Índice 02

Editorial 03
O Porta Estandarte 04
Ao Aprendiz 07
A Iniciação de D. Pedro I 09
O Pensamento 10
Política e Fraternidade 11
A Cadeia de União 12
Calendário de Atividades 3° Trimestre de 2016 EV 13
Administração do Biênio 2015-2017 14
Junte-se a Nós! 15
Créditos 16

REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 13 – NOVEMBRO DE 2016 2

 Amados Irmãos e Amigos,

Este exemplar, de número 13 de nossa revista digital

UM QUARTO DE HORA, referente a novembro de 2016,
também se constitui no primeiro número do segundo ano de
circulação desta publicação.
O mês de novembro nos relembra o último dos grandes feitos da
História do Brasil atribuídos a nossa sublime Ordem: a Proclamação da
República, ocorrida em 15 de novembro de 1889, em consequência do
incansável trabalho de Maçons idealistas durante várias décadas.
Talvez, em virtude da atual situação de nossa sociedade, não exista momento
mais apropriado para o renascimento do sentimento patriótico entre nós.
Cabe-nos, portanto, enquanto livres pensadores e defensores perpétuos dos sagrados
ideais de LIBERDADE, IGUALDADE, e FRATERNIDADE, refletirmos sobre nossas ações
na sociedade profana. Não devemos esperar que a Maçonaria faça algo por nós ou pela Pátria,
pois ela é exatamente o resultado de nossas atitudes individuais.
Não devemos atribuir a outrem responsabilidades que são exclusivamente nossas.
Por pertinente, volto a salientar que os textos aqui publicados não refletem a posição oficial do
Grande Oriente do Brasil ou dos Excelsos Conselhos da Maçonaria Adonhiramita sobre os temas
abordados, tratando-se única e exclusivamente das opiniões individuais de seus autores.
Desejo a todos uma boa leitura!

