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“Você é um Mestre Maçom. Mas ficou em você, como em


qualquer Mestre inteligente e sensível aos ensinamentos,
uma sensação inequívoca de que a história não se
completou, de que deve haver, tem que haver algo além.
Realmente, há. Chama-se...”

Ir. José Roberto Pascolatti – Past Master


Capítulo Bandeirante Nº 25 de Maçons do Real Arco = Bauru/SP
Grande Capítulo de Maçons do Real Arco do Brasil
The General Grand Chapter of Royal Arch Masons - International
Seja qual for o Rito Simbólico de origem, o Maçom que chega ao Grau
de Mestre pode ascender por várias escadas para completar sua
educação, os Altos Graus do Rito de York, os Altos Graus do Rito
Escocês Antigo e Aceito entre outras.

Qualquer Mestre Maçom oriundo de uma das três Potências Regulares


brasileiras e de todos os Ritos por elas trabalhados estão habilitados a
entrar para os Altos Graus do Rito de York Americano, podendo ser
convidado, indicado ou pedir para entrar. Todas as formas são
igualmente honrosas. É necessário apenas que seja um Mestre Ativo e
que esteja a prumo em sua Potência Simbólica.

Conforme o Educational Bureau of the General Grand Chapter of Royal


Arch Masons dos Estados Unidos da América, o Rito de York é dividido
em 4 partes e já se encontram regularmente instalados, inclusive no
Brasil, por intermédio dos seguintes Grandes Corpos reconhecidos
internacionalmente:

Grande Capítulo de Maçons do Real Arco do Brasil (fundado em


2001), que possui carta de autorização do General Grand Chapter of
Royal Arch Masons International (fundado em 1797).

Grande Conselho de Maçons Crípticos do Brasil (fundado em 2006),


que possui carta de Autorização do General Grand Council of Cryptic
Masons International (fundado em 1881).

Grande Comenderia de Cavaleiros Templários do Brasil (fundado em


2015), que possui carta de autorização do Grand Encampment of
Knights Templar (fundado em 1816).
Maçonaria Instrumental:
Constituída pelos Graus Simbólicos de Aprendiz, Companheiro e
Mestre e que são conferidos segundo o Rito Antigo York (“Blue
Lodges”). Cada Estado possui a sua Grande Loja Simbólica. Esses
formam a base de ingresso na Maçonaria.

Aprendiz Companheiro Mestre


Maçonaria Científica:

Os Graus Capitulares, conhecidos como Maçonaria do Real Arco. Os


Capítulos conferem 4 graus: Mestre de Marca, Past Master, Mui
Excelente Mestre e Maçom do Real Arco. Suas corporações são
dirigidas em cada Estado por Grandes Capítulos de Maçons do Real
Arco.

Mestre de Past Mui Excelente Maçom do

Marca Master Mestre Real Arco


Maçonaria Científica:

Os Graus Crípticos. O Conselho Críptico ou Conselho de Mestres Reais


e Eleitos, conferem os graus de Mestre Real, Mestre Eleito e Super
Excelente Mestre. Somente pode ingressar nos Graus Crípticos os
maçons que receberam o grau de Maçom do Real Arco. Suas
corporações são dirigidas por um Conselho de Mestres Escolhidos.

Mestre Real Mestre Eleito Super Excelente Mestre


Maçonaria Filosófica:

As Ordens de Cavalaria (A Comanderia Templária ou Ordem dos


Cavaleiros Templários) conferem Ordens sendo: Ordem da Cruz
Vermelha, Ordem de Malta e Ordem do Templo e Embora conferidas
como Ordens na realidade são efetivamente Graus da Maçonaria
Cavaleiresca.

Ordem da Ordem de Ordem do


. Cruz Vermelha Malta Templo
No Brasil, esses segmentos já se encontram regularmente instalados
por intermédio dos seguintes Grandes Corpos reconhecidos
internacionalmente:
Os Graus Capitulares

São um conjunto de quatro graus controlados pelo “The General Grand


Chapter of Royal Arch Masons”. Esses Graus revivem, na íntegra, a
história do Templo do Rei Salomão, subsequente à morte do Arquiteto,
em Cerimônias de profundo simbolismo, consistência e beleza.

Eles concentram-se nas fases de construção do Templo de Salomão,


com exceção do grau de Past Master, daí o título de Capitular. O grau
de Past Master é um vestígio remanescente do antigo costume de que
o Grau do Real Arco só podia ser conferido a um Mestre Instalado de
uma Loja Simbólica. Nos Estados Unidos, esses graus são considerados
como propriedade do Real Arco, enquanto que na Inglaterra não há
este grau, e o Grau de Mestre de Marca é controlado pela sua própria
Grande Loja, que é chamada de The Grand Lodge of Mark Master
Masons of England and Wales and its Districts and Lodges Overseas.

O Real Arco traz, a Maçons de todos os Ritos, uma nova compreensão


do Simbolismo. Leva a pensar, a comparar e a entender. Conduz à
emoção e ao encantamento. Eleva o Mestre Maçom a uma dimensão
inteiramente nova.
Só pode ser exaltado no sublime grau de Maçom do Real Arco quem
seja Mestre Maçom numa Loja Simbólica Regular e que tenha
percorrido todos os graus concedidos no âmbito de um Capítulo. Que
tenha sido avançado como Mestre de Marca, empossado na Cadeira
do Oriente como Antigo Mestre e recebido e reconhecido como Mui
Excelente Mestre. Por seu lado, só podem receber os Graus Crípticos
ou integrar uma Comanderia, os Companheiros que sendo Maçons do
Real Arco tenham as suas obrigações cumpridas em relação ao
Capitulo em que se integram.
Um Pouco de História
O Arco Real permanece como o arco-íris da promessa no Ritual; é a
promessa da ressurreição; daquilo que foi perdido e que será
recuperado. A questão que surge é: A Palavra do Mestre foi
originalmente comunicada no Terceiro Grau?

Sobre isso, há alguma diversidade de opiniões. No atual Ritual do


Terceiro Grau, a Palavra do Mestre está perdida. Dr. Oliver, historiador
maçônico, diz: “A Verdadeira Palavra nunca foi perdida, mas
transferida para o Arco Real“, e em corroboração desta afirmação diz
ainda: “Tenho diante de mim uma velha gravura francesa da Obra
Fundamental da Loja do Mestre, datada de 1740 que contém os
emblemas usuais e no caixão está a ‘Palavra Verdadeira’ em
maiúsculas romanas“.

Isto tenderia a provar que antes da lenda de Hiram Abiff ser


introduzida no Grau de Mestre, a Verdadeira Palavra foi comunicada
no Grau de Mestre, e não como uma Palavra Substituta. Porém,
quando a lenda de Hiram se tornou parte do Ritual deste grau, seguiu-
se a “perda” da “Palavra”, pois a “perda” é uma parte da lenda
Hirâmica. Mas a “perda” sem uma “recuperação” seria um absurdo.
Para completar o simbolismo da Maçonaria, o “Verbo” deve ser
recuperado, daí a necessidade de um Quarto Grau, o Arco Real.

Introdução da Lenda Hirâmica


Em 1738, ou antes, a história da perda da Palavra e a nova lenda, o
Arco Real, foram gradualmente introduzidas nas lojas, e quando a
divisão ocorreu, (1751) dividindo a Maçonaria da Inglaterra em
“Modernos” e “Antigos”, o último organizou uma Grande Loja e
adaptou um Ritual de Quatro Graus, o quarto sendo o Arco Real.
Laurence Dermott (1720-1791), o famoso e combativo Grande
Secretário dos Antigos, dizia que o Arco Real era “a raiz, o coração e o
cerne da Maçonaria”. A Grande Loja dos Antigos já praticava o Arco
Real desde sua fundação e o considerava tão importante que chegou a
ser conhecida como a “Grande Loja dos Quatro Graus”. Seu brasão
prova isso, porque só ostentava elementos simbólicos do Arco Real.

Grande Loja dos Antigos


A Grande Loja dos “Modernos” evidentemente continuou a usar o
antigo Ritual, sem a lenda de Hiram Abiff, enquanto a Grande Loja dos
“Antigos” usou o novo Ritual contendo a lenda Hirâmica e o Quarto
Grau, até ao ano de 1813, quando as duas Grandes Lojas se uniram e
formaram a atual Grande Loja da Inglaterra, conhecida como Grande
Loja Unida da Inglaterra. É, portanto, à Grande Loja dos Antigos que
devemos o Grau de Mestre conforme consta no nosso Ritual e também
a preservação do Grau do Arco Real.

Um dos artigos de união das duas Grandes Lojas de Inglaterra em 1813


foi a retenção dos graus conforme formulado pela Grande Loja dos
“Antigos”; portanto, entre os artigos do acordo desta união,
encontramos a única declaração feita em qualquer lugar ou em
qualquer momento sobre o que constitui “Antiga Maçonaria”. Esse
artigo declara que :

“Se declara e pronuncia que a pura e antiga Maçonaria,


consiste em três Graus e não mais, ou seja, Aprendiz,
Companheiro e Mestre, incluindo a Suprema Ordem do Santo
Arco Real. Este artigo não tenta evitar que qualquer Loja ou
Capítulo possa realizar reuniões em qualquer um dos Graus da
Ordem da Cavalaria, de acordo com as Constituições dessas
Ordens”.

Vemos, portanto, que o Real Arco é meramente a evolução de uma


verdade contida no início do Terceiro Grau. Não é um “Grau Superior”,
mas o último volume da série em uma história sublime revelada
através do simbolismo. O Grau de Mestre sem o Real Arco é uma
história contada pela metade, uma canção não cantada e uma
promessa não cumprida. O candidato recebe a promessa de receber,
mas é dispensado com um “substituto”. Ele é deixado nas trevas, na
dúvida, e para o pensativo, numa condição de decepção. No entanto,
há um propósito por trás desse aparente engano. A luz e a verdade
revelada só vêm por meio de labuta e serviço voluntário. Esta lição
deve ser aprendida antes que qualquer Maçom seja qualificado para
conhecer e apreciar a Verdade, a Palavra do Mestre. É, possivelmente,
lamentável que o Grau do Real Arco tenha sido separado dos “Graus
Azuis”; mas seja feliz ou infeliz, o Real Arco permanece como o último
dos graus na Maçonaria Antiga. É o cume e nenhum Mestre Maçom
está na posse de tudo o que a Maçonaria ensina sem o Real Arco.

A série de quatro graus continuou a ser conferida sob uma carta


patente até cerca de 1750, pelo menos na América. A história mais
antiga que temos do Real Arco no país foi em 1758, quando foi
conferido sob uma carta patente, na Filadélfia. Foi introduzido em
Nova York quase na mesma época por uma loja militar inglesa, em
Massachusetts, em 1769, onde foi conferido pela Loja St. Andrew’s.

Desde então, o Grau do Real Arco permaneceu seguro no seu lugar


superior. “O termo Loja do Real Arco foi sucedido pelo Capítulo do
Real Arco. A palavra Capítulo foi usada em Connecticut já em 5 de
Setembro de 1783; na Pensilvânia, em 5 de Setembro de 1789, em
Nova York, 29 de Abril de 1791; em Massachusetts, 19 de Dezembro de
1794. A palavra Capítulo tomou o lugar da Loja na Inglaterra, pela
primeira vez, em 29 de Abril de 1768. A palavra Companheiro, usada
no Capítulo no lugar de Irmão, foi usada pela primeira vez em
Inglaterra em 1778. Estes termos, Capítulo e Companheiro, foram logo
transportados para a América, onde floresceram como elementos do
sistema Capitular de Graus.

