cristo, Em quem temos a redenção pelo seu sangue,
a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça, Ef
1.3,7

Quais são as bênçãos de Deus que temos por direito legal


como herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo? Toda sorte de
bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo! Que bênçãos
são estas? A misericórdia de Deus, a Sua graça, a salvação, o
Seu amor, a Sua bondade, a Sua generosidade, o Seu perdão,
a Sua benevolência, a saúde, a cura e a libertação de todos os
males, a prosperidade, etc. Medite comigo:

“Eu, eu mesmo, sou o que apaga as tuas transgressões por


amor de mim e dos teus pecados me não lembro”. Is 43.25

“Porque serei misericordioso para com as suas iniqüidades


e de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei
mais”. Hb 8.12
“Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo

78
morreu por nós, sendo nós ainda pecadores”. Rm 5.8

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não
vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que
ninguém se glorie”. Ef 2.8,9

“Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre


o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver
para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados”. I Pe 2.24

“Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo,


que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que, pela sua
pobreza, enriquecêsseis”. 2 Co 8.9

E já que uma crença correta conduz ao viver correto, eu


quero destacar que você que está em Cristo e se tornou uma
nova criatura já não é mais um pecador! Você é justo!

Se eu creio que sou justo e não pecador, estou tendo a


crença correta e isso me conduz ao viver correto. É impossível
desfrutar do fluir do Espírito com uma vida abundante em todos
os sentidos se não acreditarmos que estamos justificados pela fé!
A crença correta de se ver como justo leva a viver uma
vida de santidade que abrirá a porta para o fluir de Deus com o
recebimento de toda a sorte de bênçãos.

79
Quero renovar a sua mente com as verdades da Palavra de
Deus que te dão legalidade para viver pela fé como justo. Vejamos:

“Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por
nosso Senhor Jesus Cristo”; Rm 5.1

Este versículo está dizendo que a nossa justificação é pela


fé. Tudo provém de fé, inclusive a nossa justificação. Fé em que?
Fé na obra consumada por Jesus Cristo na cruz em que Ele levou
sobre si o nosso pecado, a nossa culpa, a nossa condenação e
nos garantiu o perdão, a vida eterna e toda sorte de bênçãos.

Mas Deus prova o seu amor para conosco em que


Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Rm 5.8

A base da salvação é a justiça de Deus, mas a fonte da


salvação é o amor de Deus. Qual é a justiça de Deus? É o próprio
Cristo! Então, a justiça de Deus tem um nome, ela se chama Jesus
Cristo. Quando o pecador se converte a Cristo, as suas vestes de
iniquidade são removidas pela purificação através do sangue de
Jesus Cristo e logo a seguir ele, o pecador, é vestido das vestes
de justiça provenientes de Cristo. Isto é a justificação pela fé, é um
dom gratuito de Deus. Que privilégio! Aleluia!!!
Jesus Cristo tanto é a justiça de Deus quanto o amor de
Deus!
Reafirmo: a base da salvação é a justiça de Deus, mas a

80
fonte da salvação é o amor de Deus. Qual é o amor de Deus? É
o próprio Cristo! Então, o amor de Deus também tem um nome:
Ele se chama Jesus Cristo. Jesus Cristo é a personificação do
amor de Deus. Você é tão amado de Deus a ponto dEle não ter
poupado o seu Filho da morte de cruz!

“Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da


lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus
Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas
obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será
justificada”. Gl 2.16

Esse texto afirma claramente que nós somos justificados não


é pela prática de boas obras, ainda que devamos praticar boas
obras. A nossa justificação é mediante a fé no sacrifício do Filho
de Deus que se fez pecado no nosso lugar para nos presentear
com a Sua justiça, pois Ele e somente Ele pôde cumprir o padrão
da justiça de Deus.

“Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos


foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos
serão feitos justos”. Rm 5.19

Pela obediência de um só homem muitos foram feitos


pecadores refere-se ao primeiro Adão. Pela obediência de um
homem, muitos serão feitos justos, refere-se ao segundo Adão,
que é Cristo. Assim como Cristo não teve que pecar para ser
81
tido como pecador e levar sobre si nossa culpa e condenação,
da mesma forma não tivemos que praticar justiça para sermos
justos. Somos justos porque Cristo nos presenteou com a Sua
justiça. Deus quer fluir os Seus rios de água viva no seu interior e
fazer você prosperar abundantemente do ponto de vista espiritual,
intelectual, emocional, físico, familiar, ministerial e financeiro. Para
tal é indispensável que você tenha a crença correta: você é justo
e não pecador.
“a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos “.Tg
5.16b
Quando o justo ora, o poder de Deus (grego - dunamis) é
liberado para a realização de um milagre. Este é o significado de
“muito pode em seus efeitos” a oração feita por um justo. Que
coisa tremenda, se você tem a crença correta de que é justo, a
sua oração é poderosa!
“Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR o livra de
todas”. Sl 34.19
Quem é que não passa por aflições nesta vida? Saiba que o
justo é livrado de todas elas pelo Senhor.
“Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas,
a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem,
e tudo quanto fizer prosperará”. Sl 1.3