SERGIO EMILIÃO
Editor

REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 13 – NOVEMBRO DE 2016 3

 O PORTA ESTANDARTE
Posicionado no Oriente, à esquerda do
Venerável Mestre, na direção da Coluna do Sul,
um tanto “esquecido”, porém garboso, encontra-
se um Oficial pouco falado em nossas Sessões: o
Porta Estandarte.
Alguns Mestres Maçons, aliás numa
atitude pouco maçônica, afirmam sem maior
cuidado ambicionarem o Cargo posto que ele
“nada faz”.
Ledo engano. Os que assim se manifestam
demonstram além da lamentável falta de
comprometimento, um total desconhecimento da
Doutrina de nossa sublime Ordem.
As funções e atribuições do Porta
Estandarte estão descritas no Regulamento Geral
da Federação – RGF, que determina, dentre outras
tarefas, que este Oficial deve zelar pela
conservação do Estandarte da Loja e guarda-lo
sob seus cuidados para entrega-lo em perfeito
estado ao seu sucessor.
Trata-se de um Cargo não eletivo, ou seja,
o Mestre Maçom que desempenha esta função foi
escolhido e indicado pelo Venerável Mestre, que
vislumbrou em seu ocupante as qualidades
necessárias para o desempenho do Cargo. Cabe
lembrar que desta forma, assim como o que ocorre
com os demais Cargos passíveis de indicação
direta, o Venerável Mestre avoca para si toda a
responsabilidade da indicação, sem divida-la com
a Oficina, o que aumenta consideravelmente a
responsabilidade de seu titular.
Estas simples definições seriam
suficientes para que pudéssemos identificar este
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 13 – NOVEMBRO DE 2016
Oficial e entender suas funções. Mas... será? As
atribuições do Porta Estandarte são tão simples
assim? Não há mais nada a saber sobre este Cargo
que possui pouquíssimas funções litúrgicas ou
ritualísticas? Qual é sua verdadeira origem? Por
que razão os ritualistas o incluíram nos Cargos
integrantes de uma Loja?
Sou defensor da ideia de que quanto mais
nos aprofundarmos nas origens e na História de
nossa Ordem, além de evidentemente adquirirmos
maior conhecimento, nos tornamos mais capazes
de desempenhar as funções que nos sãos
atribuídas. Por esta razão passaremos a investigar
as origens do Cargo.
Como já disse em outras oportunidades, à
exceção do Mestre de Cerimônias, todos os
demais Cargos existentes numa Loja Maçônica
moderna têm sua origem em duas instituições
anteriores à Maçonaria Especulativa: as Ordens
Militares de Cavalaria da Idade Média, e as
guildas de construtores medievais, também
denominadas de Corporações Construtoras ou
Maçonaria Operativa.
No caso do Porta Estandarte, suas origens
remontam à primeira instituição, ou seja, às
Ordens Militares de Cavalaria.
Para nossa melhor compreensão é
necessário entender o que é, e o que representa um
Estandarte.
Tecnicamente falando um Estandarte é
uma insígnia, confeccionado geralmente em
tecido, de importância simbólica e esotérica
bastante acentuada. As cores, símbolos e figuras
que adornam um estandarte tem a função de
4
identificar a filosofia, o objetivo, e a finalidade da
instituição a que alude. Embora a maioria das
pessoas não saiba, os estandartes convivem com a
humanidade há milênios, traduzindo em tempo
real aspectos relevantes da natureza humana e dos
seus diversos graus de civilização e cultura.
O estandarte mais antigo de que se tem
notícia é o “Estandarte de Ur”, Cidade-Estado
natal do Patriarca bíblico Abraão, situada entre os
rios Tigre e Eufrates, considerada o berço da
civilização, e data de aproximadamente 5000 a.C.
O Estandarte de Ur, atualmente parte da
coleção do Museu Britânico, na verdade não
possui o formato dos estandartes atuais. Tratava-
se de uma peça em formato de paralelepípedo
irregular, com duas faces inclinadas,
assemelhando-se às estruturas utilizadas
atualmente no balizamento de trânsito, e
popularmente conhecidas como “gelos baianos”,
possibilitando assim a utilização de quatro faces
para a gravação de imagens que caracterizavam o
dia a dia da civilização sumeriana. Também não
foi confeccionado em tecido, mas em madeira,
com figuras feitas de conchas, calcário, lápis
lazuli e ouro, fixadas por meio de betume. Apesar
destas significativas diferenças com o modelo
atual, os historiadores são unânimes em apontar a
peça como a origem dos atuais estandartes.
Na verdade, o que os sumerianos
pretendiam era criar um objeto que falasse por si,
no qual o simples olhar fosse capaz de associá-lo
à sua cultura. Esta ideia tornou-se então um hábito
e originou diversos artefatos como bandeiras,
flâmulas, e os próprios estandartes. Várias
civilizações e culturas adotaram posteriormente a
utilização de estandartes simbólicos, como os
hebreus, assírios, babilônios, persas, egípcios,
fenícios, gregos, romanos, chineses, etc.
Infelizmente, e aliás, como toda criação do
homem, nem sempre os estandartes se
propuseram a fins construtivos, estando
associados em diversas ocasiões às guerras e ao
fanatismo tanto político quanto religioso. No
entanto, e paradoxalmente, foi no meio militar
que os estandartes passaram a ter a conotação de
insígnia que adotamos atualmente na Maçonaria.
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 13 – NOVEMBRO DE 2016