Em 1797, Thomas Smith Webb, famoso ritualista americano, registrou


seu Monitor (algo parecido aos nossos rituais, porém quase todo
cifrado) e conseguiu que representantes de diversos Capítulos se
reunissem em Boston, em 24 de outubro do mesmo ano.
Nos dias atuais, essa Convenção é considerada hoje o ponto de partida
para o que é atualmente conhecido como The General Grand Chapter
of Royal Arch Masons, International.
Podemos dizer que foi a partir daí que o Real Arco americano
cristalizou-se em toda sua beleza.
https://www.ggcrami.org

Esta é, em resumo, a história dos Graus Capitulares do Real Arco. A sua


linhagem é tão legítima quanto qualquer um dos graus da Antiga
Maçonaria e surgiu da introdução da Maçonaria Especulativa na
Maçonaria Operativa, o fruto do simbolismo e da alegoria. Ser um
Mestre Maçom é o grau mais elevado e honroso que qualquer homem
pode atingir e lhe concede todos os direitos e privilégios da Arte; todos
os chamados altos graus acumulados nada acrescentam à sua estatura
Maçônica. O Real Arco faz parte do Grau de Mestre – o ápice da sua
excelência. É um privilégio e deve ser o dever do Mestre Maçom
completar a história Maçônica, contada em alegoria e revelada em
simbolismo ao receber o título de Maçom do Real Arco.

Aqui no Brasil, até há bem pouco tempo, os Maçons jurisdicionados às


Grandes Lojas de quase todos os Estados que são reconhecidas pelas
Grandes Lojas Americanas, só dispunham do Capítulo Jerusalém do
Paraná, hoje infelizmente adormecido, para os Graus Capitulares do
Real Arco.
Em 8 de maio de 1993, foi fundado o Capítulo José Guimarães
Gonçalves de Maçons do Real Arco, um tributo à coragem e à
capacidade de realização do Irmão José Nunes dos Santos, Past Grande
Chanceler das Relações Exteriores da Grande Loja Maçônica do Estado
do Rio de Janeiro e está subordinado ao The General Grand Chapter of
Royal Arch Masons, International.
https://site.realarco.org.br

O Real Arco inglês e o americano se reconhecem mutuamente. Mas


como a versão inglesa tem um único Grau, um Maçom inglês, para
entrar num Capítulo americano que estiver trabalhando nos Graus
de Mestre de Marca, Past Master e Mui Excelente Mestre, deve
receber primeiro aqueles Graus.
Detalhes Importantes:
*O título de quem pertence ao Real Arco é Companheiro, não no
mesmo sentido do Fellowcraft, título do Grau 2 do simbolismo em
inglês, mas de Companion (termo inglês derivado do latim cum panis,
“aquele com quem se reparte o pão”). 
*Embora levadas extremamente a sério, as Sessões são leves e
descontraídas, deliberadamente, para estimular um clima respeitoso e
propício ao diálogo e ao aprendizado.
*Os ensinamentos são discutidos livremente, sem qualquer imposição
dogmática, como é próprio a homens livres e de bons costumes. Até
porque – e este é um dos motivos de fascínio do Capítulo – estamos
todos aprendendo e construindo.
*Um dos aspectos fundamentais do Real Arco é a mais absoluta
transparência. Além da participação ativa dos Companheiros na
Administração, o Capítulo tomou a iniciativa pioneira de fazer a
publicação periódica, em periódicos maçônicos, de balancetes
semestrais e relatórios anuais. Desta forma, os Companheiros têm
informações detalhadas para que possam influir nos destinos do
Capítulo, tanto na parte financeira quanto na parte administrativa.
Afinal, a gestão democrática é um imperativo para qualquer Corpo
Maçônico legitimado nos Estados Unidos.
*Para o Maçom, a busca da Verdade é constante. Sabemos todos que
esta Verdade é interior, mas o Real Arco é uma das formas mais belas
de encontrá-la – pela companhia, pelo ambiente, pelas Cerimônias e
pela sensação esplêndida de estar construindo algo absolutamente
novo.
*Os graus Capitulares enfatizam as lições de regularidade, disciplina,
integridade e reverência, a consagração do Sanctum Sanctorum e a
descida do Espirito Santo no Templo. Ser exaltado como Mestre do
Real Arco coroa de forma grandiosa os conhecimentos do Mestre
Maçom. É o momento em que a Lenda do Templo de Salomão é
concluída. É o cume dos graus originais das Lojas Simbólicas, tal como
praticadas nas antigas Lojas de Inglaterra antes de 1820. Esses graus
explicam as origens da palavra substituta encontrada no grau de
Mestre Maçom, o resgate da Palavra Inefável e o seu ocultamento no
Real Arco. Os Capítulos são presididos e geridos por Sumo Sacerdotes.

*A cúpula dos Graus Capitulares é um Grande Capítulo do Real Arco


com jurisdição própria e reconhecimento internacional e é presidida
por um Grande Sumo Sacerdote responsável por todos os Capítulos
constituintes.

No grau de Mestre de Marca, o candidato é levado de volta a condição


de um Companheiro Maçom durante a construção do Templo, cujo
trabalho não é entendido e apreciado no início, mas, mais tarde se
torna a “principal pedra”, necessária para completar o Templo.
Ao ser adiantado ao Grau de Mestre de Marca, o Mestre Maçom
estará resgatando uma das tradições operativas mais singelas e
significativas da Idade Média e passando a identificar-se como faziam
nossos antepassados que construíram as magníficas catedrais góticas.
É um Grau que enfatiza as lições de regularidade, disciplina e
integridade, centrado na história do Companheiro e seu papel na
construção do Templo.
A origem do Grau é velada na obscuridade, como todos os graus
Maçônicos, mas, como os outros, ele surgiu no período anterior da
Maçonaria especulativa.

Era costume que os Maçons operativos selecionassem para si uma


Marca, a ser colocada em cada peça de trabalho feita por eles. Isso era
feito para controlar o trabalho de cada Maçom operativo pelos
Supervisores e para facilitar o pagamento dos salários. Cada Marca era
distinta e a mesma Marca frequentemente descia de pai para filho por
várias gerações.

Essas marcas podem ser vistas hoje nas pedras das antigas catedrais da
Europa. Fatos semelhantes foram encontrados em vários pontos das
histórias Maçônicas. Na Escócia, o Maçom operativo foi obrigado a
registrar a sua Marca pelos Estatutos de Shaw, emitidos em 1598. A
partir desse requisito de registro da Marca, foi evidentemente
desenvolvido o Grau.

O registro mais antigo do Grau de Mestre de Marca sendo conferido na


Escócia, data de 7 de Janeiro de 1778. No entanto, isso não prova que
o grau não tivesse sido conferido numa data muito anterior. Esses
registros também contêm a informação de que o Grau de Mestre de
Marca não podia ser conferido a ninguém que não tivesse recebido o
grau de Companheiro e Mestre. Um relatório feito à Grande Loja dos
Maçons Mestres de Marca da Inglaterra afirma: “Provavelmente não
há nenhum Grau na Maçonaria que possa reivindicar maior
antiguidade do que os de “Homem de Marca” ou “Maçom de Marca” e
“Maçom Mestre de Marca”.

O grau foi conferido na Nova Escócia em 1784; em Connecticut em


1791; em Nova York em 1791 e em Boston em 1793. Como o Real
Arco, o Grau de Mestre de Marca foi originalmente conferido em Loja.
Nos Estados Unidos, o Grande Capítulo Geral, R.A.M., emitiu as Cartas
de Loja de Marca até 1853, quando foi proibida e o diploma passou
para o controle do Capítulo na Inglaterra onde o Grau está sob o
controle da Grande Loja dos Maçons de Marca; no Canadá e na
Escócia, o controle é exercido como nos Estados Unidos.

As lições do grau são intensamente práticas, enfatizando a grande


exigência da vida, a saber: qualificação e serviço.

Simbologia:
No Grau de Mestre de Marca, o candidato representa um obreiro cujo
trabalho é examinado no final de cada semana. Importantes
ensinamentos são transmitidos visando promover a fidelidade, o
aperfeiçoamento individual, a dignidade do trabalho e aprender como
ajudar os Irmãos necessitados.

Salomão, Rei de Israel, Hiram, Rei de Tiro e Hiram Abif criaram este
Grau não apenas para premiar a laboriosidade, a fidelidade e a perícia,
mas também para tornar impossível que qualquer Companheiro
Mestre de Marca sofresse por carecer do indispensável para viver,
uma vez que o preço de sua Marca poderia supri-lo.

Trabalho Bom, Trabalho Fiel, Trabalho no Esquadro: Marca Bem!


“Quem pelo Esquadro passou sem ofensa recebe por certo a
recompensa, o merecido pagamento. Ao mostrar sua Marca em
confiança, aquele que é verdadeiro alcança o justo reconhecimento”.
No Grau de Past Master, receberá um privilégio, porque no começo o
Real Arco era prerrogativa exclusiva de Mestres Eleitos ou Instalados.
É um Grau que enfatiza a lição da harmonia. Esse Grau é conferido por
causa do antigo costume que exigia que um Maçom deveria ser um
Past Master (Loja simbólica), a fim de ser exaltado ao Real Arco. Em
algumas Grandes Jurisdições esse Grau é conferido a todos os Mestres
da Blue Lodge. O Grau não confere qualquer posição real para o
Maçom em Loja Simbólica, mas é realizado para manter o antigo.

O uso geral do termo, Past Master (Antigo Mestre – Mestre Instalado),


pelas Lojas Azuis, significa aquele que foi eleito, instalado e serviu por
doze meses numa Loja regular. O uso geral do termo não implica um
grau separado, embora em muitas lojas e anteriormente no Missouri,
o grau honorário de Past Master seja conferido aos Mestres eleitos
como parte da cerimônia de instalação. Esse grau foi ou é conferido
apenas na presença de Past Masters.

O Grau é o segundo na série do Capítulo, daí surgiram os termos “Past


Master Real” e “Past Master Virtual”, o último significando aquele que
recebeu o grau num Capítulo, mas que não foi eleito ou serviu como
Venerável Mestre numa Loja.

Um Past Master Virtual não tem direito ao reconhecimento em Loja


Simbólica como Past Master ou Mestre Instalado.

O Grau é antigo. Encontramos a expressão do Past Master usada em


1771 e é implícita como alguém que “passou pela cadeira em alguma
cerimônia”. A Constituição da Grande Loja de Inglaterra (1723) fala do
Mestre Instalado passando por certas “cerimonias significativas”. Não
pode haver dúvida quanto à antiguidade do Grau. Ele data do
nascimento da Maçonaria Especulativa.

A introdução do grau na Maçonaria Capitular deve-se ao fato de que,


originalmente, o Arco Real era conferido apenas àqueles que tinham
sido eleitos e presidiam a uma Loja como Veneráveis Mestres, mas era
manifestamente injusto para uma grande parte dos irmãos ter tal
restrição colocada entre eles e o Arco Real. A seguinte lei de 1789
ilustra este fato:

“Nenhum Irmão pode ser exaltado até que tenha sido pelo
menos três anos um Mestre Maçom e tenha presidido seis
meses como Venerável Mestre de alguma Loja regular ou tenha
passado na Cadeira de Dispensação“.

Essa lei mostra a velha restrição e a modificação que estava a tomar


forma, permitindo que outros que não os verdadeiros Past Masters
recebessem o Arco Real. Uma antiga lei encontrada na Loja Harmony,
nº 52, em Filadélfia, 1799, declara:
“Todo o irmão que não passou na Cadeira deve pagar quatorze
dólares, dos quais a Dispensa será paga; se ele tiver passado
pela cadeira por ter sido exaltado, oito dólares“.

Ou seja, um Past Master Real poderia receber o Grau do Arco Real por
oito dólares, mas aquele que não recebeu o Grau da Past Master em
Loja, devia obter uma Dispensa do Grão-Mestre para o receber, antes
que pudesse ser feito Maçom do Arco Real, com um custo de quatorze
dólares.

Quando o Grau do Arco Real deixou de estar sob o controle da Loja e


se tornou um sistema separado, conhecido como Capítulo, o pré-
requisito para o Arco Real permaneceu, o Past Master. O Grau de Past
Master Virtual tornou-se parte da série de Graus do Capítulo. A razão
para esse pré-requisito torna-se evidente quando as lições desse grau
são estudadas e compreendidas. A lição de obediência à autoridade é
uma prova contra a anarquia, e quem deseja ensinar deve primeiro
aprender a obedecer.

