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Vale citar que é um grande erro considerar o Grau de Companheiro como um Grau de
transição para se chegar ao mestrado maçônico. O seu conteúdo é de fundamental
importância para que, o Maçom, no seu caminho, possa iniciar os primeiros passos
nos Mistérios Maiores da nossa Ordem.
O Mestre Maçom, se assim o desejar, pode permanecer nesse grau por toda a sua
vida maçônica ou poderá pleitear, de pleno direito, a presidência da loja, quando
passará a ser Mestre de Loja(Venerável Mestre). Este é o ápice da hierarquia de uma
Blue Lodge. Terminado o mandato, passará a ser um Past-Master (ex-Venerável) da
Loja.
Essa é a estrutura da chamada Maçonaria Simbólica que funciona da mesma forma
em todo o mundo, inclusive no Rito de York Americano.
O direito ao seu caminho enquanto cidadão já o tinha desde que atingiu a idade
adulta. O direito ao seu caminho enquanto Maçom, ou seja, o caminho do
aperfeiçoamento, da busca da excelência, da proximidade tão próxima quanto
humanamente possível for, da perfeição, a ser trilhado por si só, como quiser, quando
quiser, pela forma que quiser, após o tempo de preparação que foi necessário para
que não seja em vão que esse direito lhe seja conferido e para que o exerça. Porque
é um direito que o Mestre Maçom deve exercer como um dever, com a diligência do
cumprimento de uma obrigação.
O caminho que cada Mestre Maçom decide escolher tem em conta a pergunta que faz
a si mesmo:
Oque e como fazer para ser melhor?
A essa pergunta cada Mestre Maçom vai obtendo a sua resposta, pessoal, íntima, tão
diferente das respostas de outros. E é na execução da resposta que vai obtendo, que
o Mestre Maçom constrói, porque construtor é, o seu percurso. E a cada resposta
obtida, novamente a mesma pergunta de sempre se apresenta:
E a nova resposta dá origem a um novo percurso que se inicia, que termina com uma
nova e sempre a mesma pergunta, com outra resposta e outro percurso,
incessantemente se apresentam.
Mas o Mestre Maçom não sabe apenas buscar a resposta à sua pergunta. Sabe
também que, embora cada um trilhe o seu solitário caminho, os caminhos dos
maçons têm muito em comum.
O Mestre Maçom sabe assim que o que adquire, o que ganha, o que aprende, o que
consegue, é para ser posto em comum com a Loja, pois também é do comum da Loja
que recolhe contributos, ajudas, meios, ferramentas, para melhor e mais
frutuosamente obter respostas às suas perguntas.
Ser Mestre Maçom é portanto saber que o seu percurso pessoal será mais facilmente
percorrido se o for com a Loja, pela Loja, a bem da Loja. Porque o bem da Loja se
traduz em ganho para o Maçom, que assim consegue realizar o paradoxo de ser um
individualista gregário, porque integra e contribui para um grupo que é gregário
porque preza e impulsiona a individualidade dos que o compõem.
Ser Mestre Maçom é descobrir que a melhor forma de aprender é ensinar os que
ainda estão a trilhar caminhos que já trilhou, dando-lhes o valor das suas lições e
assim ganhando o valor acrescido do que aprende ensinando – e sempre o homem
atento aprende mais um pouco de cada vez que ensina.
Ser Mestre Maçom é comparecer e trabalhar na Loja, mas sobretudo trabalhar muito
mais fora da Loja. Porque o que se faz em Loja não passa de “serviços mínimos” que
apenas permitem a sobrevivência da Loja. O trabalho em Loja é apenas um princípio,
uma partícula, uma gota, uma pequena parte do trabalho que o Mestre Maçom deve
executar em cada um dos momentos da sua existência.
Ser Mestre Maçom é portanto mais do que aguardar que algo lhe seja pedido, antes
tomar a iniciativa de fazer algo – não para ser reconhecido pela Loja, mas
essencialmente por si, que é o que verdadeiramente interessa.
Ser Mestre Maçom não é necessariamente fazer grandes coisas, grandes trabalhos,
admiráveis construções. Mais válido e produtivo é o Mestre Maçom que dedica apenas
cinco minutos do seu dia a fazer algo muito simples em prol da sua Loja, da
Maçonaria, afinal de si próprio, desde que o faça efetivamente todos os dias, do que
aquele outro que uma vez na vida faz algo ostentório, notado, em grande estilo, mas
sem continuidade.
De muito pouco valem bonitas exortações, exuberantes conceitos, profundas lições,
se tudo isso não passar de meras palavras facilmente levadas pelo vento dos fatos,
regularmente desmentidas pelos atos praticados. Se o Mestre Maçom, apesar de
pregar o trabalho, o esforço, a qualidade, se mostra desinteressado, desleixado,
despreparado, dificilmente inculcará no Aprendiz ou no Companheiro as virtudes que
proclama da boca para fora e trai nos seus atos.
O Mestre Maçom deve estar disponível para debater, trocar opiniões, não para
“ganhar discussões” mas para extrair de diferentes concepções os pontos de
convergência, as pontes de ligação, os denominadores comuns, os patamares que
permitam as evoluções das posições expostas, os consensos atingíveis. Deve estar
presente, não só fisicamente, mas com toda a sua diligência e atenção – porque só
assim será verdadeiramente útil à Loja e verdadeiramente a Loja lhe será útil a ele.
O Mestre Maçom integra, faz parte de uma Loja, não é “dono” nem “mentor”, nem
colonizador da sua Loja. Tão importante como estar disponível para a sua Loja é ter a
noção e o equilíbrio de que os demais também estão e que uma Loja saudável recebe
os contributos de todos, não só de alguns mais assertivos em fazê-lo. Há um tempo
para fazer e um tempo para descansar e deixar que os demais também façam.
Finalmente, para exercer os ofícios para que seja designado. Durante esse exercício,
disponível para detetar, preparar e executar a melhor forma de exercer o seu ofício.
Sempre disponível para entender que o exercício de qualquer ofício em Loja,
principalmente o de Venerável Mestre, não constitui o exercício de um qualquer
Poder, mas tão só um serviço, o cumprimento do dever de cooperar na administração
da Oficina e quando terminado período de exercício do ofício, deixar ao seu sucessor
tudo o que a ele é inerente pelo menos em tão boas condições como as que recebeu
– preferentemente, em melhores condições.
Espera-se do Mestre Maçom que recerber esta horaria dos seus Irmãos, um bom
conhecimento do Oficio por força do acumulo de conhecimento que ele conseguiu ao
longo de sua passagem como oficial subordinado. O Venerável Mestre rege e
comanda a Loja em conjunto com os oficiais por ele nomeados.
Numa loja do Rito de York apenas um largo “G” normalmente iluminado é exibido por
cima da cadeira do Venerável Mestre.
O termo Venerável Mestre deriva da palavra inglesa “worship”, que significa
adoração, culto, reverência, quando usada como substantivo; ou venerar, adorar,
idolatrar, quando usada como verbo transitivo. Dá origem ao termo “worshipful”, que
significa adorador, reverente, ou venerável (neste último caso, como forma de
tratamento). Assim, o presidente da Loja tinha o título de Master (Mestre), ao qual se
adicionou, posteriormente, o tratamento reverente de “worshipful” (venerável). O
termo venerável era aplicado, apenas, às corporações de artesãos, originando a
expressão “worshipful master” (venerável mestre).
Concluindo, a palavra que melhor define o que deve ser o Mestre Maçom perante o
Aprendiz e o Companheiro é “exemplo”.
Fontes:
Ir:. Júlio Aquino