Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo: Trata-se de um artigo de revisão no qual se aborda a trajetória da vida do escritor, historiador, ensaísta,
folclorista, musicólogo, poeta, jornalista e educador João Rodrigues Coriolano de Medeiros, ou simplesmente Coriolano
de Medeiros, que também deu uma grande contribuição ao movimento maçônico na Paraíba, principalmente, na década
de 1920, quando ocorreu a separação do Grande Oriente do Brasil e fundação da Grande Loja do Estado da Paraíba. Por
mais de meio século, Coriolano de Medeiros foi uma figura de grande destaque na cultura paraibana. Educador por
excelência foi responsável pela educação de várias gerações, sendo, indiscutivelmente, uma das maiores expressões na
história da educação paraibana. Pedreiro Livre, João Rodrigues Coriolano de Medeiros também deu grande e importante
contribuição à Maçonaria na Paraíba. Digno de registro é um discurso por ele proferido no final da década de 1920
transcrito no Livro de Atas da Loja Regeneração do Norte, que, sem dúvida, constitui uma das mais importantes peças
da história da Maçonaria na Paraíba.
Abstract: This is a review article which addresses the trajectory of the life of the writer, historian, essayist, folklorist,
musicologist, poet, journalist and educator João Rodrigues de Medeiros Coriolano, or simply Coriolano de Medeiros,
who also great contribution to the movement Masonic Paraíba, especially in the 1920s, when there was the separation of
the Grand Orient of Brazil, and founding of the Grand Lodge of the State of Paraíba. For over half a century, Coriolano
de Medeiros was a figure of great prominence in the culture of Paraiba. Educator par excellence was responsible for the
education of several generations, and arguably one of the greatest expressions in the history of education in Paraíba.
Free Mason, João Rodrigues Coriolano de Medeiros also gave big and important contribution to Freemasonry in Paraíba.
Noteworthy, is a speech he delivered in the late 1920s and entered in the Minutes Book Shop North Regeneration,
which undoubtedly is one of the most important parts of the history of Freemasonry in Paraíba.
ininterrupta felicidade conjugal" (MARTINS, 1975, p. praia do Poço, chegando mesmo a perpetrar algumas
16). canções".
De seu casamento, não houve filhos. Em sua Em 1912, associado a várias figuras de prestígio
residência, costumava organizar saraus artísticos, dos no meio musical paraibano, participou da fundação do
quais participavam várias figuras ilustres da sociedade „Club Musical Guarany‟, “associação que se destinava a
paraibana. incentivar a prática e gosto musical da juventude” e que
Em 1909, no governo João Lopes Machado, foi teve como principal entusiasta Otávio Golzi. Nesse
nomeado escriturário da Escola de Aprendizes Artífices, mesmo ano, encenou o drama "Como se passa a Festa",
galgando, em 1922, a direção do referido estabelecimento, representado pela primeira-vez na Praia Formosa, no dia 6
cargo no qual se aposentou. De sua autoria, é a letra do de janeiro.
hino da referida escola, musicado pelo maestro Severino
Gomes e entoado pela primeira em 1925. O educador
Homem de reconhecido valor, em 1928, teve seu
nome lembrado para ocupar o cargo de Secretário Geral Em marco de 1917, Coriolano de Medeiros
do Estado, no Governo João Pessoa. No entanto, devido à instituiu um curso de matemática, destinado à preparação
sua ligação política com monsenhor Walfredo Leal - que técnica dos sócios da Associação dos Empregadores do
lhe conseguiu o emprego na Escola de Aprendizes Comércio da Paraíba, que serviu como núcleo formativo
Artífices - foi vetado por Epitácio Pessoa, à época, líder da Academia de Comércio „Epitácio Pessoa‟ (MARTINS,
supremo da política paraibana, que em carta ao sobrinho, 1975).
escrita de Haia, assim justificou-se: "tenho a impressão de Assim, aos 4 de setembro de 1921, na qualidade
que foi sempre nosso adversário e não é de feitio para o de presidente da AECP, coube-lhe a honra de dar “ciência
cargo; parece melhor deixar onde estava já que não pode à casa da próxima fundação da Academia de Comércio
ir para a Biblioteca e não há um Instituto Histórico que a Associação pretendia manter”, proferindo, mais
Oficial" (LEITÃO, 2001, p. 18). tarde, a aula magna quando da instalação da referida
instituição educativa (SANTOS, 2004).
