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Dedicatória e Agradecimentos

“Mas o trabalho não termina aqui. Muito se tem a construir. Quei-


ra o G.’.A.’.D.’.U.’. que outras gerações de maçons cardosianos,
possam continuar essa narrativa, e que as pesquisas lhes causem
emoções agradáveis e incentivadoras na causa maçônica, como nós
cardosianos dos cem anos, tivemos o prazer de sentir”...

Com estas palavras nosso querido irmão Walter Louis Riechel


concluiu o livro do centenário.
Com este mesmo sentimento, nós os organizadores e revisores do
livro dos 120 anos, também sentimos agradáveis emoções, recebemos
incentivos de todos os irmãos cardosianos para que dentro do possível,
a história desta magnifica e centenária, Augusta e Respeitável Loja
Simbólica fosse preservada e perpetuada.
Este livro é dedicado à todos os irmãos cardosianos, que ao longo
de 120 anos honraram e mantiveram esta Loja de pé, não permitindo
que as colunas fossem abatidas, onde o espírito de liberdade, igualdade
e fraternidade prosperou entre os homens livres e de bons costumes.
Da mesma forma, não poderíamos deixar de enaltecer o trabalho
incansável das nossas queridas cunhadas que através da Fraternidade
Feminina Cardosiana, fizeram e vem fazendo um trabalho anônimo
em prol da comunidade carente e necessitada.
Buscando as origens da nossa Loja, através do seu fundador e
primeiro Venerável Mestre, o Irmão José Alves de Carvalho, e mais
recentemente o nosso irmão Walter Louis Riechel, Venerável Mestre,
incansável obreiro e eterno arquiteto, que não mediu esforços para
viabilizar a construção e a conclusão do Templo próprio, os organi-
zadores e revisores deste Livro, em especial, à eles dedicam esta obra.
Registramos a inestimável colaboração dos Irmãos:
ALCEU PEDROSO
ANTONIO MARCOS DE OLIVEIRA
EUSEBIO LABADIE FILHO
FELIPE GRANDO SÓRIA
GERSOM MAYER
JOÃO LUIZ PERSICOTTI
LUIZ MARIO SIERAKOWSKI
ROBERTO BARCELOS COSTA
VICTOR HORÁCIO DE SOUZA COSTA
Augusta e Respeitável Loja Cardoso Júnior
120 Anos de Maçonaria (1898 - 2018)
Todos os direitos reservados.
Copyright © 2019 by Marcos Roberto Werlang (Org.)
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida,
sejam quais forem os meios empregados (eletrônico, mecânico, fotográfico,
gravação ou outros), sem a prévia autorização por escrito do autor.
Citações, com a devida identificação da fonte, são permitidas.

Coordenação Editorial, edição e diagramação: Celso Deucher


Capa: A figura de capa é de autoria de Denisar Zanello Miranda (in memo-
riam). A pintura inacabada, foi doada por Otillia Irene Tomich (esposa do
Irmão Gildardo Tomich - Vetruvio), à Loja Cardoso Júnior em 2009.

Impressão: Gráfica Editora Pallotti. Santa Maria – RS

Impresso no Brasil/Printed in Brazil


Primeira edição – Novembro de 2019
Tiragem: 300 exemplares

Contato com o Organizador:


E-mail: overlangue@gmail.com

WERLANG, Marcos Roberto (Org.)


Augusta e Respeitável Loja Simbólica Cardoso Júnior
- 120 Anos de Maçonaria (1898 - 2018). Marcos Roberto
Werlang.
Curitiba, 2019. Prefácio: João Darcy Ruggeri.
406 p. : 16 x 23cm.

Protocolo de Direitos Autorais nº 1313/PR/19

Edição Comemorativa aos 120 anos da Loja

1. Maçonaria 2. História 3. Paraná


Sumário

Prefácio.......................................................................................................07
Introdução...................................................................................................11
Prefácio do livro dos 100 anos.................................................................19
Introdução ao livro dos 100 anos............................................................23
Dos Princípios Gerais da Maçonaria e dos
Postulados Universais da Instituição.......................................................25
História resumida da Maçonaria do Brasil
e do Grande Oriente do Brasil.................................................................27
Fundação da Augusta e Respeitável
Loja Simbólica Cardoso Júnior................................................................39
Por que uma Loja Maçônica em Vila Deodoro?....................................43
Biografia de Francisco José Cardoso Júnior...........................................47
1º Período da Loja 1898 a 1914...............................................................59
2º Período da Loja 1915 a 1931................................................................73
3º Período da Loja 1932 a 1945..............................................................107
4º Período da Loja 1946 a 1970.............................................................127
5º Período da Loja 1971 a 1985..............................................................179
Ano do Centenário 1998........................................................................249
1º Período da Loja Pós Centenário 1999 a 2018..................................299
Lista de Obreiros do Quadro da Loja em 120 anos............................381
Prefácio

ANIVERSÁRIO! “Ganhando forma elíptica, é o tempo que


vem e o tempo que vai no afã de transpor os umbrais da existên-
cia, cumprindo seu desiderato de - no devido tempo - retornar
ao seu ponto-de-partida. Destarte, que as curvas do tempo não
nos impeçam que vislumbremos o futuro! Preservemos, pois,
nossos ideais e desfrutemos da sublimidade do amor, a permitir
o descortinar das belezas dos amanhãs, que se avizinham!”
“Façamos de nossas vidas LUZES INCANDESCENTES para
que, de cujas fagulhas - no SEU CINTILAR - possam iluminar
A NOSSA ETERNIDADE!”
Sim! Sem sair do meu cantinho da modéstia, pela segunda
vez encontro-me nos braços dos Amados Irmãos Cardosianos,
lá atrás como seu palestrante quando das comemorações do
primeiro Centenário desta Augusta, Amada e Respeitável Loja
Maçônica.
Prefaciar uma história de cento e vinte (120) anos, faz-me
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

retornar no tempo, para acordar o passado que havia adormecido


nos escaninhos da história e, na medida do possível, ressuscitar
- ainda que simbolicamente - vidas cruzadas com tantas outras,
as quais sedimentaram os caminhos sobre os quais, hoje, agora,
continuamos trilhando rumo ao destino sonhado, ainda que
desconhecido.
“Para cada missão cumprida, que bom seria se pudéssemos
ouvir o ECO do PASSADO, quiçá, para reeditá-la ou para poder
corrigir - no rascunho da existência - algo que se adequaria aos
nossos anseios, no momento! ”
“Sem arrependimentos, pois, saudemos os seus CENTO E
VINTE anos de fecunda existência no seio da Sociedade e da
Sublime Ordem Maçônica. ”
Assevero que:
POVO SEM HISTÓRIA, É POVO QUE NÃO EXISTE!
Impossível prosseguir sem antes curvar-me perante o insigne
Marechal-de-Campo FRANCISCO JOSÉ CARDOSO Júnior, em
reverência ao ilustre Patrono que permanece vivo entre aqueles
que cultuam sua memória.
Assim, creio que a imperiosidade do segredo - na época
vital para o funcionamento de uma Loja Maçônica - VILA
DEODORO - atual Cidade e Município de Piraquara. Estado
do Paraná - serviu de Berço para embalar os ideais dos Maçons
de então, os quais alicerçados na evocação Bíblica há milênios
sentenciada: “IDE, CRESCEI E MULTIPLICAI-VOS”, foi que,
no dia 1º (primeiro) de Dezembro, do ano de 1898, da E. V.,
portanto há 120 (cento e vinte) anos, ante a exclamação “FIAT
LUX, ET LUX FACTA EST” ( faça-se a Luz e a Luz foi feita) foram
descortinados novos horizontes, rasgando caminhos para que,
por eles, a 20ª Loja Maçônica então filiada ao Grande Oriente do
Brasil, desse seus primeiros passos iniciando seu périplo rumo
ao incógnito, porém, almejado destino então rabiscado sobre a
“Prancheta do Futuro”. Conforme consta do Livro - Histórico,

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

dezoito (18) foram os Irmãos que adotando, na época, o Rito


Francês ou Moderno, desbravaram os primeiros caminhos que
os trouxeram até aqui.
Confesso que ao bisbilhotar o âmago desta rica - história da
Maçonaria brasileira, no Paraná, sofri alto custo sentimental, haja
vista o despertar de uma Saudade que, embora existindo, per-
manecia silente e oculta por guardada nas prateleiras do tempo!
Retorno, pois, aos anos em que o destino havia reservado
para mim à honrosa, sublime, porém, na época difícil missão de,
na condição de Grão-Mestre Estadual, por longos quatro anos,
conduzir os destinos da Maçonaria Paranaense (1991-1995),
inclusive, e principalmente, com valorosos Irmãos desta Loja
Maçônica.
Debruçando-me no peitoril da Janela do Passado ali perma-
neci assistindo o desfilar dos diletos Irmãos: Aloysio Ignácio
Werlang (Conselheiro do GOEPR) Moacyr Visinoni (Deputado
da Loja), Luiz Carlos Betenheuser (Juiz do Tribunal de Justiça
Maçônica), Elias Gilson Garcia, Walter Louis Riechel (Grande
Secretário de Finanças do GOEPR), Lúcio Mickosz (Grande
Secretário de Administração do GOEPR), Alceu Pedroso (Con-
selheiro especial do Grão-Mestre),Giovanni Costantino (Juiz do
Tribunal de Justiça Maçônica), Eusebio Labadie Filho (colabora-
dor emérito), Washington Alves da Silva (Grande Secretário de
Relações Maçônicas do GOEPR), Belmiro Michelin, Fernando
Antonio Allessi (Grande Secretário Mestre de Cerimônias - não
cívicas - do GOEPR), Alípio Santos Leal Neto (Conselheiro do
Grão-Mestre), Nermi Alves Maciel (Assessor Especial do Grão-
-Mestre até o último Ato), João Luiz Persicotti e Gerson Teixeira
dos Santos (então colaboradores do Grão-Mestre).
Foram Veneráveis Mestres da Cardoso Júnior, durante a
minha Gestão como Grão-Mestre, no período de junho de 1991 a
junho de 1995: Ir. Fernando Antonio Allessi, Ir. Eusebio Labadie
Filho e Ir. Gersom Mayer.

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Costumo dizer que o Livro tem o condão de perenizar a


história, despertar a saudade, desenvolver o saber e o conhecer,
mas, se permanecer na estante, transformar-se-á, apenas, em
objeto de adorno, insinuando cultura e conhecimentos, enquanto
sepulta a história que lhe deu origem.
Compulsando página por página constatei que este memo-
rável Livro revela momentos históricos da Augusta e Respei-
tável Loja Maçônica CARDOSO Júnior Nº 661, da Maçonaria
Paranaense e, em especial, do atual GRANDE ORIENTE DO
BRASIL-PARANÁ, razão pela qual recomendo a sua leitura.
Como estímulo para que prossigamos, lembro de Yung -
filósofo Asiático que disse:
“CONSTRÓI MUITO BAIXO, QUEM CONSTRÓI ABAIXO
DAS ESTRELAS! ”
Ouso afirmar que:
“SONHAR NÃO É PRIVILÉGIO SOMENTE DAQUELES
QUE DORMEM, PORQUE QUANDO SONHAMOS ACOR-
DADOS ESTAMOS MAIS PRÓXIMOS DA REALIDADE”. (jdr)

Ir. João Darcy Ruggeri


Comenda Dom Pedro Primeiro-GOBPR
Grão-Mestre de Honra do GOBPR
Membro Honorário da A.’. R.’. L.’. S.’. Cardoso Júnior, Nº 661

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Introdução

“Mas o trabalho não termina aqui. Muito se tem a construir. Queira


o G.’. A.’.D.’. U.’. que outras gerações de maçons cardosianos,
possam continuar essa narrativa, e que as pesquisas lhes causem
emoções agradáveis e incentivadoras na causa maçônica, como nós
cardosianos dos cem anos, tivemos o prazer de sentir”

Com estas palavras, em dezembro de 1998 encerrou-se o Li-


vro dos 100 anos de Maçonaria 1898-1998 da Loja Cardoso Júnior.
E com este mesmo ideal de que o trabalho não termina aqui,
há de se mencionar neste livro, que dentro do possível, foi dada
a continuidade aos registros históricos e relevantes da Cardoso
Júnior, assim como havia sido feito pelo querido Irmão Walter
Louis Riechel.
Para que o leitor tenha um melhor entendimento, os revisores
acharam por bem fazer alguns esclarecimentos conforme segue:
Começadas as tratativas para a elaboração do livro dos 120
anos da Cardoso Júnior, três questionamentos precisaram ser
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

resolvidos.
• Seria dada uma continuidade ao Livro do Centenário?
• Seria feito um novo Livro?
• O Livro do Centenário seria revisado, atualizado e con-
tinuado?
Depois de muitas reuniões, acordou-se de que, em função
das ferramentas disponíveis, da impossibilidade de se utilizar
as informações dos antigos “disquetes”, o mais lógico seria digi-
talizar folha por folha do livro, transformá-la numa linguagem
atual, e que então seria revisado, atualizado e continuado.
Através de digitalizações de documentos e fotos, foram
inseridas mais informações, tendo como base os documentos
históricos do acervo da centenária Loja Cardoso Júnior.
Definida a linha de atuação, e até para um melhor entendi-
mento, neste livro dos 120 anos, informações do âmbito econô-
mico e político, nacional e internacional foram consideradas.
Quando da elaboração do Livro do Centenário, imaginou-se
que o mesmo seria direcionado tão somente para os irmãos da
ordem maçônica, pois nele constam algumas abreviaturas ou
simbologias de entendimento exclusivo dos maçons.
Assim sendo, o entendimento do Venerável Mestre, e dos
revisores, foi no sentido que de que este livro também será
direcionado para o público em geral, e assim sendo, siglas e
abreviaturas foram suprimidas.
Em termos de tecnologia e comunicações, talvez, nestes úl-
timos anos, progrediu-se muito mais do que em todo o século
passado.
Somente para refrescarmos um pouco a memória; internet,
smartphones, Android, IOS, Wi-Fi, Bluetooth, Blu-ray, Led, plas-
ma, cartões de memória, pen drive, CD, DVD, HDMI, HD, Full
HD, 4K, TV a cabo, scanner, fotos digitais, DNA, Bitcoin, moedas
digitais, criptografia, e tantas outras siglas eram inimagináveis
na virada do século 20.

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Isto sem contar a gama de aplicativos que hoje fazem parte


do nosso dia a dia.
O acervo histórico da Cardoso Júnior em 1998 foi e é uma
fonte inesgotável de informações documentais. Mas, naquela
época, para se transportar uma imagem de um documento para
um livro, dependia-se de uma gráfica especializada, havia a ne-
cessidade de se confeccionar um fotolito e etc. Tudo isto muito
difícil e caro para a época.
Com as tecnologias atuais, e a utilização de scanners, tudo
ficou mais fácil.
Seguindo a linha adotada pelo Irmão Walter Louis Riechel,
foi feita a revisão do livro do centenário, e na sequência, um bre-
ve relato dos acontecimentos que realmente foram importantes
para a ARLS Cardoso Júnior nestes últimos 20 anos, no âmbito
interno, nacional e internacional.
Da mesma forma, para evitar melindres futuros e entenden-
do que benfeitorias de pequeno porte, manutenções do imobi-
lizado, frutos da depreciação e de algumas melhorias do dia a
dia, as mesmas não serão abordadas neste livro.
Na década de 80, quando efetivamente a fraternidade femi-
nina tomou força e iniciou os trabalhos de assistência e ajuda
aos carentes e necessitados, as esposas dos veneráveis mestres
eleitos é que assumiam a direção da fraternidade feminina para
o período.
Em paralelo à revisão do Livro, os revisores relacionaram
todos os Obreiros da Cardoso Júnior constantes no livro do cen-
tenário. E num segundo momento, os obreiros pós centenário.
Constatou-se então de que haviam vários nomes parecidos
ou muito semelhantes.
Através de pesquisas realizadas nos arquivos da Loja, con-
cluiu-se de que se tratavam das mesmas pessoas, assim sendo,
dentro do possível, os nomes foram revisados e unificados.
Apesar disto, algumas dúvidas persistiram haja vista de que

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

em vários documentos foram encontrados os mesmos nomes


escritos de maneiras diferentes.
Somente a título de informação, o critério adotado para se
optar por este ou aquele nome, foi o critério da maioria.
Considerando a gramática da época, a caligrafia, a eventual
dificuldade no entendimento da fonética de alguns nomes es-
trangeiros, não é difícil imaginar que alguns nomes originais
tiveram uma pequena “adaptação”.
Além disso, houveram mudanças gramaticais no vocabu-
lário onde alguns acentos foram suprimidos, assim sendo, os
“corretores de texto” se encarregaram de mudar ainda mais a
originalidade dos textos mais antigos.
Daquele tempo, foram encontrados documentos onde Curiti-
ba se escrevia Curityba, Cardoso se escrevia Cardozo, Filantropia
se escrevia Philantropia e assim por diante.
A pesquisa e a revisão do livro, segundo os revisores, não
estão livres de falhas de entendimento, alguns relatos recebidos
foram reduzidos, alguns documentos antigos tiveram que ser
“decifrados”, e dentro do possível, tentou-se fazer o melhor, e
com imparcialidade.
Além disto, com muito pesar constatou-se de que várias
folhas de algumas Atas foram rasgadas ou subtraídas, outras
foram rabiscadas por profanos, além de outros documentos que
estão se perdendo com a ação de fungos e brocas.
Quando a história de uma Loja centenária é escrita, surgem
vários documentos e nomes. Imagina-se como seriam estas
pessoas, e queira ou não, e como uma obsessão, acaba-se mer-
gulhando no meio dela.
Depois de muita procura, várias fotos antigas foram encon-
tradas, algumas com identificação e outras não. De posse da
relação de nomes, conseguiu-se identificar vários deles. Olhando
as fotos, os dossiês, os livros e os registros com mais de 100 anos,
a emoção bateu forte, afinal de contas, gloriosos irmãos, de uma

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

época de grandes dificuldades, foram eles que perante a história,


são heróis de um passado glorioso que mantiveram a Loja de
pé e à ordem, e não permitiram que as colunas fossem abatidas.
Para não perder as características e a originalidade do Livro
do Centenário, a capa, a contracapa e as “orelhas” onde constam
os testemunhais do Grão Mestre Geral, Francisco Murilo Pinto
e do presidente da Academia Paranaense de Letras Maçônicas,
Valter Martins de Toledo, mais o texto revisado e atualizado,
fazem parte deste Livro dos 120 anos, conforme segue:

Capa e contra capa do Livro do Centenário

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Orelhas da capa e contracapa respectivamente

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Ficha Catalográfica do livro do Centenário

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

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Prefácio do livro
dos 100 anos

100 anos, um século, o final de um milênio.

O Século ainda não acabado foi o que trouxe as maiores e


mais significativas alterações nos muitos milênios da história
da Humanidade.
Nesse ambiente efervescente de mudanças mesmo as ins-
tituições mais tradicionais e estruturadas como a Maçonaria
assistiriam a transformações e movimentos telúricos que só se
resolveriam através de personalidades marcantes dos grandes
seres humanos.
É exatamente nos momentos de crise que surgem e se elevam
os grandes líderes, como acontece com a Ordem Maçônica no
Brasil, na última quadra do século vencido, quando a cisão do
Grande Oriente do Brasil estava em sua plenitude, coexistindo
o do Vale do Lavradio e o do Vale dos Beneditinos.
A unificação se fazia necessária para que a Ordem voltasse a
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

poder crescer em toda sua plenitude. Era, portanto, indispensá-


vel o aparecimento de um líder que realizasse aquele sonho tão
carinhosamente alimentado por nossos Irmãos daquele tempo.
Embora sua folha de serviços ao Brasil e à Maçonaria já fosse
extensa e sua liderança inconteste, foi na pessoa do Conselheiro
do Império, depois Marechal da República Francisco José Car-
doso Júnior em que se pode encontrar a fibra, a dedicação e o
tirocínio necessários para a concretização daquele ideal.
Nas páginas deste livro poderão encontrar, Maçons e não
iniciados, os principais traços dessa marcante personalidade e
as imensas qualidades de um grande homem, que dignificou
seu povo e sua fraternidade.
Esse brasileiro do Rio de Janeiro percorreu quase todo o
Brasil, desempenhando as mais difíceis missões, outorgadas
pelos sucessivos governos do Império e da República, deixando
por onde passou sua marca de realizador, de organizador e de
educador.
Foi assim quando chegou ao Paraná, bem a tempo de pre-
parar a Província para o advento da República, que ajudou a
implantar e consolidar, presidindo-a no momento da transição.
Também como Maçom sua atuação trouxe inestimável con-
tribuição, exercendo diversos cargos e funções, em especial a de
obreiro presente a todos e atento a tudo.
Motivados por seus exemplos, em 1º de dezembro de 1898,
seus Irmãos da então distante Vila Deodoro, criaram a Loja Ma-
çônica Cardoso Júnior, quando aquele Irmão ainda vivenciava
a Maçonaria em Curitiba.
E foi exatamente essa Loja uma das que fizeram a passagem
do século para o Grande Oriente do Brasil no Paraná e perma-
neceram, ao longo desses 100 anos, ombreando-se com as mais
dignas e realizadoras Oficinas deste Estado dos Pinheirais.
Sua vida tem sido tão atribuladora como foi a de seu ilustre
patrono, e vem sendo referencial para os que querem concretizar,

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

no Paraná, os ideais de Liberdade, Igualdade e, acima de tudo,


Fraternidade.
Por isso mesmo, nada mais justo, que sua história seja reme-
morada quando a Loja completa seu Centenário e os exemplos
de seu patrono são tão necessárias.
Assim é que, honrado com o convite de prefaciar esta obra,
menos me incumbiram de apreciar seu conteúdo literário,
cabendo-me primacialmente destacar os homens que fizeram
sua história.
Mais do que isso, cumpre-me, em nome da Maçonaria Pa-
ranaense, rogar ao Grande Arquiteto do Universo que permita
a continuidade desse caminho de luz e a multiplicação de seus
Obreiros dedicados e profícuos.

Curitiba, agosto de 1998.

Cliceu Luis Bassetti


Grão-Mestre
Grande Oriente do Brasil-Paraná

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

“Pesquise o seu passado


para conhecer o seu futuro”
Confúcio
22
Introdução ao
livro dos 100 anos

Todas as informações históricas referentes ao passado da


Loja Cardoso Júnior, foram pesquisadas pelo Irmão Walter
Louis Riechel.
Sua busca de informações abrangeu consultas a boletins,
livros maçônicos, livros de atas, livros de presença a sessões,
jornais maçônicos e profanos, correspondências maçônicas e
profanas, documentos existentes na Biblioteca Estadual do Pa-
raná e em posse de pesquisadores maçons e profanos.
Só foram registradas informações documentadas. Não fo-
ram consideradas informações verbais, a não ser quando estas
completavam ou confirmavam informações de alguma forma
já documentadas.
Procedendo assim, o citado pesquisador, comporta-se como
um historiador isento, que busca apenas registrar o que aconte-
ceu, comprovadamente, sem escorregar pelo fácil caminho da
ficção.
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Terminadas as pesquisas, o Ir. Walter solicitou colaboração


da Comissão Organizadora do Centenário para a redação de-
finitiva do texto contido neste livro. A participação dos Irmãos
designados pela referida Comissão, restringe-se apenas à orde-
nação das informações obtidas e catalogadas pelo referido Irmão
a quem devem ser creditados todos os méritos desta obra.

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Dos Princípios Gerais
da Maçonaria e dos
Postulados Universais
da Instituição
(Transcrito da Constituição do Grande Oriente do Brasil)

Art. 1º - A maçonaria é uma instituição essencialmente


iniciática, filantrópica, progressista e evolucionista. Proclama a
prevalência do espírito sobre a matéria. Pugna pelo aperfeiçoa-
mento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do
cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da
beneficência e da investigação constante da verdade. Seus fins
supremos são:
LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE.
Além disso:
I - Condena a exploração do homem, os privilégios e as
regalias, enaltecendo, porém, o mérito da inteligência e da vir-
tude, bem como o valor demonstrado na prestação de serviços
à Ordem, à Pátria e à Humanidade;
II - Afirma que o sectarismo político, religioso ou racial é in-
compatível com a universalidade do espírito maçônico. Combate
a ignorância, a superstição e a tirania;
III - Proclama que os homens são livres e iguais em direitos
e que a tolerância constitui o princípio cardeal nas relações hu-
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

manas, para que sejam respeitadas as convicções e a dignidade


de cada um;
IV - Defende a plena liberdade de expressão do pensamento,
como direito fundamental do ser humano, admitida a correlata
responsabilidade;
V - Reconhece o trabalho como dever social e direito inalie-
nável; julga-o dignificante e nobre sob quaisquer de suas formas;
VI - Considera Irmãos todos os Maçons, quaisquer que sejam
suas raças, nacionalidades, convicções ou crenças;
VII - Sustenta que os maçons têm os seguintes deveres es-
senciais: amor à família, fidelidade e devotamento à Pátria e
obediência à lei;
VIII - Determina que os maçons estendam e liberalizem os
laços fraternais que os unem a todos os homens esparsos pela
superfície da terra;
IX - Recomenda a divulgação de sua doutrina pelo exemplo
e pela palavra e combate, terminantemente, o recurso à força e
à violência para a consecução de quaisquer objetivos;
X - Adota sinais e emblemas de elevada significação simbóli-
ca que são utilizados em suas oficinas de trabalho e servem para
que os Maçons se reconheçam e se auxiliem onde se encontrem;
Art. 2º - São postulados universais da Instituição Maçônica:
I - A existência de um princípio criador: O Grande Arquiteto
do Universo;
II - O sigilo;
III - O simbolismo da Maçonaria Operativa;
IV - A difusão da Maçonaria Simbólica em três graus;
V - A lenda do terceiro Grau e sua incorporação aos Rituais;
VI - A exclusiva iniciação de Homens;
VII - A proibição de discussão ou controvérsia sobre matéria
político-partidária, religiosa ou racial, dentro dos templos ou
fora deles, em seu nome;
VIII - A manutenção das Três Grandes Luzes da Maçonaria:
O Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso, sempre a vista,
em todas as sessões das Lojas e Corpos;
IX - O uso do avental.
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História resumida da
Maçonaria do Brasil e do
Grande Oriente do Brasil
(Transcrito da historiologia do GOB)

A maçonaria brasileira não nasceu exatamente com a funda-


ção do Grande Oriente do Brasil, em 17 de junho de 1822.
Os primeiros núcleos ou agrupamentos foram formados em
Minas Gerais em 1789, na célebre Conspiração Mineira, onde e
quando se verificou a predominância do espírito maçônico; em
Pernambuco, em 1796, com a fundação do Areópago; na Bahia,
em 1798, na Conjuração dos Alfaiates.
Estes caminhos foram percorridos pelo sentimento maçônico,
na formação da nacionalidade.
No fim do século XVIII, para evitarem as perseguições de
que eram alvos, alguns maçons portugueses emigraram para o
Brasil. E da união com outros maçons, franceses e americanos,
instalaram Lojas, no início do século XIX. Umas, sob o auspício
do Grande Oriente Lusitano. Outras, do de França. E algumas,
independentes.
Em 1801, foi instalada a Loja Simbólica Reunião, filiada ao
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Oriente de França (José Bonifácio - Manifesto: 05/12/1831).


Em 1803, o Grande Oriente Lusitano nomeou Delegado o
Irmão Francisco José de Araújo, com plenos poderes para criar
Lojas no Brasil. Este Delegado criou as Lojas Constância, Filan-
tropia e Emancipação. E unidos a esta, a Loja Reunião. Chamou
a um centro comum todos os maçons, regulares e irregulares,
que havia no Rio de Janeiro.
“Essas Lojas chegaram a ter mais de cem membros, dos mais
respeitáveis cidadãos, que trabalhavam com a maior dedicação
e zelo, chegando a instalar uma nova Loja denominada Bene-
ficência”
Os Maçons brasileiros, animados e contagiados pelo espírito
de independência, entenderam a necessidade de tornar naciona-
lizado o então “regime maçônico”. Criaram pontos de apoio e
de união a todos os irmãos, dando-lhes força e vigor necessários
para resistir à tirania.
Entusiasmados com o trabalho maçônico desenvolvido, con-
vocaram as Lojas e deram cabo aos objetivos até então buscados
e inauguraram o primeiro Grande Oriente do Brasil, que foi
reconhecido e saudado por irmãos estrangeiros, proclaman-
do-se Grão-Mestre Interino, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada
Machado e Silva.
Assim frutificava o trabalho maçônico, quando, em 1806,
aportou no Brasil o vice-rei, Conde dos Arcos. Homem de caráter
ferino e adversário mortal da maçonaria, passou a perseguir os
Maçons.
Em 21 de agosto de 1806, em assembleia geral do povo maçô-
nico, deliberou-se suspender os trabalhos, visto correr-se perigo
com comprometimento dos maçons. Nem mesmo a personalida-
de doentia do vice-rei e as perseguições conseguiram fragilizar
os ideais maçônicos, e os Irmãos continuaram a reunir-se dentro
dos singulares postulados da Ordem.
Nesta época algumas Lojas surgiram e, ao mesmo tempo,

28
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

desapareceram. Destaca-se a Loja São João de Bragança Co-


mércio e Artes, fundada em novembro de 1815, que se manteve
independente, e que ainda existe.
Foram organizadas Lojas em vários pontos do Brasil, diver-
sificadamente.
Em Campos dos Goitacazes foram instaladas algumas Lojas.
Entre elas, União Campista, Filantropia e Moral e Firme União,
sendo que esta última ainda existe, em pleno funcionamento.
Como a perseguição comprometia os objetivos maçônicos,
vários procedimentos foram verificados, em diversos pontos.
Na Bahia foi instalado um Grande Oriente que teve vida
efêmera.
Em 1817, quando da revolta de Pernambuco, e quando os
primeiros passos para a reinstalação do Grande Oriente haviam
sido cometidos, os maçons, perseguidos pelo Ministro de Esta-
do do Reino, Tomás Antônio Vila Nova, por conveniência dos
próprios princípios, entenderam oportuno e seguro suspender
os trabalhos, dissolvendo as Lojas. Mais um episódio em que os
maçons agiram em defesa de seus ideais maiores.
A maçonaria brasileira ficou adormecida durante quinze
anos.
Em julho de 1821, José Domingos Ataíde Moncorvo, Ca-
pitão-de-mar-e-guerra, reinstala a Loja Comércio e Artes, a fim
de dar força e vigor aos seus trabalhos.
A este ato, numerosos irmãos de Lojas adormecidas, se
juntaram. E a Loja, que já possuía quadro suficiente, tornou-se
um celeiro de homens de prestígio e de saber, no Rio de Janeiro,
centro das grandes decisões nacionais, porque era a Capital do
Brasil.
O Brasil era, por esta época, uma dependência da coroa por-
tuguesa e, em abril de 1821, com a retirada do Rei João VI para
Portugal, ficara sob a regência do Príncipe D. Pedro
A Loja Comércio e Artes, que era a única existente e regular

29
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

no Rio de Janeiro, sob a presidência do seu Venerável Mestre,


o Capitão João Mendes Viana, em assembleia geral realizada
no dia 17 de junho de 1822, resolveu fundar o Grande Oriente
do Brasil, que foi logo reconhecido e saudado pelos Grandes
Orientes da Inglaterra, de França e dos Estados Unidos.
A Loja Comércio e Artes, para constituir a nova Potência,
desmembrou-se em três Lojas, cujos títulos distintivos conser-
vam até hoje:
Nº 01 - Comércio e Artes: na idade do ouro;
Nº 02 - União e Tranquilidade: em 09 de janeiro, aludindo
as palavras proferidas pelo Príncipe, para o sossego do povo”;
Nº 03 - Esperança de Nicteroy: em 03 de junho, “em alusão
à projetada independência”;
São chamadas de “Lojas Metropolitanas”. A Comércio e
Artes é a Primaz do Brasil.
O Primeiro Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil foi o
Conselheiro e Ministro de Estado José Bonifácio de Andrada e
Silva, substituído pelo Príncipe D. Pedro, mais tarde Imperador
do Brasil.
Com o desmembramento da Loja Comércio e Artes em três
Lojas, em assembleia geral realizada no dia 21 de junho de 1822,
houve sorteio nominal entre os Irmãos, afim de serem constitu-
ídos os três Quadros de Obreiros. E para que fossem reconhe-
cidos, traziam, no antebraço direito, uma roseta de fita branca
os da Nº 01 - Comércio e Artes; fita azul os da Nº 02 - União e
Tranquilidade; e de fita encarnada, os da Nº 03 - Esperança de
Nicteroy. Daí as cores usadas em nossos paramentos.
O Grande Oriente do Brasil, ao longo de seus cento e setenta
e seis anos, sofreu uma única suspensão de seus trabalhos, exa-
tamente no ano de sua fundação, quando foram interrompidas
as atividades por determinação do Grão-Mestre, o Príncipe D.
Pedro.
O ministério, que era formado exclusivamente de Maçons,

30
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

foi renovado e se procedeu verdadeiro achincalhamento, com


monstruosa devassa de inconfidências. Houveram perseguições,
prisões e deportações de Maçons que não concordaram com o
aviltamento das instituições.
Apesar do ato destruidor da maçonaria e das perseguições a
Maçons, o verdadeiro culto à Arte Real não se extinguiu, porque
os valores maiores da dignidade humana foram preservados por
intrépidos e dedicados Vigilantes da Pátria, que se reuniram em
quadros errantes.
A prudência e a argúcia desses irmãos, verdadeiros constru-
tores de Templos à Virtude, mantiveram os trabalhos maçônicos,
mesmo em retiro, com regularidade e vigor.
José Bonifácio de Andrada e Silva, Grão-Mestre substituído
pelo Príncipe D. Pedro, em pronunciamento de extraordinária
coragem e desagravo, assim se manifestou:

“Corra-se espesso véu sobre esses templos lutuosos, em que a in-


gratidão, abusando da autoridade, mandou fechar as oficinas dos
Maçons onde se haviam reunido os mais puros votos de amor àquele
que, tocando em férrea dava o malhete de ouro que se lhe confiara
para manter a ordem, dirigir os trabalhos e defender os obreiros, os
feriu e os dispersou!
Ramoinhando no pélago das paixões caiu ele mesmo com medonho
estrondo, não achando a seu lado um amigo, que o consolasse! A
virtude não consente que se agrade a desgraça”.

Cabe, aqui, uma explicação a respeito de perseguições aos


Maçons que a história vez por outra menciona, sem esclarecer.
A maçonaria tem como lema LIBERDADE, IGUALDADE,
FRATERNIDADE.
Tem pela Liberdade o maior primado do homem; pela Igual-
dade, o sentimento de equilíbrio, e de justiça; e pela Fraternidade,
o encanto do homem com seu semelhante, reflexo do Criador
em cometimentos de amor ao próximo.
Se estes valores são subtraídos - e comumente o são por tira-

31
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

nos, os Maçons se fazem contra a tirania e aí ou são reconhecidos


ou são perseguidos. Como resultados positivos normalmente são
esquecidos; permanecem registrados os instantes, vivenciados
à margem dos acontecimentos melhores, e temos, como conse-
quência, em um sem número de vezes, a história registrando
perseguições a Maçons.
Em 1831 ocorreu a abdicação do Imperador e, logo em se-
guida, foi reinstalado o Grande Oriente do Brasil, retornando
ao trabalho as antigas Lojas, com toda Força e Vigor. Em pouco
tempo foram fundadas outras tantas. Em 1837 já somavam
cento e vinte e uma, instaladas em todo o Império, obedientes
ao Grande Oriente do Brasil, com sede e Poder Central no Rio
de Janeiro.

“Essas Lojas situavam-se nos territórios dos Estados do Maranhão,


Pará, Pernambuco, Sergipe, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São
Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso “.

Com este determinismo, o Grande Oriente do Brasil ven-


ceu as fronteiras às Repúblicas do Uruguai e do Paraguai. No
Uruguai, o Grande Oriente do Brasil fundou e regularizou, em
Montevidéu, em 1856, três Lojas: “Sol Oriental Nº 111 “; “De-
cretos da Providência Nº112 “e “União e Beneficência Nº113”.
No Paraguai, fundou e regularizou, em 1869, a Loja “Fé Nº192”.
Ao longo de seus cento e setenta e seis anos de existência,
conta com mais de um mil quinhentas Lojas, instaladas nos diver-
sos Estados Brasileiros e no Distrito Federal, numa abrangência
plena do território nacional, ativamente operativas.
O Grande Oriente do Brasil é, indiscutivelmente, a tradição
maçônica do País. É ele, de fato e de direito, a expressão legítima
da Ordem Maçônica no Brasil.
A dimensão do Grande Oriente do Brasil em valores hu-
manos, através dos tempos, se registra pela nominata de tantos
vultos importantes na vida brasileira, de elevada posição social,
32
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

profissional, política e cultural: tais como estadistas, senadores,


governadores, deputados, jornalistas, militares, escritores, ad-
vogados, e tantos outros, membros dos Quadros das Lojas, que
exerceram eficiente influência na evolução do País.
É bastante recordar que foram Maçons do Grande Oriente do
Brasil: Pedro I, José Bonifácio, Marquês de Abrantes, Visconde
de Cairu, Visconde do Rio Branco, Saldanha Marinho, Visconde
Vieira e Silva, Marechal Deodoro da Fonseca, Duque de Caxias
- Patrono do Exército, doutores Macedo Soares e Rui Barbosa,
o “Águia de Haia”, General Henrique Valadares, Alcindo Gua-
nabara, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva,
Dr. Narrey Júnior, Almirante Wandenkolk, General Benjamin
Constant Botelho de Magalhães, Rangel Pestana, Campos Sales,
Quintino Bocaiúva, Silveira Martins, Hermes da Fonseca, José
do Patrocínio, Luiz Gama, Manoel Arão, Prudente de Moraes,
Wenceslau Brás, Pereira Gomes, Nereu de Oliveira Ramos e
centenas de outros, de alto prestígio entre os brasileiros.
Honra a quem honra!
Hoje, o Grande Oriente do Brasil é a maior Potência Maçônica
da América Latina, fonte perene de filantropia e de fraternidade,
de estudos e de ensinamentos, de participação em proveito da
família, da sociedade e da Pátria.
Proclamada a República, o Governo Provisório foi constitu-
ído por oito membros, sendo seis Maçons: Deodoro da Fonseca,
Benjamin Constant, Almirante Eduardo Wandenkolk, Quintino
Bocaiúva, Campos Sales e Rui Barbosa.
O Grande Oriente do Brasil, como instituição que zela pelos
valores maiores da nacionalidade, acerva um patrimônio histó-
rico de grande valor, tanto material quanto representativo, todo
recolhido ao Museu Maçônico, no Palácio do Lavradio, no Rio
de Janeiro, antiga sede do Poder Central. Em seu acervo estão
recolhidos documentos históricos e autógrafos raros e valiosís-
simos; medalhas, joias de ouro, prata e bronze; condecorações,

33
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

moedas, telas de nomes famosos como Dom Martino e Rocha


Fragoso sobre a Guerra do Paraguai; retratos a óleo, de grandes
e famosas personalidades maçônicas. Sua biblioteca está entre
as mais expressivas da cultura nacional, com obras raríssimas e
de valor incalculável. Seu acervo está, hoje, com mais de 5.000
volumes, sistematicamente catalogados.
Há, também, um grande número de obras de arte. Bustos,
estatuetas de mármore e de bronze guarnecem o Palácio do La-
vradio, construído em 1843, em estilo colonial português. Neste
Palácio, através dos tempos, foram tomadas grandes decisões
de interesse nacional e da Ordem Maçônica no Brasil.
O Grande Oriente do Brasil está enquadrado na Declaração
de Princípios, feita em 1922, pela Grande Loja de Massachusetts,
que afirma: “O Grande Oriente do Brasil é Potência represen-
tativa da Instituição no Brasil, porque representa a unidade
substancial dos Maçons no território de sua jurisdição”
O Grande Oriente do Brasil é uma Potência Simbólica, que
administra a Ordem até o grau de Mestre. Adota seis Ritos e
mantém tratado com as respectivas Oficinas Chefes, que os
administram a contar do grau quatro.
Como instituição constituída de homens livres, o Grande
Oriente do Brasil suportou, ao longo destes tempos, algumas
controvérsias internas, de resultados inconvenientes, com irmãos
promovendo dissidências e deixando a Instituição.
Assim foi, em 1831, com o Grande Oriente Nacional Brasi-
leiro; em 1863, com o Grande Oriente Unido do Brasil; em 1927,
com o Supremo Conselho; no mesmo ano, com o Grande Oriente
de São Paulo; em 1948, com o Grande Oriente Unido; em 1972,
em ação generalizada, com vários Grandes Orientes Estaduais,
surgindo, o Colegiado de Grão-Mestres.
“Para a dissidência de 1927 não houve um motivo relevante,
uma razão de ordem moral, um incidente que pudesse servir de
explicação e muito menos de justificativa”.

34
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Em 1926 foi assinado um tratado entre o Supremo Conselho


do Rito Escocês Antigo e Aceito e o Grande Oriente do Brasil,
delimitando-se os campos entre o Simbolismo e o Filosófico, ou
Altos Graus
O referido tratado transformava o Grande Oriente do Bra-
sil em uma Potência Simbólica, até o grau três, e o Supremo
Conselho com jurisdição da parte filosófica dos graus quatro
ao trinta e três.
Com este desmembramento, regularizou-se a conduta em
postulado universal. Mas o que se podia fazer com fraterni-
dade, tornou-se um conflito, em 1927. O Grão-Mestre, que era
também o Grande Comendador, vendo próxima a expiração de
seus mandatos, procurou reeleger-se com as duas finalidades. O
Supremo Conselho o reelegeu para Grande Comendador, mas
foi derrotado para Grão-Mestre Geral.

“Podia conservar-se Soberano Grande Comendador, que ninguém


do Grande Oriente do Brasil perturbaria a sua ação. Mas o seu
temperamento combativo exasperou-se com a derrota e, por isso,
tentou impor ao Grande Oriente um controle humilhante, coer-
citivo, cerceador de sua soberania de Potência Simbólica. Não o
conseguindo, resolveu sair do Palácio Maçônico e quebrar os laços
que o prendiam à grande família maçônica brasileira, levando con-
sigo parte do Supremo e uma Carta de Membro da Confederação
Internacional dos Supremos Conselhos, de Lausanne, de 1875”.

Dessa lamentável cisão nasceram as Grandes Lojas.


Fundadas todas as Grandes Lojas dissidentes, adquiriram
regularidade maçônica.
E as Lojas que as organizaram já possuíam Cartas Constitu-
tivas regulares, expedidas quando foram instaladas pelo Grande
Oriente do Brasil.

“Tal dissidência não abalou, sem dúvida, o prestígio do Grande


Oriente do Brasil, como Potência Simbólica, e a do Supremo Con-

35
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

selho formado pela maioria dos membros do antigo Supremo que


havia deixado a sede do Palácio da Rua do Lavradio, constituindo o
Supremo Conselho, fiel ao tratado firmado em 1926, como Potência
Dogmática, soberana e reguladora do Rito Escocês, nem diminuiu
o seu esplendor.
Eles continuam a ser força máxima da Maçonaria no Brasil, a
“Unidade Maçônica Nacional”.

Decorridos já sete décadas desse indesejado acontecimento,


os Maçons brasileiros verdadeiramente vocacionados, postulam
a unificação maçônica no Brasil como um dos apanágios maiores
do momento político-social do País.
Em 1957 realizou-se o Conclave Geral da Maçonaria Simbó-
lica Brasileira, por iniciativa do Grande Oriente do Brasil e da
Grande Loja do Rio de Janeiro. Nesse Conclave foram celebrados
fraternais Tratados de Amizade com quase todas as Grandes
Lojas do Brasil, menos uma, o que representou um grande
passo para a unificação da Maçonaria Brasileira, alimentando
esperanças, aparando arestas e aumentando o sentimento de
fraternidade.
Desde a sua fundação o Grande Oriente do Brasil é reconhe-
cido pela Inglaterra, França e Estados Unidos.
A Grande-Mãe, como é chamada a Grande Loja Unida de
Inglaterra, fonte que dá regularidade à Maçonaria Universal,
reconhece como Potência legítima e regular no Brasil, o Grande
Oriente do Brasil.
Os laços de amizade que unem as duas Potências Maçônicas,
datam de muito tempo.

“Em 1912, assinaram convênio, relativo ao Rito de York e, em


1935, o “Tratado de Aliança Fraternal”, para o funcionamento de
uma Grande Loja Distrital. Nesse convênio a The United Grand
Lodge of England só reconhece o Grande Oriente do Brasil como
única Potência Nacional, regularmente estabelecida no Brasil, e só
reconhecerá como Maçons Brasileiros aqueles que possuírem um
Certificado ou Diploma, expedido pelo referido Grande Oriente”.

36
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Assinou também, tratados de amizade com a Grande Loja de


New York, em 15 de novembro de 1842; com a Grande Loja de
Hamburgo, em 03 de novembro de 1845; e com a Grande Loja
Nacional da Alemanha em 20 de dezembro de 1845.
No Congresso de Bruxelas, da A.M.I. (Assembleia Maçônica
Internacional), realizado em 1930, foi reconhecido como Potência
organizada, regular e legítima para a Maçonaria Simbólica no
Brasil, o mesmo acontecendo em 1957, no Congresso realizado
em Haya, onde o Grande Oriente do Brasil foi apontado como
“a maior e mais antiga Potência Maçônica Sul-Americana, única
regularmente estabelecida no Brasil, com soberania e represen-
tação nacional”.
É também membro permanente da Confederação Interameri-
cana, desde a 1ª. Conferência de Maçonaria Simbólica, realizada
em Montevidéu, em 1947.
No decorrer destes cento e setenta e seis anos, trinta e nove
Grão-Mestres conduziram o Supremo Malhete do Grande Orien-
te do Brasil, além de três que não governaram, mas que tiveram
tais prerrogativas.

37
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

38
Fundação da Augusta
e Respeitável Loja
Simbólica Cardoso Júnior

No dia 1º de Dezembro de 1898 um grupo de homens livres e


de bons costumes, sob a direção do Ir.’. Antônio Diniz Meirelles,
reuniu-se para fundar uma loja maçônica na então Vila Deodoro,
hoje cidade de Piraquara, Estado do Paraná.

RELAÇÃO DOS FUNDADORES

MANOEL DIAS PINHEIRO


ANTONIO DINIZ MEIRELLES
JOSÉ ALVES DE CARVALHO
ULYSSES DA COSTA PINTO JÚNIOR
ILDEFONSO GOMES DE OLIVEIRA
JOSÉ LUCIANO DE OLIVEIRA
JOSÉ PINTO BASTOS
ALEXANDRE SFARINI
HEITOR PINHEIRO TELLES DE SÁ
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

LUIZ ROMANO
HENRIQUE C. WITHERS
JOSÉ GRAITZ
CONSTANTINO MISURELLI
OLIVIO CARNAGLIALI
DANIEL FARAGO
JAIME SANTOS
FREDERICO DE SOUZA NUNES
ABRÃO GONÇALVES DO NASCIMENTO

Esta Loja foi a 20ª. fundada no Paraná, entre as filiadas ao


GOB.

Brasão da ARLS Cardoso Júnior, tendo no detalhe


a data da fundação, que está incorreta

40
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

A Primeira Diretoria - Gestão 1899/1900 - foi assim consti-


tuída:

Venerável Mestre José Alves de Carvalho Gr.’. 30


1º Vigilante Ulysses da Costa Pinto Júnior
2º Vigilante Ildefonso Gomes de Oliveira
Orador José Luciano de Oliveira
Secretário Abrão Gonçalves do Nascimento
Tesoureiro Frederico de Souza Nunes

Rito adotado na Fundação: Francês ou Moderno


Nome da Loja: Cardoso Júnior.

Obs.: Apenas o Venerável Mestre José Alves de Carvalho residia


em Vila Deodoro.

