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CURSO DE ORATÓRIA PARA MAÇONS

CAPÍTULO I: O PODER DA PALAVRA

Prólogo

Nosso Ir.: Carlos Brasílio Conte, autor de diversos livros maçônicos,


palestrante e, atualmente, Grande Secretário Assistente de Cultura e Educação
Maçônicas do Grande Oriente de São Paulo, tem ministrado duas vezes ao ano, na
sede do GOSP, um curso de Oratória destinado a maçons (Aprendizes,
Companheiros e Mestres).
As apostilas desse Curso agora estarão disponíveis, em capítulos, aqui no
grupo.
Leia, acompanhe e colecione esse material e, dentro de pouco tempo, você
estará em condições de fazer melhor uso da palavra em Loja... e até mesmo fora
dela.

MÓDULO I – O Poder da Palavra

Uma das mais importantes ferramentas não simbólicas de uma loja maçônica
é a palavra; invisível, porém audível, ela circula o tempo todo entre os maçons e seu
poder se faz sentir inclusive nas Iniciações, quando o iniciando nada vê, mas tudo
ouve.
Alternando-se em todos os segmentos de qualquer sessão e de qualquer
grau, ela se apresenta na forma de diálogos ritualísticos, leitura de atas, palestras,
debates, declarações, palavras a bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular,
leitura de leis, decretos, atos, etc. Suprima-se a palavra…e a Maçonaria deixará de
existir!
Seu uso é quase sempre disciplinado pelo Ritual; seu detentor é o Venerável-
Mestre, que a concede, ou retira, a qualquer dos maçons presentes, sejam do quadro
ou visitantes. Em alguns Ritos, ou na tradição de algumas lojas, ela é negada aos
aprendizes; outros consideram que eles, os aprendizes, podem fazer uso da palavra
somente para perguntas pertinentes ao seu grau; e há ainda aquelas Lojas que
estimulam os aprendizes a falar, entendendo que assim estarão se desinibindo e
aperfeiçoando a mais nobre de todas as artes: a retórica.
Sem entrar no mérito dessas questões, o fato é que, nas sessões maçônicas
todos dela fazem uso: uns, por atribuição inerente ao cargo, como é o caso do
Venerável-Mestre, dos Vigilantes, das Dignidades e, sobretudo, do Orador de ofício;
outros, por estarem inscritos na Ordem do Dia ou no Tempo de Estudos; e finalmente,
todos os que assim o desejarem, nas Palavras à Bem da Ordem em Geral e do
Quadro em Particular.
Dominar bem o emprego da palavra, portanto, é obrigação de todo maçom,
além de ser uma necessidade e uma forma de aprimoramento cultural, pois alguém já
disse que a Maçonaria é uma escola de líderes e que um líder é aquele que, além do
exemplo pessoal de valores e virtudes, sabe expressar-se corretamente, utilizando
sua fala para impressionar, persuadir, comover e conduzir seus interlocutores.
Vemos frequentemente IIr.: com grandes ideias e magníficos ideais perderem
a oportunidade de ação e serem votos vencidos nos debates, justamente pelo mau
uso das palavras, pelo descaso com a didática e a retórica.
Muitas pessoas, alegando não possuírem o dom da palavra, recusam-se a
falar em público, perdendo excelentes oportunidades de promoção pessoal.
Mas, será que a palavra é um dom?… ou será simplesmente uma técnica,
possível de ser aperfeiçoada com estudo e treino?
Demonstrar que qualquer pessoa pode desenvolver e melhorar sua voz,
dicção, didática e até mesmo expressão corporal é um dos objetivos deste livro; leia-o
atentamente, siga os seus conselhos e dicas e, dentro de pouco tempo, voce estará
se sentindo uma nova pessoa, mais interessante e agradável, não somente em sua
Loja maçônica, como também na vida profissional, social e familiar.
Falar bem não é requisito fundamental apenas para os profissionais da
palavra–advogados, apresentadores e vendedores–mas um complemento
indispensável a todos os que queiram viver melhor, ter mais qualidade de vida,
sentindo-se admirados e aceitos em todas as esferas do relacionamento humano.

“Diante do público...
..o fraco treme, o louco afronta, o tolo subestima…
e o orador conduz.”

MÓDULO II: O ORADOR DA LOJA MAÇÔNICA*

Tempo de Estudos

Falar corretamente não é atributo ou privilégio apenas do orador da Loja;


todos, sem exceção, devem aprender a fazê-lo e enganam-se aqueles que imaginam
poder dispensar as virtudes oratórias, exprimindo-se em Loja como se estivessem em
uma reunião informal ou uma “festinha familiar”.
A Maçonaria, a partir de seus Rituais mais simples, adota uma linguagem
culta, elegante e tradicional que não deve ser quebrada” com frases e expressões
vulgares; ela mantém acesa a chama de uma tradição que remonta a priscas eras,
quando a expressão verbal diferenciava a aristocracia da plebe e hoje diferencia o
iniciado do profano.
Nós, maçons modernos, temos a obrigação de continuar cultuando em
nossos templos as três mais importantes Artes Liberais da Antiguidade, ou seja:

Gramática: que nos ensina a escrever.