No antigo Egito os guerreiros utilizavam
fitas decoradas com motivos relacionados a sua
mitologia em suas lanças e carros de guerra, e
enormes painéis eram fixados nos muros das
cidades conquistadas para assinalar seu domínio
sobre estas.
Os gregos, e posteriormente os romanos,
acrescentaram novos conceitos à simbologia e
finalidade dos estandartes, criando insígnias
próprias e adequadas à organização de seus
exércitos.
Os romanos, com seu elevado poder de
síntese, e alto senso de organização, criaram as
signas, destinadas ao uso da infantaria, e os
vexillum para a cavalaria, ambos com dimensões
padronizadas. Foi dos vexillum que se originaram
os estandartes atuais, e tecnicamente o que os
diferencia das bandeiras é o fato de serem
hasteados verticalmente a partir da borda
horizontal superior numa lança ou haste. A ideia
era possibilitar que o símbolo fosse visto à
distância, não apenas com o propósito de
identificar as tropas, mas também para intimidar
os inimigos. A Aquila Romana (Águia Romana)
era temida e respeitada por todos os povos.
Para conduzir e guardar os vexillum havia
um oficial especificamente designado (surgem aí
os porta estandartes), que apesar de igualmente
treinados e capacitados para as batalhas possuíam
a honrosa missão de conduzi-los, defende-los, e
finca-los em solo inimigo para assinalar as
conquistas após as batalhas. Aos perdedores, a
prática era apossar-se dos estandartes dos
inimigos, e rasga-los ou queima-los,
simbolizando assim suas derrotas. Desnecessário
falar que estes oficiais defendiam os estandartes
com a própria vida.
Ao chegarmos na Idade Média, período da
História em que as Ordens Militares de Cavalaria
de interesse da atual Maçonaria se instauraram, os
brasões, escudos e insígnias já representavam a
posse ou o comando sobre determinado território,
distinguiam famílias e nobres, e permitiam
identificar clãs, reinos e nações, ou ainda
simbolizar determinados grupos, como caçadores
e piratas, por exemplo. Foi a partir daí que os
5
estandartes passaram a se tornar cada vez maiores,
até se transformarem em definitivo nas atuais
bandeiras, pois era mais fácil e prático pintar
símbolos em pedaços maiores de pano, com maior
facilidade de transporte e guarda, além de serem
mais facilmente avistados à distância do que num
escudo, por exemplo.
A Maçonaria moderna não trava mais
batalhas físicas, mas continua acirradamente
combatendo os vícios, as paixões, a tirania, a
superstição, o fanatismo, e toda sorte de
empecilhos e obstáculos ao progresso e evolução
moral e espiritual do homem. Neste combate é
legítimo ostentarmos um emblema que represente
esta interminável guerra filosófica, individual e
coletiva ao mesmo tempo, pois, afinal, somos
Cavaleiros da Luz.
Neste sentido, é desejável que o
Estandarte de uma Loja Maçônica possua
simbologia adequada, seja no tocante às cores, aos
textos, e, principalmente, aos símbolos nele
presentes.
O Estandarte de uma Loja Maçônica não é
um simples pedaço de pano com alguns desenhos
e dizeres. É muito mais que isso. É a marca de
uma Loja, e nele estão gravados símbolos cuja
importância esotérica e simbólica é muito grande.
A finalidade da Loja, sua filosofia, seus preceitos
e objetivos devem ser nele evidenciados.
É imperioso que todos os membros de uma
Loja sejam capazes de descrever o simbolismo de
seu Estandarte com um simples olhar, pois ao
praticarem tal exercício estarão se identificando
subliminarmente com os ideais nele contidos.
Portanto, podemos afirmar que o
Estandarte Maçônico é a materialização da
energia e das vibrações de todos os Obreiros que
compõem uma Loja. Ao fitarem-no durante as
Sessões, os Maçons do Quadro de Obreiros
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 13 – NOVEMBRO DE 2016
devem não apenas sentir orgulho, mas também
motivados a respeitar e dignificar o simbolismo
nele contido, enquanto os Amados Irmãos
visitantes devem ser instigados pela curiosidade e
igual respeito. O Estandarte é a imagem física da
Loja, e o Porta Estandarte é o seu honrado
guardião.
Talvez não haja nenhuma função
metafísica atrelada ao Cargo, mas é o Estandarte
que sinaliza, simbolicamente, à Egrégora que está
em formação, que a Loja está pronta para o
“combate”.
Por todas estas razões, em cortejo solene e
nobre, o Estandarte é conduzido pelo Irmão Porta
Estandarte nas Sessões conjuntas em que
trabalhamos paripassu com outras Oficinas,
cruzando todo o Ocidente e instalando-se honroso
no Oriente.
Duvido que após estas reflexões algum
Mestre Maçom continue pensando que não há
qualquer glamour ou honra em exercer o Cargo de
Porta Estandarte, e da mesma forma duvido que
daqui pra frente não nos sintamos impelidos a
decifrar não apenas o Estandarte de nossa Loja,
mas também daquelas que visitarmos.
BIBLIOGRAFIA
A Origem dos Estandartes e Brasões, Revista
Universo Maçônico, maio de 2010;
Enciclopédia digital wikipedia;
Estandarte da Loja, artigo publicado no site da
ARLS Liberdade e Amor, N° 820,
Oriente de Minas Gerais;
O Incrível Estandarte de Ur, artigo publicado no
site A História dos Séculos;
Regulamento Geral da Federação – RGF,
Grande Oriente do Brasil – GOB, Edição
2009.
6
 AO APRENDIZ

