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EM QUE IDADE MAÇÔNICA PARASTES?

  

Talvez algum de vós queirais perguntar qual ou


quais os objetivos desta questão reflexiva. Por que tal pergunta, se cada um de nós tem a
absoluta certeza de ser Aprendiz, Companheiro e Mestre?

  É justamente nesta afirmação que voltamos à questão. Sois


Aprendiz, sois Companheiro, sois Mestre? Ou estais Aprendiz, Companheiro e Mestre?
Existe uma distância infinita em ser e estar, ser e ter. São duas vertentes extremamente
distantes. O SER relaciona-se com a internalizarão de todos os propósitos, objetivos,
centrados em cada moral do grau, do que está oculto, que só atingiram aqueles que
tiveram discernimento.

  Discernir é ter capacidade de fazer a distinção do que é, daquilo


que não é. Discernir é provar o que é do bem e o que não é. Provar, não no sentido de
experimentar, mas de perceber.

  Em que idade maçônica parastes?

  Muitos de vós dizeis: somos eternos Aprendizes. Isto é real.


Entretanto, esta expressão não significa que estão inseridas atitudes de Aprendiz, como
se nada tivesse significado o aprendizado, enquanto Aprendiz, no sentido correto da
palavra, na coluna dos Aprendizes, isto é, do 1o. Vigilante, sob sua tutela. Mas esse
SOMOS ETERNOS APRENDIZES refere-se a cada momento de sua vida maçônica,
enquanto Aprendiz, Companheiro ou Mestre, no sentido de estar aberto ao aprendizado
maçônico, ao vivenciar as experiências e introjetá-las, de modo que produzam, em nosso
ser, uma modificação de caráter e uma sensibilidade de perceber os limites de cada um e
de assimilar a moral que cada grau encerra em seu simbolismo, em toda a sua extensão
e profundidade.

  Em que idade maçônica parastes?

  Sois Aprendiz Maçom? Meus irmãos como tal me reconhecem.


Mas, o que reconhecem? Reconhecem que estais desbastando a pedra bruta. Que
significa desbastar a pedra bruta? E que pedras são estas? O DESBASTAR significa o
aperfeiçoamento interno de cada maçom. Cada um de vós as tendes. E sabeis cada qual
que pedras brutas ainda tendes a desbastar. Talvez as pedras do orgulho, da vanglória,
do oportunismo, da ignorância. Estas têm sido as piores armas contra aqueles que não
lutar. Precisais destruir a ignorância em vós mesmos e nos outros; ser corajoso contra as
próprias fraquezas e contra as injustiças que vos façam. É mister dardes especial atenção
ao combate da ignorância, causadora de todos estes males e da tirania. Na vossa
iniciação, foi perguntado a cada um de vós: o que pensais do vício? Este é o oposto da
virtude. É o hábito desgraçado que nos arrasta para o mal; e é para impormos um freio a
esta impetuosa propensão; para nos elevarmos acima dos vis interesses que atormentam
o vulgo profano e acalmar o ardor das paixões, que nos reunimos neste Tempo. Ë aqui
que trabalhamos para acostumar o nosso espírito a curvar-se às grandes afeições e a não
conceber senão idéias sólidas de bondade e de virtude, porque é só regulando os nossos
costumes pelos princípios eternos da moral que poderemos dar à nossa alma esse
equilíbrio de força e de sensibilidade que constitui a sabedoria, ou antes, a ciência da
vida. Entretanto, este trabalho é penoso, mas deveis a ele sujeitar-vos, se desejais
persistir na nossa Ordem.

  Que pedra bruta ainda tendes de desbastar, para que possais ser
um maçom completo, sair da ignorância e do desejo desenfreado de ter e não ser. Sois
livres e de bons costumes? Ou sois livres de bons costumes?

  A um Aprendiz Maçom é lícito cometer atos que não são comuns a


um Mestre, pois aquele não fala, não anda e não pensa, porquanto é uma criança e o seu
pensamento ainda é informe. Ele veio vencer suas paixões, submeter sua vontade e fazer
novos progressos; veio levantar Templos à virtude e cavar masmorras ao vício. Que
pedra bruta ainda tendes a desbastar? Será submeter a vossa vontade? Vencer as vossas
paixões? Porventura viestes trazer aos vossos irmãos amizade, paz e prosperidade? Ou
nada trazeis? Estais Aprendiz ou sois Aprendiz? Estais Companheiro ou sois
Companheiro? Estais Mestre ou sois Mestre Maçom? Tendes como Companheiro sido
um elo entre o Aprendiz e o Mestre e tendes apreendido todos os conceitos de moral do
grau? Ou simplesmente passastes por ele? Estais na plenitude ou ainda estais Aprendiz?
Que é ser Aprendiz, Companheiro, Mestre? Como, internalizando todas as virtudes deste
grau, a fim de dardes o alimento sólido ao Aprendiz e ao Companheiro, que espécie de
Mestre tendes sido? O livro da Lei registra a seguinte expressão: “Se o exemplo dos Fiéis
no trato, na palavra, na caridade, no espírito, na fé, na pureza. Medita estas coisas;
ocupa-te nelas para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos”. (I Tim. 4:14 e 15)
Ainda, o Livro da Lei ensina aos Mestres, Maçons, Companheiros e Aprendizes:
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é
justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa forma, se há alguma
virtude e se há algum louvor, pensai nisto”. (Fp 4:8).