Lógica: que nos ensina a pensar.
Retórica: que nos ensina a falar.

Percebam como os maçons veteranos e os mestres instalados falam


corretamente, como sabem dar brilho às palavras, como conseguem prender a
atenção dos ouvintes, como sabem se portar nas solenidades dentro e fora dos
templos, como não se intimidam com o úblico e sabem cativá-lo; e isso é o fruto da
vivência nas Lojas e da experiência nos cargos maçônicos; sim, nos cargos
maçônicos, porque não é somente o orador da Loja que desenvolve essa arte;
também o venerável, os vigilantes, o secretário, e até mesmo o cobridor do templo,
para bem exercerem o seu trabalho, necessitam dominar as técnicas verbais que
abordaremos nesta obra.
O estudo da oratória na Maçonaria deve começar pela observação, desde o
primeiro dia, quando o neófito se apresenta no templo para ser iniciado e, ainda com
a venda nos olhos, sente, percebe e imagina, pela pompa e pelo cerimonial que não
vê, mas ouve, haver ingressado em um ambiente seleto, frequentado por pessoas
cultas, sérias e solenes.
Esse é o primeiro exemplo que ele deverá observar, imitar e seguir.
Essa é a primeira lição a todos aqueles que desejam superar suas barreiras
de medo e timidez, tornando-se bons oradores, senhores da palavra, líderes no
mundo maçônico…e até mesmo no mundo profano.
Em meus muitos anos de Maçonaria presenciei e acompanhei, inúmeras
vezes, a trajetória de aprendizes tímidos, porém persistentes que, gradativamente,
vão dominando o uso da palavra, do gesto e da persuasão até chegarem ao ponto de
se tornarem grandes oradores, confirmando aquele velho ditado:
“Os poetas nascem…os oradores se fazem”.
Observação importante: neste curso, algumas vezes estaremos nos referindo
genericamente aos oradores, isto é, a todos aqueles que falam, que proferem uma
oração e, outras vezes, aos oradores de ofício das Lojas maçônicas. Para diferenciá-
los e evitar confusão de termos, estabelecemos a seguinte convenção:
Oradores em geral serão mencionados simplesmente como: oradores.
Maçons exercendo o cargo de orador serão mencionados como: oradores de
Loja.
MÓDULO III: O PODER DA OBSERVAÇÃO*

Assim como ao aprendiz de uma Loja maçônica recomenda-se falar pouco e


ouvir muito, aos candidatos a desenvolver a arte da oratória, recomenda-se
inicialmente: falar pouco e observar muito.
Observe atentamente os membros de sua Loja que sabem se expressar com
elegância e correção, identificando o que os diferencia dos demais; mas não deixe
também de observar aqueles que não sabem falar, ou que falam mal; esses ensinar-
lhe-ão, seguramente, o que não se deve fazer.
Observe também os apresentadores de rádio e televisão, mestres na arte de
falar com desenvoltura e entreter o público; observe com que maestria eles
conseguem fazer com que você ria de algum fato engraçado ou se comova até as
lágrimas com uma história triste.
Assista a palestras e veja como se comportam os palestrantes, mestres na
arte de desenvolver lentamente um tema, explicando gradativamente cada passo da
apresentação e deixando para o final as conclusões, o gran finale; perceba como eles
conseguem prender a sua atenção e “criar um suspense”em torno do que dizem.
Se dispuser de tempo, vá ao Forum e assista a um julgamento, onde
promotores e advogados revesam-se em um verdadeiro “show” de oratória, retórica,
persuasão…
Estude seus gestos, suas pausas, seus movimentos das mãos, sua ênfase,
seuas expressões faciais, seus trajes…
Um orador na tribuna equivale a um ator no palco; todos os seus gestos,
movimentos e expressões são previamente calculados, estudados e minuciosamente
aplicados.
Entretanto, muitos oradores que têm o domínio completo da palavra, mas não
de seus complementos, perdem parte de seu brilho por se apresentarem descuidados
no trajar, ou por gesticularem demais, ou ainda por possuírem determinados “tiques” e
“cacoetes”, tais como coçar o nariz ou a cabeça, mexer na orelha, piscar
exageradamente, arrumar a gravata, enfiar as mãos no bolso (quando não em lugares
piores), etc.
Na época de eleições, mesmo que a política lhe desagrade, tente observar os
discursos dos candidatos, anotando os recursos que eles utilizam para “arrancar”
palmas da plateia, “arrasar” seus adversários e convencer àqueles que o ouvem que
ele, e somente ele, poderá governar com competência e probidade.
Mas então, estará a essa altura se perguntando o leitor:
– É para isso que serve a oratória?… para enganar e sofismar?…

Responderemos que a oratória é apenas um instrumento, ou uma arma, que


pode ter múltiplos usos, para o bem e para o mal, para a defesa ou para o ataque,
para proclamar a verdade ou encobrir o erro; da mesma forma que o dinheiro e o
poder, depende ela daquele que a utiliza. Assista ao sermão de um sacerdote sincero
e bem intencionado e verá o quanto ela pode ser útil e benéfica para a humanidade;
leia os discursos de Hitler e verá a que abismos ela poderá conduzir os homens.