41
Brevê Contitutivo de 06.07.1961
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

42
Brevê Capitular de 21.11.1967
Por que uma Loja
Maçônica em
Vila Deodoro?

Vila Deodoro foi o nome dado a Piraquara, quando de sua


elevação a Freguesia, pelo Decreto Lei No. 017 de 10 de janeiro
de 1890. A alteração do nome foi uma homenagem ao Marechal
Deodoro da Fonseca, maçom, proclamador da República e pri-
meiro Presidente do Brasil. Vila Deodoro voltou a ser denomi-
nada Piraquara em Abril de 1929. O povoamento da região de
Piraquara data de 1700, mas só com a construção da Estrada de
Ferro Paranaguá - Curitiba, iniciada em 05/07/1880 e conclu-
ída em 02/02/1885, é que a localidade iniciou seu processo de
crescimento.
Até o advento da pavimentação asfáltica, os trilhos férreos
eram sinônimo de progresso para suas cercanias.
- Mas porque uma Loja Maçônica em Vila Deodoro?
Não há registros que esclareçam o motivo da escolha. O mais
provável é a intenção dos maçons da época, em fundar lojas nas
“freguesias” que mais se desenvolviam na região.
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Chancela de Atas, usada de 1899 em diante

Evidência: No mesmo ano da fundação da Loja Cardoso Jú-


nior em Vila Deodoro, foram fundadas na região Sul do Paraná,
as seguintes Lojas:
- Piedade de Campo Largo - dia 01/08/1898 em Campo
Largo.
- Fé e Trabalho - dia 09/11/1898 em Rio Negro.
- Conceição Palmeirense - dia 01/12/1898 em Palmeira.
Observe-se que três das quatro lojas, foram fundadas em lo-
calidades situadas à beira da Estrada de Ferro. A Estrada de Ferro
era na época o Grande Símbolo do progresso de uma região.
Segundo o relato do Irmão Victor Horácio de Souza Costa,

44
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Ata de 2 de agosto de 1900

45
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

seu tio-avô-materno, Antonio Diniz Meirelles, um dos fundado-


res da nossa Augusta Loja, foi adotado por um tio que pertencia
a uma família muito rica e tradicional da época na região da
Vila Deodoro.
Provavelmente em função de heranças e para homenagear o
seu “tio”, mudou o seu nome para Antonio Meirelles Sobrinho.
Nome este que veio a tornar-se nome de rua na atual
Piraquara.
Esta rua com o nome de Antonio Meirelles Sobrinho come-
çava exatamente na linha do trem com destino à Quatro Barras.
Hoje esta mesma rua se chama: Av. Prefeito Antonio Alceu
Zielonka.
Recentemente, com a ajuda de amigos e moradores locais
tentou-se localizar onde seria o local onde a Loja Cardoso Jr.
funcionava.
Infelizmente, não foi possível fazer a localização. Imagina-
-se que seja uma das casas antigas próximas à linha do trem
até porque, segundo registros, vários irmãos vinham de trem
da localidade de Porto de Cima e Morretes para participar das
sessões da Loja.

46
Biografia de Francisco
José Cardoso Júnior

O Conselheiro da Monarquia e depois Marechal da Repú-


blica, Francisco José Cardoso Júnior, faz parte da história da
maçonaria brasileira, em especial do Grande Oriente do Brasil.
O livro “História do Grande Oriente do Brasil”, de José
Castellani, editado em 1993, nos fornece detalhes sobre a par-
ticipação do Conselheiro Francisco José Cardoso Júnior, ilustre
político, militar e maçom brasileiro, na administração do GRAN-
DE ORIENTE DO BRASIL
Em 16/03/1875, por ocasião da reeleição de Visconde do Rio
Branco para mais uma gestão como Grão-Mestre do GRANDE
ORIENTE DO BRASIL o conselheiro Francisco José Cardoso
Júnior foi eleito Grão-Mestre Adjunto.
De 07/1878 à 07/1879, Cardoso Júnior assumiu o Grão Mes-
trado, na ausência do Visconde do Rio Branco, que, com a saúde
abalada, estava na Europa.
Em 15/03/1880, Visconde do Rio Branco e Cardoso Júnior
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

eram reeleitos.
A partir desta data, no entanto, o GRANDE ORIENTE DO
BRASIL passou a ser administrado de fato por Cardoso Júnior,
pois Rio Branco muito doente, não exercia o cargo, vindo a fa-
lecer em 01/11/1880.
Com a morte do Visc. de Rio Branco, foram realizadas novas
eleições (de 27/06 à 04/07/1881), sendo eleitos o Conselheiro
João Alfredo Correa de Oliveira para Grão-Mestre, o Almirante
Artur Silveira da Mota (Barão de Jaceguai) para Grão-Mestre
Adjunto, ficando o Conselheiro Francisco José Cardoso Júnior
como Grão-Mestre Honorário.
O eleito João Alfredo não assumiu o cargo porque viajava
muito. A 29/09/1881 foi empossado apenas o Almirante Artur
Silveira da Mota. Este dirigiu o Grande Oriente como Grão-
-Mestre em exercício, até 05/05/1882.
Nesta data renunciaram: João Alfredo e Artur Silveira da
Mota; Cardoso Júnior, por decisão de Assembleia Geral reali-
zada em 24/05/ 1882, assumiu o Grão Mestrado, com poderes
totais até 1885.
No período de atuação de Cardoso Júnior no GRANDE
ORIENTE DO BRASIL, ocorreu a fusão do Grande Oriente do
Brasil do Vale do Lavradio e o Grande Oriente Unido, antigo
Grande Oriente do Vale dos Beneditinos, fundado e comandado
durante 20 anos por Saldanha Marinho.
Credite-se, pois, à biografia de Cardoso Júnior, esta im-
portante aproximação de maçons brasileiros. Nos 176 anos de
existência do Grande Oriente do Brasil, apenas durante 16 anos,
não houveram obediências dissidentes.
Em 1898, Cardoso Júnior ocupava o cargo de Atersata da
Loja Capitular Acácia Paranaense.
Só a projeção maçônica do Conselheiro Cardoso Júnior, jus-
tifica a escolha do nome de Cardoso Júnior para a Loja fundada
em Vila Deodoro, no distante 01/12/1898.

48
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

49
Retrato do Gen. Francisco José Cardoso Júnior por Theodoro De Bona
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Sua vida profana, no entanto, é plena de civismo e de dedi-


cação ao Brasil e aos brasileiros.
Segundo seus biógrafos recentes, os historiadores paranaen-
ses David Carneiro, Túlio Vargas e o maçom cardosiano Antenor
da Silva Pupo, Francisco José Cardoso Júnior, filho de Francisco
José Cardoso e de Dona Propícia Francisca Carneiro de Fontoura
Barreto; neto do Brigadeiro Manoel José Cardoso e bisneto do
Coronel Manoel José Cardoso, senhor do Morgado da Vacaria,
em Portugal, com Solar na Quinta dos Cardoso, em Lamego,
nasceu em Curato de Santa Cruz - Rio no dia 06/03/1826.
Do lado materno, era descendente de Cristóvão de Portugal
e Castro, fidalgo cavaleiro da Casa Real Portuguesa.
Iniciou sua carreira militar em 1842, na antiga Academia Mili-
tar; em 23/06/1844 era declarado Alferes Aluno; em 19/06/1852,
Tenente; em 02/12/ 1855 Capitão e na mesma data promovi-
do a Major por merecimento. A 03/ 03/1856 foi promovido a
Tenente-Coronel e em 22/06/1875, Coronel, por merecimento,
e, finalmente, Marechal-de-Campo em 03/01/1892.
Foi Bacharel em Ciências Matemáticas ao completar o curso
em 1858.
Exerceu atividades militares e civis administrativas em várias
Províncias do Império.
Foi eleito Deputado Provincial por Minas Gerais, em 1852.
Nessa Província foi inspetor das Coletorias e da Estrada de Ferro
do Rio Preto.
Em 1859, deslocou-se para a Província do Rio de Janeiro onde
foi nomeado engenheiro ajudante do Diretor de Obras Públicas,
recebendo em 1862, pelos serviços prestados, agradecimentos
da Câmara de São João Francisco Xavier de Itaguaí.
No campo de luta, durante a Campanha do Paraguai pres-
tou anos de serviços, sendo nomeado em 1868, Secretário do
Estado Maior das Forças Armadas, sob comando do Marechal
Marques de Caxias, conforme documento do Museu Imperial

50
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

de Petrópolis.
No período entre 02/12/1869 a 11/05/1871, exerceu a Pre-
sidência da Província de Sergipe, onde teve o mérito de criar o
Ateneu Sergipano, deixando bem elaborado relatório ao abrir a
Assembleia Legislativa.
Nomeado presidente (governador) de Mato Grosso, assume
esse cargo em momento dramático, para atender aquela Pro-
víncia que a guerra assolava, cuja reconstrução parecia difícil,
exigindo bondade e energia. O Marechal Francisco José Cardoso
Júnior permaneceu no cargo de 29/07/1871 a 25/12/1871. Além
das tarefas executivas, exerceu concomitantemente o Comando
das Armas da Província e procedeu à reforma da Instrução
Pública.
Eleito deputado pelo Rio de Janeiro, na bancada do Partido
Conservador, onde permaneceu na Câmara de 1872 a 1875,
participando nesse período de inúmeras comissões, tornando-se
merecedor de efusivos agradecimentos e elogios de seus pares
pelos relevantes serviços prestados.
No Ministério da Guerra pertenceu à Repartição do Ajudante
Geral e, no da Marinha, ao Conselho Naval.
A seguir, vai ao Pará para ser o 1º Vice-Presidente daquela
Província, já como Tenente-Coronel. Ocupou o Governo de 1887
à 1888.
Em 1887, por ocasião da comemoração da Lei do Ventre
Livre, promoveu a libertação de 109 escravos. D. Isabel, como
Princesa Imperial Regente, mandou-lhe agradecimentos.
A Proclamação da República a 15 de Novembro de 1889 en-
controu-o como Comandante do 5º Distrito Militar em Curitiba.
Alguns dos telegramas que chegaram em forma de boletins,
ao conhecimento da população, foram os seguintes: BOLETIM
DA PÁTRIA LIVRE: o povo, o Exército e a Armada vão instalar
um governo provisório que consultará a nação sobre uma con-
vocação de Constituinte.

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Aclamações Gerais Republicanas. Viva o Exército e Armada,


viva o povo, viva a República Brasileira.
A Pátria Livre saúda a Nação Brasileira pela Proclamação da
República. Era esse o seu ideal como era também o da maioria
da Nação que hoje festeja gloriosa, a mais ardente e mais justa
das suas aspirações. Está organizado o governo provisório re-
publicano que assim se compõe:

Presidente Marechal Deodoro da Fonseca


Interior Aristides Lobo
Fazenda Ruy Barbosa
Guerra Benjamin Constant
Marinha Eduardo Wandenkolk
Exterior Quintino Bocaiuva
Justiça Campos Sales
Agricultura Demétrio Ribeiro

- O Coronel Cardoso Júnior toma conta hoje da presidência


desta Província.
Paranagua,16 de novembro de 1889.
Alguns outros boletins davam o sentido geral: Rio 17: Câ-
mara Municipal reunida em sessão, aclamou unanimemente a
República dos Estados Unidos do Brasil, reconhecendo o governo
provisório.
- Rio. OURO PRETO, partiu ontem para Montevidéu. Im-
perador e família Imperial seguem hoje para a Europa a bordo
do Riachuelo Vinhaes.
Paranaguá, 17/XI/89.
A 17 de novembro de 1889, conforme se havia anunciado,
o Cel. do Exército Francisco José Cardoso Jr., comandante da
Brigada Militar, assumiu o Governo do Paraná, verificando-se
assim a adesão da ex-Província imperial ao movimento repu-
blicano para transformar-se em Estado Federal.

52
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Francisco José Cardoso Júnior

Deodoro, chefe do governo provisório, passava a Cardoso


Júnior o seguinte telegrama:

“República proclamada, Governo Provisório fortemente apoiado.


Grande entusiasmo adesão geral do país. Mantenha ordem. Dentro
em pouco será nomeado o governador para o Estado do Paraná”.

A habilidade de Cardoso Júnior contribui para que a adesão


do Paraná ao novo regime se verificasse sem dificuldades.
53
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

No Estado do Paraná, após instalar o Governo Provisório,


exerceu o mandato de Deputado no Congresso Legislativo
durante vários períodos. O Presidente Prudente de Moraes
nomeou-o Comandante da Guarda Nacional, da qual foi orga-
nizador no Estado do Paraná.
Deodoro teria desejado que Cardoso Júnior continuasse em
exercício como governador eleito. Mas, ele não se candidatou,
apesar das pressões que se faziam sentir, no intuito de se não
abrir luta partidária no estado. Essa sua atitude, aliás, foi muito
do agrado do Marechal Floriano Peixoto que lhe passou a 02 de
setembro de 1890 o seguinte telegrama: “Contava patriotismo
velho camarada. Obrigado”.
Reformando-se em 1890 no posto de Brigadeiro, foi gradua-
do Marechal de Campo em 1892, por ato do Vice-Presidente da
República, Marechal Floriano Peixoto.
Cruzado americano, Cavaleiro errante percorrendo todos os
caminhos ásperos do Brasil. Cardoso Júnior, maçom, interpreta
com realismo a imaginação do poeta quando cantou:” Pátria mais
perfeita será a mais local, pelo amor à gleba, e a mais universal
pelo amor ao mundo”.
De Cardoso Jr. pode-se dizer:

“CARDOSO JÚNIOR, O QUE PERCORREU DURANTE A


SUA EXISTÊNCIA TANTAS CARREIRAS QUE CADA UMA
DELAS CHEGARIA A DAR UM LUGAR NA HISTÓRIA DO
BRASIL E ALÉM DAS FRONTEIRAS.”

Cardoso Júnior ingressou nessa oportunidade e definitiva-


mente na história da política interna do Paraná, tendo exercido
daí por diante e por várias vezes, mandato de deputado ao seu
Congresso Legislativo em diferentes períodos.
Nomeado pelo Presidente Prudente de Moraes e Barros,
comandante superior da Guarda Nacional do Paraná, a fim de
reorganizar em novos moldes a milícia que de tanta glória se

54
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

cobriu em 1865-70, durante a campanha do Paraguai e na Revo-


lução Federalista, Cardoso Júnior, já então General reformado,
instalou-se no Paraná e aí proficuamente viveu até o começo do
presente século.
A partir de 1901, foi diretor da Biblioteca do Exército por
muitos anos.
Nesta posição faleceu a 21 de setembro de 1917, no Rio de
Janeiro.

Marechal Francisco José Cardoso Júnior, Soberano Grande Comendador

55
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Lei Municipal de 09.04.1957 assinada pelo então prefeito Ney de Amintas de Barros Braga

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

57
Estandarte da ARLS Cardoso Jr. 661
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

58
1º Período da Loja
1898 a 1914

Em 1899, há registros de pleno funcionamento da nova Loja.


Neste ano ocorreram as duas primeiras iniciações conhecidas:
No dia 4 de Abril, foi iniciado Antônio Bozza, italiano, fer-
roviário, residente em Curitiba.
No dia 15 de Outubro, foi iniciado João Alves da Silva, bra-
sileiro, comerciante, residente em Vila Deodoro.
Nesta época, a Loja já recebia o “Boletim do Grande Oriente
do Brasil” que era editado bimestralmente com notícias e infor-
mações das atividades maçônicas em todos os Orientes de sua
jurisdição.
Em 1900 os Irmãos Antônio Bozza e João Alves da Silva
receberam diplomas de Mestre.
A Loja perpetuou o nome de seu primeiro iniciado, por
ocasião de seu cinquentenário, criando o museu Antônio Bozza.
Embora não existam registros, é de se supor que os irmãos
integrantes da primeira Diretoria da Loja, também tenham sido
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

iniciados na Loja, logo na sua fundação, tendo sido imediata-


mente exaltados, para poderem votar e serem votados.
Também não existem registros de que o Irmão Antônio Bozza
tenha exercido cargos em Loja.
Há de se considerar de que no período de 1904 a 1910 a Loja
“adormeceu”.
O primeiro registro aparece somente no ano de 1914/15.

“Jornal Official da Maçonaria Brazileira” – 1899

60
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Em 1900 a loja era formada por 14 obreiros:

Abrão Gonçalves do Nascimento (Hospitaleiro)


Alfredo de Souza Cardoso
Antônio Bozza
Athanagildo Alves dos Santos
Benedito Ribeiro de Macedo (Orador)
Francisco Sial*
Frederico de Souza Nunes (1º Vigilante)
Guilherme Lueck Júnior
João Luiz Ribeiro (Secretário)
José Pinto Bastos (Venerável Mestre)
José Luciano de Oliveira
Ulysses da Costa Pinto Júnior (2º Vigilante)
Virgílio Brustolin
* Foram encontrados registros com o nome de Francisco Leal

Neste ano (1900) ocorreu a primeira ação de beneficência da


Loja. A Loja Igualdade do Ceará pede ajuda para os flagelados
da seca nordestina. Uma comissão cardosiana, incluindo esposas
de maçons, levanta o valor de 98$000 (98 mil reis), que o Orador
pede que seja aumentado para 120$000 (120 mil reis), com o que
a Loja concorda por unanimidade.
Em 1900 faleceu sua majestade Humberto I, Rei da Itália e
maçom. O orador da Loja Cardoso Júnior propõe 13 dias de luto,
com base no Regimento Geral da Ordem.
A proposta foi aprovada por unanimidade.

A Diretoria eleita para o período de 1900/1901, foi:


Venerável Mestre José Pinto Bastos
1º Vigilante Frederico de Souza Nunes
2º Vigilante Ildefonso Gomes de Oliveira
Orador José Luciano de Oliveira

61
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Secretário João Luiz Ribeiro


Tesoureiro Athanagildo Alves dos Santos
Chanceler Benedito Ribeiro de Macedo
(Extraído do VIVER BEM - Gazeta do Povo de 10/08/97)

“Não resta muito das pequenas casas que ladeavam o caminho de


Curitiba à Paranaguá, por Piraquara, no início do século. Sem
reconhecer o valor histórico das construções os moradores foram
derrubando as casas antigas e construindo moradias e casas comer-
ciais mais “modernas”.
Hoje, se pode dizer que, excluindo-se a casa da cultura e a estação
ferroviária, as poucas fachadas que ainda lembram a origem da
cidade, emancipada em 1890, dependem da consciência de preser-
vação de uma única família. São os herdeiros de Antônio Meirelles
Sobrinho (português que pelos idos de 1900 cultivava erva-mate e
mantinha pedreira e serraria no local), que vão decidir se Piraquara
terá ou não a memória de suas casas.”

O Brasil em torno de 1900

O Brasil na virada desse século era uma jovem república


ainda em busca de sua consolidação.
Em 1898, Campos Sales assumiu a Presidência do país, e co-
mandou a primeira renegociação da dívida externa em Londres.
O acordo previa uma moratória de quinze anos, o que devia
permitir um equilíbrio da balança comercial.
Em 1899, brasileiros e bolivianos disputavam a posse do
Acre.
Em 1900, o censo indicava que o Brasil possuía 17.318.556
habitantes, 64 % dos quais vivendo em áreas rurais. São Paulo
contava com 240 mil habitantes.

(Extraído de “100 anos de República “- Nova Cultural)

62
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Solicitação de confirmação de Irmão do Quadro

63
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

1901

1901 foi para a Loja Cardoso Júnior um ano rotineiro. Foram


realizadas cinco iniciações e solicitados três pedidos de afasta-
mento.
No dia 23 de Junho tomou posse a nova Diretoria, tendo a
seguinte composição:

Venerável Mestre* José Pinto Bastos


1º Vigilante Frederico Souza Nunes
2º Vigilante Agnello Carmeliano Pereira
Secretário João Luiz Ribeiro
Orador José Luciano de Oliveira
Tesoureiro Athanagildo Alves dos Santos
Mestre de Cerimonias* Virginio Brustolin
Cobridor: Joaquim G. Martins
Hospitaleiro Ildefonso Gomes de Oliveira
1º Diácono Manoel Vieira Peixoto
2º Diácono João Alves Pereira
1º Experto Joaquim P. Bastos
2º Experto Nestor Nunes
Chanceler Benedito Ribeiro da Conceição
Porta Estandarte* Francisco Sial
Porta Espadas Pedro A. Pereira
Mestre de Banquetes João Torralva Martins
Na eleição votaram 15 Irmãos.

* Doravante os cargos das diretorias, serão assim nominados:


Venerável Mestre – V. Mestre
Mestre de Cerimonias – M. Cerimonias
Porta Estandarte – P. Estandarte
Porta Bandeira – P. Bandeira
Porta Espadas – P. Espadas

64
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Mestre de Banquetes – M. Banquetes


Mestre de Harmonia – M. Harmonia
Irmão – Ir.

A Loja era liberal no cumprimento de interstícios. Os irmãos


Francisco Pedro Garcia e João Martinez foram iniciados e eleva-
dos ao grau de Mestre, no mesmo dia.
Justificativa: Precisavam viajar.
Esta liberalidade, pode ter sido um dos motivos que levaram
a loja ao adormecimento em 1905.
Em 24 de setembro a Loja aprova seu Regimento Interno
(chamado na época de Regimento Particular).
Pedidos de ajuda financeira eram recebidos frequentemente
e na maioria das vezes, atendidos.
Várias vezes reuniões não foram realizadas pela ausência de
um número mínimo de obreiros.

1902
Em 1902 as eleições foram realizadas com apenas oito votan-
tes. O Venerável Mestre eleito foi o Irmão Agnello Carmeliano
Ferreira.
Registra-se como fato histórico desta gestão a primeira prova
de fidelidade da Loja ao Grande Oriente do Brasil. Ao não obter
autorização do Grande Oriente do Brasil para a realização de
um Congresso Maçônico, a Loja Acácia Paranaense pretendeu
romper com a obediência; convidou oficialmente a Loja Cardoso
Júnior a aderir ao movimento. Democraticamente, os Irmãos
do quadro votaram pela manutenção de seu vínculo ao Grande
Oriente do Brasil, decisão que foi transmitida em Sessão Espe-
cial, realizada em 24/07/1902, ao representante do Delegado
Estadual, Irmão Júlio Perneta.

65
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

1903

Para a gestão 1903/1904, foi eleito Venerável Mestre o Irmão


João Luiz Ribeiro.
Votantes apenas nove eleitores. No entanto, a diretoria re-
gistrada em ata era constituída por 20 nomes. Isto era possível,
porque na época as lojas possuíam a categoria de Filiandos
Livres, que funcionavam como uma espécie de integrantes su-
plementares do quadro.
O Irmão Walter Louis Riechel estudou a existência desta
categoria de maçons e conclui ser este um fator de desagregação
do quadro, pois eleitos para cargos, nem sempre assumiam e
não eram frequentadores assíduos das sessões.
Nesse ano foi nomeada uma Comissão para estudar a aqui-
sição de um local para sede da Loja. Houve uma proposta, mas
ela não foi aceita.

1904
Em 1904 inicia-se uma fase negativa na Loja.
Há registro de iniciações, logo a Loja realizou sessões. Porém
não há registro de eleições.
A partir de então, o silêncio reina. A Loja adormeceu.

1909

Em fins de 1909, a Loja foi convidada para participar de um


simpósio da Maçonaria Paranaense, a realizar-se em Curitiba em
1910. Era uma tentativa de reerguimento de colunas.
Infelizmente a Loja não conseguiu se reorganizar, apesar do
esforço do então Delegado Niepce da Silva.
66
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

1910 a 1913

Ato do Grande Oriente do Brasil Nº 192 restabelece os tra-


balhos da Cardoso Júnior, ainda na Vila Deodoro. Ainda neste
ano, através do Decreto Nº 437, de 26/11/1910, a Loja tem suas
dívidas perdoadas.
No período de reerguimento de colunas, a Loja muito deve
ao Irmão Maurício Caillet.
Atribui-se ao Irmão Maurício Caillet a liderança do processo
de reerguimento da Loja. Neste período, que se estende até 1913,
sucessos e fracassos intermearam-se. A Loja era representada
no Grande Oriente do Brasil pelo Irmão Ignácio Xavier Natal.
Em Março de 1911 a Loja remete o quadro de obreiros ao
Grande Oriente do Brasil e finalmente em Agosto de 1911, a Loja
reergue Colunas oficialmente através do Ato Nº 192 do Grande
Oriente do Brasil.
Em Setembro de 1911, acontece um Congresso Maçônico
Paranaense, cujos anais são ricos em informações sobre o mo-
vimento maçônico paranaense da época.

Congresso Maçônico de 1911

Lojas participantes:
Amor a Virtude - Ribeirão Claro
Cardoso Júnior - Piraquara
Clemência e Perseverança - Ipiranga
Estrela de Antonina - Antonina
Estrela de Imbituva - Imbituva
Fé e Trabalho - Rio Negro
Fraternidade Paranaense - Curitiba
José Carvalho - Jaguariaíva
Luz Invisível - Curitiba
Modéstia - Morretes

67
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Perseverança - Paranaguá
Philantropia Guarapuavana - Guarapuava
Piedade Campo Larguense - Campo Largo
União 351 - União da Vitória
Unione e Fratellanza - Curitiba
Total: 15 Lojas

68
Capa do relatório de trabalho do Congresso Maçônico de 1911
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Destas, três funcionavam no Rito Moderno ou Francês: Luz


Invisível, Unione e Fratellanza e Cardoso Júnior. As demais fun-
cionavam no Rito Escocês, Antigo e Aceito. A Loja mais antiga
em 1911 era a Loja Philantropia Guarapuavana, fundada em
1851. Em seguida vinham as lojas: Perseverança de Paranaguá,
fundada em 1864, Estrela de Antonina: 1869, e Modéstia de
Morretes 1871.

Maçons ilustres em 1911

Emiliano Perneta, Pamphilo de Assunção, Abdon Petit


Carneiro, Líbero Badaró, João Cândido Muricy, Dario Vellozo,
Hildebrando Araújo, Manoel Oliveira Franco, entre outros.
Ainda dos anais deste congresso extrai-se as seguintes in-
formações:
Objetivo do Congresso, proposto pela Comissão Organiza-
dora:
Intensificar as energias maçônicas visando estreitar laços de
solidariedade. Contrapor-se a correntes de indiferença, que do-
minavam a maioria dos Irmãos. Ampliar a razoável e harmônica
aproximação entre os Maçons espalhados pelo Paraná.
Trechos que merecem ser citados:
Da Comissão Organizadora:

“A falta de coesão e de solidariedade tem sido uma das causas da


pequena expansão da maçonaria na América do Sul, ao contrário
do que observamos em outras regiões”.
“A mais estreita cordialidade de pensamentos, a mais restrita
observância dos princípios reguladores das relações de Loja para
Loja, destas para os Corpos Superiores e destes entre si, devem ser
orientados numa ação sinérgica de congraçamento fraternal”.
“A vida maçônica não deve, nem pode ser, só de contemplação
passiva; agir é progredir, parar é retroceder”.
“O passado dos Congressos Maçônicos é uma segura garantia de
sua utilidade”.

69
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Dos anais da Maçonaria consta em crescimento belíssimo, a


série benéfica advinda desde a realização do primeiro congresso.
Foi em 1275 que se reuniu o primeiro Congresso, que recorda
a história maçônica: Foi convocado por Erwin de Steinbach e
teve lugar em Estrasburgo.
Objetivo: Operários construtores discutiram o reinicio das
obras da famosa Catedral daquela cidade; então interrompidas.
Em 1459, Dotzinger convocou o congresso de Regensburg
(Ratisbona), para discutir o término de várias construções.
Em 1464, novo Congresso de Irmãos construtores em Regens-
burg (Ratisbona), e aí firmaram os Direitos das Cinco Grandes
Lojas existentes na Alemanha.
Em 1469 realizou-se o congresso de Spira, onde discutiu-se
os direitos e deveres de diferentes Lojas.
Em 1563, realizou-se o congresso de Basel (Basiléia), convo-
cado pelos Maçons da Alemanha e da Suíça.
Em 1564, Estrasburgo, estabeleceu a prioridade da Grande
Loja desta cidade sobre as suas coirmãs.
Em 1772 e 1775 reuniram-se em Kohl (Ducado de Bruhl),
congressos maçônicos destinados a promover a união entre Lojas
dos diversos ritos existentes.
Em 1778, em Lion, realizou-se o Congresso dos Gallias.
Em 1782, Congresso de Wilhelmsbad presidido pelo Duque
von Braunschweig, em que se discutiu pela primeira vez, ques-
tões sociais.
Em 1785, Congresso de Paris, para esclarecer os pontos es-
senciais dos princípios maçônicos.
Em 1855, congresso de Toulouse, para discutir a decadência
do Grande Oriente da França.
Em 1842, Baltimore e Washington, sem resultado prático.
Em 1859, Chicago buscava a união de todas as Grandes Lojas
americanas em uma única obediência.
Em 1875, Lausanne, para decidir solenemente os direitos das

70
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Potencias Escocesas, reconhecendo como legítimos e regulares,


vários Supremos Conselhos espalhados pelo globo.
Paris (1889), Antuérpia (1894), Haya (1896), Paris (1900) e
Genebra (1903), para tratar do lado prático da maçonaria.

Moções discutidas na preparação


e no Congresso de 1911

Apoio às iniciativas do Ministério da Agricultura, visando


a proteção dos silvícolas brasileiros.
Condenação a atos de perseguição ou vingança, praticada
contra os selvagens.
Cobrança da Presidência do Estado do Paraná, de ações vi-
sando apurar responsabilidades criminais relativas ao massacre
de que foi vítima uma tribo, do vale do rio das Cinzas, por parte
de moradores de Santo Antônio da Platina.
A importância do sigilo absoluto, nos casos em que ele é
prescrito. Sendo conveniente o início de um trabalho homogê-
neo visando impedir a divulgação de assuntos, que devem ficar
entre colunas.
Entender os diversos ritos, como a conservação dos traços
espirituais, inerentes aos grupos maçônicos, que os estabelece-
ram. Assim o Rito Escocês teria sido organizado para agrupar os
que tem inclinação para princípios cristãos; o Rito Adonhiramita
àqueles que tem pendor para o misticismo; o Rito de Misraim
para responder à parte do simbolismo maçônico e o Rito Mo-
derno ou Frances para conciliar a tradição simbólica com as
tendências liberais oriundas da “Enciclopédia.”
Buscar a uniformização de toques, palavras sagradas e de
passe, marchas e baterias, para que dois maçons de ritos dife-
rentes possam se reconhecer.
Combater o Jesuitismo, considerado pela maçonaria de
então, uma facção política, inimiga do progresso e da ciência,

71
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

sem no entanto, neste combate, afetar os princípios religiosos


de qualquer maçom.
Reforçar a necessidade de amplo e absoluto respeito aos
Poderes Centrais da Ordem.
Valorizar a importância da seleção de candidatos à iniciação,
avaliando as suas aptidões morais e intelectuais, para assumir as
responsabilidades que lhes deverão caber diante de seus irmãos
e da sociedade em geral.
Impedir a ocorrência de lutas partidárias no interior dos
templos maçônicos, onde há lugar para os portadores de todas
as ideias e para os defensores de todos as doutrinas úteis à so-
ciedade.
Defesa do ensino detalhado da Constituição da República
nas escolas, visando difundir a noção de direitos e deveres do
cidadão.
Defesa da reforma do sistema eleitoral do país, visando evitar
eleitores que votam sem autonomia e sem informação suficiente.
Obter a remodelação dos Tribunais do Júri, para a existência
de critérios iguais, e tanto quanto possível, perfeitos.
Protestar contra atentados de quaisquer espécies, à Consti-
tuição vigente.
Buscar soluções pacíficas para conflitos sociais entre patrões
e empregados.
Defender a existência de assistência judiciária de baixo custo,
para pessoas de pouco recurso.
Intensificar a prática sistemática da filantropia maçônica,
a hospitais de caridade, creches, asilos e maternidades legais.
Como se observa, a maçonaria de 1911 estava viva e atuante
no Paraná, e muitas das preocupações que absorviam os maçons
do início do século, são objetivos de nossas preocupações, 87
anos depois.

72
2º Período da Loja
1915 a 1931

A Loja toma importante decisão. Por iniciativa dos Irmãos


Maurício Caillet, Antônio Bozza, Manoel Abreu e Augusto Pe-
reyra, é solicitada sua transferência para o Oriente de Curitiba.
A transferência é autorizada pelo Supremo Conselho do
Brasil em 03/11/1914, e a Loja é oficialmente restabelecida em
sessão realizada no Templo em 06/03/1915, conforme ata trans-
crita a seguir. Na mesma sessão ocorreu a mudança para o Rito
Escocês Antigo e Aceito.

Obs.: Em 06/03/1915, O Marechal Cardoso Júnior completava 89


anos de idade.

“Acta da Sessão de restabelecimento dos trabalhos da Loja Cardoso


Júnior, transferida para o Oriente de Curitiba pela resolução do M .’.
III e Pod .’. Sb .’. Sup .’. Con .’. do Brasil, de 03 de Novembro de
1914 (E .’. V .’. )“.
Aos seis dias do mez de Março de 1915 (E.’. V.’. ) no Templo da
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Aug.’. Resp.’. Loj.’. Cap.’. Unione e Fratellanza, presentes os III.’.


e Resp.’. IIr.’. Dr. Libero Badaró - Gr.’. 33, Delegado do Gr.’. Mes-
tr.’. , Maurício Caillet - Gr.’. 18, antigo V. Mestre: da Resp.’. Loj.’.
“CARDOSO Júnior”, José Pinto Bastos - Gr.’. 30, Felix Merlo Gr.’.
18, Sérgio de Abreu -Gr.’. 30, Luciano Rocha Júnior - Gr.’. 18, Vir-
gílio Brustolin - Gr.’. 3, João Bello - Gr.’. 3, Francisco Leal, Affonso
Alves Cordeiro, Utrabo Ribeiro, e João Luiz Ribeiro, membros do antigo
quadro da Loj.’. Cardoso Júnior. Preenchido os lugares e assumindo a
presidência o Pod.’. Ir.’. Delegado, por este foi declarado que convidara
os IIr.’. do antigo quadro da Loj.’. Cardoso Júnior, para a presente
reunião afim de tratar-se do reerguimento das Colunas desta Loj.’. e
achando-se presente número legal de OObr.’. , suficiente para o início
dos trabalhos, depois de proceder a leitura da resolução do Muito Po-
deroso e lll.’. Supremo Conselho do Brasil que, em assembléia realizada
de 03 de novembro do anno findo, resolveu deferir o pedido de mudança
do rito, feito pela Loj.’. Symb.’. Cardoso Júnior. Or.’. de Deodoro, neste
Estado, como autorizando-o também a transferência de sua séde para
este Or.’. , declarou que ia se proceder a eleição das LLuz.’. e DDig.’.
da 0ff.’. para provisoriamente dirigirem os seus trabalhos até o mez de
junho do corrente ano maçônico, época em que na forma regulamentar
se procederá a eleição para a administração do novo ano maçônico.
Em seguida, convidando para escrutinadores os IIr.’. Sergio de
Abreu e Luciano Rocha Júnior, foram recolhidas 11 (onze) cédulas
que conferindo com o número de IIr.’. presentes, não votando o Pod.’.
Ir.’. Delegado, foi apurado o seguinte resultado por maioria absoluta
de votos.

V. Mestre: Sergio de Abreu Gr.’. 30


1º Vigilante: Felix Merlo Gr.’. 18
Orador: Luciano Rocha Júnior Gr.’. 18
Secretário: Benedicto Ribeiro
Tesoureiro: Virginio Brustolin Gr.’. 3
M. Cerimônias: Francisco Leal

74
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Hospitaleiro: João Luiz Ribeiro Gr.’. 18


Cobridor: Affonso Alves Cordeiro

Anunciado o resultado da eleição e aclamados os IIr.’. eleitos, o


Pod.’. lr.’. Delegado concedeu a palavra a quem quisesse reclamar
sobre a eleição realizada e reinando silêncio, foi pelo mesmo convidando
os IIr.’. a prestarem o seu compromisso, o que fizeram, assumindo os
seus cargos, tendo o mesmo declarado reerguidos os trabalhos da Loj.’.
Cardoso Júnior, no rito Escossez Antigo e Aceito, ficando designado
para oportunamente a regularização solene dos trabalhos da mesma.
Passando-se à Ordem do Dia, foi nomeada uma comissão de 3
membros, composta dos IIr.’. Orador, Secr.’. e Thes.’., para agradecer
primeiramente a Resp.’. Loj.’. Cap.’. Unione e Fratellanza por ter
gentilmente cedido o seu Templo para nelIe funcionar a Loj.’. ficando
essa Com.’. também incumbida de regularizar esse assumpto, desta
data em diante, para no seu templo continuar a funcionar a Of.’. .
Também ficou resolvido que os antigos OObr.’. da Loj.’. Cardoso Jú-
nior, que apresentassem os seus diplomas á registro na Secr.’. fossem
considerados membros remidos do quadro em attenção aos serviços
prestados à Loj.’. .
Pelo lr.’. Luciano Rocha Júnior, foi proposto e aprovado, que em
attenção aos serviços prestados pelos IIr.’. Augusto Espinola, Ernesto
Laynes, Manoel de Abreu, Juvencio Barbosa, Edmundo Ghelfi, Se-
bastião Vianna, Dermeval Saldanha, Amadeo Gobbo, José Cardoso,
Paulo Andrade, Henrique Monegaglia, e Emilio Bortolini, auxiliando
o Pod.’. Delegado nos trabalhos de reorganização da Loj.’. , fossem,
como também o mesmo considerados membros honorários do quadro,
sendo lhes expedidos opportunamente os seus títulos.
O Pod.’. Ir.’. Delegado propõe um voto de agradecimento, soli-
dariedade e obediência, não só ao M.’. III.’. Pod.’. Sup.’. Cons.’. do
Brasil por ter, carinhosamente acolhido o pedido de transferência e
mudança de rito feito pela Loj.’. como ao Gr.’. Mestre do Oriente pelo
seu apoio a essa medida, dotando este Oriente de mais uma Loj.’. no

75
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Rito Escossez, facilitando assim a constituição do nosso futuro Com.’.


Kadosch, e reconstituindo mais um núcleo de acção neste Oriente, o
que foi approvado com applausos geraes.
O Ir.’. João Bello, propõe, que esses votos de agradecimentos
solidariedade e obediencia seja extensivo ao Pod.’. lr.’. Delegado, por
ter sido incansável no reerguimento das CCol.’. desta Loj.’. , o que foi
também approvado com applausos.
Pelo Ir.’. Orad.’. lnt.’. foi proposto a dispensa de joia das quinze
primeiras iniciações que fossem effetuadas a fim de facilitar a reorga-
nização do quadro com novos elementos, ficando os indicados sujeitos
apenas, ao pagamento da taxa de inic.’. do Gr.’. Or.’. (2.000 Reis)
ao pagamento adeantado de um anno de mensalidade (12.000 Reis) e
mais a taxa de dez mil reis como auxílio ao expediente e aquisição de
material da 0ff.’. tudo no valor não excedente de 24.000 reis, o que foi
approvado.
Também foi resolvido que a Loj.’. solicitasse do Sob.’. Gr.’. Mestre
por intermedio da Delegacia, a dispensa do pagamento dos metaes devi-
do pela mesma, por contribuições atrasadas, começando a pagar de 24
de Junho de 1918 em diante, proposta essa que também foi approvada.
Pelo Ir.’. Ven.’. foi solicitado aos irmãos honorários que, gentil-
mente se prestam a auxiliar os nossos trabalhos que ocupassem inte-
rinamente os seguintes cargos, até se proceder, a eleição definitiva dos
mesmos; afim de que os trabalhos, podessem correr com regularidade,
principalmente por ocasião de sessões solemnes, procedendo essa desig-
nação pela seguinte forma: Para 1º, 2º e 3º Expertos, respectivamente
os RResp.’. Ilr.’. Juvencio Barbosa, Augusto Espinola e Edmundo
Ghelfi, 1º e 2º Diaconos, os IIr.’. José Cardoso e Amadeo C.Gobbo,
para Secretário adjunto o Ir.’. Sebastião Vianna; Mestr.’. de Cerim.’.
Ir.’. João Bello. Para Orad.’. adj.’. o Pod.’. Ir.’. Ernesto Laynes; para
Thes.’. adj.’. Ir.’. Paulo Andrade; que foi approvado com applausos.
Designou o Ir.’. Ven.’. o dia de sábbado para realizarem as sessões
da Loj.’. , solicitando do I.’. Secretário que fisesse as comunicações de
reerguimento dos trabalhos da Loj.’. neste Or.’. aos Ccorp.’. Superiores

76
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

do GR.’. Or.’. Delegacia e mais Lojas do Estado e agradecendo a presen-


ça dos IIr.’. presentes, incitou-os à trabalharem pelo engrandecimento
da Loj.’. afim de não ficar ininterrupto a serie de trabalhos prestados a
Ord.’. e Humanidade pela mesma, hypothecando desde já seus esforços
nesse sentido para que a Loj.’. Cardoso Júnior continuasse a cooperar
com seus IIr.’. pelo engrandecimento da Ordem no Estado.
Anunciando que ia correr o Tr.’. de Ben.’. recolheu-se a medalha
cunhada de 2.100 (dois mil e cem reis) que foi entregue ao Ir.’. Thes.’.,
sendo concedida a palavra a bem da Ord.’. em geral e do quadro em
particular.
Reinando silêncio foi encerrada a sessão com as formalidades do
estylo, gravando-se a presente acta, que será assignada pelos IIr.’. pre-
sentes depois de lida e approvada, e por mim João Bello-Gr.’ 3, servindo
de Secre.’. a lavrei e assigno, com o Ven.’. e Orad.’. .

Or.’. de Curityba, 6(seis) de Março de 1915 (E.’. V.’. )


Ven.’. Sérgio de Abreu
Orad.’. Luciano Rocha Júnior
Sec.’. Sebastião Vianna
Thes.’. Virgílio Brustolin
João Ferreira Bello **
** texto original

Diretoria eleita para os anos 1915 - 1916 (14 votantes)

V. Mestre Felix Merlo


1º Vigilante Dario Gaertner
2º Vigilante Dermeval Saldanha
Orador Luciano Rocha Júnior
Secretário Edgard Adriano de Mello
Cobridor Manoel Machado Nunes
Tesoureiro Thiago José Pedroso
Hospitaleiro Emílio Bertolini

77
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Orador adjunto Gilberto Gelbke


1º Experto Henrique Martins
2º Experto Mário Caron
3º Experto João Heisken
1º Diácono Nicolau José Picheth
Arquiteto Ladislau Radewski
P. Espadas Cyriaco A. Moreira
P. Estandarte Joaquim de Oliveira
Chanceler Narzísio Bizarro
M. Cerimônias José Leandro da Luz
Secretário adjunto Sebastião Vianna
Comissão Central: Dario Vellozo, Ricardo Negrão Filho
e Abdon Petit Carneiro;
Comissão Finanças: Henrique Martins, Mario Caron, e
José Leandro da Luz;
Comissão Beneficência: Virgilio Requião, Tell Fausto Ferrão
e Joaquim Cunha.

O primeiro ano de funcionamento em Curitiba (1915), foi


marcado por alguma turbulência, que pode ser debitado ao
período de adaptação às mudanças, comum a todos os agrupa-
mentos sociais.
No dia 31/05/1915, a Loja realizou eleições, e a seguir as
anulou, realizando novas eleições em 12/06.
O Delegado do Grão Mestre Libero Badaró, não aprovou os
procedimentos eleitorais, através de correspondências datada
de 14/06 e 17/06 e de intervenção pessoal em sessão da loja
realizada em 19/06.
A Loja recorreu ao Supremo Grão Mestre Geral, relatando
a ocorrência. Este órgão aceitou as ponderações da Loja e man-
dou-lhe diretamente a Palavra Trimestral.
Pouco tempo depois o Delegado afastou-se do cargo.
Várias lojas manifestaram solidariedade em favor da Car-

78
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

doso Júnior, no entanto a Loja Anfitriã Unione e Fratellanza,


aparentemente concordou com o Delegado do Grão Mestre e
manifestou sua posição, duplicando o preço do aluguel do seu
Templo à Cardoso Júnior.
Por consequência, a Loja Cardoso Júnior mudou-se da Av.
Vicente Machado, 40, para o Templo da Loja Fraternidade
Paranaense, localizado na Praça Zacarias, a partir de 26/08,
reunindo-se às quintas-feiras.
Passado algum tempo, a Loja retorna ao Templo da Vicente
Machado Nº 40.
Apesar dos transtornos, em 29/04/1915, novamente a Loja
se cotizava, e remetia 12$000 (12 mil reis), para atender vítimas
das secas no Ceará.

1916/1917

A Loja fortalece suas colunas com novos iniciados, mas o


Venerável Mestre Felix Merlo, declara temer pelo futuro. A Ofi-
cina ainda depende dos Filiando Livres para completar cargos
da Diretoria, e suas ausências comprometem a realização dos
trabalhos.
Em 06/04/1916, é reeleito como representante da Loja na
Poderosa Assembleia Estadual o Irmão Joaquim Mendes dos
Santos.
Em 1917 a Loja Cardoso Júnior pede ao Grande Oriente do
Brasil que pronuncie-se a favor das reclamações fronteiriças
paranaenses na Região do Contes-tado, especialmente na Região
de Porto União e União da Vitória. Nesse ano a Loja União 3ª.,
até então jurisdicionada à Delegacia do Grão Mestre do Paraná,
muda-se de União da Vitória, para Porto União S.C., consoli-
dando, desta forma, perdas paranaenses para Santa Catarina,
também no seio da maçonaria.
A 21/09/1917, falece na Cidade do Rio de Janeiro, o Patrono

79
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

da Loja, Francisco José Cardoso Júnior.


Naquele ano, Cardoso Jr. completava 28 (Vinte e Oito) anos
ininterruptos, como Representante do Supremo Conselho para a
Jurisdição Norte dos Estados Unidos, perante o Grande Oriente
do Brasil.
No dia 27/09, a Loja suspende os trabalhos com uma ba-
teria de luto, em homenagem a Cardoso Júnior. Ato idêntico,
verificou-se na Soberana Assembleia Legislativa Geral.
Ainda em 1917, a Loja tenta mandar um representante para
a posse do novo Grão Mestre Geral, no Rio de Janeiro.
O Irmão Hermenegildo Cobbe é advertido por envolver-se
com “Jogo do Bicho”.
São eliminados do quadro diversos irmãos inadimplentes.
O Irmão Clemente Ritz Teixeira de Freitas propõe a elabo-
ração de novo Regimento Interno, face ao extravio do anterior.
A Loja se propõe a dar cobertura jurídica ao Irmão Eiras,
condenado na cidade do Rio de Janeiro.
A Loja Unione e Fratellanza, reconhecendo o esforço da
Cardoso Júnior em conservar o prédio onde funciona o Templo,
resolve reduzir o aluguel cobrado pela cessão da mesma.