  Irmão, quanto a mim, não julgo que haja alcançado, mas uma
coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, avanço para as que estão
diante de mim.”(Fp 3:13)”.

  Estes conceitos, internalizados, farão o Mestre ser Mestre e não


estar Mestre Maçom. Farão dos Aprendizes e Companheiros verdadeiros iniciados, de
modo que alcancem vosso aperfeiçoamento em vossas idades maçônicas.

  Não é diferente na vida maçônica, quando temos Aprendizes sendo


Mestres, Companheiros Mestres, Mestres Aprendizes ou Companheiros. Na vida
profana, quando temos crianças adultas, adolescentes adultos, adultos crianças ou
adolescentes, geram conflitos intermináveis na vida dessas pessoas. Na vida maçônica,
quando isto ocorre, cada maçom está revestido do grau de direito, mas não assimilou
nada deste grau. Continua no grau inferior ou quer estar no grau superior, quando não
está investido nele. Aí surgem os conflitos. E temos maçons insatisfeitos, desobedientes e
carrancudos.

  Em que idade maçônica parastes ?

  Sois Aprendiz pleno, isto é, o vosso interior é Aprendiz, enquanto


estais revestidos com tal ? Sois Companheiro, isto é, o vosso interior é Companheiro,
enquanto revestido como tal ? Sois Mestre Maçom, isto é, vosso interior é Mestre,
enquanto revestido como tal ? Ou, na verdade, o vosso interior é um Mestre,
Companheiro ou Aprendiz mas vosso exterior é outro. Sois Mestre, mas tendes atitudes
de Aprendiz e Companheiro ? Sois Aprendiz e Companheiro, mas já quereis vos
comportar como Mestre ?

  Estas coisas geram grande conflito. Assim como a criança é


exigida ou age como adulto, não experienciando cada momento de sua existência, o ser
criança juvenil, adolescente, jovem, adulto e terceira idade deve ocorrer respeitando cada
fase de sua existência, para evitar conflitos. Na Vida Maçônica, o experienciar cada fase
do crescimento como Aprendiz, Companheiro e Mestre, vos fará um maçom completo.

  Para serdes um maçom completo, é preciso estardes firmado em


três pilares indispensáveis: moral, filosófico (sabedoria) e espiritual.

  Moral: Os maçons devem ser homens de boa reputação. Livres e de


bons costumes. Uma vida moral acima de qualquer suspeita. Homens que lesam
ninguém (lesar no sentido geral da palavra). Cumpridores de suas obrigações, de modo
que suas ações, na Loja, nos negócios, na sociedade, como autoridade sejam as mais
transparentes. Maçons úteis, que servem à Humanidade, atentos às necessidades dos
outros. Maçons que saibam dizer SIM, que precisam dizem SIM e NÀO, quando é
indispensável dizer NÃO, ainda que a negação desagrade a um irmão mais chegado.
Mesmo que a palavra NÃO desagrade a quem a emite e a quem a recebe, ainda assim
precisa ser pronunciada, para que se cumpram as nossas leis. Quando um maçom não
tem boa reputação, ele mancha a Ordem, é considerado um nada, não é respeitado, não
serve para nada, todos querem distância dele, é desprezado. Ao contrário, o maçom de
boa reputação é confiável, é amado, todos querem estar a seu lado, é respeitado, é
equilibrado, é temperante, tem domínio próprio, é paciente. O maçom de boa reputação
tem sua família bem educada, com filhos que obedecem, com docilidade, sem se
insubordinarem. Sua esposa é cuidadosa e não mal discente.

  O maçom completo conduz sua vida em princípios morais


irrepreensíveis, de forma a exalar um cheiro agradável, pois suas palavras são dóceis,
seu comportamento é percebido. A mansidão e a bondade fazem parte do seu viver. O
homem que não tem este bom cheiro, exala em sua vida moral um cheiro desagradável.
Aonde ele chega ou toca a repulsa é notada. O ambiente tornar-se pesado. O Livro
Sagrado diz que os que seguem Jesus devem ter o bom cheiro suave de Cristo. O maçom
precisa ter o bom cheiro suave desta Ordem, a fim de tornar-se o bálsamo para os
profanos. Quando ele está presente, as pessoas percebem, sentem o suave cheiro de um
homem digno de confiança, honesto e irrepreensível. “Por vezes dizemos que esta pessoa
não cheira bem”. Não deve ser assim com o maçom - aonde pisar a planta do vosso pé.