Tudo vai depender de você…

MÓDULO IV: RESPEITO AO PÚBLICO*

Público é um termo genérico que tanto pode ser atribuido ao conjunto de


pessoas presentes em um teatro quanto ao de membros presentes em uma loja
maçônica; e ambos, indistintamente, devem merecer do orador, do palestrante e do
conferencista a mesma deferência e o mesmo respeito.
Se a sua palestra foi agendada para começar às 14:00 horas, comece as
14:00.
Chegue, porém, ao local meia hora antes, confira os microfones e o sistema
de som, veja se o retroprojetor está convenientemente instalado, faça uma pequena
introspecção para rememorar tudo aquilo que pretende transmitir; ao soar o horário
previsto, não espere mais “dez minutinhos” para aguardar os retardatários porque
essa sua “gentileza” para com eles é, na verdade, um insulto e uma ofensa para
aqueles que chegaram pontualmente.
Se a sua palestra foi agendada para terminar as 16.00 horas, termine às
16:00.
Termine às 16:00 horas mesmo que voce entenda que ainda falte algo para
dizer; se realmente faltar algo o público pedirá para que voce continue.
Se voce perceber, meia hora antes do término previsto, que o público
demonstra sinais de cansaço, abrevie o que tem a dizer e rapidamente conclua;
aqueles que o assistem certamente agradecerão e o aplaudirão em pé.

E o que são sinais de cansaço do público?

O orador experiente percebe-os em um lance de olhos:


Bocejos, palpebras semi-cerradas, cochilos, olhares distraidos dirigidos para o
teto ou às paredes, conversas paralelas em surdina, pés impacientes que batem
repetidamente no chão, mãos que tamborilam nas poltronas.

E quanto aos aplausos, também não se iluda com eles…

O público aplaude, na maior parte das vezes, simplesmente por uma questão
de hábito, de etiqueta social, de obediência aos usos e costumes.
Aplausos verdadeiros, sinceros e expontâneos são aqueles que ocorrem não
ao final, mas no decorrer da palestra, quando o orador consegue ir ao encontro do
pensamento de seus ouvintes, quando com eles interage, traduzindo em palavras
explícitas os seus sentimentos implícitos, as suas aspirações mais íntimas.
Muitas vezes também aplaude-se para interromper alguém que está
exagerando, falando demais, falando além do tempo que lhe foi concedido pelo
apresentador ou mediador.
Se voce estiver proferindo uma palestra, ou respondendo à uma entrevista, e
alguém formular uma pergunta que não saibas responder…não “enrole”; diga
simplesmente:

– Não sei. E acrescente:

– Posso tentar me informar a respeito e, se voce me deixar o seu telefone ou


e-mail, eu lhe enviarei a resposta, assim que a tenha; obrigado.

Educação e caldo de galinha não fazem mal a ninguém…

Contudo, se voce não quiser passar por esse constrangimento, siga o


conselho dos grandes oradores: colecione o dobro do material necessário para a
palestra e saiba o dobro do que pretende expôr; assim, voce terá um “reservatório” de
informações que, provavelmente, coincidirá com as perguntas que forem surgindo.
Outra questão importante é decidir se as perguntas deverão ficar para o final
da palestra ou se o orador permitirá que elas sejam feitas no decorrer da mesma. A
prática indica que, para um público reduzido (até 20 pessoas), o orador poderá
anunciar que aceitará perguntas no transcurso da palestra; acima desse número,
convém deixa-las para o final.
Em algumas ocasiões o orador poderá se defrontar, não com perguntas mas,
com interrupções e questionamentos atrevidos; nesses casos, convém responder com
educação e firmeza. Exemplo:
Durante uma palestra a respeito de OVNIs (objetos voadores não
identificados), certo palestrante foi bruscamente interrompido por um dos presentes,
com a seguinte afirmação:
“- Queira me desculpar, mas eu não acredito nem siquer em uma palavra de
sua explicação.”
O palestrante, sem se abalar, rapidamente respondeu:

“- Eu fui convidado para expôr a minha opinião… e não para ouvir a sua.”

