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EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO

Índice 02
Editorial 03
O Mestre de Cerimônias 04
A Importância da Mulher Para a Maçonaria 11
Como Reconhecer um Maçom? 14
Os Grandes Filósofos - Anaxágoras 16
A Ética como Linguagem Maçônica 17
A Liturgia Adonhiramita 20
Breve História da Scripta et Veritas 26
Palestra – Uma Visão Mística dos Jogos Olímpicos 28
Arquivo – Primeiro Balaústre 34
Galeria dos Veneráveis Mestres 37
Calendário de Atividades 2° Trimestre de 2016 EV 40
Administração do Biênio 2015-2017 41
Evento – Sessão Magna em Comemoração ao Aniversário da Loja 43
Junte-se a Nós! 44
Créditos 45

REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO I – NÚMERO 11 – SETEMBRO DE 2016 2


EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO

Amados Irmãos e Amigos,

Chegamos ao exemplar número 11 de nossa revista


digital UM QUARTO DE HORA, referente a setembro de 2016.
Há exatamente 51 anos, no dia 10 de setembro de 1965, um
grupo de abnegados Maçons se reuniu com o objetivo de fundar uma
Loja. É claro que naquela ocasião seu pensamento era que nossa Oficina
prosperasse e permanecesse em atividade durante muitos anos. Adotaram o
título de SCRIPTA ET VERITAS, escrita e verdade em latim, ou numa versão
mais livre “escrita verdadeira”. Estava lançada nossa sina: nos tornarmos escribas.
É claro que a pretensão inicial era a de que os Mestres de nossa Augusta Oficina se
especializassem na nobre tarefa de gravar Balaústres.
No entanto, inspirados pelo GADU, e agraciados com os avanços da era da
informática que possibilitam a transmissão quase instantânea de ideias através da internet, um
grupo de AAm IIrm do atual quadro de Obreiros teve a ousadia de lançar uma revista digital
com periodicidade mensal, onde pudessem mais do que externar suas opiniões pessoais sobre temas
de nossa Doutrina relacionados ao Grau de Aprendiz, estreitar os laços de amizade que nos unem em
toda superfície do planeta e difundir o Rito Adonhiramita, não apenas a bem do quadro em particular,
mas da Ordem em geral.
Assim, nós atuais Obreiros da Augusta e Respeitável Loja Simbólica SCRIPTA ET VERITAS,
N° 1.641, Grande Benfeitora da Ordem, dividimos com todos os AAm IIrm o regozijo de completar
mais um ano de atividades ininterruptas, que comemoramos com a publicação desta edição especial da
revista UM QUARTO DE HORA, um pouco mais “robusta” que o usual, e com “traje de gala”.
Agradecemos sinceramente, e do fundo de nossos corações, aos AAm IIrm que fundaram
nossa Oficina; a todos os AAm IIrm que fizeram ou fazem parte de nossa Loja, incluindo aqueles
que já se encontram no Oriente Eterno; a todos os colaboradores da revista; aos AAm IIrm que tem
nos visitado e auxiliado em nossos Trabalhos ao longo de todos estes anos, e ao GADU, a quem
reconhecemos ser devida toda esta Graça. Que Ele continue a nos guiar e iluminar!
Registro uma vez mais, e por oportuno, que os textos aqui publicados não refletem a posição
oficial do Grande Oriente do Brasil ou do Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita sobre os temas
abordados, tratando-se única e exclusivamente das opiniões individuais de seus autores.
Por fim, que venham mais aniversários e mais exemplares desta revista, que o GADU
continue a proteger nossos Trabalhos e dirigi-los cada vez mais à Perfeição, a fim de que possamos
prosseguir com nossa sagrada tarefa de manter viva a ancestral Doutrina Maçônica. Que Assim seja!

SERGIO EMILIÃO
Editor

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O MESTRE DE CERIMÔNIAS

Em se tratando do Rito Adonhiramita não existe Cargo que mais chame


a atenção do que o Mestre de Cerimônias. A atuação deste Oficial em nossas
Sessões causa verdadeiro fascínio pela complexidade das funções e beleza
litúrgica tanto em Irmãos praticantes de outros Ritos quanto Adonhiramitas.
Com frequência se dá o desejo nos Aprendizes de nosso Rito em ocupar o Cargo
assim que se tornarem Mestres Maçons. Isso tudo torna o Cargo de Mestre de
Cerimônias admirado e cobiçado, mas, sobretudo, trata-se de uma função de
enorme responsabilidade em nossas Sessões. Do desempenho do Mestre de
Cerimônias dependem diretamente o êxito e a Harmonia dos Trabalhos, e se
isso não é suficiente para garantir o status de função mais importante da Loja,
com certeza o torna imprescindível para a realização de qualquer Sessão. O
Mestre de Cerimônias é um dos sete Cargos obrigatórios segundo o
Regulamento Geral da Federação – RGF, necessários para possibilitar a
Abertura de uma Sessão, os outros seis são respectivamente: o Venerável
Mestre; os dois Vigilantes; o Secretário; o Orador, e o Cobridor Interno, e as
razões disso são por demais óbvias.

Quando não há em Loja Obreiros suficientes para ocupar todos os Cargos o Mestre de
Cerimônias se desdobra em outras funções, como por exemplo: Hospitaleiro; 2° Experto, e
também formando sozinho o Pálio para Abertura e Fechamento do Livro da Lei, o que requer
que o Irmão que ocupa o Cargo seja bom conhecedor de todo o Ritual, e não apenas das funções
a ele inerentes.
O Mestre Cerimônias é o encarregado de organizar a Loja assim que ela é montada
fisicamente pelo Irmão Arquiteto, cabendo ainda verificar se todos os instrumentos ritualísticos
e litúrgicos estão em conformidade e prontos para utilização. Sua atuação começa, portanto,
bem antes dos Trabalhos serem iniciados, por isso é adequado que o ocupante deste importante
Cargo se apresente para os Trabalhos com bastante antecedência do horário previsto para seu
início. É ele quem define a ocupação dos Cargos quando o Oficial designado não se encontra
presente, e também pela distribuição dos Mestres nas Colunas para equilibrá-las,
metafisicamente falando.

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Aliás, a pontualidade quanto ao horário prestam auxílio no que diz respeito à transmissão
previsto para o início das Sessões é algo que deve da Doutrina e na administração da Oficina, é o
ser objeto da preocupação do Mestre de Mestre de Cerimônias que conduz a ritualística
Cerimônias e observado por todos os Irmãos do das Sessões e distribui as energias mais sutis no
Quadro de Obreiros de uma Oficina. Quanto ao interior do Templo.
aspecto material esse hábito, ele garante a Diferentemente dos demais Cargos de
disciplina e promove nos Maçons de forma sutil e uma Loja Maçônica moderna o Mestre de
quase subliminar, a necessidade e obrigatoriedade Cerimônias não tem sua origem ligada nem às
do cumprimento de regras. No que tange ao Ordens Militares de Cavalaria, nem às guildas
aspecto místico, ao repetirmos rigorosamente o medievais de pedreiros. Sua inspiração vem do
horário de início das Sessões, ou seja, de forma Parlamento britânico, que por sua vez absorveu as
ritual, estamos também organizando a Egrégora funções das cortes palacianas, com origem
da Loja para que se prepare regularmente no aproximada entre os séculos XV e XVI, muito
Plano Astral para receber nossos influxos embora estas funções possam ser comparadas
energéticos dentro de intervalos iguais, o que como uma evolução daquelas exercidas pelos
tende a gerar um ritmo e uma frequência arautos da antiguidade. Tanto no Parlamento
favoráveis. Há quem questione a veracidade, a quanto nas cortes o mestre de cerimônias era o
realidade e os benefícios desta prática, mas encarregado de conduzir e anunciar a presença de
proponho neste sentido que os Amados Irmãos autoridades no recinto, sendo também
observem que a mesma prática quanto ao responsável pela organização e realização dos
estabelecimento de um horário rígido para banquetes e festins, numa espécie de extensão e
realização de cultos e reuniões é comum a todas desdobramento dos anfitriões, função que até
as demais Escolas Iniciáticas e também às nossos dias ainda existe na sociedade profana
religiões. Será por acaso? Claro que não, e de estendida a recepções, eventos, cerimônias de
qualquer forma, acreditando ou não, todos se casamento, congressos e seminários.
beneficiam desta energia, mais ou menos como no Recentemente a expressão sintetizada para “MC”
caso da Lei da Gravidade que apesar de invisível, passou a ser utilizada para designar os sonoplastas
e independente de nosso conhecimento dela, nos (disc jockeys) e vocalistas de determinados estilos
mantem junto ao chão. O Universo é regido por de bailes musicais, mas neste caso evidentemente
intervalos cíclicos em todas as instâncias da sua não se trata das mesmas funções. Se fizermos uma
manifestação para garantir a Harmonia Cósmica. analogia com os programas de televisão o Mestre
Vemos isso no movimento do Sol e dos astros de Cerimônias seria o apresentador.
celestes, na nossa respiração, e no batimento de No final das contas o Mestre de
nossos corações. Ciclos e frequências são Cerimônias na Maçonaria exerce funções
imprescindíveis à Ordem Cósmica, tudo no parecidas com as desempenhadas nas cortes
Universo é resultado de frequências vibratórias, medievais. Nos primórdios da Maçonaria
todo místico sabe disso, e todos nós Maçons Especulativa o Cargo foi denominado pelos
deveríamos saber também. ritualistas ingleses de Marshal e também de
O Cargo não é eletivo, seu ocupante é Conductor, além da forma usual de Master of
designado diretamente por ato do Venerável Ceremonies, originando na França em
Mestre, e o Mestre escolhido além de ser bom correspondência o Maitre des Céremonies. Este é
conhecedor do Rito, deve possuir estreita ligação um dos poucos casos em que a tradução dos
no sentido místico com o Venerável Mestre, pois termos originais não causou qualquer prejuízo a
se os dois Vigilantes e os demais Oficiais da Loja

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seu entendimento em nosso idioma, ou qualquer cristãos, hebreus, e por praticamente todas as
tipo de transtorno a nossos Rituais. religiões e correntes filosóficas existentes,
Porém, os ritualistas que desenvolveram incluindo a Maçonaria, basta observarmos, por
os Rituais Adonhiramitas incorporaram ao Cargo exemplo, que a igreja Católica e os templos
uma considerável dose de misticismo, buscando Budistas mantém velas ou círios acesos
inspiração principalmente nos lendários Magos constantemente, e nós Maçons Adonhiramitas, a
Persas, por isso em nosso Rito o Mestre de revigoramos com o Templo vazio antes do início
Cerimônias também é chamado de “Mago do dos Trabalhos, longe das vistas dos demais
Templo”. Além de executar todas as tarefas de Obreiros, exatamente para simbolizar que Ela, a
organização ritualística durante as Sessões, ao Chama Divina, emanada do Grande Arquiteto do
executar os procedimentos litúrgicos faz circular Universo, sempre está acesa, por isso é importante
energias sutis no Templo, recolhendo-as e que ao ingressar no Templo os Obreiros
distribuindo-as aos Obreiros através da imantação vislumbrem essa Chama acesa.
de sua Espada. Estas etapas litúrgicas e Este procedimento de revigoramento da
ritualísticas são várias, por isso, aliás é chamado Chama Sagrada se fez necessário em nossa
de Mestre de Cerimônias, e não de Cerimônia no Ordem notadamente por questões de segurança,
singular. Nenhum Obreiro pode se movimentar pois ao contrário das igrejas, templos, sinagogas,
em Loja sem que esteja sendo guiado pelo Mestre etc., não existe alguém encarregado de vigiar
de Cerimônias, e da mesma forma nenhum outro durante 24 horas ininterruptas a integridade das
Maçom pode transportar qualquer instrumento velas, possibilitando o risco de incêndios.
litúrgico ou ritualístico, à exceção das Espadas Após o cumprimento desta etapa os
dos Mestres, que não seja o Mestre de Mestres Maçons presentes no interior do Templo,
Cerimônias. Cabe ao Mestre de Cerimônias no que traziam suas Espadas embainhadas, passam a
Rito Adonhiramita executar as seguintes etapas transportá-las à Ordem, e executar a circulação de
durante as Sessões: modo ritualístico. Simbolicamente a partir deste
Revigoramento da Chama Sagrada momento o espaço físico que proporciona a
Antes do início dos Trabalhos, com a Loja reunião dos Obreiros se transforma em Templo.
fechada e sem qualquer Obreiro no interior do Formação da Procissão para Ingresso no
Templo à exceção do Irmão Cobridor Interno, o Templo
Mestre de Cerimônias acompanhado dos Irmãos É neste momento, no Átrio, antes do início
Arquiteto e 2° Experto, ou outros dois Mestres dos Trabalhos, que começa a ser formada a
Maçons à sua escolha na hipótese de não haver Egrégora da Loja. Cabe pois ao Mestre de
número suficiente de Obreiros para ocupar estes Cerimônias auxiliar os Obreiros a se despirem de
Cargos, procede ao Revigoramento da Chama suas preocupações do mundo profano,
Sagrada, cujo procedimento consta de nossos descontaminando suas Auras das energias
Rituais. Esta etapa tem clara inspiração no inservíveis através da concentração e focalização
Mazdeísmo ou Zoroastrismo, antiga religião na Sessão que está prestes a se iniciar. Cabe a ele
persa da qual não apenas se originaram os também organizar a ordem de entrada no Templo
princípios da dualidade presentes em todas as para que tudo ocorra de forma ritmada e
correntes filosóficas conhecidas (luz e trevas, harmônica, ordo ab chaos. Os Obreiros só podem
masculino e feminino, bem e mal, positivo e entrar no Templo após sua chamada, e ele deve
negativo, etc.), como também o simbolismo da seguir o Venerável Mestre (último a entrar) até o
Manifestação Divina se dar através da Luz. Este Trono de Salomão, posicionando-se em seu lugar
mesmo conceito foi absorvido e praticado de ofício após ele ter ocupado seu lugar em Loja.
posteriormente pelos egípcios, gregos, romanos,