  FILOSÓFICO (SABEDORIA): O segundo pilar indispensável


para ser um maçom completo é o filosófico (sabedoria). O Livro da Lei diz que o
princípio da sabedoria é o temor ao Grande Arquiteto do Universo. Este princípio há de
nos conduzir, pois enquanto profanos e iniciados nos é perguntado se cremos num ser
superior e afirmamos que sim. Sem esta condição básica não nos tornamos maçons e o
Livro da Lei registra através do nosso grande Salomão sobre o Banquete da Sabedoria.
Cada maçom deve participar deste Banquete, pois Salomão nos orienta. E para sermos
maçons completos a sabedoria deve ser a companheira permanente. Tomar consciência
do princípio da Sabedoria, tornará o maçom um homem capaz de ir além, de participar
do banquete da sabedoria, não só de participar, mas entronizar em vosso ser, de forma a
nortear o vosso falar, o vosso pensar, levando-vos ao cuidado de cumprir todos os
princípios maçônicos.

  Salomão discorre, no Livro da Lei, sobre a excelência e justiça dos


preceitos da sabedoria e sobre o banquete propriamente dito e convida todos a se
deliciarem nas profundas verdades contidas neste escrito sobre a sabedoria. Ele diz: Ä
Sabedoria clama a todos os homens, é reconhecida através da inteligência, pois ela é a
voz da Sabedoria”.”Na resolução dos grandes e pequenos negócios na nossa Ordem, de
forma inteligente, o maçom demonstrará que já internalizou a Sabedoria. Não é difícil
achá-la, pois ela se coloca num lugar que pode ser vista por todos, no cume, na
encruzilhada, nos momentos de dificuldade. Basta contemplar e buscar e há de
encontrar.

  A Sabedoria anda com a prudência. O maçom precisa ser prudente.


A ciência dos conselhos está enraizada na prudência, pois a ciência do maçom é a
prudência. Todo maçom deve ser regido pela sabedoria. Salomão diz, ainda, que só
encontram a sabedoria os que madrugam, isto é, os que dormem muito, os acomodados,
os insensatos jamais a encontrarão. A sabedoria diz: eu amo os que me amam, e os que,
de madrugada, me buscam me acham. Pois é no silêncio da noite que o Grande
Arquiteto do Universo revela a sabedoria ao maçom, para que este possa discernir e
aprender a andar prudentemente como maçom e a reter a sabedoria, a disciplina e a
prudência. (Prov. 23:23 - 8 e 9 ).

  O último pilar indispensável é o ESPIRITUAL, quando o maçom


poderá perceber todo o processo esotérico da Loja, do seu trabalho, da presença viva de
uma força impulsionando-nos para a realização e conquista da plenitude maçônica.

  É este encontro da espiritualização, o processo de chegar à


plenitude, ao domínio do espírito sobre a matéria, que fará do maçom um ser completo.
Isto não ocorre de imediato. É um processo longo, significa o domínio das paixões, um
coração sensível ao bem, é o experimentar, a cada grau, o desbastar de cada pedra
trazida do mundo profano.
  O maçom atingirá a plenitude quando a pedra do amor, da alegria,
da paz, da esperança, da mansidão, da temperança forem reluzentes em seu viver, isto é,
quando a pedra bruta estiver totalmente desbastada, polida. É mister que tal aconteça, a
fim de que o brilho, no reluzir de vossas vidas, atinja e transforme outros maçons, e, até
mesmo, profanos e os façam perceber o quanto a vossa aura reluz e como o cheiro suave
que se desprende de vós enche todo o ambiente em que vos encontrais. Isto se tornará
possível quando a Maçonaria constituir-se num trono no nosso ser e a glória do Grande
Arquiteto do Universo dirigir nossos passos maçônicos e as nossas vidas.

  Certamente, a Loja, a Ordem e vós serão os maiores vitoriosos em


todo o processo da nossa vida maçônica e profana. Quais então são as pedras que ainda
precisam, dentro de vós, ser desbastadas, para que chegueis à plenitude do grau que vos
é atribuído ? Estais de direito e de fato nesse grau ?

  Em que idade maçônica vos encontrais ? Sois Aprendiz e tendes


atitudes de Aprendiz ? Sois Companheiro e tendes atitudes de Companheiro ?

  Sois Mestre e pensais como Mestre ? Agis como Mestre ? Ensinais


como Mestre ? Falais e viveis como Mestre ? Ou, ao contrário, precisais voltar aos
primórdios de vossa iniciação e aprender tudo o que não aprendestes ?

  Em que idade maçônica parastes ?

  Sois Maçom ou estais Maçom ?

  Autor: Vanderlei J. Ferreira

M.’. M.’.  

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