O ingresso no mundo das letras e na música Na visão de Targino (1979, p. 26):
Coriolano de Medeiros era ainda adolescente, O Professor Coriolano de Medeiros foi um dos
quando ingressou no mundo das letras, participando, ao pioneiros, um dos inspiradores da modernização
lado de Neves Júnior e José Manoel dos Anjos, da do ensino profissional entre nós, conferindo-lhe,
redação do periódico „A União Tipográfica‟, no qual dada a sua vasta cultura, um toque humanístico
publicou seu primeiro artigo, intitulado „Coesão da imprescindível a toda forma de educação,
Classe‟, pugnando pela solidariedade entre os tipógrafos mesmo quando de natureza eminentemente
(MARTINS, 1975). profissional. Com a intuição de verdadeiro
De acordo com Santos (2004), foi nesse pequeno mestre, de homem que preocupado com a
jornal que Coriolano de Medeiros também estreou como perspectiva futura do processo educativo, já
poeta. Tempos mais tarde, tornou-se membro do „Centro preconizava a necessidade de reestruturação do
Literário Paraibano‟, sendo escolhido para ocupar o cargo ensino industrial (denominação da época) bem
de bibliotecário, na diretoria eleita em 1897. como da modernização dos equipamentos e
Destaca Santos (2004, p. 8) que: instalações da antiga Escola de Aprendizes
Artífices, inclusive do edifício que lhe servia de
Amante da boa música, Coriolano era também sede, na Rua João da Mata.
muito moço quando passou a integrar o corpo de
instrumentistas da ‘Banda do Clube Ástrea’, na Professor nato, educador da velha têmpera,
capital paraibana. E, tal era o prestígio que sectário das punições justas, lecionou em várias escolas
desfrutava no seio de seus colegas, que a 29 de da capital paraibana e exerceu seu ofício até o limite de
setembro de 1901, em frente ao Clube Ástrea, à suas forças físicas, encerrando sua carreira docente no ano
Rua Direita, hoje Duque de Caxias, foi de 1948, dando suas últimas aulas na „Escola
homenageado através de uma retreta Underwood‟, em João Pessoa, iluminado pela luz da
programada pela própria banda e que figurava inteligência, pois, a essa época, já havia perdido a visão.
no programa a Schottisch denominada
‘Coriolano de Medeiros’, composição do mestre Coriolano, o jornalista
Manuel Maneleu a ele dedicada.
Jornalista de grande escol, considerado o melhor
Entretanto, alegando afazeres particulares, discípulo de Artur Aquiles, participou do corpo
deixou o referido grupo orfeônico. Mas, em 1902, redacional de „O Comércio‟ (1900), onde "escrevia o
convidado por Eduardo Fernandes e pelos maestros Elias suelto, a notícia, o artigo de fundo, cuidava da parte
Pompílio e Plácido Cezar, tornou-se membro-fundador do financeira, da distribuição e dos problemas pessoais do
„Club Symphonico da Parahyba‟, que foi a primeira operariado".
orquestra sinfônica tabajara. Colaborador d„A União‟, Coriolano de Medeiros
Segundo Martins (1975, p. 15), "por essa época fundou a revista „A Filipéia‟, hebdomadário "literário,
gostava de realizar serestas em sua casa de veraneio na agrícola, político, religioso, científico, artístico, industrial
e humanístico", cujo primeiro número circulou a 2 de
julho de 1905, tendo como principais redatores Artur solene (MEDEIROS apud MARTINS, 1975, p.
Aquiles, Neves Júnior, Castro Pinto e Francisco Barroso 51).
(MARTINS, 1976).
Nove anos mais tarde, fez circular o „Jornal do Quatro décadas mais tarde, quando das
Comércio‟, diário que defendia os interesses das classes comemorações do sesquicentário da Paróquia de Nossa
produtoras, equidistante dos partidos. Durante a histórica Senhora da Guia, Coriolano retornou à sua erra natal,
campanha de 1915 - que marcou o rompimento entre os oportunidade em que pronunciou excelente conferência
senadores Walfredo Leal e Epitácio Pessoa - gerenciou o sobre a história do município, que, publicada através da
„Diário do Estado‟, órgão de propaganda política Tipografia d‟A Imprensa‟, intitulou-se A evolução social
walfredista, que teve como redatores vários nomes de e histórica de Patos‟ (1938).
destaques no cenário político estadual (MARIZ, 1987). Pesquisador incansável da história e das
No entanto, à frente do referido jornal, era tradições do sertão paraibano, Coriolano de Medeiros
"acatado por todos não só pela autoridade de velho e pode "granjear o renome que o projetou além de nossas
experimentado lidador da imprensa como, sobretudo, pela fronteiras, estimulado pelos aplausos dos seus
excelente contribuição que emprestou ao jornal dos conterrâneos que viam nele o cuidadoso cultor da tradição
walfredistas, dando-lhe uma feição cuidadosa na tabajara" (LEITÃO, 2001, p. 14).
