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AUG E RESP LOJSIMB NOVA CRUZADA DO NORTE 1072

O AVENTAL DO APRENDIZ

FRANCISCO WYLLTON MACIEL COELHO


TITO
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À GDGADU
V M
Irm 1º Vig
Irm2º Vig
Caríssimos Irm

Considerações iniciais.

O Avental é a vestimenta emblemática, simbólica e obrigatória de um Maçom, e o


seu uso denuncia o seu grau hierárquico dentro da Ordem Maçônica, podendo ser
desde cargos administrativos como o posicionamento nos vários graus existentes, bem
como evidenciar também os diferentes ritos e potências. O presente estudo possui a
pretensão de explicar como surgiu esta vestimenta e qual o seu significado, seja ele
simbólico ou exotérico. E principalmente o aspecto moral e suas consequências
espirituais.

Simbologia

Em Maçonaria o surgir do uso do Avental pode ter sido iniciado nas Guildas e
corporações Medievais. Tais associações, que deram origem à Maçonaria Operária,
sendo provável que este deva ser o único sinal externo do período Operativo da
Maçonaria, tinham por hábito distribuir entre os seus membros, Aventais para o
exercício do ofício ao qual estavam ligados. Estes Aventais apresentavam diferenças
com base nos diferentes trabalhos e conhecimento acerca do ofício em questão, tais
como sapateiro, ferreiro, açougueiro, pedreiros, entre outros.
Quanto aos pedreiros, tidos como os Maçons de fato na fase Operativa da
Maçonaria, a utilização desta indumentária era essencial, pois protegia o corpo do
obreiro, e a sua função era evitar acidentes provocados pelas lascas que se
desprendiam das pedras brutas que eram trabalhadas com cinzel e malho, e que depois
de prontas, viriam a ser partes das edificações. Estes Aventais eram feitos
predominantemente de couro de carneiro, um couro espesso, visando proteger os
obreiros de labutas muitas vezes perigosas para o corpo humano.
Posteriormente com a transição da Maçonaria Operativa para a Maçonaria
Especulativa, houve grandes modificações para a utilização do Avental, que deixou de
ser uma peça considerada de proteção para o corpo, transformando-se em verdadeiros
brasões ou estandartes, onde o conjunto das tradições cultivadas pela Arte Real era
traduzida em emblemas e símbolos representativos de cada conjunto de ensinamentos
que se queria transmitir sobre a Maçonaria. Tais símbolos sempre foram ricos em
metáforas e conteúdo esotérico, filosófico e histórico.
Deste modo os Aventais transformaram-se em verdadeiras obras de arte, cercadas
de emblemas e símbolos que variavam de região para região. O que deverá ter gerado
algumas polemicas, pois em 1813, com a unificação das duas grandes Potências
Inglesas, houve a edição de uma norma regulamentando e padronizando os Aventais,
de forma a coibir os inúmeros abusos que aconteciam. Ressalta-se também que em
1875, com o Congresso Mundial dos Supremos Conselhos em Lausanne, também se
decidiu por uma padronização dos Aventais utilizados pelos seguidores do Rito
Escocês Antigo e Aceito.
Mas independente dos seus emblemas ou da sua padronização, o significado
simbólico do Avental continuou o mesmo, pois representa um emblema da dignidade,
da honra, do trabalho material ou intelectual, símbolo da inocência do iniciado. É a
insígnia do Maçom, a única que lhe Representa a prontidão para o trabalho, que nos
acompanha desde o meio dia até ao fim da vida, pois constitui-se como um
instrumento fundamental e não nos deixa esquecer que a labuta é uma constante, seja
em Loja ou fora dela. Recorda-nos também as nossas obrigações e deveres como
obreiros da Arte Real, capazes de nos transformar de filhos de mulheres em filhos do
homem, auxiliados pelas instruções que são ministradas a todos os filhos da viúva que
dá o direito de entrar nos templos e participar das reuniões. ²
Significado místico