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A partir daí, sempre comandado pelo Joia, que no caso do Rito Adonhiramita é
Venerável Mestre, o Mestre de Cerimônias passa exatamente um Triângulo Vazado.
a atuar de maneira intensa, contínua e incessante. Ao executar esta etapa, aliás como todo
Cerimônia da Incensação movimento que executa em Loja, o Mestre de
O Mestre de Cerimônias toma posse do Cerimônias circula no Templo representando o
turíbulo, previamente preparado pelo Arquiteto, símbolo do infinito (lemniscata de bernoulli), o
para em seguida proceder à Incensação do “oito deitado”, que é exatamente o percurso que o
Templo, no intuito de purificar o ambiente de Sol faz no firmamento no período de 12 meses
energias de baixa vibração e torna-lo mais (um ciclo completo), num traçado bem conhecido
agradável ao sentido dos Obreiros, o que também dos místicos do passado e ratificado pelos
os auxilia na concentração. Esta é uma das etapas cientistas do presente que o batizaram de
do Ritual em que o Mestre de Cerimônias troca de Analema.
funções em determinado momento, precisamente Durante sua circulação em Loja, que
com o Cobridor Interno. Na ocasião da sempre é feita da mesma maneira
Incensação do Átrio, do lado externo do Templo, independentemente da etapa litúrgica que esteja
o Cobridor é o único Mestre Maçom habilitado, desempenhando, o Mestre de Cerimônias atua
pelas funções que exerce, a “sair” do espaço- simultaneamente como receptor e transmissor das
tempo das Lojas, alternando os Planos de Malkut energias que são captadas pela sua Espada.
e novamente regressar. A partir desta “limpeza” Assim, ele as recebe das Colunas e do Oriente,
da parte externa do Templo os Obreiros podem independentemente da sua qualidade, e faz a
sair dele quando necessário e depois retornarem “troca” com o Irmão Cobridor toda vez que se
sem a necessidade de outra purificação, o que coloca “entre Colunas”. Nesse momento as
também se aplica aos Maçons retardatários que energias inservíveis são captadas pela Espada do
aguardam autorização no Átrio para participar dos Cobridor Interno que as “aterra” (por isso no Rito
Trabalhos já iniciados. Adonhiramita ele mantem sempre sua Espada em
Cerimonial do Fogo posição vertical apoiada diretamente no solo), e as
O Cerimonial do Fogo contém o mesmo construtivas são renovadas neste vórtice
conceito e simbolismo do Revigoramento da energético localizado entre as duas Colunas.
Chama Sagrada, tanto que o Mestre de Observe que o Mestre de Cerimônias não
Cerimônias ao entregar o acendedor ao Venerável beneficia ou trata as energias e vibrações que
Mestre e Vigilantes afirma: “eu vos trago a recolhe em sua circulação, tarefa que na verdade
Chama Sagrada”. Só que neste momento a é executada automaticamente pela Egrégora da
Chama Sagrada emanada do Grande Arquiteto do Loja nos três vórtices energéticos existentes no
Universo se desdobra nas três manifestações Templo: entre Colunas; no limite do Ocidente
materiais de sua Luz: Sabedoria; Força e Beleza para o Oriente, e no Pavimento Mosaico. O
(nesta ordem). E os Obreiros presentes no Templo Mestre de Cerimônias é apenas seu condutor, ou
testemunham, portanto, este fenômeno chamado veículo de transporte. Por estas razões é
pelos místicos de Lei do Triângulo, que representa recomendável que o Mestre de Cerimônias circule
todo o processo de criação física, ou sempre com sua Espada em Loja, mesmo nos
materialização do Universo: a Origem, a casos em que transporta outros objetos, ocasião na
Emanação e a Manifestação. Os Três Pontos. qual deve trazê-la embainhada, voltando à Ordem
Os ritualistas que elaboraram os Rituais tão logo tenha as mãos livres novamente.
Adonhiramitas captaram bem esta função de Notem também que o Mestre de
catalisador da Manifestação Divina executada Cerimônias não representa o Sol, mas segue seu
pelo Mestre de Cerimônias e a sintetizaram na sua caminho, simbolizando a irradiação da Luz aos

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quatro cantos do Universo. Neste sentido o Mestre suficientes para formar o Pálio completo, o
de Cerimônias Adonhiramita pode ser comparado Mestre de Cerimônias deve fazê-lo sozinho.
ao deus Hermes (mensageiro dos deuses) dos Reparem que o Pálio protege apenas três
gregos e chamado de Mercúrio pelos romanos, ou flancos: Norte, Sul e Oeste, ou seja, o Ocidente, e
ainda com o deus Toth (Hermes Trimegistus) dos jamais o Oriente (Leste), e isto ocorre porque a
egípcios, pois tem a concessão de transportar proteção é necessária apenas em relação às
simbolicamente a Manifestação Divina nos Três energias e vibrações da matéria, pois a Emanação,
Planos da Existência. Nos termos da Tradição ou Luz, pura e imaterial do Grande Arquiteto do
Judaico-Cristã ele simboliza os sacerdotes levitas Universo simbolicamente tem sua origem
que mantinham aceso o fogo e o incenso exatamente ali, no Oriente, sobre o Dossel do
queimando no Altar dos Perfumes do Tabernáculo Altar da Sabedoria, e é Ela que estamos nos
do Deserto e depois, da mesma forma, no Templo preparando neste momento para receber.
de Jerusalém erguido por Salomão. É por essa razão, do sentido da emanação
Após revigorar a Luz nos três altares o de energias, que o Mestre de Cerimônias na
Mestre de Cerimônias deve discretamente apagar formação da abóbada de aço do Pálio mantem sua
o acendedor ainda no Ocidente, e nunca Espada embaixo das dos outros dois Mestres,
transportá-la para o Oriente, pois a Luz do Grande levantando-a rapidamente logo após o Orador
Arquiteto do Universo jamais retorna ao estado colocar o Esquadro e o Compasso abertos no Grau
uno abruptamente, isso significaria a extinção da dos Trabalhos, simbolizando que a Emanação do
Criação. Ela só retorna à sua Origem após o Grande Arquiteto do Universo saiu do Livro da
adormecimento em cada uma de suas três Lei e alcançou o interior do Templo. Portanto é
Emanações, simbolizando o sétimo dia de somente após esta etapa que a Loja está aberta,
trabalho do Criador narrado no Livro do Genesis, ocasião na qual o Mestre de Cerimônias torna
e no qual Ele descansou, razão pela qual nossos visível o Painel do Grau.
Trabalhos se encerram logo após. Circulação do Saco de Propostas e
O Mestre de Cerimônias deve permanecer Informações
atento durante as Sessões à queima das velas para A circulação do Saco de Propostas e
que possa fazer a substituição destas em virtude Informações é o momento em que a Egrégora da
do seu consumo caso isso se torne necessário. Loja recebe as súplicas e agradecimentos dos
Formação do Pálio para Abertura do Livro Obreiros, e também as comunicações dirigidas ao
da Lei Venerável Mestre e à Oficina. É o Mestre de
Cabe também ao Mestre de Cerimônias Cerimônias quem executa a coleta, devendo
organizar a formação do Pálio para a Abertura do manter postura solene e concentrada pois
Livro da Lei, que no Grau de Aprendiz Maçom é diferentemente do que muitos pensam não são
composto além dele mesmo por um Mestre de apenas objetos materiais que recebe e transporta,
cada Coluna para que as energias dos dois mas também as energias e vibrações dos Obreiros
hemisférios possam se unir no Oriente, presentes. Este é outro momento em que o Mestre
simbolicamente protegendo o Orador e o próprio de Cerimônias troca momentaneamente de função
Livro da Lei das energias impróprias em com o Cobridor Interno, exatamente para que ele
circulação no Templo, de modo a preservar pura também possa depositar suas vibrações ou
a Emanação do Verbo representada pela Bíblia, de comunicações no Saco de Propostas e
onde simbolicamente se dará a expansão da Informações.
matéria, tornando possível ao Venerável Mestre Formação de Guardas de Honra
abrir os Trabalhos. Se não houver Mestres Nas Sessões Magnas há a necessidade de
formação de Guardas de Honra, por vezes

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munidas de Estrelas, outras vezes munidas de Se o Universo representado


Espadas, e ainda de ambas, para acompanhar o simbolicamente pelo Templo Maçônico, o
Ingresso e saída do Pavilhão Nacional; o Ingresso Microcosmo, se organizou no início dos
de Autoridades, e a Saudação ao Pavilhão Trabalhos, é necessário que permaneça assim
Nacional. É o Mestre de Cerimônias quem ordenado após seu encerramento, simbolizando
seleciona os Mestres para compor estas Guardas, que os Trabalhos executados pelos Obreiros
devendo ser conhecedor de todos os detalhes foram úteis e profícuos, e para que isto ocorra com
previstos no Ritual e inerentes a cada caso, como Harmonia e Ritmo o Mestre de Cerimônias
o número de Mestres, posicionamento e novamente organiza a saída dos Maçons, não mais
procedimentos a serem adotados em cada situação em Procissão, mas ordenada e individualmente na
específica, de modo a não haver embargos em sua ordem inversa do seu ingresso, sendo o Venerável
execução. Mestre o primeiro a deixar o Templo. Nesta
Formação do Pálio para Fechamento do Livro ocasião o Mestre de Cerimônias não se ausenta do
da Lei Templo, assim como os Mestres que procederam
Da mesma forma que ocorre no momento com ele o Revigoramento da Chama Sagrada e o
da Abertura do Livro da Lei, o Mestre de Cobridor Interno, acompanhando, no entanto o
Cerimônias novamente forma o Pálio com os último Aprendiz a sair, e certificando que o
mesmos Mestres da formação anterior, e se o fez Cobridor Interno fechou a porta do Templo.
sozinho o faz outra vez, desta feita transportando Enquanto a Chama Sagrada estiver acesa o
para o Oriente as energias e vibrações originadas procedimento é ritualístico, ou seja, os Mestres
dos Trabalhos para que o Orador, portam suas Espadas à Ordem embainhando-as
simbolicamente, as devolva à Origem fechando o em frente ao Altar dos Juramentos e fazendo a
Livro da Lei. É por essa razão, do retorno à circulação de praxe, inclusive por trás do
Origem, que durante a formação da abóbada de Retábulo em conformidade com suas posições.
aço para Fechamento do Livro da Lei o Mestre de Além destas funções de ofício, o Mestre de
Cerimônias posiciona sua Espada sobre a dos Cerimônias ainda presta auxílio a outros Oficiais
outros dois Mestres, ou seja, no caminho inverso durante as Sessões, como por exemplo levar o
do praticado na Abertura do Livro da Lei, como Livro de Presenças aos Irmãos que não o
se estivesse as direcionando para seu interior, assinaram antes do início dos Trabalhos; enviar as
muito embora o sentido de retirada da Espada seja identificações Maçônicas dos Irmãos Visitantes
sempre ascensional. Somente após a conclusão para exame do Orador; colher as assinaturas nos
desta etapa a Loja pode ser fechada, ocasião na Balaústres após sua aprovação pela assembleia, e
qual o Mestre de Cerimônias oculta novamente o executar outras funções determinadas pelo
Painel do Grau. Venerável Mestre, e eventualmente pelos
Adormecimento da Chama Sagrada Vigilantes, sem contar com o acompanhamento
Toda expansão do Universo, incluindo a do candidato nas Sessões Magnas de Iniciação,
evolução da raça humana, se dirige para o retorno Elevação, Exaltação e nas Sessões Magnas de
à Origem. E neste sentido, após o fechamento da Instalação e Posse. Há ainda outras funções, todas
Loja, o Mestre de Cerimônias recolhe a Luz, determinadas em Ritual específico, que devem ser
desdobrada em Beleza, Força e Sabedoria desempenhadas pelo Mestre de Cerimônias em
(exatamente nesta ordem), para devolvê-la logo situações especiais como Sagração de Templos,
após a saída dos Obreiros à Chama Sagrada da de Estandartes, e Pompas Fúnebres, o que faz do
qual se originou, tornando-se una novamente. Cargo de Mestre de Cerimônias uma função das
Organização da Saída do Templo mais complexas e desgastantes.

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Como podemos ver, em franco contraste energético das Sessões, e por esta razão, toda vez
com o glamour e a beleza inerentes ao Cargo, a que rompe sua marcha roga ao Grande Arquiteto
responsabilidade do Mestre de Cerimônias é do Universo em silêncio: Harmonia.
enorme. Dele depende diretamente o equilíbrio

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A IMPORTÂNCIA DA
MULHER PARA A
MAÇONARIA

Criou Deus o sol, o mar, os vegetais, os astros, os animais e o homem.


Durante seis longos dias Deus criou o mundo e no sétimo descansou;
descansou e viu que sua obra não estava completa, e sem nenhuma pressa ou
cansaço criou a mulher e a chamou EVA - fonte de vida em hebraico - e foi
exatamente a mulher que fez a primeira revolução no mundo, assumindo a
responsabilidade de parir, de multiplicar, de ser como Deus. Desde então tem
sido responsável por inúmeras mudanças no rumo da humanidade. Novos
rumos a História escreveu com a determinação de AGAR, a serenidade de
SARA, a argúcia de REBECA, o amor de RAQUEL, a abdicação da mãe de
Moisés, a perspicácia de ESTER, a esperança de PENÉLOPE, a angústia de
JOANA D’ARC e a permanente luta de milhares de mulheres que
modificaram o mundo.
É possível que essas mulheres não tenham se dado conta do papel que
exerceram, todavia não fugiram ao destino de mulher, de participar com o
homem na transformação da sociedade. A consciência deste papel tem se
concretizado através dos anos, no dia-a-dia, sempre com muita luta, garra e
coragem.