O salmo 1 tem como título “A felicidade dos justos e o


castigo dos ímpios”. E este versículo diz que tudo o que o justo
fizer prosperará.

82
Nos últimos tempos tenho tido tanto encargo em ser um
vaso nas mãos do Espírito Santo para oferecer às pessoas uma
palavra revelada que traga libertação de todo jugo do diabo. Uma
das maneiras que o inimigo de nossas almas se utiliza para roubar
a paz do coração das pessoas é prendendo-as no jugo da culpa e
da condenação. Esta é uma raiz maligna que impede as pessoas
de viverem em contentamento, porque é como uma represa que
estanca o fluir do Espírito de Deus.

É uma raiz que rouba do homem a capacidade de perceber


o seu tamanho privilégio de poder desfrutar da sua herança
em Cristo Jesus, e poder exercer funções no reino de Deus se
reproduzindo segundo a imagem de Cristo. Saiba que você não
foi gerado em Cristo para ficar sentado no banco. O Senhor te deu
pelo menos um talento para ser usado na Sua obra. Não aceite a
mentira do diabo dizendo que você não pode ser usado por Deus,
que você é incapaz porque teve um passado “negro”, ou porque
não se consagra o suficiente para ser digno de edificar a obra de
Deus. Rejeite toda acusação do inimigo. Vejamos:
A Bíblia diz em Efésios 1.3,7 o seguinte:
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos
tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões
celestiais em Cristo, no qual temos a redenção, pelo seu sangue,
a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça”,

83
Estes versículos da palavra de Deus estão dizendo
claramente que todos aqueles que estão em Cristo Jesus são
alvo de toda sorte de bênçãos espirituais, exatamente porque o
Filho de Deus lá na cruz derramou Seu sangue para nos redimir
(resgatar) de toda maldição e nos conceder o recebimento da Sua
abundante graça, tornando-nos prósperos em todas as áreas.
Também está escrito em 2 Co 8.9:

“Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que,


sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua
pobreza, vos tornásseis ricos”.

Ora estes versículos e tantos outros da palavra de Deus


nos dizem claramente que o alvo de Deus é nos curar, libertar,
abençoar, prosperar. E eu te pergunto: por que muitos cristãos
não desfrutam da sua herança em Cristo? Com certeza há muitas
razões, mas eu tenho a clareza que uma das principais, senão a
principal, se deve à maldita raiz da culpa e da condenação que a
maioria dos cristãos carrega dentro de si. Como se não bastasse
há ainda a acusação do diabo, pois a Bíblia diz que ele é o nosso
acusador, que nos acusa de dia e de noite (Apocalipse 12.10).
Satanás virá diversas vezes para fazer você se sentir culpado de
algo que possa ter pensado. Ele o faz se sentir culpado de seu
papel como pai. Ele o faz se sentir culpado como provedor de
seu lar. Ele faz você se sentir culpado como empregador e até
mesmo por ficar doente! Além dele, a própria consciência humana
também nos acusa.

84
“Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a
salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu
Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo
que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus”. Ap 12.10

Deixe-me explicar a razão disso: após criar o homem à Sua


imagem e semelhança, conforme está escrito em Gn 1.26-28, o
Senhor Deus o tomou e o colocou no jardim do Éden para o lavrar
e o guardar, e disse-lhe:

“E tomou o SENHOR Deus o homem e o pôs no jardim do


Éden para o lavrar e o guardar. E ordenou o SENHOR Deus ao
homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente,
mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás;
porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. Gn
2.15-17

Ao ser colocado neste teste para exercer o seu livre arbítrio


– obedecer ou não – o homem se reprova e por desobediência
come do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal.
Vejamos ainda o que está escrito em Gn 3.7:
“Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram
que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si
aventais”.
A partir do momento que o homem comeu do fruto da árvore
do conhecimento do bem e do mal ele desenvolveu a consciência
dentro de si. A consciência humana tem um senso de justiça.
85
Este senso de justiça faz o homem saber quando existe falha ou
pecado, que, por sua vez, exige punição.

“Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é


a lei”. 1 Co 15.56

Uma consciência que espera por punição está debaixo de


condenação, e essa consciência, segundo a Bíblia, é uma má
consciência. Quem vive dominado por esta má consciência
carrega dentro de si a maldita raiz da culpa e da condenação que
funciona como um bloqueio total ao fluir dos rios de água viva
do Espírito, privando o homem de usufruir da sua herança em
Cristo, ainda que tenha nascido de novo, mediante sua conversão
a Cristo!

“cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza


de fé; tendo o coração purificado da má consciência e o corpo
lavado com água limpa”, ARC Hb 10.22

“aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza


de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o
corpo com água pura”. ARA Hb 10.22

A parte central do versículo está dizendo que para nos


aproximarmos de Deus temos que purificar o coração da má
consciência; esta consciência que nos acusa e nos torna culpados

86
e condenados.

Na versão bíblica NTLH a parte central deste versículo


encontra-se da seguinte forma:

“Com a consciência limpa das nossas culpas...” Hb 10.22b

Querido leitor, eu te pergunto: como purificar a consciência


das nossas culpas, transformando-a de má a uma boa consciência?
Apropriando-nos pela fé dos benefícios da obra consumada pelo
Senhor Jesus Cristo na cruz do Calvário. São tantos benefícios
que o Senhor Jesus nos proporcionou através do Seu sacrifício
na cruz: propiciação, redenção, expiação, perdão, purificação,
reconciliação e justificação.

Com a propiciação, Ele te livrou da ira divina por causa do


pecado. Com a redenção Ele te libertou da dívida do pecado e
da escravidão de Satanás. Com a expiação, como inocente, Ele
morreu a sua morte te oferecendo a substituição. Com o perdão
Ele cancelou os seus pecados. Com a purificação, Ele removeu
toda mancha de você. E com a justificação Ele removeu as tuas
vestes de iniquidade e te cobriu com as Suas vestes de justiça.
Ainda poderia te lembrar do benefício da regeneração,
santificação, transformação, conformação e glorificação. Aleluia
sete vezes!

87
Diante de todos estes benefícios você pode e deve se
apropriar pela fé da libertação de toda culpa e condenação.

Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão


em Cristo Jesus. Rm 8.1 (ARA)

Este texto é muito claro em dizer que todo aquele que está
em Cristo, pelo simples fato de estar em Cristo, já está livre de
toda condenação! Paulo, o apóstolo, está dizendo que nenhuma
condenação há agora, no tempo presente. O que você deve fazer
para se livrar da culpa e da condenação é simplesmente tomar
posse do que a Palavra está dizendo: não há condenação para os
que estão em Cristo.

Quero te encorajar dizendo que eu fui vítima por muitos anos


deste maldito jugo da culpa e da condenação. Já ao amanhecer
de cada dia havia um bombardeio de pensamentos como: “Dênio,
você precisa melhorar, o seu tempo devocional não tem sido
suficiente. O Senhor Jesus só irá cumprir as tantas promessas que
Ele tem feito em sua vida se você orar mais e se santificar mais.
Enquanto a sua fé não crescer, as coisas não vão acontecer. Você
ainda não é o sacerdote que precisa ser, tampouco o marido, o
pai, o pastor, o discipulador que Deus espera de você!”

Amado leitor, quanta acusação e culpa eu carregava. Quando


eu cometia alguma falha ficava me condenando e então orava
pedindo perdão a Deus várias vezes pela mesma situação, como
88
se Ele não houvesse me perdoado. As acusações continuam
vindo até hoje, mas eu não as aceito mais! Aleluia! Jesus nos
livra de toda culpa e condenação! Relembro o que está escrito em
Romanos 8.1:

“Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão


em Cristo Jesus”.