variedade do noticiário e na seleção da matéria" Em 1914, através da Imprensa Oficial Estadual,
(LEITÃO, 2001, p. 7). lançou a primeira edição do seu „Dicionário Corográfico
De forma consciente, Coriolano dividia seu do Estado da Paraíba‟, que foi bastante elogiado pela
tempo entre a imprensa e o magistério E sua atividade crítica da época e que ainda hoje, constitui-se numa das
"como jornalista estendeu-se por toda sua vida de homem maiores fontes de pesquisa sobre a terra tabajara e que
de letras, dando valiosa colaboração aos jornais da terra, teve uma segunda tiragem em 1950, patrocinada pelo
fosse versando assuntos de interesse popular ou Ministério da Educação/Departamento de Imprensa
orientando o público sobre o exato conhecimento da Nacional, com introdução de Augusto Mayer, diretor do
nossa história e da nossa geografia. Tudo que pudesse Instituto Nacional do Livro.
significar o interesse mais alto dos paraibanos era objeto Dizia aos seus amigos íntimos, que "perdera a
de suas preocupações, chegando até a emitir conceitos visão no grande esforço que fizera manuseando velhos
sobre os novos métodos de agricultura e pecuária, os documentos", atualizando a referida obra, para sua
quais desejava ver implantados no Estado, sobretudo segunda edição (MARTINS, 1975, p. 18).
entre os homens da martirizada terra sertaneja" (LEITÃO,
2001, p. 14). O primeiro presidente Academia Paraibana de Letras
integrantes das suas primeiras diretorias, passado de sua região e daí lhe provieram
servindo lealmente a instituição criada sob os numerosos estudos, maiores e menores, sobre a
auspícios do Presidente Álvaro Machado. descoberta, a colonização, o desbravamento da
Participou de várias comissões e foi um dos sua querida Paraíba, contribuição precisa cujo
melhores colaboradores de nossa revista. Apesar valor sabem apreciar, quantos se interessam
da sua dedicação è Casa de Irineu Pinto houve pelos fatos brasileiros.
um tempo em que, discordando de alguns de seus
companheiros, liderou um movimento de A mais longa viagem empreendia por Coriolano
protesto à orientação adotada pela Diretoria de de Medeiros foi a Maceió, para visitar o compadre e
então, formando com outros que com ele se confrade Jaime D'alta-Vila. E, "por duas vezes recusou
solidarizaram o Gabinete de Estudinhos de insistentes convites do Interventor Argemiro de
História e Geografia, de pequena duração o que Figueiredo, para ir à Holanda, com todas as despesas
não impediu de bem servir aos interesses da pagas pelo Estado a fim de coligir documentos para a
nossa história e de nossa geografia, em história da Paraíba" (NÓBREGA, 1979, p. 36).
concorrência com o programa por eles sugerido Patrono da cadeira nº 7, do Instituto Histórico e
para as atividades do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, possuidor de uma inteligência
Geográfico Paraibano. Voltou logo depois a ímpar, "Coriolano de Medeiros foi um bom retratista de
integrar a casa a que serviu com dedicação, ambientes, de usos e costumes e deixou um acervo
desde os primeiros dias de sua fundação. precioso, especialmente no campo da historiografia
Retornou ao convívio de antigos companheiros regional" (MARTINS, 1975, p. 45).