O mundo dedica a data de 8 de março ao DIA INTERNACIONAL DA MULHER, marcante dia


do inolvidável crime ocorrido em um fábrica de Nova Iorque onde, em 1857, 129 mulheres foram
queimadas vivas por reivindicarem melhores condições de trabalho e a redução da exaustiva jornada
que lhes era imposta. O sacrifício daquelas mulheres não foi em vão.
Das poucas coisas que sabia sobre a Maçonaria, antes de ser reconhecido como Maçom, era que
mulher não podia ser admitida na Ordem, por isso me surpreendi quando no dia de minha iniciação,
entre as peças dos meus paramentos estava uma luva feminina. “Dê estas luvas a mulher mais
importante de sua vida”, disse o Irm que representou meu padrinho. Pelo que pude inferir, a
Maçonaria tem a mulher na mais alta conta, pois a mulher também não fugiu ao seu destino, de
contribuir, de forma decisiva, para a universalidade da Maçonaria.

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Mais uma grata surpresa de tantas que Apresentou-se, pois, Bate-Seba ao rei na
ainda terei. Creio. recâmara; era já o rei mui velho, e Abisague, a
Retiro das Escrituras Sagradas um Sunamita, o servia.
episódio que narra a participação de uma mulher, Bate-Seba inclinou a cabeça, prostrou-se
em defesa de seu filho, que teria o trono usurpado perante o rei, que perguntou: que desejas?
pelo irmão Adonias, não fosse a determinação de Respondeu-lhe ela: Senhor meu, juraste a
Bate-Seba. tua serva pelo Senhor teu Deus, dizendo:
“Então Adonias, filho de Hagite, se Salomão, teu filho, reinará depois de mim, e ele
exaltou, e disse: Eu reinarei. Providenciou carros se assentará no meu trono.
e cavaleiros, e cinquenta homens, que corressem Agora eis que Adonias reina, e tu, ó rei
adiante dele. meu senhor, não o sabes.
Jamais seu pai o contrariou, dizendo: Por Imolou bois e animais, e ovelhas em
que procedes assim? Além disso era ele de abundância. Convidou todos os filhos do rei, a
aparência mui formosa, e nascera depois de Abiatar, o sacerdote, e a Joabe, comandante do
Absalão. exército, mas a teu servo Salomão não convidou.
Entendia-se ele com Joabe, filho de Zeruia, e Porém, ó rei meu senhor, todo o Israel tem
com Abiatar, o sacerdote, que seguindo-o, o os olhos em ti, para que lhe declares quem será o
ajudaram. teu sucessor que se assentará no teu trono.
Porém Zadoque, o sacerdote, e Benaia, Do contrário sucederá que, quando o rei
filho de Joiada, e Natã, o profeta, e Simei, e Rei, meu senhor jazer com seus pais, eu e Salomão
e os valentes que Davi tinha, não apoiavam meu filho seremos tidos por culpados.
Adonias. Estando ela ainda a falar com o rei, eis
Imolou Adonias ovelhas e bois e animais que entra o profeta Natã.
cevados, junto à pedra de Zoelete, que está perto E o fizeram saber ao rei, dizendo: Aí está
da fonte de Rogel, e convidou a todos os seus o profeta Natã. Apresentou-se ele ao rei.
irmãos, os filhos do rei, e a todos os homens de Prostrou-se com o rosto em terra perante ele.
Judá, servos do rei. E disse: Ó rei meu senhor, acaso disseste:
Porém a Natã, profeta, e a Benaia, e aos Adonias reinará depois de mim, e ele é quem se
valentes, e a Salomão, seu irmão, não convidou. assentará no meu trono?
Então disse Natã a Bate-Seba, mãe de Porque hoje desceu, imolou bois e animais
Salomão: Não ouviste que Adonias, filho de cevados, e ovelhas em abundância, e convidou a
Hagite, reina? E que nosso senhor Davi não o todos os filhos do rei, e aos chefes do exército, e
sabe? a Abiatar, o sacerdote, e eis que estão comendo e
Vem, pois, e permite que eu te dê um bebendo perante ele; e dizem: Viva o rei Adonias!
conselho, para que salves a tua vida, e a de Porém a mim, sendo eu teu servo, e a
Salomão, teu filho. Zadoque, o sacerdote, e a Benaia, filho de Joiada,
Vai, apresenta-te ao rei Davi, e dize-lhe: e a Salomão, teu servo, não convidou.
Não juraste, ó rei, senhor meu, à tua serva, Foi isto feito da parte do rei meu Senhor?
dizendo: Teu filho Salomão reinará depois de E não fizeste saber a teu servo quem se assentaria
mim, e se assentará no meu trono? Por que, pois, no teu trono depois de ti?
reina Adonias? Respondeu o rei Davi, e disse: Chamai-
Eis que, estando tu ainda a falar com o rei, me a Bate-Seba. Ela se apresentou ao rei e se pôs
eu também entrarei depois de ti, e confirmarei as diante dele.
tuas palavras. Então jurou o rei, e disse: Tão certo como
vive o Senhor, que remiu à minha alma de toda a

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angústia, farei no dia de hoje, como te jurei pelo “Fez também diante da casa duas colunas
Senhor Deus de Israel, dizendo: Teu filho de trinta e cinco côvados de altura; e o capitel
Salomão reinará depois de mim, e se assentará no sobre cada uma de cinco côvados.
meu trono, em meu lugar. Também fez cadeias, como no Santo dos
Então Bate-Seba se inclinou e se prostrou Santos, e as pôs sobre as cabeças das colunas; fez
com o rosto em terra diante do rei, e disse: Viva também cem romãs, as quais pôs nas cadeias.
o rei Davi, meu senhor, para sempre!” (1 Reis 1:1 Levantou as colunas diante do templo,
a 31) uma à direita, e outra à esquerda; a da direita
O próprio Salomão - que hoje sei é um dos chamou-lhe Jaquim, a da esquerda, Boaz.“ (II
principais pilares da Maçonaria - afirma em Crônicas 3: 15 a 17)
provérbios 14: “A mulher sábia edifica a sua Ousarei afirmar que a determinação de
casa, mas a insensata, com as próprias mãos a Bate-Seba em defender a soberania do seu filho,
derruba. ” o rei Salomão, prestou inestimável serviço à
E assim ao suceder seu a pai Davi Maçonaria.
“Começou Salomão a edificar a casa do Senhor Meu trabalho não tem a pretensão de
em Jerusalém, no Monte de Moriá, onde o Senhor esgotar esse assunto, nem fazer afirmação
aparecera a Davi, seu pai, lugar que Davi tinha peremptória, tenciona apenas trazer à reflexão dos
designado na eira de Ornã, jebuseu. AAm IIrm este ensinamento que retirei das
Começou a edificar no segundo mês, no Escrituras Sagradas.
dia segundo, no ano quarto do seu reinado.” (II
Crônicas, 3:1 a 2)

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COMO RECONHECER UM
MAÇOM?

Existem vários apetrechos que os Maçons podem utilizar a fim de


serem identificados, desde um simples “pin”, broches, relógios, bordados,
emblemas, adesivos para carro, etc. São muitos, de fato.
Além disso, os Maçons se reconhecem também por Toques e Palavras
próprios.
Mas, será possível reconhecer um Maçom sem nenhum destes
acessórios? Sim, por meio de seu comportamento na vida cotidiana social e
profissional.
Como grupo, os Maçons são formadores de opinião, de moral ilibada,
de boas maneiras e de bons costumes. Todo Maçom individualmente deveria
estar buscando incessantemente o aperfeiçoamento pessoal de seu caráter e de
sua conduta na sociedade em que está inserido.
E você Irmão Maçom, como você quer ser reconhecido? Por qual
conduta você gostaria de ser reconhecido?
Existem Maçons que se acomodam, julgando que, atingindo o Grau de
Mestre estão na plenitude Maçônica. Na verdade, considerando a Maçonaria
Simbólica é o último Grau. Porém, não se pode dizer que com isso sejam
Justos e Perfeitos, vez que o desbaste da Pedra Bruta somente termina com a
nossa ida para o Oriente Eterno.

Assim sendo, triste do Maçom que aposenta seu Maço e seu Cinzel. Porque a construção de nosso
Templo Interior só termina com o final de nossa vida material. E não é suficiente somente
esquadrejarmos a Pedra Bruta. Necessário se faz também deixá-la bem Polida.
Diz o Livro da Lei que fomos criados à imagem do Grande Arquiteto do Universo (Gênesis 1,26);
porém a semelhança precisa ser conquistada. O desbaste da nossa Pedra Bruta poderá resultar numa
“obra de arte” ou num “monstrengo”. Se o monstrengo for o resultado final, o Criador nos irá arguir: “É
isto que me apresenta no final de sua caminhada?”
Nossa responsabilidade vai além do nosso próprio desbaste. Ainda precisamos ajudar os Irmãos
na caminhada, por meio de nosso bom exemplo.
Ser reconhecido como Maçom através de nossos acessórios é fácil. Mas o mais importante é que
sejamos reconhecidos pela beleza de nossas obras, que adornam nossa associação.
Um autêntico CONSTRUTOR SOCIAL deve aprender a polir sua Pedra Bruta, não apenas
através de grandes obras sociais, mas nos pequenos gestos.

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No entanto, como a discrição faz parte de poderemos ser reconhecidos com verdadeiros
nós, todas as grandes obras Maçônicas são feitas Maçons.
com discrição. Devemos nos Lembrar que o “OLHO
Temos que ser reconhecidos por nosso QUE TUDO VÊ”, é a onisciência divina, e nos
orgulho, não por nossas vaidades. Ser perguntar: “Como tem me visto o Grande
reconhecidos pelo que somos, por nossa palavra Arquiteto do Universo? Um Maçom responsável,
(que deveria ser uma só: o sim deve significar sim presente, participativo, fraterno, preocupado com
e o não deve significar não) e por nossos gestos o bom desempenho da Maçonaria e da sociedade
simples, que servem como exemplo à sociedade, em geral ou apenas um ser usando um frágil
que hoje tem buscado resgatar sua moral e bons acessório?
costumes. Somente desta maneira é que NE: Autor desconhecido

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OS GRANDES FILÓSOFOS
ANAXÁGORAS

Anaxágoras nasceu em Clazômenas, ao Norte de Mileto em 500 a.C.,


e faleceu em Lâmpsaco, na Turquia, em 428 a.C.
Como quase todos os filósofos gregos, afirma-se que Anaxágoras
viajou intensamente durante sua juventude, talvez pela necessidade de manter
uma continuidade jônica.
Último dos pensadores jônicos, trouxe da Ásia Menor para Atenas a
tradição científica de Tales, como fez Pitágoras duas gerações anteriores,
quando se radicou na Itália Meridional.
Racionalista, para Anaxágoras, o Universo de originara através da
Razão Abstrata sobre um número infinito de “sementes”, as “homeoméricas”,
que seriam uma forma de átomos. Assim, para ele, os corpos celestes teriam
sido produzidos por processos idênticos aos que deram origem a Terra.

Embora sua Escola tenha dado início à liderança filosófica de Atenas sobre o resto do mundo
grego por quase dez séculos, a ele não foi permitido continuar seus estudos e ensinamentos, pois a
Atenas de sua época ainda não amadurecera para aceitar suas teses racionalistas, assim como os núcleos
gregos da Itália Meridional não o estavam para incorporar o misticismo aristocrático de Pitágoras. Sob
a acusação de irreverência e ateísmo, o filósofo foi julgado, sendo este o primeiro caso em que um
cientista se viu envolvido nessa espécie de pugna jurídica com a religião oficial do Estado. Sua amizade
com respeitáveis cidadãos atenienses como Eurípedes e Péricles, o rei sem coroa da cidade, o beneficiou,
pois os inimigos de Péricles, incapazes de o atacar diretamente tentaram causar-lhe embaraços através
de sua amizade com o filósofo. Mesmo sob ameaça, Péricles depôs em defesa do amigo, conseguindo
sua absolvição.
Julgando ser arriscado permanecer em Atenas, Anaxágoras retirou-se para Lâmpsaco, no
Helesponto, onde veio a falecer seis anos depois.
A partir daí, sem esquecer o julgamento, os pensadores da cidade preferiram deixar de lado a
Filosofia Natural, dedicando-se a Moral.

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A ÉTICA COMO
LINGUAGEM MAÇÔNICA

Falamos muito sobre ética, especialmente nos dias de hoje - seja no


Brasil (Oh! Pátria amada! Idolatrada!), seja em outras nações do mundo (entre
outras mil). Mas se erguem a clava forte da Justiça, é um corre-corre: Salve!
Salve! Salve-se quem puder, porque é nesses momentos que se revelam "os
filhos teus" (da Pátria) e quais os que ''fogem à luta".
Falamos também sobre éticas específicas: a ética profissional, por
exemplo, e a ética maçônica. Na República ou na Maçonaria, são ambas mães
gentis dos filhos deste solo; e o penhor da igualdade só se consegue quando a
própria morte desafia nosso peito, até que um raio de amor e de esperança à
terra desça.
Usei de propósito a letra e algumas palavras do Hino Nacional,
esculpidas na Pedra Bruta da Nação brasileira por Joaquim Osório Duque
Estrada, poeta, crítico literário, professor e ensaísta: um Hino que canta a
bravura, o amor aos compatriotas e uma ética.
O pensamento humano é indevassável; pode ser bom ou mau, mas permanece
oculto. Quando se materializa em ação - e sendo um mau pensamento, já será
tarde demais - o estrago estará feito.