Nas lojas maçônicas, além desses cuidados fundamentais acima expostos,


aquele que fala, nas “Palavras ao Bem da Ordem em Geral e do Quadro em
Particular”, deve atentar ao seguinte:
Quando o Venerável Mestre anuncia que a palavra, sôbre o ato, será
concedida…respeite a ordem. Se no momento nada lhe ocorrer para falar sôbre o ato,
cale-se.
Quando o Venerável Mestre concede a palavra aos obreiros e pede que,
devido ao adiantado da hora, sejam breves… seja breve, e todos lhe agradecerão.
Se voce estiver inscrito no Tempo de Estudos e for ler um trabalho escrito,
não ultrapasse os 7 ou 8 minutos.
Se for falar sem ler, não ultrapasse os 15 minutos.
Pesquisas provam que os ouvintes se cansam ( e não conseguem
acompanhar o raciocínio) muito mais rapidamente quando alguém lê do que quando
alguém fala sem ler.
O mesmo raciocínio vale para as palestras:
A palestra lida não deve ultrapassar 25 minutos.
A palestra falada não deve ultrapassar 1 hora.
A palestra ilustrada (lousa, retroprojetor ou data show) não deve ultrapassar
duas horas.

*MÓDULO 5 (CAPÍTULO XVI DO LIVRO) – Planejamento de um discurso*

Certa vez um Grão-Mestre da maçonaria, cujo nome não estou autorizado a


revelar, foi convidado por um Venerável-Mestre a comparecer à sua loja, que
realizaria uma sessão magna comemorativa de meio século de existência. Como o
convite foi feito pessoalmente, no momento em que o Grão-Mestre concordou em
comparecer, o Venerável-Mestre acrescentou:

-Poderíamos também pedir-lhe que, na ocasião, fizesse um discurso de


improviso?
-Mas claro que sim -respondeu o Grão-Mestre- desde que você me avise
com duas semanas de antecedência…e me dê o tema…eu o farei com todo o prazer.
O discurso de improviso, tal como todas as coisas improvisadas, pode até dar
certo, mas nunca terá o brilho daquele que foi planejado. Lembrem-se sempre do
show do mágico que “tira um coelho do interior de uma cartola” e jamais esqueçam
que, para retirar o coelho, ele teve que previamente coloca-lo: isto é o que chamamos
de planejamento.
Quando vemos um orador pronunciar um discurso lido, temos a certeza de
que foi planejado; quando o discurso é falado, sem o auxílio de ficha ou folha de
papel, imaginamos que seja de improviso. Puro engano…pois este é muito mais
planejado que o outro; nele, o orador se deu anteriormente ao trabalho de escrever,
decorar e…na hora, deixou a bela impressão de que improvisava.

Como se planeja um discurso?

Depende do tema, da ocasião, do motivo, do tempo que nos será concedido e


de inúmeros outros fatores. Exemplos:
Certa ocasião compareci a uma sessão de pompas fúnebres em uma loja
maçônica.
Para quem ainda não conhece esse belíssimo e significativo cerimonial,
acrescento que, ao final, o orador da loja tem o dever de ofício de discursar a respeito
da vida e obra do homenageado, ou seja, do irmão que partiu para o Oriente Eterno.
Normalmente, um orador de loja medíocre se limitaria a dizer o óbvio: que o
falecido foi um grande homem, uma pessoa de sentimentos puros e caráter nobre,
honesto, íntegro, bom pai, bom esposo…e assim
por diante.
Mas, neste dia isso não sucedeu; o orador da loja, excedendo à todas as
expectativas, esboçou um relato minucioso e preciso da vida do homenageado,
citando o seu local de nascimento, a escola onde estudou, os cursos que fez, o baile
onde encontrou pela primeira vez aquela que seria a sua futura esposa, a
maternidade onde nasceram seus filhos. Discorreu a respeito de seus gostos e
hobbys, de sua carreira profissional, dos locais onde gostava de passar suas férias…
Comoveu até as lágrimas a viúva e os filhos, ali presentes.
Comoveu a todos.

– Mas… – estará o leitor se perguntando – como ele conseguiu saber tudo


isso?
– Com muito planejamento e trabalho – responderemos.
Após a cerimônia, fui cumprimentar o irmão orador e, conversando, ele me
confidenciou que teve o trabalho de pesquisar dados a partir da ficha maçônica do
falecido (modelo 9, no Grande Oriente), depois foi entrevistar vizinhos, colegas de
trabalho, amigos de clube…e assim por diante.

Trabalho exaustivo e belo, digno de uma recompensa ou medalha.

2. Faz parte do bom planejamento incluir em palestras, ou até mesmo em


discursos, a narrativa de uma experiência pessoal; ao falar de algo que realmente nos
sucedeu, ganhamos interesse e credibilidade perante o público. Mas que seja um fato
real, não uma mentira ou invencionice; um fato do qual possa-se extrair uma lição de
vida, um exemplo a ser seguido.
3. Nunca inicie uma palestra ou um discurso com uma piada, pois corre-se o
risco de todos, ou quase todos a conhecerem e ninguém rir, deixando o orador em
uma situação desagradável e constrangedora. Os casos curiosos e hilariantes devem
ser estrategicamente colocados no meio da palestra, quando os ouvintes estiverem
começando a dar sinais de cansaço; além disso, nesta altura estarão mais
familiarizados com você e terão mais propensão a perdoar uma eventual piada sem
graça.
Adote como regra:
Quanto mais sério e complexo for o tema abordado, maior é a necessidade
de se intercalar em seu desenvolvimento uma pequena brincadeira, uma pitada de
humor ou um pequeno caso pessoal; mas, não exagere.
Charles Chaplin, o genial criador de Carlitos, que intercalava magistralmente
em seus filmes cenas de grande hilaridade e de intensa dramaticidade, costumava
dizer que “- é mais difícil dosar o humor do que os venenos e perfumes”.