animado dos mesmos propósitos, disposto a Em sua preciosa bibliografia, Segundo Martins
prosseguir na mesma linha de dedicação e (1975), destacam-se os seguintes livros: „Diccionário
prestimosidade que tanto caracterizou a sua Chorográfico do Estado da Parahyba‟ (1914); „Do Litoral
atuação no IHGP, merecendo o apreço dos seus ao Sertão‟ (contos, 1917); „Resenha Histórica da Escola
consócios na escolha do seu nome para os de Aprendizes Artífices do Estado da Paraíba do Norte‟
cargos de direção que voltou a exercer, inclusive (memórias, 1922); „O Tesouro da Cega‟ (drama, 1922)
a Presidência, em que pôde, pelas condições do „Maestros Que Se Foram‟ (biografias, 1925); „Os Cinco
cargo, fazer valer a clarividente orientação de Heróis da Conquista‟ (conferência, 1925), „Folclore
sua operosidade. Paraibano„ (1925), „Memorial‟ (apresentado ao presidente
Washington Luís, 1926), „O Barracão‟ (romance, 1930);
Durante mais de meio século de vida literária, „Manaíra ou nas Trilhas da Conquista do Sertão‟ (novela,
publicou vários estudos, poemas e crônicas, em jornais e 1936); „A Evolução Social e Histórica de Patos‟ (1938);
revistas, que circularam dentro e fora da província „Palavra‟ (palestra, 1939), „O Tambiá da Minha Infância‟
paraibana, utilizando-se, às vezes, os pseudônimos „C. (memórias, 1942); „Sampaio‟ (memórias, 1958), além do
M.‟; „Heráclito‟; „José Tambiá‟; „Libório de Assumpção‟; verbete „Estado da Paraíba‟, para o „Diccionário
„Roco‟; „Zé Foguete‟; „Marimbão & Cia‟ e „Estrela Histórico, Geográfico e Ethonográgico do Brasil‟,
Dalva‟ (MARTINS, 1975, p. 44). publicado pela Imprensa Nacional (Rio, 1922).
Amante da boa leitura, entre os autores De sua lavra, ficaram inéditos, segundo Martins
estrangeiros, segundo Santos (2004), Coriolano apreciava (1975) os seguintes trabalhos: „O Consultório do Dr.
Balzac, Zola, Camões e Guerra Junqueiro, preferindo José Moilet‟ (revista em dois atos, datada de 24 de junho de
de Alencar, Aluísio de Azevedo, Machado de Assis, 1917), „A Vingança do Quedra-Kilo‟ (drama em três atos,
Coelho Neto, Castro Alves e Olegário Mariano, entre os sem data), „Pescando Noivos‟ (esboço de revista, em dói
nacionais. Frequentemente, fazia referências aos atos, 1921), „O Restaurador‟ (peça, 1921), „Vamos Comer
conterrâneos Augusto dos Anjos, Rodrigues de Carvalho, um Cevado‟ (1932), „Fechado para o Almoço‟ (diálogo,
Perilo d'Oliveira e Silvino Olavo, juntando-os a Inácio da 1933), „Aguenta, Chico!‟ (revistinha, 1933), „A Moça da
Catingueira e Francisco Romano Caluête. Caveira‟ (episódio da Revolução de 1817, sem data) e
Musicólogo por vocação, apreciava os seguintes „Como se Passa a Festa‟ (esboço de revista musical, em
compositores eruditos: Carlos Gomes, Verdi, Charles três atos para crianças, sem data).
Gounod e Alberto Nepomuceno (NÓBREGA, 1979). Pelo demonstrado, Coriolano de Medeiros
Historiador na mais completa acepção da deixou uma fecunda produção bibliográfica, de forma que
palavra, de acordo com Taunay (1936, p. 9), Coriolano não se comete nenhum equivoco, quando se afirma que
era: ele é um dos maiores historiadores da Paraíba. E, que a
história lhe faça um maior juízo.
[...] preso ao seu torrão natal, pelo coração e
pelo cérebro estudou-lhe os fatos com carinho, o Coriolano, o Maçom
cuidado, o entusiasmo do afeto filial. Rebuscou-
lhe o passado, observa-lhe o presente com a Considerado uma das maiores expressões das
atenção de fervoroso apaixonado. E este letras paraibanas, além de jornalista de renomada escol e
sentimento domina-lhe toda a avultada obra historiador de grande valor, João Rodrigues Coriolano de
onde tanta cousa valiosa existe, quer em volume Medeiros era maçom. Pertenceu à „Loja Padre Azevedo‟ e
autônomo, quer nas páginas de publicações foi Grão mestre adjunto da „Grande Loja Maçônica da
especializadas. E, inteirou-se profundamente do Paraíba‟, ambas sediadas na capital paraibana.
Coriolano ingressou na Maçonaria na década de BARBOSA, Socorro de Fátima Pacífico (org.). Pequeno
1920, quando se fundou-se na atual cidade de João dicionário dos escritores/jornalistas da Paraíba do
Pessoa, a 'Loja Maçônica Padre Azevedo', em 24 de julho século XIX: de Antonio da Fonseca a Assis
de 1927. Posteriormente, com a separação do Grande Chateaubriand. João Pessoa, UFCG, 2009.