Simbologia:
O Grau de Antigo Mestre (Past Master) era antigamente apenas
concedido a quem tivesse sido Venerável Mestre de uma Loja
Simbólica, assim se iniciando a respectiva preparação para alcançar o
sublime grau de Maçom do Arco Real, que lhes estava reservado. Por
isso, quando o acesso foi aberto a outros Mestres Maçons, esses
últimos passaram a chamar-se Antigos Mestres "virtuais". Nesse Grau
é ensinado ao Candidato; primeiro aprender a obedecer antes de
aprender a governar, e, ainda, que ele deve saber governar-se a si
próprio antes de governar os outros.

Ser induzido à Cadeira do Oriente e receber o Grau de Past Master é


privilégio reservado no passado somente a Mestres Eleitos ou
Instalados. Esse Grau, embora breve, foi a fonte de inspiração de uma
cerimônia hoje estendida a praticamente todos os Ritos, a Instalação.

“Agora, irei induzir-vos numa representação da Cadeira do Oriente, na


qual, há tempos, governou o mais sábio dos Reis, o nosso GM
Salomão, Rei de Israel.”

Para ser exaltado ao sublime Grau do Real Arco, e ter essa posição de
honra, deve ser um Governante da Arte. Quem quer governar, deve
primeiro aprender a grande lição da obediência, bem como observar
todo juramento que antes prestou, ajustando suas ações ao Esquadro
da Virtude e refreando as paixões e preconceitos aos devidos limites.

Só pode ensinar aquele que passou pela severa escola da disciplina. E


governa melhor aquele que aprendeu a importante lição do domínio
de si mesmo. O Eu, conquanto seja rei, é súdito. O Eu, embora seja
governante da Arte, é Obreiro, um governante cujo cetro é a justiça,
cujo domínio está no coração da humanidade, cujo trono está
edificado no amor.
A cerimônia do grau de Mui Excelente Mestre nos mostra um grau
espetacular e único, pois é o único grau que traz à atenção do
candidato a conclusão e a dedicação ao cerimonial do Templo de
Salomão. Sua nobreza e carga emocional o tornam uma das mais belas
etapas da senda Maçônica.
É um Grau que enfatiza a lição de reverência. Este Grau é centrado na
dedicação do Templo após a sua conclusão, em particular a
consagração do Sanctum Sanctorum e a descida do anfitrião no
Templo. Esse grau completa as lições simbólicas introduzidas no grau
de Mestre da Marca.

Uma mentira bem contada e repetida constantemente torna-se uma


verdade para pessoas crédulas. Isso aplica-se à afirmação
frequentemente repetida de que Thomas Smith Webb fabricou o
sistema americano de Graus Capitulares e as Ordens da Comenda dos
Cavaleiros Templários.

Os Graus do Capítulo e as Ordens da Comenda já existiam e foram


conferidos quase cinquenta anos antes do nascimento de Webb. Há
registros em Massachusetts e Nova York da data de nascimento de
Webb e das datas em que ele recebeu todos os Graus Maçônicos. As
datas mostram que o Mui Excelente Mestre era conhecido e conferido
antes de Webb se tornar um Maçom do Arco Real.

A partir de 1791, o Mui Excelente Mestre era um Grau bem conhecido


e fazia parte do sistema Capitular. Um dos Graus mais impressionantes
nas suas cerimonias e sublimemente espiritual no seu simbolismo.

Simbologia:
Numa Loja de Mui Excelentes Mestres representam-se cenas
evocativas do tempo em que o Rei Salomão concluiu e consagrou o seu
famoso Templo. Jeová aceita o sacrifício de Salomão e os obreiros
sentem-se felizes por serem recebidos e reconhecidos como Mui
Excelentes Mestres, como recompensa pelo seu trabalho.
Incita-se, assim, o candidato a consagrar o seu edifício espiritual a
Deus nessa vivência transitória, para que, depois, possa ser bem
recompensado.

Ser recebido e reconhecido Mui Excelente Mestre é uma experiência


emocionante, de grande nobreza e carga emocional. De todos os graus
Maçônicos de qualquer Rito, esse é o único que revive o momento do
término e da dedicação do Templo de Salomão.

Era intenção de David construir uma casa onde o Deus de Israel


pudesse ser adorado. Para tal propósito, ele recolheu uma imensa
quantidade de tesouros: ouro, prata, pedras preciosas, jóias e finos
tecidos de linho. Entretanto, sendo David um varão manchado de
sangue, foi proibido pelo profeta Natan de construir a casa. Aquela
grande obra estava reservada a seu filho, o Rei sábio. Assim, logo após
ter ascendido ao trono de Israel, Salomão lançou as fundações do
Templo sobre o Monte Moriah.

A obra começou no ano de 2992 e terminou no ano 3000, sendo


gastos na construção pouco mais de sete anos. Em 3001, seis meses
depois de terminado, no mês Tishri, o sétimo do ano sagrado judaico,
o Templo foi dedicado com cerimônias solenes ao serviço do único
Deus vivo e verdadeiro. Para que as cerimônias tivessem a solenidade
apropriada, o Rei Salomão transferiu a dedicação para uma das
principais festas judaicas – a Festa dos Tabernáculos – ocasião em que,
sabia ele, todo povo judeu viria a Jerusalém.

Assim foi que, no devido tempo, começaram a chegar, de todas as


partes da Judéia, desde a costa Fenícia até as planíces do Jordão,
congregando-se em grande multidão em Jerusalém. O povo encheu os
átrios exteriores do Templo e contemplou sua magnificência.
Festa dos Tabernáculos

O Sumo Sacerdote penetrou no Santuário para ver se os vasos


sagrados estavam colocados segundo sua ordem apropriada. Foi
formada uma procissão para dirigir-se à cidade de Davi e trazer dali a
Arca da Aliança.
Louvados seremos por nosso Trabalho !
“Findo o labor, a Arca em seu assento, Louvados seremos por nosso Trabalho !”
A exaltação ao Grau de Maçom do Real Arco coroa de forma grandiosa
os conhecimentos do Mestre Maçom. Dará, finalmente, plena
consciência do que significa ser Mestre Maçom ao ver concluída a
lenda de Hiram, em magnífico porém humilde esplendor.
Ao atravessar o grau de Maçom do Real Arco a Câmara Secreta é
descoberta, o que leva a descobrir muitos artefatos que conduz para a
eventual descoberta da “Verdadeira Palavra” dos Mestres Maçons.
Simbologia:
No Grau de Maçom do Real Arco, o Candidato testemunha a sarça
ardendo quando Jeová ordena a Moisés que tire os filhos de Israel do
cativeiro. Numa outra sessão invoca-se os tempos em que depois da
destruição do Templo por Nabucodonosor e do povo de Israel ter
ficado cativo durante 70 anos, retorna a Jerusalém para reconstruir a
Casa do Senhor, sob a direção de Josué, Zorobabel e Ageu. Entre as
ruínas do velho Templo são feitas valiosas descobertas que completam
os conhecimentos anteriormente adquiridos. O Candidato é levado a
sentir que a amizade, a união, o zelo e a pureza do coração presidem a
atividade de um Maçom.

Nesse Grau o Mestre Maçom encontra novos estímulos para seguir


firme e inabalável no desempenho de seus deveres. Seus membros
estão ligados pelos vínculos mais solenes para promover o bem-estar
mútuo, corrigindo uns aos outros, em suas faltas e imperfeições. Existe
um dever para com os Irmãos que a admissão de cada candidato a um
Capítulo do Real Arco, seja sancionada pelo escrutínio mais
penetrante, esperando ter sempre a satisfação de encontrar, entre os
Irmãos, somente aqueles que estimulem, até onde suas forças
alcancem, os grandes objetivos da Arte Real.

Que as palavras do Irm. Richard Sandbach, membro da famosa Loja de


Pesquisas Quatuor Coronati, escritor maçônico internacional,
encerrem esta breve exposição:

“Ao perceber que os ensinamentos da Ordem os deixa com um


sistema de moralidade voltado às coisas do mundo e com uma lenda
de perda, os Mestres Maçons percebem que deve haver algo mais. [...]
O Real Arco é uma lenda de descobertas e sua mensagem é a de que
vivemos na luz e na glória da eternidade. [...]
O Real Arco mais do que completa a educação do Mestre Maçom com
relação à história e os segredos – ele coloca a Maçonaria no contexto
da Eternidade.”
Oriente de Bauru/SP, 22 de Outubro de 2022.
Ir. José Roberto Pascolatti – Past Master
Capítulo Bandeirante Nº 25 de Maçons do Real Arco
Grande Capítulo de Maçons do Real Arco do Brasil
The General Grand Chapter of Royal Arch Masons - International
ANEXO I

ORIGEM DO ARCO REAL


Albert Mackey
Tradução José Filardo

Nenhum evento na história da Maçonaria Especulativa teve influência


tão importante sobre seu desenvolvimento, como um sistema de
simbolismo, como a invenção do grau do Arco Real e sua introdução
no ritual maçônico.

É evidente que a limitação do sistema de três graus, terminando na


"parte do Mestre", deixou o ciclo de simbolismo em uma condição tão
incompleta quanto estaria uma novela com o último capítulo não
escrito. O ritual, tal como foi concebido e apresentado ao Craft no
início do século 18, quando o elemento Especulativo foi totalmente
desligado do Operativo, foi de uma concepção imatura de seus
inventores, e foi marcada pelas imperfeições e deficiências que sempre
se espera de imaturidade.

Aceitando o ritual escasso, principalmente destinado a incorporar


apenas os métodos de reconhecimento, Desaguliers e seus
colaboradores o haviam gradualmente estendido, primeiro pelo
desenvolvimento de um simples grau que tinha sido comum a todo o
corpo do Craft, em dois e finalmente, em três graus.

Aqui, infelizmente, eles desistiram de trabalhos adicionais na


construção de um ritual. O experimento tinha sido até então bem
sucedido. Ele tinha dado renovada vitalidade a uma instituição que há
muito definhava; tinha excitado a curiosidade e ganhou o apoio de
muitos que até então não sentiam interesse no sistema mais tosco das
lojas Operativas. Ele tinha colocado a sociedade em um plano muito
mais alto do que ela tinha anteriormente estado antes da separação
absoluta dos dois elementos de que era composta.

É muito lamentável que a experiência de fabricação de um ritual tão


prudentemente começado, e que foi tão bem sucedido em seus
resultados, não tivesse sido continuada, e o Terceiro grau sido
completado por um Quarto que daria perfeição ao esquema simbólico.
O que era precisamente o ritual do grau de Mestre conforme
concebido por Desaguliers, Payne, Anderson e seus contemporâneos,
nos é impossível saber.

O conhecimento dos fatos que tinham sido transmitidos apenas


oralmente é frequentemente perdido com o passar do tempo; a
tradição é raramente inalterada e quando não há registro escrito para
orientar nossas pesquisas, nós necessariamente tateamos no escuro. O
sistema maçônico do simbolismo, conforme é agora constituído nos
apresenta uma série tripla de antagonismos - o da ignorância e
conhecimento; o das trevas e da luz, e o da perda e recuperação. Com
o primeiro e o segundo desses antagonismos nada temos a fazer aqui.
É o último apenas que nos interessa no presente contexto.

O antagonismo de perda e recuperação, quando é simbolizado pela


morte e ressurreição - pelo final do presente e início da vida futura, é
perfeitamente representado no grau de Mestre. Mas, quando se trata
da doutrina da Verdade Divina simbolizada pela Palavra, que esteve
perdido por um tempo é finalmente recuperado, o Terceiro grau,
conforme agora construído, e como provavelmente sempre foi, falha
completamente em transmitir o simbolismo. Todos que dedicaram
total atenção ao estudo do ritual da Maçonaria Especulativa devem
admitir que a Palavra constitui o ponto central em torno do qual gira
todo o sistema de simbolismo maçônico. Sua posse é a consumação de
todo o conhecimento maçônico, quando perdido; sua recuperação é o
único objeto de todo o trabalho simbólico maçônico. Esses não são
meros truísmos, tendo apenas uma relação geral com o assunto de
simbolismo; eles são importantes axiomas, indispensavelmente
relacionados com a história da origem do grau do Real Arco, e com a
causa primária de sua invenção. Mesmo na época da pura Maçonaria
Operativa não adulterada, a Palavra era um segredo importante da
instituição.