*MÓDULO 6 (CAPÍTULO XV do livro)*

*COMO ADMINISTRAR O TEMPO DE SUA FALA*

Os grandes oradores sabem dar às suas palestras e discursos um ritmo


surpreendentemente harmonioso, administrando corretamente o tempo que lhes é
dado. Se você dispõe de TV a cabo, sintonize o canal do Congresso Nacional ou do
Ministério da Justiça e veja como políticos e juristas conseguem habilmente
administrar o tempo que lhes é concedido, pouco importando se este for de dois
minutos ou de duas horas.
Um bom orador aprende a dividir o precioso tempo de que dispõe, reduzindo
ou ampliando o seu discurso, conforme o caso, mantendo, porém, a coerência do
mesmo, isto é, fazendo com que ele tenha princípio, meio e fim.
Para utilizarmos adequadamente o tempo que nos é concedido, devemos nos
ater ao tema, sem perder o fio da meada nem desviar-nos do eixo principal de nossa
apresentação, finalizando-a no tempo previsto, antes que sobrevenha o tédio e o
cansaço naqueles que nos ouvem.
Uma boa palestra não pode ultrapassar noventa minutos; este é o tempo
máximo que a média dos ouvintes conseguem acompanhar com atenção. Caso a
palestra necessite de um tempo maior, deverá obrigatoriamente ser dividida em duas
partes, com intervalo de quinze a vinte minutos, nos quais será servido um lanche
(nunca servir bebidas alcoólicas; estas, poderão ser oferecidas mais tarde, no
encerramento do evento). Discursos de seis ou oito horas de duração, como eram os
de Fidel Castro, somente são plausíveis em governos ditatoriais, nos quais a
frequência e os aplausos estão previamente assegurados pela Espada e pelo
Canhão.
Para aqueles que estejam se iniciando na arte oratória, o método mais
eficiente para aprender a administrar corretamente o tempo consiste no emprego da
ampulheta ou clépsidra; elas existem em vários tamanhos e quanto maiores mais
demoram para se esgotar. É conveniente termos em casa tres ou quatro tipos desses
aparelhos, com diferentes tempos de esgotamento.

O treino consiste em:


a) Primeiramente, elaborar uma lista de vinte temas, tais como os
exemplificados abaixo:
Agradecendo à loja pela concessão de um diploma ou uma medalha.
Cumprimentando um irmão pelo seu casamento ou aniversário.
Proferindo uma reflexão, tal como se faz em muitas lojas, antes de adentrar
ao templo.
Propondo ao irmãos uma sessão magna de confraternização pelo aniversário
de fundação da loja.
Relatando a visita à uma loja de outra cidade ou de outro país.
b) A seguir, sorteie um desses temas.
c) Escolha, então, duas ampulhetas que tenham diferentes tempos de
esgotamento.
d) Acione a primeira e tente, durante o seu tempo de esvaziamento, transmitir
a sua mensagem, cuidando para que ela seja objetiva, concisa
e coerente.
e) Depois, acione a segunda e procure sintetizar a mesma mensagem caso o
tempo seja menor, ou amplia-la caso o tempo for maior.
Treine até conseguir adequar suas mensagens ao tempo exato que a
ampulheta lhe dá, sem que estas percam suas principais características, isto é,
princípio, meio e fim.
Quando c/onseguir realizar esta façanha, e somente então, voce poderá
então se considerar um
grande orador.
Outro exercício interessante e útil consiste em observar como os políticos
experientes, nos debates que antecedem às eleições, conseguem, nos dois ou três
minutos que lhe são concedidos, sintetizar um determinado tema (segurança pública,
por exemplo); tema que poderiam desenvolver durante horas, se estas lhes fossem
concedidas.