Diretoria eleita para os anos 1916 – 1917

V. Mestre: Ricardo Negrão Filho


1º Vigilante: Virgilio Requião
2º Vigilante: Antônio Bozza
Orador: Clemente Ritz
Secretário: Edgard Adriano de Mello
Tesoureiro: Joaquim Cunha
Hospitaleiro: Thiago José Pedroso
1º Experto: Carlito Salomão
2º Experto: Manoel Odorico Laynes
3º Experto: Mario Caron

80
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

1º Diácono: Alcides Ferreira Sampaio


2º Diácono: Mario Ramos
M. Cerimônias: Dario Gaertner
Chanceler: João Mattos Guedes
P. Estandarte: José Leandro da Luz
P. Espadas: Manoel Machado Nunes
Arquiteto: José Passarella
M. Banquetes: Virginio Brustolin
Cobridor: Adolpho Correa de Freitas
Orador adjunto: Luciano Rocha Júnior
Secretário adjunto: Tell Fausto Ferrão
Tesoureiro adjunto: Gilberto Gelbke
Hospitaleiro adjunto: Joaquim Oliveira

Diretoria eleita para os anos 1917 – 1918

V. Mestre: Ernesto Frederico Laynes


1º Vigilante: Clemente Ritz
2º Vigilante: João Bello
Orador: Virgilio de Oliveira
Secretário: Adolpho Correa de Freitas
Tesoureiro: Antônio Bozza
Hospitaleiro: Alexandre Althea
1º Experto: Edgard Adriano Mello
2º Experto: Joaquim Correa
3º Experto: Joaquim Cunha
1º Diácono: Ladislau Radeski
2º Diácono: José Caron
M. Cerimônias: Manoel Odorico Laynes
Chanceler: Thiago Pedroso
P. Estandarte: Julio Mario Gineste
P. Espadas: Dario Gaertner
Arquiteto: Francisco Crispin

81
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Cobridor: Joaquim Cunha/João Mattos Guedes


Orador adjunto: Tell Fausto Ferrão
Secretário adjunto: João M. Guedes/Alcides Sampaio
Tesoureiro adjunto: Carlito Salomão
Comissão Central: Dario Vellozo, Petit Carneiro e Ma-
noel Odorico Laynes
Comissão de Finanças: Ernesto F. Laynes, Alexandre Althea
e Adolpho Correa
Comissão Beneficência: Dario Gaertner, José Leandro da Luz
e Horácio Fagundes

1918

1918, o primeiro ano após a morte de seu Patrono Cardoso


Júnior e o 20º ano da sua Fundação, a Loja tem a registrar a
seu favor, longa menção ao seu trabalho maçônico, inserido no
boletim No. 10 / 43 do Grande Oriente do Brasil de outubro
daquele ano. O referido boletim menciona erradamente a data
de fundação da Loja como sendo 01/07/1899, confirma o reer-
guimento de colunas consolidado no início de 1915, e destaca
a renovação da Loja, com o aporte de uma “plêiade brilhante
de moços, sob o comando do moço, mas forte, Clemente Ritz”.
Esta menção elogiosa é a primeira incursão nacional da
imagem da Loja Cardoso Júnior, desde a sua fundação, e pela
sua importância histórica é integralmente transcrita a seguir:

A MAÇONARIA NO PARANÁ - LOJA CARDOSO JR.

Procurando se cingir aos dispositivos da legislação maçônica, de


que nenhuma Oficina deve existir inútil a Ordem, indiferente a
sua missão e alheia a prática de seus ideaes, a Aug.’. e Resp.’. Loj.’.
Cardoso Júnior, que funcciona no Or.’. de Curityba, Estado do Pa-
raná, contando antiguidade de 1 de Julho de 1899, se encontra neste

82
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

mo-mento a agitar, naquele Or.’., problemas de interesse maçonico,


salientando-se pela operosidade de seus OObr.’..
Reerguidas suas columnas em princípios de 1915 sob o influxo sadio
do saudoso Deleg.’. do Gr.’. Mestre, lr.’. Dr. Libero Badaró Nogueira
Braga, desde logo se lhe congregou, em torno, um núcleo moço de
OObr.’., que ali foram para o trabalho magno de idéas e principios.
E essa plêiade brilhante de moços, composta de Luciano Rocha Jú-
nior, Sebastião Vianna, Adhemaro Lustosa Munhoz, Clemente Ritz,
Virgínio de Mello, João de Mattos Guedes, Joaquim Cunha, João
Ferreira Bello, Ernesto Bond, entre outros, todos cheios de ideaes e
cheios de esperanças, vem se revelando ali como uma potencialidade
maçonica em defesa do grandioso programa de nossa Ordem.
Dirigida pelo malhete moço, mas forte de Clemente Ritz, está essa
Loj.’. desdobrando e executando um programa de iniciativas de
caracter puramente maçônico, demonstrando ser fiel atalaia de
nossos principios, como o afirma a atitude, por ella assumida,
quando foi da colocação da imagem de Christo na sala das sessões
do Jury de Curityba, tendo sido então a primeira Loj.’. que atirou
seu protesto vehemente contra aquelle acto de intolerancia e de
inconstitucionalidade.
Outro gesto, que teve essa infatigável Officina, digno de applausos,
foi o de estabelecer palestras semanaes, em todas as sessões econo-
micas, e conferencias públicas, em todas as datas de festa nacional.
A primeira destas conferencias foi feita brilhantemente, no dia de
nossa independência, pelo respectivo Ven.’. Irmão Clemente Ritz,
que mostrou a influencia exercida pela Maçonaria na realização
desse grande acontecimento histórico de nossa emancipação politica.
Essa conferencia, precedida de encomios, foi inserta no Jornal “Co-
mercio do Paraná”, dos dias 12, 13, 14 e 5 deste mez. A segunda
conferencia, na data do aniversário da Unificação Italiana, foi feita,
também com grande brilhantismo, pelo lr.’. Rogerio Mona, tendo
sido publicada no jornal “Diario da Tarde”, e a terceira foi levada a
efeito, em 28 de setembro findo, pelo belissimo espirito do Dr. Adhe-
maro Lustosa Munhoz, que como os dois primeiros conferencistas,
pertence à nova geração de intellectuaes paranaenses.
Ainda louvavel é a acção da Loj.’., iniciando ligeiras palestras, de
caracter civico-moral, a infância que freqüenta as aulas da escola
nocturna “José Carvalho”, mantida pela Ben.’.Loj.’. Fraternidade
Paranaense. Não pára ahi, todavia, a infatigabilidade dos jovens
OObr.’.da Loj.’. Cardoso Júnior. Moços, cheios de entusiasmo,

83
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

veio a elles o proletariado curitybano pedir apoio de seu espirito


iniciador e combativista em prol da Regulamentação do Trabalho
do Operariado.
E a Loj.’. Cardoso Júnior tomou a si a tarefa de conseguir o apoio
da bancada paranaense para a effectivação daquella lei, contando já,
para tamanha empreza, com o compromisso do Senador Generoso
Marques dos Santos e dos Deputados Luiz Bartholomeu, João Per-
netta, Luiz Xavier e Ottoni Maciel, que enviaram áquella Officina
o projecto apresentado naquelle sentido, bem como todas as emendas
respectivas, o que está sendo estudado por uma commissão de com-
mum accordo com uma grande commissão por parte do operariado,
Digna de applausos e de imitação se faz essa operosidade dos jovens
e esforçados OOb.’. que constituem o fulgorante quadro da Aug.’.
Resp.’. Loj.’. Cardoso Júnior.
É representante dessa Off.’., junto ao Poder Central, o notavel ju-
rista, Ir.’. Dr. Joaquim Xavier Guimaraes Natal, o único que tem
autorisação para lançar mão do nome da Loj.’., sem previamente
ouvi-la.
As actuaes luzes da Loj.’. são os IIr.’. Clemente Ritz, Ven.’. João
Ferreira Bello, 1ºVig.’.; Ernesto Bond, 2ºVig.’.; Virgilio de Oliveira
Mello, Orad.’., e João de Mattos Guedes, Secr.’..
Do Boletim de Outubro de 1918
Nº 10, 43º Ano do G.’.O.’.B.’..

Ainda em 1918

- A Loja concorda com a abertura de uma conta para a cons-


trução de um templo próprio.
(Sonho só concretizado na década de 80).
- Planeja-se comemorar as datas das festas nacionais com
conferências públicas.
- É formada uma comissão para dialogar com operários
organizados, que protestam contra as leis trabalhistas vigentes,
conforme manifesto dirigido à Loja.
- Surge um surto de febre amarela em Curitiba; as Lojas
recebem ordem de suspender os trabalhos. O Venerável Mestre
desobedece e é posteriormente elogiado pelo Delegado do Grão

84
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Mestre, Irmão Niepce da Silva.


- Dois pedidos de sessões chamam a atenção:
Em 10/01 os irmãos solicitam uma Sessão Fúnebre em ho-
menagem ao Patrono falecido em 1917.
Em 20/09 é solicitado uma Sessão Branca, referente ao ani-
versário da União Italiana.

Diretoria eleita para os anos 1918 – 1919

V. Mestre: Clemente Ritz


1º Vigilante: João Ferreira Bello
2º Vigilante: Ernesto Bond
Orador: Virginio de Mello
Secretário: João Mattos Guedes
Tesoureiro: Manoel Padilha
Hospitaleiro: Joaquim Cunha
1º Experto: Adolpho Correa de Freitas
2º Experto: Alexandre Althea
3º Experto: Virgilio Requião
1º Diácono: Adhomario Munhoz
2º Diácono: Alcides Ferreira Sampaio
M. Cerimônias: Manoel Odorico Laynes
Chanceler: Antônio Bozza
P. Estandarte: Ladislau Radewski
M. Banquetes: Virginio Brustolin
Cobridor: Julio Mario Gineste
Cobridor adjunto: Tell Fausto Ferrão
Orador adjunto: Hildebrando Cesar de Araujo
Secretário adjunto: Sebastião Zyhigemi
Tesoureiro adjunto: Adolpho Correa de Freitas
Arquiteto: Edmundo Ghelfi

85
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Diretoria eleita para os anos 1919 – 1920

V. Mestre: João Ferreira Bello


1º Vigilante: Virginio de Oliveira Mello
2º Vigilante: João Mattos Guedes
Orador: Clemente Ritz
Secretário: Manoel Padilha
Tesoureiro: Nicolau José Picheth
Hospitaleiro: Ernesto Bond
1º Experto: Joaquim Cunha
2º Experto: Carlos Marinoni
3º Experto: Virgilio Requião
1º Diácono: Hermenegildo Cobbe
2º Diácono: Adhemar Munhoz
M. Cerimônias: Manoel Odorico Laynes
Chanceler: Antônio Bozza
P. Estandarte: Cyriaco A. Moreira
P. Espadas: Alexandre Althea
Cobridor: Julio Mario Gineste
M. Banquetes: Virginio Brustolin
Cobridor: Tell Fausto Ferrão
Orador adjunto: Hildebrando Cesar de Araujo
Secretário adjunto: Sebastião Zyhigemi
Tesoureiro adjunto: Adolpho Correa de Freitas
Arquiteto: Edmundo Ghelfi

1919

1919 foi um ano de relativa tranquilidade na história da Loja.


Percebe-se ações construtivas:
- A Loja projeta o lançamento de um jornal maçônico. Infe-
lizmente a ideia não se concretizou.

86
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

- Retornam à Loja, as alfaias utilizadas nos primeiros anos


de sua existência em Piraquara. Estavam até então, sob a guarda
do Ir. Artur Cordeiro.
- A Loja dispende 20$000 (vinte mil reis), para participar do
Congresso Brasileiro de Proteção à Infância.
- Os obreiros João Ferreira Bello, Lourenço Leite de Araujo
e Virginio de Oliveira Mello, integram a Diretoria eleita da So-
ciedade Protetora dos Operários, o que pode ser interpretado
como uma integração da Loja com a classe média e proletariado
da época.

1920

O fato histórico relevante em 1920 foi a aquisição, pela Loja,


de um terreno no Bairro “Vila Guaíra”, onde 64 anos depois, é
construída a atual sede e templo da Cardoso Júnior.
Neste ano, consta em ata, a doação de um terreno à Loja, feita
pelo Irmão Virgilio Requião, situado no “Alto Água Verde”, em
20 de Setembro. Não há porém nenhum registro oficial deste fato.
Em 30 de Outubro, o Irmão Virgílio renuncia ao cargo de 1º
Vigilante sem alegar os motivos. Seria algo ligado aos terrenos?
Extrai-se ainda dos anais, as seguintes informações:
- A Loja “Unione e Fratellanza” aumenta o aluguel do templo
para 30$000 (trinta mil reis), para cobrir despesas com seguros.
- O Grande Oriente do Brasil determina a presença da Ban-
deira do Brasil, em todas as sessões magnas.
- A Loja Fraternidade Paranaense mantém desde 1899, a
Escola “José Carvalho”, aberta para frequência mista.
- Ocorre a primeira adoção de Lowtons.
Os Lowtons em número de 9 (nove), provinham das famílias
Marchesini, Withers, Robert, Bettini e Misurelli.
Aparentemente foi uma sessão que incluiu lowtons originá-
rios de várias Lojas.

87
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

- O representante da Loja, junto a Assembleia Geral, não


assumiu, porque a Loja não pagou as contribuições devidas.

Diretoria eleita para os anos 1920-1921



V. Mestre: Virginio de Oliveira Mello
1º Vigilante: Virgilio Requião
2º Vigilante: Nicolau José Picheth
Orador: Rogério Gonçalves da Motta
Secretário: Clemente Ritz
Tesoureiro: Ernesto Bond
1º Experto: Adolpho Correa de Freitas
2º Experto: Alcides Ferreira Sampaio
3º Experto: Cyriaco A. Moreira
1º Diácono: Manoel Padilha
2º Diácono: Joaquim Cunha
M. Cerimônias: Manoel Odorico Laynes
Chanceler: Antônio Bozza
P. Estandarte: Edmundo Ghelfi
P. Espadas: Mario Ramos
Arquiteto: Hermenegildo Cobbe
M. Banquetes: Virgílio Brustolin
Cobridor: Tell Fausto Ferrão
Orador adjunto: Sebastião Vianna
Secretário adjunto: Leoncio Maria Sobrinho
Tesoureiro adjunto: João Meister Sobrinho
Hospitaleiro adjunto: Carlos Marinoni

Diretoria eleita para os anos 1921 – 1922

V. Mestre: Nicolau José Picheth


1º Vigilante: João Ferreira Bello
2º Vigilante: Sebastião Vianna

88
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Orador: Clemente Ritz


Secretário: Rogério Gonçalves da Motta
Hospitaleiro: Alexandre Curial
1º Experto: João Meister Sobrinho
2º Experto: Antônio Bozza
3º Experto: Tell Fausto Ferrão
1º Diácono: Salvador de Ferrante
2ºDiácolo: Feliciano Correira de Freitas Jr.
M. Cerimônias: Nicolau Salomão
Chanceler: Mario Ramos
P. Estandarte: Edmundo Ghelfi
P. Espadas: Carlos Marinoni
Arquiteto: Ferdinando Patitucci
M. Banquetes: Cyriaco A. Moreira
Cobridor: Lufrido da Costa Cabral
Orador adjunto: Luiz Ribeiro de Andrade
Secretário adjunto: Leoncio Maria Sobrinho
Tesoureiro adjunto: Andrade Lemos

1921

Neste ano houve uma queda significativa de frequência,


levando o Venerável Mestre, a registrar em ata, um pedido ve-
emente de maior comparecimento, porque a Loja corria o risco
de abater colunas.
Há evidências de desorganização administrativa:
- Em abril, o Venerável Mestre nomeou comissão para colocar
os balaústres em dia.
Sete deles não haviam sido lidos e aprovados.
- A Loja recebe advertência do Grande Oriente do Brasil,
porque seu regimento interno estava em desacordo com o Artigo
12, Parágrafos 271 e 274 do Regimento Geral da Ordem.

89
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

- Em maio a Loja apoia o Delegado do Grande Oriente do


Brasil, que pretendia afastar irmãos que se tornaram indesejáveis
e inadimplentes.
A turbulência foi contornada. 1922 foi mais tranquilo.

1922

A Loja volta a navegar em águas calmas.


- Ocorre a aquisição do primeiro móvel. Um armário para a
guarda do material administrativo.
- O Oriente do Paraná mantém três escolas, com 143 alunos,
de ambos os sexos.
- Dario Vellozo desliga-se da Loja como Filiando Livre, sem
informar os motivos.
- O Orador lembra a importância do sigilo, e pede aos Irmãos
para que não discutam em público, assuntos maçônicos.
- Clemente Ritz Teixeira de Freitas, orador, encerra sessão
com as seguintes palavras:

“Aqui eu venci meu ódio selvagem, e aprendi o significado da ver-


dadeira amizade”.

Diretoria eleita para os anos 1922 – 1923

V. Mestre: Luiz Ribeiro de Andrade


1º Vigilante: Ferdinando Patitucci
2º Vigilante: Salvador de Ferrante
Orador: Rogério Gonçalves da Motta
Secretário: Manoel Padilha
Chanceler: Lufrido da Costa Cabral
Tesoureiro: Thercomeiro Feliciano
Hospitaleiro: Trajano Silva

90
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

2º Experto: Manoel Padilha


3º Experto: Alexandre Curial
1º Diácono: Leoncio Maria Sobrinho
2º Diácono: Lucas Pace
M. Cerimônias: Manoel Odorico Laynes
Chanceler: Virgilio Requião
P. Estandarte: Virginio de Mello
P. Espadas: Adolpho Correa de Freitas
Arquiteto: Leoncio Maria Sobrinho
M. Banquetes: Ernesto Bond
Orador adjunto: Adolpho Correa de Freitas
Secretário adjunto: Antônio Rodrigues Gomes
Tesoureiro adjunto: Ernesto Bond
Hospitaleiro adjunto: Luiz Pinto

Diretoria eleita para os anos 1923 – 1924

V. Mestre: Jorge Pedro Chueri


1º Vigilante: Sebastião Vianna
2º Vigilante: Virginio Requião
Orador: Virginio de Mello
Secretário: Salomão Abi-Saad
Tesoureiro: Ernesto Bond
Hospitaleiro: Nicolau Salomão
2º Experto: Jorge Elias Time
3º Experto: Oliveiro Monteiro Filho
1º Diácono: Francisco M. de Assis França
2º Diácono: Julio Mario Gineste
M. Cerimônias: Manoel Odorico Laynes
P. Espadas: Alcides Ferreira Sampaio
P. Estandarte: Mario Ramos
Arquiteto: Jorge Elias Time
M. Banquetes: Aizar G. Zarur

91
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Cobridor: Thercomeiro Feliciano


Cobridor adjunto: Joaquim Cunha
Orador adjunto: Sebastião Iphigenio Vianna
Secretário adjunto: Lufrido da Costa Cabral
Tesoureiro adjunto: David Pereira da Costa
Hospitaleiro adjunto: Alexandre Curial

1924

Em 1924, a Loja toma interessante iniciativa, comprovada


através de correspondência de adesão da Loja Acácia Parana-
ense: Grupos de maçons realizam conferências públicas, desti-
nadas a divulgar princípios maçônicos e combater preconceitos
existentes na sociedade profana.
Esta inter-relação com o meio profano, voltou a ocorrer
outras vezes nas décadas seguintes, e certamente contribuiu
para o relacionamento social ameno, que maçonaria e maçons
usufruem hoje junto à população.
- Os cardosianos de 1924 auxiliavam literalmente as viúvas
necessitadas. Registra-se a carta de agradecimento, assinada
pela viúva Eulália Augusta de Camargo, contemplada com um
auxílio de 20$000 (vinte mil reis).
- a anuidade em 1924/25 era de 2$000 (dois mil reis). Este
foi o valor pago pelo Irmão Petit Carneiro, conforme recibo
arquivado em Loja.
- A frequência na Loja no entanto, era fraca.

1925

A Loja registra um aumento no índice de frequência.


O Orador e depois 1º Vigilante, Irmão Kurban, propõem as
seguintes aquisições:
- Confecção de um Estandarte.

92
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

- Compra de balandraus para iniciações.


O mesmo irmão sugere que se coloque em prática uma ideia
deixada pelo Irmão Dario Vellozo: a realização de uma romaria
no dia de Finados, aos túmulos dos irmãos falecidos.
Para estas visitas propõe a constituição de uma comissão, que
estabelecerá hora e lugar a ser visitado. (Seria daquela época o
costume de visitarmos túmulos de irmãos cardosianos?).
Em novembro o Delegado do Grande Oriente do Brasil, in-
forma a criação do Grande Oriente Estadual, evento defendido
anteriormente pela Loja.

Diretoria eleita para os anos 1924 – 1925

V. Mestre: Virgilio Requião


1º Vigilante: Adolpho Correa de Freitas
2º Vigilante: João Mattos Guedes
Orador: Taufik Kurban
Secretário: Lourenço Leite de Araujo
Tesoureiro Trajano Silva
Hospitaleiro: Feliciano C. de Freitas Jr.
1º Experto: Luiz Ribeiro de Andrade
2º Experto: Luiz Meister
3º Experto: Kalil Karam
2º Diácono: Leonardo Aimoni
P. Estandarte: Gabriel Domingos Abdala
P. Espadas: Lucas Pace
Arquiteto: Nicolau José Picheth
Cobridor: Nicolau Salomão
Secretário adjunto: Alcides Ferreira Sampaio
Comissão Central: Sebastião Vianna, Lufrido Cabral e Ma-
rio Ramos;
Comissão Finanças: Virginio de Mello, Nicolau José Picheth
e Manoel Odorico Laynes

93
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Comissão Beneficência: Theodoro F. da Cruz, Nicolau


Salomão e Kalil Karam.

Diretoria eleita para os anos 1925 – 1926

V. Mestre: Jorge Pedro Chueri


1º Vigilante: Taufik Kurban
2º Vigilante: Mario Ramos
Orador: Virginio de Mello
Secretário: Lourenço Leite de Araujo
Tesoureiro: Kalil Karam
Hospitaleiro: João Reffo
M. Cerimônias: Nicolau Salomão
1º Diácono: Theodoro Fernandes da Cruz
Secretário adjunto: João Reffo
Hospitaleiro adjunto: Theodoro Fernandes da Cruz
M. Cerimônias adjunto: Manoel Odorico Laynes
M. Banquetes: Mario Ramos
Orador adjunto: Joaquim Cunha
Tesoureiro adjunto: Luiz Pinto da Rocha
Comissão Central: João Reffo, Manoel Padilha e
Salomão Abi-Saad;
Comissão Finanças: Alcides Ferreira Sampaio, Mario
Ramos e Salomão Abi-Saad;
Comissão Beneficência: Nicolau Salomão, Kalil Karam e
Trajano Silva.

1926

Em janeiro a Loja doa 50$000 (cinquenta mil reis), à Sra.


Tharcilla de Godoy Camargo, sem menção do motivo.
O Grande Oriente do Brasil proíbe o uso do nome de maçons
heroicos para nome simbólico.

94
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Em fevereiro falece o Grão-Mestre Irmão Vicente Saraiva de


Carvalho Neiva.
Em maio, a Loja registra 19 votos a favor do candidato a
Grão-Mestre, Irmão João Fonseca Hermes.
Nas eleições para diretoria da Loja, fatos curiosos:
- Irmãos se candidatam para vários cargos ao mesmo tempo.
- Em julho, não houve homologação dos eleitos, porque a
Loja estava em débito com o Grande Oriente do Brasil.
- Em novembro, a Loja eliminou de seu quadro de obrei-
ros 25 irmãos. Presume-se que os irmãos eliminados estavam
inadimplentes ou com frequência insuficiente.

Diretoria eleita para os anos 1926 – 1927

V. Mestre: Ignácio Iguassú de Andrade Franco


1º Vigilante: Virgilio Mello
2º Vigilante: Mario Ramos
Orador: Carlos de Cerqueira Pinto
Secretário: Alcides Ferreira Sampaio
Tesoureiro João Reffo
Hospitaleiro: Kalil Karam
1º Experto: Lourenço Leite de Araujo
2º Experto: Julio Mario Gineste
3º Experto: Augusto Kulik
1º Diácono: Fedala Pedro Chueri
2º Diácono: Leonardo Aimon
M. Cerimônias: Nicolau Salomão
Chanceler: Salomão Atab
P. Estandarte: Miguel Simão Atab
P. Espadas: João Mattos Guedes
Arquiteto: Lucas Pace
M. Banquetes: Jorge Elias Time
Cobridor: Theodoro Fernandes da Cruz

95
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Orador adjunto: Tiburcio Ramos


Secretário adjunto: Manoel Padilha
Tesoureiro adjunto: Gabriel Domingos Abdala
Hospitaleiro adjunto: Jamil Zugaib

Diretoria eleita para os anos 1927 – 1928

V. Mestre: Taufik Kurban


1º Vigilante: Carlos de Cerqueira Pinto
2º Vigilante: Mario Ramos
Orador: Virginio de Mello
Secretário: Tiburcio Brasil
Tesoureiro: Nicolau Salomão
Hospitaleiro: Miguel Salomão Atab
1º Experto: João Mattos Guedes
2º Experto: Kalil Karam
3º Experto: João Reffo
1º Diácono: Manoel Odorico Laynes
2º Diácono: Fedala Pedro Chueri
M. Cerimônias: Ferdinando Patitucci
Chanceler: Salomão Abi-Saab
P. Estandarte: Elias Miguel
P. Espadas: Trajano Silva
Arquiteto: Lucas Pace
M. Banquetes: João Curial
Cobridor: Theodoro Fernandes da Cruz
Orador adjunto: Lourenço leite de Araujo
Secretário adjunto: Nicolau José Picheth
Tesoureiro adjunto: Manoel Padilha
Hospitaleiro adjunto: Habib Kalil

OBS: O Venerável Mestre Taufik Kurban, devido a uma demorada
ausência, não assumiu o cargo. Uma nova eleição indicou o 1º Vigilante

96
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Carlos de Cerqueira Pinto, que então assumiu o 1º Malhete

1927/1928
A análise dos registros referentes a este biênio da Loja Car-
doso Júnior, permitiu uma conclusão interessante. As grandes
transformações ocorridas na maçonaria brasileira, em 1926/1927,
que resultaram como fatos permanentes, na delimitação dos
campos de atuação do Supremo Conselho do Rito Escocês An-
tigo e Aceito, e do Grande Oriente do Brasil, e por injunções
políticas subsequentes, no surgimento da obediência denomi-
nada “Grandes Lojas”, praticamente em nada influenciaram os
trabalhos da Loja.
Encontra-se apenas, em junho de 1927, o registro da criação
de uma comissão integrada pelo Venerável Mestre Irmão Igná-
cio Iguassú de Andrade Franco, pelo Orador lrmão Carlos de
Cerqueira Pinto, e pelos Irmãos Luiz de Andrade e Jorge Pedro
Chueri, destinada a avaliar a oportunidade de se criar uma
“grande loja”.
Não há registro de atuação desta comissão. Sabe-se apenas
que a Loja continuou filiada ao Grande Oriente do Brasil. Esta
é a 2ª. oportunidade onde se identifica a opção da Loja em se
manter fiel ao Grande Oriente do Brasil.
Observa-se no entanto, que a atuação social e cultural da
Loja em 1927/28, foi ínfima, o que pode ter sido resultado da
turbulência que atingiu a maçonaria brasileira na época.
Em fevereiro de 1928 nas eleições para Grão-Mestre, a Loja
participa com 17 votantes. Todos votaram em Otávio Kelly para
Grão-Mestre e Pedro da Cunha para suplente.
Ainda em 1928, a Loja concorda em contribuir nas despesas
de viagem e estadia do Grão-Mestre eleito, no Congresso Maçô-
nico realizado em Paris, entre 29/04 e 04/05 de 1929.
Em novembro de 1928, a Loja registra proposta da Loja Fra-

97
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

ternidade Paranaense, para reunião mensal de todas as Lojas da


cidade, com a finalidade de unir mais os irmãos.
Não há registros posteriores da efetivação dessas reuniões.
Em dezembro de 1928, a Loja completou 30 anos de exis-
tência.

Diretoria eleita para os anos 1928 – 1929

V. Mestre: Francisco Tiburcio da Silva Brazil


1º Vigilante: Mario Ramos
2º Vigilante: Virginio Oliveira de Mello
Orador: Ignácio Iguassu de Andrade Franco
Secretário: Lourenço Leite de Araujo
Tesoureiro: Kalil Karam
Hospitaleiro: Miguel Simão Atab
1º Experto: João Mattos Guedes
2º Experto: João Meister Sobrinho
3º Experto: Trajano Silva
1º Diácono: Antônio Bozza
2º Diácono: Augusto Kulik
M. Cerimônias: Kalil Karam
Chanceler: Luiz de Andrade
P. Espadas: João Curial
Arquiteto: Augusto Kulik
M. Banquetes: Julio Mario Gineste
Cobridor: Lucas Pace
Secretário adjunto: Agnello Cordeiro

Diretoria eleita para os anos 1929 – 1930

V. Mestre: Adolpho Correa de Freitas


1º Vigilante: Mario Ramos
2º Vigilante: Virginio Mello

98
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Orador: Ignácio Iguassu de Andrade Franco


Secretário: Lourenço Leite de Araujo
Tesoureiro: Nicolau Salomão
Hospitaleiro: João Reffo
1º Experto: Antonio Rodrigues Gomes
2º Experto: João Wosniak
1º Diácono: Miguel Salomão Atab
2º Diácono: Lenor Aimoré
M. Cerimônias: Nicolau Salomão
Chanceler: Lufrido da Costa Cabral
P. Espadas: Alexandre Curial
P. Estandarte: Habib Kalil
Arquiteto: João Wosniak
M. Banquetes: João Reffo
Hospitaleiro adjunto: Leão Sallum

1929

Novamente em 1929, comprova-se que a Loja tinha na ajuda


a viúvas e órfãos, sua principal ação beneficente. No período de
Julho a Dezembro de 1929, conforme observa-se no balancete de
receitas e despesas do tronco de beneficência, foram auxiliadas
cinco viúvas e um órfão.
A proposta orçamentaria da Loja para o ano maçônico
1929/1930, também permite uma avaliação dos objetivos e metas
da Diretoria:
- Esperava-se arrecadar no período 1:322$00 (Hum milhão
trezentos e vinte e dois mil reis).
- Previa-se uma mensalidade de 2$00 (dois mil reis), para
cada um dos 33 obreiros do quadro.
- Previa-se a realização de três iniciações. Cada iniciado teria
de pagar 80$00 (oitenta mil reis), a título de joia.

99
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

- No art. 5º do documento, “o Venerável Mestre ficará au-


torizado a utilizar a receita do Tronco de beneficência para fins
de socorrer irmãos ou pessoas reconhecidamente necessitadas,
dando conhecimento à Oficina na próxima sessão se o socorro
exceder de cinquenta mil reis”. A proposta orçamentaria está
assinada pelo Tesoureiro e pela Comissão de Finanças.
Observa-se no entanto, que de um quadro contendo 33 ir-
mãos, eram poucos os frequentadores das sessões. A participação
em 1929 era de 8 a 10 obreiros por sessão.
Não há menção dos motivos desta baixa frequência, mas
precisamos recordar que em 1929, o Brasil enfrentou grave crise
econômica, causada pela queda da cotação mundial de produtos
primários, o que deve ter afetado o comportamento social dos
maçons.

1930

Os problemas de frequência às sessões continuaram em 1930.


Na sessão econômica programada para 09/04, somente 5 (cinco)
obreiros compareceram.
Em maio a nova diretoria foi eleita com apenas 12 votantes.
Na sessão de 31/05 compareceram apenas 7 obreiros.
Nesse ano, a Loja possuía 31 irmãos efetivos, 8 Beneméritos,
8 Remidos e 15 Filiandos Livres.
Há indícios de irregularidades, não especificadas, na Dele-
gacia Paranaense do Grande Oriente do Brasil. No dia 13/08, o
Irmão Casemiro Mitczuk pede ao Venerável Mestre que dirija
prancha ao Grande Oriente do Brasil denunciando a Delegacia.
Conclui-se pois, que, em 1930, a maçonaria paranaense na-
vegava em mar revolto.
Nesse ano porém, apesar das dificuldades a Loja Fra-
tellanzza isentou a Loja Cardoso Júnior do pagamento do Alu-
guel, tendo como justificativa, os “valorosos serviços” prestados

100
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

pela Cardoso Júnior.


Em setembro, a Loja realizou eleição isolada, para preencher
o cargo do 2º Vigilante.
O eleito até então não havia assumido. Nesse ano a Loja
iniciou dois candidatos.

Quadro de Obreiros da Loja


Cardoso Júnior em 30.06.1930

COTIZANTE GR.’. COTIZANTE GR.’.


Antônio Bozza 18 Lucas Pace 03
Adolpho Correa 30 Leão Sallum 03
Agnello Cordeiro 18 Germano L. Sachs 03
Augusto Kulik 03 Miguel Simão Atab 03
Albino José Souza 03 Miguel Lutfi 03
Carlos de Cerqueira Pinto 18 Mauricio Grossal 03
Edgard Adriano de Mello 18 Manoel M. da Silva 03
Elias Miguel 03 Nicolau Salomão 18
Habib Kalil 18 Nassib Abage 03
Ignácio Iguassu A.Franco 33 Nathan Pracownik 03
João Mattos Guedes 18 Salomão Abi-Saad 18
João Reffo 03 Salvador de Ferrante 03
João Wosniak 03 Trajano da Silva 03
Julio Mario Gineste 03 Telemaco Cordeiro 03
José Richter 03 Virginio de Oliveira Mello 18
Kalil Karam 18

REMIDOS GR.’. REMIDOS GR.’.


Adélio Gomes Aguiar 03 Francisco Ribeiro 03
Antônio Theófilo Vieira 03 João Alves Pereira 03
Custódio Alves Cancella 03 Fco. Tibúrcio da Silva Brasil 18

101
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

BENEMÉRITOS GR.’. BENEMÉRITOS GR.’.


Petit Carneiro 33 Luciano Rocha Júnior 18
Clemente Ritz 18 Ricardo Negrão Filho 30
Dario Vellozo 33 Virgilio Requião 18
Felix Merlo 18 Miguel J. Abreu 18

FILIANDOS LIVRES GR.’. FILIANDOS LIVRES GR.’.


Alexandre Althea 03 José Niepce da Silva 32
Argemiro F. Pereira 03 José Passarelli 18
Attilio R. Trevisani 18 Lufrido da Costa Cabral 18
Casemiro Mitczuk 18 Leonardo Aimone 18
Domingos Fraxino 33 Lourenço Leite de Araujo 18
Ernesto Bond 18 Max Rosenmann 33
João Meister Sobrinho 18 Ramon Granho 18
Urbino de Araujo Medeiros 18

1931

Continuam as dificuldades.
Em 08/04, apenas nove Irmãos votaram na eleição para
Deputado Federal.
Em 13/08 uma prancha do GRANDE ORIENTE DO BRASIL
solicita mais informações sobre as irregularidades denunciadas
em 1930.
Não há registros de ações de ajuda, nem de ações só-
cio-políticas.
É provável no entanto, que parte da inércia de 1931, possa
ser debitada às mudanças políticas ocorridas no ano anterior.
A revolução de 1930, largamente explorada pelos historiado-
res como sendo o marco de uma nova era para o Brasil, eviden-
ciado pela moralização do processo político, pela formalização
dos direitos do trabalhador e pelo início do processo de indus-
trialização, só se consolidou como melhoria em anos posteriores.

102
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Nos primeiros tempos deve ter sido fonte de incertezas e de


sobressaltos para políticos, intelectuais, militares, profissionais
liberais, servidores públicos e empresários, que eram as classes
sociais que mais integravam o quadro de obreiros da época.

103
Carta de Mudança e Acolhimento – 21-05-1930
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Eis aí a provável explicação para os registros mencionando


as dificuldades enfrentadas pelos Veneráveis Mestres, para ad-
ministrar a Loja, nesses anos de mudança na estrutura social,
econômica e política brasileira.

Diretoria eleita para os anos 1930 – 1931

V. Mestre: José Lamas Gonçalves


1º Vigilante: Mario Ramos
2º Vigilante: Salomão Abib
Orador: Ignácio Iguassu de Andrade Franco
Secretário: Argemiro França Pereira
Tesoureiro: Augusto Kulik
Hospitaleiro: Germano Leopoldo Sachs
Chanceler: Habib Kalil
Orador adjunto: Casemiro Mitczuk
Secretário adjunto: Antônio Bozza
Tesoureiro adjunto: Leão Sallum
Hospitaleiro adjunto: Ramon Granho
P. Espadas: Albino José de Souza
M. Banquetes: Elias Miguel
Secretário adjunto: Agnello Cordeiro
Hospitaleiro adjunto: Custódio Alves Cancella

Diretoria eleita para os anos 1931 – 1932

V. Mestre: Adolpho Correa de Freitas


1º Vigilante: Kalil Karam
2º Vigilante: Salomão Abib
Orador: Ignácio Iguassu de Andrade Franco
Secretário: Germano Leopoldo Sachs
Tesoureiro: Miguel Simão Atab
Hospitaleiro: João Reffo

104
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

1º Experto: João Wosniak


2º Experto: Julio Mario Gineste
3º Experto: Nassib Abage
1º Diácono: Manoel Moreira da Silva
2º Diácono: Adelio Gomes Aguiar
Arquiteto: Virginio de Oliveira Mello
Cobridor: Augusto Kulik
Tesoureiro adjunto: João Mattos Guedes

105
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

106
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

3º Período da Loja
1932 a 1945

Os anos de 1932 a 1945 foram difíceis para a livre expressão


no Brasil. José Castellani, historiador maçônico assim os comen-
ta “Sendo a maçonaria uma amostra da sociedade brasileira,
também ela se debatia entre os extremismos, embora grande
parte de seus dirigentes, mantivessem uma prudente atitude de
equidistância, em relação às facções”. Nesse período, o clima de
insegurança, agravou-se a partir de novembro de 1937, quando
por ordem do ditador Getúlio Vargas, templos maçônicos foram
fechados.
Na prática, porém, as lojas continuaram a funcionar.
Registre-se com destaque pois, os nomes dos Veneráveis
Mestres da Loja Cardoso Júnior desse período hostil aos ma-
çons, que sustentaram suas colunas: Casemiro Mitczuk, Max
Rosenmann, Alípio Augusto de Campos, Kalil Karan, Edgard
Simone, Frederico Correa, Plínio Schleder de Araújo e José Fer-
reira Moraes.

107
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

1932

A loja concede aos irmãos Antônio Bozza, Manoel Abreu e


Augusto Pereyra, o título de Beneméritos.
Esses três irmãos e mais o Irmão Mauricio Caillet, foram
os líderes em 1914, da iniciativa de transferência da Loja para
Curitiba.
Na época a Loja funcionava na Av. 7 de Setembro, nº 3.356.
Nesse ano ocorreram 3 pedidos de filiação.

1933

A Loja informa e o Grande Oriente do Brasil confirma um


quadro formado por 50 obreiros.
O Irmão Adolpho Correa de Freitas é agraciado com o título
de benemérito, por serviços prestados.
Em 28 de março, a Loja reafirma sua fidelidade ao Grande
Oriente do Brasil frente à nova proposta de dissidentes.

Diretoria eleita para os anos 1932 – 1933

V. Mestre: Casemiro Mitczuk


1º Vigilante: Arthur da Silva Leme
2º Vigilante: Germano Leopoldo Sachs
Orador: Ignácio Iguassu de Andrade Franco
Secretário: Lourenço Leite de Araujo
Tesoureiro: Argemiro França Pereira
Hospitaleiro: Ramon Granho
1º Experto: Agnello Cordeiro
2º Experto: João Wosniak
3º Experto: Telemaco Cordeiro
1º Diácono: Adelio Gomes Aguiar
2º Diácono: Manoel Moreira da Silva

108
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

M. Cerimônias: Nicolau Salomão


Chanceler: Max Rosenmann
P. Estandarte: Miguel Simão Atab
P. Espadas: Mauricio Grossa
Arquiteto: João Reffo
M. Banquetes: Miguel Lutfi
Cobridor: Augusto Kulik
Orador adjunto: Attilio R. Trevisani
Secretário adjunto: Kalil Karam
Tesoureiro adjunto: Habib Kalil
Hospitaleiro adjunto: Albino José de Souza

Diretoria eleita para os anos 1933 – 1934

V. Mestre: Casemiro Mitczuk


1º Vigilante: Arthur da Silva Leme
2º Vigilante: Feliciano C. de Freitas Junior
Orador: Ignácio Iguassu de Andrade Franco
Secretário: Adolpho Correa de Freitas
Tesoureiro: Kalil Karam
Hospitaleiro: Ramon Granho
1º Experto: Albino José de Souza
2º Experto: Custódio Alves Cancella
3º Experto: Antonio Theophilo Vieira
1º Diácono: Adelio Gomes Aguiar
2º Diácono: Francisco Ribeiro
M. Cerimônias: Germano Leopoldo Sachs
Chanceler: João Meister Sobrinho
P. Estandarte: Mauricio Grossal
P. Espadas: João Alves Pereira
Arquiteto: Augusto Kulik
M. Banquetes: Ernesto Costa Alves
Cobridor: Gilberto de Castro Correa

109
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Orador adjunto: Manoel J. Abreu


Secretário adjunto: Agnello Cordeiro
Tesoureiro adjunto: Felix Merlo
Hospitaleiro adjunto: Luciano Rocha Junior

1934

A Loja enfrenta dificuldades financeiras. Deve ao Grande


Oriente do Brasil 19$599 (Dezenove mil quinhentos e noventa
e nove réis).
Obreiros propõem a realização de apenas uma reunião
mensal.
Não há registros de iniciativas beneméritas, provavelmente,
resultado da crise financeira e de motivação.

1935

O ambiente político-social do país, conforme descreve José


Castellani em “A História do Grande Oriente do Brasil “ “estava
mais uma vez agitado. De um lado, com base nas classes con-
servadoras, um movimento de extrema direita, chamado mo-
vimento integralista sob o comando do escritor Plinio Salgado,
do outro lado, na extrema esquerda, os comunistas, agrupados
na Aliança Nacional Libertadora, sob o comando de Luís Carlos
Prestes”.
Confrontos com perdas de muitas vidas, ocorreram em Natal,
Recife e Rio de Janeiro, e a maçonaria, representante de parcela
ponderável e atuante da sociedade brasileira, manifestou-se,
formalmente, em sessão do Conselho Geral da Ordem, de
05/12/1935, aplaudindo a ação do Presidente da República, do
Ministro da Guerra e todos os que, abnegadamente, lutaram em
defesa do regime legal.

110
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Ficha de “Germano” Leopoldo Sachs

Como é sabido o integralismo teve na época as simpatias do


governo Vargas e de facções militares significativas. Há quem
afirme que de certa forma, Getúlio Vargas se utilizou da maço-
naria brasileira como massa de manobra política, em defesa de
suas ideias, e em troca, o funcionamento das Lojas era tolerado.
Nesse ambiente entende-se porque 1935 foi mais um ano
difícil na história da Cardoso Júnior:
Eleições foram realizadas com apenas oito votantes.
Eleitos nem sempre assumem seus cargos.
Em fevereiro não foram gravados Balaústres, porque o livro
desapareceu.
Mas sob a presidência de Max Rosenmann a Loja funcio-

111
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

nou, ainda que desmotivada e desorganizada, na Rua Vicente


Machado, Nº 40.

Diretoria eleita para os anos 1934 - 1935/36

V. Mestre: Max Rosenmann


1º Vigilante: João Mattos Guedes
2º Vigilante: Attilio R. Trevisani
Orador: Arthur da Silva Leme
Secretário: Gilberto de Castro Correa
Tesoureiro: Nicolau Salomão
Hospitaleiro: Feliciano C. de Freitas Junior
1º Experto: Kalil Karam
2º Experto: João Meister Sobrinho
3º Experto: Leão Sallum
1º Diácono: Antônio Rodrigues Gomes
2º Diácono: João Reffo
M. Cerimônias: Ernani de Oliveira Marques
Chanceler: Gil de Castro Correa
P. Estandarte: Albino José Souza
P. Espadas: Adelio Gomes Aguiar
Arquiteto: Agnello Cordeiro
M. Banquetes: Nassib Abage
Cobridor: Lucas Pace
Orador adjunto: Ignácio Iguassu de Andrade Franco
Secretário adjunto: Adolpho Correa de Freitas
Tesoureiro adjunto: Miguel Simão Atab
Hospitaleiro adjunto: Miguel Lutfi

Diretoria eleita para os anos 1938 – 1939

V. Mestre: Alipio Augusto de Campos


1º Vigilante: Paulo da Rocha Chueri

112
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

2º Vigilante: Plinio Calberg


Orador: Pedro Vergara San Miguel
Secretário: Gil de Castro Correa
Tesoureiro: Nicolau Salomão
Hospitaleiro: Feliciano C. de Freitas Junior
1º Experto: Kalil Karam
2º Experto: Alexandre Curial
3º Experto: Alberto Bolliger
1º Diácono: Frederico Correa Bloch
2º Diácono: Gilcindo de Castro Correa
M. Cerimônias: Antonio Rodrigues Gomes
Chanceler: Max Rosenmann
P. Estandarte: Adelio Gomes Aguiar
P. Espadas: Herminio Costa
Cobridor: Lucas Pace
Orador adjunto: Penny Withers Rodebard
Secretário adjunto: Adolpho Correa de Freitas
Tesoureiro adjunto: Miguel Simão Atab
Hospitaleiro adjunto: Américo Meinicke

1936/1937

Comissão Central: Arthur da Silva Leme, Casemiro


Mitczuk e Manoel Moreira da Silva;
Comissão Finanças: Adelio G. Aguiar, Lucas Pace e Fre-
derico C. Bloch;
Comissão Beneficência: Feliciano C. Freitas Jr., Gilcindo de
Castro Correa e Nassib Abage

1936

A Loja continua a enfrentar problemas, que certamente eram


em grande parte consequência da situação política nacional. Na

113
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Quadro de Obreiros de 1935/1936. Antônio Bozza iniciado em 04.04.1899

lista de obreiros não há companheiros e aprendizes. O quadro


da loja era composto por 50 (cinquenta) irmãos, sendo:
16 Filiandos Livres, 5 Beneméritos e 13 Remidos.

1937

De 1937 a 1940 a maçonaria brasileira encontrou sérias


dificuldades para se manter ativa. Em 10 de novembro foi im-
plantado o “Estado Novo”, regime ditatorial de direita (texto de
José Castellani) a exemplo dos regimes totalitários existentes na
época, na Itália, Alemanha, Portugal, Espanha e Polônia.
O fechamento da maçonaria foi aconselhado ao governo, pelo
general Newton Cavalcanti, membro do conselho de Segurança
Nacional. Muitas lojas optaram por deixar de funcionar entre
outubro de 1937 e janeiro de 1940.

114
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

A Loja Cardoso Júnior funcionou precariamente.


Foram dias muitos difíceis...

Diretoria eleita para os anos 1937 – 1938

V. Mestre: Kalil Karam


1º Vigilante: Edgard Adriano de Mello
2º Vigilante: Frederico Correa Bloch
Orador: Gilberto de Castro Correa
Secretário: Gil de Castro Correa
Tesoureiro: Gilcindo de Castro Correa
Hospitaleiro: Leopoldo Klein
1º Experto: Américo Meinicke
2º Experto: João Meister Sobrinho
3º Experto: João Mattos Guedes
1º Diácono: Francisco Tiburcio da Silva Brazil
2º Diácono: Telemaco Cordeiro
M. Cerimônias: Ernani de Oliveira Marques
Chanceler: Max Rosenmann
P. Estandarte: Attilio R. Trevisani
P. Espadas: Adelio Gomes Aguiar
Arquiteto: Augusto Kulik
M. Banquetes: Germano Leopoldo Sachs
Cobridor: Lucas Pace
Orador adjunto: Casemiro Mitczuk
Secretário adjunto: Estefano Kujawiski
Tesoureiro adjunto: Miguel Simão Atab
Hospitaleiro adjunto: Feliciano Correia de Freitas Junior

Diretoria eleita para os anos 1938 – 1939

V. Mestre: Edgard Simão


1º Vigilante: Lauro Sodré

115
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

2º Vigilante: Hylton Swain


Hospitaleiro: Jayme Mueller Cruz

1938
Em 1938, o Grão-Mestrado do Grande Oriente do Brasil
provavelmente buscando adequar-se as imposições totalitárias,
publicou decreto, exigindo das lojas que eliminassem os obreiros
que professassem ideologia contrária ao regime, político-social
vigente.
Também preconizou a troca da trilogia LIBERDADE-IGUAL-
DADE-FRATERNIDADE, por ORDEM - FRATERNIDADE -
SABEDORIA, proposta que não evoluiu.
Frente a este cenário, a Delegacia do Paraná buscou fundir
Lojas, visando talvez torná-las mais fortes para conviver com o
clima de forte monitoramento existente.
A Loja Cardoso Jr., no ano que comemorava seu 40º aniver-
sário, não aderiu ao movimento.
Três Lojas no entanto aderiram: Unione e Fratellanza, Giu-
seppe Garibaldi, e a Acácia Paranaense, uniram-se fundando a
Loja “Dario Vellozo”.
O quadro de obreiros no 40º aniversário era de 49 maçons.