A partir de hoje, quando pela primeira mais do que alguns direitos, ao contrário, traz-vos
muitos deveres.
vez tomais lugar entre nós, ligados pelos
Das provas Iniciáticas muito tendes a
indestrutíveis laços da Iniciação, sois nosso
aprender, por ilação, para que se compenetre de
Irmão, e também, de todos os Maçons espalhados
que ao Maçom cabe, em todas as oportunidades,
pelos dois Hemisférios.
por irrecusável cumprimento do dever, revestir-se
Fazeis parte, desde agora, da incontável
da Virtude e submeter-se apenas ao talento e à
Família Maçônica integrada pelos Maçons
inteligência. Haveis de impor-vos sempre pelo
presentes e ausentes. Pelos Maçons que por
exemplo, quer a vossos Irmãos Iniciados, quer aos
desígnio do Grande Arquiteto do Universo já
profanos aos quais deveis estender os laços
passaram ao Oriente Eterno, de onde nos assistem
fraternais que nos unem.
reunidos na Grande Loja Branca. E ainda pelos
Haveis de pôr em prática a grande lei da
Maçons que hão de, através das idades futuras,
solidariedade humana, que é a doutrina moral da
trilhar a senda do dever e da honra, a caminho da
Maçonaria. Dar assistência aos fracos. Fazer
Perfeição Eterna.
Justiça a todos, e dignificar-vos a vós mesmos. E
Cremos, meu Amado Irmão, que viestes
não podereis assumir tais obrigações se ao sairdes
até nós conduzidos pela mão onipotente que forja
deste Templo fosses ainda o mesmo que nele
os destinos e inspira as vontades, que exalta os
entrou. A vocação que vos conduziu até aqui não
pequeninos e abate os grandes, para que vos
seria fruto de vosso íntimo, se na verdade não
torneis Pedra Polida, Justa e Perfeita, no
estivesse morto o profano que fostes, cujos
incomensurável edifício da Fraternidade.
despojos deixastes na sombra sepulcral da
Cremos que sabereis honrar os
Câmara das Reflexões. Sois Iniciado, Amado
compromissos que assumistes e que sereis mais
Irmão. Este é o destino que vos fora anteriormente
um escolhido entre os muitos que são chamados,
traçado. É mister que a vida e os homens lhe
e que nos dareis motivos para nos julgarmos
pareçam diferentes amanhã. É mister que vos
privilegiados em vos abrir a porta de nosso
suceda o mesmo que a São Paulo, o fervoroso
Templo e vos admitir a serviço Daquele que É.
apóstolo de Cristo, Iniciado no caminho de
Não creias que vencidas as provas da
Damasco, e que instruído por Ananias seguiu a
Iniciação poderás retornar, sem mais nada, aos
senda que lhe estava reservada desde o início do
afazeres profanos, lá fora onde os deixastes. Não!
mundo.
É certo que a Iniciação ao primeiro dos três
Queira o Grande Arquiteto do Universo
degraus da Maçonaria Simbólica não vos confere
que ao termo de vossa jornada possa afirmar como
São Paulo: “Combati o bom combate! Terminei

REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 13 – NOVEMBRO DE 2016 7

minha carreira. Guardei a fé; o resto está me somente a mim, mas a todos aqueles que terão
reservada a coroa da Justiça, que o Senhor, o desejado a sua vinda!”
Justo Juiz, me concederá naquele dia, e não Que o Grande Arquiteto do Universo vos
ilumine e guarde!

REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 13 – NOVEMBRO DE 2016 8

 A INICIAÇÃO DE D. PEDRO I
A iniciação de D. Pedro I contribuiu
fortemente para o processo de emancipação
brasileira, e isto interessava não apenas à
Maçonaria, mas interessava também a D. Pedro I
estar apoiado pelos Maçons, já que formavam à
época uma forte corrente política.
Após terem obtido a adesão dos Irmãos de
São Paulo, Minas Gerais e Bahia, aqueles Maçons
resolveram fazer um apelo a D. Pedro I para que
permanecesse no Brasil, e que culminou, como se
sabe, com a celebre frase: “Como é para o bem de
todos e felicidade geral da nação, estou pronto,
diga ao povo que fico”.
Entretanto, não pararam ai os trabalhos
dos Maçons. Teve início, logo em seguida, um
movimento coordenado entre os Irmãos de outras
províncias brasileiras objetivando promover a
Independência do Brasil.
Em 09 de janeiro de 1822, o conhecido
episódio do “Fico” teve a inspiração e liderança
dos Maçons José Joaquim da Rocha e José
Clemente Pereira. O Príncipe Regente recebeu
três documentos feitos sob inspiração e liderança
Maçônica rogando por sua permanência no Brasil
em descumprimento dos Decretos nº 124 e 125
das Cortes Portuguesas.
O documento paulista foi redigido por
José Bonifácio de Andrada e Silva, o documento
dos fluminenses foi redigido pelo Frei Francisco
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 13 – NOVEMBRO DE 2016
de Santa Tereza de Jesus Sampaio, Orador da
Loja Comércio e Artes, e o documento dos
mineiros foi liderado por Pedro Dias Paes Leme.
No Convento da Ajuda, na cela do Frei
Sampaio, reuniam-se os líderes do movimento.
Este fato pitoresco de Maçons, de reunirem-se em
segredo num Convento tem conotação com as
reuniões que hoje são realizadas nas Lojas
Maçônicas, guardadas as devidas proporções.
Decidida a questão do “Fico”, acentua-se
o processo de discussão e sob a liderança de
Joaquim Gonçalves Ledo a Maçonaria decide, por
proposta do brigadeiro Domingos Alves Branco
Muniz Barreto, outorgar a D. Pedro o título de
“Defensor Perpétuo do Brasil”. Tão logo foi
fundado o Grande Oriente Brasílico José
Bonifácio de Andrada e Silva foi escolhido como
Grão Mestre e Joaquim Gonçalves Ledo como
Primeiro Grande Vigilante. Havia, no entanto
uma luta ideológica entre os Grupos de Bonifácio
e de Ledo.
D. Pedro I foi iniciado na Loja Comércio
e Artes no dia 02 de agosto de 1822, adotando o
Nome Histórico de Guatimozin. No dia 05 de
agosto, ou seja, três dias depois se tornava Mestre
Maçom.
Bibliografia
www.obreirosdeiraja.com.br
9
 O PENSAMENTO
O pensamento é a parte esotérica do ser
humano. O Pensamento não é um órgão visível,
palpável, que possa ser dissecado numa
observação em microscópio.
Diz-se que se situa no cérebro, porém,
cientificamente, nada foi comprovado. Pode-se
pensar com o coração ou com o todo corpo; não
há um lugar definido para ele.
É a prova da existência de um mistério da
Vida.
O pensamento não tem dimensões e se
desloca com velocidade que não pode ser medida.
Em uma fração de Tempo, a mínima que
se possa conceber, o pensamento vai até o Sol, ao
Cosmos ou ao Infinito, e retorna.
Descartes já dizia: Cogito ergo sum,
“Penso, logo existo”. É uma das provas da
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 13 – NOVEMBRO DE 2016
existência da espiritualidade, da mística, da
eternidade.
O pensamento atua sobre todo o corpo
humano, e o Maçom precisa exercitar-se usando
seu pensamento para coisas elevadas.
A telepatia e a transmissão do pensamento
são fenômenos paranormais que, se buscados,
podem ser encontrados.
O pensamento positivo dá energia,
segurança e vitória nos empreendimentos.
Pensar alto é discursar, “materializar” o
pensamento.
Bibliografia
Breviário Maçônico, Rizzardo da Camino, 6ª
Edição, São Paulo. Editora Madras.
10
 POLÍTICA E FRATERNIDADE
Votar é sempre um exercício de
cidadania, de debate entre propostas, entre
ideologias muitas vezes opostas, um exercício de