Os maçons alemães tinham uma palavra, sinal, e aperto de mão, e no


século 17, se não antes, os Maçons Operativos da Escócia atribuíam
muita importância aos segredos da Palavra Maçônica. Analogicamente
pode-se inferir que os Maçons Operativos ingleses também estavam
na sua posse, embora não se faça referência a ela nas Antigas
Constituições ou na Lenda do Craft. Se essa era ou não a mesma
Palavra que mais tarde se tornou o núcleo do grau do Real Arco, é
impossível de determinar. Muito provavelmente ela não era.

A Palavra dada no Catecismo da Steinmetzen alemã, que pode ser


encontrada em Findel, e a que existia no catecismo do Manuscrito
Sloane, são diferentes umas da outras e nenhuma delas é a Palavra
utilizada atualmente. Pode, contudo, ter havido uma outra Palavra,
comunicada apenas a um grupo seleto, que por motivos óbvios não foi
referida em nenhum desses registros. Mas isso é mera conjectura e,
confesso, é pouco provável. A Palavra como a temos agora é indicativa
de um caráter mais elevado de simbolismo religioso, que os maçons
puramente operativos aparentemente nunca atingiram. Por outro
lado, não se pode negar que os maçons da Idade Média davam-se o
luxo, em grande medida, de uma espécie de simbolismo religioso.

A Iconografia cristã é abundante em suas decorações arquitetônicas,


entre os quais encontramos o triângulo em suas diferentes variações.
A questão é, portanto, de nenhuma maneira resolvida pela reticência
dos antigos catecismos sobre o assunto. Felizmente, essa solução não
é uma questão de vital importância para a discussão sobre a origem do
grau do Real Arco. Sua decisão só determinaria se os inventores dos
altos graus dos quais o Real Arco era o mais antigo foram os inventores
originais da Palavra, ou apenas os seguidores dos maçons mais antigos
e os ressuscitadores de suas ideias. Deixando a resolução dessa
questão em suspenso, vamos buscar nossas investigações históricas
sobre a origem e o crescimento do grau do Real Arco.

É a opinião de muitos eminentes estudiosos maçons que o Terceiro


Grau ou grau de Mestre de Desaguliers, que, com algumas
modificações feitas ao longo do tempo por sucessivos ritualistas,
continuou a ser reconhecido pela Grande Loja Constitucional da
Inglaterra até que a União em 1813 continha a verdadeira Palavra do
Mestre ou do Real Arco. O Dr. Oliver forneceu, penso eu, uma prova
muito convincente de que a Verdadeira Palavra foi comunicada no
ritual original do Terceiro grau, conforme praticado a partir de 1723
em diante.

Em seu livro A Origem do Real Arco Inglês, ele faz a seguinte


afirmação: "Eu tenho agora diante de mim um velho painel de grau ou
tapete de Mestre Maçom que foi publicado no continente quase que
imediatamente após a maçonaria simbólica ter sido recebida na França
como um ramo da Grande Loja de Inglaterra em 1725, que forneceu
aos maçons franceses uma cópia escrita das palestras então em uso, e
ele contém a verdadeira Palavra de Mestre em uma situação muito
proeminente". *
(* "Origin of the Royal Arch," p. 20.)

Não se pode negar que suas deduções a partir dessa circunstância são
muito legítimas. Ele prossegue dizendo: "Isto constitui um elo
importante na cadeia de evidência presuntiva, de que a Palavra,
naquela época, não tinha sido destacada do Terceiro grau e transferida
para outro. Se isso é verdade, e há toda razão para acreditar, a
alteração deve ter sido feita por alguma inovação extraordinária e
mudança de landmarks. E eu estou convencido, por razões que serão
rapidamente dadas, de que os Antigos são responsabilizados pela
origem dessas inovações para a divisão do Terceiro grau e a invenção
do Real Arco Inglês parece, por sua própria conta mostrar ter sido
trabalho deles.”.
Uma futura prova do fato de que a verdadeira Palavra estava contida
no Terceiro grau original pode ser encontrada na edição Wilkenson do
Livro das Constituições. Essa obra foi publicada em Dublin em 1769 e o
frontispício da primeira página é um painel de grau, retratando o
desenho de "Uma loja equipada para a recepção do Respeitabilíssimo
Mestre."

Entre os emblemas representados estão o morro, o raminho de acácia


e o esquife rodeado pelas “guttes de larmes” heráldicas, ou gotas de
lágrimas, símbolo de luto, todos eles referindo-se à Lenda Hirâmica do
grau de Mestre, enquanto, em um lugar de destaque e em letras bem
visíveis, está a verdadeira Palavra do Mestre. Em outra obra, o Dr.
Oliver diz que a "A Palavra do Arco Real era antigamente a verdadeira
Palavra do terceiro grau" * e ele se refere a um escritor francês de
1745 como tendo afirmado que "a Palavra do Mestre era
originalmente ... mas que foi alterada após a morte de Adoniram." O
escritor aqui referido é, penso eu, Guillemain de St. Victor, que, no
entanto, publicou a primeira edição de seu Recueil Previezex de La
Maconnerie Adonhiramite, não em 1745, mas em 1781. Guillemain.
(* "Discrepancies of Freemasonry," p. 75.)

Naquela trabalho póstumo, o Dr. Oliver evidentemente fez os


personagens de seus diálogos interessantes apenas como meios para
comunicar suas próprias opiniões. Ele dá a Palavra na sua totalidade,
que é precisamente a Palavra do Real Arco nos dias atuais. Ela foi
gravada no túmulo de Hiram em cima de uma placa triangular de ouro,
e era, diz ele, "l'ancien mot de maztre"(A velha palavra de Mestre). *
(* "Recueil Preceiux de la Maconnerie Adonhiramite," p. 105, edição
de 1787.)

Agora, o que Guillemain sabia do Terceiro Grau, tinha como base o


ritual primitivo da Grande Loja Constitucional da Inglaterra, pois este
tinha passado para a França e sido adotado no continente muito antes
de a Grande Loja ter feito as alterações tão refutadas pelos maçons
separatistas de 1740. Sua autoridade, portanto, pode ser aceita como
confirmação da declaração de Oliver de que o Terceiro grau
originalmente continha a Verdadeira Palavra. Mas, embora se deva
admitir que o grau de Mestre fosse conhecido pelos criadores do ritual
daquele grau, conforme ele foi inventado logo após a organização de
1717, e era comunicada na última parte do grau, não se seguirá que
havia algo mais que uma mera comunicação dela, sem qualquer
comentário ou explicação. Algo nos ensinamentos do ritual devia ter
faltado; senão, por que houve uma secessão de uma parte do
Craft(ofício/arte), que procurou declaradamente suprir um defeito que
eles sentiram, completando com um Quarto grau?

A perda e a recuperação da Palavra constitui a base sobre a qual é


construído todo o sistema de simbolismo maçônico. Sem estes pontos
importantes, a Maçonaria Especulativa como "uma ciência da
moralidade velada na alegoria e ilustrada por símbolos" seria um
fracasso total. Como uma instituição moral e social inculcando a
prática da virtude e cultivar o princípio da fraternidade, ela pode
permanecer. Mas ela em nenhum aspecto diferiria de centenas de
outras sociedades que professam os mesmos objetivos, que surgiram e
negando a vitalidade que um simbolismo profundo e religioso deu à
Maçonaria passaram todas através de apenas uma existência efêmera.
Assim, a invenção em meados do século 18 de um Quarto grau que
devia suprir a deficiência da "parte do Mestre" original deu um
impulso à instituição, que a história registra no progresso de sucesso
dos dissidentes que adotaram a invenção.

A interpretação da perda e da recuperação da Palavra, se coloca,


conforme já foi dito, como o próprio fundamento de toda a simbologia
maçônica. Agora, é mais do que provável que os inventores do
Terceiro grau original estavam familiarizados com, e comunicaram aos
seus iniciados a história da perda. Sabemos que a lenda de Hiram
constitui uma parte importante do ritual, e a perda da Palavra deve ter
sido incluída na alegoria que constitui a substância daquela lenda. Mas,
como a história da recuperação da Palavra não está incluída na lenda,
é evidente que o Terceiro grau original poderia não ter feito qualquer
referência a ela, e o simbolismo dual de uma perda e uma recuperação
não podia ter sido perfeito.

O Terceiro grau, conforme inicialmente previsto, sendo fundado sobre


a lenda de Hiram, dava, é claro, uma história da maneira pela qual a
Palavra se perdeu. Mas, embora depois ela tenha sido comunicada,
como é dito, a uns seletos poucos, nós não aprendemos a partir de seu
ritual de que forma ela foi restaurada ao Craft(ofício/arte). Havia,
portanto, um importante defeito na simbologia do sistema. Agora,
esse defeito deve ter finalmente atraído a atenção de alguns dos
estudiosos do ritual que viam a Maçonaria especulativa como algo
mais do que uma mera organização social, e que desejavam elevá-la a
um plano mais elevado de intelectualidade. Foi no continente que a
disposição de ampliar o ritual apareceu pela primeira vez. Foi essa
disposição que, com o tempo, passou dos limites do decoro e deu
origem aos quase inumeráveis Altos Graus, que mais poluiu que
purificou a atmosfera do simbolismo maçônico.

Primeiro, no entanto, a tentativa de expansão foi realizada com


moderação, e limitou-se a apenas dois pontos - suprir a deficiência na
história e simbolismo da Palavra, e inventar um novo relato da origem
da instituição. O presente assunto não tem qualquer conexão com a
última dessas expansões. É só ao primeiro que devemos dirigir a nossa
atenção. O primeiro inovador no ritual original de Desaguliers e seus
colaboradores foi o notável Cavaleiro de Ramsay, e é a ele que temos
de traçar a primeira adição àquele ritual, que era para completar o
terceiro grau com outro, que desde então tem sido, sob grandes
modificações conhecido dos maçons de língua inglesa como o Arco
Real. Os trabalhos maçônicos de Ramsay lhe dão o direito a, pelo
menos, um esboço breve de sua vida e caráter. *
(* Veja a biografia de Ramsay em "Enciclopédia da Maçonaria", de
Mackey da qual o esboço atual é condensado.)

Andrew Michael Ramsay, conhecido como o Cavaleiro de Ramsay,


nasceu em Ayr, na Escócia, em 09 de junho de 1668. Depois de
completar sua educação na Universidade de Edimburgo, onde se
distinguiu pela capacidade e dedicação, ele se tornou, em 1709, o
tutor dos dois filhos do Conde de Wemyss. Posteriormente, ele deixou
seu país natal e retirou-se para a Holanda. Lá ele conheceu Peter
Poiret, um discípulo culto e filosófico do célebre quietista Antoinette
Bourignon. Poiret era um destacado professor da teologia mística que
então prevalecia no continente. Provavelmente Ramsay devia muito à
sua intimidade com este místico piedoso, aquele amor de especulação
mística que ele posteriormente desenvolveu como o inventor de
elevados graus da Maçonaria, e como o autor de um rito maçônico.
Em 1710, Ramsay visitou Fenelon, Arcebispo de Cambray, tornou-se
seu convidado e aluno, e seis meses depois, um prosélito do
Romanismo. *
(* Em seu livro "Vida de Fenelon" Ramsay dá os detalhes completos do
processo intelectual e os argumentos do prelado através dos quais sua
conversão se deu”.Life", pp 189–206.

Através da influência do arcebispo, ele recebeu a nomeação de


preceptor do jovem Duque de Chateau-Thierry e príncipe de Turenne.
Como recompensa por seus serviços naquela qualidade, ele foi feito
Cavaleiro da Ordem de S. Lázaro, de onde deriva o título de
"Chevalier", pelo qual ele é sempre designado. *

Em 1724, Ramsay foi para Roma e foi nomeado tutor dos dois filhos do
titular James III, que, como filho e herdeiro de James II, o rei exilado da
Inglaterra, ainda reclamava o trono de seus antepassados.
(* A Ordem de São Lázaro foi instituída pela primeira vez na Palestina,
e os cavaleiros eram dedicados ao cuidado de pessoas infectadas).