1939

Nesse ano, no dia 21/11, o Supremo Conselho do Grau 33 do


Rito Escocês Antigo e Aceito do Brasil, autorizou a instalação e
regularização do Sublime Capitulo Rosa Cruz Cardoso Júnior,
este evento, sem dúvida comprova a importância da loja na
época, principalmente se considerarmos que em 1939, inúmeras
lojas brasileiras permaneciam inativas.
Nesse ano, o balaústre registra manifesto contra o totalitaris-
mo, comprovando que os obreiros Cardosianos não se dobravam

116
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

às inspirações da ditadura Vargas.


Ainda em 1939, a Loja passou a trabalhar na Praça Zacarias,
no Templo pertencente à Fraternidade Paranaense.

Diretoria eleita para os anos 1939 – 1940

V. Mestre: Edgard Simone


1º Vigilante: Lee Balster
2º Vigilante: Lydio Scaramella
Orador: Adolpho Correa de Freitas
Secretário: Estephano Kujareski
Tesoureiro: Frederico Correa Bloch
Hospitaleiro: Ricieri Gianpaoli
1º Experto: Ernani de Oliveira Marques
2º Experto: Americo Meinicke
3º Experto: Ramon Granho
1º Diácono: Jayme Muller Cruz
2º Diácono: Gil de Castro Correa
M. Cerimônias: Nicolau Salomão
Chanceler: Nassib Abage
P. Estandarte: Alipio A. Campos
P. Espadas: Lorival Riesenberg
Arquiteto: Elias Miguel
Cobridor: Augusto Kulik
Orador adjunto: Hylton Swain
Secretário adjunto: Gilcindo de Castro Correa
Tesoureiro adjunto: Miguel Simão Atab
Hospitaleiro adjunto: Pedro Vergara
Comissão Central: Manoel de Abreu, Joaquim Cunha e João
Reffo
Comissão Finanças: Adelio Gomes Aguiar, Ignácio Iguassu
Franco e Feliciano C. Freitas Jr.
Comissão Beneficência: Alipio Augusto de Campos, Ricieri
Gianpaoli e Gilberto de C. Correa.
117
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

1940

A convite da Loja Dario Vellozo, recém fundada, a Loja volta


a trabalhar na Rua Vicente Machado Nº 40.
Em junho, as Lojas Fraternidade Paranaense e Cardoso Júnior
unem esforços e entregam à esposa do Interventor Manoel Ribas
80$000 (Oitenta mil reis), para beneficiar os “filhos de Lázaro”.
A Lei do silêncio continuava sendo vital. Em 21/11, o Vene-
rável Mestre reclama que irmãos do quadro costumavam debater
assuntos maçônicos em ambientes profanos.
Em eleição Federal realizada no mês de abril, votaram 14
obreiros.

Chancelas - Carimbos de documentos

1941 a 1945

Novamente nos reportamos ao historiador José Castellani,


em “História do Grande Oriente do Brasil”;

“Em 1941, as Lojas Maçônicas que haviam permanecidas


fechadas desde a implantação do Estado Novo, em 1937, procu-
ravam voltar à sua normalidade, embora sob a mira dos helegins
da ditadura infiltrados na própria instituição, e embora sob o
118
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

peso de decretos maçônicos castradores da liberdade de mani-


festação do pensamento, como o de No. 1179, de 2 de junho de
1938, já referido.”...

“A par disso, o estado de guerra que envolvia grande parte do


mundo, preocupava a população e suscitava pronunciamentos da
sociedade e das Lojas favoráveis à integração do Brasil às forças
bélicas aliadas, que combatiam contra a Alemanha, Itália e Japão”...

Em 22 de Agosto de 1942 o Brasil declarou-se em guerra


contra os países do Eixo.

“Em 1942, o Grande Oriente do Brasil publicava o decreto N-°


1279 através do qual reeditava as medidas tomadas pelo Grão
Mestre Nilo Peçanha em 1917, declarando inconveniente o com-
parecimento às sessões dos irmãos súditos dos países em guerra. O
referido decreto estabelecia que as Lojas da Federação não deviam
iniciar nem aceitar pedidos de iniciação de profanos leais aos países
do Eixo e seus aliados”.

As medidas analisadas sob o prisma da globalização deste


final de século, parece contrariar os princípios maçônicos. Mas
se olharmos a partir dos valores da época, podem ser conside-
rados justos.
Neste clima difícil, os registros da Loja Cardoso Júnior, nos
mostram cinco anos de simples sobrevivência. Diretorias se su-
cederam e a Loja nada apresentou que pudesse ser considerado
relevante.
Mas não condenemos nossos irmãos desse difícil período;
a manutenção da existência da Loja foi o grande mérito deles.
Ser maçom na época, envolvia riscos que talvez, nós maçons da
segunda parte do século, não teríamos coragem e competência
para administrar. Nossa homenagem pois, aos Grandes Maçons
Cardosianos dos anos obscuros de 1941 a 1945.
Em 1941 a Loja estava trabalhando no Templo da Av. Vicente

119
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Machado nº 40.
Seu inventário em 2 de junho era pequeno e singelo:

Uma máquina Remington tipo 12.


Um armário de imbuia
Uma escrivaninha de pinho.
Um armário de pinho.
Uma bandeira maçônica.
49 ternos de rituais do Rito moderno (grau 1 a 3) 07 rituais do
Grau 18.
04 rituais de Casamento.
09 rituais de inauguração de Lojas.

Nesse ano, a Loja manifesta seu agradecimento ao Delegado


do Grande Oriente do Brasil, Irmão Normando Jusi, pela assis-
tência recebida para manter a Loja funcionando.
Em 1942, apenas 15 irmãos votaram na eleição do
Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil onde foi eleito o Irmão
Joaquim Rodrigues Neves.
O Historiador da Loja, observou que a eleição da diretoria,
não foi realizada na data prevista, por falta do livro de ata das
eleições. Por outro lado, irmãos eleitos recusavam-se a assumir
cargos, e diretores não cumpriam o tempo de gestão.
Em 1942 não foram registradas iniciações.
Em 1943, o marasmo manteve-se. 16 irmãos votaram nas
eleições internas.
Destaque apenas para o Irmão Walter Bernard, que foi
agraciado como título de “Membro Honorário da Loja Dario
Vellozo”.
Em 1944 ocorreram duas iniciações, mas o ano foi muito
difícil.
No início do ano (26/02) o Irmão Taufik Kurban teve seus
direitos maçônicos suspensos pelo Grande Oriente do Brasil por
apoiar movimento dissidente comandado pela Loja Fraternidade
Paranaense e pelos Irmãos Silas de Faria Pioli, José Rodrigues

120
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Vieira Neto e Jorge Karam da Loja Dario Vellozo.


Méritos em 1944, para o Irmão Ferreira Moraes, que manteve
a Loja em pé, e que neste ano trabalhou no templo Provisório
da Loja Dario Vellozo.
Vide íntegra do decreto nº 1355:

Dr. Joaquim Rodrigues Neves, 33.’.Sob.’.Gr.’.Mestr.’. Geral da


Ordem Maçônica no Brasil:
Considerando que tendo sido suspensos dos direitos maçônicos os
IIr.’. Manoel Magalhães de Abreu, Venerável da Loja Fraternidade
Paranaense, Taufik Kurban da Loja Cardoso Júnior; Silas de Faria
Pioli, José Rodrigues Vieira Neto e Jorge Karam, estes da Loja Dario
Vellozo, pelos atos 1821 e 1816;
Considerando, que decretada a intervenção naquela Oficina, conti-
nuam os membros de seu quadro a se reunirem com os irmãos sus-
pensos, a revelia do Irmão Delegado Especial e tomando deliberações;
Considerando que pelo Ato No. 1.833, de 25 do corrente, foram
expulsos diversos IIr.’. da mesma Loja;
Considerando que a Loja Fraternidade Paranaense como parte in-
tegrante da Federação Maçônica Brasileira e da qual é lei máxima
a Constituição adotada pelo decreto No. 1.176 de 26 de fevereiro de
1938, deve obediencia ao Gr.’.O.’.do Brasil, cuja autoridade suprema
e exclusiva é assegurada pela referida Constituição;
Considerando que os elementos dissidentes pretendem passar a Loja
para outra jurisdição (obediência);
Considerando que cabe a suprema administração da Ordem procurar
resolver as questões entre maçons e Loja da Federação segundo um
espírito de tolerância e serena energia; e usando das atribuições que
lhe confere o No. 12 do art. 30 da Constituição Maçônica;

D E C R E T A:

Art. 1º - Fica suspensa de seus direitos maçônicos, para todos os


efeitos, a Loja Fraternidade Paranaense, ao Oriente de Curitiba,
Estado do Paraná, sem prejuízo da função do Delegado Especial
nomeado pelo Ato No. 1.822, de 9 de fevereiro de 1944, sendo nulos
todos os atos praticados pela referida Loja, de conformidade com o
§ único do art. 24 da Constituição.
Art. 2º - Fica marcado o prazo de 30 dias, a contar da data de co-

121
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

municação feita pelo Delegado Especial, para, dentro dele e perante


o mesmo Delegado, os membros do respectivo quadro manifestarem
expressamente o seu propósito de respeito à Constituição e obedien-
cia ao Grande Oriente do Brasil.
Art. 3º - O Delegado Especial promoverá, no prazo de dez dias as
sindicâncias e inquéritos necessários para a apuração de responsabi-
lidades e praticará os atos precisos para que a Loja volte a funcionar
normalmente após a devida autorização do Grão Mestre, a quem
enviará um relatório.
Art. 4 - revogam-se as disposições em contrário.
Dado e traçado no Gabinete do Grão Mestrado Geral, da Ordem, na
cidade do Rio de Janeiro, aos 26 dias do mês de fevereiro de 1.944,
E.’.V. ficando o Pod.’.lr.’.Gr.’. Secretário Ger.’. da Ord.’. incumbido
da notificação e publicação do presente decreto.

Dr. Joaquim Rodrigues Neves


Sob.’. Gr.’. Mestr.’. Ger.’. da Ord.’.

Selo Maçônico oficial

122
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Em dezembro, encerrando um ano tumultuado, a Loja ma-


nifestou mais uma vez sua solidariedade ao Grande Oriente do
Brasil, em documento assinado por quatorze obreiros.
Em 1945, no entanto, há registros de descontentamento de
irmãos com o GRANDE ORIENTE DO BRASIL e sua delegacia
estadual.
É provável que neste episódio de 1945, já estivesse aflorando
o sinal dos novos tempos democráticos, claramente delineados,
com o fim da 2ª Guerra Mundial, na Europa em maio e na Ásia
em setembro. E com o fim da ditadura Vargas em outubro.
A nuvem da censura postal encerrou-se em setembro, e
novos rumos para o mundo começaram a surgir em 1946, inter-
rompidos, é verdade, por períodos de restrições políticas como
veremos à frente, mas não nos níveis castradores do período de
1937 a 1945.

Diretoria eleita para os anos 1941 – 1942

V. Mestre: Frederico Correa Bloch


1º Vigilante: Nassib Abage
2º Vigilante: Francisco Sansaron
Orador: Ernani de Oliveira Marques
Secretário: Casemiro Mitczuk
Tesoureiro: Augusto Kulik
Hospitaleiro: Antônio Farinhas
1º Experto: Lee Balster
2º Experto: Lydio Scaramella
3º Experto: Gilberto de Castro Correa
1º Diácono: José Domaria
2º Diácono: Ricieri Gianpaoli
M. Cerimônias: Nicolau Salomão
Chanceler: Antonio Vaz de Siqueira
P. Estandarte: Americo Meinicke

123
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

P. Espadas: Arthur da Silva Leme


Arquiteto: Paulo da Rocha Chueri
Cobridor: Gil de Castro Correa
Secretário adjunto: Plinio de Sá Ballão
Hospitaleiro adjunto: Miguel Simão Atab

Diretoria eleita para os anos 1942 – 1943

V. Mestre: Plinio Schleder de Araujo


1º Vigilante: Plinio de Sá Ballão
2º Vigilante: Ernani de Oliveira Marques
Orador: Adolpho Correa de Freitas
Secretário: Lee Balster
Tesoureiro: Augusto Kulik
Hospitaleiro: Antonio Farinhas
1º Experto: Nassib Abage
2º Experto: Lydio Scaramella
M. Cerimônias: Nicolau Salomão
Chanceler: Francisco J. Sansaron
Arquiteto: Pedro Vergara San Miguel
M. Banquetes: Americo Meinicke
Cobridor: Humberto Nocera
Orador adjunto: Casemiro Mitczuk
Secretário adjunto: Lydio Scaramella
Tesoureiro adjunto: Ramon Granho
Orador adjunto: Plinio Schleder de Araujo

Diretoria eleita para os anos 1943 - 1944

V. Mestre: Plinio Schleder de Araujo


1º Vigilante: José Pereira de Moraes
2º Vigilante: Frederico Correa Bloch
1º Diácono: Nassib Abage

124
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

2º Diácono: Edgard Adriano de Mello


Chanceler: Lee Balster
Secretário: Aristeu Balster
Orador: Casimiro Mitzuck
Tesoureiro: Kalil Karan
M. Cerimônias: Nicolau Salomão
Arquiteto: Antônio Vaz de Siqueira
P. Estandarte: Leonardo Aimone
P. Espadas: Alipio A. de Campos
Hospitaleiro: José Domaria
Cobridor: Luiz Francisco Vitorio
1º Experto: Francisco Sansaron
2º Experto: Plinio de Sá Ballão
3º Experto: Miguel Simão Atab
Orador adjunto: Taufik Kurban
Secretário adjunto: Encilho Guviaud
Tesoureiro adjunto: Lydio Scaramella
Hospitaleiro adjunto: Augusto Kulik

125
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

126
4º Período da Loja
1946 a 1970

O retorno à plenitude democrática em 1946, permitiu que a


Loja crescesse em número de obreiros.
Infelizmente este crescimento quantitativo não resultou em
realizações significativas.
Em 1948 ocorreram as comemorações do cinquentenário da
fundação da Loja. Sob a presidência Soberano Grão-Mestre Ge-
ral, Irmão Joaquim Gonçalves Neves, e do Delegado do Grande
Oriente do Brasil para o Paraná, Irmão Normando Jusi, foram
distribuídos títulos e medalhas alusivos à data.
Percebe-se porém, que a par de irmãos do valor dos acima
citados, o crescimento rápido do quadro de obreiros, gerou cor-
rentes antagônicas no grupo, e paradoxalmente, neste mesmo
período, ocorreram fases, que a Loja precisou da ajuda de Lojas
coirmãs, para não sucumbir.
Aprendeu-se então, que quantidade em organizações que
permitem a livre manifestação, pode gerar conflitos, alguns
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

irreversíveis. Esta lição foi assimilada, e hoje o crescimento da


Loja é administrado, visando gerar um quadro de obreiros coeso,
fraterno e produtivo.

1946

A Loja trabalhava às segundas-feiras no Templo da coirmã


Dario Vellozo, pagando contribuição mensal para despesas de
manutenção, luz, água e impostos.
Problemas decorrentes de eleições tumultuadas, realizadas
para preencher o cargo de Grão-Mestre Geral da Ordem, ocasião
em que foi reeleito o Irmão Joaquim Gonçalves Neves, provo-
caram afastamentos de irmãos ocorrendo, inclusive, a renúncia
do Venerável Mestre.
Irmãos da Loja Dario Vellozo, reforçaram as colunas da Loja
Cardoso Júnior, e ela supera mais uma crise.
O Irmão Manoel Ribeiro Júnior, orador na gestão 1902/03,
informa que vários documentos da Loja queimaram em incêndio
de sua residência.
Para implantação de uma biblioteca, a Loja aprova um se-
gundo tronco, estabelecendo-se como contribuição mínima, o
valor de 20 centavos.
Em dezembro a Loja faz doação em dinheiro à Federação
Espírita, em favor do Natal do Pobres.

1947

Neste ano foram iniciados 11 (onze) irmãos, demonstrando


a tendência de crescimento quantitativo do quadro.
Irmãos mais cuidadosos, no entanto, já previam as consequ-
ências da iniciativa. O Irmão Joviano Olegário alertava a Loja
sobre a importância da sindicância, que segundo ele, vinha
sendo feita sem o menor cuidado no que se refere à qualidade

128
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Gravura do patrono Francisco José Cardoso Júnior

129
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

dos candidatos.
Em 1947; a maçonaria paranaense teve atividade intensa:
- Em março, fundiram-se as Lojas Fraternidade Paranaense
e Dario Vellozo. Desta forma a Loja Dario Vellozo assumiu a
propriedade do imóvel situado na Praça Zacarias. Também pas-
sou para a Loja Dario Vellozo a administração da Escola “José
Carvalho”, mantida pela Loja Fraternidade Paranaense, desde
o início do século.
- Em junho, as Lojas Dario Vellozo e Cardoso Júnior, se unem
para uma sessão branca, em comemoração ao dia de São João.
- Em outubro, os maçons paranaenses são chamados a se
cotizar para compra de ações da “Editora Maçônica”. Valor da
ação Cr$100,00, pagável em 10 parcelas.
- A Escola José Carvalho oferece cursos noturnos de “Espe-
ranto”, idioma idealizado para uso universal, muito difundido
no pós-guerra.
- O GRANDE ORIENTE DO BRASIL informa que ocorreu
o restabelecimento de contatos com as maçonarias italianas e
francesas.

Na Loja Cardoso Júnior:

- O Irmão Manoel Ribeiro Jr., orador da gestão 1902/03, pede


sua regularização depois de décadas de afastamento.
- A Loja doa Cr$500,00, para um Irmão enfermo importar
medicamentos dos E.U.A., no valor total de Cr$2.000,00.
- A Loja assume a administração do templo da Rua Vicente
Machado, Nº 40 por delegação da Loja Dario Vellozo.
- Três troncos são reforçados para auxiliar na campanha
“Pró-Lazaro”.
- A Loja desenvolve várias sessões de homenagem ao Exér-
cito Brasileiro, possivelmente como consequência do grande

130
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

número de militares no quadro de obreiros.


- O Venerável-Mestre insiste em afirmar a existência de dois
terrenos de propriedade da Loja, embora a Loja não possua as
escrituras. Em agosto é encontrado a escritura do terreno da
Vila Guaíra.
Devemos pois à gestão de 1947, a posse do imóvel onde hoje
nos encontramos.
- Ainda em 1947, irmãos da Loja Dario Vellozo em número
de 12 e mais dois irmãos da Loja Amor e Caridade II de Ponta
Grossa (Antônio Motta e Jacundino Correa), reforçavam as co-
lunas da Loja Cardoso Jr, como já faziam em 1946.
Em dezembro o Irmão Carlos Bardelli, Venerável Mestre
da Loja Dario Vellozo e membro honorário da Loja Cardoso Jr.,
juntamente com o Irmão Theodorico Ferreira Martins, Venerá-
vel Mestre da Loja Cardoso Júnior, comandam solenidade de
premiação de alunos da Escola José Carvalho.

12 de dezembro de 1947

Ao
Benjamim Santos
Curitiba

Dedicado aluno da Escola José Carvalho:

O abaixo assinado, tem a honra e o grato prazer de por este meio


manifestar seu contentamento e profunda consideração pelo teu
dedicado trabalho no decorrer de teus estudos fazendo votos para
que sempre saibas vencer em tua vida.
O terceiro prêmio que lhe coube nos estudos de tua classe escolar,
coube a mim ofertá-lo e ora faço com a mais viva emoção, certo de
que embora insignificante marca na tua vida uma das vitórias que
terás por certo, porque a tua aplicação é prova daquilo que para o
futuro pode vir de vitorioso para ti.
Desejo tua vitoriosa jornada na vida e peço ao Supremo Autor de
todas as cousas que sempre te ampare para teu próprio bem e para
o daqueles que te são caros.

131
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Saúde e Satisfação:

Theodorico Ferreira Martins

8 de dezembro de 1947

À
Inês Daru
Curitiba
Dedicada aluna da “Escola Carvalho”!

A Loja Maçônica Cardoso Júnior, houve por bem em sessão de 8


do corrente, homenagear ao aluno que obtivesse o 2º lugar nos es-
tudos das classes da escola que fazer parte e foi assim que lhe coube
o premio incluso, representado em moeda corrente de Cr$ 200,00
(duzentos cruzeiros).
É com o mais vivo contentamento que os componentes desta Loja
associados oferecem esse premio que embora insignificante apenas
será o pretesto para que recebas de todo coração as mais vivas
demonstrações de simpatia a que fazes jus, pelos resultados conse-
guidos nos teus estudos.
Desejam os abaixo assinados em seus proprios nomes e no dos
demais irmãos que sejas sempre aplicada para que com proveito
proprio possas também ser útil a ti e aos teus, bem como ao meio
em que vivemos sempre na dependência daquilo que sabemos e na
dedicação de nosso trabalho e boa vontade.
Deus que te ajude e que sejas muito feliz, são os nossos votos e
daqueles que representamos com satisfação.
Saúde e Fraternidade
Theodorico Ferreira Martins e Carlos Bardelli

132
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

THEODORICO FERREIRA MARTINS


Gestão: 1947 - 1952

Diretoria eleita para os anos 1947 – 1948

V. Mestre: Theodorico Ferreira Martins


1º Vigilante: Francisco J. Sansaron
2º Vigilante: Ernani de Oliveira Marques
Orador: Dario Nogueira dos Santos
Secretário: Pricilio Correa Júnior
Tesoureiro: Osmar Justen
Hospitaleiro: Milton Raitani
1º Experto: José Deszaunet Sobrinho
2º Experto: Alderico Cordeiro
3º Experto: Braulio Vianna

133
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

1º Diácono: Geraldo Lesbat Cavagnari


2º Diácono: Walter Bernard
M. Cerimônias: Esponino Macuco
Chanceler: Plinio de Sá Ballão
P. Estandarte: Euripedes Rodrigues Branco
P. Espadas: Gebran Habibe Cury Chacra
Arquiteto: Antônio Farinhas
M. Banquetes: Antônio Saliba Merhy
Cobridor: Octávio de Almeida Torres
Orador adjunto: Edgard Sponholz
Secretário adjunto Lourival Sponholz
Tesoureiro adjunto: Alberto da Silva Martins
Hospitaleiro adjunto: Ricieri Gianpaoli
Comissão Central: José Schleder de Araújo, Carlos Bardelli
e Joviano M. de Oliveira
Comissão Finanças: José Salles Dias, Anibal Pires e Rivadavia
P. Moraes
Comissão Beneficência: José Pereira de Marques, Eurico Carva-
lho, Jayme Matzembacher e Paulo Prima Vidal

Diretoria eleita para os anos 1948 – 1949



V. Mestre: Theodorico Ferreira Martins
1º Vigilante: Plinio Schleder de Araujo
2º Vigilante: Osmar Justen
Orador: Dario Nogueira dos Santos
Secretário: Pricilio Correa Junior
Tesoureiro: Milton Raitani
Hospitaleiro: Milton Bardal
1º Experto: Augusto Gonçalves Guimarães
2º Experto: Octávio de Almeida Tass
3º Experto: Carlos Oscar Kronland
1º Diácono: Alipio Ballão

134
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

2º Diácono: Gabriel Cury


M. Cerimônias: José Dezzan Passarini
Chanceler: Ernani de Oliveira Marques
P. Estandarte: Beraldo Picanho
P. Espadas: João Reffo
Arquiteto: Joaquim Artigas
M. Banquetes: Paulo Wassermann
Cobridor: Nassib Abage
Orador adjunto: Edgard Sponholz
Secretário adjunto: Alberto da Silva Martins
Tesoureiro adjunto: Cesar Pereira
Hospitaleiro adjunto: José Dezzan Passarini
Comissão Central: Orlando Barros, Paulo Prima Vidal e
Mario Cadafir
Comissão Finanças: Alderico Cordeiro, Dario Nogueira dos
Santos e Newton Varella
Comissão Beneficência: Plinio Schleder de Araujo, Milton Raitani
e Francisco Sansaron

Diretoria eleita para os anos 1949-1950- 1951

V. Mestre: Theodorico Ferreira Martins


1º Vigilante: Plinio Schleder de Araújo
2º Vigilante: Ernani de Oliveira Marques
Orador: Dario Nogueira dos Santos
Secretário: Henacy Plácido da Luz
Tesoureiro: Milton Raitani
Hospitaleiro: Carlos Oscar Kronland
1º Experto: José Deszaunet Sobrinho
2º Experto: Alderico Cordeiro
3º Experto: Marcos Kaplan
1º Diácono: Walter Bernard
2º Diácono: Milton Soares

135
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

M. Cerimônias: Augusto Gonçalves Guimarães


Chanceler: Antônio Muzzilo
P. Estandarte: Paulino de Almeida
P. Espadas: Plinio de Sá Bailão
Arquiteto: Vicente Chamano
M. Banquetes: Osmar Justen
Cobridor: Carlos da Silva Martins
Orador adjunto: Lauro Schleder de Araújo
Secretário adjunto: Joaquim Artigas
Tesoureiro adjunto: Gedeon de Souza
Hospitaleiro adjunto: Francisco J. Sansaron
Comissão Central: Adib Jebram Cury, Paulo Grosko e
Decio da Silva Lobo;
Comissão Finanças: Pricilio Correa Junior, Walter Krae-
mer e Alberto S.Martins
Comissão Beneficência: Mario Castagno, Zceslau Lewando-
wski, Afonso T.Muller e Ricardo Koch
Comissão Jurídica: José Alves Teixeira, Othelo Lopes,
Gilberto Beltrão

Diretoria eleita para os anos 1951 – 1952

V. Mestre: Theodorico Ferreira Martins


1º Vigilante: Silvestre de Souza
2º Vigilante: Carlos Oscar Kronland
Orador: Dario Nogueira dos Santos
Secretário: Jorge Tapitanga Huy
Tesoureiro: Augusto Gonçalves Guimarães
Hospitaleiro: Milton Raitani
1º Experto: Emilio Waqued
2º Experto: Sebastião Ayres de Arruda
3º Experto: Marcos Kaplan
1º Diácono: Higino C. Martins

136
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

2º Diácono: Manoel Martins de Souza


M. Cerimônias: Afonso Theodorico Muller
Chanceler: José Domaria
P. Estandarte: Walter Bernard
P. Espadas: Hermínio Alves Cabral
Arquiteto: Ricardo Koch
M. Banquetes: Gedeon de Souza
Cobridor: Jorge Carlos Buczeck
Orador adjunto: Antenor da Silva Pupo
Secretário adjunto: José do Patrocinio Viana
Tesoureiro adjunto: Felix Urban
Hospitaleiro adjunto: Herculano Medeiros
Comissão Central: Plinio de Sá Ballão, Stefano Lépca e
Vitorino L. Quintas
Comissão Finanças: Melchiades C. de Almeida, Luiz dos
Santos Salti e Emilio Matte
Comissão Beneficência: José Deszaunet Sobrinho, Guenther
Kozminsky e Leão Chapaval

1948 – Ano do Cinquentenário

O ano do cinquentenário, embora marcado por eventos


significativos como:
- presença do Soberano Grão Mestre da ordem, Irmão Joa-
quim Rodrigues Alves;
- distribuição de cinquenta medalhas comemorativas;
- fundação do Museu “Antônio Bozza”;
Não foi um ano de harmonia na Loja, reflexo, provavelmente,
da presença de irmãos mal selecionados para o quadro.
- Em julho, ocorreram protestos quanto à escolha do gravador
das medalhas, Irmão Peon, julgado por alguns, um mau maçom.
- O 2º Vigilante foi substituído por frequentes faltas sem

137
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Medalha do Cinquentenário

justificativas.
- O uso de balandraus nas sessões é cobrado pela Loja, o que
denuncia problemas de disciplina e desrespeito à ritualística.
Feita a ressalva acima, que prenunciava anos desarmônicos
nas décadas seguintes, 1948 foi um ano ativo:
- a Loja estabelece pensão de Cr$170,00, para ajudar uma
filha de Irmão falecido;
- o tema “O Petróleo é Nosso” é debatido em Loja.
- a viúva do lrmão Antônio Bozza oferece pertences maçôni-
cos e uma placa de bronze à Loja. (A faixa de grau 33 e o avental

138
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

do grau 18, estão ainda hoje de posse do Irmão Walter Riechel).


(segundo o trabalho apresentado pelo Irmão Alberto Silveira em
27-06-2011 diz: “porém em consulta ao Supremo Conselho do
Brasil do Grau 33 para o Rito Escocês Antigo e Aceito, perante a
Delegacia da Região Sul do Paraná Nº 20.1, mais precisamente na
pessoa do nosso Irmão Mickosz tal registro não fora localizado,
portanto pode ser que o Irmão Antônio Bozza tenha obtido o
Grau 33 por outro rito e não pelo Rito Escocês Antigo e Aceito)
- aprova-se o regulamento e funcionamento da biblioteca da
Loja, que recebeu muitas doações dos irmãos.
- vários irmãos adquiriram medalhas do cinquentenário, ao
preço de Cr$50,00 cada uma.
- A Loja faz contribuições ao grupo espírita Irmão Pêgo”.
- A Loja “Amor e Caridade II” oferece um malhete em ouro
e prata.
(furtado em 1980 do armário da secretaria)

1949

Neste ano a Loja passa a trabalhar na Praça Zacarias. Ao


mudar-se a Loja levou:
- 04 bancos envernizados, com assentos em palha
- 01 armário envernizado (arquivo)
- 01 retrato do Marechal Cardoso Júnior
- 01 retrato de Líbero Badaró
- 01 bastão pintado em preto
- 02 balandraus
- 01 capuz
- 12 aventais
- 04 pares de livros.
A contribuição mensal passa para Cr$ 10,00.
Em janeiro, juntamente com as Lojas Perseverança e, Amor e
Caridade II, participa de sessão de confraternização no Instituto

139
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Neo-Pitagórico. O Irmão Ricardo Koch oferece três pinturas a


óleo para serem vendidas em favor da Loja.
Em junho, na cerimônia de posse da nova diretoria, a Loja
realiza sessão branca com a adoção de Lowtons.
O Irmão Milton Soares faz doação de um álbum de fotogra-
fias do cinquentenário da Loja e da presença do Soberano Grão
Mestre em Curitiba. Um segundo álbum é entregue à Loja Amor
e Caridade II.

1950

Por solicitação do Irmão Américo de Campos do Oriente


do Rio de Janeiro, a Loja Cardoso Jr. elegeu, em 1.950, para
representante da Oficina perante a Assembleia Geral, o lrmão
Francisco Christovan Cardoso, filho do Patrono Cardoso Jr., não
há menção posterior da efetiva atuação do Irmão Francisco em
defesa dos interesses da Loja.
Em 1950, ocorreu rotatividade intensa no quadro de obrei-
ros. Vários irmãos pediram afastamento e alguns irmãos foram
eliminados. A Loja chegou a trabalhar com 50 obreiros.
Em outubro, um fato raro: houve a iniciação simultânea do
filho e do neto do Irmão Dario Nogueira dos Santos, cabendo
a este, o discurso de saudação aos neófitos. Deve ter sido uma
sessão emocionante.

140
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

141
Pranchas da época
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Acima, capa do álbum de fotografias - madeira entalhada - 1948. Abaixo,


página interna do álbum de fotografias presenteado por Dário Nogueira dos
Santos e Theodorico Ferreira Martins, para a Cardoso Júnior – 1948

142
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

C.I.M – Carteira de identidade Maçônica - 1950

1951

Ano tranquilo, marcado apenas pela continuação da alta


rotatividade do quadro. Muitas iniciações e também muitos
afastamentos.
Em maio a Loja fez uma doação a Loja Luz e Verdade II de
Ponta Grossa, destinada a aquisição de um instrumento musical
para um Irmão músico.

143
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

DARIO NOGUEIRA DOS SANTOS


Gestão: 1952 - 1953

1952
“A 2 de fevereiro de 1952, era fundado em Curitiba, o Grande Orien-
te do Paraná; o de 1902, havia passado para o G.’.O.’.B.’. após doze
anos de existência. Em 1944, houve outra tentativa de dissidência no
Paraná, quando foi fundado um Grande Oriente, que pouco durou,
porque muitas das Lojas continuaram fiéis ao G.’.O.’.B.’.. O Grande
Oriente do Paraná, com constituição promulgada em seguida à sua
fundação, teve, como primeiro Grão-Mestre, Silvestre de Souza”
(Obs: texto acima extraído do Livro “história do Grande Oriente
do Brasil”, pág. 266, de José Castellani).

144
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Em Loja, 1952 foi tranquilo, sem sobressaltos. Destaca-se ape-


nas a criação de duas comissões; comissão médica, farmacêutica
e jurídica, presidida pelo Irmão Augusto Gonçalves Guimarães
e a comissão de assistência social, presidida pelo Irmão Afonso
Theodorico MüIIer.

Diretoria eleita para os anos 1952 – 1953

V. Mestre: Dario Nogueira dos Santos


1º Vigilante: Angelo Palhares Filho
2º Vigilante: Hermínio Alves Cabral
Orador: Antenor da Silva Pupo
Secretário: Anthero Anibal de Carvalho
Tesoureiro: Joviano Marques de Oliveira
Hospitaleiro: Mauro Ribeiro dos Santos
1º Experto: Carlos Oscar Kronland
2º Experto: Jorge Tapitanga Huy
3º Experto: Levi Pradi Dias
1º Diácono: Ari Arruda
2º Diácono: Alceu Vilela de Oliveira
M. Cerimônias: Augusto Gonçalves Guimarães
Chanceler: Afonso Theodorico Mueller
P. Estandarte: Milton Raitani
P. Espadas: José Domaria
Arquiteto: João Frankowski
M. Banquetes: Gedeon de Souza
Cobridor: Jorge Carlos Buczeck
Orador adjunto: Francisco José Passarini
Secretário adjunto: Wilson Ribeiro de Souza
Tesoureiro adjunto: Melchiades Cardoso de Almeida
Comissão Central: Aldo Bazanello, Mariano Sliwiany Souza
e Pedro Kramer Diotalevi;
Comissão Finanças: Ernani Oliveira Marques, Daniel Jose

145
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

de Souza e Agnello Palhares;


Comissão Beneficência: Silvestre de Souza, Hamilton R. de Souza
e Oswaldo Wank de Souza.

ANTENOR DA SILVA PUPO


Gestão: 1953 - 1956

Diretoria eleita para os anos 1953 – 1954

V. Mestre: Antenor da Silva Pupo


1º Vigilante: Angelo Palhares Filho
2º Vigilante: Hermínio Calnari
Orador: Daniel José de Souza
Secretário: Osmar Hilbert
Tesoureiro: Jorge Carlos Buczeck

146
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Hospitaleiro: Guenther Kozminsky


1º Experto: Leo Marcondes Zanardini
2º Experto: Naim Kahali
3º Experto: Joel Silva
1º Diácono: Ari Querella
2º Diácono: Estefano Perreto Sobrinho
M. Cerimônias: Marcos Kaplan
Chanceler: Walter Bernard
P. Estandarte: Rubens Lindonor Bedene
P. Espadas: João Cecato Junior
Arquiteto: André “Andor” Neumann
M. Banquetes: Waldemar Cavanha
Cobridor: Jindrich Lang
Orador adjunto: Milton Raitani
Secretário adjunto: Anthero Anibal de Carvalho
Hospitaleiro adjunto: Mauro Ribeiro dos Santos
Comissão Central: Evaldo Krueger, Oswaldo Santiago e
Leo Marcondes Zanardini
Comissão Finanças: Anthero A. de Carvalho, Osmar Hilbert
e Pedro Kramer Diotalevi
Comissão Beneficente: Guenther Kozminsky, Jindrich Lang e
Marcos Kaplan

Diretoria eleita para os anos 1954 – 1955

V. Mestre: Antenor da Silva Pupo


1º Vigilante: Melchiades Cardoso de Almeida
2º Vigilante: Anthero Anibal de Carvalho
Orador: Osmar Hilbert
Secretário: Adolfo Havro
Tesoureiro: Jorge Carlos Buczeck
Hospitaleiro: Waldemar Cavanha
1º Experto: Léo Marcondes Zanardini

147
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

2º Experto: Jindrich Lang


3º Experto: Joel Silva
1º Diácono: Lothario Boutin
2º Diácono: Evaldo Krueger
M. Cerimônias: Marcos Kaplan
Chanceler: Angelo Palhares Filho
P. Estandarte: Rubens Lindonor Bedene
P. Espadas: João Cecato Júnior
Arquiteto: Guenther Kozminsky
M. Banquetes: Alvacyr Ferreira
Orador adjunto: Oswaldo Santiago
Tesoureiro adjunto: Evaldo Krueger
Comissão Central: Evaldo Krueger, Oswaldo Santiago e
Léo Marcondes Zanardini;
Comissão Finanças: Anthero A. de Carvalho, Walter Cava-
nha e Pedro Kramer Diotalevi;
Comissão Beneficente: Walter Bernard, Oswaldo Santiago e
Cezar Nicolati.

Diretoria eleita para os anos 1955 – 1956

V. Mestre: Antenor da Silva Pupo


1º Vigilante: Melchiades Cardoso de Almeida
2º Vigilante: José Domário
Orador: Altair dos Santos Cavalli
Secretário: Aureo Marçal Pereira
Tesoureiro: Lothario Boutin
Hospitaleiro: Paulo Marques Pereira
1º Experto: Marcos Kaplan
2º Experto: Gustavo Walter
3º Experto: Evaldo Krueger
1º Diácono: Walter Bernard
2º Diácono: Joel Silva

148
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

M. Cerimônias: Naim Kahali


P. Estandarte: Manoel Francisco Bloch Junior
P. Espadas: Floriano Nolasco da Silva
M. Banquetes: Waldemar Cavanha
Cobridor: Manoel Arinos Figueira de Britto
Cobridor adjunto: Naim Kahali
Secretário adjunto: Murilo Batista
Comissão Central: Léo Marcondes Zanardini, Evaldo Kru-
ger e Oswaldo Santiago;
Comissão de Finanças: Paulo Marques Pereira, Waldemar Ca-
vanha e Manoel Arinos Figueira de Britto.

1953

A Loja vota nas eleições para a escolha do Grão-Mestre, do


recém criado Grande Oriente do Paraná, autorizado a funcionar
pelo Grande Oriente do Brasil através do ato Nº 4 de 13/02/52.
Foram eleitos Dario Nogueira dos Santos para Grão Mestre
e Gastão Vieira de Alencar para Adjunto.
Votaram apenas 13 eleitores.
A Loja passa a funcionar em templo situado na Rua Briga-
deiro Franco, 1216.
O Grande Oriente do Paraná tinha sua sede na Rua Visconde
de Guarapuava 2646 – 2º Andar.
A Loja mantinha um pecúlio. Este na época não atendia a
expectativa dos participantes. A diretoria buscou a participação
do Grande Oriente Estadual e de obreiros de outras Lojas, para
aumentar o número de quotistas.

1954

Neste ano assume o cargo de Venerável Mestre o irmão An-


tenor da Silva Pupo, tendo como 1º Vigilante o irmão Melchiades

149
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Cardoso de Almeida.
A participação ativa desses irmãos projetou favoravelmente
a imagem da Loja Cardoso Júnior junto ao recém criado Grande
Oriente do Paraná.
A participação deles junto ao Grande Oriente intensificou-se
na primeira metade da década de 60.
O estilo nobre e humilde de Antenor da Silva Pupo perce-
be-se logo no seu primeiro mandato:
- Nesse ano a Loja toma a iniciativa de abolir o uso de títulos
profanos em Loja. A decisão é levada à Assembleia Estadual
como proposta a ser votada, e por consequência, ser adotada
nas demais Lojas do Paraná.
Percebe-se no entanto que a Loja é deficiente em organização
e planejamento:
- Em março, por falha administrativa deixa de participar de
um Congresso de Veneráveis Mestres realizado em Ponta Grossa.
- Em agosto falta quórum para eleger o Delegado Estadual.
- Ainda em agosto os irmãos reclamam da demora na con-
fecção dos Estatutos da Loja.
- As instalações da Brigadeiro Franco eram inapropriadas;
a Loja funcionava em cima de um bar, fato que constrangia
diversos irmãos
1954 foi um ano politicamente tumultuado.
Ocorreu o suicídio do Presidente Getúlio Vargas, evento que
gerou voto de pesar em Loja.
Por outro lado, o Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil,
Benjamim Sodré, renunciava em favor do Adjunto Cyro Wer-
neck, ocorrência que foi bem recebida pelo quadro de obreiros.
Em abril a prefeitura municipal libera terreno para constru-
ção de Mausoléu Maçônico.
Em agosto levantam-se recursos para sua construção, porém,
só em 31/10/1967, a obra é concluída, no Cemitério de Santa
Cândida.

150
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

151

Maçons Cardosianos - 1924-1950


120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

1955

Dez anos após a explosão da primeira bomba atômica,


intensifica-se no mundo a guerra fria, e por consequência, o
medo generalizado de uma tragédia nuclear, capaz de varrer o
homem da face da terra.
Este clima gerou uma onda de materialismo. A sociedade
iniciou um processo de profunda mudança de valores, que se
alongou até a década de 80.
Os reflexos, sobejamente conhecidos, também se fizeram sen-
tir no seio da maçonaria. Pouco se produziu e muito se disputou.
A Loja Cardoso Júnior também foi atingida. A frequência
passou a ser baixa e aumentaram os índices de desarmonia e
disputa. Ações eram propostas, mas não eram concretizadas. A
Loja era mantida graças aos esforços de poucos irmãos abnega-
dos, embora o quadro de obreiros fosse grande.
Em 1955, a Loja doou, a pedido, Cr$ 800,00 à Loja Ël Misab
do Líbano.
O Irmão Pereira propõe a construção de uma escola na Rua
Paraíba - Vila Guaíra.
De imediato,
- o Irmão Walter Bernard doou portas e madeira para a cerca;
- o Irmão Heitor Zardo Branco ofereceu o transporte do
material;
- o Irmão Salvador Graciano (Nhô Belarmino) propôs a re-
alização de um festival de Cinema;
- os vizinhos se oferecem para guardar o material;
- rifa-se um anel e obtem-se Cr$ 235,00;
- obtem-se doações de telhas, tintas e ferragens;
Em abril o terreno já estava cercado, mas a escola não foi
construída.
É importante que entendamos a realidade da época. O in-
dividualismo era a tônica daquela geração. E os maçons faziam

152
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

parte daquela geração.


Em dezembro, a Loja decidiu que com menos de 50% do
material, a obra não poderia ser iniciada!

1956

Nesse ano, começa a tomar corpo, a ideia da construção do


novo templo. Infelizmente ainda são apenas ideias.
O Irmão Joaquim Evilásio Coelho sugere à Loja a recupera-
ção de um templo maçônico desativado, mas a Loja afirma não
possuir condições financeiras para a empreitada.
- As reclamações sobre as precárias instalações da Loja são
permanentes, e motivo para irmãos desligarem-se do quadro.
- irmãos dizem preocuparem-se com a má impressão causada
aos neófitos, quando estes conhecem o Templo.
- A Loja Cardoso Jr. convida as Lojas Dario Vellozo e Con-
córdia IV para juntas alugarem um imóvel digno de uma Loja
Maçônica.
- O Irmão Melchiades Cardoso de Almeida, um dos descon-
tentes com as instalações, convoca reunião com a finalidade de
se discutir a compra de um apartamento na travessa Alfredo
Bufrem, esquina com Presidente Farias, visando instalar a Loja
Cardoso Júnior. Preço Cr$ 700,000,00
Sua proposta: cada Irmão assume Cr$ 30.000,00, pagáveis
em dez parcelas. A esse valor seria adicionado as poupanças
da Loja e a venda do terreno na Rua Paraíba. Os irmãos não
concordaram. Preferiram esperar a construção dos Templos da
Praça Zacarias.
Nesse ano a Loja enviou Cr$ 400,00 a uma Loja do Acre
para reconstrução de seu templo. Cr$ 500,00 para uma Loja
não identificada, para fins filantrópicos. Houve ainda doações
a famílias carentes.
Da construção da escola, não se falava mais.

153
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

MELCHIADES CARDOSO DE ALMEIDA


Gestão 1956 – 1957

Diretoria eleita para os anos 1956 – 1957

V. Mestre: Melchiades Cardoso de Almeida


1º Vigilante: José Domario
2º Vigilante: Jorge Carlos Buczeck
Orador: Antenor da Silva Pupo
Secretário: Manoel Arinos Figueira de Britto
Tesoureiro: Nahim Kalil
Hospitaleiro: Francisco Alceu Coelho Martins
1º Experto: Jindrich Lang
2º Experto: Gustavo Walter

154
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

3º Experto: Altair dos Santos Cavalli


1º Diácono: Walter Bernard
2º Diácono: Joel Silva
M. Cerimônias: Marcos Kaplan
Chanceler: David Stiefelberg
P. Estandarte: Andre “Andor” Neumann
P. Espadas: Floriano Nolasco da Silva
Arquiteto: Joaquim Evilasio Coelho
M. Banquetes: Waldemar Cavanha
Cobridor: Paulo Marques Pereira
Secretário adjunto: Aureo Marçal Pereira

HENACY PLÁCIDO DA LUZ


Gestão 1958 – 1959

155
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Diretoria eleita para os anos 1957 – 1958

V. Mestre: Henacy Placido da Luz


1º Vigilante: Aureo Marçal Pereira
2º Vigilante: Otto Siegfried Dummer
Orador: Paulo Marques Pereira
Secretário: Tom Mix Fernandes de Araujo
Tesoureiro: Nahim Kalil
Hospitaleiro: Izaias Zanelatto
1º Experto: Max Wagner Schnirmann
2º Experto: Severino Costa da Silva
1º Diácono: Wilhelm Israel Jacobowitz
2º Diácono: Elias Gilson Garcia
M. Cerimônias: Genaro Inácio de Souza
Chanceler: Jindrich Lang
P. Estandarte: Leon Barg
P. Espadas: Joel Silva
Arquiteto: Manoel Arinos Figueira de Britto
M. Banquetes: Wigold Larsen
Cobridor: Germano Leopoldo Sachs
Orador adjunto: Oswaldo Santiago
Tesoureiro adjunto: Lothario Boutin

Diretoria eleita para os anos 1958-1959

V. Mestre: Henacy Plácido da Luz


1º Vigilante: Aureo Marçal Pereira
2º Vigilante: Otto Siegfried Dummer
Orador: Paulo Marques Pereira
Secretário: Tom Mix Fernandes de Araújo
Tesoureiro: Nahim Kalil
Hospitaleiro: lzaías Zanelatto

156
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

1º Experto: Max Wagner Schnirmann


2º Experto: Severino Costa da Silva
1º Diácono: Wilhelm Israel Jacobowitz
2º Diácono: Elias Gilson Garcia
M. Cerimônias: Genaro Inácio de Souza
Chanceler: Jindrich Lang
P. Estandarte: Leon Barg
P. Espadas: Joel Silva
Arquiteto: Manoel Arinos Figueira de Britto
M. Banquetes: Wigold Larsen
Cobridor: Germano Leopoldo Sachs
Orador adjunto: Melchíades Cardoso de Almeida
Secretário adjunto: Geraldo Dias
Tesoureiro adjunto: Jorge Carlos Buczeck

1957

1957 foi claramente conflituoso em Loja. O Irmão Antenor


da Silva Pupo começa a se destacar como grande líder intelec-
tual da Loja, liderança que se prolongou até a década de 70. Na
condição de Orador, o Irmão Pupo adverte os irmãos e pede que
se faça uma limpeza no quadro, para que a Loja possa voltar a
uma vida normal e disciplinada. Os conflitos prolongaram-se
também até a década de 70.
Segundo depoimento do Irmão Elias Gilson Garcia (iniciado
em 1956), feito em Loja em 1998, coube ao Irmão Pupo a ideia
de se adotar nome simbólico na Loja Cardoso Júnior, embora
o nome simbólico não seja exigido pelo Rito Escocês Antigo e
Aceito.
A adoção de nome simbólico, ainda em uso (facultativo) na
Cardoso Jr. visava levar os irmãos do quadro, a deixarem na Sala
dos Passos Perdidos todas as divergências profanas e buscarem

157
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

um ambiente mais tranquilo e fraterno na Oficina.