consciência política. Porém, eleições podem
significar um enorme desafio para aqueles que
estão comprometidos com a evolução moral, com
a evolução espiritual, sobretudo para nós, Maçons
que gostam de política, que se interessam por
política.
É nesse período que somos postos a prova
quanto a nossas paixões, a nossa intolerância, ao
nosso sectarismo, e somos facilmente pegos pela
raiva, pela agressividade de nossa fala, pelo
desprezo pelos candidatos que não são os de nossa
preferência, pelo ataque a outras ideologias que
não as nossas, muitas vezes de forma cega e pouco
flexível.
Quem está comprometido com a evolução
moral e espiritual deve compreender que as
pessoas que têm uma visão política distinta da
nossa não são nossos inimigos. Elas têm opiniões
distintas das nossas, muitas vezes completamente
diferentes ou opostas, pois a mente delas, assim
como a nossa, é limitada e incapaz ainda de
compreender o que é o melhor para todos, para as
Nações, Cidades, Estados, classes sociais, etc.
Muitas vezes, acredite, ela está bem intencionada
e deseja o bem de todos, mesmo por um caminho
ou forma bem diferente do que a gente acha ser o
ideal ou mais perfeito.
E qual é o indicador de que estamos indo
bem ou progredindo em nossa Tolerância ou em
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 13 – NOVEMBRO DE 2016
nossa Sabedoria? Você é capaz de imaginar a si
mesmo tomando um café ou uma cerveja com
aquele candidato que você menos concorda ou
que está no oposto do seu pensamento político, e
o perceber como um amigo, como um irmão, e ser
capaz de ter com ele uma conversa divertida,
sincera, mas sem nenhum tipo de irritação ou
ofensa? É capaz de se perceber interessado
naquilo que ele pensa e diz, e tentar entender a sua
filosofia? Por que ele pensa daquela forma e não
da sua? É capaz de concordar com ele em alguns
aspectos e poder rir junto com ele? É capaz de
perceber os eleitores daqueles setores que você
mais discorda também como amigos e irmãos, e
ter da mesma forma uma conversa calma e
respeitosa com eles? Se disse sim à maioria dessas
questões, então meus parabéns! Estás se portando
como um legítimo Maçom.
Portanto, se vier a vencer o outro candidato que
não o seu. Peça ao Grande Arquiteto do Universo
que o guie e o ilumine para fazer uma gestão
muito melhor do que você imaginava que ele
fosse capaz de fazer. Peça que ele te surpreenda
positivamente e que ao final da gestão dele, apesar
de talvez você ainda acreditar que o outro fosse
melhor, você se perceba satisfeito, assim como a
maioria da população. Lembre-se que tanto você,
quanto o seu candidato, quanto o candidato dos
outros, estão evoluindo espiritualmente,
moralmente, e que eles têm a mente confusa
exatamente como a nossa, com as mesmas
dúvidas, angústias, e desejos.
11
 A CADEIA DE UNIÃO
É formada na Loja, colocando-se os
Maçons ao redor do Altar¹, entrelaçados pelas
mãos e unidos pelos pés e pelas mentes.
É a força espiritual da Loja.
Deve ser formada obedecendo à tradição,
esvaziando as mentes e abrindo o coração.
Cada Maçom é um elo: foi assim forjado
na Iniciação, e a união dos elos forma a cadeia,
também denominada de corrente.
Os elos são unidos uns aos outros sem
solução de continuidade, e assim é toda a Loja que
se entrelaça.
A força da mente conduz à purificação do
todo, e essa força somada retorna para cada elo
como energia.
A Palavra Semestral une as mentes
quando é passada de ouvido a ouvido a todos os
elos.
Portando, após recebida a Palavra, a mente
apenas obedece a um comando, que é o do
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 13 – NOVEMBRO DE 2016
Venerável Mestre; subjugada pelo Amor
fraternal, forma-se um único pensamento que é
dirigido àqueles que necessitam de amparo.
A Cadeia de União tem mais poder que a
coleta da bolsa de beneficência²; ambas
constituem benesses maçônicas e elas devem ser
usufruídas por todos os inscritos na Fraternidade
Branca Universal.
Todos os Maçons devem contatar-se uns
com os outros.
Bibliografia
Rizzardo Da Camino, Breviário Maçônico
NE:
¹ No Rito Adonhiramita a Cadeia de União é
formada ao redor do Pavimento Mosaico;
²No Rito Adonhiramita a bolsa que recolhe o
óbolo dos Irmãos chama-se Tronco de
Solidariedade.
12
 MÊS DIA GRAU CLASSIFICAÇÃO