Contudo, entre o pensamento e a ação há PALAVRAS - indícios do que se pode esperar. É


naquilo que um homem diz, mesmo "nas entrelinhas", que se revelam seus compromissos éticos ou suas
patologias. Sabemos bem disso através da Psicanálise e da Psicologia Analítica: os pacientes FALAM
diante de seus terapeutas; no campo da Justiça, as palavras são a matéria prima das petições, dos
interrogatórios, das defesas, das sentenças - tudo o que visa a ÉTICA, a saúde humana e o bem da
sociedade.
Não vou dizer de onde vem a palavra ÉTICA'; muitos devem estar pensando que vem do grego
"ethos"; mas eu garanto que ética vem é do berço. O berço é uma linguagem esquecida nos dias atuais.
Bons costumes, hábitos de vida, caráter e respeito aos princípios universais não se aprendem nas escolas,
não se ensinam na Maçonaria nem nas religiões. São qualidades adquiridas desde a mais tenra infância
- pleonasmo, pois toda infância é tenra - e por isso é nessa fase da vida que o mal pode ser "cortado pela
raiz". Nos primeiros anos de vida, as grandes e inolvidáveis lições podem ser ministradas em pequenas
doses, "mastigadas e digeridas'' com facilidade. A partir da adolescência o caráter começa a ficar menos
macio e com a idade adulta nossos pensamentos e atitudes ficam cristalizados pelas formas do
pensamento.

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É justamente na idade adulta que o homem almejando que nossas Lojas possam ser um
procura a Maçonaria, e por isso o candidato vem reflexo, ainda que pálido, da Ordem e da
se apresentar como homem limpo e puro, livre e Beleza que resplandecem no trono do Grande
de bons costumes. A rigor - e se nossas Arquiteto do Universo.
sindicâncias e iniciações fossem levadas mais a Mas "pau que nasce torto não tem jeito:
sério - nenhum candidato escravo dos vícios, morre torto". Poucos preservam os sãos
indecente, imoral, desonesto, obsceno ou de maus princípios da Moral e da Razão antes de a Loja
hábitos poderia sequer bater profanamente na ser declarada aberta, no transcurso da Sessão e
porta do Templo. mesmo depois que a Loja é fechada.
Sindicâncias e Iniciações são feitas de René Descartes começa assim o Discurso
PALAVRAS, testemunhos pessoais, - da Loja e do Método:
do próprio candidato - de que ali se encontra um "O bom senso é a coisa melhor partilhada
homem ético e merecedor de receber os "augustos no mundo, pois cada pessoa se julga tão bem
mistérios". abastecida dele, que mesmo os mais difíceis de
Este é o alicerce da Maçonaria, o contentarem em qualquer outra coisa não
landmark não escrito e imutável: o novo Maçom desejam ter mais bom senso do que já possuem."
tem que ser, obrigatoriamente, escolhido dentre Sabendo disso - e já imaginando que os
os melhores membros da sociedade - não os mais Maçons da Inglaterra e de além-mar haveriam de
ricos, nem os mais instruídos - mas os de melhor se imaginar os mais belos, sábios, fortes,
caráter e comprovada fibra, pois nossas Lojas não poderosos e irretocáveis, leais e úteis súditos da
são clínicas para tratamento moral, nem coroa e cidadãos das repúblicas – James
reformatórios morais: são escolas de Anderson tratou de registrar nas Constituições
aperfeiçoamento. E o que é o aperfeiçoamento dos Franco-Maçons: "Um maçom é obrigado, por
senão tornarmos mais sábio, forte e belo aquilo dever do ofício, a obedecer a lei moral; e se ele
que já é completo? É neste sentido que a compreender corretamente a Arte, nunca será um
Maçonaria quer em suas fileiras homens bem ateu estúpido nem um irreligioso libertino."
desenvolvidos, robustos de caráter, vigorosos, Trocando em miúdos: o verdadeiro
valentes em suas ações, enérgicos e ao mesmo Maçom tem o dever, em quaisquer de suas
tempo corteses no falar. atividades, de se submeter às prescrições sobre o
Tudo o que escrevi até agora resume-se modo de agir, de se portar, de viver e de falar. O
nos avisos que recebíamos (alguns de nós, é claro) Maçom QUE VIU A LUZ faz para si uma
de nossos pais no ambiente do lar: - Menino, toma concepção ideal e pessoal de comportamento
modos! - Menino, tenha juízo!! - Menino, olha! interior e boas maneiras. Do contrário, ele não
comporte-se! passará, nas palavras de Anderson, de um "ateu
Esses bons modos, o juízo (faculdade estúpido e um libertino" - um inimigo em
intelectual), o bom comportamento, o potencial da Maçonaria.
discernimento, a capacidade de ponderação e, É pela boca que morre o peixe; pela boca
numa palavra: o equilíbrio mental - constituem morre o Maçom, pelas palavras dos estúpidos e
perenes requisitos sem os quais a Maçonaria não libertinos morrem as Lojas.
poderia funcionar corretamente. E por isso que Quando as instruções maçônicas
em nossas reuniões invocamos nossas forças discursam sobre o Trivium e o Quadrivium,
interiores para que 'tudo em nosso; Sagrado colocados nos degraus da escada em caracol, a
Templo seja tratado aos influxos dos sãos Gramática e a Retórica estão presentes. Naquelas
princípios da Moral e da Razão, para que Instruções das Artes Liberais a Maçonaria não faz
sejamos iluminados pela Luz que vem do Alto, mais do que apontar para o uso correto da

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linguagem escrita e falada, assim como da "Se alguém não peca pela palavra, esse é
capacidade de o Maçom se expressar bem e um homem perfeito, capaz também de dominar
argumentar com precisão. todo o seu corpo.
A boca fala daquilo que estão cheios o Quando pomos um freio na boca do
coração e a mente: se o coração e a mente estão cavalo para que nos obedeça, dirigimos todo o
presos ao dinheiro, a boca falará de dinheiro; se seu corpo. Vede também os barcos: por grandes
estão presos a excrementos, falará de que sejam e fustigados por ventos impetuosos,
obscenidade, indecência e licenciosidade. são dirigidos com um pequeno leme para onde
A Maçonaria procura disciplinar a palavra quer a vontade do piloto. Assim também a língua
antes de qualquer outra coisa, e mais uma vez cito é um pequeno membro, e se envaidece de grandes
as Constituições de James Anderson: coisas. Vede como um pequeno fogo pode
"Em Loja constituída os Irmãos não incendiar uma grande floresta! Assim também a
devem entabular conversações paralelas, nem língua é fogo, é um mundo de iniquidade; entre
falar de os nossos membros, é ela que contamina todo o
forma inoportuna ou inconveniente; nem corpo e, inflamada pelo Inferno, incendeia o
interromper o Venerável Mestre ou os Vigilantes curso da nossa
ou qualquer outro Irmão que estiver com a existência. Todas as espécies de animais
palavra. selvagens, de aves, de répteis e de animais do mar
Do mesmo modo, não devem se comportar se podem domar e têm sido domadas pelo homem.
de modo jocoso ou zombeteiro; nem usar A língua, pelo contrário, ninguém a pode
linguagem imprópria na presença de quem quer dominar: um mal incontrolável, carregado de
que seja. Mesmo depois que a Loja estiver veneno mortal. Com ela bendizemos quem é
fechada, os Irmãos devem evitar todo e qualquer Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os
excesso, evitando-se fazer ou dizer o que quer que homens, feitos à semelhança de Deus. De uma
seja ofensivo, pois isso haveria de quebrar nossa mesma boca procedem a bênção e a maldição.
harmonia e frustrar nossos esforços. Os Irmãos Mas isto não deve ser assim, meus irmãos.
se saudarão uns aos outros de maneira cortês, Porventura uma fonte lança pela mesma bica
chamando-se de Irmãos e livremente podem água doce e água salgada? Porventura, meus
comentar instruções sem, no entanto, serem irmãos, pode a figueira produzir azeitonas, ou a
observados, sem ultrapassar os limites, ou videira dar figos? Uma fonte de água salgada
depreciar o respeito devido a todos os Irmãos; também não pode dar água doce."
porque todos os maçons são iguais. A Maçonaria Aqui, quem fala não é James Anderson: é
não despreza a honra do homem antes de sua Tiago em uma das cartas do Novo Testamento
Iniciação; nem acrescenta nada a essa honra, bíblico.
glorificando os que são merecedores e evitando
os que se comportam de modo impróprio." Bibliografia
CONSIDERAÇÕES FINAIS Texto de autoria de José Maurício Guimarães

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A LITURGIA ADONHIRAMITA

Peculiaridades do Rito Adonhiramita

A sua tradição e fidelidade aos Antigos Mistérios; A sua profunda


espiritualidade; O tratamento de "Amados Irmãos”; O uso do Nome Histórico;
Adonhiram como personagem central; O Cerimonial do Fogo; O uso de velas
e não de lâmpadas; O pé direito à frente na Marcha do Grau; As Doze Vibrações
Argentinas; O Revigoramento e o Adormecimento da Chama Sagrada; O uso
das luvas brancas; O uso da gravata branca; A posição dos Irmãos Vigilantes;
A posição das Colunas “J” e “B”; A Abertura do Livro da Lei no Evangelho de
João; A formação do Pálio; A Cerimônia de Incensação; A proteção mística do
Irmão Cobridor Interno; O uso do Sinal do Grau na circunavegação; A
circunavegação em forma do símbolo do infinito; O uso do chapéu em todas as
sessões pelos Mestres; O uso da espada pelos Mestres, a palavra de Aclamação,
além de muitas outras particularidades que fazem o Rito Adonhiramita singular,
místico e esotérico.

Fundamentos e Tradições do Rito Adonhiramita

Este Rito é histórico e tradicional, um Rito característico e essencialmente metafísico, esotérico


e místico. Constitui um drama psicológico organizado para produzir experiências transcendentais nos
participantes e, ao se tornar esotérico no exercício do magistério de sua Liturgia, de um modo geral,
induz a mente objetiva a certo grau de relaxamento, o que permite a imersão do subconsciente,
resultando em um estado de harmonia e bem estar, tornando-o um Rito de profunda espiritualidade.
Têm por base teológica os mistérios egípcios, a volta dos judeus do cativeiro e as verdades bíblicas
reveladas no Antigo e Novo Testamento, particularmente, no que concerne à construção do Templo de
Salomão e às origens do Cristianismo, com atenção especial voltada para os aspectos proféticos e
apocalípticos de ambos os documentos sagrados. Podemos constatar esta profunda espiritualidade
ainda no Átrio, quando da entrada ao Templo, no momento em que o Irmão Mestre de Cerimônias diz:
"(...) - Silêncio meus Amados lrmãos! Eu vos peço um momento de reflexão a fim de ingressarmos no
Templo.” Neste momento observa-se uma viagem interior, o V.I.T.R.I.O.L. cuja tradução é: "Visita o
interior da Terra e, retificando-se, encontrarás a Pedra Oculta".

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É uma viagem solitária e profunda, um A prática tem grande valia para o sigilo e a
resgate dos mais puros valores inerentes ao ser à preservação da identidade civil, ao mesmo tempo
busca do universo interior, a busca do "conhece- em que constitui um símbolo de profunda
te a ti mesmo". Uma viagem para a qual, as significação. Se a Maçonaria tem por objetivo
condições sociais profanas, a cor, a raça, os credos transformar o homem profano no homem
religiosos e políticos, assim como os metais que Iniciado, o gesto de lhe dar um novo nome por
distinguem o rico do pobre, tornam-se fardos ocasião da Iniciação está a indicar que ele, dali em
desnecessários e incômodos. Forma-se então, a diante, deve se transformar num novo ser.
Egrégora, uma reflexão agora coletiva elevada ao A Denominação “Adonhiramita”
Supremo Criador dos Mundos, desejando a Paz De acordo com a Bíblia, Hiram era o
entre os homens, que todos possam se transformar arquiteto que se encarregara dos projetos da
em homens de boa vontade, que os desesperados construção do Templo de Salomão, filho da viúva
encontrem a esperança e os tiranos possam de Neftali. A seu lado havia outro Hiram, o rei de
encontrar o caminho da justiça. Tiro, que fornecera a Salomão grande parte dos
O tratamento de "Amado Irmão" e o Uso do materiais utilizados na obra. Já Adonhiram, filho
Nome Histórico de Abda, era o funcionário encarregado dos
“Amado Irmão" era o tratamento usado tributos na corte de Salomão, por este estar
entre os adeptos das comunidades religiosas mais incumbido do recrutamento dos operários quando
antigas para significar o apreço, o respeito e a da construção do Templo. Como tal, vem
confiança mútua entre esses adeptos. Tratamento designado no 1° Livro dos Reis, capítulo IV com
este que deverá ser conquistado pelos méritos o título de “Preposto das Corveias”. Adonhiram
maçônicos de cada Irmão. Sejam quais forem as era a pessoa que recrutava os operários,
relações que um Maçom tiver com o outro é selecionava-os, dividia-os segundo suas
proibido usar de outra denominação que não seja capacidades ou necessidades da obra e, por certo,
a de Amado Irmão, isto basta para o elogio na também lhes pagava o salário, até porque era o
Maçonaria, porque este nome sagrado, encerra em tesoureiro de Salomão. Sendo assim para nós
si, todos os sentimentos bons de que o coração Adonhiramitas é o personagem central da
humano é capaz de vivenciar. O Nome Histórico construção do Templo de Salomão, Adonhiram
é de todo útil, no momento da Iniciação e durante (Hiram de Deus), conforme nos asseguram os
toda a vida maçônica, receber a guarda, a proteção versículos 6 do capítulo IV, e 13 e 14 do capítulo
e o exemplo de espíritos luminosos que, ricos de V do 1° Livro dos Reis no Antigo Testamento.
virtudes nesta vida, sobretudo como Maçons, se Acreditamos que a verdadeira palavra é
comportam, de certo modo, como Anjos-da- Adonhiram, ou Hiram composto do prenome
guarda, mensageiros fiéis do GADU Por Adon (dominus), que os hebreus usam
isso, no Rito Adonhiramita, a cada Irmão, quando frequentemente quando falam de Deus. Este
de sua Iniciação, é atribuído o nome de um prenome agregado à palavra Hiram, faz-se
personagem virtuoso em prol da Humanidade, da Adonhiram, que significa Hiram, "O consagrado
Pátria, da Sociedade, etc., Maçom ou não, e que ao Senhor", "O bom Senhor” ou "O divino
já tenha partido para o Oriente Eterno, para ser seu Hiram'', de onde foi derivado o título de
Patrono, absorvendo-lhe o nome que Maçonaria Adonhiramita.
denominamos "Nome Histórico". Com esse O Cerimonial do Fogo
Nome Histórico, o Irmão é batizado em momento Dos quatro elementos tradicionais: Terra,
próprio da Iniciação com os seguintes dizeres: "- Água, Ar e Fogo, o Fogo é tido como princípio
E para que de profano nem o vosso nome vos ativo ou dinâmico, transformador, germe da
reste, eu vos batizo com o Nome Histórico de ...” geração, é o mais puro, animador e fonte