MÓDULO 7 (CAPÍTULO XVII do livro): A DIDÁTICA DO DISCURSO*

Por didática, neste curso deve-se entender, não a arte e a ciência de ensinar,
mas sim a de expôr corretamente as ideias, transformando-as em palavras fiéis ao
que se sabe e ao que se quer transmitir. Trata-se, em suma, de tornar o discurso
inteligível.
De nada adiantam belas palavras porém inseridas em um contexto
incoerente.
O bom orador é aquele que consegue descrever com exatidão um fato,
explicar bem uma teoria ou desenvolver com lógica um raciocínio; e para isso, é
necessário ter, mais do que conhecimentos, um vocabulário rico e extenso, que se
adquire com muita leitura (todo grande orador é, acima de tudo, um grande leitor), e
um certo interesse por definições, etmologia, sinônimos, antônimos e ideias afins,
conforme será demonstrado a seguir:

Definições:
Dar uma definição precisa, mesmo de objetos simples, tal como uma cadeira,
não é tão fácil como à primeira vista aparenta: um objeto para sentar-se, talvez seja o
que nos ocorra imediatamente; tal definição, porém, pode ser aplicada também a um
sofá, poltrona, banquinho, trono,etc.
Quando um orador pretende realmente se comunicar com seu público, passar
a ele uma imagem exata, deve saber escolher as palavras certas, precisas,
adequadas.
Habitue-se, portanto, a consultar os bons dicionários e a usar a palavra exata
no momento certo. Exemplo:
“O deismo e´o sistema ou atitude dos que, rejeitando toda espécie de
revelação divina, e portanto a autoridade de qualquer igreja, aceitam, todavia, a
existência de um Deus, destituido de atributos morais e intelectuais, e que poderá ou
não haver influído na criação do universo; a ele, contrapõe-se o teismo, a doutrina
que admite a existência de um Deus pessoal, causa do mundo.”
Obs: o texto acima foi elaborado a partir da fiel transcrição das definições de
deismo e teismo, contidas no Novo Dicionário Folha/Aurélio, edição 1995.

Etimologia:
É a parte da gramática que estuda a origem e a história das palavras.
Conhecimentos etimológicos conferem brilho às palestras e prestígio aos
palestrantes.Exemplo:
O termo cordial provém de cordis (em latim, coração).
As palavras ferir, ferida, ferina (lingua ferina), provém de fera.

Antônimos:
São as palavras ou locuções de significação oposta.
Largamente utilizadas em oratória, realçam o valor de determinadas palavras
e conceitos pela apresentação de seus opostos. Exemplos:
“Preserve, ao invés de adulterar.”
“Não tenho por ela afinidade, mas aversão.”
“O mar calmo, que pela tempestade se agita.”
“ O que a virtude uniu, que o homem não separe.”
Sinônimos:
Transmitem ao texto e, principalmente, à palavra falada, um tom vibrante que
reforça a ideia central. Exemplos:
“Ninguém se apiedou de sua desdita, de sua desventura, de seu infortúnio, de
sua desgraça.”
“Um sujeito espalhafatoso, estrondoso, barulhento…”
“Após a investigação, a exploração, o estudo, o exame, revelou-se a
verdade”.
“Ele era um fraudulento, um trapaceiro, um impostor”.

Ideias afins:
Considere as palavras início e ovo; entre ambas parece não haver nenhuma
relação de significado, contudo, a palavra ovo pode sugerir a ideia de embrião, germe,
origem, início. Diz-se que tais palavras, embora não sendo sinônimas, contém uma
área significativa comum, ou seja, que possuem ideias afins. Necessitando-se delas,
podemos encontrá-las nos chamados dicionários analógicos.
Exemplos:
Mover: percorrer, correr, mobilizar, agitar, deslocar, etc.
Beleza: graça, encanto, explendor, elegância, requinte, perfeição,etc.
Vingança: represália, desforra, revide, desagravo, retaliação, ajuste de
contas, etc.
Sofrimento: padecimento, pena, tormento, aborrecimento, desconsolo, fardo,
infortúnio, etc.

MÓDULO 8 (Capítulo XVIII do livro - A estrutura do discurso)

Os discursos, embora possam ter variadas formas e diferentes estilos,


possuem uma estrutura rígida, quase que invariável, que obedece a uma sequência,
isto é, devem obrigatoriamente ter princípio, meio e fim.
Essa estrutura baseia-se em princípios lógicos, cujo objetivo é proporcionar
uma “linha de raciocínio” a ser acompanhada pelos que ouvem. Para fins didáticos,
costuma-se dividir o discurso em várias partes ou segmentos:

1. Introdução
Também conhecida como prólogo ou exórdio, na qual se anuncia o assunto
ou tema a ser desenvolvido. Exemplo:
“Nesta noite memorável, estamos todos aqui reunidos para prestar uma
homenagem singela, porém verdadeira, a todos aqueles que contribuiram para o êxito
de nossa missão..”