Se você já está em Cristo, automaticamente você é uma


nova criatura e a condenação não tem mais legalidade sobre
a sua vida. Se você ainda não está em Cristo, isto é, se você
ainda não se converteu ao Senhor Jesus Cristo, reconhecendo-O
como Seu único e suficiente Salvador, poderá fazê-lo agora, pois
esta é a única maneira possível de você se livrar de toda culpa e
condenação. Consequentemente haverá o fluir dos rios de Deus
no seu interior e você desfrutará da sua herança em Cristo.
Por onde tenho passado e pregado essa mensagem, faço
questão de perguntar quantos têm sido atacados pelo diabo e pela
sua própria consciência acerca da acusação, culpa e condenação,
e praticamente 100% das pessoas (cristãos e não cristãos!) têm
sido sinceras em dizer que carregam este jugo. Saiba que o diabo
não vai parar de te acusar e condenar, e se você não vigiar, até
mesmo a sua própria consciência o fará. Então, o que fazer? Abrir
a boca e declarar que nenhuma condenação há sobre você, pois
através da obra consumada por Jesus Cristo na cruz você está
livre de toda culpa e condenação, em nome do Senhor Jesus
Cristo!

89
Há muitos pastores e obreiros do Senhor, líderes e cristãos
espalhados pelo mundo afora carregando culpa e condenação;
alguns até já desistiram de servir ao Senhor. Saiba que o Senhor
te ama e conta com você na Sua obra. Talvez você não tenha
um chamado ministerial específico de pastor, mas você tem o
chamado de ministro da nova aliança para ganhar vidas, cuidar
delas, edificá-las, treiná-las e enviá-las. Carregando culpa e
condenação você jamais cumprirá o propósito de Deus. Siga em
frente na liberdade do Senhor, tome posse da liberdade que Cristo
te dá. Receba o fluir dos rios de água viva do seu interior e sirva
ao Senhor com alegria, fazendo a Sua obra debaixo da sua graça
e livre de toda culpa e condenação. É isto que o Senhor tem para
você!

90
“Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas
justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”. Rm 14.17

“E tomou o SENHOR Deus o homem e o pôs no jardim do


Éden para o lavrar e o guardar”. Gn 2.15

O Éden constituía o reino de Deus para o homem. Éden quer


dizer delícia, deleite. Este é o propósito para o qual Deus criou
o homem. Oferecer-lhe Sua comunhão para viver em intimidade
com Deus e desfrutar do prazer de expressá-Lo na sua imagem e
representá-Lo na Sua autoridade. Porém, com a queda, o homem
se separou de Deus e foi retirado do reino de Deus (Éden). Por
consequência, perdeu o privilégio de viver no descanso de Deus.
Sem descanso não tem como fluir. O fluir de Deus foi estancado
na vida do homem no momento em que ele perdeu a sua posição
de estar inserido no reino de Deus.
Pastor Dênio, quer dizer que eu não tenho mais acesso ao
descanso de Deus? Nãããão, meu querido! Graças a Deus por
Jesus Cristo que nos redimiu do pecado e nos comprou de volta
para Deus inserindo-nos no Seu reino. Há uma passagem na
Bíblia que faz menção da maneira pela qual devemos agir para
estarmos inseridos no reino de Deus.

91
“E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos,
príncipe dos judeus. Este foi ter de noite com Jesus e disse-
lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque
ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for
com ele. Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade
te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino
de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer,
sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua
mãe e nascer? Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo
que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar
no Reino de Deus”. Jo 3.1-5

Nicodemos era um homem de caráter, religioso, fariseu,


culto, da nobreza, príncipe dos judeus, no entanto, não entendia
das coisas que concernem ao reino de Deus. Quando ele afirma
que Jesus é um “rabi” (mestre) vindo de Deus porque ninguém que
não fosse de Deus jamais poderia fazer as curas e os milagres que
Jesus fazia, o Senhor lhe respondeu que se alguém não nascer de
novo, não pode ver o reino de Deus; que se não nascer da água
e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. Aí está a maneira
sobrenatural através da qual alguém pode adentrar o reino de
Deus: convertendo-se ao senhorio de Cristo e se tornando uma
nova criatura.

Só pode entrar no descanso de Deus para receber o Seu


fluir como rios de água viva, que apontam para o enchimento e o
transbordamento do Espírito Santo, alguém que entra no reino de
Deus. Portanto, a entrada no reino de Deus é para todo aquele
92
que reconhece Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador.

“e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos


céus”. Mt 3.2

De acordo com esta palavra dita pelo profeta João


Batista, o precursor de Cristo, a entrada para o reino de Deus
é o arrependimento. Arrependimento, metanóia do grego, que
significa mudança de mentalidade.

Consequências de se estar inserido no reino de Deus

1) Descanso do espírito
Para se falar de descanso do espírito precisamos entender
que somos um ser tri uno, à semelhança de Deus. Assim como
Deus é Pai, Filho e Espírito Santo, o homem é espírito, alma e
corpo.