A adoção de nome simbólico na Cardoso Jr. passou a ser
quase obrigatório por longo tempo.
As disputas pelos bens materiais da maçonaria paranaense
eram frequentes, envolvendo Lojas, Grandes Orientes, Potências
rebeldes e maçons ambiciosos.
Em 1957, a Loja Cardoso Júnior propôs que as referidas dis-
putas não fossem levadas à Justiça Profana. A Loja temia pelas
repercussões negativas à imagem da Maçonaria Universal.
O lr.’. Pupo condena a fraca participação da maçonaria nos
destinos da nação e no processo político como um todo.
Denuncia também a decadência dos costumes e da moral.
A Loja autoriza a contribuição para uma viagem do Sobe-
rano Grão Mestre Geral à Europa, visando sua participação em
Congresso Maçônico na França e visita à Maçonaria Holandesa.
Valor da Contribuição Cr$ 1.000,00.
Em julho, a Loja dedica uma sessão em homenagem à Ma-
çonaria Portuguesa, que sofre o jugo do ditador Salazar.
A Loja prontifica-se a colaborar na edificação de mausoléu
pelo Grande Oriente Estadual.
É destinada a receita de um tronco para o Sanatório da Lapa.
O Irmão Walter Bernard propõe a formação de um Clube
Maçônico de Debates. - Não houve reação dos irmãos.
É feita uma doação de Cr$ 300,00 à Legião Brasileira de
Assistência.

1958

Volta-se a debater a construção da escola, propondo-se sua


conclusão até a data do sexagésimo aniversário da Loja, em de-
zembro. São angariados novos lotes de materiais de construção,
mas os irmãos não conseguem realizar a obra.
Em abril, a Poderosa Assembleia Estadual convida a Loja

158
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

para participar de aula inaugural da Escola “Extensão”. O


orientador educacional desta escola era o Irmão Pupo. Não
existem informações posteriores sobre esta escola, a não ser um
pronunciamento em Loja do irmão Admar Garcia, dizendo que
a Escola Extensão iria abrir novos horizontes!
O Irmão Admar Garcia, falecido em atropelamento ocorrido
na Av. das Torres em Curitiba, no dia 26/04/94, era maçom
estudioso e entusiasta, pesquisador esotérico, que junto com
Antenor da Silva Pupo, levava a maçonaria aos círculos intelec-
tuais da época. (Em depoimento pessoal feito em 1.993, o Irmão
Admar Garcia relatou que, ele, juntamente com o Irmão Pupo,
participou de palestras e debates sobre a maçonaria, inclusive
em seminários e conventos católicos).
O irmão. Admar Garcia, cujo nome simbólico era D. Pedro I,
na vida profana foi professor de música, sendo exímio violonista;
foi iniciado em 04/10/52 na Loja Estrela do Deserto, Oriente de
Joaquim Távora - Pr.
Filiou-se à Cardoso Júnior em 26/05/58, tendo sido seu
Venerável Mestre na gestão 63/64.
Foi maçom atuante até sua passagem para o Oriente Eterno
em 1994, completando pois, 41 anos de maçonaria.
Em maio de 1958 a Loja afastou nove Irmãos, incluindo dois
que já haviam ocupado altos cargos na Loja.
Era o início de uma depuração que alongou-se por quinze
anos.
Em junho, são recebidos os Lowtons: Pedro Simão Jacobo-
witz, Ildomir Domico Zanelatto, Rinaldo Lopez Garcia, Rogério
Lopez Garcia e Otto Siegfried Dummer.
Voltou a discussão sobre a construção de um templo próprio.
A Loja possuía Cr$40.000,00 em caixa. Novamente o assunto não
passou da discussão.
Ainda em 1958, o Grande Oriente do Paraná, subordinado
ao Grande Oriente do Brasil, publicou em dezembro, edital de

159
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

160
Obreiros de 1956, Fl. 01
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

concorrência para construção de um edifício com o máximo de


pavimentos permitidos, no terreno da Praça Zacarias, de pro-
priedade da Loja Dario Vellozo, sob a responsabilidade de uma
construtora que destinasse ao Grande Oriente do Paraná, além
do pavimento térreo constituído por lojas e sobrelojas, destinadas
à renda, também uma área para as instalações administrativas
e a instalação de templos maçônicos.
O edifício foi construído, recebeu o nome de Edifício Acácia.
Foi a sede do Grande Oriente do Estado do Paraná e de
diversas Lojas maçônicas até o ano de 1999. Tem significativa
importância na história da Cardoso Júnior, porque lá a Loja
funcionou até 1985.
Esse patrimônio dos maçons paranaenses foi, no entanto,
palco de inúmeras disputas entre diversos grupos de maçons,
especialmente nas décadas de 60 e 70, que de certa forma des-
lustram o passado da maçonaria paranaense, embora possamos
debitar grande parte desses desencontros aos anos tumultuados
daquelas décadas, difíceis para todos os brasileiros.
Atualmente (2018) no Edifício Acácia estão instalados os
graus filosóficos, a Loja Dario Velozzo que ocupa um andar
inteiro e algumas outras Lojas.
A nova e atual sede do Grande Oriente do Estado do Para-
ná está situado na rua José Drulla Sobrinho, 361, no bairro do
Uberaba, e está passando por ampliações para atender à nova
realidade.

161
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

WALTER BERNARD
Gestão 1959 - 1960

Diretoria eleita para os anos 1959 – 1960

V. Mestre: Walter Bernard


1º Vigilante: Henacy Placido da Luz
2º Vigilante: Elias Gilson Garcia
Orador: Admar Garcia
Secretário: Seris Minini
Tesoureiro: Nahim Kalil
Hospitaleiro: Franz Goldmann
1º Experto: Severino Costa da Silva
2º Experto: Carlos Afonso Utrabo
1º Diácono: Mario Szigaleski
2º Diácono: Aimbire de Azevedo

162
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

M. Cerimônias: Paulo Marques Pereira


Chanceler: Joel Silva
P. Estandarte: Marcos Kaplan
Arquiteto: Jorge Carlos Buczeck
M. Banquetes: Waldemar Cavanha
Cobridor: Zanoni Santos
Orador adjunto: Melchiades Cardoso de Almeida
Secretário adjunto: Manoel Arinos Figueira de Britto
Tesoureiro adjunto: Aureo Marçal Pereira

1959
Em Janeiro, a Loja teve a oportunidade de exercitar a fra-
ternidade cardosiana. O Irmão do quadro Tom Mix Fernandes
de Araújo, aplicou um desfalque de Cr$ 202.000,00 em um la-
boratório paulista.
O Irmão pediu um empréstimo de Cr$ 70.000,00 à Loja,
o que a princípio foi aprovado, apesar do protesto de alguns
irmãos. A Loja também se propôs a custear as despesas de um
advogado, para negociar com o laboratório. Um médico atestou
posteriormente que o irmão Tom Mix sofria distúrbios mentais.
No ano, a Loja eliminou mais cinco irmãos do quadro.
Em abril, discutiu-se a reforma do Templo da Vicente Macha-
do, 40. Os irmãos não aprovaram alegando que o investimento
não garantiria uso futuro. Valor do orçamento Cr$ 80.000,00.
A Cardoso Junior, acabou por concordar com investimento
de Cr$ 30.000,00.
A ação desinteressada, própria dos bons maçons, ocorreu
claramente em 1959: numa ocasião, o Venerável Mestre empres-
tou o seu colar e joia ao Venerável Mestre da Loja Concórdia IV.
Ao recebê-la em devolução, a peça havia recebido um banho
de ouro!

163
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

1960
O primeiro ano da década precursora do 3º Milênio trans-
correu sereno na Loja Cardoso Júnior.
Em maio, a Loja elegeu a diretoria com 20 votantes.
Ainda em maio, foi eleito o Irmão Geraldo Dias para Deputa-
do Federal e o Irmão Mário Szigaleski para Deputado Estadual.
Em outubro é eleito novo Deputado Federal: Irmão José Maria
de Carvalho.
Também em outubro realiza-se em Ponta Grossa, o II Con-
gresso da Maçonaria Paranaense, sem temas significativos, mas
muito concorrido.
Contou com o comparecimento do Grão Mestre Geral Cyro
Werneck, do Grande Secretário Geral Adjunto o irmão Cândido
Ferreira de Almeida, do Grão Mestre Estadual e seus Adjuntos,
os irmãos Couto Pereira e Antenor da Silva Pupo.

1961
1961 iniciava com um Presidente da República maçom. Jânio
da Silva Quadros foi iniciado na Loja “Libertas” de São Paulo, no
final da década de 40, mas deixou a Loja antes de ser exaltado.
Retornou à maçonaria em 1985, na Loja “Nova Era Paulista”,
onde chegou a mestre. Passou depois a integrar o quadro de
obreiros da Loja “Luzes do Oriente”. (José Castellani).
Ainda em 1961, a 8/10 em conferência proferida no Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro, o Cardeal Jaime Câmara ata-
cava a maçonaria, irmanando-a ao comunismo e outras seitas
por ele designadas como anticristãs.
O Grão Mestre Geral Cyro Werneck replicou em termos
claros e enérgicos. (José Castellani, em História do GOB)

Ser comunista nas décadas de 60 e 70 era crime de “traição”.


Organizações e pessoas acusavam-se mutuamente, inclusive em
Lojas maçônicas. A discórdia gerava a desagregação.
164
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

A maçonaria, a exemplo de outras instituições, retornava


aos tempos difíceis das décadas de 30 e 40.

Diretoria eleita para os anos 1961 - 1962 (1ª. eleição)

V. Mestre: Aureo Marçal Pereira


1º Vigilante: Jorge Pimenta
2º Vigilante: Melchíades Cardoso de Almeida
Orador: Henacy Plácido da Luz
Secretário: Odilon Cerqueira Bremer
Tesoureiro: Nilo Sanchez
Hospitaleiro: Heráclito Fernandes de Medeiros
1º Experto: Genaro Inácio de Souza
2º Experto: João da Cunha Bompeixe
3º Experto: Aimbire de Azevedo
1º Diácono: Elias Gilson Garcia
Cobridor: Seris Minini
Orador adjunto: Floriano Nolasco da Silva
Secretário adjunto: Antônio Dimas de Borba
Tesoureiro adjunto: Jindrich Lang
Hospitaleiro adjunto: Jorge Carlos Buczeck

Na Loja Cardoso Júnior, desarmoniza-se e afastamentos


ocorrem, levando a realizar duas eleições para a diretoria, uma
em maio e outra em outubro.
Neste período, 20 irmãos foram eliminados pelos Art. 191
e 194.
Convulsões políticas de âmbito nacional, decorrentes da
renúncia de Jânio Quadros, prejudicaram o funcionamento das
Lojas e por consequência suas ações.

Diretoria eleita para os anos 1961 - 1962 (2ª eleição)

V. Mestre: Jorge Carlos Buczeck


1º Vigilante: Walter Bernard

165
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Orador: Mário Szigaleski


2º Diácono: Carlos Afonso Utrabo
2º Vigilante: Joel Silva
M. Cerimônias: Marcos Kaplan
Secretário: Odilon Cerqueira Bremer
Tesoureiro: Nilo Sanchez
Chanceler: Manoel Arinos Figueira de Britto
1º Diácono: Elias Gilson Garcia
P. Estandarte: Franz Goldmann
Cobridor: Seris Minini
Arquiteto: Anthero Anibal de Carvalho
Hospitaleiro: Heráclito F. de Medeiros
P. Espadas: Otto Siegfried Dummer
1º Experto: Zanoni Santos
2º Experto: João da Cunha Bom Peixe
3º Experto: Aimbire de Azevedo
Orador adjunto: Floriano Nolasco da Silva
Secretário: adjunto: Admar Garcia
Tesoureiro adjunto: Jindrich Lang
Hospitaleiro adjunto: Melchiades Cardoso de Almeida
Comissão de Beneficência: Walter Bernard, Melchiades Cardoso
de Almeida e Henacy Plácido da Luz

1962
A Loja Cardoso Júnior entra em crise. Nas eleições de maio,
apenas 12 irmãos votaram.
Nesse ano ocorreram 11 afastamentos. O irmão Melchiades
reclama da queda de arrecadação.
As sessões eram longas cansativas e improdutivas.
Em 19/10 o balaústre consumiu 12 folhas e ainda assim não
foi gravado um trabalho referente ao Pavilhão Nacional. Há in-
formações confiáveis de que na época era comum os trabalhos
estenderem-se além das 24 horas.
166
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Faltava pois, planejamento. Some-se a isto, a ausência de


objetivos organizacionais e materiais.
O Irmão Antenor da Silva Pupo continuava a brilhar como
maçom. Por Decreto No. 1.902 de 10/04/62 o Irmão Pupo foi
agraciado pelo G.’. O.’. B.’. com a “Cruz de Benemerência Ma-
çônica e Instrução Filosófica”, medalha criada pelo decreto 1537
de 8/11/1948 e poucas vezes concedida.

ZANONI SANTOS
Gestão 1961 – 1963

Diretoria eleita para os anos 1961 – 1963

V. Mestre: Zanoni Santos


1º Vigilante: Melchiades Cardoso de Almeida
167
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

2º Vigilante: Odilon Cerqueira Bremer


Chanceler: Jorge Carlos Buczeck
Orador: Henacy Plácido da Luz
1º Diácono: Joel Silva
2º Diácono: Walter Bernard
Secretário: Nilo Sanchez
Tesoureiro: João B. Lopes
M. Cerimônias: Admar Garcia
Cobridor: Marcos Kaplan
1º Experto: Elias Gilson Garcia
Hospitaleiro: Mário Szigaleski
Orador adjunto: Floriano Nolasco da Silva
Secretário adjunto: Rudolfo Fantini
Tesoureiro adjunto: Espirito Pereira

1963

A frequência média da Loja Cardoso Júnior, em 1963, flutu-


ava entre 10 a 15 obreiros. Na época a Loja Dario Vellozo traba-
lhava com 116 obreiros, a Loja Concórdia IV com 37 obreiros e
a Loja Apóstolo da Caridade com 13 obreiros.
Os registros da Loja denotam um ano relativamente tranqui-
lo, apesar da crescente agitação política no Brasil e no mundo.
No Brasil vivia-se o fim do período democrático iniciado em
1946. João Goulart, presidente da República, propunha reformas
de base (agrária, fiscal, política e universitária), fortemente con-
testadas pelos segmentos conservadores da sociedade.
No mundo acentuava-se a “guerra fria” e as grandes mudan-
ças sociais, que caracterizaram essa década como o início da era
pós-industrial, e o verdadeiro início do século XXI.
Em 29/07 a Loja formaliza seu pensamento em carta ao
pastor Martin Luther King, no qual demonstra solidariedade
e o aplauso pelas posições humanísticas, reconhecendo Luther

168
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

King como um homem que abriu as fronteiras para a luta contra


o racismo.
Nesses 25 anos do 4º Período, maçons importantes para o
passado recente da Loja foram por ela recebidos. Entre eles os
irmãos: Antenor da Silva Pupo, professor; médico, escritor de
renome, pesquisador e pensador maçônico, Grão Mestre do
Grande Oriente do Estado do Paraná em 1964.
Admar Garcia, maçom estudioso e entusiasta, pesquisador
esotérico, que junto com Antenor da Silva Pupo, levava a maço-
naria aos círculos intelectuais na década de 60. Melchiades Car-
doso de Almeida, também profundo conhecedor de maçonaria,
Irmão que ainda integra (1998) o nosso quadro de obreiros, e que
em 1997, completou 50 anos como maçom.

ADMAR GARCIA
Gestão 1963 - 1965

169
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Diretoria eleita para os anos 1963 – 1965

V. Mestre: Admar Garcia


1º Vigilante: Elias Gilson Garcia
2º Vigilante: Nilo Sanchez
Orador: Melchiades Cardoso de Almeida
Secretário: Henacy Plácido da Luz
Tesoureiro: Zanoni Santos
Hospitaleiro: Expedito Fausto Decheaus
1º Experto: Aimbire de Azevedo
1º Diácono: Paulo Marques Pereira
2º Diácono: Carlos Afonso Utrabo
M. Cerimônias: Odilon Cerqueira Bremer
Chanceler: Humberto Nocera
P. Estandarte: Plínio Schleder de Araújo
M. Banquetes: Joel Silva
Cobridor: Floriano Nolasco da Silva
M. Banquetes adj.: Celso de Araújo Júnior
Orador adjunto: Djalma Garbeloto
Comissão Central: Melchiades C. de Almeida, Floriano
Nolasco da Silva e Joel Silva
Comissão Finanças: Joel Silva, Jorge Pimenta, Raphael Main-
gue
Comissão Beneficência: Antenor da Silva Pupo, Gastão Silva,
Elias Gilson Garcia, Raphael Guarinello e José Grisoli

1964

Este ano marca o começo de nova fase político-institucional


no Brasil, iniciada formalmente em março com a deposição do
Governo Goulart, seguida de Ato Institucional que suspendeu
as garantias constitucionais e de ações de expurgo na estrutura
política do país.

170
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

A par das alterações políticas, forte onda materialista varria


o mundo, como consequência dos riscos de uma hecatombe
nuclear e da mudança de valores no seio das famílias e das ins-
tituições religiosas.
A maçonaria brasileira e paranaense foram duramente atin-
gidas pelo ambiente que as cercava.
Os pilares espirituais que sempre a sustentaram foram aba-
lados, e nos dez anos que se seguiram, as Lojas transformaram-
-se em palco de disputas de poder e de influência. Acordos,
constituições e regulamentos eram pouco respeitados. Irmãos
foram perseguidos por irmãos, sob o manto de divergências
ideológicas, e por uma década a discórdia imperou.
O Grande Oriente do Paraná foi dividido em dois grupos,
ambos reivindicando legitimidade.
A Loja Cardoso Júnior sofre intervenção imposta pelo “Gran-
de Oriente Estadual”, e irmãos dissidentes agrupam-se na Loja
Apóstolo da Caridade. Mas a Loja sobrevive!
Em outubro, sob o comando do Irmão Admar Garcia, a Loja
volta para a Rua Vicente Machado Nº 40, e a vida continua!
Anexo manifesto maçônico datado de 12 de agosto de 1965,
que testemunha a balbúrdia então reinante.

Liberdade lgualdade Fraternidade

GRANDE ORIENTE DO PARANÁ


Potência Maçônica Independente
Caixa Postal No. 45
Curitiba – Paraná

MEMORIAL AOS MAÇONS DO PARANÁ

“Maçons, sois os grandes ecléticos do mundo modero. Tirai de todos


os tempos e de todos os países, de todas as eras, de todos os sistemas
e de todas as filosofias, os eternos princípios fundamentais da moral

171
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

universal e, deste modo, obtenhais o grande dogma infalível da


fraternidade “. (Lamartine)
“Para conhecimento de tôdos maçons do Paraná; este
GRANDE ORIENTE ESTADUAL, por seus integrantes do
Oriente de Curitiba, que representam o legítimo sentimento
e a expressão máxima de instituição universal, vem com seu
fraternal abraço expor com real franqueza aos seus prezados
e nobres IIr.’. que, em grande parte, ainda desconhecem a
verdade dos acontecimentos aqui desenrolados, ...”

Oriente de Curitiba, 12 de Agosto de 1965 (E.’.V.’.)

Se é história, façamos menção!


Sem que signifique homologá-lo absolutamente, e ainda que
dele se discorde, quiçá, até, por possível falta de confiabilidade
sobre atos e fatos nele contidos – em homenagem aos constru-
tores do bem e da história no seu tempo – se não reeditado na
integra o texto – cumpre-nos fazer sucinta menção à memória
dos cem (100) anos desta Augusta e Venerável Loja Maçônica
Cardoso Júnior 661, para que permaneçam os Irmãos centenários.

(Obs. De acordo com entendimentos havidos entre os revisores do


livro e os Irmãos decanos da Loja, decidiram eliminar o texto original
do Livro do Centenário, fls. 114 a 120)

172
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

JORGE PIMENTA
Gestão 1965-1967

O ano continua com insatisfações e afastamentos de irmãos.


A Loja recorre a ajuda de coirmãs para não sucumbir.
Também o Grande Oriente Estadual enfrenta dificuldades.
Observa-se mais uma vez que ditaduras são grandes inimi-
gas da instituição.
O ano transcorre, a maçonaria paranaense e a Loja Cardoso
Júnior comemoram apenas a sobrevivência.

1966

Mais um ano difícil. A Loja tinha em seu quadro o nome de


77 obreiros, mas a frequência era muito baixa.

173
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Ata de Sagração do Templo da Cardoso Júnior – Edifício Acácia - 1966


Secretário Ir.’. Vitor Hugo (nome simbólico)

174
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Nesse ano 24 irmãos foram desligados. No grupo estavam


rebeldes e desiludidos.
A Loja perdia das duas formas.
Nesse ano a Loja Dario Vellozo cedeu direito de uso de parte
de suas instalações, situadas no Edifício Acácia, localizado na
Praça Zacarias, ao Grande Oriente do Paraná. Esse direito foi
estendido a diversas Lojas, entre elas a Cardoso Júnior, que ali
permaneceu até 1985.
Em 1967 o cenário manteve-se inalterado.
A maçonaria paranaense nada registrou de significativo.

Diretoria eleita para os anos 1967-1968-1969

V. Mestre: Odilon Cerqueira Bremer


1ºVigilante: Antenor da Silva Pupo
2ºVigilante: Raphael Guarinello
Orador: Henacy Plácido da Luz
Secretário: Peicha Wolf Zohner
Tesoureiro: Pedro Buturi Filho
Hospitaleiro: Admar Garcia
1ºExperto: Gastão Silva
2ºExperto: José Grisoli
1ºDiácono: Zanoni Santos
2ºDiácono: Antônio Job Brenneisen
M. Cerimonias: Ernani de Paula
Chanceler: Raphael Maingue
P. Estandarte: Celso de Mello Ribas
Arquiteto: Raul Xavier Ribeiro
Cobridor: Rivaldo Carlos de Oliveira
Secretário adjunto: Moacyr Visinoni

175
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

1968

70 anos de existência da Loja, mas pouco se tem a comemorar.


Em junho, o Venerável Mestre Irmão Odilon Cerqueira Bremer e
o Secretário Irmão Pedro Buturi Filho, são afastados por decisão
de 14 mestres, face a irregularidades administrativas.
Posteriormente, outros irmãos também se afastaram, e a Loja
mais uma vez enfrenta dificuldades para manter-se erguida.
Mas surgem novas lideranças, destacando-se entre eles, o,
novo Venerável Mestre Irmão Aloysio Ignácio Werlang.
Na época, a Loja torna-se proprietária de um terreno na
Vila Nossa Senhora da Luz. Não, há registros de sua origem;
provavelmente tratou-se de uma doação.
Também nesse ano define-se a forma de uso do mausoléu
da Loja, sendo liberado para sepultamento de maçons, mediante
prévia autorização.
Em 30/11 realiza-se banquete Comemorativo aos 70 anos.

1969
Ano heroico e histórico. Nesse ano inicia-se a atuação infor-
mal conjunta das Lojas Concórdia IV e Cardoso Júnior.
Ambas com quadros reduzidos, alternam reuniões e sob seus
estandartes superam o cenário altamente desfavorável de então,
para atividades políticas e espirituais e mantêm-se ambas vivas,
graças a fraternidade entre os dois grupos de irmãos abnegados.
Se compararmos as diretorias de 1968 e a nova diretoria de
1969, veremos que houve o encerramento do período comandado
por ilustres irmãos como Antenor da Silva Pupo e Melchiades
Cardoso de Almeida, e começa a se formar uma nova geração de
irmãos Cardosianos, que nos últimos trinta anos consolidaram o
sonho dos idealistas, que sustentaram sob duras penas 70 anos
de história cardosiana, numa época em que ser maçom, embora

176
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

177
Sessão Magna de Iniciação. Nomes Simbólicos - 04.03.1968
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

motivo de realização pessoal, implicava em renúncia, reserva e


até um certo risco de represálias sociais.
Registramos em 1969, a presença dos seguintes irmãos que
muito contribuíram para o momento brilhante do centenário,
que comemoramos neste ano de 1998:
Aloysio Ignácio Werlang, Moacyr Visinoni, Elias Gilson Gar-
cia, Admar Garcia, Wilson Teixeira dos Santos, Zanoni Santos
e Lúcio Mickosz.
Moacyr Visinoni, na época Grande Secretário Adjunto da
Cultura do Grande Oriente do Brasil, Irmão que possui larga
folha de serviços prestados à causa maçônica e à Loja Cardoso
Júnior.
E Elias Gilson Garcia, membro ativo do quadro, e que hoje,
como médico e maçom, realizava trabalho entusiasta junto a
asilos assistidos pela Loja.
Aloysio Ignácio Werlang, que juntamente com o Irmão Wal-
ter Riechel e Moacyr da Fonseca Lopes, foram os idealizadores,
administradores, e construtores do templo próprio da Loja,
inaugurado em 1985.

178
5º Período da Loja
1971 a 1985

Loja continua trabalhando com poucos obreiros, outras dissi-


dências ocorrem, mas as novas lideranças mostram-se idealistas.
As dificuldades são imensas, mas alguns irmãos assumem
entre si o compromisso de levar a Loja adiante.
Dois deles vieram para ficar: os irmãos Aloysio Ignácio Wer-
lang e Moacyr Visinoni.
A parceria com a Concórdia IV continua.
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

ALOYSIO IGNÁCIO WERLANG


Gestão 1969 a 1973

Diretoria eleita para os anos 1969 a 1973

V. Mestre: Aloysio Ignácio Werlang


1º Vigilante: Zanoni Santos
2º Vigilante: Laerte de Souza
Orador: Henacy Plácido da Luz
Secretario: Elcio Orlando Calegari
Tesoureiro: Eros Leonel Villanova
Hospitaleiro: Wilson Teixeira dos Santos
1º Experto: Moacyr Visinoni
2º Experto: Djalma Dias Mazario
1º Diácono: Carlos Hercílio de Andrade

180
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

2º Diácono: Airton Alexandrino


Chanceler: Benedito Orlando Mario da Silva
P. Espadas: Lucio Mickosz
M. Banquetes: Elias Gilson Garcia

MOACYR VISINONI
Gestão 1973 a 1977

Diretoria eleita para os anos 1973 a 1977

V. Mestre: Moacyr Visinoni


1º Vigilante: Aloysio Ignácio Werlang

181
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

2º Vigilante: Luiz Carlos Betenheuser


Orador: Melchiades Cardoso de Almeida
Secretário: Rivaldo Claudino de Almeida
Tesoureiro: Roselio Kfouri
Hospitaleiro: Antonio Buiar
1º Diácono: Elcio Orlando Calegari
2º Diácono: José Cornélio Dochler
M. Cerimônias: Admar Garcia
P. Estandarte: José Grisoli
Arquiteto: Wilson Pereira


1973

Mais irmãos de grande valor, demonstrado nos anos seguin-


tes, são arregimentados: Luiz Carlos Betenheuser, Antônio Buiar,
Gildardo Tomich e Eros Villanova.
A Loja começa a tomar novo corpo e novo coração.
Discute-se novamente a construção de um templo próprio.
Uma comissão é nomeada:
Presidente: Aloysio Ignácio Werlang
Membros: Eros Villanova, Gildardo Tomich e Luiz Carlos
Betenheuser.
É criado o tronco Pró-Construção.
O Irmão Moacyr Visinoni sucede ao Irmão Aloysio Ignácio
Werlang na direção da Loja.
Os problemas políticos brasileiros continuavam graves.
Os reflexos na maçonaria, com insinuações de “infiltração
comunista no Grande Oriente do Brasil” aconteciam; mas a Loja
Cardoso Júnior, pela primeira vez em sua história, conseguia
fincar alicerces de fraternidade, que não eram abalados pelos
sismos que varriam a sociedade e a maçonaria brasileira.
Prova consistente desta nova fase ocorreu em 02/03/73, por

182
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

ocasião da iniciação do profano Otávio Camilo, evento prestigia-


do por oito Lojas, seguido de jantar festivo e palestra do Irmão
Antenor da Silva Pupo.

Festa de Iniciação na Cardoso Júnior

A Augusta e Respeitável Loja Cardoso Júnior ao Oriente


desta capital, su-bordinada ao Grande Oriente do Estado do
Paraná realizou no dia 31 de março uma sessão magna de
iniciação, reunindo outras oito Lojas, tais como “Apostolo da
Cari-dade”, “Cruzeiro do Sul VII”, “Concórdia IV”, “União em
33”, desta capital, “União e Progresso” de Irati, “Perseverança”
de Paranaguá, “União 3ª.” de Porto União, SC, e “Fraternidade
Paranaense” esta última subordinada à M.R. Grande Loja do
Paraná, bem como a ilustre presença do Poderoso Irmão Dele-
gado da 11ª. Região do Grande Oriente Paraná.
Foi uma festa em que a beleza da simplicidade esteve aliada
ao esplendor da unidade. E esta unidade cresceu em seu vigor
quando apenas um profano se tornou maçom.
Nesta data de muita significação histórica a Loja “Cardoso
Júnior” reforçou as suas Sublimes Colunas iniciando um valo-
roso oficial do Exército, hoje nosso Irmão Otávio Camilo.
Após a cerimônia litúrgica os participantes foram recepcio-
nados no Centro Cultural “Dante Alighieri”, cedido que foi pelo
seu Presidente Comendador Geanfranco Bertoni.
Durante a recepção tivemos a grata satisfação de ouvir uma
substanciosa palestra do professor e Poderoso Irmão, Dr. Ante-
nor da Silva Pupo, versando sobre Dante Alighieri.
Outros e brilhantes irmãos também usaram da palavra in-
clusive o Irmão iniciando.
“AMIZADE” agradece as fraternais gentilezas de que foi
alvo por parte do V. Mestre, Aloysio Ignácio Werlang (Prudente
de Moraes) e demais obreiros da Augusta e Respeitável Loja

183
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

“Cardoso Júnior”, congratulando-se com todos pela soberba


festa de unidade maçônica.
No dia 30 de julho de 1973, realiza-se uma grande conquista
com o ingresso na Loja do Irmão Moacyr da Fonseca Lopes, o
Irmão “Construtor de Templos”. (Hoje seu nome emoldura a
entrada do Templo da rua Paraíba)

1974

Mantém-se a parceria com a Loja Concórdia IV. As reuniões


realizam-se com 5 a 7 irmãos mas não há desarmonia. Estabele-
cem-se as bases para o futuro.
A construção do Templo terá que esperar pelo reerguimen-
to da Loja, mas percebe-se que os dois objetivos um dia irão
acontecer.
Voltaram a ocorrer, depois de muito tempo, doações a outras
Lojas e a irmãos necessitados de outras Lojas. E a fraternidade
e a solidariedade retornando.

1975

As atividades extra templo são retomadas, retomam as


aquisições de materiais. A nova geração de irmãos começa a
mostrar sua força.
Em junho a Loja adquire um som estéreo Philips.
Em julho, a Loja decide assumir auxílio mensal à viúva do
Irmão Lobierski.
Em agosto, a Loja homenageia a Polícia Militar e o Corpo de
Bombeiros, pelo transcurso de mais um ano de fundação.
E finalmente, em outubro, a Loja recebe do Grande Oriente
do Brasil, o título de “BENFEITORA DA ORDEM”.

184
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Jazigo da ARSL Cardoso Júnior no Cemitério Municipal Santa Cândida em Curitiba/PR

Estão sepultados no Jazigo da ARLS Cardoso Júnior os se-


guintes irmãos: Antenor da Silva Pupo e Giovanni Costantino.
E, segundo relatos de irmãos do quadro, também estariam
sepultados os irmãos Isaac de Oliveira, Acilar José Silva de Aze-
vedo e Aloisio Norberto de Lima.
De acordo com o administrador do Cemitério, dentro do
jazigo encontram-se placas metálicas numeradas e através delas,
seria possível identificar as pessoas que lá foram sepultadas.
Ainda segundo o administrador, existem livros de registro
dos sepultamentos que poderiam ser consultados mediante
autorização.
Outra fonte pesquisada seria a Central de Certidões.

185
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

186
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

1976

Pode-se considerar 1976, como o último dos anos difíceis da


história da Loja. Ocorreram várias substituições de cargos, e a
Loja durante algum tempo, reunia-se somente a cada quatorze
dias.
Falava-se na época que o Governo Federal faria uma doação
significativa à maçonaria, o que não chegou a ocorrer. Vários
irmãos eram contrários a aceitação desta doação, temendo des-
dobramentos políticos desfavoráveis.

FRANCISCO GOMES
Gestão 1977 a 1981

187
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Diretoria eleita para os anos 1977 – 1979

V. Mestre: Francisco Gomes


1º Vigilante: Admar Garcia
2º Vigilante: Odaço Franklin da Silva
Orador: Gildardo Tomich
Secretário: Acilar Jose Silva de Azevedo
Hospitaleiro: Luís Carlos Mueller
1º Experto: Luiz Carlos Betenheuser
2º Experto: Aloysio Ignácio Werlang
2º Diácono: David Eduardo Depine
Chanceler: Wilson Teixeira dos Santos
P. Espadas: Moacyr Visinoni
1º Diácono: Ary Reis
M. Cerimônias: Rivaldo Claudino de Oliveira
P. Estandarte: Melchiades Cardoso de Almeida
Cobridor: Isaac de Oliveira

Diretoria eleita para os anos 1979 – 1981



V. Mestre: Francisco Gomes
1º Vigilante: Odaço Franklin da Silva
2º Vigilante: Wilson Teixeira dos Santos
Orador: Miguel Guskow
Secretario: Acilar Jose Silva de Azevedo
Tesoureiro: Victor Horácio de Souza Costa
M. Cerimônias: Walter Louis Riechel
Chanceler: Antonio Marcos de Oliveira

1977

Com a eleição do Irmão Francisco Gomes, a Loja entrou


em nova fase. Sob sua liderança, irmãos como: Admar Garcia,

188
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Gildardo Tomich, Victor Horácio de Souza Costa, Luiz Carlos


Betenheuser, Aloysio Ignácio Werlang, Wilson Teixeira dos San-
tos e os já veteranos da Ordem, Melchiades Cardoso de Almeida
e Moacyr Visinoni, formaram uma base sólida que levou a Loja
a estabilidade que hoje a caracteriza.

1978

Ainda sob a gestão do Irmão Francisco Gomes, a Secretaria


da Loja é aberta para as cunhadas confeccionarem artigos, que
posteriormente eram vendidos ou utilizados como prêmios em
bingos. Iniciou-se portanto, há 40 anos, a efetiva participação da
“Fraternidade Feminina” na história da Cardoso Júnior.
Uma vez por mês, os trabalhos em Loja eram encurtados, e
irmãos e cunhadas jantavam juntos.

1979

A Loja equilibra-se definitivamente, e demonstra cada vez


maior solidez.
O antigo tronco pró-construção encontra-se em conta con-
junta sob a responsabilidade dos irmãos Aloysio Werlang e
Admar Garcia.
O terreno de propriedade da Loja situado na Vila Nossa
Senhora da Luz, é invadido pela Prefeitura, construindo uma
escola.
A Loja recebeu em troca dois terrenos no mesmo bairro.

1980

A construção de um templo próprio passa a ser meta prio-


ritária, e várias estratégias foram estudadas.

189
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Em março o Irmão Aloysio Werlang sugere uma associação


com a Loja Concórdia IV para a construção do templo conjunto.
A proposta não evoluiu.
Também não evoluiu proposta oriunda da Loja União em
33, com o mesmo objetivo.
Surgem as primeiras doações de material para a construção.
O Irmão Pedro Betezeck oferece mil tijolos.
As cunhadas continuam ativas e com muito sucesso. O re-
sultado de suas iniciativas é destinado ao fundo de construção.

ACILAR JOSÉ SILVA DE AZEVEDO


Gestão 1981 a 1983

190
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Diretoria eleita para os anos 1981 – 1983

V. Mestre: Acilar José Silva de Azevedo


1º Vigilante: Admar Garcia
2º Vigilante: Walter Louis Riechel
Orador: Melchiades Cardoso de Almeida
Secretário: Seris Minini
Tesoureiro: Antonio Marcos de Oliveira
Hospitaleiro: Victor Horácio de Souza Costa
Chanceler: Lúcio Mickosz
Cobridor: Isaac de Oliveira
Deputado Estadual: Lucio Mickosz
M. Cerimônias: Etelvino Basso
P. Estandarte: Francisco Siqueira
M. Banquetes: Victor Horácio de Souza Costa

1981

Todos planejavam construir:


O GRANDE ORIENTE DO BRASIL determinou a cobrança
de uma taxa no valor de Cr$ 2.000,00 para a construção do Pa-
lácio Maçônico em Brasília.
A Loja Dario Vellozo sugere que as Lojas instaladas na Praça
Zacarias contribuam com Cr$ 1.000,00 anual, para a construção
de sede própria para o Grande Oriente do Estado do Paraná.
A Loja Cardoso Júnior tinha no templo próprio sua grande
meta. Na festa natalina é assentado o primeiro tijolo do novo
templo, na Rua Paraíba, Vila Guaíra.

1982

Em 20/07/1982 falece o Irmão Antenor da Silva Pupo,


maçom que marcou sua passagem com larga folha de serviços

191
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

prestados à Loja, à maçonaria paranaense, e ao pensamento


maçônico. Sepultado no mausoléu da Loja, seu nome é cons-
tantemente citado pelos irmãos remanescentes de sua época.
Os esforços para levantamento de fundos pró-construção
do templo continuam.

WALTER LOUIS RIECHEL


Gestão 1983 a 1987

Diretoria eleita para os anos 1983 – 1984

V. Mestre: Walter Louis Riechel


1º Vigilante: Alceu Pedroso
2º Vigilante: Antonio Marcos de Oliveira
Orador: Admar Garcia
Secretário: Harry Otto Buscke

192
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Tesoureiro: Seris Minini


Hospitaleiro: Giovanni Costantino
1º Experto: Gildardo Tomich
1º Diácono: Paulo Luiz Zschocka
2º Diácono: Alaor G. A. Galhardo
Chanceler: Wilson Teixeira dos Santos
Arquiteto: Jobelino Vitoriano Locateli
Cobridor: Isaac de Oliveira

Diretoria eleita para os anos 1984 – 1985

V. Mestre: Walter Louis Riechel


1º Vigilante: Antonio Marcos de Oliveira
2º Vigilante: Giovanni Costantino
Orador: Admar Garcia
Secretário: Harry Otto Buscke
Tesoureiro: Seris Minini
Hospitaleiro: Victor Horácio Souza Costa
1º Experto: Gildardo Tomich
2º Experto: Moacyr Visinoni
1º Diácono: Paulo Luiz Zschocka
2º Diácono: José Rodrigues Filho
M. Cerimônias: Etelvino Basso
Chanceler: Wilson Teixeira dos Santos
P. Estandarte: Siegfried Stude Gabin
Arquiteto: Manoel Godoy
Cobridor: Antonio Buiar

Diretoria eleita para os anos 1985 – 1987

V. Mestre: Walter Louis Riechel


1o.Vigilante: Giovanni Costantino
2º Vigilante: Harry Otto Buscke

193
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Orador: Aloysio Ignácio Werlang


Secretário: Etelvino Basso
Tesoureiro: Admar Garcia
Hospitaleiro: Paulo Luiz Szchocka
1º Experto: Gildardo Tomich
2º Experto: Moacyr Visinoni
1º Diácono: Eusebio Labadie Filho
2º Diácono: Victor Horácio S. Costa
M. Cerimônias: Alceu Pedroso
Chanceler: Wilson T. dos Santos
P. Estandarte: Luiz Carlos Betenheuser
Arquiteto: Moacyr Visinoni
Cobridor: Antonio Buiar

1983

Iniciou-se a gestão Walter Louis Riechel.


O programa da Diretoria é composto por quatro metas:
1. Maior aproximação entre obreiros e cunhadas.
2. Maior intercambio com Lojas coirmãs.
3. Prioridade para a construção da Loja.
4. Recuperar e registrar a história da Loja.
As atividades das cunhadas crescem.
Face a impossibilidade da cunhada Herta Riechel, a cunhada
Lucy Borba Teixeira dos Santos assume a direção da fraternidade
feminina.
O entusiasmo pela construção toma conta da Loja.
O Irmão Aloysio Ignacio Werlang desenvolve o “lay-out”
da Loja.
A prefeitura concede alvará para a construção.
Em 25/07 o projeto “Construção” é definitivamente lançado.
A Loja decide que a partir desta data, não mais atenderia
pedidos de donativos para construções de outras Lojas, até a

194
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

construção de seu templo próprio.


O Irmão Antonio Marcos de Oliveira sugere adoção de uma
“Galeria dos Veneráveis”.
A Sugestão foi adotada posteriormente.

1984

Em sessão administrativa o Venerável Mestre coloca em dis-


cussão três projetos de templo. Incentivado pelo Irmão Aloysio
Werlang, a Loja escolhe o projeto mais sofisticado e oneroso.
É nomeada a comissão de construção, composta pelo pre-
sidente Irmão Wilson Teixeira dos Santos, pelo Irmão Antonio
Marcos de Oliveira de Oliveira e pelo Irmão Giovanni Costan-
tino.
Como Tesoureiro, ficou incumbido o Irmão Moacyr da
Fonseca Lopes que mais tarde, por problemas físicos que o im-
possibilitava de participar no dia a dia dos trabalhos, transferiu
a tesouraria para o Irmão Lucio Mickosz.
Para fiscal de obras ofereceu-se o Irmão Aloysio Ignácio
Werlang.
É definido que sem a autorização da comissão de construção
não será processado nenhuma alteração no projeto.
Surgem as doações, todas mantidas em segredo.
Contrata-se a Construtora Weiss para a execução, através
do sistema de coadministração.
O tronco pró-construção, reforçado seguidamente pelas
ações das cunhadas, é tratado com carinho.
No aniversário da Loja em dezembro, é feita a limpeza do
terreno.
Foi o mais belo aniversário da Loja: a construção estava
sendo iniciada.
Segundo relato verbal e escrito do Irmão Eusebio Labadie
Filho,

195
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

“foi um dos únicos projetos que viveu na maçonaria, que teve iní-
cio e conclusão sem interrupção, apesar de toda a grandiosidade e
dificuldade na construção do Templo próprio Cardosiano.”

Ainda segundo o relato do Irmão Eusebio,

“merece destaque nos anais da Loja, o poder de realização, o tino


gerencial, a dedicação com que o Irmão Aloysio Ignácio Werlang,
idealizou e capitaneou essa epopeia, que realizou o sonho dos Car-
dosianos.
O projeto foi iniciado com a participação de 30 irmãos do quadro.
Inovou e ousou pois não fez como Lojas do Brasil inteiro, pedindo
troncos de beneficência, não contou com a ajuda de terceiros.
Utilizando-se de um pequeno capital remanescente, com campanhas
das cunhadas e emitindo notas promissórias aos irmãos compro-
missados, foi à luta.
Em 1985, com 23 Irmãos Construtores, finalizou o sonho de tantas
gerações de Cardosianos.”

Aloysio Ignácio Werlang - Fiscal de obras


196
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

1985

O Venerável Mestre Walter Louis Riechel é reeleito.


Seu programa:
• Terminar a construção.
• Aumentar o quadro de obreiros, selecionando criteriosa-
mente os candidatos.
• Incentivar o contato com outras Lojas.
No mês de março, com as paredes do novo templo a cinco
metros de altura, é feito o lançamento da pedra fundamental,
regado a churrasco e chope.
A alegria é indescritível, irmãos e cunhadas estão eufóricos.
Em agosto o Irmão Aloysio Werlang encomenda as colunas
J e B. Em dezembro é feita a mudança da Loja da Praça Zacarias
para o novo Templo da Rua Paraíba.
Na festa de encerramento do ano o Venerável Mestre presta
contas da construção, informando para júbilo dos presentes que
a Loja nada devia. O grande sonho do Templo Próprio, enfim
tornara-se realidade.

197
Aloysio I. Werlang - Fim de Expediente
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

1985 - O sonho dos Irmãos Cardosianos está realizado

Discurso proferido pelo orador da Loja


Cardoso Júnior quando do lançamento da
Pedra Fundamental do seu templo

ORIENTE DE CURITIBA

09/03/1985

Venerável Mestre, meus Irmãos, Irmãos Visitantes;


Com profunda emoção, usamos da palavra neste momento para
anunciar este auspicioso evento, que é o lançamento da Pedra Funda-
mental, do Templo Próprio, da Augusta e Respeitável Loja Cardoso
Júnior, No. 661.
Fundada em 01 de dezembro de 1898, há mais de 86 anos, cultua

198
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

a virtude, prega a fraternidade e pugna pelo aperfeiçoamento moral,


intelectual e social da humanidade.
Tem como patrono o Marechal Francisco José Cardoso Júnior, ci-
dadão que teve um devotamento cívico extraordinário, tendo ocupado
diversos cargos públicos de destaque nacional, sendo inclusive o 1º
Governador Republicano no Paraná, transitoriamente no período de
17 de novembro a 04 de dezembro de 1889.
Faleceu em 1917, deixando uma formidável folha de serviços pres-
tados à Pátria e à Maçonaria, onde foi o 11º Grão Mestre do Grande
Oriente do Brasil.
E a Augusta e Respeitável Loja Cardoso Júnior, desenvolveu-se sob
o signo dessa força vital, honrando esta cara herança, obtendo sucessi-
vamente feitos, que a colocam em posição ímpar no mundo maçônico.
Nessa gloriosa trajetória, enfrentou durante décadas, imensas
dificuldades, de ordem política, social e econômica, que os irmãos so-
bejamente conhecem.
Entre as situações prejudiciais à sua autonomia e desempenho, uma
das mais significativas, é a dependência e espaço físico próprio, sempre
dependendo de terceiros.
Funcionou em instalações provisórias, sofreu mudanças abruptas
em decorrência de desapropriação de imóveis, mas nunca abateu colu-
nas, nem deixou sem continuidade a luta pelo princípio maçônico de
liberdade, igualdade e fraternidade.
A construção do Templo próprio foi um objetivo perseverantemente
acalentado, por várias diretorias que nos antecederam.
Podemos citar algumas dessas diretorias representadas por al-
guns veneráveis contemporâneos como; THEODORICO FERREIRA
MARTINS, DARIO NOGUEIRA DOS SANTOS, ANTENOR DA
SILVA PUPO, HENACY PLÁCIDO DA LUZ E MELCHIADES
CARDOSO DE ALMEIDA, dupla esta que se revezou na “Venerança”
por diversas gestões.
Mais recentemente tivemos, ZANONI SANTOS, ADMAR GAR-
CIA, MOACYR VISINONI, ALOYSIO IGNÁCIO WERLANG,

199
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

FRANCISCO GOMES, ACILAR JOSÉ SILVA DE AZEVEDO e o


atual Venerável WALTER LOUIS RIECHEL.
Mencionando esses veneráveis e suas diretorias, rendemos também
nossa admiração por centenas de irmãos dos mais diversos graus, que
pertenceram ou pertencem ainda aos nossos quadros, aqui não citados
nominalmente, cujos esforços tem para nós a mesma magnitude e
reconhecimento.
Distinguimos o incansável Irmão ALOYSIO IGNÁCIO WER-
LANG, baluarte desta construção, e que os irmãos fraternalmente estão
cognominando de patrono deste templo.
Aplaudimos nosso atual venerável WALTER LOUIS RIECHEL,
batalhador emérito, a quem devemos o lançamento desta Pedra Fun-
damental, este momento de muita felicidade.
Com a mesma intensidade de nossa alegria e emoção neste momento,
reiteramos, que só o estoicismo, o espírito de renúncia e o desassombro
de muitos irmãos, desde a etapa primitiva até os dias atuais, tornaram
possível a dimensão histórica desta Augusta e Respeitável Loja Cardoso
Júnior.
Aos irmãos que passaram ao Oriente Eterno nossas saudosas
reverencias.
Junto ao Grande Arquiteto do Universo estão nos enviando fluídos
benéficos, dando-nos força e vigor.
Todos esses irmãos tornaram possível o orgulho que temos desse
respeitável passado, do momento presente, e da perspectiva futura de
muito otimismo.
O reverente preito dê gratidão que hoje dedicamos a todos nossos
irmãos, representa o compromisso maior de resguardar esta tradição.
No aspecto espiritual é incomensurável o valor de construirmos
este templo.
No aspecto material está afastada temporariamente a frustração
reprimida durante tantos anos.
Não permitamos irmãos, que este sonho finalmente tão próximo
da realidade, seja mais uma vez postergado.