Mais tarde, eles se uniram às outras Ordens na guerra contra os


sarracenos. Podemos presumir a que conexão de Ramsay com esta
Ordem sugeriu-lhe pela primeira vez a ideia de traçar a Maçonaria aos
Cruzados e atribuir sua origem a um sistema de cavalaria, que ele
abraçou em seus altos graus. Ele é conhecido na história geralmente
pelo título mais apropriado de "Antigo Pretendente." A estreita ligação
de Ramsay com a família exilada dos Stuart, e com os seus aderentes,
os Jacobitas, sem dúvida, exerceu uma grande influência na formação
de certos graus elevados e na interpretação modificada de
determinadas lendas, de modo a dar um colorido à teoria absurda que
a Maçonaria Especulativa foi inventada ou, pelo menos, usada como
um meio político de promover a restauração da Casa de Stuart ao
trono Inglês. Ramsay, ele próprio, não está livre da suspeita de ter
semeado os germes dessa teoria. Ele era um crente firme no direito
hereditário, e, sendo um aristocrata de coração, ele rejeitava a ideia de
que a Maçonaria poderia ter tido uma origem operativa.

No ano de 1728, ele visitou a Inglaterra e se tornou um hóspede íntimo


da família do Duque de Argyle. Enquanto estava na Inglaterra, a
Universidade de Oxford lhe conferiu o grau de Doutor em Direito, uma
evidência tolerável de sua reputação como um homem de letras.

Em seu retorno à França, ele adotou Pontoise como sua residência,


uma sede do príncipe de Turenne, e passou o resto de sua vida como
intendente da família do príncipe, morrendo em 06 de maio de 1743,
no septuagésimo quinto ano de seu vida. A carreira literária de Ramsay
foi marcada pela produção de apenas alguns poucos trabalhos, mas
cada um deles deu provas evidentes de sua erudição e de sua
habilidade como escritor.

Seu primeiro trabalho parece ter sido A Vida de François de Salignac de


le Motte Fenelon, Arcebispo e Duque de Cambray. Este foi publicado
em Londres em 1723, e deu origem a uma crítica severa por
"Britannicus" em vários números consecutivos dos jornais de Londres
daquele ano. Em 1727 ele publicou As Viagens. Esse trabalho,
composto segundo o estilo do Telêmaco de Fenelon, foi enriquecido
por um erudito "Discurso sobre a Teologia e Mitologia dos Persas.”.

O livro foi tão favoravelmente recebido, a ponto de ser rapidamente


traduzido para o francês, o holandês, o alemão, e as línguas
dinamarquesas. Uma edição muito alterada e melhorada foi publicada
posteriormente pelo autor em Glasgow, na Escócia. *
(* A cópia em meu poder a tem o cunho de James Knox, Glasgow, mas
sem data.)
Kloss registra várias edições do trabalho em Londres e Paris variando
de 1760-1829, mas omite qualquer menção a essa edição de Glasgow
( Ver Kloss, "Bibliografia:" No. 3936 )

Nos últimos anos de sua vida, ele escreveu como um tributo de


amizade, uma História do Visconde de Turenne. Após sua morte, sua
maior obra apareceu, a saber, Os Princípios Filosóficos da Religião
Natural e Revelada, Desdobrada em uma Ordem Geométrica.

Esse trabalho, publicado em dois volumes em 1748, retrata seu autor,


não apenas como um homem de erudição variada, mas como um
metafísico profundo e um lógico astuto. De todos os adversários de
Spinoza, ninguém atacou tão habilmente e com sucesso os erros
daquele filósofo incrédulo como Ramsay. Suas contribuições dos
trabalhos publicados para a literatura da Maçonaria Especulativa são
ainda mais raros. Eles consistem de apenas duas produções e a autoria
de um deles é só uma hipótese.

Em 1738, foi publicado em Dublin, na Irlanda, uma obra, reimpressa


em Londres em 1749, com o título de Relation Apologetique et
historique de la Société des Francs-maçons, par J.G.D.M.E.M. Kloss,
que a formata como uma apologia abrangente e fundamental à
Instituição da Maçonaria e atribui a sua autoria, sem dúvida, a Ramsay.
Por ordem da Sagrada Congregação, ele foi queimado no ano seguinte
em Roma, pelo carrasco público, por conter "proposições e princípio
ímpios" e "os fiéis" foram proibidos de lê-lo. Esse ato de cremação
literária foi o primeiro caso da perseguição impotente da Ordem pela
Igreja Romana após a publicação da comemorada Bula In Eminenti do
Papa Clemente XII.
Em 1740, quando Ramsay era Grande Orador da Grande Loja da
França, ele pronunciou um discurso perante aquele corpo. Ele foi
publicado pela primeira vez em 1741 no Almanach des Cocus, sob o
título errôneo de Discours d'un Grande Maitre. Ramsay nunca
alcançou essa dignidade oficial. Esse Discurso e a Relação Apologética,
que se conjectura ser lhe atribuída, são os únicos escritos publicados
de Ramsay sobre temas maçônicos que chegaram até nós. Não se sabe
de fato se ele jamais publicou quaisquer outros. Mas esse Discurso é
de grande importância, na medida em que nele se desenvolve em
termos explícitos sua teoria da origem da Maçonaria. É suficiente aqui
dizer que a teoria repudiava a ideia de sua conexão com uma arte
operativa e traça o seu nascimento à Palestina e ao tempo dos
Cruzados. Assim, ele deu a Maçonaria não um caráter arquitetural,
mas um caráter religioso e militar que a conectava às Ordens de
Cavalaria.

É sob a influência dessa teoria sobre a mente maçônica que devemos


atribuir a posterior incorporação do Templarismo no sistema da
Maçonaria, um pensamento que nunca se sugeriu aos fundadores da
Sociedade. Mas, embora Ramsay tenha escrito pouco sobre a
Maçonaria para o olho público, ninguém durante o século 18 exerceu
maior influência sobre a maçonaria continental, e essa influência,
como se verá a seguir, se estendeu, em alguma medida até mesmo à
Inglaterra. Ele era um ritualista assíduo e entusiasta e procurou
desenvolver o sistema maçônico pela invenção de novos graus. A ele
devemos (embora o valor do débito seja questionável) a invenção do
sistema de Ritos, em que a ciência da Maçonaria especulativa é
expandida por uma superestrutura de "altos graus", baseada em três
primitivos. Naquela época, a Grande Loja da Inglaterra reconhecia e
praticava apenas os três graus de Aprendiz, Companheiro, e Mestre
Maçom. O mesmo sistema era seguido pela Grande Loja da França. *
(* A Grande Loge de France reconhecia apenas os três graus
simbólicos; suas constituições não se estendiam além deles)
Thory, "Fondation de la GL de France", p. 15.
Esse sistema simples não tinha congruência com a teoria de Ramsay.
Ele não fazia qualquer referência às Ordens de Cavalaria e não tinha
qualquer aparência de uma relação com qualquer coisa que não fosse
uma arte Operativa. Ramsay, portanto, achou necessário construir um
novo sistema, que deveria ter a evidência não de uma origem
Operativa, mas de uma origem cavalheiresca. Se ao realizar esses
pontos de vista ele havia rejeitado os graus primitivos, seu novo
sistema não teria tido pretensões de ser um sistema maçônico. Ele não
estava disposto a tentar tal revolução, que não teria, muito
provavelmente, sucesso em seus resultados. A Maçonaria especulativa
tinha nessa época se tornado uma instituição popular ela possuía
riqueza e influência, e homens de valor e erudição avidamente
procuravam a admissão na sociedade. Ramsay, ele próprio, era, sem
dúvida, apegado a ela, embora suas tendências aristocráticas o
induzissem à procura de uma esfera mais elevada.

Além disso, ele deve ter visto que ela fornecia, mesmo no que ele
considerava seu estado imperfeito, uma base sólida sobre a qual
construir o edifício de seus "Altos Graus". Ramsay, por isso, construiu
um novo sistema, que desde então foi chamado de um Rito. Seu
exemplo foi imitado depois, mas com menos moderação quanto ao
número de graus por ritualistas que inundaram a Maçonaria com suas
novas invenções. Mas de todos os ritos seguintes, embora alguns deles
se estendessem a quase uma centena de graus, apenas uma das ideias
originais de Ramsay, a saber, de aperfeiçoar a parte do Mestre através
do simbolismo de uma recuperação da Palavra, foi diligentemente
preservado.

Esse primeiro rito maçônico, que desde então ficou conhecido pelo
título de "Rito de Ramsay," consistia de seis graus, designados da
seguinte forma:
1. Aprendiz 2. Companheiro 3. Mestre 4. Ecossais ou Mestre Escocês 5.
Noviço. 6. Cavaleiro do Templo ou Templário.
Rhigellini acrescenta um sétimo grau, que segundo ele era o Real Arco,
mas eu não encontrei qualquer evidência desse fato em outros
lugares, e Rhigellini, lamento dizer, é pior do que inútil como
autoridade histórica. *
(* Rhigellini, "La Masonnerie, etc.," tome ii., p. 125. Era uma parte do
sistema de Ramsay atribuir a invenção destes graus a Godofredo de
Boulogne, nos dias dos Cruzados. Era a lenda de Ramsay, com menos
fundamento na verdade do que as lendas geralmente têm.)
O quinto e sexto desses graus incorporavam suas ideias sobre a origem
Cavalheiresca ou Templária da Instituição. Sua consideração não
lançaria qualquer luz sobre a investigação do Real Arco, que agora
estamos realizando. É no Quarto somente em que estamos
interessados - o Escocês - a partir do qual se supõe que as sugestões
foram derivadas e que deu origem à invenção do grau do Real Arco na
Inglaterra e ao grande cisma maçônico que se seguiu. Ramsay foi à
Inglaterra em 1728.
Quanto tempo ele ali permaneceu é incerto, mas foi tempo suficiente
para ganhar o favor da Universidade de Oxford, e obter daquele corpo
uma das mais altas honrarias literárias. Ele também ganhou bons
amigos naquele país, entre os quais podem ser nomeados o Duque de
Argyle, em cuja casa ele morou, e Lord Landsdowne, a quem dedicou
seus Cravens of Cyrus, e de cuja "amizade singular" ele se gabava. Não
é, portanto, improvável que ele tivesse alguma influência junto aos
maçons da Inglaterra, entre os quais se diz que ele tentou apresentar
seu novo ritual. *
(* Ill voulut introducerie uma Londres, en 1728, un nouveau Rite;. mais
il echoua dans ce projet. Thory, "Acta Latomorum," tome ii., p. 568.)

Mas ele falhou em seu esforço para tê-lo adotado pela Grande Loja,
que era então, como ainda é e sempre foi, extremamente
conservadora em suas opiniões. Mas, embora sem sucesso com a
Grande Loja, seu Real Arco parece ter animado o interesse em alguns
do membros da Fraternidade. Seu método de fornecer o símbolo
alegórico de uma recuperação da Palavra perdida os havia despertado
para o fato de que esse simbolismo, tão necessário para aperfeiçoar o
círculo da simbologia maçônica, estava faltando no antigo sistema de
três graus, então praticado pela Grande Loja. Por alguns anos, nenhum
esforço foi feito para incorporar o novo sistema ao ritual, então aceito.
Mas a ideia não morreu. Ela continuou a crescer, e finalmente lhe foi
dada a vida, quando, cerca de 1738 ou, talvez alguns anos antes, *
alguns irmãos começaram a manipular o grau de Mestre, e acrescentar
à história da perda da Palavra a nova lenda da sua recuperação.
(* A Grande Loja oficialmente, pela primeira vez, notou as "marcações
irregulares" em 1738, mas se segue a isso que elas não vinham
ocorrendo há algum tempo antes que a atenção fosse chamada para
elas.)