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energética. Simboliza a força impulsionadora do O Revigoramento e o Adormecimento da


Universo, além de movimento e energia. Seu Chama Sagrada
movimento é para o alto, ascendente, e seu poder O Revigoramento e o Adormecimento da
é de criação por transformação. O Cerimonial do Chama Sagrada simbolizam a ligação do antigo
Fogo alude a uma invocação ao Senhor de Todas com o novo, a continuidade e a ligação com o
as Luzes, ao GADU cujos atributos GADU, em consciência compartilhada e
infinitos estão novamente sintetizados nas três identidade comum.
palavras pronunciadas, por cada uma das Luzes da O Uso das Luvas Brancas
Loja: Venerável Mestre - Sabedoria; 1° Vigilante As luvas brancas representam a candura e
- Força; e o 2° Vigilante - Beleza. a pureza que deve estar presente em todos os atos
A Razão de Utilizar Velas e não Lâmpadas de um Maçom, que reina na alma do homem de
Elétricas bem e a pureza de seus atos, de coração e
As velas que usamos, sempre de cera pura intenções. Motivo pelo qual o Irmão Mestre de
de abelhas, como manda a tradição, emitem uma Cerimônias, antes da entrada no Templo,
chama pura e sem fuligem, emitem Fogo, o que exclama: "- Meus Amados Irmãos, se desde a
não acontece com as lâmpadas elétricas. O Fogo meia-noite, quando se encerraram nossos últimos
sempre acompanhou a humanidade desde os mais trabalhos, conservastes vossas mãos limpas,
primitivos ancestrais, e nesta sua marcha através calçai as vossas luvas." O calçar das luvas é para
da História foi assumindo sempre mais o aspecto que as mãos de todos os obreiros fiquem iguais,
de ligação entre o homem e os espíritos, entre o assim como se igualam pelo uso uniforme das
homem e o GADU outras peças do vestuário.
O Pé Direito à Frente na Marcha do Grau A Gravata Branca
Simbolicamente o lado direito é ativo, A gravata branca, por sua cor, está
positivo, criativo, masculino e representa o poder associada à Paz e guarda a sua origem na
de realização, enquanto o lado esquerdo é passivo, aristocracia francesa. Na prática, a gravata é uma
negativo, receptivo, feminino e representa a peça da indumentária e de criação recente,
capacidade de modelação. Romper a Marcha com inspirada nos cordéis utilizados para o
o pé direito, representa que o nosso poder criativo, fechamento das camisas antes da invenção dos
masculino, positivo, se sobrepõe aos nossos botões, que terminava em um laço à altura do
aspectos negativos que devem ser submetidos à pescoço. Logo, a gravata é um complemento da
nossa vontade e superados com a prática das camisa, e assim, parte integrante da mesma.
Virtudes. Sendo a camisa branca, consideramos que a
As Doze Vibrações Argentinas gravata também deve ser branca para se manter
Antigamente, na Maçonaria, o sino era de em harmonia interior.
uso comum nas Cerimônias das Lojas Simbólicas, Onde se colocam os Vigilantes, e porque desta
a fim de anunciar a hora dos trabalhos. O Rito posição?
Adonhiramita, procurou coexistir com o seu uso, No Ocidente, para melhor observarem a
não perdendo a tradição dos antigos, assim como passagem do Sol pelo meridiano. O Sol vem do
a tradição religiosa e os costumes Iniciáticos dos Oriente, e, portanto, para observá-lo, os
Mistérios. Assim, juntamente com a Cerimônia de Vigilantes devem, ambos, estarem postados numa
Incensação e o Cerimonial do Fogo, as Doze mesma linha, de frente para o Oriente, o que só
Vibrações Argentinas harmonizam as vibrações pode ocorrer se eles estiverem sobre o mesmo
místicas e esotéricas da Egrégora formada em meridiano. Por isso, os dois Vigilantes no Rito
sintonia com a Luz Maior emanada pelo Supremo Adonhiramita se posicionam ao Ocidente, numa
Criador dos Mundos.

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mesma linha, perpendicular à linha do Equador cristianismo primitivo, destacando os antigos


Oriente – Ocidente no mesmo meridiano. Gnósticos, se apoiavam nos escritos de João. A
Porque no Rito Adonhiramita, as Colunas “J” espiritualidade é tema fundamental para o Rito
e “B” ficam em posições invertidas em Adonhiramita, assim como a tradição, e por esta,
comparação com outros Ritos? registra-se que primitivamente todas as Lojas de
Os estudiosos do Rito afirmam que a origem Francesa abriam o Livro da Lei no
posição das Colunas “J” e “B”, e dos próprios Evangelho de João. "Houve um homem enviado
Vigilantes, se deu quando das primeiras por Deus que se chamava João." Este João, é o
"revelações dos segredos da maçonaria", ou seja, Batista, ou seja, aquele que batizava, que Iniciava
em 1730, quando foi publicado na Inglaterra, o nos Antigos Mistérios. Lembrando ainda, que no
livro “Maçonaria Dissecada”, de autoria de momento da abertura do Livro da Lei, da leitura
Samuel Pritchard. Esta obra em questão foi o fruto do texto sagrado e da colocação do esquadro e do
da traição perpetrada pelo autor que a 13 de compasso na posição do Grau, o Irmão Orador
outubro de 1730, prestou depoimento está protegido pelo Pálio.
juramentado perante um magistrado, no qual O Pálio
relatava detalhes de sua Iniciação na Maçonaria, No Rito Adonhiramita, o Pálio, é formado,
inclusive quanto ao Grau de Mestre. O livro tal qual uma pirâmide, pelo Irmão Mestre de
continha todos os Sinais, Toques e Palavras Cerimônias juntamente com um Mestre da Coluna
utilizados à época, bem como citava Hiram, as do Sul, e outro Mestre da Coluna do Norte. Estes
Marchas e todo o acervo sigiloso. Esta traição Amados Irmãos o formarão postando suas
obrigou a Ordem a processar algumas mudanças espadas como extensão de seus braços direitos
necessárias para confundir os curiosos profanos estendidos em ângulo de 52°, tocando-se e
"bem informados", que se utilizando de tais cruzando-se no alto sobre o Altar dos Juramentos
informações demandavam a invadir as Lojas e o Irmão Orador. Estando na abertura, a espada
como se fossem verdadeiramente Iniciados. do Irmão Mestre de Cerimônias por baixo das
Renomados autores veem nestas mudanças a demais, dando sustentação, e no encerramento,
origens das diferenças existentes entre o Rito por cima das demais, sobrepondo-as. As espadas,
Adonhiramita em relação aos demais Ritos no que como condutoras de energias em forma de
se refere à posição das Colunas, os respectivos pirâmide, voltadas para cima, estão absorvendo as
vigilantes e todos os detalhes oriundos de suas energias do alto, protegendo a abertura do Livro
posições. O Rito Adonhiramita permaneceu fiel da Lei pelo Ocidente, pelo Sul e pelo Norte,
às Antigas Tradições, adotando os antigos deixando livre apenas o lado do Oriente, do qual
costumes. Motivo pelo qual, em comparação com emanará a Luz e a onipresença do GADU
alguns Ritos, se constata que as Colunas e A Cerimônia da Incensação
algumas funções estão invertidas. Todavia, A Incensação tem origem nos mais
mesmo havendo, comparativamente, a inversão remotos costumes religiosos da civilização
das Colunas, os Aprendizes continuam na Coluna humana. Esta cerimônia representa uma espécie
da Beleza, ou seja, na Coluna do 2° Vigilante. de profilaxia ambiental, a Incensação deixa o
A abertura do Livro da Lei no Evangelho de ambiente físico do Templo impregnado do
João agradável odor da essência utilizada, tais como
O Evangelho de João é o mais profundo Benjoim, Mirra e Incenso entre outras. Por outro
dos quatro Evangelhos, cuja terminologia lado, a tradição nos informa que esta cerimônia
significa "Boa Nova", e é o mais místico, o que afasta do meio místico e esotérico do Templo as
mais causou polemica devido a sua linguagem e sombras ou entidades maléficas, que por acaso, se
filosofia. Todas as correntes ortodoxas do disponham a perturbar as Luzes da Loja, e,

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consequentemente, os seus trabalhos. A se interligam formando um “X” com as mãos, ou


Incensação tem como valor simbólico a seja, mão direita com mão direita e mão esquerda
associação do homem à divindade, do finito ao com mão esquerda, doando e recebendo, ao
infinito e do mortal ao imortal. Ao espargir a mesmo tempo em que, girando, as energias e
fumaça se está purificando o ambiente tanto no atributos são permutados qualificando um e outro
sentido físico por tratar-se de substância com para sequência cerimonial. Destrocando logo em
propriedades antissépticas, como espiritual, pois seguida, na mesma forma.
o incenso tem a incumbência de elevar a prece A Circunavegação
para o céu. A Incensação gera uma atmosfera de Realizamos a circunavegação com o Sinal
aroma agradável e magnetiza com fluidos do Grau, uma vez que não seria possível ao
benéficos os Obreiros e o ambiente, contribuindo Obreiro caminhar com o Sinal de Ordem, pois
para a formação da Egrégora e propiciando à neste, o Obreiro necessita, além de estar com o
reflexão. No ato da Incensação são invocadas as Sinal do Grau, estar também com os pés. em
três palavras que sintetizam atributos do esquadria formando a tríplice esquadria com o pé
GADU: SABEDORIA, FORÇA e direito voltado para a frente. Assim procedemos
BELEZA. Por esses motivos, é que ao nos em respeito aos antigos costumes e desde que o
incensarmos, nos limpamos nos purificamos a nós Obreiro não esteja conduzindo material litúrgico,
e ao ambiente, favorecendo a permanência da quando então fica dispensado do Sinal do Grau. A
Egrégora. Também, se torna necessário lembrar circunavegação é realizada em forma do símbolo
que durante a Cerimônia da Incensação, depois matemático do infinito, visto que este símbolo
que o Irmão Mestre de Cerimônias efetua a representa, esotericamente, a estrada do tempo e
Incensação do Templo e de todos os Irmãos, ele da continuidade da vida, pois todo começo
troca de lugar e função com o Irmão Cobridor e contém em si o fim, e todo fim contém em si o
este, com a porta entreaberta, sem sair do Templo, começo. É o caminho do constante renascimento.
incensa o Átrio. Esta tarefa de incensar o Átrio E o Rito Adonhiramita, por sua profunda
somente pode ser executada pelo Irmão Cobridor espiritualidade, filosofia mística e esotérica,
porque ele é o único que está protegido e concede ao seu adepto a possibilidade de
capacitado mística e esotericamente para se expor caminhar nesta senda na busca do conhecimento,
às energias que circulam fora do Templo. Tanto é da evolução e aprimoramento espiritual.
que o nosso próprio Ritual aconselha que este Os Mestres usam chapéu em todos os Graus
cargo seja ocupado pelo ex Venerável Mestre do Simbolismo
mais recente, pois este, dentre todos, é quem O uso do Chapéu na Maçonaria é bem
possui os atributos místicos e esotéricos para antigo. Estes, conforme nos narra a História,
suportar tais energias e impedir que as mesmas surgiram para substituir as antigas carapuças
adentrem o interior do Templo. Por este motivo usadas na Idade Média. Os chapéus foram
também, é que o Irmão Cobridor ocupa o seu primeiro usados pelos sumérios e os egípcios na
lugar sobre a linha simbólica do Equador, de antiguidade e posteriormente pelos gregos que
frente para o Venerável Mestre, invertendo a usavam um chapéu de palha de fundo pontudo que
polaridade das energias, ou seja, atraindo para si, era denominado de Tholia, e só se tem
todas as energias negativas que excedam o conhecimento do seu uso na Europa após o século
suportável pela Egrégora da Loja, como se fosse XVII. Na Maçonaria, o chapéu passou a ser usado
um para-raios. A própria troca de funções do a partir do século XVIII como símbolo
Irmão Cobridor com o Irmão Mestres de hierárquico e esotérico. A maçonaria ocidental é
Cerimônias através do giro, é um ato também chamada de “Maçonaria Salomônica”,
personalíssimo do Rito Adonhiramita, pois ambos devido ao fato da influência judaica ser