2. Narração
É o principal segmento do discurso, sua parte mais importante, na qual se
aborda o assunto propriamente dito; a narração deve preencher a maior parte do
tempo do qual dispõe o orador. Exemplo:
“Como é do conhecimento de todos, nossa missão teve início nos primórdios
deste ano, que ora termina, quando um pequeno grupo de abnegados irmãos,
liderados pelo Venerável Mestre desta loja, sensibilizaram-se ante a penúria e o
estado de extrema pobreza em que vivem alguns moradores desta região,
resolvendo, então, arregaçar as mangas e buscar soluções que extinguissem, ou
minimizassem, tão aflitivos problemas. Inútil seria agora rememorar todas as
dificuldades que enfrentamos, pois são elas do conhecimento de todos os
presentes…”

3. Desvios
Ou digressões, são as considerações paralelas ao tema principal. Exemplo:
“Sabemos perfeitamente que, nesta região, não somos os únicos que
desenvolvem atividades em pról das comunidades carentes; outros, com o mesmo
sentimento e a mesma abnegação, também o fazem; alguns, mais e melhor que
nós… e neles fomos buscar, então, apoio e orientação…e a eles, hoje, queremos
externar nossos agradecimentos.”
4. Provas
É o trecho do discurso no qual o orador estabelece a verdade e reafirma suas
teses. Exemplo:
“Nosso trabalho, no decorrer destes meses, transcorreu sob a égide da
seriedade e da mais perfeita transparência, como o provam todos os documentos
fiscais e contábeis, disponíveis a quem queira
examiná-los.”

5. Refutação
Onde se rebatem os possíveis argumentos contrários. Exemplo:
“Alguns, entretanto, dirão que falhamos em certos pontos, que não atingimos
determinadas metas, que não cumprimos em sua totalidade tudo que havíamos
prometido fazer; e a estes eu direi: uma imprevista enchente, obra da natureza, que
destrói alimentos por nós arduamente acumulados, pode ser apontada como falha
nossa ?…”

6. Epílogo
Também denominado peroração, ou grand finale, é a parte final do discurso,
na qual o orador busca arrematar com chave de ouro as suas palavras. Exemplo:
“No apagar das luzes desta belíssima e significativa reunião, podemos afirmar
em alto e bom tom que cumprimos a nossa missão, que alimentamos muitas bocas
famintas, que abrigamos muitos deserdados da sorte, que realizamos o bom trabalho,
o trabalho voluntarioso e nobre de ajudar aos nossos semelhantes, de praticar
continuamente a beneficência… e… como declamou o poeta: quando alguém faz
beneficência na terra, Deus colhe flores no céu.”
Módulo 9 (CAPÍTULO XIX do livro): ESTILOS

Se, como foi visto no capítulo anterior, o discurso deve, obrigatoriamente,


apresentar uma estrutura rígida, linear, com princípio, meio e fim, o mesmo não
acontece com o estilo, que pode variar ad infinitum, adaptando-se aos diferentes
temas, motivos, gostos e públicos. O estilo é a “marca registrada” do orador, aquilo
que o identifica e distingue dos demais; depende de inúmeros fatores, tais como
imaginação, sensibilidade, memória, talento, simpatia e, principalmente, qualidade de
voz; quem a possui muito aguda, ou grave, ou monocórdica, deve, primeiramente,
procurar um bom fonoaudiólogo para corrigí-la e, somente após, se aventurar pelos
caminhos da arte de falar em público.
De um modo geral, pode-se classificar os discursos, quanto aos estilos, em:
solenes, pomposos, dramáticos, festivos, persuasivos, combativos, etc.
Há também um estilo especial de discurso conhecido, vulgarmente, como
sermão, muito utilizado e apreciado nos cerimoniais das Igrejas e congregações
religiosas, no qual o orador, que geralmente é o sacerdote ou oficiante, procura
transmitir aos seus seguidores noções e conceitos de espiritualidade e moralidade;
tecnicamente designado como prédica ou pregação, seu estudo é o objeto da
paranética e se você, querido leitor, desconhecer esse termo, ou qualquer outro
mencionado nesta obra, deve habituar-se a procurar os significados em um dicionário
pois, quem aspira a ser um bom orador necessita consultá-lo frequentemente, seja
para elucidar dúvidas ortográficas, esclarecer sinonímias ou ampliar o vocabulário.

Quanto à qualidade, o estilo pode ser simples, elevado e sublime.


• Simples – é assim chamado quando empregamos a linguagem cotidiana, do
dia a dia, sem rebuscamento ou impostação, visando apenas a transmissão clara e
precisa de informações, conhecimentos e experiências. Desaconselhável para
discursos, é, no entanto, o estilo mais apropriado para professores e palestrantes.
Exemplo: “Pitágoras, quando explicava aos recém-iniciados o significado e o
valor dos números, detinha-se longamente no dois, ensinando que ele representava a
dualidade, o contraste entre os opostos e a polaridade que gera a existência dos
elementos contrários, demonstrando que a vida imita este número e que, nela, cada
vez que surge algum bem, imediatamente manifesta-se o seu oposto, que é o mal;
assim, sempre que surge um movimento filosófico ou espiritual, um outro movimento,
contrário, vem fazer-lhe oposição. Com o passar das épocas, a própria história se
encarregou de confirmar essa lição: a cruz cristã e a espada romana, a heresia
albigense e as cruzadas, a maçonaria e o jesuitismo são apenas alguns exemplos;
aos pitagóricos, porém, não foram necessários séculos ou milênios para
comprovarem-se tais lições.Hipasus, um discípulo que chegou rapidamente a mestre,
destacando-se pela cultura e erudição, mas não por outras virtudes, agindo nas
sombras, elogiava o divino mestre quando em sua presença, criticando-o em sua
ausência. O alvo principal de suas críticas eram os, assim chamados, números
irracionais.