Oriente do Brasil e a fundação da 'Grande Loja do Estado
da Paraíba', passou a pertencer a essa última, após ter sido CABRAL, João da Veiga. Conversando com um mestre
Venerável Mestre da 'Loja Padre Azevedo'. de várias gerações paraibanas. In: O Correio da Paraíba,
De acordo com Zenaide (2000, p. 348): João Pessoa-PB, edição de 1 de janeiro de 1957.
O maçom João Rodrigues Coriolano de CALDAS, Analice. Manaíra. In: „A União’, João Pessoa-
Medeiros foi um dos fundadores do Instituto PB, edição de 15 de agosto de 1937.
Histórico e Geográfico Paraibano, em 7 de
setembro de 1905, e é, ainda hoje, sem dúvida, CRUZ, Maria Helena. Memorial do Instituto Histórico
uma legenda de glória da Paraíba, como e Geográfico Paraibano. Edição comemorativa dos 90
educador e como historiador. É um dos grandes anos de fundação do IHGP. João Pessoa: IHGP, 1995,
Beneméritos da Maçonaria da Paraíba [...]. pág. 35.
Por mais de meio século, Coriolano de Medeiros DUARTE, Samuel (diretor). Anuário da Paraíba 1934.
foi uma figura de grande destaque na cultura paraibana. João Pessoa: Imprensa Oficial, 1934.
Educador por excelência foi responsável pela educação de
várias gerações, sendo, indiscutivelmente, uma das LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos. Visão de Coriolano
maiores expressões na história do ensino na Paraíba. de Medeiros. In: Revista do Instituto Histórico e
Informa Duarte (1934), que Coriolano foi Grão Geográfico Paraibano, v. 22, p. 22-24, 1979.
mestre adjunto da „Grande Loja Maçônica da Paraíba‟ e
membro da „Loja Padre Azevedo‟. ______. Coriolano de Medeiros. Coleção Historiadores
Pedreiro Livre, João Rodrigues Coriolano de Paraibanos (II). João Pessoa: IHGP, 2001.
Medeiros também deu grande e importante contribuição à
Maçonaria na Paraíba. Digno de registro é um discurso MARIZ, Celso. Figuras e fatos. 2 ed. João Pessoa: A
por ele proferido no final da década de 1920 e transcrito União, 1976.
no Livro de Atas da Loja Regeneração do Norte, que, sem _____. Memória da Assembleia Legislativa. 2 ed. João
dúvida, constitui uma das mais importantes peças da Pessoa: A União, 1987.
história da Maçonaria na Paraíba.
MARTINS, Eduardo. Coriolano de Medeiros: Notícia
CONSIDERAÇÕES FINAIS bibliográfica. João Pessoa: A União, 1975.
Artista da palavra escrita, Coriolano de Medeiros NÓBREGA, Humberto. Coriolano Medeiros: Notas para
deixou ainda valiosa contribuição literária, publicada em sua biografia. In: Revista do Instituto Histórico e
vários jornais e revistas - que ascende a mais de três Geográfico Paraibano, v. 22, p. 33-42, 1979.
centenas de artigos e estudos - lamentavelmente ainda não
reunida em merecidos volumes. SANTOS, José Ozildo dos Santos. Coriolano de
Culto e simples, detentor da „Medalha Deodoro Medeiros: O imortal. A Voz do Povo, Patos-PB, ano IX,
da Fonseca‟, o mestre Coriolano possuía uma visão nº 145, edição de agosto de 2004.
universalista e soube de forma grandiosa, transmitir às
gerações futuras, magníficos tesouros de sua sabedoria. TARGINO, Itapuan Botto. O educador Coriolano de
Amigo da mocidade, à semelhança de Sócrates, era um Medeiros. In: Revista do Instituto Histórico e
homem sensível às lagrimas e viveu uma vida longa e Geográfico Paraibano, v. 22, p. 27-27, 1979.
tranquila.
Paraibano dos mais ilustres, o maçom João TAUNAY. Affonso de E. Prefácio. In: MEDEIROS,
Coriolano de Medeiros foi também o primeiro Coriolano de. ‘Manaíra’. São Paulo: Cia Melhoramentos,
musicólogo, o primeiro folclorista, o primeiro ensaísta, o 1936.
primeiro romancista e o primeiro (e o maior até então)
historiador nascido na capital das Espinharas.
No campo da historiografia, ele deixou
ensinamentos que o projetaram como „mestre e autorizado
intérprete‟ dos fatos da história paraibana. E, pela
grandeza e dimensão cultural de sua obra, será sempre
lembrado como um dos maiores expoentes das letras de
seu Estado. Pois, seu legado fecundo, constitui uma obra
imortal, tanto quanto ele.
REFERÊNCIAS