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indiscutível em sua base filosófica, trazendo da do Rito Adonhiramita interfere diretamente em


influência cabalística, o uso do chapéu como correntes energéticas. Devido a isto, é que o Irmão
forma de cobertura da primeira Sephirah da Cobridor durante todo o tempo em que permanece
Árvore da Vida, como faz o povo semítico nas sentado, está com a sua espada voltada com a
cerimônias de culto ao Deus Único. O chapéu lâmina para baixo em contato com o solo,
assume assim dois significados: o primeiro, de descarregando as energias que absorve na função
origem cavalheiresca, advém da tradição que de para-raios, conforme já mencionado
remonta ao início do século XVIII da qual anteriormente.
somente os pertencentes da aristocracia tinham o A Palavra de Aclamação
direito de usar chapéus, sendo a princípio tolerado A palavra de Aclamação: Vivat
como uma regalia. O segundo, de caráter (pronuncia-se “Vivá”) é a antiga saudação
esotérico, simboliza que apesar da eterna busca utilizada ainda no início do Século XVIII. No Rito
pela Verdade, a inteligência humana reconhece Francês ou Moderno, após a Revolução Liberal de
seus limites ante o grande mistério da Criação, 1789, ela foi substituída pela aclamação
motivo pelo qual devemos nos descobrir quando “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Vivat tem
seja feita menção ao GADU o mesmo significado da saudação escocesa que se
Os Mestres usam espada em todos os Graus pronuncia Huzzé, Huzzé, Huzzé, cuja tradução do
do Simbolismo hebraico é Vivá, Vivá, Vivá, que em latim
O uso da espada é símbolo de autoridade corresponde ao Vivat, Vivat, Vivat. Vivat deriva
de uma casta distinta e considerada nobre em do verbo Latino vivere significando "VIDA" e
todas as sociedades antigas: os guerreiros. expressa o profundo querer por tudo o que existe.
Quando o Rito de Heredon, fonte de origem dos Os três Vivat, correspondem a estes três pedidos:
Ritos Adonhiramita, Escocês Antigo e Aceito, e "Que Ele viva. Que todas as pessoas vivam, que
Moderno, foi introduzido na França, era praticado toda a criação viva". Podemos lembrar-nos de
quase que exclusivamente por membros da outras peculiaridades do Rito Adonhiramita,
aristocracia, pessoas que possuíam o direito ao como o estalar dos dedos na aclamação, a subida
uso da espada, símbolo naquela época, de um a um dos degraus na circunavegação, a
condição social elevada. Dos Ritos que tiveram ausência das Colunas Zodiacais, a entrada em
origem no Rito de Heredon, somente o Procissão, a forma de executar a Bateria do Grau,
Adonhiramita permaneceu fiel à tradição dos além da Cena da Traição e da Câmara Ardente na
Mestres usarem a espada e o chapéu em todos os Sessão Magna de Iniciação. Amados Irmãos em
Graus do Simbolismo. Devemos esclarecer todos os seus Graus e qualidades, estas são
também que, muito embora o uso das espadas algumas das principais peculiaridades da
tenha se originado na aristocracia francesa, não é ritualística e da liturgia do Rito Adonhiramita que
por este motivo que o Rito Adonhiramita a o identificam e o diferenciam dos demais Ritos.
mantém em suas cerimônias. Tão pouco tem Mas deixamos bem claro, que estas
ligação a ser guerreiro ou militar. Seu uso no Rito peculiaridades não o tornam nem melhor e nem
Adonhiramita se dá exclusivamente pelo pior que os demais Ritos, apenas diferente, mas,
misticismo e esoterismo relacionados aos efeitos com o mesmo objetivo de todos os Maçons e da
geomagnéticos, uma vez que todo o desempenho Maçonaria Universal, a busca do aperfeiçoamento
de todos os seres humanos.

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BREVE HISTÓRIA DA
SCRIPTA ET VERITAS

A ARLS SCRIPTA ET VERITAS, Nº 1.641, Grande


Benfeitora da Ordem, na comemoração do seu 51º aniversário, rejubila-se
com os Amados Irmãos que, irmanados participam conosco da alegria
incontida em nossos corações e pensamentos, em reconhecimento, e
agradecidos por mais esta oportunidade de reverenciarmos aquela a quem
devotamos nosso mais profundo respeito e Amor.
Fundada em 10 de setembro de 1965 no Rito Adonhiramita, tem-se
constituído como “Loja Modelo”, não só do Rito, sendo assiduamente
visitada por Irmãos que buscam aquele “algo mais” esotérico, que todos
pesquisamos.
O Espirito Maçônico prevalece em nossas Sessões, onde a Egrégora
é fortalecida pela busca incessante de SABEDORIA, FORÇA e BELEZA,
que não se transmite unicamente pela Iniciação, mas sim, e principalmente,
de forma lenta e gradativa, desenvolvendo-se mediante a assiduidade à Loja,
das práticas esotéricas, pelo cultivo perseverante do Simbolismo Maçônico,
pelo atento estudo da História da Ordem, no rigor do trajar de seus
membros, na Harmonia executada em Loja, propiciando a todos o enlevo
na sequência dos augustos Trabalhos, o atento e perseverante estudo da
História da Ordem e as passagens dos Graus de Aprendiz, Companheiro e
Mestre, que pelos seus ensinamentos, vão formando o alicerce do verdadeiro

e Perfeito Maçom.
Na Scripta, afirmamos que com o ingresso de novos Aprendizes, a Egrégora se fortalece e
revigora, ocasião em que todos seus membros transmitem o que tem de melhor para os recém Iniciados.
Afirmamos com total segurança: “somente o conhecimento liberta o homem!”.
Convictos estamos de que os Irmãos que ocuparam o Trono da Sabedoria e se encontram no
Oriente Eterno, seguem nos enviando da Grande Loja Branca, suas Luzes, Instruções esotéricas,
orientando-nos na condução dos nossos sagrados Trabalhos.
A Maçonaria Adonhiramita é acima de tudo Amor, e estamos convictos disto neste momento em
que reverenciamos os Irmãos que já ocuparam o Trono de Salomão na Scripta, e que continuam a prestar
sua inestimável contribuição, com presença efetiva em Loja, ocupando Cargos os mais diversos, com o
entusiasmo sempre renovado. A grande maioria destes Irmãos já conta com 20 ou 25 anos de atividade
ininterrupta. Ei-los: Winston de Matos; José Tavares de Almeida; Antonio Fernando Campos; Henrique
da Silva Pereira; Emir Carvalho de Souza; Carlos Alberto Borges da Silva; Alberto José Pinheiro Graça;
Arlindo Jorge de Campos; Isaac Domingos da Silva; Edison Guimarães França; Sergio Antonio
Machado
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Machado Emilião; Leonardo Herminio Abaixo, as duas penas cruzadas, símbolo


Epel, e Luís Cláudio Pereira Derbly, atual da escrita - na sua fundação, a finalidade era de
Venerável Mestre para o Biênio 2015/2017. instruir, especializar e formar Mestres na difícil e
Nossos elos fraternos têm-nos permitido, laboriosa arte da Secretaria.
desde a fundação da Scripta, há 51 anos, pleno Nas laterais as Tábuas da Lei;
consenso na formação de chapa única para Na sequência, o Compasso e o Esquadro
aclamação do futuro Venerável e sua com a letra “G” em seu interior.
administração. A Pedra Bruta, que nos representa, como
Com real satisfação, registramos a eternos Aprendizes.
Iniciação em 15 de julho próximo passado, do Desta forma, procuramos manter viva a
Amado Irmão Mario Barbosa Villas Boas. chama que foi o grande ideal dos fundadores, para
Encontra-se em fase admissional, mais um legarmos este valioso tesouro aos futuros
neófito, que em breve estará compondo nossas Iniciados de nossa amada Scripta et Veritas.
Colunas, em perene renovação. Na qualidade de Decano de nossa querida
Os fundadores de nossa Loja, foram Scripta, com 47 anos de atividades ininterruptas
iluminados, pois até na simbologia de seu timbre de Amor à Loja, ao Rito Adonhiramita, e à
houve a mais significativa mensagem alusiva aos Maçonaria, tenho a honra de nesta data,
seus ideais: homenagear aqueles que, em nome do
O círculo de corrente com os elos GADU, creem que “o homem que sabe o
interligados, simbolizando a união dos Maçons. que quer, o mundo se afasta para vê-lo passar!”.
Dentro do círculo, na parte superior, temos
o triangulo com o Olho que Tudo Vê.

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O texto exibido nesta seção corresponde à


Palestra ministrada pelo Am Irm Sergio Emilião em
Sessão Magna de nossa Augusta Oficina, direcionada apenas
a Maçons, e realizada aos 12 dias do mês de agosto de 2016
EV, e reapresentada, evidentemente com adaptações, na Sessão
Magna Pública ocorrida aos 13 dias do mesmo mês, no Templo N° 7
do Palácio Maçônico da Rua do Lavradio, N° 97, Centro, Oriente do Rio
de Janeiro, promovida pelo Projeto “MASONIC FAMILY”, e aberta ao
público em geral.
Reproduzimos aqui o conteúdo da apresentação da Sessão Magna
dedicada a Iniciados, para que os Amados Irmãos que não tiveram a oportunidade de
participar de nossos Trabalhos na ocasião possam conhece-la.

UMA VISÃO MÍSTICA DOS JOGOS OLÍMPICOS

Há alguns anos o Grande Oriente do Brasil no Rio de Janeiro adotou a prática bastante salutar de
instituir por intermédio de Decreto do Eminente Grão-Mestre Estadual um dístico a cada exercício, que
deve constar de todo documento oficial emitido pelas Lojas Simbólicas jurisdicionadas. Este dístico
geralmente concede uma homenagem a um grande personagem da História do Brasil que tenha realizado
obra de grande interesse para a Nação, tenha sido ele Maçom ou profano. Através do mesmo diploma, ficam
todas as Lojas Simbólicas do Oriente do Rio de Janeiro obrigadas a realizar uma Sessão Magna, que pode
ser conjunta, em comemoração ao homenageado. No último exercício (2015), o GOB-RJ não prestou
homenagem a um ser humano, mas sim a uma cidade, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, que
completava 450 anos de sua fundação. No presente ano (2016), o GOB-RJ homenageia tanto uma cidade,
coincidentemente a mesma, quanto um evento, os Jogos Olímpicos ou Olimpíada, da qual é sede.
Resta claro que o objetivo do GOB-RJ ao promulgar estes Decretos é estimular os sentimentos de
civismo e patriotismo entre os Maçons através do resgate da memória da obra de brasileiros célebres ou
grandes acontecimentos da História de nossa Pátria. Este misto de sentimentos que vão desde a admiração
ao orgulho em relação a nossa Nação está presente na Doutrina de nossa sublime Ordem desde o início de
nossa jornada na senda da Arte Real, basta recordarmos que na Sessão Magna de nossa Iniciação
preenchemos um questionário no qual uma das perguntas é exatamente o que entendemos ser nossas
obrigações com a Pátria. Eu particularmente entendo que não há momento mais propício para o estímulo
do patriotismo, e não apenas entre os Maçons, como o momento atual.
Apesar do Decreto não estabelecer a obrigatoriedade do desenvolvimento de uma Peça de
Arquitetura alusiva ao tema da homenagem, é senso comum entre as Lojas jurisdicionadas que a melhor
forma de prestar as homenagens devidas é através da realização de uma palestra sobre o tema proferida por
algum dos Irmãos do Quadro de Obreiros da Oficina durante a Ordem do Dia.
Foi neste sentido, de prestar homenagem, que me senti inclinado a escrever algo sobre o dístico
deste ano, estabelecido pelo Decreto n° 167/2016 do Grande Oriente do Brasil no Rio de Janeiro: “2016 –
Rio de Janeiro, a Cidade Olímpica”.

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O corpo do Decreto mencionado no anterior e os mencionados no corpo do Decreto


parágrafo anterior, em suas razões e não possam ser identificados com os princípios
considerações, é mais do que suficiente para que morais da Maçonaria, mas sempre acho que há
qualquer Amado Irmão que faça sua leitura forme algo mais a saber. Por esta razão pretendo analisar
juízo acerca do mérito das homenagens, porém, os Jogos Olímpicos sob um ponto de vista
há que se ressaltar que a pesquisa e investigação Iniciático, místico, e filosófico, se é que isto é
dos temas destas deferências invariavelmente possível.
trazem benefícios muito maiores, e por esta razão, Primeiramente acho interessante
julguei pertinente cometer a ousadia de examinarmos os Jogos Olímpicos em sua origem
“decifrar”, sob meu ponto de vista particular é histórica para que possamos entender melhor o
claro, a matéria do Decreto em questão. simbolismo que o evento carrega.
Creio não haver qualquer dúvida sobre a Foi em 776 a.C. que os Jogos Olímpicos
honra e os benefícios obtidos por um país inteiro ocorreram pela primeira vez na Grécia de maneira
quando uma de suas cidades recebe o maior comprovada, porém, há indícios que eventos
evento esportivo do mundo: os Jogos Olímpicos, dessa natureza vinham sendo praticados pelos
ou Olimpíada - e vejam bem, a expressão é gregos desde 2.500 a.C. A competição na
exatamente no singular, pois Olimpíadas são mais antiguidade, como todos sabem, reunia várias
de um evento – seja pela promoção do país, da modalidades esportivas de forma individual
própria cidade sede, do estímulo ao turismo, da praticadas na época. Cada cidade apresentava
geração de empregos (ainda que temporários), e seus campeões em cada esporte, e aquela que
das várias melhorias nos aspectos urbanísticos reunisse o maior número de vitórias era declarada
advindos daí. Também não é nenhum mistério as vencedora. Os Jogos foram absorvidos pelo
vantagens que a prática do esporte coletivo ou Império Romano que continuou sua realização até
individual oferece para seus adeptos, seja no o ano de 392, quando o então imperador Teodósio
aspecto físico ou mental. Como diriam os I, que se convertera ao Cristianismo, os proibiu
romanos: “Mens sana in corpore sano”. Eu sob a alegação de apologia aos deuses pagãos,
pessoalmente sou testemunha desses benefícios, sendo retomados em 1896, com a denominação de
pois além de ex-atleta (de basquetebol), militei a “Jogos Olímpicos da Era Moderna”, num trabalho
maior parte de minha vida profissional em áreas iniciado pelo francês Pierre de Fredy, mais
ligadas ao esporte, seja na Arquitetura Esportiva, conhecido como Barão de Coubertin, e
no gerenciamento de próprios esportivos, e na adquirindo o formato que todos conhecemos
coordenação de grandes eventos. Dentre as atualmente. Há referências de que o Barão de
inúmeras lições que aprendi no esporte, além das Coubertin teria sido Maçom, mas não obtive na
próprias relações sociais inevitavelmente geradas, literatura nenhuma comprovação que pudesse
destaco uma que me parece fundamental para a firmar meu convencimento. Apesar disso, há um
formação de nosso caráter: perder não representa monumento em sua homenagem localizado na
nosso fracasso, e aprendemos tanto ou mais com cidade de Atlanta, que reproduz a figura de
nossas derrotas que com nossas vitórias. Coubertin subindo três degraus de uma escada
Mas confesso que continuo com este situada entre um pórtico formado por duas
defeito incorrigível de buscar associações entre colunas gregas, o que é bastante sugestivo.
fatos e personagens históricos homenageados por Documentalmente verifiquei apenas a existência
nossa Ordem com nossa Doutrina esotérica e de ligações suas com Baden Powell e o
Iniciática. E geralmente tenho tido êxito neste movimento do Escotismo.
intento. Não que os argumentos do parágrafo