Essa adulteração do terceiro grau foi recebida pela Grande Loja


primeiro com censura grave, e em seguida, como os participantes no
sistema continuassem a ser refratários, com a sua expulsão. Isso levou,
como já vimos, ao cisma que dividiu os maçons da Inglaterra em duas
partes, distinguidos pelos títulos de "Modernos" e "Antigos". Os
últimos tendo organizado uma Grande Loja, adotaram um novo ritual
de quatro graus, e o chamaram Real Arco. Tem sido dito que Ramsay
inventou o grau do Real Arco. Ele não fez tal coisa. Ele nem sequer
inventou o nome. Mas ele fez o simbolismo que se refere à
recuperação de uma Palavra que tinha sido perdida uma vez e depois
recuperada. E isso constitui a soma total essencial e a substância de
toda a Maçonaria do Real Arco, não importa sob que nome e em que
Rito ela possa ser encontrada.

Podemos supor, e a suposição é muito defensável, que ele disse aos


seus discípulos, na Inglaterra, "Seu ritual lhes dá um recital de como a
verdadeira Palavra de Mestre foi perdida, mas ele não lhes diz como
ela foi depois restaurada para o Craft(ofício/arte), e nesse aspecto seu
sistema é perfeito. A descoberta de uma Palavra perdida constitui uma
parte mais importante do simbolismo da Maçonaria Especulativa. Esse
simbolismo e a Lenda que se ele se refere, eu vos ofereço como
desenvolvimento e melhoria necessários de seu sistema”.
Seus discípulos aceitaram a ideia do simbolismo, mas rejeitaram sua
Lenda, e inventaram uma para si próprios. Nem a Lenda do que tem
sido chamado de Real Arco de Dermott, embora ele não fosse seu
autor, nem de Dunckerley, nem aquilo que já existia na Inglaterra
certamente desde a União de 1813, tem alguma semelhança com o
grau Escocês de Ramsay.

Então, a afirmação correta histórica seria que Ramsay sugeriu à mente


maçônica inglesa o simbolismo de uma Palavra Recuperada que lhe
faltava, razão pela qual a Maçonaria Especulativa deve reverência ao
seu gênio inventivo. Neste sentido reservado da expressão, pode-se
dizer que ele introduziu a doutrina do Real Arco na Maçonaria inglesa.
Sem a influência sugestiva de suas ideias, a Maçonaria do Real Arco
teria sido desconhecida para o sistema maçônico.

Essa teoria, que é, penso eu, geralmente aceita como correta pelos
estudiosos maçônicos, encontrou, até onde eu sei, apenas um
adversário. O falecido Irmão Charles W. Moore, o erudito editor por
muitos anos da Revista Mensal Fremasons publicada em Boston,
Massachussets, em um artigo * "sobre a origem dos Capítulos do Real
Arco, em casa e no exterior", diz, “não é verdade que Ramsay teve algo
a ver com o grau do Real Arco".
("Revista de Moore." * vol. xii. Abril, 1853, p. 160.)

Seus motivos para essa incredulidade são, assim, afirmados: "O


sistema de Ramsay consistia somente dos três graus de Escocês,
Noviço e Cavaleiro Templário. Se alguma vez ele inventou um grau do
Real Arco, o que é muito duvidoso, não há vestígios disso atualmente.”
* Agora, o erro do irmão Moore consistia na sua confusão entre
doutrina e simbolismo do grau do Real Arco com o nome específico
adotado na Inglaterra. Ele não poderia encontrar tal título como Real
Arco entre os graus de Rito de Ramsay e precipitadamente concluiu
que ele não tinha nada a ver com isso.
(* lbid., p. 163, nota.)
Não lhe ocorreu olhar no sistema de Ramsay quanto à doutrina do Real
Arco, sob outro nome. Se ele tivesse feito isso, teria encontrado no
quarto grau, ou Escocês daquele sistema. A palavra Ecossais, que pode
ser corretamente traduzida como Mestre Escocês ou Maçom Escocês
foi inventada e usada pela primeira vez pelo Cavaleiro Ramsay como o
nome de um grau no ritual maçônico que ele tinha construído.

Em francês puro a palavra Ecossais significa Escocês ou Scotsman, e


diz-se ter sido adotada por Ramsay, porque era uma parte de sua
Lenda, que achava que o grau, como o resto da Maçonaria, fora
originalmente fabricado pelos Cruzados, passado da Terra Santa para a
Escócia, onde em Kilwinning encontrou por um longo período um lugar
permanente, até que fosse divulgada pela Europa. A partir disso, com o
grau original surgiram muitos outros com o mesmo nome e o mesmo
desenho. Esse design é para detalhar o método no qual a palavra
perdida foi recuperada, de modo que o verdadeiro simbolismo da
palavra possa ser preservado.

Esse simbolismo, que deu perfeição ao que estava até então


incompleto era tão aceitável para a Fraternidade em toda parte, que
em todos os ritos estabelecidos posteriormente no continente, o
Ecossais de Ramsay foi adotado com algumas modificações. À medida
que esse cultivo de "Escocesização", ou da doutrina da Palavra
Verdadeira foi levada à frente pelos ritualistas, que se sucederam a
Ramsay pode ser demonstrada pelo fato de que Ragon, em sua
nomenclatura quase exaustiva dos graus, enumera nada menos do que
83 que levam o nome de Ecossais.

Em cada grau Ecossais legítimo nos deparamos com essas duas


características essenciais: primeiro, há uma comunicação da Palavra
verdadeira, que tinha sido perdida, e em segundo lugar, há uma Lenda
que detalha o modo pelo qual ela foi recuperada e restaurada para o
Craft(ofício/arte). Em todos esses graus a Palavra é substancialmente a
mesma; na maioria dos Ritos Continental a Lenda de Ramsay que a
acompanhava foi preservada, com pouca ou nenhuma alteração.
Os maçons ingleses aceitaram as sugestões de Ramsay quanto à
necessidade de expandir o terceiro grau, ou de Mestre em parte. Eles
adotaram a palavra que na verdade diz-se ter sempre existiu no ritual
original do terceiro grau; mas eles transferiram sua colocação a partir
do Terceiro para o um Quarto grau; e eles rejeitaram totalmente a
Lenda de Ramsay, inventando uma nova para si, para a qual há alguma
razão para acreditar que isso se devia parcialmente a uma tradição
talmúdica ou rabínica. Eles também se recusaram a adotar a
nomenclatura de Ramsay, e talvez por não gostar de um nome que,
por implicação, pelo menos, dava uma origem escocesa para a
Instituição, abandonaram o título de Ecossais e assumiu, em vez disso,
o de Real Arco. Se os detalhes dessa narrativa e as conclusões tiradas a
partir dela estão corretos, então a teoria foi estabelecida de que os
irmãos que se separaram cerca de 1738 da Grande Loja Constitucional
da Inglaterra, com seus três graus primitivos, e depois organizaram
uma Grande Loja cismática própria, com um grau adicional ou Quarto
grau, deviam a Ramsay a ideia que levou à inovação.

Ramsay introduziu a doutrina do Real Arco na Maçonaria inglesa, mas


ele não teve sucesso na introdução de seu grau. Tendo, assim,
resolvida a questão da origem da Maçonaria do Arco Real Inglesa,
passemos a verificar em que momento ela foi introduzida na Inglaterra
e incorporada ao ritual da Maçonaria Especulativa Inglesa. Não há
nenhuma fonte em qualquer lugar que possa ser encontrada, que
trace a existência de um grau do Real Arco na Inglaterra anteriormente
ao ano de 1738. O primeiro trabalho impresso que faz qualquer
referência ao grau é um livro intitulado “Um Inquérito Sério e Imparcial
no Castelo da atual Decadência da Maçonaria no Reino da Irlanda”, de
autoria de Fifield Dassigny, M.D., publicado em Londres em 1744. *
(* O livro é muito raro, não existindo cópia no Museu Britânico).

Não há qualquer um a ser encontrado em qualquer biblioteca na


Irlanda, e apenas um na América, que está na posse do Irmão Carson
de Cincinnati. O Irmão Hughan tendo obtido uma cópia, o republicou
em seus "Memoriais da União". A passagem aqui citada é da p. 96 de
sua interessante republicação, e pode lançar alguma luz sobre um
ponto contestado da história. Eles são, portanto, aqui citados na sua
totalidade, como segue: "Agora que os marcos da Constituição da
Maçonaria são universalmente os mesmos, em todos os reinos, e estão
tão bem fixados que eles não admitirão remoção, como pode ser que
tenha acontecido de alguns serem desviados com inovações ridículas,
um exemplo das quais eu provarei, por um certo propagador de um
sistema falso alguns anos atrás, que impôs a vários homens dignos sob
uma pretensão de ser mestre de um Real Arco que ele afirmava ter
trazido com ele da cidade de York; e que as belezas do
Craft(ofício/arte) consistem principalmente no conhecimento desta
peça valiosa de Maçonaria.

No entanto, ele insistiu em seu sistema por vários meses, e muitos dos
eruditos e sábios eram seus seguidores, até que finalmente sua arte
falaciosa foi descoberta por um irmão de probidade e sabedoria, que
tinha algum tempo antes atingido aquela pequena parte excelente da
Maçonaria em Londres, e provou claramente que sua doutrina era
falsa; depois do que os irmãos justamente o desprezaram e ordenaram
que ele fosse excluído de todos os benefícios do Craft(ofício/arte), e
embora alguns da Fraternidade tivessem manifestado uma inquietação
com este assunto ter sido mantido em segredo para eles (uma vez que
já tinham passado pelos graus habituais de verificação). Eu não posso
deixar de ser da opinião que eles não têm direito a quaisquer desses
benefícios até que façam um pedido adequado e sejam recebidos com
a devida formalidade, como acontece em um corpo organizado de
homens que passaram pela cadeira, e dado provas incontestáveis de
sua habilidade em Arquitetura, isso não pode ser tratado com muita
reverência, e mais especialmente desde que o caráter dos membros
presentes daquela loja em particular é isento e seu comportamento
irrepreensível e criterioso;
de modo que não pode haver o menor motivo para dúvida, mas que
eles são excelentíssimos maçons”.
Como o livro de Dassigny foi publicado em 1744, a frase "há alguns
anos" pode ser interpretada como aplicável a cerca do ano 1741, ou
talvez até mesmo 1740. Com essa explicação quanto ao tempo,
podemos inferir vários fatos desta passagem. Em primeiro lugar,
parece que um aventureiro chegando a Dublin para propagar o Real
Arco pensou que fosse favorável aos seus interesses a alegação de que
ele havia trazido o grau da cidade de York. A partir daí podemos inferir
que era uma crença entre os maçons da Irlanda, bem como em outros
lugares, de que existia então uma organização do Real Arco em York.
Essa não é uma inferência absolutamente essencial, porque seu
sucesso podia depender do prestígio dado a essa cidade na mente
maçônica pela crença tradicional de que ela foi o berço da Maçonaria.
Mas a inferência ganha alguma força a partir do que Dassigny diz em
uma nota de rodapé: "Estou informado de que naquela cidade (York) é
realizada uma assembleia de Mestres Maçons sob o título de Maçons
do Real Arco, que como suas qualificações e excelências são superiores
aos outros, eles recebem um salário maior do que os maçons
trabalhadores". Aqui temos a declaração explícita de um escritor
contemporâneo de que tal crença existia. Se tinha fundamento em
fato ou ficção é outra questão. No entanto, é um dogma proverbial
que não há rumor sem algum fundamento”.A chama", diz Plauto, "está
muito perto da fumaça." *
(* Flamma fiemo est proxima Plautus, "Curculio," i., 53.)

No entanto, o Irmão Hughan, cuja autoridade como historiador


maçônico exige grande respeito, diz que é duvidoso que uma
Assembleia de Maçons do Real Arco jamais se reunisse em York tão
cedo quanto 1744, pois não há nenhum vestígio de tal grau até muitos
anos depois, em qualquer dos Registros preservados. *
(* "Memorials of the Union," p. 6.)

Mas, a ausência de quaisquer registros de um grau do Real Arco entre


os papéis da Grande Loja de York, que foram preservados, não é prova
suficiente da inexistência daquele grau entre 1740 e 1744. Esses
registros desejados podem ter estado entre aqueles que foram
perdidos ou destruídos. Contra essa deficiência explicável de provas
por registros oficiais, que se admite não estão completos, temos o
testemunho de um escritor contemporâneo de renome e inteligência
que diz ter havido em 1744 um boato de que o grau do Real Arco era
conferido em York, naquela época.