O Avental é o típico símbolo do trabalhador. Desenvolvido inicialmente como


elemento de proteção, logo se tornou um brasão de identificação da condição e da
qualidade do obreiro. Quase todos os tipos de trabalhadores usam aventais, sendo o seu
uso uma prática muito antiga, geratriz de uma simbologia cuja origem se perde na
bruma dos tempos.
Na maçonaria, o revestimento do iniciado maçom com o avental do grau significa
a sua condição de obreiro e denuncia o seu grau hierárquico. Por isso, em cada grau da
Loja simbólica o Irmão usa um avental de modo diferente, símbolo do grau ao qual ele
está ascendendo. E essa prática ritualística continua pelos graus superiores,
simbolizando em cada tipo de avental o momento espiritual que o iniciado maçom
está vivendo dentro da maçonaria.
O avental branco do aprendiz simboliza o seu noviciado. É o estado de sua alma
quando ele se inicia nos Mistérios maçônicos. Esvaziado do seu ego e purificado pelo
ritual da iniciação, ele se apresenta "limpo e puro" na egregora formada pelos Irmãos
como se fosse uma “tabula rasa”, pronta para que nela sejam escritos os ensinamentos
maçônicos. Assim também se apresentava o novato alquimista quando se iniciava nos
trabalhos da Grande Obra, da mesma forma que nos canteiros de obras medievais, em
que o tipo de avental usado denunciava a condição de iniciante do obreiro.
Os aventais nos quais o Irmão for revestido durante a sua progressão pela Escada de
Jacó são os símbolos dessa escalada. Enquanto aprendiz e companheiro o avental é
branco, liso, sem nenhuma ornamentação. A única diferença entre um e outro é o fato
de o aprendiz usar o avental com a abeta levantada enquanto o companheiro baixa a
abeta do seu avental.
A abeta do avental maçom representa um triangulo isósceles, que nas suas três
linhas simbolizam os três graus da Loja simbólica. Por isso é que, vencida a primeira
etapa, o iniciado dobra a abeta do seu avental para dizer que ele já percorreu essa
primeira linha, que é a do Aprendiz. A segunda linha é a do companheiro e a terceira é
a do mestre. Mas quando o iniciado se torna mestre ele também atinge a plenitude dos
graus simbólicos, e então o seu avental muda de conformação e nele se inscrevem as
três rosáceas do maçom pleno, que representam a aquisição do perfeito equilíbrio,
representado pelo triângulo completo.
Há quem interprete as disposições do avental em Loja simbólica como uma
representação das três etapas do aprendizado pelas quais o irmão deve passar: a etapa
da pedra bruta, da pedra lavrada e da pedra angular. Essa interpretação, provavelmente
tem sua origem nos graus distintivos da maçonaria operativa, onde os artesãos usavam
aventais de diferentes cores e conformações para distinguir os diversos níveis
profissionais existentes entre os profissionais da construção. É, portanto, uma
interpretação que reclama uma base histórica e nada tem a ver com o esoterismo que se
quer enxergar nessa distinção.
Com o passar dos tempos e com os acréscimos simbólicos que foram
acrescentados á pratica maçônica, também os aventais foram adquirindo caracteres de
verdadeiros brasões representativos de cada conjunto de ensinamentos que se queria
transmitir em cada bloco. Assim é que nas Lojas de Perfeição e Capitulares os aventais
foram desenhados para simbolizar as tradições que ali se cultivam, da mesma forma
que nos graus filosóficos e administrativos, cada um deles teve a sua representação
formulada nos motivos desenhados nos aventais. Assim eles se tornaram verdadeiros
estandartes, onde o conjunto das tradições cultivadas pela Arte Real são traduzidas em
símbolos e metáforas, ricas em conteúdo esotérico, filosófico e histórico. Assim é que
nos aventais dos graus capitulares, por exemplo, encontraremos muitos motivos
evocativos ao crime dos Jubelos, da mesma forma que nas Lojas de Perfeição a ênfase
será dada aos motivos referentes à reconstrução de Jerusalém, ao simbolismo da Rosa-
Cruz (grau 18) etc. E assim, sucessivamente, até o grau 33, cada bloco de
ensinamentos refletindo nos aventais os seus motivos filosóficos. (...)³
Conclusão
Tiramos como conclusão desse estudo que o avental tem uma simbologia gigante
para o Maçom. Esta simbologia vai desde a mística de adentrar a uma irmandade até a
Transformação moral encontrada na simbologia de vencer as suas dificuldades morais
no profano ao purificado na sociedade Maçônica. Esta simbologia nos mostra. Como a
estrada de Damasco foi para Paulo, a renovação. Moral, o abandono do eu antigo para
o eu novo, renovado nas intenções, nas práticas, nos pensamentos. Na busca por se
tornar um ser melhor, galgando espaço na escada evolutiva, Escada essa citada na
própria Escritura Sagrada como a Escada de Jacó, onde no começo o primeiro degrau
já é um progresso, subir o primeiro degrau é justamente renascer em Cristo, abandonar
o profano e se tornar um servo, buscando a sua própria melhora, transformando-nos
moralmente, transformamos a nossa sociedade numa sociedade mais igualitária, justa
e com mais liberdade, lembrando que Liberdade, Igualdade e Fraternidade dependem
da justiça social, igualdade entre as pessoas, entre os seres e essa igualdade precisa ser
ética e moral. E também Social, quando a nossa sociedade se tornar uma sociedade
mais justa, nós teremos galgado mais um degrau nessa escada progressiva que nos
levará, sem dúvida, á evolução plena da moralidade, da ética e nos tornaremos
Espíritos puros, até lá, a dificuldade, a grande dificuldade é vencer a si mesmo. Essa
transformação moral buscando vencer as más inclinações que trazemos conosco do
passado remoto é assim a simbologia, a Mística, a ética e a moral. Embutida no avental
do jovem aprendiz maçônico. É sem dúvida a sua estrada de Damasco, é o momento
decisivo na sua existência carnal, onde ele abandona o profano e vai a busca do
sublime.

6. Bibliografia
1. BOUCHER, Jules. A simbólica Maçônica. Ed. Pensamento: São Paulo, 2001.
2. ALMEIDA, Celso Ricardo. www.freemason.pt/compreendendo-o-uso-do-avental
3. ANATALINO, João. Lendas da arte real. (Ainda não publicado)

Que o GADU  ilumine a todos nós.

27/01/2023

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Francisco Wyllton Maciel Coelho
Tito
AM

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