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Quanto à alegação de Teodósio I, de páginas não sabem o que estão perdendo. É uma
apologia à religião pagã, em parte era verdadeira, leitura que recomendo.
mas não havia só isso. Os gregos da antiguidade, que eram
A Grécia antiga possuía um regime de politeístas, idealizaram e cultuavam deuses
governo sui generis para sua época. Apesar de antropomórficos – o Livro do Gênesis da
irmanadas pelo idioma e cultura, as cidades Tradição Judaico Cristã traduz uma ideia parecida
gregas eram reinos independentes denominados “Façamos o homem à nossa imagem e
Cidades Estado, e viviam de disputas e guerras semelhança” - e além da aparência humana
entre si. Quem não conhece a história da famosa também possuíam sentimentos próprios do
Guerra de Tróia, por exemplo? Desta maneira, os homem tais como amor, ódio, inveja, vaidade, etc.
idealizadores dos Jogos Olímpicos pretendiam Curiosamente, apesar de serem chamados de
com a sua realização obter um período de paz e imortais, os deuses do panteão grego podiam
trégua, mesmo que fosse breve, para que as morrer de duas formas: mortos por outra
cidades pudessem se recuperar o mínimo que divindade, já que havia verdadeiras disputas entre
fosse das mazelas sofridas nas guerras. De certa elas: ou pela ausência de adoração por parte dos
forma as competições continuavam entre elas, só homens. Isto era um conceito fundamental dentro
que de maneira simbólica e praticamente da sua religião e muito interessante
inofensiva, o que não alterava muito a filosoficamente falando, pois tudo aquilo que é
animosidade e rivalidade usuais, mas pelo menos esquecido realmente tende a desaparecer.
nesta “guerra esportiva” não havia espólios ou A origem do Universo para os gregos teria
destruição. se dado através do auto fracionamento de uma
A apologia aos deuses pagãos sustentada divindade primordial denominada Chaos
por Teodósio I referia-se às razões “oficiais” da (coincidentemente a expressão latina Ordo ab
instituição dos Jogos Olímpicos, que era Chaos – Ordem a partir do Caos - faz parte da
justamente prestar homenagens aos deuses do Doutrina da Maçonaria) em dois filhos: Nix (a
panteão grego, e mais que isso, já que cada cidade Noite) e Érebo (a Escuridão, as Trevas); e três
era protegida e apadrinhada por um deus irmãos: Gaia (a “Mãe Terra”), Eros (a
específico, a vitória definia também que deus sexualidade, o macho x fêmea) e Tártaro (o
seria o mais forte e vitorioso sobre os demais. Abismo). Neste ponto faço um adendo para
Pode-se dizer neste raciocínio que os criadores analisar este simbolismo.
dos Jogos Olímpicos na antiguidade pretendiam a Ao gerar seus dois filhos se dava
sua maneira reforçar a necessidade de simbolicamente a manifestação etérea do
aproximação do homem com o divino. Universo, representada pela Noite e pelas Trevas.
Mas para entender esta afirmação melhor Devemos observar também que curiosamente, e
é necessário falar um pouco sobre a filosofia da ao contrário de outras religiões, os gregos antigos
religião grega, chamada de Mitologia Grega, e consideravam a Luz como uma emanação
mais tarde, após sua absorção pela civilização espontânea do Chaos, e portanto, incriada, e
romana de Mitologia Clássica, que aliás também separavam a Noite, que possuía Luz
influenciou todas as religiões ocidentais e a originada dos astros, da Escuridão plena e
própria Maçonaria, como tudo mais na fantástica absoluta, as Trevas. Ao gerar seus três irmãos, ou
cultura helênica. seja, divindades de mesmo nível hierárquico,
A Cosmogonia dos gregos é bastante Chaos criava as bases para possibilitar a
atraente, e possui um simbolismo bastante manifestação física do Universo, através da
interessante. Os Amados Irmãos que nunca própria Terra, que julgavam ser o centro do
tiveram a oportunidade de navegar por suas Universo, das polaridades, e de seus limites, já

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que imaginavam que a Terra fosse uma superfície descendentes, uma maldição proferida por seu pai
plana na forma de um quadrilátero, que possuía Urano, Chronos passou a devorar todos os seus
como limites exatamente o Abismo. Estas cinco filhos recém-nascidos, numa analogia fascinante,
manifestações de Chaos podem ser associadas aos pois o tempo realmente a tudo “devora”, e nada
Cinco Pontos de Perfeição conhecidos pelos resiste à sua ação. Por força de um ardil tramado
Mestres Maçons, e que fundamentaram a criação por Gaia e Reia (esposa de Chronos), ele não
do Rito de Perfeição por Jean Baptiste Villermoz conseguiu devorar um de seus filhos: Zeus, que ao
no século XVIII, que era formado por 25 Graus, e tornar-se adulto o derrotaria e se transformaria na
que posteriormente serviria de base para os atuais maior autoridade do panteão grego, sendo
33 Graus dos Ritos Escocês Antigo e Aceito e cultuado como o líder dos deuses e pai dos
Adonhiramita. homens.
A representação iconográfica de Chaos Zeus estabeleceu a morada dos deuses
não é menos interessante, era um ser formado num lugar paradisíaco chamado Olimpo, que
apenas pelos braços abertos, mãos, pernas e pés, ficava no cume de um monte altíssimo, inatingível
sem tronco e cabeça, inserido numa espiral para os homens, e dali Zeus teria criado a
concêntrica da qual emanam raios em todas as humanidade.
direções (sugerindo o Sol), que possuía na junção Há vários mitos descrevendo a criação do
dos quatro membros apenas um olho aberto de homem segundo os gregos. Numa síntese destas
grandes proporções, que lembra muito o célebre correntes podemos dizer que Zeus encarregara
“Olho de Hórus”, e a atual representação do nosso dois Titãs: Prometeu e Epimeteu, que eram
conhecido “Olho Que Tudo Vê”. irmãos, de auxiliá-lo na criação dos animais e do
Gaia, irmã de Chaos, a “Mãe Terra”, o homem, e lhes dera todo o material necessário
“Princípio Gerador”, teria gerado por sua vez para a obra. Prometeu (“aquele que prevê”)
outras divindades de si mesma, dentre elas Urano repassou a tarefa a seu irmão Epimeteu (“aquele
(o Céu), Ponto (o Mar), e Óreas (as Montanhas). que age sem pensar”), e este último teria utilizado
Com Urano (que mais tarde batizaria um dos todo o material que lhes fora dado por Zeus nos
planetas do Sistema Solar) teria formado um animais, deixando sobrar quase nada para a
“casal divino”, e dessa união nasceriam os doze criação do homem. Diante disso Prometeu não
Titãs, que não eram exatamente deuses na teve outra escolha e gerou o homem a partir do
acepção do termo, mas seres divinos poderosos, barro – mais uma semelhança com os textos
capazes de fazer o bem ou infligir o mal à sua bíblicos – mas ao perceber que sua criação não
vontade, mais ou menos como o conceito dos possuía qualquer atrativo resolveu lhe dar “algo
anjos, serafins e querubins da Doutrina Judaico- maior”. Prometeu resolveu então roubar o “Fogo
Cristã. Divino” no Olimpo e lhe entregar ao homem, que
O último dos Titãs a nascer desempenha passa então a possuir “algo de divino” em seu
um papel especial na Mitologia Grega: Chronos interior (já vimos isto em outras correntes
(o Tempo), que mais tarde seria transformado no filosóficas, não é mesmo?). Ao descobrir o
Saturno dos romanos, e também designaria um ocorrido Zeus ficou furioso, e as consequências
planeta do Sistema Solar, este, aliás, representado foram funestas para Prometeu e Epimeteu, e
na Abóbada Celeste dos Templos Adonhiramitas. indiretamente para toda a humanidade. Ao
Chronos era uma divindade extremamente primeiro Zeus acorrentou num penhasco onde um
interessante. Castrou seu pai Urano, separando abutre devorava seu fígado durante o dia, sendo o
assim o céu da terra, impedindo que procriasse órgão regenerado à noite, num suplício eterno e
mais filhos, e assumindo o “Trono do Mundo”. contínuo, que foi encerrado pelo herói Hércules
Com medo de ser destronado por seus (que era filho de Zeus com uma mortal) num de

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seus famosos Doze Trabalhos. Quanto a Na Olimpíada moderna a Tocha Olímpica


Epimeteu, Zeus presenteou sua mulher Pandora também percorre as cidades do país sede, porém
com uma caixa acompanhada da advertência de sem a morbidez dos antigos gregos, pois há um
não abri-la. Movida pela curiosidade Pandora revezamento pré-estabelecido entre os portadores
abriu a caixa libertando todos os males ali da Tocha, que ao chegar à cidade sede servirá para
contidos sobre a humanidade. Ao perceber o mal acender a Pira Olímpica que permanece acesa até
que fizera, Pandora tentou fechar a caixa, porém, o final das competições.
apenas um último dom restava ali: a Esperança. Este, meus Amados Irmãos, é o sentido
Vem daí a expressão “a Esperança é a última que esotérico, místico ou filosófico, dos Jogos
morre”, e com certeza uma das razões da inclusão Olímpicos na antiguidade, ou seja,
deste atributo, uma das Virtudes Teologais, simbolicamente fazer o “Fogo Divino” percorrer
enunciadas por São Tomás de Aquino e Santo as terras dos homens e iluminar seus passos,
Agostinho, mas que na verdade são uma relembrando a maior dádiva que obtiveram dos
reinterpretação de conceitos estabelecidos pelo deuses, a “Centelha Divina”, mesmo que na
filósofo grego Platão, como designação do “contramão”.
segundo degrau do Oriente nos Templos E aqui julgo oportuno abrir um parêntese
Maçônicos, em nossa Doutrina. Infeliz é o homem para falar um pouco mais sobre este Elemento
que não possui Esperança. Primordial chamado Fogo. Não apenas o fogo
A semelhança entre o Mito de Prometeu e material, mas o Fogo que os homens consideram
os textos bíblicos é gritante. E não é por acaso. sagrado.
Mas o relato aqui tem outro objetivo, que é o de A humanidade sempre foi fascinada pelo
explicar a origem da “Tocha Olímpica”, principal Fogo. Desde a Pré-História até nossos dias o Fogo
símbolo da Olimpíada, que foi instituído permanece seduzindo, atraindo nosso olhar para
exatamente a partir deste Mito. suas labaredas, nos hipnotizando, nos levando
Os gregos criaram os Jogos Olímpicos em inconscientemente à reflexão, e sempre nos
homenagem aos deuses do Olimpo, e intrigando.
particularmente a Zeus, que mais tarde seria O homem da caverna ficava estupefato ao
denominado Júpiter pelos romanos e também ver o Fogo produzido pelos relâmpagos incendiar
batizaria um planeta de nosso Sistema Solar, o árvores e a vegetação. O próprio Zeus dos gregos
maior deles, já que era o maior dos deuses, e que era conhecido por seus acessos de cólera nos quais
também marca presença na abóbada de nossos bombardeava a Terra com relâmpagos. O Fogo
Templos. Recriaram também, simbolicamente, a era algo extremamente poderoso, muito além das
viagem do “Fogo Divino” desde a morada dos limitadas possibilidades e compreensão do
deuses (o Olimpo, daí o nome de Olimpíada) até homem; vinha do céu, e isto levou à associação do
a humanidade através do trajeto da Tocha Fogo a um Ente Superior, a uma divindade e sua
Olímpica, que percorria todas as cidades da cólera, a alguém capaz de comandar a Natureza.
Grécia até chegar à cidade sede da competição No pensamento do homem primitivo algo tão
onde acenderia a Pira Olímpica. Carregar a Tocha fabuloso só poderia ter se originado de Deus, e
Olímpica era a maior honra possível para um isso fez com que o Fogo passasse a ser
atleta grego, mas ao mesmo tempo era uma considerado sagrado.
sentença de morte, pois ele tinha que fazer todo o Com o passar do tempo o homem
percurso a pé, e somente a passava para outro primitivo aprendeu a produzi-lo e a utilizá-lo a seu
atleta quando chegava à exaustão, e favor. E considero este avanço, do domínio do
frequentemente à morte. Fogo, como mais importante que a invenção da
roda para nossa evolução. Não apenas como