“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o


vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados
irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”. I Ts
5.23
O apóstolo Paulo escreveu à igreja dos Tessalonicenses
afirmando que o homem é espírito, alma e corpo. Esse mesmo
ensino está confirmado em Hb 4.12:

93
“Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante
do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão
da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para
discernir os pensamentos e intenções do coração”.

Com esta base bíblica posso dizer que: eu sou um espírito,


possuo uma alma e habito em um corpo.

O meu espírito possui três faculdades: intuição, consciência


e comunhão. A intuição é o “sexto sentido” que me comunica algo
como: “sei que sei, mas não sei por que sei, mas sei que sei”
tal coisa. É a capacidade de prever, de pressentir as coisas. A
consciência é a capacidade de discernir o certo e o errado.
A comunhão é a capacidade de se relacionar com Deus que
é espírito e com o meu semelhante.
Com o meu espírito eu toco as coisas do reino do espírito.
Deus é espírito. E Jesus Cristo disse em Jo 4.24 que se adora
a Deus em espírito e em verdade. Então, é com o meu espírito
regenerado (nascido de novo) que eu toco Deus, para ser tocado
por Ele. A minha comunhão com Deus e adoração a Ele é feita
no meu espírito, a Sua casa de habitação. A minha alma e o
meu corpo somente entram de fato em adoração a Deus quando
primeiramente, o meu espírito está ativado em adoração a Deus.

A alma do homem também possui três faculdades: mente,


vontade e emoções. Ela é a sede da personalidade. Com ela eu
toco o reino do intelecto. Se o espírito do homem vive atormentado
94
por não estar no descanso de Deus, automaticamente a sua
alma vai estar oprimida: mente perturbada, emoções instáveis e
vontade desalinhada ao propósito de Deus.

Já o corpo humano possui três funções: sensação, locomoção


e instinto. Portanto, para o corpo é impossível perceber as coisas
espirituais. O nosso corpo é a parte mais inferior, pois é ele que
tem contato com o mundo físico.
A sensação é composta pelos cinco sentidos do corpo: visão,
audição, olfato, paladar e tato. Locomoção, evidentemente, é a
função do nosso corpo se locomover.
Os instintos são reações do organismo que não dependem
do comando da nossa alma. São reações automáticas. Há três
grupos de instintos básicos: sobrevivência (inclui comer, beber
e necessidades fisiológicas), defesa (inclui os atos reflexos de
proteção, como esquivar-se, esconder-se e proteger-se) e sexual.
O espírito atormentado leva a alma a ficar oprimida, que por
sua vez leva o corpo a ficar cansado.

O DESCANSO
Tanto o descanso do espírito, quanto da alma e do corpo é
alcançado quando o homem tem a revelação do reino de Deus
e adentra nele. Conforme Rm 14.17, “o reino de Deus não é
comida, nem bebida”, isto é, não se relaciona com coisas deste
mundo, desta terra. A afirmação é que ele é “justiça, paz e
alegria no Espírito Santo”. O descanso do espírito, da alma e
do corpo são respectivamente a justiça, a paz e a alegria. Então,
95
ter o descanso do espírito é caminhar na justiça de Deus. Ter o
descanso da alma é desfrutar da paz de Cristo. Ter o descanso do
corpo é viver cheio da alegria do Senhor. Vamos meditar juntos
acerca do descanso de cada um destes três elementos que
compõem o ser humano.

O DESCANSO DO ESPÍRITO
O descanso do espírito do homem está na revelação da
justiça. Só se livra de estar atormentado no seu espírito humano
o homem – como humanidade – que toma posse da sua salvação
em Jesus Cristo e, além disso, tem a revelação de que é justo.

A crença correta conduz ao viver correto, conforme citamos


no capítulo 18. Citei vários textos bíblicos que confirmam que
o cristão é justo pela fé e agora acrescento mais um texto que
reafirma esta verdade:

Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós;


para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus. 2 Co 5.21

Jesus Cristo não teve que pecar para ser feito pecador no
nosso lugar. Ele se tornou pecador ao se compadecer de nós e ir
para a cruz e receber sobre si todos os pecados da humanidade.
Isto é amor demais!
O texto de Hb 4.15 e 1 Pe 2.24 confirmam isto:

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Porque não temos um sumo sacerdote que não possa
compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós,
em tudo foi tentado, mas sem pecado. Hb 4.15

Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre


o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver
para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados. 1 Pe 2.24