A questão, portanto, da existência precoce da Maçonaria do Real Arco


em York ainda deve permanecer em suspenso; ela fica sub judice, nem
nunca pode ser decidida, até que ulterior testemunho seja produzido.
Mas, não obstante a alta autoridade do Irmão Hughan, estou disposto
a pensar que em 1744 e alguns anos antes, o grau Real Arco fora
conferido na cidade de York, tendo naturalmente sido levado para lá
de Londres, onde ele se originou. Não se segue que, naquela época,
houvesse qualquer organização regular ligada à Grande Loja (que,
aliás, estava naquele tempo adormecida, ou da qual não temos
registros) ou com a loja que estava ainda em existência. O grau estava
naquela época apenas começando, mesmo em Londres, a assumir uma
forma oficial, e irregularidades devem ter prevalecido. O Irmão Hughan
nos diz que o Irmão William Cowling, um oficial da presente Loja de
York é de opinião em referência à última e incontestável organização
de um Capítulo em 1780, em que "o Grau do Real Arco era mantido
distinto do Craft em York, mas que havia uma conexão muito íntima
entre eles.” *
(* Hughan, "Memorials of the Union," p. 82.)

O que é dito aqui da última organização talvez possa ser aplicado a


uma anterior. Se assim for, seria inútil procurar nos registros perdidos
da Grande Loja de York de 1735-1760, se eles jamais forem
encontrados, por qualquer referência à Maçonaria do Real Arco.
Voltando ao extrato do Inquérito do Dr. Dassigny podemos inferir, em
segundo lugar, que no ano de 1744 havia Maçons do Real Arco em
Dublin que apreciaram o grau como uma valiosa adição ao sistema
maçônico. Podemos inferir, em terceiro lugar, que naquele tempo
havia um corpo organizado de Past Masters ali, que conferiam
regularmente o grau, restringindo-o, entretanto, aos maçons que já
tinham passado pela cadeira de venerável. Como essa era a
regulamentação que existia em Londres, é evidente, se outra prova
faltasse, que o grau conferido na Irlanda era originalmente derivado de
Londres e dos "Antigos".

Após essa digressão com o propósito de demonstrar a época da


primeira aparição do grau nas cidades de York e Dublin, podemos
retornar à nossa investigação sobre a história de sua origem na
Inglaterra. Vimos que em 1728, logo após ter fabricado o seu sistema
de altos graus, entre os quais estava aquele que, sob o título de
Ecossais ou "Mestre Escocês" desenvolveu sua doutrina do Real Arco
ou da recuperação da verdadeira Palavra, o Cavaleiro Ramsay veio
para a Inglaterra. Ali ele teve relações pessoais com muitos maçons e
lhes comunicou seus pontos de vista, e demonstrou a eles a
incompletude do ritual estabelecido, o que, terminando na parte do
Mestre, e a perda da Palavra, não fazia nenhuma provisão para sua
recuperação.

Para a maior parte dos maçons ingleses, sua teoria era ou ininteligível
como doutrina ou ofensiva como inovação. Assim, os esforços que se
diz ter ele feito para a sua adoção pela Grande Loja foram infrutíferos.
Mas, felizmente para o progresso da luz maçônica, havia alguns
pensadores de visões mais amplas. Eles viram a deficiência no antigo
ritual, e estavam prontos para aceitar qualquer alteração que pudesse
melhorá-lo.

Com esse grupo, pequeno no início, mas gradualmente aumentando


em número, as ideias de Ramsay tornaram-se populares. Mas embora
eles adotassem sua doutrina sobre a recuperação da verdadeira
Palavra como base de um novo grau a ser adicionado ao ritual de três
graus, eles se recusaram, no final, a adotar a sua lenda. Não é
improvável que os primeiros maçons ingleses que foram envolvidos
em 1738 nas "marcações irregulares", que foram censuradas pela
Grande Loja podem ter usado a lenda de Ramsay por um tempo. Isso é
mera suposição. Ainda assim, é muito provável que Ramsay ensinasse
todo o seu sistema a uns poucos discípulos que naturalmente
procurariam propagá-lo. Dassigny, em seu Inquérito, lança alguns raios
de luz sobre este assunto obscuro na seguinte passagem: "Não posso
deixar de informar os irmãos que ultimamente chegou a esta cidade
um certo maçom itinerante cujo julgamento (como ele diz) é até agora
iluminado, e cujas opiniões são tão fortes que elas podem suportar a
visão dos raios mais brilhantes do sol do meio-dia, e embora nós nos
contentemos com três etapas materiais na abordagem de nosso
Summum Bonum, o Deus imortal, ainda assim ele presume nos
convencer de que pode adicionar mais três, que, quando bem
colocados, pode levar-nos ao mais alto dos céus.” *
(* "Inquérito" de Dassigny, na republicação de Hughan no
"Memorials", p. 97.)

Agora, é pelo menos uma coincidência que o Rito recém-inventado de


Ramsay acrescentasse apenas três graus aos três do ritual original. Não
poderia esse "Maçom itinerante", citado por Dassigny ter sido um
discípulo de Ramsay, que buscava introduzir o seu ritual em Dublin?
Mas, como eu disse antes, isso é mera suposição. Ela só dá uma
espécie de probabilidade para a hipótese de que Ramsay tivesse
conseguido imbuir as mentes de certos maçons ingleses com os
princípios de seu sistema, de modo que eles estivessem preparados
para formular um grau a partir dela, que, embora diferindo em nome e
diferente na legenda, mantivesse sua doutrina. E tão fora deste
sistema de Ramsay, os maçons secessionistas da Inglaterra formularam
um Quarto grau, que eles chamaram de "Real Arco", e que, embora
devendo sua origem ao Ecossais de Ramsay, se assemelhava apenas na
doutrina de uma Palavra perdida, recuperou o que é a verdadeira e
única doutrina da Maçonaria do Real Arco, sob qualquer nome pelo
qual possa ser conhecido.
Pode ser considerado como um fato bem determinado na história que
o grau do Real Arco não era conhecido na Inglaterra antes do ano de
1738 *, altura em que era praticado por certos irmãos, que depois
assumiram o nome de "maçons antigos", e finalmente separaram-se
da Grande Loja Constitucional. **
( Hughan, "History of Freemasonry in York," p. 38.)
(** Veja "Livro das Constituições" de Northouck onde, em uma nota na
p. 239, é fornecido um relato completo, mas não totalmente imparcial
da secessão.)

O grau então conferido foi sugerido porque se baseava no grau


Ecossais do Cavaleiro Ramsay. Se o grau do Real Arco, diz o irmão
Hughan, * "na sua forma separada e distinta já existia antes de 1738, e
na verdade, era tão velho quanto o Terceiro grau, como é que a
Grande Loja Regular da Inglaterra persistentemente se recusou a
reconhecê-lo até 1813, mas o corpo de maçons que se separaram
desta original e primeira Grande Loja fez grande parte do grau, e por
meio dele, podemos realmente dizer, conseguiram fazer com que a
sua posição numérica em poucos anos, se igualasse à própria Grand
Lodge regular?"
(* Em uma Revisão do "Anacalypsis" de Higgins , na "Voz da
Maçonaria", vol. Xiii., P 887.)

O grau conforme praticado pelos maçons secessionistas era, como


observa o Dr. Oliver *, "imperfeito em sua construção", e seu estado
rude e inacabado traía sua origem recente. Sua forma foi, no entanto,
melhorando gradualmente. Quando a Grande Loja dos Antigos foi
organizada em 1753, aquele corpo o adotou como uma de suas séries
de graus, tornando-o o Quarto na ordem de precedência. Inicialmente,
o grau era conferido nas lojas e como um suplemento ao Terceiro grau.
(* "Origin of the Royal Arch," p. 21.)

Dr. Oliver o descreve como tendo naquele período inicial "misturado,


em um estado de confusão inextricável, os eventos comemorativos
classificados no Real Arco de Ramsay, os Cavaleiros da Nona Arca, da
Sarça Ardente, do Oriente ou da Espada, da Cruz Vermelha, o Scotch
Fellow Craft, o Mestre Escolhido, a Cruz Vermelha de Babilônia, a Rose
Croix ", etc. *
(* "Origin of the Royal Arch," p. 21.)
Eu não sei de onde Oliver teria derivado sua autoridade para essa
declaração. Mas, como nenhum dos graus, que ele menciona eram
então fabricados, é impossível que ele possa estar correta. É muito
provável que a Lenda de Enoch, que foi incorporada no Ecossais de
Ramsay, e que foi depois adotada no grau de Cavaleiros da Nona Arca
foi a primeira usada pelos dissidentes ao conferir o grau Quatro. Mas,
ela foi depois mudada para a Lenda muito diferente que ainda é
ensinada no Real Arco Inglês.

Depois de um curto período, quando o grau tinha sido colocado em


uma melhor forma pela Grande Loja dos Antigos, ele era conferido em
um corpo chamado "capítulo", mas que ainda constituía uma parte de
uma loja Constituída. Os regulamentos "para a instrução e Governo do
Santo Capítulo do Real Arco", adotados pela Grande Loja Atholl,
declaram que diversas lojas regulares e constituídas têm o poder de
formar e realizar reuniões em cada um desses diferentes graus, o
último dos quais por sua preeminência é denominado entre maçons
como um capítulo”.E este regulamento continuou em vigor até à União
de 1813. *
(* Consulte o "Ahiman Rezon", publicado em 1807, p. 107.)

O primeiro minuto oficial do grau do Real Arco entre os "Antigos" tem


a data de 1752. * Naquela época, os "Antigos" estavam organizados
em uma Assembleia Geral, que tinha o nome de "Grande Comissão". O
grau era então conferido nas lojas, mas apenas àqueles que tinham
passado pela cadeira de venerável. Vimos que este direito das lojas de
conferir o Real Arco sempre foi reconhecido pela Grande Loja Atholl.
Mas um Grande Capítulo foi posteriormente estabelecido, cuja data
exata não é conhecida com precisão.
(* Hughan, "Memorials of the Union," p. 6.)

Em 6 de abril de 1791, os "Antigos" publicaram as "Leis e


Regulamentos para a Instrução e Governo dos Santos Capítulos do Real
Arco, sob a sanção da Grande Loja da Inglaterra, de acordo com as
Antigas Constituições." Esses regulamentos foram posteriormente
revisados, alterados e aprovados "em um Grande Capítulo Geral"
realizado na Taverna Crown and Anchor, em Strand, em 01 de abril de
1807, e estão contidos no Ahiman Rezon daquele ano. O primeiro
destes Regulamentos que, "Haverá um Grande Capítulo Geral do Santo
Real Arco realizado semestralmente na "Crown and Anchor", em
Strand, na primeira quarta-feira nos meses de abril e outubro. Que, em
concordância com o costume estabelecido, os oficiais da Grande Loja,
para o momento, são considerados como os Grandes Chefes, e devem
presidir a todos os Grandes Capítulos. De de acordo com a
antiguidade; eles geralmente nomeiam os mais experientes
companheiros do Real Arco para os outros cargos; e ninguém, a não
ser Excelentes Maçons, sendo membros de lojas constituídas, em e
perto da Metrópole, será membro da mesma. Residentes temporários
certificados podem ser admitidos somente como visitantes”. *
(* "Ahiman Rezon," 1807, p. 108.)

Será percebido que a organização deste Grande Capítulo dos


"Antigos", embora não reconhecido como legal, preparou o modelo
em que o subsequente Grande Capítulo da Inglaterra foi fundado. O
governo por três Chefes também foi adotado nos Estados Unidos,
embora eles não sejam mais idênticos, como eles ainda são na
Inglaterra, com os três principais oficiais da Grande Loja. Cartas
constitutivas foram concedidas pelo Grande Capítulo para a formação
de capítulos, mas apenas quando as partes que compunham tal
capítulo possuíam uma carta constitutiva regularmente concedida pela
Grande Loja. *
(* "Leis e Regulamentos do Grande Capítulo Geral:" No. iv.)