200
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Com o advento desta edificação está lançada a centelha, que eclo-


dirá, renovando e revigorando a busca de nossos ideais, somente com
a permanente colaboração, com a constante cota de sacrifício de todos
nossos Irmãos.
Que o símbolo da fraternidade, cujo quadrado de nove circunda
nossas oficinas, muito em breve abra as portas deste templo, para que
possamos executar um trabalho justo e perfeito.

Curitiba, 09 de março de 1985

Admar Garcia
M. Orador

Durante a execução das obras do Templo da ARLS Cardo-


so Júnior, foram encomendados os móveis, as cadeiras, o trono
de Salomão, as colunas J e B, os símbolos zodiacais, a pintura da
abóboda, espadas, castiçais, enfim, todos os utensílios necessá-
rios para que a Loja pudesse trabalhar com força e vigor.
Faltava encomendar e confeccionar a corda de 81 nós.
Através de contatos profissionais profanos, o Ir. Aloysio
Werlang contactou o Sr. David Granja, fornecedor de matérias
primas, entre elas de sisal, e amigo de longa data e encomen-
dou “alguns metros” de corda para que a mesma pudesse ser
confeccionada.
Quando finalmente um caixote de madeira chegou conten-
do a corda de sisal, sob o comando do Ir. Aloysio, coube ao Ir.
Eusebio Labadie Filho o trabalho de executar milimetricamente
a confecção dos 81 nós.
Este nó também é conhecido como o “nó do amor”, “nó
infinito” ou “nó oito”.

201
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

1986

Dia 21 de abril de 1986, o dia mais importante da Loja, o dia


da sagração do Templo.
A conclusão da Obra, a qual foi iniciada com 30 Irmãos e
terminada com 23 Irmãos.
A Loja orgulha-se de não ter pedido nenhuma ajuda finan-
ceira a outras Lojas ou Instituições.
Na presença do Grão Mestre do Grande Oriente do Estado
do Paraná irmão Alderico dos Reis Petra e 23 Irmãos do Quadro,
como também de 61 Irmãos Visitantes, realizou-se o sonho da
Cardoso Júnior.
SAGRAÇÃO do Templo Próprio da Augusta e Respeitável
Loja Simbólica CARDOSO JÚNIOR nº 661, sito à Rua Paraíba,
nº 2.491 ao Bairro Vila Guaíra, Oriente de Curitiba, aos 21 dias
de Abril do ano de 1986 da E.V.

Discurso proferido pelo Orador da


Loja na Sagração do novo Templo

V. Mestre: Mestre, Irmão Walter Riechel; Eminente Grão Mestre


do Grande Oriente do Paraná Irmão Alderico dos Reis Petra; Delegado
Litúrgico; Presidente do Consis.
No. 17; Artez. do Cons. de Kadosch No.5; do Subi. Cap. e Loja
de Perfeição Normando Jusi; Presidente da Poderosa Assembleia Le-
gislativa; irmãos Deputados; Veneráveis Mestres de Lojas Co-irmãs ;
Visitantes; meus Irmãos:
Acabamos de assistir a Sagração do Templo Próprio da ARLS
Cardoso Júnior No. 661 e temos ainda na memória as últimas palavras
do cerimonial do nosso V. Mestre que foram:
POSSA ESSE TEMPLO SERVIR DE MODELO AOS QUE
OUTROS QUIZEREM CONSTRUIR, QUE A CONCÓRDIA E A
202
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

AMIZADE NELE REINEM CONSTANTEMENTE.


Meus caros Irmãos: o que acabamos de assistir é sem dúvida a
glória da realização de todos os irmãos da Cardoso Júnior e o desejo
ardente de todos os irmãos presentes deverem realizado em suas próprias
Lojas, é para mim como Orador desta noite de evento memorável, uma
honra repleta de alegria em poder dirigir a palavra a tantos ilustres e
queridos irmãos, de vez que a última sagração de Templo Maçônico
em Curitiba de Lojas filiadas ao Grande Oriente do Brasil, acontecia a
21 anos passados no Edifício Acácia, e ainda estas foram construídas
pelo sistema de permuta de terrenos, sem onerar o bolso dos Irmãos.
V. Mestre e meus Irmãos repetimos aqui as palavras finais da
Sagração:
POSSA ESSE TEMPLO SERVIR DE MODELO AOS QUE
OUTROS QUIZEREM CONSTRUIR, QUE A CONCÓRDIA E A
AMIZADE NELE REINEM CONSTANTEMENTE.
Meus Irmãos: esta essência deverá nortear o coração de todos os
irmãos que queiram realmente levantar Templos à Virtude e Cavar
Masmorras ao Vício.
Foi com este objetivo que já em 1970 surgia o primeiro movimento
em nossa Loja para a construção do nosso Próprio Templo, mas as
dificuldades então não puderam ser vencidas, mas a ideia manteve a
chama acesa e finalmente em 1984 esta se materializou com o início
da construção.
Éramos na época em 30 Irmãos e acreditávamos que com o início da
construção o entusiasmo aumentasse e também o número de obreiros,
o que infelizmente não aconteceu. Nosso quadro veio a se reduzir para
23 atualmente.
Para que os irmãos pudessem se sentir realizados com seu templo
próprio, nossa filosofia era de que a construção devesse ser feita com
uma certa parcela de sacrifício de cada um, assim que ao iniciarmos a
obra, dispúnhamos de menos de 10% dos recursos necessários, e não
apelamos para ajudas externas sob nenhum pretexto.
Hoje nesta noite memorável para a ARLS Cardoso Júnior e na

203
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

presença de tantos irmãos visitantes, os obreiros desta Loja, temos a


certeza, sentem o dever cumprido através de seus esforços, sua dedica-
ção e com a ajuda do Supremo Arquiteto do Universo poderão dizer:
vencemos mais esta batalha, estamos em casa própria, onde a concórdia
e a amizade deverão reinar constantemente.
Fundação da Cardoso Júnior: a Loja foi fundada em l de dezembro
de 1898 na Vila Deodoro, hoje chamada Piraquara, cidade distante a 17
Km de Curitiba. Portanto sua fundação acontecia a 88 anos passados.
Segundo nos consta a Loja funcionava perto da estação da estrada de
ferro até 1915, quando foi transferida para Curitiba, passando a fun-
cionar no Palácio Schaffer no alto do São Francisco.
Sua fundação devemos ao poderoso Irmão Grau 33 Manoel Dias
Pinheiro, e como primeiro venerável teve o lr. Antônio Diniz Meirelles,
o qual numa viagem à Europa, veio a falecer naquele continente no ano
de 1915, após o que a Loja veio para Curitiba como já citamos.
Patrono Cardoso Júnior: Os fundadores desta Loja por certo tive-
ram razões bem fortes para intitular a nova Loja com o nome do ilustre
irmão, grande patriota e grande maçom; para o que daremos a seguir
alguns dados biográficos:
Francisco José Cardoso Júnior, nascido em 13/01/1826 na Pro-
víncia do Rio de Janeiro, e em 1848 obtinha o grau de bel. em Ciências
Matemáticas na Antiga Academia Militar. Já em 1852 como ten. cel.
elegia-se Deputado Provincial por Minas Gerais.
Em 1868 na guerra do Paraguai foi Secretário Geral do Estado
Maior das Forças Armadas sob o comando de Duque de Caxias.
De 1869 à 1871 presidia a Província de Sergipe.
Em 1872 elegia-se Deputado pela Província do Rio de Janeiro. Em
1888 assumia a Presidência da Província do Pará.
Em 1889 assumia o comando do Quartel General da Terceira
Brigada do Exército sediada em Curitiba, e em 17/11/89 por ato do
Presidente Deodoro da Fonseca assumia como primeiro Governador
Republicano na Província do Paraná.
Durante o período em que nosso patrono viveu em Curitiba, conta-

204
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

-se, infelizmente não dispomos de documentação comprobatória, tenha


ele sido venerável de uma Loja em Vila Deodoro (Piraquara) para onde
ia à cavalo nas noites de reunião afim de dirigir os trabalhos, e que o
nome da nossa Loja tenha tido aí sua origem.
Em plena idade madura realizou matrimônio com moça de distinta
família de Antonina.
Ainda de 1880 à 1885 Cardoso Júnior foi o 11º Grão Mestre Geral
do Grande Oriente do Brasil, tendo sido sucedido pelo Visc. do Rio
Branco.
Em 1917 aos 91 anos de idade partia para o Oriente Eterno nosso
Irmão Mal. Cardoso Júnior.
Fidelidade Constância: a Loja Cardoso Júnior apesar dos movi-
mentos de 1901 da Acácia Paranaense, em 1927 e 1944 e ainda no
início dos anos 70 quando acontecia no sul do país o maior movimento
separatista do Grande Oriente do Brasil, com a criação dos Grandes
Orientes Independentes, a Cardoso Júnior manteve-se fiel ao GOB.
Nossa Loja apesar de toda sorte de dificuldades, nunca abateu
colunas.
Meus Irmãos - Por uma questão de justiça voltamos a construção
do nosso templo, que hoje entregamos devidamente sagrado aos irmãos
que nele desejam vencer suas paixões, submeter suas vontades e fazer
novos progressos na maçonaria.
Como já dissemos no início, todos os irmãos participaram dentro
das suas capacidades e de forma livre. É verdade e nem poderia ter sido
diferente, que alguns se dedicaram mais, cujos nomes omitimos para
que nenhuma injustiça se cometa, porém, há um irmão em especial e
a este desejamos nesta noite memorável render nossas homenagens.
Nosso homenageado foi iniciado em 17/01/60 na Loja Visc. de
Taunay no Norte do Paraná, onde entre 7 Irmãos construíram seu
próprio templo. Quando este irmão veio fixar residência em Curitiba,
filiou-se à Concórdia IV. Apaixonado pela construção de templos, e
sabendo que na Cardoso Júnior havia um movimento pro-construção,
placetou-se de sua Loja e em 30/07/73 veio se filiar em nossa Loja, com

205
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

o motivo principal de poder participar desta obra.


Quis o Grande Arquiteto do Universo que o sonho deste irmão se
realizasse, e que como Porta Estandarte do nosso Patrono nesta noite
pudesse mesmo que com dificuldades físicas, assistir a cerimônia de
sagração do sonhado templo próprio.
Desde 1973 nosso Irmão pacientemente esperava o início das obras
e quando elas tiveram início, este irmão já se via preso a uma cadeira
de rodas.
Assim mesmo ele que mais vibrava com a construção através de
fotografias que nosso V. Mestre lhe levava regularmente dando conta
do andamento das obras.
Não paravam de nos chegar pedidos deste irmão para que todos
dessem total apoio e colaboração para a conclusão do templo.
Esse nosso irmão também nestes anos todos, sempre colaborou
pecuniariamente para que esta obra se realizasse, mesmo sem a certeza
de um dia poder voltar a participar de corpo presente.
Diante deste nobre e belo exemplo de abnegação, desprendimento,
força de vontade, fraternidade e amizade, meu irmão, só nos resta dizer,
obrigado e Deus lhe pague.
E, por fim devemos informar ao irmão e demais presentes, que
por consenso desta Augusta e Respeitável Loja Cardoso Júnior de que
sois membro ativo e regular, este templo em sua homenagem a partir
de hoje, passará a chamar-se: “Templo lr. Moacyr da Fonseca Lopes”.

Ir. Aloysio Ignácio Werlang


Orador

P.S.: A Loja apresentou nesta noite a seguinte composição:

V. Mestre: Walter Louis Riechel


1º Vigilante: Harry Otto Buscke
2º Vigilante: Elias Gilson Garcia
Orador: Aloysio Ignácio Werlang

206
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Secretário: Seris Minini


M. Cerimônias: Alceu Pedroso
Cobridor: Antônio Buiar
Chanceler: Wilson Teixeira dos Santos
Tesoureiro: Admar Garcia

A sessão contou com 23 irmãos do quadro e 61 Visitantes.

Moacyr da Fonseca Lopes

207
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Acima Templo Moacyr da Fonseca Lopes da ARLS Cardoso Júnior


Abaixo, mostra de uma parte do interior do Templo

208
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

ELIAS GILSON GARCIA


Gestão 1987 a 1989

Diretoria eleita para os anos 1987 – 1989

V. Mestre: Elias Gilson Garcia


1º Vigilante: Alceu Pedroso
2º Vigilante: Antônio Buiar
Orador: Aloysio Ignácio Werlang
Secretário: Nermi Alves Maciel
Chanceler: Eusebio Labadie Filho
Tesoureiro: Antonio Marcos de Oliveira

209
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

1987/1989

Em 1987 a Loja era integrada por trinta obreiros, sendo 24


Mestres, 2 Companheiros e 4 Aprendizes.
Segundo relatório do Venerável Mestre irmão Elias Gilson
Garcia,

“foi um período sereno, fraterno e unido, havendo por consequência,


elevação espiritual, e o fortalecimento do sentimento humanitário
de cada um dos obreiros”.

A Diretoria orgulha-se de em dois anos ocorrer apenas o


“quite placet” do irmão Acilar José Silva de Azevedo, solicitado
por doença.
Dois Irmãos do quadro se destacaram socialmente:
Moacyr Visinoni e Melchiades Cardoso de Almeida.
O Irmão Moacyr Visinoni tomou posse em 4/87 como Pre-
sidente da Junta de Alistamento Militar de Curitiba, e o lrmão
Melchiades Cardoso de Almeida recebeu o título de “Cidadão
Honorário de Curitiba” em 10/87, por proposição do Vereador
e irmão Luiz Carlos Betenheuser.
Nesse período realizam-se as cerimônias maçônicas de con-
firmação de matrimônio do irmão Antonio Marcos de Oliveira
e Teresinha (06.02.87) e Bodas de Ouro do irmão Moacyr da
Fonseca Lopes e Hilda (04.06.89).
Também houve uma solenidade de adoção de Lowton
onde os jovens Fabio Danilo Werlang, filho de Aloysio Ignácio
Werlang, Gustavo Brenneisen Mayer, filho de Gersom Mayer,
Cicero Belin de Moura Cordeiro, filho de Auracyr Azevedo de
Moura Cordeiro, Alexandre Araldi Gonzales, Alexandre Gon-
çalves Mendes Rodrigues, Cesar Augusto Guilherme Eitelwein,
Hendrick Emmanuel Vieira Souza, Napoleão de Almeida e Silva
e Ney Mendes Rodrigues Junior, Paulo André Guilherme Eite-

210
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Adoção de Lowton

lwein, Paulo Rincoski Costantino e Roge da Costa Neto foram


adotados.
Para que fique registrado nos anais da história, a partir do
momento em que o irmão Moacyr da Fonseca Lopes começou a
depender de uma cadeira de rodas para se locomover, o Irmão
Lucio Mickosz, fazendo o papel de motorista particular, regular-
mente emprestava uma Volkswagen Kombi de propriedade da
Fábrica de Chocolate Salware para levar o trazer o irmão Moacyr
para acompanhar as obras do Templo próprio da Cardoso Jr.,
poder participar de eventos festivos e sessões maçônicas.
Da mesma forma, o Ir. Lucio Mickosz, por décadas foi o
responsável pela condução da Delegacia Litúrgica, onde de-
sempenhou um trabalho fantástico, organizando, implantando
métodos, controle e planilhas financeiras com muito esmero e
perfeição.
O Ir. Mickosz, foi um obreiro admirável e incansável, pois,
sem medir esforços, trabalhou integralmente em prol da maço-

211
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Confirmação matrimonial de Antônio Marcos de Oliveira e Terezinha

naria até os últimos dias de sua vida.


O clima de empolgação dos Irmãos e cunhadas era muito
grande, era normal a utilização da chácara da Salware em Pira-
quara (ex-Vila Deodoro) para eventos como o Dia das Crianças,
Páscoa e Natal onde toda família Cardosiana se reunia para um
festivo futebol, jogo de truco, dominó, amigo secreto, churrasco
e cerveja.
Em festas natalinas o eterno Papai Noel era o Irmão Walter
L. Riechel que fazia a festa da criançada.
O Irmão Eusebio era o que comandava as atividades espor-
tivas fazendo um “racha” entre a gurizada.
Entre os cardosianos esta chácara era denominada de a
“Chácara da Cardoso”.
Os irmãos Belmiro Michelin e Waldir Disaró eram os eternos
mestres de banquete e o Irmão Norberto Weber e seu filho Acácio
animavam a festa com o acordeão e um violino.

212
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

ALCEU PEDROSO
Gestão 1989 a 1991

V. Mestre: Alceu Pedroso


1º Vigilante: Fernando Antonio Allessi
2º Vigilante: Norberto Weber
Orador: Aloysio Ignácio Werlang
Secretário: Eusebio Labadie Filho
Tesoureiro Osnil da Silva Medeiros
Chanceler: Wilson Teixeira dos Santos

1989/1990/1991

Neste período a Loja concluiu a instalação de ar condicio-


nados, a confecção do dossel, colocação de emblemas e no dia
213
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

02/03/91 a inauguração da “Galeria dos Veneráveis”.


Também na gestão Alceu Pedroso, foi concluída a venda de
dois lotes pequenos e irregulares situados na Vila Nossa Sra.
da Luz dos Pinhais, a preços módicos, para os invasores dos
mesmos. O produto da venda foi aplicado em melhorias nas
instalações do Templo.
Em 1990 a Loja intercedeu junto aos proprietários de imóvel
contíguo à mesma para que eles vendessem à Loja Concórdia IV.
A intenção era adquirir o imóvel em conjunto, para uso comum
das duas Lojas. O negócio não saiu, mas a iniciativa renovou os
laços fraternos que sempre as uniram.
No biênio ocorreram sete iniciações. Dois dos iniciados ainda
pertencem ao quadro.
Em março de 1990, faleceu o Irmão Etelvino Basso, valoroso e
querido maçom, que trabalhou incansavelmente em várias Lojas
e no Grande Oriente do Estado do Paraná. Em sua homenagem,
anos depois, a Loja nominou como “Sala Etelvino Basso” a área
de lazer construída nos fundos do Templo.
Segundo relato do Ir. Alceu Pedroso, a característica do Ir.
Etelvino Basso era em sempre buscar a harmonia e a confrater-
nização naquele local.
Quando em Loja, e quando pelo adiantado da hora, fazia
sinais ao Venerável Mestre, apontando com o dedo indicador
o relógio. Queria com isto dizer de que era chegada a hora da
confraternização.
Pôr muito tempo a Loja distribuiu alimentos e brinquedos
a carentes da periferia da cidade. Em 06/90 a Loja aprovou, e
passou a destinar 50% do tronco de beneficência à Creche “Tia
Dina”, que abrigava 120 crianças no Núcleo Habitacional Nova
Esperança, Bairro do Atuba.
Além desta ajuda, a Loja desenvolveu várias campanhas
complementares, para dar suporte a essa instituição.
Três eventos significativos marcaram o período:

214
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Aloysio I. Werlang “Orador” - Formação do Pálio

08/89 - O Irmão Gildardo Tomich, arquiteto, pesquisador da


simbologia maçônica, planta o primeiro pé de acácia no jardim
do templo.
26/06/1990 –Solenidade de Adoção de Lowton dos jovens:
André Luiz Betenheuser (Padrinho - Washington Alves da Silva),
Alípio Santos Leal Junior (Padrinho - Luiz Carlos Betenheuser)
e Alexandre Cercal Santos Leal (Padrinho – Victor Horácio de
Souza Costa) e Felipe Guilherme Weber Landau.
10/90 - Confraternização na sede campestre do Paraná Clu-
be, comemorando o Dia da Criança.
05/91 - Conclave maçônico realizado em Maringá, com a
participação de vários irmãos do quadro fechando em alto nível
o biênio do Venerável Mestre Alceu Pedroso.

215
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

FERNANDO ANTÔNIO ALLESSI


Gestão 1991 a 1993

Diretoria eleita para os anos 1991 – 1993

V. Mestre: Fernando Antonio Allessi


1º Vigilante: Norberto Weber
2º Vigilante: Osnil da Silva Medeiros
Orador: Eusebio Labadie Filho
Secretario: Gersom Mayer
Tesoureiro: Gerson Teixeira dos Santos
Hospitaleiro: Belmiro Michelin
1º Experto: Gildardo Tomich
2º Experto: Doraci Albino Lazzeri
1ºDiacono: Ildeu Leandro de Souza
2ºDiacono: Glycon Garcia Junior

216
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

M. Cerimônias: João Carlos Chybior


Chanceler: Waldir Disaró
P. Estandarte: Walter Louis Riechel
P. Espadas: Aloysio Ignacio Werlang
Arquiteto: Roberto Pastore
M. Banquetes: Ney Mendes Rodrigues
Cobridor: Washington Alves da Silva
Orador adjunto: Giovanni Costantino
Secretário adjunto: Alipio Santos Leal Neto
Tesoureiro adjunto: Lucio Mickosz

1991/1992

Assumia o veneralato o irmão Fernando Antonio Allessi,


jovem mestre, exaltado a apenas 4 anos (17/08/87).
Sua Diretoria era formada por mestres maçons, na sua maio-
ria iniciados e exaltados na rua Paraíba.
Os grandes heróis da construção da sede própria no entanto,
em momento algum afastaram-se da Loja, e jovens mestres e
mestres experimentados juntaram esforços para a busca de outro
grande sonho: comemorar o centenário da Cardoso Júnior, em
1998, ainda mais fortes, mais fraternos e mais participativos do
que já estavam sendo.
Os eventos mais significativos do período foram:
07/91 - O Irmão hospitaleiro faz escalas de visitas a irmãos
enfermos, em regime de rodízio semanal. Na mesma data tem
início a campanha do quilo.
09/91 - Sob coordenação da Loja Cardoso Júnior, Lojas
realizam o “Dia do Lowton”. O almoço contou com a presença
de 206 adultos e 59 crianças, sendo ligados a Cardoso Júnior 73
adultos e 17 crianças.
10/91 - Por iniciativa da Loja Cardoso Júnior, o Grão Mes-

217
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

tre Estadual decreta o dia 12 de outubro como sendo o “Dia do


Lowton” no Paraná.
12/10/1991 – Adoção de Lowton dos jovens: Marcos Sa-
ddock de Sá (Padrinho – Carlos Saddock de Sá), Marco Aurélio
Saddock de Sá (Padrinho – Luiz Carlos Betenheuser) e Juliano
Saddock de Sá (Padrinho – João Batista Mathias).
11/91 - A Loja lança a ideia da compra de terreno e constru-
ção do Palácio Maçônico do Grande Oriente do Estado do Paraná.
11/91 - Reinicia-se o processo de tentativa de compra do
terreno contíguo à Loja.
13/11/91 - Falece o valoroso Irmão Wilson Teixeira dos
Santos.
02/12/91 - Por ocasião do seu 93º aniversário, a Loja recebe
o título de “Grande Benemérita da Ordem” e a condecoração
“Estrela de Distinção Maçônica”
Na mesma data o Irmão Aloysio Ignácio Werlang é agraciado
com o título de “Benemérito da Ordem” e o Irmão Washington
Alves da Silva é agraciado ao mesmo tempo com os títulos de
“Benemérito da Ordem” e “Grande Benemérito da Ordem”
22/03/92 - É aclamado o nome do lr. Moacyr da Fonseca
Lopes para receber a comenda de “Honra ao Mérito” outorgada
pela Poderosa Assembleia Legislativa Maçônica do Estado do
Paraná.
29/03/92 - Por iniciativa do irmão Luiz Carlos Betenheuser,
os irmãos Admar Garcia, Washington Alves da Silva e João Darcy
Ruggeri, da ARLS Cardoso Júnior, mais José de Araújo Ramos,
Grevi Gonçalves, Heinz Pechner e Manoel Pedro de Araújo
Santos receberam o certificado de “Prêmio Cidade de Curitiba”
da Câmara Municipal de Curitiba, nos 300 anos de Curitiba.
04/92 - A Loja Cardoso Júnior participa de Congresso Ma-
çônico em Ponta Grossa, com 16 irmãos e 11 cunhadas.
04/92 - A Loja participa do projeto “Boa Visão”, lançada pela
Augusta e Respeitável Loja Simbólica Cruzeiro do Sul (coorde-

218
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

nação do saudoso irmão Arthur Eliezer Fantick) doando lentes


e armações usadas, para adultos e crianças.
05/92 - Aprova-se o novo estatuto, tendo como principal
alteração o mandato da Administração da Loja para 1 ano, per-
mitida a reeleição.
05/92 - Reúne-se pela 1ª. vez o Conselho de Mestres Insta-
lados da Cardoso Júnior, sem ser, com o objetivo de Instalação
e Posse.
26/06/92 - Falece o Irmão Acilar José Silva de Azevedo, ex-
-Venerável Mestre da Loja.
08/08/92 - É inaugurada a área de lazer “Etelvino Basso”.
19/09/92 - a Loja Cardoso Júnior participa do lançamento
da Pedra Fundamental do Palácio Maçônico do Grande Oriente
do Estado do Paraná.
17/10/92 - Adoção de Lowtons - 4 adoções: Carlos Delano
Gherin Leandro de Souza, Fabrício Henacy Allessi, Marcelo
Guancino Persicotti e Vinicius Franco Monteiro.
16/11/92 – O Irmão Prudente de Moraes lançou a ideia de
que, quando do centenário da Cardoso Jr., a Loja adquirisse um
terreno em Piraquara para futura Loja apadrinhada, como forma
de retribuição pelo bem que a Vila Deodoro fez para a Cardoso Jr.
No final do mês de novembro, uma caravana de Irmãos
Cardosianos deslocou-se para Brasília no Distrito Federal para
acompanharem a solenidade de inauguração do Palácio Maço-
nico do Grande Oriente do Brasil.
Foi iniciado o Ir. Dirceu Dresch Júnior, apadrinhado pelo Ir.
Roberto Pastore.
02/12/92 - De passagem pela cidade de Caldas Novas no
estado de Goiás, com presença maciça de irmãos Cardosianos,
realizaram uma Sessão Especial do 94º Aniversário da Cardoso
Junior no Templo da ARLS Segredos e União. Também esteve
presente nesta Sessão o Grão Mestre do Estado do Paraná, João
Darcy Ruggeri.

219
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Há de se registrar que no deslocamento para Brasília, próxi-


mo à Cristalina, o Ir. Nermi acabou se envolvendo num acidente
automobilístico, que por sorte sem maior gravidade, onde obteve
a ajuda e a intermediação de irmãos da ARLS Acácia Cristali-
nense Nº 1233.
19/12/92 – confirmação matrimonial (50 anos) do Irmão
Washington Alves da Silva e da cunhada Wiamar Grazziotin
da Silva.

Confirmação matrimonial do Irmão Washington Alves da Silva


e da cunhada Wiamar Grazziotin da Silva

220
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Sessão Especial do 94º aniversário da Cardoso Júnior, realizada no templo da


ARLS Segredos e União - Oriente de Caldas Novas - GO

Placa da sala de recreação que leva o nome do Irmão


Etelvino Basso. O texto da placa foi de autoria do
Irmão Alceu Pedroso
Irmãos Etelvino e Walter Riechel

221
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

EUSEBIO LABADIE FILHO


Gestão 1993 – 1994

Diretoria eleita para os anos 1993 – 1994

V. Mestre: Eusebio Labadie Filho


1º Vigilante: Gersom Mayer
2º Vigilante: João Carlos Chybior
Orador: Alipio Santos Leal Neto
Secretario: Ricardo Sarlo Keppen
Tesoureiro: João Luiz Persicotti
Hospitaleiro: Osni Ramos Monteiro
1º Experto: Belmiro Michelin
1ºDiacono: Paulo Luiz Zschocka
2ºDiacono: Alfredo Smalarz

222
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

M. Cerimônias Doraci Albino Lazzeri


Chanceler: Roberto Pastore
P. Estandarte: Aloysio Ignácio Werlang
M. Harmonia: Gerson Teixeira dos Santos
Arquiteto: Walter Louis Riechel
Cobridor: Gildardo Tomich

1993/1994

Em 6/93 foi instalado como Venerável Mestre o Irmão Eu-


sebio Labadie Filho.
A característica principal da gestão do Irmão Eusebio foi a
participação e manifestação democrática de todos os irmãos do
quadro, objetivo sobejamente alcançado.
Os aprendizes tiveram como inovação, instruções e telha-
mentos abertos ao diálogo e ao debate, gerando sessões alta-
mente produtivas. No lado material foi instituída a contribuição
para “investimento material”, ação que possibilitou a formação
de bom lastro de caixa, facilitando a gestão financeira das dire-
torias posteriores.
Neste período, em todas as sessões ritualísticas, tanto na
entrada, quanto na saída do Templo, era executado o Hino à
Maçonaria.
Outra praxe era a do “silêncio iniciático”.

Eventos do período:
21/07/93 - Apoio a unificação das obediências. Participação
em sessão das Grandes Lojas, com pronunciamento do Serenís-
simo Grão Mestre Irmão Sidney Pinto, e entrega à Loja de per-
gaminho histórico confeccionado em 1894. (Diploma concedido
ao Patrono Cardoso Júnior).
25/09/93 – Iniciação dos Irmãos Marcos Roberto Werlang

223
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

(filho do Irmão Aloysio Ignácio Werlang) e Frederico Martinez.


Nesta solenidade tivemos as presenças dos Irmãos Nacle Ferraz
do Oriente de Macaé-RJ, David Granja do Oriente de Salvador-
-BA, Luiz Carlos Moreira Pinto e Aroldo Fatima Camargo Ve-
nantte do Oriente de Curitiba.
18/04/94 – 117º aniversário da Concórdia IV.
20/04/94 - Participação na entrega do Título de Cidadão
Honorário de Curitiba, ao Irmão João Darcy Ruggeri, Eminente
Grão Mestre do GOEP.
26/04/94 – Falece o Irmão Admar Garcia, vítima de atrope-
lamento na Av. das Torres.
15/05/94 - Visita à Augusta e Respeitável Loja Simbólica
Estrela de Imbituva, por ocasião da inauguração da Galeria dos
Ex-Veneráveis e foto do irmão Miguel Camargo Pedroso, pai do
nosso irmão Alceu Pedroso.

Da esquerda para a direita, Zanoni Santos, Admar Garcia, Moacyr Visinoni, Aloysio I. Werlang,
Melchiades Cardoso de Almeida, Acilar José Silva de Azevedo, Walter L. Riechel e Elias Gilson Garcia

224
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Acima, Waldir Disaró e Belmiro Michelin, eternos Mestres de Banquete


Abaixo, Michelin, Gerson, Pedroso, Eusebio, Doraci, Marcos, Roberto e Joécio

225
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

GERSOM MAYER
Gestão 1994 a 1996

Diretoria eleita para os anos 1994 – 1995

V. Mestre: Gersom Mayer


1º Vigilante: João Carlos Chybior
2º Vigilante: Doraci Albino Lazzeri
Orador: Fernando Antonio Allessi
Secretário: Amilton Küster
Tesoureiro: Lucio Mickosz
Hospitaleiro: Alceu Pedroso
1º Experto: Roberto Pastore
2º Experto: Ildeu Leandro de Souza
1º Diácono: Antonio Marcos de Oliveira

226
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

2º Diácono: Alfredo Smalarz


M. Cerimônias: Gerson T. dos Santos
Chanceler: Belmiro Michelin
P. Bandeira: Leonesto Emilio Eitelwein
P. Estandarte: Aloysio Ignácio Werlang
M. Harmonia: Ricardo Sarlo Keppen
Arquiteto: Walter Louis Riechel
Cobridor: Gildardo Tomich
M. Banquetes: Norberto Weber

Diretoria eleita para os anos 1995 – 1996

V. Mestre: Gersom Mayer


1º Vigilante: Amilton Küster
2º Vigilante: Lucio Mickosz
Orador: Ricardo Sarlo Keppen
Secretário: Alfredo Smalarz
Tesoureiro: Gilson T. dos Santos
Hospitaleiro: Doraci Albino Lazzeri
1º Experto: Antonio M. de Oliveira
2º Experto: Belmiro Michelin
1º Diácono: Roberto Pastore
2º Diácono: Marcos Roberto Werlang
M. Cerimônias: Gerson T. dos Santos
Chanceler: Osni Ramos Monteiro
P. Bandeira: Fernando A. Allessi
P. Estandarte: Alceu Pedroso
M. Harmonia: João Carlos Chybior
Arquiteto: Walter Louis Riechel
Cobridor: Washington A. da Silva
M. Banquetes: Waldir Disaró
P. Espadas: Leonesto E. Eitelwein

227
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

1994/1995/1996

De 6/94, a 6/96, a Loja Cardoso Júnior foi comandada pelo


Venerável Mestre Irmão Gersom Mayer, e a sua chapa foi eleita
por unanimidade.
Foram duas gestões de um ano, que formaram um dos pe-
ríodos mais produtivos da história da Loja.
A Loja teve atuação intensa em várias frentes, todas meticu-
losamente planejadas.
Merecem destaque as seguintes ações:
A realização do 1º Conclave Cardosiano.
O 1º Conclave, realizado em 27/08/94 abordou quatro temas:
• Criação de mecanismos que estimulem a Fraternidade
feminina;
• Eleições Profanas do Estado do Paraná e Brasil; candi-
datos e suas plataformas de governo; Irmãos candidatos;
participação de Irmãos Cardosianos;
• Critérios de ação para Fundação de novas Lojas;
• Relacionamento com as demais Obediências.
Compareceram 30 irmãos do quadro, que discutiram am-
plamente os temas propostos.
O 2º Conclave realizado em 11/11/95, teve dois temas pro-
postos que foram:
• “De onde viemos” (baseado em elementos históricos pes-
quisados e documentos formatado um sumário da história
da Loja desde a sua fundação em 01/12/1898 até 1986, data
da sagração do templo).
• “Onde estamos” (com base em elementos históricos e em
especial pelo testemunho de Irmãos que integram o quadro
de obreiros a partir de 1986, elaborar para os anais da Loja, a
sua história recente e listar os pontos fortes e fracos, visando
fornecer subsídios para elaboração futura de um plano estra-

228
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Da esquerda para a direita, Nermi Alves Maciel, Ronaldo Hegler, Gersom Mayer,
Hélio Lucchesi Ribas, Jorge Roberto Silveira e Luiz Mario Sierakowski

tégico de desenvolvimento e crescimento da Loja Cardoso


Jr.)
Compareceram 31 irmãos do quadro, todos com intensa
participação.
As conclusões dos dois conclaves foram condensadas em
documentos remetidos ao GRANDE ORIENTE DO BRASIL,
GRANDE ORIENTE DO ESTADO DO PARANA PR e a Lojas
coirmãs e certamente, como tem acontecido na Loja, tem gerado
subsídios para várias iniciativas maçônicas dos destinatários.

Sessões Conjuntas:
No período 1994 a 1996, a Loja Cardoso Júnior realizou seis
reuniões conjuntas utilizando-as para estreitar contatos com a
maçonaria paranaense.
Eventos beneficentes:
Em 1995 a Fraternidade Feminina, realizou duas festas be-

229
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Durante o Conclave, da esquerda para direita, Lucio Mickosz, Gilson Teixeira dos Santos, João
Carlos Chybior, Victor H.S. Costa, Leonesto E. Eitelwein, Washington Alves da Silva, Elias
Gilson Garcia e Fernando A. Allessi (de Costas)

Capa do 1º Conclave Cardosiano realizado em 1994

230
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

neficentes, aplicando o resultado em ajuda a creches e a Escola


Primavera; e participou ativamente da festa comemorativa do
30º aniversário do Pequeno Cotolengo.
Além dos eventos a Fraternidade Feminina realizou as se-
guintes ações:
Doação de 250 Kg de alimentos à Creche Tia Dina.
Doação de 200 metros de tecido para à campanha do lençol
a Sta. Casa de Misericórdia de Curitiba (Agosto/94).
Distribuição de 110 sacolas com guloseimas e brinquedos às
creches Tia Dina e Dona Maria, nos natais de 94 e 95
Campanha para arrecadar roupas e utensílios doados aos
desabrigados de enchente de Janeiro/95 em Curitiba
Distribuição de chocolates às creches Tia Dina e Dona Maria
Confecção, compra e distribuição de cobertores, blusas e
gorros de lã para a creche Dona Maria em Junho de 1996
Distribuição de material escolar, doado pela empresa Labra,
à Creche Tia Dina.
Apadrinhamento de 5 (cinco) crianças portadoras da síndro-
me de Down da Escola Primavera de 01 a 12/96
Crescimento Patrimonial,
Aquisição de lote de terreno contíguo à Loja, área de 270 m2,
no valor de R$ 35.000,00 (Trinta e Cinco Mil Reais), pagos em 5
parcelas, vincendas de 15/04 à 15/08/96
Eram feitas visitas ao jazigo da Loja no Cemitério de Santa
Candida para reverenciar os irmãos que foram ao oriente eterno
e aproveitava-se para fazer limpeza e manutenção do mesmo.
Numa destas visitas os irmãos da Loja, com traje maçônico fi-
zeram uma cadeia de união junto ao jazigo.
O relacionamento com Lojas coirmãs, foi intensa nesses
dois anos. A Loja recebeu visitantes de 43 Lojas e seus obreiros
visitaram 34 Lojas.
Enfim, foram dois anos de ação maçônica intensa, crescimen-
to patrimonial e harmonia entre o quadro de obreiros.

231
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Em 06 outubro de 1994 a Loja Cardoso Jr. juntamente com


a Loja Cruzeiro do Sul, fundaram a ARLS Luz da Perfeição no
oriente de Campina Grande do Sul.
A primeira sessão foi feita dentro de uma chácara, ao ar livre,
num estabulo precário, no alto de um morro e debaixo de uma
arvore frondosa.
Para isolar o espaço, usou-se lona preta, e dentro desta im-
provisação, usaram pedaços de madeira e outros materiais que
serviram de ferramentas de trabalho.
Era uma noite muito fria, de céu estrelado. Foi uma sessão
maravilhosa, repleta de energia e até hoje na memória dos que
lá estiveram presentes.
Somente a título de informação, naquele período pré fun-
dação da nova Loja, vários nomes foram cogitados, entre eles o
nome de “Caminho de Luz”.
Lamente-se no período, a passagem para o Oriente Eterno,
em fevereiro de 1995, de dois dos mais valorosos e queridos
irmãos do quadro:
• No dia 02/02/1995 - Irmão Moacyr da Fonseca Lopes.
• No dia 09/02/1995 - Irmão Aloysio Ignácio Werlang.
Nesta época, o Templo da Cardoso Junior era de uso
exclusivo aos Irmãos do quadro, e quando terminava a sessão,
era normal que os Irmãos deixassem pendurados nas cadeiras
as Joias do cargo.
Na última sessão em que o Irmão Aloysio Ignácio Werlang
esteve presente, no dia 30 de janeiro de 1995, ocupando o cargo
de Porta Estandarte, pela primeira vez em toda a sua jornada
maçônica, esqueceu seu “avental” em cima da cadeira em que
estava.
Na sessão seguinte, o Venerável Mestre Gersom Mayer co-
locou em cima da cadeira do P. Estandarte uma romã que sim-
bolizava a sua presença. Foi um momento muito emocionante
para todos os Irmãos, em especial para o seu filho Marcos.

232
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Trinta e três dias após o falecimento do Irmão Aloysio foi


feita uma pompa fúnebre com a presença de Irmãos do quadro
e de familiares.
Nesta época, a árvore de romã estava repleta de frutos.
O Venerável Mestre Gersom Mayer presidiu a sessão e no
final da pompa fúnebre, entregou à viúva Nora Werlang, 3 romãs
como recordação.
Estas romãs foram guardadas em sua casa e por incrível que
pareça, 20 anos depois as romãs, apesar de ressecadas ainda
estavam na fruteira.
Na gestão do Venerável Mestre Gersom Mayer, em 18-03-
1995 tivemos as iniciações dos irmãos Helio Lucchesi Ribas
e Ronaldo Hegler; e em 02-09-1995, dos irmãos Luiz Mario
Sierakowski e Jorge Roberto Silveira; 1 (uma) filiação e foram
concedidos 5 (cinco) “quite-placet”.
Em todo o final de gestão o Venerável Mestre apresentava
um Relatório da Gestão dando conta das atividades laborais,
administrativas, financeiras, patrimoniais e assistências através
da Fraternidade feminina.
A questão financeira sempre mediante o crivo da Comissão
de finanças que analisavam toda a movimentação e da sua au-
tenticidade.

233
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Irmãos do quadro em 04.12.1995

Quadro de Obreiros no 97º aniversário da Cardoso Júnior

234
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Fraternidade Feminina uniformizada: Aglair Mickosz, Wiamar Grazziotin Silva,


Bei Basso, Regina Pedroso, Lucy Teixeira, Nora Werlang e Hortencia Garcia

235
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Sesssão com Capítulo Demolay em 05.05.1996, dia das Mães

236
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

BELMIRO MICHELIN
Gestão 1996 – 1997

Diretoria eleita para os anos 1996 - 1997

V. Mestre: Belmiro Michelin


1º Vigilante: Antonio Marcos de Oliveira
2º Vigilante: Osni Ramos Monteiro
Orador: Amilton Küster
Secretário: Joécio Gonçalves de Freitas
Tesoureiro: Marcos Roberto Werlang
Hospitaleiro: Gilson Teixeira dos Santos
1º Experto: João Carlos Chybior
2º Experto: Roberto Pastore
1º Diácono: Waldir Disaró

237
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

2º Diácono: Roberto Barcelos Costa


M. Cerimônias: Ricardo Sarlo Keppen
Chanceler: João Luiz Persicotti
P. Estandarte: Fernando Antonio Allessi
P. Espadas: Leonesto Emilio Eitelwein
M. Banquetes: Gerson Teixeira dos Santos
Cobridor: Alceu Pedroso
P. Bandeira: Eusebio Labadie Filho

1996/1997

De 6/96 a 6/97, ocorreu o veneralato do Irmão Belmiro


Michelin que formou a Chapa União e Progresso. A Loja conta-
va no período com 43 irmãos. Em sua gestão, ocorreram duas
iniciações e foram concedidos três “quite-placet”.

OBJETIVOS DA GESTÃO:
• Fraternidade Cardosiana
• Programar o tempo de estudo com antecedência
• Promover reuniões da Diretoria mensalmente – última
5ª feira do mês
• Promover o congraçamento entre os irmãos
• Incentivar os irmãos a visitarem outras Lojas
• Pagamento das últimas parcelas do terreno recém adqui-
rido
• Reposição de outros fundos utilizados para aquisição do
terreno
• Demolição da casa e limpeza do terreno
• Designar comissão para estudos alternativos
• Construção do muro e grade em frente do terreno ao lado
• Demolir a calçada em frente da Loja e construir nova em
toda a extensão

238
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

• Compra de aparelho de som para a Loja com microfone


• Colocação de corrimão nas escadarias da secretaria

Há tempos, visando a necessidade de ampliação da Loja


Cardoso Junior, havia o interesse na aquisição do terreno ao lado.
Por alguns motivos, a ideia inicial era (olhando de frente)
adquirir o terreno ao lado direito da Loja. Os familiares eram
favoráveis à venda do imóvel, mas a matriarca tinha uma ima-
gem negativa da nossa “igreja” e impediu que as negociações
prosperassem.
Neste meio tempo, o Irmão Marcos Roberto Werlang que era
amigo de faculdade do Sr. Nilson da Silva, onde ele e sua mãe
residiam e eram os proprietários do terreno ao lado esquerdo
da Loja, iniciaram as negociações.
A região estava valorizando muito e não podíamos perder
tempo, haviam outros interessados e o terreno para a Cardoso
Jr. era vital. O pedido inicial pelo terreno foi de R$ 15.000,00.
Houve muitas discussões a respeito na Loja, e toda vez em que
o negócio parecia chegar a um desfecho os proprietários do
terreno aumentavam o valor.
A negociação ficou estressante, mas não havia alternativa,
então o Irmão Walter Louis Riechel teceu algumas considerações
dizendo que apesar da proposta estar fora do valor de mercado,
tínhamos que ir adiante e assim foi feito.
Fechamos então a negociação em R$ 35.000,00 (trinta e cinco
mil reais) com uma entrada e o saldo em quatro parcelas.
A ideia inicial sobre a utilização do terreno era que nele fosse
construído um centro comunitário para atendimento à comuni-
dade e aos carentes. O Irmão Elias Gilson Garcia, médico, iria
fazer atendimentos/consultas médicas gratuitas no local.
Na Loja haviam advogados, empresários, dentistas, comer-
ciantes e autônomos. Cada um, dentro da sua especialidade iria
prestar algum tipo de ajuda comunitária, além das cunhadas

239
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

que usariam o espaço para a filantropia e beneficência aos mais


necessitados.
Em maio de 1997 o Irmão Antônio Buiar foi agraciado com
o Título de Emérito. No período a Loja realizou três sessões
conjuntas com Lojas coirmãs.
29 Lojas foram visitadas pôr irmãos do quadro, e 36 irmãos
de outras lojas visitaram a Cardoso Júnior.
A gestão do irmão Belmiro Michelin, na área sócio patrimo-
nial teve como preocupações fundamentais:
• Liquidação da dívida assumida com a aquisição do terre-
no contíguo à Loja, e sua utilização para uma futura construção,
inclusive demolição da casa de madeira existente no imóvel.
• Início da preparação das festividades do “Centenário da
Loja”, em dezembro de 1998.

Eusebio Labadie Filho, Marcos Roberto Werlang, Nilson da Silva,


Leonesto E. Eitelwein, Gersom Mayer e Doraci A. Lazzeri

240
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Zoraida Labadie, Teresinha de Oliveira, Regina Pedroso, Wiamar da Silva, Simone


Keppen, Matilde Allessi, Lurdinha Persicotti e Aglair Mickosz

A Fraternidade Feminina continuou ativa, tendo realizado


as seguintes ações de Beneficência:
• Doação de roupas para as crianças do Hospital Angelina
Caron no município de Campina Grande do Sul.
• Doação de roupas, calçados e alimentos aos velhinhos do
Asilo Vila Esperança.
• Doação de alimentos, brinquedos, material escolar e cal-
çados para menores da Casa do Piá.
Os recursos foram obtidos com realização de bingos presti-
giados pelos irmãos, cunhadas e convidados.
O período terminou com a Loja tendo absorvido totalmente
as dívidas decorrentes da aquisição do terreno, e com signifi-
cativo saldo em caixa, permitindo à nova diretoria, programar
com folgas, as despesas iniciais de preparação do centenário
e projetar a ocupação do terreno com construção adaptada às
necessidades dos obreiros, cunhadas e beneficiários da Loja.
Iniciou-se o processo de limpeza do terreno e demolição da casa.
Irmão Jorge Roberto Silveira, juntamente com o Eng. João
Germano Weiss, elaboraram o projeto do anexo.
Depois de tudo aprovado junto aos órgãos competentes,
deu-se início às obras do anexo ao lado da Loja.
O Irmão Jorge Roberto Silveira foi o grande e valoroso ir-
mão arquiteto que com a sua maestria, foi o responsável pela
condução da construção do anexo. Cuidou de todos os detalhes
administrativos, legais e construtivos da obra para que nenhum

241
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Acima, terreno limpo e pronto para o início das obras do anexo.