4 3 Sessão Ordinária
11 2 Sessão Ordinária
NOVEMBRO
18 1 Sessão Ordinária
25 1 Sessão Ordinária
2 3 Sessão Magna de Exaltação
DEZEMBRO
9 1 Sessão Ordinária de Encerramento do Ano

Observações:
a) O Calendário poderá sofrer alterações em conformidade com a necessidade dos Trabalhos

3 Grau de Aprendiz Maçom

1 Grau de Companheiro Maçom
2 Grau de Mestre Maçom
0 Trabalhos Suspensos

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 Aug e Resp Loj Simb SCRIPTA ET VERITAS, N° 1.641
Grande Benfeitora da Ordem – Fundada em 10.09.1965
Federada ao Grande Oriente do Brasil – GOB
Jurisdicionada ao Grande Oriente do Brasil no Rio de Janeiro – GOB-RJ
RITO ADONHIRAMITA
Palácio Maçônico da Rua do Lavradio, n°97, Templo n°6, Centro, Oriente do Rio de Janeiro
Sessões todas as sextas-feiras, às 19:30h

COMPOSIÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO
BIÊNIO 2015 – 2017 EV

LUÍS CLÁUDIO PEREIRA DERBLY

Venerável Mestre
FLAMARION GOMES TAVARES FERNANDO SANTOS PEDROZA DE ANDRADE
1° Vigilante 2° Vigilante
SERGIO ANTONIO MACHADO EMILIÃO ARLINDO JORGE DE CAMPOS
Orador Secretário
ISAAC DOMINGOS DA SILVA MARINEU DOS REIS SANTA ISABEL
Tesoureiro Chanceler

COMPOSIÇÃO DOS DEMAIS CARGOS

HENRIQUE DA SILVA PEREIRA

Cobridor Interno
CARLOS ALBERTO BORGES DA SILVA PAULO EDUARDO MIRANDA CUNHA
Mestre de Cerimônias Hospitaleiro
EDISON GUIMARÃES FRANÇA SWAMI CAETANO DA SILVA
Arquiteto 2° Experto
ALBERTO JOSÉ PINHEIRO GRAÇA LEONARDO HERMÍNIO EPEL
Mestre de Harmonia Porta Estandarte
EMIR CARVALHO DE SOUZA
Porta Bandeira
LEONARDO HERMÍNIO EPEL
Garante de Amizade – Manitoba – Canadá
WINSTON DE MATTOS
Deputado Estadual

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 Você Amado Irmão, praticante de qualquer Rito
Maçônico, e não apenas o Adonhiramita, membro regular de
outras Lojas, e que tem prestigiado esta publicação, não se sente
também impelido a participar de nossa empreitada?
Nossa revista, como o Amado Irmão bem sabe, não possui
qualquer finalidade lucrativa ou comercial, e não tem outro objetivo que
não seja o de fomentar o debate e a pesquisa sobre a Doutrina de nossa
sublime Ordem, exercendo desta forma, e ao mesmo tempo, a máxima do
Livre Pensamento, permitindo aos Amados Irmãos tornarem públicas suas ideias
sobre a simbologia e a História de nossa Ordem, além de estimular a prática do nobre
ideal de todos os Maçons de “aprender para saber, e saber para ensinar”.
Se este também é seu sentimento, e o Amado Irmão possui alguma Peça de
Arquitetura que gostaria de compartilhar com outros Maçons, junte-se a nós!
Neste sentido, a ARLS SCRIPTA ET VERITAS, n° 1.641, Grande Benfeitora
da Ordem, não apenas abre as portas de nosso sagrado Templo para honradamente receber o Amado
Irmão em nossas Sessões nos auxiliando em nossos Trabalhos, mas também franqueia as
páginas da revista digital UM QUARTO DE HORA, para publicação de sua opinião sobre
qualquer tema de interesse Maçônico relacionado ao Grau de Aprendiz Maçom.
Para que seu texto seja publicado em nossa revista basta enviá-lo em meio digital para o
endereço eletrônico “quartodehora@scriptaetveritas.com.br”, acompanhado de uma fotografia sua nos
formatos JPEG ou PNG, e um pequeno currículo maçônico nos moldes do exemplo abaixo:

NOME CIVIL (PROFANO)

Nome Histórico (se for o caso)
Grau Maçônico
Loja a que Pertence e Oriente
Rito que pratica
Data da Iniciação
Comendas e condecorações

Não hesite! Sozinhos nada podemos, mas juntos de tudo somos capazes! Esperamos por você
em nosso próximo número!

Fraternalmente,

SERGIO EMILIÃO
Editor

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 A presente publicação foi produzida com o software
Microsoft Office Professional Plus 2013©, utilizando as fontes
Calibri e Times New Roman, corpos 12, 16, e 24 em espaçamento
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Capa “Brasão” – Sergio Emilião

Arte, compilação, revisão e diagramação – Sergio Emilião

Rio de Janeiro, novembro de 2016 EV

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REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 13 – NOVEMBRO DE 2016 16