Assim, cada capítulo sob o regime dos "Antigos" era, embora


independente quanto ao grau, um apanágio de uma loja constituída.
Um pedido para a iniciação ao grau do Real Arco devia ser dirigido "aos
chefes presidentes do capítulo de Excelentes Maçons do Real Arco, sob
a sanção da loja número _____." *
(* Ibid., No. vi.)
Esse uso prevaleceu na América, enquanto as lojas de "maçons
antigos" lá existiram. Na primeira parte da minha vida conheci
pessoalmente vários antigos Maçons do Real Arco que receberam o
grau em lojas associadas a capítulos. Os capítulos, apesar de assim,
intimamente, ligados a lojas, eram até então uma jurisdição distinta
quanto a ser obrigada a fazer devoluções de percentuais de taxas
referentes ao pagamento de exaltações ao Grande Capítulo. *
(* "Leis e Regulamentos do Grande Capítulo Geral:" No. xii.)

Outro regulamento exigia que ninguém devesse receber o grau do Real


Arco, senão aqueles que tinham "passado pela cadeira." *
(* Ibid., No. viii).

O costume inicial era conferi-lo apenas àqueles que tinham sido


Venerável Mestre de loja. Mas essa prática foi considerada
inconveniente, por ser muito restrito o número de candidatos, a lei foi
posteriormente violada, e um grau fictício de Past Master foi instituído,
sendo permitido aos irmãos por uma simples cerimônia para "passar
pela cadeira", sem nunca ter sido eleito Venerável Mestre de loja.

Assim, a distinção entre Past Masters reais e virtuais entrou na moda,


o grau ou nível de Past Master sendo assim praticamente conferido
como um pré-requisito para a exaltação. Em 1813, a Grande Loja Unida
da Inglaterra aboliu essa prática e agora admite que Mestres Maçons
sejam exaltados. Mas a prática ainda prevalece nos capítulos dos
Estados Unidos, embora os esforços tenham sido feitos por vezes sem
sucesso no sentido de abandoná-la.

Os "Modernos" tinham visto com alguma inveja, como podemos supor,


o sucesso que os "Antigos" estavam alcançando, e eles muito
adequadamente o atribuíram ao prestígio dado aos dissidentes por sua
fabricação de um Quarto grau. Foi, portanto, um movimento muito
criterioso em sua parte para gozar de um prestígio igual pela extensão
do seu ritual e a adoção também de um grau adicional. Daí
encontrarmos que alguns dos "Modernos" formaram um capítulo para
conferir o grau do Real Arco em 12 de junho de 1765. *
(* Gould, "Atholl Lodges." p. 38.)

Acreditava-se que Thomas Dunkerley foi o fundador daquele capítulo,


mas o irmão Gould nega isso, porque as atas mostram que ele não se
tornou um membro dela até 08 de janeiro de 1766. Mas eu não estou
disposto a rejeitar a tradição quase universalmente aceita de que
devemos a ele a fabricação do Real Arco dos "Modernos" - um grau
que se diz ter sido diferente em muitos pontos daquele dos "Antigos".
Dunkerley, que era um filho ilegítimo de George II, e cujas
reivindicações daquela paternidade receberam uma espécie de
reconhecimento silencioso da família real, era um homem de
excelente caráter e de talentos consideráveis. Ele era muito popular
com o Craft(ofício/arte) e foi o autor de um novo sistema de palestras,
ou um aperfeiçoamento do antigo, que tinha sido sancionado pela
Grande Loja.

No curso de seus estudos maçônicos ele parece ter-se convencido da


política, sob as circunstâncias existentes, de complementar as
deficiências do Terceiro grau inicial. Nós podemos, de fato, atribuir-lhe
uma maior motivação do que de política, e acredito que como um
estudioso maçônico ele viu a necessidade de completar o sistema,
através da fabricação de um grau do Real Arco. Mesmo com registros
do papel importante que ele teve na organização do grau, não se sabe
porque o nome de Dunkerley não aparece como membro do novo
capítulo até seis meses após sua formação.

Se ele foi, como não pode haver dúvida válida, o fabricante original do
Real Arco dos "Modernos", de quem, com exceção dele, poderiam os
membros originais do novo capítulo ter recebido o grau que os
qualificou para entrar em sua organização? O fato de que ele apareceu
mais tarde em cena não se opõe à sua influência e seu trabalho
silencioso na sua formação. Não há registros existentes para mostrar o
que ele esteve fazendo entre o momento em que inventou o grau e
quando foi posto em prática através da fundação de um ca
pítulo. O personagem principal em um drama nem sempre faz sua
aparição no primeiro ato, nem o herói de um romance no primeiro
capítulo. É mais lógico supor que o inventor do Real Arco dos
"Modernos" foi o fundador do capítulo em 1765. Mas, se Dunkerley
não foi o inventor, quem foi? A história, com base nos melhores
motivos atribui a invenção a ele, e a ele também estou disposto a
atribuir a fundação do capítulo, embora seu nome apareça em seus
registros somente seis meses após sua formação. O capítulo não
continuou por muito tempo a manter a posição de um corpo privado.

Em 1766, de acordo com Irmão Hughan *, o capítulo assumiu a


condição de um Grande Capítulo. Isso foi feito assim como a loja em
York em 1725 transformou-se em uma Grande Loja. Não havia outros
capítulos para se unir a ele, como as quatro Lojas fizeram em 1717
para formar uma Grande Loja. Ele simplesmente mudou o seu título e
ampliou suas funções. O Dr. Oliver coloca a data da formação do
Grande Capítulo em uma data posterior, em 1779. **
(* "Memorials of the Union," p. v. 8. nota.)
(** "Origin of the Royal Arch," p. 38.)

Essa é, no entanto, só uma suposição, já que ele não dá nenhuma


prova da correção de sua declaração, e em um ponto da história
maçônica dependente da autoridade de documentos antigos e a
correção de uma dedução a partir deles que eu sou obrigado a preferir
a exatidão e o julgamento do Irmão Hughan mesmo aos do venerável
Oliver. Não obstante, o fato de que o Grande Capítulo contasse com
alguns dos mais ilustres maçons "modernos" entre seus membros, ele
nunca foi reconhecido oficialmente como uma organização maçônica
pela Grande Loja. Em 1792, foi decidido que a Grande Loja nada tinha
a ver com os procedimentos da Sociedade de Maçons do Real Arco. *
Ainda assim, ele se reunia com sucesso notável.
(* Hughan apresenta este fato em sua "Memorials", p. 8.)
Em 1796 ela tinha cento e quatro capítulos sob sua obediência e para a
qual ela havia concedido cartas constitutivas. Ao contrário do Grande
Capítulo dos "Antigos", que era independente em sua jurisdição,
sendo, conforme foi visto, totalmente desconectado da Grande Loja.
Seus Oficiais presidentes eram chamados os três Diretores, e traziam,
respectivamente, como títulos as iniciais do nome Zorobabel, Hageu e
Josué. Assim, havia o Diretor Z., Diretor H., e Diretor J. Esse uso tem
sido preservado no presente Grande Capítulo da Inglaterra. Ele tinha
como seu chefe Diretor Thomas Dunkerley enquanto ele viveu, e como
seu primeiro patrono, o Duque de Cumberland, que em sua morte foi
sucedido pelo Duque de Clarence.

Em 1813, quando da união das duas Grandes Lojas dos "Antigos" e dos
"Modernos", o grau Real Arco foi reconhecido como um componente
da Antiga Maçonaria, ou Craft(ofício/arte), e o Supremo Grande
Capítulo foi estabelecido como um dos poderes da Maçonaria Inglesa.
Dos dois rituais então em uso, aquele inventado por Dunkerley, que
havia sido praticado pelos “Modernos” foi o preferido, mas a
regulamentação dos "Antigos", que uniam estreitamente a Grande
Loja e o Grande Capítulo, diz ele, era puramente uma organização
defensiva para atender as necessidades dos irmãos regulares e evitar
sua adesão aos "Antigos". O ritual de Dunkerley era cristão em sua
natureza, e seu principal símbolo, a pedra fundamental, era feito em
alusão ao Salvador. Em 1834, esse ritual foi abolido pelo Grande
Capítulo, e um novo, menos sectário em sua interpretação dos
símbolos foi adotado, que ainda continua na Inglaterra e nos capítulos
ingleses e no Grande Capítulo e investe os presidentes de ambos os
corpos nas mesmas pessoas, foi adotado. Daí, o duque de Sussex, que
tinha sido eleito Grão-Mestre da Grande Loja, se tornou, por inerência
de seu cargo, o Diretor chefe do Grande Capítulo. Lyon diz que o grau
do Real Arco foi introduzido na Escócia em meados do século XIX, por
meio de lojas militares, cujos membros haviam sido iniciados na
Irlanda. *
(* "History of the Lodge of Edinburgh," p. 291.)
A afirmação de que o grau foi trabalhado primeiro na Escócia pela
"Loja Antiga de Stirling" em 1743 em conexão com o grau de Cavaleiro
Templário e outros altos graus é considerada pelo Irmão Lyon como
sem prova autêntica. Mas o autor da introdução ao Regulamento Geral
para o Governo da Ordem de Maçons do Real Arco da Escócia afirma
que a Ata Mook do Capítulo de 1743 ainda existe. *
(* "Regulamento Geral da Grande Capítulo da Escócia", Introdução, p.
Vii.)

Por volta de 1800, diversos Acampamentos Templários foram


fundados na Escócia por cartas constitutivas concedidas por um corpo
que assumia essa prerrogativa na Irlanda. Essas cartas autorizavam a
concessão do grau do Real Arco. Havia outros capítulos que, na época,
praticavam o grau sem uma carta constitutiva. *
(* Ibid.)

O estabelecimento de um Grande Acampamento em 1811 por uma


carta constitutiva, concedida pelo Duque de Kent, o chefe do
Templarismo na Inglaterra, colocou um ponto final na prática da
Maçonaria do Real Arco em Acampamentos, e esse ramo da instituição
esteve por algum tempo em uma posição muito irregular, embora
houvesse muitos capítulos em funcionamento. Mas, em 28 de agosto
de 1817, o Supremo Grande Capítulo do Real Arco da Escócia foi
estabelecido pelos representantes de trinta e quatro capítulos em uma
Convocação Geral da Ordem realizada em Edimburgo. *
(* History of the Lodge of Edinburgh, Lyon.. p. 290.)

A Grande Loja da Escócia, persistentemente apegada à ideia de que a


Maçonaria especulativa consiste de apenas três graus, sempre se
recusou a reconhecer o Real Arco como parte do sistema. Primeiro, ela
proibiu os seus membros de receber o grau, mas como essa extrema
oposição há muito deixou de existir, o antagonismo agora atinge
apenas um silencioso não reconhecimento oficial. A introdução da
Maçonaria do Real Arco no continente americano, e especialmente nos
Estados Unidos, ocupará a nossa atenção no próximo capítulo.
Oriente de Bauru/SP, 22 de Outubro de 2022
Ir. José Roberto Pascolatti – Past Master
Capítulo Bandeirante Nº 25 de Maçons do Real Arco
Grande Capítulo de Maçons do Real Arco do Brasil
The General Grand Chapter of Royal Arch Masons - International

FONTES:
The Builder Magazine – February 1915 – Volume I – nº 2
Capítulo João Guimarães Gonçalves nº 1 do SGCMRAB, Uma nova (mais
antiga) opção. Engenho & arte nº 01, 1998, pp. 21-23.
Origem do Arco Real - Albert Mackey - Tradução José Filardo
Peça de Arquitetura do Ir. Manoel José Maia Sobrinho
After the Third Degree (Notes for a Master Mason) - edição de
The Provincial Grand Lodge of Northamptonshire and
Huntingdonshire - Londres - 1990 . Ars Quatuor Coronatorum -
Anais da Quatuor Coronati Lodge of Masonic Research nº 2076 -
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(1998) . Dyer, C. - Symbolism in Craft Freemasonry - Londres -
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Capítulo Arco Real – Expansão de Estudos Maçônicos do GOP
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