Abaixo, estrutura do anexo já montada

242
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

detalhe fosse esquecido. Tudo com muito esmero, cuidado e


dedicação.
A cunhada Ottilia Irene Tomich, no dia em que foi plantada
uma muda de “acácia” em frente ao anexo da Cardoso Júnior,
declamou um lindo poema sobre a “acácia”.
O Irmão Gersom Mayer foi o grande arquiteto da organi-
zação do evento do centenário da Loja. Graças a sua liderança,
vocação administrativa e organizacional, montou uma equipe
de Irmãos que trabalharam arduamente para que nada fosse
esquecido e que todos os detalhes contemplassem a festa que a
Cardoso Junior merecia.
Neste período, aconteceu em Brasília-DF, um Congresso
Nacional Maçônico denominado de 1º COMPASSO PARA O
FUTURO. Dois representantes da Cardoso Junior estiveram pre-
sentes, os Irmãos Victor Horácio de Souza Costa e Washington
Alves da Silva.
Este Congresso foi constituído de três fóruns com funções
específicas:
• 1º Encontro Nacional de Maçons Regulares dos Graus
Simbólicos
• 1º Simpósio de Mestres Instalados
• 1ª. Convenção de Garantes de Amizades do Brasil
Nos quais os irmãos Cardosianos tiveram participação ativa
nos debates.

243
Certificado de presença no Congressso do
Irmão Victor Horácio de Souza, em 1997
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

ANTONIO MARCOS DE OLIVEIRA


Gestão 1997 – 1998

Diretoria eleita para os anos 1997-1998

V. Mestre: Antonio Marcos de Oliveira


1º Vigilante: Roberto Barcelos Costa
2º Vigilante: Marcos Roberto Werlang
Orador: Osni Ramos Monteiro
Secretário: Ronaldo Hegler
Chanceler: Joécio Gonçalves de Freitas
Tesoureiro: Jorge Roberto Silveira
M. Cerimônias: Amilton Küster
1º Diácono: Doraci Albino Lazzeri
2ºDiacono: João Luiz Persicotti
1º Experto: Roberto Pastore

244
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

2º Experto: Luiz Mario Sierakowski


M. Harmonia: Gerson Teixeira dos Santos
Hospitaleiro: Ildeu Leandro de Souza
Arquiteto: Walter Louis Riechel
Cobridor: Gildardo Tomich
P. Bandeira: Nermi Alves Maciel
P. Estandarte: João Carlos Chybior
M. Banquetes: Norberto Weber

1997/1998

Às vésperas das comemorações de centenário, a Loja buscou


na longa experiência maçônica do Irmão Antonio Marcos de
Oliveira, a segurança de uma gestão fraterna e tranquila.
O objetivo foi atingido. O ano maçônico transcorreu sem
obstáculos, mantendo-se um ambiente propício para o aperfeiço-
amento moral e espiritual, dos obreiros, como tem se verificado
nas duas últimas décadas de existência da Loja.
Na parte material, foi iniciada a construção de um salão, no
lote contíguo à Loja adquirido em 1995. O novo espaço, após
concluído, seria destinado a atividades sócio beneficentes sob o
comando dos obreiros e das cunhadas.
Quando do início das obras do anexo vários irmãos da Car-
doso Junior e irmãos visitantes abriram, com uma pá, um buraco
em frente de onde seria o salão e lá puseram uma cápsula do
tempo. Dentro dela do tempo foi colocada uma cópia do discurso
ora proferido. Tal objeto, que se por ventura em algum momento
futuro for encontrado, permitirá aos descobridores saberem seu
propósito e porque ali foi depositada.
Feito o discurso e lacrada a cápsula do tempo, os Mestres
Instalados da Cardoso Jr. utilizando-se de uma pá, cobriram com
terra o buraco para lacrá-lo até a posteridade.
A seguir o discurso realizado pelo Irmão Alceu Pedroso:

245
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

LANÇAMENTO DA PEDRA FUNDAMENTAL DA AMPLIA-


ÇÃO DO TEMPLO

Perdoem-me os presentes por não seguir a ordem do discurso,


mas eu não poderia ignorar, esta hora tão incomum para todos nós. É
muito importante registrarmos que foram colados no grau 33, ápice
da pirâmide do R. E. A. A., no dia 29 de novembro último no Rio de
Janeiro, os seguintes irmãos:
• Doraci Albino Lazzeri
• Fernando Antônio Allessi
• Gersom Mayer
• Ildeu Leandro de Souza
• João Carlos Chibior
• Norberto Weber
Também de direito, mas, não de fato porque receberão o diploma
aqui em Curitiba, somente nos próximos meses, os irmãos:
• Leonesto Eitelwein
• Giovanni Costantino,
que somados aos irmãos:
• Walter Louis Riechel
• Washington Alves da Silva
• Moacyr Visinoni
• Melchiades Cardoso de Almeida
• Lúcio Mickocz
• Gildardo Tomich
• Eusébio Labadie Filho
• Alceu Pedroso
• Antônio Buiar
• Elias Gilson Garcia
• Luiz Carlos Betenheuser
• Nermi Alves Maciel
• Victor Horácio de Souza Costa,
totalizam 21 os Grandes Inspetores Gerais na ativa, no Quadro

246
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

de Obreiros da Loja Maçônica Cardoso Júnior.


Sem contar com o Ir.: Osnil da Silva Medeiros, iniciado na nossa
loja e que por mudança de residência está atuando na Loja Estrela do
Mar em Matinhos, que foi ao Rio de Janeiro para receber o grau 33.
No dia 9 de março de 1.985, no veneralato do Irmão Walter Louis
Riechel e na palavra do Ir.: Admar Garcia, orador de ofício da Loja
Cardoso Júnior, tivemos o lançamento da pedra fundamental da cons-
trução do Templo próprio.
Realização de um sonho de muitos e muitos anos, conseguido com
o esforço de 23 irmãos, dentre eles: Admar Garcia, Wilson Teixeira dos
Santos, Moacir da Fonseca Lopes, Etelvino Basso e o incansável Ir.:
Aloysio Ignácio Werlang, o mais perfeito mestre de obras, que acom-
panhou “pari passu” a construção. Destes só nos resta a lembrança,
por já terem partido para o Oriente Eterno. Felizes os que tiveram a
oportunidade ímpar de desfrutar do gostoso convívio deles.
Os tempos se passaram e a cada nova diretoria, novas coisas foram
sendo adicionadas ao imóvel, até chegar ao ponto em que estamos. Mas
ainda não havíamos nos dado por satisfeitos.
Com o aumento do quadro de Obreiros e a vontade de realizar algo
mais à sociedade, mais especificamente, ao nosso semelhante carente,
foi que, com o auxílio do Grande Arquiteto do Universo, no dia 14
de março de 1.996, foi assinado no Cartório do Boqueirão, o recibo de
compra e sinal de negócio deste imóvel, que na época chamávamos de
lote vizinho. Aspiração antiga, mas que por falta de interesse do pro-
prietário, e posteriormente, detalhes de negócio é que não havíamos
fechado a transação há mais tempo.
E sob o comando do Ir.: Gersom Mayer, valendo-se do seu tino
administrativo e provando a sua liderança, num toque de mestre, muito
bem elaborado, realizou-se a transação.
Para isso, foi necessário que se raspasse todos os recursos finan-
ceiros existentes em nossa tesouraria e ainda mais, fomos agraciados
com uma colaboração expontânea das nossas cunhadas, que zeraram,
também, o cofre da Fraternidade Feminina Cardosiana. Gesto que não

247
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

esqueceremos jamais e somos eternamente gratos.


E agora, neste exato momento, como parte do programa do Cen-
tenário da Loja Maçônica Cardoso Júnior, estamos lançando a Pedra
Fundamental desta expansão que terá como objetivo principal, a insta-
lação de um ambulatório médico, para atender a população mais carente
do bairro, além da área destinada a oficina de trabalho das cunhadas,
bem como, salão para realização de bazar, com a finalidade de angariar
fundos para beneficência.
Finalizando, quero aproveitar a oportunidade para parabenizar a
atual diretoria, que tem a incumbência de dar início às comemorações
do Centenário, o Ir.: Gersom Mayer, que na sua gestão foi realizada a
aquisição do imóvel, e que coincidentemente hoje é o coordenador geral
das comissões pró-centenário, e aos demais irmãos, que tão bem sou-
beram entender os propósitos e prestaram o seu apoio, principalmente
financeiro, para que tudo isso pudesse ser realizado.
Que o Supremo Arquiteto do Universo os recompense!

Curitiba, 01 de dezembro de 1.997

Alceu Pedroso
Mestre Maçom

248
Ano do Centenário
1998

AMILTON KÜSTER
Gestão 1998 - 1999
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Sessão Duque de Caxias, realizada em agosto de 1998

Diretoria eleita para os anos 1998-1999

V. Mestre: Amilton Küster


1º Vigilante: Doraci Albino Lazzeri
2º Vigilante: Gerson Teixeira dos Santos
Orador: Marcos Roberto Werlang
Secretário: Luiz Mario Sierakowski
Tesoureiro: Jorge Roberto Silveira
Chanceler: Leonesto Emilio Eitelwein

Durante o ano de centenário várias atividades em Loja e


extra Loja foram feitas. Pessoas ilustres e antigos Irmãos fizeram
palestras contando um pouco da história da Cardoso Jr.
Entre os palestrantes tivemos os Irmãos: Roberto Barcelos
Costa, Nassib Abage, Francisco Alceu Coelho Martins, Walfrido
Leal, João Darcy Ruggeri, Tulio Vargas, Paulo Roberto Pereira
de Souza e Alzeli Bassetti.
250
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Notícias e informações sobre o centenário foram veiculadas


em vários jornais do estado como a Gazeta do Povo, Industria e
Comércio, Folha de Londrina, informativos do Grande Oriente
do Brasil, colunas do Dino Almeida (Gazeta do Povo) e o Tempo
de Construir.
Recebemos várias homenagens de Lojas coirmãs.
Em 17 de outubro tivemos uma sessão com a adoção Lowtons
dos jovens: Leonardo Werlang (padrinho Gersom Mayer), Raul
Werlang (padrinho Eusebio Labadie Filho), Rafael de Andrade
Toledo, Diego Ribas Pedroso, Fernando Henrique Zeferino da
Silva e Gabriel Antonio Allessi.
Por decisão dos membros da ARLS Cardoso Junior, foi criada
a medalha do centenário.
Para a cunhagem da medalha do centenário, foi utilizado o
mesmo “cunho/matriz/molde” da medalha do cinquentenário.
Segundo informações do irmão Camilo Turmina, quem cunhou
as medalhas foi o Sr. Paulo que já está no oriente eterno.
O irmão Luiz Mario Sierakowski idealizou e elaborou um
251
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Adoção de Lowton: Fernando, Gabriel, Raul, Diego, Leonardo e Rafael

histórico da medalha que ficou conhecido como o Livro Azul.


O Livro Azul contém um histórico da medalha do centená-
rio, a sumula do projeto de Lei que institui a medalha, histórico
da Loja Cardoso Júnior, os homenageados e seus respectivos
curriculum vitae, atas e fotos.
Por intermédio do Irmão Jorge Bernardi, fomos homena-
geados pela Câmara Municipal de Curitiba em 22 de setembro
de 1998, numa sessão solene muito bonita com a presença dos
Irmãos da Cardoso Júnior, cunhadas, amigos e personalidades
ilustres. A sessão foi presidida pelo Vereador João Claudio
Derosso.
Nas próximas páginas seguem documentos, objetos e fotos
que trazem várias recordações do ano do centenário.

252
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Cunho/matriz/molde de metal Acácia amarela - no prédio anexo


usado na medalha dos 100 anos

253
Capa livro da medalha do Centenário - 1998
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Homenageados com a medalha do Centenário - Dezembro de 1998

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Acima, Flâmula do
Centenário e abaixo,
convite para a sessão
solene na Câmara
Municipal de Curiti-
ba em comemoração
aos 100 anos

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

ALEP - Assembleia Legisslativa do Paraná em 01.12.1998 - Gildardo Tomich, Nermi


Alves Maciel, Jorge Roberto Silveira, Roberto Barcelos Costa, Elias Gilson Garcia,
Ildeu Leandro de Souza, Marcos Roberto Werlang, Gersom Mayer, Fernando Antônio
Allessi, Amilton Küster, Alceu Pedroso, João Darcy Ruggeri, Waldir Disaró, Victor
Horácio de Souza Costa, (não identificamos no nome desta pessoa), Walfrido Leal,
Lygia Leal, Walter Louis Riechel, Moacyr Visinoni e Hamilton Leal

Convite para solenidade do Centenário na ALEP, em 1998

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

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Matéria no Jornal Gazeta do Povo destaca 100 anos da Cardoso Júnior
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

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Luiz Carlos Betenheuser e Gersom Mayer - 1998

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Templo da ARLS Cardoso Júnior, nº 661 situada na rua Paraíba, 2491, Curitiba-PR

Uma grande marca histórica da Loja Cardoso Júnior enfim


foi atingida. Certamente seus fundadores sonharam e desejaram
longa vida quando fundaram esta instituição. Chegar aos cem
anos com uma Loja forte, coesa, atuante, fraterna e integrada
com o movimento maçônico estadual e brasileiro consagra todos
membros desta augusta oficina.
Nossa gratidão maior ao Grande Arquiteto do Universo, que
permitiu e iluminou esta longa trajetória.
Nosso reconhecimento aos idealistas que em situações re-
conhecidamente difíceis, continuaram a construir degrau por
degrau essa maravilhosa história aqui registrada.
Mas o trabalho não termina aqui, muito se tem a construir.
Queira o Grande Arquiteto do Universo que outras gerações
de maçons cardosianos possam continuar essa narrativa, e que
as pesquisas lhes causem emoções agradáveis e incentivadoras
da causa maçônica, como os cardosianos dos cem anos, tiveram
o prazer de sentir.

270
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

  Lista de obreiros do Centenário

Amilton Küster Hélio Lucchesi Ribas


Doraci Albino Lazzeri Ildeu Leandro de Souza
Gerson Teixeira dos Santos Joécio Gonçalves de Freitas
Marcos Roberto Werlang João Darcy Ruggeri
Luiz Mário Sierakowski Juarez Alfredo Toledo
Jorge Roberto Silveira João Luiz Persicotti
Leonesto Emílio Eitelwein João Carlos Chybior
Alceu Pedroso Luiz Carlos Betenheuser
Alípio Santos Leal Neto Lúcio Mickosz
Antônio Buiar Melchiades Cardoso de Almeida
Antonio Marcos de Oliveira Moacyr Visinoni
Belmiro Michelin Nermi Alves Maciel
Cezar Carriel Benetti Norberto Weber
Dorival de Freitas Filho Osni Ramos Monteiro
Elias Gilson Garcia Roberto Barcelos Costa
Eusebio Labadie Filho Roberto Pastore
Fernando Antonio Allessi Ronaldo Hegler
Gersom Mayer Victor Horácio de Souza Costa
Gildardo Tomich Waldir Disaró
Gilson Teixeira dos Santos Walter Louis Riechel
Giovanni Costantino Washington Alves da Silva

  Homenagem da Câmara Municipal


de Curitiba ao Centenário da Loja

A Câmara Municipal de Curitiba, legítima representante insti-


tucional da população da cidade, associa-se ao sentimento de alegria e
realização que domina a maçonaria paranaense e brasileira, ao momento
que a Augusta e Respeitável Loja Maçônica Cardoso Júnior, completa
100 anos de existência.
Sua história Centenária está registrada neste livro, e seu conteúdo
271
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Prédio da Câmara Municipal de Vereadores de Curitiba - PR

passa a ser mais uma fonte de referências, para os cidadãos interessados


em conhecer, preservar e difundir a memória da cidade.
Registre-se em especial, a biografia do seu Patrono, Francisco José
Cardoso Júnior. Cardoso Júnior, primeiro governador republicano do
Paraná, assumiu a governadoria interina do Estado do Paraná em
17 de novembro de 1889, nas dependências da Câmara Municipal de
Curitiba, em solenidade cívica prestigiada pela população, fato que liga
diretamente a memória desta Casa, à memória da Loja Cardoso Júnior.
A cidade espera, que o exemplo de amor e atenção a sua história,
a nossa história, demonstrada pelos maçons da Loja Cardoso Júnior,
sirva de exemplo a todas instituições existentes no município.
Só registrando e divulgando os feitos e realizações de cada grupa-
mento social, é que formaremos ao longo do tempo um sistema sociocul-
tural infenso aos fatores desagregadores que caracterizam a sociedade
desigual que hoje administramos.
Parabéns Maçons Cardosianos. Parabéns Curitiba.
Dezembro/1998

Ver. João Claudio Derosso


Presidente

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Acima, Fernando A. Allessi, Francisco Murilo Pinto e Gersom Mayer


Abaixo, Banda Militar do Paraná

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Acima vista do templo na sessão magna do Centenário


Abaixo Marcos Roberto Werlang fazendo a leitura do Balaústre do Centenário

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Acima, SOB. GR. M. Francisco Murilo Pinto e Washington Alves da Silva


Abaixo, Fernando Allessi e João Darcy Ruggeri

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Acima, Em.’. Ir.’. João Darcy Ruggeri, Procurador Geral do GOB, entrega ao Ven.’. Mestre da
ARLS Cardoso Júnior, Ir.’. Amilton Küster, a Comenda e Diploma “Cruz da Perfeição Maçô-
nica”, a mais alta condecoração da Maçonaria brasileira, outorgada pelo GOB á Loja Cardoso
Júnior por ocasião da passagem do seu Centenário. Abaixo Ven.’. Mestre da ARLS Fé e Traba-
lho, Or.’. de Rio Negro - PR entrega ao Ven.’. Mestre da ARLS Cardoso Júnior a Comenda do
Centenário daquela Loja co-irmã, ocorrido há poucos dias

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Acima, Grão Mestre em exercício do GOB-PR, Em.’. Ir.’. Paulo Maia de Oliveira
entrega a Comenda do Centenário da Loja Cardoso Júnior ao Em.’. Ir.’. Cliceu Luiz
Bassetti Grão Mestre licenciado do GOB-PR. Abaixo, Cliceu Luiz Bassetti entrega a
mesma Comenda ao Soberano Ir.’. Francisco Murilo Pinto, Grão Mestre do GOB

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Acima, Irmão Gersom Mayer, presidente da Comissão do Centenário da Loja


Cardoso Júnior, entrega a medalha do Centenário ao Irmão Moacyr Visinoni GR.’.
Secr.’. da Educação e Cultura do GOB. Abaixo, Irmão Doraci Albino Lazzeri
entrega a medalha do Centenário da Loja ao Irmão Lúcio Mickosz

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Acima, Irmão Belmiro Michelin entrega a medalha do Centenário da Loja Cardoso


Júnior ao Irmão Alceu Pedroso. Abaixo, Poderoso Irmão Fernando Antônio Allessi
entrega a medalha do Centenáriio ao EM.’. Ir.’. João Darcy Ruggeri

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Acima, Irmão Eusebio Labadie entrega a medalha do Centenário da Loja Cardoso


Júnior ao Irmão Elias Gilson Garcia. Abaixo, Irmão Antonio Marcos de Oliveira
entrega a medalha do Centenário ao Irmão Luiz Carlos Betenheuser

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Acima, IR.’. Darcy Soares - Gr.’. Secr.’. Adj.’. da Guarda dos Selos do GOB-PR,
Pod.’. Ir.’. Julio Werner Hackradt - Fr.’. Secr.’. Chefe do Gabinete do GOB-PR,
Em.’. Ir.’. Paulo Maia de Oliveira, Grão -Mestre do GOB-PR, Sob.’. Ir.’. Francis-
co Murilo Pinto, Grão-Mestre Geral do GOB, Po.’. Ir.’. Moaçyr Visinoni, Gr.’.
Secr.’. de Educação e Cultura Adjunto do GOB. Abaixo, Grão-Mestre Geral do
GOB, Soberano Ir.’. Francisco Murilo Pinto entrega a Comenda do Centenário da
Loja Carodos Junior ao POD.’. Ir.’. Whashington Alves da Silva

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Acima, saída do Pavilhão Nacional do templo


Abaixo, Amilton Küster e Francisco Murilo Pinto inagurando a placa do Centenário

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Acima, bolo do Centenário no dia 01.12.1998. No mesmo dia, abaixo, Jantar Dançante no
Restaurante Madalosso. Da esquerda para a direita, Antonio Marcos, Juarez A.Toledo,
Giovanni Costantino, Norberto Weber, Doraci A. Lazzeri, Elias G. Garcia, Michelin,
Gerson T. Santos, Leonesto, Jorge Silveira, Nermi, Amilton, Disaró, Joécio, Marcos, Pas-
tore, Gilson T.Santos, Washington, Eusebio, Persicotti, Ildeu, Pedroso, Roberto Barcelos,
Ronaldo Hegler, Jaime A. Paula e os jovens Diego e Fabricio

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Encerradas as atividades do Centenário da Cardoso Júnior,


as atividades maçônicas voltaram ao seu normal.
A fraternidade feminina sempre muito atuante, promovia
bingos, fazia artesanatos, bordados, crochês, arrecadava roupas
e calçados e ajudava algumas instituições como Creches e Asi-
los, entre elas temos o Lar Moisés, Tia Dina, Dona Maria, Escola
Primavera, Morada do Sol entre outras.
Na primeira sessão do ano, no dia 25 de janeiro, o Orador
Marcos Roberto Werlang, no encerramento da sessão, lembra
aos Irmãos de que passadas as solenidades do centenário da
Cardoso Júnior, que os irmãos deveriam se preocupar com as
recentes medidas governamentais que iriam afetar à todos.
Lembrou também de que com muito trabalho, empenho e
fé, transporíamos os obstáculos e que tudo faríamos para conti-
nuar a levantar Templos à virtude e cavar masmorras ao vício.
Se continuássemos fortes e de cabeça erguida, seguindo nossa
labuta, desse modo a nossa motivação não esmoreceria.
Entre fevereiro e abril, foi realizado o III Conclave Cardosia-
no com a presença maciça dos Irmãos do quadro.
No final de abril, na cidade de Gramado – RS., aconteceu o
5º Encontro de Maçons do Mercosul.
Entre março e maio, ocorreu o ERAC patrocinado pela ARLS
Apóstolo da Caridade.
Por determinação do Poder Central do Grande Oriente do
Brasil, exigiu-se que as Lojas cobrissem o piso dos seus templos
em mosaico preto e branco.
Na nossa Loja o piso mosaico tinha no seu centro o “quadro”
da Loja e as bordas com a orla dentada.
O Irmão Walter Riechel o nosso eterno Mestre Arquiteto,
quando numa determinada segunda feira, dia de sessão, chegou
na Loja e viu que o piso da mesma havia sido modificado sem
ter sido comunicado ou consultado, ficou inconformado.
Mais tarde, por motivos de saúde de sua esposa Herta, que

296
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Piso mosaico original da ARLS Cardoso Jr. 661

não podia ficar em casa sozinha e não tinha mais condições de


participar da fraternidade feminina, achou por bem, pedir o seu
Quite-Placet.
Em maio de 1999 ocorreu o III Conclave Cardosiano com os
seguintes temas:
a) Beneficência
b) Quadro de Obreiros e integração social
c) Ação política e comunitária
d) Institucional e Ritualística
e) Patrimônio

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

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1º Período da Loja
Pós Centenário
1999 a 2018

JOÃO LUIZ PERSICOTTI


Gestão 1999 - 2000
Chapa Novo Centenário
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Diretoria eleita para os anos 1999 - 2000

V. Mestre: João Luiz Persicotti


1º Vigilante: Marcos Roberto Werlang
2º Vigilante: Jorge Roberto Silveira
Orador: Ildeu Leandro de Souza
Secretário: Helio Lucchesi Ribas
Tesoureiro: Juarez Alfredo Toledo
Chanceler: Cezar Carriel Benetti

1999/2000

Instalação e posse em 14/06/1999.


Foram os instaladores os irmãos: Alceu Pedroso, Fernando
Antonio Allessi e Washington Alves da Silva.
Presentes o Grão-Mestre Cliceu Luiz Bassetti, o Grande
Secretário de Educação e Cultura Moysés Bellini, o Secretário
Adjunto Moacyr Visinoni, o Grande Secretário da Guarda dos
Selos Dalmo Wilson Lousada, o Grande Secretário de Ritualística
Grevy Oliveira, os Veneráveis Mestres Marco Antonio Monteiro
da Silva da ARLS José Bueno Mendes, o Irmão Mathias Gomes
Ferreira Neto da ARLS União em 33, o Irmão Vitor Julio Heibel
da ARLS Concórdia, além de Irmãos de várias Lojas, inclusive
membros da ARLS Luz Invisível e da ARLS Fraternidade Para-
naense, filiadas às Grandes Lojas.
No período 1999/2000, a Fraternidade feminina foi presidida
por Lourdes Terezinha (Lurdinha) Guancino Persicotti.
Durante o ano foram realizadas Sessões Magnas e especiais,
dentre elas se destacaram:
• Sessão Magna em homenagem ao Dia dos Pais;
• Sessão Magna para adoção de Lowtons;
• Sessão aberta com Palestra de Maria de Lourdes Monte-
negro Holzman com o tema “A vida em parceria entre homem

300
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

e mulher”;
• Sessão de Pompa fúnebre do Irmão Washington Alves
da Silva;

Nessa gestão, no dia 30 de agosto, foi proposto que a entrega


da Medalha Comemorativa ao Centenário de Fundação da ARLS
Cardoso Júnior número 13 fosse entregue ao Ir. Gersom Mayer
pelos relevantes serviços prestados à Ordem e principalmente
à ARLS Cardoso Jr.
Em 20/09/1999 por sugestão do Ir. Victor Horácio de Souza
Costa, foi votado e definido o nome do salão anexo como “Aloy-
sio Ignácio Werlang” em homenagem ao valoroso Irmão que se
destacou na construção do templo da Loja Cardoso Júnior na
década de 80.
Em novembro daquele ano, por meio dos Irmãos Roberto
Barcelos Costa, Victor Horácio de Souza Costa e a Associação
Comercial do Paraná, visando a integração da maçonaria com a
comunidade, profissionais liberais e empresários da Vila Guaíra,

Sessão Magna para adoção de Lowtons em 17.10.1999

301
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

promoveram um encontro no Salão Aloysio Ignácio Werlang


no qual foram discutidos assuntos de interesse comum da co-
munidade.
Foi realizado o 1º Jantar Ritualístico da Loja Cardoso Júnior.
A Poderosa Assembleia Estadual Legislativa (PAEL), em
sessão realizada no Oriente de Ponta Grossa, aprovou por unani-
midade o nome de Washington Alves da Silva para o Auditório
principal da sede do GOB-PR em Curitiba.
Neste ano faleceu o Sr. João Batista de Oliveira Figueiredo,
último presidente do regime militar do Brasil.
Por problemas econômicos nacionais e internacionais, a
nossa moeda o “Real” sofre desvalorização.

2000

Durante o ano foram realizadas Sessões Magnas e especiais,


dentre elas se destacaram:
• Sessão Magna em homenagem ao Dia das Mães;
• Sessão de Pompa fúnebre do Irmão Melchiades Cardoso
de Almeida; Sessão de comemoração dos 30 anos de casamento
do Irmão Eusebio Labadie Filho/Zoraida com parte do cerimo-
nial de Bodas de Prata (25 anos);
• Sessão de Exaltação Matrimonial do Irmão Fernando
Antonio Allessi e Matilde Allessi;

Nesse ano foi realizada a colocação da placa da Loja Cardo-


so Júnior no Canyon do Guartelá, Oriente de Castro. Estavam
presentes os irmãos João Luiz Persicotti, Fernando Antonio Al-
lessi, Marcos Roberto Werlang, Eusebio Labadie Filho, Roberto
Barcelos Costa, Helio Lucchesi Ribas, Lucio Mickosz e Belmiro
Michelin. Contou também com a presença do Irmão Izidro
Constantino Guedes, proprietário da área e mantenedor do
Templo de Salomão, além de vários irmãos membros das Lojas

302
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

do Oriente de Castro/PR
Destaca-se também a inauguração do Quadro Cardoso Jr.
com a presença do Grão-Mestre.
Por iniciativa dos irmãos Victor Horacio de Souza Costa,
Roberto Barcelos Costa, Helio Lucchesi Ribas, Elias Gilson Garcia
e Antonio Marcos de Oliveira, criou-se um programa denomi-
nado de UNIVERSALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO, onde,
por meio de cursos profissionalizantes envolvendo Recursos
Humanos, práticas de escritório, Direito, Português e Matemática
ajudaram a comunidade a adquirir conhecimentos e abrir novos
campos de trabalho. Este trabalho foi desenvolvido no bairro
Cidade Jardim no Oriente de São José dos Pinhais-PR,
Em conjunto com o Lions foi criado o Conselho Comunitá-
rio com o intuito de ajudar as comunidades, tendo o apoio do
Restaurante Terraço.
Houve também um trabalho de aproximação com outras
obediências, principalmente com as Grandes Lojas (CMSB),
nominado de Aproximaçom.
As Lojas centenárias, Loja Fraternidade Paranaense, filiada
à CMSB (em 1996), a Loja Cardoso Júnior, filiada ao GOB-PR
(em 1998) e a ARLS Luz Invisível, filiada à CMSB (em 2000) se
aproximaram no sentido de buscar uma maior fraternidade en-
tre os irmãos já que essas Lojas tinham uma história em comum
desenvolvendo atividades em conjunto.
A Fraternidade Feminina ajudava voluntariamente fazendo
filantropia, atendendo o asilo São Vicente de Paula, asilo Vila
Esperança, a creche Lar Moysés com doação de brinquedos, gu-
loseimas e atividades recreativas nos dias festivos como Páscoa,
Dia das Crianças e Natal. O asilo próximo à Loja com doações
de roupas, sapatos de lã, echarpes e pijamas confeccionados
pela Fraternidade Feminina, além de cobertores e lanches nas
festas de Páscoa e Natal. Bingos com brindes oferecidos pelas
famílias Cardosianas e arrecadados na comunidade com o fim

303
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

de atender as atividades filantrópicas. Participação em palestras


em sessões abertas ao público. Programa de palestras para as
cunhadas, convidando pessoas de grande conhecimento em te-
mas sugeridos e de interesse das cunhadas. Comemoração dos
aniversários como forma de entrosamento e de maior amizade
entre as cunhadas os irmãos.
Nesta década pós centenário, surgiram novas tecnologias,
em que os antigos sistemas de gravação através de fitas K-7,
VHS e outros foram substituídos por CD (compact disc), DVD
e Pen Drives.
Infelizmente, em função destas novas tecnologias e pela
velocidade com que tudo aconteceu, vários arquivos antigos
como os anteriormente citados acabaram se perdendo, ou se
“desmagnetizaram”, ou não mais se encontraram computadores
com “drives” de leitura como o ZIP 100 por exemplo.
Tudo, repentinamente ficou obsoleto.
A Internet e “sites” de busca como o Yahoo e o Google se
popularizaram. Com estas tecnologias as notícias, e as informa-
ções começaram a circular a “mil por hora”.
Empresas líderes de mercado do ramo fotográfico que utili-
zavam filmes como a Kodak, sucumbiram, o mesmo aconteceu
com fabricantes de filmadoras e máquinas fotográficas.
A passagem do ano de 1999/2000 foi marcado pelo “Bug do
Milênio” que causou muita confusão e dúvidas nos mercados,
porém ao final teve um impacto muito menor que o esperado
nos diversos sistemas cibernéticos mundiais.
Atualmente (2018) tudo é armazenado em cartões de me-
mória que podem chegar a 256 GB ou mais. Isto sem contar a
“nuvem ou cloud” onde é possível armazenar tudo virtualmente,
desde fotos, documentos e vídeos.
No ano de 2000 o Brasil comemorou 500 anos de sua desco-
berta, o tenista catarinense Gustavo (Guga) Kuerten é o tenista
número 1 do mundo, o Papa João Paulo II pede perdão aos erros

304
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

da Igreja, entre eles a “inquisição” e as “cruzadas”.


Neste ano também, em função de um acidente aéreo, quando
ao decolar um Concorde caiu matando 113 pessoas, foi tirado
de circulação.

Enlace matrimonial de Eusebio Labadie Filho e Zoraida.


Ven. Mestre João Luiz Persicotti

305
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Marcos Roberto Werlang e João Luiz Persicotti


Templo De Salomão – Canyon Do Guartelá – Castro-PR

306
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

307
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

MARCOS ROBERTO WERLANG


Chapa: União Cardosiana
Gestão: 2000 - 2001

Diretoria eleita para os anos 2000 - 2001

V. Mestre: Marcos Roberto Werlang


1º Vigilante: Roberto Pastore
2º Vigilante: Doraci Albino Lazzari
Orador: Giovanni Costantino
Secretário: Roberto Barcelos Costa
Tesoureiro: Lucio Mickosz
Chanceler: Luiz Mario Sierakowski

308
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

2000/2001

Instalação e posse em 26/06/2000.


Formaram a comissão instaladora: Eusebio Labadie Filho
(Venerável), Walter Louis Riechel e Fernando Antonio Allessi
(padrinho).
Veio do Oriente de Macaé-RJ o Irmão Nacle Ferraz e também
se fizeram presentes os Irmãos Volmir Selig e Aroldo Fatima
Camargo Venantte.
Esta gestão primou pela dinâmica administrativa na con-
dução dos trabalhos e o rigor no cumprimento do Ritual e dos
Regulamentos do Grande Oriente do Brasil, além de estabelecer
na Loja um calendário anual de atividades que até então não era
feito regularmente. Todos os pontos importantes e exigidos pelo
Regulamento foram agendados e cumpridos.
Nesta gestão, em todas as sessões havia a apresentação de
um trabalho e no final da sessão fazia-se uma cadeia de união
em prol dos necessitados.
Os telhamentos para aprendizes eram normais, assim como
a apresentação de trabalhos específicos.
Na Sala dos Passos Perdidos, antes e depois das sessões, os
irmãos jogavam bilhar/sinuca e dominó enquanto algum irmão
preparava o churrasco. Eram normais os torneios de bilhar e de
truco.
A fraternidade feminina era forte e atuante. Todas as segun-
das-feiras se reuniam na sala de reuniões fazendo artesanatos e
ações de beneficência para Asilos e Orfanatos.
Durante a gestão, em 18/08/2000 registramos o falecimento
da cunhada Lucy Teixeira dos Santos, esposa do Irmão Wilson
Teixeira dos Santos (in memoriam) e mãe dos Irmãos Gilson e
Gerson Teixeira dos Santos.
Em 21/10/2000, foi iniciado o profano José Carlos Carigna-
to Travagin, com a presença de seis irmãos visitantes. O jantar

309
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Fraternidade Feminina Cardosiana - 2000/2001

comemorativo, ocorreu nas dependências do Rotary Club no


bairro do Ahú.
Foram feitas algumas sessões conjuntas com outras Lojas,
entre elas com a Luz Invisível No. 33 das Grandes Lojas.
Entre os eventos sociais destacou-se a palestra do Sr. Ivo
Arzua, ex-prefeito de Curitiba e o almoço de final de ano na
Pousada/Restaurante Colina do Bugre de propriedade do ir-
mão do Fernando A. Allessi. As cunhadas Lurdinha (Lourdes
G. Persicotti) e Morena (Lindamir do R. P. Werlang) fizeram a
diferença na organização do evento.
Em janeiro de 2001 falece o Soberano Grão Mestre Francisco
Murilo Pinto.
Em março de 2001 foram iniciadas as tratativas para a con-
clusão do anexo por parte do Irmão Jorge Roberto Silveira e o
Eng. João Germano Weiss, além da sonorização a Loja.
Em abril de 2001 o Irmão Washington Alves da Silva foi
homenageado com o nome do Auditório do Grande Oriente do

310
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Brasil – Paraná.
Nesta gestão, o Hino à Maçonaria, o silencio iniciático e a
cadeia de união eram práticas rotineiras em todas as sessões.
Esta gestão culminou com a virada do século XX para o
século XXI.

DORACI ALBINO LAZZERI


Chapa Wilson Teixeira dos Santos
Gestão: 2001 – 2002

311
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Diretoria eleita para os anos 2001 – 2002

V. Mestre: Doraci Albino Lazzeri


1º Vigilante: Gerson Teixeira dos Santos
2º Vigilante: Helio Lucchesi Ribas
Orador: João Luiz Persicotti
Secretário: Luiz Mario Sierakowski
Tesoureiro: Roberto Pastore
Chanceler: Jorge Roberto Silveira

2001/2002

O fato histórico mundial mais importante neste ano, foi


o atentado no dia 11/09/2001 ao World Trade Center, também
conhecido como as Torres Gêmeas, na cidade de Nova Iorque
– EUA, quando dois aviões de passageiros chocaram-se contra
as torres que acabaram implodindo e milhares de pessoas fale-
ceram.
Atentado este imputado aos Talibãs do Afeganistão liderado
por Osama Bin Laden.
Na economia, no ano 2002, entrou em vigor na Europa uma
moeda única, denominada de EURO. Doze países aderiram, a
Grã Bretanha ficou de fora deste acordo. Os “marcos”, as “liras”,
os “pesos”, os “francos”, as “pesetas” e os “escudos” não existem
mais, e hoje são parte da história.
A Argentina decreta a moratória, a empresa aérea Transbrasil
pede a concordata e a plataforma de petróleo P36 da Petrobras
tem 3 explosões e a morte de 11 pessoas.

312
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

GERSON TEIXEIRA DOS SANTOS


Gestão: 2002 a 2004

Diretoria eleita para os anos 2002 – 2003

V. Mestre: Gerson Teixeira dos Santos


1º Vigilante: Luiz Mario Sierakowski
2º Vigilante: João Luiz Persicotti
Orador: Juarez Alfredo Toledo
Secretário: Rosaldo Jorge de Andrade
Tesoureiro: Roberto Pastore
Chanceler: Victor Horário de Souza Costa

313
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Diretoria eleita para os anos 2003 – 2004

V. Mestre: Gerson Teixeira dos Santos


1º Vigilante: Luiz Mario Sierakowski
2º Vigilante: Roberto Barcelos Costa
Orador: João Luiz Persicotti
Secretário: Rosaldo Jorge de Andrade
Tesoureiro: José Carlos C.Travagin
Chanceler: Roberto Pastore

2002/2003/2004

O Irmão Gerson Teixeira dos Santos ocupou a cadeira de


Salomão por duas gestões consecutivas. Dentre as decisões que
mais refletiram no âmbito interno da Loja foram a de encerrar
temporariamente as atividades da Fraternidade Feminina e a
de propor a locação o Templo de uso exclusivo da Cardoso Jr.
para outras Lojas.
Alguns irmãos deixaram de frequentar a Loja pois não po-
diam deixar as cunhadas sozinhas em casa.
Em relação à locação do Templo para terceiros, a ideia era
ajudar a administração financeira da Loja e não sobrecarregar
ainda mais as mensalidades, mas, de imediato surgiram duas
frentes, os pró locação, e os contra a locação.
Os pró locação visavam o lado financeiro, enquanto que os
contra, lembravam do grande sonho dos Cardosianos em ter o
seu próprio Templo, conforme foi discursado quando da sagra-
ção do mesmo em 21/04/1986.
Politicamente falando, em 2003, pela primeira vez na história
do Brasil, depois do governo FHC (Fernando Henrique Cardoso),
com 53 milhões de votos foi eleito presidente do País o Sr. Luiz
Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT).

314
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

O Brasil torna-se pentacampeão de futebol e falece o médium


Chico Xavier.
Em 2003, no âmbito internacional, alegando que o Iraque
estava fabricando e usando armas químicas, os EUA e alguns
países aliados invadiram o Iraque, prenderam o seu presidente,
o ditador Saddam Hussein.
Ato este que criou uma crise político-social que perdura até
os dias de hoje pois não encontraram as armas químicas e além
disto fomentaram a discórdia entre os xiitas e os sunitas.
Em 01/02/2003 ônibus espacial Columbia voltando para a
orbita terrestre explode, matando seus 7 astronautas, se apro-
ximava o encerramento do programa espacial da NASA de
Ônibus Espacial

LUIZ MARIO SIERAKOWSKI


CHAPA UNIÃO
Gestão 2004 - 2005

315
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Diretoria eleita para os anos 2004 – 2005

V. Mestre: Luiz Mario Sierakowski


1º Vigilante: Jaime Augusto de Paula
2º Vigilante: João Luiz Persicotti
Orador: Roberto Barcelos Costa
Secretario: Sergio Eduardo Gouvêa da Costa
Tesoureiro: Roberto Pastore
Chanceler: Ronaldo Rodrigues da Silva

2004/2005

Instalação e posse em 28/06/2004.


Teve como Comissão Instaladora os irmãos Antonio Mar-
cos de Oliveira, Giovanni Costantino, Lucio Mickosz e Marcos
Roberto Werlang.
A gestão do Irmão Luiz Mario Sierakowski primou pelo tra-
balho de trazer de volta à Loja irmãos que haviam se afastado.
Até então, a secretaria, os arquivos, os documentos, livros,
atas e outros que compõe a história da Cardoso Jr., vinham sendo
mantidos em armários com prateleiras e os livros devidamente
catalogados.
Havia também um cofre com documentos sigilosos, como
por exemplo o Livro da Construção do Templo, entre outros
documentos centenários.
Somente o Irmão Lucio Mickosz é que tinha a chave do cofre,
e o mesmo só era aberto com a sua presença.
No dia 26/12/2004 houve um Tsunami (9,4 escala Richter)
que atingiu a Indonésia e levou a óbito mais de 400.000 pessoas,
uma tragédia histórica.
No dia 10-03-2005 faleceu nosso irmão Giovanni Costantino.
No ano de 2005, as grandes empresas aéreas nacionais Varig,

316
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Vasp e Transbrasil, por falta de apoio governamental e não tendo


mais como competir com as empresas internacionais acabaram
sucumbindo.

JAIME AUGUSTO DE PAULA


Gestão: 2005 – 2006

Diretoria eleita para os anos 2005 – 2006

V. Mestre: Jaime Augusto de Paula


1º Vigilante: Sergio Eduardo Gouvêa da Costa
2º Vigilante: Roberto Pastore
Orador: João Luiz Persicotti
Secretário: Paulo Augusto Angelo *

317
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Tesoureiro: Edson Antonio Fonferko *


Chanceler: Ewerson Steigleder

2005/2006

* Tres meses após a posse, por motivos profanos os irmãos


Paulo Augusto Angelo e Edson Antonio Fonferko solicitaram
o “quite-placet” (desligamento), e foram substituídos pelos
irmãos Roberto Barcelos Costa e Gerson Teixeira dos Santos
respectivamente.
Nesta gestão, o Templo da Cardoso Jr., deixou de ser de uso
exclusivo dos Cardosianos e passou a ser alugado para outras
Lojas.
Um fato histórico que marcou o Brasil foi que em 2006, o
presidente da Bolívia, Evo Morales, resolveu nacionalizar/
estatizar todas as empresas multinacionais e com isto, ocupou
e tomou uma Refinaria da Petrobras na Bolívia. Apesar disto, a
diplomacia brasileira, dirigida pelo Partido dos Trabalhadores
(PT), alinhado com a ideologia política de esquerda do governo
boliviano nada fez para reaver o patrimônio da empresa brasi-
leira.
Faleceu o Papa João Paulo II.
Explodiu o escândalo do mensalão envolvendo o PT (Partido
dos Trabalhadores), onde o deputado Roberto Jefferson delatou
um grande esquema de corrupção denominado de “mensalão”
e que tinha como chefe o Ministro da Casa Civil, José Dirceu.

318
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

SERGIO EDUARDO GOUVÊA DA COSTA


CHAPA: NOVAE SED ANTIQUAE
Gestão: 2006 – 2008

Diretoria eleita para os anos 2006 – 2007

V.Mestre: Sergio E. Gouvêa da Costa


1º Vigilante: João Luiz Persicotti
2º Vigilante: Victor Horácio de Souza Costa
Orador: Gerson Teixeira dos Santos
Secretário: Ewerson Steigleder
Tesoureiro: Luis Fernando Mróz
Chanceler: Luiz Mario Sierakowski

319
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Diretoria eleita para os anos 2007 – 2008

V.Mestre: Sergio E.Gouvea da Costa


1º Vigilante: João Luiz Persicotti
2º Vigilante: Victor Horácio.de Souza Costa
Orador: Gerson Teixeira dos Santos
Secretário: Ewerson Steigleder
Tesoureiro: Roberto Santiago Godefroid
Chanceler: Luiz Mario Sierkowski

2006/2007/2008

Nessa gestão iniciou-se a tradição de elaborar uma safra


de vinho do respectivo ano, cujo nome seria em homenagem
a algum Irmão que fez parte o quadro de obreiros da Loja. Os
nomes eram selecionados mediante votação em Loja.
O presidente Luis Inácio Lula da Silva se reelege para mais
um mandato como presidente do Brasil.
O Brasil perde a Copa do Mundo de futebol de 2006 na
Alemanha e o astronauta brasileiro Marcos Pontes é o primeiro
astronauta brasileiro a ir ao espaço.
Saddam Hussein é julgado, condenado e enforcado.
Em 2007 um avião da TAM, no aeroporto de Congonhas-
-SP, não conseguiu concluir a aterrissagem com sucesso, saiu da
pista e colidiu com o prédio da TAM do outro lado da Avenida
Washington Luís, matando 199 pessoas entre tripulantes, pas-
sageiros e funcionários que trabalhavam no prédio.
A cidade do Rio de Janeiro sediou os Jogos Pan-america-
nos de 2007.
Faleceu o tenor Luciano Pavarotti.
Em 2008, pela primeira vez na história dos EUA, um negro
assume a presidência daquele país. Barack Obama foi eleito pelo
partido democrata.

320
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

ROBERTO BARCELOS COSTA


CHAPA: WASHINGTON ALVES DA SILVA
Gestão: 2008 - 2010

Diretoria eleita para os anos 2008 – 2009

V. Mestre: Roberto Barcelos Costa


1º Vigilante: Ewerson Steigleder
2º Vigilante: Jerson José Darif Palhano
Secretário: Jaime Augusto de Paula
Orador: Sergio E. Gouvêa da Costa
Tesoureiro: Roderlei Ribas
Chanceler: João Luiz Persicotti

321
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Diretoria eleita para os anos 2009 – 2010

V. Mestre: Roberto Barcelos Costa


1º Vigilante: Antonio Marcos de Oliveira
2º Vigilante: Edson Pinheiro de Lima
Secretário: Jaime Augusto de Paula
Orador: Luiz Fernando Mróz
Tesoureiro: Marcos Roberto Werlang
Chanceler: Gerson Teixeira dos Santos

2008-2009-2010

Instalação e posse em 30/06/2008.


No primeiro veneralato (2008-2009), foi realizada uma Sessão
Especial para a entrega da comenda “Cruz da Perfeição Maçô-
nica”, concedida pelo Grande Oriente do Brasil, ao venerável
Irmão Alceu Pedroso.
A meritória honraria que distinguiu o venerável irmão teve
por pressupostos sua laboriosa e dedicada vida maçônica, bem
como sua ilibada conduta de cidadão, exemplar e pragmática.
O homenageado foi recepcionado ritualisticamente, conforme o
regulamento, juntamente com o venerável irmão Lúcio Mickosz,
também portador da comenda “Cruz da Perfeição Maçônica”,
recebida em ocasião anterior, por sua brilhante trajetória de vida,
a exemplo do irmão Pedroso.
Foram realizadas Sessões Magnas do “Dia das Mães” e “Dia
dos Pais” em ambos os períodos. Ressalta-se a Sessão Magna
Festiva em comemoração dos 111 anos da Loja, que contou com
as ilustres presenças dos eminentes Grão Mestre do GOB-PR,
Irmão Dalmo de Souza Louzada e do Grão Mestre de Honra
e Membro Honorário Cardosiano Irmão João Darcy Ruggeri,
ocasião em que o Grão-Mestrado paranaense ofertou à Loja uma

322
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

placa alusiva ao acontecimento.