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espécie, mas também, e principalmente como Jesus sobre suas cabeças no evento denominado
seres pensantes e criadores. Pentecostes, ou a trajetória da Tocha Olímpica
A partir daí o homem foi capaz de nos Jogos Olímpicos modernos, todas estas
cozinhar alimentos, mudando seus hábitos manifestações do Elemento Fogo representam
alimentares e desenvolvendo dietas mais não apenas a dádiva da Vida, mas a bênção
eficientes sob o ponto de vista de produção de concedida pelo Grande Arquiteto do Universo à
energia. Dissipou as trevas das noites, passou a ser humanidade no sentido de nossa evolução.
capaz de enxergar no escuro com auxílio das Voltando ao Fogo Sagrado Olímpico,
tochas; afugentou animais selvagens, acho impossível dissociar o simbolismo do trajeto
possibilitando a preservação de nossa espécie; efetuado pela Tocha Olímpica na antiga Grécia do
passou a sentir menos o rigor do inverno, primeiro Cerimonial do Fogo das Sessões Adonhiramitas.
aquecendo suas cavernas, depois acendendo Não seria este mesmo “Fogo Divino” aquele
fogueiras do lado de fora de suas tendas e revigorado pelo Irmão Arquiteto em nossas
reunindo seus semelhantes. Começava a surgir a Sessões? Não é com o mesmo sentido de
agregação dos indivíduos, formando as primeiras “distribuição de Luz” à humanidade que o Mestre
sociedades. Aprendeu ainda a utilizar o Fogo para de Cerimônias transporta solenemente a Chama
forjar metais, como o bíblico Tubalcaim, nosso Sagrada do Oriente ao Ocidente, iluminando os
velho conhecido, e seu progresso depois disso Altares das Três Luzes da Loja para que ela se
jamais foi interrompido. A Ciência continua dia desdobre em Sabedoria, Força e Beleza? Talvez
após dia descobrindo meios de utilizar as os Amados Irmãos praticantes de outros Ritos
diferentes manifestações do Elemento Fogo e do discordem da associação por não estarem
calor por ele produzido para finalidades das mais familiarizados com esta prática na Doutrina
distintas. Descobriu-se que há Fogo em nosso Maçônica, mas duvido que qualquer Irmão
metabolismo, e que sem ele não há Vida. As Adonhiramita não perceba mais este dentre tantos
possibilidades de uso e aplicação do Elemento outros simbolismos contidos num cerimonial
Fogo ainda parecem infinitas. Os gregos não relativamente simples, porém repleto de
estavam errados, o Fogo é realmente uma dádiva exuberante significado místico.
de Deus. Talvez este simbolismo de Vida,
Sob o ponto de vista filosófico, e para Consciência e Evolução tenha sido esquecido ou
moderar a impetuosidade do homem em tornar o negligenciado pelos atuais responsáveis pela
Fogo uma divindade, as religiões o realização dos Jogos Olímpicos. É possível
transformaram, ou traduziram, como um símbolo também que o materialismo que sempre se fez
do Poder Divino. Zoroastro associou o Fogo à presente entre os homens tenha tornado este
Luz; Akhenaton ao Disco Solar; os gregos ao entendimento supérfluo, mas pelo que vimos não
conhecimento; os hebreus ao Poder de Jeová; os era assim nos primórdios da competição e na sua
cristãos ao Espírito Santo; os vedas à Khundalini, origem.
e por aí afora. Mas todos, sem exceção, o Fica demonstrado também que toda
relacionam à manifestação da Vida e à manifestação no Universo é dual, com uma face
Consciência. exotérica e outra esotérica, ou, se preferirmos,
O Fogo é realmente o Elemento uma parte material e outra espiritual,
transformador, disso os alquimistas não independentemente da corrente filosófica
duvidavam. Seja ele o Fogo Sagrado trazido do examinada, e assim sendo, roguemos ao
Olimpo por Prometeu e entregue ao homem; a GADU para que a Chama Olímpica, para
Sarça Ardente vislumbrada por Moisés; a chama nós Chama Sagrada, permaneça sempre
da Iluminação experimentada pelos Apóstolos de flamejante em nossos corações!

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PRIMEIRO BALAÚSTRE

Esta é uma seção especial de nossa revista, que denominamos


“ARQUIVO”.
As imagens que os AAm IIrm verão nas páginas seguintes são
históricas! São reproduções digitalizadas das páginas do primeiro Livro de
Atas de nossa Augusta Oficina, e referem-se ao primeiro Balaústre gravado na
Augusta e Respeitável Loja Simbólica SCRIPTA ET VERITAS, N° 1.641, Grande
Benfeitora da Ordem, em Sessão Especial ocorrida há cinquenta e um anos atrás.
Este trabalho de resgate histórico foi efetuado pelo nosso Am Irm Isaac
Domingos da Silva, MI, Venerável Mestre no Biênio 2009-2011.

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GALERIA DOS VENERÁVEIS MESTRES

1966 – 1968 1968 - 1970 1970 – 1972 1972 – 1974


JOSUÉ MENDES AYLTON DE MENEZES ÁLVARO MARTINS JOSÉ JOAQUIM
SILVA FERNANDES
Irm Rodrigo Otávio Irm José Bonifácio

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EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO

1974 – 1976 1979 – 1981 1981 - 1983 1985 - 1987


1976 – 1978 1983 - 1985
1978 – 1979 ALFREDO MARTINS ANTÔNIO FERNANDO
LEONARDO HERMÍNIO
ROBERTO DE JESUS FIGUEIRA CAMPOS
EPEL
GUIMARÃES
Irm Simon Bolivar Irm Duque de Caxias Irm Antônio Raposo Irm José de Arimateia
Tavares

1987 – 1989 1989 – 1991 1991 – 1993 1995 – 1997


HENRIQUE DA SILVA
JEFFERSON MATTOS WINSTON DE MATTOS WATSON MATTOS
PEREIRA
Irm Sir Alexander Irm Kruger Mattos Irm Francisco de Assis Irm Paulo de Tarso
Flemming

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EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO

1997 – 1999 1999 – 2001 2001 – 2003 2003 – 2005


EMIR CARVALHO DE JOSÉ TAVARES DE DENIR LAURIANO CARLOS ALBERTO
SOUZA ALMEIDA FERREIRA BORGES DA SILVA
Irm Sigmund Freud Irm José do Egito Irm Israel Irm Josué

2005 – 2007 2007 – 2009 2009 – 2011 2011 – 2013


ALBERTO JOSÉ ARLINDO JORGE DE ISAAC DOMINGOS DA EDISON GUIMARÃES
PINHEIRO GRAÇA CAMPOS SILVA FRANÇA
Irm Isaías Irm Noé Irm Daniel Irm Jacó

2013 – 2015 2015 – 2017


SERGIO ANTONIO LUÍS CLÁUDIO
MACHADO EMILIÃO PEREIRA DERBLY
Irm Matheus Irm Allan Kardec

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MÊS DIA GRAU CLASSIFICAÇÃO

2 1 Sessão Ordinária
9 1 Sessão Ordinária
SETEMBRO 16 1 Sess Magna Aniversário da Loja
23 1 Sessão Ordinária
30 2 Sessão Ordinária
7 1 Sessão Ordinária
14 1 Sessão Ordinária
OUTUBRO
21 2 Sessão Ordinária
28 1 Sessão de Finanças
4 1 Sessão Ordinária
11 3 Sessão Magna de Exaltação
NOVEMBRO
18 1 Sessão Ordinária
25 1 Sessão Ordinária
2 1 Sessão Ordinária
DEZEMBRO
9 1 Sessão Ordinária

Observações:

a) O Calendário poderá sofrer alterações em conformidade com a necessidade dos Trabalhos

12 Grau de Aprendiz Maçom


2 Grau de Companheiro Maçom
1 Grau de Mestre Maçom
2 Trabalhos Suspensos

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EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO

Aug e Resp Loj Simb SCRIPTA ET VERITAS, N° 1.641


Grande Benfeitora da Ordem – Fundada em 10.09.1965
Federada ao Grande Oriente do Brasil – GOB
Jurisdicionada ao Grande Oriente do Brasil no Rio de Janeiro – GOB-RJ
RITO ADONHIRAMITA
Palácio Maçônico da Rua do Lavradio, n°97, Templo n°6, Centro, Oriente do Rio de Janeiro
Sessões todas as sextas-feiras, às 19:30h

COMPOSIÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO
BIÊNIO 2015 – 2017 EV

LUÍS CLÁUDIO PEREIRA DERBLY


Venerável Mestre
FLAMARION GOMES TAVARES FERNANDO SANTOS PEDROZA DE ANDRADE
1° Vigilante 2° Vigilante
SERGIO ANTONIO MACHADO EMILIÃO ARLINDO JORGE DE CAMPOS
Orador Secretário
ISAAC DOMINGOS DA SILVA MARINEU DOS REIS SANTA ISABEL
Tesoureiro Chanceler
WINSTON DE MATTOS
Deputado Estadual

COMPOSIÇÃO DOS DEMAIS CARGOS

HENRIQUE DA SILVA PEREIRA


Cobridor Interno
CARLOS ALBERTO BORGES DA SILVA PAULO EDUARDO MIRANDA CUNHA
Mestre de Cerimônias Hospitaleiro
EDISON GUIMARÃES FRANÇA SWAMI CAETANO DA SILVA
Arquiteto 2° Experto
ALBERTO JOSÉ PINHEIRO GRAÇA LEONARDO HERMÍNIO EPEL
Mestre de Harmonia Porta Estandarte
EMIR CARVALHO DE SOUZA
Porta Bandeira
LEONARDO HERMÍNIO EPEL
Garante de Amizade – Manitoba - Canadá

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EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO

Você Amado Irmão, praticante de qualquer Rito


Maçônico e não apenas o Adonhiramita, membro regular de
outras Lojas, e que tem prestigiado esta publicação, não se sente
também impelido a participar de nossa empreitada?
Nossa revista, como o Amado Irmão bem sabe, não possui
qualquer finalidade lucrativa ou comercial, e não tem outro objetivo que
não seja o de fomentar o debate e a pesquisa sobre a Doutrina de nossa
sublime Ordem, exercendo desta forma, e ao mesmo tempo, a máxima do
Livre Pensamento, permitindo aos Amados Irmãos tornarem públicas suas ideias
sobre a simbologia e a História de nossa Ordem, além de estimular a prática do nobre
ideal de todos os Maçons de “aprender para saber, e saber para ensinar”.
Se este também é seu sentimento, e o Amado Irmão possui alguma Peça de
Arquitetura que gostaria de compartilhar com outros Maçons, junte-se a nós!
Neste sentido, a A R L S SCRIPTA ET VERITAS, n° 1.641, Grande Benfeitora
da Ordem, não apenas abre as portas de nosso sagrado Templo para honradamente receber o
Amado Irmão em nossas Sessões nos auxiliando em nossos Trabalhos, mas também franqueia
as páginas da revista digital UM QUARTO DE HORA, para publicação de sua opinião sobre
qualquer tema de interesse Maçônico relacionado Ao Grau de Aprendiz Maçom.
Para que seu texto seja publicado em nossa revista basta enviá-lo em meio digital para o
endereço eletrônico “quartodehora@scriptaetveritas.com.br”, acompanhado de uma fotografia sua nos
formatos JPEG ou PNG, e um pequeno currículo maçônico nos moldes do exemplo abaixo:

NOME CIVIL (PROFANO)


Nome Histórico (se for o caso)
Grau Maçônico
Loja a que Pertence e Oriente
Rito que pratica
Data da Iniciação
Comendas e condecorações

Não hesite! Sozinhos nada podemos, mas juntos de tudo somos capazes! Esperamos por você
em nosso próximo número!

Fraternalmente,

SERGIO EMILIÃO
Editor

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EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO

A presente publicação foi produzida com o software


Microsoft Office Professional Plus 2013©, utilizando as fontes
Calibri e Times New Roman, corpos 12, 16, e 24 em espaçamento
simples.
As imagens utilizadas foram retiradas da internet, sendo portanto
de domínio público; e dos CD ROMs da série “Clipart Maçônica”
comercializados pela empresa Arte da Leitura, e editadas com a utilização do
software gráfico vetorial CorelDRAW X8©.
As fotografias dos AAm IIrm foram colhidas no acervo fotográfico da
Loja, ou disponibilizadas pelos próprios Amados Irmãos.
O conteúdo da publicação é Iniciático e não pode ser divulgado no meio profano.
Comentários, críticas, sugestões e colaborações de textos podem ser encaminhados
Para o e-mail: quartodehora@scriptaet.com.br.

UM QUARTO DE HORA é uma publicação periódica e sem fins lucrativos, editada pela
Augusta e Respeitável Loja Simbólica SCRIPTA ET VERITAS, N° 1641, Grande Benfeitora da
Ordem, praticante do Rito Adonhiramita, fundada em 10 de setembro de 1965, federada ao
Grande Oriente do Brasil – GOB, e jurisdicionada ao Grande Oriente do Brasil no Rio de Janeiro
– GOB-RJ. A Loja funciona todas as sextas-feiras, às 19:30 horas, no Templo n° 6 do Palácio
Maçônico da Rua do Lavradio, n° 97, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

Edições anteriores podem ser solicitadas pelo Amado Irmão através do nosso e-mail
quartodehora@scriptaetveritas.com.br, ou ainda baixadas diretamente do nosso site
www.scriptaetveritas.com.br.

Capa “Estandarte” – Sergio Emilião


Arte, compilação, revisão e diagramação – Sergio Antonio Machado Emilião

Rio de Janeiro, setembro de 2016 EV

Visite nossa página na internet em www.scriptaetveritas.com.br

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
NÃO PODE SER VENDIDO

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