Da mesma forma não tivemos que praticar justiça para


sermos reconhecidos como justos. A justiça que nos foi imputada
através da obra consumada de Jesus na cruz é um presente
de Deus para toda a humanidade, porém, só vive o padrão de
justo aquele que, além de se converter a Cristo, acredita que de
pecador foi tornado justo. E isto não tem nada a ver com mérito
humano, é um presente de Deus recebido pela fé. Gl 2.16 testifica
esta afirmação. Vejamos:

Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei,


mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo,
para sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da
lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.
Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em
Cristo Jesus. Rm 8.1(ARA)

Então, o descanso para o espírito é se apropriar pela fé da


justiça, e se você tomar posse pela fé que não é mais um pecador,
mas um justo, a palavra de Deus diz que “nenhuma condenação
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há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1). Ao se apropriar
da justificação pela fé que te livra de toda condenação, como
consequência, o seu espírito humano desfrutará do descanso de
Deus te levando a uma plena comunhão com o Espírito Santo.
Viver pela fé debaixo da justiça de Deus é viver livre de toda a
inquietação no espírito. Viver pela fé na justiça de Deus é viver no
descanso!
Você é justo por causa de Cristo! Pelo que Ele fez por
você. O descanso do seu espírito está nesta verdade. Quando
alcançamos esta revelação e vivemos na prática dela, a vontade
de Deus se torna compreensível à nossa mente humana. Quando
praticamos a vontade de Deus que é boa, agradável e perfeita
(conforme Rm 12.2) desfrutamos do descanso no nosso espírito
humano!

DESCANSO DA ALMA
Como uma reação em cascata, o descanso do espírito
levará ao descanso da alma.

Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-


vos. Seja a vossa eqüidade notória a todos os homens. Perto
está o Senhor. Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as
vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela
oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de Deus, que
excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os
vossos sentimentos em Cristo Jesus. Fp 4.4-7
Quando desfrutamos do descanso do espírito humano,

98
automaticamente nos tornaremos pessoas agradecidas a Deus.
Por quê? Conforme expliquei acima, o descanso do espírito
acontece quando vivemos uma vida de justo. A vida de um justo é
coroada de bênçãos:
Pois tu, SENHOR, abençoarás ao justo; circundá-lo-ás da
tua benevolência como de um escudo. Sl 5.12 RC

O salmo 1 cujo título é “A felicidade dos justos e o castigo


dos ímpios”, também fala sobre a bênção do justo:

Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas,


a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem,
e tudo quanto fizer prosperará. Sl 1.3

Deixe-me fazer uma pergunta óbvia: alguém que vive


coroado de bênçãos e que prospera em tudo quanto faz, tem
como não ser agradecido? A chave do descanso da alma é ser
agradecido. Quem é agradecido vive prestando ações de graças
ao Senhor. E consequentemente, desfruta da paz na sua alma!
Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas
petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração
e súplicas, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede
todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos
sentimentos em Cristo Jesus. Fp 4.6,7
DESCANSO DO CORPO
Como uma reação em cascata o descanso da alma levará

99
ao descanso do corpo. Nós somatizamos aquilo que está na
alma. A sede da alma é a personalidade humana. Aleijumes de
personalidade e deformidades de caráter vão gerar cansaço no
corpo produzindo as mais diferentes doenças, estresse físico, o
cansaço físico propriamente dito, e toda sorte de males possíveis
e imagináveis que possam acometer o corpo físico humano.

A chave do descanso do corpo é a paz na alma! Uma mente


renovada pela palavra de Deus conduz a emoções estáveis e
vontade equilibrada e alinhada ao Propósito de Deus. Tudo isto
redundará em alegria, a alegria do Senhor que, conforme Neemias
8.10c, “é a nossa força”.
Então, o descanso da alma e do corpo não é necessariamente
dormir 8 a 10h por dia, ainda que devamos exercer uma boa
mordomia do corpo e dormir bem (de 6 a 8 horas por dia). Tampouco
tirar férias, ainda que seja lícito e de direito. Nem mesmo se
entreter em diversões saudáveis e fazer viagens regulares com
familiares e amigos.

Querido leitor, quero ser enfático em te dizer que o descanso


tanto do espírito, quanto da alma e do corpo não são alcançados
nas coisas desta vida, ainda que haja coisas boas das quais
possamos desfrutar neste mundo. O descanso do espírito, da
alma e do corpo são uma consequência de uma vida de intimidade
com Deus debaixo da Sua justiça na qual haverá o fluir dos rios de
água viva do Espírito Santo no nosso interior. A-L-E-L-U-I-A!

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