…E o que seriam eles? ”.


(Texto extraído do livro de minha autoria “Pitágoras – Ciência e Magia na
Antiga Grécia”- Madras Ed.)

• Solene – muito utilizado em discursos, quando se pretende dar um brilho


maior à fala. Largamente utilizado nas sessões maçônicas, é também o estilo
empregado nos diálogos ritualísticos e – deveria ser – nos debates e deliberações de
qualquer loja maçônica.
Exemplo: “Nos albores do século vinte, quando São Paulo, libertando-se dos
grilhões da monocultura do café, dava seu grande salto em direção ao progresso e à
modernidade, assumindo as rédeas da liderança de nossa Nação, quando os
brasileiros, aqui residentes, abriam seus portos – e suas portas – para o mundo,
inicia-se a saga e a epopéia de nossos imigrantes, vindos de todas as partes do
mundo e irmanando-se na grande Babel paulistana…
Levas inteiras de famílias que aqui chegavam, atraídas pelo que este país,
ainda jovem, de melhor tinha a oferecer: oportunidades de trabalho, paz, estabilidade
política, justiça social…
A História é mestra da vida… e o passado, uma importante lição…
Os caminhos da imigração – tão desiguais – cruzam-se, encontram-se e
desembocam no admirável mundo novo que é este país tropical… terra abençoada
por Deus e bonita por natureza… terra onde os sonhos tornam-se realidade, onde a
paz e a esperança existem, onde as realizações acontecem…
Todos nós, imigrantes ou seus descendentes, viemos de outros tempos e de
outros climas para aqui fincarmos nossas raízes, para aqui educarmos nossos filhos e
netos.
Meu coração de origem estrangeira é hoje verde e amarelo… e brinda este
país que nos acolheu como filhos, que nos uniu como irmãos, que nos amou como
ninguém”.
(Peça de Arquitetura de minha autoria, extraída do “O Livro do Orador”.
Madras Ed.)

• Pomposo – Exige o emprego de expressões enérgicas e nobres, plenas de


harmonia e brilho. Reservado para ocasiões especialíssimas, na maçonaria é, ou
deveria ser, utilizado em grandes ocasiões, tais como sagração de templos, fundação
de lojas, visita de autoridades, pompas fúnebres, etc.
Exemplo: “Aqueles que sabem das coisas ocultas ensinam-nos que os rituais
e cerimoniais maçônicos têm o sortilégio de nos colocar em contato com as forças
supremas do universo, representadas, em nosso estranho linguajar, pelo Grande
Arquiteto do Universo, excelsa representação da Divindade.
Todos os rituais maçônicos foram inspirados – e derivam – de um único ritual
supremo: o Ritual da Grande Loja Eterna, da qual procedem todas as coisas e todos
os seres e para a qual, um dia, tudo retornará. Lá, na Grande Loja da Eternidade,
universal e perene morada do Grande Arquiteto do Universo e da Grande
Fraternidade de seres espirituais que O circundam, o excelso ritual da Criação e da
Manutenção do Universo jorra as suas energias, o poder do fogo criador que mantém
e sustenta o Universo.
Mantém e sustenta…
Pois o Universo não foi apenas criado, mas é mantido pelo poder do Grande
Geômetra e de suas hostes.
O mundo existe…porque Deus pensa nele!
É unicamente por meio do Ritual que nós, homens livres e de bons costumes,
temos a oportunidade – e o privilégio – de participar da obra divina da Criação.
Para isso… e por isso… somos os Artífices da Arte Real, os Construtores do
Templo, os Edificadores Sociais…
E temos consciência – e nossos rituais afirmam – de que o Templo é um
Universo, que o Universo é um Templo.
Aqueles que entendem das coisas ocultas… sabem e afirmam: que a missão
da maçonaria é sagrada, que o seu objetivo é disseminar ideias e fomentar ideais,
proclamar independências, abolir escravidões, erguer e derrubar impérios…
Enfim… modificar o mundo.” ( Texto discursivo extraído de meu livro “A
Doutrina Maçônica”. Madras Ed.)
Um orador experiente sabe intercalar, no mesmo discurso, estes três
diferentes estilos; normalmente, inicia-se o texto discursivo com um estilo simples,
passa-se ao elevado, intercala-se ambos e, finalmente, conclui-se com o estilo
sublime.
É importante salientar, que quando se tratar de palestras, o orador deverá,
diferentemente dos discursos, manter-se no estilo simples, lançando mão do elevado
e sublime somente ao final – grand finale – nas conclusões que antecedem os
aplausos (aplausos que podem irromper, ou não, dependendo de seu talento e
empenho).

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