Uma das ações da gestão buscou resgatar a Fraternidade
Feminina. Houve, de certa forma, sucesso nesse intento em que
se verificou intensa participação da Fraternidade, tanto em ações
filantrópicas quanto em momentos de congraçamento, onde o
ponto alto festivo foi a realização, pelas cunhadas, da “Festa de
Fim de Ano” em 2009, com um jantar nas dependências anexas
do Templo, em que houve efusiva comemoração e confraterni-
zação da “Família Cardosiana”.
Por ocasião dos Jogos Olímpicos de 2008 em Pequim, o
nadador brasileiro Cezar Cielo ganhou uma medalha de ouro.
Faleceu o cantor norte americano Michael Jackson.
Fazendo o trajeto Rio-Paris um avião da Air France caiu no
mar próximo à Fernando de Noronha, onde 228 pessoas fale-
ceram.
No Brasil, em novembro de 2009, um blecaute atingiu 18
estados, provocado por uma tempestade de raios em uma das
subestações que suportam algumas linhas de transmissão da
hidrelétrica de Itaipu, provocando um desligamento em casca-
ta de diversas parte dos sistema interligado de transmissão e
geração do Brasil.
Ao final do segundo mandato, após análise do modelo ide-
al a ser implantado, realizada pela comissão composta pelos
Irmãos Alípio Leal Santos Neto, Edson Pinheiro de Lima e An-
tonio Marcos de Oliveira, foi lançada como semente, o Núcleo
Maçônico de Estudos, na tentativa de cumprir a deliberação
estabelecida nos anais do III Conclave Cardosiano do ano de
1999. Teve como objetivo o aprimoramento cultural dos Irmãos
e incentivo aos novos mestres à continuidade dos estudos na
maçonaria, vencidas as etapas dos trabalhos obrigatórios para a
colação dos graus de companheiro e mestre, bem como reacender
nos mestres mais antigos, o desejo de elaborar novos trabalhos,
expondo suas experiências e saindo da acomodação. Nas duas

323
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

edições possíveis do Núcleo de Estudos tivemos a participação


de 4 mestres novos: Paulo Stoberl, Carlos Alberto Parucker e Sil-
va, Sérgio Ricardo Schneider e Alberto Silveira, além dos Irmãos
mais antigos, Roberto Barcelos Costa e Edson Pinheiro de Lima.
Registra-se no período o passamento ao Oriente Eterno dos
Irmãos Gildardo Tomich (em 2008) e Antônio Buiar (em 2010).
Um fato interessante, é de que nesta gestão, assumiu a função
de Mestre de Harmonia o Irmão Luiz Mario Sierakowski, e nela
permaneceu ininterruptamente até junho de 2018.
Da mesma forma, o Irmão Luiz Carlos Betenheuser, ocupou
o cargo de Juiz Federal junto ao GOB-PR de junho de 1990 à
junho de 2014.
Registra-se também a filiação dos Irmãos Heron Pereira
e Renato Luiz Urbancic, a regularização do Irmão Marcos R.
Werlang, a recepção do Irmão Ivo Clóvis Cunha como Membro
Honorário e a refiliação do Irmão Cezar Carriel Benetti.
Durante esse gestão foi a apresentado pelo Venerável Mestre
o projeto de lei popular da “Ficha Limpa” que foi prontamente
acolhido pela Loja conquistando a assinatura dos Irmãos para
que o projeto fosse adiante no Congresso Nacional. Tal lei foi
aprovada e sancionada nos anos seguintes. O presidente Lula
que sancionou a lei, seria anos mais tarde impedido de participar
de uma eleição majoritária por conta da mesma lei.
Houve intenso apoio da Loja à Ordem Demolay, com a cessão
do Templo para suas atividades. Registrou-se a participação de
vários Irmãos em suas sessões festivas e de iniciação.
Foi um período profícuo concernente à formação de Apren-
dizes, Companheiros e Mestres.
Foram registradas dificuldades no final do segundo man-
dato, que lamentáveis, deveu-se ao deslumbre humano, onde a
imposição de candidatura pela sucessão da Loja causou cisão,
tumulto ao ambiente.
Diante desse quadro, o Venerável convocou o “Conselho

324
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

de Mestres Instalados” para analisar a situação. Dessa reunião


surge uma candidatura que poderia serenar a Loja.
Entretanto, o candidato de maioria consensual renunciou ao
pleito, certamente, para evitar o embate de chapas, que há várias
décadas, sabiamente, tem sido evitado na vida Cardosiana.

EWERSON STEIGLEDER
Gestão 2010 - 2012

Diretoria eleita para os anos 2010 – 2011

V. Mestre: Ewerson Steigleder


1º Vigilante: Luis Fernando Mróz
2º Vigilante: Roderlei Ribas
Orador: Gerson Teixeira dos Santos
Secretário: Alberto Silveira
325
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Tesoureiro: Jeferson Eliazar Fontanetto


Chanceler: Renato Luiz Urbancic

Diretoria eleita para os anos 2011 – 2012

V. Mestre: Ewerson Steigleder


1º Vigilante: Roderlei Ribas
2º Vigilante: Renato Luiz Urbancic
Orador: Antonio Marcos de Oliveira
Secretário: Alberto Silveira
Tesoureiro: Jeferson Eliazar Fontanetto
Chanceler: Roberto Santiago Godefroid

2010/2011/2012

A sessão de instalação e posse contou com a presença de 98


Irmãos, incluindo a presença dos três Grão Mestres das potências
reconhecidas GOB, GOP e GLP. Foi Mestre Instalador o Irmão
Antonio Marcos de Oliveira.
Foi importante o envolvimento da Fraternidade Feminina
nas ações sociais que reuniu as cunhadas em projetos tais como:
adoção de um orfanato onde foram recuperados os dormitórios
e fornecidos alimentos perecíveis; apoio a outra casa de crianças,
já um pouco mais velhas, na atenção a esses jovens; participação
na campanha de Natal dos Correios; campanha do agasalho;
doações esporádicas a necessitados e intuições que procuram
a Loja. Destacam-se também os eventos de confraternização
com a participação sempre constante das famílias: Jantares para
as mães, para os pais, Páscoa, Festa Junina, Natais com amigo
secreto, festas servidas a Arroz de Braga, “Costelaço” e outras
iguarias que os irmãos sempre inventavam.
Durante esse período ocorreu o fato infortúnio do nosso

326
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Templo ser arrombado e roubado, contabilizando a perda de


diversos objetos de metal, entre eles a maioria de nossas espa-
das. Novas armas simbólicas foram providenciadas entre elas
merece destaque a Espada Flamígera e seu respectivo suporte.
Foi colocado em funcionamento o Museu da Loja, e a nova
Galeria de Veneráveis Mestres, espaço criado na gestão do Irmão
Sérgio Eduardo Gouvêa da Costa. O Irmão Alberto Silveira, na
época Hospitaleiro, a pedido do Venerável Mestre desenvolveu
trabalho sobre o primeiro Irmão iniciado na Loja, o Irmão Antô-
nio Bozza, que empresta seu nome ao Museu da Loja, tal trabalho
culminou no histórico afixado à parede do Museu resgatando
uma bela passagem histórica da Loja.
Merece destaque também uma série de melhorias realizadas
nos salões anexos de nossa propriedade permitindo um ambiente
mais adequado para a realização dos ágapes semanais. Todo
trabalho foi coordenado pelo Irmão Geraldo Viana de Freitas.
Foram dois Jantares Ritualísticos em comemoração aos ani-
versários da Cardoso Jr., sempre com a participação do Grão
Mestre e ilustres Irmãos que abrilhantavam as noites, e com
o trabalho incansável de todos os Irmãos pelo bem da família
cardosiana.
Nesse período a Loja Cardoso Júnior foi agraciada com a
Medalha Duque de Caxias na presença de mais de mil irmãos
reunidos no Restaurante Madalosso.
Para o Vinho da Cardoso naquele período foi feito o Espu-
mante Cardoso Jr. 661, nas versões Brut e Demi-Sec, homena-
geando o Irmão Admar Garcia.
Foi um período em que a Loja esteve presente em todos os
eventos programados pelo GOB-PR, recebia visitas constantes,
realizava visitas a outras oficinas com frequência.
A Sra. Dilma Vana Rousseff, candidata do PT, com 56% dos
votos válidos foi eleita a primeira presidente do Brasil.
O Haiti sofreu um terrível terremoto, dizimando a ilha.

327
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Nesse evento, falece a Sra. Zilda Arns que lá estava prestando


serviços comunitários.
O irmão Cezar Carriel Benetti, membro da Cardoso Júnior e
militar do exército brasileiro foi deslocado ao Haiti para coman-
dar uma equipe e dar suporte aos necessitados além de ajudar
na recuperação do País.
Em 2011 aconteceu um Tsunami no Japão em que mais de
20.000 pessoas faleceram e também culminou com a tragédia da
Usina Nuclear de Fukushima.
Osama Bin-Laden, responsável pelo atentado do 11/09/2001
quando as Torres Gêmeas foram derrubadas, foi capturado e
morto pelas tropas especiais do exército americano.
Na Inglaterra tivemos o casamento do príncipe William com
a plebeia Catherine (Kate) Middleton.

RODERLEI RIBAS
Gestão: 2012 – 2013

328
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Diretoria eleita para os anos 2012 - 2013

V. Mestre: Roderlei Ribas


1°. Vigilante: Renato Luiz Urbancic
2°. Vigilante: Alberto Silveira
Orador: Marcos Roberto Werlang
Secretário: Carlos Eduardo Parucker e Silva
Tesoureiro: Geraldo Viana de Freitas
Chanceler: Gerson Teixeira dos Santos

2012/2013

Instalação e posse em 11/06/2012.


O eminente Irmão Dalmo Wilson Louzada, então Grão Mes-
tre do Grande Oriente Brasil-PR conduziu a Sessão de Instalação
e Posse.
Ações de filantropia, com ajuda a várias instituições, e da
valorosa e inestimável contribuição da Fraternidade Feminina,
manteve a praxe da Loja na promoção de festividades envolven-
do a família cardosiana em eventos como o Dia das Mães, Dias
dos Pais e almoço de encerramento do ano.
O Irmão Luiz Mario Sierakowski recebeu a comenda do
Mérito do Pelicano.
Várias sessões conjuntas foram realizadas com a Loja Uni-
versitária 18 de Março, Loja Irmãos e Amigos, Loja Cruzeiro do
Sul, Loja Alderico dos Reis Petra e Loja Luzes da Fraternidade.
Foi realizado o tradicional Jantar Ritualístico, comemorando
o aniversário de 114 anos da Loja Cardoso Junior.
O ambiente político no Brasil estava bastante tenso por con-
ta dos gastos com as obras da Copa do Mundo. Nos dias que
antecederam e durante a realização da Copa da Confederações,
na metade do ano de 2013, vários protestos populares sem a

329
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

participação de partidos políticos ocorreram, iniciados por uma


insatisfação da população com o reajuste das passagens do trans-
porte público em várias cidades e pelas atitudes políticas tanto
no Poder Executivo quanto no Congresso Nacional.
Alguns historiadores consideram que vários desses protestos
marcaram o início de uma série de acontecimentos históricos
que ocorreriam nos anos seguintes e que mudariam a história
do Brasil.

RENATO LUIZ URBANCIC


Gestão: 2013 – 2014

330
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Diretoria eleita para os anos 2013 - 2014

V. Mestre: Renato Luiz Urbancic


1º Vigilante: Alberto Silveira
2º Vigilante: Carlos Eduardo Parucker e Silva
Orador: Roberto Barcelos Costa
Secretário: Felipe Grando Sória
Tesoureiro: Geraldo Viana de Freitas
Chanceler: Edvaldo Santos Silva

2013/2014

Instalação e posse em 24/06/2013.


Esta gestão primou pela reestruturação das finanças, ino-
vando na forma de elaboração e apresentação do orçamento que
culminou na revisão e atualização das mensalidades e da taxa
de utilização do templo por outras Lojas.
Nessa gestão foi comemorado o aniversário de 115 anos da
Loja Cardoso Júnior com a realização de uma Sessão Magna no
dia 30/11/2013, tendo a presença do Grão Mestre do GOB-PR,
Irmão Dalmo Wilson Lousada.
Foram confeccionados pins comemorativos.
O Papa Bento XVI renunciou ao papado.
Assumiu o papado o argentino Jorge Mario Bergoglio com
o nome de Francisco.
Mesmo envolto em denúncias de fraudes, Vladmir Putin foi
eleito presidente da Rússia com 64% dos votos.
Faleceu Neil Armstrong, primeiro astronauta a pisar no solo
lunar no ano de 1969.
Barack Obama foi reeleito presidente dos EUA.
Faleceu o presidente da Venezuela Hugo Chavez, e assume
Nicolas Maduro.
Iniciaram-se os protestos populares no Brasil como o movi-

331
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

mento “Vem pra Rua”.


Faleceu Nelson Mandela, líder sul africano que militou
contra o racismo e o Apartheid e que ficou 27 anos preso por
motivos políticos.
Em 2014, o Brasil foi sede da Copa
do Mundo de futebol, debaixo de muita
euforia e expectativas, obras e refor-
mas em infraestrutura, denúncias de
corrupção, promessas de obras que até
hoje estão inacabadas e outras tantas
nem iniciadas.
Só como exemplo para que fique
nos registros da história, a então presi-
dente do Brasil a Sra. Dilma Rousseff
prometeu para a Copa do Mundo de
Pin comemorativo do aniversário
2014 a construção de um “trem bala”
de 115 anos da Cardoso Júnior que uniria Campinas-SP ao Rio de Ja-
neiro, obra que não chegou nem a ser
iniciada.
Quanto às obras e reformas de estádios, foram as obras
mais caras de todas as copas até então promovidas, todas elas
envolvidas em escândalos de corrupção e de desvios de verbas.
Foi técnico da Seleção brasileira o Sr. Luiz Felipe Scolari.
Apesar do nacionalismo e da torcida o time não convenceu e
acabamos sendo eliminados, em plena semifinal no estádio do
Mineirão pela Alemanha num fatídico 7 X 1.
O ano de 2014 também marcou o início da mais famosa e im-
portante operação de combate à corrupção no Brasil, deflagrada
numa força tarefa que envolveu o Ministério Público Federal, a
Polícia Federal e a Justiça Federal, batizada pelo nome de “Ope-
ração Lava Jato” e liderada por ilustres brasileiros como Juiz
Federal Sérgio Moro e o Procurador Federal, Deltan Dallagnol.
Os EUA anunciam a retomada das relações com Cuba.

332
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

O estado de São Paulo acusa a pior seca dos últimos 70 anos,


onde os reservatórios tinham somente 7,1% da sua capacidade
de água.

ALBERTO SILVEIRA
Gestão: 2014 - 2015

Diretoria eleita para os anos 2014 – 2015

V. Mestre: Alberto Silveira


1º Vigilante: Carlos Eduardo Parucker e Silva
2º Vigilante: Jeferson Eliazar Fontanetto
Orador: Roderlei Ribas
Secretário: Geraldo Viana de Freitas
Tesoureiro: Felipe Grando Sória
Chanceler: Sergio Ricardo Schneider
333
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

2014/2015

Instalação e posse em 07/07/2014.


Seguindo a tradição da Cardoso Junior, vários eventos
comemorativos foram feitos e a Fraternidade Feminina muito
atuante fazendo donativos ao Lar Adelaide em moeda corrente
além de leite, fraldas, roupas, calçados, cobertores, materiais de
limpeza e higiene, contamos com a ajuda dos De Molays nessas
ações beneficentes.
Registrou-se o lançamento do vinho da Cardoso Jr. referente
aos 116 anos, onde o homenageado foi o primeiro iniciado da
Loja, o Irmão Antônio Bozza. No banquete ritualístico desse ano
foi servida pela primeira vez o cordeiro ao molho de amoras,
receita elaborada pelo Ir. Arnaldo Giacomitti Junior e que se
tornaria uma tradição servi-la em todos banquetes ritualísticos
em comemoração do aniversário da Loja dali em diante.

Receita do Cordeiro ao Molho de Amoras (para quatro pessoas)

Molho:

80g de pimenta biquinho em conserva


250g de amora
2 pimentas dedo de moça
100g de açúcar mascavo
1 colher de chá de sal
1 colher de chá de pimenta do reino

Pique a pimenta biquinho e as pimentas dedo de moça (retirando


as sementes). Coloque na panela as pimentas e as amoras em fogo
brando, quando começar a virar geleia coloque o açúcar mascavo o sal
e a pimenta do reino. Deixe cozinhar até reduzir o molho.

334
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Carré francês

800g de carré francês (16 ossos)


Pimenta do Reino
Sal
Aceto Balsâmico
Azeite de oliva

Cada porção do carré francês deve conter quatro ossos. Tempere


com uma colher de sopa de aceto balsâmico, sal e pimenta a gosto. Sele
a carne na frigideira utilizando o azeite de oliva. Após colocar no forno
a 200º C por 20 minutos.

Autor: Ir. Arnaldo Giacomitti Junior

Em maio de 2015 foi eleito para Grão Mestre o Irmão Luiz


Rodrigo Larson Carstens e o Irmão Renato Luiz Urbancic foi
eleito pela Loja como Deputado Estadual, cargo até então exer-
cido pelo Irmão Nermi Alves Maciel.
Fruto da operação Lava Jato vários empresários, políticos,
empreiteiros e até o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
foram condenados à prisão.
Os membros do Ministério Público Federal da força tarefa da
Operação Lava Jato laçam o projeto de lei popular “10 Medidas
Contra a Corrupção” que foi prontamente acolhido pelas Potên-
cias Maçônicas e recebeu seu apoio para coletar o número de
assinaturas suficientes para que o projeto pudesse ser apreciado
pelo Congresso Nacional.

335
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

JEFERSON ELIAZAR FONTANETTO


Gestão: 2015 - 2016

Diretoria eleita para os anos 2015 - 2016

V. Mestre: Jeferson Eliazar Fontanetto


1º Vigilante: Carlos Eduardo Parucker e Silva
2º Vigilante: Felipe Grando Sória
Orador: Antonio Marcos de Oliveira
Secretário: Ricardo Marcelo da Silva
Tesoureiro: Arnaldo Giacomitti Junior
Chanceler: Sergio Ricardo Schneider

336
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

2015/2016

Instalação e posse em 29/06/2015.


O Irmão Alberto Silveira foi nomeado Coordenador Regional
da 3ª. Região pelo Grão Metre do GOB-PR.
Em 2016, tivemos as Olimpíadas no Rio de Janeiro. A exem-
plo da Copa do Mundo de futebol, mais uma vez houve suspeitas
de desvios e superfaturamento, causando um rombo estrondoso
nas contas públicas. Ainda hoje (2018) muitas obras não foram
concluídas e algumas abandonadas.
Vários políticos acabaram sendo presos, inclusive o presiden-
te do Comitê Olímpico Brasileiro o Sr. Carlos Arthur Nuzman.
Mesmo alegando “golpe” a presidente Dilma Vana Rousseff
foi deposta por meio do dispositivo previsto na Constituição
Brasileira chamado Impeachment por crime de responsabili-
dade ao decretar nos anos de 2014 e 2015 abertura de créditos
suplementares sem autorização do Congresso Nacional, assumiu
então a presidência, o seu vice, o Sr. Michel Temer. A polarização
política entre esquerda e direta ficava cada vez mais evidentes,
acirrando os ânimos para as eleições municipais de 2016 e ma-
joritárias de 2018 que viriam a ocorrer.
Historicamente falando, 2015 foi considerado o ano mais
quente do Brasil.
Em Mariana/MG houve a maior tragédia ambiental do
Brasil, quando rompeu uma barragem de lama com rejeitos de
minério de uma subsidiária da empresa Vale, com vários mortos
e danos ambientais irreversíveis.
EUA e Cuba fizeram as pazes.

337
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

CARLOS EDUARDO PARUCKER E SILVA


Chapa: “Labor Improbus Omnia Vincit”
Gestão 2016 – 2018

Diretoria eleita para os anos 2016 - 2018

V. Mestre: Carlos Eduardo Parucker e Silva


1º Vigilante: Felipe Grando Sória
2º Vigilante: Geraldo Viana de Freitas
Orador: Roderlei Ribas
Secretário: Arnaldo Giacomitti Junior
Chanceler: Amilton Cezar Gaspar
Tesoureiro: Ricardo Marcelo da Silva

338
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Sessão Magna de Posse - Junho de 2016

2016/2017/2018

Instalação e posse em 27/06/2016.


Foram duas gestões de um ano, focadas no crescimento do
quadro de obreiros, desenvolvimento das atividades da Loja e
preparação para as festividades dos 120 anos.
Real missão: o aperfeiçoamento moral, intelectual e social
dos Irmãos e da humanidade.
Foram realizadas sessões abertas de Dias dos Pais, Dias das
Mães e Magnas de Dia da Independência.

339
Sessão Magna do Dia da Independência - 2017
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Sessão de Dia das Mães em 2018

340
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Palestra Irmão Plínio F. Ribeiro Eng

Palestras abertas com os temas: Bons Homens, Melhores


Sociedades e Felicidade – Despertando os Prazeres da Vida pelo
palestrante: Irmão Plínio Fernando Ribeiro Eng.
Para comemorar os 300 anos da Maçonaria simbólica foram
confeccionados pins comemorativos.
Nos aniversários da Loja foram realizados Jantares Ritua-
lísticos.
Na comemoração dos 118 anos da Loja, estiveram presentes o
Grão-Mestre Estadual Irmão Luiz
Rodrigo Larson Carstens e o Grão-
-Mestre Estadual Adjunto Irmão
Gerald Koppe Junior, este jantar
também marcou a estreia do ritu-
al oficial do GOB para banquetes
ritualísticos no Paraná.
Nos 119 anos da Loja foi rea-
lizado o jantar e o lançamento de
uma Cerveja de Romã exclusiva-
mente produzida para o evento.

Pin comemorativo dos 300 anos 341


de Maçonaria Simbólica
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Durante o banque-
te Ritualístico dos
119 anos da Loja foi
servido o tradicional
Cordeiro com molho
de amoras e cuzcuz,
receita do Ir. Arnaldo
Giacomitti Junior.
Também servido
bolo elaborado pela
Cunhada Débora
Tiepolo e Cerveja de
Romã em homenagem
ao patrono Cardoso
Júnior

342
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Foi eleito presidente dos EUA o republicano Donald Trump.


Foi votado o referendo do BREXIT onde o Reino Unido
desvinculou-se da União Europeia.
Aconteceram os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro de 2016.
Na Colômbia, caiu o avião que transportava a equipe de
futebol da Chapecoense causando a morte de 77 pessoas. Mila-
grosamente, alguns passageiros sobreviveram.

Cerimônia da Ordem do Mérito Pelicano em 19.08.2017. Foram agraciados


os Irmãos Luiz Mario Sierakoski, Alberto Silveira e Roderlei Ribas

343
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Palestra de viagem ao Alaska de moto do Irmão Marcos Werlang

344
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

11/06/2017 - falecimento do Irmão Walter Louis Riechel.


25/09/2017 - o Tempo de Estudos foi preenchido pelos
jovens da Ordem De Molay que apresentaram interessante en-
cenação do grau de cavaleiro daquela Ordem.
30/10/2017 - sessão aberta aonde o Irmão Marcos Roberto
Werlang fez a apresentação em áudio visual sobre a sua viagem
de moto ao Alasca, com a presença de 80 irmãos de diversas
oficinas.
06/11/2017 - sessão conjunta com a Loja Lauro Sodré - Rito
Brasileiro, no Templo deles, com explanação aos Cardosianos
sobre a história e as peculiaridades daquele rito.
26/02/2018 - o Irmão Marcos Roberto Werlang apresentou
em Loja um trabalho sobre sua peregrinação no Caminho de
Santiago de Compostela.
01/03/2018 - falecimento do Irmão Nermi Alves Maciel.
19/03/2018 - foi realizada Sessão de Pompas Fúnebres para
o irmão Nermi, com a presença de irmãos de diversas Lojas de
Curitiba e Litoral em especial da Loja D. Pedro II de Guaratuba
e da Loja Taberna da Pirâmide de Pontal do Paraná.
No âmbito político nacional, no dia 07 de abril de 2018 foi
preso o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, condenado a
mais de 12 anos de prisão pela sentença do caso do “tríplex” no
Guarujá-SP. Ainda correm na justiça processos sobre um sítio
em Atibaia-SP e do Instituto Lula.
09/04/2018 - A Cardoso Júnior promoveu uma Sessão Nos-
tálgica ou “Retrô” usando os rituais da década de 70. Estiveram
presentes 11 passados Veneráveis Mestres da Cardoso Júnior,
bem como diversos Veneráveis Mestres e Irmãos de outras Lojas
e o Grão Mestre de Honra do GOB-PR, o irmão João Darcy Rug-
geri. Com muito esmero e detalhamento, a redação do Balaústre
desta sessão, ficou a cargo do Irmão Roberto Barcelos Costa,
onde tivemos três pontos de destaque:
• Rememorar fragmentos de sua trajetória, que abarca três

345
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

séculos;
• Realçar e revigorar a fraternidade e, especialmente, o
convívio entre antigos e novos integrantes de seu quadro de
obreiros;
• Realçar lições positivas do passado para servir de apoio
à caminhada dos irmãos Aprendizes.
Por ser uma Sessão Nostálgica, a condução dos trabalhos
ficou a cargo dos seguintes irmãos: V. Mestre: Alceu Pedroso;
1º Vigilante: Antonio Marcos de Oliveira; 2º Vigilante: Carlos
Eduardo Parucker e Silva; Orador: Eusebio Labadie Filho e Se-
cretário: Roberto Barcelos Costa.

Participantes da Sessão Nostálgica

346
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Sessão Nostálgica e os Mestres Instalados em 2018. Da esquerda para a direita, Roderlei, Paru-
cker, Sierakowski, Roberto, Marcos, Gersom, Allessi, Pedroso, Eusebio, Jeferson e Antonio Marcos.

Diploma de Reconhecimento entregue


aos Irmãos durante a Sessão Nostálgica
347
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Sessão de regularização do Ir. Marcos Werlang e título de membro honorário ao Ir. Clory Alberto Sartori

04/06/2018 – O irmão Clory


Alberto Sartori V. Mestre da
Loja Irmãos e Amigos foi agra-
ciado com o título de Membro
Honorário da Cardoso Júnior.
No mesmo dia foi realizada a
regularização do irmão Marcos
Roberto Werlang.
Ainda necessário citar o
trabalho da Hospitalaria em
prol dos necessitados. Diversos
pedidos de ajuda foram atendi-
dos em especial os provenientes
do Projeto União Solidária que
Ir. Clory Alberto Sartori, Ir. Carlos Eduardo presta assistência a crianças com
Parucker e Ir. Marcos Werlang câncer e atende diretamente as
348
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

suas famílias.
O biênio 2016/2018 sem dúvida ficará gravado na mente dos
que participaram das intensas atividades promovidas, sendo a
Loja Cardoso Júnior admirada, respeitada e reconhecida como
uma das lojas baluartes da Maçonaria paranaense.
Para conduzir e organizar as comemorações do 120º aniver-
sário da Loja, durante o ano de 2018, foi constituída a Comissão
Temporária dos 120 anos presidida pelo Ir. Felipe Grando Sória.
No âmbito político nacional, várias delações premiadas fo-
ram aceitas e com isto escândalos entre empreiteiras, políticos,
empresários e a Petrobras começaram a se tornar públicas.

Participação dos Irmãos


Cardosianos no Erac. Nas
fotos, Carlos Rieping, Marco
A. Góes, Ralden Carvalho,
Carlos Parucker, Edgard
Tiepolo e Rodrigo Pirolo

349
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Acima, Sessão Eleitoral de diretoria 2018. Mestres Participantes: Jeferson Fontanetto, Amilton C.
Gaspar, Eusebio Labadie, Luiz M. Sierakowski, Carlos Parucker, Roderlei Ribas, Alberto Silveira,
Antonio Marcos de Oliveira, Arnaldo Giacomitti, Renato Urbancic, Carlos Rieping, Anderson Frei-
tas e Ricardo Marcelo Da Silva. Abaixo, Sessão Magna de Iniciação do Ir. Luiz Alexandre Carvalho

350
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Reunião Da Fraternidade Feminina Cardosiana. Da esquerda para a direita,


Cidinéia Lazzarotto, Ana Carolina Bertoldi, Rosa Maria Barcelos Costa, Débora
Tiepolo, Elizabete Faria, Juliane Meneguelli, Samantha Cordeiro, Ana Karina
Sória, Thyrsa Piacentini

351
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

FELIPE GRANDO SÓRIA


Chapa: 120 anos e mais
Gestão 2018 – 2019

Diretoria eleita para os anos 2018 - 2019

V. Mestre: Felipe Grando Sória


1º Vigilante: Geraldo Viana de Freitas
2º Vigilante: Ricardo Marcelo da Silva
Orador: Luiz Mario Sierakowski
Secretário: Roderlei Ribas
Tesoureiro: Amilton Cezar Gaspar
Chanceler: Anderson Freitas

352
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

2018/2019

A Instalação e Posse em 25/06/2018 contou com a partici-


pação, dentre os convidados, de 33 mestres instalados, Irmãos
de outras Potências e Orientes e da Fraternidade Feminina Car-
dosiana. O instalador foi o irmão Alberto Silveira.

Acima, participantes da Sessão de posse da diretoria 2018-2019. Abaixo,


Fraternidade Feminina Cardosiana também presente na Sessão de posse

353
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

A proposta dessa gestão foi conduzir no primeiro semestre


do mandato as atividades relacionadas ao 120º aniversário de
fundação da Loja, dentre elas se destacam:
• Banquete Ritualístico;
• Reforma e arrumação da Secretaria;
• Jantar Dançante Beneficente na data do aniversário;
• Edição deste livro dos 120 anos;
• Definição e produção do tradicional vinho comemorativo
de aniversário.
Dentro do possível, todos os irmãos ajudaram de uma forma
ou outra. Os irmãos mais antigos da Loja forneciam informações
e experiências ocorridas nas festividades do centenário. Inclusive
foi criado um logotipo comemorativo pelo irmão Arnaldo para
usarmos nos documentos e artigos das festividades dos 120 anos.

Logotipo comemorativo aos 120 anos da Cardoso Júnior

354
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Logo no início do mandado foi elaborado um planejamento


estratégico para identificar as principais necessidades e ações
necessárias junto aos Irmãos da Loja. Desse planejamento merece
destaque a revisão da missão da Loja, o foco em melhorias no
templo e o fomento à participação da Fraternidade Feminina
Cardosiana.
A Missão revisada pelos irmão passou a ser:
“Contribuir para a evolução filosófica e intelectual de seus
membros, por meio de estudos maçônicos e ações na sociedade.”

Documento de Planejamento Estratégico

355
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Participação na Poderosa Congregação Esta-


dual do GOB-PR – 2018

No mês de julho/2018 a loja


esteve presente em dois eventos im-
portantes do GOB-PR, a Poderosa
Congregação Estadual do GOB-PR
-2018, na qual a Loja foi homenagea-
da pelo número de iniciações no pe-
ríodo de 2017/2018 e o lançamento
do projeto de ampliação da sede do
GOB-PR em Curitiba. Ir. 1º Vigilante Geraldo Viana De Freitas

356
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Acima, perspectivas do projeto de ampliação da sede do GOB-PR em


Curitiba-PR. Abaixo, evento de lançamento da nova sede do GOB-PR
e no detalhe, Ir. Carlos Eduardo Parucker e Silva

357
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

No final de julho foi realizado o Banquete Ritualístico inau-


gurando as festividades dos 120 anos. O evento foi prestigiado
por autoridades maçônicas e diversos irmão de outras Lojas e
Potências reconhecidas. Mais uma vez o prato principal foi o
tradicional Cordeiro com Amoras.

Banquete Ritualístico dos 120 anos na Sede da ARLS Cardoso Júnior


Salão Aloysio Ignácio Werlang em 30.07.2018

Autoridades Maçônicas presentes no Banquete Ritualístico dos 120 anos na sede da


ARLS Cardoso Júnior, Salão Aloysio Ignácio Werlang em 30.07.2018: João Darcy
Ruggeri, João Collita, Felipe G. Sória, Alberto Silveira e Renato Urbancic

358
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Ainda no mês de julho foi realizada uma reunião do V.


Mestre com a Fraternidade Feminina para passar informações
sobre a disponibilidade financeira e alinhamento das ações a
serem realizadas pelas cunhadas com as atividades da Loja. O
primeiro evento organizado pela Fraternidade foi o almoço do
Dia dos Pais em agosto.

359
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Primeira reunião com a Fraternidade Feminina: Felipe G. Sória, Cidinéia Lazza-


rotto, Cristiane da Silva, Tathyane Giacomitti, Ana Karina Sória, Josiane Ribas

Almoço do Dia dos Pais

360
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

No mês de agosto os irmãos Aprendizes e


Companheiros apresentaram trabalho intitu-
lado “Solidariedade Maçônica” e participaram
do XXXVII ERAC – Encontro de Aprendizes
de Companheiros na sede do GOB-PR em
Curitiba. Ocorreu também a abertura da Loja
Duque de Caxias que contou com a participa-
ção dos irmãos e cunhadas da Loja.
Presente do Dia dos Pais da
Fraternidade Feminina

Acima e ao lado, apresenta-


ção dos Aprendizes e Compa-
nheiros no XXXVII ERAC
em agosto de 2018

361
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Participação de Irmãos e Cunhadas na Loja


Duque De Caxias em agosto de 2018

No início de setembro/2018 o Palácio Imperial, que abriga-


va o Museu Nacional, no Rio de Janeiro-RJ inexplicavelmente
foi consumido por um incêndio. Mais de 20 milhões de peças,
algumas, únicas e raras, foram perdidas. Palácio este que foi
edificado por D. João VI e mantido pela família real pelos filhos
D. Pedro I e D. Pedro II.
Depois do “regime militar” de 1964, pela primeira vez, para
as eleições presidenciais, tivemos um candidato assumidamente
de direita, Jair Messias Bolsonaro, militar reformado e deputado
federal.
Apesar de condenado e preso, com ficha suja e proibições
do Tribunal Superior Eleitoral, o ex-presidente da República,
Luiz Inácio Lula da Silva foi mantido como candidato pelas em-
presas de opinião pública do País como o Ibope e o Datafolha,
mantendo altos índices sobre a intenção de voto até o final do
prazo regulamentar para formalização da candidatura, quando
exauriu qualquer chance legal de se tornar candidato, o Partido
do Trabalhadores anunciou como candidato à presidência, no
lugar de Lula, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.
No dia 06/09/2018 o candidato à presidência do Brasil, Jair
Messias Bolsonaro, em campanha nas ruas da cidade de Juiz

362
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

de Fora – MG sofreu um atentado no qual levou uma facada


no abdômen por um militante de esquerda, que foi preso e de
imediato já tinha uma banca de quatro renomados advogados
para defende-lo e já com a alegação de que sofria de distúrbios
mentais.
Ainda em setembro de 2018 por motivos políticos o GOB-SP
de forma unilateral se desfilia do GOB. Tal fato seria revertido
até o final daquele ano, retornando o GOB-SP a operar federa-
lizado ao GOB.
No dia 07/10/2018 ocorreram as eleições em primeiro turno
para presidente do Brasil, senado, câmara dos deputados fede-
ral e estadual, senado federal e governador. Apesar de várias
denúncias de urnas eletrônicas com “problemas”, foram para
o segundo turno, os candidatos Jair Messias Bolsonaro do PSL
(46,03% dos votos) e Fernando Haddad do PT (29,28% dos votos).
Encerradas as eleições em segundo turno, elegeu-se presi-
dente do Brasil o candidato de direita, Jair Messias Bolsonaro
e para vice-presidente o Ir. General Antônio Hamilton Martins
Mourão com 55,13% dos votos, contabilizando 57.797.847 votos
válidos.

363
Ir. João Darcy Ruggeri e Ir. General Hamilton Mourão, Vice Presidente Da República, em Curitiba
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

No Estado do Paraná o candidato Ratinho Jr., (Carlos Roberto


Massa Junior) do PSD venceu no primeiro turno com mais de
60% dos votos apurados.
Há de se registrar que nestas últimas quatro décadas surgi-
ram vários movimentos sociais reivindicando direitos e igual-
dades.
Entre os movimentos podemos registrar:
MPL (Movimento Passe Livre); MST (Movimento Sem Terra);
Caras Pintadas; Diretas Já; ONGs (Organizações Não Governa-
mentais); Movimentos de Transparência; dos Índios, Negros,
Feministas; LGBT; além de movimentos sobre a igualdade racial,
de gênero e dos deficientes.
O programa social “Mais Médicos”, que foi criado nos basti-
dores do governo do PT, com a vinda demais de 8.000 “médicos
cubanos” para atender as comunidades carentes do interior do
Brasil, revelou-se de cunho político e ideológico, onde 75% dos
recursos eram direcionados para o governo cubano e o restante
para o médico e seus familiares. O presidente eleito Jair Bolso-
naro, antes de sua posse, indicou na imprensa que faria uma
mudança no modelo de contratação dos médicos cubanos, o que
foi suficiente para Cuba cancelar os contratos e ordenasse que os
médicos cubanos retornasse para casa, pois não concordava com
a nova proposta brasileira. O que confirmou o direcionamento
político e ideológico do programa.
O móvel da biblioteca tomado de cupim foi desmontado e
eliminado. Os documentos, livros e pastas foram separados e se-
rão novamente recadastrados e organizados em local apropriado.
No mês de novembro o nosso Irmão Luiz Mario Sierakowski
recebeu a Medalha do Mérito Montezuma, a mais alta comenda
outorgada em todo o território nacional pelo Supremo Conselho.
Essa digna distinção foi criada com o objetivo de homenagear os
maçons ilustres, cujo trabalho tenha colaborado expressivamente
para o engrandecimento da Arte Real e do Supremo Conselho.

364
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Arrumação e reforma da secretaria e biblioteca da Loja com ajuda dos Irmãos

Acima, Medalha e Diploma do Mérito Montezuma. Ao


lado, Irmão Luiz Mario Sierakowski diplomado com o
Mérito Montezuma, a mais alta comenda outorgada em
todo o território nacional pelo Supremo Conselho

365
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Por meio de um trabalho feito pelos irmãos Carlos Parucker e


Cleber Piacentini junto ao presidente da Câmara dos Vereadores
de Curitiba, Sergio R.B. Balaguer (Serginho do Posto), recebemos
uma homenagem relativa aos 120 anos da Loja.
Em novembro de 2018, como já era tradição na Loja, votou-
-se por homenagear com o nome do vinho da safra de 2018 o
primeiro Venerável Mestre da ARLS Cardoso Junior, o irmão
José Alves de Carvalho.

Vinho dos 120 anos

Este vinho foi lançado e servido no Jantar Dançante dos 120


anos da Cardoso Jr., nas dependências do Restaurante Toscana
no bairro de Santa Felicidade. Ficou a cargo do irmão Renato
Luiz Urbancic a escolha do vinho para a festividade.
Para marcar a comemoração foi elaborado e distribuído aos
irmãos um pin comemorativo da celebração dos 120 anos.

366
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Pin comemorativo dos 120 anos

Há de se registrar o belo trabalho efetuado pelo irmão Marco


Antonio Góes para a definição do local da festa, bem como dos
detalhes do cardápio e da seleção musical.
Ficou a cargo dos irmãos Rodrigo Pirolo e Jeferson Fonta-
netto a confecção e divulgação dos convites pelas redes sociais.
Com o esforço de todos os irmãos do quadro foram vendidos
e distribuídos 248 ingressos para a festividade e todo o lucro
financeiro do evento foi depositado no tronco de beneficência
para ser doado à instituições ligadas à hospitalaria da Loja.
Durante a solenidade dos 120 anos no restaurante Toscana,
o irmão Ricardo Marcelo da Silva exerceu com maestria a con-
dução do cerimonial da festa.
Nesta solenidade os irmãos Luiz Rodrigo Larson Carstens,
Victor Horácio de Souza Costa e João Luiz Persicotti foram home-
nageados com a Medalha Comemorativa ao Centenário de Fun-
dação da ARLS Cardoso Júnior pelos relevantes serviços presta-
dos à Ordem e à Comunidade. A cerimônia contou com discursos

367
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

das autoridades do
Grande Oriente do
Brasil – PR, da PAEL,
Grandes Lojas do
Paraná, do Grande
Oriente do Paraná e
do Venerável Mestre
da Loja que destacou:
“Maçonaria é
lapidar homem por
meio do conhecimen-
to para fazer o BEM!
Sempre em busca da
verdade e da liber-
dade”.

Entre as autori-
dades que estiveram
presentes destaca-
mos: Alberto Silveira,
Coordenador Regio-
nal do GOB-PR; Ge-
rald Koppe Junior,
Grão Mestre Adjun-
to do GOB-PR; João
Cartaz digital para divulgação do Jantar Darcy Ruggeri, Grão
Mestre de Honra do
GOB-PR; Elizeu Liebel, Secretário da PAEL; Jorge Augusto
Krueger, Presidente do Tribunal de Justiça Maçônica do GOB-
-PR; Emanuel Gomes de Oliveira, Delegado das Grandes Lojas
do Paraná; José Edson Haesbaert, e Milton Mendes, Grandes
Secretários do GOB-PR; Luis Mario Luchetta, Candidato a Grão
Mestre do GOB-PR.

368
120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Gerald Koppe Junior recebe de Felipe G. Sória a Medalha do Centenário de funda-


ção da ARLS Cardoso Júnior em nome do Ir. Luiz Rodrigo Larson Carstens

“Luiz Rodrigo Larson Carstens

Pelos inúmeros trabalhos prestados à Maçonaria Paranaense, coro-


ado com um mandado repleto de realizações e inovações, sendo algumas
delas: Crescimento do Quadro de Obreiros do GOB-PR, retomada das
obras da Sede Administrativa do GOB-PR, inovações tecnológicas que
fazem do GOB-PR uma referência entre as Potências Maçônicas neste
quesito e a maestria na condução da transição de mandato, convida-
mos portanto o Eminente GM do GOB-PR Ir.’. Luis Rodrigo Larson
Carstens para que receba a Medalha de Honra ao Mérito concedida
pela ARLS Cardoso Junior nº 661. Para o ato, convidamos o Grão
Mestre Adjunto Gerald Koppe Junior para que gentilmente receba a
homenagem em seu nome.”

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Victor Horácio de Souza Costa recebe de Felipe G. Sória a Medalha


do Centenário de fundação da ARLS Cardoso Júnior

“Victor Horácio de Souza Costa

Iniciado no ano de 1976, atingiu o grau máximo da Ordem com o


recebimento do Grau 33.
É membro ativo da A.R.L.S José Bueno Mendes.
Exerceu o cargo de Juiz no Tribunal de Justiça Maçônico no ano
2000.
Como membro do Lions Clube de São José dos Pinhais, em compa-
nhia de outros irmãos cardosianos, liderou eventos naquela comunidade
dentre eles o programa denominado Universalização do Conhecimento.
Também, com a participações de outros irmãos cardosianos, pro-
moveu reuniões na Loja Cardoso Júnior, com empresários e profissio-
nais liberais da Vila Guaíra, em parceria com membros da Associação
Comercial do Paraná, para discussão e encaminhamento de assuntos
de interesse do bairro e do comércio.
Este irmão sempre se distinguiu por sua atuação social, suas pre-
gações e pela fé de que um mundo melhor sempre pode ser construído.
Intransigente da ética e da moral, nosso irmão é referência para a

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

formação e orientação de irmãos mais novos.


O idealismo expresso pela elaboração de pensamentos é uma de suas
características, mesmo sabendo que nem sempre o pensamento, por mais
adequado que seja a uma situação, se converte em realidade concreta.
Por isso mesmo, é incansável em suas pregações, naquilo que busca,
naquilo que acredita, fazendo-o com coerência e responsabilidade de
homem de bem.”

João Luiz Persicotti recebe de Felipe G. Sória a Medalha do Centenário


de fundação da ARLS Cardoso Júnior

“João Luiz Persicotti

Ingressou na Ordem Maçônica no ano de 1991. Percorreu todos


os degraus do rito, atingindo o grau 33.
Assumiu o veneralato cardosiano para o período jun/1999 a
jun/2000. Seu mandato notabilizou-se pela ênfase ao Tempo de Estu-

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

dos, bem como à filantropia, com a participação ativa da Fraternidade


Feminina sob a presidência da cunhada, sua esposa.
Foi membro fundador da A.R.L.S Irmãos e Amigos. Participou
da fundação da A.R.L.S Caminho de Luz, contribuindo com sua con-
solidação.
É Conselheiro do Tribunal de Contas Maçônico do GOB-PR há
vários mandatos, do qual já exerceu a presidência.
Além da participação e colaboração ativa na Ordem Maçônica, este
Ir. é membro do Rotary Clube em Curitiba, demonstrando o seu perfil
associativo e o engajamento com a filosofia de instituições voltadas à
prática do bem e à valorização da ética e da moral.”

Placa Homenagem 120 Anos – GOB-PR

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Mérito Legislativo – 120 Anos – PAEL

Eliseu Liebel, Renato L. Urbancic e Felipe G. Sória

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Gerald Koppe Junior, Luiz Carlos Betenheuser, José Edson Haesbaert,


João Darcy Ruggeri e Hugo Paulo Matos Chaves

Mensagem de Agradecimento

Bolos de aniversário dos 120 Anos elaborado


pela cunhada Débora Tiepolo

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Homenagem Camara Municipal de Curitiba

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Acima, Irmãos e Cunhadas da ARLS Cardoso Junior no jantar dançante dos 120 Anos em
dezembro de 2018. Abaixo, Obreiros da Cardoso Junior 661 também em dezembro de 2018

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120 anos de história da ARLS Cardoso Júnior

Fraternidade Feminina, Sobrinhos e Sobrinhas da ARLS Cardoso Júnior em dezembro de 2018

Antes de encerrar este Livro dos 120 anos da Cardoso Junior,


agradecemos a todos os que de alguma forma contribuíram na
elaboração do livro, em especial ao Grande Arquiteto do Univer-
so que iluminou os nossos trabalhos e aos irmãos Alceu Pedroso,
Antonio Marcos de Oliveira, Eusebio Labadie Filho, Gersom
Mayer, Ildeu Leandro de Souza, João Darcy Ruggeri, João Luiz
Persicotti, Luiz Carlos Betenheuser, Roberto Barcelos Costa e
Victor Horacio de Souza Costa, que não mediram esforços para
fornecerem detalhes, esclarecerem dúvidas, revisarem o texto e
complementarem informações para que os leitores possam ter
neste Livro, não só a parte da história maçônica da ARLS Car-
doso Júnior e do Paraná, mas também uma fonte de pesquisa.

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Obreiros, Cunhadas, Sobrinhos
120 anosede
Sobrinhas
história dada ARLS
ARLS Cardoso
Cardoso Júnior em dezembro de 2018
Júnior

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Para encerrar, parafrasearemos o texto do final do Livro do


Centenário, de modo que no futuro outros irmãos deem conti-
nuidade ao registro da história desta Augusta e Respeitável Loja.

“Mas o trabalho não termina aqui. Muito se tem a construir. Queira


o Grande Arquiteto do Universo que outras gerações de maçons
cardosianos, possam continuar essa narrativa, e que as pesquisas
lhes causem emoções agradáveis e incentivadoras na causa maçônica,
como nós cardosianos dos cento e vinte anos, tivemos o prazer de
sentir”

Curitiba/PR., dezembro de 2018


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Lista de Obreiros
do Quadro da
Loja em 120 anos
(incluindo os “filiandos livres”)
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